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RAIO X

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SUMÁRIO

DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................................................4

DIREITO AMBIENTAL ........................................................................................................... 48

DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL .................................................................................. 68

DIREITO CIVIL .......................................................................................................................... 91

DIREITO DO CONSUMIDOR .............................................................................................168

DIREITO PROCESSUAL CIVIL ............................................................................................190

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................................................. 263

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RAIO-X – RETA FINAL DPE/BA

BLOCO I

DIREITO CONSTITUCIONAL1

PONTO 1: - 1. Direito Constitucional: conceito e objeto, origem, formação, conteúdo, fontes, métodos de trabalho. 2. Constituição: tipologia, classificação, concepções, legitimidade, pauta normativa e pauta axiológica. A supremacia da Constituição. A força normativa da Constituição

4. Do Sistema Constitucional: a Constituição como um sistema de normas. Os valores na Constituição. Dos preceitos fundamentais. Fins e funções do Estado. 5. Princípios fundamentais da República Federativa do Brasil: fundamentos, objetivos e princípios. 6. A constitucionalização simbólica: a constitucionalização, texto constitucional e realidade constitucional. Efetividade das normas constitucionais. 7. Normas constitucionais: natureza, classificação, lacunas na Constituição, espécies e características, princípios jurídicos e regras de direito. Aplicabilidade e Eficácia das normas constitucionais e tutela das situações subjetivas. 8. Hermenêutica e interpretação constitucional. Métodos e conceitos aplicados à interpretação. Teorias da interpretação constitucional. Princípios de interpretação especificamente constitucionais. A sociedade aberta dos intérpretes da Constituição. Criação judicial do Direito. “Juízes legisladores”? Jurisdição constitucional e consequências da interpretação. 9. Constitucionalismo e neoconstitucionalismo. 9. Constitucionalismo e neoconstitucionalismo. 10. Teoria da justiça constitucional: a) O guardião da Constituição; b) Conceitos de justiça constitucional, jurisdição constitucional e Tribunal Constitucional; c) Legitimidade e limites do Tribunal Constitucional; d) Funções e morfologia do Tribunal Constitucional; e) Relação entre os poderes na justiça constitucional.

Pessoal, apesar de a nossa banca ser FCC (por isso LEI SECAAAAAAAA + principais julgados na veia), alguns assuntos do nosso edital merecem uma “atençãozinha doutrinária”. É o caso dessa parte inicial de constitucional, pois o que costuma ser cobrado aqui não tem na lei! São classificações doutrinárias, conceitos, definições.

Agrupei aqui também outros assuntos que merecem uma leitura do nosso material de base: a parte prin-cipiológica, o processo de constitucionalização, a teoria da norma constitucional e os métodos de interpretação.

No restante da matéria, nós vamos usar muito mais a lei seca, os principais julgados e as súmulas como guia, mas isso é conversa para daqui a pouco.

1 Por ISABELA BACELAR

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Nada de desespero! Sei que parece muuuuita coisa, mas com uma lida na FUC de constitucional ou do seu material próprio, nessa parte introdutória + essas dicas aqui, a gente vai arrasar.

Bora lá então ver o que a gente não pode deixar de ler para gabaritar a prova nesses ponto?

#RAPIDINHAS: 10 COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

1. Aqui a FCC já cobrou algumas vezes aquela decoreba de classificação da Constituição. Quanto a isso, vamos #COLARNARETINA os principais critérios de classificação cobrados nas provas:

QUANTO AO CONTEÚDO: SENTIDO MATERIAL: normas materialmente constitucionais são aquelas que contém as normas fundamentais e estruturais do Estado, a organização de seus órgãos, os direitos e garantias funda-mentais. SENTIDO FORMAL: o critério é o processo de sua formação, e não o conteúdo das normas, o que quer dizer que qualquer regra contida na Constituição terá “caráter constitucional”.

QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO: DOGMÁTICAS: dogmas estruturais e fundamentais do Estado – par-tem de teorias preconcebidas, sistemas prévios, ideologias bem declaradas, dogmas políticos – são sempre es-critas! HISTÓRICAS: construídas através de lento e contínuo processo de formação ao longo do tempo, reunindo a histórias e as tradições de um povo.

QUANTO À FORMA: ESCRITA (instrumental): conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único documento, estabelecendo as normas fundamentais de um Estado; ou COSTUMEIRA (não escrita ou consuetu-dinária): não traz regras em um único texto solene e codificado – é formada por textos esparsos.

QUANTO À ESTABILIDADE/ALTERABILIDADE/MUTABILIDADE/CONSISTÊNCIA: RÍGIDAS: exigem processo mais árduo/dificultoso para sua alteração quando comparados com o processo legislativo infraconstitucional; FLEXÍVEIS (OU PLÁSTICAS): não possuem esse processo de alteração mais dificultoso, processo de alteração constitucional é o mesmo do infraconstitucional; SEMIRRÍGIDAS (OU SEMIFLEXÍVEIS): algumas matérias exigem processo de alteração mais dificultoso e outras não; FIXAS (OU SILENCIOSAS): somente podem ser modificadas por um poder de competência igual ao que as criou, ou seja, o poder constituinte originário, TRANSITORIA-MENTE FLEXÍVEIS (Bulos – pode haver reforma pelo mesmo rito que o comum, mas somente por um período determinado de tempo, após, passa a ser rígido; IMUTÁVEIS (PERMANENTES OU GRANÍTICAS): inalteráveis, verdadeiras relíquias históricas; SUPER-RÍGIDAS (Alexandre de Moraes): além de possuir um processo legislativo diferenciado para alteração de suas normas (rígida), excepcionalmente, para algumas matérias apresentam-se como imutáveis.

QUANTO À SISTEMÁTICA: REDUZIDAS OU CODIFICADAS (UNITÁRIAS): se materializam em um só texto, um código básico e sistemático ou LEGAIS (ou VARIADAS): vários textos e documentos esparsos.

QUANTO À ORIGEM: OUTORGADA: imposta de maneira unilateral pelo agente revolucionário que não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele atuar. No Brasil: 1824, 1937, 1967 e EC 1/69 (para alguns autores). Também são denominadas de CARTAS CONSTITUCIONAIS. PROMULGADA: também denominada de democrá-tica, votada ou popular, é aquela que é fruto de uma Assembléia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo para, em nome dele, atuar legitimamente. No Brasil: 1891, 1946 e 1988. CESARISTAS (OU BONAPARTISTAS):

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formada por um plebiscito popular (ou por referendo) sobre um projeto elaborado por um imperador/ditador. Nesse caso, a participação popular não é democrática, visando apenas ratificar a vontade do detentor de poder. PACTUADA: exprime compromisso instável entre duas forças políticas rivais, a realeza absoluta debilitada de uma parte e a nobreza e a burguesia em franco progresso doutra (Bonavides).

QUANTO À EXTENSÃO: SINTÉTICAS (concisas): enxutas, veiculadoras apenas dos princípios estruturais e funda-mentais do Estado. Não descem a minúcias por isso tendem a ser mais duradouras; ou ANALÍTICAS (extensas/prolixas): abordam todos os assuntos que os representantes do povo entenderem fundamentais – descem a minúcias, estabelecendo regras que deveriam estar em leis infraconstitucionais.

QUANTO À IDEOLOGIA/DOGMÁTICA: ORTODOXA: formada por uma só ideologia ou ECLÉTICA: formada por ideologias conciliatórias.

QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE/CRITÉRIO ANTOLÓGICO (KARL LOEWEINSTEIN): NORMATIVAS: a pretendida limitação de poder se implementa na prática, havendo correspondência com a realidade, NOMINALISTAS (NOMINATIVAS OU NOMINAIS): contêm disposições de limitação e controle de do-minação política sem ressonância na sistemática de processo real de poder, e com insuficiente concretização constitucional ou SEMÂNTICAS: simples reflexos da realidade política, servindo como mero instrumento dos donos do poder e das elites políticas.

QUANTO AO SISTEMA: PRINCIPIOLÓGICA: predominam os princípios ou PRECEITUAL: prevalecem as regras.

QUANTO À ORIGEM DE SUA DECRETAÇÃO: HETERÔNOMAS: Constituições que são decretadas de fora do Estado por outro Estado ou organização internacional ou AUTÔNOMAS: elaboradas dentro do próprio Estado que irão reger.

#SELIGA

- CONSTITUIÇÃO GARANTIA: busca garantir a liberdade, limitando o poder;

- CONSTITUIÇÃO BALANÇO: degrau de evolução socialista;

- CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE: estabelece um projeto de Estado

- CONSTITUIÇÕES EXPANSIVAS: ampliação conferida a temas permanentes, como no caso da CF/88 em rela-ção aos direitos e garantias fundamentais.

#NÃOESQUECER Que a CF/88, para a maioria da doutrina, é: PROMULGADA, ESCRITA, ANALÍTICA, FORMAL, DOGMÁTICA, RÍGIDA, REDUZIDA (UNITÁRIA), ECLÉTICA, NORMATIVA (pretende ser), PRINCIPIOLÓGICA, AUTÔ-NOMA, GARANTIA e DIRIGENTE e EXPANSIVA.

#COMOJÁCAIU:

(FCC - 2015 - DPE-MA - Defensor Público) As Constituições que se apresentam em textos esparsos, fragmenta-das em vários instrumentos normativos, são:

A) as Constituições balanço.

B) incompatíveis com o modelo de bloco de constitucionalidade.

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C) as Constituições heterônomas.

D) as Constituições semirrígidas.

E) as Constituições legais ou inorgânicas.

GABARITO: E.

2. Outro ponto que a FCC já cobrou bastante em provas diz respeito aos elementos da Constituição. São eles:

- ELEMENTOS ORGÂNICOS: normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. Exemplos na CF/88 : Da Organização do Estado, Da Organização dos Poderes e do Sistema de Governo, Das Forças Armadas e da Se-gurança Pública, da Tributação e do Orçamento.

- ELEMENTOS LIMITATIVOS: normas que compõem o elenco dos direitos e garantias fundamentais, limitando a atuação dos poderes estatais. Ex: direitos individuais e suas garantias, direitos de nacionalidade e direitos po-líticos.

- ELEMENTOS SÓCIO-IDEOLÓGICOS: compromisso da Constituição entre o Estado individualista e o Estado Social, intervencionista. Ex: Dos Direitos Sociais, Da Ordem Econômica e Financeira, Da Ordem Social.

- ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL: normas constitucionais destinadas a assegurar a so-lução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas. Ex: ADI, Emendas à CF, intervenção, estado de defesa e de sítio.

- ELEMENTOS FORMAIS DE APLICABILIDADE: normas que estabelecem regras de aplicação das Constitui-ções. Ex: preâmbulo, disposições constitucionais transitórias, art 5º, §1º, quando estabelece que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

3. Outro tema que a nossa banca gosta de cobrar dentro desses assuntos mais “doutrinários” é o que trata dos métodos de interpretação da nova hermenêutica constitucional. Aqui, precisamos lembrar:

- MÉTODO JURÍDICO (hermenêutico clássico): Considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo ser interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos literal (textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e genético.

- MÉTODO TÓPICO- PROBLEMÁTICO: Criado por Theodor Viehweg, neste método, há prevalência do pro-blema sobre a norma, ou seja, busca-se solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma constitucional. Este método parte das premissas seguintes: a interpretação constitucional tem caráter prático, pois busca resolver problemas concretos e a norma constitucional é aberta, de significado indeterminado (por isso, deve-se dar preferência à discussão do problema).

- MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR: Criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Cons-tituição inicia-se pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete, a quem cabe aplicar a norma para a resolução de uma situação concreta. Valoriza a atividade interpretativa e as circunstâncias nas quais esta se de-senvolve, promovendo uma relação entre texto e contexto, transformando a interpretação em “movimento de ir e vir” (círculo hermenêutico). O método hermenêutico-concretizador diferencia-se do método tópico-problemá-

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tico porque enquanto este pressupõe a primazia do problema sobre a norma, aquele se baseia na prevalência do texto constitucional sobre o problema.

- MÉTODO INTEGRATIVO OU CIENTÍFICO-ESPIRITUAL: Preconizado por Rudolf Smend, a interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema de valores subjacentes ao texto constitucional. A Constituição deve ser interpretada como um todo, dentro da realidade do Estado.

- MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE: Considera que a norma jurídica é diferente do texto normativo: esta é mais ampla que aquele, pois resulta não só da atividade legislativa, mas igualmente da jurisdicional e da administrativa. Assim, para se interpretar a norma, deve-se utilizar tanto seu texto quanto a verificação de como se dá sua aplicação à realidade social (contexto). A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto.

#COMOJÁCAIU: FCC - 2015 - DPE-SP - Defensor Público:

I. Segundo Mauro Cappelletti, as atividades legislativa e jurisdicional constituem processos de criação do di-reito, porém o legislador se depara com limites substanciais menos frequentes e menos precisos. Portan-to, do ponto de vista substancial, a única diferença entre essas atividades não é de natureza, mas de grau. II. No processo de concretização das normas constitucionais de Konrad Hesse, a tópica é pura, ou seja, o in-térprete só pode utilizar na tarefa de concretização aqueles pontos de vista relacionados ao problema. Ao mesmo tempo, o intérprete está obrigado a incluir na interação do ciclo hermenêutico, composto pelo progra-ma normativo (análise dos elementos linguísticos) e pelo âmbito normativo (análise da realidade concreta), os elementos de concretização que lhe ministram a norma constitucional e as diretrizes contidas na Constituição. III. Nos casos difíceis, a ideia de Dworkin é a limitação da discricionariedade do juiz, impondo-lhe o dever de decidir conforme as exigências morais da comunidade, evitando a arbitrariedade interpretativa do jusrealismo. O juiz é obri-gado a se separar do preceito legal quando estiver em contradição com o sentimento moral da maioria. Os princípios são criados para substituir o ingênuo silogismo e afastar a arbitrariedade, atendendo às exigências da comunidade. IV. As consequências práticas das decisões remetem ao pragmatismo norte-americano, em que a jus-tiça é medida pelas consequências, e não pelo direito. A grande vantagem é a percepção de que determinada interpretação pode gerar resultados indesejáveis na prática. Entretanto, a extre-ma flexibilização do direito e o antiformalismo do pragmatismo conduzem à insegurança jurídica. V. O originalismo norte-americano consagra a living Constitution, ou seja, a abertura das normas constitucionais à realidade e às mutações da sociedade para a contínua evolução do texto constitucional.

R = I, III e IV estão corretas.

4. Os princípios que norteiam a interpretação constitucional também merecem a nossa leitura nessa reta final. Vamos ver quais são eles e os seus principais objetivos:

- PRINCÍPIO DA UNIDADE: Esse princípio determina que o texto da Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições entre suas normas ou entre os princípios constitucionais. Assim, não há contradição verdadeira entre as normas constitucionais: o conflito entre estas é apenas aparente. Ou, em outras palavras, não há antinomias reais no texto da Constituição; as antinomias são apenas aparentes. Segundo esse princípio, na interpretação deve-se considerar a Constituição como um todo, e não se interpretarem as normas de maneira isolada.

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- EFEITO INTEGRADOR: Integração política e social, produzindo um efeito criador e conservador dessa unida-de. Integração comunitária.

- CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO: Esse princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros. É geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos fundamentais.

- CONVIVÊNCIA DAS LIBERDADES OU DA RELATIVIDADE: Não existem direitos absolutos. Relatividade. Restrição da liberdade.

- FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: Preferência a soluções concretizadoras de suas normas. Evitar interpretações conflitantes (enfraquece).

- MÁXIMA EFETIVIDADE: Com vistas à realização concreta de sua função social. Maior efetividade possível dos direitos fundamentais.

- JUSTEZA OU CONFORMIDADE FUNCIONAL: Não permitir resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório funcional e a repartição de competências constitucional.

- PROIBIÇÃO DO RETROCESSO (também chamado de efeito cliquet, cláusula de não entrincheiramento, proi-bição de regresso ou vedação a evolução reacionária). Impõe que o núcleo essencial dos direitos sociais já rea-lizado e efetivado deve ser considerado como constitucionalmente garantido, sendo inconstitucionais quaisquer medidas que, sem a criação de outros esquemas alternativos ou compensatórios, o anulem ou o aniquilem.

#COMOJÁCAIU: A FCC já considerou correta a seguinte assertiva, no certame para Defensor Público do RS: No Direito Constitucional brasileiro fala-se de uma certa relatividade dos direitos e garantias individuais e coletivos, bem como da possibilidade de haver conflito entre dois ou mais deles, oportunidade em que o intérprete de-verá se utilizar do princípio da concordância prática ou da harmonização para coordenar e combinar os bens tutelados, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros, sempre visando ao verdadeiro significado do texto constitucional.

#COMOJÁCAIU2: FCC - 2018 - DPE-AM - Defensor Público:

Considere os seguintes excertos extraídos de votos proferidos em acórdãos de lavra do Supremo Tribunal Fede-ral, acerca de princípios de hermenêutica constitucional:

I. Em consequência desse princípio, o Estado, após haver reconhecido os direitos prestacionais, assume o dever não só de torná-los efetivos, mas, também, se obriga, sob pena de transgressão ao texto constitucional, a pre-servá-los, abstendo-se de frustrar – mediante supressão total ou parcial – os direitos sociais já concretizados.

II. É preciso (...) buscar uma harmonização entre princípios em tensão, de modo a evitar o sacrifício de um em relação ao outro.

III. Essa tese − a de que há hierarquia entre normas constitucionais originárias dando azo à declaração de in-constitucionalidade de umas em face de outras – se me afigura incompossível com o sistema de Constituição rígida (...). Na atual Carta Magna ‘compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constitui-ção’ (artigo 102, ‘caput’), o que implica dizer que essa jurisdição lhe é atribuída para impedir que se desrespeite a Constituição como um todo, e não para, com relação a ela, exercer o papel de fiscal do Poder Constituinte

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originário, a fim de verificar se este teria, ou não, violado os princípios de direito suprapositivo que ele próprio havia incluído no texto da mesma Constituição.

Os excertos acima transcritos referem-se, respectivamente, aos princípios da: unidade da Constituição; concor-dância prática; máxima efetividade.

#COMOJÁCAIU3: FCC - 2017 - DPE-SC - Defensor Público Substituto:

No âmbito da interpretação constitucional, considere:

I. Os postulados normativos não se confundem com os princípios e as regras, sendo qualificados como metanor-mas ou normas de segundo grau voltadas a estabelecer critérios para a aplicação de outras normas.

II. A mutação constitucional caracteriza-se, entre outros aspectos, pela alteração do significado de determinada norma da Constituição sem que tenha ocorrido qualquer modificação do seu texto.

III. O princípio da concordância prática objetiva, diante da hipótese de colisão entre direitos fundamentais, impe-dir o sacrifício total de um em relação ao outro, estabelecendo limites à restrição imposta ao direito fundamental subjugado, por meio, por exemplo, da proteção do núcleo essencial.

IV. O princípio da unidade da Constituição determina que a norma constitucional deva ser interpretada à luz de todo o sistema constitucional vigente, ou seja, na sua globalidade e de forma sistemática.

R = TODAS AS ASSERTIVAS ESTÃO CORRETAS.

#ALERTATEMAQUENTE! Não deixem de revisar esses princípios 😊

5. Precisamos ir para a prova sabendo, também, a clássica classificação de José Afonso da Silva acerca das normas constitucionais de eficácia PLENA, CONTIDA e LIMITADA. Bora:

- NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA: APLICABILIDADE DIRETA, IMEDIATA E INTEGRAL. No momento de entrada em vigor, estão aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa constitucional. Situam-se predominantemente entre os elementos orgânicos da Constituição (geral-mente criam órgãos ou atribuem competências ao entes federativos). ATENÇÃO para os exemplos na CF/88: artigos: 2º; 5º, III; 14, §2º; 16; 17,§4º; 19; 20; 21; 22; 24; 28, caput; 30; 37, III; 44, parágrafo único; 45, caput; 46, §1º; 51;52;60 §3º; 69; 70; 76; 145, §2; 155; 156; 201, §§ 5º e 6º. #MAPEIANOVADE

- NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA CONTIDA: APLICABILIDADE DIRETA E IMEDIATA, MAS POS-SIVELMENTE NÃO INTEGRAL. Embora estejam aptas a produzir todos os seus efeitos quando de sua entrada e vigor, poderá haver redução de sua abrangência, não apenas por lei infraconstitucional, mas também por normas da própria constituição. Enquanto não materializado o fator de restrição, a norma tem eficácia plena. Ex: art. 5º, incisos: XIII, VII, VIII, XV, XXIV, XXV, XXVII e XXXIII; arts. 15, IV; 37, I; 170, parágrafo único, dentre outros.

- NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA: APLICABILIDADE INDIRETA, MEDIATA E REDU-ZIDA – APLICABILIDADE DIFERIDA. No momento que entram em vigor não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei infraconstitucional, ou até mesmo de integração por meio de emenda constitucional. #MASPERAÊ: Isso quer dizer que as normas de eficácia limitada não tem eficácia nenhuma en-

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quanto não sobrevém a norma integradora? NÃO! Elas já possuem, desde o seu nascedouro, eficácia jurídica imediata, direta e vinculante, já que estabelecem: um dever para o legislador ordinário + condicionam a legis-lação futura, com a consequência de serem inconstitucionais as leis ou atos que as ferirem + informam a con-cepção do Estado e da sociedade e inspiram sua ordenação mediante atribuição de fins sociais e proteção dos valores + são vetores de interpretação teleológica + condicionam a atividade discricionária da Administração e do Judiciário + criam situações jurídicas.

#ATENÇÃO para a classificação das normas constitucionais de eficácia limitada em NORMAS DE PRINCÍPIO INSTITUTIVO (OU ORGANIZATIVO) – contém esquemas gerais/iniciais de estruturação de órgãos ou entidades. Ex: arts. 18, §2º; 22, parágrafo único; 25, §3º; 33, 37, VII, etc. e NORMAS DE PRINCÍPIO PROGRAMÁTICO – vei-culam programas a serem implementados pelo Estado, visando à realização de fins sociais. Ex: art 6º - direito à alimentação; art. 196 – direito à saúde; art. 227 – proteção da criança, etc.

#COMOJÁCAIU

Utilizando-se a classificação de José Afonso da Silva no tocante a eficácia e aplicabilidade das normas constitu-cionais, a norma constitucional inserida no artigo 5º, XII: “é inviolável o sigilo de correspondência e das comu-nicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”, pode ser classificada como norma

A)de eficácia contida, isto é, de aplicabilidade direta, imediata, porém não integral, ou seja, a lei infraconstitucio-nal poderá restringir sua eficácia em determinadas hipóteses.

B)com eficácia relativa restringível, isto é, o sigilo pode ser limitado em hipóteses previstas em regramento infra-constitucional.

C)de eficácia relativa complementável ou dependente de complementação legislativa, isto é, depende de lei complementar ou ordinária para se garantir o sigilo das comunicações.

D)de eficácia plena, isto é, de aplicabilidade direta, imediata e integral, não havendo necessidade de lei infra-constitucional para resguardar o sigilo das comunicações.

E)de eficácia limitada, isto é, de aplicabilidade indireta, mediata e não integral, ou seja, o sigilo somente poderá ser garantido após a integração legislativa infraconstitucional.

R = A.

6. Em relação ao fenômeno do neoconstitucionalismo, vamos ver alguns pontos que já foram cobrados em prova:

- CONSTITUCIONALISMO MODERNO: hierarquia entre as normas + limitação do Poder x NEOCONSTITUCIO-NALISMO: hierarquia entre normas não apenas formal, mas também axiológica – valor + concretização dos direitos fundamentais.

- PALAVRAS-CHAVE DO NEOCONSTITUCIONALISMO: Constituição como centro do sistema; norma jurídica – imperatividade e superioridade da Constituição; carga valorativa – axiológica – da dignidade da pessoa humana

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e direitos fundamentais; eficácia irradiante em relação aos Poderes e mesmo aos particulares; concretização dos valores constitucionalizados e garantia de condições mínimas.

- MARCOS FUNDAMENTAIS DO NEOCONSTITUCIONALISMO: HISTÓRICO – Estado Constitucional de Direito + documentos a partir da 2ª Guerra Mundial + Redemocratização; FILOSÓFICO – Pós-positivismo + Direitos Fundamentais + Direito-Ética; TEÓRICO – Força normativa (Hesse) + Supremacia da Constituição (constituciona-lização dos direitos fundamentais) + nova dogmática da interpretação da constitucional.

- Com o surgimento do Neoconstitucionalismo e o reconhecimento da força normativa da Constituição, a Cons-tituição passa a ser vista efetivamente como o centro gravitacional do Direito (centralidade efetiva da Constitui-ção), surgindo, assim, novos métodos de interpretação. Essa mudança de centralidade, em que o Código Civil deixa de ser o centro do direito, que passa ser ocupado pela Constituição, é uma mudança de um Estado Legal de Direito (Estado legicêntrico – com o centro na lei) para um Estado Constitucional de Direito.

- Luís Roberto Barroso afirma que o Neoconstitucionalismo tem algumas características principais, dentre elas está o “reconhecimento da força normativa da Constituição”. Ou seja, que ela tem o poder de gerar os seus efeitos e de dar forma à realidade. Assim, a Constituição se impõe, gerando resultados. É uma Constituição efetiva.

- Sobre as fases do constitucionalismo:

1. Constitucionalismo Liberal. É o início do constitucionalismo moderno, no final do século XVIII e início do sé-culo XIX. É marcado pelas Constituições americana e francesa. Como o nome indica, a tônica são as liberdades individuais.

2.Constitucionalismo Social. Tem início no final do século XIX, e acontece especialmente no século XX, se apro-fundando até um pouco depois da 2ª Guerra Mundial. Enfatiza-se a ideia de igualdade. Ex.: Constituição Mexi-cana de 1917, seguida pela Constituição de Weimar, na Alemanha - 1919.

#COMOJÁCAIU: FCC - 2016 - DPE-ES - Defensor Público

Em relação ao fenômeno da “constitucionalização” do Direito, impactando as diversas disciplinas jurídicas, como, por exemplo, o Direito Civil, o Direito Processual Civil, o Direito Penal etc., e a força normativa da Consti-tuição, considere: I. A nova ordem constitucional inaugurada em 1988 tratou de consolidar a força normativa e a supremacia da Constituição, muito embora mantida a centralidade normativo-axiológica do Código Civil no ordenamento jurí-dico brasileiro. II. Em que pese parte da doutrina atribuir força normativa à Constituição, ainda predomina, sobretudo na juris-prudência do Supremo Tribunal Federal, o entendimento de que a norma constitucional possui natureza ape-nas programática. III. No âmbito do Direito Privado, a eficácia entre particulares (ou vertical) dos direitos fundamentais é um exemplo significativo da força normativa da Constituição e da “constitucionalização” do Direito Civil. IV. Não obstante a força normativa da Constituição e o novo rol de direitos fundamentais consagrado pela Constituição Federal de 1988, o ordenamento jurídico brasileiro ainda se encontra assentado normativamente em um paradigma ou tradição liberal-individualista.

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V. A “despatrimonialização” do Direito Civil, conforme sustentada por parte da doutrina, é reflexo da centralida-de que o princípio da dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais passam a ocupar no âmbito do Direito Privado, notadamente após a Constituição Federal de 1988.

R = V.

#COMOJÁCAIU2: FCC - 2012 - DPE-PR - Defensor Público

O constitucionalismo fez surgir as Constituições modernas que se caracterizam pela adoção de

A)rol de direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais e regime presidencialista de governo.

B)pactos de poder entre soberanos e súditos que garantem àqueles privilégios, poderes e prerrogativas sem a contrapartida de deveres e responsabilidades exigíveis por estes.

C)princípio do governo limitado pelas leis, separação de poderes e proteção de direitos e garantias fundamen-tais.

D)controle de constitucionalidade difuso das normas realizado por qualquer membro do Poder Judiciário.

E) Cartas constitucionais escritas, formais, dogmáticas, dirigentes, analítica e outorgadas.

R = C.

7. Atenção para o processo de mutação constitucional! A MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL constitui processo informal de alteração da Constituição, sem atingir diretamente o seu texto, em razão de modificações ocorridas no quadro fático ou em razão de modificações ocorridas no quadro de valores compartilhados pela sociedade. Pressupõe uma dissociação entre norma e texto.

#SELIGA A mutação constitucional é tida como manifestação do Poder Constituinte Difuso. Limites da mutação constitucional: porque devem ser preservadas a força normativa da Constituição e a sua rigidez, a mutação deve respeitar o próprio texto constitucional (não pode haver alterações que contradigam o texto, devendo ser pin-çadas as possibilidades interpretativas que estão dentro de uma moldura conferida pelo próprio texto). #ATEN-ÇÃO A alteração do TEXTO se dá mediante a edição de emendas, com todo o processo formal que vocês já conhecem. Além disso, a mutação deve respeitar também o sistema constitucional como um todo, observando as escolhas fundamentais feitas pelo constituinte (não pode, por exemplo, resultar em um desrespeito ao sentido mínimo das cláusulas pétreas).

8. Em relação à sociedade aberta dos intérpretes da Constituição, precisamos saber que, para Peter Häberle, a Constituição deve corresponder ao resultado, temporário e historicamente condicionado, de um processo de interpretação levado adiante na esfera pública por parte dos cidadãos.

#PALAVRAS-CHAVE:

- A interpretação constitucional é feita pela e para a sociedade aberta;

- Representa sociedade pluralista;

- Intérpretes jurídicos convivem com os intérpretes da sociedade aberta e pluralista – órgãos estatais, potências públicas, cidadãos, grupos

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- Sistema público e opinião pública;

- Participantes materiais do processo social;

- “Constituição e realidade constitucional” – incorporação das ciências sociais, teorias jurídico-funcionais e méto-dos de interpretação voltados para o atendimento do interesse público e do bem-estar geral;

- Subsistência da jurisdição constitucional – juízes e tribunais, normalmente a última palavra na interpretação;

- Direito de participação democrática;

- Democratização da interpretação constitucional;

- Intérpretes constitucionais em sentido lato (amplo);

- Maior legitimidade das decisões jurisdicionais em razão da pluralização do debate.

9. Atenção para o termo “constitucionalização simbólica” de Marcelo Neves: o autor salienta a função simbólica da atividade legiferante e de seu produto, a lei, sobretudo em detrimento da função jurídico-instru-mental. Hipertrofia da legislação simbólica, que apenas serve para confirmar valores sociais através de uma “vi-tória legislativa”, sendo secundária a eficácia normativa da lei. Ademais, a legislação simbólica possui o intuito de demonstrar a capacidade de ação do Estado no tocante à solução dos problemas sociais, para que os cidadãos “confiem” mais no sistema (legislação-álibi). Há, dentro desse fenômeno, um adiamento de soluções de conflitos sociais através de compromissos dilatórios.

#3tipos ATENÇÃO PARA A CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA:

- FÓRMULA DO COMPROMISSO DILATÓRIO: aqui a legislação surge em circunstâncias políticas, nas quais as partes envolvidas aprovam uma lei que sabidamente não resolveria o conflito, isto é, sabidamente ineficaz. Para Bernardo Gonçalves, com isso temos que as condições não admitiam a força normativa da lei, mas mesmo as-sim ela é aprovada, porém não advém dela um significado prático para a realidade jurídico-social e a solução é inegavelmente transferida para o futuro.

- CONFIRMAÇÃO DE VALORES SOCIAIS DE UM GRUPO: neste caso, um grupo quer deixar claro que seus valores são mais importantes que os de outros grupos sociais. Esses valores vão funcionar como elementos influencia-dores da atividade legiferante.

CONSTITUIÇÃO ÁLIBI: Ocorre quando o Estado age para acalmar, em situações de grande comoção pública, por exemplo, e assim o faz editando leis. Temos, pois, um tranquilizador, mas na verdade, sem qualquer efeito prático.

PONTO 2: 3. Poder constituinte: a) Perspectivas históricas; b) Poder Constituinte Originário: caracterização, função, finalidade, atributos, natureza; c) Espécies de Poder Constituinte Derivado: atuação e limitações; d) “Poder Constituinte Supranacional”.

Aqui, temos mais um dos poucos assuntos em que a FCC pode cobrar uma perspectiva mais doutrinária, abrangendo características e classificações, mas nada muito profundo e complexo.

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O que não podemos deixar de saber sobre poder constituinte? Vamos ver juntos:

1. O poder constituinte originário é um poder de fato (inicial), ilimitado (não possui limitação material), incon-dicionado (não possui limitação formal).

#ATENÇÃO: Os jusnaturalistas afirmam que o direito natural é um limitador ao poder constituinte originário, de certa forma mitigando sua ilimitação. De outra ponta, segundo a corrente positivista, só existe direito posto pelo Estado. O poder constituinte é anterior e se encontra acima de toda e qualquer norma jurídica, devendo ser considerado um PODER POLÍTICO, ILIMITADO DO PONTO DE VISTA JURÍDICO – corrente majoritária no Brasil.

O Poder Constituinte Originário é aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica precedente. Tem como objetivo criar um novo Estado, possuindo como características: inicial (inaugura nova ordem jurídica), autônomo, ilimitado juridicamente, incondicionado e soberano na tomada de decisões.

#ATENÇÃO A norma introduzida na Constituição pelo poder constituinte originário será sempre constitucional. #CUIDADO As Emendas Constitucionais não são normas originárias, já que derivam do poder constituinte refor-mador, logo podem ser objeto de controle de constitucionalidade.

2. O poder constituinte derivado é um poder jurídico (deriva do originário), limitado (respeita cláusulas pé-treas), condicionado (tem limitação formal).

3. Titularidade do Poder Constituinte: Titularidade (conceito atual): POVO (“todo poder emanado do povo”) x Titularidade (conceito clássico de Sieyès): NAÇÃO.

4. O poder constituinte derivado (também denominado reformador, secundário, instituído, constituído, de segundo grau, de reforma) pode ser REFORMADOR, REVISOR OU DECORRENTE.

5. O exercício do Poder Constituinte Derivado Reformador é efetivado por Emenda Constitucional e ocorre nas alterações pontuais da Constituição Federal de acordo com os procedimentos e limitações do art. 60 da CR/88.

#COMOJÁCAIU

FCC - 2019 - DPE-SP - Defensor Público: Encontra-se em tramitação no Senado Federal a proposta de Emenda à Constituição Federal de 1988 nº 4/19, que modifica o artigo 228 para determinar a inimputabilidade dos menores de 16 anos. O Poder Constituinte Reformador

A)não tem limites materiais desde que se preveja conjuntamente, na redação da proposta de emenda, revisão de conteúdo das próprias cláusulas pétreas.

B)não tem limites materiais desde que suas decisões sejam submetidas a referendo deliberativo da população.

C)tem limites materiais encontrados na proteção dos direitos e garantias individuais, dos quais se exclui a maio-ridade penal por não estar disposta no Capítulo I (Dos direitos e deveres individuais e coletivos) do Título II (Dos direitos e garantias fundamentais) da CF/88.

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D)tem limites materiais expressos nas chamadas cláusulas pétreas, que impedem modificações nos direitos e garantias individuais.

E)tem limites materiais encontrados na proteção dos direitos e garantias individuais, que se encontram ao longo de toda a Constituição conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal.

R = E.

#ATENÇÃO: o poder constituinte derivado reformador encontra limites materiais, veda-se o retrocesso, especialmente em relação aos direitos fundamentais. Ademais, As Cláusulas Pétreas constituem limitação material ao poder constituinte derivado reformador.

#SELIGA Não se admite, no Brasil, a chamada dupla revisão constitucional, que consistiria em suprimir/reduzir o conteúdo das cláusulas pétreas para, em seguida, atingir os direitos e garantias que teriam ficado juridicamente desamparados.

#FIQUEATENTO O STF entende que o art 5°, § 2° da CF funciona como cláusula de abertura material do ca-tálogo de direitos fundamentais, que estão espalhados ao longo de todo o texto constitucional, e não apenas no art. 5º a 14. Dessa forma, o Poder Constituinte Reformador encontra limites na proteção dos direitos fundamentais, ainda que não se encontrem no capítulo a eles destinados na Constituição. Por exemplo, o STF na ADI 939-7/DF entendeu que o princípio da anterioridade tributária (art. 150, CF) seria uma cláusula pétrea.

#MAISEMAISLIMITES ao PCD REFORMADOR: LIMITES FORMAIS - 3/5, em cada Casa, 2 turnos + LIMITES CIR-CUNSTANCIAIS - Estado de sítio, defesa ou intervenção federal.

#COMOJÁCAIU2

FCC - 2015 - DPE-MA - Defensor Público: No âmbito da teoria do poder constituinte, considera-se que o poder de aprovar emendas às constituições estaduais

A)não configura exercício de poder constituinte derivado ou instituído.

B)cabe ser definido no âmbito das Constituições Estaduais, constituindo o único instrumento pelo qual se admite promover modificações no regime constitucional estadual em vigor.

C)configura exercício de poder constituinte decorrente de segundo grau, pois deve observar, como regra geral, as limitações materiais impostas ao poder constituinte decorrente inicial, além daquelas estatuídas pela própria Constituição Estadual.

D)sujeita-se apenas a limites formais e circunstanciais.

E)fica sujeito, em virtude do princípio da simetria, apenas às limitações formais e materiais impostas ao poder de reforma da Constituição Federal.

R = C.

6. O Poder Constituinte Derivado Revisor é uma reforma geral dos dispositivos que precisam ser modificados. No Brasil, por força do disposto no art. 3º do ADCT, já tivemos um revisão entre os anos de 1993 e 1994 – por ser norma de eficácia exaurida, não podemos ter nova revisão constitucional.

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7. O Poder Constituinte Derivado Decorrente é o responsável pela criação das novas Constituições dos Estados--membros. Os Estados, integrantes autônomos da Federação (artigo 18, CF), detém os poderes de auto-orga-nização, auto-legislação e auto-administração. Decorre do poder de auto-organização a possibilidade de editar sua própria constituição, conforme artigo 25, caput, CF.

#ATENÇÃO: Grande parte da doutrina entende que os Municípios não têm poder constituinte decorrente.

#COMOJÁCAIU

FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Público: Constitui poder dos Estados, unidades da federação, de elaborar as suas próprias constituições, o poder constituinte derivado

A)reformador.

B)revisor.

C)decorrente.

D)regulamentar.

E)subsidiário.

R = C.

8. Desconstitucionalização: fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com status de lei infraconstitucional. Como regra geral, esse fenômeno não se verifica no Brasil - para o STF, uma vez promulgada nova Constituição, a Constituição anterior é inteiramente e automaticamente revogada, salvo exceções expressas na Constituição vigente.

9. Repristinação ≠ Efeito repristinatório: A repristinação é o fenômeno pelo qual a lei anteriormente revogada volta a viger caso a lei que a revogou tenha sido posteriormente revogada por outra lei. Tal fenômeno NÃO é aceito em regra no ordenamento jurídico brasileiro, conforme jurisprudência do STF, salvo em caso de previsão expressa. Já o efeito repristinatório tem previsão expressa (art. 11§2º Lei 9868/99) e ocorre quando é proferida medida cautelar em ações de controle de constitucionalidade, que retira determinada lei do ordenamento jurí-dico por entendê-la inconstitucional, voltando a viger a lei anterior que tratava do tema.

10. PODER CONSTITUINTE DIFUSO: Para Lenza, o poder constituinte difuso é o processo informal de mudança da Constituição (mutação constitucional), alterando-se o seu sentido interpretativo, não o seu texto, que perma-nece intacto e com a mesma literalidade.

PONTO 3: Teoria geral do controle de constitucionalidade. O controle difuso de constitucionalidade. O controle concentrado de constitucionalidade (ADI, ADI por omissão, ADI interventiva, ADC, ADPF). Mutações constitucionais. Técnicas de decisão dos Tribunais Constitucionais. Decisões aditivas e substitutivas dos Tribunais Constitucionais. Controle de constitucionalidade do direito estadual e do direito municipal. Bloco de constitucionalidade.

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Pessoal, controle de constitucionalidade é uma matéria que a FCC gosta MUUUITO de cobrar nas provas, então fiquemos atentos!

O estudo aqui precisa ser conjunto: letra de lei (CF + Lei da ADI/ADC/ADPF – ao longo das apostas abaixo descritas vou falando para vocês os principais artigos desses diplomas) + jurisprudência (tem muuuuuuuuuuitos julgados sobre atos normativos que STF considera constitucional ou não, então máxima atenção aqui! Ao longo das nossas apostas vou colocado alguns julgados mais recentes mas aqui é IMPRESCINDÍVEL que vocês complemen-tem a leitura com os demais julgados sobre o tema, no dizer o direito ou em qualquer meio que vocês utilizem para informativos, ta?) + um pouco de doutrina (sobretudo no que tange à denominações e classificações do controle).

Vamos nessa ver os pontos essenciais da matéria?

A gente vai começar com a parte mais “doutrinária” (lembrando que aqui vale uma olhada na FUC ou no material de base) e depois vamos ver algumas questões mais técnicas, resolvidas pela leitura da lei seca e dos jul-gados, ta? Pois simbora:

1. FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE:

- QUANTO AO TIPO DE CONDUTA PRATICADA PELO PODER PÚBLICO: por AÇÃO - conduta comissiva do Po-der Público incompatível com a CF ou por OMISSÃO - há inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada.

- QUANTO À SUA EXTENSÃO: TOTAL - o vício atinge toda a lei ou todo o dispositivo ou PARCIAL - o vício atinge uma parte da lei ou uma parte de um dispositivo #ATENÇÃO: A declaração de inconstitucionalidade pode ser de uma PALAVRA OU EXPRESSÃO (ADI 347/SP), desde que não altere o sentido originário da norma.

- QUANTO À NORMA CONSTITUCIONAL OFENDIDA: Inconstitucionalidade FORMAL ou NOMODINÂMICA - o vício está no seu processo de formação. Se subdivide em: propriamente dita (violação de uma norma cons-titucional referente ao processo legislativo), orgânica (norma violada estabelece uma competência para legislar sobre determinada matéria) ou por violação de pressupostos objetivos (a norma violada estabelece pressupostos objetivos para a criação de um ato infraconstitucional. Ex: MP, art. 62 da CF/88) ou Inconstitucionalidade MA-TERIAL ou NOMOESTÁTICA - ocorre quando o CONTEÚDO de um ato infraconstitucional viola o conteúdo de uma norma da CF

Obs: Aqui o prof. Lenza traz ainda outro tipo de inconstitucionalidade: Vício de decoro parlamentar. Ex: no caso do Mensalão, houve um conluio para a compra de apoio de deputados federais.

- QUANTO AO MOMENTO DE SUA DECLARAÇÃO: ORIGINÁRIA - o objeto de controle surge após a vigência do parâmetro ou SUPERVENIENTE – o objeto de controle surge antes da vigência do parâmetro de controle. #DEOLHONAJURIS o STF chama de NÃO RECEPÇÃO, não cabe falar de ‘inconstitucionalidade superveniente’.

#ATENÇÃO: SÓ CABE ADI E ADC NO CASO DE ORIGINÁRIA. EM CASO DE NÃO RECEPÇÃO, CABE ADPF.

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- QUANTO AO PRISMA DE APURAÇÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE: DIRETA (antecedente) – ato impugnado que viola diretamente a CF ou INDIRETA (mediata) – podendo ser CONSEQUENTE: ocorre quando a incons-titucionalidade de um ato é uma consequência da inconstitucionalidade de outro ou REFLEXA, MEDIATA ou OBLÍQUA: ocorre quando um ato é diretamente ilegal e indiretamente inconstitucional.

2. MOMENTOS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:

- PREVENTIVO: feito durante o processo de elaboração do ato normativo pelo Poder LEGISLATIVO (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania), EXECUTIVO (veto jurídico) ou JUDICIÁRIO (CAI MUITO! MS impetrado por parlamentar por inobservância do devido processo legislativo constitucional – direito subjetivo do parlamentar).

#SELIGA Em relação ao controle preventivo feito pelo JUDICIÁRIO: Trata-se de controle INCIDENTAL que visa a garantir um procedimento em conformidade com a Constituição, não lhe cabendo, contudo, a extensão do controle sobre aspectos discricionários concernentes às QUESTÕES POLÍTICAS e aos ATOS INTERNA CORPORIS, vedando-se interpretações das normas regimentais.

#ATENÇÃO: É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de constitucionalidade de projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional, determinando seu arquivamento (CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PREVENTIVO FEITO PELO JUDI-CIÁRIO)?

R: Em regra, não. Existem, contudo, DUAS EXCEÇÕES nas quais o STF pode determinar o arquivamento da propositura:

1) proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea; e

2) proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com violação às regras constitucionais sobre o proceso legislativo.

#SELIGA: Somente o parlamentar tem legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de leis e emendas constitucionais que não se compatibilizam com o processo legislativo constitucional. (MS 24642, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, julgado em 18/02/2004). Se o parlamentar impetra MS, mas antes do julgamento o con-gressista perde o mandato, o MS perderá o objeto, sendo extinto sem resolução do mérito.

#COMOJÁCAIU:

(FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Público) No julgamento do MS 32033/DF, de relatoria do Ministro Gilmar Men-des, com redação do acórdão pelo ex-Ministro Teori Zavascki, de 20/06/2013, o Plenário do Supremo Tribunal Federal enfrentou caso em que o Poder Judiciário foi procurado para realizar controle de constitucionalidade prévio de atos normativos. Nessa oportunidade, o Plenário entendeu que

A)em regra, não se deve admitir a propositura de ação judicial para realizar o controle de constitucionalidade prévio dos atos normativos, salvo duas exceções: caso a proposta de emenda à Constituição seja manifestamen-te ofensiva à cláusula pétrea e na hipótese em que a tramitação violar o Estatuto dos Congressistas.

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B)é possível a propositura de ação judicial para realizar controle de constitucionalidade prévio dos atos norma-tivos, haja vista que ao Supremo Tribunal Federal cabe a defesa da Constituição Federal.

C)em regra, não se deve admitir a propositura de ação judicial para realizar o controle de constitucionalidade prévio dos atos normativos, salvo duas exceções: caso a proposta de emenda à Constituição seja manifestamen-te ofensiva à cláusula pétrea e na hipótese em que a tramitação do projeto de lei ou de emenda à Constituição violar regra constitucional que discipline o processo legislativo.

D)é possível a propositura de ação judicial para realizar controle de constitucionalidade prévio dos atos normativos, contanto que seja ela proposta por Parlamentar em exercício de mandato.

E)não é possível o controle abstrato de constitucionalidade de projetos de lei, pelo Supremo Tribunal Federal, sob nenhuma hipótese.

R = C.

- REPRESSIVO: feito após o ato normativo já estar em vigor, pelo poder LEGISLATIVO (O Congresso pode sus-tar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa + pode exercer controle repressivo sobre os PRESSUPOSTOS OBJETIVOS da Medida Provisória + O TCU, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público -- Súmula 347); pelo EXECUTIVO (para a maioria da doutrina, o chefe do Executivo pode negar cumprimento de uma lei que considere inconstitucional, mesmo após a CF/88. Novelino sustenta que, simultaneamente, tem que ajuizar ADI para atacar o ato normativo afastado) ou pelo JUDICIÁRIO (tanto difuso quanto concentrado).

3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À QUANTO À COMPETÊNCIA JURISDICIONAL:

- CONTROLE CONTROLE DIFUSO (ABERTO/CONCRETO/INCIDENTAL/VIA DE EXCEÇÃO) é aquele que pode ser exercido por qualquer juiz ou tribunal, a partir de um processo subjetivo (inter partes). É o SISTEMA NORTE-AMERICANO surge nos EUA (caso Marbury x Madison - 1803. No Brasil, o controle difuso surgiu com a Constituição de 1891.

- CONTROLE CONCENTRADO (ABSTRATO/PRINCIPAL/VIA DE AÇÃO) é aquele cuja competência é re-servada a determinado órgão do Poder Judiciário, a partir de um processo objetivo. Quando o parâmetro é a CF, a competência é reservada ao STF. Quando o parâmetro é uma CE, a competência se concentra no TJ. As ações de controle concentrado que o STF pode processar e julgar são a ADI, a ADC, ADO e ADPF. É conhecido como SISTEMA AUSTRÍACO ou EUROPEU porque surgiu com a Constituição austríaca de 1920 e depois passou a ser adotado em vários países europeus. Criação de Hans Kelsen. Na Europa, até hoje muitos países não adotam o controle difuso. Na Alemanha, quem exerce o controle de constitucionalidade é o Tribunal Constitucional Federal.

#ATENÇÃO: O sistema concentrado foi introduzido no Brasil pela EC 16/65 feita à Constituição de 1946.

- BRASIL SISTEMA JURISDICIONAL MISTO (NORTE-AMERICANO ou DIFUSO + AUSTRÍACO ou CONCENTRA-DO)

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4. CONTROLE CONCENTRADO: não cabe para atacar atos normativos revogados ou com a eficácia exaurida. EXCEÇÕES #COLANARETINA:

- a revogação do ato atacado, ocorrida no curso do processo, seja considerada fraude processual;

- a petição inicial tenha sido emendada, antes da apreciação do requerimento de liminar, com a finalidade de incluir no objeto da ação a lei revogadora que reproduzira as normas impugnadas, desde que a revogação tenha ocorrido na pendência do processo;

- a ação já haja sido julgada antes da notícia da revogação da norma impugnada;

- a norma impugnada tiver sido reproduzida em texto posterior de ato normativo equivalente.

#FIQUEDEOLHO Nos atos que não são passíveis de controle concentrado: atos regulamentares; normas consti-tucionais originárias; leis revogadas ou de eficácia exaurida; normas anteriores à CF/88; súmulas; projeto de lei ainda não promulgado.

#OBS: EFEITOS DAS DECISÕES NO CONTROLE CONCENTRADO: Art. 102, §2º, da CF/88: § As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. ATENÇÃO: a decisão vincula os julgamentos futuros a serem efetuados monocraticamente pelos Ministros ou pelas Turmas do STF. Essa decisão não vincula, contudo, o Plenário do STF, nem Poder Legislativo, em sua função típica de legislar (evitar a FOSSILIZAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO).

#CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (regra do full bench, full court ou julgamento en banc) ATENÇÃO AO ART. 97 DA CF/88: MAIORIA ABSOLUTA do PLENÁRIO ou do ÓRGÃO ESPECIAL para declarar a INCONSTI-TUCIONALIDADE (art. 97 da CF/88 + arts. 948 e 949 do NCPC). - Aplica-se ao CONTROLE DIFUSO E CONCEN-TRADO.

#CUIDADO #SELIGANASEXCEÇÕES #COLANARETINA: Existem alguns casos em que a cláusula de reserva de plenário não é aplicada, como nas Turmas Recursais dos Juizados Especiais, no caso de juízes singulares, nos casos de não recepção de um ato normativo anterior à CF, nos casos de declaração de constitucionalidade, nos casos de aplicação de interpretação conforme, quando já houver pronunciamento do Plenário ou órgão especial do Tribunal ou do Plenário do STF sobre a questão, quando houver juízo monocrático julgamento de RE pelas Turmas do STF, dentre outros.

#COMOJÁCAIU:

(FCC - 2017 - DPE-PR - Defensor Público): Sobre a aplicação da cláusula de reserva de plenário, é correto afirmar:

A)caso um órgão fracionário se depare com alegação de inconstitucionalidade de lei pertinente ao caso discuti-do nos autos, deve sempre remeter a questão ao plenário do respectivo tribunal ou órgão que lhe faça as vezes para decidir sobre a questão, mesmo que entenda que a lei questionada pela parte é constitucional.

B)Conforme o Supremo Tribunal Federal, a análise da recepção de ato normativo anterior à Constituição ou emenda constitucional se submete à cláusula de reserva de plenário.

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C)Viola a cláusula de reserva de plenário decisão de órgão fracionário de Tribunal que declare inconstitucional decreto legislativo, ainda que se refira a uma situação individual e concreta.

D)Há precedente do Supremo Tribunal Federal afirmando que, mesmo sendo órgãos fracionários, as Turmas do Supremo Tribunal Federal não se submetem à cláusula de reserva de plenário.

E)Viola cláusula de reserva de plenário a decisão do órgão fracionário do Tribunal que deixe de aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsunção aos fatos ou, ainda, que a incidência normativa seja resol-vida mediante a sua mesma interpretação, sem potencial ofensa direta à Constituição.

R = D.

#COMOJÁCAIU2

(FCC - 2019 - DPE-SP - Defensor Público): A Defensoria Pública de São Paulo ingressou com ação civil pública ale-gando, em síntese, que a Resolução 18/2015, da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo − que exige, em todos os concursos públicos na esfera estadual, que as candidatas mulheres apresentem exames médicos de mamografia (mulheres acima de 40 anos) e colpocitologia oncótica (Papanicolau) na avaliação de aptidão das candidatas para posse em cargos públicos − violaria a dignidade humana, a intimidade, a privacidade e integridade física e psicológica das mulheres, além de ferir os princípios da igualdade de gênero e da isonomia, uma vez que não há exigência de previsão equivalente aos candidatos homens. Após decisão parcialmente favorável na primei-ra instância, houve recurso e a Câmara do Tribunal de Justiça determinou a remessa dos autos ao Órgão Especial. A respeito do caso é correto afirmar:

A)No âmbito estadual, o controle difuso de constitucionalidade é exercido pelos juízes de primeira instância e vedado à segunda instância, que exerce o controle concentrado de constitucionalidade.

B)Se o órgão fracionário declara expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público ou mesmo afasta sua incidência, no todo ou em parte, viola a Súmula Vinculante nº 10 do STF, bem como o art. 97 da CF/88.

C)No Brasil, adota-se o controle concentrado e difuso de constitucionalidade, o que permitiria à Câmara a de-claração de inconstitucionalidade pretendida pela aplicação do controle difuso, sem remessa ao Órgão Especial.

D)Não se trata de controle concentrado ou difuso de constitucionalidade, pois não ocorre a discriminação de gênero apontada, ou mesmo violação da igualdade ou isonomia entre mulheres e homens, uma vez que as diferenças biológicas justificariam o tratamento desigual.

E) No controle difuso de constitucionalidade, caso haja pronunciamento do Órgão Especial do Tribunal, por so-licitação discricionária do órgão fracionário, a decisão será indicativa.

R = B.

#NÃOCONFUNDA: Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte – É DIFERENTE DE - Não viola a Súmula Vinculante 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão fracionário do Tribunal que deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsunção aos

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fatos ou, ainda, que a incidência normativa seja resolvida mediante a sua mesma interpretação, sem potencial ofensa direta à Constituição. STF. 1ª Turma. Rcl 24284/SP, rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/11/2016 (Info 848).

5. LEI DA ADI(LEI 9868/99) - não podemos deixar de ver:

- Memorizar os legitimados ativos do art. 2º;

#DEOLHONAJURIS

- Para que as confederações sindicais e as entidades de classe possam propor ADI e ADC, o STF exige o cumpri-mento dos seguintes requisitos:

a) a caracterização como entidade de classe ou sindical, decorrente da representação de categoria empresarial ou profissional;

b) a abrangência ampla desse vínculo de representação, exigindo-se que a entidade represente toda a respectiva categoria, e não apenas fração dela;

c) o caráter nacional da representatividade, aferida pela demonstração da presença da entidade em pelo menos 9 (nove) estados brasileiros; e

d) a pertinência temática entre as finalidades institucionais da entidade e o objeto da impugnação.

STF. Plenário. ADI 6465 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/10/2020 (Info 995).

- Governador de Estado afastado cautelarmente de suas funções — por força do recebimento de denúncia por crime comum — não tem legitimidade ativa para a propositura de ação direta de inconstitucionalidade. STF. Plenário. ADI 6728 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).

- A entidade que não representa a totalidade de sua categoria profissional não possui legitimidade ativa para ajuizamento de ações de controle concentrado de constitucionalidade. (STF. Plenário. ADI 6465 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/10/2020 (Info 995).

- Não há impedimento, nem suspeição de ministro, nos julgamentos de ações de controle concentrado, exceto se o próprio ministro firmar, por razões de foro íntimo, a sua não participação. STF. Plenário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 2/9/2020 (Info 989).

- Saber a classificação entre LEGITIMADOS UNIVERSAIS e LEGITIMADOS ESPECIAIS (estes exigem pertinência temática como requisito – legitimados dos incisos IV, V e IX);

- E quem precisa de advogado para ajuizar ADI? Os legitimados dos inc. VIII e IX;

- Saber o que significa ATO NORMATIVO que pode ser impugnado via ação direta, de acordo com o STF (in-terpretando o art. 3º, I) - não apenas são apenas os atos normativos presente no art. 59 da CF, mas também a medida provisória, as resoluções do CNJ ou do CNMP, as normas do Regimento Interno dos Tribunais, as delibe-rações administrativas dos órgãos judiciários, desde que dotados de força normativa, as resoluções de tribunais que deferem reajuste de vencimentos, dentre outros;

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#SELIGA: Um Decreto pode ser considerado ato normativo para os fins do art. 102, I, da CF/88? DEPENDE. O decreto que apenas regulamenta uma lei não, porém um decreto autônomo sim;

- ADITAMENTO DA INICIAL DA ADI PARA INCLUSÃO DE NOVOS DISPOSITIVOS LEGAIS: O aditamento à peti-ção inicial da ação direta de inconstitucionalidade para que sejam incluídos novos dispositivos legais somente é possível nas hipóteses em que a inclusão da nova impugnação:

a) dispense a requisição de novas informações e manifestações; e

b) não prejudique o cerne da ação.

#ATENÇÃO: Não é admitido o aditamento à inicial da ação direta de inconstitucionalidade após o recebimento das informações dos requeridos e das manifestações do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República. STF. Plenário. ADI 4541/BA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).

- Não se admite desistência nem intervenção de terceiros nas ações diretas (Arts. 5º e 7º) – mas se admite amicus curiae (art. 7º, §2º);

#FIQUEDEOLHO A pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade de amigo da Corte em ação direta. STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985).

- MEDIDA CAUTELAR NA ADI: arts. 10 e ss. Regra: efeito EX NUNC. Art. 11,§2º: EFEITO REPRISTINATÓRIO A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.

6. ADO (LEI 9868/99): a omissão pode ser total ou parcial (Art. 12-B).

- MEDIDA CAUTELAR NA ADO: Art. 12-F. #ATENÇÃO: para o §1º deste artigo: § 1o A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal.

- Efeitos da decisão: art. 12-H e parágrafos: Declarada a inconstitucionalidade por omissão, o Judiciário dará ciência ao Poder competente para que este adote as providências necessárias. Se for órgão administrativo, este terá um prazo de 30 dias para adotar a medida necessária. Se for o Poder Legislativo, não há prazo.

7. ADC (LEI 9868/99): requisito específico de existência de CONTROVÉRSIA JUDICIAL RELEVANTE sobre a apli-cação da disposição objeto da ação declaratória (art. 14, III);

- MEDIDA CAUTELAR NA ADC: art. 21 determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julga-mento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. Em regra o efeito é EX NUNC;

#MODULAÇÃO DOS EFEITOS

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8. LEI DA ADPF (LEI 9882/99):

- OBJETO (art. 1º): evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público ou quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou muni-cipal, incluídos os anteriores à Constituição.

- O que se entende por preceitos fundamentais? Segundo o STF, na ADPF 405, são:

•a separação e independência entre os Poderes;

•o princípio da igualdade;

•o princípio federativo;

•a garantia de continuidade dos serviços públicos;

•os princípios e regras do sistema orçamentário (art. 167, VI e X, da CF/88)

•o regime de repartição de receitas tributárias (arts. 34, V e 158, III e IV; 159, §§ 3º e 4º; e 160 da CF/88;

•a garantia de pagamentos devidos pela Fazenda Pública em ordem cronológica de apresentação de precatórios (art. 100 da CF/88).

- Art. 4º,§1º: subsidiariedade da ADPF;

- Art. 5º: MEDIDA LIMINAR NA ADPF: Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno. A liminar poderá con-sistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da ADPF;

- Art. 10º: Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental.

- Art. 12: IRRECORRIBILIDADE e impossibilidade de AÇÃO RESCISÓRIA;

- Art. 13: cabimento de reclamação.

- Atos que não são passíveis de impugnação via ADPF, segundo o Supremo: veto de prefeito municipal a projeto de lei; súmula do STF sem caráter vinculante; projetos legislativos; lei editada para determinar o cumprimento de acordo coletivo de trabalho; lei orçamentária cuja eficácia já se exaurida; súmula vinculante, quando a pretensão da ADPF for revisá-la, interpretá-la ou cancelá-la - por conta da subsidiariedade.

#DEOLHONAJURIS

- A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) é instrumento eficaz de controle da inconsti-tucionalidade por omissão. A ADPF pode ter por objeto as omissões do poder público, quer totais ou parciais, normativas ou não norma-tivas, nas mesmas circunstâncias em que ela é cabível contra os atos em geral do poder público, desde que essas omissões se afigurem lesivas a preceito fundamental, a ponto de obstar a efetividade de norma constitu-cional que o consagra. STF. Plenário. ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).

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- É cabível o ajuizamento de ADPF contra interpretação judicial de que possa resultar lesão a preceito fundamental (sTF. Plenário. ADPF 484/AP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/6/2020 (Info 980).

9. ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO: para a concepção clássica, os seguintes eram os efeitos das decisões de controle de constitucionalidade: controle concentrado - Produz, como regra, os seguintes efeitos: Ex tunc + Erga omnes + Vinculante x controle difuso: Ex tunc + Inter partes + Não vinculante.

- A concepção atual, no entanto é a de que, se o Plenário do STF decidir a (in)constitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle difuso, essa decisão terá os mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante. O art. 52, X, da CF/88 sofreu uma mutação constitucional e o papel do Senado é apenas dar publicidade à decisão do STF A TEORIA DA ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO FOI ADOTADA PELO STF! (STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 - Info 886).

Obs: Teoria da transcendência dos motivos determinantes - além do dispositivo, os motivos determinantes (ratio decidendi) da decisão também seriam vinculantes. A partir dessa nova concepção que acabamos de ver, podemos afirmar que o STF também passou a adota a teoria da transcendência dos motivos determinantes? Para a maioria da doutrina, NÃO! #NÃOCONFUNDA

10. #PONTO EXPLÍCITO NO EDITAL

É interessante que a gente saiba as seguintes classificações de decisões judiciais que interpretam dispo-sitivos constitucionais, já que a banca colocou esse ponto em específico no nosso edital. Segundo Lenza, essas decisões podem ser (consultar FUC/material de base):

1) DECISÕES INTERPRETATIVAS EM SENTIDO ESTRITO

1.1) SENTENÇAS INTERPRETATIVAS DE RECHAÇO

1.2) SENTENÇAS INTERPRETATIVAS DE ACEITAÇÃO

2) DECISÕES MANIPULATIVAS/NORMATIVAS

2.1) SENTENÇAS ADITIVAS

2) SENTENÇAS SUBSTITUTIVAS

PONTO 3: 12. Processos constitucionais.

1. Organização do Estado: a) Formação, desenvolvimento, evolução, soberania, globalização e comunidades internacionais; b) Cidadania, república e democracia; c) Estado Federal: conceito, surgimento, evolução, características e vedações; c) Federação brasileira: componentes e intervenção. Competências e sua repartição. Conflitos jurídicos no Estado Federal brasileiro. Princípio da simetria e autonomia dos entes federativos; d) Federalismo cooperativo, princípio da solidariedade e igualação das condições sociais de vida; e) Federalismo assimétrico; 2. União: natureza jurídica, competências e bens. Territórios. 3. Estados federados: natureza jurídica, competências, autonomia, capacidade de auto-organização e seus limites, Constituição Estadual e seus elementos, e organização política do Estado.

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4. Municípios: natureza jurídica, criação, competências, autonomia, capacidade de auto-organização e seus limites, lei orgânica e seus elementos, regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões. 5. Distrito Federal. 6. Organização administrativa do Estado: a) Administração Pública: noção, normas e organização; b) Princípios constitucionais da Administração Pública; c) Servidores públicos civis e militares: regime jurídico constitucional; d) Responsabilidade civil do Estado. 7. Organização funcional do Estado: a) Princípio da separação dos poderes: essência, evolução, significado e atualidade; b) Controles interorgânicos e funções típicas e atípicas de cada poder

Pessoal, aqui vamos focar bem na leitura da Constituição seca, pois a nossa banca costuma cobrar a literali-dade dos artigos!

A única parte em que temos que ver um pouquinho de teoria diz respeito à Organização do Estado (forma de Estado, forma de governo e sistema de governo - apenas suas definições, coisa rápida).

Outro direcionamento importante, na parte de competências legislativas, é ficar de olho nos JULGADOS (assim como a gente fez com controle de constitucionalidade, precisamos ler nosso material nessa parte porque os informativos aqui caem muito também).

De resto é #COLANARETINA o vadinho!

Vamos ver o que a gente não pode deixar de ler:

1. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

#FIQUEDEOLHO nos detalhes:

- A autonomia federativa assenta-se na existência de órgãos governamentais próprios e com competências ex-clusivas (FCC - 2006 - DPE-SP - Defensor Público);

- Federação – É a união de vários Estados, formando um Estado maior e mantendo cada Esta-do uma parcela de autonomia. A CF/88 proíbe emenda tendente a abolir a federação. #ATEN-ÇÃO: a República é cláusula pétrea? Não expressamente na CF (ler art. 60, §4º) , mas há deci-sões do STF no sentido de que seria cláusula pétrea implícita (então cuidado com o enunciado) do STF. E o sistema de governo presidencialista? Também não é uma cláusula pétrea, significando que este pode ser alterado para o parlamentarismo através de uma emenda constitucional.

#SISTEMATIZANDO:

Forma de Estado = Federação (clausula pétrea explícita);

Forma de Governo = República (cláusula pétrea implícita, para o STF);

Sistema de Governo = Presidencialismo (não é cláusula pétrea) .

SOBRE A TEORIA GERAL DAS COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS, um detalhe que já caiu em prova (FCC - 2012 - DPE-SP - Defensor Público): A constituição de 1891 consagrou o sistema de governo presidencialista, a forma de Estado Federal e a forma de governo republicana (abolindo a monarquia). Mas, só adotou a técnica de repartição horizontal.

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Foi A Constituição de 1988 que dois critérios para a repartição de competências: o horizontal e o vertical. Pelo critério horizontal: fez a distribuição autônoma do poder político no território nacional, base do Estado Federal. São as competências exclusivas, privativas e comuns dos entes federados. Pelo critério vertical: adotou a técnica da prevalência do interesse, conferindo à legislação federal uma prevalência em relação à dos demais Entes federados. São as competências concorrentes, suplementares e supletivas.

2. Princípio da autonomia dos entes – um pouco de doutrina

A União, os Estados, o DF e os Municípios são autônomos (art. 18 da CF/88).

A autonomia dos entes é manifestada pelas seguintes capacidades que possuem:

a) auto-organização: capacidade de os Estados elaborarem suas próprias Constituições e de o DF e os Municí-pios elaborarem suas Leis Orgânicas;

b) autogoverno: prerrogativa que os entes possuem de elegerem os seus respectivos governantes (Governado-res, Prefeitos, Deputados, Vereadores);

c) autoadministração: capacidade que os entes possuem de dirigirem os seus próprios órgãos e serviços públicos e de exercerem suas competências, sem interferência de outro ente. Assim, por exemplo, as decisões administra-tivas do Estado-membro “X” são tomadas exclusivamente por este Estado-membro “X”, sem que possam sofrer a interferência da União, de outros Estados-membros ou de Municípios;

d) auto legislação: prerrogativa dos entes de editarem suas próprias leis, de acordo com as competências fixadas pela CF.

3. UNIÃO

- Ler o art. 20 (bens da União) + #DEOLHONASSÚMULAS – não deixem de ler.

Súmula 477-STF: As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos estados, au-torizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores.

Súmula 479-STF: As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização

#ATENÇÃO: PROTEÇÃO POSSESSÓRIA DE PARTICULAR SOBRE BENS PÚBLICOS

a) PARTICULAR x PARTICULAR: Terá direito, em tese, à proteção possessória. É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre particulares sobre bem público dominical, pois a disputa será relativa à posse.

B) PARTICULAR x PODER PÚBLICO: Não terá direito à proteção possessória. Não poderá exercer interditos pos-sessórios porque, perante o Poder Público, ele EXERCE MERA DETENÇÃO.

- Muita atenção no art. 22 – competência privativa da União para legislar cai MUITO!

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#DEOLHONASSÚMULAS aqui!

Súmula 722-STF: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.

#COMOJÁCAIU

(FCC - 2017 - DPE-SC - Defensor Público Substituto) São bens da União, conforme dispõe expressamente a Constituição Federal de 1988:

I. Os recursos minerais, inclusive os do subsolo.

II. As ilhas oceânicas e costeiras, mesmo que estiverem no domínio dos Estados, Municípios ou terceiros.

III. As terras tradicionalmente ocupadas pelas comunidades quilombolas.

IV. As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos.

Está correto o que se afirma APENAS em

A)I, III e IV.

B)I e IV.

C)I, II e III.

D)II, III e IV.

E)II e III.

R = b

#COMOJÁCAIU2 (competência cai muito! Principalmente a CF seca)

(FCC - 2016 - DPE-ES - Defensor Público) A competência para legislar sobre responsabilidade por dano ao con-sumidor é

A)concorrentemente da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

B)concorrentemente da União, dos Estados e do Distrito Federal.

C)privativa da União.

D)comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

E)comum da União, dos Estados e do Distrito Federal, apenas.

R = B

competência para legislar sobre assistência jurídica e Defensoria Pública: já caiu na prova da Bahia de 2016, cuja banca também era FCC:

A respeito da competência para legislar sobre assistência jurídica e Defensoria Pública, é INCORRETO:

A)Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de competência da União, entre elas a organização administrativa da Defensoria Pública da União e dos Territórios.

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B)É de iniciativa privativa do Presidente da República lei que disponha sobre a organização da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

C)Compete privativamente à União legislar sobre organização da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios.

D)Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre assistência jurídica e Defensoria Pública.

E)A Constituição Federal de 1988 não consagrou a competência do Município para legislar sobre assistência jurídica e Defensoria Pública, rejeitando a possibilidade de criação de Defensoria Pública no plano federativo municipal.

R = C.

4. ESTADOS:

- CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DESMEMBRAMENTO DE ESTADOS: depende de LC + Aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito (art. 18, §3º);

- Ler o art. 23 da CF (competência comum) + Art. 24 (competência concorrente – cai muuuuito!). Art. 24, §1º - competência suplementar dos Estados;

#COMOJÁCAIU

(FCC - 2017 - DPE-SC - Defensor Público Substituto) A respeito da distribuição de competência legislativa na Constituição Federal de 1988, compete

A)privativamente à União legislar sobre procedimentos em matéria processual.

B)ao Município legislar concorrentemente sobre assistência jurídica e Defensoria Pública.

C)privativamente à União legislar sobre produção e consumo.

D)à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre desapropriação.

E)à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre proteção à infância e à juventude.

- Art. 25: §1º - competência residual; §2º - serviços de gás canalizado; §3º - regiões metropolitanas.

#DEOLHONOJULGADO #ALERTACOVID-19 Não é possível exigir que Estados-membros e Municípios se vincu-lem a autorizações e decisões de órgãos federais para tomar atitudes de combate à pandemia.

5. MUNICÍPIOS

- Art. 29 – Lei Orgânica – dois turnos + intervalo de 10 dias + 2/3 da Câmara Municipal. #ATENÇÃO: Lei Orgânica do Município não é fruto do Poder Constituinte Derivado Decorrente

- Ler art. 30 (competências). #ATENÇÃO: os Municípios não estão contemplados no poder legislativo concor-rente do art. 24.