resumo os livros de josué:história e ficção em a ferro e...

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Os livros de Josué:História e ficção em A Ferro e Fogo RESUMO AUTOR PRINCIPAL: Rosalia Passos E-MAIL: [email protected] TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC:: Probic Fapergs CO-AUTORES: Stephanie Rassweiler Franzoni Israel Portela de Farias ORIENTADOR: Miguel Rettenmaier ÁREA: Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ: 8.02.05.00-3 UNIVERSIDADE: Universidade de Passo Fundo INTRODUÇÃO: O trabalho tem como objetivo apresentar os resultados de pesquisa realizada no Acervo Literário Josué Guimarães (ALJOG/UPF) mostrando o estudo historiográfico concebido pelo autor para o desenvolvimento da trilogia inacabada A Ferro e Fogo. Tal obra conta a história da colonização alemã no Rio Grande do Sul, desde a sua chegada em 1824 até o que trataria o terceiro volume série do episódio conhecido como a ¿Revolta dos Mucker¿, acontecido em 1872. A pesquisa é feita a partir dos textos historiográficos pertencentes à biblioteca particular do autor sobre a colonização alemã e sobre os Mucker, nos exemplares sob a guarda da UPF no ALJOG. De outra parte são considerados os esquemas feitos pelo escritor de datas e acontecimentos, que mostram momentos históricos que servem de pano de fundo para a história fictícia que não chegou a ser publicada, o terceiro volume. O estudo tem como base a crítica genética na concepção de Amigo Pino e Zular, e a narratologia na perspectiva de Carlos Reis. METODOLOGIA: Na concepção da pesquisa foram observados a relação entre os livros pertencentes à biblioteca pessoal do autor, e manuscritos, rascunhos, esquemas deixados por ele, os quais se relacionam com o processo que resultou no textos publicados e no projeto inacabado de A Ferro e Fogo. A ênfase se dá na historiografia, aspecto muito valorizado pelo autor, que tinha seu texto esteticamente reconhecido como realista. Para compreender o processo criativo do autor foi feito o caminho inverso à escrita literária, estudando-se primeiro o texto publicado para posterior comparação e analise dos prototextos que deram origem a saga, inclusive da terceira parte que não chegou a ser finalizada e publicada. A investigação transita também pelas possíveis referências históricas que orientaram o autor no seu processo de pesquisa, as quais podem ser inferidas nos prováveis livros de consulta do autor.

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Page 1: RESUMO Os livros de Josué:História e ficção em A Ferro e Fogosemanadoconhecimento.upf.br/download/anais-2013/... · RESULTADOS E DISCUSSÕES: Josué Guimarães pretendia recontar

Os livros de Josué:História e ficção em A Ferro e FogoRESUMO

AUTOR PRINCIPAL:Rosalia Passos

E-MAIL:[email protected]

TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC::Probic Fapergs

CO-AUTORES:Stephanie Rassweiler FranzoniIsrael Portela de Farias

ORIENTADOR:Miguel Rettenmaier

ÁREA:Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes

ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ:8.02.05.00-3

UNIVERSIDADE:Universidade de Passo Fundo

INTRODUÇÃO:O trabalho tem como objetivo apresentar os resultados de pesquisa realizada no Acervo Literário Josué Guimarães(ALJOG/UPF) mostrando o estudo historiográfico concebido pelo autor para o desenvolvimento da trilogia inacabada AFerro e Fogo. Tal obra conta a história da colonização alemã no Rio Grande do Sul, desde a sua chegada em 1824 até oque trataria o terceiro volume série do episódio conhecido como a ¿Revolta dos Mucker¿, acontecido em 1872. A pesquisaé feita a partir dos textos historiográficos pertencentes à biblioteca particular do autor sobre a colonização alemã e sobre osMucker, nos exemplares sob a guarda da UPF no ALJOG. De outra parte são considerados os esquemas feitos peloescritor de datas e acontecimentos, que mostram momentos históricos que servem de pano de fundo para a história fictíciaque não chegou a ser publicada, o terceiro volume. O estudo tem como base a crítica genética na concepção de AmigoPino e Zular, e a narratologia na perspectiva de Carlos Reis.

METODOLOGIA:Na concepção da pesquisa foram observados a relação entre os livros pertencentes à biblioteca pessoal do autor, emanuscritos, rascunhos, esquemas deixados por ele, os quais se relacionam com o processo que resultou no textospublicados e no projeto inacabado de A Ferro e Fogo. A ênfase se dá na historiografia, aspecto muito valorizado pelo autor,que tinha seu texto esteticamente reconhecido como realista. Para compreender o processo criativo do autor foi feito ocaminho inverso à escrita literária, estudando-se primeiro o texto publicado para posterior comparação e analise dosprototextos que deram origem a saga, inclusive da terceira parte que não chegou a ser finalizada e publicada. Ainvestigação transita também pelas possíveis referências históricas que orientaram o autor no seu processo de pesquisa,as quais podem ser inferidas nos prováveis livros de consulta do autor.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES:Josué Guimarães pretendia recontar a história real dos Mucker, uma comunidade alemã desassistida, que acabou seisolando ao seguir uma líder messiânica, chegando a combater as forças legais. Essa comunidade foi massacrada em1874. O desejo de Josué Guimarães de recontar a história resultou na saga A Ferro e Fogo, uma trilogia que, por força dodestino, a morte do autor, permaneceu inacabada. Contudo o escritor percebeu que o episódio ocorrido com a comunidadealemã era apenas o resultado de vários acontecimentos que envolvem a chegada dos colonos alemães no Brasil em 1824.Os imigrantes foram desamparados pelo governo, que não cumpriu com as promessas feitas, em meio a uma culturacompletamente adversa a sua.A princípio pode-se dizer que as datas e acontecimentos esquematizados pelo o autor em suas anotações tinham comoobjetivo conceder ao texto verossimilhança, mas, em uma leitura mais profunda, o que se tem é uma proposta de umaleitura nova da história, concedendo ao leitor uma nova perspectiva dos fatos decisivos para a sequência de ações queculminariam na revolta dos Mucker. Logo:Os manuscritos podem ser material útil para outro objetivo: vislumbrar o movimento no qual esse texto está inserido. Ousua historicidade, [...] a imagem da história reelaborada em função do contexto ficcional e mal se inscreve, pode abrircaminho a interpretações ideológicas que eventualmente ponham em causa lições da historiografia convencional ¿ aliteratura ficcional influenciando a visão da história. (PINO. ZULAR, p. 17)Tais manuscritos associados aos indícios de leitura em sua biblioteca particular permitem observar o trabalho de umficcionista que fez de sua literatura um instrumento de denúncia, confirmando a visão de Sartre: ¿a função dos escrito éproceder de modo que ninguém possa ignorar o mundo nem alhear-se a ele¿. (apud REIS, p. 43).

CONCLUSÃO:Os acontecimentos históricos serviram como cenário para a história, contudo sua importância vai além. Eles seconfiguraram em guia para o desenvolvimento do enredo, apresentando as ações das personagens fictícias e personagenshistóricas em uma humanidade que a história suprimiu.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 500 CaracteresGUIMARÃES, Josué. A Ferro e Fogo I: Tempo de Solidão. 16ª ed. Porto Alegre: L&PM, 2011.GUIMARÃES, Josué. A Ferro e Fogo II: Tempo de Guerra. 6ª ed. Porto Alegre: L&PM, 1995.PINO, Claudia Amigo. ZULAR, Roberto. Escrever sobe escrever. São Paulo: Martins Fontes, 2007.REIS, Carlos António Alves dos. O conhecimento da literatura: Introdução aos estudos literários. 1a ed. Porto Alegre:EDIPUC, 2003.

Assinatura do aluno Assinatura do orientador