resumo renováveis magazine 02

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renováveismagazine 1 2 editorial Energias Renováveis no centro da discussão sobre a Política Energética Nacional 4 espaço opinião Estratégia Nacional para a Energia (Re.New.Able) 6 coluna ventos de bruxelas Que União para a energia? 8 espaço qualidade tudo muda quando a consciência desperta 10 coluna riscos renováveis Os sinistros e os seguros das Energias Renováveis 12 notícias dossier energia eólica 20 Desenvolvimento da energia eólica em Portugal 28 Tecnologias de conversão de energia eólica para grandes sistemas ligados à rede 36 O offshore eólico 44 Aproveitamento de energia eólica em ambiente urbano e construído 50 Estado da arte na avaliação de recursos eólicos 56 entrevista “todos queremos uma energia mais limpa e sustentável”, Jose Carlos Alvarez Tobar e Deodato Taborda Vicente – Weidmüller 60 investigação e tecnologia BLOOM BOX – mais um tipo de pilha de combustível? 64 mundo académico Bioenergia na UTAD artigo técnico 68 Dimensionamento de um sistema de venda de energia eléctrica à rede (parte I) 74 Gestão de parques fotovoltaicos 76 Óleos de elevadas performances para caixas de engrenagens (2.ª parte) 80 visita técnica ampla internacionalização da ENERCON reportagem 82 Publindústria lança revista “renováveis magazine” 86 Sustentabilidade em destaque na Ambienergia 2010 88 Weidmüller aposta na formação em sistemas fotovoltaicos informação técnico-comercial 92 Inovações da SIEMENS distinguidas pelo Ministério Alemão do Ambiente 94 Soluções solares térmicas da VULCANO 96 DEGERenegie: no futuro a energia fotovoltaica continuará a ter valor? 100 FieldPower® da WEIDMÜLLER 102 SEW-EURODRIVE: utilização racional de energia eléctrica 104 SINERGIAE: BIPV | Building Integrated Photovoltaic optimizar a fachada ventilada 108 Novos rolamentos SKF com eficiência energética 110 JDES: Protecção contra sobretensões nas instalações fotovoltaicas 112 Solar Easy Completo da BAXIROCA 114 BONFITEC: Unidade tecnológica Bonfiglioli para sistemas de energia eólica 116 BE FREE – o seu parceiro de mudança 118 F.FONSECA: Crescimento do mercado da energia eólica – sensores de posição magnetoestrictivos MTS 120 Energia vinda da luz: apresentação do primeiro inversor solar da ABB 124 EFACEC anuncia o lançamento do inversor fotovoltaico PV100 126 produtos e tecnologias 134 renováveis em casa o novo paradigma da mobilidade eléctrica 138 barómetro das renováveis 140 bibliografia 142 calendário de eventos 144 links FICHA TÉCNICA renováveis magazine 2 2º trimestre de 2010 Director Cláudio Monteiro [email protected] Corpo Editorial Coordenador Editorial: Miguel Ferraz T. +351 225 899 628 [email protected] Director Comercial: Júlio Almeida T. +351 225 899 626 [email protected] Chefe de Redacção: Helena Paulino [email protected] Design Jorge Brandão Pereira em colaboração com Publindústria, Lda. Webdesign Martino Magalhães [email protected] Assessoria Ricardo Silva [email protected] Assinaturas T. +351 220 104 872 [email protected] Conselho Redactorial Alexandre Fernandes (Adene) Álvaro Rodrigues (FEUP/INEGI) Ana Estanqueiro (LNEG) António Joyce (LNEG) António Sá da Costa (Apren) António Lobo Gonçalves (EDP RENOVÁVEIS) João Abel Peças Lopes (FEUP/Inesc) João Bernardo (DGEG) Joaquim Borges Gouveia (UA) José Carlos Quadrado (ISEL) Nuno Moreira (UTAD) Maria Teresa Ponce Leão (FEUP/LNEG) Rui Castro (IST) Colaboração Cláudio Monteiro, Carlos Zorrinho, Ana Malheiro, Maria M. Costa, Jorge Mafalda, Álvaro Rodrigues, Fernanda Resende, Carlos Correia, Ana Estanqueiro, Teresa Simões, Paulo Pinto, Miguel Ferreira, Ricardo Guedes, Pedro Fonte, Nuno A. Moreira, Filipe Pereira, João Paulo Polónio, Carlos M. Braga, Luis Marques Saraiva, J. Prata, R. Lima, C. Félix, Nuno Andrade, Vanda Guerra, Helder Lemos, Filipe Coimbra, António Sérgio Silva , Miguel Ferraz, Helena Paulino Tiragem 5000 Exemplares Periodicidade Trimestral Redacção e Administração Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto . Portugal T. 225 899 620 . F. 225 899 629 www.publindustria.pt [email protected] Proprietário e Editor Publindústria, Lda Empresa Jornalística Registo n.º 213163 Impressão e Acabamento Publindústria, Lda. Publicação Periódica Registo n.º 125808 INPI Registo n.º 452220 ISSN: 1647-6255 Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. renováveis magazine revista técnico-profissional de energias renováveis

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Revista técnico-profissional de energias renováveis

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Page 1: Resumo Renováveis Magazine 02

renováveismagazine 1

2 editorial Energias Renováveis no centro da discussão

sobre a Política Energética Nacional

4 espaço opinião Estratégia Nacional para a Energia (Re.New.Able)

6 coluna ventos de bruxelas Que União para a energia?

8 espaço qualidade tudo muda quando a consciência desperta

10 coluna riscos renováveis Os sinistros e os seguros das Energias Renováveis

12 notícias

dossier energia eólica20 Desenvolvimento da energia eólica em Portugal

28 Tecnologias de conversão de energia eólica para

grandes sistemas ligados à rede

36 O offshore eólico

44 Aproveitamento de energia eólica em

ambiente urbano e construído

50 Estado da arte na avaliação de recursos eólicos

56 entrevista “todos queremos uma energia mais limpa e

sustentável”, Jose Carlos Alvarez Tobar e

Deodato Taborda Vicente – Weidmüller

60 investigação e tecnologia blOOm bOx – mais um tipo de pilha de

combustível?

64 mundo académico bioenergia na UTAD

artigo técnico68 Dimensionamento de um sistema de venda de

energia eléctrica à rede (parte I)

74 Gestão de parques fotovoltaicos

76 óleos de elevadas performances para caixas de

engrenagens (2.ª parte)

80 visita técnica ampla internacionalização da ENERCON

reportagem82 Publindústria lança revista “renováveis magazine”

86 sustentabilidade em destaque na Ambienergia 2010

88 Weidmüller aposta na formação em sistemas

fotovoltaicos

informação técnico-comercial92 Inovações da sIEmENs distinguidas pelo

ministério Alemão do Ambiente

94 soluções solares térmicas da VUlCANO

96 DEGERenegie: no futuro a energia fotovoltaica

continuará a ter valor?

100 FieldPower® da WEIDmüllER

102 sEW-EURODRIVE: utilização racional de

energia eléctrica

104 sINERGIAE: BIPV | Building Integrated Photovoltaic

– optimizar a fachada ventilada

108 Novos rolamentos SKF com eficiência energética

110 JDEs: Protecção contra sobretensões nas

instalações fotovoltaicas

112 solar Easy Completo da bAxIROCA

114 bONFITEC: Unidade tecnológica Bonfiglioli

para sistemas de energia eólica

116 bE FREE – o seu parceiro de mudança

118 F.FONsECA: Crescimento do mercado da

energia eólica – sensores de posição

magnetoestrictivos mTs

120 Energia vinda da luz: apresentação do primeiro

inversor solar da Abb

124 EFACEC anuncia o lançamento do inversor

fotovoltaico PV100

126 produtos e tecnologias

134 renováveis em casa o novo paradigma da mobilidade eléctrica

138 barómetro das renováveis

140 bibliografia

142 calendário de eventos

144 links

FICHA TÉCNICArenováveis magazine 2

2º trimestre de 2010

DirectorCláudio monteiro

[email protected]

Corpo EditorialCoordenador Editorial: miguel Ferraz

T. +351 225 899 [email protected]

Director Comercial: Júlio AlmeidaT. +351 225 899 626

[email protected] Chefe de Redacção: Helena Paulino

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Design Jorge brandão Pereira

em colaboração com Publindústria, lda.

Webdesign martino magalhães

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AssessoriaRicardo silva

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AssinaturasT. +351 220 104 872

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Conselho Redactorial Alexandre Fernandes (Adene)

Álvaro Rodrigues (FEUP/INEGI)Ana Estanqueiro (lNEG)

António Joyce (lNEG)António sá da Costa (Apren)

António lobo Gonçalves (EDP RENOVÁVEIs)João Abel Peças lopes (FEUP/Inesc)

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maria Teresa Ponce leão (FEUP/lNEG)Rui Castro (IsT)

Colaboração Cláudio monteiro, Carlos Zorrinho, Ana malheiro,maria m. Costa, Jorge mafalda, Álvaro Rodrigues,

Fernanda Resende, Carlos Correia, Ana Estanqueiro,Teresa simões, Paulo Pinto, miguel Ferreira,

Ricardo Guedes, Pedro Fonte, Nuno A. moreira,Filipe Pereira, João Paulo Polónio, Carlos m. braga,

luis marques saraiva, J. Prata, R. lima, C. Félix, Nuno Andrade, Vanda Guerra, Helder lemos,

Filipe Coimbra, António sérgio silva ,miguel Ferraz, Helena Paulino

Tiragem5000 Exemplares

PeriodicidadeTrimestral

Redacção e AdministraçãoPublindústria, lda.

Praça da Corujeira, 38 . Apartado 38254300-144 Porto . Portugal

T. 225 899 620 . F. 225 899 [email protected]

Proprietário e EditorPublindústria, lda

Empresa Jornalística Registo n.º 213163

Impressão e AcabamentoPublindústria, lda.

Publicação PeriódicaRegisto n.º 125808

INPIRegisto n.º 452220

IssN: 1647-6255

Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

renováveis

magazinerevista técnico-profissional de energias renováveis

Page 2: Resumo Renováveis Magazine 02

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editorial

Energias Renováveis no centro da discussão sobre a Política Energética Nacional

Foi com surpresa que li esta reacção contra as Energia Renováveis. Como é possível um manifesto contra uma das poucas estratégias que têm colocado Portugal como um exemplo de sucesso mundial? Uma estratégia, em favor do ambiente, que promove o aproveitamento dos poucos recursos endógenos que temos. Uma estratégia que protege, a longo prazo, a nossa economia das dependências crónicas da geopolítica energética associada aos combustíveis fósseis. Uma estratégia que está agora a criar as condições para que Portugal seja detentor e exportador de conhecimento, num dos sectores com maior potencial de desenvolvimento mundial.

Possivelmente existirão, na perspectiva dos defensores do manifesto, interesses económicos e políticos que não merecem aqui discussão. mas a argumentação de que as Energias Renováveis implicam preços de electricidade elevados e perda de competitividade deve ser analisada e clarificada. É verdade que o preço da electricidade vai subir, mas a longo prazo ele subirá com ou sem as renováveis. Com a estratégia de renováveis o preço subirá até ao custo de produção do mix renovável, e em seguida passará a descer devido ao factor de escala e à maturidade das tecnologias. sem as renováveis o preço não parará de subir, subindo à mercê dos custos de recursos energéticos que não controlamos nem nunca vamos controlar. A visão da energia nuclear barata é inviável técnica e economicamente, devido à nossa pequena dimensão. só faria sentido pensar nessa solução numa perspectiva de Estratégia Ibérica para a Energia, que não me parece exequível. mesmo que conseguíssemos energia barata com o nuclear, o que não é um facto seguro, passaríamos de uma dependência de recurso energético para uma dependência tecnológica, o que a meu ver é ainda pior.

É curioso que a argumentação contra as renováveis se baseie no incremento do défice tarifário. O défice tarifário obrigará os nossos filhos a pagar mais tarde, adicionalmente à electricidade cara do futuro, parte da electricidade barata do presente que nós, de forma egoísta, nos recusamos a pagar hoje. O défice tarifário existe porque, por egoísmo ou ignorância, não queremos pagar o verdadeiro valor da electricidade. Esta nossa atitude fará com que exista défice tarifário independentemente de termos ou não uma estratégia baseada em renováveis. Ao apostar nas renováveis estamos a investir na segurança energética para os nossos filhos porque estamos a construir uma solução energeticamente sustentável para o seu futuro. É curioso que a geração que nos antecede, que pouco ou nada fez pelo desenvolvimento tecnológico deste sector, venha hoje querer impôr às novas gerações um défice de estratégia energética ainda pior que a herança que sentimos actualmente. Já que não temos a honestidade de pagar o justo valor pelo que gastamos hoje, pelo menos tenhamos a inteligência de investir hoje numa estratégia que crie oportunidades tecnológicas no futuro.

mas não devemos olhar apenas a estratégia energética numa perspectiva Nacional interna. No sector das Energias Renováveis existem os países que as pagam e os que ganham com elas. Curiosamente a diferença entre estes países não está no recurso energético, mas na capacidade de criar estratégias de logo prazo bem estruturadas e continuadas. É verdade que acordamos para o desenvolvimento das renováveis com algum atraso. E isso tem um custo – o custo da internalização do conhecimento – mas agora temos condições e ambição de liderança, estamos em condições de saltar de uma postura de promotores de projectos para um posicionamento de líderes tecnológicos. Devemos ter sempre presente que nesta, corrida ao ouro, os ricos serão os vendedores de picaretas.

Cláudio Monteiro, Director

Cláudio MonteiroDirector

Nos últimos dois meses assistimos a uma acesa discussão sobre as políticas nacionais para as Energias Renováveis. Por um lado foi apresentada a “Estratégia Nacional para a Energia”, que reforça a estratégia dos últimos anos de aposta nas energias renováveis. Por outro surge o “Manifesto por uma nova política energética em Portugal”, assinado por 33 personalidades, que em defesa da competitividade e da manutenção dos baixos preços da electricidade se apresentam contra a política actual de promoção de Energias Renováveis.

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espaço opinião

Estratégia Nacional para a Energia (Re.New.Able)O papel das Energias Renováveis

No actual quadro de globalização em rede, os países têm que esco-lher domínios ou nichos da cadeia de valor global, nas quais fazem as suas apostas de liderança e posicionamento.

Para Portugal a energia não é apenas uma “comoditie” e um bem de acesso universal.

Desde 2005 tornou-se clara a aposta do País no sector da ener-gia e nas energias renováveis em particular, como um dos motores do seu desenvolvimento, no quadro mais vasto de reposicionamen-to competitivo inspirado pelo Plano Tecnológico.

Essa aposta deu resultados e foi agora reforçada com a apro-vação do Plano Novas Energias no quadro da ENE2020. Um plano de acção baseado numa visão forte e numa ambição global (Re.New.Able).

Só uma visão forte permite a flexibilidade necessária para uma implementação com sentido de urgência, mas atenta à mudança, à evolução tecnológica, ao debate e à evolução dos saberes e das dinâmicas económicas e sociais.

A nossa visão para a energia no horizonte de 2020 é forte, fundamentada, mas não arrogante.

O sucesso desta estratégia será tanto maior quanto do seu de-bate e aprofundamento for saindo reforçado um movimento alar-gado na sociedade portuguesa para a sua concretização.

Uma das vantagens e das condições de sucesso para uma estra-tégia de liderança no domínio da energia é a massa crítica que neste sector existe em Portugal.

Este sector dispõe de players de elevada qualidade e sofistica-ção. Players empresariais, académicos, associativos, dirigentes públi-cos. Eles são os actores e os protagonistas da mudança.

A aprovação recente duma estratégia nacional para a energia e duma RCM de enquadramento permite ter uma visão clara, objec-tivos bem definidos, instrumentos fortes e flexibilidade para fazer os ajustamentos de rota necessários para garantir a competitivida-de da economia, a garantia de abastecimento e a sustentabilidade ambiental e económica do modelo energético.

Obviamente que a aposta num mix forte de energias reno-váveis e na eficiência energética, com particular relevância para a mobilidade eléctrica, as redes inteligentes, a iluminação pública e a eficiência dos edifícios, são o factor diferenciador da estratégia.

Mas as respostas são globais e conjugam todas as variáveis.Configuram um modelo moderno e viável, que simultaneamen-

te cria emprego, reduz a dependência energética, diminui o deficit da balança de pagamentos, cria oportunidades de exportação de energia e de tecnologia e melhora a qualidade de vida.

Em síntese os objectivos da estratégia (padrões mínimos de ambição) são os seguintes:

i) Reduzir a dependência energética do País face ao exterior para 74% em 2020, produzindo, nesta data, a partir de re-cursos endógenos, o equivalente a 60 milhões de barris anuais de petróleo;

ii) Garantir o cumprimento dos compro-missos assumidos por Portugal no con-texto das políticas europeias de comba-te às alterações climáticas, permitindo que em 2020, 60% da electricidade pro-duzida, e 31% do consumo de energia final, tenha origem em fontes renováveis e uma redução do 20% do consumo de energia final;

iii) Reduzir em 25% o saldo importador energético com a energia produzida a partir de fontes endógenas gerando uma redução de importações de 2000 mi-lhões de Euros;

iv) Criar riqueza e consolidar um cluster energético no sector das energias reno-váveis e da eficiência energética em Por-tugal, assegurando em 2020 um aumen-to do PIB de 1% e criando 120000 novos empregos, num quadro de harmonia e equilíbrio Territorial;

v) Promover o desenvolvimento sustentável criando condições para o cumprimento das metas de redução de emissões assu-midas por Portugal no quadro europeu.

O horizonte da estratégia (2020) vai implicar a aprovação sucessiva de medidas de implementação, cujo enquadramento é dado pela sua formulação.

Carlos Zorrinho, Secretário de estado da Energia e da Inovação

O sucesso desta estratégia será tanto maior quanto do seu debate e aprofundamento for saindo reforçado um movimento alargado na sociedade portuguesa para a sua concretização.

Emissões de CO2 evitadas pela produção renovável

e pela eficiência energértica

Nota: Produção renovável a instalar até 2020.

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coluna ventos de bruxelas

Que União para a energia?

Certos de que a crise ainda está longe de ter termi-nado, os últimos acontecimentos parecem mostrar que, grandes ou pequenos, ricos ou pobres, a saída da Moeda Única não é uma opção desejável ou viável para nenhum dos Estados-Membros da União Económica e Monetária. O resultado desta crise poderá ser assim não o fim, mas justamente o reforço da UE, através da tomada de consci-ência pelos “povos da Europa” do verdadeiro sentido das transferências de soberania acordadas pelos seus governos no passado: unidade para o bem e para o mal…

Este processo de consciencialização é fundamental para a concretização do projecto europeu tanto mais numa UE em que as transferências de soberania foram feitas através de uma multiplicidade de tratados, protoco-los e adendas aos tratados cujo significado ninguém ver-dadeiramente conhece.

Um dos domínios em que importa compreender o que é e para que serve afinal a UE, é o sector energé-tico. Com efeito, apesar da actividade regulamentar da UE nos últimos anos nas áreas de energia e ambiente ter sido bastante profícua (de que são um bom exemplo as energias renováveis), a verdade é que não existe hoje uma verdadeira política energética para a energia. Não existe hoje um quadro regulamentar e institucional que permita à Europa responder de forma capaz aos desafios que se colocam em matéria energética.

Em primeiro lugar, a UE não tem hoje competência para definir uma política única de gestão de recursos energéticos: cada Estado-Membro é soberano na explo-ração dos seus recursos assim como na escolha entre di-ferentes fontes energéticas.

A UE tampouco dispõe de competências para fomen-tar a exploração de determinadas fontes energéticas em detrimento de outras, através de programas de I&D ou de políticas fiscais, por exemplo. Nesta matéria, os Estados-Membros têm competência exclusiva.

Par além disso, no plano externo, a UE continua a não falar a uma só voz. O Tratado de Lisboa consagrou a fi-gura do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, porém esta só tem competência em matéria de política externa.

Também não existe a nível europeu, qualquer me-canismo que permita agregar a procura energética dos

países da União Europeia de forma a reduzir a vulnerabili-dade dos Estados Membros, individualmente, a cortes de fornecimento por países terceiros.

O próprio mercado interno da energia está longe de ser uma realidade: subsistem graves entraves ao comércio intracomunitário decorrentes do facto de não existirem ainda redes genuinamente transeuropeias de transporte de energia; entraves estruturais por parte de operado-res históricos que mantêm uma estrutura de integração vertical das actividades de transporte e de fornecimento de energia; entraves decorrentes de comportamento an-ticoncorrenciais; e, de uma forma geral, entraves decor-rentes do fraco nível de transposição das directivas pelos Estados Membros.

Este cenário é agravado face à actual conjuntura eco-nómica que deixa antever o reforço de medidas protec-cionistas das suas economias pelos Estados Membros, o que irá certamente atrasar ainda mais a realização do mercado interno.

No actual quadro institucional, a competência da UE existe essencialmente para prosseguir objectivos de mer-cado único, em obediência ao princípio da subsidiariedade o que é claramente inadequado para dar resposta aos de-safios que se colocam à Europa hoje em matéria energé-tica.

Por fim, sendo certo que o Tratado de Lisboa con-sagrou o princípio da subsidiariedade entre os Estados-membros no caso de um pais enfrentar dificuldades de abastecimento energético - face ao teor da discussão que se vive nos dias de hoje em torno da crise da Moeda Única - é legitimo questionarmos, no modelo actual, em que cir-cunstâncias e a que preço estariam os Estados-Membros dispostos a ajudar-se mutuamente num cenário de “ban-carrota” energética?

É urgente definir uma política energética da UE que reforce a União em termos energéticos, quer seja através de uma cooperação reforçada entre os Estados-Mem-bros, ou mesmo da criação de uma União para a Energia.

A partilha de recursos energéticos esteve na génese da UE com a criação da Comunidade do Carvão e do Aço em 1951 e, em 1957, da Energia Atómica. Não podemos permitir que as mesmas questões voltem um dia a dividir a Europa.

por Ana [email protected]

O resultado desta crise poderá ser assim não o fim da União Europeia, mas justamente o de mais Europa como parte integrante de um processo de tomada de consciência pelos “povos da Europa” do verdadeiro sentido das transferências de soberania acordadas pelos seus Governos no passado.

Os últimos meses têm sido marcados na Europa por uma acesa discussão sobre o Euro e o estado da União Europeia (UE). Alguns países na eminência da bancarrota culpam as nações mais ricas como a Alemanha e a França pela situação de calamidade das suas contas públicas; os países mais ricos, por sua vez, recusam-se a pagar a conta daqueles que acusam de desgovernados. No meio de tudo isto, chegou a antecipar-se o colapso da Moeda Única e o fim da UE.

Não existe hoje um quadro institucional que permita à Europa responder de forma capaz aos desafios que se colocam em matéria energética.

Page 5: Resumo Renováveis Magazine 02

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espaço qualidade

tudo muda quando a consciência desperta

Ao pegar na caneta para escrever este artigo, faço um esforço para construir mentalmente o meu discurso, num primeiro momento falo do meu discurso interno, para a posteriori o expressar como discurso externo.

Lembro-me de um artigo que li, muito bom, sobre CORAGEM! E aposto que neste momento se estão a perguntar, o que é que a coragem tem a ver com gestão de recursos humanos? O que será?

Tem tudo a ver e pode não ter absolutamente nada! Esclarece-dor até aqui......

Começo pelo significado da palavra, “...Coragem é um substan-tivo feminino singular, é firmeza de espírito, energia diante do perigo, intrepidez, ânimo, valentia, perseverança...”

Partilho uma definição que para mim é perfeita! “Coragem é a resistência ao medo, o dominio do medo, e não a ausência do medo.” Mark Twain.

Para tudo na vida é preciso coragem, para nos relacionarmos com os outros, para aceitarmos as pessoas como elas são, para ter-mos fé, para acreditarmos, para não desistirmos, para sermos pais, irmãos, mulheres, mães, enfim para tudo, e também para sermos bons profissionais.

A nossa atitude é a nossa vida, e é também a vida dos outros, já que não estamos desligados de nada, e ao contrário do que se possa pensar a nossa atitude influencia a vida das outras pessoas e vice-versa.

É curioso como cada vez menos vemos e lidamos com pessoas positivas, tanto na sua vida pessoal como profissional.

A pergunta que me coloco é simples. Em que é que as atitu-des e comportamentos negativos resolvem os problemas e nos apresentam soluções? A resposta todos sabem, em rigorosamente nada!

Então porque é que insistimos nessa atitude? E mais do que insistir, parece que até gostamos de “levar as outras pessoas con-nosco”!

De facto é preciso coragem para nos importarmos com o que se passa à nossa volta! E não menos importante é importar-mo-nos por trabalhar com pessoas que se “importam”, e que também têm a coragem para o assumir!

Importar-se aparece no tom de voz, no olhar, nas expressões, no discurso, entre outros.

Importar-se é dizer o que temos que di-zer, olhos nos olhos, de forma clara e assertiva, e sempre com uma intenção positiva por trás.

Para nos importarmos realmente, é an-tes de mais preciso que tenhamos empatia e, capacidade de nos colocarmos no lugar dos outros. Existem estudos que sugerem que o nosso sistema límbico (uma das partes mais antigas do nosso cérebro), e as suas ligações com o córtex pré-frontal estão envolvidos na empatia. Desta forma, o homem mais pri-mitivo, à sua maneira, já conhecia a empatia e os seus mecanismos.

Com a aquisição de novas estruturas ce-rebrais e circuitos neuronais, adicionou-se à empatia, uma forma de cognição (ou conhe-cimento), de tal forma que pode ser vivida com uma consciência mais desenvolvida.

Uma consciência social mais desenvolvi-da, parece uma ironia, em particular nos dias de hoje! Então porque é que insistimos em não a praticar? O que nos impede?

Desenvolva a sua empatia olhando para todas as pessoas da sua empresa da mesma forma, ou por outras palavras com os mesmos olhos. Interaja e envolva-se com os seus co-laboradores da base hierárquica, acompanhe de perto o seu dia a dia, tenha essa coragem!

As melhores ideias/soluções vêm de quem “suja as mãos a trabalhar”! Tenha co-ragem para admitir que têm medo. Afinal tem medo de quê?De não ser o/a melhor? De ser despedido? De não ser promovido? É de quê então?

Não podemos agir “pequeno”, se um dia queremos ser “grandes”! Mas não é sermos grandes profissionais, é acima de tudo ser-mos GRANDES PESSOAS!

Maria Manuel Costa, [email protected]

Desenvolva a sua empatia olhando para todas as pessoas da sua empresa da mesma forma, ou por outras palavras com os mesmos olhos. Interaja e envolva-se com os seus colaboradores da base hierárquica, acompanhe de perto o seu dia a dia, tenha essa coragem!

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coluna riscos renováveis

Os sinistros e os seguros das Energias Renováveis

Sinistro! A palavra que todos nós relaciona-mos de uma forma directa com seguro.

O sinistro não é mais do que a ocorrência de um dano, cuja origem se deve, de uma forma um pouco simplista, à acção Humana ou por força da Natureza.

Neste contexto teremos ocorrências, cujo enquadra-mento se deve fazer, num primeiro nível, por força da ca-racterização do risco, isto é, – Segurável - ou não.

Este “não” segurável fica a dever-se a vários factores, tais como, por exemplo, imposições legais, análises de probabili-dade, exclusões gerais do contrato de seguro, entre outras.

Para este tipo de riscos, e não sendo possível a sua transferência para um contrato de seguro, compete à em-presa criar mecanismos financeiros, para fazer face às per-das que daí possam advir.

No segundo caso, em que estamos a tratar de risco Segurável deverão ser identificadas as duas principais con-sequências, isto é:• Estão cobertos – porque as garantias da apólice têm os

seus termos e condições dimensionados para a realida-de do risco. Contudo, há que considerar que mesmo neste caso, existem franquias que definem o valor que ficará sempre a cargo do segurado;

• Não estão cobertos – porque os riscos da actividade não foram devidamente identificados, quantificados e transferidos.

Fazendo aqui uma conclusão preliminar, poderemos verificar que a empresa poderá estar sempre sujeita a in-correr em perdas de dois tipos, um porque o risco não é segurável e o outro porque o risco não está coberto.

Considerando que o risco está sempre presente, to-das as medidas que possam ser tomadas no sentido de prevenir o sinistro, devem culminar numa conjugação de esforços, pautados pelo seguinte:• a eliminação do risco em muitos casos é impossível,

transformando-o numa constante;• a ocorrência de um sinistro é sempre um factor de

perda para a empresa;• a implementação de métodos de verificação e contro-

lo é indispensável e minimiza os danos;• a conjugação de esforços de todas as áreas da empresa

é imprescindível e facilita a resolução do sinistro;• o diálogo entre os vários intervenientes, inclusive os

externos, como é o caso dos peritos e dos gestores de

sinistro, deverá ser claro e sustentado, para abreviar o tempo de reparação e indemnização.

Assim, e devido à especificidade de algumas áreas rela-cionadas com a produção de energia por aproveitamento de recurso renovável, a prevenção do sinistro, ao nível do seguro, deverá revestir-se de particular importância durante a construção dos clausulados das apólices de seguro, nome-adamente na definição das franquias, no método de valori-zação dos bens seguros, nos períodos de indemnização em caso de perdas de exploração, na definição de regras para pagamento de indemnizações e as inevitáveis exclusões, sempre associadas ao não pagamento de um sinistro.

Com o objectivo de ilustrar alguns pontos passíveis de análise, e que certamente contribuirão para um melhor enquadramento do exposto anteriormente, importa des-crever alguns exemplos que pretendem abranger as áreas de exploração com maior significado e implementação nesta área, a saber:

• Parques Eólicos: As descargas atmosféricas e danos provocados nas pás,

em que os danos “colaterais”, como é a disponibilida-de de uma grua para a sua reparação / substituição, estarão directamente relacionados com a franquia da cobertura de perdas de exploração.

• Pequenas Centrais Hídricas: Numa central onde exista mais do que um grupo de

produção, para a definição da franquia, estabelecer a relação directa entre o valor de perdas de produção e o custo da reparação de um equipamento, face à perda de recurso hídrico e à possibilidade de compensação que possa existir entre os grupos.

• Centrais Solares: Definição de um plano de coberturas muito identificado

com este tipo de equipamento e em sintonia com a área de operação e manutenção, nomeadamente no que diz respeito à sua exposição aos fenómenos da natureza (queda de granizo, formação de neve, descargas atmos-féricas) e ao furto ou roubo/actos de vandalismo.

Ter presente que na colocação dos painéis fixos, estes deverão assumir a maior inclinação possível de forma a não minimizar e não prejudicar a sua perda de pro-dução, permitindo assim que, o facto de se aumentar o ângulo do painel em relação ao solo, minimize os danos provocados pela queda de granizo e por acu-mulação de neve.

por Jorge Mafalda, Director da Área de Energias · MDS – Consultores de Seguros e [email protected]

devido à especificidade de algumas áreas relacionadas com a produção de energia por aproveitamento de recurso renovável, a prevenção do sinistro, ao nível do seguro, deverá revestir--se de particular importância durante a construção dos clausulados das apólices de seguro

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dossier energia eólica

desenvolvimento da energia eólica em portugal

A relevância da energia eólica em Portugal é hoje evidente, pelas muitas referências a ela feitas nos meios de comunicação social e intervenções políticas, pela multiplicação de seminários, debates e sessões de diversos tipos a ela dedicados, e pela visibilidade das instalações em algumas zonas.

Não se pretende aqui discutir as opções de política energética nacional, fazer o balanço da sua aplicação, apontar caminhos ou suge-rir a adopção de medidas favorecendo ou limitando a instalação de novos parques. Tão pouco é objectivo a discussão dos aspectos positivos e negativos ligados à implantação da eólica em larga escala.

Procura-se dar uma ideia do ponto da situa-ção da tecnologia na Europa e no Mundo, do posicionamento de Portugal relativamente a outros países onde a penetração da energia eólica é também uma realidade, e mostrar alguns números sobre a capacidade de gera-ção instalada no país e possibilidades do seu crescimento.

Em resultado dos programas de fomento das renováveis em marcha em diversos paí-ses, o ano de 2009 manteve a tendência da década, com as renováveis a superar larga-mente as outras tecnologias, em termos de nova capacidade (62%) - Figura 2.

Quanto à energia eólica, na sequência de uma série de anos de um crescimento notá-vel, atingiu em 2008 o estatuto de tecnologia energética com mais potência anual instalada na União Europeia, facto que se repetiu em 2009. Dos cerca de 26,4 GW de nova capa-cidade geradora instalados no ano transacto, 10,2 GW, 39%, recorrem ao vento como fonte de energia.

Implantação da energia eólicaA energia eólica é claramente, de entre as fontes renováveis que podem ser utilizadas na produção de electricidade, aquela que apresenta maiores índices de crescimento. O baixo impacto ambiental genérico, a ra-pidez da implementação, a facilidade de des-

Tendo-se iniciado na utilização da energia eólica como fonte primária para a geração de electricidade com algum atraso, Portugal é hoje apontado como um caso de sucesso de implantação da tecnologia, pela grande capacidade de geração instalada e pela contribuição significativa da produção respectiva para a satisfação das necessidades energéticas do país.

Álvaro RodriguesFEUP / CEsA / INEGI

[email protected]

Tendências recentes do sector eléctrico na Europa – posição da energia eólicaO sector eléctrico da União Europeia tem sofrido nos anos recentes uma alteração sig-nificativa no que respeita às fontes primárias utilizadas. Na década 2000-2009, as tecnolo-gias de base renovável e de aproveitamento energético de resíduos, em conjunto, supera-ram as que recorrem aos combustíveis fósseis e nuclear, em termos da nova potência insta-lada, perfazendo 64% dos cerca de 135 GW de saldo de capacidade “instalada-suprimida”. Apesar da grande progressão das centrais a gás natural, 81 GW instalados na década, a sa-ída de serviço de 25 GW de centrais utilizan-do outros combustíveis fósseis e 7,2 GW de nuclear, permitiram às renováveis assumirem-se como as grandes protagonistas da nova ca-pacidade geradora nos 10 anos mais recentes, com destaque para a eólica, com 65,1 GW. O papel destas fontes é também já muito rele-vante no que respeita à contribuição energé-tica, pese embora o carácter intermitente dos recursos deste tipo (Figura 1).

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dossier energia eólica

tecnologias de conversão de energia eólica para grandes sistemas ligados à rede

Evolução históricaO aproveitamento da energia eólica pelo Homem remonta à antiguidade. A conver-são desta forma de energia primária em energia mecânica através da utilização dos moinhos de vento foi realizada desde muito cedo, na história da humanidade, para subs-tituir a força humana ou animal na indústria da forjaria e na realização de actividades agrícolas, tais como a moagem de cereais e a bombagem de água para irrigação e drena-gem dos terrenos.

Mais recentemente, já no final do século XIX, o rápido crescimento do consumo de electricidade motivou a aplicação dos princí-pios básicos de funcionamento dos moinhos de vento ao aproveitamento da energia eó-lica para a produção de energia eléctrica. A primeira turbina eólica, colocada em funcio-namento por Charles F. Bush no Inverno de 1887-1888, possuía um rotor com 17 m de diâmetro constituído por 144 pás de madei-ra montado numa torre de 18 m de altura e sustentado por um tubo metálico central que possibilitava o movimento de rotação de modo a acompanhar o vento predomi-

namarqueses, primeiro Poul la Cour e, pos-teriormente, Johannes Juul. A companhia F. L. Smidth foi pioneira no desenvolvimento de pequenos aerogeradores com potências que rondavam os 45 kW, como as turbinas F. L. Smidth instaladas na ilha de BogØ.

Com base no sucesso da operação destes pequenos aerogeradores, Johannes Jull pro-jectou um aerogerador de 200 kW com um rotor de eixo horizontal constituído por 3 pás de 24m de diâmetro, o qual foi instalado em 1957 na ilha de Gedser.

O aerogerador Gedser constituiu um marco importante na evolução das gerações seguin-tes de aerogeradores. No entanto, a tecnolo-gia moderna das turbinas eólicas de grandes dimensões surgiu na Alemanha na década de 1950 com a construção do aerogerador com o maior número de inovações da época, as quais persistem ainda hoje na concepção dos modelos actuais. Tratava-se de um aerogera-dor de 100 kW de potência equipado com um rotor leve de 34 m de diâmetro fabricado com materiais compostos, sistema de contro-lo de passo e torre de forma tubular e esbelta.

Fernanda ResendeINESC-Porto

: [email protected]

nante. Apesar das dimensões consideráveis, a baixa velocidade de rotação limitava a po-tência nominal a 12 kW.

Um dos primeiros passos no desenvolvimen-to de turbinas eólicas de grandes dimensões, para produção de energia eléctrica, foi dado na Rússia em 1931 com a ligação à rede eléc-trica do aerogerador Balaclava de 100 kW.

Anos mais tarde, fruto das actividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) mo-tivadas pela economia dos combustíveis fósseis no decurso da 2ª Guerra Mundial, surgiram novos modelos de aerogeradores. Em 1941 entrou em funcionamento o Smith-Putnam, com um rotor de duas pás de 53,3 m de diâmetro e 16 toneladas de peso, equi-pado com um gerador síncrono de corrente alternada de 1250 kW de potência direc-tamente ligado à rede local em Grandpa´s Knob, EUA.

Na Europa, a Dinamarca destacou-se com um crescimento significativo do aproveita-mento da energia eólica, fruto dos avanços tecnológicos conduzidos pelos cientistas di-

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dossier energia eólica

Total 38 828 2055,9

o offshore eólicovento – uma alternativa a ter em conta

Figura 1 Ref.ª: Wind Power Monthly March 2010.

1. O quêA palavra Offshore deriva da língua inglesa, Def.: Offshore, away from shore; away from land, a tradução literal seria longe da cos-ta. Estamos habituados a associar o termo offshore a paraísos fiscais, e a intuição é quase válida para o âmbito eólico dado o elevado recurso eólico no mar quando comparado com o onshore. Este é um tema muito abor-

Praticamente todos os países da Europa; América do Norte e alguns da Ásia, contêm no seu plano energético, metas de produção de energia via renovável, onde a energia eólica têm tido um papel predominante, apresentando a maior taxa de crescimento nos últimos tempos. Para o comprovar, foi editado recentemente numa das revistas da especialidade – Wind Power Monthly – que na Europa em 2009, 39% da potência instalada, equivalente a 10GW correspondeu a energia eólica.

Carlos CorreiaEngenheiro

[email protected]

dado actualmente por governos, entidades empresariais e universidades devido, princi-palmente, aos seguintes pontos:• As novas metas ambientais e de produção

de energia por fontes renováveis;• A vontade política dos governos e dos

grandes players energéticos em catapultar clusters industriais potencializando a eco-nomia local;

Tabela 1 Parques Eólicos Offshore, Ref: EWEA 2009.

• A utilização da áurea circundante ao offshore, como imagem de desenvolvimen-to e sociedade avançada.

Potência InstaladaÀ data de hoje existem cerca de 2GW ins-talados em offshore, conforme indicado na Tabela 1.

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dossier energia eólica

aproveitamento de energia eólica em ambiente urbano e construído

1. Introdução Na última década assistiu-se em Portugal a um desenvolvimento das energias reno-váveis, em particular da Energia Eólica. No final de 2009, encontrava-se instalada e em operação uma capacidade eólica superior a 3.500 MW, colocando Portugal entre os primeiros dez países do mundo neste sec-tor e ultrapassando mesmo países pioneiros, como a Dinamarca e Espanha, respectiva-mente em potência instalada e na percen-tagem da energia eléctrica consumida com origem no vento.

A inovação no sector eólico em Portugal, se bem que ainda apresente algum potencial para as grandes turbinas em terra, configura-se actualmente noutras duas frentes, quiçá com caminhos mais longos a trilhar: as mi-cro-turbinas eólicas e sua contribuição para o sector da geração doméstica; e os parques eólicos offshore - estes com enorme poten-cial na costa Portuguesa, especialmente nas soluções tecnológicas flutuantes.

Na senda das iniciativas inovadoras de Portu-gal na área das energias renováveis, também na área da micro-geração fomos dos primei-ros países a publicar legislação e regimes tari-

fários aplicáveis não só a micro-geração foto-voltaica, mas também à micro-geração eólica. A publicação do DL 363/07 em 2007 per-mitiu enquadrar legal, tarifária e tecnicamente os sistemas de microgeração a partir de di-versas fontes de energia renováveis e mesmo de fontes convencionais. Esta acção constituiu um passo importante para o desenvolvimen-to do sector da microgeração em Portugal. Para contribuir para as necessidades dos in-vestidores e promotores desta nova área de mercado, o LNEG iniciou uma nova área de investigação e desenvolvimento tecnológico. O projecto TURBan, na qual desenvolveu dois protótipos de pequenas turbinas eólicas domésticas e uma nova área de investigação relacionada com a identificação do potencial eólico em áreas urbanas e/ou construídas.

Na realidade, e ao contrário do que na ge-neralidade se pensa, a energia eólica urbana tem elevado potencial de exploração num cenário de consumo energético sustentável, quer ao nível da instalação de turbinas de pequena capacidade para o sector domés-tico – turbinas de eixo horizontal e eixo vertical nos topos e/ou áreas envolventes a edifícios e vivendas – quer ao nível da sua integração em edifícios, desde que a con-

cepção dos mesmos seja efectuada de for-ma a prever este tipo de aproveitamento energético. Importa salientar que o aprovei-tamento de energia eólica em ambiente ur-bano é inteiramente compatível com outras tecnologias de microgeração de electricida-de; como sistemas fotovoltaicos ou de mi-crogeração a gás - pelo que a sensibilização para configurações de microgeração de tipo misto (também denominado híbrido) deve ser impulsionada junto dos consumidores, em especial em zonas urbanas caracteriza-das por elevados regimes de vento.

Estudos recentes indicam a necessidade de caracterizar com detalhe o recurso eólico em ambiente urbano, e apontam para a ins-talação de micro-turbinas com estruturas de suporte mais elevadas do que o praticado nos últimos anos, por forma a garantirem um aproveitamento eficiente da energia do vento fora das zonas de perturbação muito elevada e introduzida pelos edifícios [1].

Como todas as outras tecnologias de con-versão de energia primária em energia eléc-trica, também o recurso a pequenas turbi-nas eólicas acarreta impactos ambientais. Dado que estes equipamentos se instalam,

Ana Estanqueiro e Teresa SimõesLNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia

[email protected] . [email protected]

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dossier energia eólica

estado da arte na avaliação de recursos eólicos

Outro aspecto paralelo à avaliação do re-curso eólico que tem vindo a assumir uma importância crescente é a avaliação das condições de complexidade no vento (es-sencialmente turbulência, perfis verticais de velocidade acentuados, declinação do vento acentuada e ocorrências extremas de inten-sidade do vento). Estas condições podem pôr em causa o desempenho e integridade dos aerogeradores, exigindo abordagens es-pecíficas para a sua quantificação.

Os últimos anos têm assistido a um forte desenvolvimento na tecnologia adoptada, quer no que se refere às técnicas de me-dição, quer no respeitante aos modelos de simulação do vento. Estes desenvolvimentos têm, por um lado, trazido um aumento do ri-gor e do número de soluções disponíveis ao promotor mas, por outro lado, aumentado significativamente a complexidade e especi-ficidade da avaliação do recurso eólico.

Campanhas de medição das características do ventoSão três os factores principais a ter em con-ta no planeamento de uma campanha de medição das características do vento, com o objectivo de maximizar o rigor dos resul-tados e minimizar a incerteza: as especifica-ções do equipamento; e as especificações da sua montagem e a duração da campanha.

A qualidade dos dados de vento obtidos é um parâmetro essencial em qualquer cam-panha de medição. São diversas as variáveis relevantes. A medição dos valores de pres-são, temperatura e humidade relativa pode ser importante devido à dependência da massa volúmica do ar relativamente a estas grandezas. As componentes não horizontais da velocidade e a quantificação da turbulên-cia serão imprescindíveis no cálculo da resis-tência dos aerogeradores e na consideração dos problemas de fadiga. Contudo, a carac-

terização do regime de ventos, tendo em vista a avaliação do recurso, é habitualmente descrita pela velocidade e direcção do vento horizontal e da sua variabilidade em distintas escalas temporais.

Sendo a velocidade do vento a grandeza mais relevante para a avaliação do potencial eólico é, naturalmente, aos sensores de ve-locidade que deve ser dada a maior atenção.Desde os mais vulgares anemómetros de co-pos até aos sensores que utilizam a pertur-bação do som (SODAR) ou da luz (LIDAR) por si emitidos para a determinação da ve-locidade do vento, existem hoje no merca-do diversos modelos destes sensores com características diferentes e abrangendo uma gama variada de preços.

Para a avaliação do potencial eólico, as ca-racterísticas mínimas a considerar deverão ser as apresentadas na Tabela 1. No que

É sem qualquer surpresa que podemos afirmar que a avaliação correcta dos recursos eólicos é uma tarefa crucial, se não a mais crucial, no desenvolvimento de um parque eólico. O percurso “clássico” de avaliação do recurso eólico num local de um possível parque eólico passa pela condução de medições locais das características do vento, posterior “extrapolação” dos resultados observados para toda a área do parque e altura de instalação do rotor dos aerogeradores, através de simulação numérica computacional do comportamento do vento, e estimativa de incerteza nos resultados. Contudo, tendências recentes ao nível da modelação numérica do vento começam a questionar este padrão.

Paulo Pinto, Miguel Ferreira e Ricardo GuedesMegaJoule

[email protected]

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investigação e tecnologia

bloom box – mais um tipo de pilha de combustível?

Ultimamente tem sido muito comentado na internet e na televisão (com honras de transmissão no programa 60 minutes) uma suposta revolução na produção sustentável e aparentemente não poluente de energia eléctrica, a BLOOM BOX. Numa rápida pesquisa na internet é possível encontrar dezenas de entradas a falar no assunto, com vídeos do CEO da BLOOM ENERGY, Dr. K. R. Sridhar, a apresentar as maravilhas deste equipamento e a adesão que tem tido por parte de algumas empresas americanas de referência como a Google, FedEx, Staples, Walmart, Bank of America, entre outras.

A BLOOMENERGY (www.bloomenergy.com), empresa que produz e comercializa a BLOOM BOX apresenta-a como uma tec-nologia patenteada de Solid Oxide Fuel Cell, sendo uma nova classe de produção distri-buída produzindo electricidade limpa, segura e acessível.

Figura 1 Fonte: www.bloomenergy.com

É também apresentada como uma “caixa má-gica” feita de areia e de uma fórmula secre-ta cujo design irá revolucionar a indústria da produção descentralizada de energia eléctrica e que difere das pilhas de combustível (Fuel Cells) convencionais a Hidrogénio em quatro aspectos principais:• Utilização de materiais de baixo custo: A pi-

lha de combustível usa pó de areia comum ao invés de metais preciosos como a plati-na ou materiais corrosivos como os ácidos;

• Alta eficiência eléctrica: Pode converter combustível em electricidade com quase o

dobrodaeficiênciadealgumastecnologiasmais antigas;

• Flexibilidade no combustível: Podem usar tanto combustíveis renováveis como fos-seis;

• Reversível: É capaz tanto de gerar como armazenar energia.

Obviamente, esta suposta revolução tem le-vantado algumas dúvidas acerca do seu real valor e das mais-valias prometidas. Não pre-tendendo tomar partido por nenhuma das partes, vou tentar abordar alguns aspectos inerentes ao funcionamento da BLOOM BOX e talvez a primeira questão que se pos-sa pôr é, o porquê de utilizar a tecnologia Solid Oxide Fuel Cell.

Para o leitor menos familiarizado com a tecno- logia das pilhas de combustível vou fazer uma breve descrição acerca das tecnologias mais comuns, uma vez que o campo de in-vestigação é vasto e para lá das já comercia-lizadas existem algumas que ainda estão na fase de desenvolvimento. Embora por vezes se tenha a tentação de olhar para as pilhas de combustível como tecnologia de ponta, o seu princípio de funcionamento está longe de ser recente. A descoberta do princípio de funcionamento data de 1839, quando o juris-ta e físico amador britânico William Grove utilizou 4 grandes células cada uma conten-do Oxigénio e Hidrogénio para produzir electricidade, que por sua vez, era utilizada para fazer a electrólise da água separando o Oxigénio do Hidrogénio armazenando-os em duas pequenas células. Na Figura 2 é apresentada uma representação da primeira experiência feita por Grove. (Fonte: Hoogers, Gregor, Fuel Cell Technology Handbook). Após esta descoberta e apesar de vários in-vestigadores terem desenvolvidos vários es-tudos, nomeadamente na década de 30 do

sec. XX, as primeiras aplicações foram feitas pela NASA nas missões espaciais da década de 60 sendo utilizadas até aos dias de hoje.

Figura 2 Pilha de combustível de Grove de 4 células.

breve descrição do funcionamen-to das pilhas de combustívelBasicamente, a pilha de combustível é um dispositivo electroquímico constituído por dois eléctrodos, o cátodo e ânodo, um elec-trólito, que tem a função de transportar os iões, e um catalisador, que acelera as reac-ções electroquímicas nos eléctrodos. Usa Hidrogénio (ou um combustível rico em Hidrogénio) e Oxigénio para produzir elec-tricidade, podendo-se comparar com uma bateria, mas com a diferença que pode ser reabastecida a qualquer altura, e não se es-gota ou requer carga.

Asuadesignaçãoouclassificaçãoestá rela-cionada com a natureza do electrólito, seja ele líquido ou sólido (membranas), e deter-mina o tipo de reacção química que tem lu-gar na célula, o tipo de catalisador necessário, a temperatura de operação, o combustível usado, entre outros factores. Estas caracte-rísticas por seu lado afectam a aplicação para que cada tipo de pilha está mais indicada.

Presentemente existem para aplicações industriais, fundamentalmente pilhas de combustível tipo Alcalina (Alkaline Fuel Cell

Pedro FonteDocente do [email protected]

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renováveismagazine64

mundo académico

Bioenergia na Utad

Figura 1 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

1. Centro de Investigação e tecnologias agro-ambientais e Biológicas (CItaB)O Centro de Investigação e Tecnologias Agro-Ambientais e Bioló-gicas foi resultado de um processo de fusão, no final de 2007, en-tre três unidades existentes na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro: Centro de Estudos Tecnológicos, do Ambiente e da Vida (CETAV); Centro de Ciência e Engenharia Agrícola (CECEA); e Centro de Estudos em Gestão de Ecossistemas (CEGE), em que a escolha dos membros foi feita por critérios de qualidade elevados de produtividade.

O CITAB é um centro multidisciplinar de pesquisadores que têm experiência no sector agro-alimentar, florestal, estudos ambientais e engenharia.

A área foco principal do centro é a sustentabilidade dos ecossistemas e a optimização dos recursos naturais. Para cobrir os estudos em todos os sistemas o centro foi dividido em quatro áreas: integridade ecológica; biologia integrada e qualidade; engenharia de biossistemas; e mudança climática.

A integração deste conhecimento é utilizado para analisar e definir a intervenção em cada etapa da cadeia, a fim de responder aos de-safios da sustentabilidade e competitividade. Assim, os objectivos do centro são centrados em obter um conhecimento abrangente dos sistemas de produção em particular no suportar das mudanças climá-ticas, na inovação de processos, no desenvolvimento de tecnologia e sustentabilidade do meio ambiente.

1.1. Engenharia de BiossistemasAs actividades de investigação deste grupo estão direccionadas para o desenvolvimento de tecnologias aplicadas aos sistemas agro-flores-tais, ao meio ambiente e à vida, para um desenvolvimento mais sus-tentável e uma melhor qualidade de vida. Para realizar o desenvolvi-mento destas actividades, dois temas principais de investigação foram identificados, cada um com um conjunto específico de objectivos:• Caracterização e Exploração de Biomateriais, com três grandes

objectivos: a identificação experimental e modelação analítica do comportamento mecânico e à fractura de materiais biológicos (a fim de melhorar o valor dos recursos agro-florestais), a avaliação da qualidade e as aplicações tecnológicas de madeira, e a caracte-rização e exploração da biomassa florestal e agro-alimentar como fonte de energia primária.

• Processamento digital de imagem agro-florestal, contextos am-biental e biológico que visa a utilização de técnicas de visão com-putacional centrada em imagens biológicas e para a viticultura de precisão.

2. Projectos de InvestigaçãoEm 2009 o centro foi responsável por cerca de 88 projectos de in-vestigação e de prestação de serviços, financiados por entidades di-versas e distribuídos pelas três grandes áreas do CITAB.

Na área de Engenharia de biossistemas destacam-se os seguintes projectos de investigação:• DouroBioGás;• BioGN;

Desde 2002 que a UTAD tem estado envolvida na investigação e o ensino da Bioenergia, através do centro de investigação CITAB, e os cursos de Engenharia de Energias e Engenharia Mecânica, tendo participado em inúmeros projectos, relacionados com a transformação de biomassa florestal residual em energia, e a injecção de biometano nas redes de gás natural.Nuno Afonso Moreira, [email protected]

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renováveismagazine68

artigo técnico

dimensionamento de um sistema de venda de energia eléctrica à rede

8. Dimensionamento do inversor A corrente continua proveniente do rectifi-cador é transformada em corrente alternada novamente, mas encontrando-se de acordo com a frequência e nível de tensão da rede a que se pretende ligar, sendo para efeitos de micro geração respectivamente 50 Hz e 230 V. Para tal encontram-se integrados transfor-madores de isolamento em alguns inversores comercializados.

O lado DC do circuito deve incluir um disjun-tor de acordo com a norma DIV VDE 0100-712 que permita ao gerador ser desconecta-do do inversor.

Na escolha do inversor há que ter em conta duas características:

• A potência nominal do inversor define a potência do sistema eólico.

• A potência nominal do inversor deverá ser sempre inferior à potência de pico do aero-gerador.

com base em energia eólica a nível resiDencial (Parte II)

Filipe PereiraEngenheiro Electrotécnico (ISEP)

(continuação da última edição)

Para este sistema a implementar iremos optar por utilizar apenas um inversor. O intervalo de potência deverá estar entre:

0,7 x Peólica < Pinv Dc < 1,2 x Peólica

Uma das características na escolha do inversor prende-se com a sua eficiência de conversão ou rendimento. A eficiência da conversão relaciona a potência de entrada com a potência de saída do inversor, pela expressão:

η = (Potência de saída efectiva, Pac) / (Potência de entrada efectiva, PDc)

O valor mais usual deste rendimento apresenta valores entre 0,86 e 0,95 (86 a 95%).NOTA: Caso o inversor possua na saída um transformador, este não necessitará de um dife-rencial de 30 mA na saída.

Quando as potências em questão ultrapassar os 10 kW de potência, dever-se-á utilizar um inversor para cada equipamento específico de consumo. Isto prende-se com o facto de que, se um inversor deixar de funcionar, os outros funcionarão normalmente.

O inversor utilizado neste exemplo de montagem será o WINDY BOY da marca SMA Solar Technologies. Algumas das características do inversor:

• Potência nominal AC máxima (W): 2.300/2.500 – Este parâmetro é importante nas ligações à rede;• ESS – Electronic Solar Switch (desliga em DC quando não há tensão AC) – Este factor é importante pois o inversor funciona

à base do “clock” da rede eléctrica nacional. Logo este parâmetro deve existir num inversor para a ligação à rede;

• Tensão máxima de entrada CC (V): 600; • Intervalo de tensão CC MPP (V): 224/600;• Potência de entrada máxima CC (A): 12; • Consumo próprio (noite) (W): 0,25;• Grau de rendimento europeu máximo (%): 94,1; • Modo de protecção: IP 65;• Temperatura do ambiente (º C): -25, …+60;• Dimensões L x A x C (mm): 434 x 295 x 214;• Peso (Kg): 30;• Garantia do fabricante (anos): 5; Figura 11 Inversor WindyBoy 2500.

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renováveismagazine84

reportagem

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Biomassa (c/cogeração)  PCH (<= 10 MW)  Resíduos Sólidos Urbanos  Fotovoltaica  Biomassa (s/cogeração)  Biogás  Ondas/Marés 

359 324 

88  101.3  101 21  4.2 

188 

143 

23.7 74 

43 

Potência Instalada FER (MW)  

(Fevereiro 2010) 

Potência Instalada (MW)  Potência Licenciada (MW) 

500 

1000 

1500 

2000 

2500 

3000 

3500 

4000 

4500 

5000 

Grande Hídrica 

(>10 MW) 

Eólica 

4515 

3455 

787 

Potência Instalada FER (MW)  

(Outubro 2009) Licenciada  instalada  

500 

1000 

1500 

2000 

2500 

3000 

3500 

4000 

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5000 

Grande Hídrica 

(>10 MW) 

Eólica 

4515 

3455 

787 

Potência Instalada FER (MW)  

(Outubro 2009) Licenciada  instalada  

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5000 

5500 

jan‐09  Fev  Mar  Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  jan‐10 

44% FER 

60% FER  47% FER 40% FER  38% FER  33% FER 

35% FER 35% FER 

35% FER  40% FER  55% FER 

68% FER 84% FER 

GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

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jan‐09  Fev  Mar  Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  jan‐10 

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GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

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jan‐09  Fev  Mar  Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  jan‐10 

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GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

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60% FER  47% FER 40% FER  38% FER  33% FER 

35% FER 35% FER 

35% FER  40% FER  55% FER 

68% FER 84% FER 

GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

500 

1000 

1500 

2000 

2500 

3000 

3500 

4000 

4500 

5000 

5500 

jan‐09  Fev  Mar  Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  jan‐10 

44% FER 

60% FER  47% FER 40% FER  38% FER  33% FER 

35% FER 35% FER 

35% FER  40% FER  55% FER 

68% FER 84% FER 

GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

500 

1000 

1500 

2000 

2500 

3000 

3500 

4000 

4500 

5000 

5500 

jan‐09  Fev  Mar  Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  jan‐10 

44% FER 

60% FER  47% FER 40% FER  38% FER  33% FER 

35% FER 35% FER 

35% FER  40% FER  55% FER 

68% FER 84% FER 

GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

500 

1000 

1500 

2000 

2500 

3000 

3500 

4000 

4500 

5000 

5500 

jan‐09  Fev  Mar  Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  jan‐10 

44% FER 

60% FER  47% FER 40% FER  38% FER  33% FER 

35% FER 35% FER 

35% FER  40% FER  55% FER 

68% FER 84% FER 

GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

500 

1000 

1500 

2000 

2500 

3000 

3500 

4000 

4500 

5000 

5500 

jan‐09  Fev  Mar  Abr  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  jan‐10 

44% FER 

60% FER  47% FER 40% FER  38% FER  33% FER 

35% FER 35% FER 

35% FER  40% FER  55% FER 

68% FER 84% FER 

GWh 

Produção Mensal (GWh) Produçao não renovável  PRE Ondas  PRE Fotovoltaica  PRE Hidráulico  Albufeira SEP  PRE Térmico  Fio Água SEP  PRE Eólico 

Grande Hídrica (>10 MW)  Eólica 

4497 

3650 

727 

Potência Instalada FER (MW)  

(Fevereiro 2010) 

Potência Instalada (MW)  Potência Licenciada (MW) 

500 

1000 

1500 

2000 

2500 

3000 

3500 

4000 

4500 

5000 

5500 

abr‐09  Mai  Jun  Jul  Ago  Set  Out  Nov  Dez  jan‐10  Fev  Mar  abr‐10 

40% FER  38% FER 33% FER 

35% FER 35% FER  35% FER  40% FER  55% FER 

68% FER 84% FER 

77% FER 85% FER 

81% FER 

GWh 

Consumo Mensal (GWh) 

PRE Eólico  Fio Água SEP  PRE Térmico  Albufeira SEP  PRE Hidráulico  PRE Fotovoltaica  PRE Ondas  Produçao não renovável 

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