resumo o urbanismo françoise choay

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    FACULDADE ASSIS GURGACZ

    FAGCurso de Engenharia CivilDisciplina de Planejamento Urbano e Regional

    Professora: Ana Paula R. Horita Bergamo

    Resumo do livro: Franoise, C. O Urbanismo, Perspectiva, So Paulo,2003

    O Urbanismo

    cidade industrial urbana. A cidade o seu horizonte. Ela produzmetrpoles, conurbaes, cidades industriais, grandes conjuntoshabitacionais. No entanto, fracassa na ordenao desses locais. A cidadeindustrial tem especialistas em planejamento urbano que aparecem,

    contestadas e questionadas. A palavra Urbanismo recente , data segundo G.

    Bardet em 1910.

    O Urbanismo no questiona a necessidade das solues que preconiza, segundo aspalavras de seu representante Le Corbusier, ele reivindica o ponto de vista verdadeiro.O Urbanismo quer resolver um problema ( o planejamento da cidade maquinista) quefoi colocado bem antes de sua criao, a partir das primeiras dcadas do sculo XIX,quando a sociedade industrial comeava a tomar conscincia de si e a questionarsuas realizaes.

    01.O Pr Urbanismo

    Para situar as condies na quais se colocam, no sculo XIX, os problemas deplanejamento urbano, lembremos rapidamente de alguns fatos.

    A revoluo industrial quase imediatamente seguida por um impressionantecrescimento demogrfico das cidades, por uma drenagem dos campos em benefciode um desenvolvimento urbano sem precedentes. A Gr- Bretanha o primeiro teatroem 1830. O nmero das cidades inglesas com mais de cem mil habitantes passou deduas para trinta, entre 1800 e 1895.

    Os quadros de cidades medievais ou barrocas, so rompidas por uma nova ordem.Neste sentido Haussman, no desejo de adaptar Paris, faz uma obra realista. Pode-sedefinir como uma nova ordem, a racionalizao das vias de comunicao, comabertura de grandes artrias e a criao de estaes, os quarteires de negcios no

    centro, as residncias nas periferias, mas nessa poca so criados novos rgos que,por seu gigantismo mudam o aspecto da cidade: grandes lojas, grandes hotis, e a

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    1. Segundo G. Bardet, a palavra Urbanismo parece ter sido usada pela primeira vez em1910 no Bulletin de La Socit. O instituto de urbanismo na Universidade de Paris foi

    criado em 1924. O urbanismo ensinado em Paris a partir do ano de 1953.

    suburbanizao assume a importncia crescente: a indstria implanta-se nosarrebaldes, as classes mdia e operria deixa de ser um entidade espacial bemdelimitada.

    No momento que a cidade do sculo XIX comea a tornar forma prpria, ela forma um

    movimento novo, de observao e reflexo, em alguns casos tenta-se at formular asleis de crescimento das cidades. Essa abordagem cientfica e isolada, que oapangio de alguns sbios, ope-se a atitudes de pensadores com os quais se chocaa realidade das grandes cidades industriais.

    Os sentimentos humanitrios, principalmente de mdicos e higienistas, denunciam oestado de deteriorao fsica e moral em que vive o proletariado urbano: o habitatinsalubre do trabalhador, frequentemente distanciado do local de trabalho, os lixesftidos amontoados e a ausncia de jardins pblicos nos bairros populares.

    Os modelos

    O que expresso de desordem chama sua anttese, a ordem. Por no poder dar umaforma prtica ao questionamento da sociedade, a reflexo situa-se na dimenso dautopia. Um conjunto de filosofias polticas e sociais (Owen, Fourier, Considrant,Proudhon, Ruskin, Morris), ou de verdadeiras utopias (Cabet, Richardson) vemosassim distinguir-se com um maoir ou menor luxo de detalhes, dois tipos de projeesespaciais, de imagens da cidade futura, chamaremos daqui para frente de modelos.

    1.1 O Modelo Progressista

    1.1.1.ROBERT OWEN (1771-1858)

    Antes de tornar-se uma das figurasmarcantes do primeiro socialismo europeu,

    Robert Owen viveu pessoalmente osproblemas da nascente sociedade

    industrial. Desde os dez anos de idade,

    trabalhava numa fbrica de algodo. Em

    1798 tornou-se co-proprietrio de uma

    fbrica de New Lanark, encontrou assim

    um terreno de experimentao, e colocou

    em prtica reformas sociais inspirado pela

    misria vivida no proletariado industrial.seu

    esforo recaiu essencialmente na reduode horas de trabalho, no melhoramento da

    habitao e a prtica da escolariedade

    obrigatria. Deve-se a Owen as primeiras

    escolas maternais da Inglaterra.

    Dizia que a educao necessria ao homem que quer dominar a mquina e explorar as

    possiblidades da revoluo industrial, e ao mesmo tempo ela contribui para a melhoria do

    rendimento individual. Sua fbrica tornou-se um lugar de peregrinao para os reformadores

    sociais da Gr- Bretanha. Em suas obras descreve o modelo ideal e higinico, ordenado e

    criador: Pequenas comunidades semi-rurais de 500 a 3.000 habitantes, federadas entre si. E

    para realiz-lo, em 1825 comprou 30.000 acres de terra no estado de Indiana ( Estados

    Unidos) e fundou a colnia de New Harmony. Trs anos depois tinha perdido quatro quintos da

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Robertowen.jpg
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    sua fortuna e voltava para a Europa.Voltou ao Reino Unido (1829) onde organizou uma redede cooperativas e um sistema de bolsas de trabalho e promoveu uma vasta unio sindical

    (1834). Tornou-se espiritualista (1852) e morreu em sua cidade natal. Seu livro mais importante

    foi The New Moral World (1834-1845) e foi o primeiro a usar a palavra socialismo, para

    denominar sua doutrina.

    O estabelecimento modelo

    Segundo Owen, para realizar os princpios que formam a cincia social, seriadesejvel que o governo estabelecesse vrios ncleos ou associaes- modelo:

    Ideal de habitantes: 500 a 2.000Cidade totalmente indepentente, com governantes.

    O Plano quadradriculado

    O plano quadriculado com prdios . cada quadrado recebe 1.2000 pessoas eest rodeado de 1000 a 1500 acres de terreno;Interior ficam os edifcios pblicos;Um edifcio central onde situa a cozinha comunitria.A residncia para casados e solteiros.A educao primordial, crianas com 3 anos passam o dia inteiro nasescolas.

    Segundo Owen, este plano permitir que se suprimam em uma gerao, as

    subvenes concedidas aos miserveis.

    Fig. 1.1.1 A fbrica: New Lanark

    "Em 1799, Owen e alguns scios adquirem a fiao New Lanark, na Esccia, e fazem

    dela uma fbrica modelo com maquinaria moderna, jornadas moderadas, bons

    salrios, moradias dignas e tambm uma escola primria e creche, a primeira daInglaterra."

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    Fig. 1.1.2 Mapa de New Harmony (1825).

    Em 1825 , Owen elabora um modelo de convivncia ideal: uma cidadezinha para uma

    comunidade restrita, que trabalhe coletivamente no campo e na oficina e que seja auto-suficiente,

    possuindo dentro de si todos os servios necessrio." E depois de vrias tentativas surge New Harmony,

    em Indiana nos Estados Unidos.

    1.1.2. CHARLES FOURIER (1772-1837)

    Franois Marie Charles Fourier foi

    um socialista francs da primeira parte

    do sculo XIX, um dos pais do

    cooperativismo. Foi tambm um crtico

    ferino do economicismo e do

    capitalismo de sua poca, e adversrio

    da industrializao, da civilizao

    urbana, do liberalismo e da famlia

    baseada no matrimnio e na

    monogamia.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialistahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Franc%C3%AAshttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cooperativismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Economicismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Industrializa%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Matrim%C3%B4niohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Monogamiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hw-fourier.jpghttp://pt.wikipedia.org/wiki/Monogamiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Matrim%C3%B4niohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Industrializa%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Economicismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cooperativismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Franc%C3%AAshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Socialista
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    O carter jovial com que Fourier

    realizou algumas de suas crticas fez

    dele um dos grandes satricos de todos

    os tempos. Props a criao de unidades

    de produo e consumo - as falanges ou

    falanstrios - baseadas em uma formade cooperativismo integral e auto-

    suficiente, assim como na livre

    perseguio do que chamava paixes

    individuais e seu desenvolvimento, o

    que constituiria um estado que chamava

    harmonia. Neste sentido antecipa a

    linhagem do socialismo libertrio dentro

    do movimento socialista, mas tambm

    em linhas crticas da moral burguesa e

    crist, restritiva do desejo e do prazer -

    neste sentido, sendo tambm em um dos

    precursores da psicanlise.[1]

    Em 1808Fourier j argumentava abertamente em

    favor da igualdade de gnero entre

    homens e mulheres, apesar da palavra

    feminismo s ter surgido em 1837.

    O MODELO

    O modelo desenvolvido por Fourier, denomina-se Falanstrio visava a felicidade decada um, a harmonia e a reconciliao de todos, a Falangetratava-se de umaorganizao social de 2.000 a 3.000 pessoas bem equipadas para a vida e o trabalho,que elevariam civilizao povos at ento mergulhados no esquecimento. Essaspessoas eram abrigadas em grandes prdios denominada Falanstrio, verdadeiropalcios para o povo, sua inteno era reestruturar a sociedade.

    Os falanstrios, espcie de comunas de produo e moradia, deveriam abrigar cercade 1,6 mil pessoas e no s dedicar-se produo agrcola e industrial local, mastambm dar conta das atividades ldicas e de aprendizado intelectual. Charles Fourierconcebeu seus falanstrios como construes simtricas de seis andares, com formade U, ocupando um pedao de terra de 2.300 hectares. Seriam um pouco como

    hotis, contendo apartamentos privados alugados a diferentes preos, cmodos deuso geral e uma grande sala de jantar. Abrigariam 1.600 a 1.800 pessoas (idealmente1.620) subdividas em uma hierarquia de grupos, os menores dos quais seriam sriesde seis a nove indivduos.

    Os falanstrios funcionariam como sociedades annimas capitalistas e seus membrosdividiriam os lucros de acordo com o dinheiro que haviam investido, suas qualificaese seu trabalho. Vale observar que foi Fourier quem criou o termo feminismo ecriticava a monogamia por escravizar as mulheres. O tratamento das mulheres em umpas, disse ele, reflete o grau de sua civilizao.

    Em sua sociedade ideal, as crianas sempre acordam s 3 da madrugada, limpam os

    estbulos, cuidam dos animais, trabalham nos matadouros... As Hordas Juvenis(formadas por crianas de 9 a 16 anos) tm como um dos seus deveres o eventualreparo das estradas... e tambm o controle de cobras. Fourier acreditava que ascrianas adoravam fazer trabalhos sujos. Depois de seu primeiro livro sobre osfalanstrios em 1808, continuou a expor suas idias em outros livros e conseguiuseguidores entusisticos, primeiro na Frana e depois nos EUA.

    Pelo menos dois famosos escritores norte-americanos, Ralph Waldo Emerson e HenryDavid Thoreau deram-se ao trabalho de atacar o Fourierismo por acreditarem que eleaboliria o individualismo. Mas outros intelectuais se apaixonaram pela idia. Um delesfoi Albert Brisbane, que havia encontrado Fourier na Europa em 1828 e voltou para osEUA em 1840 para escrever O Destino Social do Homem, no qual esboou as idias

    do utopista francs. Impressionado com Brisbane, Horace Greeley deu-lhe espao noseu jornal Tribune, de Nova York, para escrever artigos sobre o Fourierismo.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A1tirahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Produ%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Consumohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Falanst%C3%A9riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Falanst%C3%A9riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo_libert%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Burguesiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%A3http://pt.wikipedia.org/wiki/Desejohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prazerhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Psican%C3%A1lisehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Fourier#cite_note-ReferenceA-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Fourier#cite_note-ReferenceA-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Fourier#cite_note-ReferenceA-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Fourier#cite_note-ReferenceA-0http://pt.wikipedia.org/wiki/Psican%C3%A1lisehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prazerhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Desejohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crist%C3%A3http://pt.wikipedia.org/wiki/Burguesiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo_libert%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Falanst%C3%A9riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Consumohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Produ%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A1tira
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    Sociedades fourieristas tambm chamadas associacionistas formaram-se por todaparte e chegaram a reunir 200 mil membros. Em 1843, fez-se uma conveno em quese planejou organizar falanstrios (em ingls, phalanxes).

    Entretanto, apenas trs dos quarenta falanstrios criados nos EUA duraram mais dedois anos e a maioria no seguiu as idias de Fourier com muito rigor. O mais famoso

    foi a comunidade de Brook Farm, em Massachusetts, que se converteu dotranscendentalismo para o fourierismo em 1844. Entretanto, seus membros, como oda maioria dos outros falanstrios, recusaram-se a adotar o conceito fourierista deatrao apaixonada (amor livre) e permaneceram mongamos.

    O Falanstrio North American, em Red Bank, Nova Jersey, foi uma das experinciasmais bem sucedidas mesmo se, depois de ter recebido um financiamento inicial deUS$ 100 mil (US$ 3,5 milhes, a preos de hoje), empobreceu tanto que as refeiesficaram reduzidas a tortas de trigo sarraceno e gua. Ela durou 13 anos.

    O Falanstrio Clermont, em Ohio, foi abrigada em uma construo semelhante a umnavio a vapor, com cabines de cada lado de um grande trio interior. Houve tambm aSylvania Phalanx, o Falanstrio Trumbull, o Falanstrio Integral e o Le Runion, no

    Texas, fundado pelo francs Victor Considrant.Todos fracassaram fosse por seus membros no conseguirem viver juntos, por madministrao, ou , como um membro disse, por amor ao dinheiro e falta de amor pelaassociao.

    Fig..1.1.2. Desenho Fourier Falanstrio

    http://antonioluizcosta.sites.uol.com.br/Utopias_experiencias.htm#BrookFarmhttp://antonioluizcosta.sites.uol.com.br/Utopias_experiencias.htm#BrookFarm
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    Fig.1.1.2.1 Planta Esquemtica Falanstrio.

    Fig.1.1.2.2 Corte Esquemtico do Falanstrio.

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    Fig.1.1.2.3 Desenhos do Falanstrio.

    O modelo progressista pode-se definir a partir de obras to diferentes quanto as deOwen, Forrier entre tantos que no citamos mas que tambm contriburam comoRichardson, Cabet e Proudhon. Todos estes autores tm em comum uma mesmaconcepo do homem e a razo, que subtende e determina suas propostas relativas cidade.

    O espao do modelo progressista amplamente aberto, rompido por vazios de verdes,tm como uma exigncia da higiene. Relatam que o verde oferece particularmente um

    quadro para momentos de lazer, consagrado jardinagem e educao, umasistemtica ao corpo.

    O espao urbano traado conforme uma anlise das funes humanas. Classificame localizam separadamente as diversas formas de trabalho como industrial, liberal eagrcola. A lgica e a beleza devem coincidir.

    A cidade progressista recusa qualquer herana artstica do passado, para submeter-seexclusivamente s leis de uma geometria natural, ela elimina a possibilidade devariantes ou adaptaes a partir de um mesmo modelo. Tal o exemplo, que no casode Furier, a cidade ideial representada com quatro anis concntricos, cada um nadistncia de mil toesas ( uma toesa equivale a um metro e oitenta e dois centmetros),

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    suas vias de circulao minuciosamente calibradas, suas casas, cujo alinhamento,gabarito e at tipo de muro, esto de uma vez por todas calculados.

    Entre os diversos edifcios tipos, o alojamento padro ocupa, na concepoprogressista um lugar importante e privilegiado. Se analisarmos os elementos,

    enquanto conjunto percebemos que ao contrrio da cidade ocidental tradicional, elano constitui mais uma soluo densa e macia, mas prope uma localizaofragmentada,atomizada: na maior parte dos casos, os bairros, as falanges, autosuficientes, so indefinidamente justapostos. O espao livre preexiste, h umaabundncia do verde e de vazio que exclui uma atmosfera propriamente urbana.

    O Modelo Culturalista

    O segundo modelo extrado das obras de Ruskin e de Willian Morris; aindareencontrado no fim do sculo em Ebenezer Howard, o pai da cidade jardim. Fatonotvel, este modelo no conta com nenhum representante francs. Seu ponto departirda crtico no mas a situao do indivduo, mas a do agrupamento humano, dacidade. O escndalo histrico de que falam os partidrios do modelo culturalista odesaparecimento da antiga unidade orgnica da cidade, sob a presso desintegradorada industrializao.

    em grande parte o desenvolvimento dos estudos histricos e da arqueologia,nascida com o Romantismo, que fornecem a imagem nostlgica, que em termos

    hegelianos, pode ser chamado de bela totalidade.

    1.1.3.JHON RUSKIN (1818-1900)

    John Ruskin foi um escritor mais

    lembrado por seu trabalho como crtico

    de arte e crtico social britnico. Foitambm poeta e desenhista. Os ensaios

    de Ruskin sobre arte e arquitetura foram

    extremamente influentes na era

    Vitoriana, repercutindo at hoje.

    O pensamento de Ruskin vincula-se aoRomantismo, movimento literrio e

    ideolgico (final do sculo XVIII at

    meado do sculo XIX), e que d nfase

    a sensibilidade subjetiva e emotiva em

    contraponto com a razo. Esteticamente,

    Ruskin apresenta-se como reao ao

    Classicismo e com admirao ao

    medievalismo. Na sua definio de

    restaurao dos patrimnios histricos,

    considerava a real destruio daquilo

    que no se pode salvar, nem a mnima

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Literaturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtico_de_artehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtico_de_artehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Poetahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Desenhistahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Artehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arquiteturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Era_Vitorianahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Era_Vitorianahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Raz%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Classicismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_da_Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Restaura%C3%A7%C3%A3o_(preserva%C3%A7%C3%A3o)http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ruskin.jpghttp://pt.wikipedia.org/wiki/Restaura%C3%A7%C3%A3o_(preserva%C3%A7%C3%A3o)http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_da_Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Classicismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Raz%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Era_Vitorianahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Era_Vitorianahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arquiteturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Artehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Desenhistahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Poetahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtico_de_artehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtico_de_artehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura
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    parte, uma destruio acompanhada de

    uma falsa descrio.

    A partir de 1851, foi um defensor inicial

    e patrono da Irmandade Pr-Rafaelita,

    inspirando a criao do movimento Arts

    & Crafts

    Ruskin, relatava que podemos viver sem a arquitetura de uma poca, mas nopodemos record-la sem a sua presena. Podemos saber mais da Grcia e de suacultura pelos seus destroos do que pela poesia e pela histria.

    Deve-se fazer histria com a arquitetura de uma poca e depois conserv-la. Asconstrues civis e domsticas so as mais importantes no significado histrico. Acasa do homem do povo deve ser preservada pois relata a evoluo nacional,devendo ter o mesmo respeito que o das grandes construes consideradas pormuitos importantes.

    Mais vale um material grosseiro, mas que narre uma histria, do que uma obra rica esem significado. A maior glria de um edifcio no depende da sua pedra ou de seuouro, mas sim, do fato de estar relacionada com a sensao profunda de expresso.Uma expresso no se reproduz, pois as idias so inmeras e diferentes os homens;segundo os objetos de diferentes estudos, chegar-se-ia a inmeras concluses. Arestaurao a destruio do edifcio, como tentar ressuscitar os mortos. melhormanter uma runa do que restaur-la."

    Os princpios de Ruskin resume em:

    A cidade no uma coleo de unidades: No importa que tenham umaenorme quantidade de belos monumentos pblicos se eles no se ligam, nose harmonizam com o conjunto das casas.Contra a repetio: a repetio uma ornamentao totalmente montoma.Pela diversidade: os padres de repetio inserida pela industrialzao, abafaa diversidade de materiai se de construes.O enraizamento: difcil de acreditar que uma casa possa ser destinada adurar uma s gerao, nossas casas, so nossos templos, possuem o cheirode nossos pais.

    1.1.4. WILLIAM MORRIS (1834-1896)

    William Morris foi um dos pricipais

    fundadores do Movimento das Artes e

    Ofcios britnico. Ele era pintor - de

    papis de parede, tecidos padronizados

    e livros - alm de escritor de poesia e

    fico e um dos fundadores do

    movimento socialista na Inglaterra.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/1851http://pt.wikipedia.org/wiki/Irmandade_Pr%C3%A9-Rafaelitahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arts_%26_Craftshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arts_%26_Craftshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arquiteturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9ciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3riahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_das_Artes_e_Of%C3%ADcioshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_das_Artes_e_Of%C3%ADcioshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pintorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escritorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escritorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pintorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_das_Artes_e_Of%C3%ADcioshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_das_Artes_e_Of%C3%ADcioshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3riahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9ciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arquiteturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arts_%26_Craftshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arts_%26_Craftshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Irmandade_Pr%C3%A9-Rafaelitahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1851
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    O movimento artstico que Morris e os outros tornaram famoso foi a Irmandade Pr-

    Rafaelita. Eles evitavam a manufatura industrial barata de artes decorativas e da

    arquitetura e favoreciam um retorno ao artesanato, elevando os artesos condio de

    artistas.Em 1877, ele fundou a Sociedade para a Proteo de Prdios Antigos. Seu

    trabalho de preservao resultou indiretamente na fundao do National Trust.

    William Morris, relata que para ele o belo trabalho a expresso de uma cultura totalque s tem sentido com a condio de ser patrimnio prprio da classe trabalhadora.Como representante deste movimento contra a industrializao e passa a defendera questo do artesanato. Sua obra de maior destaque a Red House. Neste projeto aleitura da planta feita atravs da fachada. Sua planta funcional, tem programa denecessidades e volumetria. Alm desses aspectos, todos os elementos internos foramconcebidos em estilo neogtico - vitrais, arcos ogivais e mveis.

    Morris relata o saudosismo das antigas cidades, massacradas pelo progresso, onde asimagens s lhe restaram as lembranas de vilarejos inteiros que foram derrubados econstrudo em favor do progresso , que define como um atropelo da arte. Morris noproduziu modelos, mas influncia vrios pensadores do romantismo.

    A crtica sem modelo de Engels e Marx

    Ao contrrio dos outros pensadores polticos do sculo XIX, e apesar de seusemprstimos dos socilistas utpicos, Marx e , mais explicitamente Engels criticaram asgrandes cidades industriais comtemporneas sem recorrer ao mito da desordem, nempropor sua contrapartida, o modelo da cidade futura.

    A cidade tem, para eles, o privilgio de ser o lugar da histria. Foi ali que, numaprimeira fase, a burguesia se desenvolveu e exerceu seu papel revolucionrio. alique nasce o proletariado industrial , ao qual vai caber principalmente a tarefa deexecutar a revoluo socialista e de realizar o homem universal. Essa concepo dopapel histrico da cidade do sculo XIX , pelo contrrio, para Engels e Marx, aexpresso de ordem que foi a seu tempo criadora e que deve ser destruda para serultrapassada.

    Eles no opem a essa ordem a imagem abstrata de uma ordem nova. A cidade paraeles, no apenas o aspecto particular do problema geral e sua forma futura estligada ao advento das sociedades.As certezas e exatides de um modelo sorecusadas em benefcio de um futuro indeterminado, cujos contornos s apareceroprogressivamente, na medida em que se desenvolver a ao coletiva.

    1.1.5 KARL MARX (1818-1883)

    Karl Heinrich Marx, nasceu na Alemanha, foi um intelectual erevolucionrio alemo, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como

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    economista, filsofo, historiador, terico poltico e jornalista.O pensamento de Marx

    influencia vrias reas, tais como Filosofia, Histria, Sociologia, Cincia Poltica,

    Antropologia, Psicologia, Economia, Comunicao, Arquitetura, Geografia e outras.

    Em uma pesquisa da rdio BBC de Londres, realizada em 2005, Karl Marx foi eleito o

    maior filsofo de todos os tempos.

    1.1.6 FRIEDRICH ENGELS (1820-1895)

    Friedrich Engels foi um filsofo alemo que junto com Karl Marx fundou o chamadosocialismo cientfico ou marxismo. Ele foi co-autor de diversas obras com Marx, sendo

    que a mais conhecida o Manifesto Comunista. Tambm ajudou a publicar, aps a

    morte de Marx, os dois ltimos volumes deO Capital, principal obra de seu amigo e

    colaborador.Grande companheiro de Karl Marx, escreveu livros de profunda anlise

    social. Entre dezembro de 1847 janeiro de 1848, junto com Marx, escreve oManifesto

    Comunista. Sem dvida nenhuma, Engels foi um filsofo como poucos: soube analisar

    a sociedade de forma muito eficiente, influenciando diversos autores marxistas.

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    2 O Urbanismo- origem da cidade moderna

    O urbanismo difere do pr urbanismo em dois pontos importantes. Em lugar de obrasgeneralistas (historiadores, economistas ou polticos), ele , sob suas duas formas,terica e prtica, o apangio de especialistas, geralmente arquitetos e engenheiros. As

    idias vo ser aplicadas, ao invs de ser um acantonado na utopia, o urbanismo vaidestinar tcnicos uma tarefa prtica.

    2.1Tony Garnier (1869-1948) o urbanismo progressista

    A verso nova do modelo progressista encontra uma primeira expresso em La ctindustrielledo aquiteto Tony Garnier, uma breve introduo, acompanahada de umaimponente srie de ilustraes, descobre-se ali, segundo Le Corbusier:

    uma tentativa de ordenao e uma conjuno das solues utilitrias e das solues

    plsticas. Uma regra unitria distribui por todos os bairros da cidade a mesmas

    escolha de volumes essenciais e fixa os espaos seguindo necessidades de ordemprtica e as injunes de um sentido potico prprio do arquiteto e engenheiro.

    Modelo Proposto por Tony Garnier.

    Fig. 2.1.1Cidade Industrial Tony Garnier

    http://4.bp.blogspot.com/_uyVQR0b5uYU/RpfjVgy4-NI/AAAAAAAAABE/blF9UMva0VY/s1600-h/GARNIER1.jpg
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    Fig. 2.1.2 Cidade Industrial Tony Garnier

    O plano da cidade industrial feita por Tony Garnier foi terminado em 1901, antes daCarta de Atenas, que foi o primeiro manifesto do urbanismo progressista, criado pelos

    membros da CIAM ( Congresso Internacional de Arquitetura Moderna) colocaram ourbanismo como primeiro plano de preocupaes. No projeto da cidade h umaseparao de funes: trabalho, habitao, lazer e sade. Garnier havia dado umgrande passo adiante ao tratar toda uma cidade sem se perder numa infinidade dedetalhes, como muitos de seus contemporneos.

    Seus projetos para casas, escolas, estaes ferrovirias e hospitais tambmrepresentaram um grande avano. ( GIEDION, 2004, pg. 810) Uma cidade industrialtem como princpios diretores a anlise e a separao das funes urbanas, aexaltao dos espaos verdes que desempenham o papel de elementos isoladores, autilizao sistemtica dos materiais novos, em particular do concreto armado.

    (CHOAY, 1979, pg. 163)

    Atribui cidade uma importncia mdia de cerca de 35000 habitantes,(...)a dimenso do assentamento fixado em 35.000 habitantes, mas Garnier, aocontrrio de Howard, no insiste sobre o nmero de seu encerrada-tipo cidade, econsidera possvel a sua gradual e planejada acreo. (SICA, 1982, pg. 58)

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    Fig 2.1.3 Cidade Industrial de Tony Garnier e a segregao dos usos.

    2.2 Ebenezer Howard ( 1850-1928)- o urbanismo culturalista

    Ebenezer Howard, em livro publicado originalmente em 1898, props uma alternativaaos problemas urbanos e rurais que ento se apresentavam. O livro To-morrow(chamado Garden-cities of To-morrow na segunda edio, em 1902) apresentou umbreve diagnstico sobre a superpopulao das cidades e suas conseqncias.Segundo ele, essa superpopulao era causada sobretudo pela migrao provenientedo campo. Era, portanto, necessrio equacionar a relao entre a cidade e o campo.

    O desenho da Cidade-Jardim

    O modelo proposto, chamado de Cidade-jardim, deveria ser construdo numa rea quecompreenderia, no total, 2400 hectares, sendo 400 hectares destinados cidadepropriamente dita e o restante s reas agrcolas. O esquema feito para a cidadeassume uma estrutura radial, sendo composto por 6 bulevares de 36 metros de larguraque cruzam desde o centro at a periferia, dividindo-a em 6 partes iguais. No centro,seria prevista uma rea de aproximadamente 2,2 ha, com um belo jardim, sendo quena sua regio perifrica estariam dispostos os edifcios pblicos e culturais (teatro,biblioteca, museu, galeria de arte) e o hospital. O restante desse espao centraldestinar-se-ia a um parque pblico de 56 ha com grande reas de recreao e fcilacesso.

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    Fig. 2.2.1 Esquema da Cidade-Jardim Howard

    Fig. 2.2.2 Esquema da Cidade-Jardim Howard

    http://urbanidades.arq.br/bancodeimagens/displayimage.php?album=5&pos=4http://urbanidades.arq.br/bancodeimagens/displayimage.php?album=5&pos=2
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    Howard concebeu um mecanismo engenhoso para viabilizar a criao e a manutenode uma Cidade-Jardim. Inicialmente, um terreno localizado em rea rural deveria sercomprado por um grupo de pessoas, para abrigar a futura cidade. Esse terreno seriacomprado por um preo baixo, compatvel com o preo de terras rurais, a partir de umfinanciamento. O aumento do nmero de habitantes nessas terras seria capaz de diluiros juros do financiamento e de constituir um fundo para ir quitando aos poucos oprincipal. Assim, a partir de pagamentos relativamente pequenos, os habitantes daCidade-Jardim poderiam quitar a dvida assumida e ainda obter recursos para asaes coletivas necessrias (construo de edificaes pblicas, manuteno dosespaos abertos, etc.).

    Na rea rural, a competio natural entre os produtores, as culturas e os modos deproduo deveriam indicar quais produtos seriam cultivados. Aqueles queconseguissem gerar mais renda se estabeleceriam nos arredores da Cidade-Jardim. Arenda, entretanto, no seria apropriada por um nico indivduo, j que a terra teria sidoadquirida coletivamente. Os benefcios obtidos em termos financeiros pelo aumento dovalor da terra e, como conseqncia, pelo incremento da renda fundiria, seriam

    convertidos em menores impostos e mais investimentos coletivos (HOWARD, 1996).

    2.3 Arturo Soria y Mata (1844-1920) a cidade linear

    Engenheiro espanhol especializado em trabalhos pblicos, ocupou diversos cargos naadministrao da cidade Madri e desenvolveu a primeira linha de Tramwayspara acidade em 1875 sistema de linhas de transporte pblico comum e elevado esubterrneo. Publicou artigos no jornal El Progresso, abordando a questo dosproblemas urbanos municipais. A proposta da cidade linear aparece pela primeira veznum desses artigos.

    O Pensamento A idia da Cidade Linear de Sorio Y Mata basea-se na expanso dascidades sobre territrio rural. O processo de ruralizao da vida urbana e urbanizaoda vida campestre. Em 1833, num artigo tema: Cidade problemtica: condies dasvias urbanas, insalubridade das habitaes, sistema de saneamento e aumento dapopulao, Sorio y Mata critica o congestionamento dos centros tradicionais comtraado radioconcntrico. Seu pensamento racionalista aborda que o maior problemados grandes centros est associado ao congestionamento das reas centrais, ao fluxoe ao trfego urbano.

    O Plano para a Cidade Linear O Plano para a Cidade Linear desenvolveu um novodesenho urbano baseado na ruptura com o modelo de cidade convencional. A idiacentral era a de propor uma cidade que se desenvolvesse ao longo de uma faixa com

    largura de cinqenta metros de largura (50m) em linha. Esta faixa funcionaria comoartria principal e a cidade ao longo dela receberia reas arborizadas, margeada porduas faixas de terrenos urbanos. O eixo central seria percorrido por sistema detransporte frreo. (Braslia o projeto de Lucio Costa para o Plano Piloto segue essaidia e surgiu a partir do sistema virio)

    A cidade de Arture Sorio y Mata A cidade idealizada por Sorio y Mata s vivel apartir do do momento da implantao de um sistema pblico de transporte mecnicoeficiente. Seu crescimento deve ser ilimitado, seguindo linearmente. A concepo sebasea principalmente, na idia de combater o problema do congestionamento daregio central das cidades para ele, a forma ideal a linear, que possibilita, areduo do tempo gasto com o deslocamento, pois proporciona melhor distribuio

    dos servios, locais de trabalho, reas residenciais e etc, ao longo da faixa linear,

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    evitando assim, o deslocamento macio da populao para um nico local noshorrios de trabalho (os de maior pico).

    Em relao morfologia, a faixa de terrenos adjacentes, deveria ser recortada poruma malha de ruas, com ruas transversais de 200m de comprimento e 20m de largura.Estas ruas seriam margeadas por outra faixa destinada a uso habitacional onde o lotemnimo teria 400m2 e as edificaes s poderiam ocupar um quinto da rea total 80m2. Fora a edificao a metragem restante do terreno, deveriam ser ocupada por jardim e horta e esta rea estaria localizada no fundo do terreno. As residnciasdeveriam ser unifamiliares.

    No plano da Cidade Linear, no existe setorizao de usos, os edifciosadministrativos e comerciais, se fundem aos habitacionais na malha urbana existe ouso misto do solo. A proposta abandona as estruturas tradicionais: quarteiro, praa.A dimenso simblica est subordinada dimenso tcnica e o espao pblicoreduzido aos traados de circulao e servios - desconsidera a dimenso esttica dacidade, submetendo o desenho urbano dimenso tcnica e privilegiando apenas um

    elemento do processo urbano: a CIRCULAO, determinando a configurao espacialna forma mais racional: a linha RETA.

    Fig. 2.3.1 Plano cidade linear- Espanha 1890.