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RESUMO e QUESTÕES COMENTADAS
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE – DSS
CONCURSOS EBSERH
Prof.ª Natale Souza
CONCEITO
Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde-
CNDSS (2006), os DSS são os fatores sociais, econômicos,
culturais, étnico-raciais, psicológicos e comportamentais que
influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores
de risco na população.
O ESTUDO DOS DETERMINANTES SOCIAIS EM SAÚDE
Nas últimas décadas, tanto na literatura nacional, como internacional,
observa-se um extraordinário avanço no estudo das relações entre a
maneira como se organiza e se desenvolve uma determinada
sociedade e a situação de saúde de sua população. Esse avanço é
particularmente marcante no estudo das iniquidades em saúde.
O QUE SÃO INIQUIDADES EM SAÚDE?
Desigualdades de saúde entre grupos populacionais que, além de
sistemáticas e relevantes, são também evitáveis, injustas e
desnecessárias (WHITEHEAD).
O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes
sociais e saúde consiste em estabelecer uma hierarquia de
determinações entre os fatores mais gerais de natureza social,
econômica, política e as mediações através das quais esses fatores
incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, já que a
relação de determinação não é uma simples relação direta de causa-
efeito.
É através do conhecimento deste complexo de mediações que se pode
entender, por exemplo, por que não há uma correlação constante entre
os macros indicadores de riqueza de uma sociedade, como o PIB, com
os indicadores de saúde.
O estudo dessa cadeia de mediações permite também identificar onde
e como devem ser feitas as intervenções, com o objetivo de reduzir
as iniquidades de saúde, ou seja, os pontos mais sensíveis onde
tais intervenções podem provocar maior impacto.
Outro desafio importante em termos conceituais e metodológicos se
refere à distinção entre os determinantes de saúde dos indivíduos e os
de grupos e populações, pois alguns fatores que são importantes para
explicar as diferenças no estado de saúde dos indivíduos não explicam
as diferenças entre grupos de uma sociedade ou entre sociedades
diversas.
Em outras palavras, não basta somar os determinantes de saúde
identificados em estudos com indivíduos para conhecer os
determinantes de saúde no nível da sociedade. As importantes
diferenças de mortalidade constatadas entre classes sociais ou grupos
ocupacionais não podem ser explicadas pelos mesmos fatores aos
quais se atribuem as diferenças entre indivíduos, pois se controlamos
esses fatores (hábito de fumar, dieta, sedentarismo etc.), as diferenças
entre estes estratos sociais permanecem quase inalteradas.
VAMOS TREINAR?
1. (IADES-2014-BAHIA) considerando que, no Brasil, a
esperança de vida ao nascer é um dos índices usados para
avaliar o quadro geral de saúde da população, é correto afirmar
que ela
(A) é praticamente a mesma em todas as regiões do País, ou seja, em
torno de 76 anos de idade.
(B) teve um ganho de mais de 20 anos, entre 1960 e 2006, para o
Brasil como um todo.
(C) teve um ganho exemplar nos últimos 10 anos e ficou com valor
superior ao do Japão.
(D) é de 80 anos de idade para os homens e de 85 anos de idade para
as mulheres.
(E) é maior no Nordeste do que no Sul.
Comentários: Podemos observar que esta questão necessita um
conhecimento acerca dos DSS, porém mais que isso, necessita está
sintonizado com a atualidade.
A evolução da mortalidade pode ser avaliada através da esperança de
vida, em especial a esperança de vida ao nascer, que constitui um
indicador síntese do nível da mortalidade. As probabilidades de morte
por idade, outra função derivada da Tábua de Vida, também fornecem
indicativos no nível da mortalidade, além de descrever os padrões da
mortalidade por sexo e idade.
Em 2010, a esperança de vida ao nascer no Brasil, para a população
de ambos os sexos, alcançou 73,76 anos (73 anos 9 meses e 3 dias).
Como em 1980, a expectativa de vida foi de 62,52 anos, houve, neste
período, um acréscimo de 11,24 anos (11 anos, 2 meses e 27 dias).
De acordo com institutos de pesquisa, a esperança de vida ao nascer
dos brasileiros tem aumentado nos últimos anos, mas há uma
disparidade grande, seja por sexo ou entre as unidades da federação.
Nas últimas décadas houve no Brasil uma evolução positiva dos
indicadores sociais do país, sendo que a esperança de vida após o
nascimento relaciona-se a índices como saúde, educação, situação
socioeconômica, criminalidade e poluição. O Distrito Federal, por
exemplo, é a unidade federativa com a maior porcentagem de acesso
à rede de esgoto do país (100%) e possui a segunda menor incidência
de pobreza do país (com 1,9% da população vivendo abaixo da linha
de pobreza), atrás de Santa Catarina (1,7%), o estado com menor
incidência do país. Por outro lado, Alagoas tem a terceira maior
incidência de pobreza extrema (20,5%), cujo ranking é liderado pelo
Maranhão (26,3%), e ainda é o primeiro colocado dentre os estados
brasileiros por taxa de analfabetismo (com 22,52% da população
sendo analfabeta), sendo que Distrito Federal (3,25%) e Santa
Catarina (3,86%) ocupam as menores posições.
Ainda segundo o IBGE, a região nordeste se mantém como a que tem
menor esperança de vida.
A esperança de vida no Japão é a maior do mundo!
Observando esses pequenos textos podemos afirmar que a
assertiva que mais se aproxima da realidade brasileira, dentro
de nossas iniquidades sociais e desenvolvimento a passos curtos,
é a letra B.
Aconselho que você acesse o site do IBGE observem as tábuas
de mortalidade.
Fonte:ftp://ftp.ibge.gov.br/Tabuas_Abreviadas_de_Mortalidade/2010/tabuas_abre
viadas_publicacao_2010.pdf
GABARITO B.
2. (IADES-2014-BAHIA)Os indicadores de mortalidade infantil
fornecem elementos de suma importância no conhecimento dos
níveis de saúde da população. Com relação a esse tema,
assinale a alternativa correta.
(A) Nos últimos 20 anos, os índices de mortalidade infantil têm crescido
ligeiramente no Brasil.
(B) Apesar de ter um território bastante extenso, não são verificados
contrastes regionais no Brasil quanto aos índices de mortalidade
infantil.
(C) A agricultura de subsistência garante que a Região Norte tenha o
índice de mortalidade infantil mais baixo do País.
(D) Os hábitos alimentares da população e o forte êxodo rural
agravaram a situação da mortalidade infantil no Centro-Oeste
brasileiro, nos últimos 20 anos.
(E) De acordo com a classificação da Organização Mundial de Saúde, a
Região Sudeste já se enquadra na categoria de baixa mortalidade
(índice de 19,2% em 2005, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE).
Comentários: essa questão é basicamente a mesma anterior, basta
ler os comentários e o mais importante:
Eu sempre peço para que meus alunos na hora da prova pensem no
SUS como deveria ser e não como o que temos na prática. Nesse
assunto específico (DSS), eu peço que você pense na realidade, em
coisas que vivenciamos e verificamos no cotidiano, nos veículos de
comunicação, etc.
1. Apesar de ser a passos curtos, os índices de mortalidade infantil
no BRASIL têm diminuído e não aumentado, principalmente pelo
aumento das coberturas vacinais;
2. Há uma variação nos índices de mortalidade infantil, tanto por
sexo quanto por região;
3. A região Norte ainda tem uma das maiores taxas de mortalidade
infantil do país;
4. O êxodo rural, não pode aumentar os índices de mortalidade.
Apesar do SUS ser universal e igualitário, a população urbana
tem maior acesso à saúde (falando de proximidade das
unidades), além disso a região centro-oeste ainda hoje é
basicamente voltada para o desenvolvimento agrícola, então
como poderia haver êxodo rural?
5. Logo a resposta dentro da realidade brasileira é a letra E.
GABARITO E.
ABRAÇOS E SUCESSO PARA TODOS!
Prof.ª Natale Souza
Contato: [email protected]