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Resumo do artigo “Corpo e cultura e corpo e saúde: análise do suplemento
semanal de um jornal paulista”
Aluno: Lucas Dovigo Biziak – n°USP: 6823750
O artigo já se inicia com uma explicação coesa sobre o assunto que será tratado e o
objetivo deste, que seria “discutir o conceito de qualidade de vida, veiculado por um tipo de
produção midiática, que é a Folha Equilíbrio, suplemento semanal do jornal paulista Folha de
São Paulo”. Na introdução é abordado o que se entende sobre qualidade de vida, sendo
colocadas várias definições, mas que basicamente se encontram na lógica de uma vida
capitalista, com o consumo sendo representado como um gerador desta qualidade. É feita uma
crítica quanto às mensagens que os leitores do periódico recebem, já que são enfrentados como
consumidores e a qualidade de vida é sempre enfatizada entre o equilíbrio “estar bem” e sentir-
se bem”, mostrando estratégias de conquistas pessoais de condição de vida.
A segunda parte do artigo aborda a busca de dados e a metodologia utilizada (“Tomamos
como referência empírica a Folha Equilíbrio, suplemento semanal do jornal Folha de S.Paulo,
que circula todas as quintas-feiras desde maio de 2000, com tiragem para todo o Brasil.
Basicamente é explicado como se forma o caderno do jornal analisado, quem escreve e etc. Para
chegar aos temas preponderantes para o estudo, foi feito um levantamento temático das matérias
de capa, abrangendo o período de 22 de junho de 2000 até 13 de março de 2003, perfazendo um
total de 84 cadernos. Deste levantamento, resultaram duas grandes categorias para a análise:
corpo e saúde e corpo e cultura. É frisado pelos autores que a intenção é refletir sobre as
mensagens veiculadas nas matérias de capa da Folha Equilíbrio, que dizem respeito às
estratégias de bem viver, no sentido de perceber como se estabelecem aí, os parâmetros da
qualidade e do equilíbrio da vida.
A partir da terceira parte deste artigo, a análise se inicia, e de pronto, podemos ver que
conseguiu-se dividir as matérias em três grandes temas dos acontecimentos do corpo, o
nascimento, a doença e a morte. O que nos é mostrado é que se busca o tratamento imediato e
através das pesquisas científicas a todo momento e os autores dizem que muitos desses
tratamentos e opiniões não decorrem de opiniões unânimes. Através de maisuma tiragem pe
interessante a fala dos autores de que ocorreu um grande distanciamento entre a mente e o corpo
e muito por causa disso é devido às concepções filosóficas e religiosas. Uma importante frase é
esta: “estabelecer uma relação de intimidade com o próprio corpo significa, entre outras coisas,
preparar-se para o fim, numa época em que se oferecem meios para intervir no tempo e nas
condições de vida. São descritos também padrões culturais e um dos mais importantes avistados
nas matérias tem relação com a necessidade de se buscar a juventude a qualquer custo,
excluindo perda, a doença, a vitalidade e a decadência física. Para estas situações de vida
reservam-se espaços assépticos, especiais, separados daquilo que compõe o cenário da
normalidade cotidiana. O morto é guardado em velórios, o paciente terminal fica em unidades
de terapia intensiva, contando com a presença de seus próximos por alguns minutos ao dia, e
para a chamada terceira idade, reservam-se os asilos”.
Na parte sobre Corpo e Mente, o que vemos a descrição do tema abordado pelo caderno,
que tenta desmantelar através de discurso midiático a dicotomia entre corpo e mente. Segundo
os autores, parece que estamos adentrando em um tempo onde a medicina tenta incluir novos
conceitos tradicionais, estando mais aberta do que antes, o que é muito bom para o
desenvolvimento de pesquisas na área. A parte sobre corpo e cultura são abordados os materiais
e símbolos exibidos através do discurso midiático e que enfim, demonstram relações de poder,
diferenças de classe, gênero e etni, mas que não são explicados “por uma questão de limite e de
função de seu papel na formação dos gostos, preferências, estilos e modos de pensar do público
receptor”.
Concluindo, apesar da importância do caderno é necessário ressaltar que “o conceito de
equilíbrio e qualidade de vida na modernidade tem destinação e públicos definidos, e o jornal
aparece como “espelhamento” dos desejos individuais deste segmento social, capturando-os e
devolvendo-lhes estes desejos como desejo coletivo”.