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Resumo - A Norma Regulamentadora 12 (NR-12) Segurança no Trabalho em Máquinas e

Equipamentos existe desde 1978 cuja redação é dada pela publicação da Portaria 3.214 do

Ministério do Trabalho e Emprego. Em virtude do grande número de acidentes ocorridos no

Brasil a NR-12 passou por uma série de mudanças, as quais culminaram numa nova redação em

dezembro de 2010. Atualmente, o Brasil ocupa a 4ª posição no ranking mundial de acidentes no

trabalho. No segmento industrial de fabricação de fraldas os números de acidentes do trabalho

são elevados e requerem especial atenção por parte dos profissionais da segurança do trabalho no

intuito de aplicarem soluções eficazes para atenuação dos acidentes. A região Centro-Oeste é

responsável por 27% dos acidentes ocorridos no segmento supramencionado. Este artigo

apresenta de forma prática a metodologia empregada na elaboração da apreciação de riscos numa

linha de produção de fraldas localizada em Senador Canedo-GO. Depois de implementadas as

medidas propostas a indústria obteve redução de riscos nas máquinas superior a 99%.

Palavras-chave: Segurança de máquinas e equipamentos; HRN; Categoria de Segurança.

Abstract - Standard 12 (NR-12) regarding machinery and equipment safeness at work exists since

1978 and its redaction has been developed in relation to the decree 3.214 of the Ministry of Labor

and Employment.

Given the high number of accidents occurring in Brazil, the NR-12 standard has been modified

several times till a new redaction in December 2010.

Currently, Brazil is 4th in the world ranking of workplace accidents. In the industrial segment of

diapers manufacturing, the number of accidents at work are high and require special carefulness

from the professionals who work as part as the workplace security staff using effective solutions

in order to reduce the accidents. Midwest region of Brazil is responsible for 27% of the accidents

occurring in the segment mentioned above.

This article presents in a practical way the methodology employed in order to elaborate the risk

evaluation of a production line of diapers, located in Senador Canedo (GO).

After implementing the safety measures suggested, the industry has achieved a machine risk

reduction over 99%.

Key-words: Safety of machinery and equipment; HRN; Security Category.

Apreciação de riscos aplicada à segurança de máquinas e equipamentos de

fabricação de fraldas segundo requisitos da Norma Regulamentadora 12

(NR-12).

Joel Mário de Souza – [email protected]

Mateus Henrique Araújo Bandeira - [email protected]

1. INTRODUÇÃO

No Brasil o principal instrumento legal que regulamenta o trabalho é a Consolidação das Leis

Trabalhistas (CLT).

O artigo 192 determina que:

Art. 192: As partes móveis de quaisquer máquinas ou os seus acessórios (inclusive

correias e eixos de transmissão), quando ao alcance dos trabalhadores deverão ser

protegidas por dispositivos de segurança que os garantam suficientemente contra

qualquer acidente.

Apesar do artigo 192 da CLT ser de 1943 e exigir a proteção dos trabalhadores, a década de 60

e 70, marcada pelo crescimento econômico do país, alcançou altos indicies de acidentes o que

levou o Brasil a ser campeão mundial em acidentes do trabalho [13].

Segundo dados da Previdência Social (2001), em 1975 havia no país 12.996.796 trabalhadores

formais. Deste número, ocorreram 4.001 óbitos e 1.869.689 trabalhadores sofreram algum tipo de

acidente [13].

Frente a estes números alarmantes, o Governo Brasileiro aprovou a Lei 6.514 que alterou o

capítulo V do Título II da CLT referente à segurança e Medicina do Trabalho. Foram

estabelecidas regras gerais e concedeu ao Ministério do Trabalho a competência de estabelecer

disposições complementares ao seu capítulo V – Segurança e Medicina do Trabalho,

estabelecendo direitos e deveres de empregados e empregadores a fim de que seja garantido

trabalho seguro e saudável. (LEI N.º 6.514, 1977)

Deste modo, destacam-se os artigos 184, 186 e 200 da CLT que determinam:

Art. 184: As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida

e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho,

especialmente quanto ao risco de acionamento acidental.

Art. 186: O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e

medidas de segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à

proteção das partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas e

equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidas

de proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas.

Art. 200: Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às

normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou

setor de trabalho, especialmente sobre:

1- medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em

obras de construção, demolição ou reparos.

Observa-se que os artigos supramencionados remetem ao Ministério do Trabalho a missão de

estabelecer disposições complementares às normas como medidas de controle e prevenção de

acidentes no trabalho aos quais destacam especial cuidado nas proteções de partida e parada das

máquinas e equipamentos.

Em 1978 o Ministério do Trabalho por meio da Portaria Nº. 3.214 publicou diversas normas

regulamentadoras (NR’s), entre elas a NR-12 há época intitulada Máquinas e Equipamentos.

(Portaria N.º 3.214, 1978).

Ressalta-se que em 1983 a NR-12 sofreu alterações, porém pouco significativas, mantendo sua

redação generalista em complemento a CLT. (Portaria N.º 12, 1983).

Com estas ações o Brasil conseguiu reduzir as taxas de óbitos, num universo a cada 100 mil

trabalhadores, em 1975 de 30,78 para 26,49 em 1979 e em 1989 para 18,59. Apesar dos avanços

o número de mortes de trabalhadores ainda continuou elevado [13].

Segundo dados da Previdência Social, estima-se que 25% dos acidentes no trabalho ocorreram

em máquinas e equipamentos desprotegidos [13].

Diante do cenário de acidentes que ocorria no país de forma assimétrica, em detrimento dos

aspectos regionais em relação às condições de trabalho, na década de 90 os movimentos sindicais

patronais e de empregados com a participação do Governo formularam convenções coletivas de

trabalho específicas com o objetivo de exigir e orientar o cumprimento das boas práticas em

segurança de máquinas.

As convenções coletivas definiam, detalhadamente, os requisitos técnicos sobre sistemas de

segurança necessários a operação segura da máquina.

Ainda a própria sociedade de forma organizada por meio Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT) elaborou uma série de normas técnicas para segurança em máquinas e

equipamentos, tais como:

NBR 13536:1995 – Máquinas injetoras para plásticos e elastômeros — Requisitos técnicos

de segurança para o projeto, construção e utilização;

NBR 14009:1997 - Segurança de Máquinas — Princípios para apreciação de riscos;

NBR NM 273:2002 - Segurança de Máquinas — Dispositivos de intertravamento

associados a proteções — Princípios para projeto e seleção;

NBR 14152:1998 - Segurança de Máquinas — Dispositivos de comando bimanuais —

Aspectos funcionais e princípios para projeto.

Por meio das convenções coletivas foi possível que trabalhadores, empregadores e governo

alcançassem:

Aprovação da convenção n.º 144 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre

consultas tripartites para promover a aplicação das normas internacionais do trabalho por

meio do Decreto Legislativo n° 6, de 1989, bem como sua promulgação por meio do

Decreto n°2.518, de 12 de março de 1998;

Portaria n.º 2, de 10 de abril de 1996, que instituiu a Comissão Tripartite Paritária

Permanente — CTPP, com o objetivo de participar do processo de revisão ou elaboração

de regulamentação na área de Segurança e Saúde no Trabalho.

Com a aprovação da convenção 144 da OIT em 1989 e promulgação em 1998, o Ministério do

Trabalho instituiu a Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), instância que congrega:

Representantes do Governo

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); Fundação Jorge Duprat e Figueiredo

(FUNDACENTRO) e Previdência Social.

Representantes dos empregadores

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC);

Confederação Nacional do Transporte (CNT); Confederação Nacional das Instituições

Financeiras (CNF); Confederação Nacional da Indústria (CNI); Confederação da

Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Confederação Nacional da Saúde (CNS).

Representantes dos empregados

Central Única dos Trabalhadores (CUT); Força Sindical dos Trabalhadores (NCST);

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central dos Sindicatos

Brasileiros (CSB).

A CTPP elabora e atualiza as Normas Regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho a

fim de garantirem por meio do diálogo entre às partes o equilíbrio necessário entre os avanços

pretendidos e o custo de sua implementação.

Os resultados destas ações fizeram com que o número de óbitos no início do século XXI se

aproximasse de 11 a cada 100 mil trabalhadores. Apesar de parecer um grande avanço, quando se

avalia o mesmo período, a União Europeia e o Reino Unido tiveram taxas de óbitos menores do

que 3 a cada 100 mil trabalhadores. Segundo informações do Ministério Público do Trabalho, o

Brasil ocupa a quarta colocação no ranking mundial em acidentes do trabalho [14].

Frente ao exposto a CTPP reconheceu a necessidade de atualizar a NR-12 e a definiu como

prioridade a ser discutida.

O objetivo deste artigo é de apresentar uma metodologia para elaboração de apreciação de

riscos que apresente os resultados dos riscos antes e após a implementação dos projetos a fim de

validar a eficiência de cada ação proposta.

1.2 A “NOVA” NR-12

Em 17 de dezembro de 2010 foi aprovada a Portaria 197 que trouxe uma atualização completa

da NR-12.

A atual versão da NR-12 dada pela Portaria MTb n.º 326 de 14 de maio de 2018 é composta por

156 itens e 12 anexos que juntos totalizam 115 páginas, volume bem superior à antiga redação

que tinha 05 páginas e 30 itens.

Embora possa causar espanto tamanha evolução, vale ressaltar que a NR-12 foi elaborada com

base na Diretiva 2006/42/CE, norma europeia que trata de segurança em máquinas.

Observa-se que apesar da nova redação ter sido aprovada pela bancada patronal, empregados e

governo de forma unânime, parte dos empregadores tem se manifestado contrariamente à redação

da NR-12 e forçando o Senado a sustar a portaria 197 de 2010, como é o caso do projeto de Lei

N.º 43/2015 apresentado pelo Senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB) ainda sob consulta

pública no site do Senado Federal [17].

Cabe mencionar que o número de acidentes de trabalho que envolve máquinas e equipamentos

no Brasil é assustador conforme evidencia a Tabela 1.

Tabela 1 - Acidentes com máquinas e equipamentos registrados

2011 2012 2013 2014 2015

Fraturas 13.572 15.481 12.881 14.712 11.984

Amputações 4.771 4.617 4.317 4.272 3.294

Óbitos 210 186 205 209 184

[13]

Observa-se que de 2011 a 2015 a média de óbitos anual é 199, o que se equivale ao maior

acidente aéreo brasileiro ocorrido em 2007 que deixou 199 mortos [15].

1.3 PRINCIPAIS REQUISITOS DA NR-12

A NR-12 define referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para

garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a

prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e

equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição

e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do

disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR aprovadas pela Portaria n.º 3.214, de 8 de

junho de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omissão destas, nas normas

internacionais aplicáveis [13].

Conforme mencionado no item 1.2, a NR-12 é composta por dezenas de requisitos e, portanto,

não convém explicitar um a um neste artigo. No entanto, destacam-se os mais relevantes

considerados neste estudo de caso:

Deve ser elaborada Apreciação de Riscos da máquina e equipamento;

Todas as zonas de perigo da máquina devem ser protegidas de modo a evitar contato

acidental das pessoas;

Se a zona de perigo da máquina for acessada apenas uma vez no mesmo turno de trabalho

pode ser aplicada uma proteção fixa, caso contrário, deve ser aplicado proteção móvel que

disponha de categoria de segurança aplicável;

As máquinas devem ser aterradas;

Os dispositivos de comando devem estar em extra baixa tensão (máximo de 25 VCA ou 60

VCC);

É proibido utilização de chaves faca, partida e parada que permite o reinício da máquina

automaticamente;

A máquina deve possuir no mínimo um dispositivo de parada de emergência;

O circuito elétrico do dispositivo de partida e parada, inclusive emergência deve ser

redundante; e

Os colaboradores devem ser capacitados.

O organograma representado na Figura 1 apresenta a estrutura da NR-12.

Figura 1 - Organograma da NR-12

Fonte: próprio autor, 2018.

2 ANÁLISE DE ACIDENTES NA INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE

FRALDAS DESCARTÁVEIS

Por meio da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), é possível obter dados

dos acidentes do trabalho por atividade econômica. Trata-se de um instrumento de padronização

brasileira utilizada pelos órgãos de administração tributária a qual é aplicada a todos os agentes

econômicos de bens e serviços. São regulamentadas pela publicação no Diário Oficial da União

(DOU) Resolução IBGE/CONCLA n.º 01 de 04 de setembro de 2006 e n.º 2 de 15 de dezembro

de 2006 [16].

O segmento da indústria de fraldas, objeto deste estudo, tem a CNAE definida conforme

descrito no Quadro 1.

NR-12

19 - Tópicos 156 Itens

12 - Anexos

8 - Áreas técnicas específicas

3 - Anexos de apoio

1 - Conteúdo programático

05 - Notas Técnicas DSST/SIT

N.º 48/2016; N.º 179/2016; N.º 253/2016; N.º 254/2016 e N.º

02/2017.

01 - Instrução Normativa DSST/SIT

N.º 129/2017

.

Quadro 1 - Hierarquia CNAE

Seção: C

INDÚSTRIAS DE

TRANSFORMAÇÃO

Divisão: 17

FABRICAÇÃO DE

CELULOSE, PAPEL E

PRODUTOS DE PAPEL

Grupo: 174

FABRICAÇÃO DE

PRODUTOS DIVERSOS DE

PAPEL, CARTOLINA,

PAPEL-CARTÃO E

PAPELÃO ONDULADO

Classe: 1742-7

FABRICAÇÃO DE

PRODUTOS DE PAPEL

PARA USOS DOMÉSTICO

E HIGIÊNICO-SANITÁRIO

Subclasse: 1742-7/01

FABRICAÇÃO DE

FRALDAS

DESCARTÁVEIS

Fonte: IBGE, 2018.

Portanto, a indústria objeto do estudo de caso se enquadra na CNAE 1742-7 (Fabricação de

Fraldas Descartáveis).

O anuário estatístico de acidentes do trabalho publicado pelo Ministério da Fazenda desde o

ano 2000, na sua mais recente versão (2016), apresenta, entre outros, dados sobre acidentes do

trabalho associados às suas principais consequências por atividade econômica e a localização

geográfica da respectiva ocorrência.

O Gráfico 1 apresenta o número de acidentes do trabalho nos anos de 2014, 2015 e 2016 para a

atividade econômica de fabricação de fraldas.

Gráfico 1 - Número de acidentes do trabalho (2014-2015-2016) CNAE-1742

[1]

Do Gráfico 1 é possível observar que em 2015 o número de acidentes aumentou 13% se

comparado a 2014. Por outro lado, em 2016 os acidentes diminuíram 17% em relação a 2014.

Considerando-se que a economia impacta diretamente na cadeia produtiva, infere-se que a queda

dos acidentes em 2016 pode estar associada a diminuição da produção e a consequente queda do

número de trabalhadores empregados.

Para este mesmo segmento industrial, isto é, fabricação de fraldas, o Gráfico 2 apresenta, em

porcentagem, a participação no número de acidentes do Centro-Oeste em relação as demais

regiões e do país e de Goiás em relação ao Centro-Oeste.

574 582

478

0

100

200

300

400

500

600

700

Acidentes do Trabalho - CNAE 1742

2014 2015 2016

Gráfico 2 - Participação no número de acidentes em 2016 - Brasil/Centro-Oeste/Goiás CNAE 1742-7

Fonte: Anuário Estátistico de Acidentes do Trabalho, 2018.

De acordo com o Gráfico 2, pode-se concluir que o número de acidentes para o segmento

industrial de produção de fraldas tem grande participação da região Centro-Oeste, isto é, 27% em

relação ao número total de acidentes ocorridos no país. Não obstante esta análise, verifica-se que

o estado de Goiás é responsável por quase todos os acidentes ocasionados neste setor, no caso,

representado por 98% do número total de acidentes ocorridos na região Centro-Oeste.

Face ao exposto fica evidente a necessidade de ações de prevenção e mitigação das causas dos

acidentes oriundas na respectiva atividade econômica.

3 METODOLOGIA

A metodologia a ser empregada no atendimento a NR-12 é descrita no fluxograma da Figura 2.

Em vistas do objetivo deste trabalho que se concentra na elaboração da apreciação de riscos, os

demais itens não serão explorados, contudo, cada item tem o seguinte significado:

INVENTÁRIO

O inventário é requisito obrigado e deve ser elaborado por profissional qualificado ou

legalmente habilitado, estando sempre atualizado com informações de identificação por

tipo, capacidade, sistemas de segurança e localização esquemática.

APRECIAÇÃO DE RISCOS (INICIAL)

Deve ser elaborado por profissionais legalmente habilitados no qual o processo

completo que compreende a análise de risco e a avaliação de risco do cenário atual das

máquinas. Apresentando os perigos da máquina com informações qualitativas e

quantitativa dos riscos e categoria de segurança para cada função de segurança.

PROJETOS DE SEGURANÇA MECÂNICA E ELÉTRICA

Os projetos de segurança devem ser elaborados por profissionais legalmente

habilitados, os quais devem considerar a apreciação de riscos da máquina. É composto

pelos diagramas, memoriais descritivos, cálculos etc. São orientados pelas normas

técnicas nacionais vigentes e nas internacionais aplicáveis com o objetivo de reduzir o

risco de forma adequada.

IMPLEMENTAÇÃO DOS PROJETOS

Etapa de aplicação dos projetos de segurança, isto é, seguindo-se o que foi proposto nos

projetos, implementa-se sem desvios obedecendo criteriosamente todas as

especificações técnicas.

APRECIAÇÃO DE RISCOS (VALIDAÇÃO)

Igualmente a apreciação de riscos inicial, contudo, tem como principal objetivo validar

se as medidas propostas e implementadas obtiveram êxito na redução adequada do

risco, por isso, é comumente utilizado a comparação numérica do risco final com o

inicial.

CAPACITAÇÃO

Os operadores devem ser capacitados na operação segura da máquina conforme

requisitos do Anexo II da NR-12 que entre outros aspectos preparam os trabalhadores

no conhecimento de aplicação dos sistemas de segurança implementados na máquina.

Figura 2 - Fluxograma atendimento NR-12

Fonte: próprio autor, 2018.

Inventário

Apreciação de Riscos (inicial)

Projetos de Segurança Mecânica e Elétrica

Implementação dos Projetos

Apreciação de Riscos (validação)

Capacitação

Todas as etapas descritas no fluxograma são de fundamental importância no processo de

adequação de máquinas e equipamentos, todavia, o objetivo deste trabalho se limita a exposição

das metodologias empregadas na elaboração da Apreciação de Riscos.

Apreciação de Riscos

Para o desenvolvimento da apreciação de riscos, utiliza-se a NBR ISO 12100:2013 - Segurança

de máquinas — Princípios gerais de projeto — Apreciação e redução de riscos. A Figura 3

apresenta um fluxograma extraído da referida norma que orienta os passos e procedimentos para

elaboração da apreciação de riscos.

Figura 3 - Fluxograma Apreciação de Riscos

[2]

Para a estimativa e avaliação dos perigos é comumente utilizado o método HRN – Hazard

Rating Number (Número de Avaliação de Perigos). Mundialmente reconhecido, o HRN é

frequentemente usado na apreciação de riscos de máquinas e equipamentos, classificando os

riscos de raro a extremo.

Os parâmetros utilizados por este método são:

A probabilidade de ocorrência (LO) de estar em contato com o risco

A frequência de exposição ao risco (FE)

O grau de severidade do dano (DPH)

O número de pessoas exposta ao risco (NP)

Onde o HRN encontrado é estabelecido através da expressão matemática abaixo:

HRN = LO X FE X DPH X NP

Os parâmetros utilizados por este método, bem como suas variáveis estão elencados na Tabela

2.

Tabela 2 - Parâmetros do método HRN e suas variáveis

Parâmetros Utilizados pelo Método HRN (Hazard Rating Number)

1

Probabilidade de Ocorrência (LO)

0,033 Quase impossível Pode ocorrer em circunstâncias extremas

1 Altamente improvável Mas pode ocorrer

1,5 Improvável Embora concebível

2 Possível Mas não usual

5 Alguma chance Pode acontecer

8 Provável Sem surpresas

10 Muito provável Esperado

15 Certeza Sem dúvida

2

Frequência da Exposição (FE)

0,5 Anualmente

1 Mensalmente

1,5 Semanalmente

2,5 Diariamente

4 Em termos de hora

5 Constantemente

3

Grau de Possível Lesão (DPH)

0,1 Arranhão / Escoriação

0,5 Dilaceração / corte / enfermidade leve

1 Fratura leve de ossos - dedos das mãos / dedos dos pés

2 Fratura grave de ossos - mão / braço / perna

4 Perda de 1 ou 2 dedos das mãos / dedos dos pés

8 Amputação de perna / mão, perda parcial da audição ou visão.

10 Amputação de 2 pernas ou mãos, perda parcial da audição ou visão em ambos

ouvidos ou mãos.

12 Enfermidade permanente ou crítica

15 Fatalidade

4

Número de Pessoas sob Risco (NP)

1 1 - 2 pessoas

2 3 - 7 pessoas

4 8 - 15 pessoas

8 16 - 50 pessoas

12 Mais do que 50 pessoas

A Tabela 3 apresenta o grau de risco e o range de perigo que pode ser calculado.

Tabela 3 - Grau de risco e range de perigo

HRN Risco Comentário

0 - 1 Raro Apresenta um nível de risco muito pequeno.

1 - 5 Baixo Apresenta um nível de risco a ser avaliado.

5 - 50 Atenção Apresenta riscos em potencial.

50 - 100 Significativo Apresenta riscos que necessitam de medidas de segurança no prazo

máximo de uma semana.

100 - 500 Alto Apresenta riscos que necessitam de medidas de segurança no prazo

máximo de um dia.

> 500 Extremo Apresenta riscos que necessitam de medidas de segurança

imediata.

Utilizando-se deste método chega-se a um range de risco de 0,00165 representando o nível de

risco mais baixo possível classificado como raro ou > 500 representando o nível de risco mais

alto possível classificado como extremo.

Conforme requisitos da NR-12, faz-se necessário atribuir categoria de segurança para cada

máquina/equipamento, portanto, utiliza-se a NBR 14153 - Segurança de máquinas — Partes de

sistemas de comando relacionados à segurança — Princípios gerais para projeto.

A Figura 4 apresenta fluxograma de como definir a categoria de segurança.

Figura 4 - Seleção de categoria

S - Severidade do ferimento

S1 - Ferimento leve (normalmente reversível)

S2 - Ferimento sério (normalmente

irreversível) incluindo morte

F - Frequência e/ou tempo de exposição ao

perigo

F1- Raro a relativamente frequente e/ou baixo

tempo de exposição

F2- Frequente a contínuo e/ou tempo de

exposição longo

P- Possibilidade de evitar o perigo

P1- Possível sob condições específicas

P2 - Quase nunca possível

B, 1 a 4 Categorias para partes relacionadas

à segurança de sistemas de comando

Categorias preferenciais para pontos de

referência.

Categorias possíveis que requerem

medidas adicionais.

Medidas que podem ser

superdimensionadas para risco relevante.

[6]

S1

P1

F1

P2

S2

P1

F2

P2

Categoria

B 1 2 3 4

4 ESTUDO DE CASO

Com base na metodologia apresentada no item 3, aplicou-se o desenvolvimento da apreciação

de riscos antes e após as adequações numa linha de produção de fraldas localizada numa indústria

em Senador Canedo-GO, região metropolitana de Goiânia.

Foi criado um fichamento para identificação da máquina, número de funcionários, limites de

uso, espaço, tempo e outros limites conforme ilustrado abaixo.

4.1 RESULTADOS DA MÁQUINA

Tabela 4 - Identificação das Características Gerais da Máquina e Equipamento

Marca/ Modelo: XXXXXX Nº de série/TAG: 146-2017-re

Aplicação da máquina ou equipamento: O equipamento é utilizado para fabricação de

fraldas

Quantidade de funcionários: 01 (OPERADOR)

Limites de uso: Utilizado por equipe de operação

Limites de espaço: Espaço destinado a pessoas que interagem com a máquina, tanto em

operação como em manutenção.

Limites de tempo: O limite de vida da máquina irá depender de manutenção preventiva

evitando o desgaste de peças e componentes mecânicos

Outros limites: As áreas de circulação devem ser devidamente demarcadas e em

conformidade com as normas técnicas oficiais.

Figura 5 – Linha Fraldas

4.2 IDENTIFICAÇÕES DO(S) PERIGO(S) E ESTIMATIVA DO(S) RISCO(S)

Foram realizados levantamentos e identificação dos perigos e potenciais consequências

conforme Tabela 5.

Tabela 5 - Levantamento e Identificação dos Perigos e Potenciais Consequências

Perigos

Tipos ou grupo Origem Potenciais consequências

Perigos Mecânicos

- Elementos rotativos, cantos vivos;

- Aproximação de um elemento móvel a

uma parte fixa;

- Queda de objetos;

- Altura a partir do solo;

- Queimadura;

- Partes Cortantes.

- Esmagamento;

- Corte ou mutilação;

- Enroscamento;

- Escorregamento, tropeço

e queda;

- Impactos;

- Aprisionamento.

Perigos

Ergonômicos

- Exigência de postura;

- Atividade repetitiva, esforços;

- Localização dos comandos, postura;

- Acessos inadequados;

- Visibilidade.

- Desconforto;

- Fadiga;

- Distúrbios músculo

esqueléticos;

- Estresse.

Materiais,

Substâncias perigosas

- Aerossóis;

- Poeira;

- Misturas;

- Explosivos;

- Inflamáveis.

- Dificuldades para

Respiração;

- Asfixia;

- Infecções;

- Sensibilização.

Perigos Ligados a

Ruído

- Processos de produção;

- Partes móveis;

- Peças rotativas;

- Ruídos pneumáticos.

- Desconforto;

- Perda permanente de

audição;

- Estresse, Cansaço;

- Zumbido.

Perigos associados com

o ambiente no qual a

máquina é utilizada

- Temperatura;

- Poeira;

- Neblina;

- Poluição.

- Asfixia;

- Queda ou

escorregamento;

- Desidratação;

- Desconforto

Perigos Elétricos

- Curto circuito;

- Falta de aterramento;

- Arcos.

- Choque elétrico;

- Queimadura;

- Fatalidade. [12]

4.3 COMPARATIVO ANTES E APÓS AS ADEQUAÇÕES

Em virtude da extensão de informações geradas na apreciação de riscos, abaixo, serão

apresentados três exemplos dos resultados das adequações, isto é, qual o nível do risco existia e

qual risco residual ficou depois de aplicados os projetos de segurança.

Após as adequações - Famecanica (posterior)

Antes das adequações – Famecanica (posterior)

Partes móveis (correias, polias) expostas.

Partes móveis (correias, polias) expostas.

HRN - Antes das adequações

Pontuação LO FE DPH NP HRN

10 5 15 1 750

Legenda Muito Provável Constantemente Fatalidade 1 - 2 Extremo

Proteção das partes móveis e adição de passarela

demarcada

Proteção das partes móveis e sinalização

Pontos LO FE DPH NP HRN Classificação do risco

Partes

móveis 0,033 5 0,5 1 0,0825 RARO

Antes das adequações – Coleiro canais de aquecimento

Sinalização em inglês.

Líquido (cola) superaquecida (fácil acesso).

Desorganização e exposição dos condutores de cola

superaquecida em local de circulação de pessoas.

Desorganização e exposição dos condutores de cola

superaquecida em local de circulação de pessoas.

HRN - Antes das adequações

Pontuação LO FE DPH NP HRN

8 1,5 12 1 144

Legenda Provável Semanalmente Enfermidade P. 1 - 2 Alto

Após as adequações – Coleiro canais de aquecimento

Proteção fixa para impedir o acesso as zonas de perigo.

Sinalização em língua vernácula (português).

Proteção dos condutores de cola quente através de passarela demarcada sobre o piso.

Pontos LO FE DPH NP HRN Classificação do risco

Superfícies aquecidas

e cola quente 0,033 1,5 12 1 0,594 RARO

HRN - Antes das adequações

Pontuação LO FE DPH NP HRN

2 1,5 2 1 6

Legenda Possível Semanalmente Fratura grave de

ossos mão braço 1 - 2 Atenção

Antes das adequações - Exaustores

Proteção fixa parcial que permite acesso a zona de

perigo (movimento da correia).

Proteção fixa parcial que permite acesso a zona de perigo

(movimento da correia).

Proteção fixa parcial que permite acesso a zona de

perigo (movimento da polia).

Proteção fixa parcial que permite acesso a zona de perigo

(movimento do eixo).

Após as adequações - Exautores

Proteção fixa completa da coreia.

Proteção fixa completa da correia.

Proteção fixa completa do eixo.

Proteção fixa completa do eixo.

Pontos LO FE DPH NP HRN Classificação do risco

Partes

móveis 0,033 1,5 2 1 0,09 RARO

4.4 SELEÇÃO DA CATEGORIA DE SEGURAÇA

Por meio da metodologia de seleção de categoria (ABNT NBR 14153) explicitada no

capítulo 3, obteve-se a categoria de segurança indicada na Figura 6.

Figura 6 - Seleção de Categoria 3

[6]

4.5 SÍNTESE (COMPLETO) HRN ANTES E APÓS AS ADEQUAÇÕES

O Quadro 2 apresenta os resultados de todas as adequações realizadas na linha de produção de

fraldas. Os itens 1, 2 e 3 foram os exemplificados no subcapítulo 4.3. Na coluna “Máquina” estão

descritos todas ás máquinas que compõem a linha de fraldas objeto deste estudo. Para cada

máquina é possível ter um ou mais pontos de riscos. A coluna HRN se divide em “Inicial” e

“Final” que significam o valor de risco (vide capítulo 3) antes e após, respectivamente, às

implementações dos projetos. A coluna “Redução HRN” mostra, em porcentagem, o quanto o

risco foi reduzido, dado pela seguinte equação: 100 - (HRNfinal/HRNinicial) x 100. Ao final é

apresentada a “Média(ponderada) da redução do risco”, ou seja, no universo de 81 pontos de perigos

analisados, a média da redução do risco foi de 99,90%, valor obtido pela seguinte equação:

Média(ponderada) = (HRNfinal1 + HRNfinal2 + HRNfinal3 +.... +HRNfinal81) / 81.

Quadro 2- Resultados (completo) HRN antes e após adequações

Item Máquina HRN Redução

HRN Inicial Final

1 Famecanica (posterior) 750 0,0825 99,989%

2 Coleiro canais de aquecimento 144 0,594 99,588%

3 Exaustores 6 0,09 98,500%

4 Moinho de Celulose - Cabine Acústica (meios de

acesso)

480 0,082 99,983%

480 0,082 99,983%

300 0,082 99,973%

5 Moinho de Celulose - Cabine Acústica (parte

interna)

6,3 0,05 99,206%

240 0,05 99,979%

12,5 0,05 99,600%

256 0,05 99,980%

10 1,875 81,250%

5 3 40,000%

40 12 70,000%

6 Moinho de Celulose - Cabine Acústica (parte

superior)

40 0,083 99,793%

10 0,083 99,170%

7 Região A - Parte Frontal - Inline

4 4 0,000%

256 0,066 99,974%

64 0,066 99,897%

8 Região B - Parte Frontal - Inline 256 0,066 99,974%

320 0,066 99,979%

9 Região C - Parte Frontal - Inline 256 0,066 99,974%

10 Região D - Parte Frontal - Inline

4 4 0,000%

256 0,066 99,974%

320 0,066 99,979%

11 Região E e F - Parte Frontal - Inline

4 4 0,000%

256 0,066 99,974%

64 0,066 99,897%

320 0,066 99,979%

12 Região G - Parte Frontal – Inline

4 4 0,000%

320 0,066 99,979%

256 0,066 99,974%

13 Região H - Parte Frontal - Inline

4 4 0,000%

256 0,066 99,974%

64 1,056 98,350%

256 0,066 99,974%

14 Região I - Parte Frontal - Inline

4 4 0,000%

256 0,066 99,974%

64 1,056 98,350%

256 0,066 99,974%

15 Região J - Parte Frontal - Inline 256 0,066 99,974%

256 0,066 99,974%

16 Parte posterior – Inline

480 0,024 99,995%

10 1,5 85,000%

480 0,024 99,995%

64 12 81,250%

17 Parte posterior Externa 256 0,024 99,991%

18 Esteira de Descarte 256 0,066 99,974%

256 4 98,438%

19 Região K - Parte Frontal - Inline

4 4 0,000%

320 0,066 99,979%

256 32 87,500%

20 Região K - Parte posterior - Inline

4 4 0,000%

320 0,066 99,979%

64 1,056 98,350%

21 Região L - Parte Frontal - Inline

4 4 0,000%

320 0,066 99,979%

256 32 87,500%

22 Região L - Parte posterior - Inline

4 4 0,000%

320 0,066 99,979%

256 0,066 99,974%

23 Região M - Parte Frontal - Inline 256 0,066 99,974%

320 0,066 99,979%

24 Região M - Parte posterior - Inline

8 0,066 99,175%

256 0,066 99,974%

320 0,066 99,979%

25 Região M - Parte Lateral -Inline 4 4 0,000%

256 0,066 99,974%

26 Região N - Parte Frontal - Inline

4 4 0,000%

256 32 87,500%

320 0,066 99,979%

27 Região N - Parte posterior - Inline 256 0,066 99,974%

320 0,066 99,979%

28 Coleiro

16 0,264 98,350%

16 0,066 99,588%

2,5 2,5 0,000%

5 0,041 99,180%

29 Filtro Rotativo - Meios de Acesso 5 5 0,000%

30 Filtro Rotativo

64 12 81,250%

320 0,066 99,979%

150 0,999 99,334%

240 41 82,917%

Média(ponderada) da redução do risco 99,90%

Fonte: Próprio autor, 2018.

5 CONCLUSÃO

A NR-12 é um marco histórico no Brasil que tem por objetivo prevenir acidentes dos

trabalhadores que operam máquinas e equipamentos. O atual cenário brasileiro informa que o

país é um dos campeões mundiais em número de acidentes. Dados do Ministério do Trabalho e

Emprego juntamente com a Previdência Social apontam que 25% de todos os acidentes no

trabalho são provenientes de máquinas e equipamentos inseguros.

A nova redação da NR-12 está alinhada com os padrões internacionais, como é o caso da

Diretiva de Máquinas 2006/42/CE, bem como, vem ao encontro dos anseios da OIT.

A aplicação da NR-12 é relativamente complexa e requer a adoção de um planejamento que

perpasse por fases de execução. Entre elas, o ponto de partida é a elaboração da apreciação de

riscos.

Entre os segmentos de indústrias existentes, este artigo destacou o de fabricação de fraldas,

apresentando os números de acidentes do trabalho dessa atividade no Brasil, região Centro-Oeste

e no estado de Goiás.

A partir da apreciação de riscos foi possível observar que os resultados iniciais apontaram para

diversos pontos de perigos, inclusive, alcançando níveis extremos. Após implementados os

projetos de segurança mecânica e elétrica, os riscos foram reduzidos para níveis aceitáveis, a fim

de proporcionar um ambiente de maior segurança a integridade física do trabalhador.

Convém destacar que os resultados obtidos neste trabalho são altamente relevantes, pois,

demonstraram uma redução dos riscos superiores a 99%. Sabe-se que, embora os riscos possam

ser reduzidos, não é praticável sua redução em 100% em virtude dos diversos fatores humanos

envolvidos no processo. No entanto, ao se obter dados tão expressivos, entende-se que os

requisitos legais da NR-12 proporcionam uma proteção extremamente satisfatória aos

trabalhadores, reduzindo drasticamente a possibilidade de acidentes em máquinas e

equipamentos.

Por fim, cabe destacar que o processo de adequação à NR-12 é um ciclo contínuo, isto é, não se

encerra na implementação dos projetos. Sua atualização deve ser constante, por meio de

verificações rotineiras na busca por soluções viáveis e eficazes.

6 BIBLIOGRAFIA

[1] Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT 2016 / Ministério da Fazenda [et

al.]. – vol. 1 (2009) –. – Brasília: MF, 2016. 992 p.

[2] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 12100:2013 - Segurança de

máquinas - Princípios gerais para projeto – Apreciação e redução de riscos.

[3] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR NM 272:2002 - Segurança

de máquinas - Proteções - Requisitos gerais para o projeto e construção de proteções fixas e

móveis

[4] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR NM 273:2002 - Segurança

de máquinas - Dispositivos de intertravamento associados a proteções - Princípios para projeto e

seleção.

[5] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 13759:1996 - Segurança de

máquinas - Equipamentos de parada de emergência - Aspectos funcionais - Princípios para

projeto.

[6] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 14153:2013 - Segurança de

máquinas - Partes de sistemas de comando relacionados à segurança - Princípios gerais para

projeto.

[7] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 14154:1998 - Segurança de

máquinas - Prevenção de partida inesperada.

[8] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 7195:1995 - Cores para

segurança.

[9] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR NM ISO 13852:2003 -

Segurança de máquinas - Distâncias de segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos

membros superiores.

[10] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR NM ISO 13853:2003 -

Segurança de máquinas - Distâncias de segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos

membros inferiores.

[11] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR NM ISO 13854:2003 -

Segurança de máquinas - Folgas mínimas para evitar esmagamento de partes do corpo humano.

[12] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comissão Nacional de

Classificação. Disponível em: https://concla.ibge.gov.br/busca-online-

cnae.html?subclasse=1742701&tipo=cnae&versao=9&view=subclasse (acesso em 23 de agosto

de 2018).

[13] Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). NR 12 - Segurança no Trabalho em

Máquinas e Equipamentos.

[14] Ministério Público do Trabalho (MPT). Brasil é quarto lugar no ranking mundial de

acidentes de trabalho. Disponível em: https://portal.mpt.mp.br/wps/portal/portal_mpt/mpt/sala-

imprensa/mpt-noticias/7441f527-ad53-4a0a-901f-66e40f1a1cae (acesso em 28 de agosto de

2018).

[15] O Globo. Maior desastre aéreo do país, acidente Airbus da TAM mata 199 em

Congonhas. Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/maior-desastre-aereo-

do-pais-acidente-do-airbus-da-tam-mata-199-em-congonhas-21586929 (acesso em 29 de agosto

de 2018).

[16] Receita Federal. Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Disponível em:

http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/cadastros/cadastro-nacional-de-pessoas-

juridicas-cnpj/classificacao-nacional-de-atividades-economicas-2013-cnae/apresentacao (acesso

em 23 de agosto de 2018).

[17] Senado Federal. Consulta Pública PDS 43/2015. Disponível em:

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=120458 (acesso em 29 de agosto

de 2018).