responsabilidade social corporativa e o...
TRANSCRIPT
1
OS NOVOS PARADIGMAS, A RESPONSABILIDADE SOCIALEMPRESARIAL E O DESENVOLVIMENTO LOCAL
Silvana ParenteTania Zapata
Introdução
A concepção de desenvolvimento humano sustentável resulta da reflexão e do
amadurecimento de várias abordagens das últimas décadas.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) adota o
conceito de desenvolvimento humano, que começa a ser imediata e
amplamente aceito nos meios acadêmicos e nas organizações do terceiro setor
Diz o PNUD: trata-se de um processo abrangente de expansão do exercício do
direito de escolhas individuais em diversas áreas: econômica, política, social e
cultural. Algumas dessas escolhas são básicas para a vida humana. As opções
por uma vida longa e saudável, ou por adquirir conhecimento, ou um padrão de
vida decente, são fundamentais para os seres humanos. Portanto o
desenvolvimento humano é desenvolvimento das pessoas, pelas pessoas e
para as pessoas.
Por outro lado o novo paradigma do desenvolvimento sustentável, contemplado
no conceito do Relatório Brundtland (1987), afirma que se trata: “do
desenvolvimento que atende as necessidades do presente, sem comprometer
a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”,
contempla dois conceitos chaves: necessidades e limitações, ou seja, as
necessidades essenciais dos pobres do mundo devem receber a máxima
prioridade, bem como a atenção à questão das limitações que o atual estágio
de desenvolvimento da tecnologia e da organização social impõem ao meio
ambiente, impedindo-o de atender as necessidades presentes e futuras.
2
O entendimento hoje de que precisamos avançar para este novo paradigma,
contempla a compreensão de que o desenvolvimento sustentável tem múltiplos
aspectos: ambiental, biológico, cultural, sócio-econômico, político e ético.
O debate sobre a interação entre as questões econômicas, sociais e
ambientais chega forte ao interior das empresas, uma vez que a sua
performance financeira passa a depender também da sua responsabilidade
social e ambiental.
Na análise histórica das últimas décadas existem inúmeras evidências de que a
eficácia econômica, entendida como a evolução positiva da economia, assim
como um correto funcionamento dos mercados não é possível sem coesão
social, concluindo que não pode haver eficácia econômica sem eficácia social
e vice-versa. Da mesma forma, o uso não racional dos recursos naturais e o
colapso das fontes de energia não renováveis, comprometem a
sustentabilidade da evolução da humanidade. Dessa forma o desafio da
inclusão social e da conservação ambiental passam a ser preocupação
também dos diversos segmentos empresariais.
Na América Latina, em especial no Brasil, falar em desenvolvimento econômico
significa também centrar o foco na geração de ocupação e renda, na inclusão
sócio-produtiva e o seu conseqüente impacto na melhoria da qualidade de vida
da população. Assim estão cada vez claros a proximidade e interdependência
entre as questões sociais, econômicas e ambientais que passam a ser
consideradas no novo conceito de desenvolvimento sustentável1.
Por isso, vislumbra-se um grande espaço para se desenvolver uma maior
complementaridade entre a atuação do setor público e do setor privado na área
social, visando a construção de políticas públicas mais abrangentes e
estruturantes.
1 A sustentabilidade vem após uma serie de adjetivações como integrado, social e humano semostrarem insuficientes para romper com a hegemonia economicista e está posta comoobjetivo e não como realidade. Esta abordagem convida a um olhar mais sistêmico eintegrador das dimensões do desenvolvimento: econômica, social-cultural-educacional, político-institucional e ambiental, deixando que a sustentabilidade seja o resultado do equilíbrio daspartes.
3
No Brasil, o exercício da responsabilidade social pode se integrar ao esforço
dos governos e da sociedade civil na busca da sustentabilidade do
desenvolvimento, o que implica na inserção das camadas pobres da população
nos circuitos de renda e consumo. A sustentabilidade das empresas brasileiras
e do desenvolvimento do País depende de seu nível e forma de contribuição
para reduzir a pobreza e as desigualdades sociais.
Isso significa que, além de estimular a ampliação quantitativa do investimento
social privado2, é preciso estimular e apoiar o desenho e a implementação de
programas e projetos que contribuam para a modernização da “esfera pública”
e para a “inclusão sócio-produtiva” da população e evitar reproduzir práticas
pontuais, clientelistas, paternalistas que criam relações de dependência entre a
população beneficiária e as esferas de poder político e econômico.
O desafio é como canalizar esses recursos para promover oportunidades –
negócios inclusivos3, acesso dos mais pobres a serviços básicos de educação,
saúde, informação, tecnologias e mercados - e ao mesmo tempo facilitar a
autonomia e a participação dos mais pobres nos processos políticos e nas
decisões locais. Trata-se também de fazer a conexão dessa camada da
população com os mercados de maneira geral, ou seja a inserção dos pobres
nos mercados de trabalho, mercado de bens e serviços e mercado financeiro.
Aqui reside o foco deste trabalho, que é apresentar a “estratégia de promoção
do desenvolvimento local”, como oportunidade de dar mais eficiência, eficácia e
sustentabilidade aos investimentos privados na área social. A nossa tese é de
que é possível ampliar os investimentos privados na área social e seu impacto
no desenvolvimento, desde que se implemente projetos mais integrados e
estruturados a partir de uma estratégia de desenvolvimento local, a qual
contempla um conjunto de projetos articulados que envolvem capital social,
2 Entende-se por investimento social privado o repasse voluntário de recursos privados deforma planejada, monitorada e sistemática para projetos sociais, ambientais e culturais.3 Entende-se por negócios inclusivos as iniciativas economicamente viáveis, ambientalmentesustentáveis e socialmente justas que utilizam mecanismos de mercado para melhorar aqualidade de vida das pessoas pobres, seja através da inserção dessas pessoas na cadeia devalor, como fornecedores de matérias primas e/ou serviços, seja os beneficiando comoconsumidores de bens e serviços essenciais a um menor custo.
4
intervenções produtivas, sociais e ambientais, que contribuem para uma maior
eficiência e transparência das ações na nova esfera pública.
1. Evolução do conceito e das práticas de responsabilidade social
As práticas modernas de administração das empresas passaram a incorporar a
noção de responsabilidade social4 inicialmente motivados pelos paradigmas da
produtividade e da competitividade. Verifica-se um avanço nos mecanismos de
participação dos funcionários, fóruns de clientes, parcerias com fornecedores,
pesquisa de satisfação de consumidores, desenvolvimento da imagem
institucional, boa relação com governos, transparência nas informações etc.
Soma-se a isso a busca de aceitação e credibilidade junto aos novos
mercados, proveniente do processo de globalização e dos processos de fusão,
aquisição, alianças e constituição de redes deles decorrentes.
De outra parte, a pressão da sociedade civil organizada em nível mundial e o
posicionamento mais consciente dos consumidores numa nova era da
tecnologia da informação, passam a exigir das empresas mecanismos
transparentes de prestação de contas quanto às condutas trabalhistas, sociais
e ambientais adotadas.
Destacam-se no nível internacional as auditorias, certificações, normas
contábeis estabelecendo padrões e indicadores relativos a essas condutas,
bem como campanhas da sociedade civil organizada, denunciando
explorações de inadequadas condições sociais, trabalhistas e crimes
ambientais. Foi criada uma diversidade de mecanismos incentivadores das
boas práticas empresariais que estimulem a responsabilidade social
corporativa, como a Norma ISO 14000 criada pela International Organization
for Standardization (ISO), cujo objetivo é evidenciar o gerenciamento das
atividades da empresa que tenham impacto no ambiente. Mais recentemente,
ao final de 2010, surge a ISO 26.000, a qual consolida essa diretriz e amplia o
compromisso da empresa com seu entorno territorial e comunidades,
contribuindo para o seu desenvolvimento social e econômico.
5
O novo comportamento empresarial é resultante do diferencial que a produção
ambientalmente correta ganha nos mercados, das vantagens competitivas que
se conseguem, das barreiras técnicas que o mercado está estabelecendo, da
pressão social a produtos que agridem a natureza, da modernização dos
sistemas de controle de qualidade... Tudo isso fruto do crescimento da
consciência ambiental a nível internacional.
Assim, o tema da responsabilidade social, extrapola o âmbito da filantropia,
tradicionalmente praticado pelas empresas privadas. Ele permeia a estratégia
mercadológica e a estrutura gerencial das empresas, que em sua lógica de
geração de lucros sustentáveis, passam a inserir a preocupação com os efeitos
de sua atuação em benefício de seus funcionários, familiares, parceiros e da
comunidade em geral.
Todavia, a prática de uma postura inovadora de responsabilidade social está
diretamente ligada com a percepção de fatores intangíveis que agregam
valores tangíveis à empresa, tais como aumento de receita, redução de custos
e aumento de competitividade. Trata-se de estímulo interno para inovação de
processos e produtos, aumento da demanda por seus produtos e participação
no mercado, ambiente externo favorável à cooperação empresarial, fatores de
competitividade sistêmica e redução da instabilidade política e institucional
local.
No Brasil, embora não se conheça ao certo o volume de recursos financeiros
aplicados em projetos sociais, as informações apontam para um crescimento
da ação empresarial no âmbito social, seja com recursos próprios ou
incentivados, operando diretamente, através de fundações ou parcerias com
outros atores sociais. Os recursos são destinados prioritariamente à educação,
capacitação e assistência a crianças e jovens, sendo a maioria com foco nos
funcionários e seus familiares.
Responsabilidade Social e o Desenvolvimento Local
4 A empresa socialmente responsável é aquela que incorpora no seu planejamento e práticaempresarial os interesses de diferentes partes (acionistas, funcionários, fornecedores,prestadores de serviços, consumidores, comunidade , governo e meio ambiente).
6
A grande conexão entre a nova visão de Responsabilidade Social e a
estratégia de desenvolvimento local, é o reconhecimento de que o local, o
“Território” onde a empresa atua é um espaço sócio – econômico- institucional
com uma teia de relações, o que é determinante para a eficiência produtiva e a
competitividade das empresas. O território é um ator inteligente, dotado de
ativos de inovação, de empreendedorismo e de criatividade.
Diferentemente do conceito de “espaço” de caráter geográfico, onde as
preocupações fundamentais a ele relacionadas se referem à distância, custos
de transporte e à aglomeração de atividades; na perspectiva do
desenvolvimento local, o interesse se centra em um conceito diferente, o de
“território sujeito”, que compreende a heterogeneidade e complexidade do
mundo real, suas características ambientais e sócio-culturais específicas, seus
ativos endógenos, os atores sociais e sua mobilização em torno de diversas
estratégias e projetos.
A elevação da eficiência produtiva e a competitividade das empresas é uma
conquista que não depende ùnicamente do esforço empresarial privado
isolado, mas também da existência de ambientes em que se disponha de mão-
de-obra adequadamente capacitada; suficiente infraestrutura básica instalada
(energia, estradas, ferrovias, telecomunicações, abastecimento de água
potável, saneamento básico, gestão de resíduos, dentre outras); serviços de
saúde eficientes; ordenamentos jurídicos eficazes para a resolução de conflitos
dentre outros.
Por isso, destaca-se que a competitividade é “sistêmica”, já que depende de
todos os elementos do ambiente imediato da empresa. A qualidade deste
ambiente territorial é, pois, determinante para a eficiência produtiva e a
competitividade das empresas, ao permitir a redução de seus “custos de
transação”.
Da mesma maneira, na medida em que no atual contexto, o “conhecimento” e,
portanto, a qualidade dos recursos humanos, passa a ser o recurso estratégico
para a criação de vantagens competitivas (o qual está vinculado, por sua vez, à
qualidade das políticas de saúde, higiene, educação e capacitação), a criação
7
negociada desse ambiente institucional e social inovador é decisiva para o
desenvolvimento local.
Por isso, a competitividade sistêmica territorial, não depende mais de
vantagens comparativas estáticas do espaço geográfico- como no passado-
tais como as dotações de recursos naturais, uma localização privilegiada que
reduza custos logísticos ou a disponibilidade de mão-de-obra barata. Cada vez
mais ganham relevância, as vantagens competitivas dinâmicas, tais como as
inovações tecnológicas, organizacionais, de gestão e de marketing e a coesão
social, todas elas dependentes da qualidade dos recursos humanos (capital
humano) e do nível de confiança e organização da sociedade, cooperação de
atores e pactuação estratégica (capital social).
Isto também significa que as políticas sociais não podem ser encaradas apenas
como políticas “assistenciais” ou “compensatórias, cujo objetivo é corrigir os
desequilíbrios que geram o funcionamento das economias de mercado”. O
desenvolvimento produtivo não é um processo que dependa somente das
diretrizes e intervenções do Estado, nem tão pouco é o resultado exclusivo das
atividades empresariais privadas. O desenvolvimento depende da forma como
o conjunto da comunidade organiza a produção social.
Em suma, a Responsabilidade Social Empresarial, pode encontrar na
estratégia de desenvolvimento local/territorial, mecanismos e instrumentos
mais eficazes para o investimento social privado, com efeitos positivos para a
competitividade das empresas, para a inclusão e coesão social e para a gestão
das políticas públicas.
2. A Estratégia de Desenvolvimento Local
Como se enfatizou até agora, os interesses e princípios que fundamentam a
moderna visão de responsabilidade social, comungam-se com os princípios
que norteiam o desenvolvimento sustentável, uma vez que as razões de
natureza econômica não estão dissociadas das questões de natureza social,
nem ambiental. Pelo contrário, numa perspectiva de sustentabilidade, o
sucesso das empresas depende dos avanços na área social, assim como o
enfrentamento das grandes questões sociais, estão a depender da
8
sustentabilidade econômica das empresas e da sua contribuição direta e
indireta na área social.
Também foi ressaltado que as relações entre o econômico, o social, o cultural,
o ambiental e político-institucional, se materializam na prática, no território onde
as empresas se inserem. O nível local é o meio ambiente imediato no qual as
empresas se instalam, encontram serviços e recursos dos quais depende o seu
dinamismo e dentro do qual se ligam às redes de troca de informações e de
relações técnicas e comerciais.
Apresentamos a seguir, a estratégia de desenvolvimento local/territorial, com
foco na inclusão socioprodutiva, a qual pode ser liderada inicialmente tanto
pela iniciativa privada (área de responsabilidade social) quanto pelo poder
público, ou outra entidade que materialize parceria com esse propósito, a
exemplo de projetos de cooperação internacional.
Qualquer boa estratégia de desenvolvimento local está baseada em pelo
menos três pilares articulados e complementares:
1) Construção de uma nova governança, ou seja, a pactuação estratégica e a
gestão público-privada do processo de desenvolvimento.
2) Estímulo à dinamização econômica do território, com ênfase no fomento às
micro e pequenas empresas e à inclusão socioprodutiva dos mais pobres.
3) Fortalecimento e ampliação das capacidades locais, do capital social e das
redes de cooperação.
A busca da sustentabilidade ambiental e de equidade de gênero devem ser
tratadas de forma transversal, inclusive com ações afirmativas junto aos três
pilares acima.
2.1.A Importância da Governança Local/Territorial
O desafio do desenvolvimento sustentável e da inclusão socioprodutiva, põem
em questão não só a forma de dinamizar a economia de um território, mas
também a forma de governar a partir de uma nova lógica de gestão das
9
relações locais-nacionais- globais, das relações público-privadas e das
relações sociais.
Construir uma nova governança 5 a nível local não é fácil, mas é possível
começar esse processo a partir do investimento social privado, tendo como
eixo o território de atuação das empresas. Implica em construir novas
capacidades – por parte das lideranças empresariais, comunitárias e
governamentais, cada uma com suas especificidades e expertises.
A gestão de um projeto de apoio ao desenvolvimento local/territorial demanda
sempre uma nova institucionalidade local, capaz de assumir a responsabilidade
de liderar a participação dos atores, estimulando alianças, acordos e as redes
de cooperação. É necessário ter metodologia6 facilitadora para tal, a qual deve
ter como princípio orientador, o processo dialógico de troca e produção de
conhecimentos e como eixo aglutinador o ciclo da gestão social, compreendo
processos de planejamento participativo, monitoramento da execução de
projetos pactuados, articulação dos instrumentos de fomento de acordo com a
demanda concreta dos atores reais e a avaliação de processos e resultados.
2.2.A Dinamização Econômica do território e seu vínculo com aInclusão Socio Produtiva
O segundo pilar da estratégia de desenvolvimento local é a dinamização
econômica do território, a partir do potencial endógeno e das oportunidades de
investimento das empresas. O primeiro passo é conhecer as dinâmicas
econômicas locais e sua teia de relações, o mercado de trabalho local e sua
articulação com as estratégias de capacitação, emprego e o perfil produtivo do
território.
5 DE BARBIERI ET AL conceitualiza governança local como sistema de gestão dainterdependência entre atoras públicos e privados, que convergem seus recursos paraconcretizar ações coletivas com fins de desenvolvimento num território determinado. Agovernança se sustenta, então, na construção de novas relações de cooperação entre agentespara alcançar objetivos de cada um e objetivos comuns de desenvolvimento, mesmo sabendoque os agentes do território não vivem em harmonia e cooperação permanente, e sim queexistem obstáculos para que seus interesses sejam convergentes.6 O IADH utiliza como referência a Metodologia GESPAR- Gestão Participativa para oDesenvolvimento Local. Maiores informações vide DESENVOLVIMENTO LOCAL -Trajetóriase Desafios: Reflexões Metodológicas de Apoio ao Desenvolvimento Local , IADH, Recife. 2005.
10
Neste sentido, as empresas localizadas no território podem fazer a grande
diferença na estratégia de desenvolvimento local. Além da sua participação
ativa na instância de governança público-privada, elas podem abrir espaços de
comercialização em suas cadeias de valor, inclusive as cadeias de
fornecimento secundárias (tais como alimentação, segurança, limpeza,
insumos complementares) e aproveitar o potencial produtivo endógeno
existente no território, em geral formado por micro e pequenas empresas e
associações comunitárias.
Em seguida, uma vez identificadas às oportunidades de projetos produtivos,
sejam estes articulados ou não à ação empresarial das grandes empresas, é
necessário todo um trabalho de assessoria e capacitação de atores locais para
elaboração e implementação de projetos socioprodutivos. Aqui também pode-
se utilizar tecnologia social mais apropriada ao perfil econômico do território,
onde se destaca a incubação7 de empreendimentos econômicos solidários
para implementar modelos inovadores de negócios inclusivos, verdes e
solidários.
Cada território possui uma matriz institucional própria e para a consolidação
dos projetos produtivos inclusivos é necessário articular um conjunto de
serviços que sejam disponibilizados adequada e tempestivamente aos agentes
do território. São os chamados Serviços Territoriais de fomento e apoio à
Inovação, entre os quais se destacam: informação estratégica empresarial
(mercados, competidores, tecnologias e preços); assistência técnica para os
pequenos negócios; capacitação técnica em gestão empresarial; agregação de
valor aos produtos no território; apoio à comercialização/marca dos produtos
locais; construção de redes de cooperação empresarial. Tudo isso numa
linguagem simples e com o envolvimento das comunidades.
O acesso a serviços financeiros adequados à matriz produtiva local, também é
fundamental e pode ser apoiado através de ações de educação financeira
combinada com a articulação com entidades financeiras existentes no território
7 Entende-se por incubação de empreendimentos econômicos solidários o processo deformação e assessoria empresarial diferenciado voltado para pessoas de baixa renda, comvistas à criação ou fortalecimento de empreendimentos econômicos grupais ou em redes,
11
e, quando não for possível, através da incubação de entidade de
microfinanças. Com instituições financeiras de base territorial comprometidas
com a estratégia, é possível ampliar o fluxo de recursos que transitam no
território e mais, ampliar o seu efeito multiplicador nos processos econômicos.
Uma maior cobertura e adequação dos serviços financeiros, contribui para a
competitividade sistêmica do território, além da sustentabilidade econômica dos
pequenos negócios.
A melhoria da qualidade e eficiência desses serviços (empresariais e
financeiros), em geral inexistentes ou dispersos no interior do território, requer
interação entre sua demanda e sua oferta. As demandas por sua vez, precisam
ser organizadas através de uma ação consciente do conjunto das iniciativas
produtivas (sejam individuais ou coletivas), cuja maioria não está ainda
consciente da importância de tais serviços.
As políticas ativas de emprego a partir das necessidades territoriais, como
serviços de intermediação, serviços de capacitação para reconversão da
produção ou para a ocupação temporária, também são essenciais, como
também a articulação com o sistema educacional local , com vistas a uma
educação mais contextualizada e adequada ao perfil econômico do território.
A economia solidária8 tem sido uma estratégia inovadora para inclusão
produtiva, a partir de uma resposta importante dos trabalhadores à
flexibilização no mundo do trabalho, concretizada em iniciativas
empreendedoras baseadas na solidariedade e na cooperação. Entretanto, a
dificuldade está em sair de apoios pontuais a pequenos projetos para buscar
sua integração nos planos e projetos territoriais estratégicos.
desde a etapa inicial de mobilização passando pela sua constituição, apoios técnicos eestratégia de sustentabilidade.8 IASKIO (2007) faz uma resenha sobre os conceitos de Economia Solidária, sintetizandoassim: “Economia Solidaria é toda organização formada e gerida por trabalhadores quepossuem os meios de produção, com vistas a geração de trabalho e renda. Essasorganizações guiam-se por princípios de solidaridade e autogestão podendo ser cooperativas,associações ou empresas autogestionárias”. Segundo SINGER (2000) Economia Solidária éum conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo e finanças –organizadas de forma autogestionaria onde todos são proprietários e trabalhadores. É outraforma de produzir, distribuir e consumir buscando um novo modelo que garanta odesenvolvimento da comunidade como um todo. Cooperação, autogestão e tecnologia socialsão elementos centrais da Economia solidária.
12
2.3.O Fortalecimento do Capital Social
A principal característica de uma estratégia de desenvolvimento local é que se
deve trabalhar, simultaneamente às iniciativas de dinamização econômica, os
processos de governança e o fortalecimento do capital social9, cientes de que
os primeiros são uma variável dependente dos demais. Capital social é um
conceito que se refere às normas, nível de confiança, redes e organizações
através das quais se tomam decisões coletivas e se formulam as políticas.
Para Francis Fukuyama (2001) o capital social é a capacidade gerada pela
presença dominante de confiança em uma sociedade. De fato a existência da
confiança, produz atitudes cooperativas, articulação de projetos coletivos e
construção de redes produtivas e sociais.
O fundamental é que o capital social facilita a coordenação e a cooperação em
benefício da comunidade. Por isso se advoga que é preciso estimular os
processos de participação, empoderamento e protagonismo social e de seus
mecanismos de cooperação. A participação é crucial enquanto processo que
envolve três elementos importantes: o conhecimento da realidade por parte da
comunidade, a conscientização de seus problemas e potencialidades e a sua
organização pró-ativa para uma ação coletiva planejada. A participação não é
portanto um ato passivo de estar presente nas reuniões ou ser consultado, ela
significa muito mais: o poder de contribuir, de influir com propostas de mudança
e de integrar instâncias de tomada de decisões.
Muitos indagam se é possível construir capital social e a resposta de consenso
é sim . Pois o capital social é o único fator de desenvolvimento que é relacional,
se desenvolve na estrutura das relações sociais, não é propriedade de
ninguém e só existe quando se compartilha. Não obstante , há um custo para
construí-lo, o que requer recursos, tempo e metodologia apropriada.
Portanto, qualquer que seja a estratégia de desenvolvimento do território, deve
contemplar ações buscando o fortalecimento do capital social e sua vinculação
com a inclusão produtiva e a nova governança.
9 PUTNAM (1993) destaca o papel da sociedade civil , suas tradições no desenvolvimentoeconômico regional, a partir do caso da Tercera Itália, identificado pelo autor como capitalsocial, que compreende relações cognitivas entre instituições culturais, sociais e políticas.
13
2.4.A Gestão Ambiental
O meio ambiente está ocupando cada dia, um espaço mais importante no
mundo empresarial, porque está deixando de ser uma função exclusiva de
produção para tornar-se uma função de gestão da empresa como um todo,
interferindo no planejamento estratégico, na execução das atividades rotineiras
e oferecendo parâmetros avaliativos para a sua reprogramação. Hoje, as
modernas empresas levam em conta a legislação ambiental, medem e
controlam os produtos e processos nocivos ao meio ambiente, treinam e
conscientizam seu pessoal, dialogam sobre o tema com a comunidade local e
especialmente nas suas pesquisas e projeções começam a valorizar a variável
ambiental.
A empresa socialmente responsável no campo da preservação ambiental ,
destaca-se pela sua atuação como agente de fomento do desenvolvimento
sustentável local. Detém excelência em política de gestão ambiental,
preservação da saúde, segurança e qualidade de vida e a inserção da questão
ambiental é apresentada como valor de sua gestão, sob a forma de missão e
visão do seu desempenho empresarial.
Assim, as empresas localizadas no território podem também fazer a diferença
com respeito ao componente ambiental de uma estratégia de desenvolvimento
local, dado que a gestão ambiental é motivada por uma mudança nos valores
da cultura empresarial e da comunidade, quanto a importância da
sustentabilidade do desenvolvimento.
A gestão ambiental, portanto, torna-se uma impulsionadora de condições de
competitividade para as organizações, qualquer que seja seu segmento
econômico. O desenvolvimento de campanhas, projetos, programas educativos
e programas voluntários voltados para os empregados das empresas,
comunidade e públicos mais amplos, empreendendo iniciativas de
fortalecimento da educação ambiental no âmbito da sociedade como um todo,
faz parte do escopo da responsabilidade social no âmbito ambiental, além de
projetos específicos, tais como exemplo, a gestão dos resíduos.
14
Essas ações quando integradas a uma estratégia de desenvolvimento local
passam a ter mais impacto. Isso pode ser feito com a metodologia de
construção da agenda 21 local, a qual pode abrigar vários projetos e iniciativas
envolvendo a variável ambiental.
A seleção dessas iniciativas depende das características de cada território.
Entretanto, uma coisa é certa, precisa do envolvimento de todos os atores,
sejam empresariais, comunitários ou gestores públicos. O meio ambiente não
é propriedade de ninguém e seu uso é coletivo, razão pela qual sua gestão
precisa ser pactuada com todos os atores sociais.
A variável ambiental, ao contrário dos que muitos pensam, não deve ser
encarada como uma barreira ao processo de desenvolvimento, e sim como um
de seus condicionantes que precisam ser gerenciados, mitigando as ameaças
e aproveitando as oportunidades. Por exemplo, a variável ambiental pode ser
uma importante fonte de ocupação e renda, a partir da identificação de
atividades chamadas “verdes”10 e “marrons”, as quais precisam, ser
fomentadas pela estratégia de desenvolvimento local.
3. Objetivos e componentes da estratégia de desenvolvimento local
Temos dito que os projetos de investimento social privado com a abordagem
do desenvolvimento local, devem saber combinar os recursos e
potencialidades endógenos e exógenos e incorporá-los em uma estratégia de
desenvolvimento sustentável construída com a participação dos atores locais,
que seja capaz de gerar efeitos multiplicadores em termos de ocupação e
renda da comunidade.
Trata-se de mobilizar recursos e atores locais para , a partir de uma nova
forma de governança público-privada, construir entornos territoriais
10 São chamadas de atividades verdes o conjunto de atividades de assessoria, estudos epreservação ambiental tais como tratamento de água, limpeza de rios e montes, conservaçãode espaços naturais, preservação da fauna e flora, proteção de incêndios e manejo sustentávelde atividades econômicas mais diretamente relacionadas com o meio natural como a pesca, oextrativismo a agricultura orgânica, o turismo ecológico etc. Atividades marrons são aquelasvoltadas para a correção dos efeitos negativos sobre o meio ambiente tais como o controle dapoluição do ar e de rios, o tratamento de água industrial , a , gestão de resíduos industriais eurbanos , inclusive reciclagem de resíduos sólidos, o uso de energia renováveis emsubstituição a fontes convencionais.
15
inovadores, capazes de ofertar os serviços adequados às micro e pequenas
empresas, criar ou fortalecer empreendimentos da economia solidária,
articular o sistema educacional e de formação profissional ao perfil produtivo
local , organizar redes sociais e empresariais de cooperação, estimular a
consciência e práticas ambientais sustentáveis.
Em relação aos objetivos, resultados e indicadores dos Programas de Apoio
ao Desenvolvimento Local, é muito interessante que sua construção,
pactuação e apresentação sejam realizados com a abordagem metodológica
do marco lógico.
O enfoque do Marco Lógico, utilizado pelos principais organismos
internacionais, constitui um processo de definição conceitual que permite tomar
decisões sobre os principais elementos constituintes de um projeto passo-a-
passo, criando um entendimento comum a todos os envolvidos com a gestão
do projeto, aumentando, assim, a responsabilização, o envolvimento individual
e, portanto, aumentando as chances de sucesso do projeto. Permite a
pactuação do planejamento, dos resultados e gestão do Programa de DL com
indicadores e realização da linha de base ou marco zero.
O resultado do processo de definição do Marco Lógico é uma matriz de dupla
entrada (4x4), com 16 campos, que representa uma síntese do projeto disposta
em uma página apenas, possibilitando uma leitura rápida e de fácil
compreensão e, sobretudo, permite a gestão do projeto com indicadores
pactuados por todos os envolvidos.
A seguir apresentamos a estrutura e os componentes do Marco Lógico:
ESTRUTURA SIMPLIFICADA DE UM MARCO LÓGICO
RESUMO DOS OBJETIVOS INDICADORESMEIOS DE
VERIFICAÇÃO
PREMISSASBÁSICAS E
PRESSUPOSTOSEXTERNOS
16
FIM
Formulação do objetivo geral de
desenvolvimento ao qual o
Projeto contribuirá
IMPACTO
DECONTRIBUIÇÃO
Formas de
verificação dos
resultados
esperados
Condições ou
circunstâncias
necessárias para
facilitar a
implementação
das ações e obter
os resultados
esperados
PROPÓSITO
Objetivo ou objetivos
concretos/específicos do Projeto
EFETIVIDADE
COMPONENTES/RESULTADOS
Conjunto de resultados
produzidos pelo Projeto
DESEMPENHODE EFICÁCIA
ATIVIDADES
Ações que devem ser realizadas
para produzir os resultados do
Projeto
DESEMPENHODE EFICIÊNCIA
3.1.Descrição dos componentes de um Programa de Apoio ao DL:
Introdução : a Concepção Pedagógica
A concepção pedagógica adotada pelo IADH em apoio ao desenvolvimento localse baseia na Metodologia Gespar (Gestão Participativa para o DesenvolvimentoLocal), a qual se estrutura sobre a prática, sobre o fazer, sobre umaaprendizagem ativa, onde as informações e os conteúdos conceituais emetodológicos se originam na realidade concreta das comunidades e dasorganizações apoiadas. Assim, a aprendizagem é gerada a partir da reflexãosocial de dados e informações da realidade, visando a sua transformação.
A metodologia GESPAR estimula a prática de novos valores, tais comoparticipação com responsabilidade social e solidariedade com cooperação. Éuma estratégia metodológica estruturada em conteúdos, técnicas einstrumentos, orientados por uma nova concepção de desenvolvimento e um
17
conjunto de valores humanistas que passam a interagir no espaço local,buscando provocar mudanças de comportamento.
Homens e mulheres são vistos num duplo olhar: primeiro como sujeitos,protagonistas de mudanças e, segundo, como fator estratégico dodesenvolvimento sustentável. O processo de capacitação amplia o acesso àinformação e reestrutura conhecimentos, potencializando a ação dos sujeitossociais. Apóia a construção do empoderamento das pessoas para que osbenefícios do desenvolvimento se voltem à realização humana.
Cada um dos Componentes com seu conjunto de Atividades visam atingir asmetas e obter os resultados esperados .
Todas as atividades devem ter um caráter capacitador, ou seja, devem buscara construção da visão crítica, da autonomia e do protagonismo dosparticipantes.
Alguns Princípios deverão nortear a prática dos facilitadores do IADH eparceiros e que, portanto, serão norteadores das temáticas, dos conteúdos,das dinâmicas e técnicas de formação:
Orientação para o desenvolvimento local sustentável; Caráter participativo e formativo; Geração de conhecimento através da reflexão sobre a ação; Cooperação e interdisciplinaridade; Visão sistêmica; Flexibilidade; Equidade de gênero;
Preservação e compreensão dos recursos ambientais como ativo dedesenvolvimento.
- Componentes -
3.1.1. Estruturação e desenvolvimento de instância de governançapúblico-privada
- estudos preliminares e entrevistas qualificadas com atores do território;
- mobilização e sensibilização de lideranças empresariais, comunitárias e
governamentais;
18
- acordos e compromissos firmados a partir de valores e plano de trabalho;
- formação de facilitadores e agentes de desenvolvimento local;
- diagnóstico propositivo do desenvolvimento do território e visão de futuro;
- constituição, capacitação e fortalecimento da instância de gestão
compartilhada;
- articulação de parcerias estratégicas;
- elaboração participativa da estratégia de apoio ao desenvolvimento do
território, com identificação e pactuação de projetos;
- elaboração dos projetos;
- apoio à implementação, gestão e monitoramento dos projetos.
3.1.2. Estratégia de dinamização econômica do território com focono potencial endógeno e na inclusão produtiva
- estratégia de endogeneização de investimentos privados a partir da
identificação de demandas de serviços e insumos das grandes empresas e
mapeamento de núcleos/ativos produtivos locais;
- fortalecimento organizacional das comunidades e construção de redes
socioprodutivas para iniciativas empreendedoras;
- incubação de empreendimentos sociais , produtivos e da economia solidária
(inclusive fundos de capital semente);
- construção e/ou articulação dos serviços inovadores de assessoria técnica e
capacitação empresarial com foco nos projetos apoiados;
- inclusão Financeira (educação financeira e acesso a serviços financeiros
adequados à população de baixa renda).
19
3.1.3. Gestão Ambiental Comunitária e Apoio a Projetos deProteção Ambiental e Projetos de Negócios Verdes
- Construção coletiva de documento guia de planejamento ambiental do
território, com base na metodologia internacional da Agenda 21 Local,
mediante processo de mobilização e sensibilização da comunidade em torno
da temática ambiental e de questões locais de sustentabilidade e cidadania.
- Formação de grupos voluntários de agentes ambientais comunitários, tais
como brigadas infanto-juvenil, comissões voluntárias de meio ambiente,
conselhos comunitários, entre outros;
- Formação de competências dos grupos voluntários de agentes ambientais em
correspondências ao programa de desenvolvimento local e projetos ambientais
pactuados entre a empresa e a comunidade;
- Oficinas sobre Educação Ambiental, Responsabilidade Social e
Desenvolvimento Local para partes interessadas contribuindo decisivamente
para a conscientização ambiental de todos os stakeholders envolvidos na
cadeia de valor da empresa;
- Elaboração, promoção e ou articulação de projetos ambientais comunitários
voltados para a geração renda e emprego, inclusão social e conscientização
ambiental, tais como negócios verdes baseados no reaproveitamento de
recursos naturais locais e ou resíduos do processo produtivo da empresa;
- Elaboração de Relatório de Responsabilidade Socioambiental Corporativa sob
consulta e colaboração dos stakeholders envolvidos nos projetos ambientais da
empresa;
- Construção de site e newsletter para divulgação das ações do projeto
ambiental (estratégias de Desenvolvimento Local), tendo como foco as ações
pactuadas entre empresa e comunidade;
20
- Construção de mídias sociais (twitter, facebook, blogs, youtube e outros), com
o apoio dos agentes de ambientais voluntários, funcionários e demais
colaboradores da empresa;
- Assessoria técnica à investimentos em ações que tragam benefícios para a
comunidade, como contrapartida justa de reversão ou compensação de danos
ambientais existentes ou mitigação de danos futuros;
- Assessoria à solução/gestão conjunta de problemas ambientais comunitários
ou eventuais conflitos entre a comunidade e as empresas.
3.1.4. Comunicação em apoio à estratégia de desenvolvimentosustentável do território
- constituição de um Núcleo de Comunicação Comunitária no território, com a
formação continuada de agentes de comunicação;
- construção de mídias sociais (twitter, facebook, blogs, uso do youtube e
outros), com o apoio dos agentes de comunicação e jovens da comunidade;
- oficinas sobre Comunicação, Responsabilidade Social e Desenvolvimento
Local, para jornalistas, radialistas, assessores de imprensa das empresas e
dos governos, entre outros profissionais de comunicação;
- oficinas de Mídia Advocacy e Mídia Training para a utilização estratégica e
qualificada dos meios de comunicação, tendo como público-sujeito os setores
empresariais e comunitários;
- construção de site e newsletter para divulgar as ações do Projeto (estratégias
de Desenvolvimento Local), tendo como foco os patrocinadores, parceiros,
lideranças e comunidade em geral, além dos veículos de comunicação
convencionais e alternativos;
- fomento da criação de instrumentos de comunicação alternativa, a exemplo
de rádios comunitárias difusoras, jornais impressos, fanzines, spots, vídeos,
entre outros, de acordo com as características do território;
21
- monitoramento e avaliação dos processos e instrumentos de comunicação
constituídos no âmbito das estratégias de Desenvolvimento Local.
1.1.1. Sistema de informação de base territorial, monitoramento eavaliação
- elaboração da base de dados sobre o território;
- construção de sistema de informação em apoio à gestão do Programa de
Desenvolvimento Local e de seus projetos;
- monitoramento dos planos e projetos;
- avaliação de resultados de implementação do Programa e seus impactos.
5- Reflexões finais:
O nosso pensamento e a nossa ação não devem estar separados. A história
do ser humano é uma história de ir sempre mais longe. Em busca de sua
superação, de construir novas utopias.
Nós não somos verdadeiramente humanos sem vontade e sem esperança.
Somos seres de respostas. Temos que ser consciências exigentes e
engajadas.
É possível caminhar em direção da agenda do desenvolvimento humano
sustentável, através de uma nova articulação entre os empresários, o território
organizado e as políticas públicas.
A filosofia da esperança é a que nos faz mais humanos. Fazer acontecer é
transformar a esperança no entusiasmo da mudança.
Mesmo com todos os desafios que existem , podemos afirmar que seja qual
for a visão filosófica de desenvolvimento no mundo de hoje , ele é sempre fruto
22
de uma ação coletiva, portanto, do exercício da nova governança - fator de
coesão social e de competitividade empresarial!
Navegar nesta certeza é contribuir para uma história mais humana, com mais
equidade social, mais possibilidades de realização e de protagonismo .
Temos que ter pressa de fazer História! Responsabilidade social empresarial
hoje e compromisso com o território como sujeito inteligente , é uma
estratégia de engajamento com o presente , que articula o capital simbólico,
produtivo, ambiental e relacional, com o olhar do futuro e da sustentabilidade
do processo de desenvolvimento humano.