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Resumo Público de Certificação de Klabin S/A (Klabin Florestal Parana) Certificado n o : SW-FM/COC-NTFP038 Data da Certificação: 1 Marςo 1998 Data do Resumo Público: Agosto 2003 Este documento foi elaborado de acordo com as regras do Forest Stewardship Council (FSC) e do Programa SmartWood. Nenhuma parte deste resumo deverá ser publicada separadamente. Certificador: SmartWood Program 1 c/o Rainforest Alliance 665 Broadway, 5 th Floor New York, New York 10012 U.S.A. TEL: (212) 677-1900 FAX: (212) 677-2187 Email: [email protected] Website: www.smartwood.org Esta certificação foi feita com a colaboração do seguinte membro da Rede SmartWood: Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA) Rua Chico Mendes, 201 Loteamento Bi-Centen~rio, Bairro Sert~ozinho 13400.970 Caixa Postal 411 Piracicaba, SP, Brazil Tel/Fax: 55-1934-144015 (call first) Email: [email protected] 1 O Programa SmartWood é implementado a nível mundial por organizações sem fins lucrativos membros da Rede SmartWood. A Rede é coordenada pela Rainforest Alliance, uma organização internacional sem fins lucrativos. A Rainforest Alliance é a detentora legal da marca registrada SmartWood e sua logomarca. Todos os usos promocionais da logomarca SmartWood devem ser autorizados pela Rede SmartWood. A certificação SmartWood se aplica somente ao manejo florestal das operações certificadas e não a outras características da produção florestal (ex: performance financeira, qualidade dos produtos, etc.). O SmartWood é credenciado pelo Forest Stewardship Council (FSC) para a certificação de operações de manejo de florestas naturais, plantadas e de cadeias de custódia.

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Resumo Público de Certificação

de

Klabin S/A (Klabin Florestal Parana)

Certificado no: SW-FM/COC-NTFP038 Data da Certificação: 1 Marςo 1998

Data do Resumo Público: Agosto 2003

Este documento foi elaborado de acordo com as regras do Forest Stewardship Council (FSC) e do Programa SmartWood.

Nenhuma parte deste resumo deverá ser publicada separadamente. Certificador: SmartWood Program1 c/o Rainforest Alliance 665 Broadway, 5th Floor New York, New York 10012 U.S.A. TEL: (212) 677-1900 FAX: (212) 677-2187 Email: [email protected] Website: www.smartwood.org Esta certificação foi feita com a colaboração do seguinte membro da Rede SmartWood: Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA) Rua Chico Mendes, 201 Loteamento Bi-Centen~rio, Bairro Sert~ozinho 13400.970 Caixa Postal 411 Piracicaba, SP, Brazil Tel/Fax: 55-1934-144015 (call first) Email: [email protected]

1 O Programa SmartWood é implementado a nível mundial por organizações sem fins lucrativos membros da Rede SmartWood. A Rede é coordenada pela Rainforest Alliance, uma organização internacional sem fins lucrativos. A Rainforest Alliance é a detentora legal da marca registrada SmartWood e sua logomarca. Todos os usos promocionais da logomarca SmartWood devem ser autorizados pela Rede SmartWood. A certificação SmartWood se aplica somente ao manejo florestal das operações certificadas e não a outras características da produção florestal (ex: performance financeira, qualidade dos produtos, etc.). O SmartWood é credenciado pelo Forest Stewardship Council (FSC) para a certificação de operações de manejo de florestas naturais, plantadas e de cadeias de custódia.

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SIGLAS E ABREVIAÇÕES

APP ou APPs Áreas de Preservação Permanente APS Áreas de Produção de Sementes CAP Corte Anual Permissível CITES Convenção sobre o Comércio de Espécies Ameaçadas CBMF Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC - Brasil) COC Cadeia de Custódia (Chain of Custody) DAP Diâmetro à Altura do Peito EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPI Equipamento de Proteção Individual FAVC Floresta de Alto Valor para a Conservação FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FUNBIO Fundo para a Biodiversidade FM “Forest Management” ou Manejo Florestal (MF) FSC Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council) GT-FSC/BR Grupo de Trabalho do FSC no Brasil (substituído em 2001 pelo CBMF) IAP Instituto Ambiental do Paraná IBAMA Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis INSS Instituto Nacional de Seguridade Social IPEF Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais KPMA Klabin Papéis Monte Alegre MFS Manejo Florestal Sustentável NTFP “Non Timber Forest Product” ou Produto Florestal Não Madeireiro (PFNM) OIT Organização Internacional do Trabalho OM(s) Operações de Manejo OMF Operação de Manejo Florestal OMS Organização Mundial da Saúde PCA Plano de Corte Anual PCS Pomares Clonais de Sementes PSM Pomares de Sementes por Mudas P&C Princípios e Critérios do FSC PCMSO Programa de Controle Medico em Saúde Ocupacional PFNM Produtos Florestais Não Madeireiros PMF Plano de Manejo Florestal PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PROMAB Programa de Modelagem e Monitoramento Ambiental em Microbacias RL Reserva Legal ou Área de Reserva Legal REMAM Rede de Monitoramento Ambiental em Microbacias SENAI Serviço Nacional da Indústria SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

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STR Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Telêmaco Borba SIRTEB Sindicato Rural de Telêmaco Borba (Patronal) SISLEG Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Legal e Áreas de

Preservação Permanente SW Programa SmartWood da Rainforest Alliance UFPR Universidade Federal do Paraná UMF Unidade de Manejo Florestal

INTRODUÇÃO Para ser certificada pelo SmartWood, uma operação de manejo florestal deve ser submetida a uma

avaliação de campo. Este Resumo Público sumariza as informações contidas no relatório inicial de

avaliação, o qual é produzido com base nas informações coletadas durante a avaliação de campo.

Auditorias anuais são realizadas com o objetivo de monitorar as atividades da operação de manejo

florestal, para verificar os progressos quanto ao cumprimento das condições para a manutenção da

certificação e para verificar o cumprimento dos padrões SmartWood. As informações atualizadas

obtidas durante as auditorias anuais são anexadas ao Resumo Público.

Este é o relatório de avaliação completa para fins de re-certificação florestal pelo Sistema FSC -

Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal), que foi solicitada pela Klabin S/A –UMF “Klabin Florestal PR”2 ao Imaflora3 e Programa SmartWood da Rainforest Alliance.

Os objetivos desta auditoria foram: i) re-avaliar o modelo de manejo aplicado na Unidade de Manejo Florestal sob responsabilidade da Klabin S/A - Klabin Florestal PR; ii) re-avaliar a conformidade da empresa com os Princípios e Critérios do FSC, através das “Diretrizes Gerais SmartWood para a Avaliação do Manejo Florestal”, em sua nova versão, adotada a partir de 2002, para esta operação florestal seguir sendo uma fonte de madeira certificada; e iii) identificar as possíveis Pré-condições e Condições para que a empresa possa ser re-certificada.

O propósito do Programa SmartWood é reconhecer o bom manejo florestal através de uma avaliação independente e a certificação de suas práticas de silvicultura. Operações de Manejo Florestal que conseguem a certificação de SmartWood podem usar o selo SmartWood na comercialização de seus produtos e nos anúncios ao público.

2 Neste Relatório a UMF Klabin S/A - Klabin Florestal PR poderá estar sendo mencionada simplesmente como KLABIN.

3 O Imaflora - Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola é o membro brasileiro da Rede SmartWood e representante exclusivo do Programa SmartWood da Rainforest Alliance no Brasil. A Rede SmartWood colabora com a implementação e aplicação do Programa SmartWood da Rainforest Alliance no Mundo.

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1. SUMÁRIO GERAL 1.1. Identificação do Empreendimento e Pessoa de Contato

Operação de Manejo Florestal: Klabin S/A – Unidade Klabin Florestal Paraná Pessoa de Contato: Eng. José Aldezir de Luca Pucci – Gerente Geral Florestal Endereço: Lagoa, Fazenda Monte Alegre, Telêmaco Borba, PR - CEP 84279-000 Tel: +55 (42) 271 2307 Fax: +55 (42) 271 2315 E-mail: [email protected] www.klabin.com.br

1.2. Histórico Geral O Grupo KLABIN S.A.

A Klabin S.A. é uma empresa brasileira estruturada em unidades de negócios, definidas a partir de mercados e processos. Cada unidade de negócio – Embalagens, Papel, Celulose, Florestal, Descartáveis e Papel Imprensa – é responsável por todo o planejamento, produção e comercialização em seu segmento de mercado. A KLABIN lidera a produção integrada de celulose, papel e produtos de papel no Brasil, com capacidade de 2,1 milhões de toneladas anuais. Seu “portfolio” inclui papéis e cartões para embalagens, caixas de papelão ondulado, sacos multifoliados e envelopes, madeira, celulose para papel, celulose solúvel e produtos descartáveis (Linha “tissue”). A empresa é líder na maioria desses mercados, agora buscando se firmar como uma “empresa de solução” em embalagens. Para a sua produção são utilizadas fibras longas e curtas, bem como reciclados.

Atua nas cidades de São Paulo, Piracicaba, Mogi das Cruzes, Jundiaí, Cruzeiro, Itaquaquecetuba e Angatuba no estado de São Paulo; Del Castilho e Guapimirim, no Rio de Janeiro; Ponte Nova e Betim, em Minas Gerais; Goiana em Pernambuco; Camaçari e Feira de Santana, na Bahia; Lages, Itajaí, Correia Pinto e Otacílio Costa, em Santa Catarina; Guaíba e São Leopoldo no Rio Grande do Sul e Telêmaco Borba, no Paraná, além de Pilar na Argentina. São, ao todo, 26 unidades fabris no Brasil e 02 unidades na Argentina.

A empresa tem atividades florestais nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. É responsável pelo manejo de 237 mil ha de plantações de pinus e eucaliptos, mantendo em suas áreas mais 130 mil ha com áreas destinadas à conservação natural. Histórico da UMF (Unidade de Manejo Florestal) Klabin Florestal Paraná

Em 1934, a família KLABIN adquiriu a propriedade Fazenda Monte Alegre, fundando a IKPC (Indústrias Klabin de Papel e Celulose), iniciando a produção de papel jornal em 1946. Entre 1936 a 1940, iniciou-se um trabalho de levantamento da área, resultando na escolha dos primeiros centros de atividade da KLABIN: Mauá, para a usina hidrelétrica do rio Tibagi; Lagoa, como centro administrativo e Harmonia, como local da fábrica.

O setor florestal foi criado em 1941. Os primeiros reflorestamentos, de araucária e eucalipto, foram iniciados em 1943, e em 1944, o Dr. Zygmund Wieliczka chegou a Monte Alegre com o compromisso de organizar um plano para garantir o fornecimento de matéria-prima para o complexo industrial. Em 1951, são iniciados os reflorestamentos com pinus. Também em 1951, com a aquisição de 500 alqueires de terra, do

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outro lado do rio Tibagi, Horácio Klabin propôs um loteamento, que algum tempo mais tarde transformou-se no Município de Telêmaco Borba, que tem hoje 65.000 habitantes, aproximadamente.

A indústria passou a utilizar matéria prima de suas plantações em 1964 e a partir de 1975, deixou de usar, definitivamente, araucária nativa em seu processo. Atualmente a indústria é suprida em cerca de 90% com madeira oriunda de plantações próprias e o restante adquirido de propriedades de terceiros, principalmente aqueles participantes do Programa de Fomento Florestal da KLABIN.

A UMF “Klabin Florestal Paraná” soma hoje 229.501,8 hectares, sendo 85.258,7 hectares com cobertura de florestas nativas (com diferentes tipologias e funções) e 123.094,3 hectares de áreas com plantações florestais utilizando espécies dos gêneros Pinus, Eucalyptus e Araucaria.

As áreas que compõem a UMF “Klabin Florestal Paraná” estão distribuídas nos Municípios de Telêmaco Borba, Imbaú, Tibagi, Ortigueira, Reserva, Cândido de Abreu, Ventania, Rio Branco, Curiúva, Ipiranga, Rosário do Ivaí, Sapopema e Piraí do Sul no estado do Paraná. (ver tabela em 1.4.B.a.)

Em 01/03/1998 o manejo florestal adotado pela Klabin Florestal Paraná (na época, a Unidade era denominada KFPC - Klabin Paraná) foi certificado pelo Sistema FSC, através de um processo conduzido pelo Imaflora/Programa SmartWood da Rainforest Alliance, tendo sido uma das primeiras empresas brasileiras a ser certificada. Nesta ocasião, recebeu o código de certificação SW-FM/COC-038.

Em 2001, foi incluído no escopo dessa certificação o manejo para produtos florestais não madeireiros (o seu código de certificação alterado para SW-FM /COC/NTFP -038) e também foi certificada a Cadeia de Custódia da Unidade de Processamento de Fitoterápicos e Cosméticos (Klabin do Paraná Produtos Florestais Ltda, SW-COC/NTFP-560), a primeira iniciativa do gênero, em nível mundial, a ser certificada pelo Sistema FSC.

A certificação florestal da “Klabin Florestal Paraná” trouxe grandes benefícios à região de Telêmaco Borba, tendo sido a incentivadora da implantação de dezenas de indústrias processadoras4 que, através da certificação da Cadeia de Custódia de sua produção tiveram acesso a mercados diferenciados, gerando aumento significativo na quantidade de empregos e de renda para a região.

A. Tipo de operação A Klabin S/A – UMF “Klabin Florestal Paraná” está dedicada ao Manejo de Plantações Florestais e PFNM

(Produtos Florestais Não Madeireiros). Tem sob sua responsabilidade um total de 229.501,8 ha, com plantações comerciais, especialmente de Pinus, Eucaliptos e Araucárias, num total de 123.094,3 ha e áreas dedicadas à conservação em 85.258,7 ha.

A produção florestal (produtos madeireiros) é destinada ao abastecimento da Unidade Industrial de Celulose e Papel local também pertencente à Klabin S/A (Klabin Papéis Monte Alegre - KPMA) e à comercialização de toras para uso em serrarias. Em 2001 as produções foram de cerca de 2.000 mil t de madeira para processo (o que garante o suprimento de quase 90% da matéria prima utilizada na KPMA) e de 612.000 m³ de toras para serrarias , onde 62 % foram destinados a empresas certificadas pela cadeia de custódia no sistema FSC.

4 A certificação florestal contribuiu sensivelmente para a consolidação do Pólo Madeireiro de Telêmaco Borba. No final de 2001 existiam 35 indústrias operando, estando projetadas ou em implantação outras 20 unidades para processamento primário e secundário de toras obtidas, em sua maioria, das plantações manejadas pela Klabin PR (cerca de 85 %, em números atuais). Essa atividade utiliza 1235 empregos diretos.

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A totalidade da produção de PFNM (Produtos Florestais Não Madeireiros) é destinada ao Laboratório de Manipulação da Unidade de Processamento de Fitoterápicos e Cosméticos (Klabin do Paraná Produtos Florestais Ltda).

B. Anos em operação

Conforme descrição existente no Histórico da Klabin S/A - UMF Paraná, acima, as atividades da empresa foram iniciadas na década de 1940. A empresa, a partir de 1943, com os primeiros plantios de eucalipto e araucária e posteriormente, em 1951, com o inicio das plantações com pinus, vem manejando Plantações Florestais com objetivo de produção madeireira (matéria prima para a sua indústria de celulose/papel e para manufatura de produtos sólidos) e a partir de 1984, coletando PFNM (Produtos Florestais Não Madeireiros) dos sub-bosques de plantações e florestas naturais.

C. Data da Certificação Esta avaliação tem a finalidade da re-certificação da Klabin S/A – Unidade de Manejo Florestal Paraná ou

“Klabin Florestal Paraná”, que recebeu a sua primeira certificação pelo sistema FSC em 01/03/1998, outorgada pelo Programa SmartWood da Rainforest Alliance, e que tem o código SW -FM/ COC/ NTFP -038.

A nova certificação da empresa foi outorgada em Setembro de 2003.

D. Latitude e longitude da operação Sede da Operação de Manejo Florestal: Fazenda Monte Alegre - Município de Telêmaco Borba

Altitude média: 885 metros acima do nível do mar Latitude: 24º 12’ 42” Sul Longitude: 50º 33’ 26” Oeste

As demais áreas estão localizadas nos Municípios vizinhos de Cândido de Abreu, Curiúva, Imbaú, Ipiranga, Ortigueira, Reserva, Rio Branco, Rosário do Ivaí, Sapopema, Tibagi e Ventania.

O anexo V (mapas) mostra a dispersão das áreas nos municípios.

1.3. Sistema de Manejo Florestal

A. Tipo de Floresta e história do uso da terra A UMF Klabin Paraná é formada por plantações e remanescentes florestas naturais, hoje dedicadas à

conservação e em uma pequena porção, a coleta de PFNM (Produtos Florestais Não Madeireiros). Está localizada no estado do Paraná, região Sul do Brasil. A área era originalmente coberta por florestas de Araucária e campos nativos.

O patrimônio florestal da KLABIN está distribuído em 13 municípios, onde as plantações florestais ocupam 8,9% de sua área total. O quadro abaixo mostra a representatividade da UMF KLABIN PARANÁ frente à soma das áreas totais dos municípios envolvidos.

PATRIMÔNIO KLABIN (ha) Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município

ÁREA TOTAL DOS MUNICÍPIOS 207.584,4 21.917,4 229.501,8 16,6

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REFLORESTADO (ha) Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

1.382.320 ha

111.316,2 11.778,1 123.094,3 53,6

No item 1.4 deste relatório estão apresentados os contextos ambiental e socioeconômico regionais, com a descrição dos atuais usos da terra nos municípios.

B. Tamanho da Unidade de Manejo Florestal e áreas com florestas de produção em produção,

conservação, e/ou recuperação Tabela 1: Unidade de Manejo “Klabin Florestal Paraná”

Uso da Terra Área (ha) Florestas Naturais e semi naturais (Proteção e PFNM) 40.048,06 Plantações Comerciais 123.094,30 APPs (**) 41.358,34 RPPN (***) 3.852,30 Água (rios, córregos, lagos, etc) (****) 72,44 Infraestrutura 14.134,50 Outros usos 5.776,03

Área Total Certificada 229.501,85 (*) Floresta Natural ou Semi Natural, Campos; inclui RL (Áreas averbadas como Reserva Legal) (**) Áreas de Preservação Permanente (***) Reserva Particular do Patrimônio Natural (****) Corpos d’água com áreas maiores de 1 ha

Tabela 2: Área reflorestada por gênero/espécie (Dez/2001) Espécies Área plantada (ha)

Pinus taeda 65.993,62 Pinus elliottii 14.780,70 Eucalyptus spp 31.865,27 Araucaria angustifolia 8.329,04 Outras coníferas 2.104,40 Outras espécies 21,30

Total 123.094,30 C. Corte permitido anual e/ou colheita anual coberta pelo Plano de Manejo

Em função da área plantada existente, dos incrementos anuais atingidos e considerando as diversas modalidades (sistemas) de manejo adotadas, a taxa de corte anual que vem sendo praticada pela OMF (atualmente, de 2.150 mil m3 de madeira para processo e 900 mil m³ de toras para serraria por ano), é considerada sustentável ao longo do tempo. A área colhida (corte final) tem sido de aproximadamente 3.000 ha.

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Tratando-se de uma plantação florestal manejada (em sua maioria) com ciclos de longo prazo, de acordo com o planejamento estratégico da empresa podem ser adotadas taxas de corte anuais com variações, para mais ou para menos.

D. Descrição geral dos objetivos e detalhes do plano de manejo e sistemas

A produção florestal da UMF Klabin Paraná, destina-se: i) ao abastecimento da fábrica de celulose e papel, ii) venda de toras para serraria, iii) manejo para Produtos Florestais Não Madeireiros, iv) produção de sementes e mudas; v) manutenção (preservação e conservação) da biodiversidade, especialmente em cerca de 85.000 ha de ambientes naturais existentes em seus domínios. Produção de Sementes e Mudas

As sementes são obtidas através de um programa de melhoramento genético, em sua totalidade provenientes de APS - Áreas de Produção de Sementes, PCS – Pomares Clonais de Sementes e PSM – Pomares de Sementes por Mudas, todos próprios. A produção de sementes em 2002 e a previsão para 2003 estão nas tabelas a seguir:

Tabela 3 : Áreas de Produção de Sementes

RESUMO GERAL - ÁREAS DE PRODUÇÃO

Espécie Área Tipo Área(ha) No. de Árvores P.taeda APS Em produção 9,0 2149

Pomar Em produção 11,4 1248 P.elliottii APS Em produção 20,1 8969

Pomar Em produção 9,2 1252 E.dunnii APS Em produção 142,5 42417

Pomar Em produção 9,9 1764 E.grandis Pomar Em produção 9,0 1602 E.saligna Pomar Em produção 4,2 409

Tabela 4: Colheita de Sementes

Pinus taeda

Colheita 2002

Previsão Colheita

2003 Local Peso (Kg) Peso (Kg)

APS - RES 158 417,0 450,0 APS - CER 047 983,5 1000,0

TOTAL A P S 1400,5 1450,0 POMAR COL 48.c 104,0 110,0 POMAR MOR 138.a 69,0 70,0

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POMAR MOR 157 410,0 420,0 POMAR MOR 78.a 198,0 200,0

TOTAL POMAR 781,0 800,0 TOTAL P.taeda 2181,5 2250,0

Pinus elliottii

Colheita 2001

Previsão Colheita

2003 Local Peso (Kg) Peso (Kg)

POMAR MOR 126 1182,0 300,0 TOTAL P. elliottii 1182,0 300,0

Eucalyptus grandis

Colheita 2002

Previsão Colheita

2003 Local Peso (Kg) Peso (Kg)

IMB 101.b,c 48,121 0 BOA 50.b 34,001 40,000 MOR 95.b 0 60,000 TOTAL E. grandis 82,122 100,000

Eucalyptus dunnii

Colheita 2002

Previsão Colheita

2003 Local Peso (Kg) Peso (Kg)

INV 42.b 48,751 INV 94.a 15,684 REC 145 8,549 TOTAL E. dunnii 72,984 100,000

Eucalyptus saligna

Colheita 2000

Previsão Colheita

2003 Local Peso (Kg) Peso (Kg)

IMB 221 112,831 0 TOTAL E. saligna 112,831 0

A produção de mudas é realizada em viveiro próprio, a partir de sementes melhoradas colhidas na UMF

(ver acima). Uma pequena parte das mudas de eucalipto (clones para produção de madeira) está sendo produzida

através da micro-propagação e de clonagem por estaquia. A capacidade de produção é em torno de 15

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milhões de mudas por ano, variando a quantidade produzida de cada espécie ano a ano, de acordo com a necessidade apontada no planejamento da empresa.

Para a avaliação do manejo no viveiro, a equipe analisou as operações realizadas e todos os procedimentos adotados pela KLABIN. O consumo de químicos é mínimo, não são usados produtos proibidos e existe um sistema para reciclagem da água utilizada.

Os documentos existentes (normas, procedimentos, prescrições, controles) fazem parte do Plano de Manejo da KLABIN. Manejo para Produtos Florestais Madeireiros

Basicamente, a produção florestal madeireira adota 02 sistemas de manejo: a) condução da floresta através de desbastes e b) corte raso (ver Tabela 2 : Sistema de manejo e Rotação por Espécie). Para a produção de toras para desdobro em serrarias, parte dos talhões de pinus, eucalipto e araucária

são conduzidos através de desbastes. As toras dos primeiros desbastes e o corte raso de eucalipto e pinus, abastecem a fábrica de celulose e papel. As florestas de araucária, após corte raso no final da rotação, estão sendo substituídas pelo plantio de pinus e eucalipto.

Tabela 5 : Sistemas de Manejo e Rotação, por Espécies

Espécies Finalidade Sistemas de Manejo Rotação (anos) Eucalyptus spp Celulose Corte Raso 1a rotação – 6 anos

2a rotação – 13 anos 3a rotação – 21 anos

Serraria 2 Desbastes + Corte Raso 20 anos Celulose Corte Raso 14 anos Pinus spp Serraria 2 Desbastes + Corte Raso 20 anos

Araucária Serraria 6 Desbastes + Corte Raso 45 anos

O manejo florestal madeireiro tem como atividades principais: Preparo de Terreno –

a) Logo após o corte raso de pinus: rebaixamento das copadas/galhadas com foice e machado e, em seguida, efetua-se o plantio.

b) Corte raso de pinus já com presença intensa de ervas daninhas: roçadas mecanizadas, utilizando-se roçadeira tracionada por trator de pneus. Se as ervas daninhas predominantes forem de folha estreita aplica-se herbicida pós-emergente (princípio ativo glifosate) e, posteriormente realiza-se o plantio.

c) Corte raso de eucalipto (3ª rotação): rebaixamento de tocos com lâmina tipo “KG”, enleiramento dos resíduos, queima das leiras, sulcamento na linha com grade “ripper”, e em seguida efetua-se o plantio.

Plantio – O espaçamento atualmente utilizado é 3,00 X 2,00 m. Nas áreas de reposição, onde já foi efetuada planificação de alinhamento, o espaçamento utilizado é 2,50 X 2,50 m. A operação é realizada através de coveamento manual. O plantio de pinus é realizado durante o ano inteiro, enquanto que o eucalipto é plantado entre setembro e fevereiro, devido às ocorrências de geadas no

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período de inverno. O eucalipto recebe adubação pós-plantio caracterizada pela aplicação de cinza de biomassa oriunda das caldeiras da fábrica (11 m3 / ha).

Tratos Culturais - são utilizados conforme a necessidade (infestação): a) Coroação - feita em um diâmetro de ± 80 cm da planta com enxada ou por meio químico utilizando

herbicida pós-emergente. Normalmente é a primeira intervenção de limpeza e realizada 30 a 60 dias pós-plantio, dependendo do período do ano, da agressividade e dos tipos de ervas daninhas existentes.

b) Roçada manual - normalmente realizada após 1 ano de plantio, quando a vegetação concorrente não é gramínea e o porte é igual ou superior ao do reflorestamento, utilizando-se de foice para esta operação.

c) Controle químico é utilizado em áreas onde a vegetação concorrente é mais agressiva. Para o controle pós-emergente é utilizado o “glifosate”, cuja aplicação é feita manualmente com bombas pressurizadas na linha e mecanizada nas entrelinhas. A dosagem varia conforme a erva daninha, mas a média é de 4,0 litros/ha para o produto líquido e 2,0 kg/ha para o produto granulado. Existe um controle rígido no tocante ao descarte das embalagens, que são armazenadas em depósito específico até a sua retirada pelos fornecedores.

Controle de formigas – O primeiro combate é sistemático e realizado após o preparo de solo utilizando porta isca de 10 g a cada 100 m2. Para as demais aplicações após o plantio, a aplicação é localizada.

Desrama – É realizada nas árvores destinadas a serraria para produzir madeira livre de nós. Tabela 6 : Critérios Técnicos Adotados na Desrama

Espécie Desrama Idade Altura (m) Nº Árvores 1ª 20 a 30 meses 6 a 7 100%

Eucalyptus spp 2ª 48 a 60 meses 8 a 9 560 / ha 1ª 3 a 4 anos até 2,5 100% 2ª 5 a 6 anos até 4,5 450 / ha Pinus spp 3ª 7 a 8 anos até 6 350 / ha

Proteção Florestal –

a) Prevenção e controle de incêndios - Há uma central de rádio, SIG, 22 torres de vigilância distribuídas na UMF, 8 caminhões bombeiro, 68 pontos de captação d’água, 18 vigias florestais motorizados e uma estação meteorológica.

b) Controle de Pragas - As principais pragas que causam danos aos plantios da empresa são: formiga cortadeira, vespa da madeira (Sirex noctilia), pulgões do pinus (Cinara pinivora e Cinara atlantica), grilo preto (Gryllus assimilis), cupins de solo (Syntermes spp e Cornitermes spp), macaco prego (Cebus apella), rato de espinho (Euryzigomatomis guiara) e rato da taquara (Oryzonis spp).

Colheita – A colheita totalmente mecanizada, em princípio, é realizada por equipe própria e os sistemas semi-mecanizados, por equipes terceirizadas. São vários os sistemas utilizados, variando conforme a utilização da madeira – serraria ou processo na fábrica, e se desbaste ou corte raso/final. No sistema mecanizado, “harvesters” derrubam, traçam e classificam as toras de acordo com o seu diâmetro, sendo então baldeadas para a beira dos talhões por “forwarders” onde são empilhadas para posterior transporte para as serrarias, especialmente as de Telêmaco Borba, enviadas para o pátio de

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toras ou ainda, para o pátio da indústria de celulose e papel. Para as serrarias, as toras têm que ser transportadas no máximo 03 dias após o corte, evitando-se o aparecimento de fungos manchadores. No caso de desbastes e corte raso exclusivamente para o abastecimento de madeira para o processo industrial, a derrubada das árvores, traçamento e desgalhamento, normalmente é realizado por motosserra. As toras são baldeadas por “forwarders” , ou quando do arraste de árvores, realizadas por “skidders”. O planejamento é complexo, pois são muitas as variáveis a serem consideradas, da finalidade de uso da madeira a diferentes espécies, idades, manejo (desbaste ou corte raso ou final), locais melhores para retirada em épocas chuvosas ou secas, manutenção da distância média de transporte.

Estradas – A KLABIN possui 75 km de rodovias asfaltadas, 1.546 km de estradas com revestimento em macadame (pedras britadas) e 14.254 km de estradas secundárias sem revestimento. A rede de estradas e os serviços de manutenção, de modo geral são de boa qualidade, embora neste ano tenhamos detectado um aumento de estradas secundárias com início de problemas com erosão em seu leito.

Pesquisa Florestal – Desenvolve as atividades dentro de um enfoque corporativo com as demais áreas florestais da empresa atuando nas áreas de manejo ambiental, melhoramento genético, clonagem, nutrição e silvicultura, e tecnologia da madeira.

Produtos florestais não madeireiros - PFNM

O programa de manejo de produtos florestais não madeireiros para fins medicinais na KLABIN

começou em 1984, visando o uso múltiplo, racional e sustentado de outros produtos da floresta e a melhoria de qualidade de vida dos trabalhadores e suas famílias. O manejo abastece o Laboratório de Manipulação da Klabin do Paraná Produtos Florestais Ltda. com a matéria prima para a produção de fitoterápicos e fitocosméticos, utilizados dentro do Plano de Saúde em Autogestão da empresa.

Inicialmente, foram identificadas as doenças mais comuns observadas na comunidade ligada à KLABIN. Com base nestes dados, foi feito um levantamento junto à literatura leigo-científica disponível e averiguado frente à população sobre as plantas com potencial medicinal, o qual resultou em um conjunto de mais de 200 espécies. Estas espécies foram identificadas botanicamente e submetidas a uma análise de seu potencial medicinal. Do conjunto original, foram selecionadas inicialmente, em torno 130 espécies que poderiam fazer parte de um programa de fitoterápicos.

Atualmente, o projeto tem um cunho sócio-ambiental importante e os trabalhadores da empresa e a população local dele se beneficiam. Os fitoterápicos são dispensados para os funcionários da empresa com um subsídio de 60%, dentro do programa de benefícios concedidos.

Todos os PFNMs manejados e colhidos e/ou cultivados na Klabin UMF Paraná são processados localmente (fitoterápicos e cosméticos), não sendo comercializados, até o momento, produtos in natura. O Laboratório de Manipulação produz aproximadamente 60 tipos diferentes de produtos, entre fitoterápicos e fitocosméticos, que são distribuídos através da Farmácia existente dentro da área da empresa (Bairro da Lagoa).

As áreas manejadas para a exploração de plantas medicinais estão situadas dentro da Fazenda Monte Alegre. A intensidade de exploração dos PFNMs não tem provocado alterações em nível de paisagem. Entre os materiais utilizados para a colheita dos PFNMs são utilizados os procedimentos operacionais, mapas e fichas

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de colheita. Os mapas existentes possuem escala e detalhamento adequados às atividades de coleta de plantas medicinais e a colheita é feita com o acompanhamento técnico do laboratório, através da adoção de boas práticas de produção.

A área de florestas naturais da KLABIN é de cerca de 85.000 ha, dos quais apenas uma pequena parte é explorada para o abastecimento do Laboratório de Manipulação. Aliado à ampla área de floresta natural, no sistema de exploração dos PFNMs são selecionadas plantas matrizes para cada espécie explorada, de forma a minimizar os danos à regeneração natural das espécies exploradas. Na seleção das plantas matrizes são considerados aspectos demográficos e genéticos e a necessidade de alimentação para fauna. As espécies com baixa densidade populacional são adensadas e algumas cultivadas em canteiros.

Nas áreas de reserva da UMF existem cerca de 245 espécies nativas já identificadas e 130 delas têm potencial de uso na fitoterapia. Destas, destaca-se o uso de aproximadamente 60 espécies/estação do ano, sendo 30 espécies nativas encontradas em áreas naturais, adensamentos e sub-bosques de plantações e 30 são exóticas, historicamente introduzidas por colonos, sendo algumas espécies consideradas alóctones. O projeto Monte Alegre, que atualmente detém as ações relacionadas à Operação de Fitoterapia, também objetiva fortalecer políticas públicas principalmente no que diz respeito a bioprospecção e ao uso da biodiversidade.

As espécies manejadas utilizadas no Laboratório de Manipulação podem ser divididas em: i) espécies nativas manejadas; ii) espécies exóticas manejadas; iii) espécies nativas cultivadas; iv) espécies exóticas cultivadas; v) espécies nativas adquiridas; e vi) espécies exóticas adquiridas.

É importante ressaltar que algumas destas categorias não são exclusivas e que muitas espécies são cultivadas nos canteiros e ao mesmo tempo são colhidas nas áreas naturais e/ou reflorestadas.

Para a maioria dos PFNMs do Brasil, poucas informações técnicas-científicas estão disponíveis para o bom uso dos recursos florestais. Neste contexto a KLABIN tem tido um papel fundamental na investigação e disponibilização de informações para o manejo florestal, principalmente no que diz respeito à regeneração natural, recuperação/aumento de biomassa e dinâmica sucessional. Sua principal ferramenta é o monitoramento de suas práticas de exploração.

A primeira etapa do sistema de manejo praticado pela KLABIN para os PFNMs consiste no inventário das espécies com potencial medicinal nas áreas de preservação e conservação da guarda florestal (levantamento fitossociológico). A confirmação das espécies selecionadas é feita através de taxonomia e são definidas as espécies que serão exploradas. O início do processo de manejo consiste no levantamento do estoque disponível das espécies de interesse medicinal a serem exploradas, caracterização da regeneração natural, avaliação da dinâmica de crescimento e do número de indivíduos, seleção de porta sementes e determinação do limite e do intervalo de corte.

As atividades realizadas para o início da exploração de uma espécie são o levantamento fitossociológico (inventário) através de parcelas permanentes, confecção de herbários para o fornecimento de informações dos aspectos taxonômicos das espécies de interesse, mapeamento das espécies de interesse, definição das espécies a explorar.

A definição das espécies passíveis de exploração é baseada em informações como: a avaliação da biomassa existente (estoque disponível), as taxas de incremento e dinâmica da regeneração natural que determinam o limite de corte (LC) das plantas silvestres, calculado com base em observações da regeneração natural (quantidade de sementes, facilidade de dispersão e germinação), aumento da biomassa e dinâmica

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sucessional após interferência do manejo e o número de indivíduos reprodutivos (porta sementes) necessários para a manutenção da estrutura populacional original tanto em termos demográficos como genéticos.

O ciclo de corte é definido em virtude do aproveitamento da máxima produtividade biológica e do tempo para a recomposição do estoque original.

Assim como para as atividades de manejo florestal com fins madeireiros, para o manejo dos PFNMs o planejamento plurianual das áreas a serem colhidas considera um horizonte de, em média, cinco anos. Apesar de a empresa realizar um planejamento plurianual das áreas a serem colhidas, existe uma falta de conhecimento sobre a quantidade total de recursos existente na Fazenda Monte Alegre. Isto impede a definição de patamares máximos sustentáveis de colheita e produção para o Laboratório de Manipulação.

Esta situação vem sendo trabalhada através das atividades de Levantamento Fitossociológico e Georreferenciamento do Projeto Monte Alegre, em parceria com o FUNBIO (Fundo Nacional para a Biodiversidade) e FBDS (Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável), que possibilitará a realização de prospecção de áreas altamente representativas, propiciando a extrapolação de resultados para a floresta como um todo e o georreferenciamento das áreas com cálculos teóricos do estoque em pé.

As práticas e métodos de colheita têm sido desenvolvidos de forma a minimizar os impactos da colheita sobre as espécies exploradas e os recursos naturais associados. Entretanto, para muitas espécies estas práticas são recentes e existem poucas informações técnico-científicas sobre o tema, o que reforça a importância do monitoramento.

A KLABIN possui o Certificado de Registro junto ao Instituto Ambiental do Paraná – IAP e IBAMA (Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis ) para a extração, produção e beneficiamento de plantas ornamentais, medicinais e aromáticas (uso de recursos naturais).

Entre as espécies manejadas pela KLABIN, existem algumas que se encontram na Lista do IBAMA de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Brasil. A empresa é consciente deste fato e as espécies estão sendo monitoradas, além de plantadas e cultivadas em canteiros, o que contribui para a sua conservação.

Os trabalhadores diretamente envolvidos na colheita são poucos e, em geral, são funcionários da silvicultura da KLABIN. Não são utilizados produtos químicos durante as etapas do manejo florestal de plantas medicinais. Os funcionários envolvidos nas atividades de fabricação dos produtos utilizam EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) que são disponibilizados pela empresa e o Laboratório de Manipulação está registrado junto ao Ministério da Saúde.

A operação de produção de fitoterápicos pela KLABIN é realizada com fins sociais e atualmente não tem finalidade de lucro.

As atividades de manejo florestal de produtos não madeireiros pela KLABIN podem ser consideradas de baixo impacto e o manejo florestal de PFNM utiliza as estruturas já existentes do manejo florestal para a produção de madeira.

O manejo é parte integrante das atividades de manejo florestal da empresa e como tal também está certificado e sujeito aos requerimentos da certificação. Devido à KLABIN trabalhar com diferentes sistemas de produção e um grande número de espécies, é necessário estabelecer de maneira clara quais os materiais que podem ser considerados como certificados. 1.4. Contexto Ambiental e Socioeconômico

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A. Contexto Ambiental

Dados Biológicos a. Paisagem

A atividade da Klabin S/A no Paraná teve início na década de 40, com a construção da fábrica de papel, e a implantação dos primeiros reflorestamentos. Na época, a floresta de Araucária e os campos nativos dominavam a paisagem. A fábrica era abastecida com a madeira de Araucaria angustifolia proveniente destas florestas naturais. Com a introdução das espécies exóticas (Pinus em 1951 e Eucalyptus em 1943), a pressão sobre as florestas naturais foi diminuindo progressivamente. Os grandes maciços de florestas naturais e as matas ciliares que hoje são encontrados na Fazenda Monte Alegre, são remanescentes valiosos que a empresa preserva.

A Fazenda Monte Alegre é a propriedade mais antiga. Ocupa uma área de 126.737,00 ha, e nela são mantidos cerca de 52.000 ha com florestas naturais. Pode ser observado que estão distribuídas por toda Fazenda, ocorrendo vários blocos ou maciços florestais de porte variado, e que apresentam também uma tipologia ou características fitossociológicas distintas entre si. Em alguns conjuntos mais primitivos predomina a Araucaria angustifolia, com a sua formação típica de dossel estratificado. Em outros locais, a ausência da Araucária é compensada pelos capões de Peroba, ou então por grandes exemplares de Canelas, Guajuviras, Guarocaias, entre outras, que emergem do dossel superior.

A todas essas formações ainda se somam grandes áreas de matas secundárias e capoeirões, que foram devastados pelo grande incêndio de 1963, e que hoje encontram-se interligados entre si por faixas (corredores ecológicos) de mata nativa. Estes corredores são formados principalmente pelas matas ciliares, as quais tem a dupla função de proteger os arroios e os rios, além de impedir a fragmentação de blocos florestais, com o conseqüente isolamento da fauna e flora nestes ambientes.

Outro destaque são os aspectos inerentes aos reflorestamentos que a empresa mantém. O que se busca, é o aumento da biodiversidade, aliado à manutenção e melhoria da produtividade florestal. O aumento da biodiversidade nas propriedades da KLABIN, de seus micro-ecossistemas, e da região como um todo, é alcançada com o plantio de diferentes espécies, escolhendo-se para cada local, as espécies mais adequadas de acordo com suas exigências edáficas e climáticas. No zoneamento das áreas de produção comercial evita-se a implantação de grandes extensões de áreas plantadas com uma única espécie. A monotonia da monocultura é quebrada através da intercalação de diferentes espécies plantadas, as quais, por sua vez, ainda dividem espaço com a mata nativa, tornando o ecossistema ainda mais heterogêneo e diversificado. Além das diferentes espécies plantadas, ainda se busca a heterogeneidade na região a partir de plantios de diferentes idades, criando locais com diferentes estágios evolutivos. Assim, os plantios novos, que apresentam características de campo, permitem a presença de espécies da fauna típicas deste ambiente, beneficiando principalmente aquelas espécies generalistas e oportunistas. A medida que estas áreas evoluem para o porte arbóreo, outras espécies mais especialistas passam a freqüentá-las. Esta “colonização” se dá a partir das áreas de florestas e campos naturais dispersos entre os reflorestamentos, e em parte, também dos reflorestamentos que apresentam o sub-bosque.

O sub-bosque que é mantido nos reflorestamentos representa um fator excepcional de aumento da biodiversidade nestes locais. O sub-bosque garante abrigo, alimento e condições propícias a uma infinidade de formas de vida, o que faz com que o próprio reflorestamento comercial, a partir de uma determinada

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idade, deixe de ser apenas uma área de produção de madeira, mas também passe a ser um “reservatório” de formas de vida distintas. Isso possibilita a formação de interações ecológicas próprias, criando um ambiente mais estável e ecologicamente equilibrado.

Na KLABIN, o sub-bosque está presente nos reflorestamentos com Araucaria angustifolia e Eucalyptus sp. de idades mais avançadas, tornando-se muito denso e diversificado a medida que os povoamentos comerciais se abrem e aumenta o período de tempo entre as intervenções. Atualmente não se realiza mais a roçada prévia do sub-bosque em reflorestamentos a serem desbastados, visando o aumento da biodiversidade em áreas que de outra forma poderiam ser consideradas como monoculturas.

Plantios com Pinus sp. também podem apresentar crescimento do sub-bosque, mas nestes casos, o seu desenvolvimento não é tão vigoroso como em áreas de Araucaria angustifolia ou Eucalyptus sp., ficando mais restrito às áreas de bordadura dos talhões.

Além da Fazenda Monte Alegre, a KLABIN em Telêmaco Borba-PR, possui outras propriedades, que foram sendo adquiridas ao longo dos anos, integrando o patrimônio da empresa. Grande parte destas terras foram vendidas à KLABIN, após uso intensivo pela atividade agropecuária, onde muitas vezes o antigo proprietário não teve a preocupação de proteger as florestas nativas e matas ciliares existentes. Nas propriedades adquiridas, a empresa delimita as áreas de preservação existentes, além das áreas marginais e áreas degradadas, para que sejam recuperadas, através da recomposição natural da vegetação nativa. b. Cobertura Vegetal

A Fazenda Monte Alegre situa-se em uma região do estado do Paraná onde a cobertura vegetal está classificada como Floresta Ombrófila Mista, que tem o Pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia) como espécie característica.

A composição florística da vegetação arbórea que ocorre na Fazenda Monte Alegre ainda é pouco conhecida se considerada a área total disponível de Florestas Naturais preservadas pela KLABIN no estado do Paraná (cerca de 85.000 ha).

Os dados atualmente disponíveis referem-se a 3 levantamentos realizados na Fazenda, cujos resultados são mostrados por Berndt (1996):

Espécies arbóreas nativas > 241 Famílias > 57

As famílias com maior representatividade em número de espécies são:

Myrtaceae 24 Fabaceae 21 Mimosaceae 16 Lauraceae 16 Euphorbiaceae 15 Meliaceae 09 Caesalpiniaceae 08 Moraceae 08 Sapindaceae 07 Compositae 07 Solanaceae 07

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Para o estado do Paraná são citadas 187 espécies de árvores que se enquadram como espécies raras,

vulneráveis e/ou em perigo de extinção. Em áreas da KLABIN ocorrem 14 espécies classificadas como raras:

• Pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia) • Peroba amarela (Aspidosperma cylindrocarpon) • Peroba-rosa (Aspidosperma polyneron) • Guaritá (Astronium graveolens) • Pau-marfim (Balfourodendron riedelianum) • Cambroé (Casearia gossypiosperma) • Araribá (Centrolobium tomentosum) • Barbatimão (Stryphnodendron adstringens) • Jacaratiá (Jacaratia spinosa) • Farinha-seca (Lonchocarpus muehlbergianus) • Sapuvão (Machaerium paraguariense) • Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) • Cabreúva (Myrocarpus frondosus) • Canemuçu (Tetrorchidium rubrivenium)

Os estudos sobre a composição florística tem tido seguimento através de levantamento de campo e de inventários em parcelas permanentes (Projeto Monte Alegre). Espécies Fitoterápicas

Um grupo de plantas bem conhecidas nas áreas da KLABIN, são as plantas de interesse medicinal, as quais apresentam os mais variados portes, desde herbáceas até arbóreas.

Dentre as espécies nativas já identificadas, 130 delas mostram-se viáveis para a operação manejo para produção de fitoterápicos, que mantém uma média de 60 espécies em uso por estação do ano. c. Fauna Inventários da Fauna

O trabalho de levantamento da fauna silvestre em seu ambiente natural é complexo, principalmente quando se considera grandes extensões de área, como é o caso das propriedades da KLABIN. Entretanto, o número de funcionários que trabalham no campo também é grande, e muitas informações e os próprios exemplares da fauna nativa (animais feridos, órfãos, mortos por atropelamento, etc.) são obtidos através deles. Levantamentos da fauna, utilizando-se de metodologias científicas, são realizadas por técnicos da própria empresa, mas também são realizados trabalhos por outras instituições, que se utilizam das áreas da empresa no estudo das diversas classes taxonômicas da fauna regional. Dados importantes sobre a ocorrência e distribuição dos animais nas propriedades da empresa vem sendo obtidos com o uso das Fichas de Visualização de Animais Silvestres, através das quais são obtidas informações, principalmente, de grandes mamíferos. Grupos conhecidos

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Dentre os vertebrados, são bem conhecidas as classes das Aves e Mamíferos (nesta última, os grandes mamíferos). Informações sobre Répteis são procedentes de exemplares capturados nas frentes de trabalho, e mortos por atropelamento nas estradas que cortam a propriedade. Os dados sobre Anfíbios são procedentes de estudos realizados a partir de 1999. Peixes é a classe de Vertebrados menos conhecida.

As atividades de levantamento da fauna silvestre da Fazenda Monte Alegre foram iniciadas em 1987, embora alguns trabalhos já tivessem sido realizados em 1980, com levantamentos preliminares da avifauna. A empresa reconhece a necessidade em dar continuidade a estas pesquisas, procurando conhecer melhor os componentes biológicos em suas propriedades.

Aves Consiste no grupo melhor estudado dentro da área da KLABIN. Estão identificadas 322 espécies de

aves, as quais distribuem-se em 50 famílias. Isto representa 44,8% das aves registradas para o estado do Paraná, que tem 638 espécies.

Para efeito de comparação, citam-se: Bacia do Rio Tibagi (453.000 ha) com 468 espécies de aves; Parque Nacional do Iguaçu (185.000 ha) com 288 espécies identificadas; Morro do Diabo, S. Paulo (37.000 ha) com 185 espécies.

Os levantamentos realizados estão restritos apenas a alguns locais dentro da Fazenda Monte Alegre, e certamente o número de espécies de aves ainda deva aumentar consideravelmente a medida que novos locais forem estudados.

Das 322 espécies registradas para a Fazenda Monte Alegre, algumas delas merecem atenção especial, por serem consideradas espécies raras ou ameaçadas de extinção.

Na Fazenda Monte Alegre ocorrem 10 espécies que constam da lista de aves ameaçadas no Brasil, e 8 espécies que constam da lista de aves ameaçadas no Paraná.

Lista de aves ameaçadas no Brasil e no Paraná

• Choca-de-costas-rufas (Dysithamnus xanthopterus) • Curiango-tesoura-gigante (Macropsalis creagra) • Cuiú-cuiú (Pionapsitta pileata) • Curió (Oryzoborus angolensis) • Curriqueiro (Clibanornis dendrocolaptoides) • Gavião-pomba (Leucopternis polionota) • Graúna (Scaphidura oryzivora) • Macuco (Tinamus salitarius) • Macuru (Nonnula rubecula) • Martim-pescador-miudinho (Chloroceryle aenea) • Negrinho-do-mato (Amaurospiza moesta • Papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinaceae) • Pavó (Pyroderus scutatus) • Pica-pau-rei (Phlaeocaestes robustus) • Saí-de-perna-preta (Dacnis nigripes) • Seriema (Cariama cristata)

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• Tesourinha-do-mato (Phibalura flavirostris) • Tico-tico-do-mato (Arremon taciturnus).

Para a Bacia do Rio Tibagi, são citadas 81 espécies raras, ou de difícil constatação em campo. Destas,

35 ocorrem na Fazenda Monte Alegre. Durante o desenvolvimento dos levantamentos de aves, iniciados em 1987, puderam ser identificadas

algumas espécies com poucos registros no estado do Paraná, como:

• Maria-leque (Onychorhynchus coronatus) • Fruxu (Neopelma pallescens) • Tapaculo-pintado (Psilorhamphus guttatus), • Macuru (Nonnula rubecula) • Peixe-frito-pavonino (Dromococcyx pavoninus) • Araçari-banana (Baillonius bailloni), • Araponga (Procnias nudicollis), • Azulão (Cyanocompsa cyanea) • Curió (Oryzoborus angolensis). • Sabiá-una (Platycichla flavipes), • Urubu-rei (Sarcoramphus papa),

Mamíferos No Paraná ocorrem aproximadamente 130 espécies de mamíferos; Dentro do grupo dos mamíferos que ocorrem na Fazenda Monte Alegre, são bem conhecidas as

espécies de médio e grande porte, pela facilidade e segurança de identificação; Estão identificadas 56 espécies de mamíferos, distribuídas em 8 ordens e 23 famílias, incluindo-se

aqui a ordem Chiroptera, representada na Fazenda Monte Alegre por 3 famílias e 14 espécies; Todas as 14 espécies levantadas foram identificadas através de captura com rede-neblina, em um

único local, no Parque Ecológico. Um dos morcegos registrados (Myotis ruber) é considerado como espécie ameaçada de extinção no Brasil. Das 138 espécies brasileiras de morcegos, 9 estão ameaçadas de extinção;

Em 2001 iniciou-se o projeto de levantamento de pequenos mamíferos, representada principalmente pelas ordens Rodentia, Didelphimorphia ( anteriormente denominada Marsupialia) e Chiroptera. De uma maneira geral, a Fazenda Monte Alegre constitui-se em um refúgio natural bem protegido, assegurando a manutenção de algumas das principais espécies de mamíferos ameaçados de extinção no Brasil. Nesta categoria, estão:

• Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) • Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) • Gato-do-mato (Leopardus tigrinus) • Gato-maracajá (Leopardus wiedii) • Jaguatirica (Leopardus pardalis) • Suçuarana (Puma concolor)

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• Lontra (Lutra sp.), Veado-bororó (Mazama nana) • Paca (Agouti paca) • Bugio (Alouatta fusca)

Destas espécies, o Tamanduá-bandeira, o Lobo-guará e a Suçuarana são espécies observadas com freqüência na propriedade. Recentemente foi registrada a ocorrência do Tatu-cavalo (Cabassous sp.), considerada uma espécie rara da família Dasypodidae e também a ocorrência da fase melânica em gato-do-mato. É importante mencionar que muitas espécies freqüentam as áreas de reflorestamento, e não é raro

encontrar animais como o Tamanduá-bandeira ou o Lobo-guará freqüentando povoamentos de Pinus sp., mesmo destituído de sub-bosque.

O uso das Fichas de Visualização por funcionários da área florestal tem revelado a existência de territórios bem definidos, dentro da Fazenda Monte Alegre, de algumas espécies importantes como a Suçuarana e o Lobo-guará. As informações a respeito da Suçuarana indicam que esta espécie apresenta uma densidade populacional acima do normal, sendo relativamente freqüente a sua observação junto aos núcleos habitacionais da Fazenda Monte Alegre.

Além das espécies de mamíferos que ocorrem nas propriedades da KLABIN, há indícios da ocorrência da Onça-pintada (Panthera onca), Gato-mourisco (Felis yagouarundi) e do Veado-campeiro (Ozotocerus bezoarticus). A anta (Tapirus terrestris) constitui-se na única espécie conhecida de mamífero já extinta na região, embora existam informações sobre sua possível ocorrência na região de Rio Branco.

Répteis Os répteis constituem um grupo pouco conhecido de maneira geral, em função da escassez de

pesquisas de campo, e literatura especializada disponível. Na KLABIN as informações a respeito desta classe são obtidas a partir de exemplares capturados nas frentes de trabalho, ou nos próprios núcleos habitacionais, e a partir de exemplares atropelados nas estradas da Fazenda Monte Alegre. A identificação de algumas espécies exige a confirmação de especialistas, principalmente quando se trata de exemplares da família Colubridae.

Na Fazenda Monte Alegre e demais propriedades de influência da empresa, estão identificadas 37 espécies de répteis, representando 13 famílias. A ordem Squamata, representada pelas serpentes é a melhor conhecida. Há ocorrência de exemplares de Quelônios na área.

Estão identificadas 26 espécies de serpentes:

Espécies venenosas ............. 07 Muito comuns:

• Jararaca (Bothrops jararaca), • Cascavel (Crotalus durissus) • Coral-verdadeira (Micrurus frontalis).

Menos comuns: • Urutu (Bothrops alternatus) • Jararacuçu (Bothrops jararacussu).

Um registro de ocorrência:

Espécies não venenosas .......... 19 Merecem destaque:

• Mussurana (Clelia occipitolutea) • Caninana (Spilotes pullatus).

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• Cotiara (Bothrops cotiara) (uma das espécies mais ameaçadas de extinção no Brasil)

Anfíbios

No estado do Paraná as informações científicas a respeito dos anfíbios anuros ainda são incipientes

tanto sob o aspecto de taxonomia como ecologia. Visando o estudo destes animais na Fazenda Monte Alegre, desde setembro de 1999, a KLABIN apoiou um projeto de mestrado e apóia um de doutorado na área de zoologia da UFPR.

Atualmente, 37 espécies estão identificadas na Fazenda Monte Alegre. Destas, quatro espécies são ampliações da distribuição geográfica para o interior do estado do Paraná, e uma é novo registro para o mesmo. Pelo menos seis espécies são indicadoras de preservação e qualidade ambiental por se limitarem a um ambiente determinado e por não suportarem alto grau de alteração do mesmo.

Com os dados obtidos até o momento, pode-se concluir que as áreas de preservação mantidas pela KLABIN são importantes para a manutenção e conservação das populações de diferentes espécies de anfíbios anuros.

Peixes

A grande maioria dos rios que cortam a propriedade da empresa, tem suas nascentes dentro da própria Fazenda, sendo protegidos pelas matas ciliares que os acompanham. A rede hidrográfica é formada por rios de águas claras, bem oxigenadas e de pequena vazão. São rios e arroios de pouca profundidade e normalmente correm sobre leitos arenosos. São freqüentes as pequenas lagoas, naturais ou artificiais, criando condições diferenciadas e diversificação de habitats aquáticos.

Existem poucos estudos relativos à fauna aquática dos rios da Fazenda Monte Alegre, mais especificamente à classe dos Peixes. As informações atualmente existentes, referem-se a levantamentos exploratórios, muito esporádicos, e informações obtidas por pescadores, a maioria, funcionários da empresa. Visando a preservação da ictiofauna regional, a empresa proíbe a prática da pesca em suas propriedades na época da piracema.

Através de um levantamento realizado durante 3 dias nos rios Harmonia, Quebra-perna e Tibagi, foi possível a identificação de 10 famílias de peixes nas quais distribuem-se 23 espécies. Destes, 12 peixes foram identificados a nível de espécie, 7 foram identificados a nível de gênero e 3 foram identificados somente a nível de família. Os peixes identificados neste levantamento estão relacionados no quadro a seguir.

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Os peixes citados pelos pescadores como ocorrentes na Fazenda Monte Alegre, principalmente no Rio

Tibagi, somam 57 espécies, as quais não estão identificadas cientificamente. Estes peixes merecem um melhor estudo, para se proceder à correta identificação das espécies. Ainda são citadas a ocorrência de quatro espécies exóticas na Bacia do Rio Tibagi: a Carpa, Tilápia, Bagre-africano e o Black-bass.

B. Contexto Socioeconômico

A sede da KLABIN está localizada no município de Telêmaco Borba - PR, e suas florestas distribuídas nos municípios de Telêmaco Borba, Imbaú, Tibagi, Ortigueira, Reserva, Cândido de Abreu, Ventania, Rio Branco, Curiúva, Ipiranga, Rosário do Ivaí, Sapopema e Piraí do Sul, todos no estado do Paraná.

A cidade com maior influência direta da empresa, positiva ou negativa, é Telêmaco Borba, que surgiu e cresceu a partir da instalação da Klabin S/A na região. Cerca de 95% da arrecadação de impostos do município é gerado pela empresa. Da população de 65.000 habitantes, mais de 90% vivem na zona urbana. Nos quadros abaixo, estão as principais características sócio-econômicas dos municípios de atuação da Klabin Florestal Paraná. a. Representatividade da UMF KFP – Distribuição das Áreas (em ha) por Municípios

UMF Klabin Florestal Paraná

Família Sub-Família Espécie Nome Vulgar Characidae Tetragonopterinae Astyanax bimaculatus Lambari Characidae Tetragonopterinae Astyanax sp. Lambari Characidae Tetragonopterinae Astyanax fasciatus Lambari Characidae Acestrorhynchinae Acestrorhynchus sp. Peixe-cachorro Characidae Acestrorhynchinae Oligosarcus paranensis Characidae Cynopotaminae Ni Peixe-cadela Characidae Salmininae Salminus hilarii Tabarana Anostomidae - Peixe-canivete Anostomidae Leporinus sp. Peixe-canivete Anostomidae - Ferreirinho Anostomidae - Piava Anostomidae Schizodon nasutus Piava Parodontidae Apareiodon sp. Peixe-canivete Parodontidae Parodon sp. Peixe-canivete Prochilodontidae Prochilodus scrofa Corimba Erythrinidae Hoplias malabaricus Traíra Sternopygidae Eigenmannia virescens Tuvira Pimelodidae Pimelodinae Pimelodus maculatus Mandi Pimelodidae Pimelodinae Rhamdia quelen Bagre Callichthyidae Corydora sp. Coridora Loricariidae Hypostominae Hypostomus sp. Cascudo Loricariidae Hypostominae Rhinelepsis aspera Cascudo-preto Cichlidae Geophagus brasiliensis Acará

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Município/Área Total

Distribuição das Áreas [Próprias e Arrendadas] por Municípios

T. Borba 138.680,0 PATRIMÔNIO KLABIN

Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 132.523,9 209,0 132.732,9 95,7

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

70.460,8 155,0 70.615,8 53,2 C. Abreu 147.000,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 6.312,6 415,5 6.728,1 4,6

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio / Patrimônio

2.940,5 204,8 3.145,3 46,7 Curiúva 58.830,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 806,0 - 806,0 1,4

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

326,5 - 326,5 40,5 Imbaú 33.120,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 7.114,3 1.343,8 8.458,1 25,5

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

4.112,3 742,4 4.854,7 57,4 Ipiranga 90.760,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município

- 392,5 392,5 0,4 REFLORESTADO

Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

- 241,4 241,4 61,5 Ortigueira 245.160,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 18.537,2 840,3 19.377,5 7,9

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

11.860,3 559,2 12.419,4 64,1 Piraí do Sul 140.620,0

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PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 24,6 - 24,6 0,0

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

- - - - Reserva 168.630,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 18.689,9 7.471,5 26.161,4 15,5

REFLORESTADO Próprio Arrendado

Total

(%) Plantio/Patrimônio

7.298,5 3.232,5 10.530,8 40,3 Rio Branco 31.560,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 2.831,4 145,4 2.976,8 9,4

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

1.786,9 28,5 1.815,4 61,0 Rosário do Ivaí

44.630,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 1.659,9 - 1.659,9 3,7

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

538,4 - 538,4 32,4 Sapopema 67.200,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município

- 326,7 326,7 0,5 REFLORESTADO

Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

- 193,2 193,2 59,1 Tibagi 299.560,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 18.424,8 10.233,7 28.658,5 9,6

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

11.611,1 6.154,2 17.765,3 62,0 Ventania 74.530,0

PATRIMÔNIO KLABIN

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Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 659,8 539,0 1.198,8 1,6

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

381,1 267,0 648,1 54,1 TOTAIS 1.382.320,0

PATRIMÔNIO KLABIN Próprio Arrendado Total (%) Patrimônio/Município 207.584,4 21.917,4 229.501,8 16,6

REFLORESTADO Próprio Arrendado Total (%) Plantio/Patrimônio

111.316,2 11.778,1 123.094,3 53,6

Nota: As áreas reflorestadas representam 8,9 % da área total dos municípios onde a KLABIN tem áreas próprias ou arrendadas.

b. População

População Município

Habitantes Zona Urbana (%) Zona Rural (%)

Cândido de Abreu 18.777 24,92 75,08 Curiúva 12.908 54,46 45,54 Imbaú 9.474 57,86 42,14 Ipiranga 13.301 30,03 69,97 Ortigueira 25.177 33,19 66,81 Piraí do Sul 21.655 67,56 32,44 Reserva 23.955 40,05 59,95 Rio Branco do Ivaí 3.754 24,64 75,36 Rosário do Ivaí 6.584 34,46 65,54 Sapopema 6.872 46,32 53,68 Telêmaco Borba 61.144 95,28 4,72 Tibagi 18.471 55,77 44,23 Ventania 8.004 66,94 33,06

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000 - Sinopse Preliminar b. Saneamento Básico – Serviços nos domicílios (%)

Banheiro ou Sanitário

Município

Nº de

Domicílios

Com

Rede geral

água

Com

Sem

Com Rede de

Esgotos

Com

Coleta lixo

Cândido de Abreu 4.705 34,5 84,1 15,9 10,6 22,2 Curiúva 3.495 63,3 92,9 7,1 0,7 56,8 Imbaú 2.621 68,3 93,9 6,1 1,3 60,5 Ipiranga 3.322 33,2 91,6 8,4 19,6 30,7

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Ortigueira 6.754 41,3 84,5 15,5 9,1 34,1 Piraí do Sul 5.987 67,2 94,9 5,1 43,1 66,8 Reserva 6.194 53,6 89,1 10,9 6,4 41,1 Rio Branco 953 44,7 81,2 18,8 0,5 44,5 Rosário do Ivaí 1.772 50,2 88,8 11,2 23,0 34,9 Sapopema 1.742 59,1 84,0 16,0 13,2 48,0 Telêmaco Borba 17.492 97,1 98,0 2,0 48,1 97,3 Tibagi 4.827 59,0 95,4 4,6 23,0 60,5 Ventania 2.107 69,3 95,3 4,7 0,2 68,4

Fonte: IBGE - Resultados do Universo - Censo 2000 c. Educação

População Residente de 10 anos ou mais de idade Município População Residente Total Alfabetizada Alfabetização (%)

Cândido de Abreu 18.795 14.558 11.705 80,4 Curiúva 12.904 10.228 8.348 81,6 Imbaú 9.474 7.371 5.854 79,4 Ipiranga 13.308 10.355 9.388 90,7 Ortigueira 25.216 19.831 14.956 75,4 Piraí do Sul 21.647 17.297 15.704 90,8 Reserva 23.977 18.589 15.026 80,8 Rio Branco do Ivaí 3.758 2.880 2.253 78,2 Rosário do Ivaí 6.585 5.293 4.210 79,5 Sapopema 6.872 5.417 4.296 79,3 Telêmaco Borba 61.238 49.153 44.568 90,7 Tibagi 18.434 14.140 11.983 84,7 Ventania 8.024 6.229 5.094 81,8

Fonte: IBGE - Censo 2000 (Sinopse Preliminar) d. Aspectos da Infra-estrutura

Estabelecimentos Escolares Município Pré-escolar Fundamental Ensino Médio

Hospitais Agencias bancárias

Cândido de Abreu 02 75 01 02 02 Curiúva 02 28 01 01 01 Imbaú 04 07 01 - - Ipiranga 02 39 01 01 02 Ortigueira 06 91 01 02 01 Piraí do Sul 10 22 02 01 02 Reserva 04 86 01 01 02 Rio Branco do Ivaí 01 15 01 - - Rosário do Ivaí - 21 01 02 01 Sapopema 0 23 01 01 01 Telêmaco Borba 29 43 07 02 05 Tibagi 06 39 02 01 02

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Ventania 03 09 02 - - Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000 (Sinopse Preliminar) e. Utilização da Terra ( em hectares)

Município

Lavouras

Permanentes e

temporárias

Pastagens naturais

e artificiais

Matas naturais

e plantadas

Lavouras

em descanso e produtivas

não utilizadas Cândido de Abreu 32.450 71.194 30.010 23.664Curiúva 7.610 28.057 14.325 1.330Imbaú (*) (*) (*) (*)Ipiranga 24.932 17.614 22.452 4.036Ortigueira 26.634 151.784 46.640 5.665Piraí do Sul 29.248 34.151 32.395 6.561Reserva 28.107 67.955 42.734 12.872Rio Branco do Ivaí 5.781 46.340 7.178 562Rosário do Ivaí 4.017 31.336 2.254 997Sapopema 4.857 48.764 7.564 1.105Telêmaco Borba 4.351 6.796 153.526 3.298Tibagi 73.357 93.558 72.900 8.158Ventania 17.197 24.156 31.540 1.735

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário (*) - Não possui dados. f. Aspectos Econômicos

Agricultura / Fruticultura Município Lavoura

Permanente Lavoura

Temporária

Pecuária

Outros

Indústrias de Transformação

Cândido de Abreu Erva-mate, uva, caqui, limão, mamão, pêra, tangerina

Algodão, amendoim, arroz, batata-doce, cebola, feijão, cana-de-açúcar, milho, mandioca, soja, trigo

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, cunicultura, sericultura, apicultura, Silvicultura

21 empresas

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Curiúva Café, chá-da-índia, uva, banana, laranja, pêssego

Alho, amendoim, arroz, batata-doce, cebola, feijão, cana-de-açúcar, milho, mandioca, soja, trigo, batata-inglesa, ervilha, tomate

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, cunicultura, sericultura, apicultura, silvicultura

31 empresas

Imbaú Uva, laranja, limão, mamão, maracujá, pêssego, tangerina

Alho, arroz, cebola, feijão, milho, mandioca, soja, trigo, batata-inglesa, tomate

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, apicultura, silvicultura

16 empresas

Ipiranga Erva-mate, uva, tangerina

Alho, amendoim, arroz, aveia, cebola, feijão, milho, cevada, mandioca, soja, batata-inglesa, fumo, tomate, trigo, abacaxi

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, apicultura, silvicultura

24 empresas

Ortigueira Erva-mate, laranja, limão, mamão, pêssego, tangerina

Algodão, alho, arroz, aveia, cebola, feijão, milho, trigo, mandioca, soja, tomate, batata-inglesa, abacaxi, melancia

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, cunicultura, sericultura, apicultura, silvicultura

48 empresas

Piraí do Sul Erva-mate, uva, caqui, pêssego, tangerina

Alho, arroz, aveia, cebola, feijão, milho, trigo, mandioca, soja, tomate, batata-inglesa, abacaxi, fumo

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, cunicultura, apicultura, silvicultura

03 empresas

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Reserva Limão, mamão, maracujá, tangerina

Alho, arroz, aveia, cebola, cevada, feijão, milho, trigo, mandioca, soja, tomate, batata-inglesa, abacaxi, melancia

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, sericultura, apicultura, silvicultura

09 empresas

Rio Branco Café, chá-da-índia

Algodão, alho, amendoim, arroz, feijão, milho

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, silvicultura

03 empresas

Rosário do Ivaí Café, chá-da-índia, uva, maracujá

Algodão, alho, amendoim, arroz, feijão, milho

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, sericultura, silvicultura

-

Sapopema Café, chá-da-índia, laranja

Alho, amendoim, arroz, feijão, milho, mandioca, tomate, abacaxi

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, cunicultura, sericultura, apicultura, silvicultura

17 empresas

Telêmaco Borba Uva, laranja, limão, mamão, pêssego, tangerina

Alho, feijão, milho, mandioca, tomate, soja, trigo, abacaxi, melancia

Suínos, bovinos, eqüinos, muares, ovinos

Avicultura, cunicultura, apicultura, silvicultura

148 empresas

Tibagi Erva-mate, limão, mamão, tangerina

Arroz, aveia, batata-inglesa, cevada, feijão, fumo, soja, mandioca, milho, sorgo, trigo, tomate, abacaxi, melancia

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, sericultura, apicultura, silvicultura

26 empresas

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Ventania limão, mamão, tangerina

Alho, aveia, batata-inglesa, feijão, fumo, soja, mandioca, milho, trigo, arroz, cebola, melancia

Suínos, bovinos, eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, ovinos

Avicultura, apicultura, silvicultura

20 empresas

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário

1.5. Produtos obtidos e Cadeia de Custódia

A. Certificado de Cadeia de Custódia O certificado da Cadeia de Custódia da Klabin S/A – Klabin Florestal Paraná alcança exclusivamente à

colheita e comercialização de toras (vendidas a serrarias ou destinadas à Unidade Industrial (Klabin Paraná Papéis), produção e comercialização de sementes de Pinus e Eucaliptos, produção e comercialização (eventual) de mudas de pinus e eucaliptos, e a coleta de PFNM (ativos florestais de interesse medicinal) hoje dirigidos ao Laboratório de Manipulação da Klabin do Paraná Produtos Florestais Ltda.

O certificado não abrange o processamento de nenhum produto florestal. B. Espécies e Volumes cobertos pelo Certificado

Tabela 7: Produção Certificada (produtos madeireiros)

a) Madeira Colhida na UMF

Espécies Nome científico Volume (m3 /ano) Produto

Coníferas Pinus taeda Pinus elliottii Araucaria angustifolia

1.200.000

Eucaliptos Eucalyptus spp 950.000

Toras para Processo Industrial

Pinus Pinus spp 713.000Araucária Araucaria angustifolia 32.000Eucalipto Eucalyptus spp 155.000

Toras para Serrarias

b) Sementes de espécies exóticas Sementes colhidas na UMF (PSC- Pomares Clonais e APS – Área Produção Sementes)

Espécies Nome científico Peso (Kg) (*) Produto

Pinus Pinus taeda Pinus elliottii

1.521 877

Sementes

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Eucaliptos Eucalyptus grandis Eucalyptus saligna Eucalyptus dunnii

189 111 54

(*) Média colheita anual, PSC e APS Sementes disponíveis para venda

Espécies Nome científico Peso (Kg) Produto

Pinus Pinus taeda (*) Pinus elliottii

1.000 800

Eucaliptos Eucalyptus grandis Eucalyptus saligna Eucalyptus dunnii

144 83 54

Sementes

(*) Somente de APS

c) Mudas produzidas no viveiro próprio (*) Espécies Nome científico Unidades (mil) Produto

Pinus Pinus taeda Pinus elliottii

15.000

Eucaliptos Eucalyptus grandis (**) 1.300

Mudas

(*) Para consumo próprio e atendimento ao Programa de Fomento/Doações, podendo ser esporadicamente vendidas. (**) Estacas e sementes Tabela 8: Produção Certificada (PFNM)

COLETA / Kg COLETA / Kg ESPÉCIES IN-NATURA DESIDRAT.

1 Accacia adstringens - Barbatimão 77,400 47,7002 Actium minus - Bardana 17,800 8,2003 Adiantum cuneatum - Avenca 2,100 0,5004 Ageratum conyzoides - Mentrasto 33,450 11,3005 Apium graveolens - Aipo 6,700 2,0006 A . Triangularis - Cipó mil homens 97,480 21,5007 Baccharis articulata - Carqueja 121,360 49,7008 Bauhinia forficata - Pata de vaca 41,500 27,4009 Bidens pilosus - Picão 7,250 3,900

10 Cecropia peltata - Umbaúba 17,800 7,85011 C. ambrosioides - E. de santa maria 9,980 3,90012 Coleus barbatus - boldo 154,800 39,10013 Conyza virgata - Verbasco 12,700 2,80014 Cuphea cartaginensis - Sete sangrias 19,800 7,500

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15 E. macrophillus - C. de couro 28,700 5,40016 Equisetum arvenses - Cavalinha 7,900 4,80017 Erythraea centaurium - Fel da terra 13,700 4,20018 Crysantemum parthenium - Artemisia 95,100 25,80019 Eucalyptus globulus - Eucalipto 135,400 59,40020 Guadua sp. - Taquara 5,000 5,00021 Ilex paraguariensis - Erva mate 131,500 51,20022 Leonorus sibiricus - Rubim 13,700 6,30023 Malva sylvestris - Malva 6,100 2,00024 Maytenus aquifolium - Esp. Santa 9,100 4,00025 Maytenus ilicifolia - Esp. Santa 166,300 55,00026 M. glomerata - Guaco 71,700 32,30027 M. hirsutissima - Cipó cabeludo 19,200 6,90028 Nasturtium officinalis - Agrião 246,200 38,30029 Phyllanthus niruri - Quebra pedras 36,350 11,60030 Plantago major - Tanchagem 6,900 2,20031 Polygonum acuminatum - Erva de bicho 53,600 15,70032 Porophylum ruderale - Arnica 9,350 4,50033 Psidium guajava - Goiabeira 69,100 26,10034 Rauwolfia sellowii - Casca D'Anta 31,300 13,70035 Sambucus australis - Sabugueiro 23,500 9,10036 Solanum nigrum - Maria preta 9,250 4,10037 Stachytarpheta dichotoma - Gervão 5,100 2,15038 Symphytum officinale - Confrei 38,900 12,20039 Tabebuia avellanedae - Ipê roxo 97,700 39,00040 Taraxacum officinale - Dente -de-leão 3,100 1,000

TOTAL 1.950,77 674,30

C. Descrição da capacidade atual e planejada da capacidade de processamento coberta pelo certificado

O certificado da Klabin S/A SW-FM/COC/NTFP 038 não abrange o processamento da madeira colhida ou PFNM. Como já comentado, os produtos madeireiros são vendidos a terceiros (serrarias e indústrias de manufatura) ou transferidos para a Fábrica de Celulose e Papel (Klabin Paraná Papéis - KPMA). Os produtos florestais não madeireiros colhidos são enviados diretamente ao Laboratório de Manipulação da Klabin Produtos Florestais Ltda. para a elaboração de linha de fitoterápicos e cosméticos.

2. PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO 2.1. Datas da Avaliação

Período de Campo Data Fatos

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17/11/02 Viagem para Telêmaco Borba (Harmonia), onde a equipe ficou alojada. 18/11/02 Reunião dos auditores com a administração da Klabin Paraná pela manhã.

À tarde visita ao campo. À noite reunião da equipe de auditores. 19/11/02 Trabalhos de campo de auditoria durante o dia e à noite, reunião pública na Câmara de

Vereadores de Telêmaco Borba. 20/11/02 Trabalhos de campo de auditoria. À noite reunião da equipe de auditores. 21/11/02 Trabalhos de campo de auditoria. À noite reunião da equipe de auditores. 22/11/02 Nas primeiras horas da manhã, preparação por parte da equipe de auditores, da

reunião de encerramento, realizada às 10:30 h com a administração da empresa, onde foram destacados os pontos fortes e fracos encontrados. Viagem de retorno a Piracicaba.

2.2. Equipe de Avaliação e Peer Review

Avaliação

• Lineu Siqueira, Jr. – (Líder da Equipe) - Manejo de Plantações Florestais e Gerenciamento Ambiental: Eng. Agrônomo, é Gerente do PCF Imaflora/SW, tendo participado em vários processos de avaliação de MF e COC no Brasil e exterior.

• Antonio Carlos Antiqueira – Silvicultura e Economia Florestal: Eng. Florestal, Consultor do PCF Imaflora/SW, tendo participado de vários processos de avaliação para certificação de Manejo Florestal;

• Estevão do Prado Braga - Silvicultura e Cadeia de Custódia: Eng. Florestal, é especialista em Cadeias de Custódia e Coordenador de Cadeias de Custódia do Programa de Certificação Florestal do Imaflora/SW;

• Heidi Cristina Buzato Carvalho - Aspectos Sociais/Trabalhistas/Comunidades: Socióloga, MSc, é consultora do PCF Imaflora/SW tendo participado de vários processos de avaliação para certificação de MF;

• Marcelo Menezes Caffer - Manejo de Produtos Florestais Não Madeireiros: Eng. Agrônomo especialista em PFNM é o Responsável Técnico pelas certificações de PFNM do PCF Imaflora/SmartWood;

• Rosa Yamashita - Aspectos Sociais/Segurança do Trabalho: Eng. Agrônoma, especializada em Segurança do Trabalho. Participou da equipe como Consultora Especial.

• Vera Lex Engel - Ecologia Florestal : Eng. Florestal, Dra. Sc., Prof.a. Doutora do Dep. de Recursos Naturais da Unesp/FCA, com experiência em processos de certificação, tendo participado de vários processos de certificação florestal como Revisora Independente.

Revisores Independentes (Peer Review) Foram contratados 3 Revisores Independentes com as seguientes qualificacoes:

o Eng. Florestal, MSc em Engenharia Ambiental e Doutora em Ciências da Engenharia Ambiental, atuando nas áreas de hidrologia florestal, manejo de bacias hidrográficas e legislação florestal. É

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Consultora e Professora credenciada no Curso de Pós Graduação em Recursos Florestais da ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP).

o Sociólogo, Eng. Florestal, doutorando em Sociologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Trabalha nas áreas de sociologia rural e sociologia do trabalho, com estudos sobre camponeses e trabalhadores de carvoarias. Já participou de diversos processos de certificação florestal pelo IMAFLORA/SW.

o Eng. Florestal, trabalha desde 1995 como consultor para adequação de organizações de base florestal aos princípios de bom manejo florestal do FSC e também na implementação e manutenção de sistemas de gerenciamento ambiental modelo “ISO 14.000”. Também trabalha como auditor e revisor para o Programa SmartWood desde 1997.

2.3. Processo de Avaliação Durante a fase de avaliação de campo, como parte de um processo normal de processos de

certificação SmartWood a equipe conduziu os seguintes passos.

Análise de documentos –

Durante a fase de avaliação foram consultados e revistos os seguintes documentos:

Relatório de Avaliação para fins de Certificação Florestal 1997

Relatórios anuais de monitoramento de 2000 e 2001

Plano de Manejo Florestal/2002 e seus anexos;

Mapas;

Relatórios de Auditorias Internas;

Documentos comprobatórios do cumprimento das condições de certificação de 1998 e dos monitoramentos de certificação;

Relatórios de trabalhos técnicos: “Monitoramento da regeneração natural com Pinus spp. em áreas de vegetação nativa ( Berndt, 2000)”; “Plano de manejo de paisagem: áreas de corte final de Araucaria”(Berndt, 2000)

Seleção de Sites –

Os locais para as visitas de campo foram estabelecidos buscando ter a maior representatividade de ambientes e sistemas operacionais possíveis. A equipe verificou todas as operações silviculturais em andamento para diferentes espécies e manejo florestal adotado. Também buscou-se ter amostragem consistente com a escala da OMF, em diferentes situações de topografia, solo e executores encarregados pelos serviços. As áreas e atividades estão listadas na Tabela 10.

Entrevistas e revisões de campo –

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Tabela 9: Pessoas Entrevistadas

Funcionários da KLABIN Nome Cargo/Função Jose Aldezir L. Pucci Gerente Geral Florestal Ronaldo Luiz Sella Fomento e Comercialização Toras Ivone Satsuki Namikawa Fier Pesquisas Florestais Luiz Carlos Mudri Exploração Florestal Loana Aparecida Pereira da Silva Johanson

Laboratório de Fitoterapia

Luiz Antonio de Carvalho Manutenção de Estradas Luiz Evaldo Pedroso Administração de Pessoal Júlio Yuko Bansho Silvicultura Nilton Luiz Venturini GIS Osni Marcos Bruzamolim Planejamento Florestal Dilur Araújo Carneiro Viveiro e Sementes Max... Administração de Contratos Wlamir Rocha Ambiência Florestal Angelo Manoel Grande Carstens Médico Regiane Borsatti Consultora Heraldo S. de Moraes Engenheiro de Segurança/Coordenador de segurança Sérgio Luis Goulart Montaguti Engenheiro de Segurança Claudinei Miranda operador líder de Harvester – talhão 176A da Guarda Florestal

Sete Rincões. Katia Michele Prudencio de Souza Enfermeira do Trabalho Jone Antunes de Oliveira Médico do Trabalho

Prestadores de Serviços e Comunidade João Maria Moreira da Silva Encarregado da Fortaleza, empresa prestadora de serviços –

talhão 157 da Guarda Florestal Agronomia Celso Júlio Sócio da Conífera, prestadora de serviços de colheita – talhão

47 da Guarda Florestal Pinhal Bonito Armando Ribeiro dos Santos Operador de motosserra, funcionário da Conífera – talhão 47 da

Guarda Florestal Pinhal Bonito. Oswaldo R. Fernandes Presidente do Sindicato Patronal Rural de Telêmaco Borba –

escritório José Arnaldo Biassio Líder de turmas florestais, da prestadora de serviços Florsil em

aplicação de herbicidas – talhão 93B da Guarda Florestal Colônia.

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Sr. Wica Sócio da Flora Ciumachevicz, prestadora de serviços de colheita Antonio César Moura proprietário da H. Orcheske e Cia Ltda., prestador de serviços

de colheita – talhão 41 da Guarda Florestal Monjolinho. Ezequias de Souza operador de motosserra da H. Orcheske e Cia Ltda. – talhão 41

da Guarda Florestal Monjolinho (9) Vigias Florestais Responsáveis pelas guardas florestais Vila Preta, Monjolinho,

Sete Rincões, Trinita, Colônia, Mortandade, Agronomia, ABR, Invernadinha

Osvaldo Malinovski Empresário (Imbaú) Osni Branco Operador de Máquinas – Carregador (Imbaú) Gersenio Domingues Operador de Máquinas – Processador (Imbaú) Rodrigo Panosso Técnico de Segurança (Imbaú) Cícero Camargo Encarregado (Imbaú) Edemir Motoserrista (Fortaleza) Carlos Motoserrista (Fortaleza) Sidney Motoserrista (Fortaleza) Antonio José Scorupsky técnico do SENAR João Ernesto Ribeiro Presidente Sindicato dos Trabalhadores Rurais Wilson Ianke Paulo Secretário Executivo Sindicato dos Trabalhadores Rurais Albani Betin Secretário Sindicato dos Trabalhadores Rurais Maria Eugênia de Oliveira Tesoureiro Sindicato dos Trabalhadores Rurais João de Pádua Machado Júnior Mecânico, Empresa Coníferas Claudinei Campos Caetano Operador de máquinas Empresa Coníferas Luiz Empresa Coníferas Samuel Empresa Coníferas Matias da Rosa Líder de Turma Empresa Coníferas Armando Ribeiro dos Santos Motoserrista Empresa Coníferas Calmosino técnico florestal, supervisor, Coniferas Luiz Matias Líder de turma e motorista , Coníferas Eudes Moreira Empresário (Canaã Florestal) Vitório de Freitas Trabalhador de capina (Canaã Florestal) Vitório de Freitas Trabalhador de Campo (Canaã Florestal) Rosildo Trabalhador de Campo (Canaã Florestal) Jesiel de Oliveira Líder de Turma Gentil Aparecido dos Santos Motoserrista (Canaã Florestal) Valdir de Trindade Motosserrista/desgalhamento e traçamento Rodrigo Técnico de Segurança Cícero Mendes de Camargo Encarregado de Campo Rodrigo Ranosso Monitor de campo nas questões de SST (Pró-ativa) Ivoney Jesus Domingues Trabalhador de capina, Banks Joel de Jesus Sovinsky Trabalhador, Banks

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Ademir de Jesus Silva Trabalhador, Banks Carmelito Trabalhador, Banks Ederson Trabalhador, Banks Luiz Carlos Gibson Empresário (Gibson) José Rentz Trabalhador, Gibson José Carlos da Silva Trabalhador, Gibson João Geraldo da Silva Trabalhador, Gibson Milton Butsky Trabalhador, Gibson Adão Alves Ferreira Empresário (Ferreira) Albino da Luz Santos Trabalhador, Ferreira Lourenço Oliveira Líder, Ferreira Paulo Vieira de Lima Trabalhador, Ferreira Castorino Barbosa Trabalhador, Ferreira João Pinto de Almeida Trabalhador, Ferreira Lane José Carneiro Técnico de Segurança (Siqueira) José Agricultor, Fomentado KLABIN Luiz Pecuarista, Fomentado KLABIN Carlos Alberto Engenheiro Agrônomo, EMATER

Nota: 8 empresários (terceirizados) e 33 trabalhadores entrevistados solicitaram não serem identificados. Tabela 10. Sumário das Áreas Florestais Visitadas pela Equipe de Avaliação SmartWood

Floresta/Nome/Nº Site Visitado G.F. Agronomia Talhão 157, Talhão 99, outros G.F. Invernadinha Vários talhões G.F. Trinita Talhão 82, Campo das codornas, Talhão 369,

Talhão 61/62, Talhão 82 B, 85B, 87A e 40 – pinus e APP

G.F. Jaguatirica Área de Preservação Permanente no Rio Tibagi Parque Ecológico Centro de Visitantes, Criadouros, Trilhas GF Sete Rincões Talhão 176A - pinus GF Pinhal Bonito Talhão 47 - araucária GF Colônia Talhão 93B – pinus,

Talhões 93 e 92 – pinus GF Invernadinha Talhão 104 – eucalipto e APP GF Mortandade Talhão 62A– pinus e APPs GF Monjolinho Talhão 41 -pinus Áreas Naturais com PFNM Avaliação de coleta de PFNM Antigo Núcleo Habitacional km 28

Áreas de Tapera – plantio de adensamento/enriquecimento com plantas de interesse medicinal em pomares antigos

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GF Imbauzinho Talhão 86 – plantios de erva-mate, espinheira-santa e araucária.

(todas as áreas visitadas) Áreas de Reservas, Áreas de Preservação Permanente, estradas, turbidez dos cursos d’água, condição fitossanitária da floresta, áreas recém plantadas

Elaboração do Relatório de Avaliação – O relatório de avaliação foi realizado durante um período de 5 meses após o término do trabalho de campo. Durante esse período de elaboração de relatório, a equipe responsável continuou conduzindo entrevistas com partes interessadas e outras indagações à KLABIN.

Revisão do Relatório pelos revisores (Peer Review) e Operação Candidata – O relatório preliminar final foi revisado pela KLABIN e tres revisores independentes.

Decisão de Certificação – A decisão de certificação foi tomada pelo Escritório Central do Programa SmartWood. Isto foi feito após a revisão dos comentários efetuados no relatório preliminar pela KLABIN e revisores independentes.

2.4. Diretrizes/Normas Utilizadas Para esta avaliação foram considerados os padrões Genéricos SmartWood (versão Março de 2000)

adaptados com a versão 7.1 dos Padrões para Certificação de Florestas Plantadas do Grupo de Trabalho do FSC no Brasil (2001)

2.5. Processo de consultas e resultados da consulta com atores interessados (Stakeholders)

O propósito da estratégia de consulta com partes interessadas para essa avaliação foi a seguinte:

1) assegurar que o público está consciente e informado sobre o processo de avaliação e os seus objetivos:

2) auxiliar a equipe de avaliação de campo identificando tópicos potenciais (conflitos, melhorias necessárias, etc) para a análise de campo; e,

3) fornecer oportunidades para que o publico possa discutir e agir quanto às evidências da avaliação. Esse processo não é apenas uma notificação às partes interessadas, mas sempre que possível, uma

interação detalhada com as partes interessadas. A finalização da fase de visitas de campo não interrompe o processo de interação com as partes interessadas. Mesmo após a decisão de certificação, o Programa SmartWood receberá, a qualquer hora, comentários sobre operações certificadas e tais comentários podem fornecer bases para auditorias de campo.

No caso da Klabin S.A. – UMF Klabin Florestal Paraná, antecedendo ao processo de avaliação atual, foi elaborado um documento público de consulta a partes interessadas, sendo distribuído por e-mail, FAX e serviço postal. Foi elaborada uma lista de partes interessadas, com base em banco de contatos do Programa SW, lista de contatos locais fornecidos pela OMF e membros da equipe, os quais receberam questionários de

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consulta. Essa lista também forneceu à equipe uma base para selecionar pessoas para entrevistas (pessoalmente, por telefone ou e-mail). Está disponível uma lista de partes interessadas que foram notificadas e de pessoas entrevistadas. Foi realizada uma reunião pública na Câmara de Vereadores de Telêmaco Borba, na noite do dia 19/11/2002, com a presença de 27 pessoas.

Tópicos Identificados através dos Comentários de Entrevistados, Consulta e Reunião Pública

As atividades de consultas a partes interessadas foram organizadas para dar aos participantes a oportunidade de fornecer seus comentários de acordo a categorias gerais de interesses, baseados nos critérios da avaliação. A tabela abaixo sumaria os pontos identificados pela equipe de avaliação com uma breve discussão a cada um, baseado em entrevistas especificas e comentários em reunião pública. Tabela 7: Comentários de Partes Interessadas

Princípio FSC Comentários Resposta do SW P1: Compromisso com o FSC / Cumprimento Legal

A empresa cumpre com as leis. Há problemas quanto ao atendimento legal em algumas empreiteiras contratadas para prestação de serviços.

Com o objetivo de padronizar exigências da KLABIN aos seus prestadores de serviços, especialmente quanto ao atendimento legal, foram apontadas as condições #3 e 8.

P2: Posse, Direitos de Uso & Responsabilidades

Não há dúvidas quanto aos direitos de uso e responsabilidades por parte da Klabin.

- Não necessária

P3 – Direitos dos Povos Indígenas

Não houve comentários.

- Não necessária

P4: Relações com a Comunidade & Direito dos Trabalhadores

STR: “é muito importante que empresas terceirizadas cumpram a legislação trabalhista e que o valor do salário da carteira seja o recebido e sobre ele se faça o recolhimento do FGTS e INSS. Empresários terceirizados: “é muito importante que haja maior integração e diálogo entre KLABIN e terceiros para avançar a certificação, solidificar as empresas“. Empreiteiros: Diálogo difícil entre prestadores de serviço e direção da área florestal.

O canal de comunicação entre a empresa e a comunidade, deve ser aberto a qualquer um dos atores do processo e o tratamento às pessoas ou representantes de prestadores de serviço deve ser o mais cordial possível. Foram apontadas as condições #3,4,7 e 8.

P5: Benefícios da Floresta

Todos reconhecem os benefícios promovidos pelo manejo florestal

- Não necessária.

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da empresa. P6: Impactos Ambientais

A KLABIN é reconhecida pelos interlocutores como uma empresa que promove a conservação ambiental. Os empreiteiros declaram que os objetivos ambientais da KLABIN são explícitos em treinamentos e reuniões.

- Não necessária.

P7: Plano de Manejo

Não houve comentários. - Não necessária.

P8: Monitoramento & Avaliação

Não houve comentários. - Não necessária.

P9: Manutenção de Florestas de Alto Valor de Conservação

Não houve comentários. - Não necessária.

P10 - Plantações Os plantios da KLABIN são modelo para os fomentados e interessados.

- Não necessária.

3. RESULTADOS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

3.1. Discussão Geral das Evidências Tabela 8: Evidências por Princípio do FSC

Princípio /Área Temática

Pontos Fortes Fragilidades

P1: Compromisso com o FSC / Cumprimento Legal

Forte Compromisso da Unidade e do Grupo; Reserva Legal averbada, existência de licenciamentos ambientais, APP's demarcadas, plantios novos com regularização das áreas e APPs em recuperação; Cumprimento das leis ambientais.

Cumprimento da legislação trabalhista com relação a terceiros; A averbação da Reserva Legal deveria ser exigida nos contratos de arrendamento; Há áreas arrendadas sem comprovação de averbação de reserva legal; A demarcação das áreas de APP nos mapas nem sempre condizem com a realidade no campo; embora exista um programa em curso para a recuperação ambiental de APPs, ainda existem muitas áreas ciliares

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irregulares, sem a largura mínima exigida por lei e com plantios em APPs. Para adequação da OMF a este Princípio foram apontadas as condições # 1 e 2.

P2: Posse, Direitos de Uso & Responsabilidades

Somente pontos fortes. Não há questionamentos sobre a posse e segurança nas áreas de domónio da KLABIN. Direitos de uso e costumeiros são respeitados.

N/A

P3 – Direitos dos Povos Indígenas

N/A N/A

P4: Relações com a Comunidade & Direito dos Trabalhadores

Existência de mecanismos para comunicação e relacionamento com a comunidade; programa de educação ambiental; medicamentos subsidiados a trabalhadores; condições de moradia e educação; Alimentação de qualidade, transporte seguro, segurança no trabalho, realização de exames médicos, carteira assinada para todos os trabalhadores; Boas relações com a comunidade; Desenvolvimento de projetos ambientais, culturais, esportivos com a comunidade; Programa de Fomento Florestal gerando melhoria de renda para pequenos e médios proprietários.

Diferenças entre funcionários próprios e terceiros (benefícios); Dificuldades na comunicação entre a empresa e as empresas prestadoras de serviço (pouco diálogo); Falta padronização entre as prestadoras e algumas apresentam falhas quanto ao cumprimento de obrigações legais; Fragilidades no monitoramento das empresas prestadoras de serviço; Necessidade de estabelecer limites (área máxima) para plantios florestais nas propriedades fomentadas; Necessidade de transferência de tecnologia quanto às práticas ambientais e de segurança aos fomentados; Estudos de impactos sociais devem ser aprofundados; Para a melhoria do desempenho da empresa foram apontadas as condições # 3, 4, 5, 6, 7 e 8.

P5: Benefícios da Floresta

Amplos benefícios da floresta; A diversificação de produtos da floresta.

Eliminação dos plantios de araucária; Utilização da queima; Desperdício de madeira no campo (madeira aproveitável deixada nas áreas já consideradas colhidas oficialmente); Para a melhoria do desempenho da empresa foram apontadas as condições # 9, 10 e 15.

P6: Impactos Ambientais

Grande diversidade de ambientes, muita riqueza faunística, programas ambientais,

Necessidade de maior conhecimento e monitoramento da biodiversidade, dos processos ecológicos dos ecossistemas,

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conservação ex-situ; manutenção de árvores de sub-bosques em áreas de corte de araucária Alta diversidade na escala da paisagem (diversidade gama); práticas silviculturais que procuram minimizar impactos, inclusive com manutenção de sub-bosque e utilização de ciclos longos de manejo silvicultural

fauna e flora; Necessidade de programas de conservação "in situ"; Faltam estudos de capacidade de suporte do habitat; Faltam práticas controle da invasão das áreas de vegetação nativa por Pinus spp; Necessidade de maiores estudos para continuar o corte final em áreas com araucária; Necessidade de levantamentos de impactos ambientais eficientes antes que se realizem operações florestais, especialmente a colheita; Há estradas internas e de retirada de madeira mal locadas, causando erosão, carreando terra e areia para os cursos d’água. Para a melhoria do desempenho da empresa foram apontadas as condições 4,11,12,13,14,15,16,17 e 22

P7: Plano de Manejo

Bastante completo, contendo boas ferramentas para o manejo Geração de informações para o manejo de espécies PFNM

Alterações sensíveis nos planos de corte, de acordo com as necessidades de abastecimento da fábrica; Algumas prescrições técnicas necessitam revisões e melhorias; Nem todos os resultados dos monitoramentos estão sendo incorporados ao PMF; Falta de justificativas para os equipamentos e manejo utilizados; Para a melhoria do desempenho da empresa foram apontadas as condições # 2, 4, 5, 12, 13, 16, 17, 18, 19, 20 e 22.

P8: Monitoramento & Avaliação

COC muito boa; inventários; ferramentas de monitoramento áreas silvicultural, social e ambiental. Existência de um sistema de auditoria interna bem estruturado A empresa monitora praticamente todas as atividades necessárias e recomendadas.

Necessidade de aprimoramento do sistema de monitoramento existente (auditorias internas), que resulta em muito papel e pouca ação corretiva; Necessidade de melhores monitoramentos ambientais (fauna, flora, água, erosão) (ver P6, acima). Aprimoramento do monitoramento da produção de PFNM.

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Para a melhoria do desempenho da empresa foram apontadas as condições #4, 5, 7, 11, 22.

P9: Manutenção de Florestas de Alto Valor de Conservação

Existência de importantes áreas e atributos já identificados. Expressiva superfície de áreas protegidas com vegetação nativa, além de plantios antigos com Araucária; Evidências de grande diversidade florística e faunística

Faltam conhecimentos e definições sobre as áreas de maior importância para conservação, com base em atributos ecológicos, físiográficos e culturais; Faltam estratégias claras de manejo para conservação “in situ” da biodiversidade animal e vegetal. Para a melhoria do desempenho da empresa foram apontadas as condições # 2, 13, 15, 19 e 20.

P10 - Plantações Diversidade, mosaico, tamanho dos talhões, crescimento, fitossanidade, controle de pragas e doenças, uso múltiplo; Plantios em mosaico; Alta produtividade e qualidade das plantações

Plantios e desbastes atrasados; Problemas com a conservação de solos e estradas internas; Necessidade de um programa para valorização da madeira de Araucária de plantações, de forma a promover a continuidade dos plantios com esta espécie; Para a melhoria do desempenho da empresa foram apontadas as condições # 4, 11 e 14.

3.2. Decisão de Certificação Baseado numa revisão detalhada de campo, análises e compilação de evidências encontradas por essa

equipe do Programa SmartWood, a Klabin S.A. - UMF Klabin Florestal PR está recomendada a receber a certificação conjunta FSC/SmartWood para Manejo Florestal e Cadeia de Custódia (FM/COC) com as condições estipuladas.

Para manter a certificação, a Klabin S.A. - UMF Klabin Florestal PR passará por auditorias on-site anualmente, sendo exigida a permanecer de acordo com os princípios e critérios do FSC, como poderá vir a ser definido em normas regionais desenvolvidas pelo SmartWood ou pelo FSC. A Klabin S.A. - UMF Klabin Florestal PR deverá também ser exigida a cumprir as condições descritas abaixo. Especialistas do Programa SmartWood estarão revisando anualmente, durante auditorias programadas ou ao acaso, a continuidade no bom desempenho do manejo florestal e o cumprimento com as condições descritas neste relatório.

3.3. Pré-condições, Condições e Recomendações

i. Pré-condições para a re-certificação: Não foram apontadas pré-condições pela equipe. Todos os critérios tiveram avaliação suficiente para que a KLABIN S/A – KLABIN FLORESTAL PARANÁ possa receber a re-certificação.

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ii. Condições para a Manutenção da Certificação: Para que sejam promovidas melhorias no desempenho do manejo florestal adotado pela KLABIN S/A – KLABIN FLORESTAL PARANÁ, a equipe de avaliação aplicou 21 Condições. Para a manutenção da certificação, estas condições deverão ser cumpridas nos prazos estabelecidos.

# Condições Critérios Prazo 1 Apresentar a documentação comprobatória da regularidade na averbação das

áreas de Reserva Legal referentes às matrículas das áreas arrendadas que compõe a UMF; a partir de tal data, todas as áreas que integrem a UMF, incluindo as arrendadas, deverão estar com a RL averbada, de acordo com o percentual exigido pela legislação ambiental.

1.7 1 ano

2 Realizar um levantamento e mapeamento da situação real das áreas de preservação permanente, demonstrando :

a) qual a porcentagem da área total que está em situação irregular e localização dessas áreas;

b) quais os talhões que apresentam plantios avançando sobre a APP; c) o estado de conservação das áreas ciliares (onde há e onde não há

matas) e o seu estágio sucessional; d) a política e planejamento da recuperação dessas áreas com base na

programação de colheita dos talhões avançados sobre as APPs; e e) a estratégia (métodos) de restauração do ecossistema ciliar.

1.7 2 anos

3 A KLABIN deverá garantir o cumprimento de padrão de exigências mínimas para as empresas prestadoras de serviço dentro de um prazo máximo de 1 (um) ano. Esse padrão deverá ser discutido com representantes das empresas contratadas e o STR local e aceito pelas partes; deverão estar claramente especificadas as prescrições técnicas e exigências, através de cláusulas contratuais e/ou anexos descritivos específicos; deverão desaparecer as distorções e diferenças hoje existentes entre empresas e trabalhadores para funções semelhantes; deverão ser pagos os direitos e recolhimentos legais integrais (com base no pagamento efetivamente recebido pelo trabalhador, devendo ser garantido o cumprimento integral da legislação a todo trabalhador que participe do processo produtivo da KLABIN. Sem limitar-se à listagem anterior, a KLABIN deverá exigir de todos os seus prestadores de serviços:

a) que todos cumpram rigorosamente os acordos firmados na Convenção Coletiva de Trabalho;

b) fornecimento de alimentação adequada (quantidade e qualidade) e água potável para reabastecimento dos trabalhadores em todas as frentes de trabalho;

c) local adequado e padronizado para alimentação e colocação de sanitários;

d) fornecimento de EPIs adequados e em bom estado para todos os

4.2 4.3 4.7 4.8

4.12

1 ano

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trabalhadores; e) uso de equipamentos e máquinas em boas condições de manutenção

(incluindo pneus), e com dispositivos de segurança adequados (proteção das partes móveis) e quando aplicável, cabines de segurança;

f) condições gerais de segurança e higiene dos ônibus, especialmente no que se refere à assento dos motoristas, proteção antiderrapante no piso, e local apropriado, em separado dos trabalhadores para o transporte de motosserras e ferramentas;

g) local adequado e padronizado para depósito de combustíveis e lubrificantes;

h) comunicação por rádio nas frentes de trabalho; 4 A KLABIN deverá reforçar o seu sistema de auditorias internas permanentes,

implantando novos métodos de monitoramento, com maior freqüência e rigidez nas análises das operações florestais, para garantir o cumprimento do padrão de exigências mínimas a ser adotado. O monitoramento deverá obrigatoriamente acompanhar a execução de operações (em especial, das prestadoras de serviços) levando em consideração aspectos de segurança na execução dos trabalhos e levantar as práticas equivocadas que possam estar provocando danos às APPs, áreas de reservas naturais, às águas e solos, com a emissão de laudos aos responsáveis para que implementem, quando necessário, medidas corretivas de ação imediata, incluindo possíveis alterações nas Prescrições Técnicas, nos Procedimentos Operacionais, no programa de treinamento e obrigatoriamente, no Plano de Manejo.

4.2

4.3 4.8

4.12 5.3 5.5 6.5 8.1 8.2

10.6

1 ano

5 A KLABIN deverá alterar as suas prescrições técnicas para roçada pré-corte de forma a atender as necessidades operacionais e sem provocar riscos para os trabalhadores.

4.2 4.12

6 meses

6 Realizar estudos abordando os potenciais impactos sócio-econômicos decorrentes da (provável) adoção de operações mecanizadas e relativos ao programa de fomento florestal (incluindo a análise do aumento de áreas reflorestadas e as demais atividades nas propriedades); esses estudos deverão fornecer os elementos para a formulação de políticas e condução de programas de acompanhamento dessas tendências na KLABIN.

4.4 2 anos

7 Quantificar e qualificar a madeira que vem sendo deixada nos talhões (madeira empilhada ou não).

5.3 6 meses

8 Eliminar a queima na Unidade de Manejo, a exceção dos casos em que seja justificada tecnicamente para garantir a sanidade da floresta (ex: eliminação de resíduos em áreas atacadas pela vespa-da-madeira).

5.3 6 meses

9 Atualizar e aprimorar (os existentes) ou estabelecer (quando necessário) procedimentos para a avaliação de impactos (pré e pós as operações florestais), incorporando a análise e medidas mitigatórias no planejamento, na execução e no monitoramento das operações.

6.1 6.2 6.5 8.1 8.2

1 ano

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9.2 10.6

10 Estabelecer e definir, em conjunto com o PROMAB-IPEF, o plano de monitoramento de bacias hidrográficas, apresentando o projeto detalhado, com cronogramas, caracterização das áreas de estudo, critérios de escolha das áreas, variáveis a serem estudadas e em especial, como os resultados serão utilizados pela empresa.

6.1 6.2

1 ano

11 Realizar um zoneamento das áreas de conservação da empresa, diferenciando nos mapas os ecossistemas presentes na UMF, as APPs, as áreas de reserva legal, o Parque Ecológico e a RPPN; atualizar os mapas existentes, destacando as diferentes fitofisionomias, incluindo uma classificação das mesmas por estádio sucessional e histórico de perturbação; georreferenciar as áreas da empresa onde foram realizados levantamentos de fauna, flora, solos e recursos hídricos (dentre outros), com destaque às áreas de ocorrência de populações de espécies ameaçadas. As informações deverão ser cruzadas em mapas, estabelecendo áreas com maiores riscos de impactos do manejo de talhões plantados.

6.1 6.2 9.2

2 anos

12 Elaborar e implantar programa para eliminar periodicamente a regeneração natural do Pinus em áreas nativas, principalmente em campos e bordas de fragmentos mais alterados.

6.3 6.9

10.4

6 meses

13 Considerando que a KLABIN deixará de utilizar a araucária no processo de produção de celulose a partir de abril/2003; que não estão planejados novos plantios de araucária; e que existem áreas disponíveis para plantios de outras espécies para os próximos anos, a empresa deverá realizar estudos ecológicos preliminares para determinar áreas com plantios antigos de araucária que poderão ser manejadas e mantidas como floresta semi-natural de araucária, banco de germoplasma visando a conservação da espécie e de alimentos para a fauna associada à araucária que hoje existe na UMF.

6.3 6.9 9.1

6 meses

14

Aprimorar o Plano de Manejo do Parque Ecológico, realizando um zoneamento ecológico e especificando um cronograma de restauração dos ecossistemas naturais com base no planejamento de corte final dos talhões; deverão ser definidas as restrições para as operações de manejo e a área máxima de corte raso anual para talhões internos (ou limitantes) ao Parque Ecológico.

6.4 1 ano

15 Elaborar um Plano de Manejo específico para a RPPN existente, contendo diagnósticos ambientais e o seu zoneamento ecológico.

6.4 2 anos

16

Complementar e atualizar o Plano de Manejo da Klabin Florestal Paraná incluindo todas as prescrições, as justificativas técnicas e a qualidade exigida para todas as operações (atividades) florestais realizadas. Essas normativas deverão estar reunidas em um capítulo para que possa ser utilizado de forma eficiente como documento de consulta e para a orientação dos planejadores, contratantes, supervisores e executores dos serviços (contratados ou próprios).

7.1 1 ano

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17

Definir quais áreas já possuem estudos indicativos de atributos de FAVC e identificá-las em mapas.

9.1 9.2 9.3

6 meses

18 Incorporar à próxima revisão do plano de manejo os cuidados específicos para as áreas com atributos de FAVC já identificados, estabelecendo as ações de conservação prioritárias e determinando os recursos necessários para a sua realização.

9.2 9.3

1 ano

19

Realizar consulta com especialistas, parcerias com universidades e estudos internos para o aprofundamento na determinação de atributos e áreas caracterizadas como FAVC. Os resultados deverão ser considerados na formulação de programas específicos para a manutenção de FAVC na KLABIN.

9.2 9.3

2 anos

Condições específicas para Manejo de PFNM

20

Descrever no Plano de Manejo para PFNM os procedimentos para seleção de áreas e as prescrições a serem utilizadas para a formação dos sistemas agroflorestais, bem como as espécies que serão utilizadas.

6.4 6.9 7.1

1 ano

21 O sistema de monitoramento existente deverá complementar os procedimentos para o acompanhamento da regeneração natural dos PFNM coletados e dos impactos de seu manejo sobre a flora e fauna associada.

8.2 1 ano

iii. Recomendações da Equipe de Avaliação: A equipe de avaliação tem 24 recomendações para a

melhoria do desempenho do Manejo Florestal da KLABIN.

# Recomendações Critérios 1

Recomenda-se que o Plano Diretor do Parque Ecológico considere a realização de monitoramento da regeneração natural da vegetação nativa em áreas onde já foi feita a colheita, definindo a necessidade de intervenções futuras.

1.7

2 A KLABIN poderia ter auditores externos para o controle das empresas prestadoras de serviço, possibilitando uma maior independência na análise do cumprimento de seus padrões.

4.2

3

Recomenda-se que a KLABIN mantenha aberto o diálogo com as empresas prestadoras de serviço, buscando soluções conjuntas a problemas que são comuns.

4.2

4 Recomenda-se que a KLABIN ofereça condições para que as empresas prestadoras de serviço possam aumentar os benefícios a seus funcionários, na busca da equiparação entre trabalhadores próprios e terceiros.

4.2

5 Recomenda-se um estudo da jornada de trabalho na KLABIN em atividades com exposição excessiva a vibrações e ruído de máquinas e para trabalhadores em turnos noturnos.

4.2

6

Recomenda-se construir um abrigo adequado no local da partida dos funcionários de empreiteiras para o trabalho.

4.2

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7 Recomenda-se a participação das empresas prestadoras de serviço nas negociações com o STR.

4.3

8 Recomenda-se aplicar o limite (já estabelecido) de 30% da área útil da propriedade como área máxima para plantações florestais nos novos contratos de fomento da KLABIN.

4.4

9

Recomenda-se a ampliação do trabalho educativo junto aos fomentados visando a melhoria de suas condições de vida.

4.4

10

Recomenda-se que a KLABIN amplie os canais de diálogo, possibilitando que individualmente ou através de entidades como sindicatos, pastoral, associações de moradores e outras, a população possa ter efetiva participação no Plano de Trabalho com a Comunidade existente.

4.6

11 Recomenda-se que a KLABIN reformule a sua política para com empreiteiros ampliando o diálogo com os representantes da categoria.

4.7

12 Recomenda-se a manutenção de programas de reorientação profissional que contenham cursos de capacitação e qualificação de trabalhadores.

4.11

13

Recomenda-se o desenvolvimento de estudos para o uso mais nobre da araucária de plantações, com a finalidade da manutenção de reflorestamentos com essa espécie.

5.2

14

Recomenda-se que a KLABIN fomente estudos com a realização de monitoramentos ambientais sobre o impacto das operações silviculturais (principalmente a colheita) sobre o ambiente, a flora e a fauna, considerando as diferentes espécies e rotações, e as diferentes condições de sítio.

6.1 8.2

15

Recomenda-se que a KLABIN realize estudos de efeito de borda em fragmentos com diferentes tamanhos e vizinhanças.

6.1 8.2

16

Recomenda-se que a KLABIN realize estudos florísticos e fitossociológicos do sub-bosque de plantações florestais com diferentes espécies e regimes de manejo.

6.1 8.2

17

Recomenda-se que a Klabin Florestal Paraná incentive instituições e órgãos públicos responsáveis para que realizem campanhas educativas nas estradas que cortam a empresa, com distribuição de folhetos, colocação de placas e redutores de velocidade em pontos críticos, a fim de diminuir o problema de atropelamentos de animais silvestres, até considerando estudos para a instalação de passagens subterrâneas e/ou aéreas para animais silvestres nos pontos mais críticos, principalmente da PR 160.

6.2

18

Recomenda-se que os levantamentos do Projeto Monte Alegre incluam censos populacionais anuais de algumas espécies raras de distribuição restrita e/ou indicadoras de estádios sucessionais tardios, como o palmito juçara, peroba, pau-marfim, cabreúva e erva-mate.

6.3 9.1

19

Recomenda-se que a KLABIN promova discussões com os empreiteiros e premiações às empresas que se destacarem em termos de cuidados e práticas ambientais.

6.5

20

Recomenda-se considerar a microbacia como unidade de manejo, redefinindo a área máxima de colheita por área da microbacia e não em função da área total da UMF.

6.5

21

Recomenda-se estudo sobre a viabilidade de manejo de alguns talhões de araucária para produção não madeireira (pinhão).

9.1

22 Recomenda-se bloquear o corte final de parte de talhão de pinus na GF Jaguatirica onde 9.1

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há grande regeneração de palmito-juçara (Euterpe edulis), com vistas à conservação e manejo desta espécie ameaçada;

23

Recomenda-se o estimulo de estudos para manejar alguns talhões de araucária como uma floresta nativa, apenas com cortes seletivos levando a florestas multietâneas.

9.1

Recomendações específicas para PFNM

24

Recomenda-se a diversificação das áreas de plantio de Erva-mate e Espinheira Santa com espécies nativas, dando especial atenção à diversidade de espécies e sua distribuição espacial.

10.2