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Edição 02 • Ano 1 • Julho de 2012 © Anand Gopal / WWF-Canon © WWF-Brasil / Marco Sarti Mesmo que a Conferência não tenha alcançado o resultado que esperávamos, o WWF-Brasil continuará seu esforço em prol do desenvolvimento sustentável De 13 a 22 de junho, autoridades e chefes de estado, além de milhares de pessoas de todo o mundo, se reu- niram no Rio de Janeiro para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentá- vel: a Rio+20. O principal objetivo do encontro internacional era ne- gociar e encaminhar para adoção, por consenso pelos chefes de Estados presentes à Conferência, um do- cumento que definisse um caminho para a transição global rumo ao desenvolvimento sustentável. Cha- mado de “O futuro que queremos”, o documento traz uma visão geral sobre o tema, além de questões como água, energia, oceanos, economia verde, erradicação da pobreza, e aborda a governança e atividades ope- racionais da ONU e de instituições financeiras interna- cionais, o fortalecimento de acordos intergovernamen- tais, a renovação de compromisso político e ainda os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ao final da Conferência, o documento com 53 páginas foi aprovado pelos 193 países-membros da ONU, no entanto, para o WWF-Brasil, seu conteúdo decepcio- nou e o encontro passou longe de ser um sucesso. Alguns dos pontos do documento que deixaram a desejar: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs): O que poderia ser o grande sucesso da Rio+20 ficou limitado a um novo processo de ne- gociação para sua definição. Não foram definidas áreas temáticas para esses objetivos, o que é es- sencial para direcionar o processo. Energia: Não enfatiza a necessidade do aumen- to do uso de energia de fontes renováveis, além de não apresentar nenhum comprometimento neste ponto. Água: O texto não é orientado a ações. Não há novos compromissos em relação ao gerenciamento da água, além do que foi definido em Johanesburgo dez anos atrás. Oceanos: O texto final ficou fraco no que diz respeito à conservação e uso sustentável da biodi- versidade em áreas além de jurisdições nacionais, levando a apenas um instrumento voluntário. O trabalho continua... A urgência de agir, no entanto, não mudou. E inde- pendentemente da fraca liderança política durante a Panda Brasil Rio+20 não definiu o futuro que queremos Rio+20, várias iniciativas animadoras que promovem o desenvolvimento sustentável estão acontecendo em comunidades, cidades, governos e empresas, e foram apresentadas durante os eventos paralelos na Confe- rência. O WWF-Brasil continuará realizando seu trabalho com esforço e com a esperança de que as iniciativas ajudem a abrir o espaço político necessário para um processo multilateral que dê resultados, como supos- tamente a Rio+20 deveria fazer. Resultado da enquete sobre o nome da revista Uma nova revista, um novo nome Em nossa primeira edição pedimos sua ajuda para nomear a nossa nova revista. Foram 2 meses de votação e quase 1.000 respostas de todo o país, votando em 6 nomes pré-selecio- nados entre os funcionários e colaboradores do WWF-Brasil. Agora, temos o prazer e a alegria de anunciar o nome vence- dor com mais de 30% das respostas: “Panda Brasil”. Agradecemos a todos os que participaram por meio do nosso site, mídias sociais e e-mail. Revista Panda Bambu Panda Brasil Samaúma Panda News Taquara Outros 6,2% 6,6% 30,9% 26,0% 13,8% 5,0% 11,4% REVISTA BRA 2012 Panda Brasil © Marcella Marer Rio+20 não definiu o futuro que queremos Edição 02 • Ano 1 • Julho de 2012

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Page 1: Resultado da enquete sobre o nome da revista Uma nova ...d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/revista_julho_2012.pdfEconômico”, em 22 de junho, o resultado do texto final da

Edição 02 • Ano 1 • Julho de 2012

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Mesmo que a Conferência não tenha alcançado o resultado que esperávamos, o WWF-Brasil continuará seu esforço em prol do desenvolvimento sustentável

De 13 a 22 de junho, autoridades e chefes de estado, além de milhares de pessoas de todo o mundo, se reu-niram no Rio de Janeiro para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentá-vel: a Rio+20.

O principal objetivo do encontro internacional era ne-gociar e encaminhar para adoção, por consenso pelos chefes de Estados presentes à Conferência, um do-cumento que definisse um caminho para a transição global rumo ao desenvolvimento sustentável. Cha-mado de “O futuro que queremos”, o documento traz uma visão geral sobre o tema, além de questões como água, energia, oceanos, economia verde, erradicação da pobreza, e aborda a governança e atividades ope-racionais da ONU e de instituições financeiras interna-cionais, o fortalecimento de acordos intergovernamen-tais, a renovação de compromisso político e ainda os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Ao final da Conferência, o documento com 53 páginas foi aprovado pelos 193 países-membros da ONU, no entanto, para o WWF-Brasil, seu conteúdo decepcio-nou e o encontro passou longe de ser um sucesso.

Alguns dos pontos do documento que deixaram a desejar:

• Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs): O que poderia ser o grande sucesso da Rio+20 ficou limitado a um novo processo de ne-gociação para sua definição. Não foram definidas áreas temáticas para esses objetivos, o que é es-sencial para direcionar o processo. • Energia: Não enfatiza a necessidade do aumen-to do uso de energia de fontes renováveis, além de não apresentar nenhum comprometimento neste ponto. • Água: O texto não é orientado a ações. Não há novos compromissos em relação ao gerenciamento

da água, além do que foi definido em Johanesburgo dez anos atrás. • Oceanos: O texto final ficou fraco no que diz respeito à conservação e uso sustentável da biodi-versidade em áreas além de jurisdições nacionais, levando a apenas um instrumento voluntário.

O trabalho continua...

A urgência de agir, no entanto, não mudou. E inde-pendentemente da fraca liderança política durante a

Panda Brasil

Rio+20 não definiu ofuturo que queremos

Rio+20, várias iniciativas animadoras que promovem o desenvolvimento sustentável estão acontecendo em comunidades, cidades, governos e empresas, e foram apresentadas durante os eventos paralelos na Confe-rência.

O WWF-Brasil continuará realizando seu trabalho com esforço e com a esperança de que as iniciativas ajudem a abrir o espaço político necessário para um processo multilateral que dê resultados, como supos-tamente a Rio+20 deveria fazer.

Resultado da enquete sobre o nome da revista

Uma nova revista,um novo nome

Em nossa primeira edição pedimos sua ajuda para nomear a nossa nova revista. Foram 2 meses de votação e quase 1.000 respostas de todo o país, votando em 6 nomes pré-selecio-nados entre os funcionários e colaboradores do WWF-Brasil.

Agora, temos o prazer e a alegria de anunciar o nome vence-dor com mais de 30% das respostas: “Panda Brasil”.

Agradecemos a todos os que participaram por meio do nosso site, mídias sociais e e-mail.

Revista Panda

Bambu

Panda Brasil

Samaúma

Panda News

Taquara

Outros

6,2%6,6%

30,9%

26,0%

13,8%

5,0%11,4%

REVISTA

BRA

2012Panda Brasil

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Rio+20 não definiu o

futuro quequeremos

Edição 02 • Ano 1 • Julho de 2012

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O coordenador do programa de Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, Carlos Rittl, é formado em Adminis-tração e doutor em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Ipam). Há oito anos, acompanha as discussões sobre o tema de mudanças climáticas, tendo participado das conferências de cli-ma de Nairóbi (Quênia), de Copenhague (Dinamarca) e de Durban (África do Sul). Há três anos trabalhando no WWF-Brasil, Rittl teve uma atuação importante como observador do WWF-Brasil nas negociações da Rio+20.

Ele destaca que o papel de observador de uma organi-zação não-governamental como o WWF-Brasil, nessas conferências, é muito importante porque é um olhar de fiscalização. “Dialogamos sobre aspectos que conside-ramos fundamentais, tornando públicas nossas posi-ções e discutindo-as com outras organizações da so-ciedade civil e com os representantes de governo, que negociam em nome de seus países. Também temos o trabalho de passar para a sociedade nossa avaliação sobre os processos de negociação e seu conteúdo”, afir-mou o coordenador.

Segundo Rittl, diferentemente de outras conferências, como a de Clima, que são mais focadas, na Rio+20 havia uma variedade muito grande de temas relaciona-dos ao desenvolvimento sustentável. Além das agendas específicas como energia, água, florestas e segurança

Secretária GeralMaria Cecília Wey de Brito

Superintendente de Comunicação e EngajamentoRegina Cavini

Coordenadora de ComunicaçãoAndréa de Lima

Serviço de atendimento ao afiliado0300-7895652

R$ 0,07 de fixo + impostos • R$ 0,21 de celular + impostos

www2.wwf.org.br

WWF-BrasilSHIS EQ QL 6/8 • 71620-430

BRASÍLIA-DFwwf.org.br

Comentários? Envie email para [email protected] assunto REVISTA

EDITORIAL

Há 20 anos, no Rio de Janeiro, a 2ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Eco-92) teve muitos méritos ao trazer os temas ambientais para o primeiro plano do debate mundial e popula-rizar o valor da sustentabilidade, com a promoção dos primeiros acordos internacionais sobre o clima e a biodiversidade – o Protocolo de Quioto e a Con-venção da Diversidade Biológica – e a decisão de se realizar, anualmente, a Conferência das Partes (COP) sobre esses temas. Originou, ainda, a Agen-da 21, que compromete as nações signatárias com critérios de proteção ambiental, justiça social e efi-ciência econômica.

Em junho deste ano, a Conferência das Nações Uni-das sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) não foi capaz de deixar um legado tão espetacu-lar. O evento não teve o caráter legislativo da Eco-92 nem cumpriu sua missão de equilibrar as dis-cussões entre os três pilares do desenvolvimento sustentável: as dimensões ambiental, econômica e social. Após dias intensos de negociação, o docu-mento “O futuro que queremos” foi encaminhado e adotado pelos 193 chefes das nações-membros da ONU participantes da cúpula oficial.

Como afirmou a presidente do Conselho do WWF, Yolanda Kakabdse, em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, em 22 de junho, o resultado do texto final da Rio+20 é “um vazio declaratório que terá de ser preenchido pelas empresas e pela socieda-de civil”.

Para Yolanda, constam do documento final con-ceitos importantes sobre desenvolvimento susten-tável, mas não um chamado à ação. “Ali diz que iremos fazer isso, mas não que vamos fazer isso”. Segundo ela, “há movimentos importantes na so-ciedade civil e no setor produtivo, a bola está ro-lando”. E adianta: “empresas sustentáveis, o uso da biodiversidade sem destruir a floresta, novas tecnologias para água e energia são iniciativas que as empresas e a sociedade civil já estão fazendo. E com este vazio que os governos deixaram, irão fazer mais”.

Por isso, dedicamos essa edição especial a você que sempre nos acompanha, para contar o que fi-zemos durante a Rio+20, além dos nossos novos desafios, que não são poucos daqui pra frente.Boa leitura!

Destaque PandaPara Carlos Rittl, “sem vontade política dos governos, as negociações podem gerar resultados fracos, como ocorreu na Rio+20”

O conceito de desenvolvimento sustentável deve se incorporar efetivamente a políticas públicas

ContribuiçãoAldem Bourscheit, Alexandre Augusto, Carlos Rittl, Davi Carvalho de Mello, Érico Teixeira, Geralda Magela, Jorge Eduardo Dantas, Lígia Paes de Barros, Michel Rodrigues dos Santos, Rodrigo Borges, Viviane Marques e Warner Bento Filho

EditoraçãoCarlos Eduardo Peliceli

Julho - 2012Volume 1, número 2

alimentar, também estavam em discussão temas como padrões de produção e de consumo, crise econômica e desenvolvimento urbano. “E isso teve um impacto na própria dinâmica das negociações”, ressaltou.

Volta ao mundo Clube Panda

Jim Leape, diretor-geral do WWF Internacional, sobre o balão do WWF-Brasil, pedindo aos governos mais

seriedade nas negociações

A Rede WWF, formando um time ao lado da equipe do WWF-Brasil, participou da Rio+20 defendendo a fixação de metas para o desenvolvimento sustentável, a valorização das riquezas naturais, a re-visão dos subsídios a atividades que pre-judicam o meio ambiente, melhorias na governança para conservação marinha e o fortalecimento do programa de meio ambiente das Nações Unidas.

“Ao longo dos últimos anos, vimos como a gestão temerária do capital financeiro pode causar estragos na sociedade, e ainda estamos tratando dos recursos na-turais finitos de maneira perigosa. A eco-nomia global precisa de um novo rumo, que assegure o capital natural para satis-fazer as necessidades de água, alimentos e energia, afirmou Jim Leape, diretor-ge-ral da Rede WWF.

Frente aos resultados precários da Con-ferência, a Rede WWF declarou que os líderes mundiais perderam de vista o

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rasil / Marco Sarti

sentido da urgência e conduziram nego-ciações sem conteúdo sério. O resultado foi um acordo que não direciona o mun-do ao desenvolvimento sustentável.

Por outro lado, a entidade reconheceu que há inúmeras iniciativas encabeçadas por comunidades, cidades, governos, organizações não-governamentais e em-presas reforçando um modelo de desen-volvimento que protege o meio ambiente e reduz a pobreza.

Nessa linha, o líder da Iniciativa Amazô-nia Viva da Rede WWF, Cláudio Maretti, avaliou como positivo o processo para a definição das metas de desenvolvimen-to sustentável para todos os países nos próximos três anos. Segundo ele, é uma oportunidade para reforçar a mobilização social, de governos e outros atores em busca da sustentabilidade. “Isso possibi-litará a formação e o reforço de parcerias setoriais em nível local, regional e nacio-nal”, disse.

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WWF-Brasil em Ação

Agora é hora de passar das

Mais importante do que os dias de Rio+20 é o que se pode construir a partir deles. No plano diplomático, repetiu-se a fórmula dos encontros em que se dizem e se escrevem palavras bonitas, mas não há compromissos concretos com metas, prazos ou orçamentos.

As organizações da sociedade civil denunciaram as limitações e falhas do documento aprovado pelos governos como resultado da Conferência - o texto intitulado “O futuro que queremos”.

De acordo com Carlos Rittl, observador do WWF-Brasil nas negociações da Rio+20, é fundamental haver vontade política nas negociações que se se-guem à conferência. “O Brasil, como anfitrião do evento, deveria dar exemplo e incorporar os três pilares do desenvolvimento sustentável de forma equitativa em suas decisões, políticas e ações. Por enquanto, isso está muito distante de nossa realidade”.

O líder da Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF, Cláudio Maretti, que também teve atuação importante na Rio+20, avalia que a prioridade para implementar os resultados da Conferência deve ser a construção participativa dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2015, “com metas claras e ambiciosas”.

O melhor resultado da conferência, porém, segundo Maretti, não está em ne-nhum documento. “É o crescimento da consciência pública de dezenas de milhares de pessoas”, diz.

palavras para a ação

Sem vontade política, sem que os governos se disponham a colocar sobre

a mesa aquilo que estão realmente dispostos a fazer, sem esperar pelos

outros países, essas negociações podem gerar resultados fracos.

De acordo com ele, o maior aprendizado com a Rio+20 é que só consenso diplomático não basta. “Sem vontade política, sem que os governos se disponham a colocar sobre a mesa aquilo que estão realmente dispostos a fa-zer, sem esperar pelos outros países, essas negociações podem gerar resultados fracos. E isso foi o que aconte-ceu na Rio+20”, avaliou.

Andréa de LimaAndréa de LimaCoordenadora de Comunicação

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Dica de sustentabilidadeSabão líquido para louça, natural e biodegradável

Faça em casa sabão líquido para lavar louças, ecológico e biodegradável. Ingredientes:

2 litros de água1 pedra de sabão de coco cortado em lascas pequenas1 colher de sopa de óleo de rícino1 colher de sopa de açúcar

Como fazer:

Ferva os 2 litros de água em uma panela funda junto com o sabão de coco em lascas. Ferva a água até o sabão derreter. Adicione os demais in-gredientes enquanto mexe a mistura com uma co-lher grande, pode ser colher de pau.

Espere esfriar e engarrafe. Caso a mistura solidifi-que em razão do frio, aquecê-la em banho-maria. Pronto! Além de economizar você protege a natureza.

Programa panda tem blog

Sobre o pôster

Você tem agora mais um canal de comunicação com o WWF-Brasil: o blog Água Brasil (www.blogaguabrasil.com.br). Lá estão todas as informações, fotos, vídeos, boletins de áudio e dicas a respeito das ações desenvolvidas por esse programa, que é uma parceria com o Banco do Brasil (BB), Fundação Banco do Brasil (FBB) e Agência Nacional de Águas (ANA).

O programa atua em 14 microbacias hidrográficas e em cinco cidades brasilei-ras, com o objetivo de desenvolver experiências que possam ser replicadas para todo o país. Nas microbacias, trabalha com a conservação de nascentes e rios, recuperação florestal e boas práticas agrícolas. Nas cidades, com coleta seletiva, reciclagem e consumo responsável. E ainda atua na área de finanças sustentáveis e negócios verdes. Ações relacionadas ao Água Brasil também foram apresentadas durante a Rio+20, em side events, em mostra de filmes com a temática de resíduos em parceria com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), na Cúpula dos Povos, e com o lançamento de um guia de bolso de consumo responsável, em português, inglês e espanhol. A versão eletrônica está disponível no blog. Acesse, comente, participe!

O que foi a Rio+20?O ‘+ 20’ se refere às duas décadas que se passaram desde que o Rio de Janeiro sediou a Eco-92 (ou Rio-92) – outra conferência da ONU, realizada em 1992. O evento que se tornou um marco na história da luta ambientalista e popularizou termos importantes para a conservação do meio ambiente, tal como o de ‘desen-volvimento sustentável’, que deu nome à última Conferência das Nações Unidas.

No total, foram quase dez dias de encontro: do dia 13 ao dia 22 de junho, com o objetivo de finalizar e aprovar um documento com definições para a transição ao desenvolvimento sustentável. As reuniões para preparar o documento oficial, que foi sancionado pelos chefes de estado, ocorreram de 13 a 15 de junho. Do dia 16 ao 19, aconteceram as negociações e consultas informais, ou seja, os diálogos entre governo e sociedade civil, e de 20 a 22 de junho, foram os dias oficiais da Rio+20 propriamente dita, quando os líderes avaliaram e aprovaram o documento.

Eu faço a diferença O desenhista industrial Sérgio Luiz Nascimento (32), morador da Tijuca (RJ), é um dos afiliados do WWF-Brasil que faz a diferença. Há 3 anos, ele é um dos voluntários do projeto Usina de Cidadania, que capacita cerca de 250 crianças na produção de utensílios diversos a partir de garrafas PET. O trabalho acontece nas imediações da refinaria de Manguinhos. Utilizando técnicas como teatro, oficinas e recreação, as crianças produzem bolsas, vassouras, cadeiras e mesas que são doadas para as escolas em que elas estudam. “Acho a iniciativa muito importante. O contato direto é a melhor forma de promover o entendimento sobre a sustentabi-lidade”, disse o especialista. É possível obter mais informações sobre o projeto no usinadecidadania.org.br

Além das discussões oficiais, aconteceram nos espaços da conferência – o Riocen-tro e o Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca –, eventos organizados pelos gover-nos e sociedade civil organizada e atividades relacionadas aos temas debatidos.

Ainda, paralelamente ao evento principal, outro espaço recebeu os movimentos sociais entre 15 e 23 de junho: a Cúpula dos Povos, localizada no Aterro do Fla-mengo. A Cúpula foi o espaço para as entidades civis e povos organizados fazerem suas manifestações e reivindicarem dos líderes ações concretas para a redução das injustiças sociais e dos impactos ambientais.

Para saber mais sobre nossa atuação na Rio+20, acesse: www.wwf.org.br/rio_20/

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maral

O WWF, em parceria com o grupo HSBC, Earthwatch e WaterAid, lançou em 11 de junho o “Programa HSBC pela Água”, que visa o fornecimento sustentável, pre-servação e educação sobre esse importante recurso natural. Com investimentos de US$ 100 milhões, a iniciativa deve beneficiar, em cinco anos, um milhão de pessoas no mundo.

O WWF trabalhará com autoridades locais sobre a política e a proteção em cinco bacias hidrográficas de importância global: a do Yangtze, na China; do Gan-ges, na Índia; do Mekong, que se expande por territó-rios da China, Tailândia, Laos, Camboja e Vietnã; do Leste Africano, nas bacias do Ruaha e Mara dividido entre o Quênia e a Tanzânia, e o Pantanal, em terras brasileiras. O HSBC investirá US$ 20 milhões no tra-balho do WWF em todas essas bacias.

Já a Earthwatch envolverá mais de 100 mil colabo-radores do HSBC em monitoramento e pesquisa de recursos de água doce em todo o mundo. A WaterAid fornecerá água potável para mais de um milhão de pessoas em Bangladesh, Índia, Nepal, Paquistão, Ni-géria e Gana.

Brasil é foco na América Latina, com ações no Pantanal, SP e RJ

Programa mundial de água beneficiará mais de um milhão de pessoas

Ganhos no Brasil

O Brasil é o único país da América Latina a receber investimentos do programa. Serão realizadas duas ações do Programa HSBC pela Água. Uma das inicia-tivas será liderada pelo WWF-Brasil e acontecerá na região do Pantanal para a preservação e conservação das nascentes. O objetivo é recuperar pelo menos 30 nascentes da cabeceira do Pantanal, envolvendo pelo menos 20 municípios na região e engajando 270 mil pessoas em campanhas pelas nascentes, com impac-to em mais de 700 Km de rios do Pantanal.

A outra ação é a de engajamento, em que a Earthwatch, especialista em programas que sensibilizem e envolvam o cidadão comum em causas científicas, realizará encon-tros com voluntários do HSBC sobre a importância do uso consciente da água. Cerca de mil funcionários dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro realizarão tra-balhos de campo para mensurar a qualidade da água por meio de kits especiais. Os dados coletados serão inseridos num site para compartilhar dados sobre a água nessas regiões.

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Assim com na aviação, a história do balonismo começou com um brasileiro: o jesuíta Bartolomeu Lourenço de Gusmão, também chamado de “padre voador”. Nos anos 1.700, promoveu um vôo tripulado de um quilômetro para demonstrar sua invenção à Corte Portuguesa. O feito está descrito em Memorial do Convento, romance de José Saramago. Balões modernos usam uma tec-nologia semelhante, e só conseguem flutuar porque são preenchidos com ar quente, mais leve e menos denso que o ar exterior. O balão do WWF-Brasil é feito de um material leve, rodeado por finos anéis de aço. Com 28 metros de altura, abriga enorme quantidade de ar aquecido a cerca de 80ºC. Seu primeiro vôo aconteceu em 2004, quando auxiliou no mapeamento de bacias hidrográficas no Sudeste.

A aeronave também participou de diversos sobrevôos no Pantanal, Cerrado e Amazônia. Em 2008, um vôo foi o prêmio para o ganhador do concurso cultural do Banco HSBC, do qual participaram 28 mil funcionários. Em abril de 2012, o balão ganhou uma nova cara, passando do banco e preto para o amarelo e verde. Sua presença foi marcante durante a campanha contra as mudanças em curso no Código Florestal. De maio a junho deste ano, o balão coloriu o céu do Rio de Janeiro, durante a Rio+20.

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