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RESUMO EXECUTIVO Este relatório pretende caracterizar o mercado australiano de vestuário e apresentar, aos empresários catarinenses da moda, oportunidades em diversos segmentos. Para isso, apresenta, sucintamente, um estudo desenvolvido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX - Brasil) e outro desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de confecção (ABIT) - ambos sobre o potencial do mercado australiano. Este relatório atenta para as oportunidades que existem no mercado australiano para os mais diversos segmentos da indústria brasileira de vestuário. Além disso, discute os desafios existentes frente aos concorrentes internacionais.

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RESUMO EXECUTIVO

Este relatório pretende caracterizar o mercado australiano de vestuário e apresentar, aos empresários catarinenses da moda, oportunidades em diversos segmentos. Para isso, apresenta, sucintamente, um estudo desenvolvido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX - Brasil) e outro desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de confecção (ABIT) - ambos sobre o potencial do mercado australiano.

Este relatório atenta para as oportunidades que existem no mercado australiano para os mais diversos segmentos da indústria brasileira de vestuário. Além disso, discute os desafios existentes frente aos concorrentes internacionais.

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AUSTRÁLIA: UMA APOSTA BRASILEIRA?

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA MENSAL

Setor:

VESTUÁRIO

Tópico:

Mercado Internacional

Tema:

Características de mercado

Autor:

Maria Gorete Hoffmann

Pesquisadora:

Pollyne Marcondes

Coordenação de Pesquisa:

Pollyne Marcondes

Revisão:

Bruna Carolina Santos da Silva

Abril de 2011

Vestuário

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���� Caracterização do mercado australiano de vestuário;

���� Potencial do mercado australiano de vestuário;

���� Oportunidades de exportação.

Tópicos-Chave

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................4

A AUSTRÁLIA ........................................................................................................5

A INDÚSTRIA AUSTRALIANA DE VESTUÁRIO ........................................................7

FORNECEDORES DE VESTUÁRIO PARA A AUSTRÁLIA EM 2009 .............................9

IMPORTAÇÕES ORIGINÁRIAS DO BRASIL ...........................................................11

EXPORTAÇÕES DE VESTUÁRIO AUSTRALIANO.....................................................13

ASPECTOS RELEVANTES DO MERCADO ................................................................14

TRATAMENTO TARIFÁRIO E IMPOSTOS INCIDENTES ..........................................17

OPORTUNIDADES PARA O FABRICANTE BRASILEIRO DE VESTUÁRIO .................18

CONTATOS ESTRATÉGICOS PARA ACESSO AO MERCADO AUSTRALIANO .............19

FEIRAS SETORIAIS E VEÍCULOS DE IMPRENSA ...................................................20

OPORTUNIDADES, AMEAÇAS E ALTERNATIVAS ...................................................22

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................22

FONTES ...............................................................................................................24

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INTRODUÇÃO

A moda australiana apresenta poucas diferenças em relação ao estilo dos outros países desenvolvidos, ao mesmo tempo em que se diferencia por dar mais ênfase à moda casual – estilo que vem ganhando muito espaço na indústria de vestuário no Brasil. Devemos lembrar, também, que a Austrália e o Brasil possuem características climáticas muito semelhantes. Assim, tais fatores favorecem a aproximação da indústria brasileira de vestuário do mercado australiano. Além disso, o mercado de moda da Austrália se assemelha em vários aspectos ao mercado brasileiro, facilitando a distribuição dos produtos nacionais naquele mercado.

Este relatório pretende caracterizar o mercado australiano de vestuário e apresentar, aos empresários catarinenses da moda, oportunidades em diversos segmentos. Além disso, é uma excelente oportunidade para avaliar a possibilidade de acesso a mercados internacionais.

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A AUSTRÁLIA

Nome Oficial: Comunidade da Austrália

Capital: Canberra

Localização: Oceania

Área total: 7.741 milhões de kmD

Expectativa de Vida: 81 anos

População, em 2008: 21 milhões de habitantes

Crescimento populacional: 1,7% ao ano

Renda per capita, em 2008: US$ 36.960

PIB, em 2008: USD 1.015 trilhão

PIB per capita, em 2008: USD 47.370 mil

Exportações, em 2009: USD 161,5 bilhões

Importações, em 2009: USD 160,9 bilhões

A Austrália é considerada o 9º país mais industrializado do mundo, a 14ª economia

mundial, a 15ª economia com maior renda per capita e a 6ª mais democrática. Na década

de 90, a Austrália foi uma das economias que mais cresceu, segundo a Organização de

Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE). 85% da população australiana vive

nas áreas urbanas e, nos últimos 60 anos, a Austrália abrigou mais de 6,5 milhões de

imigrantes, - oriundos de mais de 200 países - que contribuíram para triplicar a população

original do país. As principais cidades australianas são planejadas e modernas, como, por

exemplo, Sydney, Melbourne, Brisbane, Perth e Adelaide.

Na década de 80, o governo australiano realizou uma série de reformas que resultaram no

fortalecimento econômico do país, que se transformou numa nação internacionalmente

competitiva.

Em 2008, a Austrália exportou US$ 66 bilhões com um portfólio composto de produtos

minerais, manufaturados e agrícolas. As reservas australianas de carvão, minério de ferro,

cobre, ouro, gás natural, urânio e outras fontes de energia renováveis atraem investidores

internacionais.

Porém, nos últimos anos, em decorrência da expansão econômica, a participação da

agricultura e de produtos manufaturados tem diminuído e os setores financeiros, de

serviços e telecomunicações, têm ocupado patamares de destaque. A indústria possui

uma participação de 8,5% do PIB australiano e, mesmo com o crescimento das atividades

de serviços, as exportações australianas ainda são decorrentes do setor primário.

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A Austrália é o maior exportador de diversos produtos minerais, entre eles destacam-se:

• Carvão – o carvão australiano representa 30% do comércio mundial deste produto;

• Níquel;

• Cobre;

• Minério de ferro.

Desde 2005, a Austrália possui uma agência responsável por fortalecer e atrair

investidores para o fortalecimento da infra-estrutura do país. A previsão australiana é de

que o PIB, em 2010, cresça cerca de 3%, devido ao crescimento da economia chinesa e

indiana - que são grandes compradoras das suas commodities (o Acordo de Livre Comércio

ASEAN-Austrália/Nova Zelândia estimula as exportações para esses mercados).

Segundo dados da Central Intelligence Agency (CIA), do Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio (MDIC) e do banco de dados Aliceweb, os principais produtos

exportados são: carvão, minério de ferro, ouro, carne, lã, alumínio, trigo, maquinaria e

equipamento de transporte.

Os principais destinos de suas exportações, em 2009, foram:

China– 21,81%

Japão – 19,19%

Coréia do Sul – 7,88%

Índia - 7,51%

Estados Unidos – 4,95%

Brasil – 1%

Outros – 37,66%

Com relação aos principais produtos importados, em 2009, destacam-se: maquinaria e

equipamentos de transporte, computadores, equipamentos de telecomunicações, óleos

brutos e produtos de petróleo. Os principais países importadores são:

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China – 17,94%

Estados Unidos– 11,26%

Japão – 8,36%

Cingapura – 5,54%

Brasil – 0,31%

Outros – 56,59%

A INDÚSTRIA AUSTRALIANA DE VESTUÁRIO

O governo australiano, durante mais de duas décadas, protegeu a sua indústria de

vestuário. Em um primeiro momento, havia um sistema de quotas, elevadas taxas de

importações e incentivos à indústria. Mas, no início da década de noventa, a indústria de

confecções apresentou grande declínio, em conseqüência da crise econômica do início

desta década e do aumento da quantidade de produtos importados que entraram no país.

Devido às pressões internacionais, a política protecionista foi alterada, e o sistema de

quotas foi eliminado. Além disso, houve uma gradativa redução dos impostos de

importação. A partir de 2000, o governo adotou a redução gradativa dos impostos de

importações para o setor têxtil, com o objetivo de preparar as empresas para as novas

condicionantes do mercado internacional.

Unidades Federativas Produtoras de Têxtil e Vestuário

Os estados de Vitória e Nova Gales do Sul, conforme pode ser observado no quadro a

seguir, são os principais produtores da indústria têxtil e de vestuário na Austrália.

Produção têxtil por unidade federativa

Fonte: Australian Bureau of Statistics, 2007.

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Comportamento do Volume de Produção Têxtil e Vestuário na Austrália

Em função destes ajustes, realizados pelo governo australiano, a indústria de confecções

do país apresenta-se frágil, com pequena massa crítica e gerando aproximadamente 20 mil

empregos. É uma indústria que vale pouco mais de um bilhão de dólares australianos, mas

que se utiliza muito de terceirização internacional (drawback e produção no exterior),

investimentos em máquinas e equipamentos e treinamento da mão de obra para se

manter competitiva. Nos últimos cinco anos, segundo dados fornecidos pelo Council of

Textile and Fashion Industries e pela ABS - Australian Bureau of Statistics, a indústria do

vestuário apresentou uma queda de 19% em seu volume de produção, como podemos

visualizar abaixo:

Fonte: Australian Bureau of Statistics

A indústria têxtil e de vestuário considera que o abandono da proteção ao setor do

vestuário e a redução tarifária gradativa, ocorrida entre 2000 e 2005, foi prejudicial ao

produtor australiano. Estima-se que, entre 2010 e 2015, ocorra redução das tarifas médias

para 10% e 5%, respectivamente.

Outros aspectos que prejudicaram a cadeia produtiva têxtil australiana foram os acordos

de livre comércio assinados com a Tailândia, com os Estados Unidos da América, com

Cingapura e com a Nova Zelândia. Estão também sendo negociados acordos com a China e

Malásia.

Distribuição das lojas de confecções por unidade federativa

Quadro 1: a distribuição de estabelecimentos varejistas por unidade federativa

Fonte: Australian Bureau of Statistics

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FORNECEDORES DE VESTUÁRIO PARA A AUSTRÁLIA EM 2009

O vestuário é o principal produto importado na cadeia têxtil pela Austrália e representou

US$ 3,6 bilhões em 2009 - os chineses representam 80% do que a Austrália importa de

roupas. As importações de confecções são expressivas e nos últimos anos têm se mantido

acima dos três bilhões de dólares norte-americanos.

Importações de confecções entre 2000 -2007

Fonte: Panorama Austrália - ABIT

Os principais produtos de vestuário importados entre 2000 e 2007 são apresentados no

quadro a seguir. Pode-se observar, ainda neste quadro, que as importações de confecções

crescem em todos os segmentos.

Segmentação das importações entre 2000 e 2007

Fonte: Australian Bureau of Statistics

*Valores em milhões de dólares norte-americanos.

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Fonte: Global Trade information System (GTIS)

Os Países que mais fornecem

vestuário à Austrália

Fonte: Global Trade information System (GTIS)

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IMPORTAÇÕES ORIGINÁRIAS DO BRASIL

A participação do Brasil ainda é muito pequena, porém vem crescendo nesses últimos

anos. A importação originária do Brasil tem crescido, em média, 51% ao ano.

Importação originária do Brasil por segmentação

Fonte: Australian Bureau of Statistics.

* Valores em milhões de dólares norte-americanos.

Fonte: Australian Bureau of Statistics.

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Fonte: Australian Bureau of Statistics.

Pode-se perceber, ao analisar os produtos de vestuário comercializados entre o Brasil e

Austrália, que o Brasil vende mais para a Austrália do que eles para os brasileiros. Este é

um aspecto que evidencia o potencial da moda brasileira naquele país.

Fonte: MDIC – Aliceweb

Comportamento dos Principais Segmentos de Confecções Importados do Brasil

Podemos notar, ao analisar o gráfico abaixo, o crescimento dos seguintes segmentos:

calças, jardineiras, bermudas e shorts e camisas e blusas. Apesar das oscilações

comerciais em todos os segmentos, podemos perceber uma grande evolução em relação

ao ano 2000. Praticamente todos os segmentos apresentam tendência de crescimento.

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Fonte: MDIC – Aliceweb

EXPORTAÇÕES DE VESTUÁRIO AUSTRALIANO

A Austrália exportou, em 2009, US$ 2,3 bilhões em produtos têxteis e de vestuário. Nota-

se, ao observar o quadro abaixo, que as exportações estão diminuindo a cada ano para

todos os países, com exceção da Tailândia e do Brasil.

Fonte: Global Trade information System (GTIS)

Em relação às exportações de confecções, o país que chama a atenção, como principal

destino, é a Nova Zelândia, com quase 60% de participação nas exportações de vestuário

da Austrália.

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Os Países que mais Compram Vestuário da Austrália

Fonte: Global Trade information System (GTIS)

ASPECTOS RELEVANTES DO MERCADO

O mercado australiano é composto por mais de 21 milhões de consumidores, com poucas

diferenças sociais e com renda anual superior de 30 mil dólares americanos anuais.

Os aspectos que influenciam as importações de vestuário pela Austrália são preço e

qualidade. Como no vestuário a mão de obra tem grande participação no preço final de

produção, países como China e Índia ainda possuem vantagens comerciais significativas.

Outro aspecto importante é que os países asiáticos têm investido na melhoria da qualidade

de seus produtos nos últimos anos. Isto tem possibilitado que redes varejistas australianas

comprem produtos destes países com qualidade e preço significativos para seu público

consumidor.

Outro aspecto que facilita as exportações entre a Austrália e os países asiáticos é a

vantagem geográfica entre a Oceania e a Ásia. O preço do frete aéreo e marítimo são mais

vantajosos para a Ásia, quando comparados ao preços para o Brasil.

Segmentação do Mercado

O vestuário pode ser dividido em três faixas de preço. Na alta costura, encontram-se

as etiquetas internacionais, principalmente as de origem italianas, francesas, alemãs,

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norte-americanas e algumas australianas. Nesta faixa, é difícil a entrada de marcas que

são pouco conhecidas.

Na faixa de preço médio, existe equilíbrio entre os importados e os produtos nacionais. A

maior parcela do mercado é a da terceira faixa, que se caracteriza por consumidores que

privilegiam os preços. Neste caso, os produtos asiáticos são dominantes.

No que se refere à faixa de idade, os consumidores entre 29 e 40 anos são os que mais

gastam com confecções, além de comprarem com freqüência e acompanharem as

tendências da moda. Caracterizam-se por roupas informais, com estilo e versáteis –

podem ser usadas tanto no trabalho, como para passeio.

Segmentação por faixa etária

Fonte: Euromonitor.

A faixa de consumidores entre 41 e 59 anos é a que apresenta o maior número de

trabalhadores e os que possuem o maior poder aquisitivo. Estes procuram por roupas

formais, de qualidade e, não necessariamente, seguem as tendências de moda. Além

disso, não possuem a mesma freqüência de compras dos consumidores mais jovens.

Muitos dos consumidores adolescentes e jovens, entre 11 e 28 anos, já possuem renda

própria e as direcionam para o consumo de vestuário. Esse mercado é fiel a gripes – a

maioria direcionada aos jovens – e compram com assiduidade, além de acompanharem as

tendências. Um aspecto importante é que esses consumidores apostam muito nas roupas

esportivas.

Com relação ao segmento de roupas masculinas, nota-se que, nos últimos anos, tem

crescido a procura por roupas mais sofisticadas. Uma característica deste público é que

eles não economizam na hora de comprar. Muitos dos consumidores do sexo masculino

não são fiéis a marcas e 70% são influenciados pelas recomendações femininas. Camisas e

camisetas são os principais produtos deste segmento.

Já o segmento de roupas infantis e de recém-nascidos tem decrescido nos últimos

anos. Porém, o consumo per capita tem aumentado neste segmento e alguns comentam

ter havido inversão da taxa de natalidade nos últimos anos. Seja pelo aumento per capita

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ou pelo aumento da taxa de natalidade, especialistas dizem haver espaço a explorar neste

segmento.

Os principais fatores que influenciam nas compras de roupa são:

Familiaridade com a marca (27%);

Publicações de moda (23%);

Promoções nas lojas (19%);

Preços (17%);

Recomendações (12%) e

Outros fatores (2%).

O mercado de roupas íntimas tem se mostrado muito competitivo. O foco atual do

mercado é que a roupa íntima é uma forma de expressão. Têm-se investido no lançamento

de coleções de lingerie por celebridades e em inovações tecnológicas, tais como roupas

sem costuras e funcionais (tecidos para controle de suor e calor, sutiãs esportivos, entre

outros). O segmento tem investido no marketing e acredita-se na tendência de

crescimento deste segmento comparativamente a outros.

Outro aspecto que chama a atenção é a especialização do varejo. Nota-se a abertura de

lojas grandes para atendimento de roupas masculinas, roupas com proteção contra raios

ultravioletas, roupas de recém-nascidos com fibras naturais, sem componentes químicos e

outros.

Roupas de praia e do dia-a-dia possuem grande variedade no mercado australiano. São

roupas de grifes dedicadas aos jovens - fiéis consumidores – e que estão dispostos a pagar

bem pela marca. Destacam-se, neste ramo, a Billabong, a Rip Curl e a QuickSilver. Este é

um segmento que a Austrália exporta e que tem grande penetração no Brasil. Para o

segmento masculino, a predominância é do calção comprido, quase uma bermuda, que é

prático, funcional e confortável. Utilizado para a prática de surf, este produto é o preferido

do homem, de todas as idades, para a moda praia.

Os biquínis australianos cobrem mais o corpo que o brasileiro e preza pela

funcionalidade e pelo conforto. Este segmento também segue as tendências de moda e

possuem marcas reconhecidas no mundo todo. Muitos biquínis australianos são

influenciados pelas propostas brasileiras, principalmente no que diz respeito aos tecidos,

acessórios, cores e estampas.

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Título

Fonte: Euromonitor

TRATAMENTO TARIFÁRIO E IMPOSTOS INCIDENTES

A partir de 200 dólares, aplica-se um imposto único de 10% (Goods and Services Tax –

GST) sobre o valor agregado (preço CIF +Imposto de Importação) para produtos

importados que são destinados à venda.

Já com relação aos impostos de importação sobre o vestuário existe diferenciação

conforme o país de origem e é calculado sobre o valor FOB (free on board). É possível

consultar os valores no site: www.customs.gov.au/site/page.cfm?u=4273.

Entre os acordos existentes, segundo a Australian Customs and Border Protection Service,

destacam-se:

Acordo Comercial de Relações Econômicas entre Austrália e Nova Zelândia

(ANZCERTA);

Acordo de Livre Comércio entre Cingapura e Austrália (SAFTA);

Acordo de Livre Comércio entre Estados Unidos e Austrália (AUSFTA);

Acordo de Livre Comércio entre Tailândia e Austrália (TAFTA);

Acordo de Livre Comércio entre Chile e Austrália (ACI-FTA);

Acordo de Área de Livre Comércio entre ASEAN, Austrália e Nova Zelândia.

Em alguns desses acordos comerciais, são negociadas preferências e até livre acesso

tarifário de diversos itens, entre os quais, os produtos do setor de têxtil e confecção, como

podemos observar abaixo.

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Fonte: Macmap ITC (International Trade Centre)

Alguns países estão isentos e outros países, como o Brasil, China, Índia e Hong Kong tem

que pagar, a partir de 1º de janeiro de 2010, 10% de imposto de importação – em 2015,

este valor vai subir para 5%. Existe, ainda, uma série de produtos que são isentos de

imposto de importação, independentemente do país de origem.

OPORTUNIDADES PARA O FABRICANTE BRASILEIRO DE VESTUÁRIO

A previsão é de que o mercado de vestuário australiano cresça entre 2011 e 2013,

recuperando os níveis anteriores a crise de 2009. Entre 1995 e 2007, os gastos com

vestuário, por parte dos consumidores, cresceu 22,2%, atingindo 18,5 bilhões de dólares

australianos – isto porque os australianos possuem elevados níveis de renda e alto padrão

de vida.

Fonte: Euromonitor

O Brasil é visto como um produtor de moda original, que possui variedade e que é bem

ajustado para o clima tropical - que ambos os países possuem. Os agentes de moda e

importadores não conhecem os produtos brasileiros, com exceção de algumas marcas de

moda praia que já são comercializadas naquele país.

Os importadores mostram-se interessados na moda praia brasileira, mesmo que o corte

dos biquínis australianos cubram mais o corpo e sejam mais funcionais. Mas, para os

jovens entre 18 e 24 anos, os tamanhos menores vêm se mostrando como uma tendência

nos últimos anos.

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Outro aspecto que precisa ser observado é que, apesar do Brasil e da Austrália terem suas

estações climáticas na mesma época, os lojistas australianos planejam e fazem suas

compras em estações que não coincidem com a do brasileiro. Em função disto, os

importadores estão sempre comprando a moda brasileira das estações passadas ou os

modelos de meia estação que ainda podem ser comercializados no verão australiano - que

não é tão quente como o do Brasil.

Constata-se, ainda, que os produtos brasileiros de vestuário para o público feminino são

considerados competitivos para a faixa média do mercado. Porém, a demora e o preço do

frete ainda é uma grande barreira.

Para se obter sucesso no mercado australiano, as empresas de vestuário devem observar

a moda íntima feminina, a moda adulta masculina, o fast fashion (para ambos os gêneros,

mas principalmente masculino) e produtos “eco-conscientes”. Outro segmento que tem

apresentado oportunidades é o de moda bebê e infantil.

Países como China, Hong Kong e Índia, que exploram mão de obra barata, dificultam a

atuação das empresas brasileiras no mercado da Austrália, mas alguns aspectos podem

fazer a diferença para o Brasil. A imagem positiva que os australianos têm do Brasil, as

semelhanças climáticas e a preferência por produtos inovadores e diferenciados - estes

aspectos devem ser bem explorados para aumentar a distribuição do vestuário brasileiro

na Austrália.

CONTATOS ESTRATÉGICOS PARA ACESSO AO MERCADO AUSTRALIANO

• Embaixada do Brasil na Austrália

Cidade: Camberra

Endereço: 19 Forster Crescent

Yarralumla - ACT 2600, Australia

Tel: (02) 6273 2372 / Fax: (02) 6273 2375

Email: [email protected]

• Embaixada da Austrália no Brasil

Cidade: Brasília

Endereço: SES Quadra 801, Conjunto K, Lote 7

Tel: (61) 3226 3111 / Fax: (61) 3226 1112

Email: [email protected]

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• The Council of Textile & Fashion Industries of Australia (TFIA)

Endereço: Unit 16, 23-25 Gipps Street, Collingwood VIC 3066

Tel: (+ 61 3) 8680 9400 / Fax: (+ 61 3) 8680 9499

Email: [email protected]

Site: http://www.tfia.com.au/home

• Câmara Oficial de Comércio Brasil - Austrália

Cidade: São Paulo

Endereço: Ria Joaquim Nabuco, 47 - cj 126

Brooklin - SP CEP: 047054-000

Tel.: (11) 5533-4141/3375-6666

Site: www.australia.org.br

FEIRAS SETORIAIS E VEÍCULOS DE IMPRENSA

Feiras setoriais

• Fashion Exposed

Organização: Australian Exhibitions & Conferences Pty Ltd

Cidade: Melbourne

Frequência: Duas vezes ao ano

Foco: Vestuário

Próxima feira: Março de 2011

Tel: 03 9654 7773 / Fax: 03 9654 5596

Email: [email protected]

Site: www.fashionexposed.com

• Australian Fashion Week

Cidade: Sydney

Frequência: 2 vezes ao ano

Foco: Vestuário, Estilistas australianos e asiáticos

Email: [email protected]

Site: http://rafw.com.au/

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Veículos de imprensa

Segue a seguir uma lista com os principais veículos de imprensa australianos, incluindo

veículos especializados do setor têxtil e de confecção.

Fonte: Panorama Austrália ABIT

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OPORTUNIDADES, AMEAÇAS E ALTERNATIVAS

OPORTUNIDADES

A imagem do Brasil é muito positiva naquele país;

O mercado australiano de vestuário deve crescer nos próximos anos;

Crescimento do mercado de moda íntima da Austrália;

Crescimento da moda adulta masculina;

Crescimento de fast fashion da Austrália;

Crescimento do consumo per capita da moda bebê e infantil;

Crescimento do segmento “eco-conscientes”.

AMEAÇAS

Acordos Comerciais existentes com alguns países;

Custo e demora do frete brasileiro;

Interesses comerciais entre a Austrália e a China.

ALTERNATIVAS

Focar produtos com diferenciação de design e qualidade elevada;

Ampliar a participação em eventos do segmento;

Especializar a mão de obra brasileira para moda íntima e para segmentos exigentes;

Aproveitar as características semelhantes entre o Brasil e a Austrália para conquistar consumidores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os produtores brasileiros de vestuário possuem, apesar da concorrência asiática,

oportunidades no mercado australiano. É um país com algumas características

semelhantes ao Brasil. As indústrias brasileiras podem explorar o design e nichos de

mercado específicos, de forma a não concorrer com produtos voltados para segmentos de

classes sociais menos favorecidas.

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Outro aspecto importante é se aproveitar das ações já em desenvolvimento pela ABIT -

Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções. A ABIT, há mais de 10 anos em

parceria com a APEX - Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e

Investimentos, coordena o programa TEXBRASIL - Programa de Exportação da Indústria

da Moda Brasileira, com o objetivo de promover a internacionalização das indústrias de

vestuário do Brasil. Um dos países foco dessa iniciativa é a Austrália e diversas ações de

promoção já foram realizadas. Assim, o produtor brasileiro precisa se aproveitar do

momento de crescimento do consumo de vestuário daquele país e da existência, no Brasil,

de ações voltadas para aquele mercado.

O empresário catarinense de moda deve observar que a característica da indústria de

vestuário do Brasil é de empresas de pequeno porte e que, para a saúde da empresa

nacional, é importante dividir seu esforço comercial entre o mercado interno e o externo. A

atuação no mercado externo possibilita o amadurecimento da indústria, a melhoria de seus

processos competitivos, o reconhecimento de sua marca e a adequação de seus produtos

às normas internacionais. Além disso, diminui o risco de perda de mercado frente à

entrada de fabricantes internacionais no mercado brasileiro. Enquanto a indústria brasileira

atue em segmentos específicos do mercado internacional, o Brasil corre menos riscos com

os competidores de outros países no mercado interno.

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FONTES

APEX - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento. Relatório 0710/0001/2009 - Confecções na Austrália - Pesquisa de Mercado – PMR, janeiro de 2009. Disponível em: <www.apexbrasil.com.br/portal>. Acesso em: Fev.2011.

ABIT - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. Panorama Austrália – 2010. Disponível em: <www.abit.org.br>. Acesso em: Mar.2011.