resuminho livro o que é o cooperativismo

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1- INTRODUÇÃO A presente obra chama-se O que é o Cooperativismo e foi escrito por Gilvando Sá Leitão Rios com primeira edição em 1987 e segunda edição em 2007 publicada pela editora e livraria brasiliense. “Cooperativismo” é uma palavra muito importante e representa soluções para diversos setores da sociedade reformistas e socialistas, encontra-se a referencia ao cooperativismo desde o presidente Kennedy da Aliança para o Progresso até a Revolução Cubana da década de 60. A forma organizacional do cooperativismo foi difundida em todo mundo a partir da Aliança Cooperativista Internacional fundada em 1895 e sediada em Londres. No mundo e também no Brasil a forma de organização das cooperativas aparece com diversos rótulos, mas sempre utilizados como forma “mais democrática” de produção e comercialização local. O cooperativismo é muito forte no campo brasileiro, tanto o agronegócio organiza seus latifúndios dessa forma, quanto à agricultura familiar promove seu desenvolvimento. Há uma dualidade no cooperativismo brasileiro, de um lado temos um cooperativismo dos empresários que se comportam como se o cooperativismo fosse neutro, mas na verdade é um cooperativismo de negócios. De outro lado temos o cooperativismo solidário que vem em contraposição por apresentar-se de maneira mais explicita sobre o interesse de classe e sobre o compromisso com os princípios e também com a transformação da sociedade. Essa dualidade ocorre devida concentração de riqueza existente no Brasil, sendo assim a classe dominante utiliza de diversas formas para manutenção do controle econômico e de toda sociedade. Para a sociedade pouco importa a identidade jurídica das cooperativas, o que esta em jogo são as diversas inserções econômicas e sociológicas que devem assumir um papel renovador do cooperativismo. 2- CONCEITUAÇÃO E CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA ORGANIZAÇÂO COOPERATIVA As características do cooperativismo são: propriedade cooperativa que significa a associação de pessoas, gestão cooperativa que significa que o poder de decisão é da assembléia de associados e não do capital e repartição cooperativa que é a repartição das sobras financeiras ao fim de cada ano. As empresas cooperativas servem para viabilizar economicamente muitas funções que não poderiam ser exercidas de forma individual. Disso resulta da cooperativa de prestar serviço ao seu próprio associado/proprietário. Cooperativa é uma associação de pessoas que tem um objetivo econômico comum, sendo que as pessoas

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Page 1: Resuminho livro o que é o cooperativismo

1- INTRODUÇÃO

A presente obra chama-se O que é o Cooperativismo e foi escrito por Gilvando Sá

Leitão Rios com primeira edição em 1987 e segunda edição em 2007 publicada pela editora

e livraria brasiliense. “Cooperativismo” é uma palavra muito importante e representa

soluções para diversos setores da sociedade reformistas e socialistas, encontra-se a

referencia ao cooperativismo desde o presidente Kennedy da Aliança para o Progresso até a

Revolução Cubana da década de 60. A forma organizacional do cooperativismo foi difundida

em todo mundo a partir da Aliança Cooperativista Internacional fundada em 1895 e sediada

em Londres. No mundo e também no Brasil a forma de organização das cooperativas

aparece com diversos rótulos, mas sempre utilizados como forma “mais democrática” de

produção e comercialização local. O cooperativismo é muito forte no campo brasileiro, tanto

o agronegócio organiza seus latifúndios dessa forma, quanto à agricultura familiar promove

seu desenvolvimento. Há uma dualidade no cooperativismo brasileiro, de um lado temos um

cooperativismo dos empresários que se comportam como se o cooperativismo fosse neutro,

mas na verdade é um cooperativismo de negócios. De outro lado temos o cooperativismo

solidário que vem em contraposição por apresentar-se de maneira mais explicita sobre o

interesse de classe e sobre o compromisso com os princípios e também com a

transformação da sociedade. Essa dualidade ocorre devida concentração de riqueza

existente no Brasil, sendo assim a classe dominante utiliza de diversas formas para

manutenção do controle econômico e de toda sociedade. Para a sociedade pouco importa a

identidade jurídica das cooperativas, o que esta em jogo são as diversas inserções

econômicas e sociológicas que devem assumir um papel renovador do cooperativismo.

2- CONCEITUAÇÃO E CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA ORGANIZAÇÂO COOPERATIVA

As características do cooperativismo são: propriedade cooperativa que significa a

associação de pessoas, gestão cooperativa que significa que o poder de decisão é da

assembléia de associados e não do capital e repartição cooperativa que é a repartição das

sobras financeiras ao fim de cada ano. As empresas cooperativas servem para viabilizar

economicamente muitas funções que não poderiam ser exercidas de forma individual. Disso

resulta da cooperativa de prestar serviço ao seu próprio associado/proprietário. Cooperativa

é uma associação de pessoas que tem um objetivo econômico comum, sendo que as pessoas

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são livres para se associarem e se desligarem a qualquer momento e independente da sua

quota parte na cooperativa a lei que vale é “uma pessoa um voto”.

3- SURGIMENTO DO COOPERATIVISMO

3.1- COOPERATIVISMO COMO MOVIMENTO OPERÁRIO

No inicio da industrialização na Europa no século XVIII os camponeses tiveram uma

grande demanda de trabalho sob condições muito precárias de vida e sem nenhuma lei ou

garantias trabalhistas, nessa época, tinha muito trabalho escravo e infantil, ale disso, a carga

horária de trabalho era muito grande. Neste contexto, de desenvolvimento do capitalismo

industrial, diversas iniciativas de associações com características de cooperativas e proibidas

na época surgiam para que os operários superassem as suas dificuldades, porem o que ficou

marcado na história como o surgimento do cooperativismo foi a organização de 28 tecelões

de Rochdale em 1844, uma cooperativa de consumo, que veio a ser a fonte do

cooperativismo.

3.2- COOPERATIVISMO COMO INICIATIVA DAS ELITES

No Brasil a economia agroexportadora permitiu que a elite agrária promovesse e

controlasse as cooperativas de forma conservadora e reformista, tanto nos aspectos

socioeconômicos quanto jurídicos. Sobretudo as cooperativas de serviço inseridas no meio

rural é um modelo adequado à manutenção da concentração de terra nas mãos dos

latifundiários.

4- TIPOS DE COOPERATIVAS

As cooperativas são empreendimentos que compreendem a economia socialista e a

capitalista devido a sua multiplicidade de tipos de cooperativas: produção, trabalho, serviços

agrícolas, consumo, pesca, crédito.

4.1- COOPERATIVAS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL E DE TRABALHO

Para passar de trabalhadores assalariados para produtores associados os

trabalhadores reunidos formam uma cooperativa de produção industrial e de trabalho. Esse

tipo de cooperativa ficou marcado por estabelecer uma corajosa atitude de ir além da

cooperativa de consumo. Marx escreveu durante o Primeiro Congresso de Associação

Page 3: Resuminho livro o que é o cooperativismo

Internacional dos Trabalhadores “Nós recomendamos aos operários encorajarem o

cooperativismo de produção em vez do cooperativismo de consumo, este atingindo a

superfície econômica atual, aquele atacando-a na base”.

4.2- COOPERATIVAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA

Este tipo de cooperativa dos agricultores que tentam cuidar da sua produção de

forma coletiva, onde a terra, mesmo em lotes individuais, são plçanejadas

comunitariamente. Este tipo de cooperativa é confundido com a forma predominante no

meio rural brasileiro que é a associação individual de agricultores para atender as

necessidades isoladas de cada um.

4.3- COOPERATIVAS DE SERVIÇOS AGRÍCOLAS

Tipo de cooperativa predominante no Brasil e conhecida como “mista” pelo fato de

se comportar de vários tipos de serviços (crédito, compra de insumo, beneficiamento,

comercialização da produção, consumo domestico, utilização em comum de equipamentos

etc).

4.4- COOPERATIVAS DE CONSUMO

São sociedades com finalidade de vender objetos de primeira necessidade, que se

adquire no grosso. Fornece os produtos que atendam a necessidade dos associados.

4.5- COOPERATIVAS DE PESCA

Este tipo de cooperativa se comporta de acordo a especificidade dos países onde as

cooperativas são administradas e vão desde a exportação de salmão até a aquisição de itens

de necessidade coletiva.

4.6- COOPERATIVAS DE CRÉDITO

O crédito cooperativo tanto pode ser realizado por associações de primeiro grau ou

por seções especializadas em cooperativas mistas que, à maneira de um banco, recebem

deposito não somente dos associados, mas também de terceiros e com esses recursos

realizam empréstimos aos membros. Em alguns países como Japão, França e os EUA, as

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cooperativas de crédito contratam com decisivo apoio estatal como canais de repasse dos

créditos oficiais destinados a indústria e à produção agrícola.

4.7- COOPERATIVAS DE COOPERATIVAS

Um numero plural de cooperativas que se associa para enfrentar uma dificuldade

comum. Essas cooperativas centrais também são denominadas de federação.

5- COOPERATIVISMO E IDEOLOGIA CONSERVADORA

5.1- COOPERATIVISMO COMO “TRANSPLANTE” CULTURAL

Apesar da importância do cooperativismo para a humanidade devemos compreender

as questões que pertinentes como, por exemplo: Porque não temos um grande numero de

cooperativas de produção? Isso fica claro quando vamos analisar o fenômeno imposto pela

elite que tem grande interesse de se manter no poder e guiando no controle dos meios de

produção. Essa cultura folclórica de transplantar um cooperativismo europeu ideal para as

sociedades “civilizadas” deve ser analisada friamente pelos que estão na condição de

explorado.

5.2- “DOUTRINA COOPERATIVA” E PRAGMATISMO CONSERVADOR

A perspectiva pragmática do cooperativismo impõe uma “teoria” da fácil e justa

cooperativa que na verdade é uma doutrina imposta que não tem interesse em resolver os

principais problemas estruturais da sociedade.

5.3- COOPERATIVISMO ELITISTA

Conhecida por existir a figura do “dono da cooperativa” é bem comum no nordeste

brasileiro, onde líderes políticos e empresários mantêm o contato com os bancos e órgãos

de assistência técnica. Por isso o cooperativismo elitista comercializa o tipo de produção

agrícola predominante entre a elite agrária.

Page 5: Resuminho livro o que é o cooperativismo

6- COOPERATIVISMO E IDEOLOGIA RENOVADORA

6.1- COOPERATIVISMO INFORMAL

As legislações que envolvem as cooperativas não são as melhores para se estabelecer

uma ideologia renovadora. Portanto, não basta apresentar roupagem jurídica favorável, isso

não vai dizer que a cooperativa tem ideologia renovadora. A prática e os critérios utilizados

pelas cooperativas que irão conferir indicadores de uma ideologia renovadora.

6.2- COOPERATIVISMO E MOVIMENTOS SOCIAIS

Criando seu próprio modelo os movimentos sócias se desafiam e rompem com o

pensamento colonial e inova com diversas experiências criadas muitas vezes por

camponeses e/ou assalariados. A estrutura popular deve estar a disposição da classe

trabalhadora e ter compromisso com as mudanças reais necessárias, enfrentando as

estruturas de dominação vigente. Como exemplo no Brasil temos o MST com muitas

cooperativas, algumas nem sempre legalizadas, mas que apresentam experiências de

repartição comum e que a classe oprimida desenvolve um processo de mudança social em

que não só o modelo da propriedade da terra como gerador de renda fundiária é

contestado, mas toda uma cultura de poder oligárquico é minada.

6.3- COOPERATIVISMO E PERSPECTIVA SOCIALISTA

Mesmo o cooperativismo estabelecendo uma ponte com a perspectiva socialista, não

exime da sociedade a diferença de classes existente. O cooperativismo não pode ser

entendido como a terceira via, essa falsa opção está colocada e é falsa, ou o cooperativismo

é das elites ou tem perspectivas socialista e socializa os meios de produção com orientação

da produção em função da satisfação das necessidades humanas. Quando comparamos as

características básicas da organização cooperativa (Propriedade, gestão e repartição

coletiva) fica fácil servir a um projeto socialista.

7-REFERENCIAS

RIOS, Gilvando S. L. O que é cooperativismo. São Paulo: Brasiliense, 1989. Disponível em

http://www.fichamento.com.br/comofazer.html acesso no dia 06 de Janeiro de 2014.