resumo de comércio internacional

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    RESUMO DE COMRCIO INTERNACIONAL

    Ol, amigos do Estratgia Concursos! sempre uma enorme satisfaoestar aqui com vocs. Conforme lhes havia prometido, fiz um resumoespecial da disciplina Comrcio Internacional. Eu tenho que dizer que medediquei bastante na elaborao desse material, tentando deix-lo o maisobjetivo e enxuto possvel.

    Considero que a misso foi cumprida! Tudo o que vocs encontrarem naslinhas abaixo tm grandes chances de ser cobrado em prova. Eu me arrisco adizer que se voc souber tudo o que est nas linhas a seguir, ter boaschances de gabaritar a prova de Comrcio Internacional. claro, como trata-se

    de um resumo, ele no aborda todas as possibilidades, mas posso garantir queaborda as principais questes da nossa disciplina.

    1. Polticas comerciais. Protecionismo e livre cambismo. Polticascomerciais estratgicas. 1.1. Comrcio internacional edesenvolvimento econmico. 1.2. Barreiras tarifrias. 1.2.1Modalidades de Tarifas. 1.3. Formas de protecionismo no tarifrio.

    1) H dois tipos de polticas comerciais: i) liberalismo e; ii)protecionismo. O liberalismo considera que o comrcio internacional o grande

    motor do desenvolvimento econmico e defende a eliminao de barreirascomerciais. O protecionismo defende que, por variados motivos, devem seradotadas restries ao comrcio.

    2) O mercantilismo foi uma poltica econmica eminentementeprotecionista, que se baseava na acumulao de ouro e prata. No foi aplicadode forma homognea na Europa. Alguns pases tiveram como foco aexplorao das riquezas coloniais; outros, tinham como foco odesenvolvimento de manufaturas. Em ambos os casos, havia forte intervenogovernamental. Buscava-se a obteno de supervits comerciais, por meio daimposio de barreiras s importaes.

    3) Atualmente, fala-se em neoprotecionismo ou neomercantilismo.Trata-se de um protecionismo mais requintado, cuja caracterstica central autilizao de barreiras no-tarifrias.

    4)No sculo XVIII, comeam a surgir as primeiras ideais liberais. Chamosua ateno para a Teoria das Vantagens Absolutas e para a Teoria dasVantagens Comparativas.

    5) Teoria das Vantagens Absolutas: cada pas deve se especializar na

    produo de bens em que seja mais eficiente (eficincia medida em termos decustos de produo).

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    6) Teoria das Vantagens Comparativas: cada pas deve se especializarna produo de bens em que seja relativamente mais eficiente. Essa teoriaexplica que o comrcio internacional ser possvel mesmo quando um pas formais eficiente (tiver vantagens absolutas) na produo de todos os bensconsiderados.

    7)Explicao atual para o fenmeno do comrcio internacional: SegundoPaul Krugman, os pases participam do comrcio internacional por doismotivos: i) as diferenas nas dotaes de fatores de produo (o que nos explicado pelo Teorema Hecksher-Ohlin) e; ii) as economias de escala.

    8)Polticas comerciais ao longo da histria:

    a)Crise de 1929: com a quebra da Bolsa de Nova York, segue-se umperodo da Grande Depresso, no qual h exacerbao das prticas

    protecionistas. Pases se utilizam da poltica de empobrecimento do vizinho,por meio da utilizao de desvalorizaes cambiais competitivas.

    b) Conferncia de Bretton Woods (1944): teve como objetivoestabelecer uma nova ordem para regular as relaes econmicasinternacionais. Pretendeu criar 3 organizaes internacionais: FMI, BIRD e OIC.Dentre essas, apenas a OIC no foi criada. No entanto, em 1947, os pasescelebraram o GATT, acordo internacional que regulou o comrcio internacionalsozinho durante quase 50 anos.

    c)Sob a gide do GATT, ocorreram sucessivas Rodadas de Negociao.Por meio as tarifas foram reduzidas substancialmente, surgindo uma novaforma de protecionismo: as barreiras no-tarifrias.

    d) Barreiras no-tarifrias: medidas sanitrias e fitossanitrias,regulamentos tcnicos, restries quantitativas, medidas antidumping,medidas compensatrias, licenas de importao, taxas mltiplas de cmbio,etc.

    e) Dcada de 90: abertura comercial, motivada pela criao da OMC,surgimento de acordos regionais e iniciativas unilaterais. O liberalismo associa-se reduo de tarifas no marco da OMC, acordos regionais e esquemaspreferenciais.

    f) Atualidade: com a crise de 2008, houve uma forte retrao docomrcio internacional e o aprofundamento da utilizao de prticasprotecionistas. O sistema multilateral de comrcio ganhou um flego com aConferncia Ministerial de Bali (2013), na qual foi celebrado o primeiro acordomultilateral desde a criao da OMC: o Acordo de Facilitao de Comrcio.

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    9) Argumentos protecionistas com amparo na normativa do sistemamultilateral de comrcio: deslealdade comercial (art. VI do GATT), dficits noBalano de Pagamentos (art. XII do GATT), proteo indstria nascente (art.XVIII do GATT), promoo da segurana nacional (art. XXI do GATT), surto deimportaes (art. XIX do GATT) e excees gerais (art. XX do GATT).

    10)Efeitos do livre comrcio: i) aumento da oferta de produtos; ii)reduo dos preos; iii) aumento da satisfao do consumidor; iv) aumento dacompetitividade e desenvolvimento de novas tecnologias; v) gerao deeconomias de escala; vi) aumento da remunerao do fator de produoabundante (efeito sobre a distribuio de renda) e; vii) exportaes soimportantes para o PIB.

    11) O instrumento protecionista que maiores distores causa aocomrcio internacional so as cotas (restries quantitativas). A OMC

    defende a utilizao de tarifas, que o instrumento protecionista maistransparente. Os efeitos dos subsdios sobre os preos so exatamente oinverso dos efeitos provocados pelas tarifas.

    12)H diversos tipos de tarifas: i) tarifas ad valorem: so impostasna forma de um percentual incidente sobre a base de clculo. Exemplo: 30%,20%. ii) tarifas especficas (ad mensuram):so valores impostos sobreuma determinada unidade de medida. Exemplo: R$ 2,00 / kg; R$ 3,00 / litro.iii) tarifas mistas(compostas):so aquelas que incorporam elementos dastarifas ad valorem e das tarifas especficas. Exemplo: R$ 5,00 / kg + 10%;

    iv) tarifas tcnicas:so impostas levando-se em considerao o contedo ouos componentes de um determinado produto. Exemplo: R$ 3,00/ kg de couro;R$ 2,00/ kg de ferro.

    13)Modelos de Industrializao:

    a) Modelo de Industrializao orientada para exportaes: aproduo destinada ao mercado internacional; exposio concorrnciainternacional; estmulo competitividade das empresas. H intervenogovernamental em larga escala, por meio de apoio ao desenvolvimento dainfraestrutura, a concesso de incentivos fiscais e creditcios, o financiamentoda produo e das exportaes e investimentos em educao e qualificaoprofissional.

    b) Modelo de Substituio de Importaes: a produo interna estimulada por meio da imposio de entraves s importaes. O modelo desubstituio de importaes deriva da teoria da deteriorao dos termos detroca, criada por Ral Prbisch.

    Segundo a teoria da deteriorao dos termos de troca, os pasesem desenvolvimento, em virtude de se especializarem na produo de bens

    primrios, levam desvantagem no comrcio internacional. Isso porque, com o

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    passar do tempo, os bens primrios vo valendo cada vez menos comparadosaos bens industrializados.

    2. A Organizao Mundial do Comrcio (OMC): textos legais,estrutura, funcionamento. 2.1. O Acordo Geral Sobre Tarifas eComrcio (GATT-1994); princpios bsicos e objetivos. 2.2. O AcordoGeral sobre o Comrcio de Servios (GATS). Princpios bsicos,objetivos e alcance.

    1)A Organizao Mundial do Comrcio foi criada em 1994, na RodadaUruguai. Podem ser membros da OMC Estados e territrios aduaneiros. Antesda OMC, o comrcio internacional era regulado por um acordo internacional: oGATT-1947.

    2) O GATT-1947 tem como princpio o gradualismo. Sob a gide doGATT-1947 ocorreram diversas Rodadas de Negociao. As 5 (cinco) primeirasRodadas de Negociao tiveram como foco a reduo das tarifas. Na sextaRodada (a Rodada Kennedy), comeam a ser discutidas as barreiras no-tarifrias.

    3) Rodada Tquio (1973-1979): foram celebrados diversos acordosplurilaterais e, alm disso, foi estabelecida a Clusula de Habilitao.

    4) Rodada Uruguai (1986-1994): foi a Rodada de Negociaes maisimportante, pois resultou na criao da OMC. Foram incorporados novos temas agenda de negociaes internacionais: o comrcio de servios e os direitosde propriedade intelectual. Ainda na Rodada Uruguai, foi criado um novosistema de soluo de controvrsias.

    5) A primeira Rodada de Negociaes aps a OMC a Rodada Doha,lanada em 2001 e que at hoje est ocorrendo. Ela recebe o nome de Rodadado Desenvolvimento. No final de 2013, na Conferncia Ministerial de Bali,tivemos os primeiros resultados da Rodada, dentre os quais destacamos acelebrao do Acordo de Facilitao de Comrcio.

    5) Funes da OMC: i) administrar os acordos multilaterais (acordosque vinculam todos os membros, obrigatrios) e plurilaterais (facultativos); ii)servir como frum para as negociaes internacionais de comrcio; iii)solucionar controvrsias comerciais; iv) proceder reviso das polticascomerciais nacionais; v) alcanar maior coerncia global na formulao depolticas econmicas em escala global, em cooperao com o FMI e o BIRD.

    6) As decises na OMC so, em regra, adotadas por consenso. Se oconsenso no for possvel, ser feito o uso da votao. Existem alguns quruns

    especiais no que diz respeito ao processo decisrio da OMC: i) interpretaovinculante: 3/4 dos membros; ii) concesso de waivers: 3/4 dos membros;

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    iii) adeso de novo membro: 2/3 dos membros e; iv) modificao dosacordos: 2/3 dos membros.

    7) Princpios do GATT: o GATT-1947 ainda est em vigor at os diasde hoje. Ele no foi revogado pelo GATT-1994. Abaixo, portanto, listamos

    princpios que foram criados em 1947 e permanecem vlidos at hoje.

    a) Clusula da nao mais favorecida: De acordo com a clusula danao mais favorecida, sempre que um membro da OMC conceder umprivilgio a qualquer pas integrante ou no da OMC ele dever estendereste privilgio a todos os outros membros dessa organizao internacional.

    Suponha, por exemplo, que o Brasil (membro da OMC) estabelea que aalquota do imposto de importao incidente sobre computadores originriosdo Japo ser de 5%. Nesse caso, o Brasil ser obrigado a estender essa

    mesma preferncia aos computadores originrios de todos os outros membrosda OMC. Dessa forma, os computadores originrios da Alemanha, EUA eFrana (todos membros da OMC) sofrero a incidncia da alquota de 5% doimposto de importao.

    So excees clusula da nao mais favorecida os acordos regionais(art. XXIV, do GATT) e os esquemas preferenciais (amparo na Clusula deHabilitao).

    b) Princpio do Tratamento Nacional: probe os membros da OMC de

    conceder tratamento mais favorvel aos produtos domsticos do que aosprodutos de outros membros da OMC, uma vez que estes ltimos tenhamadentrado o territrio aduaneiro. Enquanto a clusula da nao maisfavorecida veda a discriminao entre diferentes origens, o princpio dotratamento nacional veda a discriminao entre produto nacional e produtoestrangeiro.

    c) Transparncia: obrigao de publicar as normas relativas aocomrcio internacional. Alm disso, deve-se notificar a OMC acerca dasmedidas adotadas que afetem o comrcio.

    d) Eliminao Geral das Restries quantitativas: o art. XI probe autilizao de cotas no-tarifrias. Elas somente sero admitidas em situaesexcepcionais, como no caso de salvaguardas (art. XIX) e dficit no Balano dePagamentos (art. XII).

    8) Principais normas do GATS:

    a)H 4 (quatro) modos de prestao de servios: i)Modo 1 (comrciotransfronteirio); ii) Modo 2 (consumo no exterior); iii) Modo 3 (presenacomercial) e; iv)Modo 4 (movimento temporrio de pessoas fsicas. O GATS

    no se aplica aos servios prestados no exerccio da autoridadegovernamental.

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    b) No GATS, a clusula da nao mais favorecida e o princpio datransparncia so obrigaes incondicionais, isto , se aplicam a todos ossetores e subsetores. Cada membro da OMC poder elaborar uma Lista deIsenes clusula NMF, a qual ser anexada ao GATS.

    c) O princpio do tratamento nacional e as obrigaes de acesso amercado so condicionais, isto , somente se aplicam nos setores e subsetoresem que tiverem sido assumidos compromissos especficos.

    d)O GATS no probe a existncia de monoplios.

    e)No se pode confundir a liberalizao do comrcio de servios com aregulamentao nacional. A regulamentao domstica dos setores de servios um direito soberano dos Estados-membros. Portanto, no h que se falarque o GATS flexibilizou a regulamentao domstica

    3. Sistemas preferenciais. 3.1. O Sistema Geral de Preferncias(SGP). 3.2. O Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC).

    1)O SGP um sistema de preferncias comerciais atravs do qual ospases desenvolvidos concedem preferncias tarifrias aos pases emdesenvolvimento sem exigncia de reciprocidade e, ainda, sem necessitarobedecer clusula da nao mais favorecida. O SGP heterogneo (cada

    outorgante tem suas prprias regras) e temporrio (a qualquer tempo, podeser retirado pelos outorgantes).

    2)Para que um produto possa usufruir os benefcios do SGP, ele deveestar amparado pelo Certificado de Origem Formulrio A, emitido pelasdependncias do Banco do Brasil autorizadas pela SECEX. O Certificado deOrigem Formulrio A no ser exigido em todos os casos, mas apenas quandoo pas outorgante do SGP exigir chancela governamental.

    3) O Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC) um esquemapreferencial que permite que os pases em desenvolvimento concedampreferncias tarifrias entre si, sem que seja necessrio estend-las a terceirospases. Somente podem participar do SGPC os pases em desenvolvimentomembros do Grupo dos 77 ou, ainda, qualquer grupo regional ou sub-regionalde pases em desenvolvimento membros do Grupo dos 77.

    4)Para que um produto possa usufruir os benefcios do SGPC, ele deveestar amparado pelo Certificado de Origem SGPC, emitido pelas Federaes deIndstrias credenciadas.

    5)O SGP e o SGPC so administrados pela UNCTAD (Conferncia das

    Naes Unidas sobre Comrcio e Desenvolvimento). A UNCTAD umorganismo de carter intergovernamental vinculado Assembleia Geral da

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    ONU que visa a discutir questes relacionadas ao comrcio e desenvolvimentosob a perspectiva dos pases em desenvolvimento (PEDs). A criao daUNCTAD teve forte influncia da CEPAL, que pregava a industrializao aqualquer custo dos PED`s.

    6) O SGP e o SGPC so excees clusula da nao mais favorecida,tendo amparo jurdico na Clusula de Habilitao, cujo objetivo o tratamentoespecial e diferenciado aos PED`s.

    4. Integrao comercial: zona de preferncias tarifrias; rea de livrecomrcio; unio aduaneira. 4.1 Acordos regionais de comrcio e aOrganizao Mundial de Comrcio (OMC): o Artigo 24 do GATT; a Clusulade Habilitao. 4.2. Integrao comercial nas Amricas: ALALC, ALADI,MERCOSUL, Comunidade Andina de Naes; o Acordo de Livre Comrcio daAmrica do Norte; CARICOM.

    1) Os acordos regionais so uma exceo clusula da nao maisfavorecida, possuindo amparo jurdico no art. XXIV do GATT. H diversosestgios de integrao: i) rea de livre comrcio; ii) unio aduaneira; iii)mercado comum; iv) unio econmica e; v) integrao econmica total. Azona de preferncia tarifaria no mencionada pela doutrina tradicional comoum estgio de integrao.

    2) Estgios de integrao:

    a) rea de livre comrcio: caracteriza-se pela livre circulao de bense servios no comrcio intrabloco.

    b) Unio Aduaneira: livre circulao de mercadorias e servios nointerior do bloco e estabelecimento de uma poltica comercial comum emrelao a terceiros pases. A unio aduaneira caracterizada pela existncia deuma Tarifa Externa Comum (TEC).

    c) Mercado comum: alm das caractersticas da unio aduaneira, hlivre circulao dos fatores de produo.

    d) Unio econmica: alm das caractersticas de um mercado comum,haver harmonizao de polticas econmicas.

    e) Integrao Econmica total: h unificao das polticaseconmicas (poltica fiscal, cambial e monetria).

    3) ALADI:

    a) Em 1960, foi criada a ALALC, a partir das ideias estruturalistas daCEPAL. Segundo Prbisch, os pases da Amrica Latina deveriam industrializar-

    se a qualquer custo e, para isso, era necessrio que adotassem polticas de

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    substituio de importaes. Todavia, eles no deveriam se isolarcompletamente, mas sim buscar a integrao na prpria Amrica Latina.

    b)A ALALC no deu muito certo e foi substituda, em 1980, pela ALADI(Associao Latino-Americana de Integrao). O objetivo da ALADI

    estabelecer, no longo prazo, um mercado comum latino-americano. Todavia,at hoje, a ALADI logrou estabelecer to-somente uma zona de prefernciastarifarias.

    c) A ALADI o principal foro de negociaes comerciais na AmricaLatina, englobando pases das trs Amricas. So 14 (quatorze) os membrosda ALADI: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Peru, Colmbia,Equador, Bolvia, Chile, Mxico, Cuba, Panam e Nicargua.

    d)A ALADI possui mecanismos mais flexveis do que sua antecessora (a

    ALALC). Dentro da ALADI, no se aplica a clusula NMF, ao contrrio do queacontecia na ALALC.

    e)A ALADI possui os seguintes mecanismos para integrao: i) acordosde alcance regional; ii) acordos de alcance parcial e; iii) preferncia tarifariaregional. O MERCOSUL um exemplo de acordo de alcance parcial da ALADI.

    4) NAFTA:

    a) As origens do NAFTA remontam a 1988, quando foi celebrado um

    acordo bilateral entre EUA e Canad. O NAFTA (North American Free TradeAgreement) um acordo regional de comrcio celebrado por EUA, Canad eMxico no ano de 1992, tendo entrado em vigor em 1994.

    b) O objetivo do NAFTA, j atingido, o de estabelecer uma rea delivre comrcio entre seus membros. Destaque-se, todavia, que ainda existemexcees ao livre comrcio no interior do NAFTA. Um exemplo disso apossibilidade de que seus integrantes apliquem medidas antidumping unscontra os outros. Isso nos permite afirmar que o NAFTA no est em totalconformidade com o art. XXIV do GATT.

    c) Ao entrar em vigor, o NAFTA previu que a liberalizao comercialentre seus integrantes ocorreria dentro de 15 anos. Assim, a completaliberalizao foi prevista para 2008.

    d) Existem acordos laterais ao NAFTA, os quais tratam de matriasambientais e trabalhistas. No NAFTA, a agricultura tratada em basesbilaterais.

    e)No mbito do NAFTA, existe um sistema de soluo de controvrsias,o qual administrado pelo Secretariado.

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    5) Comunidade Andina de Naes (CAN):

    a) As origens da Comunidade Andina de Naes (CAN) remontam ao anode 1969, quando foi celebrado o Acordo de Cartagena. Atualmente, somembros da CAN a Bolvia, o Equador, o Peru e a Colmbia.

    b)A Comunidade Andina tem como objetivo central a constituio deummercado comum.A Comunidade Andina de Naes (CAN) consiste, nos dias dehoje, em uma unio aduaneira imperfeita. Isso significa que, no mbito dessebloco comercial, h livre circulao de bens e servios e, ainda, a aplicao deuma poltica comercial comum em relao a terceiros pases. O Peru ainda noadota a TEC da Comunidade Andina.

    c) O arcabouo institucional da CAN mais avanado do que o doMERCOSUL, uma vez que possui rgos supranacionais. Tem objetivo

    semelhante ao do MERCOSUL e alcanou o mesmo estgio de integrao.

    6) Comunidade do Caribe (CARICOM):

    a) Em 1965, foi criado a Associao de Livre Comrcio do Caribe(CARIFTA). Era uma rea de livre comrcio, que se propunha a liberalizar ocomrcio intrabloco.

    b)Em 1973, foi celebrado o Tratado de Chaguaramas, por meio do qualos Estados decidiram estabelecer um mercado comum. Surge, assim, a

    Comunidade do Caribe (CARICOM).c) Atualmente, so membros do CARICOM os 15 (quinze) seguintes

    pases: Antgua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada,Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lcia, So Cristvo e Neves, SoVicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago.

    d) Em 2001, foi celebrado o Tratado Revisado de Chaguaramas, queentrou em vigor em 2006. O objetivo viabilizar a transformao do mercadocomum em mercado nico. O CARICOM encontra-se, atualmente, no estgiode mercado comum (com imperfeies). Entretanto, seu objetivo final(formao de um mercado nico) demonstra que almeja tornar-se uma unioeconmica, com harmonizao de polticas econmicas.

    5. MERCOSUL. Objetivos e estgio atual de integrao. 5.1. Estruturainstitucional e sistema decisrio. 5.2. Tarifa externa comum:aplicao; principais excees. 5.3. Regras de origem.

    1) Em 1986, foi assinado entre os ex-presidentes Jos Sarney e RalAlfonsin o Tratado de Cooperao Econmica, por meio do qual foi estabelecidoo PICE (Programa de Integrao e Cooperao Econmica), que visava a

    incrementar a cooperao econmica entre Brasil e Argentina.

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    2)Em 1988, foi assinado, tambm por esses dois pases, o Tratado deIntegrao, Cooperao e Desenvolvimento, que tinha como objetivoestabelecer as bases para uma rea de livre comrcio entre Brasil e Argentina.

    3)Em 1991, foi assinado o Tratado de Assuno por Brasil, Argentina,

    Uruguai e Paraguai. O Tratado de Assuno definiu como objetivo oestabelecimento de um mercado comum at 31 de dezembro de 1994. Emborao MERCOSUL tenha como objetivo formar um mercado comum, at hoje logrouestabelecer unicamente uma unio aduaneira imperfeita. No MERCOSUL, aindaexistem excees ao livre comrcio intrabloco e excees tarifa externacomum.

    4) A Venezuela aderiu ao MERCOSUL em junho de 2012, aps asuspenso do Paraguai, por ocasio da destituio do Presidente FernandoLugo. A suspenso do Paraguai teve como fundamento o Protocolo de

    Ushuaia, que a clusula democrtica do MERCOSUL.

    5)Os membros efetivos do MERCOSUL so Brasil, Argentina, Uruguai,Paraguai e Venezuela. Os membros associados so Equador, Peru, Colmbia,Chile, Guiana e Suriname. A Bolvia tambm um membro associado, mascom a particularidade de ser um membro em adeso.

    6) O Protocolo de Ouro Preto definiu a estrutura institucional doMERCOSUL e conferiu personalidade jurdica de direito internacional ao bloco.Os seguintes rgos compem a estrutura do MERCOSUL:

    - Conselho do Mercado Comum: conduo poltica do processo deintegrao.

    - Grupo Mercado Comum: rgo executivo, responsvel por darcumprimento s decises adotadas pelo Conselho do Mercado Comum

    - Comisso de Comrcio do MERCOSUL: fiscalizar o cumprimento daspolticas comerciais pelos pases-membros.

    - Parlamento do MERCOSUL: rgo de carter intergovernamental,opina sobre as normas elaborando pareceres

    - Foro Consultivo Econmico-Social: rgo representativo dos setoreseconmicos e sociais.

    - Secretaria do MERCOSUL:rgo de apoio operacional.

    7) So trs os rgos decisrios do MERCOSUL, que tm poder paraemitir normas no mbito do bloco: o Conselho do Mercado Comum (CMC), oGrupo Mercado Comum (GMC) e a Comisso de Comrcio do MERCOSUL

    (CCM). Esses trs rgos (assim como os demais rgos do MERCOSUL!)possuem natureza intergovernamental). As decises no mbito do MERCOSUL

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    so tomadas por consenso. Cabe destacar que o CMC e o GMC foram criadaspelo Tratado de Assuno (e no pelo Protocolo de Ouro Preto!).

    8) Embora seja possvel advogar que h uma livre circulao demercadorias em relao ao substancial do comrcio no MERCOSUL, ainda h

    algumas restries ao comrcio intrabloco, dentre as quais citamos: i) setorautomotivo e acar; ii)aplicao de medidas de defesa comercial intrabloco;iii) aplicao de medidas de salvaguarda no comrcio bilateral Brasil-Argentina, com amparo no Mecanismo de Adaptao Competitiva (MAC); iv)bens oriundos de zonas francas comerciais, zonas francas industriais, zonas deprocessamento de exportaes e reas aduaneiras especiais; v) restries livre circulao de servios e; vi)outras restries no-tarifrias.

    9) O MERCOSUL uma unio aduaneira imperfeita. Para a conclusodessa etapa, necessrio que sejam eliminadas as excees TEC. As

    principais excees TEC so as seguintes: i) Lista de Excees TEC; ii)Ex-Tarifrios de BK e BIT; iii) Excees TEC em razo da conjunturaeconmica internacional e; iv) Excees TEC por razes dedesabastecimento.

    10)Cada Estado-parte do MERCOSUL pode incluir um certo nmero deprodutos na Lista de Excees TEC. Atualmente, est em vigor a DecisoCMC n 58/2010, que determina que Brasil e Argentina podero manter 100cdigos na Lista de Excees TEC at 31/12/2015; o Uruguai poder manter225 cdigos at 31/12/2017; e o Paraguai poder manter at 649 cdigos at

    31/12/2019. Cada pas poder modificar, a cada (6) seis meses, at 20% doscdigos tarifriosrelacionados em sua Lista de Excees TEC.

    11) No mbito do MERCOSUL, os pases celebraram o Protocolo deDefesa da Concorrncia, desejando assegurar o livre acesso ao mercado e,ainda, a distribuio equilibrada dos benefcios da integrao regional.

    12) Medidas de Defesa Comercial: i) no interior do MERCOSUL ospases aplicam entre si medidas antidumping e medidas compensatrias; assalvaguardas so aplicadas unicamente no comrcio entre Brasil e Argentina,amparadas no Mecanismo de Adaptao Competitiva (MAC); ii)em relao aterceiros pases, ainda no h um regulamento comum para a aplicao dedireitos antidumping, tampouco para a aplicao de medidas compensatrias;j foi editado um regulamento comum para a aplicao de salvaguardas,embora no esteja em vigor.

    13) Regime de Origem do MERCOSUL:Existem requisitos especficose requisitos genricos. Os requisitos genricos so: i) salto tarifrio; ii) 60% devalor agregado regional; iii) produo integral no bloco. Os requisitosespecficos, quando existirem, prevalecem sobre os genricos. O Paraguai temum tratamento preferencial quanto origem: exige-se apenas 40% de valoragregado regional.

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    14) O sistema de soluo de controvrsias do MERCOSUL reguladopelo Protocolo de Olivos.

    6. Prticas desleais de comrcio. 6.1. Defesa comercial. MedidasAntidumping, medidas compensatrias e salvaguardas comerciais.

    1)So prticas desleais de comrcio: i)o dumping e; ii)o subsdio. Porsua vez, so medidas de defesa comercial: i)as medidas antidumping; ii) asmedidas compensatrias e; iii) as medidas de salvaguardas. As medidas desalvaguarda no so aplicadas contra prticas desleais de comrcio, mas simcontra um surto de importaes que cause ou ameace causar dano grave indstria nacional.

    2)As medidasantidumping so aplicadas contra o dumping que causedano indstria nacional, enquanto as medidas compensatrias so aplicadas

    contra um subsdio danoso

    3)As medidas antidumping e as medidas compensatrias so seletivas,ao passo que as medidas de salvaguarda so no seletivas.

    4) A aplicao de medidas de defesa comercial depende de umainvestigao prvia, feita por uma autoridade nacional. No Brasil, ainvestigao conduzida pela SECEX. Ao final da investigao, a SECEXpoder PROPOR a aplicao de medida de defesa comercial. Compete CAMEXfixar as medidas de defesa comercial, sejam elas provisrias ou definitivas.

    5)Uma importante novidade, trazida pelo Decreto n 8.058/2013, ade que o Conselho de Ministros da CAMEX poder, por razes de interessepblico, suspender, por at um ano, prorrogvel uma nica vez por igualperodo, a exigibilidade de direito antidumping definitivo, ou de compromissode preos, em vigor.

    6)O dumping consiste na venda de um produto para exportao por umpreo inferior ao seu valor normal. O valor normal o preo praticado nomercado interno do pas exportador.

    7)Caso no existam vendas do produto similar em operaes comerciaisnormais no mercado interno do pas exportador ou quando no for possvelcomparao adequada com o preo de exportao (em razo de condiesespeciais de mercado ou de baixo volume de vendas do produto similar nomercado interno do pas exportador), o valor normal ser apurado com baseno preo de exportao do produto similar para terceiro pas apropriado, desdeque esse preo seja representativo. Ou, ainda, o valor normal ser apuradovalor construdo.

    8)Caso no seja possvel o clculo do preo de exportao, ou caso o

    preo seja duvidoso segundo os parmetros da legislao aplicvel, o preo de

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    exportao do produto investigado pode ser construdo pela autoridadeinvestigadora para fins de constatao da prtica do dumping.

    9)O governo pode dar incio a uma investigao de ofcio ou mediantepleito da indstria nacional. Para que possam ser aplicadas medidas

    antidumping, devem ser comprovados trs requisitos: i)dumping; ii)dano e;iii)nexo causal. A investigao para aplicao de direitos antidumping tem adurao de 10 meses, podendo chegar a 18 meses.

    10)O direito antidumping o montante em dinheiro igual ou inferior margem de dumping apurada. A aplicao de direitos antidumpingno poderocorrer na forma de restries quantitativas (cotas), mas apenas na forma dealquotas.

    11) O conceito de dano deve ser entendido de forma ampla, como

    sendo: i) dano material efetivamente ocorrido; ii) ameaa de dano materialou; iii)atraso material na implantao da indstria.

    12) O prazo de vigncia dos direitos antidumping de 5 anos,prorrogveis indefinidamente, enquanto persistir o dumping e o dano deledecorrente. As medidas antidumping definitivas podero retroagir, incidindonos produtos embarcados at 90 dias antes da data da aplicao de medidasantidumpingprovisrias.

    13)Subsdio uma contribuio financeira concedida por um governo ou

    rgo governamental que permita a um setor especfico auferir umavantagem. Os membros da OMC tm a obrigao de notific-la sobre todosubsdio outorgado ou mantido em seu territrio.

    14) Nenhum produto estar sujeito, ao mesmo tempo, a direitosantidumping e a direitos compensatrios.

    15)Subsdios proibidos so aqueles vinculados, de fato ou de direito, aodesempenho exportador ou ao uso preferencial de insumos nacionais.Subsdios recorrveis (acionveis) so os especficos. Subsdios irrecorrveis soos gerais. At 5 (cinco) anos aps a criao da OMC, existiam subsdios que,apesar de serem especficos, eram irrecorrveis: i) subsdios destinados apesquisa e desenvolvimento; ii) subsdios destinados a promover odesenvolvimento regional e; iii) subsdios destinados ao cumprimento derequisitos ambientais.

    16)A investigao para aplicao de medidas compensatrias tem umadurao de 12 meses, podendo chegar a 18 meses. Os direitos compensatriossero aplicados na forma de alquotas ad valorem ou especficas, fixas ouvariveis ou pela conjugao de ambas. A aplicao de medidascompensatrias depende de trs requisitos: i) subsdio acionvel; ii) dano e;

    iii) nexo causal.

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    17) O prazo de vigncia das medidas compensatrias de 5 anos,prorrogveis indefinidamente, por sucessivos perodos. As medidascompensatrias definitivas podero ter aplicao retroativa.

    18)As medidas de salvaguarda so aplicadas para combater um surto

    de importaes que cause ou ameace causar dano grave indstria nacional.So pressupostos para aplicao das medidas de salvaguarda: i) surto deimportaes (aumento das importaes em termos absolutos ou em termosrelativos); ii) dano grave ou ameaa de dano grave indstria nacional e; iii)nexo causal.

    19) Quando um membro da OMC aplica uma medida de salvaguarda,dever notificar o Comit de Medidas de Salvaguardas. Devero ser concedidascompensaes comerciais aos membros que tenham interesse substancial naexportao do produto objeto das salvaguardas.

    20) O prazo de vigncia de uma medida de salvaguarda de 4 (quatroanos), podendo esse prazo ser estendido por outros 4 (quatro) anos. Para ospases em desenvolvimento, h a possibilidade de esse prazo ser prorrogadopor outros 2 anos adicionais.

    21) As medidas de salvaguarda podem ser aplicadas na forma de umadicional TEC (elevao do imposto de importao) ou de restriesquantitativas. Ressalte-se que as medidas de salvaguarda provisrias nopodem ser aplicadas na forma de restries quantitativas, mas apenas na

    forma de um adicional TEC.7. Sistema administrativo e instituies intervenientes no comrcioexterior no Brasil. 7.1. A Cmara de Comrcio Exterior (CAMEX). 7.2.Receita Federal do Brasil. 7.3 Secretaria de Comrcio Exterior(SECEX). 7.4. O Sistema Integrado de Comrcio Exterior(SISCOMEX). 7.5. Banco Central do Brasil (BACEN). 7.6. Ministriodas Relaes Exteriores (MRE).

    1)O SISCOMEX o instrumento administrativo que integra as atividadesde registro, acompanhamento e controle das operaes de comrcio exterior,mediante fluxo nico, computadorizado, de informaes.

    2)O SISCOMEX possui rgos gestores e rgos anuentes. Os rgosgestores so os responsveis pelo exerccio dos controles governamentaissobre o comrcio exterior: controle administrativo, controle aduaneiro econtrole cambial. A SECEX responsvel pelo controle administrativo; a RFB,pelo controle aduaneiro e; o BACEN, pelo controle cambial.

    3)Cmara de Comrcio Exterior (CAMEX): rgo de cpula do comrcioexterior. Sempre que falarmos em competncias da CAMEX, temos que nos

    lembrar das palavras FIXAR, DECIDIR, DEFINIR, COORDENAR.

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    4) A CAMEX define diretrizes para as polticas de comrcio exterior;quem formula propostas de polticas de comrcio exterior a SECEX.

    5)A CAMEX fixa as alquotas do imposto de importao e do imposto deexportao. Tambm a CAMEX que fixa as medidas de defesa comercial,

    sejam elas provisrias ou definitivas.

    6)O rgo de deliberao superior da CAMEX o Conselho de Ministros.O Presidente do Conselho de Ministros pode tomar decises ad referendum,ouvido previamente o GECEX (Comit Executivo de Gesto). Na estrutura daCAMEX, esto, ainda, o COFIG (responsvel por enquadrar e acompanhar asoperaes do PROEX e do FGE) e o a CONEX (representao do setor privado).

    7)A SECEX responsvel pela formulao de propostas de polticas decomrcio exterior. Alm disso, realiza o controle administrativo (anlise de LIs

    e REs), analisa os atos concessrios de drawback, conduz as investigaes dedefesa comercial, realiza negociaes internacionais e elabora/divulga abalana comercial e estatsticas de comrcio exterior.

    8)A RFB responsvel pelo controle aduaneiro, efetuando o controle daentrada, sada e movimentao de mercadorias e veculos no territrioaduaneiro. responsvel, ainda, por: i) planejar, coordenar, supervisionar,executar, controlar e avaliar as atividades de administrao tributria federal eaduaneira; ii) propor medidas de aperfeioamento e regulamentao e aconsolidao da legislao tributria federal; iii) interpretar e aplicar a

    legislao tributria e aduaneira; iv) negociar e participar da implementaode acordos, tratados e convnios internacionais pertinentes matriatributria e aduaneira; v) planejar, coordenar e realizar as atividades derepresso ao delito transfronteirio; vi) administrar, controlar, avaliar enormatizar o SISCOMEX; vii) executar todas as atividades relacionadas valorao aduaneira de mercadorias e controle de preos de transferncia;viii)executar a classificao fiscal de mercadorias.

    9) O BACEN, conhecido como banco dos bancos, responsvel pelocontrole cambial. Alm disso, responsvel por: i) efetuar o controle doscapitais estrangeiros; ii)autorizar o funcionamento de instituies financeiras;iii)autorizar as instituies financeiras a celebrar contratos de cmbio.

    10) O MRE atua na promoo comercial (inclusive organizando aparticipao brasileiras em feiras internacionais), realiza estudos e pesquisassobre mercados externos (inteligncia comercial), busca atrair investimentosestrangeiros para o pas, apoiar a internacionalizao de empresas brasileiras eparticipar das negociaes internacionais.

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    9. Contratos de Comrcio Internacional. 9.1. A Conveno das NaesUnidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional deMercadorias. 12. Termos Internacionais de Comrcio (INCOTERMS2010).

    1) A Conveno de Viena sobre o Contrato de Compra e VendaInternacional de Mercadorias (CVIM) foi celebrada em 1980 no mbito daUNCITRAL. A UNCITRAL entrou em vigor para o Brasil em 01/04/2014.

    2)Princpios Fundamentais da CVIM:

    a)Autonomia da vontade: partes contratuais podem excluir a aplicaoda Conveno de Viena a um contrato de compra e venda, assim comoderrogar qualquer de suas disposies ou modificar-lhe os efeitos.

    b)Princpio do carter internacional.

    c)Princpio da uniformidade: busca a harmonizao de regras aplicveisaos contratos de compra e venda internacional, dispondo sobre seus maisvariados aspectos: transporte, seguro, indenizaes por violao contratual,propriedade industrial, transferncia de risco, perdas e danos, juros,obrigaes de vendedores e compradores, dentre outros

    d)Princpio da boa f.

    e)Princpio da informalidade: o contrato de compra e venda no tem deser concludo por escrito nem de constar de documento escrito e no estsujeito a nenhum outro requisito de forma.

    f)Princpio da neutralidade.

    3)Aplicao da CVIM: i)contratos de compra e venda de mercadorias(bens tangveis mveis) celebrados entre partes que tenham estabelecimentoem Estados diferentes, desde que ambos os Estados sejam partes contratantesda referida Conveno; ii) regras de direito internacional privado levarem aplicao da lei de um Estado Contratante.

    4)O carter internacional do contrato determinado exclusivamente emfuno do local dos estabelecimentos das partes contratuais. Se as partescontratuais tiverem estabelecimento em Estados diferentes, o contrato serinternacional.

    5)O contrato de compra e venda de mercadorias conclui-se no momentoem que aaceitao da proposta contratual se torna eficaz.

    6) So obrigaes do vendedor entregar as mercadorias, transferir a

    propriedade sobre elas e, se for o caso, remeter os documentos que se lhe

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    referem. So obrigaes do comprador pagar o preo e aceitar a entrega dasmercadorias.

    7)Os INCOTERMS so frmulas que definem direitos e obrigaes daspartes em um contrato internacional de compra e venda quanto ao pagamento

    de fretes, seguros, embarque, desembarque, desembarao alfandegrio, entreoutros.

    8)Os INCOTERMS foram criados pela Cmara de Comrcio Internacional(CCI) com o objetivo de simplificar os contratos de compra e vendainternacionais. Como a CCI no uma organizao governamental, a utilizaodos INCOTERMS facultativa. No entanto, quando estes forem utilizados emum contrato de compra e venda, eles vinculam as partes.

    9)INCOTERMS 2010

    a) EXW (Ex Works): o vendedor disponibiliza a mercadoria em seuprprio estabelecimento ao comprador

    b) FCA (Free Carrier): o exportador deve entregar a mercadoria jdesembaraada ao transportador no pas de origem no local indicado pelocomprador.

    c) FAS (Free Alongside Ship):o exportador entrega as mercadorias jdesembaraadas para exportao no costado do navio no porto de embarque

    nomeado.d) FOB (Free on Board):o exportador dever entregar a mercadoria j

    desembaraada a bordo do navio no porto de embarque. Na versoINCOTERMS 2000, estava expresso que a entrega da mercadoria ocorria nomomento em que ela transpunha a amurada do navio.

    e) CFR (Cost and Freight): exportador entrega as mercadorias jdesembaraadas a bordo do navio e arca com os custos do transporteinternacional

    f) CIF (Cost, Insurance and Freight): o exportador entrega asmercadorias j desembaraadas a bordo do navio e, ainda, tem aresponsabilidade de arcar com os custos referentes ao frete e segurointernacionais;

    g) CPT (Carriage Paid To): vendedor entrega as mercadorias jdesembaraadas ao transportador, arcando com os custos do freteinternacional at o destino designado pelo importador

    h) CIP (Cost and Insurance Paid To): o exportador deve entregar as

    mercadorias j desembaraadas ao transportador, arcando com os custos dofrete e seguro internacionais at o destino designado pelo importador

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    i) DAP (Delivered at Place): o vendedor entrega a mercadoria em umlocal acertado entre as partes, exceo de um terminal.

    j) DAT (Delivered at Terminal):o vendedor entrega a mercadoria emum terminal de carga, que pode ser um terminal porturio ou mesmo um

    terminal fora do porto.

    l) DDP (Delivered Duty Paid): o vendedor assume o compromisso deentregar a mercadoria ao importador no ponto de destino designado, jdesembaraada para importao, pagando todas as despesas, inclusiveimpostos e outros encargos incidentes na operao realizada.

    10) INCOTERMS que podem ser utilizados em qualquer tipo detransporte, inclusive multimodal: EXW, FCA, CPT, CIP, DAT, DAP e DDP

    11) INCOTERMS que podem ser utilizados somente no transporteaquavirio: FAS, FOB, CFR e CIF

    12) A verso INCOTERMS 2010 admite expressamente a utilizaodesses termos contratuais tambm nos contratos internos.

    8. Classificao aduaneira. 8.1. Sistema Harmonizado de Designaoe de Codificao de Mercadorias (SH). 8.2. Nomenclatura Comum doMERCOSUL (NCM).

    1) O Sistema Harmonizado um sistema de classificao demercadorias, administrado pela Organizao Mundial de Aduanas (OMA), queassocia cada produto existente e por existir a um cdigo numrico de 6 dgitos. um sistema racional e completo.

    2) O objetivo do SH a padronizao da classificao fiscal demercadorias em nvel internacional. O SH foi dividido em 21 Sees e 96Captulos. Os Captulos 98 e 99 forem deixados em branco para utilizaopelas partes contratantes e o Captulo 77 foi reservado para utilizao futura.

    3) Os dois primeiros dgitos indicam o Captulo; os quatro primeirosdgitos (juntos) formam a posio; o quinto, a subposio de 1 nvel e; osexto, a subposio de 2 nvel.

    4) O Sistema Harmonizado possui 6 (seis) Regras Gerais deInterpretao:

    - RGI n 01-Os ttulos das sees, captulos e subcaptulos do SistemaHarmonizado tm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificaofiscal determinada pelos textos das posies e das Notas de Seo e deCaptulo e, desde que no sejam contrrias aos textos das referidas posies e

    Notas, pelas Regras seguintes:

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    - RGI n 2-a- Qualquer referncia a um artigo em determinada posioabrange esse artigo mesmo incompleto ou inacabado, desde que apresente, noestado em que se encontra, as caractersticas essenciais do artigo completo ouacabado. Abrange igualmente o artigo completo ou acabado, ou como talconsiderado nos termos das disposies precedentes, mesmo que se apresente

    desmontado ou por montar.

    - RGI n 2-b Qualquer referncia a uma matria em determinadaposio diz respeito a essa matria, quer em estado puro, quer misturada ouassociada a outras matrias. Da mesma forma, qualquer referncia a obras deuma matria determinada abrange as obras constitudas inteira ouparcialmente por essa matria. A classificao destes produtos misturados ouartigos compostos efetua-se conforme os princpios enunciados na Regra 3.

    - RGI n 3-a / 3-b / 3-c (Regra do Desempate) Quando parea

    que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais posies por aplicaoda Regra 2 b) ou por qualquer outra razo, a classificao deve efetuar-se daforma seguinte:

    a) A posio mais especfica prevalece sobre as mais genricas. Todavia,quando duas ou mais posies se refiram, cada uma delas, a apenas umaparte das matrias constitutivas de um produto misturado ou de um artigocomposto, ou a apenas um dos componentes de sortidos acondicionados paravenda a retalho, tais posies devem considerar-se, em relao a essesprodutos ou artigos, como igualmente especficas, ainda que uma delas

    apresente uma descrio mais precisa ou completa da mercadoria.b)Os produtos misturados, as obras compostas de matrias diferentes ou

    constitudas pela reunio de artigos diferentes e as mercadorias apresentadasem sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja classificao no sepossa efetuar pela aplicao da Regra 3 a), classificam-se pela matria ouartigo que lhes confira a caracterstica essencial, quando for possvel realizaresta determinao.

    c)Nos casos em que as Regras 3 a) e 3 b) no permitam efetuar aclassificao, a mercadoria classifica-se na posio situada em ltimo lugar naordem numrica, dentre as suscetveis de validamente se tomarem emconsiderao.

    - RGI n 4 - As mercadorias que no possam ser classificadas poraplicao das Regras acima enunciadas classificam-se na posiocorrespondente aos artigos mais semelhantes.

    - RGI n 5- a / 5-b:Alm das disposies precedentes, as mercadoriasabaixo mencionadas esto sujeitas s Regras seguintes:

    a) Os estojos para aparelhos fotogrficos, para instrumentos musicais,para armas, para instrumentos de desenho, para jias e receptculos

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    semelhantes, especialmente fabricados para conterem um artigo determinadoou um sortido, e suscetveis de um uso prolongado, quando apresentados comos artigos a que se destinam, classificam-se com estes ltimos, desde quesejam do tipo normalmente vendido com tais artigos. Esta Regra, todavia, nodiz respeito aos receptculos que confiram ao conjunto a sua caracterstica

    essencial.

    b) Sem prejuzo do disposto na Regra 5 a), as embalagens contendomercadorias classificam-se com estas ltimas quando sejam do tiponormalmente utilizado para o seu acondicionamento. Todavia, esta disposiono obrigatria quando as embalagens sejam claramente suscetveis deutilizao repetida.

    - RGI n 6- A classificao de mercadorias nas subposies de umamesma posio determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas

    subposies e das Notas de subposio respectivas, assim como, mutatismutandis, pelas Regras precedentes, entendendo-se que apenas socomparveis subposies do mesmo nvel. Para os fins da presente Regra, asNotas de Seo e de Captulo so tambm aplicveis, salvo disposies emcontrrio.

    5)A Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) deve ser utilizada emtodas as operaes de comrcio exterior dos pases do bloco. Possui 8 dgitos,sendo que os 6 primeiros so idnticos aos do SH. O stimo dgito chamadode item; o oitavo dgito de subitem.

    6)A NCM possui duas Regras Gerais Complementares:

    (RGC-1) As Regras Gerais para Interpretao do Sistema Harmonizadose aplicaro, "mutatis mutandis", para determinar dentro de cada posio ousubposio, o item aplicvel e, dentro deste ltimo, o subitem correspondente,entendendo-se que apenas so comparveis desdobramentos regionais (itense subitens) do mesmo nvel.

    (RGC-2) As embalagens contendo mercadorias e que sejam claramentesuscetveis de utilizao repetida, mencionadas na Regra 5-b, seguiro seuprprio regime de classificao sempre que estejam submetidas aos regimesaduaneiros especiais de admisso temporria ou de exportao temporria.Caso contrrio, seguiro o regime de classificao das mercadorias.

    7) Pareceres da OMA: so considerados elementos subsidiriosfundamentais; suas classificaes so vinculantes.

    8)NESH (Notas Explicativas do Sistema Harmonizado): so umaespcie de um glossrio que serve para auxiliar na classificao fiscal. Soaplicadas subsidiariamente na classificao fiscal de mercadorias.

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    13. Regimes aduaneiros.

    1)H trs tipos de regimes aduaneiros: i)regime comum; ii) regimesaduaneiros especiais e; iii)regimes aduaneiros aplicados em reas especiais.

    2) No regime aduaneiro comum, as mercadorias so importadas emcarter definitivo (nacionalizadas), ocorrendo despacho para consumo. Nosregimes aduaneiros especiais, as mercadorias so admitidas no Pas comsuspenso tributria, por meio de despacho para admisso. Os regimesaduaneiros aplicados em reas especiais, por sua vez, visam promover odesenvolvimento econmico de reas afastadas dos grandes centroseconmicos. So exemplos a Zona Franca de Manaus (ZFM) e as Zonas deProcessamento de Exportao (ZPE).

    3)A admisso de bens em regimes aduaneiros especiais considerada,

    pela doutrina dominante, fato gerador do imposto de importao. Oentendimento que se tem o de que ocorre o fato gerador, h incidnciatributria, mas os tributos ficam com a exigibilidade suspensa, sujeita a umacondio resolutiva. Os tributos suspensos ficam consubstanciados em umTermo de Responsabilidade, que ttulo representativo de direito lquido ecerto da fazenda Nacional.

    4) possvel a transferncia da mercadoria de um regime aduaneiroespecial para outro. Tambm admitida a transferncia de beneficirio doregime.

    5) Tabela-Resumo dos regimes aduaneiros especiais:

    Regime Definio Prazo Extino

    Trnsitoaduaneiro

    o que permite otransporte de mercadoria,sob controle aduaneiro, de

    um ponto a outro doterritrio aduaneiro, comsuspenso do pagamento

    de tributos.

    Subsiste desde olocal de origemat o local de

    destino dotrnsito.

    Concluso dotrnsito

    aduaneiro pelaUnidade da RFB

    de destino.

    AdmissoTemporria

    o regime que permite aimportao de bens que

    devam permanecer no Pasdurante prazo fixado, com

    suspenso total dopagamento de tributos, oucom suspenso parcial, no

    caso de utilizaoeconmica.

    1)6 meses,prorrogveis

    automaticamentepor mais 6

    meses.2)Prazo mximode 100 meses na

    admissotemporria para

    utilizao

    econmica.

    -Reexportao-Entrega FazendaNacional.

    - Destruio.- Transferncia

    para outroregime.

    -Despacho paraconsumo

    -Exportao de

    produtoequivalente.

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    Admisso

    Temporria paraaperfeioamento

    ativo

    o regime aduaneiroespecial que permite o

    ingresso, para permannciatemporria no Pas, comsuspenso do pagamento

    de tributos, de mercadoriasestrangeiras oudesnacionalizadas,

    destinadas a operaes deaperfeioamento ativo eposterior reexportao.

    6 meses,

    prorrogveisautomaticamentepor mais 6 meses

    -Reexportao.- Despacho

    para consumo- Exportao deproduto

    equivalente

    Drawback

    Busca promover adesonerao tributria dos

    insumos utilizados em

    produtos exportados ou aexportar. Existem 3modalidades de drawback:

    suspenso, iseno erestituio.

    1 ano, admitida aprorrogao pormais 1 ano. Para

    bens de longociclo de produo,o prazo pode ser

    estendido a 5anos.

    Liquidao docompromisso

    de exportao,no drawbacksuspenso.

    EntrepostoAduaneiro

    (Importao)

    o regime aduaneiroespecial que permite a

    armazenagem demercadoria estrangeira emrecinto alfandegado comsuspenso do pagamento

    dos impostos federais e doPIS/PASEP e COFINS

    incidentes na importao

    1 ano,prorrogvel por

    perodo nosuperior, nomximo, a 2

    anos.

    Excepcionalmente, pode serprorrogado at 3

    anos.

    -Despacho paraconsumo.

    - Reexportao.- Exportao

    - Transfernciade regime.

    Entreposto

    aduaneiro(Exportao)

    o regime aduaneiroespecial o que permite aarmazenagem de

    mercadoria destinada aexportao. Existem 2modalidades: i) regimecomum e; ii) regimeextraordinrio.

    - 1 ano,prorrogvel por

    perodo nosuperior, nomximo, a 2

    anos.

    Excepcionalmente, pode ser

    prorrogado at 3anos.

    - Modalidadeextraordinria:

    180 dias

    - Iniciar odespacho deexportao.- No caso de

    regime comum,reintegrao ao

    estoque.

    - Em qualqueroutro caso,pagar ostributos

    suspensos eressarcir osbenefcios

    fiscais.

    RECOF

    o que permite a empresaimportar, com ou semcobertura cambial, e comsuspenso do pagamentode tributos, sob controle

    1 ano,prorrogvel por

    mais 1 ano.

    Para que aempresa sejamantida comobeneficiria do

    RECOF, ela

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    aduaneiro informatizado,mercadorias que, depois desubmetidas operao deindustrializao, sejamdestinadas exportao.

    dever cumprircertas

    obrigaes.

    ExportaoTemporria

    o que permite a sada, doPas, com suspenso dopagamento do imposto deexportao, de mercadorianacional ou nacionalizada,condicionada reimportao em prazodeterminado, no mesmoestado em que foiexportada.

    12 meses,prorrogveis

    automaticamentepor mais 12

    meses.

    - Reimportao.-Exportaodefinitiva.- Importaode produtoequivalente.

    ExportaoTemporria paraaperfeioamento

    passivo

    o regime aduaneiro

    especial que permite asada, do Pas, por tempodeterminado, de

    mercadoria nacional ounacionalizada, para ser

    submetida a operao detransformao, elaborao,

    beneficiamento oumontagem, no exterior, e aposterior reimportao, sob

    a forma do produto

    resultante, com pagamentodos tributos sobre o valoragregado.

    12 meses,prorrogveis

    automaticamentepor mais 12

    meses.

    - Reimportao.-Exportaodefinitiva.

    -Importao deproduto

    equivalente.

    Loja Franca

    o regime aduaneiroespecial que permite a

    estabelecimento instaladoem zona primria de porto

    ou de aeroportoalfandegado vender

    mercadoria nacional ouestrangeira o passageiroem viagem internacional,

    contra pagamento emmoeda nacional ou

    estrangeira.

    -

    - Venda apassageiro em

    viageminternacional

    - Reexportao- Exportao,no caso de

    mercadoriasnacionais

    - Transfernciapara outro

    depsito de lojafranca

    - Transfernciade regime- Despacho

    para consumo- Destruio

    Depsitoespecial

    o que permite aestocagem de partes,peas, componentes emateriais de reposio ou

    5 anos, contados

    do desembaraoaduaneiro

    - Reexportao- Exportao

    - Transfernciapara outro

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    manuteno, comsuspenso do pagamentodos impostos federais, dacontribuio para oPIS/PASEP-Importao e

    da COFINS-Importao,para veculos, mquinas,equipamentos, aparelhos einstrumentos, estrangeiros,nacionalizados ou no, enacionais em que tenhamsido empregados partes,peas e componentesestrangeiros, nos casosdefinidos pelo Ministro deEstado da Fazenda.

    regime- Despacho

    para consumo- Destruio

    Depsitoafianado

    o regime o que permite aestocagem, com suspenso

    do pagamento dosimpostos federais, dacontribuio para o

    PIS/PASEP-Importao eda COFINS-Importao, demateriais importados sem

    cobertura cambial,destinados manuteno e

    ao reparo de embarcaoou de aeronavepertencentes a empresaautorizada a operar notransporte comercial

    internacional, e utilizadasnessa atividade

    5 anos, contadosdo desembarao

    automtico

    - Reexportao- Destruio- Despacho

    para consumo

    Depsitoalfandegadocertificado

    o regime que permiteconsiderar exportada, paratodos os efeitos fiscais,creditcios e cambiais, amercadoria nacionaldepositada em recintoalfandegado, vendida apessoa sediada no exterior,mediante contrato deentrega no territrionacional e ordem doadquirente.

    Prazo mximo de1 (um) ano

    - Comprovaodo efetivo

    embarque ouda transposio

    da fronteira.- Despacho

    para consumo.- Transferncia

    para outroregime.

    Depsito franco

    o regime que permite,em recinto alfandegado, aarmazenagem demercadoria estrangeirapara atender ao fluxocomercial de pases

    Mercadorias cujapermanncia emdepsito franco

    ultrapasse oprazo de 90 diasesto sujeitas

    -

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    limtrofes com terceirospases.

    verificaoaduaneira

    REPETRO

    um regime aduaneiroespecial criado com o

    objetivo de incentivar a

    produo nacional de bensdestinados s atividades depesquisa e lavra de jazidas

    de petrleo e de gsnatural. Aplicao dosseguintes tratamentos

    aduaneiros: i) importaode insumos ao amparo dodrawback; ii) exportao

    ficta e; iii) admissotemporria

    Habilitao pelo

    prazo de duraodo contrato deconcesso,autorizao,

    cesso, partilhade produo ourelacionado prestao de

    servio

    -

    REPEX

    o regime o que permite aimportao dessesprodutos, com suspensodo pagamento dosimpostos federais, dacontribuio para oPIS/PASEP-Importao eda COFINS-Importao,para posterior exportao,no mesmo estado em que

    foram importados.

    90 dias,prorrogvel uma

    nica vez

    - Exportao doprodutoimportado;

    - Exportao deproduto

    nacional emsubstituio aoimportado, em

    igualquantidade e

    idntica

    classificaofiscal.

    REPORTO

    o regime tributrio quepermite, na importao demquinas, equipamentos,

    peas de reposio eoutros bens, a suspensodo pagamento do I.I, do

    IPI, da contribuio para oPIS/PASEP-Importao eda COFINS-Importao,

    quando importadosdiretamente pelos

    beneficirios do regime edestinados ao seu ativo

    imobilizado

    5 anos contadosda data da

    ocorrncia do fatogerador

    Suspenso doI.I e do IPI seconverte em

    iseno.

    RECOM

    O regime aduaneiroespecial de importao deinsumos destinados aindustrializao porencomenda de produtosclassificados nas posies8701 a 8705 daNomenclatura Comum doMercosul - RECOM o que

    -

    Os produtosresultantes daindustrializaopodero ser:a) Destinadosao exterior:resolve-se a

    suspenso dopagamento dos

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    permite a importao, semcobertura cambial, dechassis, carroarias, peas,partes, componentes eacessrios, com suspenso

    do pagamento do impostosobre produtosindustrializados, dacontribuio para oPIS/PASEP-Importao eda COFINS-Importao.

    tributos.b) Destinadosao mercado

    interno:remetidos

    empresacomercialatacadista,

    controlada peloP.J

    encomendante,com suspensodo pagamentodos tributos.

    Zona Franca deManaus

    A Zona Franca de Manaus uma rea de livre comrcio

    de importao e deexportao e de incentivosfiscais especiais,

    estabelecida com afinalidade de criar no

    interior da Amaznia umcentro industrial, comerciale agropecurio, dotado decondies econmicas que

    permitam seudesenvolvimento, em face

    dos fatores locais e dagrande distncia a que seencontram os centrosconsumidores de seus

    produtos.

    Os benefcios daZFM sero vlidos

    at 2023.-

    rea de LivreComrcio

    Constituem reas de livrecomrcio de importao ede exportao as que, sobregime fiscal especial, so

    estabelecidas com afinalidade de promover odesenvolvimento de reasfronteirias especficas daRegio Norte do Pas e deincrementar as relaesbilaterais com os pases

    vizinhos, segundo a polticade integrao latino-

    americana

    - -

    Zona deProcessamento

    de Exportao

    As ZPEs consistem emreas de reas de livre

    comrcio de importao ede exportao, destinadas instalao de empresasvoltadas para a produo

    - -

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    10. Exportaes. 10.1 Incentivos fiscais s exportaes. 11.Importaes. 11.1. Contribuio de Interveno no DomnioEconmico. Combustveis: fato gerador, incidncia e base de clculo.

    1)Incentivos Fiscais s Exportaes:

    a) Imunidade de ICMS: o ICMS no incidir sobre operaes quedestinem mercadorias para o exterior, nem sobre servios prestados adestinatrios no exterior, assegurada a manuteno e o aproveitamento domontante do imposto cobrado nas operaes e prestaes anteriores.

    b) Imunidade de IPI: o imposto sobre produtos industrializados noincidir sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

    c)Manuteno e aproveitamento do crdito de IPI relativo aos insumosempregados na industrializao de produtos exportados.

    d) Imunidade das contribuies sociais e das contribuies deinterveno no domnio econmico: as contribuies sociais e as contribuiesde interveno no domnio econmico no incidiro sobre as receitasdecorrentes de exportao.

    e)Crdito presumido de IPI.

    f)Drawback.g)Empresas comerciais exportadoras. A venda para empresa comercial

    exportadora equiparada exportao.

    h)Exportao ficta: a mercadoria considerada exportada, para todosos efeitos fiscais e cambiais, sem que tenha sado do territrio aduaneiro.

    2)CIDE-Combustveis:

    a) A alquota da CIDE-Combustveis deve ser diferenciada por produto

    ou uso. Alm disso, poder ser reduzida e restabelecida por ato do PoderExecutivo, sem obedecer a anterioridade.

    de bens a seremcomercializados no

    exterior. Benefcio desuspenso do pagamento

    de tributos. Contrapartida:

    80% da receita bruta totaldeve ser decorrente deexportaes.

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    b)A CIDE-Combustveis incide sobre a importao e comercializao depetrleo e seus derivados, gs natural e seus derivados e lcool etlicocombustvel.

    c) A base de clculo da CIDE-Combustveis ser a unidade de medida

    estabelecida, uma vez que a alquota especfica.

    d) O contribuinte o importador, pessoa fsica ou jurdica, doscombustveis lquidos relacionados no art. 299, do R/A. O adquirente demercadoria de procedncia estrangeira, no caso de importao realizada porsua conta e ordem, por intermdio de pessoa jurdica importadora, serresponsvel solidrio.