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RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES (em ordem alfabética pelo nome do primeiro autor) - ***Versão em finalização CM-01 Alexis Kouamè PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA EM CONTEXTOS AFRICANOS. PAÍS: COSTA DO MARFIM A África, além de suas línguas locais, tem ganhado, graças à colonização, várias outras de origem européia que hoje garantem a unidade de muitos países africanos e desempenham um papel nas relações internacionais. É o caso o Português na COSTA do MARFIM que, além do francês, língua oficial, desde quase uma década, adotou o Português como uma das línguas que deseja ver ensinadas como parte da experiência escolar e cultural. Neste ensaio, tentaremos mostrar um panorama do ensino/aprendizagem da caçula das línguas européias nesse país plurilíngüe da costa ocidental africana. CM-02 Aline Fraiha Paiva Instituição: Universidade Federal de São Carlos -São Carlos-SP/Brasil Possíveis generalizações culturais em um material didático voltado ao ensino-aprendizagem de PLE Os estudos sobre o ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras contemplam, de modo crescente e vertiginoso, os aspectos culturais que permeiam os processos de interação/ comunicação em diferentes constituições sociais. Atualmente, tem havido uma maior preocupação com as maneiras como é explicitado (ou não) o fator cultural em sala de aula e suas extensões. Falar sobre a cultura em foco caracterizando uma perspectiva informativa (relatos sobre comidas típicas, costumes, músicas, etc.), passa a ser questionado devido à limitação e superficialidade com que são abordados os assuntos, bem como a possível construção de generalizações descabidas acerca da sociedade em questão. Os autores de materiais didáticos da área, por sua vez, buscam acompanhar as novas tendências teóricas e mercadológicas a fim de atender as exigências do seu público. Dessa forma, a partir dos cadernos de exercícios do material didático voltado ao ensino de português para falantes de outras línguas, Bem-Vindo!- a língua portuguesa no mundo da comunicação, o presente trabalho, de caráter exploratório, visa identificar as possíveis generalizações culturais decorrentes das escolhas dos autores para a elaboração de três cadernos distintos de acordo com a origem do aprendente (anglo-saxônica, latina, ou oriental). CM-03 Ana Maria Ribeiro Dantas Instituição: Puc SP - São Paulo -Brasil FORMAS GRAMATICAIS TRADICIONALMENTE DESIGNADAS POSSESSIVAS E SEUS VALORES EXPRESSOS NO USO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO Esta pesquisa situa-se na área da gramática portuguesa e tem por tema o uso efetivo do português brasileiro, por falantes nativos, das formas tradicionais designadas possessivas. O problema consiste no clássico tratamento morfossintático de lexias de relação, pois a gramáticas normativas da língua portuguesa limitam ao uso do pronome possessivo pelo motivo de somente reforçar a falsa noção de que o possessivo é sempre, e apenas, indicador de posse, esquecendo-se que ele é um relacionador. O material coletado, considerando a língua em uso, foi selecionado em textos publicitários e literários. Tem-se por critérios de análise em relação da forma possessiva com valor semântico: posse alienável e inalienável, as regras de transformação na relação sujeito - verbo e como é o uso nos textos publicitários e literários. Os resultados obtidos indicam que os pronomes possessivos (meu, teu e seu) usados no português brasileiro expressam diferentes valores semânticos e nem sempre idéia de posse. O objetivo é verificar, em diferentes tipos discursivos, as diferentes representações de valores semânticos em relação às formas possessivas a fim de contribuir para o ensino da língua portuguesa para o estrangeiro. Conclui-se que as formas designadas possessivas, no uso efetivo do português brasileiro, expressam diferentes representações nos diferentes enunciados.

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RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES (em ordem alfabética pelo nome do primeiro autor) - ***Versão em finalização

CM-01 Alexis Kouamè PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA EM CONTEXTOS AFRICANOS. PAÍS: COSTA DO MARFIM A África, além de suas línguas locais, tem ganhado, graças à colonização, várias outras de origem européia que hoje garantem a unidade de muitos países africanos e desempenham um papel nas relações internacionais. É o caso o Português na COSTA do MARFIM que, além do francês, língua oficial, desde quase uma década, adotou o Português como uma das línguas que deseja ver ensinadas como parte da experiência escolar e cultural. Neste ensaio, tentaremos mostrar um panorama do ensino/aprendizagem da caçula das línguas européias nesse país plurilíngüe da costa ocidental africana. CM-02 Aline Fraiha Paiva Instituição: Universidade Federal de São Carlos -São Carlos-SP/Brasil Possíveis generalizações culturais em um material didático voltado ao ensino-aprendizagem de PLE Os estudos sobre o ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras contemplam, de modo crescente e vertiginoso, os aspectos culturais que permeiam os processos de interação/ comunicação em diferentes constituições sociais. Atualmente, tem havido uma maior preocupação com as maneiras como é explicitado (ou não) o fator cultural em sala de aula e suas extensões. Falar sobre a cultura em foco caracterizando uma perspectiva informativa (relatos sobre comidas típicas, costumes, músicas, etc.), passa a ser questionado devido à limitação e superficialidade com que são abordados os assuntos, bem como a possível construção de generalizações descabidas acerca da sociedade em questão. Os autores de materiais didáticos da área, por sua vez, buscam acompanhar as novas tendências teóricas e mercadológicas a fim de atender as exigências do seu público. Dessa forma, a partir dos cadernos de exercícios do material didático voltado ao ensino de português para falantes de outras línguas, Bem-Vindo!- a língua portuguesa no mundo da comunicação, o presente trabalho, de caráter exploratório, visa identificar as possíveis generalizações culturais decorrentes das escolhas dos autores para a elaboração de três cadernos distintos de acordo com a origem do aprendente (anglo-saxônica, latina, ou oriental). CM-03 Ana Maria Ribeiro Dantas Instituição: Puc SP - São Paulo -Brasil FORMAS GRAMATICAIS TRADICIONALMENTE DESIGNADAS POSSESSIVAS E SEUS VALORES EXPRESSOS NO USO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO Esta pesquisa situa-se na área da gramática portuguesa e tem por tema o uso efetivo do português brasileiro, por falantes nativos, das formas tradicionais designadas possessivas. O problema consiste no clássico tratamento morfossintático de lexias de relação, pois a gramáticas normativas da língua portuguesa limitam ao uso do pronome possessivo pelo motivo de somente reforçar a falsa noção de que o possessivo é sempre, e apenas, indicador de posse, esquecendo-se que ele é um relacionador. O material coletado, considerando a língua em uso, foi selecionado em textos publicitários e literários. Tem-se por critérios de análise em relação da forma possessiva com valor semântico: posse alienável e inalienável, as regras de transformação na relação sujeito - verbo e como é o uso nos textos publicitários e literários. Os resultados obtidos indicam que os pronomes possessivos (meu, teu e seu) usados no português brasileiro expressam diferentes valores semânticos e nem sempre idéia de posse. O objetivo é verificar, em diferentes tipos discursivos, as diferentes representações de valores semânticos em relação às formas possessivas a fim de contribuir para o ensino da língua portuguesa para o estrangeiro. Conclui-se que as formas designadas possessivas, no uso efetivo do português brasileiro, expressam diferentes representações nos diferentes enunciados.

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CM-04 Andreia Ros Segundo Adam Viviane Bagio Furtoso Instituição: UEL Cidade/País: Londrina/Brasil O professor multiplicador no programa ENPFOL Esta comunicação objetiva apresentar os resultados de uma pesquisa na área de formação de professores de Português para Falantes de Outras línguas realizada no contexto do programa de formação complementar "Ensinando Português Para Falantes de Outras Línguas: experiência complementar na graduação (ENPFOL)", da Universidade Estadual de Londrina. A finalidade do trabalho consistiu em investigar a formação inicial e continuada de professores no mesmo contexto. A proposta era que os professores e alunos-professores atuantes no programa há mais tempo desenvolvessem o papel de "multiplicadores" dos conhecimentos já produzidos pelo grupo junto aos recém-integrados. Esta parceria teve como alicerce a teoria de Vigotsky, na qual o parceiro mais competente auxilia o outro na construção do conhecimento, bem como o paradigma contemporâneo de formação de professores de língua estrangeira - abordagem reflexiva. As informações foram coletadas por meio de notas de campo, observação de reuniões coletivas e reuniões dos pequenos grupos e de questionário para todos os participantes do processo. A pesquisa revelou que os professores-multiplicadores precisam de conhecimentos teórico-práticos enquanto professor de LE, bem como conhecimentos teóricos que embasam a formação do professor formador. A pesquisa revelou ainda que quando os professores-multiplicadores ministraram aulas junto com os alunos-professores, essa formação foi prescritiva, demonstrando então a necessidade de preparação para ser formador em um contexto que procura contribuir para a formação de professores mais ativos e agentes do processo de ensino-aprendizagem. CM-05 Angélica Miyamura Greci Cristina L. Queiroz Luciane de Souza Vera L. Tovo (in de Almeida Neves) Viviane Bagio Furtoso Instituição: Universidade Estadual de Londrina - UEL Cidade/País: Londrina - Pr – Brasil A abordagem intercultural na produção de material didático de PFOL: um relato de experiência Entendemos que na abordagem intercultural de ensino de línguas estrangeiras, o ensino de cultura vai além da apresentação dos aspectos culturais da língua-alvo e da comparação entre diferentes culturas. Sob este enfoque, a produção de materiais didáticos para o ensino de PFOL (Português para Falantes de Outras Línguas) tem-se mostrado uma área promissora a ser explorada. Neste sentido, nos aventuramos a elaborar um material didático cujo conjunto de atividades procura atender a essa demanda. Com o objetivo de justificar nosso trabalho e, ao mesmo tempo, trocar idéias com colegas da área de ensino de PFOL, apresentaremos, nesta comunicação, algumas das atividades elaboradas e os pressupostos que as embasam. Acreditamos que mesmo na fase inicial de aprendizagem seja, não somente possível, mas necessário que o aluno tenha contato com o ensino de cultura numa perspectiva intercultural, refletindo e compreendendo não apenas a cultura do outro, mas os alicerces de sua própria.

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CM-06 Angélica Miyamura Instituição: Universidade Estadual de Londrina Cidade/País: Londrina – Pr Planejamento de curso intensivo de Português para Falantes de Outras Línguas: alguns desdobramentos Na prática de ensino do professor de língua estrangeira, um planejamento constitui-se como ferramenta importante para o acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem. Conseqüentemente, cada planejamento deve ser estruturado de acordo com o contexto do curso, cujas informações deverão ser obtidas através de cuidadosa investigação e análise. Tal processo de elaboração segue caminhos escolhidos pelo professor, porém, existem princípios envolvidos que podem ser um ponto de partida para a elaboração de um planejamento. Sendo assim, esta comunicação visa a apresentar os resultados de uma pesquisa cujo foco foi analisar o planejamento de um curso intensivo de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL), seu processo de elaboração e suas implicações e desdobramentos para a formação dos professores envolvidos. A pesquisa foi realizada através da análise do planejamento elaborado, do questionário respondido pelos participantes e de notas das reuniões coletivas durante o processo de planejamento. Os resultados da análise mostraram que o processo de elaboração foi importante por suscitar reflexões e questionamentos e por proporcionar uma rica experiência de aprendizado para os professores. CM-07 Aparecida Regina Borges Sellan Instituição: PUC/SP - Cidade/País: São Paulo PLE: REFLEXÕES DIDÁTICAS E A INSERÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA EM UM ENSINO INTERCULTURALISTA Esta comunicação se insere na área do ensino de Português Língua Estrangeira e tem por tema reflexões a respeito do papel da Literatura Nacional como forma de expressão da cultura e da identidade do brasileiro. Tais reflexões são pertinentes quando focalizamos a insuficiência ou inexistência de materiais didáticos para o ensino de PLE que tragam a literatura como algo inerente ao aprendizado de uma segunda língua, especialmente pelo prisma da cultura e da identidade. Diversos são os aspectos que possibilitam tratar a cultura; no entanto, aqueles relacionados a discursos da literatura são, nesta comunicação, os mais relevantes. Consideráramos que a literatura, de modo geral, reflete as crenças gerais e específicas de determinado grupo social, segundo um modelo mental de mundos possíveis, pelo marco de cognições sociais da época e do contexto representados. Essas representações trazem implícitas marcas culturais evidenciadas por discursos fundadores relativos a raízes históricas da nação. Em relação ao território brasileiro, acreditamos que a literatura tem papel preponderante na explicitação dessas raízes justificando o modo de ser de seu povo. Se considerarmos a primeira metade do século XX, encontramos uma série de acontecimentos que darão início ao processo de industrialização e urbanização, fazendo surgir uma nova realidade econômica, social e cultural. Dentre os discursos que reconstroem lingüisticamente esse período, o da literatura oferece um prisma diferenciado, pois é capaz de, metaforicamente, situar um determinado grupo como representação microcósmica da sociedade da época, cujos reflexos culturais são ainda formas de reconhecimento da identidade do brasileiro. Os resultados obtidos indicam a necessidade de colocar em discussão o papel da literatura no estabelecimento de estratégias ou objetos de estudo de Português Língua Estrangeira.

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CM-08 Bruno Molina Turra Jacqueline Jorente Mirian Yukiko Ito Instituição: Universidade Federal de São Carlos Cidade/País: São Carlos Apontamentos sobre uma experiência em PLE: crenças e concepções sobre ensino/aprendizagem de língua Esta comunicação tem por objetivo relatar a experiência de três alunos do último ano do curso de Letras da Universidade Federal de São Carlos, em estágio realizado no projeto de extensão de Português para Estrangeiros do Departamento de Letras da mesma universidade. Nossos relatos mostram um confronto de concepções de língua/linguagem, ensino/aprendizagem, responsável por um não atendimento das expectativas iniciais dos alunos com relação ao curso e vice-versa. Diante de tal situação, buscou-se dar a este uma outra direção, que equilibrasse os anseios de ambas as partes: como trabalhar conteúdo gramatical (elemento considerado essencial pelos alunos no aprendizado de uma língua) sem deixar de lado práticas contextualizadas (considerada pelos professores como as de fato significativas)? Esse foi o desafio por nós enfrentado e sobre o qual tivemos todo um trabalho de busca por alternativas que gostaríamos de compartilhar nesta comunicação. Apresentaremos algumas atividades que foram planejadas antes do início do curso e outras elaboradas após a observação das divergências conceituais aluno/professor evidenciadas. Além disso, levaremos para a discussão textos produzidos pelos próprios alunos que refletem as concepções destes e as mudanças pelas quais estas passaram após o trabalho que realizamos. CM-09 Carmem Silvia Magro e Elisa Lopes Instituição: Centro de Estudos Brasileiros Cidade/País: Santiago – Chile Auto- Avaliação no Processo de Ensino/Aprendizagem do Português como Língua Estrangeira. Esta apresentação tem como propósito relatar uma experiência realizada no Centro de Estudos Brasileiros -CEB- de Santiago do Chile no ano de 2006 e 2007 sobre o processo de avaliação discente. A originalidade desse trabalho está na relação estabelecida entre a psicologia educacional e o ensino de uma língua estrangeira, possível devido à interdisciplinaridade dos conhecimentos da psicologia utilizados e aplicados para compreender, modificar e apoiar tanto pessoas como instituições vinculadas à educação e aos processos de aprendizagem em seu sentido mais amplo. Neste contexto, espera-se que os estudantes, de modo progressivo, sejam capazes de controlar o seu processo de aprendizagem e tomar consciência da importância da auto-avaliação como um instrumento necessário para alcançar a sua autonomia. Considerando o anteriormente exposto, o objetivo geral deste estudo é elaborar uma grade de avaliação para os níveis básico, intermediário e avançado de Português como Língua Estrangeira- PLE- do CEB, utilizando um sistema de avaliação significativo para os professores da instituição. Pretende-se, desta forma, unir a teoria à prática para aplicar um sistema de auto- avaliação do ensino de PLE à realidade do CEB, adaptando-o ao método de ensino empregado pelos professores e aos conteúdos do material didático utilizado. Para realizar este estudo, tomaram-se como referência os trabalhos de Vigotstk (1999), desde seu Modelo de Aprendizagem Sócio Cultural, e de Henri Holec (1979), responsável por introduzir o conceito de autonomia no campo da pedagogia de línguas estrangeiras. Ademais, tomou-se como referência o Portfólio Europeu de Línguas para Adultos, que tem, entre outros objetivos, fomentar aprendizagens autônomas para a aquisição de competências no campo da auto-avaliação. Finalmente, pode-se concluir que a implementação da auto-avaliação no CEB permitiu constatar que, quando os estudantes se responsabilizam por seu processo de aprendizagem, adquirem autonomia, confiança e motivação, elementos necessários para dar continuidade aos estudos.

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CM-10 Christiane de Cassia Scabello Instituição: Universidade de Brasília Cidade/País: Brasília Brasil O tratamento da cultura nas aulas de português para estrangeiros Essa pesquisa surge como resultado da leitura de diversos textos concernentes ao PLE (Português como Língua Estrangeira) e também da experiência em sala de aula de PLE, principalmente no que diz respeito ao ensino da cultura brasileira. Diante dos textos, surgiu o questionamento sobre como deveria ser o ensino da cultura brasileira levando em consideração a extensão territorial do nosso país e a conseqüente variedade cultural existente aqui. A cultura brasileira varia consideravelmente de norte a sul e no momento de ensinar aos alunos estrangeiros a cultura do Brasil o professor pode ensinar o aluno como se comportar em situações lingüísticas reais ou pode apenas ilustrar aspectos culturais. No primeiro, o professor poderá ensinar ao seu aluno como se portar em cada situação do dia-a-dia, tanto nas situações formais como nas informais. No segundo, o professor poderá ilustrar aspectos culturais do Brasil no que diz respeito à comidas típicas das variadas regiões brasileiras, seus respectivos vestuários, festas típicas, dias santificados, feriados nacionais e seus motivos, enfim, levar ao conhecimento do aluno temas culturais que o professor julgar serem importantes para o conhecimento do seu aluno. Através da experiência em sala de aula, foi possível entender e aprender como trabalhar o ensino da cultura em sala de aula, ou seja, esse ensino precisa proporcionar ao aluno a possibilidade dele entender como e por que a cultura alvo funciona dessa ou daquela maneira, para a partir daí se relacionar com os brasileiros evitando situações embaraçosas e constrangedoras. CM-11 Cristiane dos Santos Ribeiro Instituição: UFRJ Cidade/País: Rio de Janeiro / Brasil O uso do blog no ensino de Português para Estrangeiros: um relato de experiência Esta comunicação apresenta e avalia um relato de experiência de uso do blog no ensino de Português para Estrangeiros (PLE). A atividade, desenvolvida com estudantes anglo-falantes em contexto de intercâmbio no país da língua-alvo (neste caso, o Brasil), exemplifica como o professor pode ajudar seus alunos a desenvolver suas competências de leitura e escrita em LE/L2 através da publicação na Internet de relatos de suas experiências vividas nos países nos quais se encontram imersos. CM-12 Cristhiane Miranda Vaz Instituição: Universidade de Brasília Cidade/País: Brasília/ Brasil A aquisição de escrita em cursos de imersão A escrita em língua estrangeira deve ser observada como um processo gradual. A escrita possibilita ao aluno expressar toda a individualidade e o estilo que ele já desenvolveu e tem com parâmetro na sua língua materna. Dessa forma, o texto, principalmente em língua estrangeira, além de ser o ápice do processo de desenvolvimento da nova língua é também um dos resultados finais de um trabalho complexo; tem como objetivo único: comunicar-se com alguém específico. Nos cursos de imersão esse trabalho se dá de maneira diferente do que o usual, pois o aluno além de ter uma necessidade maior de aprender a língua (está morando no país onde se fala a língua alvo e por isso tem uma necessidade de se comunicar mais depressa) o processo cognitivo é influenciado por vários fatores. O objetivo deste trabalho é mostrar essas diferenças no processo e valorizar todo o tipo de produção escrita do aluno de língua estrangeira, visto que o texto é fundamental no seu desenvolvimento.

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CM-13 Deborah Gomes de Paula Instituição: PUC/SP - SEESP Cidade/País: São Paulo - Brasil OS CONTEXTOS DE USO EFETIVO DA LÍNGUA PORTUGUESA NAS NOTÍCIAS DE JORNAIS PAULISTANOS Esta comunicação situa-se na área de ensino do português para falantes de outras línguas e tem por tema o uso de expressões clichês na enunciação de notícias jornalísticas. Tem-se por objetivo geral contribuir com o ensino de PLE, com enfoque interculturalista, associando pesquisa e ensino. São objetivos específicos: 1. o confronto entre o uso efetivo da língua na enunciação jornalística com as regras impostas pelo uso-padrão gramatical; 2. a análise de estratégias cognitivas e retóricas que guiam a enunciação jornalística da notícia e suas relações sócio-interacionais. A pesquisa justifica-se, pois, ensinar o léxico para falantes de outras línguas implica, o uso criativo do vocabulário nativo em expressões clichês e a ressemantização na progressão semântica do texto. Assim, a criatividade lexical e a cristalização de usos clichês são guiadas por valores culturais e ideológicos dos falantes nativos e, portanto desconhecidos para os falantes de outras línguas. O material coletado delimita-se por um conjunto de textos de notícia que representam o inusitado na atualidade. O procedimento é teórico-analítico e tem a Análise Crítica do Discurso, por base teórica que postula a inter-relação das categorias analíticas Discurso, Cognição e Sociedade (Van Dijk, 1997). Os resultados obtidos indicam: 1. há um conjunto de enunciados clichês que caracterizam o português brasileiro; 2. um enunciado é clichê, na medida em que é repetido de geração por geração, irradiado por um foco de prestígio; 3. os enunciados clichês variam com os marcos de cognição social e são selecionados pela área temática da notícia; 4. a progressão semântica do texto é construída por uma dinâmica de significações novas que ressemantizam os enunciados clichês. Conclui-se que um enfoque interculturalista, propicia para o ensino de PLE, a apresentação da enunciação do texto jornalístico como material autêntico, privilegiando a cultura que guia a enunciação da língua-alvo em interface com a língua-nativa. CM-14 Dulcelita Pereira Ribeiro de Alencar Instituição: PUC – SP Cidade/País: São Paulo/ Brasil A NEGAÇÃO EM CONTEXTOS DISCURSIVOS E INTERACIONAIS Esta comunicação está situada na vertente sócio-cognitiva da Análise Crítica do Discurso e tem por tema as formas de negação do português brasileiro, em seu uso efetivo por falantes nativos. Os estudos gramaticais apresentados, até o momento, sobre a negação não satisfazem o entendimento do estrangeiro, que se depara com nosso uso efetivo e não o compreende. Portanto, faz se necessário considerar o ensino da negação no português brasileiro para estrangeiros a partir de uma abordagem sócio-cultural.Tem-se por objetivo examinar as expressões lingüísticas utilizadas pelo brasileiro a fim de não dizer "não", a partir de análises de contextos discursivos e interacionais realizando o levantamento das diversas formas de negação, como forma de refuta. O material coletado, considerando a língua em uso, foi selecionado em textos opinativos que circulam na mídia escrita, dialogando entre si. Tem-se por critério analítico as categorias Discurso, Sociedade e Cognição.Tem-se por pressuposto que o brasileiro evita o uso do "não" em suas negações, o qual aparece apenas em situações específicas, mas que são raras. Os resultados apresentados são parciais e pertencem a uma pesquisa que trata da descrição das formas de negação do português brasileiro em seu uso efetivo a partir de contextos discursivos-interacionais que visam contribuir com o ensino de PLE. Conclui-se que o estudo da negação do português brasileiro deveria abranger também um estudo cultural e social que vão além da aplicação de regras gramaticais e expressões lingüísticas negativas encontrados nas gramáticas tradicionais.

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CM-15 Estevão de Ávila Reis Cruz Jerônimo Coura Sobrinho Instituição: CEFET-MG Cidade/País: Belo Horizonte/Brasil Estudo do exame CELPE-Brás através de técnicas de mineração de dados Este trabalho tem o objetivo de apresentar conclusões parciais de uma pesquisa de iniciação científica intitulada A ferramenta open source WEKA de Data mining na avaliação do perfil dos candidatos ao Exame de Proficiência em Português como Língua Estrangeira (CELPE-Bras) e assim, questionar alguns aspectos de avaliação do CELPE-Bras, por meio do estudo de resultados de uma aplicação recente desse exame, com a assistência de um software de mineração de dados WEKA. Essa ferramenta possibilita a exploração de grandes quantidades de dados na procura de padrões consistentes, como regras de associação ou seqüências temporais, para detectar relacionamentos sistemáticos entre variáveis, detectando assim novos subconjuntos de dados. Testes preliminares com base em alguns padrões da amostragem sugerem a sobreposição de alguns parâmetros de avaliação nas partes do exame. CM-16 Fabrício Elder da Silva Tosta Instituição: UNESP-Assis Cidade/País: Assis/Brasil O ensino de português como língua estrangeira por meio do teletandem O teletandem é um novo contexto de ensino/aprendizagem de língua estrangeira que conta com o apoio da tecnologia, permitindo o contato de dois falantes proficientes, cada qual em sua língua, por meio do aplicativo Windows Live Messenger. O objetivo desse contato é que cada um assuma o papel ora de professor da língua que domina e ora de aluno da língua que deseja aprender. O projeto Teletandem Brasil: Línguas estrangeiras para todos (Telles, 2005) vem sendo desenvolvido na Universidade Estadual Paulista (UNESP), nas unidades de Araraquara, Assis e São José do Rio Preto, e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). A abordagem utilizada no ensino de português como língua estrangeira no teletandem possui características diferentes daquelas geralmente adotadas em sala de aula. O proficiente em português assume nesse contexto um papel diferente do professor no ensino tradicional de línguas estrangeiras, uma vez que não é necessário um cronograma a ser seguido. O seu papel, nesse caso, seria de instrumento de conversação, de observador constante da fala do aprendiz e, sobretudo, de alguém que possibilite a ele, através de um feedback no final de cada sessão, a correção dos erros, mostrando uma melhor forma de se expressar na língua-alvo. Outra principal característica do ensino/aprendizagem de línguas in-tandem é a autonomia desenvolvida pelo aprendiz. Esse passa a assumir um papel fundamental, tornando-se responsável por seu próprio aprendizado, tendo a possibilidade de escolher o conteúdo a ser trabalhado e direcionar um desenvolvimento maior àquilo que achar mais necessário.

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CM-17 Gabriela Susana Redín Instituição: Escuela Industrial Superior - FIQ-UNL (Santa Fe-Argentina) Laura Wagner Instituição: Escuela de Comercio Nº1 "Cap. Gral Justo José de Urquiza (Paraná, Entre Ríos) Argentina Cidade/País: Santa Fe/Argentina ESTRATÉGIAS PARA A APRENDIZAGEM DE VOCABULÁRIO EM AULAS DE PLE NO ENSINO MÉDIO: algumas considerações acerca do fazer de professores e alunos. Se o objetivo do curso é que os alunos possam comunicar-se em língua estrangeira, eles deverão adquirir vocabulário, conhecer uma quantidade suficiente de palavras. Aprende-se vocabulário através do método direto e do método indireto, de maneira explícita e implícita, intencional e incidental. Segundo alguns autores, as duas formas deveriam ser complementares, cada uma proporcionando um tipo de aprendizado. Seja qual for o momento e o objetivo, os professores, ao ensinarmos vocabulário levamos em conta que existem técnicas ou estratégias para ensinar e para aprender vocabulário. Também estamos cientes de sabermos, que conhecer uma palavra é um processo complexo, que leva tempo, e que seu conhecimento e seu uso dependerá: da maneira em que este for apresentado, de como cada aprendiz aplica ou desenvolve as estratégias que melhor o ajudam a adquirir vocabulário - e como organiza esse novo vocabulário, e também das oportunidades que o professor lhe dá para utilizá-lo. O presente trabalho tem como objetivo analisar os resultados sobre as estratégias de ensino e aprendizagem de vocabulário que utilizam os professores e que os alunos detêm e/ou usam em escolas públicas das cidades de Santa Fe (Santa Fe), Esperanza (Santa Fe) y Paraná (Entre Ríos), Argentina. A pesquisa foi aplicada na EGB3 e no Polimodal, a professores e alunos iniciantes de PLE. O uso ou o ensino de estratégias está relacionado à importância que damos ao vocabulário em sala de aula. Para desvendar isso, nos propomos indagar sobre as estratégias que os professores tentam desenvolver nos alunos, e conhecer também quais são as estratégias que o aluno efetivamente usa para aprender vocabulário. É importante saber se os alunos reconhecem utilizar estratégias de aquisição de vocabulário e se os professores as identificam, fazem com que os alunos as usem e se ensinam outras que os aprendizes ainda não possuem. CM-18 Henrique Rodrigues Leroy Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG Cidade/País: Belo Horizonte/Brasil Interseções Culturais no Ensino de Português como Língua Estrangeira A presente comunicação procura ressaltar, por meio de uma atividade de produção oral feita em sala de aula, a relevância do aspecto cultural na produção de sentidos. Desse modo, espera-se que o aprendiz possa ter oportunidade de refletir sobre a realidade brasileira e sobre a sua própria realidade, descobrindo como os brasileiros e eles próprios, estrangeiros, criticam a si mesmos. Por meio dessas reflexões, nota-se o "poder" da prática de produção oral como instrumento reflexivo cultural, como também a sua relação com os conceitos de identidade e alteridade. Por fim, conclui-se que o aprendiz estrangeiro de Língua Portuguesa teve a experiência de refletir criticamente sobre a realidade brasileira, de seu próprio país, como também de outros países. Assim, descobre-se como os brasileiros e eles próprios, estrangeiros, criticam a si mesmos, ironizando a própria maneira de estar no mundo.

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CM-19 I. Gretel M. Eres Fernández Maria Eta Vieira Instituição: Unicsul/FEUSP Cidade/País: São Paulo/Brasil Sobre o ensino e a aprendizagem de PLE: algumas características de quem aprende e de quem ensina. O ensino de Português Língua Estrangeira - doravante PLE - para falantes de espanhol apresenta características e nuances muito específicas. O fato de serem línguas relativamente próximas, aliado ao contexto, à afinidade e à predisposição dos falantes garante um certo grau de compreensão mútua, ao menos nas relações mais imediatas e superficiais. Na verdade, a comunicação nem sempre é tão efetiva quanto se supõe; contudo ela se estabelece e gera, por sua vez, uma excessiva confiança por parte dos envolvidos a ponto de encobrir desentendimentos que, por serem considerados insignificantes naquele momento, não são explicitados. O trabalho que desenvolvemos com a comunidade boliviana em São Paulo revela que nas relações formais essa predisposição ao entendimento é menor e se evidenciam mais efetivamente as dificuldades enfrentadas pelo estrangeiro. Existem fatores como os códigos de comportamento e as formas de atuação intrínsecas a cada instituição e contexto em que erros, dúvidas e falta de habilidade do estrangeiro com a nova língua e com a nova cultura têm conseqüências sociais negativas. Em muitos casos, essas dificuldades de comunicação podem provocar um comportamento de intolerância e de conflito, gerando preconceitos e submissão de um indivíduo ao outro. Os problemas de entendimento da língua se confundem, em ocasiões, com os problemas acerca do entendimento do entorno de comportamento e do ambiente formal das instituições brasileiras. Este trabalho - parte de nossa pesquisa doutoral em andamento da Faculdade de Educação da USP- pretende propor uma reflexão sobre a importância de um ensino e de um aprendizado mais comprometidos com a inserção desse grupo à sociedade paulistana. Espera-se que o aprendizado de PLE funcione como facilitador ao acesso a setores pelos quais precisam transitar, entendendo e se fazendo entender, e também a uma melhor percepção de modos comportamentais característicos de nossa sociedade, que lhes permita uma maior interação com os brasileiros e, principalmente, que lhes possibilite uma integração social adequada. CM-20 Janaína de Aquino Ferraz Instituição: Universidade de Brasília Cidade/País: Brasília /Brasil A PROPOSTA MULTIMODAL APLICADA A MATERIAIS DIDÁTICOS DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA A crescente abertura para a pluralidade de usos da linguagem no contexto escolar impõe mudança significativa na configuração dos materiais didáticos. Assim, o objetivo desta pesquisa é analisar textos presentes em livros didáticos de português para estrangeiros, sob o enfoque da teoria da Multimodalidade como forma de se desenvolver trabalho crítico e estruturado em sala de aula de língua estrangeira. Para tanto, levanto três questões: Como os textos multimodais lidam com a ideologia? Os textos em materiais didáticos de PLE contribuem para a constituição das identidades sociais? Os eventos discursivos presentes nestes textos refletem as crenças sociais dos alunos? O estudo fundamentou-se na Análise de Discurso Crítica e na Teoria da Semiótica Social. Para a análise dos dados, utilizo princípios da pesquisa qualitativa composta por observação, entrevistas e questionários e análise textual. Os resultados apontam a necessidade de novos caminhos para os estudos lingüísticos, pois não se verifica, ainda, o domínio do professor de parâmetros que estruturem o trabalho com textos multimodais de gêneros diferentes em sala de aula de PLE, o que se verifica é o uso de relia sem critérios norteadores. Os alunos estrangeiros devem ser preparados para entender os objetivos ideológicos contidos nos textos, perceber nas várias formas de realização da linguagem as origens sociais em que se deu a produção textual o que se constituem hoje, ainda, tarefas não ensinadas na sociedade de forma suficiente, o que sugere a necessidade de uma educação que associe imagens e palavras, mais condizente com a realidade que vivenciamos: a era do argumento visual.

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CM-21 Jane Gonzaga Instituição: CELE - UNAM Cidade/País: México, DF O papel do aluno no processo de aprendizagem de PLE na aprendizagem a partir dos seus próprios erros. Esta comunicação visa mostrar uma experiência docente baseada na implementação de um ambiente computacional como auxiliar no ensino-aprendizagem de PLE, utilizando recursos de comunicação da Internet. A proposta tem como objetivo levar o aluno para uma reflexão sobre o seu processo de aprendizagem de PLE, a partir do trabalho específico na escrita entre as atividades promovidas na sala de aula. Esta modalidade de trabalho permite entre os alunos uma labor de reflexão e de auto avaliação crítica sobre a língua-alvo e as ações específicas de comparar com os dados e bases da sua língua materna, aprendendo assim a partir da observação dos seus próprios erros. Ao utilizarmos os recursos da Internet propiciando a interação com falantes nativos da língua alvo, seja através do suporte escrito ou auditivo, é possível promover um maior envolvimento do aluno para tecer comparações com a sua cultura, discutir, emitir uma opinião e fazer sugestões, promovendo assim a comunicação intercultural na sala de aula. A experiência faz parte de um projeto pessoal e institucional de atualização docente num programa de formação de professores, baseado na pesquisa-ação. CM-22 Laura Yolanda Wagner Instituição: Escuela de Comercio Nº 1 "Cap. J.J. de Urquiza- FHAyCS (UADER) Entre Rios - Argentina Ensino de PLE na “Escola Média”: uma decisão institucional Podemos dizer que somos proprietários de um capital pluricultural (Coste et al, 1998) que se torna cda vez mais rico no contacto com diferentes culturas no contexto de mundialização ao que pertencemos. Os documentos elaborados pelo Conselho de Educação da província de Entre Ríos, Argentina, recomendam, desde 1997, ensinar mais de uma língua estrangeira na escola, mas o sistema educativo entrerriano ainda não é capaz de garantir o direito a todos os cidadãos de serem preparados para lidar com uma realidade que hoje é multicultural e plurilíngüe. Por outro lado, a Comissão Provincial de Política Lingüística, em 2003, adverte que "diminuir o espectro das línguas leva decididamente à diminuição da diversidade cultural" recomendando, então, "a pluralidade lingüística" que "implica o ensino de mais de uma língua". As escolas públicas em que se ensinam vários idiomas são aquelas que contam com projetos de plurilingüismo. Esses projetos surgiram da motivação dos próprios docentes das instituições. Na Escuela de Comercio Nº1, "Cap. General Justo José de Urquiza”, de Paraná, provincia de Entre Ríos - instituição educativa de gestão estadual - onde cada aluno havia estudado francês ou inglês durante cinco anos, a implementação da EGB3 foi uma excelente oportunidade para que cada aluno tivesse a possibilidade de ter experiências culturais em várias línguas. A partir do ano 2000, foi implementado o Projeto de Plurilingüismo, iniciando a experiência com as duas línguas que os alunos já aprendiam e incorporando em 2003, no Polimodal, o Português, com a mesma carga horária (3h). O que os alunos pensam de aprender várias línguas estrangeiras na Escola Média? O que acham do fato de aprender Português na Escola? Este projeto provocou grande impacto na comunidade educativa. Os resultados da primeira avaliação nos permitem tomar decisões e fazer os ajustes pertinentes para podermos corrigir deficiências e atingir os objetivos previstos.

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CM-23 Leandro Dias Carneiro Rodrigues Instituição: Universidade de Brasília Cidade/País: Brasília/Brasil A(s) cultura(s) em evidência na aula de Português como segunda língua (PL2) em uma escola bilíngüe de Brasília Esta comunicação tem por objetivo fazer um recorte de uma pesquisa de mestrado em Lingüística Aplicada - do programa de Pós-graduação do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, na área de concentração Ensino e Aprendizagem de Línguas e linha de pesquisa: língua e cultura. A relação língua e cultura no processo de ensino e aprendizagem de línguas tem sido discutida sob ângulos diversos e tem trazido contribuições sob vários enfoques aos paradigmas de pesquisa em Lingüística Aplicada, considerando-a como uma área do conhecimento humano "preocupada em encaminhar soluções sistemáticas para questões reais do uso de linguagem no contexto social." (Almeida Filho: 2006, p. 23). Considera-se a cultura um fenômeno de realização lingüística ou - a linguagem em condição real de uso (Almeida Filho, 2006) - em interação. Pretende-se, portanto, enfocar este fenômeno a partir de um ambiente de interação na aula de língua portuguesa para estudantes de diversas nacionalidades em uma escola bilíngüe de Brasília, DF, cuja filosofia institucional baseia-se na fé Baha'i, a qual defende o princípio da unidade pela diversidade: o estabelecimento de um ambiente no qual estudantes de diversas nacionalidades, culturas, raças e religiões, possam aprender a conviver de forma harmoniosa e pacífica. Contudo a comunicação visa a abordar considerações relevantes desta pesquisa, de cunho etnográfico e natureza interpretativa, no âmbito do ensino e aprendizagem de língua portuguesa para falantes de outras línguas a partir das culturas neste processo no momento da aula, com base nas concepções de ensino e aprendizagem de língua e cultura do professor, da instituição e dos alunos. CM-24 Luiz Flavio De Souza Instituição: Unesp Cidade/País: Assis/Brasil INTERCULTURALIDADE NO ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS NO CONTEXTO DO TELETANDEM: ESTEREÓTIPOS E CONFLITOS CULTURAIS O projeto de Iniciação Científica INTERCULTURALIDADE NO ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS NO CONTEXTO DO TELETANDEM: ESTEREÓTIPOS E CONFLITOS CULTURAIS, está inserido no projeto institucional Teletandem Brasil, línguas estrangeiras para todos, desenvolvido na Unesp, campus de Assis. O Teletandem é uma nova abordagem de ensino aprendizagem de línguas estrangeiras que coloca os universitários brasileiros em contato com alunos de língua portuguesa de outros países. Tal interação, baseado na troca de conhecimentos lingüísticos e culturais entre nativos, ocorre por meio do Windows Live Messenger. Através dessa ferramenta de comunicação, o praticante de Teletandem pode desenvolver sua proficiência comunicativa, de leitura e escrita em língua estrangeira. O encontro entre os parceiros ocorre em sessões regulares de duas horas semanais. Durante uma hora os parceiros utilizam somente o português e na outra, no caso, somente o espanhol. O presente projeto adota como teoria o sócio-construtivismo na analise das interações entre um universitário brasileiro graduando em Letras (português e espanhol) e um universitário argentino estudante de língua e cultura brasileira. A necessidade da abordagem desse tema ocorreu a partir do momento em que os estereótipos e conflitos culturais tornaram-se constantes nas interações, influenciando a aprendizagem da língua. A análise focaliza a prática intercultural no ensino de língua e os estereótipos e conflitos culturais presentes nessas interações. Algumas das contribuições desse processo de ensino/aprendizagem na formação do aluno, enquanto futuro professor de língua e cultura estrangeira tem sido uma maior consciência cultural, tanto em relação a cultura do parceiro quanto a sua própria cultura, uma nova perspectiva de ensino/aprendizagem de línguas baseados no uso da tecnologia e do desenvolvimento de autonomia na busca pelo conhecimento. Durante esse processo, o aluno também aprende na prática a criar técnicas e estratégias para o ensino de português para estrangeiros, utilizando como fonte os vários recursos presentes na internet.

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CM-25 Maria D'Ajuda Alomba Ribeiro Instituição: UESC Cidade/País: Ilhéus/Brasil A IDENTIDADE CULTURAL NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE PORTUGUES L2/LE O presente trabalho pretende investigar, através da língua e cultura brasileira, o uso e valores dos conectores e marcadores discursivos argumentativos na linguagem escrita dos aprendizes de português, caracterizando as relações lógicas do ponto de vista lingüístico e, a seguir, do ponto de vista discursivo em um contexto multicultural. Para alcançar esse objetivo, recorremos aos pressupostos teóricos da Análise do Discurso francesa, Lingüística Textual e Estudos Culturais, através dos quais buscamos elucidar e esclarecer o sentido do objeto da presente pesquisa. Pretendemos por meio de leituras de autores regionais: Jorge Amado, Adonias Filho e Ciro de Matos, detectar as principais dificuldades que enfrentam os aprendizes e as possíveis causas que possam contribuir para essas dificuldades no momento da retextualização e, neles, selecionaremos os conectores e marcadores discursivos que possam atender ao objetivo dessa pesquisa. CM-26 Maria do Carmo Meirelles Reis Branco Ribeiro Instituição: Pontifícia Universidade de São Paulo Cidade/País: São Paulo, SP ADJETIVAÇÃO E VALORES CULTURAIS: ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS COMO MATERIAL DIDÁTICO NO ENSINO DE PLE Esta comunicação está situada na Análise Crítica do Discurso com vertente sócio-cognitiva e tem por tema o processo de adjetivação ocorrido na produção de anúncios publicitários brasileiros. Justifica-se a pesquisa realizada, pois, de forma geral os anúncios publicitários vêm sendo considerados pelos professores de PLE como material autêntico para o ensino. Têm-se por pressuposto que o discurso publicitário é definido por seus participantes, suas funções e suas ações de forma a transformar o seu auditório em consumidor do produto anunciado. Segundo Silveira (2006:220) o discurso publicitário interaciona com o produto anunciado como o marco das cognições sociais dos grupos que o anunciador publicitário seleciona para consumi-lo. Essa interação é realizada com traços culturais e ideológicos dos referidos grupos sociais, de forma a atuar com a opinião pública. Nesse sentido os anúncios publicitários podem ser considerados material autêntico quando se pretende o ensino de PLE com enfoque interculturalista. A pesquisa realizada focaliza o papel da adjetivação e os resultados parciais até então obtidos, indicam que: 1. a opinião pública construída como um conjunto de valores culturais orienta a adjetivação; 2. dessa forma constrói-se para o auditório uma necessidade; 3. o anúncio publicitário com sua adjetivação torna-se um lugar retórico de sedução; 4. a adjetivação é responsável pela individualização do produto em relação aos demais que estão no mercado e que são concorrentes; 5. a adjetivação constrói por superlativos, explicativos e restritivos, uma promessa de satisfação a necessidades em pouco tempo, com pouco custo e muito sucesso. Conclui-se que a escolha das entradas lexicais são guiadas pelos valores culturais das cognições sociais do auditório.Nesse sentido, os anúncios publicitários são adequados como material autêntico.

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CM-27 Maria Helena Vieira Abrahão Instituição: UNESP/FAPESP Cidade/País: São José do Rio Preto, SP A formação do professor de português língua estrangeira para o meio virtual Muitas são as pesquisas que tem por foco a formação do professor de língua estrangeira, mas escassas são aquelas que se voltam para a formação do professor de português como língua estrangeira para atuar no meio virtual. O projeto Teletandem Brasil - línguas estrangeiras para todos, desenvolvido por docentes da UNESP de Assis e de São José do Rio Preto, focaliza o ensino de línguas estrangeiras e a pesquisa, e contempla como seu terceiro objetivo estudar a formação do professor de língua estrangeira, incluindo o de português, para o ensino a distância. Sete projetos de pesquisa de mestrado e doutorado investigam tal questão, cujos resultados pretende-se apresentar nesta comunicação. CM-28 Maria José Nélo Instituição: PUC/SP – UEMA Cidade/País: São Paulo INTERCULTURALIDADE E ENSINO DE PORTUGUÊS NOS IMPLÍCITOS DA CRÔNICA BRASILEIRA Esta comunicação situa-se na área da Análise Crítica do Discurso (ACD), cujas categorias analíticas Sociedade, Cognição e Discurso mantêm entre si uma inter-relação de ordem e definição, com vertente sócio-cognitiva e práticas sócio-interacionais, de acordo com Van Dijk (1999). Tem por objetivo geral contribuir com o ensino da variedade do português brasileiro numa perspectiva intercultural, considerando a cultura como um conjunto de valores, normas e comportamentos da vida cotidiana, expressos em língua em seu uso efetivo na crônica nacional. Na linearidade textual, a crônica traz marcas implícitas e explícitas de representações sociais, que são características específicas de cada grupo, que se unem por interesses, propósitos e objetivos comuns e, ao mesmo tempo, se diferenciam dos outros. Nessa relação de identificação e diferenciação, os grupos sociais se representam e se avaliam mutuamente. Os resultados verificados indicam que: 1) o gênero textual crônica mantém relação com a cultural nacional, 2) o cronista, polifonicamente, dialoga de forma irreverente sua opinião e seus conhecimentos sociais e 3) a crônica delineia a representação social avaliativa dos grupos sociais diferentes. Conclui-se que os grupos sociais constróem relações de harmonia e de conflitos, dependendo dos seus objetivos, jogos de interesses ideológicos e culturais, ao passo que, cognitivamente, representam conhecimentos culturais avaliativos que guiam as avaliações comuns ou diferentes de um grupo em relação ao outro. CM-29 Maria Virginia G. B. Lebron e Ângela Maria Fraga Azôr Instituição: UFTM Cidade/País: Uberaba/Brasil Aspectos culturais implícitos em livros didáticos de língua inglesa para brasileiros A prática do ensino de línguas tem tido como foco central o desenvolvimento lingüístico, negligenciando, na maioria das vezes, o aspecto cultural . Partindo do princípio proposto por (Almeida Filho, 2002) de que os elementos culturais governam a maior parte das atitudes, dos comportamentos, das representações e dos costumes dos falantes de uma língua e também apoiados na experiência com a formação de professores em um curso de Letras de uma Universidade pública, esta comunicação tem por objetivo apresentar uma análise dos livros didáticos para ensino de língua estrangeira, verificando como a dimensão cultural tem sido um elemento utilizada, apresentada para o desenvolvimento da competência comunicativa intercultural tão almejada. Esta pesquisa é de base qualitativa-interpretativa e se vale de avaliações de três livros didáticos para ensino de inglês como língua estrangeira. Consideramos a apresentação da vida social de acordo com lista adaptada de Byram (1993) além das categorias temáticas e notas culturais nos manuais didáticos .

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CM-30 Marli Rosa Instituição: UNINOVE Cidade/País: Brasil Ensino de História e Cultura Brasileiras em Cursos de Português do Brasil como Língua Estrangeira/Segunda Língua (LE/L2) Com o objetivo de colaborar para a divulgação de informações sobre o funcionamento de publicações internacionais, apresentarei o histórico da construção do artigo "Língua, história e cultura brasileiras: coração de estudante", que publiquei recentemente na Revista Eletrônica sobre Português como Língua Estrangeira, do "Center for Latin American Studies", da "University of Florida" (USA). Relatarei as experiências vividas, desde a procura do periódico internacional até a escolha do tema e a construção do artigo propriamente. Tendo como principal referencial teórico a Análise de Discurso Francesa, apresentei, no artigo, eventos da história brasileira recente (ditatura, período pré-democrático e 2007) e fiz uma relação entre essa história e o uso de músicas na sala de aula de Português do Brasil como LE/L2, a partir de um estudo discursivo da música "Coração de Estudante", de Milton Nascimento e Wagner Tiso. Além disso, apresentei algumas sugestões de atividades para uso em sala de aula. O artigo é inovador, tanto pelo conteúdo como pela forma, pois muitos foram os hiperlinks usados no texto, de diversas naturezas: links para músicas, vídeos, fotos, sites de notícia, etc. No artigo, a principal função dos links foi ajudar o leitor (especialmente o de origem estrangeira) a (re)construir o meu próprio percurso de sentidos na construção do texto para, a partir daí, construir o seu percurso, de uma maneira mais interativa e informal, se comparado com um artigo científico tradicional. Os objetivos principais deste artigo foram levantar reflexões, apresentar sugestões práticas aos colegas professores, e, sobretudo, incentivar o ensino da língua aliado ao conhecimento de história e cultura brasileiras. CM-31 Marta Lúcia Cabrera Kfouri Kaneoya Instituição: Unesp- Universidade Estadual Paulista/ FAPESP Cidade/País: São José do Rio Preto- SP/ Brasil “Nunca tinha pensado nisso” – Crenças, reflexões e a construção do discurso de interagentes de Português-Espanhol como LE na modalidade de teletandem O presente trabalho apresenta resultados parciais da pesquisa de doutorado intitulada "A formação inicial de professores para o teletandem: um diálogo entre crenças, discurso e reflexão profissional", inserida no Projeto "Teletandem Brasil: línguas estrangeiras para todos". Desenvolvido pela Unesp- Assis e São José do Rio Preto, em parceria com os departamentos de português-língua estrangeira de instituições de ensino superior na Argentina, Canadá, Estados Unidos, Espanha, França e Itália, tal projeto tem como objetivo maior promover a aprendizagem de línguas estrangeiras em teletandem, utilizando recursos de áudio, voz e imagem em tempo real. Particularmente, esta pesquisa tem por objetivo analisar os processos de formação inicial de interagentes de Português-Espanhol em teletandem, investigando como suas crenças, discursos e reflexões se manifestam e se (re)constróem, em relação ao processo de ensinar língua materna como estrangeira e aprender língua estrangeira, em um contexto mediado pelo computador.

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CM-32 Mary Risner Instituição: University of Florida - Gainesville, Florida USA Porque estudar o português? O português é a língua oficial do Brasil, Portugal e vários países da África. Só no Brasil o português é falado por um pouco mais de 190 milhões de pessoas e o Brasil é atualmente a oitava economia do mundo. Apesar destes fatos, o português ainda é considerado como uma língua minoritária no mundo acadêmico dos EEUU. A matrícula em classes de português ainda é muito menor do que as línguas como hebreu, chinês e russo. O espanhol continua sendo a língua mais estudada com 700.347 alunos de espanhol, comparado a 7.057 alunos de português (Pesquisa MLA 2002) No lado positivo, o número de falantes de português está crescendo, e as oportunidades profissionais conectadas ao Brasil estão aumentando. O último estudo da Modern Language Association (MLA) informa que a participação em aulas de português subiu 21 por cento desde 1998 até 2002. Mesmo assim, é necessário promover o português para que se reconheça a importância econômica, geográfica e cultural que o português tem no mundo. Esta sessão tratará das estratégias de como aumentar a inscrição de alunos em português como língua estrangeira nos Estados Unidos. Pertinente a esse tema, se apresentará os resultados de um estudo feito na Universidade da Flórida (UF) que examina as razões pelas quais os alunos estadunidenses escolhem a língua portuguesa em vez de outros idiomas. A pesquisa consiste em uma série de perguntas respondidas por noventa e quatro alunos da UF, que estavam cursando português por um semestre. A pesquisa é exploratória e traz informações para ajudar no desenvolvimento de métodos criativos para promover o português nas universidades norte -americanas. Ao concluir a apresentação do estudo, também se explicará as estratégias usadas para promover o estudo do português na UF e em outras instituições. CM-33 Micheli Gomes de Souza Instituição: Unesp - Assis O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NO CONTEXTO DO TELETANDEM E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES O projeto de Iniciação Científica PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NO CONTEXTO DO TELETANDEM E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES, financiado pela FAPESP, está inserido no projeto institucional TELETANDEM BRASIL, línguas estrangeiras para todos, desenvolvido na UNESP, campus de Assis. O Teletandem é uma nova abordagem de ensino e aprendizagem de línguas a distância via Windows Live Messenger e se baseia na troca de conhecimentos lingüísticos e culturais entre falantes de várias línguas. A ferramenta de comunicação WLM permite aos praticantes de Teletandem desenvolverem suas habilidades orais (com o uso de uma webcam), de leitura e escrita em língua estrangeira. O Teletandem ocorre em sessões regulares de duas horas semanais (ou como cada parceiro decidir). Durante uma hora o estudante brasileiro utiliza somente a língua estrangeira que estiver aprendendo, no caso o inglês. Na segunda hora o parceiro estrangeiro utiliza apenas o português e também recebe orientações do seu parceiro brasileiro. O Teletandem baseia-se nos princípios da autonomia e da reciprocidade, por isso os parceiros decidem suas tarefas em conjunto e colaboram um com a aprendizagem do outro. O presente projeto, sustentado nos princípios do sócio construtivismo, analisa a interação entre uma universitária brasileira graduanda em Letras português e inglês e uma universitária americana estudante da língua e da cultura brasileira. Alguns dos principais resultados obtidos pela pesquisa tem sido a valorização da ferramenta WLM para o ensino/aprendizagem de línguas e suas implicações na formação do professor, que por meio dela pode ter um maior contato com a língua e também com a cultura do país da língua alvo. Em um mundo onde as tecnologias de comunicação aproximam as pessoas, a prática de Teletandem possibilita aos futuros professores de línguas, que não têm condições de fazer um intercâmbio, entrar em contato com um nativo da língua que está aprendendo e participar de uma interação baseada na troca de conhecimentos lingüísticos e culturais. Durante esse processo o futuro professor além de aprender mais sobre o país da língua alvo, também aprende a valorizar e a ampliar sua consciência sobre sua própria língua e cultura e a criar técnicas para o ensino do português para estrangeiros.

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CM-34 Milena Maximo Instituição: UFF Cidade/País: Niterói (RJ) / Brasil Um panorama sobre o Panorama: uma breve avaliação do livro Panorama Brasil - ensino do português do mundo dos negócios. É inegável o destaque dos livros didáticos (LDs) nas aulas de línguas estrangeiras (LEs). Isto ocorre devido a variados fatores, a saber: 1. muitos materiais podem ser adequados a diferentes grupos; 2. possibilitam revisar o que foi dado e verificar o que será abordado; 3. têm boa apresentação e qualidade e 4. permitem adaptações ao contexto de ensino. Consideramos, portanto, que LDs são ferramentas importantes. Contudo, acreditamos que não substituem a boa formação e o olhar crítico do docente. O ideal é que ele escolha o manual pensando nas necessidades dos alunos e nos objetivos do curso. Também é fundamental observar se os pressupostos teóricos e a metodologia são condizentes com suas concepções sobre língua e ensino-aprendizagem de LE. Tendo isto em mente, procuramos, no presente trabalho, oferecer uma avaliação do LD Panorama Brasil, destinado a estudantes de PLE no mundo dos negócios. Escolhemos três perspectivas para contemplarmos o livro. Pretendemos: 1. verificar se a listagem de pontos relevantes fornecida pelas autoras é coerente com o que se apresenta; 2. apontar algumas imagens veiculadas e 3. observar que tipos de perguntas de compreensão textual predominam, dada a grande quantidade de textos no material. Cabe ressaltar que fazemos uma avaliação de pré-utilização, o que se espera do professor antes de adotar qualquer manual. Todavia, isso não é suficiente. São essenciais as avaliações realizadas durante e depois do uso, pois poderão verificar as reações dos aprendizes e os efeitos reais do livro. Este estudo pode não apenas promover o exercício crítico de seus autores, mas também ser útil a outros docentes, cujas contribuições posteriores poderão, juntamente com nossas observações, colaborar para o aperfeiçoamento dos profissionais da área e dos livros de PLE. CM-35 Myriam Jeannette Serey Leiva Cidade/País: Campinas-SP Fluência no Ensino-aprendizagem de Português para Hispano-Falantes O conceito de fluência não está muito claro na literatura da área de ensino de línguas, já que é confundido com "desempenho", "competência" e "proficiência". Daí que dizer que alguém é fluente numa determinada língua, não deixa claro o que significa exatamente. Isto é mais complicado quando nos referimos ao português falado por aprendizes hispano-falantes, devido à proximidade do espanhol e do português, o que constitui um fator que facilita e dificulta a aprendizagem. O chamado "portuñol" pode ser uma manifestação dessa característica, pode indicar problemas de competência, ou desempenho, ou proficiência, ou de fluência, --dependendo do que entendermos por cada um desses termos--, ou apenas uma etapa no processo de aprendizagem/aquisição de português. A partir dessa situação, examinaremos o que há sobre o tema para encontrar um caminho para uma definição de cada um desses termos, acima, com a finalidade de determinar o papel da fluência no ensino-aprendizagem de línguas, e especialmente de português para hispano-falantes. Acreditamos que tenha um papel crucial, indicando a direção do(s): 1. Objetivos do ensino-aprendizagem de língua portuguesa para aprendizes hispano-falantes, independentemente, dos seus objetivos pessoais, por exemplo, trabalhar no Brasil. 2. Conteúdos que deveriam formar parte do planejamento de um curso de português para hispano-falantes. 3. Métodos e técnicas mais adequados. 4. Materiais que poderiam ser selecionados ou criados. 5. Tipos de avaliação e de instrumentos adequados. Acreditamos, também, que uma visão sócio-cultural de língua em que a aprendizagem/aquisição de uma língua é uma aprendizagem/aquisição de cultura, nos ajudará nas respostas que procuramos para um ensino-aprendizagem mais adequado de português para hispano-falantes.

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CM-36 Noemí Alfaro Instituição: Centro de Enseñanza de Lenguas Extranjeras, UNAM Cidade/País: México RELAÇÃO TEORIA-PRÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: O CASO DE PORTUGUÊS Esta comunicação visa apresentar as diferentes etapas da reestruturação do Curso de Formação de Professores, atualmente "Curso de Formação de Professores de Línguas-Culturas" (CFPLC), do Centro de Enseñanza de Lenguas Extranjeras da Universidade Nacional Autônoma do México, e a relevância de priorizar a prática dos formandos na sala de aula. Tratar-se-á especialmente o caso das formandas da área de português. O módulo "Observação, planejamento e prática de aula" tem um papel central no mapa curricular do curso. Trata-se de um espaço no qual os formandos podem implementar e avaliar os conhecimentos teórico-práticos que se trabalham em outros módulos do curso, bem como gerar e conferir hipóteses, novas idéias e estratégias acerca do processo de ensino-aprendizagem. Seu caráter é especificamente prático e seu objetivo fundamental é promover nos futuros professores a prática reflexiva. A atual situação eclética da didática das línguas-culturas — ausência de uma metodologia dominante e atenção à diversidade das estratégias individuais de aprendizagem— dificulta a formação inicial na medida em que já não se pode utilizar para ela uma metodologia única e universal. Esse ecletismo atual entra em contradição com a necessidade de garantir coerências didáticas no processo de ensino-aprendizagem. Portanto, o módulo "Observação, planejamento e prática de aula" do CFPLC é uma proposta de prática reflexiva na qual os pontos a serem discutidos devem surgir das necessidades dos formandos envolvidos no curso pois "a reflexão só se dará se o formando realmente quer se envolver no processo". De acordo com Vieira-Abrahão (1999: 46), a capacidade de reflexão e de crítica poderá levar o professor a um processo de auto-avaliação continuada, e fazê-lo sensível para a análise de novas abordagens propostas que, com certeza surgirão na vida profissional dos novos professores de uma língua estrangeira. CM-37 Noemia Fumi Sakaguchi Instituição: Unicamp - IEL Cidade/País: São Paulo/Brasil Letramento no processo de aquisição da escrita de língua portuguesa por crianças coreanas: da cartilha ao “internetês” Na falta de material especializado no campo da aquisição da escrita de língua portuguesa para estrangeiros, principalmente àqueles não-familiarizados com o alfabeto latino, muitos professores acabam recorrendo unicamente ao uso das tradicionais cartilhas para percorrer este complexo processo. Sabemos que essas cartilhas estão muito longe de atender às necessidades lingüísticas e contextuais das crianças brasileiras, menos ainda, às das crianças estrangeiras. É com o intuito de contornar esse quadro que estou desenvolvendo um trabalho de alfabetização e letramento com alunos coreanos que chegaram ao Brasil há menos de um ano. Como parte da política lingüística da escola bilíngüe português-coreano onde trabalho, essas crianças freqüentam minhas aulas de reforço de português. Suas idades variam de 7 a 10 anos e é com pesar que deixam sua terra natal, seus amigos e seus parentes em função das atividades profissionais de seus pais. Na maioria das vezes, chegam desmotivados e angustiados diante da realidade cultural e lingüística discrepante. A perspectiva do letramento é, portanto, uma maneira de manter essas crianças motivadas. Nesta comunicação, apresento alguns resultados do trabalho desenvolvido com os alunos no intuito de mostrar como essas crianças são capazes de encontrar algum prazer na escrita, mediante atividades contextualizadas que possibilitem sua expressividade como indivíduos e membros de uma cultura, não cerceados pelo ideal de "escrita perfeita" e pelo "fantasma do erro" que rondam as cartilhas.

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CM-38 Nora Tapia Instituição: IES Lenguas Vivas Cidade/País: Buenos Aires Argentina As recentes mudanças econômicas, culturais e sociais conduziram à incorporação das novas tecnologias (TIC ) em todos os aspectos da vida atual, a educação não foi uma exceção. Neste sentido, importa-nos refletir a respeito do usufruto pedagógico do potencial que as TIC contém. As novas tecnologias estão presentes em sala de aula de língua estrangeira desde há longo tempo, mas nos últimos tempos, as TIC têm sido indicadas como tecnologias que o professor de LE deve conhecer e usar, salientando-se, em particular, as múltiples competências e usos que oferece a Internet. Este trabalho pretende também mostrar algumas das maneiras como nós, professores de português língua estrangeira, podemos usar os recursos disponíveis na Internet para acrescentar uma dimensão útil e completamente nova à sala de aula convencional. Além de identificar e descrever alguma das ferramentas disponíveis na rede mundial -relevante para professores e alunos de idiomas- o presente trabalho também relata a nossa experiência no I.E.S. em Lenguas Vivas "J.R.Fernández" com alunos de português língua estrangeira do nível médio e as conclusões obtidas desse trabalho como professora de PLE. Com base nestas reflexões, consideramos importante conhecer e expor o uso pedagógico das TIC pelos professores de PLE, assim como determinar quais são os fatores que favorecem e quais os que dificultam essa utilização. Para esta análise teremos em consideração como base teórica de referência, a proposta metodológica comunicativa entendendo o processo de ensino-aprendizagem como construtor de sentidos, enriquecedor e formador da própria identidade a partir do contato e o confronto com o alhéio. CM-39 Priscilla da Silva Santos Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro Cidade/País: Rio de Janeiro - RJ / Brasil Ordem ou pedido? Problemas de produção de atos de fala por hispano falantes aprendizes de PLE. Segundo Searle (1981) o ato de fala pode ser visto como unidade mínima do processo comunicativo. Em razão disto, pode-se supor que a ineficiência na produção de um ato de fala venha a afetar a interação entre emissor e receptor, causando prejuízo para o estabelecimento da comunicação. No contexto específico de interação oral em língua estrangeira, vários outros fatores devem ser considerados. Um aspecto importante que não costuma ser levado em conta nos métodos de ensino de PLE é o papel das marcas entonacionais na percepção e produção de atos de fala. Durante a comunicação oral não são utilizados apenas recursos lingüísticos. Muitas vezes, a interação se completa com gestos e entoações variadas, estas últimas, fundamentais na realização de um ato de fala. O presente trabalho está voltado para a produção de dois atos de fala, pedido e ordem, por hispanos falantes. Objetiva-se verificar quais marcas entonacionais marcam a não compreensão, e conseqüente ruído na comunicação, de um ato de fala produzido por um aprendiz de português (falante de espanhol) direcionado para um falante nativo do português brasileiro. Os dados analisados foram colhidos de alunos de PLE da Faculdade de Letras da UFRJ.

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CM-40 Priscilla da Silva Santos Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro Cidade/País: Rio de Janeiro - RJ / Brasil "Se eu ganhasse na loteria eu faria..." Descrição e análise das orações subordinadas adverbiais em materiais didáticos de PLE. Para Neves (2006: 15), "colocar como objeto de investigação a língua em uso é ter presente que o uso da linguagem e a produção de texto se fazem na interação", e um dos focos do ensino de língua estrangeira é tornar o aprendiz apto a interagir na língua alvo, é capacitá-lo a se comunicar na língua que está aprendendo. Pode-se dizer que, quanto mais proficiente o aprendiz, maior é o número de estruturas complexas de uma língua estrangeira ele tem a seu dispor para usá-las em uma situação de interação. Há vários materiais didáticos no mercado que têm como proposta ensinar o aluno a interagir socialmente em uma LE, contudo vale verificar se a intenção se cumpre ao longo do livro. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo verificar o ensino de orações adverbiais, em alguns materiais didáticos de português língua estrangeira (PLE), realizando uma descriçao de como tais estruturas estão sendo abordadas em alguns materias didáticos. Foram escolhidas as orações adverbiais por funcionarem como um complemento informacional, portanto caberia ao falante a escolha de usá-las ou não. Dessa forma, pode-se considerar que o domínio de tal estrutura sintática (tida como complexa na língua portuguesa) indiciaria o nível de proficiência o aprendiz possui. CM-41 Raquel Albano Scopinho Instituição: UFSCAR e Faculdades Integradas Claretianas Reflexões acerca do processo de elaboração de material didático de Português Língua Estrangeira (PLE) para a terceira idade Presenciamos um crescimento vertiginoso das Faculdades e Universidades da Terceira Idade e os desafios apresentados pelo contexto atual, onde a longevidade é uma preocupação cada vez mais presente. Recentemente têm surgido pesquisas sobre os aspectos a serem considerados na relação de ensino-aprendizagem e no processo de aquisição de uma língua estrangeira, abordando mais especificamente o adulto na terceira idade, englobando as características peculiares dessa faixa etária. Segundo elas, com o passar da idade, a acuidade auditiva diminui e este fator interfere na capacidade de memorização do adulto. Outro aspecto está relacionado à visão; há uma grande tendência de nos depararmos com problemas oftalmológicos nessa faixa etária, como a catarata, por exemplo, entre outros problemas que dificultam a visualização dos conteúdos dos materiais didáticos. Alguns gerontólogos procuram compreender o idoso e suas relações socioculturais e físicas, e como se dá o processo de aquisição da linguagem. O adulto na terceira idade geralmente demonstra, por um lado, maior segurança e autoconsciência - aspectos positivos para o processo de aquisição de uma nova língua - mas, por outro lado, ele é mais suscetível a fatores externos, tais como problemas de saúde e de família. A questão afetivo-cultural é outro fator que difere o público adulto em geral do adulto da terceira idade, tendo este maior necessidade de socialização. Tomando este contexto de pesquisas, objetivamos com esta comunicação refletir sobre os aspectos relevantes do processo de elaboração de material didático de Português Língua Estrangeira (PLE) para a terceira idade, propondo uma análise de alguns livros didáticos existentes no mercado de PLE. Temos uma bibliografia restrita sobre o tema e muitas crenças sobre essa faixa etária, assumindo, por vezes, um caráter negativo no que diz respeito à capacidade lingüístico-cognitiva da terceira idade.

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CM-42 Regina Célia Pagliuchi da Silveira Instituição: PUC/SP Deborah Gomes de Paula PUC/SP - SEE/SP - Cidade/País: São Paulo Derivação e composição no uso jornalístico do português brasileiro: uma perspectiva para o ensino de PLE Esta comunicação se situa na área do ensino gramatical do português brasileiro para falantes de outras línguas e tem por tema o vinculo necessário entre a teoria e a pratica, tratado por formas derivadas e compostas, no uso jornalístico. Objetivam-s estratégias enunciativas e os implícitos culturais contidos em expressões lingüísticas de manchetes, linhas-finas e lead notícias. Entende-se que um enfoque interculturalista requer multisciplinaridade e que todas as condições de uso da língua precisam ser tratadas na formação dos professores de língua estrangeira. Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa realizada com o uso lexical de redatores de jornais paulistanos, para construir a notícia como escândalo. O fato "a compra de votos para a aprovação de medidas no Congresso, de interesses do PT" foi o ponto de partida para a construção textual de novos escândalos com o uso do português brasileiro. Os resultados obtidos da pesquisa teórico-analítica indicam que: 1. as noticias de jornal são construídas, a partir de duas categorias semânticas, Atualidade e o Inusitado que guiam as estratégias jornalísticas para selecionar os fatos noticiosos; 2. na dimensão enunciativa, a construção lexical é responsável por transformar um fato acontecido no mundo em escândalo, a de forma a interacionar as cognições sociais por intertextos, com a ideologia da empresa-jornal. Os resultados obtidos da dialética teoria e prática indicam que 1. os textos-produtos de notícias são material autentico para o ensino da questão morfológica da formação de palavras e propiciam a explicitação de implícitos culturais; 2. a construção do escândalo noticioso pode ser estendida para a dimensão conversacional, coloquial com o uso do português brasileiro. Conclui-se que a dialética entre teoria e prática contribui para o enfoque interculturalista de ensino de PLE. CM-43 Ricardo Moutinho Rodrigues da Silva Instituição: UFSCar Cidade/País: São Carlos – Brasil O efeito retroativo do Celpe-Bras: considerações sobre as percepções, maneiras, crenças e ações de um candidato ao exame. Por meio deste trabalho, pretende-se discutir o efeito retroativo do exame Celpe-Bras (Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros) na cultura de aprender de um candidato ao exame, apontando as possíveis mudanças observadas em suas crenças, ações, maneiras e percepções sobre o teste em três diferentes momentos: antes do primeiro contato com o exame, após o primeiro contato com o exame (fase de preparação) e após a realização do mesmo. Acreditamos que uma avaliação é um elemento redirecionador, não apenas no processo de ensino/aprendizagem, mas também na maioria dos valores que alunos e professores consideram dentro e fora da sala. Por isso, investigar os impactos de uma avaliação significa levar em consideração as possíveis variáveis que permeiam o contexto de ensino/aprendizagem, presentes na cultura de aprender do indivíduo. O Celpe-Bras é desenvolvido e aplicado pelo Ministério da Educação do Brasil, apresenta uma proposta de avaliação diferente da adotada por outros exames de proficiência. De natureza comunicativa, o Celpe-Bras avalia a proficiência na língua portuguesa por meio de tarefas que se assemelham a situações reais de comunicação. O corpus desta pesquisa é constituído de três entrevistas com o candidato, das quais foram retirados nove excertos para análise. Por meio dos resultados, espera-se contribuir para uma análise relevante sobre a cultura de aprender de candidatos que se submetem a essa avaliação pela primeira vez.

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CM-44 Rosane de Sá Amado Instituição: USP Cidade/País: São Paulo/Brasil Uma Escola Timbira: relato da experiência de ensino do Português para jovens indígenas A Escola Timbira é um projeto desenvolvido pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI), em parceria com o Ministério da Educação e com a FUNAI para formar jovens indígenas do povo Timbira nas quatro últimas séries do Ensino Fundamental. As aulas são dadas em dois módulos anuais, contemplando as disciplinas de Português, Matemática, História e Estudos da Natureza e da Sociedade. O trabalho que será apresentado relata a experiência desta pesquisadora em ministrar aulas de Português no último módulo da Escola Timbira para 43 alunos formandos no Ensino Fundamental. O conteúdo programático diferenciado e as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos, por serem falantes de outras línguas, serão os tópicos abordados nesta comunicação, com o intuito de enriquecer as discussões sobre como ensinar Português em suas duas modalidades - escrita e falada - para comunidades indígenas CM-45 Sérgio Raimundo Elias da SIlva Instituição: UFOP - Mariana/MG O Processo de Ensino/Aprendizagem do Português como Língua Estrangeira e a Formação de Professores: considerações e contribuições Esta pesquisa discute algumas variáveis concernentes ao processo de ensino/aprendizagem, com o propósito de elucidar algumas colocações sobre o ensino de PFOL (Português para Falantes de Outras Línguas) e contribuir para a formação continuada de professores de LE (língua estrangeira). Os dados analisados foram coletados a partir de narrativas escritas por um grupo de estrangeiros que atualmente estudam Português em uma universidade brasileira. Os depoimentos mostram que a motivação dos participantes para aprender a língua portuguesa está diretamente relacionada aos seus objetivos e interesses. O tempo alocado para estudar a língua e os recursos pedagógicos utilizados para este fim caracterizam duas outras variáveis apresentadas nesses depoimentos. Além da aprendizagem da língua propriamente dita, observam-se diferentes graus de conscientização dos alunos quanto à influência da cultura no aprendizado da língua. Uma caracterização mais individualizada dos estilos de aprendizagem dos alunos aponta um grau de autonomia diferenciado e algumas crenças sobre aprendizagem de LE são destacadas. Os dados mencionam também a metodologia de ensino empregada pela professora, falam da importância que os alunos vêem no ensino da gramática e mostram a percepção que eles têm do livro didático utilizado. Em suma, todas as características apresentadas são variáveis que podem contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem desses alunos. CM-46 Terumi Koto Bonnet Villalba Lucia Peixoto Cherem Rosemara Stefani Instituição: Universidade Federal do Paraná -Cidade/País: Curitiba-PR Foco na forma no ensino de português para hispano-falantes. Alguns estudos na área de português para hispano-falantes vêm apontando a ocorrência reiterada de problemas gramaticais na produção escrita dos alunos que, mesmo alertados através de ensino explícito de regras, tendem à fossilização no sentido selinkeriano (1992) de cessação no processo de aprendizagem e de cristalização das formas erradas. A proposta consiste, pois, em abordar o caso dos alunos cuja língua materna é próxima da língua estrangeira (espanhol e português) usando a noção de sub-competência gramatical de Canale e Swain (1983), de conhecimento declarativo e procedimental de Andersen (1983), de foco na forma de Doughty; Williams (1997) e de contextualização de Bakhtin (apud Brait, 1997)com o objetivo de contrastar a revisão teórica com a prática de sala de aula de português para hispano-falantes no Centro de Línguas da UFPR. Neste re-enfoque, as regras gramaticais serão explicitadas em uso num contexto que faça sentido para os sujeitos da interlocução.

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CM-47 Thomas Johnen Instituição: Unicamp/CEL Cidade/País: Campinas/Brasil Da oposição semântica entre saber+infinitivo e poder+infinitivo para falantes de alemão A oposição semântica entre saber+infinitivo e poder+infinitivo representa uma dificuldade especial na aprendizagem do português por parte de falantes de línguas germânicas, por estas línguas não possuirem esta oposição. Por outro lado, demostramos em Johnen (2003) que as explicações em muitas gramáticas do português para falantes de alemão de que saber designe uma faculdade aprendida não passa de uma simplificação que acaba sendo inadequada. O objetivo desta comunicação é analisar a fundo, na primeira parte, na base de uma ampla análise de corpus, esta oposição semântica no sistema verbal da língua portuguesa. Recorreremos, para isso, ao quadro teórico de uma teoria acional (Rehbein 1977, Wunderlich 1981) que leva a uma explicação mais adequada que as apresentadas tradicionalmente nas gramáticas de português para falantes do alemão. Na segunda parte será apresentada uma análise contrastiva dos meios lingüísticos para designar, por meio de vrbos, a existência de uma possibilidade em ambas as línguas, inserindo desta maneira a questão da oposição entre saber e poder+infinitivo num horizonte mais amplo. CM-48 Valdete de Lima Ank Morais Universidade Federal de São Carlos- mestranda A língua portuguesa tem algo a oferecer ao sujeito hispano-falante? Neste trabalho nosso objetivo é trazer e analisar seqüências discursivas produzidas por sujeitos falantes nativos de espanhol, sintomas de suas projeções enunciativas, em relação à língua portuguesa e à espanhola. Tais seqüências nos permitiram uma resposta a seguinte questão: “A língua portuguesa tem algo a oferecer ao sujeito hispano-falante? Que lugar a língua portuguesa ocupa na produção discursiva dos sujeitos falantes de espanhol?” Poderíamos pensar que há um caminho aberto para a língua portuguesa ocupar um espaço de “língua veicular”, na terminologia de Gobard (apud. Deluze & Guatari, 1977). Nossa hipótese é que ocupando o lugar de língua veicular, o português pode oferecer ao sujeito hispano-falante melhores oportunidades, sobretudo, de exercer um trabalho profissional nas transações comerciais e econômicas no Brasil e em outros países (incluindo o de origem), e também de realizar atividades acadêmico-científicos, em nível de graduação ou de pós-graduação, atividades que exigem, de alguma forma, o saber da norma padrão da língua CM-49 Valeria Paola Suárez Galicia Instituição: Centro de Enseñanza de Lenguas Extranjeras, UNAM Cidade/País: México, D. F. A avaliação qualitativa da produção escrita em português como língua estrangeira: uma experiência didática com universitários O presente trabalho tem como propósito apresentar uma experiência de pesquisa na área de avaliação qualitativa da produção escrita em português como língua estrangeira num contexto universitário. O objetivo central do estudo foi identificar os efeitos da avaliação qualitativa na interação profesor - aluno assim como no desenvolvimento da autonomia dos estudantes. Partindo de uma base teórica qualitativa, foi feita uma oficina de escrita em português composta por 12 tarefas, mesmas que foram avaliadas mediante triangulação de narrações (Bolívar, 2001). As modalidades de avaliação empregadas no processo foram a heteroavaliação, a coavaliação e a autoavaliação. A atividade, com duração dum semestre, foi desenvolvida com uma turma de nível superior na Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM). Concluiu-se que a avaliação de caráter formativo, entendida como um processo de compreensão baseado no diálogo (Santos Guerra, 1995), melhora a interação na aula, impulsiona a aprendizagem dos alunos e desenvolve sua capacidade metacognitiva.

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CM-50 Valeuska França Cury Martins Instituição: PUC/SP Cidade/País: São Paulo PERSPECTIVAS PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA: A QUESTÃO DA PRONÚNCIA IDIOMÁTICA Esta comunicação terá como tema a questão da pronúncia idiomática brasileira em busca de um padrão para o ensino a falantes estrangeiros. Para tanto, é necessário que o professor de português brasileiro tenha formação na área de Fonética e Fonologia. O objetivo geral é contribuir para o estudo da pronúncia, situando-a no uso de um grupo encabeçado pela Rede Globo que representa um padrão em busca da neutralidade na intersecção das categorias discurso, sociedade e cognição, a partir da relação história e linguagem. Os objetivos específicos são: discutir as marcas dos elementos fonéticos e suas relações com o padrão; definir a variabilidade como um conjunto de marcas que difere de indivíduo para indivíduo, de grupo social para grupo social; examinar aspectos da norma que determinam a arquinorma. Para tanto, é necessário fazer um levantamento de algumas regras que norteiem o trabalho do professor de Português Língua Estrangeira em âmbito nacional. Trabalhar com o uso envolve uma complexidade maior, uma vez que o número de variações multiplica-se infinitamente. Trata-se de buscar na variabilidade uma unidade mínima que garanta a estandardização da língua em questão. Como pressuposto teórico, define-se fonologia como o estudo do fonema, unidade mínima distintiva e pertinente e fonética como o estudo do som articulado pelo homem nas interações comunicativas. Os resultados obtidos indicam que o estrangeiro precisa assimilar uma pronúncia padrão. Conclui-se que o ensino de Português Língua Estrangeira torna-se, dessa forma, mais fácil e adequado.