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Entre desafios e frustrações o exercício da análise institucional nas escolas. RESUMO AUTOR PRINCIPAL: Renata Grando E-MAIL: [email protected] TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC:: Não CO-AUTORES: Flávia Albuquerque Eloisa Bocchi Barbiero Juliê Putrich ORIENTADOR: Helio Possamai ÁREA: Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ: Psicologia UNIVERSIDADE: Universidade de Passo Fundo INTRODUÇÃO: A escola é uma instituição de fundamental importância na construção do sujeito, tanto com conteúdos que auxiliarão no desenvolvimento de sua vida profissional quanto na constituição de sua subjetividade. Na escola ocorre as primeiras trocas fora da família, onde se aprende a se relacionar melhor com o outro, respeitar as diferenças, conviver em grupo, portanto, a escola é de suma importância para o desenvolvimento de habilidades intelectuais, sociais e pessoais. Neste sentido o presente trabalho propõe uma reflexão a partir de uma experiência de estágio supervisionado em Psicologia Escolar realizado pelas autoras em diferentes escolas e com base nos aportes teóricos de Bleger e Lapassade discutidos e analisados na disciplina de Psicologia Institucional, a qual objetiva oferecer ao aluno a possibilidade de conhecer diferentes abordagens institucionais e as diferentes intervenções destes referenciais teóricos observando e os diferentes conflitos nas relações institucionais. METODOLOGIA: A metodologia de análise das relações dentro da escola, foi a partir dos institucionalistas Bleger e Lapassade, uma vez que Bleger (1984) propõe uma atuação profissional que extrapola os limites do consultório e lida com a saúde mental ou com a psico-higiene nos grupos, sendo que a primeira coisa que um psicólogo deve fazer quando decide trabalhar numa instituição como hospital, escola, fabrica etc. é investigar e tratar a própria instituição, cliente mais importante (BLEGER, 1984). O autor já dizia que a saída dos consultórios não é só uma variação do trabalho psicológico, é sobretudo, uma necessidade social. Lapassade (apud GUIRADO, 2009) concorda com Bleger, afirma que o que se deve fazer é a Ação Direta, pelos sujeitos que constituem os grupos de uma determinada instituição, com as lideranças nascidas de seu interior e seria essa então a verdadeira revolução permanente que ¿decapita o rei¿ e as instituições sociais dominantes. Complementamos com a experiência em aula e na escola.

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Page 1: RESUMO Entre desafios e frustrações o exercício da análise ...semanadoconhecimento.upf.br/download/anais-2013/humanas/renata... · realizado pelas autoras em diferentes escolas

Entre desafios e frustrações o exercício da análise institucional nas escolas.RESUMO

AUTOR PRINCIPAL:Renata Grando

E-MAIL:[email protected]

TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC::Não

CO-AUTORES:Flávia AlbuquerqueEloisa Bocchi BarbieroJuliê Putrich

ORIENTADOR:Helio Possamai

ÁREA:Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes

ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ:Psicologia

UNIVERSIDADE:Universidade de Passo Fundo

INTRODUÇÃO:A escola é uma instituição de fundamental importância na construção do sujeito, tanto com conteúdos que auxiliarão nodesenvolvimento de sua vida profissional quanto na constituição de sua subjetividade. Na escola ocorre as primeiras trocasfora da família, onde se aprende a se relacionar melhor com o outro, respeitar as diferenças, conviver em grupo, portanto, aescola é de suma importância para o desenvolvimento de habilidades intelectuais, sociais e pessoais. Neste sentido opresente trabalho propõe uma reflexão a partir de uma experiência de estágio supervisionado em Psicologia Escolarrealizado pelas autoras em diferentes escolas e com base nos aportes teóricos de Bleger e Lapassade discutidos eanalisados na disciplina de Psicologia Institucional, a qual objetiva oferecer ao aluno a possibilidade de conhecer diferentesabordagens institucionais e as diferentes intervenções destes referenciais teóricos observando e os diferentes conflitos nasrelações institucionais.

METODOLOGIA:A metodologia de análise das relações dentro da escola, foi a partir dos institucionalistas Bleger e Lapassade, uma vez queBleger (1984) propõe uma atuação profissional que extrapola os limites do consultório e lida com a saúde mental ou com apsico-higiene nos grupos, sendo que a primeira coisa que um psicólogo deve fazer quando decide trabalhar numainstituição como hospital, escola, fabrica etc. é investigar e tratar a própria instituição, cliente mais importante (BLEGER,1984). O autor já dizia que a saída dos consultórios não é só uma variação do trabalho psicológico, é sobretudo, umanecessidade social. Lapassade (apud GUIRADO, 2009) concorda com Bleger, afirma que o que se deve fazer é a AçãoDireta, pelos sujeitos que constituem os grupos de uma determinada instituição, com as lideranças nascidas de seu interiore seria essa então a verdadeira revolução permanente que ¿decapita o rei¿ e as instituições sociais dominantes.Complementamos com a experiência em aula e na escola.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES:Escola deveria ser o lugar do pensar, da reflexão, do saber, mas constatamos que o instituído acaba tolhendo a liberdadede expressão de seus integrantes impondo suas verdades como absolutas, resultando numa instituição conservadora,hierarquizada, onde práticas instituintes são instituídas. Os problemas são sempre lançados para fora da instituição, e amaior demanda parte dos alunos, sendo indisciplinados, agressivos entre si e com o professor, diagnosticados comproblemas de aprendizagens, levando à uma psicologização do individuo, onde a compreensão do sucesso ou do fracassoestá nele e só nele. Quanto mais nos aproximávamos da ¿ferida¿ da escola, mais esta tentava nos lançar fora do sistema.Segundo Bleger (1984), o melhor grau de dinâmica de uma instituição não é dado pela ausência de conflito, mas pelapossibilidade de explicitá-lo, manejá-lo e resolvê-lo dentro da instituição, sendo o conflito um elemento normal eimprescindível no desenvolvimento e em qualquer manifestação humana, mas o que se percebeu durante o período deestágio foi a instituição não mostrando seus conflitos, ¿encobrindo¿, muitas vezes, os fatos para não ter que se ocupar comquestões que necessitarão discussão, reflexão e tempo. Lapassade (1977) diz que num sistema burocrático a comunicaçãosó circula numa direção, do alto da instituição burocrática para a base, sendo que a cúpula não recebe de volta informaçõesquanto as repercussões e a receptividade que teve as ordens, normas e regras que emitiu, e essa ausência de feedbackconstitui um dos traços essenciais do burocratismo. Entendemos a escola como uma instituição atrelada a um órgão maior,sem possibilidades de repensar e debater as questões que lhe são impostas. A escola que deveria ser um espaço criativo,lúdico, aberto para novas possibilidades, dinamizando e refletindo ao mesmo tempo que ensina, mostrou-se cristalizada einstituída, lugar hierarquizado onde o saber esta apenas no professor e a submissão cabe aos alunos.

CONCLUSÃO:Vivenciar esta experiência conclui que os objetivos alcançados nem sempre são esperados pela escola, encontramos umainstituição muito burocrática, que fazem parte de uma comunidade que está inserida, como valores e cultura de umapopulação e uma equipe diretiva subordinada. Encontramos a escola desmotivada e alunos também. Acreditamos namudança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:BLEGER, J. Psico-higiene e psicologia institucional. Porto Alegre: Artmed, 1984.GUIRADO, M. Psicologia Institucional. O Exercício da Psicologia como Instituição. Interação em Psicologia, Curitiba,jul./dez. 2009, (13)2, p. 323-333LAPASSADE, G. Grupos, Organizações e Instituições. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S.A., 1977.

Assinatura do aluno Assinatura do orientador