retrospectiva constitucional 2014 1a semestre 1

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Retrospectiva 2014.1 – Direito Constitucional Súmula Vinculante nº 33 Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica. Fonte de Publicação DOU de 24/4/2014, p. 1. Legislação Constituição Federal de 1988, art. 40, § 4º, III. Lei nº 8.213/1991, art. 57 e 58. Precedentes MI 721, MI 795, MI 788, MI 925, MI 1328, MI 1527, MI 2120, MI 1785, MI 4158 AgR-segundo MI 1596 AgR, MI 3215 AgR-segundo EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 80, DE 4 DE JUNHO DE 2014 Altera o Capítulo IV - Das Funções Essenciais à Justiça, do Título IV - Da Organização dos Poderes, e acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. Seção IV Da Defensoria Pública Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. ................................................................................................. § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal."(NR) Art. 2º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do seguinte art. 98:

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  • Retrospectiva 2014.1 Direito Constitucional

    Smula Vinculante n 33

    Aplicam-se ao servidor pblico, no que couber, as regras do regime geral da previdncia social

    sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, 4, inciso III da Constituio Federal,

    at a edio de lei complementar especfica.

    Fonte de Publicao

    DOU de 24/4/2014, p. 1.

    Legislao

    Constituio Federal de 1988, art. 40, 4, III.

    Lei n 8.213/1991, art. 57 e 58.

    Precedentes

    MI 721, MI 795, MI 788, MI 925, MI 1328, MI 1527, MI 2120, MI 1785, MI 4158 AgR-segundo

    MI 1596 AgR, MI 3215 AgR-segundo

    EMENDA CONSTITUCIONAL N 80, DE 4 DE JUNHO DE 2014

    Altera o Captulo IV - Das Funes Essenciais

    Justia, do Ttulo IV - Da Organizao dos

    Poderes, e acrescenta artigo ao Ato das

    Disposies Constitucionais Transitrias da

    Constituio Federal.

    Seo IV

    Da Defensoria Pblica

    Art. 134. A Defensoria Pblica instituio permanente, essencial funo jurisdicional do

    Estado, incumbindo-lhe, como expresso e instrumento do regime democrtico,

    fundamentalmente, a orientao jurdica, a promoo dos direitos humanos e a defesa, em

    todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral

    e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5 desta Constituio Federal.

    .................................................................................................

    4 So princpios institucionais da Defensoria Pblica a unidade, a indivisibilidade e a

    independncia funcional, aplicando-se tambm, no que couber, o disposto no art. 93 e no

    inciso II do art. 96 desta Constituio Federal."(NR)

    Art. 2 O Ato das Disposies Constitucionais Transitrias passa a vigorar acrescido do

    seguinte art. 98:

  • "Art. 98. O nmero de defensores pblicos na unidade jurisdicional ser proporcional

    efetiva demanda pelo servio da Defensoria Pblica e respectiva populao.

    1 No prazo de 8 (oito) anos, a Unio, os Estados e o Distrito Federal devero contar com

    defensores pblicos em todas as unidades jurisdicionais, observado o disposto no caput

    deste artigo.

    2 Durante o decurso do prazo previsto no 1 deste artigo, a lotao dos defensores

    pblicos ocorrer, prioritariamente, atendendo as regies com maiores ndices de excluso

    social e adensamento populacional."

    Art. 3 Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, em 4 de junho de 2014

    EMENDA CONSTITUCIONAL N 81, DE 5 DE JUNHO DE 2014

    D nova redao ao art. 243 da Constituio

    Federal.

    As Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do 3 do art. 60 da

    Constituio Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

    Art. 1 O art. 243 da Constituio Federal passa a vigorar com a seguinte redao:

    "Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer regio do Pas onde forem

    localizadas culturas ilegais de plantas psicotrpicas ou a explorao de trabalho escravo na

    forma da lei sero expropriadas e destinadas reforma agrria e a programas de habitao

    popular, sem qualquer indenizao ao proprietrio e sem prejuzo de outras sanes

    previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5.

    Pargrafo nico. Todo e qualquer bem de valor econmico apreendido em decorrncia do

    trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins e da explorao de trabalho escravo ser

    confiscado e reverter a fundo especial com destinao especfica, na forma da lei." (NR)

    Art. 2 Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicao.

    DECISES DO STF - 2014

    1. CPI estadual e quebra de sigilo fiscal - 6

    Em concluso de julgamento, o Plenrio, em virtude da perda superveniente de objeto,

    assentou o prejuzo de pedido formulado em ao cvel originria, processada segundo o rito

    do mandado de segurana. A ao havia sido ajuizada pela Assembleia Legislativa do Estado do

  • Rio de Janeiro Alerj contra ato coator do Chefe da Superintendncia Regional da Receita

    Federal na 7 Regio Fiscal. Na espcie, questionava-se deciso da mencionada autoridade,

    que, com base no dever do sigilo fiscal, negara pedido de transferncia de dados fiscais

    relativos aos principais investigados em comisso parlamentar de inqurito - CPI, criada pela

    autora, destinada a apurar a ao de milcias no referido Estado-membro v. Informativo

    578. Na presente assentada, em voto-vista, o Ministro Dias Toffoli julgou prejudicado o pedido

    diante do encerramento das atividades da mencionada CPI. No obstante, ressalvou seu

    entendimento quanto possibilidade de CPI estadual obter informaes dessa ordem, desde

    que observado o mbito de poder e das competncias que um Estado-membro teria. O

    Ministro Joaquim Barbosa, relator e Presidente, reajustou seu voto no sentido do prejuzo.

    ACO 1271/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 12.2.2014. (ACO-1271)

    (Informativo 735, Plenrio)

    2. Reclamao: cabimento e Senado Federal no controle da constitucionalidade - 11

    Em concluso de julgamento, o Plenrio, por maioria, julgou procedente pedido formulado em

    reclamao ajuizada sob o argumento de ofensa autoridade da deciso da Corte no HC

    82.959/SP (DJU de 1.9.2006), em que declarada a inconstitucionalidade do 1 do art. 2 da

    Lei 8.072/1990, que veda a progresso de regime a condenados pela prtica de crimes

    hediondos. Na espcie, juiz de 1 grau indeferira pedido de progresso de regime em favor de

    condenados a penas de recluso em regime integralmente fechado, luz do aludido

    dispositivo legal v. Informativos 454, 463 e 706. O Ministro Gilmar Mendes, relator,

    determinou a cassao das decises impugnadas, ao assentar que caberia ao juzo reclamado

    proferir nova deciso para avaliar se, no caso concreto, os interessados atenderiam ou no os

    requisitos para gozar do referido benefcio. Considerou possvel determinar, para esse fim, e

    desde que de modo fundamentado, a realizao de exame criminolgico. Preliminarmente,

    quanto ao cabimento da reclamao, o relator afastou a alegao de inexistncia de deciso

    do STF cuja autoridade deveria ser preservada.

    Rcl 4335/AC, rel. Min. Gilmar Mendes, 20.3.2014. (Rcl-4335)

    (Informativo 739, Plenrio)

    3. Reclamao: cabimento e Senado Federal no controle da constitucionalidade - 12

    O relator afirmou, inicialmente, que a jurisprudncia do STF evolura relativamente utilizao

    da reclamao em sede de controle concentrado de normas, de maneira que seria cabvel a

    reclamao para todos os que comprovassem prejuzo resultante de decises contrrias s

    suas teses, em reconhecimento eficcia vinculante erga omnes das decises de mrito

    proferidas em sede de controle concentrado. Em seguida, entendeu ser necessrio, para

    anlise do tema, verificar se o instrumento da reclamao fora usado de acordo com sua

    destinao constitucional: garantir a autoridade das decises do STF; e, superada essa

    questo, examinar o argumento do juzo reclamado no sentido de que a eficcia erga omnes

    da deciso no HC 82.959/SP dependeria da expedio de resoluo do Senado que

    suspendesse a execuo da lei (CF, art. 52, X). Para apreciar a dimenso constitucional do

    tema, discorreu sobre o papel do Senado Federal no controle de constitucionalidade. Aduziu

    que, de acordo com a doutrina tradicional, a suspenso da execuo, pelo Senado, do ato

    declarado inconstitucional pelo STF seria ato poltico que emprestaria eficcia erga omnes s

  • decises definitivas sobre inconstitucionalidade proferidas em caso concreto. Asseverou, no

    entanto, que a amplitude conferida ao controle abstrato de normas e a possibilidade de se

    suspender, liminarmente, a eficcia de leis ou atos normativos, com eficcia geral, no contexto

    da CF/1988, concorreriam para infirmar a crena na prpria justificativa do instituto da

    suspenso da execuo do ato pelo Senado, inspirado em concepo de separao de poderes

    que hoje estaria ultrapassada. Ressaltou, ademais, que, ao alargar, de forma significativa, o rol

    de entes e rgos legitimados a provocar o STF no processo de controle abstrato de normas, o

    constituinte restringira a amplitude do controle difuso de constitucionalidade.

    Rcl 4335/AC, rel. Min. Gilmar Mendes, 20.3.2014. (Rcl-4335)

    (Informativo 739, Plenrio)

    4. ADI: chefia do Poder Executivo estadual e autorizao para viagem - 1

    O Plenrio confirmou medida cautelar e julgou procedente pedido formulado em ao direta

    para declarar a inconstitucionalidade das expresses ou do Pas por qualquer tempo e por

    qualquer tempo, contidas, respectivamente, no inciso IV do art. 53 e no art. 81, ambos da

    Constituio do Estado do Rio Grande do Sul (Art. 53 - Compete exclusivamente Assembleia

    Legislativa, alm de outras atribuies previstas nesta Constituio: ... IV - autorizar o

    Governador e o Vice Governador a afastar-se do Estado por mais de quinze dias, ou do Pas por

    qualquer tempo; ... Art. 81 - O Governador e o Vice Governador no podero, sem licena da

    Assembleia Legislativa, ausentarem-se do Pas, por qualquer tempo, nem do Estado, por mais

    de quinze dias, sob pena de perda do cargo). A Corte asseverou, na cautelar, que a referncia

    temporal contida na Constituio gacha no encontraria parmetro na Constituio Federal.

    ADI 775/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 3.4.2014. (ADI-775)

    (Informativo 741, Plenrio)

    5. ADI: chefia do Poder Executivo estadual e autorizao para viagem - 2

    O Plenrio confirmou medida cautelar e julgou procedente pedido formulado em ao direta

    para declarar a inconstitucionalidade da expresso por qualquer tempo, contida no inciso X

    do art. 54 e no caput do art. 86 da Constituio do Estado do Paran, com a redao dada

    pela EC 7/2000 (Art. 54. Compete, privativamente, Assembleia Legislativa: ... X - conceder

    licena, bem como autorizar o Governador e o Vice-Governador a se ausentarem do Pas por

    qualquer tempo, e do Estado, quando a ausncia exceder a quinze dias; ... Art. 86. O

    Governador e o Vice-Governador no podero, sem licena da Assembleia Legislativa,

    ausentar-se do Pas, por qualquer tempo, e do Estado, quando a ausncia exceder a quinze

    dias, sob pena de perda do cargo). A Corte asseverou, na cautelar, que o processo legislativo

    dos Estados-membros deveria obedecer aos parmetros federais. Aduziu haver falta de

    simetria com o modelo federal (CF: Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso

    Nacional: ... III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica a se ausentarem do

    Pas, quando a ausncia exceder a quinze dias).

    ADI 2453/PR, rel. Min. Marco Aurlio, 3.4.2014. (ADI-2453)

    (Informativo 741, Plenrio)

    6. ADI: prioridade em tramitao e competncia processual

    O Plenrio julgou procedente pedido formulado em ao direta para declarar a

    inconstitucionalidade da Lei 7.716/2001, do Estado do Maranho. A norma estabelece

  • prioridade na tramitao processual, em qualquer instncia, para as causas que tenham, como

    parte, mulher vtima de violncia domstica. O Tribunal esclareceu que a competncia para

    normatizar tema processual seria da Unio e, por isso, a lei estadual impugnada teria

    afrontado o art. 22, I, da CF.

    ADI 3483/MA, rel. Min. Dias Toffoli, 3.4.2014. (ADI-3483)

    (Informativo 741, Plenrio)

    7. Amicus Curiae

    EMENTA: AMICUS CURIAE. JURISDIO CONSTITUCIONAL E LEGITIMIDADE DEMOCRTICA.

    O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COMO mediador entre as diferentes foras com legitimao

    no processo constitucional (GILMAR MENDES). POSSIBILIDADE DA INTERVENO DE

    TERCEIROS, NA CONDIO DE AMICUS CURIAE, EM SEDE DE RECURSO EXTRAORDINRIO

    COM REPERCUSSO GERAL RECONHECIDA. NECESSIDADE, CONTUDO, DE PREENCHIMENTO,

    PELA ENTIDADE INTERESSADA, DO PR-REQUISITO CONCERNENTE REPRESENTATIVIDADE

    ADEQUADA. DOUTRINA. CONDIO NO OSTENTADA POR PESSOA FSICA OU NATURAL.

    CONSEQUENTE INADMISSIBILIDADE DE SEU INGRESSO, NA QUALIDADE DE AMICUS CURIAE,

    EM RECURSO EXTRAORDINRIO COM REPERCUSSO GERAL RECONHECIDA. PRECEDENTES.

    PEDIDO INDEFERIDO...

    Rel. Ministro Celso de Mello, STF RE 659.424/RS* (transcries). Inf. 742.

    8. CNJ - Poderes - Controle Incidental de Constitucionalidade

    EMENTA: Conselho Nacional de Justia. Processo legislativo instaurado por iniciativa de

    Tribunal de Justia. Suposta eiva de inconstitucionalidade. Impossibilidade de o Conselho

    Nacional de Justia, sob alegao de aparente vcio do projeto original, impor,

    cautelarmente, ao Presidente do Tribunal de Justia, que se abstenha de cumprir o diploma

    legislativo editado. Limitaes que incidem sobre a competncia do Conselho Nacional de

    Justia (CF, art. 103-B, 4). Precedentes. Magistrio da doutrina. A instaurao do processo

    legislativo como ato de carter eminentemente poltico e de extrao essencialmente

    constitucional. Doutrina. A questo do controle de constitucionalidade pelo Conselho Nacional

    de Justia. Reconhecimento, pelo Relator desta causa, de que h, na matria, controvrsia

    doutrinria. Inadmissibilidade, contudo, de referida fiscalizao segundo precedentes do STF e

    do prprio CNJ. Medida cautelar deferida.

    DECISO: Trata-se de mandado de segurana, com pedido de liminar, impetrado contra ato

    emanado de eminente Conselheiro Relator do E. Conselho Nacional de Justia, ratificado pelo

    Plenrio daquele rgo, que determinou ao eminente Senhor Presidente do E. Tribunal de

    Justia do Estado do Amazonas que se abstenha de adotar providncias necessrias

    execuo da Lei Complementar amazonense n 126/2013, por aparente vcio de

    inconstitucionalidade de referido diploma legislativo, alm de haver neutralizado os efeitos

    decorrentes do envio de outro projeto de lei que dispe sobre a criao de cargos

    administrativos no mbito do 2 grau de jurisdio.

    Rel. Ministro Celso de Mello, STF MS 32.582 (transcries). Inf. 744.

  • 9. AR: concurso pblico e direito adquirido nomeao - 1

    O Plenrio julgou improcedente pedido formulado em ao rescisria na qual se buscava

    desconstituir deciso proferida pela 2 Turma do STF, nos autos do RE 367.460/DF (DJe de

    9.10.2008). No caso, os ora autores teriam sido aprovados na 1 etapa de concurso pblico

    para fiscal do trabalho, mas no teriam sido selecionados para a 2 fase do certame (programa

    de formao). Esperavam que, no prazo de validade do concurso, fossem convocados para a 2

    etapa e, na sequncia, nomeados. No aludido recurso extraordinrio, ficara consignado que a

    jurisprudncia da Corte seria pacfica no sentido de inexistir direito adquirido nomeao em

    hipteses anlogas. No que se refere rescisria, de incio, a Corte afastou suposta

    contrariedade ao art. 485, II, do CPC (Art. 485. A sentena de mrito, transitada em julgado,

    pode ser rescindida quando: ... II - proferida por juiz impedido ou absolutamente

    incompetente). A respeito, os autores alegavam que o Ministro Gilmar Mendes, relator do RE

    367.460/DF, estaria impedido, pois teria atuado como Advogado-Geral da Unio em processos

    nos quais discutida idntica matria tratada na deciso rescidenda. No ponto, o Colegiado

    assentou que o impedimento, nos termos do art. 485, II, do CPC, pressupe que o magistrado

    tivesse contrariado as regras do art. 134 do CPC no processo em que atuasse. Assim, a

    circunstncia de o Ministro Gilmar Mendes ter funcionado como Advogado-Geral da Unio em

    processos distintos no causaria seu impedimento no RE 367.460/DF.

    AR 2274/DF, rel. Min. Crmen Lcia, 15.5.2014. (AR-2274). Inf. 746.

    10. Perda de mandato Deputado Estadual

    O Plenrio julgou procedente pedido formulado em ao direta, para declarar a

    inconstitucionalidade da expresso nos crimes apenados com recluso, atentatrios ao

    decoro parlamentar, contida no art. 16, VI, da Constituio do Estado de So Paulo,

    introduzido pela EC 18/2004 (Artigo 16 - Perder o mandato o Deputado: ... VI - que sofrer

    condenao criminal em sentena transitada em julgado, nos crimes apenados com recluso,

    atentatrios ao decoro parlamentar). O Tribunal asseverou que contrariaria a Constituio

    Federal jungir a atuao da Assembleia Legislativa, quanto perda de mandato de deputado

    estadual, no caso de condenao criminal, aos crimes apenados com recluso e atentatrios

    ao decoro parlamentar. Apontou que os princpios do 1 do art. 27 da CF ( 1 - Ser de

    quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta

    Constituio sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remunerao, perda de

    mandato, licena, impedimentos e incorporao s Foras Armadas) deveriam ser

    observados. Destacou que a limitao da Constituio paulista conflitaria com o que a

    Constituio Federal dispe relativamente a deputados federais.

    O relator acolheu a tese de que o art. 55, VI, da CF/88, segundo o qual ocorre a perda do

    mandato do parlamentar que sofrer condenao criminal em sentena transitada em julgado

    (independentemente da natureza do delito ou da pena imposta - recluso ou deteno)

  • norma de reproduo obrigatria nas constituies estaduais, e por isso os Estados no podem

    dispor de maneira diversa.

    ADI 3200/SP, rel. Min. Marco Aurlio, 22.5.2014. (ADI-3200). Inf. 747.

    11. Reclamao e MPE

    STF publica deciso monocrtica do Min. Celso de Mello (Rcl 15.028) que confirma a

    jurisprudncia atual do STF, no sentido de que "o Ministrio Pblico estadual, quando atua no

    desempenho de suas prerrogativas institucionais e no mbito de processos cuja natureza

    justifique a sua formal participao (quer como rgo agente, quer como rgo interveniente),

    dispe, ele prprio, de legitimidade para ajuizar reclamao, em sede originria, perante o

    Supremo Tribunal Federal". O Ministrio Pblico do Trabalho, no entanto, por pertencer ao

    MPU, no possui legitimidade para atuar perante do STF. Essa legitimidade privativa do PGR,

    que o chefe do MPU (Rcl 7318 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, j. em 23/05/2012;

    Rcl 6239 AgR-AgR, Rel. p/ Acrdo Min. Rosa Weber, Tribunal Pleno, j. em 23/05/2012).

    Rel. Ministro Celso de Mello, Rcl 15.028 (transcries). Inf. 748.