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RESTRIÇÕES ELÉTRICAS INTRASSUBSISTEMAS, REPRESENTADAS NA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA MENSAL DA OPERAÇÃO ENERGÉTICA - PMO, COM IMPACTO NOS LIMITES DE INTERCAMBIO ENTRE SUBSISTEMAS Operador Nacional do Sistema Elétrico Rua da Quitanda, 196 - Centro 20091-005 Rio de Janeiro RJ Tel (+21) 2203-9400 Fax (+21) 2203-9444

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RESTRIÇÕES ELÉTRICAS

INTRASSUBSISTEMAS,

REPRESENTADAS NA ELABORAÇÃO DO

PROGRAMA MENSAL DA OPERAÇÃO

ENERGÉTICA - PMO, COM IMPACTO NOS

LIMITES DE INTERCAMBIO ENTRE

SUBSISTEMAS

Operador Nacional do Sistema Elétrico Rua da Quitanda, 196 - Centro 20091-005 Rio de Janeiro RJ Tel (+21) 2203-9400 Fax (+21) 2203-9444

ONS NT 0120-2012 (Restrições Intrassubsistema nos

Intercambios).doc

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ONS NT 0120/2012

RESTRIÇÕES ELÉTRICAS

INTRASSUBSISTEMAS,

REPRESENTADAS NA ELABORAÇÃO DO

PROGRAMA MENSAL DA OPERAÇÃO

ENERGÉTICA - PMO, COM IMPACTO NOS

LIMITES DE INTERCAMBIO ENTRE

SUBSISTEMAS

ONS NT 0120/2012 3 / 18

Sumário

1 Objetivo 4

2 Introdução 4

3 Restrições elétricas intrassubsistemas, representadas na elaboração

do PMO, com impacto nos limites de transmissão entre subsistemas6

3.1 Fluxo Norte-Sul (FNS) 9

3.1.1 Caracterização 9

3.1.2 Representação nos modelos energéticos para elaboração do

PMO e suas Revisões 9

3.1.2.1 Representação no NEWAVE 9

3.1.2.2 Representação no Decomp 10

3.1.3 Representação nos modelos energéticos para Cálculo do

PLD 11

3.2 Fluxo Serra da Mesa (FSM) 12

3.2.1 Caracterização 12

3.2.2 Representação nos modelos energéticos para elaboração do

PMO e suas Revisões 12

3.2.2.1 Representação no Newave 12

3.2.2.2 Representação no Decomp 12

3.2.3 Representação nos modelos energéticos para Cálculo do

PLD 14

4 Consequencias da Não Consideração das Restrições no Cálculo do

PLD 15

4.1 Implementação de metodologia para definição do Limite FCOMC visando maior aderência entre os intercâmbios de energia entre subsistemas SE/CO, NE e N, considerados no PMO e no cálculo do PLD 15

5 Critérios de Segurança Elétrica Adotados no PMO 17

5.1 Consequencias da Adoção, no Cálculo do PLD, do mesmo Critério de Segurança Elétrica adotado no PMO e suas Revisões 17

6 Recomendações 18

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1 Objetivo

Em atendimento à Resolução Normativa nº 477 da Agência Nacional de Energia

Elétrica - ANEEL, de 13 de março de 2012, esta Nota Técnica visa subsidiar esta

Agência no estabelecimento de condições e procedimentos para representação

das restrições elétricas internas aos subsistemas, que impactam no limite de

intercâmbio de energia entre subsistemas, nos modelos energéticos de

otimização utilizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica –

CCEE para o cálculo do Preço de Liquidação das diferenças – PLD.

2 Introdução

Os limites de intercâmbio de energia entre subsistemas são determinantes para

o cálculo dos Custos Marginais de Operação – CMOs, que orientam a política

operativa definida pelo ONS, e para o cálculo do Preço de Liquidação de

Diferenças - PLD, utilizado pela CCEE para a contabilização/liquidação de

energia no mercado de curto prazo, respectivamente.

Os limites de intercâmbio entre subsistemas são determinados pelo ONS

considerando os critérios de desempenho elétrico estabelecidos nos

Procedimentos de Rede. Seu cálculo considera todas as restrições elétricas

impostas ao intercâmbio de energia entre subsistemas, sejam elas localizadas

nas fronteiras ou internas aos mesmos. Esses limites são necessários tanto aos

estudos de médio prazo do Planejamento da Operação Energética, que

empregam o modelo NEWAVE, quanto para os estudos de curto prazo da

Programação Mensal da Operação Energética, que empregam o modelo

DECOMP. Os limites considerados nos dois modelos, embora coerentes, não

são necessariamente idênticos. O NEWAVE, com horizonte de até 5 anos à

frente, emprega os limites estruturais associados à rede, enquanto o DECOMP,

voltado para a operação de curto prazo, emprega limites conjunturais que podem

ser afetados por intervenções nas instalações da rede elétrica e mesmo por

decisões do CMSE, como os critérios de segurança elétrica adotados para o

tronco de 765 kV. Essas decisões poderão ter por base a Resolução nº 01 de 25

de janeiro de 2005 que estabelece a consideração de medidas especiais de

segurança a fim de garantir o suprimento eletroenergético em situações

decorrentes de eventos de grande relevância ou situações nas quais, em função

do desempenho da instalação e da severidade do impacto no SIN, é necessário

adotar níveis de segurança, acima dos padrões estabelecidos, até que medidas

mitigadoras possam ser implementadas.

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De acordo com as atuais Regras de Mercado, as restrições internas aos

submercados não devem ser consideradas no cálculo dos limites de intercâmbio

utilizados na determinação do PLD. Assim, nas situações em que o intercâmbio

entre submercados é limitado por uma restrição interna, os limites de intercâmbio

utilizados pelo ONS e pela CCEE são diferentes, conduzindo a diferenças entre

o valor do CMO calculado pelo ONS e o valor do PLD calculado pela CCEE.

Essas diferenças podem acarretar custos operativos adicionais, cobertos via

Encargos de Serviços de Sistema – ESS, situação em princípio indesejável, na

medida em que onera um conjunto de agentes com um custo adicional que não

lhes é diretamente atribuível.

Sendo assim, deve-se estabelecer condições para possibilitar uma maior

aderência entre o CMO e o Cálculo do PLD, através da equalização do

tratamento que é dados às restrições intrassubsistemas, que impactam nos

limites de intercâmbio, considerados nos modelos NEWAVE e DECOMP nos dois

processos.

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3 Restrições elétricas intrassubsistemas, representadas na elaboração do PMO, com impacto nos limites de transmissão entre subsistemas

Na Figura 1 é apresentado o diagrama simplificado das interligações Norte-

Nordeste, Norte-Sul e Sudeste-Nordeste. Nesta figura estão destacados os

principais pontos de medição que devem ser considerados para o cálculo dos

intercâmbios entre as regiões.

Figura 1 – Diagrama Simplificado das Interligações Norte – Sul, Norte – Nordeste e Sudeste - Nordeste

ONS NT 0120/2012 7 / 18

A Figura 2 e 3 mostram a representação das interligações entre subsistemas nos

modelos NEWAVE e DECOMP, respectivamente. Nestas figuras podemos

identificar como são representados os principais fluxos observados na Figura 1,

quando da elaboração do PMO e suas Revisões.

Figura 2 – Representação dos intercâmbios entre subsistemas no modelo NEWAVE

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Figura 3 – Representação dos intercâmbios entre subsistemas no modelo DECOMP

Os fluxos destacados em azul são representados nos modelos NEWAVE e

DECOMP como intercâmbios entre subsistemas. Sendo assim, para estes fluxos,

os valores de limite definidos pelo ONS para elaboração do PMO e suas

Revisões são repassados à CCEE, que os considera no cálculo do PLD.

Entretanto, os fluxos destacados em vermelho são representados nos modelos

DECOMP como internos ao subsistema SE/CO. Os limites destes fluxos

definidos pelo ONS são repassados à CCEE, porém, em atendimento às Regras

de Mercado vigentes, esta Câmara não representa estes limites no Cálculo do

PLD.

Desta forma, visando um maior entendimento da importância da representação

destes limites na consideração tanto no processo do Programa Mensal de

Operação Energética – PMO, como no Cálculo do PLD, os mesmos serão melhor

detalhados nos próximos itens deste documento.

FNS = FCOMC + GerUHELajeado + GerUHE P. Angical

FSM = FCOMC + GerUHELajeado + GerUHE P. Angical + GerUHE Serra da Mesa + GerUHE Canabrava + GerUHE São Salvador - FSENE

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3.1 Fluxo Norte-Sul (FNS)

3.1.1 Caracterização

O fluxo Norte-Sul (FNS) é caracterizado pelo somatório do fluxo de potência

ativa nas LT 500 kV Gurupi-Serra da Mesa I C1 e C2 e LT 500 kV Peixe II-Serra

da Mesa II, com valor positivo para o fluxo que chega em Serra da Mesa e em

Serra da Mesa II.

Cabe destacar que a consideração de contingências de perda dupla para o

tronco de 765 kV (Critério N-2), conduz à adoção de valores reduzidos para o

limite do Fluxo Norte-Sul (FNS), em relação aos valores adotados na

consideração de perda simples (Critério N-1).

3.1.2 Representação nos modelos energéticos para elaboração do PMO e

suas Revisões

3.1.2.1 Representação no NEWAVE

De forma a representar a limitação imposta ao intercâmbio de energia entre o

subsistema fictício (nó de interligação entre os subsistemas SE/CO, NE e N),

devido à sua concorrência com a geração das UHE Lajeado e P. Angical, este

limite de intercâmbio é definido como:

Limite FC-SE = Limite FNS - GHLAJEADO - GHPEIXE ANGICAL , onde:

Limite FC-SE � Limite de intercâmbio de energia do Subsistema Fictício

(FC) para o subsistema SE/CO (SE);

Limite FNS � Limite do Fluxo Norte Sul, definido nos estudos

Quadrimestrais do Planejamento Anual Elétrico (PEL);

GHLAJEADO � Geração média sazonal verificada nos últimos cinco anos para

a UHE Peixe Angical;

GHPEIXE ANGICAL � Geração média sazonal verificada nos últimos cinco anos

para a UHE Lajeado.

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3.1.2.2 Representação no Decomp

A Figura 4 abaixo mostra a representação do Fluxo Norte-Sul (FNS) no modelo

DECOMP na elaboração do PMO e suas Revisões.

Figura 4 – Esquemático da representação do Fluxo Norte-Sul (FNS) no modelo DECOMP

Na figura, observa-se o FNS representado através do somatório entre o fluxo de

intercâmbio do Nó Fictício para a Subsistema SE/CO (IFC-SE) e a geração das

UHEs Lajeado (GHLAJEADO) e Peixe Angical (GHPEIXE ANGICAL), sendo dado pela

expressão abaixo:

FNS = IntercFC-SE + GHLAJEADO + GHPEIXE ANGICAL , onde:

FNS � Fluxo Norte Sul;

GHLAJEADO � Geração da UHE Lajeado;

GHPEIXE ANGICAL � Geração da UHE Peixe Angical.

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Na Figura 5 está exemplificada a representação do limite FNS no modelo

DECOMP.

Figura 5 – Representação do Fluxo Norte-Sul (FNS) no modelo DECOMP

Com a representação dessa restrição no modelo DECOMP, as gerações das

UHEs Lajeado e Peixe Angical, assim como o intercâmbio de energia do sistema

NE/N para o subsistema SE/CO, resultantes da otimização do modelo devem

atender às inequações inseridas no problema. Sendo assim, pode haver

situações em que o limite do fluxo de energia (FCOMC) não é explorado

totalmente devido à concorrência da geração das usinas hidrelétricas, no

escoamento dessa energia para o subsistema SE/CO.

Desta forma, na definição da política de intercâmbio entre os subsistemas N, NE

e SE/CO, em situações em que os subsistemas NE e/ou N se configuram como

exportadores de energia para o subsistema SE/CO, o fluxo de energia da SE

Colina para a SE Miracema (FCOMC) é fortemente impactado pela geração da

UHE Lajeado (injeção na SE Miracema) e da UHE Peixe Angical (injeção na SE

Gurupi).

3.1.3 Representação nos modelos energéticos para Cálculo do PLD

De acordo com as atuais Regras de Mercado, as restrições internas aos

submercados não devem ser consideradas no cálculo dos limites de intercâmbio

utilizados no cálculo do PLD. Sendo assim, para este cálculo, a CCEE retira a

restrição que representa essa limitação do Fluxo Norte-Sul (FNS), do conjunto de

dados enviados pelo ONS, considerados na elaboração do PMO.

Desta forma, o Cálculo do PLD considera exclusivamente a limitação imposta ao

fluxo do trecho Colinas-Miracema (FCOMC).

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3.2 Fluxo Serra da Mesa (FSM)

3.2.1 Caracterização

O fluxo Serra da Mesa (FSM) é caracterizado pelo somatório do fluxo de

potência ativa nas LT 500 kV Serra da Mesa-Samambaia e LT 500 kV Serra da

Mesa II-Luiziânia, com valor positivo para o fluxo que chega em Samambaia e

em Luiziânia.

3.2.2 Representação nos modelos energéticos para elaboração do PMO e

suas Revisões

3.2.2.1 Representação no Newave

Esta restrição não é considerada na formulação da limitação do intercâmbio de

energia entre o Nó Fictício e o Subsistema SE/CO.

3.2.2.2 Representação no Decomp

A Figura 6 abaixo mostra a representação do Fluxo Serra da Mesa (FSM) no

modelo DECOMP na elaboração do PMO e suas Revisões.

Figura 6 – Esquemático da representação do Fluxo Serra da Mesa (FSM) no modelo DECOMP

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Na figura, observa-se o FSM representado através do somatório entre o fluxo de

intercâmbio do Nó Fictício para a Subsistema SE/CO (IFC-SE) e a geração das

UHEs Lajeado (GHLAJEADO), Peixe Angical (GHPEIXE ANGICAL), Serra da Mesa

(GHSERRA DA MESA), Canabrava (GHCANABRAVA) e São Salvador (GHSÃO SALVADOR),

subtraindo do fluxo de intercâmbio da SE/CO para o NE (FSENE). Desta forma,

o FSM é dado pela expressão abaixo:

FSM = IntercFC-SE + GHLAJEADO + GHPEIXE ANGICAL + GHSERRA DA MESA + GHCANABRAVA +

GHSÃO SALVADOR - FSENE , onde:

FNS � Fluxo Norte Sul;

GHLAJEADO � Geração da UHE Lajeado;

GHPEIXE ANGICAL � Geração da UHE Peixe Angical;

GHSERRA DA MESA � Geração da UHE Serra da Mesa;

GHCANABRAVA � Geração da UHE Canabrava.

GHSÃO SALVADOR � Geração da UHE São Salvador;

FSENE � Fluxo Sudeste - Nordeste;

Na Figura 7 está exemplificada a representação do limites do FNS no modelo

DECOMP.

Figura 7 – Representação do Fluxo Norte-Sul (FNS) no modelo DECOMP

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Com a representação dessa restrição no modelo DECOMP, as gerações das

UHEs Lajeado, Peixe Angical, Serra da Mesa, Canabrava e São Salvador, assim

como os intercâmbios de energia dos subsistemas NE e/ou N para o subsistema

SE/CO e do subsistema SE/CO para o subsistema NE, resultantes da otimização

do modelo devem atender as inequações inseridas no problema. Sendo assim,

pode haver situações em que o limite do fluxo de energia (FCOMC) não é

explorado totalmente devido à concorrência da geração das usinas hidrelétricas,

no escoamento dessa energia para o subsistema SE/CO.

Desta forma, na definição da política de intercâmbio entre os subsistemas N, NE

e SE/CO, em situações em que os subsistemas NE e/ou N se configuram como

exportadores de energia para o subsistema SE/CO, o limite do fluxo de energia

da SE Colina para a SE Miracema (FCOMC) é fortemente impactado pela

geração da UHE Lajeado (injeção na SE Miracema), da UHE Peixe Angical

(injeção na SE Gurupi), da UHE Serra da Mesa Angical (injeção na SE Serra da

Mesa), da UHE Canabrava (injeção na SE Serra da Mesa) e da UHE São

Salvador (injeção na SE Serra da Mesa).

3.2.3 Representação nos modelos energéticos para Cálculo do PLD

De acordo com as atuais Regras de Mercado, as restrições internas aos

submercados não devem ser consideradas no cálculo dos limites de intercâmbio

utilizados na determinação do PLD. Sendo assim, para o Cálculo do PLD, a

CCEE retira a restrição que representa essa limitação do Fluxo Serra da Mesa,

do conjunto de dados enviados pelo ONS, considerados na elaboração do PMO.

Desta forma, o Cálculo do PLD considera exclusivamente a limitação imposta ao

fluxo do trecho Colinas-Miracema (FCOMC).

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4 Consequencias da Não Consideração das Restrições no Cálculo do PLD

A CCEE em atendimento às atuais Regras de Mercado, somente considera no

cálculo do PLD restrições nas fronteiras entre submercados, desconsiderando as

restrições elétricas associadas a outras instalações, sejam elas componentes

das interligações entre submercados ou internas a eles.

Como a elaboração do PMO e suas Revisões e o cálculo do PLD consideram

limites de intercâmbios diferentes para as mesmas interligações, no mesmo

período de estudo, valores diferentes de CMO e PLD são obtidos, o que pode

resultar em diferenças entre os valores de despacho de geração térmica

resultantes do PMO e do processo de contabilização/liquidação no mercado de

curto prazo, o que pode acarretar Encargos de Serviço do Sistema. Isto ocorreu,

com maior intensidade, por exemplo, no PMO de janeiro/2009, devido à

consideração de restrições na interligação Norte-Sul de forma diferenciada entre

ONS e CCEE quando do uso do modelo DECOMP.

4.1 Implementação de metodologia para definição do Limite FCOMC visando

maior aderência entre os intercâmbios de energia entre subsistemas

SE/CO, NE e N, considerados no PMO e no cálculo do PLD

Diante do exposto no item 4, foram efetuadas, em 2009, análises visando o

aprimoramento da representação do limite elétrico da interligação entre as

subestações de Colinas e Miracema (sentido Colinas – Miracema) – FCOMC, de

forma que o CMO e o PLD tendessem a apresentar maior aderência.

Nessas análises, observou-se que a operação da UHE Serra da Mesa

(reservatório localizado a montante no rio Tocantins) tem caráter determinístico

praticamente durante todo o ano.

Assim sendo, como a operação da UHE Serra da Mesa é determinística ao longo

ao longo do ano, a geração das usinas situadas a jusante, cuja regularização é

pequena ou nenhuma (Cana Brava, Peixe Angical e Lajeado), também têm esse

caráter, ou seja, praticamente não variam sua geração entre as sucessivas

execuções do modelo DECOMP.

Tendo este fato como referência, a modelagem do limite elétrico FCOMC passou

a ter como parcelas referentes à geração das UHE’s Lajeado e Peixe Angical, os

valores efetivamente obtidos pelo modelo DECOMP.

Desta forma, a partir da Revisão 1 do PMO para o mês de fevereiro/09, o valor

do limite FCOMC adotado no modelo DECOMP, que antes era o valor definido

pelos estudos do Planejamento Elétrico Quadrimestral, podendo ser revisto pelos

estudos do Planejamento Elétrico Mensal, passou a ser calculado a partir dos

valores obtidos de geração para as UHE’s Lajeado e Peixe Angical, quando da

ONS NT 0120/2012 16 / 18

execução prévia do modelo DECOMP. Este deck DECOMP passou a ser

nomeado como Caso FCOMC, sendo também disponibilizado no site do ONS.

FCOMC = FNS – GHUHELAJEADO – GHUHEPEIXE ANGICAL, onde

FNS � limite do fluxo Norte-Sul, cujo valor utilizado no modelo DECOMP é

definido pelos estudos do Planejamento Elétrico Quadrimestral, podendo ser

revisto pelos estudos do Planejamento Elétrico Mensal;

GHLAJEADO � geração da UHE Lajeado resultante de uma execução prévia do

modelo DECOMP;

GHPEIXE ANGICAL � geração da UHE Peixe Angical resultante de uma execução

prévia do modelo DECOMP.

Como a CCEE não considera, por critério, na formação do PLD os limites

elétricos dos trechos da interligação Norte/Sul situados entre as subestações

Miracema, Gurupi e Serra da Mesa, a consideração anteriormente realizada para

a redefinição do valor do FCOMC, conduzia ao descolamento entre os valores de

CMO e PLD, visto que os limites dos trechos entre as subestações anteriormente

mencionadas eram mais restritivos do que o valor do FCOMC, com reflexos

diretos no valor do CMO.

Com a adoção desse aprimoramento, o CMO e o PLD tendem a apresentar

maior aderência.

Diante do exposto, e tendo como referência o estabelecido nas correspondências

ONS 027/340/2009 e ANEEL 023/2009-SRG, os valores de geração das UHEs

Peixe Angical e Lajeado, necessários para a definição do limite de intercâmbio

entre as SEs Colinas e Miracema (sentido Colinas-Miracema) – FCOMC,

passaram a ser obtidos em uma execução prévia do modelo DECOMP (Caso

FCOMC).

ONS NT 0120/2012 17 / 18

5 Critérios de Segurança Elétrica Adotados no PMO

Os Procedimentos de Rede do ONS definem os critérios de segurança elétrica a

serem adotados nas Etapas de Programação Diária e Operação em Tempo Real,

assim como no Programa de Intervenções em instalações da rede de operação.

Neles estão definidas condições onde deve ser considerada perda de um único

elemento ou perda dupla de equipamentos, simultânea ou não, em tais

processos do ONS.

A ANEEL, através no Ofício nº 079/2010-SRG/ANEEL, de 06/05/2010,

determinou que o ONS adotasse um único critério de segurança para o tronco de

765 kV entre as SE Foz do Iguaçu e a SE Tijuco Preto na elaboração do PMO e

suas Revisões e dos Procedimentos Operativos de Curto Prazo - POCP. Além

disso, considerou mais adequado uso, nestes processos, do critério adotado na

Programação Diária da Operação e Operação em Tempo Real, de modo a

garantir maior aderência entre os resultados do PMO e a operação.

Desta forma, o critério adotado no PMO e suas Revisões para o tronco de 765

kV entre as SE Foz do Iguaçu e a SE Tijuco Preto passou a considerar a

contingências de perda dupla (Critério N-2). Essa consideração significava, à

época da determinação da ANEEL, uma limitação maior na capacidade dos

fluxos de Recebimento pela Subsistema SE/CO (RSE), Norte-Sul (FNS) e Serra

de Mesa (FSM), assim como na geração do setor de 60 Hz da UHE Itaipu.

Por sua vez, através no Ofício nº 085/2010-SRG/ANEEL, de 07/05/2010, a

ANEEL determinou que o ONS encaminhasse o Deck DECOMP para a CCEE

considerando o critério de perda simples (N-1) no tronco de 765 kV, por se tratar

de restrição interna ao subsistema Sudeste.

Desta forma, a partir da Rev.1 do PMO Maio/2010, o ONS passou a elaborar,

para o PMO e suas Revisões, o Deck DECOMP para definição das diretrizes da

operação a serem seguidas nas Etapas de Programação Diária da Operação e

Operação em Tempo Real (N-2), e outro Deck DECOMP para cálculo do PLD a

ser encaminhado à CCEE (N-1).

5.1 Consequencias da Adoção, no Cálculo do PLD, do mesmo Critério de

Segurança Elétrica adotado no PMO e suas Revisões

Tendo em vista os mesmos motivos expostos no item 4, referente à

consideração das restrições intrassubsistemas com impacto no intercâmbio entre

subsistemas no Cálculo do PLD, a consideração do mesmo critério de segurança

elétrica nos Decks DECOMP do PMO e do Cálculo do PLD conduz maior

aderência entre a operação e a formação do PLD, podendo reduzir o

ressarcimento das diferenças através de ESS, além de simplificar a rotina

semanal de elaboração do PMO.

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6 Recomendações

Diante do exposto, e visando uma maior aderência entre as diretrizes de

operação definida pelo ONS no PMO e suas Revisões e o processo de cálculo

do PLD elaborado pela CCEE, faz-se necessária, por parte da CCEE as

seguintes considerações:

1) Utilizar as mesmas restrições com impacto nos limites de intercâmbio entre

subsistemas considerados pelo ONS, na elaboração do PMO e suas

Revisões, mesmo estas sendo consideradas internas a um subsistema;

2) Utilizar o mesmo critério de segurança elétrica adotado no PMO e suas

Revisões para definição dos limites de intercâmbio entre subsistemas.

Como consequência, as considerações acima conduzirão a uma simplificação na

rotina semanal de elaboração do PMO e suas Revisões. A Figura 8 abaixo ilustra

os casos atualmente considerados na elaboração do PMO e Revisões, assim

como os casos que serão desconsiderados nesta rotina, se implementadas as

recomendações acima:

Figura 8 – Casos considerados na elaboração do PMO e suas Revisões