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Pesquisas recentes
Comentários sobre pesquisas no período de 2012 à 2017:
Resumo: Estamos interessados no estudo de superfícies mínimas e de curvatura média
constante em espaços homogêneas tridimensionais. Sobretudo, quando o espaço ambiente é
o produto espaço H2 × R, em que H
2 é o plano hiperbólico. Mais geralmente, quando o
ambiente é um espaço homogêneo tridimensional, notadamente, e quando o espaço
ambiente é o espaço de Heisenberg. Nosso estudo se concentra em torno dos seguintes
fenômenos geométricos: o princípio do máximo, as estimativas a priori , os problemas de
Dirichlet, a unicidade, a estabilidade, o mergulho e a curvatura total finita ou infinita.
Estudamos também propriedades de algumas E.D.P´s elípticas não lineares decorrentes da
geometria; e. g. a equação das superfícies / hipersuperfícies mínimas. Além disso, estamos
interessados em princípios gerais de uma hipersuperfície mínima imersa numa variedade
Riemanniana de dimensão arbitrária.
Fins mínimos em H2×R
Estudamos num trabalho em colaboração com Laurent Hauswirth, Barbara Nelli e
Eric Toubiana, propriedades geométricas de um fim mínimo de curvatura total finita
em H2×R. Nós estabelecemos o comportamento de tal fim fazendo uma descrição
geométrica completa. De fato, determinamos a seção horizontal deste fim,
interceptando-o com um slice. Resumidamente, mostramos que uma seção horizontal
de um fim de curvatura total finita converge geometricamente a uma geodésica
horizontal [H-N-SE-T]. Além disso, deduzimos que um fim completo de curvatura
total finita é propriamente imerso e que a curvatura de Gauss é localmente limitada
em termos da distância geodésica ao bordo. A demonstração usa a geometria
hiperbólica básica e a teoria clássica das superfícies de Riemann [SE-T8], [SE-T9].
Este trabalho foi baseado em trabalhos anteriores como o estudo pioneiro de L.
Hauswirth e H. Rosenberg sobre superfícies mínimas em H2×R de total de curvatura
finita [H-R]. Bem como foi calcado na teoria das aplicações harmônicas [H-T-T-
W], [ My] .
Usando estes resultados, bem como outros tipos de argumentos, tais como o
princípio de reflexão de Alexandrov, com base no princípio do máximo, deduzimos
um resultado de tipo Schoen [S] no contexto da curvatura total finita [H-N–SE-T],
veja Teorema principal]. Este resultado caracteriza as superfícies mínimas imersas
em H2×R com dois fins distintos completos de curvatura total finita, cada fim
assimptótico a um plano vertical; como sendo as superfícies mínimas modelos
descobertas independentemente por J. Pyo [P], F. Morabito e M. Rodriguez [M - R],
chamadas atualmente de catenóides horizontais.
─ Noutro trabalho em colaboração com Barbara Nelli e Eric Toubiana, estudamos a
influência do comportamento do bordo assintótico de uma hypersuperfícies mínima
de Hn×R em várias situações geométricas. Em especial, obtivemos uma
caracterização do n- catenóide em Hn×R em termos do bordo assintótico [N-SE-T],
veja Teorema 2.1, Teorema 4.2. O bordo assintótico de H2×R se encontra definido
em [SE-T7] ou [SE-T10]. Os n-catenóides foram construídos em [B-SE1,
Proposição 3.2], quando n ≥ 3. De fato, o resultado obtido é um teorema de tipo
Schoen [S], no contexto de superfícies mínimas de curvatura total infinita. Também
estabelecemos um princípio do máximo para superfícies mínimas contidas num semi-
espaço fechado [N-SE-T], veja Teorema 3.1, Teorema 4.4. As técnicas usadas para
deduzir este resultado foram e estão sendo aplicadas em outros trabalhos, veja por
exemplo, [SE-T7] e [SE-T10].
─ Ainda num projeto em colaboração com Eric Toubiana [SE-T7], desenvolvemos e
aprofundamos o estudo em torno das propriedades geométricas de superfícies
mínimas imersas em H2×R com bordo assintótico pré-determinado, iniciado em [SE-
T5]. Mostramos neste trabalho um teorema que diz que um fim mínimo orientável
estável de tipo anel M cujo bordo assintótico finito está contido em duas retas
verticais e que converge à um plano vertical, tem curvatura total finita. Se o fim M é
mergulhado mostramos que, a menos de um subconjunto compacto, M é um gráfico
mínimo horizontal com respeito a uma geodésica, ou simplesmente, gráfico mínimo
horizontal (veja tal noção em [H-N-SE-T], por exemplo). Existe outra noção de
“gráfico mínimo horizontal”, veja abaixo. Gráficos mínimos horizontais são estáveis.
Isto segue do bem conhecido critério clássico sobre estabilidade de superfícies
mínimas: Seja M uma superfície mínima orientada conexa imersa em H2×R. Se
existe uma função positiva u num domínio limitado Ω de M, satisfazendo Lu = 0,
onde L é o operador de estabilidade veja a definição em [B-SE1, Seção2.2], então Ω
é estável [C-M, Lemma 1.36]. Exemplos clássicos mostram que a nossa hipótese
sobre o bordo assimptótico em [SE-T7] é necessária, veja em [SE1], [SE-T5].
─ Lembramos agora que no espaço Euclideano R,3 o famoso teorema de D. Fischer-
Colbrie [F-C] diz que uma superfície mínima completa orientável M tem índice
finito, se e só se, M tem curvatura total finita. Índice finito de uma superfície mínima
completa imersa numa variedade tridimensional significa superfície mínima estável,
fora de um compacto [F-C]. Em H2×R, numa parceria com Pierre Bérard [B-SE1],
deduzimos que curvatura total finita de uma superfície mínima completa orientada
implica índice finito, mas a recíproca não é verdadeira. De fato, existem famílias de
exemplos de superfícies mínimas completas orientáveis e invariantes por screw-
motions que são estáveis (mas que não têm curvatura total finita), veja em [SE1]. O
catenóide em H2×R é outro contraexemplo: Tem curvatura total infinita, mas possui
índice igual a 1, veja em [B-SE1], Proposição 3.3 e Teorema 3.5.
─ Em [SE-T10] continuamos esta perquisa visando entender melhor a estrutura
geométrica das superfícies mínimas em H2×R tanto de curvatura total finita quanto
de curvatura total infinita. Definimos em [SE-T10] a noção de bordo assimptótico
finito. Deduzimos um fenômeno de concentração de curvatura total para superfícies
mínimas imersas em H2×R. Supondo algumas condições geométricas sobre o bordo
assimptótico finito de uma superfície mínima conexa M imersa em H2× R, orientada
e estável, (não necessariamente completa, nem propriamente imersa), tem-se que M
tem curvatura total infinita. Na verdade, o resultado em [SE-T10] é de natureza
“local”: Significa o seguinte: se uma superfície mínima M (imersa em H2×R) tem
um arco no seu bordo assimptótico finito que é um gráfico de uma função
suficientemente regular definida sobre um arco do bordo assimptótico de H2, M se
estendendo até o bordo assimptótico com certa regularidade, então a curvatura total
da superfície M é infinita. Ou seja, se o bordo assimptótico finito de M é
“suficientemente bem comportado” e “não é vertical” então a curvatura total de M é
infinita.
Em particular, infere-se que se um gráfico mínimo M em H2×R cujo bordo
assimptótico finito é um gráfico sobre um arco do bordo assimptótico de H2, sendo o
bordo assimptótico finito de M diferente do bordo assimptótico finito do bordo de M,
então M tem curvatura total infinita. Uma das consequências do Teorema principal
em [SE-T10] é a seguinte: Seja M uma superfície mínima estável imersa em
H2×R com bordo compacto (por exemplo, um gráfico mínimo com bordo
compacto), tal que o seu bordo assimptótico é um gráfico sobre a totalidade do bordo
assimptótico de H2, segue que M possui curvatura total infinita. Construimos em
[SE-T5] gráficos sobre um anel de H2 que exemplificam esta situação. No caso de
um fim de um catenóide, este resultado segue de um cálculo explícito feito em [B-
SE1, veja a dedução da Prop. 3.3]. O resultado principal em [SE-T10], em certo
sentido, é uma contraparte do resultado principal em [ SE-T7]. As técnicas
utilizadas em [SE-T10] são uma combinação das técnicas usadas nos trabalhos
anteriores [SE-T5], [H-N-SE-T], [N-SE-T], [SE-T7] e [SE-T10], junto com as
estimativas de curvatura obtidas em [R-S-T].
─Ainda em [SE-T10], nós apresentamos um exemplo simples e sugestivo de um
gráfico mínimo que possui um domínio 𝑆 ⊂ 𝑀 cujo bordo assimptótico é um
segmento compacto vertical, tal que S tem curvatura total finita, mas a curvatura
total do gráfico é infinita, pelo teorema citado antes.
─Finalmente, em [SE-T10], apresentamos também outros exemplos simples,
alguns muito significativos, de superfícies mínimas completas e não completas,
próprias e não próprias, mergulhadas e não mergulhadas. Exibimos os seus peculiares
bordos assimptóticos.
Num novo projeto com Eric Toubiana, pretendemos estudar em Hn×R, a equação
mínima horizontal (com respeito a uma geodésica), obviamente motivados pelos
resultados mencionados acima. Lembramos que esta equação é muito diferente da
“equação mínima horizontal” discutida abaixo, no próximo projeto. Há mais de uma
noção de gráfico em Hn×R, geometricamente distintas. As noções de gráficos não
são as mesmas Queremos frisar que esta equação mínima horizontal com respeito a
uma geodésica, é uma equação de Killing, ou seja, o gráfico é transversal à trajetória
do campo de Killing gerado por translações horizontais com respeito à geodésica
[SE2]. Por outro lado, o “gráfico horizontal” discutido em seguida é transversal a
uma família de geodésicas, que, Euclideanamente, podem ser vistas como semi retas
paralelas, mas a “equação horizontal” não é invariante pelas correspondentes
translações Euclideanas horizontais [SE1].
Dentre os vários problemas que planejamos estudar da equação mínima horizontal
com respeito a uma geodésica, destacamos os seguintes:
O problema de Dirichlet sobre domínios limitados e ilimitados: existência e
unicidade.
Construção de novas superfícies mínimas completas.
Caracterização de superfícies mínimas clássicas.
Equação mínima horizontal em Hn×R
No artigo individual [S-E3] estudamos uma classe de equações mínimas horizontais
em Hn×R, envolvendo uma família de EDP´s elípticas de segunda ordem indexadas
por um parâmetro ε no intervalo [0, 1]:
1 1
1 1 12 2 2 2 2 2
1 1 1
212 2
1 1 1
1 1 21
2 ( 1) 1 ( 2) 0
nk k k k k k
j jk k k
n n n
x x x t x x x tt x t x tk k k
nt
x x x x xj k n k
g g g g g g g g g g gn
gg g g g n g g n
g
Quando ε=0, obtemos a equação mínima horizontal que não é uma EDP estritamente
elíptica, em geral. Quando ε >0, obtemos uma EDP estritamente elíptica chamada
de ε-equação mínima horizontal. Obtivemos estimativas a priori para
o comprimento horizontal e para o gradiente no bordo que são bastantes gerais e
bastantes naturais como explicamos lá. Também obtivemos estimativas a priori
globais para o gradiente na presença de uma forte constraint sobre o comprimento
horizontal, que, parece ser um fato natural para este tipo de EDP. Este fato está de
algum modo relacionado com o seguinte fenômeno: não existem soluções da
equação mínima horizontal sobre um domínio limitado estritamente convexo, que se
anula sobre o bordo deste domínio e que são contínuas até o bordo. Este fenômeno
deveras surpreendente em dimensão 2 segue do asymptotic theorem deduzido em
[SE-T7]. Em dimensão qualquer, segue da generalização feita em
[N-E-T]. Obtivemos também em [S-E3] no caso bidimensional um resultado de
existência para a ε -equação mínima horizontal, ε >0. Tal resultado combinado com
nossas estimativas uniformes a priori, junto com a teoria ellíptica clássica, acarreta
num resultado de existência para a equação mínima horizontal (ε=0). A unicidade
do resultado de existência obtido para a equação mínima horizontal quando os dados
no bordo possuem uma admissible bounded slope condition segue do teorema tipo
Radó mencionado antes.
A técnica aplicada no trabalho é uma combinação da teoria das E. D. P.´s elípticas
não lineares de segunda ordem [G-T], incluido a teoria do grau, teorema do ponto
fixo de Schauder e alternativa de Leray-Schauder, combinada com a Geometria
Diferencial (técnicas de estimativas geométrico-analíticas das equações geométricas).
Veja em [SE4] uma lista ampla sobre Teoria do Grau e Aplicações Analíticas,
Topológicas e Geométricas que contém a base de Análise não Linear
Há vários problemas em aberto tanto para a ε-equação horizontal mínima quanto
para a equação da curvatura média constante que pretendemos investigar. Por
exemplo, pretendemos investigar as estimativas a priori do comprimento horizontal e
do gradiente para a equação da curvatura média pré-determinada. Em seguida,
examinar os consequentes resultados de existência para o correlato problema de
Dirichlet para esta equação.
Superfícies mínimas no espaço de Heisenberg
Num trabalho com B. Nelli e E. Toubiana estudamos a equação do gráfico mínimos
vertical no espaços de Heisenberg [N-SE-T2]. Apresentamos neste trabalho uma
dedução geométrica da não existência de gráficos mínimos assumindo certo bordo
pré-determinado. A nossa demonstração é geométrica por natureza e vale também no
espaço Euclideano. Resolvemos o problema de Dirichlet sobre domínio convexos
limitados e ilimitados, tomando dados no bordo seccionalmente contínuos e outros
resultados de existência gerais em convexos ilimitados. Construimos uma superfície
mínima tipo Scherk e usamos esta como barreiras para construir num setor de ângulo
entre π/2 e π um gráfico mínimo não trivial tomando valores pré-determinados não
negativos na fronteira do setor e tendo crescimento pelo menos quadrático. No caso
do semi-plano construimos soluções de crescimento linear ou quadrático com
algumas condições sobre o dado no bordo.
Colocamos no referido trabalho vários problemas em aberto que pretendemos
estudar neste novo projeto. O primeiro problema é inspirado pelo princípio do
máximo para a equação mínima no espaço Euclideano tridimensional numa faixa,
estabelecido em [R-SE]. Diz o seguinte: Seja u uma solução da equação mínima
numa faixa do plano que se estende continuamente até o bordo da faixa. Se u está
limitada superiormente no bordo da faixa por uma constante A; então u está limitada
superiormente pela mesma constante A em toda a faixa. Neste novo projeto, surge
então o probelma de estabelecer um princípio do máximo análogo no espaço de
Heisenberg para o problema de Dirichlet para a equação mínima numa faixa.
Relembremos que há unicidade do problema de Dirichlet para a equação mínima
Euclideana, com dados contínuos e limitados numa faixa do plano [C-K]. O segundo
problema visa demonstrar no espaço de Heisenberg a consequente unicidade do
correlato problema de Dirichlet para a equação mínima numa faixa, tomando dados
contínuos e limitados no bordo.
Hipersuperfícies com alguma função de curvatura
constante em Hn×R
É fato bem conhecido que as hipersuperfícies de curvatura média constante no
espaço ambiente Hn×R têm sido estudadas nos últimos anos por vários
pesquisadores, citamos, por exemplo, ([B-SE2], [E-SE], [SE-T6], [Sp]).
A ideia que surge agora é explorar a geometria das hipersuperfícies em Hn×R
com alguma função simétrica de curvatura Sr constante (Sr=cte), ou,
equivalentemente, com alguma função simétrica de curvatura normalizada
constante, i. e, Hr= cte, onde Sr=(𝑛𝑟)Hr. Abrimos um parêntesis para lembrar
que propriedades das hipersuperfícies com alguma Sr=cte em espaços de
curvatura constante (space form) foram estudadas exaustivamente por vários
pesquisadores no final do século vinte. Destacamos, dentre outros, os
seguintes pesquisadores: Hilário Alencar, Manfredo do Carmo, Lucas
Barbosa, Gervásio Colares, Louis Nirenberg, Luis Caffarelli, Joel Spruck,
Jorge Hounie, Maria Luiza Leite, Sebastian Montiel, Antonio Ros, Robert
Reilly e Maria Fernanda Elbert. Resultados sobre o assunto se encontram nas
seguintes referências: [A-doC-C], [B-C1], [B-C2], [C-N-S], [H-L1], [H-
L2],[L1], [L2], [M-Ros], [Re], [Ro], [C-R], [El]. No caso do produto Mn
×R,
destacamos o trabalho feito por Xu Cheng e Harold Rosenberg que obtiveram
certas estimativas a priori da altura para hipersuperfícies com alguma r-ésima
função simétrica de curvatura contante positiva. Além disso, fizeram algumas
aplicações [C-R].
Um dos objetivos do trabalho sobre Hr= cte é preencher a carência de
exemplos da teoria fornecendo vários exemplos em Hn×R, notadamente
quando H2=cte. Alguns destes exemplos quando Hr= cte são importantes
barriers. Paralelamente, ensejamos também deduzir resultados de unicidade
que caracterizem estas barriers.
Num primeiro trabalho com a colaboração de Maria Fernanda Elbert da
UFRJ [E-SE2], iniciamos o estudo da construção das hipersuperfícies em
Hn×R com Sr= cte, que possuem várias propriedades geométricas
interessante. Conseguimos inferir várias fórmulas básicas para a equação da
hipersuperfície com Sr= cte para um gráfico vertical em Mn×R, aplicando-as à
Hn×R. De fato, conseguimos estabelecer a equação da r-ésima curvatura
média numa forma da divergência adequada no espaço produto Mn×R, onde
Mné uma variedade Riemanniana. No caso de H
n×R, a equação fica:
12 2
1
(2 ) ,( 1) ( ) , .r
rr r
u n F P u F u ur S F div P F n r P
W W W W
onde F=xn e div e denotam a divergência e o gradiente em Rn,
respectivamente . O símbolo kP denota o k-ésimo tensor de Newton
associado.
Fazendo uso de uma destas fórmulas, seguindo técnicas e métodos
desenvolvidos em [L2], [El], [E-SE], conseguimos estabelecer uma integral
primeira para as hipersuperfícies invariantes por screw motions parabólicas
em Hn×R com S2 pré-determinada. À partir daí, obtivemos exemplos
explícitos de gráficos inteiros e outros exemplos de hipersuperfícies
completas (que são gráficos horizontais completos) quando S2= 0:
─Verificamos que existe uma única família constituída de gráficos verticais
inteiros de curvatura extrínseca Kext=S2=0 (n=2), invariantes por translações
parabólicas. Curiosamente, cada elemento da família tem curvatura média
constante 0<H<1/2 e cada tal H pode ser realizado. Surgiu a pergunta em aberto se existem outros gráficos verticais inteiros de
curvatura extrínseca nula e curvatura média constante não nula, em H2×R ?
─Obtivemos exemplos de superfícies com curvatura extrínsica pré-
determinada (não constante), invariantes por screw motions parabólicas.
─Obtivemos também exemplos de hipersuperfícies não completas quando
S2=cte≠0. Para n=2, obtivemos um “cilindro” de revolução de curvatura
extrínseca nula, que é um gráfico vertical inteiro, o que não é muito
surpreendente.
─Cumpre notar que neste primeiro trabalho sobre hipersuperfícies com Sr=cte
em Hn×R, com a colaboração de Maria Fernanda Elbert, descobrimos o
valor crítico n r
n
que aparece naturalmente na teoria.
─Por outro lado, estabelecemos fórmulas explícitas para as rotacionais com
Sr= cte exibindo vários exemplos que são usados no texto como barreiras
geométricas.
─Dentre estas importantes barriers destacamos as hipersuperfícies
compactas, mergulhadas e estritamente convexas de revolução, quando Hr>n r
n
que estão no texto .
─Além disso, quando 0<Hr≤n r
n
, construimos barriers que são gráficos
verticais inteiros estritamente convexos de revolução gerado por uma curva
estritamente convexa num plano vertical.
Em suma, obtivemos vários exemplos explícitos possuindo propriedades
geométricas interessantes, tanto de rotacionais completas quanto de gráficos
inteiros que corroboram a riqueza da teoria. Usando estas barreiras
geométricas, estabelecemos resultados de simetria, unicidade e estimativas a
priori:
─ Dentre as estimativas a priori destacamos as estimativas a priori da altura
para um gráfico compacto cujo bordo está contido num slice, de curvatura
pré-determinada satisfazendo 0<Hr(p) ≤n r
n
.
─Dentre os resultados de unicidade, destacamos um teorema de tipo
Alexandrov que caracteriza as rotacionais mergulhadas compactas
mencionadas acima. Finalmente, estabelecendo um outro resultado de
unicidade, caracterizamos os gráficos inteiros estritamente convexos de
revolução. Abrimos um parêntesis para observar que o teorema de
Alexandrov no Espaço Euclideano, no espaço hiperbólico e na semi-esfera foi
deduzido, independentemente, por N. Korevaar [K] e Montiel-Ros [M-Ros].
─Finalmente, estabelecemos um outro resultado de unicidade caracterizando
os gráficos inteiros estritamente convexos de revolução.
Outro projeto interessante seria estabelecer estimativas a priori sharp da altura
quando Hr>n r
n
, levando em conta a construção das rotacionais e
mergulhadas compactas obtidas. Quando n=2 e r=1, estas estimativas ótimas
foram obtidas por J. Aledo, J. M. Espinar and J. A. Gálvez [A-E-G].
Outros problemas interessantes surgem de nossas construções. Por exemplo:
─ Será que uma imersão completa em Hn×R com Hr =cte >0 e r=n é uma n-
esfera de revolução ?
Quando r=n=2 este é um resultado de J. M. Espinar, J. A. Gálvez e H.
Rosenberg [E-G-R].
Equações Diferenciais Parciais Geométricas
Barbara Nelli e eu estamos desenvolvendo um projeto de escrever um survey / livro
sobre equações diferenciais parciais geométricas no espaço hiperbólico. Esta será
uma etapa ulterior na nossa já longa colaboração de pesquisa na área.
O principal objetivo da pesquisa é mostrar como aplicar o princípio do máximo,
combinado-o com a teoria elíptica clássica, a fim de estudar hipersuperfícies
mínimas e de curvatura média constante.
Mais precisamente, nos concentramos nas equações mínima e de curvatura média
constante (pré-determinada) com as variáveis independentes no espaço hiperbólico.
Pretendemos desenvolver alguns métodos relevantes que surgiram e ainda surgem em
muitos artigos de pesquisa sobre o assunto. Vamos explicar algumas ferramentas
básicas e algumas das técnicas mais atuais em equações diferenciais parciais
geométricas.
Tratamos principalmente dos resultados elaborados pelos próprios autores ou pelos
co-autores. Além disso, o leitor será guiado através de muitos candentes resultados
da área relacionados com o tema. Nossa meta, portanto, é servir de apoio tanto a
pesquisadores quanto a estudantes de pós-graduação interessados em equações
diferenciais parciais elípticas do ponto de vista geométrico.
A nossa estratégia é a seguinte:
Vamos começar apresentando uma visão geral dos resultados clássicos sobre a
equação mínima no espaço Euclideano. Apresentamos o princípio máximo e vamos
aplicá-lo em várias configurações geométricas. Também vamos explicar como usar
princípio do máximo e a teoria elíptica para construir as barreiras geométrica a fim de
obter as estimativas a priori de soluções de vários problemas de Dirichlet. Notemos
que as estimativas a priori são um passo crucial para a existência de tais soluções.
Visamos também discutir alguns problemas em aberto.
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