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Ano V - Nº 53 - Jan/Fev 2018 Uma publicação do Instituto Espírita de Educação Resoluções de Ano Novo LEIA TAMBÉM Conhecendo Cairbar Schutel Mas quem foi Cairbar de Souza Schutel? Homem simples, muito inteligente, sensível, honesto e orgulhoso. Espírito irrequieto e criativo era católico de berço. Hoje é conhecido como o Grande Apóstolo do Espiritismo no Brasil. Página 3. Infância e Juventude Nos anos da primeira infância quando a criança se apresenta ávida por conhecimento, seu pequeno coração mostra a terra mais fértil para o plantio da sementinha Divina. Página 5. Assunto em Família Quando realmente conseguirmos realizar o AMOR com letras maiúsculas, não será mais necessária a tolerância, uma virtude não virtuosa, e compreensão, apenas aceitação e respeito ao outro tal qual ele se apresenta. Página 6. O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual. Se queremos verdadeiramente nos melhorar, submetamos nossos atos ao autoexame, arrancando assim as más tendências do nosso íntimo do mesmo modo como se arrancam as ervas daninhas do jardim. Página 4 Matéria Especial A esperança vem sendo cultivada em nós ao longo de várias existências, no desenvolvimento paulatino das virtudes, nas experiências e nos aprendizados adquiridos ante a dor e o suor do trabalho edificante. Página 7. Crônica Espírita Somos espíritos em evolução. Temos muito ainda a aprender, resgatar e melhorar. Temos inumeráveis defeitos. Só que fomos criados por Deus, temos a chama divina dentro de nós. Ele nos fez capazes do reconhecimento, da gratidão. Página 6. Matéria Doutrinária Discute-se muito qual o conceito de vida, seu valor, sua importância, direitos e poderes sobre ela. Paralelamente, chocam atitudes de descuido, desrespeito e a banalização com que a vida vem sendo tratada. Página 8.

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Ano V - Nº 53 - Jan/Fev 2018 Uma publicação do Instituto Espírita de Educação

Resoluções de Ano Novo

LEIA TAMBÉM

Conhecendo Cairbar Schutel

Mas quem foi Cairbar de Souza Schutel? Homem simples, muito inteligente, sensível, honesto e orgulhoso. Espírito irrequieto e criativo era católico de berço. Hoje é conhecido como o Grande Apóstolo do Espiritismo no Brasil. Página 3.

Infância e Juventude Nos anos da primeira infância quando a criança se apresenta ávida por conhecimento, seu pequeno coração mostra a terra mais fértil para o plantio da sementinha Divina. Página 5.

Assunto em FamíliaQuando realmente conseguirmos realizar o AMOR com letras maiúsculas, não será mais necessária a tolerância, uma virtude não virtuosa, e compreensão, apenas aceitação e respeito ao outro tal qual ele se apresenta. Página 6.

O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual. Se queremos verdadeiramente nos melhorar, submetamos nossos atos ao autoexame,

arrancando assim as más tendências do nosso íntimo do mesmo modo como se arrancam as ervas daninhas do jardim. Página 4

Matéria Especial A esperança vem sendo cultivada em nós ao longo de várias existências, no desenvolvimento paulatino das virtudes, nas experiências e nos aprendizados adquiridos ante a dor e o suor do trabalho edificante. Página 7.

Crônica EspíritaSomos espíritos em evolução. Temos muito ainda a aprender, resgatar e melhorar. Temos inumeráveis defeitos. Só que fomos criados por Deus, temos a chama divina dentro de nós. Ele nos fez capazes do reconhecimento, da gratidão. Página 6.

Matéria DoutrináriaDiscute-se muito qual o conceito de vida, seu valor, sua importância, direitos e poderes sobre ela. Paralelamente, chocam atitudes de descuido, desrespeito e a banalização com que a vida vem sendo tratada. Página 8.

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palestras educaçãofilantropia doutrina

Torne-se coparticipante do Instituto Espírita de Educação

e ajude na formação de muitas pessoas e

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SugESTão DE LEITuRA

Rumo ao Novo AnoNo início de cada ano temos a oportunidade de fazermos um balanço do ano que se passou, do que conseguimos e conquistamos, mas também sempre é um momento de grandes expectativas e de traçar novos projetos e metas.

Essas metas, certamente, são sempre boas independente do que vai acontecer em relação à elas durante o ano. Se não cumpridas, como muitas vezes acontece, servem de experiência para os próximos anos, pois provavelmente voltarão a aparecer em nossas vidas. Porém se tivermos ao menos feito uma parte delas, já teremos dado inicio o que nos ajudará no atingimento do objetivo pretendido, na próxima tentativa.

A nossa evolução não acontece rapidamente, pois que é a soma de pequenas mudanças, ou as vezes, de pequenas partes destas mudanças. Por isso devemos estar sempre tentando nos melhorar e evoluir, pois mesmo que não alcancemos o objetivo esperado, com certeza atingiremos um patamar acima do que estávamos e cada passo será importante em nossa caminhada.

Vale sempre lembrar que somos seres imortais e que ainda nos faltam muitas e muitas temporadas na terra e no plano espiritual, até chegarmos a espíritos puros. Portanto, não devemos ter pressa e sim, boas intenções e direção certa aos nossos objetivos.

Para traçarmos bons objetivos, precisamos nos conhecer e entender a realidade em que estamos inseridos. Uma boa alternativa para adquirir estes conhecimentos é estudar o evangelho, nos aprofundarmos nos exemplos de Jesus que nos foram passados e tentarmos praticá-los em nosso dia a dia. O IEE, como uma casa de acolhimento e aprendizado, colabora com este processo oferecendo cursos de Introdução ao Espiritismo e um grupo de Estudos do Evangelho. Vale à pena conhecer e quem sabe a busca desse autoconhecimento não comece por ai.

Desejamos a todos um excelente 2018, repleto de paz, saúde e autoconhecimento. Que venha mais um grande ano em nossas vidas!

Mauricio Romão

Uma publicação bimestral: IEE - Instituto Espírita de Educação Tiragem: 1.000 exemplares - Endereço: Rua Prof. Atílio Innocenti, 669 - Itaim Bibi - São Paulo - SP - Tel: 11 3167 6333 - Site: www.ieesp.org.br - Equipe editorial: Diretoria executiva do IEE - Diagramação: José Luiz Mendieta e Sandra Alves

EXPEDIENTE

APoIo

EDIToRIAL

NoTÍCIAS Do IEE

Entusiasmado e amando a Doutrina Espírita, Cairbar Schutel foi parar no jornalismo e no panfletarismo. Através dos panfletos rebatia os ataques feitos ao Espiritismo,

e seu dinamismo o levou do jornalismo para os livros. Em estilo claro e simples, leve, escrevia para o povo, para gente simples e humilde. Por outro lado, o conteúdo era de extraordinária coerência com as obras da codificação, esclarecendo a todos. Entre livros e opúsculos escreveu quinze volumes, alguns dos quais citaremos adiante:

• “Espiritismo e Protestantismo”, lançado em setembro de 1911, resultado de uma polêmica entre Cairbar e o protestante Faustino Ribeiro Júnior. • “O Diabo e a Igreja”, também resposta a uma polêmica onde dois reverendos atacavam o Espiritismo. • “Espiritismos para crianças”, muito interessante. • “Médiuns e Mediunidade”, uma espécie de resumo do “Livro

dos Médiuns”. • “Gênese da Alma”, opúsculo no qual ele defende o evolucionismo anímico, muito interessante e esclarecedor. • “Parábolas e Ensinos de Jesus”, no qual procura fazer uma interpretação judiciosa dos ensinos e das parábolas de Jesus.• “O Espírito do Cristianismo”, livro escrito em 1930 e dedicado aos pais, aos amigos e a Gabriel Delanne. • “Vida e Atos dos Apóstolos” sai em 1933, é uma obra didática, onde o autor busca estudar a ação grandiosa e difícil dos apóstolos à luz do Espiritismo. Além dos títulos mencionados, Cairbar deu início também à “Revista Internacional do Espiritismo”, cujo primeiro número foi publicado em 15 de janeiro de 1925, e ao jornal “O Clarim”, ambos circulando até hoje. Vale muito a pena conhecer os escritos de Cairbar e ler sua biografia.

CONFRATERNIZAÇÃO DE FIM DE ANO - A tradicional confraternização aconteceu na manhã de sábado do dia 25 de novembro. O evento foi aberto pela Presidente do Conselho, Helga Doin Vieira. Em seguida, o Coral Interlúdio do Grupo Espírita Batuira, sob a regência da maestrina Eliana Galassi, apresentou uma seleção musical variada e contou com a participação especial das crianças da Evangelização do IEE, apresentando juntos uma canção natalina. Na sequência, as crianças encenaram uma linda estória, trazendo uma mensagem de amor, fé e esperança. Ainda no auditório, a Diretora da Área Doutrinária Wilma Badan emocionou a todos com uma homenagem ao funcionário Veriano, pelos 15 anos de trabalho e dedicação. Wilma fez a entrega de uma placa simbolizando o apreço e gratidão que todos temos por ele, além de um vale presente. Finalizando as apresentações, o Presidente da Diretoria, Maurício Romão, fez agradecimentos a todos os trabalhadores, elencando as principais realizações do ano de 2017.

FESTA DE ENTREGA DAS SACOLINHAS DE NATAL NO IEE - No dia 10 de dezembro, as oitenta e cinco alunas do Curso para Gestantes de 2017 juntamente com seus filhos foram recepcionadas pelo grupo de voluntários e pelo Papai Noel, que promoveram a todos horas agradáveis, com serviço de lanches e entretenimento para as crianças. A festa teve seu momento especial quando as crianças cantaram “parabéns a você”, pela passagem do aniversário de Jesus. E finalizando a festa, o Papai Noel e os voluntários fizeram a entrega das 165 sacolinhas recheadas de presentes às crianças.

PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES PARA 2017 - As atividades de palestras, passes e atendimento fraterno retornaram no dia 8 de janeiro. A programação completa dos cursos terá início na última semana de fevereiro, a partir do dia 26. As datas de início para cada curso das áreas Doutrinária, Educacional e Filantrópica já se encontram no mural do térreo. Que tenhamos todos um feliz reinício nas atividades, continuando a semear o bem e o amor!

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Valéria Steagall Gertsenchtein

3CoNhECENDo CAIRBAR SChuTEL

Cairbar Schutel

3Jan/Fev 2018

Falar sobre Cairbar Schutel nos toca profundamente por ter sido ele, em nossa história, uma figura familiar, de referência.

Foi um dos professores de nosso pai, no estudo do espiritismo. Diuturnamente era citado nas ocorrências familiares, como modelo a ser seguido.

Na nossa infância, nas aulas de “Catecismo” (moral cristã) eram usados os livros de Caibar “Vida e Atos dos Apóstolos” e “Parábolas e Ensinos de Jesus”.

Mas quem foi Cairbar de Souza Schutel?

Homem simples, muito inteligente, sensível, honesto e orgulhoso.

Nasceu em 22 de setembro de 1868 na cidade do Rio de Janeiro, filho de Anthero de Souza Schutel e dona Rita Tavares Schutel. Seu desencarne se deu na cidade de Matão em 30 de janeiro de 1938.

Teve infância sofrida com problemas e privações. Aos nove anos ficou órfão de pai e seis meses depois perdeu a mãe, que morreu no parto do seu único irmão, que também veio a falecer quatro anos depois.

Seu avô Dr. Henrique Schutel médico, adotou-o e o colocou no “Imperial Colégio de D. Pedro II”, onde Cairbar estudou até o segundo ano.

Espírito irrequieto e criativo perdeu tempo com maus colegas e péssimos amigos. Aí ele abandonou a escola, e deixando a casa do avô, passou a trabalhar numa farmácia de manhã à noite.

Aos 17 anos já era um “farmacêu-tico prático”.

Era jovem, em fase de desenvolvimento físico e pela vida boêmia, acabou ficando anêmico e debilitado do pulmão. Aconselhado a sair do Rio, resolveu ir para o interior de São Paulo.

Na estação D. Pedro II com apenas um baú, despediu-se do avô e seguiu para São Paulo. Chegando a São Paulo, meio sem saber para onde ir pegou o mapa e seguiu de trem, até o fim da linha que era a cidade de Araraquara.

Rodou muito, sempre trabalhando em farmácias por Piracicaba, Itápolis e acabou em Araraquara.

Católico de berço era amigo íntimo do vigário. Decidiu buscar um lugar mais próximo à natureza,

e, em 25 de março de 1895 chega a “Vila do Senhor Bom Jesus dos Palmeiras de Matão”, depois município de Matão.

Em Matão, Caibar foi político: Primeiro Intendente do Município por dois períodos.

Abriu sua farmácia que se tornou o ponto alto da cidade, ponto de encontro das autoridades.

Casou-se com dona Maria Elvira da Silva (Mariquinha), porém não tiveram filhos.

Durante o sono físico começou a ter contato, em aparições tímidas, com os pais. Isso o deixou intrigado e ele queria saber mais.

Em 1904 descobriu que Quintiliano Alves e Calixto Prado faziam “sessões espíritas” com tiptologia (por pancadas).

Muito atento imaginou que algo inteligente havia atrás disso e quando ganhou de um caixeiro viajante a revista “O Reformador”, leu toda a revista e no dia seguinte, pelo correio, pediu as obras da Codificação, onde passou a estudar arduamente o Espiritismo.

Deixou uma obra que permanece até hoje, começou com a fundação do Centro Espírita “Amantes da Pobreza” em 15 de julho de 1905; em 15 de agosto de 1905 fundou o jornal “O Clarim” e em 15 de fevereiro de 1925 lançou “ A Revista Internacional do Espiritismo”.

Foi cognominado “O Pai dos Pobres”, teve a coragem de enfrentar as mudanças, renovar caminhos, libertar-se agindo em defesa dos seus ideais e dos do seu próximo. Em Matão, há o que poderíamos chamar um “Museu do Caibar” com tudo o que pertenceu a ele, e que vale a pena conhecer. Desde móveis da casa até o maquinário usado na gráfica que ele montou.

O verdadeiro missionário se reconhece por caracteres mais sérios e exclusivamente morais (Evangelho Segundo o Espiritismo cap. XXI, item 5), Cairbar foi um autodidata, recomendou o estudo sério do Espiritismo como caminho de renovação.

Faleceu aos 70 anos, e curiosamente no seu velório, através do médium Dr. Urbano de Assis Xavier, deu uma comunicação extraordinária, falando com os companheiros que ficaram, estimulando-os, a cada um, nominalmente, a continuar o trabalho nesta Seara Bendita, o Espiritismo, sempre com vistas à caridade e ao bem comum.

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Julia Nezu

A vida na Terra se desenvolve por meio de uma reciclagem constante. Os elementos são continuamente recriados a partir dos átomos que circulam em cadeias biogeoquímicas. Morte, destruição e decomposição são partes de um ciclo que possibilita novas estruturações.

Ciclos biogeoquímicos são caminhos para o transporte e transformação da matéria dentro de quatro áreas categóricas que compõem o planeta Terra (biosfera, hidrosfera, litosfera e atmosfera).

Tudo na natureza recicla. Nascemos, crescemos, morremos e renascemos — é a lei divina da natureza. Assim é a reencarnação.

Atitudes trAnsformAdorAs

“Ideia, verbo e atitude exprimem resoluções de nossas almas, a frutificarem bênçãos de alegria ou lições de reajuste no próprio íntimo. Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...” (André Luiz, psicografia de Chico Xavier)

O dia começa e termina, assim também a semana, o mês, o ano. Santo Agostinho, em O Livro dos Espíritos, nas questões 919 e 919-a, recomenda uma análise diária das ações do dia, subsídios desafiadores para a nossa reformulação interior.

Questão 919: Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?

Resposta: Um sábio da Antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”.

Na questão seguinte, 919-a, o próprio Santo Agostinho oferece alguns meios pelos quais pode o homem conhecer a si mesmo e alcançar a transformação moral, baseando-se no que ele próprio fazia quando na Terra. No fim de cada dia, interrogava a sua consciência, passando em revista o que havia feito, e perguntava a si mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para dele se queixar. Fazendo disso

um hábito, Santo Agostinho logrou o autoconhecimento, identificando fraquezas e defeitos os quais deveria combater. Ao rever todas as ações praticadas ao longo do dia, perguntava-se o que fizera de bem ou de mal e pedia a Deus e a seu anjo guardião que o esclarecessem.

Assim façamos também nós a busca do autoaperfeiçoamento e estejamos certos de que seremos igualmente assistidos. Indaguemos a nós mesmos sobre as ações praticadas e o móvel das nossas intenções; se fizemos alguma coisa que censuraríamos nos outros ou algo que não ousaríamos confessar. E ainda, façamos a pergunta que Santo Agostinho também fazia: “Se Deus resolvesse chamar-me neste momento, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, teria eu de temer o olhar de alguém?”

Por fim, examinemos se, entre os nossos atos, não houve um sequer que atentasse contra Deus, contra o nosso próximo ou contra nós mesmos! As respostas serão motivo de repouso para nossa consciência ou indicarão um mal que deve ser reparado?

E se há dúvidas quanto ao valor de uma ação nossa, indaguemos à própria consciência como a qualificaríamos se praticada por outra pessoa. Se a censurarmos no outro, não será menos censurada em nós mesmos, porque Deus não usa de duas medidas para exercer sua Justiça.

Procuremos saber o que pensam os outros, especialmente os nossos inimigos, porque estes não têm interesse algum em disfarçar a verdade. E geralmente Deus os coloca ao nosso lado como um espelho justamente para nos advertirem com mais franqueza do que o faria um amigo. O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual. Se queremos verdadeiramente nos melhorar, submetamos nossos atos ao autoexame, arrancando assim as más tendências do nosso íntimo do mesmo modo como se arrancam as ervas daninhas do jardim.

Recomenda, ainda, Santo Agostinho: Formulai perguntas claras e precisas e não temais multiplicá-las: pode-se muito bem consagrar alguns minutos à conquista da felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias para ajuntar o que vos dê repouso na velhice? Esse repouso não é o objeto de todos os vossos desejos, o alvo que vos permite sofrer as fadigas e as privações passageiras? Pois bem: o que é esse repouso de alguns dias, perturbado pelas enfermidades do corpo, ao lado daquilo que aguarda o homem de bem? Isto não vale a pena de alguns esforços?

Criamos expectativas de iniciar pro-jetos novos a cada início de semana, de mês e de ano, pois é da natureza humana a necessidade de renovação e de progresso. A nossa vida atual é se-

MATÉRIA DE CAPAJornal IEE

Resoluções de Ano Novoguramente conseqüências de nossas ações e pensamentos que cultivamos nesta vida ou trazemos de outras vidas. Somos viajores do tempo e construto-res do nosso próprio destino.

Podemos reavaliar-nos constante-mente e a cada dia, semana ou ano novo. Será sempre incentivo para refletir as orientações deixadas por Santo Agostinho, acima transcritas de O Livro dos Espíritos. O início de um novo ano sempre é momento para to-mar novas resoluções.

orAção no Ano novo (*)

Senhor Jesus!

Ante as promessas do ano que se inicia, não nos permitas que esqueçamos aqueles com quem nos honraste o caminho iluminativo:

As mães solteiras, desesperadas, a quem prometemos o pão do entendimento;

... As crianças delinquentes que nos buscaram com a mente em desalinho;

... Os calcetas que, vencidos em si mesmos, nos feriram e retornaram às nossas portas;

... Os enfermos solitários, que nos fitaram, confiantes em nosso auxílio;

... Os esfaimados e desnudos que chegaram até nossas parcas provisões;

... Os mutilados e tristes, ignorantes e analfabetos, que nos visitaram, recordando-nos de Ti...

Sabemos Senhor, o pouco valor que temos, identificamos-nos com o que possuímos intimamente, mas, Contigo, tudo podemos e fazemos. Ajuda-nos a manter o compromisso de amar-Te, amando neles toda a família universal em cujos braços renascemos.

(*) Florações Evangélicas. Pelo espírito Joanna De

Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco.

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Equipe da Educação Espírita para Infância

EVANgELho PARA CRIANçAS

Vamos colorir a sementinha?!?

Susana Wojcik

o Poder da Sementinha Primeiro me disseram: “Chegou a hora de você voltar para a Terra!”

Eu logo vibrei de alegria, pois já acompanhava aquele casal há um tempo e não via a hora de reencarnar como seu filho!

Antes de chegar, desde o útero de minha querida mamãe, eu já podia ouvir aquelas músicas que tão suavemente falavam sobre Deus, sobre felicidade, e sobre a bondade Divina. Era mais ou menos assim: “Deus é bom pra mim, Deus é bom pra mim, contente estou, caminhando eu vou, Deus é bom pra mim”. Que alegria, pensava eu. Nem nasci ainda e minha nova mamãe já me embala aos sons destas manhãs de sábado!

Logo chegou meu nascimento e os primeiros meses de vida. Mal abri os olhos e quando me dei conta, já havia se passado dois anos! Estava pronto para meu primeiro

dia de Evangelização Infantil naquele lugar que papai chamava de “Escolinha do Bem”.

“Olá Henrique! Seja bem-vindo!” Disseram as tias da Evangelização. Papai e mamãe ficaram comigo durante toda a aulinha, bem eu sei que tinham mais apego a mim do que eu a eles, mas ah! Se eles soubessem! Se eles soubessem que era ali, naquele ambiente propício, que os mentores espirituais se

aproveitavam para transmitir a eles e a mim, todos os ensinamentos e bênçãos que necessitávamos para o resto da semana!

E assim seguíamos a cada sábado, recebendo uma palavra do Evangelho aqui, aprendendo uma prece lá, entendendo a reencarnação e a importância da família!

Foram ali, nos meus anos de infância, que a semente Divina foi plantada

em meu ser. Plantio este que só vim perceber há pouco tempo, no auge de minha adolescência, quando a confusão hormonal se choca com a pressão que a sociedade faz sobre nós, para escolhas que nem sempre são o melhor caminho. E são durante estes momentos mais difíceis de minha vida terrena, que elevo o pensamento aos céus e digo: “Obrigado meu Deus pelo poder da sementinha em mim plantada!”

A nossa casa espírita, o IEE, oferece aos sábados pela manhã um trabalho de Evangelização Espírita Infantil para crianças de 2 a 12 anos. Seguimos rumo ao oitavo ano de trabalho e aguardamos a presença das crianças para que neste ano de 2018, assim como o Henrique de nossa fábula, elas também possam receber os ensinamentos voltados à família e à criança, em nossas prazerosas manhãs de sábado.

5Jan/Fev 2018INFÂNCIA E JuVENTuDE

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Moema Melani

6Jornal IEE ASSuNTo EM FAMÍLIA

Praticando a tolerância Desde meus remotos tempos de Evangelizadora, adolescente ainda, incomodava a minha compreensão essa palavra “tolerância”. Dei muitas aulas, na certeza de estar ensinando moral cristã, sobre o tema TOLERÂNCIA. O programa precisava ser cumprido.

Mesmo dedicando obediência aos mais velhos, mais sábios, na minha rebeldia de adolescente, teimava em ficar incomodada com essa palavra: TOLERÂNCIA. Pensava: o que é ser tolerante? E, o que me vinha a mente era: aguentar uma pessoa, fazer de conta que gosto, mas não gosto, conviver com ela apesar do olhar de incompreensão.

Durante a juventude um pouco mais amadurecida, estudando, aprendendo, analisando como queria Kardec, iniciei um processo de perceber o quanto ser tolerante com o próximo tinha a ver com um sentimento de superioridade que

dormita dentro de cada um de nós.

Comecei a perceber a tolerância como uma virtude não virtuosa, necessária em determinado momento de nossa caminhada, rumo à perfeição, quando ainda não estamos preparados para amar e só conseguimos tolerar.

Misturamos tolerância com solidariedade e partimos em busca da caridade, daquele amor verdadeiro, meta instituída pelo

Criador para cada uma de suas criaturas.

Daí o amigo que, neste espaço me ouve em palavras, pode perguntar: mas, e agora? Aceitou melhor essa palavra? Ainda não, mas convivo com ela sem muita briga.

Estamos a caminho da perfeição e esta deve ser nossa meta constante.

Para tanto, precisamos analisar nossos conceitos cristalizados em ações, advindas do sentimento de egoísmo e de orgulho, onde o outro para nós ainda é objeto de satisfação das necessidades, incluindo a satisfação de fazer caridade.

Vimos de várias e várias encarnações, em tentativas frustradas de aprender a amar. Já tentamos bastante, será que a hora não é de realizar?

CRôNICA ESPÍRITA

Claudete Madalozzo

Ao procurar no dicionário o significado de Gratidão, deparei-me com: “é um sentimento de reconhecimento, uma emoção por saber que uma pessoa fez uma boa ação, um auxílio, em favor de outra.”

Mas, por que será que temos tanta dificuldade em lembrarmos de agradecer? Por que será que precisamos ouvir repetidamente sobre a importância de sermos gratos?

Talvez pela nossa famosa característica em nos prendermos ao que é negativo, ao que deu errado. Basta perceber o quanto uma crítica é sentida e analisada, e o quanto temos dificuldade em receber um elogio, aceitar que somos bons ou que recebemos algo positivo de alguém. Parece complicado dizer simplesmente “obrigado”.

Somos espíritos em evolução. Temos

muito ainda a aprender, resgatar e melhorar. Temos inumeráveis defeitos. Só que fomos criados por Deus, temos a chama divina dentro de nós. Ele nos fez capazes. Ele nos dá “n” chances para aprendermos com nossos erros. Ele não se cansa de ensinar. E com toda sua didática, sempre tem alternativas de como melhor tocar aquele determinado aluno: repetindo a lição incansavelmente, usando

leituras, músicas, frases e pessoas; desencarnando e reencarnando.

Que tal deixarmos de listar apenas o que ainda não conseguimos e agradecer a Deus e a quem está ao nosso redor, por tudo que recebemos? A sensação do sol em nossa pele aquecendo nosso corpo, o respirar mais levemente quando a chuva vem, o colorido das flores no meio de uma avenida movimentada e poluída. Tudo isto não nos traz um sentimento de bem estar e de alegria, não parecem nos restaurar? É Deus nos dando um “oi”, reafirmando que está sempre perto.

Ao chegar em casa e ela estar limpa, com aquele cheirinho de comida indescritível, com água quente no chuveiro, não é reconfortante? Lembramos de agradecer aos pais, companheiros (as), ajudantes? Ou

simplesmente passamos batido?

Vamos ser gratos a nossos pais, que permitiram que reencarnássemos, que tivéssemos a chance de corrigir erros pretéritos.

Vamos agradecer às dificuldades que precisamos enfrentar, pois nos servem de aprendizado. São as provas, nem sempre fáceis, que forçam nosso espírito a colocar em prática tudo que aprendeu em suas idas e vindas.

Agradecer a nosso trabalho. Que permite nossa subsistência enquanto aqui estivermos; que nos ajuda a melhorar a qualidade de vida tanto nossa como daqueles de nossa convivência.

E, acima de tudo, agradecer a Deus que sempre nos perdoa, ama e acolhe. Que nunca nos desampara, respeitando sempre nosso livre arbítrio.

gratidão

Quando falamos em tolerância, será que não existe algo não dito, mas sentido, em conteúdos subliminares que dão respaldo ao orgulho? Que tal partirmos todos nós, e aí, eu me incluo totalmente, na realização do AMOR com letras maiúsculas? Podemos começar pelo exercício da convivência sem preconceitos, apenas o conviver.

Em família primeiramente, nossa maior oficina de trabalho conosco mesmo e espaço de convivência que merece uma atenção especial. Mas, também em nossos empregos, em nossas casas espíritas, nos trabalhos aos quais voluntariamente nos dedicamos, enfim na vida.

Conviver em espaços mais preparados para o amor, onde não seja necessária a tolerância e compreensão, apenas aceitação e respeito ao outro tal qual ele se apresenta. Vamos realizar?

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ATENDIMENTo FRATERNoDIA hoRA oBJETIVo / TEMA

2a. e 5a.feira 19:30

O Atendimento Fraterno presta-se a receber todos que buscam na Doutrina Espírita o abrigo para as suas questões existenciais.4a.feira 12:00

PRogRAMAção

MENSAgENS DE AMIgoS

As palavras têm vibrações assim como as músicas, os cânticos e as rimas.

As repetições do tom entoado geram a vibração do ambiente e, sendo assim, o tipo de música que você escuta, canta e que prevalece em seu lar, contribui também para o tipo de sintonia que ali se instalará.

Desde os primórdios da Terra, tribos antigas, aborígenes, indígenas já o sabiam e praticavam. As terapias vibracionais se utilizam deste recurso e você também pode apropriar-se dessa ferramenta para elevar a sua vibração e do ambiente ao seu redor.

Um amigo

Imersos na realidade da Terra e da vida na matéria, muitos perdem a esperança. Desejam ver o mundo evoluir tão logo do planeta de expiações, e desacreditam na realidade desse movimento, diante de tamanha quantidade de notícias bárbaras que

espalham o pessimismo.

Saibam irmãos que a fé faz parte da trajetória de evolução. A confiança, dado o conhecimento que deténs, é fundamental e deve ser mantida.

A evolução é um movimento de séculos e será observada no tempo de Deus e não no tempo dos homens, pois este Reino pertence a esferas muito maiores e gira em um relógio cujo tempo não se mede em horas, dias ou anos.Tenha fé que a evolução se faz presente e já está em curso.

Contribui com tuas boas vibrações,

atos de amor, caridade e humildade, espalhando o exemplo de Cristo por onde passares. Faz assim a tua parte, mantendo dessa forma o ciclo de evolução em andamento.

Teus amigos do Lar.

Nada que é hoje, assim deverá ser para sempre. A todo segundo, minuto, hora, dia, mês e ano, ocorre a chance do recomeço, da reinvenção, do acerto, do perdão, da renovação. Não desperdices tempo olhando ou lastimando demasiadamente o passado, pois nada podes fazer para alterá-lo. Aprende sim, com o que se foi, mas não sofras ou se prendas ao que não retorna jamais.

Muda agora, daqui para frente, os próximos anos, décadas e séculos. Planta o futuro que desejas colher e cultiva aqueles que desejas levar contigo.

Mensagens recebidas durante os trabalhos do grupo de Atendimento Espiritual

PALESTRAS E PASSESDATA TEMA

SEGUNDAS-FEIRAS - 20 h 08 Jan Resoluções de Ano Novo15 Jan Conceito Espírita de Deus22 Jan Em busca da evolução29 Jan O Cristo Consolador05 Fev Pluralidade dos Mundos Habitados12 Fev Feriado Carnaval (IEE fechado)19 Fev A Arte e a Vida26 Fev Perdoar é esquecer?

QUARtAS-FEIRAS - 12 h10 Jan A Esperança nos novos dias17 Jan Valorização da vida24 Jan Espiritismo e Jesus31 Jan Comunicabilidade dos Espíritos07 Fev Sem medo de Ser Feliz14 Fev Reencarnação: Manifestação da Justica Divina21 Fev Orgulho, Hipocrisia e Egoísmo28 Fev O que é o Espiritismo

QUINtAS-FEIRAS - 20 h11 Jan Trabalho e Evolução18 Jan O Cultivo da Gratidão25 Jan Feriado Aniversário de São Paulo (IEE fechado)01 Fev As bases do Espiritismo08 Fev Indulgência15 Fev Progredir e Melhorar22 Fev Diferenças não são defeitos

SábADo - 10 h13 Jan Parábola do Semeador20 Jan Parábola do Mau Rico27 Jan Justiça das Aflições03 Fev O silêncio e o tempo10 Fev Feriado Carnaval (IEE fechado)17 Fev "...que atire a primeira pedra"24 Fev Falsos Cristos e Falsos Profetas

CuRSoSÁreA doutrinÁriA

4a.feira15 e 20:00 Básico de Espiritismo15 e 20:00 Educação Mediúnica I e II

18:50 Obras de Joanna de Ângelis

5a.feira18:50 Evangelho Segundo

o Espiritismo20:00 Educação Mediúnica II20:00 Básico de Espiritismo

Sáb. 10:00 Educ. Espírita para Infância

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ÁreA eduCACionAL

2a.feira17:00 Inglês Básico18:45 Inglês (Básico-Interm.- Avanç.)18:45 Inglês conversação

3a.feira 19:30 Espanhol (Básico I e II) 19:30 Curso de Excel

5a.feira 19:45 Informática - Internet

3a, 4ª, 5ª 14:30 Alfabetização para adultos - Oficina de leitura e escrita

Sáb. 10:00 Informática básicaÁreA fiLAntrópiCA

3a. e 5a.feira 14:30

Oficina de artesanatoOfic. de costura, tricô e crochê

4a.feira 15:00 Curso para Gestantes

Glaucia Facciola

Cultivo da Esperança

MATÉRIA ESPECIAL

Segundo a mitologia grega, Pandora era uma princesa que recebeu de presente uma caixa misteriosa com a condição de que jamais fosse aberta. Vencida pela curiosidade, Pandora ergueu a tampa para dar uma espiada e acabou liberando todos os males do mundo: o egoísmo, o orgulho, a vaidade etc... Porém, um deus compadecido permitiu que a caixa fosse fechada a tempo de prender o único antídoto que tornava suportável a existência na Terra: a esperança!

Com essa pequena estória buscamos subsídios em uma das mais grandiosas obras da literatura espírita “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, resultado da parceria Humberto de Campos/ Chico Xavier, a qual nos afirma que Jesus transportou da Palestina para o nosso Brasil toda a riqueza do Seu Evangelho. Seria merecimento nosso? Privilégio? Não! Uma árdua e nobre missão que nos foi confiada: aprender, vivenciar e divulgar os ensinamentos de Jesus.

Um país de natureza exuberante, desprovido de grandes catástrofes naturais, com um povo sentimental, solidário e amigo, seria o responsável

pelo cultivo da árvore do Evangelho em terras brasileiras. Infelizmente nesse nosso último ano fomos atingidos por notícias avassaladoras no âmbito polí-tico, econômico e social. Um sentimento de desesperança, derrota e decepções nos levaram a questionamentos diversos. Continuaríamos a ser ou não a Pátria do Evangelho? Estariam decepcionados conosco Ismael, Humberto de Campos e Chico Xavier?

Não temos uma resposta pronta, mas contamos com uma Doutrina que acalenta e que esclarece, que acima de tudo não para no tempo nos instigando a refletir frente as adversidades do mundo.

Espíritos Superiores não se decepcio-nam porque sabem perfeitamente que

estamos de acordo com o nosso nível evolutivo, que erramos muito, mas que temos a chance de reparar esses erros, se não no momento atual, numa próxima existência beneficiados pela benção de uma nova encarnação. Eles cultivam a esperança em nós, a capacidade de esperar o nosso tempo. Não desistem de nós, confiam em nós, sabem que somos falíveis, mas que submetidos a imponente Lei de Evolução, atingiremos um dia a perfeição.

Essa esperança vem sendo cultivada em nós ao longo de várias existências, no desenvolvimento paulatino das virtudes, nas experiências e nos aprendizados adquiridos ante a dor e o suor do trabalho edificante. Começamos um novo ano! 2018 está aí teimando em nos mostrar que a esperança precisa continuar viva para não dar espaço a dor e ao medo. Só ela nos permite prosseguir convictos e serenos em nossa trajetória evolutiva.

Vislumbremos um porvir melhor, façamos boas escolhas, superemos novos desafios, aceitemos as provas difíceis, procuremos construir um mundo melhor, afinal: “Esperança é uma semente que Deus planta em nosso coração para nos dizer: Vai dar certo! (ditado popular).”

Page 8: Resoluções de Ano Novo - ieesp.org.brieesp.org.br/wp-content/uploads/2017/12/Jornal-IEE-Jan-Fev-2018... · • “Médiuns e Mediunidade ... Wilma Badan emocionou a todos com uma

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APoIo

Valorização da VidaInúmeras questões relacionadas à valorização da vida estão no centro das atenções. Tema abrangente e complexo trata de situações que afetam a sua preservação e estão presentes em todas as sociedades.

Discute-se muito qual o conceito de vida, seu valor, sua importância, direitos e poderes sobre ela. Paralelamente, chocam atitudes de descuido, desrespeito e a banalização com que a vida vem sendo tratada.

Presenciamos movimentos empenhados em preservar a vida, como também inúmeras agressões que colocam em risco não só toda a vida, mas o viver. É um desafio analisar e compreender esse momento. Convite à reflexão.

Definirmos o sentido que é dado à vida e o sentido que a vida tem não é tarefa fácil ou simples. Como entender atitudes e comportamentos que mostram uma inquietante falta de percepção e indiferença no que se refere às ações que prejudicam a vida no mundo?

Essa realidade reflete um modelo de visão de mundo que influencia os padrões e valores da sociedade: como ser, agir e viver. É o paradigma vigente.

Predomínio da valorização do crescimento material, das conquistas externas e imediatas sem percepção clara das consequências, apesar da existência de movimentos contrários a esses valores.

Para muitos o sentido da vida pode estar depositado em bens efêmeros que se modificam e se perdem (poder, riqueza, sucesso, beleza...).

A vida pode facilmente se tornar sem sentido e valor quando esses bens são perdidos e quando existe muito sofrimento sem percepção de suas causas. Muitos acabam fugindo da realidade, através de comportamentos e atitudes que a colocam em risco. Muitos desistem dela. Outros podem ficar indiferentes a todo e qualquer tipo de vida.

Essa perda de sentido da vida e do que é essencial, tem a ver com a falta de conexão com a realidade espiritual e com Deus e de uma consciência pouco desenvolvida no que se refere a outras realidades que transcendem essa existência. A percepção em relação à essência e ao valor da vida ficam prejudicadas motivando desamor e desvalorização do viver.

Como lidar com essa realidade? Ressignificar a visão e os valores de vida pode ser um caminho. Novos direcionamentos que ampliem a consciência e dê outros sentidos ao viver.

A Doutrina Espírita traz conhecimentos que auxiliam a compreensão do propósito da vida e a necessidade de alinhamento com a realidade espiritual. Para o Espiritismo o conceito de vida é amplo e não se restringe a vida biológica e corporal.

A vida, criação divina é a essência do Universo. Dinâmica, está sempre se renovando, se transformando. Todos os seres vivos integram e participam da rede de interações que sustentam e harmonizam o Universo. O Espírito é parte desse sistema universal. Lenta e gradualmente vai se apropriando da percepção da sua realidade imortal, do sentido e propósito da vida em sua plenitude.

A consciência que o Espírito tem da vida passa por inúmeras transformações. A sua trajetória é um caminho construído livremente e o leva a interagir de forma consciente e consequente consigo mesmo, com o outro, com a natureza e com Deus. Tende a se conscientizar de que nessa trajetória enfrentará

8Jornal IEE MATÉRIA DouTRINÁRIA

Maria Luiza Zilio Ferreira

Jan/Fev 2018

situações difíceis, de sofrimento e de doenças, mas passageiras e temporárias.

Em cada fase o Espírito age conforme o seu nível de entendimento. Inicialmente adormecida a consciência desperta aos poucos. O sentido da vida se modifica. De visão restrita e equivocada amplia-se para uma percepção mais elevada em que a vida torna-se o bem maior.

É momento para investir em novas propostas de vida, novos caminhos e soluções com conhecimento de causa.

A busca é pelo progresso espiritual e desenvolvimento da consciência plena para que a valorização e o amor em relação à vida predominem e se expandam.

Despertar a consciência significa apropriar-se do sentido da vida e ter percepção do bem maior e mais valioso de que somos dotados. Entender que tudo o que se refere à vida é supremo e deslumbrante. A missão do Espírito nessa engrenagem é cuidar, preservar e criar condições para que a vida de todos e tudo floresça. É participar conscientemente do projeto de Deus.

E para finalizar:

“Como pessoas dotadas de mente e consciência, nossa responsabilidade é encorajar a compreensão e reconhecimento da excelência do Espírito humano em todas as suas manifestações; é inspirar reverência e admiração pelo cosmos que produziu a vida e a consciência e oferece a possibilidade de sua continua evolução rumo a níveis cada vez mais elevados de discernimento, compreensão, amor e compaixão”. (Laszlo, E. - Macro transição).