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Patologia Inflamação Crônica

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  • Patologia

    Inflamação Crônica

  • • CONCEITO

    A inflamação crônica é a inflamação que possui duração prolongada (semanas a meses) em que a injúria tecidual e tentativas de reparo coexistem em variadas combinações. Pode surgir nas seguintes situações: a) infecções persistentes; b) doenças autoimunes e c) exposição prolongada a agentes po-tencialmente tóxicos.

    • CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

    Em contraste com a inflamação aguda - que é manifestada pelas mu-danças vasculares, edema e infiltração predominantemente neutrofílica -, a in-flamação crônica é caracterizada por: (1) infiltração com células mononucleares, que incluem macrófagos, linfócitos e células plasmáticas; (2) destruição tecidu-al, induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células inflamatórias; (3) tentativas de cura pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e, em particular, fibrose.

    • INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA

    Compreende um padrão diferente de inflamação crônica que é encontra-do em um número limitado de condições infecciosas e em algumas não infecci-osas. Um granuloma é resultado de um esforço celular para conter um agente agressor que é difícil de erradicar. Nessa tentativa, constantemente existe uma intensa ativação dos linfócitos T levando à consequente ativação dos macrófa-gos, que pode resultar em injúria aos tecidos normais.

    Apesar da Tuberculose ser o protótipo de doença granulomatosa, outras também são incluídas nesse perfil, como: Sarcoidose, Doença da arranhadura do gato, Linfogranuloma inguinal, Hanseníase, Brucelose, Sífilis, algumas infec-ções micóticas, reações de lipídios irritantes e algumas doenças autoimunes. O granuloma é um foco de inflamação crônica consistindo em uma agregação microscópica de macrófagos que são transformados em células epitelioides, rodeadas por um colar de leucócitos mononucleares (principalmente linfócitos e ocasionalmente plasmócitos).

    Nas secções de tecido normalmente coradas com hematoxilina-eosina, as células epitelioides têm um citoplasma granular rosa-claro com limites celu-

  • lares indistintos, frequentemente parecendo se fundir um com o outro. O núcleo é menos denso do que o dos linfócitos, oval ou alongado, e pode mostrar do-bras na membrana nuclear. Habitualmente, as células epitelioides se fundem para formar as células gigantes na periferia ou algumas vezes no centro dos granulomas. Elas têm uma grande massa de citoplasma contendo 20 ou mais pequenos núcleos arranjados ou perifericamente (célula gigante do tipo de Langhans) ou irregularmente (célula gigante do tipo corpo estranho).

    Existem dois tipos de granuloma, que diferem em suas patogêneses. I) Granulomas de corpo estranho - são incitados por corpos estranhos relativa-mente inertes. Tipicamente, se formam em torno de materiais tais como talco, suturas ou outras fibras que sejam grandes o suficiente para impedir a fagoci-tose por um único macrófago e não induzirem nenhuma resposta inflamatória ou imune. As células epitelioides e as células gigantes são depositadas na su-perfície do corpo estranho. O material estranho usualmente pode ser identifica-do no centro do granuloma. II) Granulomas imunes - causados por uma varie-dade de agentes capazes de induzir a resposta imune mediada por célula. Esse tipo de resposta imune produz os granulomas quando o agente agressor é fra-camente degradável ou particulado. Em tais respostas, os macrófagos englo-bam os antígenos das proteínas estranhas, as processam e apresentam os pep-tídeos aos linfócitos T antígeno-específicos, causando sua ativação. O protótipo do granuloma imune é aquele causado pela infecção por Mycobacterium tuber-culosis. Nessa doença, o granuloma é referido como tubérculo. Ele frequente-mente é caracterizado pela presença de uma necrose caseosa central.