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RESUMO NÃO TÉCNICO Projecto de Construção e Operação de uma Central Solar Fotovoltaica de 30 MW no Distrito de Cuamba, Moçambique Proposto pela Niassa Energia Solar Lda VOLUME I 25 de Maio de 2020

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RESUMO NÃO TÉCNICO Projecto de Construção e Operação de uma Central Solar Fotovoltaica de 30 MW no Distrito de Cuamba, Moçambique

Proposto pela Niassa Energia Solar Lda

VOLUME I

25 de Maio de 2020

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RESUMO NÃO TÉCNICO

Projecto de Construção e Operação de uma Central Solar Fotovoltaica de

30 MW no Distrito de Cuamba, Moçambique.

Preparado para e em nome de: Alten Management Africa, S.L.

Preparado por: IMPACTO, Lda

Consultor parceiro:

ASSINADO POR: Belinda Ridley, IBIS Consulting

Cargo: Directora

25 de Maio de 2020

Este relatório foi preparado pela Projectos e Estudos de Impacto Ambiental, Limitada (IMPACTO, Lda) e pela IBIS Environment Social Governance Consulting South Africa (Pty) Ltd, com todo o conhecimento, cuidado e diligência nos termos do Contrato com o Cliente, incorporando os nossos Termos e Condições de Negócio padrão e tomando em consideração os recursos dedicados ao mesmo mediante acordo com o cliente. Declinamos qualquer responsabilidade perante o Cliente ou outros com respeito a qualquer assunto fora do âmbito do mesmo.

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Conteúdo

ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS ...................................................................... 1

UNIDADES .......................................................................................................... 1

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 2

JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO PROPOSTO ........................................ 4

OBJECTIVO DA CONSULTA PÚBLICA .................................................. 4

OBJECTIVOS DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL ....... 5

PROPONENTE E CONSULTOR AMBIENTAL ........................................ 6

ASPECTOS INSTITUCIONAIS E LEGAIS RELACIONADOS COM O

PROJECTO ......................................................................................................... 7

DESCRIÇÃO DO PROJECTO ................................................................. 8

LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO .......................................................................... 8

DADOS GERAIS SOBRE O PROJECTO ............................................................ 11

FASES DO PROJECTO .................................................................................. 12

A ÁREA DO PROJECTO ................................................................................. 12

ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO ............................................... 14

IMPACTOS POTENCIAIS DO PROJECTO ............................................ 16

PRINCIPAIS IMPACTOS IDENTIFICADOS NA ÁREA DO PROJECTO ...................... 20

RESUMO DOS IMPACTOS IDENTIFICADOS ....................................................... 22

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO .............................................................................. 31

GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL DO PROJECTO ............................... 31

REVISÃO DO RELATÓRIO DO EIAS APÓS A CONSULTA PÚBLICA . 33

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DO EIAS .................................. 33

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Lista de Figuras

Figura 1. Localização da Central Solar Fotovoltaica de 30 MW em relação a uma

série de outras infraestruturas próximas (fonte: Google Earth) ............................ 9

Figura 2. Localização geográfica da Central Solar Fotovoltaica de 30 MW proposta

.......................................................................................................................... 10

Lista de Tabelas

Tabela 1. Proponente e Consultores ambientais .................................................. 6

Tabela 2. Dados gerais sobre o Projecto ........................................................... 11

Tabela 3. Principais aspectos descritos na caracterização geral da área do

Projecto apresentada no relatório do EIAS. ....................................................... 13

Tabela 4. Áreas de Influência do Projecto definidas no EIAS ............................. 15

Tabela 5. Definição da natureza do impacto ...................................................... 17

Tabela 6. Critérios de avaliação dos potenciais impactos .................................. 18

Tabela 7. Classificação da significância do impacto........................................... 20

Tabela 8. Impactos potenciais do Projecto no Ambiente Físico ......................... 23

Tabela 9. Impactos potenciais do Projecto no Ambiente Biótico ........................ 27

Tabela 10. Impactos potenciais do Projecto no Ambiente Socioeconómico ....... 28

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1

ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

ACRÓNIMOS E

ABREVIATURAS SIGNIFICADO

AIA Avaliação de Impacto Ambiental

AIAS Avaliação de Impacto Ambiental e Social

AID Área de Influência Directa

AII Área de Influência Indirecta

CP Consulta Pública

DINAB Direcção Nacional de Ambiente

DPTA Direcção Provincial da Terra e Ambiente (ex-Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, ou DPTADER)

DUAT Direito de Uso e Aproveitamento de Terra

EDM Electricidade de Moçambique, E.P.

EIA Estudo de Impacto Ambiental

EIAS Estudo de Impacto Ambiental e Social

EN13 Estrada Nacional N.º13

EPC Engenharia, Procurement e Construção

EPDA Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e de Definição de Âmbito

ERM Environmental Resources Management

HIV Virus da Imunodeficiência Humana

IFC International Finance Corporation (Sociedade Financeira Internacional)

INE Instituto Nacional de Estatística

ITS Infecções de Transmissão Sexual

MITA Ministério da Terra e Ambiente (ex-Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, ou MITADER)

N/A Não aplicável

O&M Operations & Management (Operações e Gestão)

PIAs Partes Interessadas e Afectadas

PPP Processo de Participação Pública

REIAS Relatório do Estudo de Impacto Ambiental e Social

SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

UNIDADES

UNIDADES SIGNIFICADO % Percentagem

ha Hectare

km Quilómetro

kV Quilovolt

m Metro

MW Megawatt

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Este Resumo Não Técnico foi preparado para efeitos de Consulta Pública referente ao

Projecto de Construção e Operação de uma Central Solar Fotovoltaica de 30 MW no

Distrito de Cuamba, Moçambique. O objectivo geral do documento é o de informar sobre

o Projecto, criando uma oportunidade para que as partes interessadas e afectadas sejam

envolvidas no Projecto e na respectiva Avaliação de Impacto Ambiental (AIA).

Devido ao actual Estado de Emergência em Moçambique, decretado para prevenir a

propagação da pandemia da COVID-19, a equipa de Consulta Pública não poderá

deslocar-se a Cuamba e Lichinga para realizar reuniões com as partes interessadas e

afectadas, como inicialmente planeado. Por essa razão, a equipa tem à disposição um

mecanismo alternativo de consulta, estabelecido em coordenação com o Ministério da

Terra e Ambiente (MTA), baseado na disseminação de informação através da Internet e

por meio de diversas plataformas digitais. Serão ainda realizadas reuniões com as

comunidades afectadas pelo Projecto, em pequenos grupos, respeitando todas as

restrições de segurança sanitária aplicáveis ao contexto actual.

A sua participação na Consulta Pública irá contribuir para melhorar a qualidade da AIA e

ajudará as autoridades a tomarem as decisões mais adequadas a respeito do Projecto.

Os documentos produzidos na presente fase de Estudo de Impacto Ambiental estão

disponíveis para consulta no portal de Internet www.impacto.co.mz

Para receber informação adicional sobre o assunto e colocar as suas questões,

comentários ou sugestões, inscreva-se, utilizando um dos meios abaixo indicados:

IMPACTO, Lda

Sector de Consulta Pública do EIA

Rua de Kassuende, 296

Maputo

Telemóvel (linha grátis a partir de qualquer rede de telefonia móvel): 85 8381 349

Telefone fixo: 21 499636

E-mail: [email protected]

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INTRODUÇÃO

Este Resumo Não Técnico foi preparado para efeitos de Consulta Pública para o

“Projecto de Construção e Operação de uma Central Solar Fotovoltaica de 30 MW

no Distrito de Cuamba, Moçambique” (o Projecto), proposto pela empresa Niassa

Energia Solar, Lda (daqui em diante designada Proponente).

O Projecto proposto está concebido para transformar energia solar em energia

elétrica. Essa energia elétrica é gerada em corrente contínua que, posteriormente,

é transformada em energia alternada de baixa tensão, através de equipamentos

denominados inversores. A energia alternada de baixa tensão é elevada a média

tensão através de transformadores elétricos e agrupada em diferentes circuitos,

para posterior ligação à rede pública de energia elétrica, através de uma linha

subterrânea de média tensão de circuito duplo de 33 kV (sujeita a um processo de

licenciamento ambiental independente do presente Projecto). A linhas

subterrânea transportará a energia gerada até a subestação de Cuamba,

propriedade da Electricidade de Moçambique, E.P. (EDM).

1 O EPDA foi realizado por um outro Consultor, a Environmental Resources Management.

O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL (AIAS) DO PROJECTO

O Ministério da Terra e Ambiente (MTA) classificou o Projecto da Central Solar Fotovoltaica

de 30 MW como de “Categoria A”. Para projectos de Categoria A, o Regulamento sobre o

Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto n.º54/2015 de 31 de Dezembro)

exige que seja realizado um Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito

(EPDA) e também um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) detalhado, referido como Estudo

de Impacto Ambiental e Social ou ESIA neste documento. O EPDA foi realizado 1 e

aprovado pelo MTA em Outubro de 2018. O Projecto encontra-se actualmente na fase de

EIAS. A Consulta Pública foi programada para ser realizada na Cidade de Lichinga (capital

da Província de Niassa) e em Cuamba (onde se propõe implementar o Projecto).

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JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO PROPOSTO

A implementação deste Projecto é justificada pela necessidade de aumento da

disponibilidade de energia eléctrica em quantidade e qualidade, que possa

impulsionar o crescimento económico e o desenvolvimento do País,

particularmente nas suas zonas menos industrializadas, como é o caso do Norte

de Moçambique.

CENTRAL SOLAR FOTOVOLTAICA DE 30 MW EM CUAMBA COMO UM PROJECTO DE

ENERGIAS RENOVÁVEIS

O Projecto da Central Solar Fotovoltaica de 30 MW em Cuamba enquadra-se nos

chamados “Projectos de Energias Renováveis”, isto é, de energia com origem em fontes

naturais que possuem a capacidade de regeneração (renovação), ou seja, que não se

esgotam. O recurso natural a ser utilizado para a produção de energia no âmbito deste

Projecto é a radiação solar.

Os projectos de energias renováveis têm recebido uma atenção cada vez maior por

parte do Governo de Moçambique e no mundo em geral, não apenas pelo seu potencial

de fornecimento de energia mais limpa, como também por não produzirem dióxido de

carbono e outros gases de efeito estufa, por possuírem um rendimento energético

considerável, e por serem relativamente económicas a médio e longo prazo, entre

outras vantagens, comparativamente às energias não renováveis.

OBJECTIVO DA CONSULTA PÚBLICA

O objectivo geral da Consulta Pública é o levantamento das preocupações,

dúvidas, comentários e sugestões das Partes Interessadas e Afectadas (PIAs) em

relação ao Projecto e ao processo de Avaliação de Impacto Ambiental e Social

(AIAS), para serem integradas no Relatório do EIAS e subsequentemente

consideradas nas abordagens de gestão a adoptar a implementação do Projecto.

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PARTICIPAÇÃO DO PÚBLICO

O Público é convidado a participar no Processo de Consulta Pública, apresentando

dúvidas, sugestões e comentários sobre o Projecto, e sobre o próprio Processo de

Consulta Pública. O Relatório do Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS) do

Projecto será revisto depois da Consulta Pública, antes de ser entregue ao MTA para

aprovação.

OBJECTIVOS DO ESTUDO DE IMPACTO

AMBIENTAL E SOCIAL

Os objectivos principais do EIAS são os seguintes:

Identificar e avaliar os principais impactos ambientais potenciais (negativos

e positivos) do Projecto, tendo em conta os domínios biofísico e

socioeconómico e as várias fases da actividade (i.e. Construção,

Operação e Desactivação);

Identificar medidas de mitigação, que tornem possível a minimização dos

potenciais impactos negativos, assim como medidas que possibilitem a

incrementação dos potenciais impactos positivos do Projecto, para garantir

que este seja implementado de uma forma ambientalmente adequada; e

Obter a Licença Ambiental, a ser emitida pelo MTA, para que se possa

prosseguir com a implementação das actividades de Construção,

Operação e Desactivação do Projecto da Central Solar Fotovoltaica de 30

MW numa área de 152,36 hectares, situada no Bairro Tetereane, a

aproximadamente 3 km a Oeste do centro urbano do Município de

Cuamba, no Distrito de Cuamba, Província de Niassa, em Mozambique.

O EIAS envolveu estudos no escritório (desktop) e estudos de campo na área

do Projecto, localizada no Município de Cuamba, em Novembro de 2019.

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DOCUMENTOS A SEREM SUBMETIDOS AO MTA PARA APROVAÇÃO

A documentação será submetida ao MTA em 4 (quatro) volumes, nomeadamente:

VOLUME 1: Resumo Não Técnico;

VOLUME 2: Relatório do EIAS (incluindo o Estudo de Especialidade de Socioeconomia);

VOLUME 3: e Plano de Gestão Ambiental e Social; e

VOLUME 4: Relatório de Consulta Pública

PROPONENTE E CONSULTOR AMBIENTAL

O Proponente do Projecto é a Niassa Energia Solar Lda (ver Tabela 1). Foi

estabelecida uma parceria entre os consultores ambientais IBIS Environmental

Social Governance Consulting South Africa Pty Ltd (IBIS) e Projectos e Estudos

de Impacto Ambiental, Limitada (IMPACTO) para a execução do EIAS, sendo o

primeiro o Consultor líder (Tabela 1).

Tabela 1. Proponente e Consultores ambientais

Proponente Niassa Energia Solar, Lda (Mozambican company, parceira das empresas African Business Promoters, Globaltec Desarrollos e Ingeniería S.A. e Alten Management Africa, S.L.)

Consultor ambiental

IBIS Consulting

1st Floor, Acacia House

The Avenues Office Park

45 Homestead Road

Rivonia, Johannesburg, 2191

South Africa

Tel: +27 (0) 10 020 7343

Website:www.ibisconsulting.com

Impacto, Lda

Rua de Kassuende, 296

Maputo, Moçambique

Tel.: +258 21499636 – Fax: +258 21493019

Website: www.impacto.co.mz

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ASPECTOS INSTITUCIONAIS E LEGAIS

RELACIONADOS COM O PROJECTO

O Quadro Institucional e Legal aplicável ao Projecto é apresentado em detalhe no

Capítulo 7 do Relatório do EIAS. O Capítulo em referência abarca o seguinte:

Quadro institucional: identificação das instituições-chave para assuntos

relacionados ao Projeto e um sumário dos seus principais papéis e

responsabilidades de regulamentação e/ou proteção ambiental;

Quadro Legal e Regulador Nacional (Ambiente e Licenciamento

Ambiental): resumo das disposições da legislação ambiental e sectorial

moçambicana relevantes para o Projecto, tendo em conta o tipo de

Projecto e os seus impactos potenciais no ambiente;

Legislação do Sector de Energia: inclui referências à legislação

relevante para o Projecto ligada ao Sector de Energia, no âmbito do qual

o Projecto se insere;

Legislação sectorial complementar: apresenta disposições de

legislação nacional complementar com possível relação directa ou

indirecta com as actividades do Projecto (principalmente nas Fases de

Construção e Desactivação) e com relevância para a protecção dos meios

físico, biótico e socioeconómico;

Legislação relevante para questões de saúde e segurança: contém

referências sobre direitos e deveres dos empregadores e dos

trabalhadores, relativamente a questões de saúde e segurança;

Normas Técnicas (Electricidade): são mencionadas as normas técnicas

de referência que serão consideradas no Projecto;

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Convenções e Protocolos Internacionais ratificados por

Moçambique: são listados, para referência, as Convenções e Protocolos

internacionais ratificados por Moçambique e de interesse para o Projecto;

e

Padrões de Desempenho da IFC: considerando que o Projecto será

implementado de acordo com os Padrões de Desempenho (PD) do IFC,

está incluído um sumários sobre os mesmos.

DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O Projecto proposto é uma instalação concebida para transformar energia solar

em energia elétrica. Essa energia elétrica é gerada em corrente contínua que,

posteriormente, é transformada em energia alternada de baixa tensão, através de

equipamentos denominados inversores. A energia alternada de baixa tensão é

elevada a média tensão através de transformadores elétricos e agrupada em

diferentes circuitos, para posterior ligação à rede pública de energia elétrica,

através de uma linha subterrânea de média tensão de circuito duplo de 33 kV

(sujeita a um processo de licenciamento ambiental independente do presente

Projecto). A linha transportará a energia gerada até a subestação de Cuamba,

pertencente à Electricidade de Moçambique, E.P. (EDM).

LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO

Propõe-se que o Projecto se localize no povoado de Ningale, Bairro Tetereane,

Município de Cuamba, Distrito de Cuamba, Província do Niassa, no Norte de

Moçambique. O local de implementação do Projecto, situado a cerca de 3 km do

centro urbano do Município de Cuamba, ocupa uma extensão de 152,36 hectares.

A identificação do local do Projecto (Bairro Ningale, no Município de Cuamba)

resultou de uma acção coordenada, com o envolvimento da Admninistração do

Distrito de Cuamba e as Autoridades Municipais de Cuamba.

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A localização do Projecto em relação a uma série de outras infraestruturas próximas deste está apresentada na Figura 1. A Figura 2

mostra um mapa de localização geográfica do Projecto.

Figura 1. Localização da Central Solar Fotovoltaica de 30 MW em relação a uma série de outras infraestruturas próximas

(fonte: Google Earth)

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Figura 2. Localização geográfica da Central Solar Fotovoltaica de 30 MW

proposta

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DADOS GERAIS SOBRE O PROJECTO

Alguns dados gerais sobre o Projecto estão sumarizados na Tabela 2.

Tabela 2. Dados gerais sobre o Projecto

DADO ESPECIFICAÇÃO

Categoria do

Projecto

Categoria A (atribuída pela DTADER de Niassa em Maio de 2018).

Localização administrativa do Projecto

Povoado de Ningale* / Bairro Tetereane / Município de Cuamba / Distrito de Cuamba / Província do Niassa / Norte de Moçambique.

(*) O local do Projecto situa-se a aproximadamente 3 km do centro urbano do Município de Cuamba.

Área a ocupar

152,81 hectares.

Vias de acesso

Pretende-se melhorar as vias de acesso ao redor do local do Projecto, com o objectivo de facilitar o acesso de veículos e equipamento de construção. Onde necessário, poderão ser construídas novas vias de acesso, com o mesmo objectivo.

Postos de trabalho

(estimativa preliminar)

Fase de Construção: 30 a 140 trabalhadores; e Fase de Operação: 5 a 10 trabalhadores.

Estes números serão confirmados pelo Proponente antes do início da implementação do Projecto. Pretende-se priorizar-se a contratação de mão-de-obra de origem local, regional e nacional.

Escoamento da energia produzida

Para o transporte da energia eléctrica produzida na Central Solar Fotovoltaica, pretende-se construir uma linha de transmissão de circuito duplo de média tensão, de 33 kV. Esta ligará o Projecto à Subestação de Cuamba, pertencente à EDM. O Projecto da linha de transmissão tem o mesmo Proponente que o Projecto da Central Solar Fotovoltaica (i.e. Niassa Energia Solar, Lda), mas está sujeito a um processo de licenciamento ambiental independente deste Projecto.

Uso de água pelo Projecto

Foram feitas estimativas preliminares das quantidades de água a utilizar, mas o Proponente irá avaliar, as possíveis opções em conjunto com o Empreiteiro de Engenharia, Procurement e Construção (EPC) e o Empreiteiro de Operações e Manutenção (O&M) antes do início da construção.

Gestão de resíduos do Projecto

Os resíduos gerados pelo Projecto serão categorizados como não perigosos ou perigosos, após uma avaliação do seu potencial de perigosidade, de acordo com

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DADO ESPECIFICAÇÃO

os requisitos da regulamentação aplicável em Moçambique e directrizes internacionais2.

Tempo de vida do Projecto

Estimado em 25 anos. Após este período, os módulos fotovoltaicos podem ser remodelados ou substituídos, possibilitando a continuidade do Projecto, ou então as instalações podem ser desmontadas. Se a Central for encerrada, todos os componentes serão removidos e o local será reabilitado.

FASES DO PROJECTO

A execução do Projecto compreende as seguintes fases:

Fase de Pré-construção: envolve a preparação de todas as condições

necessárias para o arranque dos trabalhos de construção.

Fase de Construção, incluindo o seguinte:

o Preparação do local;

o Desenvolvimento de vias de acesso;

o Vedação do perímetro das instalações do Projecto;

o Terraplenagem e abertura de trincheiras; e

o Instalação de estruturas de suporte, painéis, cabos, etc.

Fase de Operação, incluindo o seguinte:

o Controlo de monitoria das operações;

o Limpeza dos painéis; e

o Segurança.

Fase de Desactivação.

A ÁREA DO PROJECTO

As características do Ambiente Físico, Ambiente Biótico e Ambiente

Socioeconómico da área do Projecto estão apresentadas nos Capítulos

2 Requisitos da Sociedade Financeira Internacional (International Finance Corporation –

IFC)

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11, 12 e 13 do Relatório do Estudo de Impacto Ambiental e Social (EIAS; Volume

II). No Relatório está descrita a situação de referência do local do Projecto e da

área ao redor deste, fazendo-se referência também a uma série de dados de nível

distrital (Distrito de Cuamba) e provincial (Província de Niassa). O tipo de

informação incluída nas descrições acima referidas está indicado no quadro

abaixo (listagem não detalhada).

Tabela 3. Principais aspectos descritos na caracterização geral da área do

Projecto apresentada no relatório do EIAS.

AMBIENTE ESPECIFICAÇÃO

Físico Clima;

Qualidade do Ar;

Ruído;

Geologia e Morfologia;

Solos e Uso do Solo;

Hidrologia;

Gestão de Resíduos.

Biótico (habitats, plantas e animais)

Uso e cobertura da terra;

Tipos de vegetação e espécies de plantas;

Espécies protegidas pela legislação moçambicana;

Fauna.

Socioeconómico Perfil Político e Administrativo da área do Projecto;

Dados demográficos, dinâmica populacional e padrões de assentamento populacional;

Acesso aos serviços, equipamentos sociais e infraestruturas públicas;

Padrões de uso e aproveitamento da terra;

Padrões de uso dos recursos naturais;

Actividades económicas e meios de subsistência;

Património histórico-cultural;

Percepções e expectativas com relação ao Projecto.

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ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO

Para projectos de Categoria A, como é o caso do presente Projecto, o

Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental

(Decreto n.º54/2015 de 31 de Dezembro) prevê a definição da área de influência

do Projecto na Fase de EPDA.

ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO, COMO DEFINIDA NO REGULAMENTO DE AVALIAÇÃO DE

IMPACTO AMBIENTAL

O Regulamento de AIA (Decreto n.º54/2015 de 31 de Dezembro) define a Área de

Influência do Projecto nos seguintes termos:

Área de Influência do Projecto: É o espaço geográfico passível de alterações

em seus meios físico, biótico e/ou socioeconómico, derivadas dos impactos

ambientais de uma actividades decorrentes da sua implantação e/ou operação;

Área de Influência Indirecta (AID) do Projecto: É a área sujeita aos impactos

directos da actividade, cuja delimitação é função das características físicas,

bióticas e socioeconómicas dos ecossistemas do campo e das características

da actividade;

Área de Influência Indirecta (AII) do Projecto: É a área sujeita aos impactos

indirectos da actividade, abrangendo os ecossistemas e os meios físico, biótico

e socioeconómico que podem sofrer impactos resultantes das alterações

ocorridas na área de influência directa

Com base no acima indicado, as áreas de influência do Projecto (AID e AII) estão

definidas no EIAS como especificados abaixo, na Tabela 4.

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Tabela 4. Áreas de Influência do Projecto definidas no EIAS

ÁREA DE

INFLUÊNCIA DO

PROJECTO

MEIO FÍSICO E MEIO BIÓTICO MEIO SOCIOECONÓMICO

Área de Influência Directa (AID)

Área de implantação da Central Solar Fotovoltaica, à qual se adiciona uma faixa envolvente, que se estende até aos 100 metros de largura. A AID encontra-se, na totalidade, localizada dentro do povoado de Ningale.

A área da Central Solar Fotovoltaica (152,36 hectares), onde 73 (setenta e três) indivíduos possuem machambas, tendo estes sido registados e incluídos num Censo durante o processo de aquisição do DUAT.

A AID inclui todas as áreas nas quais a maioria dos indivíduos acima mencionados reside, nomeadamente:

(i) Bairro Tetereane, que abarca:

(ii) O povoado de Ningale (onde a Central Solar Fotovoltaica estará situada); e

(iii) os povoados de Nassombe e Dez.

Área de Influência Indirecta (AII)

Extensão de terreno que se estende a partir do limite da AID, alargando-se numa faixa 2 km.

Distrito de Cuamba como um todo (onde se insere o Município de Cuamba)

Informação mais detalhada sustentando a definição destas as áreas de influência

do Projecto (AID e AII) para o Meio Físico, o Meio Biótico e o Meio Socioeconómico

(incluindo o seu mapeamento) é apresentada do Relatório do EIAS,

respectivamente no Capítulo 11 (“Descrição da Situação de Referência: Meio

Físico”), no Capítulo 12 (“Descrição da Situação de Referência: Meio Biótico) e no

Capítulo 13 (“Descrição da Situação de Referência: Meio Socioeconómico”).

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IMPACTOS POTENCIAIS DO PROJECTO

Os principais objectivos da avaliação de impactos foram os seguintes:

Identificar e avaliar a significância dos potenciais impactos do Projecto

sobre os receptores identificados e os recursos naturais de acordo com um

critério de avaliação definido;

Desenvolver e descrever as medidas que serão tomadas para evitar,

minimizar, reduzir ou compensar os potenciais efeitos negativos;

Indicar a importância dos impactos residuais que permanecem depois da

mitigação; e

Desenvolver recomendações para a gestão e monitorização a ser

implementada como parte do PGAS.

AVALIAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS DO PROJECTO

Na avaliação dos potenciais impactos e benefícios (benefícios) decorrentes da

implementação do Projecto foi utilizada uma metodologia quantitativa, que visa reduzir

a subjectividade na determinação da significância dos impactos positivos e negativos.

Informação detalhada sobre a metodologia de avaliação de impactos (incluindo o

método quantitativo) é apresentada no Capítulo 14 do Relatório de EIAS. Uma versão

simplificada da metodologia é apresentada abaixo.

9.1.1 Definição da Natureza / tipo de impacto

Cada potencial impacto foi identificado pela sua causa subjacente (a actividade

ou acção do Projecto) que poderia resultar num impacto (alteração de estatuto no

ambiente natural e social, seja positivo ou negativo) num receptor (o ambiente

natural ou comunidade que vai ser afectado). Com base no descrito acima, quanto

à sua natureza, o potencial impacto pode ser definido como positivo ou negativo.

Além disso, o impacto pode ser directo, indirecto ou cumulativo (Tabela 5).

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Tabela 5. Definição da natureza do impacto

TERMO DESCRIÇÃO

Natureza do impacto

Positivo Um impacto que representa uma melhoria na situação ambiental de referência ou introduz uma mudança positiva.

Negativo Um impacto que representa uma mudança adversa na situação ambiental de referência, ou introduz um novo factor indesejável.

Tipo de Impacto

Impacto Directo

Impacto que resulta de uma interacção directa entre uma actividade do Projecto planeada e o ambiente receptor/receptores (por exemplo, entre a ocupação de um local e os habitats pré-existentes ou entre uma descarga de efluentes e a qualidade da água no meio receptor).

Impacto Indirecto

Impacto que resulta de outras actividades que tendem a acontecer como consequência do Projecto (por exemplo, imigração laboral que exige especial necessidade de recursos). Os impactos indirectos podem também ser referidos como impactos induzidos ou secundários.

Impacto Cumulativo

Impacto que age em conjunto com outros impactos (incluindo os de futuras actividades de terceiros já planeadas ou a ocorrer em simultâneo) e que afecta os mesmos recursos e/ou receptores do Projecto.

9.1.2 Classificação do Potencial Impacto

Cada potencial impacto foi classificado com base em critérios estabelecidos,

incluindo a sua probabilidade, intensidade, extensão e duração (ver Tabela 6). A

magnitude do impacto é uma função destes critérios.

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Tabela 6. Critérios de avaliação dos potenciais impactos

CRITÉRIO PONTUAÇÃO DESCRIÇÃO

Probabilidade 1-5 Possibilidade de ocorrência do impacto

Improvável 1 A possibilidade de ocorrência é muito baixa

Pouco Provável 2 A possibilidade de ocorrência é baixa, quer pelo desenho das actividades quer pela sua natureza, ou ainda pelas características da sua área de inserção

Provável 3 Existe uma possibilidade reconhecida de ocorrência do impacto

Altamente Provável 4 Quando a ocorrência do impacto é considerada quase certa

Definitiva 5 Quando há certeza que o impacto irá ocorrer

Intensidade 1-5 Medida do grau da alteração causada pelo impacto

Am

bie

nte

bio

físic

o

Insignificante 1 As mudanças no meio ambiente são imperceptíveis ou insignificantes

Baixa 2 O funcionamento dos processos naturais não é substancialmente afectado

Moderada 3 O ambiente afectado é alterado, mas o funcionamento dos processos naturais continua, ainda que de forma modificada

Alta 4 O funcionamento dos processos naturais é substancialmente afectado

Muito alta 5 O funcionamento dos processos naturais é temporária ou permanentemente interrompido

Am

bie

nte

so

cio

ec

on

óm

ico

Insignificante 1 Não há qualquer mudança perceptível no modo de vida e meios de subsistência das pessoas

Baixa 2 As pessoas/comunidades conseguem adaptar-se com relativa facilidade e manter o modo de vida e meios de subsistência anteriores ao impacto

Moderada 3

As pessoas/comunidades conseguem adaptar-se com alguma dificuldade e manter o modo de vida e meios de subsistência anteriores ao impacto, mas apenas com um certo grau de apoio

Alta 4 O modo de vida e meios de subsistência das pessoas/comunidades é substancialmente afectado

Muito alta 5

As pessoas/comunidades afectadas não vão conseguir adaptar-se às mudanças e manter o modo de vida e meios de subsistência anteriores ao impacto.

Extensão 1-5 Área geográfica afectada pelo impacto

Local 1 Área de influência directa do Projecto

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CRITÉRIO PONTUAÇÃO DESCRIÇÃO

Envolvente 2 Área de influência indirecta do Projecto

Regional 3 Províncias da zona norte do País

Nacional 4 Moçambique

Internacional 5 Moçambique e país(es) vizinho(s)

Duração 1-5 Período ao longo do qual se espera que o impacto ocorra

Temporário 1 De curta duração (até 6 meses) e ocasionais ou intermitentes

Curto-prazo 2 Entre 6 meses e 1 ano

Médio-prazo 3 Entre 1 e 5 anos

Longo-prazo 4 Mais do que 5 anos

Permanente 5 Alteração permanente no receptor ou recurso afectado e que permanece para além da vida útil do Projecto.

9.1.1.1. Magnitude do impacto

A magnitude (ou gravidade) diz respeito ao efeito sobre os processos ambientais

e sociais, resultante de um dado impacto. Esta está relacionada com a intensidade

com que uma acção altera o meio afectado, combinada com a extensão e duração

do impacto; ou seja, a determinação da magnitude de um impacto é função da

intensidade, extensão e duração. A magnitude pode ser: Negligenciável (muito

baixa), Baixa, Moderada ou Alta.

9.1.1.2. Significância do impacto

A classificação dos impactos incluiu ainda a determinação da sua significância. A

significância fornece uma indicação da importância do impacto e do nível de

mitigação necessário. Esta foi classificada como mostrado abaixo (Tabela 7).

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Tabela 7. Classificação da significância do impacto

SIGNIFICÂNCIA

(PROBABILIDADE X

MAGNITUDE) PONTUAÇÃO (3-75) DESCRIÇÃO

Negligenciável <12 O impacto não é significativo, portanto, não requer mitigação.

Baixa 12-25 O impacto possui pouca importância, mas pode beneficiar de algumas medidas de mitigação.

Moderada 26-42

O impacto é significativo, são necessárias medidas de mitigação para reduzir os impactos a um nível aceitável (no caso de um impacto de natureza negativa).

Alta >43

O impacto é muito significativo. A não aplicação de medidas de mitigação, a fim de reduzir o impacto a um nível aceitável, pode inviabilizar a actividade, ou mesmo o Projecto. As medidas de mitigação são, portanto, indispensáveis.

PRINCIPAIS IMPACTOS IDENTIFICADOS NA ÁREA DO PROJECTO

Os principais impactos do Projecto identificados no EIAS incluem os seguintes:

Benefícios potenciais do Projecto: A proporção da população da

Província de Niassa com acesso à electricidade é de aproximadamente

10%, o que reflecte a cobertura limitada da rede de distribuição de energia

eléctrica na Província. A implementação do Projecto da Central Solar

Fotovoltaica de 30 MW em Cuamba tem potencial para contribuir para a

expansão da rede eléctrica na região, permitindo um maior acesso a esta

e para o crescimento económico relacionado. O Projecto comporta ainda

o benefício acrescido de desenvolvimento de energias renováveis.

Projectos de energias renováveis, tais como projectos de electricidade

baseados em energia solar, têm sido alvo de uma atenção crescente por

parte do Governo de Moçambique, pelo facto de estes não produzirem

dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa, pela sua

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considerável eficiência energética e ainda por serem relativamente

económicos a médio e longo prazos, comparativamente a projectos de

energias não renováveis.

Impacto em terras húmidas: existem rios fora do local do Projecto, com

com ramificações para dentro do local do Projecto. Existem também no

local do Projecto pequenas lagoas que se formam na época das chuvas.

O ESIA e o PGAS incluem medidas para a protecção destas terras

húmidas;

Uso e gestão da água: Será necessária água para o Projecto ao longo do

seu ciclo de vida, mas principalmente durante a Fase de Construção (mas

também na Fase de Desactivação, se as estruturas do Projecto forem

desmontadas ao fim dos 25 anos do ciclo de vida do Projecto). O uso da

agua será gerido através de um Plano de Gestão da Água;

Gestão de resíduos: A gestão de resíduos constitui um desafio a

enfrentar durante a implementação do Projecto. O único local aprovado

para a disposição de resíduos sólidos no Município de Cuamba é uma

lixeira localizada ao longo da estrada N13 (no Bairro Mucuapa). O

Proponente deverá trabalhar em estreita coordenação com as autoridades

municipais locais no sentido de assegurar uma gestão adequada dos

resíduos do Projecto, sejam estes perigosos ou não perigosos.

Direitos sobre a terra (DUAT)3 no local do Projecto: o Proponente do

Projecto possui uma “Autorização Provisória de Uso e Aproveitamento da

Terra” (DUAT Provisório) para a área de 152,36 hectares destinada ao

Projecto. Foram conduzidas reuniões comunitárias e foi realizado um

Censo dos indivíduos com machambas no local do Projecto, como parte

do processo de aquisição do DUAT;

3 Direito de Uso e Aproveitamento da Terra

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Compensação das partes afectadas no local do Projecto: Não existem

habitações no local do Projecto, pelo que não será necessária a

deslocação de casas ou propriedade imóvel ou qualquer processo de

reassentamento relacionado. O Censo realizado como parte do processo

de aquisição do DUAT indica que existem 73 (setenta e três) indivíduos

que usam o local do Projecto para a agricultura de subsistência. A

compensação destes 73 indivíduos pela perda de machambas, árvores de

fruto e “abrigos de machamba” será realizada e completada antes do início

da fase de construção do Projecto.

RESUMO DOS IMPACTOS IDENTIFICADOS

Foram identificados no EIAS os impactos no meio físico, biótico e socioeconómico

que poderão resultar das actividades do Projecto, durante as suas fases de

Construção, Operação e Desactivação. Estes estão listados Tabela 3, Tabela 4 e

Tabela 5 (impactos potenciais positivos estão destacados em negrito e foram

definidas no EIAS medidas para a sua incrementação).

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Tabela 8. Impactos potenciais do Projecto no Ambiente Físico

FASE DO PROJECTO ASPECTO

IMPACTO POTENCIAL (AMBIENTE FÍSICO) SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO SEM

MITIGAÇÃO

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO COM

MITIGAÇÃO Fase de Construção Qualidade do ar 1. Perturbação da qualidade do ar devido ao

aumento de poeira e material particulado 2. Emissão de poluentes atmosféricos

provenientes dos escapes de veículos e da operação de equipamentos afectos à obra

1. Moderada 2. Baixa

1. Baixa 2. Negligenciável

Fase de Construção Ruido 3. Aumento de ruído local, proveniente do tráfego rodoviário associado ao Projecto

4. Aumento de ruído associado à movimentação e operação de máquinas e equipamentos

3. Moderada 4. Moderada

3. Baixa

4. Baixa

Fase de Construção Geologia e geomorfologia

5. Alterações geológicas resultantes de movimentos de terras

5. Baixa 5 Negligenciável

Fase de Construção Solos 6. Erosão dos Solos 7. Compactação do solo 8. Poluição dos solos

6. Moderada 7. Moderada 8. Baixa

6. Baixa 7. Baixa 8. Negligenciável

Fase de Construção Hidrologia 9. Alteração dos padrões de escoamento e das características da drenagem

10. Aumento localizado da carga de sedimentos

9. Moderada 10. Baixa

9. Baixa 10. Negligenciável

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FASE DO PROJECTO ASPECTO

IMPACTO POTENCIAL (AMBIENTE FÍSICO) SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO SEM

MITIGAÇÃO

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO COM

MITIGAÇÃO 11. Afectação da qualidade da água

superficial 11. Baixa

11. Negligenciável

Fase de Construção Gestão de Resíduos 12. Perturbação resultante da gestão inadequada de resíduos não perigosos

13. Perturbação resultante da gestão inadequada de resíduos perigosos

12. Baixa 13. Baixa

12. Negligenciável 13. Negligenciável

Fase de Operação Clima 14. Emissão de gases com efeito de estufa (GEE)

14. Alta 14. Alta

Fase de Operação Ruido 15. Emissão de ruído associado à operação do Projecto

15. Baixa 15. Negligenciável

Fase de Operação Geologia e geomorfologia

__ - -

Fase de Operação Solos 16. Erosão dos solos 17. Poluição dos solos

16. Moderada 17. Negligenciável

16. Baixa 17. Negligenciável

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FASE DO PROJECTO ASPECTO

IMPACTO POTENCIAL (AMBIENTE FÍSICO) SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO SEM

MITIGAÇÃO

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO COM

MITIGAÇÃO Fase de Operação Hidrologia 18. Perturbação das condições de drenagem

e escoamento superficial 19. Aumento da carga de sedimentos 20. Afectação da qualidade da água

superficial

18. Moderada 19. Baixa

20. Baixa

18. Baixa 19. Negligenciável 20. Negligenciável

Fase de Operação Gestão de resíduos 21. Perturbação resultante da gestão inadequada de resíduos

21. Baixa 21. Negligenciável

Fase de Desactivação Clima __ - -

Fase de Desactivação Qualidade do ar 22. Perturbação da qualidade do ar 22. Baixa 22. Negligenciável

Fase de Desactivação Ruido 23. Aumento dos níveis de ruído 23. Baixa 23. Negligenciável

Fase de Desactivação Geologia e geomorfologa __ __ -

Fase de Desactivação Solos 24. Alteração das características do solo (erosão, contaminação e compactação)

24. Moderada 24. Baixa

Fase de Desactivação Hidrologia 25. Perturbação das condições de drenagem 26. Aumento da carga de sedimentos

25. Baixa 26. Baixa

25. Negligenciável

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26

FASE DO PROJECTO ASPECTO

IMPACTO POTENCIAL (AMBIENTE FÍSICO) SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO SEM

MITIGAÇÃO

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO COM

MITIGAÇÃO 26. Negligenciável

Fase de Desactivação Gestão de resíduos 27. Perturbação resultante da gestão inadequada de resíduos

27. Baixa 27. Negligenciável

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Tabela 9. Impactos potenciais do Projecto no Ambiente Biótico (impactos potenciais positivos estão destacados em negrito)

FASE DO PROJECTO ASPECTO

IMPACTO POTENCIAL (AMBIENTE BIÓTICO) SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO SEM

MITIGAÇÃO

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO COM

MITIGAÇÃO Fase de Construção Habitats 28. Desmatamento e perda de habitats

29. Perturbação das terras húmidas 28. Moderada

29. Moderada

28. Baixa 29. Baixa

Fase de Construção Fauna 30. Interferência com a fauna na AID e na AII

30. Baixa 30. Negligenciável

Fase de Operação Habitats 31. Desmatamento e perda de habitats 31. Baixa 31. Baixa

Fase de Operação Fauna 32. Interferência com a fauna na AII 32. Baixa 32. Baixa

Fase de Desactivação Habitats, vegetação e fauna

33. Recuperação dos habitats, vegetação e fauna, em virtude da demolição de estruturas edificadas e desmontagem dos painéis solares e do equipamento associado

33. N/A 33. Baixa

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Tabela 10. Impactos potenciais do Projecto no Ambiente Socioeconómico (impactos potenciais positivos estão destacados em negrito)

FASE DO PROJECTO ASPECTO

IMPACTO POTENCIAL (AMBIENTE

SOCIOECONÓMICO)

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO SEM

MITIGAÇÃO

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO COM

MITIGAÇÃO Fase de Construção

Economia e emprego 34. Aumento dos impostos e das receitas

fiscais do Estado 35. Criação de emprego e melhoria das

condições de vida

34. Moderada

35. Moderada

34. Moderada 35. Moderada

Fase de Construção População e deslocação económica de pessoas

36. Perda de áreas de cultivo e de árvores de fruto e consequente redução da segurança alimentar e níveis de subsistência

37. Perda de acesso aos recursos naturais 38. Perda de infraestruturas auxiliares 39. Perda de lugares sagrados

36. Alta 37. Alta 38. Alta 39. Alta

36. Baixa 37. Baixa 38. Baixa 39. Baixa

Fase de Construção Estrutura social e cultural

40. Conflitos e tensão social no seio da comunidade (AID e AII) derivada da competição pelo acesso aos postos de trabalho

41. Conflitos e perturbação da organização comunitária e familiar pela presença de um contingente de mão-de-obra assalariada

40. Moderada

41. Baixa

40. Baixa

41. Negligenciável

Fase de Construção Infraestruturas e serviços públicos

42. Aumento do risco de acidentes de viação nas estradas e vias de acesso

43. Aumento da pressão sobre o uso dos serviços públicos e privados

42. Moderada 42. Baixa 43. Baixa

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FASE DO PROJECTO ASPECTO

IMPACTO POTENCIAL (AMBIENTE

SOCIOECONÓMICO)

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO SEM

MITIGAÇÃO

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO COM

MITIGAÇÃO 43. Baixa

Fase de Construção Saúde da comunidade: Infecções de Transmissão Sexual

44. Aumento dos casos de infecções de transmissão sexual, incluindo HIV-SIDA

44. Moderada 44. Baixa

Fase de Construção Saúde da comunidade: aspectos psico-sociais e modos de vida

45. Estabelecimento / aumento da prostituição e de situações de abuso de menores.

46. Aumento da criminalidade e outros comportamentos desviantes

45. Moderada

46. Moderada

45. Baixa 46. Baixa

Fase de Construção Saúde e Segurança Ocupacional

47. Possibilidade de ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais

47. Baixa 47. Negligenciável

Fase de Operação Economia 48. Aumento da disponibilidade de energia

em quantidade e qualidade em zonas da Região Norte do País

49. Incremento da Economia Local e Regional

50. Aumento dos impostos e das receitas fiscais do Estado

48. Alta

49. Alta

50. Moderada

48. Alta 49. Alta 50. Moderada

Fase de Operação Expectativas em relação ao emprego

51. Criação de expectativas sobre o acesso a energia elétrica

51. Moderada 51. Baixa

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FASE DO PROJECTO ASPECTO

IMPACTO POTENCIAL (AMBIENTE

SOCIOECONÓMICO)

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO SEM

MITIGAÇÃO

SIGNIFICÂNCIA DO

IMPACTO COM

MITIGAÇÃO Fase de Desactivação

Economia e emprego 52. Perda de postos de trabalho 52. Alta 52. Moderada

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MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

9.4.1 Definição de Medidas de Mitigação

As medidas de mitigação foram definidas para os impactos ambientais e sociais

identificados, sendo estas tecnicamente aceitáveis, praticáveis e custo-eficazes.

Os objectivos são: (a) evitar danos sociais ou ambientais desnecessários; (b)

salvaguardar recursos valiosos ou limitados; (c) proteger o Homem e o seu

ambiente social.

As medidas de mitigação poderão ser formuladas com base em práticas aplicáveis

à actividade em questão, abarcando, por exemplo, o seguinte:

Alterações em componentes específicas da actividade;

Controlos de engenharia e outras medidas de carácter técnico;

Planos e procedimentos operacionais (por exemplo: para gestão de resíduos

e para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores e/ou da comunidade).

GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL DO

PROJECTO

Como um princípio geral de gestão ambiental e social, o Projecto deve ser

implementado tendo em conta a necessidade de minimizar os seus potenciais

impactos negativos e maximizar os potenciais impactos positivos no ambiente

físico, biótico e social, assim como na saúde e segurança de todas as pessoas

envolvidas na sua implementação, e do público em geral. Para garantir o acima

indicado, foi produzido um Plano de Gestão Ambiental Social (PGAS), como parte

do ESIA.

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Os principais objectivos do PGAS são os seguintes:

Estabelecer um mecanismo de gestão ambiental e social, para garantir que

as medidas de mitigação dos impactos negativos e as medidas de

incrementação dos impactos positivos do “Projecto de Construção e

Operação de uma Central Solar Fotovoltaica de 30 MW no Distrito de

Cuamba, Moçambique”, identificados no EIAS, são implementadas;

Providenciar uma base para garantir às entidades reguladoras que os seus

requisitos no que diz respeito ao desempenho ambiental e social serão

cumpridos;

Providenciar um quadro de referência para auditorias ambientais de

conformidade e inspecções ambientais, que permita verificar os níveis de

desempenho ambiental e garantir que os compromissos inerentes ao

licenciamento ambiental são efectivamente cumpridos; e

Assegurar o cumprimento contínuo da legislação moçambicana, das

normas da IFC (International Finance Corporation) e das melhores práticas

ambientais e sociais aplicáveis ao sector de energia eléctrica a nível

nacional e internacional, e ao Projecto, em particular.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

O PGAS define papéis e responsabilidades para a implementação de medidas de mitigação, bem

como da monitoria ambiental. Assim, em caso de emissão da Licença Ambiental, o PGAS

constituirá parte integrante das obrigações contratuais do Proponente e dos seus contratados,

como uma forma de garantir que o Projecto seja implementado e gerido de uma forma

ambientalmente correcta e responsável.

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REVISÃO DO RELATÓRIO DO EIAS APÓS A

CONSULTA PÚBLICA

O REIAS e o PGAS serão revistos pelo Consultor, tendo e conta os contributos

das partes Interessadas e Afectadas (PIAs), conforme aplicável, antes da sua

entrega ao MITADER para revisão/aprovação.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DO

EIAS

A implementação do Projecto da Estação Fotovoltaica de 30 MW em Cuamba é

justificada pela necessidade de aumento da disponibilidade de energia eléctrica,

particularmente em zonas menos industrializadas, como é o caso do Norte de

Moçambique. A proporção da população da Província de Niassa com acesso à

electricidade é de aproximadamente 10%, o que reflecte a cobertura limitada da

rede de distribuição de energia eléctrica na Província. Torna-se, assim, evidente

a necessidade de expansão da rede eléctrica na região, como uma forma de

contribuir para o incremento do acesso à energia e para o desenvolvimento

económico relacionado.

O Projecto tem potencial para resultar em impactos no ambiente físico, biótico e

socioeconómico. Neste Relatório foi identificada uma série de impactos potenciais

do Projecto, tendo sido formuladas medidas de mitigação para os impactos

potenciais negativos e medidas de incrementação para os impactos potenciais

positivos.

O Projecto comporta um benefício acrescido, relacionado com o desenvolvimento

de energias renováveis. Projectos de energias renováveis, tais como projectos

que usam a energia solar como fonte de energia, têm sido alvo de uma atenção

cada vez maior por parte do Governo de Moçambique, o que está associado ao

facto de os mesmos não produzirem dióxido de carbono e outros gases com efeito

de estufa, à sua considerável eficiência energética e ainda por serem

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34

relativamente económicos a médio e longo prazos, entre outras vantagens,

quando comparados a projectos de energias não renováveis.

Impactos potenciais no ambiente físico, tais como o aumento da emissão de

poeiras e de gases de exaustão, ruído, tráfego, erosão, compactação do solo,

poluição do solo, escoamento superficial e carga de sedimentos em cursos de

água, são mais susceptíveis de ocorrer com maior intensidade durante a Fase de

Construção, mas podem também ocorrer nas fases de Operação e Desactivação.

A sua significância varia de baixa a negligenciável, com a implementação de

medidas de mitigação adequadas.

As principais fontes de resíduos irão resultar das actividades de Construção

(resíduos relacionados com as obras de construção) e Desactivação (caso as

estruturas da Central Fotovoltaica sejam desactivadas no fim do ciclo de vida do

Projecto, estimado em 25 anos); estes poderão incluir resíduos perigosos, tais

como resíduos de tintas, recipientes de combustíveis e de óleos usados de

transformadores, recipientes de lubrificantes e tintas, entre outros. Na Fase de

Operação, a maior parte dos resíduos serão “domésticos” e derivados de

actividades administrativas (papel, materiais de embalagem, etc.), produzidos

regularmente pelos trabalhadores do Projecto, mas poderão também incluir

resíduos não domésticos, tais como painéis fotovoltaicos danificados (que não

estão categorizados como resíduos perigosos), assim como outros componentes

danificados de materiais e equipamentos da Central. A gestão de resíduos em

Cuamba é um desafio a ser enfrentado pelo Proponente durante a implementação

do Projecto. O único local aprovado de disposição de resíduos no Município de

Cuamba é uma lixeira localizada no Bairro Mucuapa, ao longo da N13. A gestão

de resíduos perigosos constitui um desafio ainda maior, dado que no Distrito de

Cuamba, à semelhança de outros distritos/vilas de todo o País, existem limitações

técnicas na organização da recolha de resíduos e da sua deposição final, ao que

se associa a falta de recursos financeiros e humanos para a gestão adequada

deste tipo de resíduos. O Proponente irá priorizar o trabalho em coordenação com

a autoridade Municipal local, para assegurar a gestão adequada dos resíduos não

perigosos e perigosos do Projecto.

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Numa perspectiva do ambiente biótico, os impactos em terras húmidas no local

do Projecto resultantes da remoção de vegetação para o estabelecimento das

estruturas do Projecto é o impacto de maior relevância identificado no EIAS. O

nível de interferência das actividades do Projecto na integridade ecológica das

terras húmidas existentes irá depender de factores tais como a localização das

infraestruturas (layout do Projecto), tráfego de maquinaria e equipamento, assim

como de práticas de gestão de resíduos e de águas residuais. Nenhuma zona do

Distrito de Cuamba está incluída na lista das “Terras Húmidas Prioritárias para

Recomendação à Lista RAMSAR” ou na lista mais extensa da WWF -

Moçambique, constituída por 114 zonas de terras húmidas consideradas de

importância para conservação.

No que diz respeito à remoção de vegetação (principalmente machambas de

subsistência e mata arbustiva), é importante garantir que as estruturas do Projecto

são instaladas em áreas com os níveis mais altos de perturbação e que o abate

de árvores seja evitado, tanto quanto possível. Adicionalmente, todos os

trabalhadores e pessoal de apoio devem beneficial de acções de

consciencialização ambiental, com o foco na necessidade de minimização dos

impactos do Projecto nos habitats naturais, assim como na fauna e flora

associadas.

A água será necessária ao longo do ciclo de vida do Projecto, mas principalmente

durante a Fase de Construção (e também na Fase de Desactivação). No povoado

de Ningale (onde o Projecto se irá situar) as comunidades consomem água

imprópria, recorrendo a poços tradicionais abertos nas baixas, ou a água de

riachos. O Proponente deverá avaliar as opções de abastecimento de água que

possam ser adoptadas pelo Projecto, em coordenação com as autoridades

governamentais relevantes.

Estima-se que serão contratados 30 a 140 trabalhadores para a Fase de

Construção e 5 a 10 trabalhadores para a Fase de Operação. Entre as

comunidades locais (Ningale, Nassombe e Dez) existem expectativas elevadas

relativamente às oportunidades de emprego oferecidas pelo Projecto. Embora o

Proponente tenha manifestado a intenção de maximizar a contratação de força de

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trabalho local tanto quanto possível, é importante que tais expectativas sejam

geridas adequadamente, de modo a prevenir conflitos com a comunidade local.

Não existem habitações no local do Projecto, sendo o local usado

predominantemente para a prática de agricultura de subsistência. Numa

perspectiva socioeconómica, a deslocação económica e a consequente

necessidade de compensação e restauração dos modos de vida das 73

famílias que usam a área da Central Solar Fotovoltaica para a sua

sobrevivência (ou seja, a compensação pelo uso da terra agrícola, incluindo

culturas, árvores de fruto e pequenas estruturas usadas como “abrigos de

machamba” durante o cultivo) será o impacto mais significativo do Projecto. Não

será necessária a deslocação física de casas ou qualquer processo de

reassentamento relacionado.

No caso de se prosseguir com o Projecto, será necessário desenvolver e

implementar um Plano de Compensação e um Plano de Restauração dos Meios

de Subsistência, com as compensações a serem acordadas e pagas antes do

início das actividades de construção, para garantir o cumprimento da legislação

Moçambicana aplicável e dos Padrões de desempenho da International Finance

Corporation (IFC). Estes Planos deverão ser preparados por uma equipa de

consultores dedicada, certificada pelo MTA como “Consultor para a Elaboração

de Instrumentos de Ordenamento Territorial” e irá requerer consulta com as

comunidades afectadas e uma estreita coordenação com a autoridade relevante,

a Direcção Nacional de Ordenamento Territorial e Reassentamento (DINOTER),

representada ao nível provincial pela DPTA de Niassa.

O Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) realizado

para este Projecto (ERM, 2018) determinou a inexistência de questões

suficientemente significativas para impedirem o prosseguimento do Projecto. Esta

conclusão é validada pelo Consultor neste Relatório de EIAS. Deste modo, desde

que as medidas de mitigação definidas no Plano de Gestão Ambiental e Social

(PGAS) sejam implementadas na íntegra, os impactos potenciais no ambiente

físico, biótico e socioeconómico poderão ser reduzidos a níveis aceitáveis e o

Projecto poderá prosseguir.