resumo da dissertaÇÃo - portal uft pires nunes.pdf · o crescimento do arroz se deve ao aumento...

44
1 RESUMO DA DISSERTAÇÃO NUNES, Dalilla Pires, Fundação Universidade Federal do Tocantins, Avaliação da Nutrição de Arroz Irrigado Cultivado em Solos com Diferentes Texturas e seu Efeito na Sanidade e Produtividade de Grãos, Orientador: Hélio Bandeira Barros . Avaliadores: Rodrigo Ribeiro Fidelis, Rodrigo de Castro Tavares, Gil Rodrigues dos Santos. A cultura do arroz (Oryza sativa L.) vem assumindo um papel fundamental na alimentação humana de várias regiões do mundo, sendo considerada a fonte de 20% das calorias e 13% das proteínas consumidas no mundo. Objetiva-se com este estudo analisar o efeito da textura do solo na nutrição, sanidade e produtividade de grãos de arroz irrigado. O experimento foi conduzido no período da safra de 2012/2013 no Município de Formoso do Araguaia na região sudeste do estado Tocantins, em solos de várzea irrigada em uma parcela que apresentou solo com diferentes texturas. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, em arranjo fatorial 2x6 com quatro repetições, sendo duas texturas de solo e seis coletas da parte aérea de planta. A cultivar de arroz irrigado utilizado foi a IRGA 424. As coletas do tecido vegetal das plantas foram realizadas, sendo a primeira amostragem 15 dias após a emergência (DAE) com intervalo de 15 dias após a primeira coleta, sendo feita as amostragens ate os 90 DAE. Foram avaliadas as seguintes características: teores de nutrientes na parte aérea da planta; número de plantas por m 2 ; altura de plantas; comprimento da panícula; número de grãos por panícula; porcentagem de grãos chochos; massa de mil grãos; produtividade de grãos e porcentagem de grãos inteiros. A produtividade de cada tratamento foi determinada pela coleta e pesagem dos grãos de cada parcela e os resultados foram transformados para quilogramas por hectare. Foi avaliada a incidência de manchas dos grãos. Os teores de nutrientes na parte aérea foram influenciados pelas texturas do solo. As texturas do solo influenciaram, na sanidade e produtividade dos grãos. O solo com textura argilosa obteve maior produtividade 8329,33 kg ha -1 e menor incidência de mancha dos grãos. Palavras chave: Oryza sativa L.; Nutrição; Sanidade; Produtividade.

Upload: others

Post on 20-Jul-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

1

RESUMO DA DISSERTAÇÃO

NUNES, Dalilla Pires, Fundação Universidade Federal do Tocantins, Avaliação da Nutrição

de Arroz Irrigado Cultivado em Solos com Diferentes Texturas e seu Efeito na Sanidade

e Produtividade de Grãos, Orientador: Hélio Bandeira Barros. Avaliadores: Rodrigo Ribeiro

Fidelis, Rodrigo de Castro Tavares, Gil Rodrigues dos Santos.

A cultura do arroz (Oryza sativa L.) vem assumindo um papel fundamental na

alimentação humana de várias regiões do mundo, sendo considerada a fonte de 20% das

calorias e 13% das proteínas consumidas no mundo. Objetiva-se com este estudo analisar o

efeito da textura do solo na nutrição, sanidade e produtividade de grãos de arroz irrigado. O

experimento foi conduzido no período da safra de 2012/2013 no Município de Formoso do

Araguaia na região sudeste do estado Tocantins, em solos de várzea irrigada em uma parcela

que apresentou solo com diferentes texturas. O delineamento experimental utilizado foi de

blocos casualizados, em arranjo fatorial 2x6 com quatro repetições, sendo duas texturas de

solo e seis coletas da parte aérea de planta. A cultivar de arroz irrigado utilizado foi a IRGA

424. As coletas do tecido vegetal das plantas foram realizadas, sendo a primeira amostragem

15 dias após a emergência (DAE) com intervalo de 15 dias após a primeira coleta, sendo feita

as amostragens ate os 90 DAE. Foram avaliadas as seguintes características: teores de

nutrientes na parte aérea da planta; número de plantas por m2; altura de plantas; comprimento

da panícula; número de grãos por panícula; porcentagem de grãos chochos; massa de mil

grãos; produtividade de grãos e porcentagem de grãos inteiros. A produtividade de cada

tratamento foi determinada pela coleta e pesagem dos grãos de cada parcela e os resultados

foram transformados para quilogramas por hectare. Foi avaliada a incidência de manchas dos

grãos. Os teores de nutrientes na parte aérea foram influenciados pelas texturas do solo. As

texturas do solo influenciaram, na sanidade e produtividade dos grãos. O solo com textura

argilosa obteve maior produtividade 8329,33 kg ha-1 e menor incidência de mancha dos grãos.

Palavras chave: Oryza sativa L.; Nutrição; Sanidade; Produtividade.

Page 2: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

2

ABSTRACT OF DISSERTATION

NUNES, Dalilla Pires, Federal University Fundation of Tocantins, Nutrition Assessment of

Irrigated Rice Cultivated in Soils with Different Textures and its Effect on Health and

Productivity Grain, Leader: Hélio Bandeira Barros. Examiners: Rodrigo Ribeiro Fidelis,

Rodrigo de Castro Tavares, Gil Rodrigues dos Santos.

The culture of rice (Oryza sativa L.) is assuming a key role in food from various regions of

the world and is considered the source of 20 % of the calories and 13 % of protein consumed

worldwide. Objective with this study was to investigate the effect of soil texture on nutrition,

health and crop yield in irrigated rice . The experiment was conducted during the 2012/2013

season in the City of Formoso do Araguaia in southeastern Tocantins state in soils irrigated

lowland in a plot that had soil with different textures. The experimental design was a

randomized complete block design in a 2x6 factorial arrangement with four replications, two

soil textures and six collections of the aerial part of the plant. The rice cultivar used was

IRGA 424. The collections of plants from plant tissue were performed with the first sampling

15 days after emergence (DAE) with an interval of 15 days after the first collection, the

samples being taken until 90 DAE. The following characteristics were evaluated : nutrient

content in the aerial part of the plant , number of plants per m2, plant height, panicle length,

number of grains per panicle, percentage of voids grains, thousand grain weight, grain yield

and percentage whole grain. The yield of each treatment was determined by collecting and

weighing the grain from each plot and the results were converted to kilograms per hectare.

Incidence of staining of the grains was evaluated. Nutrient contents in shoots were influenced

by soil textures. The ground textures influence on health and productivity of grain. The clayey

soil had higher productivity 8329,33 kg ha- 1 and a lower incidence of grain stain.

Key words: Oryza sativa L.; Nutrition,; Health; Productivity.

Page 3: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

3

INTRODUÇÃO GERAL

O arroz é considerado o alimento de maior importância econômica em muitos países

em desenvolvimento e o aumento crescente de seu consumo impõe aos setores produtivos a

busca de novas técnicas que possam aumentar a produção.

O Brasil é o nono maior produtor mundial e colheu 11,26 milhões de toneladas na

safra 2009/2010. A produção está distribuída nos estados do Rio Grande do Sul, Santa

Catarina e Mato Grosso, Maranhão e Tocantins. O cultivo de arroz irrigado, praticado na

região Sul do Brasil contribui, em média, com 54% da produção nacional, sendo o Rio

Grande do Sul o maior produtor brasileiro. O Brasil vai colher 14,12 milhões de toneladas de

arroz na safra 2019/2020. Equivalem ao aumento anual da produção de 1,15% nos próximos

dez anos (MAPA, 2012).

No Estado do Tocantins, o arroz é uma cultura de grande importância

socioeconômica. No ano agrícola 2012/2013 foram cultivados 119 mil hectares, com

produção total de 565,7 mil toneladas, registrando aumento de 27,9% numa comparação com

o ano anterior, em que foram produzidas 442,3 mil toneladas. O crescimento do arroz se deve

ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

deste grão no Tocantins (CONAB, 2013). Na safra agrícola 2007/2008, foram cultivados

cerca de 53 mil hectares de arroz irrigado, com rendimento médio de 4.481 kg.ha-1, enquanto

que o arroz cultivado em terras altas teve área plantada de 107 mil hectares e a produtividade

alcançou apenas 1.828 kg.ha-1. O cultivo do arroz de terras altas é distribuído por todo o

Estado, enquanto o cultivo de arroz irrigado (inundação) está concentrado nas regiões centro-

oeste e, principalmente, sudeste, abrangendo os municípios de Cristalândia, Dueré, Formoso

do Araguaia, Lagoa da Confusão e Pium (EMBRAPA, 2012).

A textura do solo tem um papel importante nos processos físicos, químicos e

biológicos, interferindo no funcionamento dos ecossistemas (BAYER et al., 2006;

DILUSTRO et al., 2005; SYLVIA et al., 1999). A proporção relativa de areia, silte e argila

define a classe textural do solo e modifica o potencial de estoque de nutrientes, carbono e

capacidade de retenção de água nos solos (PAUL, 2007; 1965; SYLVIA et al., 1999).

A textura é um dos principais indicadores da qualidade e produtividade dos solos

(COX e LINS, 1984), não obstante também a importância dos atributos biológicos, químicos

Page 4: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

4

e físicos (ROMING et al., 1995; SANCHEZ et al., 2003). O acúmulo de nutrientes na planta

também tem influência da textura do solo (SANTOS et al., 2008).

A nutrição é um dos principais fatores que afetam a produtividade das culturas

vegetais. Assim, a utilização de técnicas de avaliação do estado nutricional das plantas

apresenta importante papel no monitoramento e na adequação da oferta de nutrientes feita via

adubação do solo na maioria das culturas de interesse econômico. Assim, o conhecimento das

exigências nutricionais da cultura, nas diversas situações de cultivo, pode contribuir para o

estabelecimento de fórmulas e recomendações de adubação mais racionais (GIUDICE et al.,

1983; BARBOSA FILHO, 1987).

A disponibilidade de nutrientes no solo pode ser considerada como um dos fatores

responsáveis pela predisposição de plantas ao ataque de patógenos. Apesar da resistência da

planta ser determinada geneticamente, o meio ambiente pode influenciar na expressão de

genes que controlam tal resistência. A nutrição mineral é um dos fatores que mais afetam a

resistência e ou susceptibilidade das plantas às doenças bem como a virulência dos

fitopatógenos (HUBER, 1994).

Em função do exposto, o presente trabalho foi realizado com objetivo de avaliar a

nutrição de arroz irrigado cultivados em solos com diferentes texturas e seu efeito na sanidade

e produtividade de grãos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BARBOSA FILHO, M.P. Nutrição e adubação do arroz (sequeiro e irrigado). Piracicaba,

Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 129p. (Boletim Técnico, 9)

1987.

BAYER, C.; MARTIN-NETO, L.; MIELNICZUK, J.; PAVINATO, A.; DIECKOW, J.

Carbon sequestration in two Brazilian Cerrado soils under no-till. Soil and Tillage Research,

Amsterdam, NL, v. 86, p. 237-245, 2006.

CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. 11° Levantamento da

safra 2012/2013. Disponível em <http://www.conab.gov.br/conabweb/index>. Acesso: Dez

2013.

COX, F.R. e LINS, D.G. A phosphorus soil test interpretation for corn grown on acid soils

varying in crystalline clay content. Comm. Soil Sci. Plant Anal., v.15, p.1481-1491, 1984.

DILUSTRO, J. J.; COLLINS, B.; DUNCAN, L.; CRAWFORD, C. Moisture and soil texture

effects on soil CO2 efflux components in southeastern mixed pine forests. Forest Ecology

and Management, Elmsford, NL, v. 204, p. 87-97, 2005.

Page 5: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

5

EMBRAPA. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA).

Embrapa Arroz e Feijão. Sistemas de Produção. Disponível em:

<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoTocantins/in

dex.htm>. Acesso: Out 2012.

FAGERIA, N.K.; SANT’ANA, E.P.; MORAIS, O. P. Resposta de genótipos de arroz de

sequeiro favorecido à fertilidade do solo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.30, p.1155-

1161, 1995.

GIUDICE, R.M.; HAAG, H.P.; THIÉBAUT, J.T.L; DECHEN, A.R. Absorção cumulativa

de nutrientes minerais em duas variedades de arroz (Oryza sativa L.), cultivadas em três

diferentes níveis de disponibilidade d’água. Campinas, Fundação Cargill, 78p. 1983.

HUBER, D. M. The influence of mineral nutrition on vegetable diseases. Horticultura

Brasileira, v.12, p.206-214, 1994.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores IBGE. Estatística da

Produção Agrícola. 78 p. Março, 2012.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em

<http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/arroz>Acesso: Out 2012.

PAUL, E. A. Soil microbiology, ecology and biochemistry, Third edition. Burlington, USA:

Academic Press, 532p. 2007.

ROMING, D.E.; GARLYND, M.J.; HARRIS, R.F. & MCSWEENEY, K. How farmers

assess soil health and quality. J. Soil Water Conserv. v.50, p.229-236, 1995.

SANCHEZ, P.A.; PALM, C.A. & BUOL, S.W. Fertility capability soil classification: A tool

to help assess soil quality in the tropics. Geoderma, v.114, p.157-185, 2003.

SANTOS, F. C.; NOVAIS, R. F.; NEVES, J. C. L.; FOLONI, J. M.; ALBUQUERQUE

FILHO, M. R.; KER, J. C. Produtividade e aspectos nutricionais de plantas de soja cultivadas

em solos de cerrado com diferentes texturas. Revista Brasileira Ciência do Solo, v.32

p.2015-2025, 2008.

SYLVIA, D. M.; FUHRMANN, J. J., HARTEL, P. G.; ZUBERER, D. A. Principles and

applications of soil microbiology. New Jersey: Prentice Hall, 550p. 1999.

Page 6: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

6

CAPITULO 1

NUTRIÇÃO DO ARROZ IRRIGADO CULTIVADO EM SOLOS COM DIFERENTES

TEXTURAS

Page 7: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

7

RESUMO

A exigência nutricional do arroz é determinada por vários fatores como condições climáticas,

tipo de solo, cultivar plantada, produtividade esperada e práticas culturais adotadas. A análise

foliar baseia-se na determinação do teor dos nutrientes no tecido vegetal, durante o cultivo das

plantas. Porém, a época recomendada para análise foliar, a do estádio de florescimento, já não

permite que sejam realizadas correções de adubação dentro do ciclo de cultivo, gerando,

apenas, informação complementar para o próximo cultivo. O objetivo deste trabalho foi

verificar a influência da textura do solo nos teores de nutrientes no tecido foliar da cultura do

arroz (Oryza sativa L.) irrigado. O experimento foi conduzido no período da safra de

2012/2013 no Município de Formoso do Araguaia na região sudeste do estado Tocantins, em

solos de várzea irrigada em uma área de cultivo que apresentou solo com diferentes texturas.

O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, em arranjo fatorial 2x6

com quatro repetições, sendo duas texturas de solo e seis coletas da parte aérea de planta. A

cultivar de arroz irrigado utilizado foi a IRGA 424. As coletas do tecido vegetal das plantas

foram realizadas, sendo primeira amostragem 15 dias após a emergência (DAE) com intervalo

de 15 dias após a primeira coleta, sendo feita as amostragens ate os 90 DAE. Após as coletas,

determinaram-se os teores de nutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Mn, Mo, Zn, Cu) do tecido

vegetal. Houve diferenças nos teores de nutrientes na parte aérea das plantas de arroz, quando

se comparando as texturas do solo.

Palavras chave: Oryza sativa L.; Nutrição.

Page 8: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

8

ABSTRACT

The nutritional requirement of rice is determined by several factors such as climatic

conditions, soil type, cultivar planted, expected yield and cultural practices . The foliar based

on the determination of the content of nutrients in the plant tissue during cultivation of the

plants. However, the recommended time for leaf analysis, the flowering stage, no longer

allows fertilization corrections are carried out within the cultivation cycle, generating only,

additional information for the next crop. The aim of this study was to determine the influence

of soil texture on nutrient levels in the leaves of rice (Oryza sativa L.) irrigated. The

experiment was conducted during the 2012/2013 season in the City of Formoso do Araguaia

in southeastern Tocantins state in soils irrigated lowland cultivation in an area that presented

with different soil textures. The experimental design was a randomized complete block design

in a 2x6 factorial arrangement with four replications, two soil textures and six collections of

the aerial part of the plant. The rice cultivar used was IRGA 424 . The collections of plants

from plant tissue were performed , with the first sampling 15 days after emergence (DAE)

with an interval of 15 days after the first collection, the samples being taken until 90 DAE.

After collection , we determined the levels of nutrients (N , P , K , Ca , Mg, S, Fe, Mn, Mo,

Zn, Cu) in plant tissue. There were differences in nutrient contents in shoots of rice plants,

when comparing the ground textures .

Key words: Oryza sativa L.; Nutrition.

Page 9: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

9

INTRODUÇÃO

A exigência nutricional do arroz é determinada por vários fatores como condições

climáticas, tipo de solo, cultivar plantada, produtividade esperada e práticas culturais

adotadas. A nutrição é um dos principais fatores que afetam a produtividade das culturas

vegetais. Assim, a utilização de técnicas de avaliação do estado nutricional das plantas

apresenta importante papel no monitoramento e na adequação da oferta de nutrientes feita via

adubação do solo na maioria das culturas de interesse econômico. A eficiência nutricional

expressa a relação entre a produção obtida e insumos aplicados, ou seja, a quantidade de

matéria seca ou grãos produzidos por unidade de nutriente aplicado.

De acordo com Graham (1984), esta eficiência pode ser definida como a produção

relativa de um genótipo em solo deficiente em comparação com sua produção em nível ótimo

de nutrientes. Israel e Rufty Júnior (1988) afirmam que eficiência nutricional é a relação entre

a biomassa total e a quantidade de nutriente absorvido.

O princípio de se usar o teor de nutrientes nas plantas como critério para avaliar o

seu estado nutricional e o do solo foi posto em prática inicialmente por Lagatu e Maume

(1934) e seguido por muitos outros desde então (BATAGLIA et al., 1986). A utilização da

análise foliar como critério de diagnóstico baseia-se na premissa de existir relação entre o

suprimento de nutrientes pelo solo e os seus níveis na planta e que aumentos ou decréscimos

nas concentrações dos nutrientes se relacionam com produtividades mais altas ou mais baixas,

respectivamente (EVENHUIS e WAARD, 1980). Na maioria das vezes, a folha é o órgão da

planta onde as alterações fisiológicas devidas a distúrbios nutricionais se tornam mais

evidentes.

Segundo Malavolta e Malavolta (1988), a utilização da diagnose foliar permite a

identificação de deficiências e excessos de nutrientes, a determinação de interações positivas e

negativas entre elementos, o levantamento do estado nutricional da cultura em propriedades

rurais e regiões, a determinação da eficiência de utilização de nutrientes por espécies e

variedades, e a distinção entre desordens nutricionais e sintomas de pragas e moléstias. Além

disso, segundo os mesmos autores, a diagnose foliar também pode proporcionar uma melhor

avaliação da necessidade de adubação, complementando os dados da análise de solo, visto

que a técnica consiste em se analisar o solo usando a planta como solução extratora.

A absorção adequada de nutrientes pelas plantas de arroz está condicionada a

processos fisiológicos inerentes aos cultivares utilizados (FAGERIA et al., 1995) e à sua

Page 10: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

10

adaptabilidade à disponibilidade de água. Assim, o conhecimento das exigências nutricionais

da cultura, nas diversas situações de cultivo, pode contribuir para o estabelecimento de

fórmulas e recomendações de adubação mais racionais (GIUDICE et al., 1983; BARBOSA

FILHO, 1987).

A principal ferramenta para a estimativa da disponibilidade de nutrientes para as

plantas é a análise de solo. Porém, por causa das alterações provocadas pelo alagamento do

solo para o cultivo do arroz irrigado, é difícil estabelecer uma relação entre as análises

químicas, antes do alagamento, e a disponibilidade de nutrientes no solo alagado (VAHL e

SOUSA, 2004), dificultando a interpretação dos resultados. Assim, a análise foliar é uma

ferramenta complementar à análise do solo, por permitir a determinação do teor dos nutrientes

no tecido vegetal durante o cultivo das plantas (CQFS RS/SC, 2004). Em outras palavras, a

diagnose foliar consiste em analisar o solo usando a planta como solução extratora

(MALAVOLTA et al., 1997) e, com a análise da planta, é possível identificar corretamente se

um dado nutriente está em nível suficiente ou deficiente, naquela época.

A parte da planta requerida para amostragem é de grande importância, pois há

diferenças no teor dos nutrientes entre folhas, caules e raízes (GIANELLO e BISSANI, 2004).

Entre todos os órgãos da planta (raiz, caule, folhas e frutos), a folha é o que reflete melhor o

estado nutricional. A quantidade de nutrientes nela encontrados é consequência do efeito de

fatores de solo e planta que atuaram e, às vezes, interagiram entre si, até o momento em que o

órgão foi colhido para análise (MALAVOLTA et al., 1997). Na maior parte dos casos, a

concentração de nutrientes em folhas completamente expandidas de plantas é a melhor

indicação do seu estado nutricional, refletindo a condição de fertilidade do solo (CQFS

RS/SC, 2004).

Objetivou-se com este trabalho avaliar a nutrição do arroz irrigado cultivado em

solos com diferentes texturas.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi conduzido no ano agrícola 2012/2013, no Município de Formoso do

Araguaia, sob as coordenadas geográficas 11°50’8.01”S e 49°39’19.81”W, na região sul do

estado Tocantins, em solos de várzea irrigada.

O experimento foi conduzido em área de cultivo comercial de arroz irrigado. Para

demarcação das áreas a serem monitoradas, tomou-se como base o teor de argila do solo, com

Page 11: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

11

base em análise. Foram feitas coletas de amostras de solos, das duas áreas para análise cujas

características químicas e físicas encontram-se na (Tabela 1).

Tabela 1 - Análise Química e Física dos solos utilizados no experimento

SOLO Ca Mg Al H+Al K P(Mel.) MO S Zn

---------- cmol dm-3 ----------- ----- mg dm-3 ---- dag kg-1 -- mg dm-3 --

Textura Argilosa 3,5 1,0 0,2 3,8 150 63,4 3,9 7,0 1,1

Textura Média 1,3 0,5 0,1 2,2 150 206,0 1,2 1,0 2,4

SOLO Cu Fe Mn Mo CTC pH Argila Silte Areia

------------ mg dm-3 ----------- T CaCl ----------- g kg-1 ----------

Textura Argilosa 0,8 44 2,4 0,08 8,68 4,9 372 13 615

Textura Média 0,7 63 3,2 0,09 4,38 4,6 198 12 790

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em arranjo

fatorial 2x6, sendo dois tipos de solo e seis coletas da parte aérea da planta.

A semeadura foi realizada dia 22 de novembro 2012, utilizando a cultivar BR IRGA

424. Na semeadura utilizou-se 120 kg ha-1 de sementes, a adubação de base foi realizada no

sulco de semeadura com 200 kg ha-1 de N, P2O5, K2O, com formulação 6-20-20. Foram feitas

duas coberturas, sendo a primeira aos 7 DAE com 100 kg ha-1 de NPK na formulação 18-18-

18 e, a segunda aos 31 DAE com 50 kg ha-1 de ureia. Foram feitas três aplicações de adubo

foliar, sendo a primeira aos 10 DAE com 1,0 l ha-1 de 10-08-08 do produto comercial

niphokam, a segunda aos 61 DAE com 1,0 l ha-1 de nitron e a terceira aos 73 DAE com 1,0 l

ha-1 de 0-20-20 de microxisto. O manejo de plantas daninhas, pragas e doenças foram

realizados de acordo com o cronograma executado na propriedade.

As coletas do tecido vegetal das plantas foram realizadas, sendo primeira

amostragem aos 15 dias após a emergência (DAE) com intervalo de 15 dias após a primeira

coleta, sendo feita as amostragens até os 90 DAE. Nas amostragens foram coletadas a última

folha completamente expandida, sendo que na última coleta foi coletada a folha bandeira. No

laboratório, as folhas foram limpas. A seguir, as partes das folhas foram secas em estufa de

circulação forçada de ar, a 70-75°C, por 72 horas. Após secas, as amostras foram pesadas e

moídas em moinho tipo Willey, passadas em peneira de 20 mesh e armazenadas em frascos

hermeticamente vedados.

A extração e determinação dos teores de N orgânico foi determinado pelo método de

Nessler (JACKSON, 1965), após digestão sulfúrica (H2SO4 e H2O2), do tecido vegetal. No

Page 12: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

12

extrato da digestão nitro-perclórica (HNO3 e HClO4), foram determinados: P,

colorimetricamente, pelo método do molibdato; K, Ca, Mg, Mn, Mo, Fe, Cu, Zn e S, por

espectrofotometria de emissão atômica.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de regressão, sendo utilizado o teste t para

verificação dos coeficientes angulares (β). O software utilizado para análise estatística foi o

software Sigmaplot 2000 (JANDEL SCIENTIFIC, 1999).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Analisando as épocas de amostragens, verificou-se tendência linear negativo

(p<0,01) para as duas condições avaliadas (10 e 30% de argila no solo) (Figura 1). Aos 15

DAE, verificou-se teor de N na planta próximo a 50 g kg-1 de ms, em ambos os solos. Esses

teores elevados podem ser explicados, possivelmente, pela realização de adubação

nitrogenada em cobertura, que ocorreu aos sete dias após a emergência das plântulas.

Até o final do período vegetativo da planta (aproximadamente 50 DAE), fase em que

o N deve ser acumulado nos tecidos vegetais, verificou-se concentração deste elemento no

tecido foliar dentro dos patamares citados na literatura (FAGERIA, 1984) como suficientes

para produção de grãos, sendo o nível considerado como suficiente é de 26 a 42 g kg-1. A

redução nos teores de N nas folhas com o crescimento da planta na fase vegetativa é um forte

indicativo que houve pouco suprimento deste nutrientes, não sendo, portanto, suficiente para

atender a demanda gerada pelo rápido incremento na área foliar, em virtude do perfilhamento.

Verifica-se que no solo com textura média, a redução do teor de N foliar é mais

acentuada, ou seja, obteve-se maior β, esta tendência pode estar relacionada com uma menor

disponibilidade de nitrogênio proveniente da matéria orgânica do solo (Tabela 1). Resultados

semelhantes foram obtidos por Fageria et al. (2003), para o cultivar Mética 1 de arroz

irrigado. Considerando-se esses resultados, para avaliar o teor de N na parte aérea do arroz,

deve-se levar em consideração a época da amostragem, pois as diferenças são significativas

ao longo do ciclo. Segundo Ishizuka (1971), o teor de nitrogênio na planta e maior na fase

inicial de crescimento, decrescendo ligeiramente com o tempo após a translocação e voltando

crescer até a diferenciação do primórdio floral, em que novamente decresce até o estádio de

Page 13: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

13

enchimento de grãos, quando o teor permanece quase constante até a fase de maturação

fisiológica.

Figura 1 - Teor de nitrogênio na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

Independentemente da textura do solo, os menores teores de N foram obtidos quando

coletou-se folhas bandeira, ou seja, após a emissão da panícula. Este comportamento pode ser

relacionado com o fato de que este cultivar possui ciclo médio, com maior crescimento e,

portanto, maior diluição do N no tecido vegetal. Isso remete a um cuidado maior na

interpretação dos resultados da análise de tecido entre cultivares e épocas de amostragem,

pois, o teor de N encontrado neste período mesmo estando baixo comparado com a primeira

amostragem, no solo com textura argilosa ainda se encontra no nível considerado como

suficiente pela CQFS RS/SC (2004), que é de 26 g kg-1 de N, no entanto o solo com textura

média se encontra abaixo do nível adequado. Isso se deve, pois no solo com textura média,

observou-se teores de matéria orgânica inferior ao observado no solo com textura argilosa.

Resultados obtidos por Malavolta et al., (1983), mostram que aos 100 DAE houve uma queda

significativa desse nutriente, devido a exportação para os grãos. Então aos 90 DAE esse

decréscimo do nitrogênio se dá a exportação para os grãos

Na avaliação dos teores de fósforo na parte aérea, ajustou-se equação cúbica

(p<0,05) cúbico no solo com textura argilosa e textura média, com significância (p<0,05)

(Figura 2).

Page 14: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

14

Figura 2 - Teor de fósforo na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

Ao longo do ciclo da cultura, verificou-se tendência de redução no teor de P no

tecido vegetal nos dois solos. Trabalho realizado por Fageria et al. (2003), utilizando o

cultivar de arroz irrigado JAVAÉ, também encontraram diminuição nos teores de P na parte

aérea, ao longo do ciclo. O P, assim como o N, é um elemento móvel na planta e sua

deficiência aparece primeiramente nas folhas mais velhas.

Os teores de fósforo variaram entre as texturas do solos e épocas de avaliação, sendo

que no solo com textura média, o teor de P foi maior do que no solo com textura argilosa.

Entretanto, os teores de P em quase todas as coletas, foram menores que os preconizados

como adequados pela CQFS RS/SC (2004) que é de 2,5 a 4,8 g kg-1. Aos 15 DAE, no solo

com textura média, verificou-se níveis satisfatório de P (3,6 g kg-1). Isto pode ter ocorrido,

provavelmente, em função de uma possível menor capacidade de adsorção deste elemento no

solo, o que o torna disponível à planta, uma vez que, houve adubação de base (semeadura)

contendo este elemento na formulação.

Em solo de várzea, a inundação promove profunda modificação no ambiente químico

e biológico. Ocorrendo a redução de óxidos de ferro que aumentam sua solubilidade e, por

estarem diretamente ligados a dinâmica do fósforo, promovem sua dessorção e aumento da

Page 15: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

15

labilidade de fósforo no solo (PONNAMPERUMA, 1972). Isso ocorrendo no solo com

textura argilosa, pois se encontra mais óxidos de ferro do que em solos arenoso.

Para o potássio o solo com textura argilosa apresentou comportamento linear

negativo, (p<0,01) pelo teste t (Figura 3), para o solo com textura média houve

comportamento cúbico.

A faixa adequada de K se encontra entre 15 g kg-1 a 40 g kg-1 CQFS RS/SC (2004). A

partir de 30 DAE, verificou-se que os teores foliares de K estavam inferiores ao mínimo

recomendado, independentemente da textura do solo (Figura 3).

Após a fase vegetativa (60 DAE aproximadamente) o potássio é direcionado a

formação de grãos, tendo, portanto, sua concentração na folha reduzida naturalmente.

Figura 3 - Teor de potássio na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

Segundo Malavolta et al. (1997) essa diminuição dos teores dos nutrientes, na planta,

ao longo do ciclo, está relacionada com o aumento da matéria seca da parte aérea com a idade

das plantas, conhecido como efeito de diluição dos nutrientes Assim, considerando-se que a

disponibilidade de nutrientes influencia o crescimento e o desenvolvimento das plantas, uma

lavoura com baixa disponibilidade de nutrientes, consequentemente, apresentará baixa

produção de matéria seca e menor efeito de diluição, ou seja, os teores de nutrientes poderão

Page 16: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

16

ser iguais ou até maiores que os de plantas em lavouras com alta disponibilidade de nutrientes

e produção de matéria seca.

Para Ca, no tecido foliar, houve uma resposta linear positiva, em ambos os solos,

sendo significativo a 1% (Figura 4). Menor concentração de Ca nas folhas foi observada no

solo com textura média, sendo, portanto, em todas as coletas, superior ao recomendado. A

faixa adequada de cálcio é 2,5 a 4 g kg-1 CQFS RS/SC (2004). Em todas as amostras o teor de

Ca na folha foi superior a 4 g kg-1. Essas concentrações apesar de elevadas, então condizentes

com observado na análise de solo e, ainda não são consideradas como tóxicas, uma vez que a

toxidez ocorre a partir 8,5 g kg-1.

Figura 4 - Teor de cálcio na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

O acúmulo preferencial de cálcio pelas plantas se deu, provavelmente, porque a

maior disponibilidade de cálcio no solo provocou sua aproximação às raízes em maior

quantidade e, como o cálcio, magnésio e potássio são absorvidos pelos mesmos mecanismos

na membrana celular, provavelmente sua absorção foi maior em relação aos demais cátions,

diminuindo assim os teores de K na parte aérea (Figura 3).

Moore et al. (1961), observaram que o excesso de Ca em relação ao Mg na solução

do solo prejudicou a absorção do potássio, e vice-versa. Resultados semelhantes também

foram obtidos por Gomes et al. (2002), que conduziram experimento com diferentes relações

Page 17: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

17

Ca:Mg em casa de vegetação utilizando a alfafa como cultura teste, observaram que à medida

que aumentava esta relação havia acréscimo nos teores de Ca na parte aérea.

A planta de arroz apresenta baixa exigência em cálcio, o qual é absorvido do início

ao fim do ciclo da cultura, especificamente até a etapa de grão pastoso, sendo

proporcionalmente o nutriente menos exportado (KAWASAKI, 1995). Após o florescimento,

o teor de cálcio aumenta nas folhas e colmos da planta, mas o aumento no teor é devido ao

seu incremento na panícula (FORNASIERI FILHO e FORNASIERI, 1993; BARBOSA

FILHO, 1987; PERDOMO et al., 1985; MALAVOLTA, 1980).

Para os teores de magnésio ajustou-se regressão linear negativa (p<0,01). Os teores de

Mg na planta se encontram em níveis adequados (1,5 a 3 g kg-1) durante todo o ciclo da

cultura, em ambos os solos. Entretanto, na fase de formação e enchimento de grãos (75 DAE),

os teores de Mg na folha se aproximaram dos níveis críticos.

Figura 5 - Teor de magnésio na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

Mesmo estando em níveis adequado houve um decréscimo nos teores de Mg na parte

aérea da planta, isso pode ter ocorrido, provavelmente, devido a planta ter teores elevados de

cálcio ocorrendo antagonismo com o magnésio, pois quanto maior a quantidade de cálcio na

planta menor será o magnésio. Tal antagonismo entre Ca e Mg implica que o excesso de um

desses elementos diminui a absorção do outro (FOX e PIEKIELEK, 1984). Estes resultados já

Page 18: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

18

foram encontrados em outros estudos, onde se observou redução nos teores de Mg no tecido

de soja e milho (KEY, KURTZ e TUCKER, 1961).

Teores baixos de magnésio na planta podem influenciar na fotossíntese, pois o

magnésio entra na composição da clorofila. Por ser um componente da clorofila tem grande

importância na fotossíntese e também influi no metabolismo dos hidratos de carbono. É

encontrado ionizado, combinado a ânions de ácidos orgânicos, como constituinte da parede

celular, relacionado a muitos processos metabólicos e formando parte de moléculas essenciais

como a clorofila, de maneira que está diretamente relacionado com a fotossíntese.

(PROFIGEN, 2013).

Para os teores foliares de enxofre, ajustou-se regressão linear com β negativo

(p<0,01), em ambas as texturas.

Figura 6 - Teor de enxofre na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

Tomando como referência os teores de enxofre na folha de 2 a 6 mg kg-1 CQFS

RS/SC (2004), observa-se que nas condições avaliadas, houve teores abaixo do adequado

deste elemento, uma vez que, em todas as fases da cultura, os teores de S estiveram abaixo de

0,3 mg kg-1. Esses teores de enxofre abaixo do adequado na planta pode estar ligada ao

manejo do solo e baixos teores de argila e de matéria orgânica. Isso porque, assim como em

Page 19: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

19

solos oxidados, a quantidade de S-SO42- disponível em solos alagados está diretamente

relacionada à textura e ao teor de matéria orgânica. Além disso, como a manutenção da

lâmina d´água nas lavouras pode ser superior a 150 dias por ano, especialmente no sistema de

cultivo pré-germinado, a redução do sulfato pode causar deficiência de S em solos com baixa

disponibilidade desse elemento, devido às perdas por volatilização de H2S. Nesse contexto, o

teor de argila do solo é um dos fatores que determina a manutenção do S-SO4 2- ao alcance

das raízes das plantas de arroz. Os solos argilosos têm maior capacidade de retenção de S-SO4

2- porque possuem normalmente teores elevados de óxidos de Fe, tornando mais lento o seu

movimento no perfil. Em solos arenosos, o S-SO4 2- tende a se deslocar mais rapidamente

para os horizontes subsuperficiais, por lixiviação (ENSMINGER, 1954).

Bissani (1985) constatou, em solos de várzea do Rio Grande do Sul, com menos de

200 g kg-1 de argila, que os teores de S-SO4 2- variaram de 8 mg kg-1, na camada de solo de 0–

20 cm, a 13 mg kg-1, na camada de 20–40 cm, e estavam relacionados com o teor de argila,

que aumentava com a profundidade de amostragem. Entretanto, essa dinâmica pode ser

diferente quando esses solos são utilizados para o cultivo do arroz irrigado, pois, mesmo se

drenados superficialmente, podem manter uma camada subsuperficial ainda em estado de

anaerobiose, com consequente volatilização e perda de S do sistema (JORDAN e

ENSMINGER, 1958), fazendo com que os teores desse nutriente em camadas mais profundas

sejam menores, como verificado por Beaton e White (1997) em camada abaixo de 20 cm de

solos das Filipinas.

Estudos relacionados à necessidade de S para o arroz irrigado são realizados com

mais frequência em países de clima tropical, cujos solos são intemperizados e altamente

consumidores desse cereal, como os do sul asiático. Em Bangladesh, por exemplo, a aplicação

de 20 kg ha-1 de S-SO4 2- resultou num acréscimo em produtividade de 0,5 a 1,0 t ha-1

(BEATON e WHITE, 1997). Já na Índia, em estudo conduzido na província de Bengal do

Oeste, Mandal et al. (1997) concluíram que, independentemente da fonte, doses de 20 kg ha-1

de S-SO4 2- incrementaram as produtividades entre 20 e 30 %. Resultados semelhantes foram

obtidos na Colômbia (MEDINA, 2003; RIOBUENO, 2003), onde a aplicação de S gerou

acréscimos de até 2,3 t ha-1. Nos Estados Unidos, em solos deficientes desse nutriente, é

recomendada a aplicação de 100 kg ha-1 de sulfato de amônio (WILSON Jr. et al., 2006), o

que corresponde à adição de 24 kg ha-1 de S.

Page 20: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

20

Analisando do elemento mineral Fe, em ambas as texturas do solos ajustou-se

equação de regressão cúbica, conforme pode ser observado na Figura 7. Os teores de ferro se

encontram na faixa ideal (70-300 mg kg-1) em todas coletas.

Figura 7 - Teor de ferro na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

O teor de ferro na parte aérea do arroz em todas as coletas, apresentou

comportamento diferenciado, devido ao processo de redução do Fe (III) dos óxidos, atingindo

um pico de liberação após os 15 dias para o solo com textura média, e posterior declínio em

função do equilíbrio entre as formas de ferro juntamente com a estabilização dos valores de

Eh e pH durante o curso da redução. Aos 30 e 45 dias após a emergência das plantas, os

teores de ferro reduziram no solo com textura argilosa, o que determinou a ausência de um

pico de liberação de ferro. Este comportamento coincide com a adubação nitrogenada aos 31

DAE, a qual pode ter influenciado o potencial redox e a consequente redução de ferro.

Para o manganês observou-se comportamento quadrático para o solo com textura

argilosa (p<0,05), e cúbico para o solo com textura média, sendo não significativo a 5% de

probabilidade pelo teste t. No solo de textura argilosa se encontra em níveis adequados (30 -

600 mg kg-1) em quase todas as coletas no entanto, aos 90 DAE verificou-se teor ligeiramente

superior ao considerado adequado (626,60 mg kg-1). Para o solo com média as coletas

Page 21: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

21

realizadas aos 45, 60 e 75 DAE se encontram em níveis adequados, sendo 550,60, 499,58 e

319,13 mg kg-1 respectivamente.

Essa maior variabilidade dos valores de ferro (Figura 7) e de manganês (Figura 8)

decorrem da grande disponibilização desses nutrientes na forma solúvel, que acontece devido

ao processo de alagamento do solo, especialmente no caso de solos ricos em óxidos de ferro e

de manganês (SOUSA et al., 2004).

Figura 8 - Teor de manganês na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

Segundo Ponnamperuma (1972), a mais importante alteração química que ocorre

quando um solo é alagado e a redução do ferro e o concomitante aumento de sua solubilidade.

Esse aumento na concentração solúvel acontece também com o manganês, cujo processo de

redução ocorre antes do ferro. Como a planta de arroz apresenta tolerância a altas

concentrações desses nutrientes, a absorção e a concentração no tecido foliar são elevadas nos

casos em que os teores de Fe2+ e Mn2+ na solução do solo forem também altos. Por outro lado,

algumas plantas apresentam baixa concentração de ferro na folha devido a baixa

disponibilidade do mesmo na solução. No entanto, as concentrações de ferro e de manganês

necessárias para a planta atingir boa produtividade são bem menores do que as alcançadas nos

casos de cultivo em solos ricos em óxidos de Fe e Mn, o que faz com que o banco de dados

Page 22: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

22

apresente grande variabilidade na concentração desses micronutrientes no tecido foliar das

plantas de arroz, mesmo nas populações de altas produtividades.

Observando os teores foliares de molibdênio (Figura 9) ao longo do ciclo da cultura,

o modelo ajustado foi o linear com inclinação negativa (p<0,01), em ambas as texturas do

solos. Os teores foliares de Mo, em todas as épocas coletadas estão acima dos níveis

adequados (0,5 – 2,0 mg kg-1), no entanto segundo Fageria (1984), para esse nutrientes não há

faixa de toxidez.

Figura 9 - Teor de molibdênio na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

Na natureza, as plantas utilizam quantidades muitas pequenas de molibdênio durante

o seu ciclo de vida. A disponibilidade deste micronutriente nos solos ocorre sob a forma de

molibdatos (MoO4

-2

), a qual é absorvida pelas plantas (SIMS e EIVAZI, 1997). Contudo,

vários fatores podem comprometer a sua disponibilidade. Dentre eles, está a acidez do solo,

reações de adsorção de óxidos de ferro e alumínio, assim como o material de origem e o teor

de matéria orgânica do solo (REISENAUER et al., 1962; BATAGLIA et al., 1976;

LINDSAY, 1978; GUPTA e LIPSSET, 1981; TISDALE et al., 1985).

Apesar da importância do molibdênio para a fixação biológica de nitrogênio, poucos

trabalhos têm relacionado este elemento em gramíneas como o arroz. No entanto, alguns

trabalhos têm mostrado que a aplicação de molibdênio na cultura do arroz contribuiu para

Page 23: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

23

aumentos na produção de grãos (RAFEY et al., 1992, MURALIDHARARAN e JOSE, 1994;

TRIVEDI e VERMA, 1996).

Fageria e Baligar (1997), a fim de verificar deficiências nutricionais em lavouras de

arroz, observaram que as plantas apresentaram redução na massa seca nos tratamentos sem

molibdênio. Portanto, a presença desse micronutriente promoveu incrementos na massa seca

das plantas analisadas.

Para os teores de zinco ajustou-se modelo cúbico, em ambas as texturas (p<0,01)

Figura 10. No solo com textura média o teor de zinco se encontra acima do adequado (20 -

100 mg kg-1) com 113,68 mg kg-1 quando coletado aos 15 DAE, no entanto as outras coletas

em ambos os solos se encontra na faixa adequada.

A absorção inicial de zinco no solo com textura média se deu pelo elevada

concentração no solo como consta na análise de solo (Tabela 1). E por ser um solo mais

arenoso o nutriente se encontra mais disponível, pelo fato de não estar adsorvido. Como não

houve adubação a base de zinco, naturalmente os teores foliares deste elemento decresceram

ao longo do ciclo da planta.

Figura 10 - Teor de zinco na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

Segundo Yoshida (1981), a disponibilidade de zinco e muito maior em solos de

“áreas altas” do que em solos de várzea submetidos a submersão, pois a sua solubilidade

Page 24: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

24

decresce com o aumento do pH decorrente do alagamento. No entanto, segundo Dechen e

Nachtigall (2006), a redução do solo pode aumentar as disponibilidades de Cu, Mo e Zn para

as plantas.

Analisando o elemento cobre verifica-se comportamento quadrática (Figura 11), em

ambos os solos (p<0,01). Os níveis adequados de Cobre situam entre 5 e 20 mg kg-1. Aos 15 e

90 DAE nos dois solos o teor de Cu se situou-se acima do adequado, nas demais coletas o Cu

se mostrou adequado.

Figura 11 - Teor de cobre na parte aérea das plantas de arroz em diferentes DAE

Segundo Sousa et al. (2006), cátions como potássio, cálcio e magnésio, embora não

participem diretamente de reações de oxirredução, tem a solubilidade aumentada em solos

alagados, pois são deslocados para a solução do solo pelo manganês e, principalmente, pelo

ferro, que ocupa proporção considerável dos sítios de troca (CTC) em função de sua alta

concentração. Por outro lado, as concentrações dos micronutrientes boro, zinco e cobre

tendem a diminuir com o alagamento, pois esses nutrientes tem facilidade de formar

compostos de baixa solubilidade com o aumento de pH. No entanto, o percentual de cobre em

condição de deficiência foi relativamente nulo nos dados analisados nesse trabalho.

Page 25: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

25

A diminuição dos teores dos nutrientes, na planta inteira, ao longo do ciclo, deve

estar relacionada com o aumento da matéria seca da parte aérea com a idade das plantas,

conhecido como efeito de diluição dos nutrientes (MALAVOLTA et al., 1997). Assim,

considerando-se que a disponibilidade de nutrientes influencia no crescimento e no

desenvolvimento das plantas, uma lavoura com baixa disponibilidade de nutrientes,

consequentemente, apresentará baixa produção de matéria seca e menor efeito de diluição, ou

seja, os teores de nutrientes poderão ser iguais ou até maiores que os de plantas em lavouras

com alta disponibilidade de nutrientes e produção de matéria seca (grande efeito de diluição

dos nutrientes). Assim, o teor de qualquer nutriente no tecido vegetal das plantas de arroz, por

si só, pode não ser suficiente para predizer se as plantas de uma lavoura apresentam um

adequado estado nutricional, reforçando a necessidade de serem utilizados outros parâmetros

para avaliação nutricional, tais como o crescimento vegetativo e, ou, o acúmulo de nutrientes.

CONCLUSÕES

As diferentes texturas do solo interferem no teor de nutrientes na parte aérea da planta.

Houve deficiência de N no final da fase vegetativa do arroz, com maior intensidade no

solo com textura média;

Há deficiência de P, em ambos os solos. No solo com textura média, o teor foliar de P

é maior;

Houve redução no teor foliar de K a partir da fase reprodutiva das plantas. A partir de

45 DAE o teor foliar de K tornou-se deficiente;

Os teores foliares de Ca e Mg estão adequados, em ambos os solos;

Há baixos teores de S nas folhas, indicando pouca disponibilidade deste elemento no

solo;

De modo geral, os teores foliares dos micronutrientes analisados Fe, Mn,Cu, Mo e Zn

foram adequados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA FILHO, M.P. Nutrição e adubação do arroz (sequeiro e irrigado). Piracicaba,

Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 129p. (Boletim Técnico, 9)

1987.

Page 26: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

26

BARBOSA FILHO, M. P.; DYNIA, J. F.; FAGERIA, N. K. Zinco e Ferro na cultura do

arroz. 1ª ed. Brasília, Embrapa. 71p. 1994.

BATAGLIA, O.C., FURLANI, P.R., VALADARES, J.M.A.S., O molibdênio em solos do

Estado de São Paulo. In: Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, v.15, p.107-111, 1976.

BATAGLIA, O.C.; DECHEN, A.R. Critérios alternativos para diagnose foliar. In:

SIMPÓSIO AVANÇADO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO. Campinas, 1986.

Anais. Campinas: Fundação Cargill, 179p. 1986.

BEATON, J.D. e WHITE, M. Occurrence and correction of S deficiencies in the Asian and

Pacific Region: A review and update. Sulphur Agric., v.20, p.31-46, 1997.

BISSANI, C.A. Disponibilidade de enxofre para as plantas em solos do Rio Grande do

Sul. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, (Dissertação de Mestrado).

198p. 1985.

CQFS RS/SC - Comissão de Química e Fertilidade do Solo (2004) Manual de adubação e

calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 10ª ed. Porto Alegre, SBCS -

Núcleo Regional Sul. 400p. 2004.

DECHEN, A.R.; NACHTIGALL, G.R. Micronutrientes. In: FERNANDES, M.S. Nutrição

Mineral de Plantas. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, p.327-354. 2006.

ENSMINGER, L.E. Some factors affecting the adsorption of sulfate by Alabama soils. Soil

Sci. Soc. Am. Proc., v.18, p.259- 264, 1954.

EVENHUIS, B. e WAARD, P. W .F. Principles and practices in plant analysis. In: FAO.

Soils. Rome, p.152-163. 1980.

FAGERIA, N.K. Adubação e nutrição mineral da cultura de arroz. Goiânia: EMBRAPA-

CNPAF, 341p. 1984.

FAGERIA, N.K.; SANT’ANA, E.P.; MORAIS, O. P. Resposta de genótipos de arroz de

sequeiro favorecido à fertilidade do solo. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v.30, p.1155-

1161, 1995

FAGERIA, N.K. e BALIGAR, V.C. Response of common bean, upland rice. Corn, wheat and

soybean to soil fertility of an oxisol. Journal of Plant Nutrition, New York, v.20, p.1279-

1289, 1997.

FAGERIA, N. K.; STONE, L. F. SANTOS, A. B. Manejo da fertilidade do solo para o

arroz irrigado. 1ª ed. Santo Antônio de Goiás, Embrapa Arroz e Feijão. 250p. 2003.

FORNASIERI FILHO, D.; FORNASIERI, J.L. Manual da cultura do arroz. Jaboticabal:

FUNEP, 221p. 1993.

FOX, R. H.; PIEKIELEK, W. P. Soil magnesium level, corn (Zea mays L.) yield, and

magnesium uptake. Communications in Soil Science and Plant Analysis, Philadelphia, v.

15, n. 22, p. 109-123, 1984.

Page 27: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

27

GIANELLO, C. e BISSANI, C. A. Avaliação da fertilidade do solo. In: BISSANI, C. A.;

GIANELO, C.; CAMARGO, F. A. O.; TEDESCO, M. (Eds.) Fertilidade dos solos e

adubação das culturas. 1ª ed. Porto Alegre, Gênesis. p.43-48, 2004.

GIUDICE, R.M.; HAAG, H.P.; THIÉBAUT, J.T.L. & DECHEN, A.R. Absorção

cumulativa de nutrientes minerais em duas variedades de arroz (Oryza sativa L.),

cultivadas em três diferentes níveis de disponibilidade d’água. Campinas, Fundação

Cargill, 78p. 1983.

GOMES, F. T.; BORGES, A. C.; NEVES, J. C. L.; FONTES, P. C. R. Influência de doses de

calcário com diferentes relações cálcio:magnésio na produção de matéria seca e na

composição mineral da alfafa. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 37, n. 12, p.

1779-1786, 2002.

GRAHAM, R.D. Breeding for nutritional characteristics in cereals. In: TINKER, P.B.;

LAUCHI, A. Advances in plant nutrition. New York: Praeger, p.57-102. 1984.

GUPTA, U.C., LIPSETT, J. Molybdenum in soils, plants and animals. Advances in

Agronomy. New York, v.34, p.73-114, 1981.

ISRAEL, D.W.; RUFTY JUNIOR, T.W.Influence of phosphorus nutrition on phosphorus and

nitrogen utilization efficiencies and associated physiological response in soybean. Crop

Science, Madison, v.28, p.954-960, 1988.

ISHIZUKA, Y. Physiology of the rice plants. Advance in Agronomy, v.23, p.241-315, 1971.

JACKSON, M.L. Soil chemical analysis. New Jersey: Prentice Hall, 498 p. 1965.

JANDEL SCIENTIFIC. Sigma Plot. Scientific Graphing Software Transform & Curve

Fitting: revision SPW 5.0. San Rafael.. 1v. 1999.

JORDAN, H.V. e ENSMINGER, L.E. The role of sulfur in soil fertility. Adv. Agron., v.10,

p.407-434, 1958.

KAWASAKI, T. Metabolism and physiology of calcium and magnesium. In: MATSUO, T.;

KUMAZAWA, K.; ISHII, R.; ISHIHARA, K.; HIRATA, H. (Ed.) Science of the rice plant.

Tokyo: Physiology, Food and Agricultural Policy Research Center, v.2, p.391-395. 1995.

KEY, J. L.; KURTZ, L. T.; TUCKER, B. B. Influence of ratio of exchangeable calcium

magnesium on yield and composition of soybeans and corn. Soil Science, Baltimore, v. 91, n.

4, p. 265-271, 1961.

LAGATU, H.; MAUME, L. Le diagnostic foliare de la pomme de terre. Annee Ecole

Nationale Agriculture, Montpellier, v.22, p.50-158, 1934.

LINDSAY, W.L. Chemical reaction affecting the availability of micronutrients in soils. In:

Mineral nutrition of legumes in tropical and subtropical soils. Ed. by Andrew, C.S.,

Kamprath, E.J., Australia, CSIRO, p.153-163, 1978.

MALAVOLTA, E. Elementos da nutrição mineral de plantas. São Paulo: Ceres. 251p.

1980.

Page 28: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

28

MALAVOLTA, E.; FORNAISERI FILHO, D. Nutrição mineral da cultura do arroz. In:

FERREIRA, M.E.; YAMADA, T.; MALAVOLTA, E., ed. Cultura do arroz de sequeiro –

fatores afetando a produtividade. Piracicaba: Instituto da Potassa e Fosfato: Instituto

Internacional da Potassa, p.95-140. 1983.

MALAVOLTA, E.; MALAVOLTA, M.L. Diagnose foliar – princípios e aplicações. in:

simpósio sobre interpretação de análise química de solo e planta para fins de Adubação,

Botucatu, 1988. Anais. Botucatu: UNESP, 86p. 1988.

MALAVOLTA, E.; VITTI G. C.; OLIVEIRA S. A. Avaliação do estado nutricional das

plantas. 2ª ed. Piracicaba, Potafós. 319p. 1997.

MANDAL, B.K.; CHATTERJEE, B.N.; MUKHOPADHYAY, P. Direct and residual effects

of different S fertilizers in rice-based sequential cropping in West Bengal, India. Sulphur

Agric., v.20, p.47-53, 1997.

MEDINA, A.C. Mejore los rendimientos y la calidad del arroz aplicando azufre. R.

Arroz, v.51, p.56-58, 2003.

MOORE, D. P.; OVERSTREET, R.; JACOBSON, L. Uptake of magnesium and its

interactions with calcium in excised barley roots. Plant Physiology, Rockville, v. 36, n. 3, p.

290-295, 1961.

MURALIDHARAN, P., JOSE, A.L. Effect of boron and molybdenum on the uptake of

nutrients in rice. Journal of Tropical Agriculture, v.32, n.2, p.157-158, 1994.

PERDOMO, M.A.; GONZALEZ, J.; GALVIS, C. de; GARCIA, E.; ARREGOCÉS, O. Los

macronutrientes en la nutrición de la planta de arroz. In: TASCON, J.E.; GARCIA, D.E. (Ed.)

Arroz: investigación y producción. Cali: CIAT, p.103-132.1985.

PONNAMPERUMA, F. N. The chemical of submerged soils. Advances in Agronomy, v. 24,

p.29-96, 1972.

PROFIGEN. Nutrição de plantas. Disponível em:

<http://profigen.com.br/ler/1/377/337/nutricao_de_plantas>. Acesso: Jun 2013.

RAFEY, A., PANDE, H.K., MITTRA, B.N. Effect of micronutrients and grain moisture

content at harvest on yield and milling quality of rice. Journal Research Birsa Agricultural

University, v.4, n.1, p. 71-74, 1992.

REISENAUER, H.M.; TABIKH, A.A.; STOUT, P.R. Molybdenum reactions with soils and

the hydrous oxides of iron, aluminum and titanium. Soil Science Society of America.

Proceedings, v.26, p.23-27, 1962.

RIOBUENO, C.M. Respuesta de FEDEARROZ 2000 a la fertilización con azufre. R.

Arroz, 51:85-87, 2003.

SIMS, J.L. e EIVAZI, F. Testing for Molybdenum: Availability in Soils. Cambridge

Univertity Press: New York, 1997.

SOUSA, R.O.; GOMES, A.S.; VAHL, L.C. Toxidez por ferro em arroz irrigado. In: GOMES,

A.S.; MAGALHAES Jr., A.M. Arroz Irrigado no Sul do Brasil. Brasília, DF: Embrapa

Informação Tecnológica, p. 305-334. 2004.

Page 29: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

29

SOUSA, R.; CAMARGO, F.A.O.; VAHL, L.C. Solos alagados (reações de redox). In:

MEURER, E. J. (Ed.) Fundamentos de química do solo. Porto Alegre, Evangraf, p.185-211.

2006.

TISDALE, S.L.; NESLSON, W.L.; BEATON, J.D. Soil Fertility and Fertilizers. 4 ed. New

york: MacMillan, 754p., 1985.

TRIVEDI, J.K., VERMA, M.M. Quality of rice (Oryza sativa L.) as affected by potassium

sources with molybdenum. Journal of Soils and Crops. V.6, p.102-104, 1996.

VAHL, L. C. e SOUSA, R. O. Aspectos físico-químicos de solos alagados. In: Gomes A da S

& Magalhães Junior AM de (Eds.) Arroz irrigado no sul do Brasil. Brasília, Embrapa. p.97-

118. 2004.

WILSON JR., C.; SLATON, N.; NORMAN, R. & MILLER, D. Rice production handbook.

Arkansas, Cooperative Extension Service University of Arkansas, 126p. 2006.

YOSHIDA, S. Fundamentals of Rice Crop Science. Los Banos: International Rice Research

Institute, 269p. 1981.

Page 30: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

30

CAPITULO 2

SANIDADE E PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE ARROZ IRRIGADO CULTIVADO

EM SOLOS COM DIFERENTES TEXTURAS

Page 31: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

31

RESUMO

No Estado do Tocantins, o cultivo do arroz apresenta grande importância socioeconômica.

Em consequência do uso intensificado das áreas de cultivo, sérios problemas de natureza

sanitária foram criados. Um desses problemas consiste no fato de que agentes fitopatogênicos

são capazes de associar-se às sementes de seus hospedeiros. As doenças influenciam na

qualidade do arroz pela sua ação direta causando manchas-nos grãos. O objetivo desse estudo

foi analisar o efeito da textura do solo na sanidade e produtividade de grãos de arroz irrigado

na região sudeste do Estado do Tocantins. O experimento foi conduzido no período da safra

de 2012/2013 no Município de Formoso do Araguaia, em solos de várzea irrigada em uma

parcela que apresentou solo com diferentes texturas. O delineamento experimental utilizado

foi de blocos casualizados. A cultivar de arroz irrigado utilizado foi a IRGA 424. Foram

avaliadas as seguintes características: número de plantas por m2; altura de plantas;

comprimento da panícula; número de grãos por panícula; porcentagem de grãos chochos;

massa de mil grãos; produtividade de grãos e porcentagem de grãos inteiros. A produtividade

de cada tratamento foi determinada pela coleta e pesagem dos grãos de cada parcela e os

resultados foram transformados para quilogramas por hectare. Foi avaliada a incidência de

manchas dos grãos. As diferenças na textura do solo influenciaram, na sanidade e qualidade

dos grãos. O solo com textura argilosa teve maior produtividade 8329,33 kg ha-1 e menor

incidência de mancha dos grãos.

Palavras chave: Oryza sativa L; Sanidade; Produtividade.

Page 32: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

32

ABSTRACT

In the State of Tocantins, rice cultivation has great socioeconomic importance. As a result of

the intensified use of crop fields, serious health problems were created nature. One such

problem is the fact that pathogenic agents are able to associate with the seeds of their hosts.

The diseases affect the quality of rice by its direct action causing stains us grain. The aim of

this study was to analyze the effect of soil texture on the health and productivity of grains of

rice in the southeastern region of the state of Tocantins. The experiment was conducted

during the 2012/2013 season in the City of Formoso do Araguaia, in soils irrigated lowland in

a plot that had soil with different textures. The experimental design was randomized blocks.

The rice cultivar used was IRGA 424. Plant height, panicle length, number of grains per

panicle, percentage of voids grains, thousand grain weight, grain yield and percentage of

whole grains number of plants per m2: the following characteristics were evaluated. The yield

of each treatment was determined by collecting and weighing the grain from each plot and the

results were converted to kilograms per hectare. Incidence of staining of the grains was

evaluated. Differences in soil texture influence on health and quality of grain. The clayey soil

had higher productivity 8329.33 kg ha- 1 and a lower incidence of grain stain.

Key words: Oryza sativa L; Health; Productivity.

Page 33: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

33

INTRODUÇÃO

No Estado do Tocantins, o arroz é uma cultura de grande importância

socioeconômica. No ano agrícola 2012/2013 foram cultivados 119 mil hectares, com

produção total de 565,7 mil toneladas, registrando aumento de 27,9% numa comparação com

o ano anterior, em que foram produzidas 442,3 mil toneladas. O crescimento do arroz se deve

ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

deste grão no Tocantins (CONAB, 2013). Na safra agrícola 2007/2008, foram cultivados

cerca de 53 mil hectares de arroz irrigado, com rendimento médio de 4.481 kg ha-1, enquanto

que o arroz cultivado em terras altas teve área plantada de 107 mil hectares e a produtividade

alcançou apenas 1.828 kg ha-1. O cultivo do arroz de terras altas é distribuído por todo o

Estado, enquanto o irrigado sob controle está concentrado nas regiões centro-oeste e,

principalmente, sudeste, abrangendo os municípios de Cristalândia, Dueré, Formoso do

Araguaia, Lagoa da Confusão e Pium (EMBRAPA, 2013).

Em consequência do uso intensificado das áreas de cultivo, sérios problemas de

natureza sanitária foram criados, notadamente nos países de terceiro mundo. Um desses

problemas consiste no fato de que agentes fitopatogênicos são capazes de associar-se às

sementes de seus hospedeiros, podendo, a partir daí, sobreviver por longos períodos, ser

disseminados a diferentes partes da terra e causar sérios prejuízos.

A ocorrência de doenças é um dos maiores fatores de restrição à produção. A planta

de arroz, em qualquer fase de desenvolvimento, está sujeita a doenças que reduzem tanto a

qualidade quanto a quantidade final do produto. Entre os prejuízos diretos, causados pelas

doenças em arroz, incluem-se a redução do estande de plantas, grãos manchados, menor

número e/ou tamanho de grão e redução geral na eficiência produtiva dessas plantas (MIURA,

2002).

As doenças influenciam a qualidade do arroz pela sua ação direta causando manchas-

nos grãos ou indiretamente por comprometer o enchimento e maturação das espiguetas e

acelerar a secagem dos grãos de plantas infectadas, predispondo-os à maior incidência de

rachaduras quando ainda no campo e, consequentemente, à maior quebra de grãos no

beneficiamento. A presença de grãos manchados afeta diretamente a tipificação comercial do

produto (CASTRO et al., 1999).

Page 34: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

34

As manchas dos grãos estão associadas com mais de um patógeno fúngico ou

bacteriano e podem ser consideradas como um dos principais problemas da cultura do arroz

no Brasil, tanto no ecossistema de várzeas como no de terras altas. Em arroz de terras altas, a

queima das glumelas é um dos principais componentes das manchas de grãos e, além de

depreciar a aparência dos grãos, também reduz sua qualidade, causando gessamento e quebra

durante o beneficiamento (SANTOS e RABELO, 2008). Os principais patógenos causadores

de manchas de grãos incluem Bipolaris oryzae, Pyricularia grisea, Phoma sorghina,

Microdochium oryzae, Alternaria padwickii, Alternaria spp., Curvularia sp. e Nigrospora

oryzae (MALAVOLTA et al., 2007)

A mancha dos grãos reduz o rendimento dos grãos, e pode causar perdas variáveis

entre 12 e 30% no peso e redução de 18 a 22% no número de grãos cheios por panícula

(FILIPPI e PRABHU, 1998) e causar esterilidade da semente de arroz (SOLIGO et al., 2004),

dependendo da suscetibilidade de cada cultivar. A infecção da semente por B. oryzae (D.

oryzae) reduziu sua qualidade fisiológica e causou tombamento pós-emergência de plântulas

de arroz (MALAVOLTA et al., 2002). A avaliação de qualidade fitossanitária de sementes

mostrou que 100% dos cultivares apresentaram contaminações com fungos causadores de

manchas nos grãos (FARIAS et al., 2004). Além da qualidade fisiológica, a qualidade

industrial do arroz também é afetada pela incidência de manchas nos grãos, o que foi

observado pelo aumento no rendimento de engenho (grão inteiro) quando realizada aplicação

de fungicida visando o controle das doenças foliares do arroz (DALLAGNOL et al., 2005;

MIURA et al., 2005).

Segundo Lucca Filho (2006) ressalta que o comportamento do hospedeiro pode ser

modificado, semeando-se na época adequada, usando cultivares resistentes, na densidade

recomendada, adubando-se de forma adequada e irrigando-se de forma contínua. Tais práticas

poderão contribuir para o maior grau de tolerância das plantas às diferentes doenças e

resultam na garantia de rendimentos mais satisfatórios e lucrativos. Ressalta-se que uma

doença se estabelece com maior facilidade se a planta estiver submetida a estresses de

qualquer natureza, principalmente térmicos, hídricos ou nutricionais, se ocorrer elevada

população de patógenos virulentos na área e se as condições climáticas forem favoráveis à

epidemia. Prabhu et al. (1999), ratificando esta afirmação comenta que o arroz, em todas as

fases de crescimento e desenvolvimento, está sujeito ao ataque de doenças que reduzem a

produtividade e a qualidade de grãos. A prevalência e severidade das doenças dependem da

Page 35: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

35

presença de patógeno virulento, de ambiente favorável à incidência e da suscetibilidade da

cultivar.

Em função do exposto, o presente trabalho foi realizado como objetivo de estudar o

efeito da textura do solo na sanidade e produtividade de grãos de arroz irrigado na região

Sudeste do Estado do Tocantins.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi conduzido no ano agrícola 2012/2013, no Município de Formoso do

Araguaia, sob as coordenadas geográficas 11°50’8.01”S e 49°39’19.81”W, na região sudeste do

estado Tocantins, em solos de várzea irrigada.

O experimento foi conduzido em área de cultivo comercial de arroz irrigado. Para

demarcação das áreas a serem monitoradas, tomou-se como base o teor de argila do solo, com

base em análise. Foram feitas coletas de amostras de solos, das duas áreas para análise cujas

características químicas e físicas encontram-se na (Tabela 1).

Tabela 1 - Análise Química e Física dos solos utilizados no experimento

SOLO Ca Mg Al H+Al K P(Mel.) MO S Zn

---------- cmol dm-3 ----------- ----- mg dm-3 ---- dag kg-1 -- mg dm-3 --

Textura Argilosa 3,5 1,0 0,2 3,8 150 63,4 3,9 7,0 1,1

Textura Média 1,3 0,5 0,1 2,2 150 206,0 1,2 1,0 2,4

SOLO Cu Fe Mn Mo CTC pH Argila Silte Areia

------------ mg dm-3 ----------- CaCl ----------- g kg-1 ----------

Textura Argilosa 0,8 44 2,4 0,08 8,68 4,9 372 13 615

Textura Média 0,7 63 3,2 0,09 4,38 4,6 198 12 790

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com quatro

repetições. A semeadura foi realizada dia 22 de novembro 2012, utilizando a cultivar BR

IRGA 424. Na semeadura utilizou-se 120 kg ha-1 de sementes, a adubação de base foi

realizada no sulco de semeadura com 200 kg ha-1 de N, P2O5, K2O, com formulação 6-20-20.

Foram feitas duas coberturas, sendo a primeira aos 7 DAE com 100 kg ha-1 de NPK na

formulação 18-18-18 e, a segunda aos 31 DAE com 50 kg ha-1 de ureia. Foram feitas três

aplicações de adubo foliar, sendo a primeira aos 10 DAE com 1,0 l ha-1 de 10-08-08 do

produto comercial niphokam, a segunda aos 61 DAE com 1,0 l ha-1 de nitron e a terceira aos

Page 36: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

36

73 DAE com 1,0 l ha-1 de 0-20-20 de microxisto. O manejo de plantas daninhas, pragas e

doenças foram realizados de acordo com o cronograma executado na propriedade.

Foram avaliadas as seguintes características: NP - número de Plantas por m2; AP -

altura de plantas (cm); CP – comprimento da panícula (cm); NGP – número de grãos por

panícula; %GC – porcentagem de grãos chochos; P1000 – massa de mil grãos (gramas);

PROD – produtividade de grãos (kg ha-1). A produtividade de cada tratamento será

determinada pela coleta e pesagem dos grãos de cada parcela e os resultados serão

transformados para quilogramas por hectare (kg ha-1).

Os grãos colhidos foram beneficiados. E foi realizada a analise de % de grãos

inteiros (%GI). O rendimento de grãos inteiros foi determinado utilizando uma amostra de

100g com 13% de umidade, que foram submetidos ao engenho de provas. Após a retirada dos

grãos não descascados, foram separadas e pesadas as frações grãos inteiros e quebrados, e

calculada a percentagem de grãos inteiros.

Para verificar o desempenho das sementes foram realizados testes de germinação em

areia e papel germitest. O teste de germinação padrão foi conduzido em papel germitest,

conforme descrito nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 1992). Para cada classe,

foram utilizadas 200 sementes distribuídas em quatro repetições de 50 sementes. Após o

quinto dia foram computados o número de plântulas normais. Os resultados foram expressos

em porcentagem, após a obtenção da média aritmética das quatro repetições (BRASIL, 1992).

O teste de germinação em areia foi conduzido em casa de vegetação; neste teste, 400

sementes foram avaliadas, sendo quatro repetições de 100 sementes. As sementes foram

semeadas em areia lavada, contidas em bandejas plásticas. No quinto e décimo quarto dia foi

realizado a contagem de plântulas normais emergidas

Para verificar o nível de ocorrência de doenças nas sementes, utilizou-se o método de

papel filtro. As sementes foram incubadas em caixas plásticas transparentes (gerbox). As

caixas gerbox foram previamente desinfestadas com uma solução de hipoclorito de sódio de

1%. Em cada gerbox foram colocadas com 2 folhas de papel filtro germitest cortados no

tamanho do gerbox e umedecidos em água estéril, foram avaliadas 400 sementes, por

tratamento, distribuídas em dezesseis repetições de 25 sementes. As sementes foram

incubadas a 20 ± 2°C sob um regime alternado de 12 horas de luz fluorescente e 12 horas no

escuro, durante 14 dias. Após o período de incubação, as sementes foram submetidas a duas

Page 37: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

37

análises sendo a primeira no sétimo dia e segunda no décimo quarto dia. As analises foram

realizadas sob microscópio estereoscópico binocular e ótico, sendo anotada a percentagem de

sementes infectadas. A identificação dos fungos foi feito de acordo com a morfologia doas

conídios e com apoio de literatura específica (PRABHU et al., 1999)

Todos os dados obtidos foram submetidos à análise de variância. Foi realizada a

analise conjunta de dados. Para as comparações entre as médias de tratamentos, foi utilizado o

teste Tukey, a 5% de probabilidade de erro. Todas as análises estatísticas foram realizadas

com a utilização do programa computacional Genes (CRUZ, 2006a, 2006b).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os testes de sanidade de sementes mostraram a presença de vários fungos (Tabela 2 e

3). Na Tabela 2 estão descritos os resultados da análise estatística da ocorrência dos fungos

Phoma sorghina, Alternaria padwickii e Bipolaris oryzae que foram os mais frequentes, e que

são considerados como agentes causais importantes de manchas em sementes. Na Tabela 3

estão descritos os resultados da análise estatística da ocorrência do fungo Curvularia sp. e

grãos limpos.

Tabela 2 – Porcentagem de fungos nos grãos.

Textura do solo Phoma sorghina Alternaria padwickii Bipolaris oryzae

1ª Aval. 2ª Aval. 1ª Aval. 2ª Aval. 1ª Aval. 2ª Aval.

30% argila 42,5 77,25 54,75 62,5 6 8

10% argila 905 91 68,25 82,5 12,5 18

C.V. (%) 7,10 13,10 11,32 11,45 41,89 50,51

DMS Tukey (5%) 10,63 24,79 15,66 18,68 12,25 10,51

Tabela 3 – Porcentagem de fungos nos grãos e grãos limpos.

Textura do solo Curvularia sp. Grão Limpos

1ª Aval. 2ª Aval. 1ª Aval. 2ª Aval.

30% argila 2 4 19 7,5

10% argila 10,5 14,25 0,25 0

C.V. (%) 35,18 14,66 61,86 135,53

DMS Tukey (5%) 9,08 3,01 13,39 11,43

De acordo com os dados da Tabela 2, no solo com textura média houve maiores

porcentagens de infecção por Phoma, em ambas as avaliações. Também têm sido relatadas

Page 38: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

38

altas incidências desse fungo, nos cultivares IAC-25 ou IAC-47 por autores como Urben e

Wetzel (1980), Soave et al. (1983), Nakamura (1984) também relataram.

A presença de Phoma sorghina variou entre as diferenças de texturas do solo, sendo

possível observar uma variação de 42,5% a 90,5%, isso na primeira avaliação, na segunda

avaliação 77,35% a 91%, conforme se observa na Tabela 2. A incidência de Phoma sorghina

nas sementes desta gramínea pode ser elevada, variando de 31,8 a 85,7% (NAKAMURA,

1984).

Trabalhos desenvolvidos por Tanaka (1986) em sementes de arroz com descoloração

de grãos, oriundos de diferentes lugares do Estado de Minas Gerais, observaram a presença de

Phoma sp. em quase 100% dos lotes examinados.

Os resultados da analise para Alternaria padwickii (Tabela 2), variaram de 54,75 a

82,5% de incidência. Gulart et al. (2005) verificaram que a incidência de Alternaria sp. em

sementes coletadas no Rio Grande do Sul, variou de 38 até 97% nos lotes amostrados e

Franco et al. (2001) constataram que, dependendo da cultivar utilizada, a incidência pode

variar de 3,01% até 29,99%. Este fato também foi verificado por Costa (1991) nos estados de

Goiás e Tocantins, onde a cultivar Metica 1 foi a mais suscetível a A. padwickii.

A emergência das plântulas oriundas de sementes infectadas por A. padwickii foi

reduzida em 88,0%, nas condições ambientais testadas. Ou (1972) e Islam et al. (2000), em

trabalhos anteriores, também constataram que a presença do fungo causa a morte de plântulas.

A baixa emergência das plântulas infectadas por A. padwickii foi observada

anteriormente causando descarte dos lotes, visto que há transmissão via sementes,

inviabilizando os campos de produção de sementes (COSTA, 1991; OU, 1972). Já Islam et al.

(2000) verificaram que a incidência de A. padwickii pode variar de 1,33 a 44,0% dependendo

da cultivar utilizada.

Houve diferenças significativas para o fungo manchador de grãos Bipolaris oryzae,

pois no solo com textura argilosa sua incidência foi menor comparada com o solo com textura

média, com valores de 6% primeira avaliação e 8% para segunda avaliação, esses dados para

o solo com textura argilosa, para o solo com textura média os valores são 12,5% e 18% para

as duas avaliações. Portanto os teores de argila no solo influencia na incidência desse fungo

nos grãos de arroz. Trabalhos conduzidos por Farias et al. (2004) e Franco et al. (2001)

mostram que 100% dos cultivares apresentaram contaminações com fungos causadores de

manchas nos grãos.

Page 39: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

39

De acordo com a Tabela 3, observou-se que foi pequena a detecção de Curvularia sp.

em comparação com os outros fungos, no entanto em comparação as texturas do solo

observou diferenças, no solo com textura média o índice foi alto comparado com outro

tratamento, pois no solo com textura média, obteve um percentual de 10,5% na primeira

avaliação e 14,25% na segunda avalição. No solo com textura argilosa os valores obtidos

foram 2% na primeira avaliação e 4% na segunda avaliação estatisticamente houve uma

diferença significativa entre os tratamentos. Trabalho realizado por Estrada et al. (2001)

verificaram que a incidência de Curvularia sp. pode variar de 14,6 e 25,3% dependendo da

cultivar utilizada.

A incidência Curvularia sp. pode variar dependendo do local de coleta. Neste

trabalho verificou-se variação de 2% até 14,25%, em média, no entanto, Cerbaro et al. (2007)

verificaram que a incidência de Curvularia sp. em sementes coletadas no Rio Grande do Sul

variou de 7 até 60,75 % nos lotes amostrados e Franco et al. (2001) constataram que

dependendo da cultivar utilizada a incidência pode variar de 1,67% até 7,46%.

De acordo, com os dados observados na Tabela 3, verifica-se que a incidência de

Curvularia sp. apresentou uma variação bastante acentuada, o que indica que a maior ou

menor incidência além de estar relacionada com a suscetibilidade do cultivar está intimamente

ligada a textura do solo. Pois trabalho realizado por Cardoso et al. (2010) a cultivar que

apresentou maior incidência de Curvularia sp. foi a BR IRGA - 424, com 6,38%.

Segundo Soave et al. (1985), Malavolta e Bedendo (1999), Franco et al. (2001), esses

fungos caracterizam-se por causar manchas de grãos e a ocorrência dessas manchas em arroz

vem aumentando nos últimos anos, tendo assumido posição de doença economicamente

importante, mesmo quando as manchas são superficiais, restritas as glumas são altamente

prejudiciais por causarem má granação, e afetarem a qualidade dos grãos.

Para Barladin (2003) além dos casos isolados de esterilidade os fungos manchadores

de grão podem causar um escurecimento nas glumas, o que deprecia o produto apenas

visualmente, antes do beneficiamento.

Os valores de grãos limpos também foram influenciados pela diferença na textura do

solo, pois o tratamento que teve uma maior quantidade de grãos limpos foi os grão

provenientes do solo com textura argilosa, com 19% na primeira avaliação e 7,5% na segunda

avaliação. No solo com textura média, teve uma porcentagem de 0,25 e 0% para as duas

avaliações. Com esses dados pode se afirmar que a textura do solo influenciam na incidência

de fungos causadores de mancha nos grãos.

Page 40: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

40

Conforme demostrado na Tabela 4 não verificou-se diferenças significativas para

número de panículas, altura de plantas, comprimento da panícula, número de grãos por

panícula e porcentagem de grãos chochos.

Tabela 4 – NP – número de plantas por m2; AP – altura de plantas (cm); CP – comprimento da

panícula (cm); NGP – número de grãos por panícula; %GC – porcentagem de grãos chochos;

P1000 – massa de mil grãos (gramas); PROD – produtividade de grãos (kg ha-1) e %GI –

porcentagem de grãos inteiros.

Textura do Solo NP AP CP NGP %GC P1000 PROD %GI 30 %Argila 536,76 97,15 21,24 71,03 5,62 28,47 8329,33 63,50 10 % Argila 470,58 97,20 20,93 61,78 8,01 26,60 6299,95 48,25 C.V. (%) 18,6 5,6 3,5 13,3 62,8 1,09 5,9 12,0 DMS-Tukey (5%) 386,7 12,22 1,66 19,82 6,63 0,68 966,17 15,05

Para o peso de 1000 grãos foi verificado efeito significativo do teor de argila no solo,

uma vez que obteve-se médias superiores para esta característica quando produzida em solo

com textura argilosa. Trabalho realizado por Filippi e Prabhu (1998), indica que a incidência

do fungo Bipolaris oryzae ocasionou perdas variáveis entre 12 e 30% no peso e redução de 18

a 22% no número de grãos cheios por panícula.

Para produtividade de grãos, obteve-se maior produtividade quando cultivou-se no

solo com maior porcentagem de argila 8329,33 kg ha-1, enquanto que no solo com textura

média a produtividade foi de 6299,95 kg ha-1, sendo, portanto, 24,3% inferior que equivale a

33 sacos de 60 kg. Boeni et al. (2010), atribuem os maiores rendimentos de arroz obtidos, em

solos com melhor fertilidade, e a menor produtividade se encontra com predominância em

solos ácidos, arenosos e com baixo teor de matéria orgânica, apresentando em sua maioria

baixos teores de nutrientes nas formas disponíveis.

Para a porcentagem de grãos inteiros, obtidos após o Beneficiamento em Moinho de

Prova, observa-se que o teor de argila no solo, influencia de forma expressiva na qualidade de

engenho dos grãos produzidos, uma vez que, obteve-se porcentagem de grãos inteiros 24%

superior quando os grãos foram produzidos em solo com textura argilosa (Tabela 4). Ressalta-

se que a porcentagem de grãos inteiros é a característica principal na avaliação da qualidade

dos grãos produzidos, além de ser considerada de forma direta no cálculo do valor comercial

Page 41: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

41

dos grãos. Desta forma, quanto maior a porcentagem de grãos inteiros, maior será o valor

pago ao produtor pelo grão produzido.

No teste de germinação em laboratório (Tabela 5) obteve-se superioridade

significativa nas sementes obtidas no solo com textura argilosa (95,6%) em relação ao solo

com textura média (89%).

As variações nas texturas do solo refletiram na qualidade das sementes. Os grãos

com menor qualidade inicial, determinada na fase de seleção, apresentaram menor

porcentagem de germinação. Desta forma, o teste de germinação tornou-se o parâmetro

referencial para a determinação da qualidade de arroz. A Tabela 5 contém os resultados

relativos ao teste de primeira contagem de germinação. Para os grãos provenientes do solo

com textura argilosa, obteve-se o maior índice de germinação no quinto dia após a instalação

do teste. Os grãos provenientes do solo com textura média apresentou desempenho diferente,

obtendo menor índice de germinação, diferindo no teste anterior. Estas diferenças podem ser

atribuídas à menor incidência de fungos nas sementes provenientes do solo com textura

argilosa.

Tabela 5 – Porcentagem de germinação pelo teste padrão (TPG), Leito de areia em primeira

contagem (TAP) e segunda contagem (LAS).

Textura do solo TPG LAP LAS

30% argila 95,6 90,4 94,6

10% argila 89,0 37,1 84,9

C.V. (%) 1,30 19,48 5,47

DMS Tukey (1%) 4,96 51,28 20,29

Na primeira avaliação no teste de germinação em areia, quando se compara as

texturas do solo, observou diferenças significativas na taxa de germinação, sendo que 90% de

sementes germinadas para o solo com textura argilosa e 37,1% para o solo com textura média,

no entanto na segunda avaliação não foi observado diferenças significativas entre si, com

valores de 94,6% solo textura argilosa e 84,9% solo textura média de germinação das

sementes. A incidência de fungos interfere na germinação das sementes. Conforme trabalho

de Farias et al. (2007) a presença de A. padwickii, associado às sementes de arroz, pode

ocasionar vários problemas como baixa germinação das sementes, que poderá implicar na

necessidade de replantio, o que onera o agricultor e também causa redução no

desenvolvimento das plântulas.

Page 42: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

42

CONCLUSÕES

Maior incidência de fungos foi verificada nas sementes produzidas em solo com

textura média;

Menor rendimento de grãos inteiros e menor produtividade de grãos são obtidas

quando se cultiva em solo com textura média;

Sementes com baixo vigor foram obtidas quando produzidas no solo com textura

média;

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARLADIN, R.S. Doenças do Arroz. Santa Maria: Orium, 60 p. 2003.

BOENI, M. et al. Evolução da fertilidade dos solos cultivados com arroz irrigado no Rio

Grande do Sul. Boletim Técnico 9. Cachoeirinha: IRGA/Estação Experimental. Seção de

Agronomia, 40 p. 2010.

BRASIL, Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para Análise de Sementes.

Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 365p. 1992.

CASTRO, E. M.; Vieira, N. R. A.; Rabelo, R. R.; Silva, S. A. Qualidade de grãos em arroz.

Embrapa Arroz e Feijão. Circular Técnica, 34. 1999.

CARDOSO, G.; FARIAS, C. R. J.; DEIBLER, A.; MENESES, P. Ocorrência de Curvularia

lunata em sementes de arroz (Oryza sativa L.) (POACEAE) produzidas em cinco regiões

orizícolas do Rio Grande do Sul. XIX CIC. XII ENPOS, II Mostra Cientifica, 2010.

CERBARO, L.; LOPES, R. A.; MARQUES, M. W.; NAUE, C. R.; RIFFEL, C. T.;

ROSSETTO, E. A.; NUNES, C. D. Ocorrência de fungos manchadores de grãos em

diferentes cultivares, provenientes das regiões de Camaquã e Pelotas - RS, safra

2006/2007. Trabalho apresentado no Congresso de Iniciação Científica, UFPel, 2007.

CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. 11° Levantamento da

safra 2012/2013. Disponível em <http://www.conab.gov.br/conabweb/index>. Acesso: Dez

2013.

COSTA, J. L. S. Alternaria padwickii e Curvularia lunata: patogenicidade e transmissão por

sementes de arroz irrigado. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 16, n. 1, p. 15-18, 1991.

CRUZ, C. D. Programa genes: Estatística Experimental e Matrizes. 1a Ed. Viçosa: Editora

UFV, v.1, 285 p. 2006a.

Page 43: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

43

CRUZ, C. D. Programa genes: Analise multivariada e simulação. 1a Ed. Viçosa, MG

Editora UFV, v.1, 175 p. 2006b.

DALLAGNOL, L. J.; BALARDIN, R. S.; MADALOSSO, M. Efeito do controle químico

das doenças foliares sobre a produção e qualidade de arroz. In: CONGRESSO BRASILEIRO

DE ARROZ IRRIGADO, 4, 2005, Santa Maria - RS, Anais. Santa Maria: UFSM, p.511-513.

2005.

EMBRAPA. Importância Econômica, Agrícola e Alimentar do Arroz. In.:Cultivo de

Arroz Irrigado no Brasil. ISSN 18069207 versão Eletrônica,2005 Disponível em

<http://www.cnpaf.embrapa.br>. Acesso: Nov 2013.

ESTRADA, G.; SANDOVAL, I. Incidencia de Curvularia spp. en el manchado del grano de

arroz de algunas variedades de las provincias de Pinar del Río y La Habana. Fitosanidad, v.

5(4) p. 3-5, 2001.

FARIAS, C. R. J.; REY, M. S.; CORRÊA, C. L. et al. Qualidade sanitária de sementes de

diferentes cultivares de arroz (Oryza sativa). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE

FITOPATOLOGIA, 37, 2004, Gramado – RS, Suplemento, v.29, Brasília: SBF, p.147-147.

2004.

FARIAS, C.R.J.; AFONSO, A.P.S.; BRANCÃO, M.F.; PIEROBOM, C.R. Ocorrência de

Alternaria padwickii (GANGULY) em sementes de arroz (Oryza sativa L.) (POACEAE)

produzidas em quatro regiões orizícolas do Rio Grande do Sul e seu efeito sobre plântulas.

Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.74, n.3, p.245-249, jul./set., 2007.

FILIPPI, M. C. e PRABHU, A. S. Doenças do arroz e seu controle. In: RESEGHELLO, F.;

STONE, L. F. Tecnologia para o arroz de terras altas. Santo Antônio de Goiás: Embrapa

Arroz e Feijão, p.139 -156. 1998.

FRANCO, D. F.; RIBEIRO, A. S.; NUNES, C. D.; F ERREIRA, E. Fungos associados a

sementes de arroz irrigado no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrociência, v.7,

n.3, pág. 235-236, 2001.

GULART, C.; BAYER, T.M.; CERBARO, L.; LENZ, G.; ZAMOLIN, C.; COSTA, I.F.D.

Qualidade sanitária de sementes de arroz irrigado em diversas regiões produtoras do estado do

Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRA- SILEIRO DO ARROZ IRRIGADO 4.

REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO 26. 2005, Santa Maria, RS. Resumos.

Santa Maria: p.545. 2005.

ISLAM, M.S.; JAHAN, Q.S.A.; BUNNARITH, K.; VIANGKUM, S.; MERCA, S.D.

Evaluation of seed health of some rice varieties under different conditions. Botanical

Bulletin of Academia Sinica, v.41, p.293-297, 2000.

LUCCA FILHO, O. A. Patologia de Sementes In.:PESKE, S.T.; LUCCA FILHO, O.A.;

BARROS, A.C.S.A. Sementes : Fundamentos Científicos e tecnológicos, 2ª ed., 473p.

2006.

MALAVOLTA, V.M.A.; BEDENDO, I.P. Danos devidos a manchas de grãos em arroz

causadas pelos fungos Bipolares oryzae, Microdochium oryzae e Phoma sorghina, em

diferentes épocas de infecção. Summa Phytopathologica, v. 25. pág. 324-330. 1999.

Page 44: RESUMO DA DISSERTAÇÃO - Portal UFT Pires Nunes.pdf · O crescimento do arroz se deve ao aumento da produção de arroz irrigado, que já corresponde por mais de 80% da produção

44

MALAVOLTA, V. M. A.; PARISI, J. J. D.; TAKADA, H. M. Efeito de diferentes níveis de

incidência de Bipolaris oryzae em sementes de arroz sobre aspectos fisiológicos da semente,

transmissão do patógeno as plântulas e produção. Summa Phytopathologica, Jaboticabal,

v.28, p.336-340, 2002.

MALAVOLTA, V.M.A.; SOLIGO, E. A.; DIAS. D. D.; AZZINI, L. E.; BASTOS, C. R.

Incidência de fungos e quantificação de danos em sementes de genótipos de arroz. Summa

Phytopathologica, v. 33, n. 3, p. 280-286, 2007.

MIURA, L. Doenças. In: EPAGRI Arroz irrigado: Sistema pré-germinado. Florianóplis,

Epagri/ GMC, 203-227 p., 2002.

MIURA, L.; PERUCH, L. A. M.; SILVA, C. M. Épocas de aplicação e rendimento de grãos

inteiros determinam a eficiência de fungicidas no controle da brusone. In: CONGRESSO

BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4. 2005, Santa Maria - RS, Anais... Santa Maria:

UFSM, p.517- 519. 2005.

NAKAMURA, A.M. Incidência de Phoma sorghina em sementes de arroz. In: CONGRESSO

PAULISTA DE FITOPATOLOGIA, 7. Botucatu, 1984. Resumos... Botucatu, s.ed. 1984.

OU, S.H. Rice diseases. 2 ed. Kew: Commonwealth Mycological Institute, 379p. 1985.

PRABHU, A.S., FILIPPI, M.C., RIBEIRO, A.S. 1999. In: A cultura do arroz do arroz no

Brasil. EMBRAPA, 633p. 1999.

SANTOS, A. B. e RABELO, R. R. Informações Técnicas para a Cultura do Arroz

Irrigado no Estado do Tocantins. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária. Santo Antônio de Goiás, GO. 2008. Documentos 218. Março, 2008.

SOAVE, J.; AZZINI, L.E.; VILLELA, O.V. & GALLO, P.B. Seleção de cultivares de arroz

irrigado visando baixa incidência de sementes manchadas. Summa Phytopathol., 9(3/4):

179-85, 1983.

SOLIGO, E. A.; AZZINI, L. E.; VILELLA, O. V. Incidência de fungos e manchas em

sementes de genótipos de arroz. In: Congresso Brasileiro de Fitopatologia, 37, 2004,

Gramado – RS, Suplemento, v.29, Brasília:SBF, p.204- 205. 2004.

TANAKA, M.A.S. Fungos associados a sementes de arroz com descoloração de grãos em

Minas Gerais. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.8, n.2, p.85-90. 1986.

URBEN, A.F. & WETZEL, M.M.V.S. Ocorrência, sobrevivência e controle de Phyllosticta

oryzae em sementes de arroz produzido nas condições dos cerrados. Fitopatologia

Brasileira, 5(3) 462p., 1980.