resumo baixo império e bizâncio

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Império Bizantino: Constantinopla (a atual Istambul), antes Bizâncio, tornou-se a capital do Império Romano do Oriente (ou seja, o terno bizantino é posterior, do século XVI aproximadamente). Incluía os países atuais da península Balcânica, Turquia ocidental, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Chipre, Egito e a região mais oriental da Líbia. Seus imperadores consideraram os limites geográficos do Império Romano como os seus próprios e buscaram em Roma suas tradições, seus símbolos e suas instituições, embora dentro de suas fronteiras existisse uma enorme diversidade cultural. O governo de Justiniano (527-565) caracterizou o período de apogeu do Império Bizantino. O Império sobreviveu às migrações e incursões dos godos e dos hunos durante os séculos V e VI. No século VII, o imperador Heráclio I acabou com um grande período de guerras com os persas, recuperando a Síria, a Palestina e o Egito. No início do século IX, o Império Bizantino experimentou uma grande recuperação, alcançando sua plenitude sob o duradouro reinado da dinastia macedônica, que começou com seu fundador, o imperador Basílio I. A vida intelectual reviveu. O renascimento cultural foi acompanhado por um retorno consciente aos modelos clássicos na arte e na literatura. - Comércio: A localização de Constantinopla logo a transformou em importante centro de comércio durante a Idade Média. Feiras expunham mercadorias europeias, indianas, chinesas, árabes, entre outras. Tanto a indústria como o comércio eram controlados de perto pelo governo. Os mercadores lidavam sobretudo com produtos de luxo, especiarias, joias e objetos de arte. As moedas de ouro cunhadas no império foram a base do comércio praticado no Mediterrâneo durante o período. - Modo de vida: Os principais edifícios de Constantinopla era a Igreja de Santa Sofia, o Hipódromo e Palácio Imperial (a religião, o povo e o poder). Na cidade ricos e pobres moravam lado a lado, mas as moradias podiam ser diferenciadas pelo tamanho do muro mesmo (vai que teu vizinho cresce o olho!). A Igreja desempenhava papel importante na educação das crianças. Tanto ricos como pobres mandavam seus filhos para a escola, e o ensino laico era ministrado junto ao religioso (e estudavam inclusive escritores e filósofos pagãos). Os mais ricos, porém, prosseguiam os

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Page 1: Resumo Baixo Império e Bizâncio

Império Bizantino:Constantinopla (a atual Istambul), antes Bizâncio, tornou-se a capital do Império Romano do Oriente

(ou seja, o terno bizantino é posterior, do século XVI aproximadamente). Incluía os países atuais da península Balcânica, Turquia ocidental, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Chipre, Egito e a região mais oriental da Líbia. Seus imperadores consideraram os limites geográficos do Império Romano como os seus próprios e buscaram em Roma suas tradições, seus símbolos e suas instituições, embora dentro de suas fronteiras existisse uma enorme diversidade cultural.

O governo de Justiniano (527-565) caracterizou o período de apogeu do Império Bizantino. O Império sobreviveu às migrações e incursões dos godos e dos hunos durante os séculos V e VI. No século VII, o imperador Heráclio I acabou com um grande período de guerras com os persas, recuperando a Síria, a Palestina e o Egito. No início do século IX, o Império Bizantino experimentou uma grande recuperação, alcançando sua plenitude sob o duradouro reinado da dinastia macedônica, que começou com seu fundador, o imperador Basílio I. A vida intelectual reviveu. O renascimento cultural foi acompanhado por um retorno consciente aos modelos clássicos na arte e na literatura.

- Comércio: A localização de Constantinopla logo a transformou em importante centro de comércio durante a Idade Média. Feiras expunham mercadorias europeias, indianas, chinesas, árabes, entre outras. Tanto a indústria como o comércio eram controlados de perto pelo governo. Os mercadores lidavam sobretudo com produtos de luxo, especiarias, joias e objetos de arte. As moedas de ouro cunhadas no império foram a base do comércio praticado no Mediterrâneo durante o período.

- Modo de vida: Os principais edifícios de Constantinopla era a Igreja de Santa Sofia, o Hipódromo e Palácio Imperial (a religião, o povo e o poder). Na cidade ricos e pobres moravam lado a lado, mas as moradias podiam ser diferenciadas pelo tamanho do muro mesmo (vai que teu vizinho cresce o olho!). A Igreja desempenhava papel importante na educação das crianças. Tanto ricos como pobres mandavam seus filhos para a escola, e o ensino laico era ministrado junto ao religioso (e estudavam inclusive escritores e filósofos pagãos). Os mais ricos, porém, prosseguiam os estudos até 18, 20 anos e recebiam conhecimentos gerais de matemática, geometria, música e astronomia. Importante notar que mesmo os pobres do Império Bizantino viviam melhor que a maioria da população da Europa, pois tinham mais empregos devido ao desenvolvimento do comércio – tinham água canalizada, esgoto desviado para o mar, casas de banhos públicas e mesmo serviços médicos oferecidos pelo governo e Igreja.

- O Imperador: era considerado o eleito de Deus e exercia o poder absoluto em seu nome. Suas funções eram de máxima autoridade politica e religiosa. Além das funções públicas, chefiavam o exército, as relações diplomáticas e a Igreja, bem como controle das obras públicas e da economia.

-Cisma: conflitos de interesses separaram cada vez mais a Igreja de Roma e a Igreja Oriental. A briga é longa, mas um dos episódios problemáticos foi a coroação de Carlos Magno em 800 pelo papa Leão (lembrando, quando o IROC caiu, a corte imperial passou a ser Constantinopla, e eles não aceitaram de boa outro cara se dizendo imperador romano...). Outro ponto de atrito era que os papas não queriam aceitar o domínio do imperador bizantino, e nem os bizantinos queriam ficar sob o comando do Bispo de Roma. Além disso, enquanto em Roma usava-se latim, no Oriente persistia o uso e as tradições helenísticas, fora as diferenças entre doutrinas e práticas religiosas. Um exemplo disso foi a proibição do imperador do oriente, Leão III, da produção de ídolos (santos, virgens, imagens de Cristo) pelos monges bizantinos (que estavam enchendo os bolsos alegando que as imagens eram milagrosas...). O pessoal de Roma achou a destruição das imagens uma heresia, dividindo ainda mais as duas Igrejas. Divergem também sobre o conceito de infalibilidade papal (papa não erra... okay, nem vou falar pois já sabem o que penso) e a doutrina católica da

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Imaculada Conceição (Maria sem pecado concebeu Jesus sendo virgem... ortodoxos acham que isso contraria a narrativa bíblica) Em 1054, deu-se a separação definitiva da igreja sediada em Roma e da Igreja de Constantinopla – conhecida como Grande Cisma ou Cisma do Oriente.

Em 1071, os Seljúcidas (turcos otomanos) invadiram a maior parte da Ásia Menor bizantina. O imperador Aleixo I Comneno, fundador da dinastia dos Comnenos, pediu ajuda ao Papa contra os turcos. A Europa Ocidental respondeu com a primeira Cruzada (1096-1099). Embora, em um primeiro momento, o Império tenha se beneficiado das Cruzadas, recuperando alguns territórios na Ásia Menor, estas precipitaram sua decadência.

O imperador Miguel VIII Paleólogo, recuperou Constantinopla das mãos dos latinos em 1261 e fundou a dinastia dos Paleólogos, que governaram até 1453. Os turcos otomanos, em plena ascensão, conquistaram o resto da Ásia Menor bizantina no princípio do século XIV. Depois de 1354, ocuparam os Balcãs e finalmente tomaram Constantinopla, o que representou o fim do Império em 1453. Contudo, a tradição intelectual bizantina não morreu em 1453: os eruditos bizantinos que visitaram a Itália durante os séculos XIV e XV, exerceram uma forte influência sobre o Renascimento italiano.

Idade Média

Quando pensamos em Idade Média pensamos em castelos, cavaleiros, guerras, caça às bruxas e mais uma série de imagens que o cinema e a televisão nos alimentaram por longos anos. O que muitas vezes não sabemos, é que os castelos muitas vezes eram de madeiras, os cavaleiros eram filhos de senhores mas tinham uma rotina pesada de treino, as guerras eram terríveis e as bruxas, bom, eram apenas pessoas que não seguiam a moral católica vigente.

A Idade Média é o período compreendido entre 476 d.C. (queda de Roma) e 1453 d.C. (a queda de Constantinopla). Costuma-se dividi-la em:

Alta Idade Média (século V ao século IX): fase marcada pelo processo de formação do feudalismo.Baixa Idade Média (século XII ao século XIV): fase caracterizada pela crise do feudalismo. E já que falamos tanto nisso, segundo o historiador francês Jacques le Goff, feudalismo é “um

sistema de organização econômica, social e política baseado nos vínculos de homem a homem, no qual uma classe de guerreiros especializados – os senhores –, subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver”.

O feudalismo foi a forma de organização política e social que caracterizou a Idade Média. Formou-se aos poucos do longo processo de ruralização que caracterizou o fim do Império Romano (ver Colonato acima). Os proprietários de terras ofereciam moradia, em troca de trabalho em suas terras e proteção militar. O trabalhador não seria escravo do senhor, mas escravo da terra. Se por acaso a terra fosse vendida, o trabalhador permaneceria nela, sendo subordinado ao dono seguinte. Iniciava-se o regime feudal.

Chamava-se de suserano o proprietário das terras cedidas ao trabalhador, conhecido como vassalo. Ambos tinham obrigações quanto ao outro: o suserano, além de ceder as terras, tinha a obrigação de proteger seus subordinados, militar e juridicamente. Já o vassalo deveria estar de prontidão, caso houvesse algum conflito, atuando como serviçal militar. Os feudos eram divididos em porções de terras conhecidas como senhorio. Cada senhorio era dividido em três partes: os campos abertos (terras de uso comum, mas proibidas para caça, por parte dos vassalos), reservas senhoriais (exclusivas ao senhor feudal) e mansos servis (fonte de sustento dos vassalos). Havia três tipos de impostos obrigatórios ao vassalo: a corveia (trabalho obrigatório e gratuito), a talha (parte da produção entregue, obrigatoriamente, ao senhor) e banalidade (aluguel de equipamentos e instalações).

Durante o feudalismo o poder real foi enfraquecido. Como a sociedade passou a se dividir em feudos, cada senhor feudal era líder de seu território, tendo poder semelhante ao real, para com seus subordinados. Esse fator também contribuiu com o declínio do Império. A Igreja Católica, pelo contrário, se

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fortaleceu, pois recebia feudos como doações de seus fiéis. Podemos ver três principais grupos na sociedade feudal:

Clero: tinha a função de rezar, era um grupo privilegiado pois não pagava impostos e tinha grande poder político.

Nobreza: tinha a função de proteger o povo em caso de ataques, era um grupo privilegiado porque não pagavam impostos, tinham poder politico e possuíam grandes propriedades (e barbadas!).

Povo: tinha a função de alimentar, vestir, calçar etc. os outros grupos sociais e a eles próprios. Era o único grupo não privilegiado, pagavam impostos, alimentavam os outros e não tinham poder político.

Fé Cristã: o período medieval estabelece a consolidação do cristianismo no interior de toda a Europa. Em 325, membros da Igreja Cristã se reuniram na cidade de Niceia para discutir um amplo leque de questões organizacionais e espirituais. A partir desse momento, a Igreja passou a ser portadora de uma doutrina oficial que deveria ser disseminada por um corpo de representantes espalhados em toda a Europa. No século V, a hierarquia clerical seria sustentada pelos padres, que, por sua vez, seriam subordinados à autoridade dos bispos. Acima destes estavam os arcebispos e, logo em seguida, os patriarcas das mais importantes cidades europeias. No ano de 455, o bispo de Roma se tornou papa, passando a controlar a cristandade ocidental. Os valores cristãos acabaram interferindo não só no pensamento religioso medieval, mas também ampliou o papel da Igreja no momento em que esta passou a controlar terras e influenciar determinadas ações políticas. Observamos que vários membros da nobreza e outros monarcas dessa época entregaram parte de suas propriedades como uma prova de abnegação. Com isso, o papel desempenhado pelo clero na Europa Feudal atingiu os campos político e econômico.

Cruzadas ( 1096 a 1270): expedições formadas sob o comando da Igreja, a fim de recuperar Jerusalém (que se encontrava sob domínio dos turcos seldjúcidas) e reunificar o mundo cristão, dividido com a “Cisma do Oriente”. Os cruzados (como ficaram conhecidos os expedidores) receberam esse nome por carregarem uma grande cruz, principal símbolo do cristianismo, estampada nas vestimentas. Em troca da participação, ganhariam o perdão de seus pecados. A primeira (1096 – 1099) não teve participação de nenhum rei, foi formada por cavaleiros da nobreza que, em julho de 1099, tomaram Jerusalém. A segunda (1147 – 1149) fracassou em razão das discordâncias entre seus líderes Luís VII, da França, e Conrado III, do Sacro Império. Em 1189, Jerusalém foi retomada pelo sultão muçulmano Saladino. A terceira cruzada (1189 – 1192), conhecida como ‘”Cruzada dos Reis”, contou com a participação do rei inglês Ricardo Coração de Leão, do rei francês Filipe Augusto e do rei Frederico Barbarruiva, do Sacro Império. Nessa cruzada foi firmado um acordo de paz entre Ricardo e Saladino, autorizando os cristãos a fazerem peregrinações a Jerusalém. A quarta cruzada (1202 – 1204) foi financiada pelos venezianos, interessados nas relações comerciais. A quinta (1217 – 1221), liderada por João de Brienne, fracassou ao ficar isolada pelas enchentes do Rio Nilo, no Egito. A sexta (1228 – 1229) ficou marcada por ter retomado Jerusalém, Belém e Nazaré, cidades invadidas pelos turcos. A sétima (1248 – 1250) foi comandada pelo rei francês Luís IX e pretendia, novamente, tomar Jerusalém, mais uma vez retomada pelos turcos. A oitava (1270) e última cruzada foi um fracasso total. Os cristãos não criaram raízes entre a população local e sucumbiram. As Cruzadas não conseguiram seus principais objetivos, mas tiveram outras consequências como o enfraquecimento da aristocracia feudal, o fortalecimento do poder real, a expansão do mercado e o enriquecimento do Oriente.

O regime feudal, predominante durante a Idade Média, foi se enfraquecendo no final do século XV, período em que o camponês foi conquistando liberdade para acumular bens e adquirir suas próprias reservas.