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RODADA DO SOCIETYDOMINGO, NA ASBAC

Edição Diária 7288 | Salvador, segunda-feira, 04.09.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

RETROCESSO

Papa Francisco defende sindicatos

Ataque frontal aos bancos públicos

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Em pouco mais de um ano de governo, Temer dá provas diárias de ser um gerentão do neoliberalismo. Só se preocupa em atender os interesses do grande capital. Uma das aberrações é o decreto, já suspenso, permitindo que mineradoras privadas fizessem exploração de área na amazônia, até então reservada à pesquisa estatal. O governo não mede esforços para atrair aventureiros para explorar recursos naturais. Página 4

O gerentão neoliberaltomaz silva - agência brasil

Depois de protestos e da pressão popular, Temer revoga decreto sobre fim da reserva da Amazônia

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 04.09.20172 MOVIMENTO SINDICAL

Entidades devem proteger empregados e desempregadosAnA bEATriz lEAlimprensa@bancariosbahia.org.br

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Os desafios apontados pelo papa Francisco

informativo do Sindicato dos bancários da bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Rafael Barreto - Reg. SRTE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

O PAPA Francisco, que tem adotado posições consideradas progressistas, falou, na Itália, sobre os desafios do movimen-to sindical. Para o Pontífice, as entidades devem inovar e pro-teger não só quem está inserido no mercado de trabalho, mas quem está fora, excluído. “O ca-pitalismo do nosso tempo não compreende o valor do sindica-to, porque esqueceu a natureza social da economia. Este é um dos maiores pecados”.

O Papa Francisco recebeu os delegados da Confedera-ção Italiana dos Sindicatos dos Trabalhadores (Cisl) e discur-

sou sobre o tema “Pela pessoa, pelo trabalho”. Para o religio-so, crianças e jovens devem es-tudar e os idosos deveriam re-ceber uma aposentadoria justa. “As aposentadorias de ouro são uma ofensa ao trabalho, assim como as de baixa renda, por-que fazem com que as desigual-dades do tempo de trabalho se tornem perenes”.

A declaração se encaixa per-feitamente na situação brasi-leira, em que o governo Temer tenta emplacar a reforma da Previdência, que aumenta a ida-de mínima para requerer a apo-sentadoria, inviabilizando o di-reito dos trabalhadores.

O papa definiu como “mío-pe” uma sociedade que obriga o idoso a trabalhar por muitos anos e uma inteira geração de jovens sem emprego. Para isso, é urgente um novo pacto social para o trabalho.

São mais de 13 milhões de desempregados. DemaisOS BRASILEIROS amargam uma crise política e econômica

sem hora para acabar. Especial-mente se depender do governo

de Michel Temer, que privile-gia os ricos em detrimento dos

mais pobres. De acordo com o IBGE, a

taxa de pessoas desemprega-das atingiu 12,8% no trimestre de maio a julho deste ano. São aproximadamente 13,3 milhões de brasileiros sem emprego. A estimativa subiu 2,5% em re-lação ao período de fevereiro à abril de 2016. Um aumento de 1,5 milhão de desocupados.

O índice de empregados sem carteira assinada também teve alta, de 4,6% comparado ao tri-mestre anterior. Os resultados comprovam a situação precária que vive milhares de trabalha-dores. Absurdo.

Santander negligencia saúde dos funcionáriosAPESAR do Santander Brasil ser responsável pelo faturamen-to de 26% do lucro mundial da organização, a direção é total-mente negligente com a saúde dos funcionários. Denúncias apontam que a empresa deixou de realizar o Sipat (Semana In-terna de Prevenção de Aciden-tes) de maneira presencial e adaptou para virtual.

O evento realiza atividades que visam conscientizar e pro-mover a segurança e qualidade

de vida do trabalhador, além da prevenção de acidentes e doen-ças. Palestras, treinamentos, avaliações médicas e atividades lúdicas fazem parte da progra-mação, geralmente focando em um tema definido previamente.

Na Bahia, o evento nem se-quer foi implementado. Ou seja, o Santander só foca nos grandes centros e ignora a Norma Re-guladora n°5, do Ministério do Trabalho, que estabelece a Sipat como evento obrigatório.

Houve aumento de

1,5 milhão de desocupados

no brasil, de maio a julho,

em relação ao trimestre

anterior

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 04.09.2017 3CAIXA

Governo inviabiliza o funcionamento do banco para justificar a privatização rAFAEl bArrETO imprensa@bancariosbahia.org.br

Fechar agências é acelerar o desmonte

MAIS uma vez, a Caixa des-cumpre o que fala. Apesar de garantir em negociação com os

empregados que não tinha a in-tenção imediata de fechar agên-cias, a direção da instituição

financeira faz justamente o con-trário e muitas já têm até data para deixar de prestar atendi-mento à população.

Em Salvador, as unidades de Campinas de Pirajá e Pari-pe, que prestam serviço à po-pulação mais carente, encer-ram as atividades até o fim de setembro. A extinção das agências, essenciais para bene-ficiários do Bolsa Família, vai superlotar ainda mais as uni-dades próximas que receberão a demanda, como é o caso da Caixa da Praça da Revolução, próxima a de Paripe.

Segundo a direção da em-presa, as agências não dão lu-cro, por isso vão fechar. Em todo o país, são cerca de 100. A justificativa não condiz nem um pouco com o papel que o banco público deve ter. A Cai-xa tem uma função social a cumprir: atender programas sociais, como o Bolsa Família e outros benefícios, a exemplo do seguro desemprego e o pa-gamento do PIS e FGTS.

Semana de reuniões para os financiários HOjE, às 10h, os finan-ciários entregam para a Fenacrefi (Federação In-terestadual das Institui-ções de Crédito), a carta de compromisso da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), em defesa do emprego e dos direitos tra-balhistas, ameaçados pelo governo Temer, redigida durante a Convenção dos Financiários de 2017.

Amanhã, a representa-ção dos trabalhadores se reúne, às 14h, com a dire-ção do Banco Pan, na sede da empresa, em São Paulo, para a negociação do PPR (Programa Próprio de Re-muneração).

Na quarta-feira, o PPR também será discutido. Desta vez, com o Banco Votorantin e com a BV Financeira, novamente em São Paulo.

Funcef tem decisão sobre reg/replan DEPOIS de muito postergar, a Funcef definiu o calendário do plano de equacionamento do Reg/Replan Saldado de 2015, que será implementado em setembro com descontos a partir do dia 20, referente à paridade contributiva. Para os Não Saldado, o equacio-namento inicia em outubro.

A porcentagem definida da contribuição extraordinária no caso do Saldado ficou fixada em 7,86% mensal no decorrer de 211 meses. No equacionamen-to de 2014 uma taxa de 2,78%, tem sido paga pelos participan-tes desde o ano passado.

Bradesco assina acordos aditivos hojeHOjE, o Bradesco assina acor-dos aditivos à Convenção Co-

letiva de Trabalho com os fun-cionários. Para a Bahia, serão

validados os acordos do Cipa Treinet e sobre o ponto eletrô-nico, aprovados em assembleia com a categoria.

No caso do Cipa Treinet, a negociação foi para que os tra-balhadores possam fazer os cursos dentro do horário da jornada de trabalho. O que fa-cilita a vida dos bancários que não precisarão usar o tempo livre para responder aos ques-tionários.

Já em relação ao ponto ele-trônico, haverá a atualização dos processos. Além destes, o Bradesco assina acordos tam-bém sobre Telebanco e Brades-co Financiamentos, mas sem sede na Bahia. Na Bahia, foram firmados acordos do Cipa Treinet e do ponto eletrônico

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 04.09.20174

SAQUE

RETROCESSO

Um desrespeito aos direitos humanos e à populaçãobÁrbArA AGUiArimprensa@bancariosbahia.org.br

A Amazônia ameaçada pelo governo Temer

APóS anunciar a liberação de 47 mil km² da Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associa-dos) para exploração, Temer despertou a indignação de toda a sociedade brasileira. A área era até então protegida por lei.

O ato é um ataque brutal e se configura no pacto do presi-dente com as mineradoras para fortalecer a pecuária, explo-ração de madeiras, minérios e dos bens comuns da Amazônia.

Temer não se preocupa com os impactos nas populações tra-dicionais, como agricultores familiares, indígenas, quilom-bolas, pescadores artesanais e ribeirinhos do local.

Sem contar o desdobramento no futuro da humanidade e nas áreas naturais do Brasil, como a contaminação das águas e da retirada das matas nativas. A 21ª Vara Federal, do Distrito Federal, determinou a suspen-são imediata de “todo e qual-quer ato administrativo” que busque extinguir a Reserva. Po-rém, a AGU (Advocacia-Geral da União) informou que vai re-correr ao Tribunal Regional Fe-deral da 1ª Região para suspen-der a liminar. Retrocesso.

Índios perdem terras. Um retrocesso inaceitável O PRESIDENTE Michel Temer não tem respeito aos povos in-dígenas. Um grande exemplo ocorre na reserva do Pico do Jaraguá, em São Paulo. Sem qualquer justificativa plausível, o governo alegou erro adminis-trativo e reduziu, em Portaria 683, os 521 hectares das terras indígenas para apenas três.

As terras foram reconhecidas em 2015 pelo governo Dilma Rousseff. A atitude causou re-

volta nos índios, que realizaram manifestações na capital paulis-ta, inclusive em frente à casa do presidente.

Ao invés de valorizar a cultu-ra e a natureza brasileiras, Mi-chel Temer, aliado às elites, só enxerga nas terras indígenas a possibilidade de entregar ain-da mais o país. Enquanto isso, a comunidade sofre com peque-nos hectares, despejo e muita violência física e moral.

SALVAMENTO Nos bastidores do poder, o que mais se fala é a existência de um plano para esvaziar totalmente a segunda de-núncia da Procuradoria Geral da República contra Temer e ga-rantir a conclusão do mandato presidencial. Tudo que o grande capital financeiro internacional quer, para concluir a efetivação da agenda neoliberal. Muita gente poderosa no esquemão.

VERGONHA Enquanto Sérgio Moro condena Lula sem apre-sentar nenhuma prova, os três pedidos de prisão do senador Aé-cio Neves (PSDB-MG), feitos pela Procuradoria Geral da Repú-blica, permanecem engavetados no Supremo Tribunal Federal. Tudo parado no gabinete do ministro Marco Aurélio Mello, o mesmo que devolveu, em decisão monocrática, o mandato do tucano, suspenso depois de ele ter sido flagrado em crimes de obstrução da Justiça, extorsão, cobrança de propina e plano para assassinato. Rigor para uns, impunidade para outros.

DESMORALIZAÇÃO A declaração do advogado australia-no Geoffrey Robertson, encarregado da defesa de Lula na ONU (Organização das Nações Unidas), dá uma pequena demonstra-ção da desmoralização do Judiciário brasileiro em nível interna-cional. “Moro e os colegas estão dizendo que ainda há recursos para Lula na Justiça. Nós estamos alegando que não há mais recursos aqui porque a Justiça do Brasil é totalmente parcial. Portanto, temos de ir às instâncias internacionais, onde há uma Justiça verdadeira”.

INESCRUPULOSOS Duro julgador no processo do mensalão, considerado a porta de entrada para o golpe jurídico-parlamentar-midiático que aconteceu quase 10 anos depois, pré-candidato à presidência da República, o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, tem atirado com arma de grosso calibre contra Temer e o governo. "O Brasil foi sequestrado por um bando de políticos inescrupulosos que reduziram as instituições a frangalhos”. Disse ainda que o país se transformou em “vergonha planetária”.

DESEDUCAÇÃO Só notícia ruim no Brasil pós golpe. Na educação, sob o comando do ultraconservador Mendonça Filho (DEM-PE), não poderia ser diferente. Depois de 25 anos, o Brasil registra redução no número de estudantes matriculados em ins-tituições privadas do ensino superior. Isso por causa do corte de 7,95% no Fies. O total de alunos atendidos caiu de 1,332 milhão para 1,226 milhão. Retrocesso em um setor estratégico.

País sofre com os

retrocessos ambientais

liderados por Temer e pela

bancada ruralista. As

medidas equivocadas

têm repercussão internacional

Manifestantes protestaram contra anulação da demarcação de terras

midia ninja