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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ IVANIZE RIBEIRO DE SOUZA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA RESUMO: A REESCRITA EM FOCO MARINGÁ 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

IVANIZE RIBEIRO DE SOUZA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

RESUMO: A REESCRITA EM FOCO

MARINGÁ

2010

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IVANIZE RIBEIRO DE SOUZA

RESUMO: A REESCRITA EM FOCO

Produção didático-pedagógica apresentada à

SEED/PR. - Secretaria de Estado da Educação,

como parte integrante do PDE – Programa de

Desenvolvimento Educacional, sob a

Orientação do Prof. Dr. Renilson José

Menegassi.

MARINGÁ

2010

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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

NRE: Loanda Município: Loanda

Professora: Ivanize Ribeiro de Souza

E-mail: [email protected]

Disciplina: Língua Portuguesa

Etapa: Ensino Médio

Conteúdo da disciplina: Produção escrita do gênero discursivo resumo

Público alvo: Professores que atuam no Ensino Médio

IES: Universidade Estadual de Maringá – UEM

Orientador: Prof. Dr. Renilson José Menegassi

Título: Resumo: a escrita em foco

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Estas imagens reproduzem as

mensagens trocadas entre internautas em um

site de perguntas e respostas. O tema em

discussão é a produção de resumos. Observe

os posicionamentos dos navegadores.

(Extraído de <http://br.answers.yahoo.

com/question/index?qid=20090926112

916AAXFgtX> Acesso em 25.jun.2010.)

(Extraído de

<http://br.answers.yahoo.com/ question/ index ;_ylt=AlkdOVYETH792 Qbv.X4X

KTTU7At.;_ylv=3?qid=200808

22110526AAnkdcJ>. Acesso em 25.jun.

2010.)

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(Extraído de < http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=Ak8xi0Xjzk6nY6H7SydkasPx6gt.;_ylv=3?qid=

20100601183125AAhONGa>. Acesso em 20.jul.2010.)

Você acredita que a vida escolar desses indivíduos tenha influenciado em suas explanações

sobre o resumo?

Como a escola tem trabalhado o resumo?

Quando estudante, que procedimentos adotava para produzir resumos?

E hoje, com seus alunos, o resumo faz parte de suas aulas? Como você o encaminha? Com

que finalidade?

Após a correção e avaliação o que é feito com o resumo dos alunos?

A produção de resumos pode contribuir para aprimorar a escrita dos alunos? Como?

PARA APROFUNDAR O CONHECIMENTO SOBRE O GÊNERO, A SUA PRODUÇÃO E O

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Desde a década de 1970, são várias as teorias de linguagem que perpassam as discussões sobre

o ensino de Língua Portuguesa (LP) na comunidade acadêmica, dentre elas podem ser citadas a

Linguística Aplicada, a Sociolinguística, a Semântica, a Linguística textual e a Análise do Discurso.

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UM POUCO SOBRE O CÍRCULO DE BAKHTIN

Quando lemos ou discutimos sobre as teorias de

Bakhtin, podemos pensar que sua obra é fruto de um

pensamento individual. Porém, coerentemente com a perspectiva sociointeracionista de linguagem, esse

legado teórico foi produzido a partir de profundas

reflexões realizadas por um grupo de pesquisadores denominado Círculo de Bakhtin. Esse grupo de

intelectuais tinha por centro Mikhail M. Bakhtin,

formado em estudos literários, sofreu fortes

perseguições políticas; foi preso, condenado ao exílio e, somente depois da Segunda Guerra Mundial,

ingressou e permaneceu até sua aposentadoria como

professor de literatura no Instituto Pedagógico de Saransk, na Rússia. Outro notado membro desse

círculo foi Valentin N. Volochinov, que atuava como

professor, manifestava interesse pela história da música, porém, acabou se formando em estudos

linguísticos e se dedicando a estudos pós-graduados

na mesma área. Destaca-se igualmente, neste grupo,

Pavel N. Medvedev, formado em direito, desenvolveu intensa atividade no jornalismo cultural

e atuou como professor de literatura. Esses estudiosos

partilharam um conjunto expressivo de ideias que tinha em comum uma paixão pela filosofia, pelo

debate de ideias e pela linguagem. Além desses

teóricos, constituíam também o Círculo de Bakhtin: Matvei I. Kagan (filósofo), Ivan I. Kanaev (biólogo),

Maria V. Yundina (pianista), Lev V. Pumpianski

(professor e estudioso de literatura), cujos trabalhos

são pouco conhecidos no Brasil (SOUZA, 2010).

Essas perspectivas teóricas emergiram

de um contexto histórico e social em que a

escola passou a se configurar como espaço de

atenção ora voltada para a variação linguística

proveniente da popularização da escola, ora

para a relação sujeito-linguagem-história e as

ideologias veiculadas pela linguagem, ora para

a natureza, a função e o uso dos significados,

ora para os mecanismos de textualização.

A inserção desses diferentes enfoques

nas discussões em torno do tratamento

pedagógico com a Língua Portuguesa, no

interior da escola, desencadeou reflexões sobre

as concepções de leitura, escrita, oralidade e

gramática.

Todo esse processo de mudança tem,

no entanto, como referência, estudos teóricos

produzidos na Rússia, no início de século XX,

por um grupo que ficou conhecido como

Círculo de Bakhtin. Essas reflexões estão

marcadas na obra “Marxismo e Filosofia da

Linguagem” (Bakhtin/Volochinov, 1992). Nesse trabalho, os autores discutem entre outros

elementos, a natureza da linguagem, concluindo que:

A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de

formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato

psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui

assim a unidade fundamental da língua. (BAKHTIN/VOLOSHINOV,1992, p.123).

Como vemos, a língua não é produto de criação individual que se forma no interior do

psiquismo humano, nem um sistema de formas abstratas independente do sujeito falante que a ele se

adapta em sua utilização, mas sua essência está na interação entre os sujeitos. Portanto, é

intrinsecamente social, visto que não se realiza sem o trabalho ativo de sujeitos envolvidos em uma

prática dialógica que se efetiva em determinadas condições sociais e históricas. Conforme atesta

Bakhtin/Volochinov: “Toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que

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Extraído de <http://www.dia

adia.pr.gov.br/tvpendrive/arq

uivos/File/imagens/4portugu

es/8_101.jpg>. Acesso em

20.jul.2010.

procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto

da interação do locutor e do ouvinte.” (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2006, p. 115. Grifos do autor).

Esse pressuposto bakhtiniano requer que consideremos a essência interlocutiva da linguagem

em seu tratamento, na perspectiva do ensino. Destaca-se essa preocupação nos textos das Diretrizes

Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa (DCE-LP):

No processo de ensino-aprendizagem é importante ter claro que quanto maior o

contato com a linguagem, nas diferentes esferas sociais, mais possibilidades se tem

de entender o texto, seus sentidos, suas visões de mundo. A ação pedagógica

referente à linguagem, portanto, precisa pautar-se na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno a leitura e a produção oral e escrita, bem como

a reflexão e o uso da linguagem em diferentes situações. Desse modo sugere-se um

trabalho pedagógico que priorize as práticas sociais. (PARANÁ, 2008, p. 55).

Portanto, desenvolver práticas pedagógica com a linguagem não é apenas aplicar uma

sequência de exercícios desconexos com a realidade social, mas propiciar ao educando a experiência

de utilização da linguagem em condições sociais próximas do real.

NO TÚNEL DO TEMPO...

Procure relembrar a respeito de sua vida escolar e de como eram as

aulas de Língua Portuguesa. Que diferenças você percebe, em

termos metodológicos, entre o seu tempo de aluno(a) e as práticas

pedagógicas que desenvolve com seus alunos?

Quando aluno(a) você produzia resumos? Em que circunstâncias?

Como lhe foi ensinada a produção desse gênero discursivo?

Socialize com seus colegas.

Ancorados nesses pressupostos consideramos importante pensar uma aproximação dessas

contribuições com o tratamento pedagógico dispensado à escrita que é uma das práticas discursivas

propostas para o ensino de LP pelas DCE. Coerentemente com essa perspectiva de linguagem e de

ensino assumida pela DCE-LP, a escrita deve ser pensada como trabalho, isto é:

“[...] a produção escrita é tida como uma contínua construção de conhecimento,

ponto de interação entre professor/aluno porque cada trabalho serve de ponto de

partida para novas produções, que sempre adquirem a possibilidade de serem

reescritas, de apresentarem “uma terceira margem”. (SERCUNDES, 1997. p. 96).

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Nessa perspectiva, a escrita se torna um processo de diálogo social e historicamente

delimitado por meio do qual os sujeitos e a linguagem se constituem.

Para que essa relação dialógica se estabeleça, nas propostas de produção textual emanadas da

escola, nas diversas áreas do conhecimento, é preciso que a escrita seja tratada como realização de

uma prática social. Nesse sentido Geraldi (2003) propõe o cumprimento das seguintes condições: que

o aluno tenha o que dizer, tenha para quem dizer, tenha uma razão forte para dizer o que vai dizer,

constitua-se como sujeito do seu dizer e, mediante estas condições, escolha as estratégias do dizer

(recursos gramaticais, textuais e semântico-pragmáticos). Segundo Magalhães, Salvador e Souza

(2008, p. 7):

A consciência desses fatores determina a qualidade dos textos que se produz em

qualquer disciplina, visto que, em vez de repetir informações e verdades propagadas pelo professor e, principalmente pelo autor do livro didático, o aluno passa a

escrever em meio a um processo efetivamente dialógico, como resposta a uma

problemática teórica ou vivencial.

Essa atividade dialógica mediada pela língua escrita afere ao escrevente um papel ativo, razão

pela qual o texto escrito assume várias versões na busca por atender ao intento interlocutivo. Por

outro lado, pensar a escrita como atividade marcada por revisões e reescritas, implica também,

necessariamente, na ressignificação do papel do professor, orientador principal do processo de escrita

do aluno. A esse respeito, os mesmos autores propõem:

[...] a prática de escrita como trabalho envolve ainda o processo de reescrita em que o professor, em vez de corretor do texto do aluno, torna-se um interlocutor

privilegiado, com condições de mediar essa prática como forma de auxiliar o aluno a

alcançar, de forma mais satisfatória, os objetivos pretendidos com e pelo texto.

(MAGALHÃES, SALVADOR E SOUZA, 2008, p.7).

Ao pensar tais questões, as Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa, insistem

na determinação do texto pelo contexto amplo de sua produção em relação direta com as

peculiaridades de cada gênero. Dessa forma, afirma que cabe ao professor considerar, em suas

propostas de ensino, o destinatário e as finalidades da escrita haja vista que pressupõe que a clareza

desses elementos será fundamental para a decisão sobre o que escrever e para a escolha das

estratégias do dizer.

Outro aspecto no qual centra o tratamento da escrita, nesse documento, se refere à sua

propriedade formadora de subjetividade, socialmente construída, sem a qual não há exercício de

autoria.

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Ao tratar do papel do aluno que, ao produzir o texto, se desenvolve sujeito que diz de si e de

sua leitura de mundo, o texto, retoma o conceito de enunciado e afirma a função da produção de

textos no desenvolvimento do sujeito: “a produção escrita possibilita que o sujeito se posicione,

tenha voz em seu texto, interagindo com as práticas de linguagem da sociedade” (PARANÁ, 2008, p.

56).

NO TÚNEL DO TEMPO...

Como era encaminhada a produção textual em seu tempo de

estudante?

Como você se sentia em relação a essas práticas?

Há alguma prática daquele tempo que você utiliza com seus

alunos? Qual?

E os livros didáticos que você utiliza atualmente, apresentam

propostas de produção escrita com características semelhantes

àquelas apresentadas anteriormente?

Nas práticas de produção que você encaminha em suas aulas, há a

preocupação de fazer da escrita uma prática formadora de

subjetividades? Como isso ocorre?

Em suas considerações sobre o ensino de língua materna, o documento governamental

assevera igualmente que:

O aprimoramento da competência linguística do aluno acontecerá com maior

propriedade se lhe for dado conhecer, nas práticas de leitura, escrita e oralidade, o caráter dinâmico dos gêneros discursivos. O trânsito pelas diferentes esferas de

comunicação possibilitará ao aluno uma inserção social mais produtiva no sentido

de poder formular seu próprio discurso e interferir na sociedade em que está inserido. (PARANÁ, 2008, p. 53).

Diante dessa proposição contida no documento oficial, consideramos importante delinear o

conceito de Gênero do Discurso uma vez que a prática social de linguagem se materializa nesses

“tipos relativamente estáveis de enunciados” (BAKHTIN, 1997, p. 280). A esse respeito, os teóricos

do Círculo de Bakhtin, caracterizam o Gênero do discurso a partir de três elementos essenciais: o

conteúdo temático, o estilo e a estrutura composicional. Esses gêneros discursivos, de acordo com

esse aporte teórico, refletem e refratam as relações humanas que se estabelecem no seio das

diferentes esferas sociais. Na busca pelo entendimento desse conceito característico da teoria

enunciativa de Bakhtin e seu Círculo, Souza, (2010) discorre:

Para se compreender a gênese e o modo de existência dos gêneros do discurso, pode-se desenvolver o seguinte raciocínio: os campos da atividade humana são

multiformes (familiar, religioso, educacional, jurídico, político etc.) e possuem

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condições e finalidades sociais específicas (nascem das necessidades dos indivíduos

inseridos em um meio social), ao mesmo tempo em que estão ligados à língua (sem a qual não se materializam). (SOUZA, 2010, p.70).

Envoltos nessas reflexões emanadas das contribuições bakhtinianas, a respeito dos gêneros do

discurso, nos propomos delinear possibilidades metodológicas para o ensino de produção textual

escrita que assumam a língua como prática social.

Para isso, no rol dos inúmeros gêneros discursivos produzidos pelos seres humanos

socialmente organizados no contexto de suas interações verbais, elegemos neste trabalho, conforme

foi apontado nos questionamentos iniciais, o resumo de circulação na esfera acadêmica como

instrumento para repensar as práticas de escrita desenvolvidas junto aos estudantes do Ensino Médio.

Nesse sentido, consideramos importante traçarmos um panorama geral sobre esse gênero discursivo

a partir das contribuições de alguns pesquisadores do assunto:

Elucidados por essas contribuições teóricas, apresentamos algumas reflexões suscitadas a

partir da relação que podemos estabelecer com a prática pedagógica com o resumo:

O que é o Resumo?

É um procedimento de estudo e tem valor como documentação;

É uma técnica que auxilia a reter informações básicas de um texto;

Resumo é a condensação de um texto, inteligível em si mesma, redigida, em nível padrão de linguagem, com as próprias palavras do leitor resumidor. É uma atividade característica do ambiente escolar e, às vezes, do mundo do trabalho, que pressupõe exercício de leitura e de redação [...] (THEREZO, 2001, p.21).

Resumo é uma condensação fiel das idéias ou dos fatos contidos no texto. Resumir um texto significa reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três elementos:

a) cada uma das partes essenciais do texto; b) a progressão em que elas se sucedem; c) a correlação que o texto estabelece entre

cada uma dessas partes. (FIORIN, SAVIOLI, 2006. p.420)

Resumir um texto pressupõe a criação de um segundo texto, pela reelaboração do texto original, ou texto fonte, reduzindo-se as suas dimensões. Isso vai requerer o uso exclusivo das informações básicas ou mais importantes contidas no texto fonte (SERAFINI, 1991, p. 184).

O resumo é a forma de reunir e apresentar por escrito, de maneira concisa, coerente e frequentemente seletiva, as informações básicas de um texto preexistente. Em outras palavras, é a condensação de um texto, pondo-se em destaque os elementos de maior interesse e importância. (FLORES, 1992, p.138).

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Resumo é uma prática de leitura e reescrita;

É a transposição, por meio da língua oral ou escrita, de uma idéia contida em outro gênero textual;

É criação e não apenas cópia;

Quais as competências envolvidas na produção de um resumo?

Perfeita compreensão do texto;

Domínio da técnica da dissertação;

Domínio da língua portuguesa (como qualquer trabalho racional);

Identificação das ideias principais, compreendê-las, estruturá-las com estilo e linguagem próprias e

organizá-las considerando as características do gênero e das convenções sociais da língua, oral ou

escrita;

Em consonância com nossa opção pela perspectiva de escrita como trabalho (SERCUNDES, 1997),

somos levados a pensar o resumo como uma prática social de linguagem. Diante disso, como

considerar as condições de produção, propostas por Geraldi (2004) uma vez que essa proposição

emana de seus estudos sobre a perspectiva bakhtiniana de linguagem, e ainda, que, envolta nessas

condições de produção, a revisão e a reescrita se tornam atividades naturais do processo de

escrita?

Ter o que dizer:

as idéias principais do texto fonte do resumo (conteúdo);

Se o conteúdo do dizer está dado a priori, a tarefa de identificá-lo e reescrevê-lo implica nas outras

condições de produção.

Ter uma razão para dizer:

Estudar o texto;

Reter as informações básicas de um texto;

Para orientar o leitor sobre os principais conteúdos que encontrará em uma obra;

Apresentar o conteúdo de outra forma, em outro gênero, adequar a forma de interlocução a uma

esfera de relações sociais comunicativa;

Para inscrever uma obra em eventos acadêmicos.

Ter para quem dizer:

Alguém que deseja abreviar o tempo investido na leitura e precisa das informações essenciais da

obra;

Para o professor verificar a compreensão da obra lida.

Para avaliadores que aceitarão ou não a inscrição da obra em eventos acadêmicos

Escolha das estratégias do dizer:

Seleção e organização das informações tomadas como relevantes do texto original ajustando-as as

características do interlocutor bem como da situação de interlocução;

Busca de recursos linguísticos que propiciem a concisão;

Não citar o autor ou copiar trecho do texto fonte.

Ajustar o conteúdo do dizer às características do gênero resumo

Constituir-se sujeito do dizer:

Apresentar as idéias com palavras próprias revelando compreensão e não apenas repetição;

Avaliar o caráter irrepetível que o dizer assume a cada situação e meio em que circula;

Tomar decisões na escolha das palavras e organização das informações selecionadas para o resumo.

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O resumo e seu processo de produção:

Ao considerar que o resumo é um gênero textual que está presente não somente nas aulas de

Língua Portuguesa, mas que também permeia o ensino das outras disciplinas escolares, selecionamos

para essa prática de produção textual de resumo, um texto intitulado “As primeiras vilas e cidades do

Paraná”, contido no Livro Didático Público de História, em sua Unidade 10 “Relações de poder:

Urbanização e industrialização no Paraná, de autoria da professora Marli Francisco (FRANCISCO,

2006).

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Para melhor visualização do trabalho, reapresentamos o texto do livro didático acima

mencionado, excluindo as imagens e os boxes que o acompanhavam:

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AS PRIMEIRAS VILAS E CIDADES DO PARANÁ

Os primeiros povoados que surgiram, na área que hoje é o Estado do Paraná, foram fundados por espanhóis, Ciudad Real Del Guayra, em 1557, próximo ao atual município de Guaíra e Villa Rica Del Espiritu Santu em 1576,

onde se encontra hoje o município de Fenix. Além desses povoados, foram fundadas as reduções, que eram aldeias

administradas por padres espanhóis: os jesuítas.

A presença espanhola nessa parte da América foi resultado do tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal

e Espanha, em 1494. Por este tratado, a Espanha detinha a maior parte das terras que forma o nosso Estado hoje. Nesse

contexto, século XV, os espanhóis foram abrindo caminhos e estenderam seus domínios territoriais, com o objetivo de

aprisionar índios, escravisando-os, deter as contínuas invasões dos portugueses em seu território e conseguir no futuro

um porto marítimo, no Atlântico, para Assunción.

A preocupação dos portugueses em relação à ocupação espanhola não era em vão. Além do território, os

portugueses também tinham interesses econômicos nessa região, principalmente com relação ao apresamento de

indígenas e a busca por metais preciosos e, por isso, organizaram expedições bandeirantes paulistas para destruir os povoados e as reduções espanholas impedindo a sua expansão.

Com a destruição da maioria dos povoados espanhóis e das reduções jesuíticas, as terras pertencentes à Coroa

espanhola foram praticamente abandonadas tanto pelos portugueses como pelos espanhóis no decorrer do século XVII.

As terras que pertenciam a Portugal foram efetivamente ocupadas com a descoberta de ouro próximo à Baía

de Paranaguá, na metade do século XVII, fato que marca o início do povoamento de nosso litoral.

Nesse período, Paranaguá pertencia à Capitania de São Vicente, em função da divisão territorial do Brasil

realizada por D, João III, em 1534, denominada de Capitanias Hereditárias. É importante ressaltar que essas terras

eram efetivamente ocupadas por vários povos indígenas. Os conflitos entre os colonos europeus e brasileiros e os

povos indígenas eram frequentes, por causa da invasão de suas terras. Esses povos reagiram pacífica ou violentamente

contra a presença e o processo de povoamento, imposto pelos europeus e brasileiros, assim como foram incorporados

ao processo de colonização.

Os portugueses iniciaram a colonização do Paraná pelo litoral e a mineração foi a atividade que motivou o povoamento deste território. Com a notícia do ouro na baía de Paranaguá, um grande número de pessoas foi atraído

para esta localidade vindo de várias partes de Portugal e da América portuguesa, como: São Vicente, Santos e Rio de

Janeiro. Em função dessa descoberta, Paranaguá foi elevada à categoria de vila em 1660, século XVII.

Na esperança de fazer fortuna, a busca pelo ouro reinou por mais de cem anos. Como Paranaguá (1648),

novos povoados foram surgindo na trilha do ouro: Curitiba (1693), Guaratuba (1771) e Antonina (1797). A atividade

mineradora ajudou a abrir caminhos e a formar povoados que se transformaram em cidades.

A cidade de Curitiba foi fundada por desejo dos moradores da região, que queriam organizar a comunidade

que se formara no Primeiro Planalto. A criação de uma Vila ou Município no Brasil, durante o período colonial, seguia

as determinações da coroa portuguesa, sendo que as Câmaras Municipais instituídas nessas Vilas representavam a

aliança entre o poder central e o poder local.

A Câmara Municipal de Curitiba foi fundada em 1693 e, em 1721, recebeu a visita do Ouvidor Raphael Pires Pardinho, funcionário real enviado pelo rei D. João V (1689-1750), para organizar as vilas da colônia, do qual a

câmara recebeu instruções sobre como deveria funcionar. As normas impostas pelo Ouvidor Pardinho são chamadas de

Provimentos e detalham sobre toda a organização da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba.

Entre os provimentos do ouvidor, existem os que legislam sobre a organização do espaço urbano. A

concepção de ocupação do espaço urbano adotada pelo Estado português tinha como modelo “a quadra retangular

perfeitamente adensada, vista a partir da rua como um conjunto compacto de fachadas, delimitadas por ruas em gra”e"

(PEREIRA, 1993, p.197). A permissão para as construções eram cedidas pela Câmara de acordo com regras pré-

estabelecidas que buscavam reforçar a idéia da cidade como um espaço destinado a atividades comerciais, artesanais e

religiosas, demarcando as especificidades do campo e da cidade. O estado, através de sua legislação, demonstrava a

preocupação em definir e separar os espaços públicos e privados, buscando a disciplinarização do convívio em

comunidades.

O crescimento das populações dos “lugares” ou povoamento do litoral, no século XVIII, e as relações das mesmas com as vilas de Paranaguá e Curitiba permitiram que novas vilas fossem fundadas naqueles territórios,

denominadas, Antonina e Morretes.

Dado a diminuição do ouro encontrado da Baía de Paranaguá e a notícia da descoberta desse minério na

província de Minas Gerais, no final do século XVII, ocorreu um esvaziamento da população dos garimpos paranaenses

para aquela região, pois, a maior parte do ouro do litoral paranaense era de aluvião, ou seja, encontrado no leito dos

rios, nas encostas ou nas camadas superficiais da terra. Esta forma de garimpagem, mais simples, era denominada de

faisqueira. O ouro deixou de ser a atração do litoral paranaense. A vida econômica, antes resumida na mineração,

voltou-se para outras atividades.

Muitas dessas atividades ainda eram ligadas à mineração, entre elas a pecuária. O gado foi utilizado

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economicamente nas mais diversas formas: na alimentação, nos trabalhos domésticos, na agricultura, no transporte e

no aproveitamento do couro. Com a diminuição do ouro garimpado no território paranaense, a pecuária ganhou

destaque, pois o comércio de gado com a região de Minas Gerais se tornou atrativo.

O tropeirismo era a atividade realizada por homens que trabalhavam com a venda e transporte de gado

Vacum, muares e mercadorias de uma região para outra. Para essa tarefa, os tropeiros utilizavam as mulas por serem

mais resistentes aos caminhos de difícil acesso. As tropas eram de propriedade dos tropeiros que viajavam pelo interior

da colônia alugando seus serviços e a capacidade de carga de seus animais. Os tropeiros exerciam, assim, o papel de comerciantes ao comprar e vender produtos nas localidades por onde passavam, chegando a fazer o papel de

“mensageiros” quando levavam notícias dos moradores de uma localidade para outra num território que abarcava as

fronteiras castelhanas do Rio Grande do Sul até as Minas Gerais. As cidades onde esses tropeiros instalaram suas

famílias passaram a concentrar parte da riqueza da economia do gado, formando núcleos de poder local.

No século XVIII, a pecuária ganhou espaço econômico ligada ao transporte de gado e muares vindos do Rio

Grande do Sul através do caminho do Viamão, para serem revendidos em Sorocaba (na capitania de São Paulo).

Inúmeras pousadas, que serviam para descanso das tropas, foram criadas ao longo do percurso deste caminho, dando

origem a várias cidades como: Palmas, Ponta Grossa, Lapa, Rio Negro, Palmeira, Piraí do Sul, Jaguariaíva e Castro,

contribuindo no processo de povoamento da região de Campos Gerais.

Como mencionado anteriormente, o ato de resumir implica na perfeita compreensão leitora.

Portanto, nossa primeira atividade deverá ser a realização de uma leitura ininterrupta do texto

procurando identificar o seu plano geral, ou seja, em uma sentença curta, responder à pergunta: De

que trata o texto?

No caso da unidade textual que tomamos para a prática de produção de resumo, verificamos

que trata do processo histórico, político e econômico de formação das vilas e cidades do Paraná.

A partir da identificação da ideia central, faz-se necessário uma segunda leitura do texto,

dessa vez com interrupções, procurando localizar, no decorrer do texto, suas informações essenciais,

ou seja, aquelas que edificam a ideia central. Para isso, destacamos em cor amarela, no texto, essas

informações.

AS PRIMEIRAS VILAS E CIDADES DO PARANÁ

Os primeiros povoados que surgiram, na área que hoje é o Estado do Paraná, foram fundados por espanhóis,

Ciudad Real Del Guayra, em 1557, próximo ao atual município de Guaíra e Villa Rica Del Espiritu Santu em 1576,

onde se encontra hoje o município de Fenix. Além desses povoados, foram fundadas as reduções, que eram aldeias

administradas por padres espanhóis: os jesuítas.

A presença espanhola nessa parte da América foi resultado do tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal

e Espanha, em 1494. Por este tratado, a Espanha detinha a maior parte das terras que forma o nosso Estado hoje. Nesse

contexto, século XV, os espanhóis foram abrindo caminhos e estenderam seus domínios territoriais, com o objetivo de

aprisionar índios, escravizando, deter as contínuas invasões dos portugueses em seu território e conseguir no futuro um porto marítimo, no Atlântico, para Assunción.

A preocupação dos portugueses em relação à ocupação espanhola não era em vão. Além do território, os

portugueses também tinham interesses econômicos nessa região, principalmente com relação ao apresamento de

indígenas e a busca por metais preciosos e, por isso, organizaram expedições bandeirantes paulistas para destruir os

povoados e as reduções espanholas impedindo a sua expansão.

Com a destruição da maioria dos povoados espanhóis e das reduções jesuíticas, as terras pertencentes à Coroa

espanhola foram praticamente abandonadas tanto pelos portugueses como pelos espanhóis no decorrer do século XVII.

As terras que pertenciam a Portugal foram efetivamente ocupadas com a descoberta de ouro próximo à Baía

de Paranaguá, na metade do século XVII, fato que marca o início do povoamento de nosso litoral.

Nesse período, Paranaguá pertencia à Capitania de São Vicente, em função da divisão territorial do Brasil

realizada por D, João III, em 1534, denominada de Capitanias Hereditárias. É importante ressaltar que essas terras eram efetivamente ocupadas por vários povos indígenas. Os conflitos entre os colonos europeus e brasileiros e os

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povos indígenas eram frequentes, por causa da invasão de suas terras. Esses povos reagiram pacífica ou violentamente

contra a presença e o processo de povoamento, imposto pelos europeus e brasileiros, assim como foram incorporados

ao processo de colonização.

Os portugueses iniciaram a colonização do Paraná pelo litoral e a mineração foi a atividade que motivou o

povoamento deste território. Com a notícia do ouro na baía de Paranaguá, um grande número de pessoas foi atraído

para esta localidade vindo de várias partes de Portugal e da América portuguesa, como: São Vicente, Santos e Rio de

Janeiro. Em função dessa descoberta, Paranaguá foi elevada à categoria de vila em 1660, século XVII. Na esperança de fazer fortuna, a busca pelo ouro reinou por mais de cem anos. Como Paranaguá (1648),

novos povoados foram surgindo na trilha do ouro: Curitiba (1693), Guaratuba (1771) e Antonina (1797). A atividade

mineradora ajudou a abrir caminhos e a formar povoados que se transformaram em cidades.

A cidade de Curitiba foi fundada por desejo dos moradores da região, que queriam organizar a comunidade

que se formara no Primeiro Planalto. A criação de uma Vila ou Município no Brasil, durante o período colonial, seguia

as determinações da coroa portuguesa, sendo que as Câmaras Municipais instituídas nessas Vilas representavam a

aliança entre o poder central e o poder local.

A Câmara Municipal de Curitiba foi fundada em 1693 e, em 1721, recebeu a visita do Ouvidor Raphael Pires

Pardinho, funcionário real enviado pelo rei D. João V (1689-1750), para organizar as vilas da colônia, do qual a

câmara recebeu instruções sobre como deveria funcionar. As normas impostas pelo Ouvidor Pardinho são chamadas de

Provimentos e detalham sobre toda a organização da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba.

Entre os provimentos do ouvidor, existem os que legislam sobre a organização do espaço urbano. A concepção de ocupação do espaço urbano adotada pelo Estado português tinha como modelo “a quadra retangular

perfeitamente adensada, vista a partir da rua como um conjunto compacto de fachadas, delimitadas por ruas em gra”e"

(PEREIRA, 1993, p.197). A permissão para as construções eram cedidas pela Câmara de acordo com regras pré-

estabelecidas que buscavam reforçar a idéia da cidade como um espaço destinado a atividades comerciais, artesanais e

religiosas, demarcando as especificidades do campo e da cidade. O estado, através de sua legislação, demonstrava a

preocupação em definir e separar os espaços públicos e privados, buscando a disciplinarização do convívio em

comunidades.

O crescimento das populações dos “lugares” ou povoamento do litoral, no século XVIII, e as relações das

mesmas com as vilas de Paranaguá e Curitiba permitiram que novas vilas fossem fundadas naqueles territórios,

denominadas, Antonina e Morretes.

Dado a diminuição do ouro encontrado da Baía de Paranaguá e a notícia da descoberta desse minério na província de Minas Gerais, no final do século XVII, ocorreu um esvaziamento da população dos garimpos paranaenses

para aquela região, pois, a maior parte do ouro do litoral paranaense era de aluvião, ou seja, encontrado no leito dos

rios, nas encostas ou nas camadas superficiais da terra. Esta forma de garimpagem, mais simples, era denominada de

faisqueira. O ouro deixou de ser a atração do litoral paranaense. A vida econômica, antes resumida na mineração,

voltou-se para outras atividades.

Muitas dessas atividades ainda eram ligadas à mineração, entre elas a pecuária. O gado foi utilizado

economicamente nas mais diversas formas: na alimentação, nos trabalhos domésticos, na agricultura, no transporte e

no aproveitamento do couro. Com a diminuição do ouro garimpado no território paranaense, a pecuária ganhou

destaque, pois o comércio de gado com a região de Minas Gerais se tornou atrativo.

O tropeirismo era a atividade realizada por homens que trabalhavam com a venda e transporte de gado

Vacum, muares e mercadorias de uma região para outra. Para essa tarefa, os tropeiros utilizavam as mulas por serem mais resistentes aos caminhos de difícil acesso. As tropas eram de propriedade dos tropeiros que viajavam pelo interior

da colônia alugando seus serviços e a capacidade de carga de seus animais. Os tropeiros exerciam, assim, o papel de

comerciantes ao comprar e vender produtos nas localidades por onde passavam, chegando a fazer o papel de

“mensageiros” quando levavam notícias dos moradores de uma localidade para outra num território que abarcava as

fronteiras castelhanas do Rio Grande do Sul até as Minas Gerais. As cidades onde esses tropeiros instalaram suas

famílias passaram a concentrar parte da riqueza da economia do gado, formando núcleos de poder local.

No século XVIII, a pecuária ganhou espaço econômico ligada ao transporte de gado e muares vindos do Rio

Grande do Sul através do caminho do Viamão, para serem revendidos em Sorocaba (na capitania de São Paulo).

Inúmeras pousadas, que serviam para descanso das tropas, foram criadas ao longo do percurso deste caminho, dando

origem a várias cidades como: Palmas, Ponta Grossa, Lapa, Rio Negro, Palmeira, Piraí do Sul, Jaguariaíva e Castro,

contribuindo no processo de povoamento da região de Campos Gerais.

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REFLEXÕES SUSCITADAS A PARTIR DA ATIVIDADE DE DESTACAR AS IDÉIAS PRINCIPAIS DO TEXTO:

Outra atividade importante no processo de produção do resumo é o elenco das idéias

principais destacadas no texto original. Ou seja, a sumarização. De acordo com Machado, Lousada

e Abreu-Tardelli, (2004), a sumarização é “[...] um dos processos mentais essenciais para a produção

de resumos [...]”. (MACHADO, LOUSADA E ABREU-TARDELLI, 2004, p. 25). Isto é, por meio

desse processo, que ocorre inconscientemente durante a leitura, mesmo quando não estamos

exercendo a tarefa de resumir, selecionamos algumas informações e excluímos outras.

AS PRIMEIRAS VILAS E CIDADES DO PARANÁ

1 - Os primeiros povoados que surgiram, na área que hoje é o Estado do Paraná, foram fundados por

espanhóis;

2 - Além desses povoados, foram fundadas as reduções;

3 - A presença espanhola nessa parte da América foi resultado do tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha, em 1494;

4 - os espanhóis foram abrindo caminhos e estenderam seus domínios territoriais, com o objetivo de

aprisionar índios, escravizando, deter as contínuas invasões dos portugueses em seu território e conseguir no futuro um porto marítimo, no Atlântico, para Assunción;

5 - os portugueses também tinham interesses econômicos nessa região, principalmente com relação ao apresamento de indígenas e a busca por metais preciosos e, por isso, organizaram expedições bandeirantes

paulistas para destruir os povoados e as reduções espanholas impedindo a sua expansão;

6 - Com a destruição da maioria dos povoados espanhóis e das reduções jesuíticas, as terras pertencentes à Coroa espanhola foram praticamente abandonadas tanto pelos portugueses como pelos espanhóis no

decorrer do século XVII;

7 - As terras que pertenciam a Portugal foram efetivamente ocupadas com a descoberta de ouro próximo à

Baía de Paranaguá, na metade do século XVII, fato que marca o início do povoamento de nosso litoral;

8 - Paranaguá pertencia à Capitania de São Vicente;

Consideramos importante atentarmos para o fato de que, por se tratar de um texto extraído de uma unidade do livro didático, notamos que sua organização se estrutura, em quase todo o texto, apenas pela exposição de informações, como se já se tratasse de um resumo. Ou seja, a grande maioria dos parágrafos é composta por informações e não, por exposição, explicação, exemplificação, como é comum nos textos expositivos que circulam em outras esferas sociais. Por isso, quase todo o texto ficou destacado, quando da atividade de selecionar suas idéias principais.

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9 - essas terras eram efetivamente ocupadas por vários povos indígenas;

10 - Esses povos reagiram pacífica ou violentamente contra a presença e o processo de povoamento,

imposto pelos europeus e brasileiros;

11 - Os portugueses iniciaram a colonização do Paraná pelo litoral e a mineração foi a atividade que

motivou o povoamento deste território;

12 - Em função dessa descoberta, Paranaguá foi elevada à categoria de vila em 1660, século XVII;

13 - Como Paranaguá (1648), novos povoados foram surgindo na trilha do ouro;

14 - A atividade mineradora ajudou a abrir caminhos e a formar povoados que se transformaram em

cidades;

15 - A cidade de Curitiba foi fundada por desejo dos moradores da região, que queriam organizar a

comunidade que se formara no Primeiro Planalto;

16 - A criação de um Vila ou Município no Brasil, durante o período colonial, seguia as determinações da

coroa portuguesa

17 - As Câmaras Municipais instituídas nessas Vilas representavam a aliança entre o poder central e o poder local;

18 - A Câmara Municipal de Curitiba foi fundada em 1693;

19 - As normas impostas pelo Ouvidor Pardinho são chamadas de Provimentos e detalham sobre toda a

organização da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba;

20 - O estado, através de sua legislação, demonstrava a preocupação em definir e separar os espaços

públicos e privados, buscando a disciplinarização do convívio em comunidades;

21 - O crescimento das populações dos “lugares” ou povoamento do litoral, no século XVIII, e as relações

das mesmas com as vilas de Paranaguá e Curitiba permitiram que novas vilas fossem fundadas naqueles

territórios, denominadas, Antonina e Morretes;

22 - O ouro deixou de ser a atração do litoral paranaense. A vida econômica, antes resumida na mineração,

voltou-se para outras atividades;

23 - a pecuária ganhou destaque, pois o comércio de gado com a região de Minas Gerais se tornou atrativo;

24 - No século XVIII, a pecuária ganhou espaço econômico ligada ao transporte de gado e muares vindos do Rio Grande do Sul através do caminho do Viamão, para serem revendidos em Sorocaba;

25 - Inúmeras pousadas, que serviam para descanso das tropas, foram criadas ao longo do percurso deste caminho, dando origem a várias cidades.

A tarefa de resumir implica, além da compreensão leitora, na capacidade de produção textual, oral ou

escrita, como já afirmado anteriormente. Observemos isso a partir da continuidade do processo que

demandará a reorganização e reescrita dessas informações em busca de garantir uma sequência temática

lógica.

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Para melhor compreensão do papel da escrita que implica sempre reescrita no processo de construção

de subjetividades e de desenvolvimento da capacidade de interagir socialmente por meio desse instrumento

verbal, apresentamos algumas proposições de pesquisadores do assunto:

Passemos agora à nossa primeira atividade de escrita inerente ao processo de produção textual de

resumos:

AS PRIMEIRAS VILAS E CIDADES DO PARANÁ

1 - As primeiras povoações do Paraná foram fundadas por espanhóis e eram denominadas povoados e

reduções. Os primeiros sob o nome de Ciudad Real da Guayra, próximo do atual município de Guaíra e Villa Rica Del Espíritu Santu, hoje, município de Fenix. As reduções eram aldeias administradas por padres

espanhóis: os Jesuítas.

2 - Um tratado assinado entre Portugal e Espanha, em 1494, denominado Tratado de Tordesilhas, legalizou a posse, pela Espanha, da maior parte das terras que hoje formam o Estado do Paraná.

3 - Um dos objetivos que motivaram as ações dos espanhóis naquele contexto era construir, no futuro, um porto marítimo, no Atlântico, para Assunción e com esse propósito, procurou deter as invasões dos

portugueses em seu território.

4 - Por outro lado, os portugueses, guiados por interesses econômicos e territorial nessa região, organizaram

expedições bandeirantes paulistas para destruir os povos e as reduções espanholas, impedindo sua expansão.

5 - O resultado da destruição dos povoados espanhóis e das reduções jesuítas foi o abandono, tanto dos portugueses quanto dos espanhóis, das terras pertencentes à Coroa espanhola.

7 - Dessa forma, por meio de reações entre povos indígenas e europeus, ora de maneira mais pacífica, ora mais violenta, foi caracterizado o início do processo de colonização do litoral paranaense pelos portugueses.

A escrita é uma construção que se processa na interação e a revisão é um momento que

demonstra a vitalidade desse processo

constitutivo, pensamos a escrita como um

trabalho e propomos o seu ensino como uma

aprendizagem do trabalho de reescritas.

Consideramos um texto como um momento no

percurso desse trabalho, sempre possível de ser

continuado. O texto original e os textos dele

decorrentes podem nos dar uma dimensão do que

é a linguagem e suas possibilidades. (FIAD E

MAYRINK-SABINSON, 1991, p.55).

A reescrita funciona no desenvolvimento da escrita: [...] ajudando o aluno escritor a esclarecer

melhor seus objetivos e razões para a produção de

textos. Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja um processo de descoberta da

escrita pelo próprio autor que passa a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o

desenvolvimento do processo de escrever do

aluno. (MENEGASSI, 2001, p. 50).

A reescrita: “Nasce a partir de revisões efetuadas no texto; é um

processo presente na revisão; é produto que dá origem a um novo tipo

de processo permitindo uma nova fase na construção do texto; é um

processo de análise e reflexão e recriação sobre a própria construção

textual. (MENEGASSI, 2001, p. 50).

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8 - A descoberta do ouro, perto da Baía de Paranaguá, terras que pertenciam a Portugal, marcou o início do

povoamento de nosso litoral e Paranaguá pertencia a Capitania de São Vicente. Portanto a atividade de mineração foi o fato que motivou os portugueses a iniciar a colonização do Paraná.

9 - Essa atividade mineradora ajudou a abrir caminhos e a formar povoados que se transformaram em

cidades. Na era colonial, a criação dessas Vilas ou Municípios seguia as determinações da coroa portuguesa e as Câmaras Municipais dessas Vilas representavam a aliança entre o poder central e o poder local.

10 - Sob as normas impostas pelo Ouvidor Raphael Peres Pardinho, enviado do Rei D. João V, denominadas Provimentos, constitui-se a Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba. Essa legislação definia a

cidade como espaço urbano destinado as atividades comerciais, artesanais e religiosas demarcando as

especificidades do campo e da cidade e tinha a preocupação de distinguir e separar os espaços públicos e

privados, sob o discurso de promoção da disciplinarização do convívio em comunidade.

11 - Com a diminuição do ouro no espaço que hoje forma o território paranaense os habitantes passaram a

se dedicar a pecuária, atividade que promoveu a fixação de tropas pecuaristas dando origem a lugarejos que com o passar dos tempos se transformaram em cidades.

Transcritas essas idéias principais do texto, precisamos revisá-lo e reescrevê-lo buscando construir

uma unidade significativa, coesa e concisa. Para isso buscamos respaldo em Fiorim & Savioli (1992).

De acordo com esses estudiosos, depois de compreendermos a ideia geral do texto, neste caso, o

processo histórico, político e econômico de formação das vilas e cidades do Paraná, teremos

condições de “entender o significado preciso de cada uma das partes” (Platão e Savioli (2006, p.

423).

Para isso, realizaremos a revisão e a reescrita dessa primeira etapa do processo de escrita do

resumo em busca de reorganizar as idéias agrupando-as segundo a lógica de suas partes.

Assim, podemos dividi-lo em três assuntos que organizam o tema central do texto:

Primeiro assunto (períodos de 1 à 6) - discorre sobre a presença espanhola no processo de

formação das primeiras cidades paranaenses, na região Oeste e Centro Oeste, e o conflito entre

espanhóis e portugueses na disputa pela colonização e posse da extensão territorial que hoje

constitui o estado do Paraná, fato que resultou na destruição dos povoados e abandono do território

pelos dois países em batalha. (Percebemos que prevalece a dimensão histórica da formação das

cidades paranaenses);

Segundo assunto (períodos de 7 à 20) – apresenta o movimento dos portugueses atraídos

pela presença do ouro na região da Baía de Paranaguá, informando que a atividade mineradora foi

o fato que motivou a fixação de povos em localidades que com o passar dos tempos se

configuraram em povoados e depois em cidades paranaenses. Dentre essas cidades destaca

Curitiba, município formado pelas comunidades que se localizavam no Primeiro Planalto, sob a

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determinação da coroa portuguesa, versando também sobre a criação da Câmara Municipal, Órgão

que representava a aliança entre o poder local e o poder central. (aqui predominam informações

sobre os aspectos políticos envolvidos na formação das cidades paranaenses).

O terceiro assunto (21 à 24) – Trata da decadência da atividade de mineração pela escassez

do ouro que marcou o início da formação das primeiras vilas e cidades paranaenses apresentando a

influência da pecuária e do comércio de gado como atividade que motivou a concentração de povos

promovendo a criação de várias cidades que hoje estão localizadas a Leste do Estado do Paraná.

(Nesse terceiro passo, são enaltecidos os fatores econômicos que promoveram a criação das

cidades do Paraná).

A partir da identificação dessas três partes que estruturam o tema central do texto, devemos

investir mais uma vez em sua reescrita. Agora, procurando organizar o conteúdo temático às

características estilísticas e estruturais do resumo, ou seja, em apenas um período expor com palavras

próprias, obedecendo a norma culta de língua, o conteúdo do texto fonte do resumo.

Desta forma a redação final do resumo pode ser:

O processo histórico da formação das primeiras vilas e cidades no território do Paraná foi

marcado por questões de ordem política e econômicas. Politicamente, a territorialização se

configurou por conflitos entre portugueses e espanhóis. A presença maciça espanhola resultou de

um acordo denominado Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha por meio do

qual foi concedida a posse para os espanhóis da maior parte do espaço geográfico que atualmente

forma o estado paranaense. Os espanhóis tinham interesse no domínio territorial para a construção

do um porto marítimo no Oceano Atlântico para Assunción e, nesse intento, aprisionavam e

escravizavam índios e detinham as invasões portuguesas. Em termos econômicos, a concentração

dos povos e a formação das vilas e cidades do Paraná tiveram por primeiro atrativo a mineração,

sendo o garimpo do ouro a principal atividade. Com o desaparecimento do ouro na região, a

economia voltou-se para a pecuária, por meio da qual o gado era comercializado e a atividade de

transporte dos mesmos gerou a necessidades de criação de estalagens para os viajantes, fato que, ao

longo do tempo, agregou esses povos em pequenas comunidades e originou a criação de várias

cidades.

Como pudemos conferir, o resumo é um gênero discursivo cuja produção demanda alto nível de

leitura e domínio do processo de escrita que implica revisão e reescrita.

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Extraído de <http://www.dia

adia.pr.gov.br/tvpendrive/ar

quivos/File/imagens/4portug

ues/8_101.jpg>. Acesso em

20.jul.2010.

NO TÚNEL DO TEMPO....

Procure recordar do seu tempo de aluno(a). Você produzia

resumos? Em quais matérias?

Você foi convidado(a) por alguns professores a reescrever seus

resumos?

Se sua resposta for positiva, quais aspectos eram priorizados na

solicitação dessa reescrita?

Em caso de resposta negativa, por que você acha que não houve

solicitação de reescrita de seus resumos?

Em sua prática pedagógica, você já solicitou a reescrita dos

resumos escritos por seus alunos?

Por quais motivos você acredita que seria conveniente propor a reescrita

dos resumos de seus alunos?

Agora é sua vez! Vamos praticar a atividade de elaboração de resumo?

Para isso, apresentamos a sequência da Unidade 10 do livro didático de história, do qual extraímos o

texto que acabamos de utilizar para refletirmos sobre a produção do resumo. Escolha uma de suas subseções

para o trabalho.

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Extraído de <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/livro_e_diretrizes/livro/

historia/seed_his_e_book.pdf>. Acesso em 20.jul.2010.

Elabore seu resumo norteado pelas seguintes orientações:

Realize uma leitura do texto completo, sem interrupções e responda:

De que trata o texto?

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Em que parte do texto aparece sintetizada essa idéia global?

Em uma segunda leitura observe:

Como está estruturado o texto?

Quais os recursos linguísticos e gramaticais utilizados para promover a unidade temática?

Como as informações estão organizadas nos parágrafos?

A partir de uma terceira leitura:

Sublinhe as informações principais do texto eliminando as acessórias.

Elenque todas as informações principais apresentadas no texto.

Quais os recursos linguísticos e gramaticais utilizados no texto para garantir a progressão textual?

Reescreva essas informações utilizando palavras próprias, garantindo o nível padrão de linguagem.

Organize essas informações de maneira a formar com elas um texto objetivo, coeso e inteligível que

exprima de forma concisa o conteúdo do texto fonte.

Faça mais uma leitura comparando o texto original com seu resumo para verificar se ele permite o

seu reconhecimento como outra forma de apresentação do texto original.

Socialize sua produção com alguns colegas como prática de avaliação grupal por meio da qual você

analisa e faz apontamentos nas produções de um colega e acate ou discuta as intervenções recebidas.

Reescreva seu resumo se for necessário.

A partir de todas essas reflexões, estudos e prática de resumo, responda a uma das mensagens da

internet utilizada na abertura dessa Unidade didática explicando o resumo e apresentando exemplo e

como fazer. Afinal de contas, nada melhor do que ensinar aos alunos quando eles estão pedindo para

aprender, não é mesmo?

REFERÊNCIA:

BAKHTIN, M. /VOLOCHINOV, V.N. Marxismo e filosofia da linguagem. 11.ed São Paulo: Hucitec, 2004. _____, Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997. FARACO, C.A. Linguagem e diálogo: as ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar, 2003. FIORIN, J. L.; SAVIOLI F. P. Para entender o texto – Leitura e redação. 16. Ed. São Paulo: Ática, 2006. FLORES, L. L.; OLÍMPIO, L. M. N.; CANCELIER. Redação – O texto técnico e o texto literário – dissertação/narração/resumo/relatório. Florianópolis: Ed da UFSC, 1992. GERALDI, J. W. Portos de passagem. São Paulo, Martins Fontes, 1991. ______. Concepções de linguagem e o ensino de português. In: GERALDI, J.W. (org.). O texto na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2004. MACHADO, A. M. ; LOUSADA, E. ; TARDELLI, L. S. A. Resumo. São Paulo: 2. Ed. Parábola Editorial, 2005. MENEGASSI, R. J. Da revisão à reescrita: operações lingüísticas sugeridas e atendidas na construção do texto. Mimesis. Bauru. V. 22, n. 1, p.49-68, 2001. PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. DEPARTAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Diretrizes Curriculares de Educação Básica: Língua Portuguesa. Curitiba: Imprensa Oficial, 2008.

Page 41: RESUMO: A REESCRITA EM FOCO · sobre o resumo? Como a escola tem trabalhado o resumo? Quando estudante, que procedimentos adotava para produzir resumos? E hoje, com seus alunos, o

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