resolução do conselho de ministros n.º 61-a/2015

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6222-(2) Diário da República, 1.ª série — N.º 162 — 20 de agosto de 2015 PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS Resolução do Conselho de Ministros n.º 61-A/2015 O Governo aprovou, através da Resolução do Con- selho de Ministros n.º 45/2011, de 10 de novembro, o Plano Estratégico dos Transportes (PET), para o horizonte 2011-2015. A sua aprovação ocorreu num contexto de enormes dificuldades para Portugal, em especial no sector público de transportes e infraestruturas, no qual se registavam défices crónicos avultados, um aumento galopante da dívida histórica e um volume significativo de encargos transferidos para as gerações futuras, relativos a contratos de parcerias público-privadas, que colocavam em risco a sua sustentabilidade para as finanças públicas e para os contribuintes Portugueses. Dando cumprimento ao estabelecido no PET, o Governo tem vindo a implementar um amplo programa de refor- mas, com objetivo de, entre outros aspetos, fazer face ao problema de (in)sustentabilidade financeira nas empresas públicas de transportes e de infraestruturas ferroviárias e rodoviárias, e de, também, aumentar a competitividade dos sectores marítimo-portuário, da logística e do sector aéreo e aeroportuário, críticos para a competitividade das exportações e turismo nacionais. Dando seguimento ao esforço de correção dos desequi- líbrios do sector e de definição criteriosa de prioridades, foi determinada, através do despacho do Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações n.º 11215-A/2013, de 27 de agosto, publicado no Diário da República, 2.ª série, de 29 de agosto, a criação de um grupo de trabalho com o objetivo de apresentar ao Governo as recomendações relativamente aos investi- mentos a realizar em infraestruturas de elevado valor acrescentado (GTIEVA). Com esta medida o Governo pretendeu assegurar uma adequada, criteriosa e consensual definição das priorida- des de investimento em infraestruturas que potenciem as capacidades do tecido empresarial português e que con- tribuam para um processo de ajustamento sustentado e competitivo, visando igualmente que os escassos recursos à disposição do país, designadamente os fundos europeus do novo quadro plurianual 2014-2020, sejam utilizados em verdadeiro investimento gerador de valor, que reduza os custos de contexto da nossa economia e, por essa via, estimule a empregabilidade e a competitividade da ativi- dade económica e do tecido empresarial português. O GTIEVA foi constituído por representantes de todos os principais agentes económicos e stakeholders públicos, incluindo académicos e elementos oriundos do sector dos transportes, infraestruturas e logística, detentores do me- lhor conhecimento das dificuldades e constrangimentos que as empresas enfrentam no dia-a-dia, bem como das necessidades que deverão ser supridas, por forma a melhor alavancar o desenvolvimento da nossa economia. O GTIEVA procedeu, ao longo de vários meses, ao le- vantamento dos principais constrangimentos deste sector e ao estabelecimento de critérios e prioridades de inter- venção que dessem cumprimento aos objetivos definidos pelo Governo. O relatório final foi apresentado em janeiro de 2014, tendo-se iniciado de imediato um processo de consulta pública relativo ao conteúdo e recomendações do mesmo, alargando assim o debate sobre o modelo de investimento e desenvolvimento das infraestruturas a toda a sociedade Portuguesa. Num esforço de reunir um forte consenso a nível nacio- nal, foram realizados debates em cada uma das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, decorre- ram reuniões no Ministério da Economia com todos os Partidos com assento parlamentar, foi realizada a audição parlamentar do GTIEVA pela Comissão de Economia e Obras Públicas da Assembleia da República, foram aco- lhidos mais de 400 contributos e foram recebidos mais de 1.200 participantes no total das diversas sessões públicas realizadas. Com base nas recomendações do GTIEVA e contributos oriundos do processo de consulta pública, o Governo apro- vou na generalidade, em reunião do Conselho de Ministros de 3 de abril de 2014, o Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas — PETI3+, assente em três objetivos estratégicos para o horizonte 2014-2020: a) Contribuir para o crescimento económico, apoiando as empresas portuguesas e a criação de emprego; b) Assegurar a competitividade do sector dos transportes e a sua sustentabilidade financeira para os contribuintes portugueses; c) Promover a coesão social e territorial, assegurando a mobilidade e acessibilidade de pessoas e bens em todo o país e a sustentabilidade ambiental. Neste contexto, o PETI3+ estabelece um conjunto de projetos prioritários de transportes e infraestruturas que totalizam 6.067 milhões de euros de investimento, concretizando a implementação progressiva das Redes Transeuropeias de Transportes, com especial enfoque nos sectores ferroviário e marítimo-portuário, críticos para o aumento da competitividade das exportações Portugue- sas para a Europa e resto do mundo, mobilizando para o efeito fontes de financiamento públicas, comunitárias e privadas. O PETI3+ estabelece, ainda, a continuação das re- formas estruturais a empreender neste sector, por forma a aumentar a sua competitividade, sustentabilidade e concorrência, bem como a criação de valor para a eco- nomia nacional. Ficou desde logo estabelecido que, sem prejuízo dos procedimentos de avaliação de impacto ambiental que incidirão, nos termos do Decreto-Lei n.º 151-B/2013 de 31 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 47/2014, de 24 de março, sobre os projetos que vierem a ser alvo de concretização, o PETI3+ seria naturalmente condicionado ao resultado de um processo de Avaliação Ambiental Es- tratégica (AAE), nos termos do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 5 de abril. O processo de AAE, conduzido pelo Laboratório Nacio- nal de Engenharia Civil (LNEC), foi entretanto concluído, tendo a redação final revista do PETI3+, incorporado os resultados da AAE. Assim: Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve: 1 — Aprovar a versão final revista do Plano Estraté- gico dos Transportes e Infraestruturas — PETI3+, para o horizonte 2014-2020, em anexo à presente resolução e que dela faz parte integrante, incorporando os resultados da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE).

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  • 6222-(2) Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015

    PRESIDNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

    Resoluo do Conselho de Ministros n. 61-A/2015O Governo aprovou, atravs da Resoluo do Con-

    selho de Ministros n. 45/2011, de 10 de novembro, o Plano Estratgico dos Transportes (PET), para o horizonte 2011 -2015.

    A sua aprovao ocorreu num contexto de enormes dificuldades para Portugal, em especial no sector pblico de transportes e infraestruturas, no qual se registavam dfices crnicos avultados, um aumento galopante da dvida histrica e um volume significativo de encargos transferidos para as geraes futuras, relativos a contratos de parcerias pblico -privadas, que colocavam em risco a sua sustentabilidade para as finanas pblicas e para os contribuintes Portugueses.

    Dando cumprimento ao estabelecido no PET, o Governo tem vindo a implementar um amplo programa de refor-mas, com objetivo de, entre outros aspetos, fazer face ao problema de (in)sustentabilidade financeira nas empresas pblicas de transportes e de infraestruturas ferrovirias e rodovirias, e de, tambm, aumentar a competitividade dos sectores martimo -porturio, da logstica e do sector areo e aeroporturio, crticos para a competitividade das exportaes e turismo nacionais.

    Dando seguimento ao esforo de correo dos desequi-lbrios do sector e de definio criteriosa de prioridades, foi determinada, atravs do despacho do Secretrio de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicaes n. 11215 -A/2013, de 27 de agosto, publicado no Dirio da Repblica, 2. srie, de 29 de agosto, a criao de um grupo de trabalho com o objetivo de apresentar ao Governo as recomendaes relativamente aos investi-mentos a realizar em infraestruturas de elevado valor acrescentado (GTIEVA).

    Com esta medida o Governo pretendeu assegurar uma adequada, criteriosa e consensual definio das priorida-des de investimento em infraestruturas que potenciem as capacidades do tecido empresarial portugus e que con-tribuam para um processo de ajustamento sustentado e competitivo, visando igualmente que os escassos recursos disposio do pas, designadamente os fundos europeus do novo quadro plurianual 2014 -2020, sejam utilizados em verdadeiro investimento gerador de valor, que reduza os custos de contexto da nossa economia e, por essa via, estimule a empregabilidade e a competitividade da ativi-dade econmica e do tecido empresarial portugus.

    O GTIEVA foi constitudo por representantes de todos os principais agentes econmicos e stakeholders pblicos, incluindo acadmicos e elementos oriundos do sector dos transportes, infraestruturas e logstica, detentores do me-lhor conhecimento das dificuldades e constrangimentos que as empresas enfrentam no dia -a -dia, bem como das necessidades que devero ser supridas, por forma a melhor alavancar o desenvolvimento da nossa economia.

    O GTIEVA procedeu, ao longo de vrios meses, ao le-vantamento dos principais constrangimentos deste sector e ao estabelecimento de critrios e prioridades de inter-veno que dessem cumprimento aos objetivos definidos pelo Governo.

    O relatrio final foi apresentado em janeiro de 2014, tendo -se iniciado de imediato um processo de consulta pblica relativo ao contedo e recomendaes do mesmo, alargando assim o debate sobre o modelo de investimento

    e desenvolvimento das infraestruturas a toda a sociedade Portuguesa.

    Num esforo de reunir um forte consenso a nvel nacio-nal, foram realizados debates em cada uma das Comisses de Coordenao e Desenvolvimento Regional, decorre-ram reunies no Ministrio da Economia com todos os Partidos com assento parlamentar, foi realizada a audio parlamentar do GTIEVA pela Comisso de Economia e Obras Pblicas da Assembleia da Repblica, foram aco-lhidos mais de 400 contributos e foram recebidos mais de 1.200 participantes no total das diversas sesses pblicas realizadas.

    Com base nas recomendaes do GTIEVA e contributos oriundos do processo de consulta pblica, o Governo apro-vou na generalidade, em reunio do Conselho de Ministros de 3 de abril de 2014, o Plano Estratgico dos Transportes e Infraestruturas PETI3+, assente em trs objetivos estratgicos para o horizonte 2014 -2020:

    a) Contribuir para o crescimento econmico, apoiando as empresas portuguesas e a criao de emprego;

    b) Assegurar a competitividade do sector dos transportes e a sua sustentabilidade financeira para os contribuintes portugueses;

    c) Promover a coeso social e territorial, assegurando a mobilidade e acessibilidade de pessoas e bens em todo o pas e a sustentabilidade ambiental.

    Neste contexto, o PETI3+ estabelece um conjunto de projetos prioritrios de transportes e infraestruturas que totalizam 6.067 milhes de euros de investimento, concretizando a implementao progressiva das Redes Transeuropeias de Transportes, com especial enfoque nos sectores ferrovirio e martimo -porturio, crticos para o aumento da competitividade das exportaes Portugue-sas para a Europa e resto do mundo, mobilizando para o efeito fontes de financiamento pblicas, comunitrias e privadas.

    O PETI3+ estabelece, ainda, a continuao das re-formas estruturais a empreender neste sector, por forma a aumentar a sua competitividade, sustentabilidade e concorrncia, bem como a criao de valor para a eco-nomia nacional.

    Ficou desde logo estabelecido que, sem prejuzo dos procedimentos de avaliao de impacto ambiental que incidiro, nos termos do Decreto -Lei n. 151 -B/2013 de 31 de outubro, alterado pelo Decreto -Lei n. 47/2014, de 24 de maro, sobre os projetos que vierem a ser alvo de concretizao, o PETI3+ seria naturalmente condicionado ao resultado de um processo de Avaliao Ambiental Es-tratgica (AAE), nos termos do Decreto -Lei n. 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto -Lei n. 58/2011, de 5 de abril.

    O processo de AAE, conduzido pelo Laboratrio Nacio-nal de Engenharia Civil (LNEC), foi entretanto concludo, tendo a redao final revista do PETI3+, incorporado os resultados da AAE.

    Assim:Nos termos da alnea g) do artigo 199. da Constituio,

    o Conselho de Ministros resolve:1 Aprovar a verso final revista do Plano Estrat-

    gico dos Transportes e Infraestruturas PETI3+, para o horizonte 2014 -2020, em anexo presente resoluo e que dela faz parte integrante, incorporando os resultados da Avaliao Ambiental Estratgica (AAE).

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015 6222-(3)

    ANEXO

    (a que se refere o n. 1)

    Verso final revista do Plano Estratgico dos Transportes e Infraestruturas PETI3+, para o horizonte 2014 -2020

    1 INTRODUO

    Atravs da Resoluo do Conselho de Ministros n. 45/2011, de 10 de novembro, o Governo aprovou o Plano Estratgico dos Transportes Mobilidade Sus-tentvel (PET), no qual foram estabelecidas as linhas de orientao prioritrias para o horizonte 2011 -2015.

    A sua apresentao ocorreu num contexto de enormes dificuldades para Portugal, tanto ao nvel interno como externo, em resultado dos fortes desequilbrios verifica-dos nas contas pblicas e na economia Portuguesa, que culminaram, apenas alguns meses antes, num pedido de assistncia internacional.

    Com efeito, esta foi uma das primeiras medidas que o Estado Portugus se comprometeu a executar no mbito do Memorando de Entendimento relativo ao Programa de Assistncia Econmica e Financeira.

    O PET veio colocar em evidncia, perante toda a so-ciedade Portuguesa, a situao de insustentabilidade a que chegou o sector pblico dos transportes e infraestruturas e a inevitabilidade de introduzir reformas profundas e urgentes.

    Foi assim delineado um vasto programa de atuao, abrangendo as empresas pblicas de transportes, as in-fraestruturas rodovirias, o sector martimo -porturio, a logstica e mercadorias e o sector areo e aeroporturio.

    Decorridos que esto quase trs quartos do horizonte estabelecido naquele documento, este o momento de efetuar um balano da implementao das medidas pre-conizadas.

    Por outro lado, com o aproximar do final do Programa de Assistncia Econmica e Financeira, e tendo em conta o incio do novo programa de financiamento comunitrio 2014 -2020, importa criar um quadro de orientaes es-tratgicas para o sector no horizonte 2014 -2020, assente na prossecuo do ritmo das reformas, aliada a uma re-cuperao do investimento pblico, sob critrios rigoro-sos de sustentabilidade financeira, com vista criao de valor para as empresas nacionais e para a economia Portuguesa.

    Neste contexto, o Plano Estratgico dos Transportes e Infraestruturas 2014 -2020 (PETI3+) surge como uma atualizao do PET 2011 -2015, projetando uma segunda fase de reformas estruturais a empreender neste sector, bem como o conjunto de investimentos em infraestruturas de transportes a concretizar at ao fim da presente dcada.

    Sem prejuzo dos procedimentos de avaliao de im-pacto ambiental que incidiro, nos termos do Decreto -Lei n. 151 -B/2013, de 31 de outubro, sobre os projetos que vierem a ser alvo de concretizao, este Plano Estrat-gico de Transportes e Infraestruturas foi sujeito a um processo de Avaliao Ambiental Estratgica, nos termos do Decreto -Lei n. 232/2007, de 15 de junho.

    2 VISO DE LONGO PRAZO (2050)

    O sistema de transportes e infraestruturas Portugus deve trilhar um caminho de desenvolvimento e refor-mas que lhe permita ir ao encontro da satisfao das ne-cessidades dos Portugueses e das empresas sediadas em Portugal.

    Tendo presente que o esforo do pas e dos Portugueses, ao longo das prximas dcadas, ter necessariamente que conciliar crescimento com rigor oramental, a viso de longo prazo do sistema de transportes e infraestruturas at 2050 dever assim ser um referencial para o sector com vista implementao gradual dos objetivos de longo prazo preconizados:

    Uma rede de transportes e infraestruturas totalmente integrada na Rede Transeuropeia de Transportes (RTE -T) e no Cu nico Europeu, promovendo o mercado nico europeu e a livre circulao de pessoas e bens;

    Uma rede de transportes e infraestruturas como uma vantagem competitiva do pas e das empresas no seu processo de exportao, com baixos custos de contexto, ao servio do crescimento econmico e da criao de emprego;

    Uma rede de transportes e infraestruturas ao servio de uma sociedade eficiente, em especial nas deslocaes casa -trabalho, casa -escola e lazer;

    Uma rede de transportes e infraestruturas como uma vantagem competitiva do sector do turismo, tanto nas ligaes internacionais como nas ligaes internas.

    Uma rede de transportes e infraestruturas que abranja todo o territrio nacional, inclusiva, intermodal e que favorea a coeso social e territorial;

    Uma quota modal equilibrada e uma rede de transpor-tes e infraestruturas eficiente, com reduo das emisses de CO

    2 e de poluentes atmosfricos por passageiro e por

    unidade de carga transportada, baseada numa reduo do consumo de combustveis fsseis minimizando a depen-dncia energtica externa do pas e a fatura energtica nacional;

    Um sector aberto iniciativa empresarial, com forte concorrncia entre os seus agentes, que promova o desen-volvimento empresarial, a inovao, a criao de emprego qualificado e que potencie a internacionalizao das em-presas portuguesas do sector;

    Uma rede ferroviria pertencente RTE -T totalmente eletrificada a 25.000V, com sinalizao ERTMS, com capacidade para circulao de comboios de mercadorias de 750 m e 1.400 ton e em bitola europeia;

    Um Plano Rodovirio Nacional totalmente imple-mentado;

    2 Delegar nos membros do Governo responsveis pelas reas das finanas e das infraestruturas e transportes a implementao do PETI3+, incluindo a execuo das medidas nele preconizadas e de outras que se revelem ne-cessrias ao cumprimento dos seus objetivos, assim como a operacionalizao do sistema de seguimento previsto no processo de AAE.

    3 Determinar que a assuno de compromissos no mbito da execuo das medidas previstas na presente resoluo depende da existncia de fundos disponveis por parte das entidades pblicas competentes.

    4 Determinar que a presente resoluo entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicao.

    Presidncia do Conselho de Ministros, 18 de junho de 2015. O Primeiro -Ministro, Pedro Passos Coelho.

  • 6222-(4) Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015

    Uma rede de plataformas logsticas que promova a concentrao de cargas, a realizao de atividades de va-lor acrescentado e a potenciao da utilizao da rede de portos, ferrovias, rodovias e aeroportos, de forma eficiente e com economia de transporte;

    Uma rede de aeroportos nacional competitiva, com capacidade para movimentao de passageiros e aeronaves que ser expectvel no horizonte 2050 e ligada rede rodoviria e ferroviria pesada ou ligeira;

    Uma posio de liderana no transporte areo entre a Europa e a Amrica do Sul e frica, atravs da dinamiza-o de um verdadeiro hub aeroporturio Portugus;

    Um sistema de controlo de trfego areo totalmente integrado no Cu nico Europeu, contribuindo para o au-mento da capacidade de espao areo, reduo de custos, aumento da segurana e reduo dos impactes ambientais do sector;

    Uma rede de portos nacional competitiva, com capa-cidade para movimentao de carga que ser expectvel no horizonte 2050 e atrao de navios de grandes dimen-ses ligada rede rodoviria, ferroviria e plataformas logsticas pertencentes RTE -T;

    Uma posio de referncia no mercado martimo--porturio internacional, tirando partido da posio geoes-tratgica da costa Portuguesa, na confluncia das grandes rotas martimas internacionais e da existncia de condi-es naturais nicas para a atrao de navios de grandes dimenses;

    Uma rede de terminais de cruzeiro e infraestruturas de nutica de recreio competitivas e que promovam a atrao de turistas e a competitividade do importante sector econmico do turismo nacional;

    Uma oferta de servios pblicos de transporte de passageiros a nvel local, regional e nacional que promova a migrao do transporte individual para o transporte pblico, com qualidade, nveis de oferta e de servio ade-quadas satisfao das necessidades das populaes;

    Uma poltica de apoio aos segmentos da populao com menores rendimentos na utilizao dos servios p-blicos de transporte de passageiros favorecendo a coeso social e o desenvolvimento econmico harmonioso do pas;

    Um sector dos transportes e infraestruturas econ-mica, financeira e ambientalmente sustentvel para o Es-tado, para as empresas, para os clientes e para a sociedade em geral.

    3 BALANO DAS REFORMAS IMPLEMENTADAS

    O Plano Estratgico dos Transportes Mobilidade Sus-tentvel (PET) estabeleceu um vasto programa de refor-mas a implementar no horizonte 2011 -2015, abrangendo as empresas pblicas de transportes, as infraestruturas rodovirias, o sector martimo -porturio, a logstica e mercadorias e o transporte areo, assente em trs vectores de atuao prioritria:

    1) Cumprir os compromissos externos assumidos por Portugal e tornar o sector financeiramente equilibrado e comportvel para os contribuintes portugueses.

    2) Alavancar a competitividade e o desenvolvimento da economia nacional.

    3) Assegurar a mobilidade e acessibilidade de pes-soas e bens, de forma eficiente e adequada s necessi-dades, promovendo a coeso social.

    Desta forma, importa realizar um balano das medidas j executadas desde a aprovao daquele plano, as quais so apresentadas, de forma resumida, no quadro seguinte, seguindo a organizao estabelecida no PET:

    portugueses

    Reestruturao operacional 2 fase: abertura iniciativa privada da

    explorao dos servios pblicos de transporte de passageiros

    Renegociao do contrato de concesso do Metro Sul do Tejo

    Renegociao do contrato de concesso da Fertagus

    Reviso do modelo de repartio de receitas dos passes L

    Novo modelo de regulao do sector de transportes (IMT e AMT)

    Novo Regime Jurdico dos Sistemas Pblicos de Transporte de

    Passageiros (ex-RTA)

    Transferncia de competncias para as Autarquias relativamente

    organizao de sistemas pblicos de transporte de passageiros de mbito

    municipal

    Criao do regime de transportes flexveis

    SECTOR RODOVIRIO

    Recuperao da sustentabilidade financeira de longo prazo da Estradas de

    Portugal

    Implementao do modelo de utilizador pagador em todas as

    autoestradas, como assumido pelo Governo Portugus no PEC 2010-

    2013 e aprovado pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 75/2010,

    MEDIDAS

    PONTO

    DE

    SITUAO

    TRANSPORTE PBLICO DE PASSAGEIROS

    Reestruturao operacional das empresas pblicas de transportes por

    forma a atingir um EBITDAr positivo

    Gesto conjunta Carris/ML e STCP/MP

    Racionalizao de custos de funcionamento (FSE, CMVMC)

    Reduo do nmero de elementos dos Conselhos de Administrao

    Reduo do nmero de quadros de chefia

    Celebrao de novos acordos de empresa adequados situao financeira

    das empresas

    Reduo do nmero de efetivos, ajustando os quadros de pessoal s

    efetivas necessidades de uma empresa eficiente

    Potenciao de receitas no core

    Adequao da oferta e nveis de servio procura efetiva

    Atualizao dos tarifrios mdia europeia ajustada paridade de poder

    de compra

    Focalizao dos recursos disponveis no apoio s famlias de menores

    rendimentos (criao do Passe Social+)

    Adequao dos regimes laborais situao financeira do Pas e em linha

    com as prticas e direitos vigentes para a generalidade dos trabalhadores

    de 22 de setembro

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015 6222-(5)

    Atualizao do valor da CSR, em linha com a inflao

    Renegociao das PPP rodovirias

    Reviso da poltica de investimentos em novos projetos rodovirios com

    reduzida sustentabilidade econmica e financeira

    Reviso do modelo de regulao rodoviria

    Definio de novo regime de reduo das taxas de portagem nas

    autoestradas ex-SCUT

    Implementao de mecanismo de interoperabilidade na cobrana de

    portagens entre Portugal e Espanha

    SECTOR MARTIMO - PORTURIO

    Reviso da lei do trabalho porturio

    Renegociao dos contratos de concesso de terminais porturios

    Reviso do modelo de regulao do sector martimo-porturio (IMT /

    AMT)

    Concesso do terminal de cruzeiros de Santa Apolnia

    Reduo progressiva e eliminao da TUP Carga

    Concesso da explorao da Marina do Tejo - Docas de Pedrouos e Bom Sucesso e monetizao de patrimnio no afeto atividade porturia

    LOGSTICA E MERCADORIAS

    Transferncia dos terminais ferrovirios de mercadorias para a gesto da

    REFER, assegurando igualdade de acesso a todos os operadores

    Aumento do comprimento de comboios de mercadorias atravs da

    equiparao da resistncia de engates em Portugal ao valor praticado em

    Espanha

    Criao de condies para a maior generalizao da implantao da

    conduo ferroviria em regime de Agente nico

    Simplificao do sistema regulatrio de acesso atividade de operao

    ferroviria

    Reduo da tarifa de utilizao da infraestrutura ferroviria para comboios

    de mercadorias

    Novo modelo de regulao do sector dos transportes (IMT / AMT)

    Reestruturao interna da CP Carga

    Privatizao da CP Carga

    Introduo de descontos nas taxas de portagem para transporte

    rodovirio pesado de mercadorias

    MEDIDAS

    PONTO

    DE

    SITUAO

    MEDIDAS

    PONTO

    DE

    SITUAO

    INVESTIMENTOS

    Reviso das prioridades de investimento, concentrando os recursos

    pblicos em projetos sustentveis para o pas e que apresentem uma

    relao custo-benefcio positiva para a economia:

    Reformulao do projeto Alta Velocidade e Terceira Travessia do Tejo

    Reformulao de projetos de novas autoestradas com baixa

    racionalidade econmica e financeira

    Reavaliao da necessidade de construo do novo aeroporto de

    Lisboa

    Criao do Grupo de Trabalho para os Investimentos de Elevado

    Valor Acrescentado, orientado para a prioritizao de infraestruturas

    que contribuam para aumentar a competitividade das exportaes

    portuguesas

    SECTOR AREO E AEROPORTURIO

    Reviso do contrato de concesso ANA

    Reforma do modelo regulatrio do sector areo e aeroporturio

    Privatizao da ANA

    Reavaliao da necessidade de construo do novo aeroporto de Lisboa

    Avaliao da possibilidade de utilizao de um aeroporto complementar

    Portela

    Atrao de novas companhias low-cost

    Privatizao da TAP

    REGULAO

    Reposio da direo na URF

    Reposio da direo no GISAF

    Criao do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, por agregao dos

    anteriores Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, Instituto

    das Infraestruturas Rodovirias e Instituto Porturio e dos Transportes

    Martimos

    Criao de um regulador forte na rea dos transportes: a Autoridade da

    Mobilidade e dos Transportes

    Criao de um regulador forte na rea dos transportes areos: Autoridade

    Nacional de Aviao Civil

    Desburocratizao e simplificao dos requisitos de acesso e de exerccio

    das profisses e atividades de prestao de servio na rea dos transportes

    Ilustrao 1 Balano das medidas implementadas

    Entre as medidas atrs referidas, importa destacar, pela sua importncia, a implementao das seguintes reformas:

    Em 2012 e 2013 o sector dos transportes e infraes-trutura ferroviria registou um EBITDAR positivo de cerca de 4,6M e 3,5M, respetivamente. O resultado

  • 6222-(6) Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015

    de 2013 representa uma melhoria de aproximadamente 249M face ao resultado verificado no ano de 2010, com a particularidade de o ajustamento operacional ter sido realizado em 85% pelo lado da despesa.

    O quadro de pessoal das empresas do sector dos trans-portes e infraestrutura ferroviria registou um ajustamento de 3023 trabalhadores face ao final de 2010, passando de um total de 16.406 para 13.383 trabalhadores.

    Os princpios de acordo alcanados pela Comisso de Negociao das PPP rodovirias iro permitir ao Estado a obteno de uma poupana de cerca de 2.525 milhes de euros nas concesses Ex -scut e de cerca de 4.975 milhes de euros nas subconcesses, num total de 7.500 milhes de euros ao longo da vida dos contratos.

    A privatizao da ANA, gestora da infraestrutura aeroporturia, foi concluda durante o ano de 2013 por 3.080 milhes de euros, tendo implcita uma valoriza-o de cerca de 16 vezes o EBITDA de referncia data da apresentao das propostas, um mltiplo recorde nas transaes recentes do sector.

    A eliminao integral da TUP Carga e a reformulao da lei do trabalho porturio, como medidas relevantes no reforo da competitividade dos portos nacionais.

    4 ANLISE SWOT

    Neste captulo realizada uma anlise SWOT global relativa ao desenvolvimento e competitividade do sector dos transportes e infraestruturas em Portugal, bem como os principais desafios e oportunidades de desenvolvimento no horizonte 2014 -2020.

    Pretende -se com este sumrio realizar uma anlise crtica mas construtiva do sector dos transportes, incor-porando o diagnstico e experincia acumulada com a aprovao do PET e de todas as reformas empreendidas, designadamente a identificao dos constrangimentos e reflexes realizadas pelo GTIEVA (1) bem como todos os contributos recebidos ao longo do processo de consulta pblica subsequente.

    4.1 PONTOS FORTES

    Sistema de transportes Instrumentos de ordenamento do territrio consolidados, designa-

    damente o Programa Nacional de Polticas de Ordenamento do Territrio, PROT e PRN.

    Reformas estruturais implementadas nos ltimos anos.

    Sector ferrovirio Principais eixos da rede ferroviria nacional integram a RTE -T. Interoperabilidade ao nvel da energia de trao com o resto da

    Europa. Rede ferroviria modernizada em grande parte das zonas de maior

    densidade populacional, designadamente nas reas Metropolitanas de Lisboa e Porto.

    Modernizao de uma parte significativa do eixo Faro Lisboa Porto Braga.

    Ligaes da rede ferroviria s redes de metropolitano de Lisboa e Porto.

    Sector martimo -porturio Crescimento da movimentao de carga nos portos nacionais ao

    longo dos ltimos anos e perspetivas de crescimento futuro. Janela nica porturia e o seu alargamento janela nica logs-

    tica. Implementao do novo regime do trabalho porturio, tornando o

    regime portugus num dos mais competitivos a nvel europeu. Eficincia dos portos a nvel europeu. Ligaes dos portos rede rodoviria nacional.

    Posio financeira da generalidade das Administraes Portu-rias.

    Sector rodovirio Elevado nvel de cobertura da rede rodoviria. Elevado nvel de cobertura da rede rodoviria de alta capacidade. Ligaes rodovirias aos portos. Ligaes rodovirias aos aeroportos. Ligaes rodovirias nas reas Metropolitanas de Lisboa e Porto. Eficincia e agressividade comercial do sector de transporte rodo-

    virio de mercadorias.

    Sector areo e aeroporturio Qualidade dos aeroportos Portugueses reconhecida a nvel inter-

    nacional. Perspetivas de crescimento futuro no trfego aeroporturio nos

    segmentos de passageiros e carga. Ligaes dos aeroportos rede de metro de Lisboa e Porto, enquanto

    fator competitivo para o turismo nacional e regional (porta de entrada para o pas).

    Ligaes rede rodoviria nacional. Aumento do nmero de passageiros movimentados nos aeroportos

    portugueses. Aumento da carga transportada nos aeroportos portugueses. Maior atratividade de companhias areas: reforo da operao de

    companhias j instaladas nos aeroportos portugueses e instalao de novas companhias areas.

    Otimizao da operao das infraestruturas aeroporturias exis-tentes.

    Transporte pblico de passageiros Sistemas de metropolitano nas reas metropolitanas de Lisboa e Porto

    consolidados e com uma razovel cobertura do territrio. Ligaes dos metros de Lisboa e Porto aos respetivos aeroportos,

    enquanto fator competitivo para o turismo regional e desenvolvi-mento do turismo internacional.

    Novos sistemas tarifrios focados no apoio a segmentos da populao com baixos rendimentos, atravs da criao do Passe Social+.

    Ilustrao 2 Anlise SWOT: Pontos fortes

    4.2 PONTOS FRACOS

    Sistema de transportes Tradio passada de associao entre o planeamento e gesto dos

    transportes e infraestruturas ao ciclo poltico, condicionando a eficincia da operao e a racionalidade e continuidade de projetos de investimento.

    Regulao da atividade. Insuficincia de cobertura da rede de infraestruturas de transportes

    em algumas regies do interior do pas. Fraco nvel de intermodalidade do sistema de transportes. Quota modal desequilibrada no transporte de passageiros, com forte

    prevalncia do transporte individual. Quota modal desequilibrada no transporte de mercadorias, com forte

    prevalncia do modo rodovirio.

    Sector ferrovirio Fraca eficincia do transporte ferrovirio de mercadorias, enquanto

    fator de competitividade para as empresas exportadoras, por com-parao com outros pases europeus.

    Degradao da infraestrutura existente, conduzindo a uma limitao da capacidade, afrouxamentos e redues de velocidade.

    Falta de ligaes eficientes ao resto da Europa (tanto ao nvel da infraestrutura como da oferta de servios de transporte de merca-dorias e de passageiros).

    Vida til e obsolescncia tcnica de parte da rede, designadamente quanto aos sistemas de comando e controlo da circulao.

    Ausncia de eletrificao numa parte significativa da rede. Falta de ligao eficiente aos portos, plataformas logsticas e polos

    industriais. Limitao do comprimento mximo dos comboios de mercadorias. Limitao do peso mximo dos comboios de mercadorias. Bitola, sinalizao e sistemas de alimentao heterogneos. Limitaes de capacidade de canais.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015 6222-(7)

    Falta de interfaces com a rodovia e com aeroportos. Inexistncia de plataformas logsticas que possibilitem a concen-

    trao de cargas e a potenciao do transporte ferrovirio de mer-cadorias de longa distncia.

    Segurana e passagens de nvel no suprimidas ou intervencio-nadas.

    Insuficiente nvel de presso competitiva no transporte ferrovirio de mercadorias e de passageiros.

    Condies de acesso e utilizao dos terminais ferrovirios de mercadorias.

    Sector martimo -porturio Limitaes de capacidade, em especial no segmento de conten-

    tores. Condies de acesso / receo de navios, designadamente quanto

    profundidade dos canais de acesso. Ligaes inexistentes ou insuficientes rede frrea e plataformas

    logsticas. Termo da vida til / obsolescncia tcnica de equipamento porturio

    em alguns terminais. Ligaes inexistentes ou insuficientes (elevado congestionamento)

    rodovia. Insuficincia de zonas logsticas porturias que possibilitem a con-

    centrao de cargas para expedio/receo por modo ferrovirio, bem como a instalao de atividades industriais e logsticas com valor acrescentado para a cadeia logstica.

    Insuficiente nvel de presso competitiva nas atividades porturias, em especial no segmento de contentores.

    Caractersticas dos contratos de concesso de terminais porturios, sem alinhamento de incentivos e objetivos de performance.

    Fraco aproveitamento das potencialidades do transporte fluvial de mercadorias, por comparao com outros pases europeus.

    Sector rodovirio Falta de fecho da malha da rede rodoviria, em especial no que

    concerne a ligaes do tipo last -mile. Nvel de sinistralidade. Congestionamento de trfego nos principais eixos de acesso s

    grandes cidades. Difcil acesso para veculos de grandes dimenses (mega camies)

    aos principais centros urbanos e zonas porturias (Figueira da Foz e Setbal).

    Estado de conservao das infraestruturas na rede convencional. Rigidez do modelo de financiamento e tarifao da infraestrutura

    rodoviria. Dificuldades causadas pelo atual modelo de cobrana de porta-

    gens.

    Sector areo e aeroporturio Capacidade ao nvel do nmero de movimentos por hora para carga

    e passageiros de algumas infraestruturas aeroporturias. Espao para instalao de empresas integradoras/operaes dedi-

    cadas no segmento de carga. Espao para estacionamento de aeronaves. Falta de dinamizao comercial de infraestruturas j existentes. Insuficincia de espao para a expanso do atual aeroporto de Lis-

    boa. Falta de ligao do aeroporto de Faro rede ferroviria nacional. Fraca procura dos aerdromos municipais. Heterogeneidade da procura das grandes infraestruturas aeroportu-

    rias (peak vs. off -peak).

    Transportes pblicos de passageiros Menor nvel de utilizao dos transportes pblicos de passageiros

    vs transporte individual, face a outros pases europeus. Constrangimentos na rede de infraestruturas e servios pblicos

    de transporte de passageiros a nvel local, regional e metropoli-tano, designadamente quanto ao reduzido nmero de vias dedi-cadas busway quer dentro dos centros urbanos, quer nas ligaes entre os centros urbanos e as periferias.

    Falta de alinhamento de incentivos entre os municpios e o Estado no que concerne ao planeamento, gesto, oferta e financiamento de sistemas pblicos de transporte de passageiros.

    Decrscimo de procura nos servios pblicos de transporte de pas-sageiros pblicos e privados, observado nos ltimos anos.

    Enquadramento legal obsoleto dos servios pblicos de transporte rodovirio de passageiros.

    Cobertura da rede de servios pblicos de transporte de passageiros nas zonas de baixa densidade populacional.

    Inexistncia ou falta de clarificao da repartio de competncias entre o Estado, Municpios e rgos de representao regional/metropolitana no planeamento, organizao e financiamento dos servios pblicos de transporte de passageiros a nvel local, regional e metropolitano.

    Falta de presso competitiva no sector dos transportes pblicos de passageiros.

    Ilustrao 3 Anlise SWOT: Pontos fracos

    4.3 OPORTUNIDADES

    Sistema de transportes Perspetivas de crescimento das exportaes nacionais no horizonte

    2014 -2020. Perspetivas de recuperao da economia mundial no horizonte

    2014 -2020. Possibilidade de aceder a financiamento comunitrio para finan-

    ciamento de projetos de infraestruturas de elevado valor acres-centado.

    Razovel consenso nacional quanto ao foco das grandes prioridades de investimento em infraestruturas de transporte para o horizonte 2014 -2020 no transporte de mercadorias atravs do sector ferro-virio e martimo -porturio.

    Consolidao das contas pblicas e correo dos desequilbrios financeiros e econmicos acumulados, como condies essenciais ao desenvolvimento do sector.

    Alargamento da janela nica porturia a toda a cadeia logstica.

    Sector ferrovirio Abertura iniciativa privada da explorao dos servios de trans-

    porte de passageiros. Liberalizao do transporte ferrovirio de mercadorias. Aumento de trfego porturio. Desenvolvimento da RTE -T a nvel europeu, especialmente em

    Espanha e Frana.

    Sector martimo -porturio Posicionamento geoestratgico de Portugal, na interceo de grandes

    rotas mundiais de transporte martimo, em especial no que respeita s ligaes entre a Europa e Amrica, frica e sia.

    Posicionamento de Portugal, na interceo das grandes rotas de cruzeiros do Mediterrneo e do Norte da Europa.

    Abertura do novo canal do Panam. Existncia de condies naturais para o desenvolvimento de infra-

    estruturas martimo -porturias deep -sea.

    Sector rodovirio Integrao europeia ao nvel dos modelos de tarifao rodoviria.

    Sector areo e aeroporturio Posicionamento geoestratgico de Portugal enquanto hub para as

    ligaes areas entre a Europa e a Amrica do Sul e frica. Dimenso, crescimento e potencialidades do sector do turismo. Implementao da iniciativa do Cu nico Europeu, prevendo -se a

    triplicao da capacidade do espao areo, reduzido para metade os custos associados gesto do trfego areo.

    Transporte pblico de passageiros Abertura iniciativa privada da explorao dos servios pblicos

    de transporte de passageiros. Perspetivas de recuperao do nvel de emprego no horizonte

    2014 -2020. Alterao de hbitos de consumo e poupana da sociedade Por-

    tuguesa. Integrao crescente das questes energticas, ambientais e de

    ordenamento do territrio no planeamento e desenvolvimento do sector dos transportes.

    Ilustrao 4 Anlise SWOT: Oportunidades

  • 6222-(8) Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015

    4.4 AMEAAS

    Sistema de transportes Risco de insuficiente nvel de consenso e estabilidade de polticas

    de transportes, designadamente no que concerne poltica de in-vestimentos em infraestruturas de transportes.

    Posio perifrica de Portugal em relao ao centro econmico da Europa.

    Custos de contexto elevados e relevncia dos transportes na estrutura de custos das exportaes nacionais.

    Situao financeira do pas e perigo de desvio da trajetria de con-solidao e correo dos desequilbrios financeiros e econmicos acumulados.

    Dificuldades no acesso ao financiamento bancrio e aumento dos respetivos custos de financiamento.

    Resistncia mudana e relacionamento laboral instvel.

    Sector ferrovirio Elevado nvel de endividamento histrico da gestora das infraestrutu-

    ras ferrovirias e da operadora ferroviria incumbente no segmento de passageiros e mercadorias.

    Insuficiente desenvolvimento da RTE -T a nvel europeu, especial-mente em Espanha e Frana.

    Sector martimo -porturio Forte concorrncia dos portos europeus (em especial espanhis) e

    portos do norte de frica.

    Sector rodovirio Elevado nvel de endividamento histrico da gestora das infraes-

    truturas rodovirias, agravado pelos encargos futuros com PPPs rodovirias.

    Sector areo e aeroporturio Risco de desvio de trfego areo para infraestruturas aeroporturias

    de outros pases que tambm utilizem com o sistema hub -and--spoke.

    Concorrncia das infraestruturas aeroporturias europeias, em es-pecial da Pennsula Ibrica.

    Transportes pblicos de passageiros Elevado nvel de endividamento histrico das empresas pblicas de

    transportes pblicos de passageiros.

    Ilustrao 5 Anlise SWOT: Ameaas

    5 INSTRUMENTOS DE POLTICA

    As medidas e prioridades de investimento estabelecidas no presente PETI3 tm por base um conjunto de outros instrumentos de poltica nacional e comunitria.

    5.1 PLANO ESTRATGICO DOS TRANSPORTESMOBILIDADE SUSTENTVEL

    Atravs da Resoluo do Conselho de Ministros n. 45/2011, de 10 de novembro, o Governo aprovou o Plano Estratgico dos Transportes Mobilidade Susten-tvel (PET), o qual estabeleceu um vasto programa de reformas a implementar no horizonte 2011 -2015, abran-gendo as empresas pblicas de transportes, as infraestru-turas rodovirias, o sector martimo -porturio, a logstica e mercadorias e o sector areo e aeroporturio, assentes em trs vetores de atuao prioritria:

    1) Cumprir os compromissos externos assumidos por Portugal e tornar o sector financeiramente equilibrado e comportvel para os contribuintes portugueses;

    2) Alavancar a competitividade e o desenvolvimento da economia nacional;

    3) Assegurar a mobilidade e acessibilidade a pessoas e bens, de forma eficiente e adequada s necessidades, promovendo a coeso social.

    O Plano Estratgico dos Transportes veio ainda clari-ficar o papel do Estado no sector dos transportes e infra-estruturas, definindo claramente as suas linhas de atuao nos domnios da coordenao estratgica, regulao, in-vestimento, operao e explorao.

    5.2 ESTRATGIA DE FOMENTO INDUSTRIAL PARA O CRESCIMENTO E O EMPREGO 2014-2020

    Mais recentemente, atravs da Resoluo do Conselho de Ministros n. 91/2013, de 23 de dezembro, o Governo aprovou a Estratgia de Fomento Industrial para o Cres-cimento e o Emprego 2014-2020, a qual estabelece nove eixos de atuao prioritria.

    O desenvolvimento das infraestruturas logsticas um dos nove eixos de atuao, referindo aquele documento que:

    Apesar dos investimentos realizados ao longo das ltimas dcadas nas vrias infraestruturas de transporte verificam -se ainda alguns constrangimentos, sobretudo ao nvel da capacidade de transporte de mercadorias, sendo esses constrangimentos mais visveis ao nvel da ferrovia. Notam -se ainda lacunas na integrao numa plataforma logstica de dimenso internacional, tanto ao nvel terrestre como martimo, que permita s empresas portuguesas ter acesso aos mercados internacionais sem desvantagens no campo logstico.

    ()No horizonte temporal 2014 -2020, pretende -se que as

    infraestruturas do Pas tenham um papel crucial como facilitadores da atividade econmica do tecido empresa-rial portugus e, em particular, na promoo da atividade exportadora e no reforo da competitividade dos produtos nacionais em mercados externos.

    5.3 PROGRAMA NACIONAL DA POLTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITRIO

    O Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio (PNPOT) foi aprovado pela Lei n. 58/2007, de 4 de setembro, sendo um instrumento de desenvolvi-mento territorial de natureza estratgica que estabelece as grandes opes com relevncia para a organizao do territrio nacional, consubstancia o quadro de referncia a considerar na elaborao dos demais instrumentos de gesto territorial e constitui um instrumento de cooperao com os demais Estados Membros para a organizao do territrio da Unio Europeia.

    Do seu programa de polticas para o horizonte 2025 consta, como objetivo estratgico, o reforo da compe-titividade territorial de Portugal e a sua integrao nos espaos ibrico, europeu, atlntico e global.

    Para a sua concretizao so ainda definidos um con-junto de objetivos especficos, entre os quais se inclui a melhoria dos sistemas e infraestruturas de suporte conectividade internacional de Portugal no quadro ibrico, europeu, atlntico e global. No quadro deste

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015 6222-(9)

    objetivo especfico, o PNPOT incorpora um conjunto de orientaes que importa aqui reproduzir:

    As plataformas martimo -porturias, aeroporturias e os sistemas de transportes terrestres assumem um pa-pel chave de suporte conectividade internacional e de afirmao de Portugal no Mundo.

    Neste contexto, o pas deve conjugar as vertentes de integrao europeia e ibrica com a valorizao da sua vertente atlntica, considerando nesta ltima os aspetos especificamente relacionados com a integrao e o papel estratgico das Regies Autnomas. Este um dos cami-nhos mais profcuos para Portugal se afirmar no seio da Unio Europeia.

    As decises de investimento em infraestruturas de transportes dos nveis superiores, bem como nas plata-formas logsticas, no devem ser tomadas apenas numa tica de servio pblico. O apoio eficincia e compe-titividade internacional das atividades econmicas deve assumir uma importncia primordial na determinao dessas decises, garantindo -se, em contrapartida, que o essencial dos custos correspondentes ao investimento e explorao desses sistemas seja suportado pelas ativi-dades beneficiadas. Tal no obsta a que o Estado surja como promotor quando necessrio e que as condies da oferta possam refletir critrios de equidade e de coeso territoriais.

    Para reduzir a vulnerabilidade de Portugal como lo-calizao industrial face ao agravamento previsvel dos custos de transporte rodovirio de mercadorias importa participar nos programas internacionais de promoo do transporte intermodal, criar condies propiciadoras de maior eficincia no Transporte Martimo de Curta Distncia, participar no Programa Europeu das Autoes-tradas do Mar, e integrar a rede ferroviria nacional na rede ibrica e europeia.

    Complementarmente, de considerar que o projeto da Rede Rodoviria Transeuropeia constitui um instrumento vlido para o reforo da coeso europeia em termos eco-nmicos e sociais.

    Nesses termos, o PNPOT estabelece os grandes cor-redores nos quais se devem inserir as principais ligaes com a Europa e o resto do mundo bem como os proje-tos de infraestruturas estruturantes de transportes que as concretizam, atravs dos modos ferrovirio, rodovirio, martimo -porturio e aeroporturio.

    So assim definidos trs corredores principais:

    Um corredor principal ao longo da fachada Atlntica, ligando a Galiza, o arco metropolitano do Porto, o sistema metropolitano do centro litoral, o arco metropolitano de Lisboa e o arco metropolitano do Algarve;

    Um corredor internacional horizontal principal a norte, ligando o arco metropolitano do Porto e o sistema metropolitano do centro litoral a Salamanca e ao resto da Europa;

    Um corredor internacional horizontal principal a sul, ligando o arco metropolitano de Lisboa a Madrid e ao resto da Europa.

    O PNPOT define ainda as principais infraestruturas martimo -porturias e aeroporturias de conectividade internacional de Portugal no quadro ibrico, europeu, atlntico e global.

    Ilustrao 6 Grandes corredores de acessibilidade e conectividade em Portugal Continental previstos no PNPOT

    5.4 RTE -T E O CORREDOR ATLNTICO

    O transporte vital para a economia europeia, para o seu crescimento e prosperidade. O objetivo da nova poltica europeia de infraestruturas de transportes im-plementar uma verdadeira RTE -T escala europeia que ligue cada um dos 28 Estados Membros entre si, aos pases vizinhos da Unio e ao resto do mundo, promovendo o crescimento e a competitividade.

    A rede principal da RTE -T encontra -se dividida em nove corredores que constituem a sua espinha dorsal, complementada pela rede global que promove a capila-ridade da RTE -T ao nvel nacional e regional.

    O objetivo de longo prazo com a total implementao da RTE -T assumir -se como um dos pilares do mercado nico europeu e da integrao europeia.

    Ilustrao 7 Corredores da RTE -T core (fonte: www.ec.Europa.eu)

  • 6222-(10) Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015

    Portugal encontra -se inserido no Corredor do Atlntico da RTE -T, que liga os portos de Sines, Lisboa e Porto a Espanha, Frana e Alemanha.

    Ilustrao 8 Corredor Atlntico da RTE -T (fonte: www.ec.Europa.eu)

    No territrio nacional, o corredor Atlntico da RTE -T coincide, na sua generalidade, com os corredores princi-pais estabelecidos no PNPOT:

    Corredor da fachada Atlntica entre Sines-Lisboa--Aveiro-Porto/Leixes;

    Corredor internacional norte Aveiro-Vilar Formoso; Corredor internacional sul Sines/Setbal/Lisboa-

    -Caia.

    5.5 PENT PLANO ESTRATGICO NACIONAL PARA O TURISMO 2013 -2015

    O Plano Estratgico Nacional para o Turismo (PENT) 2013 -2015 foi aprovado, pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 24/2013, publicada a 16 de abril, atravs do qual se procede reviso da estratgia de desenvolvimento turstico nacional, incorporando o impacto da evoluo global da economia e decorrentes alteraes do compor-tamento do consumidor.

    Num sector que representa cerca de 9,2% do PIB nacional, recebendo mais de 12 milhes de visitantes internacionais por ano, ao que acresce um movimento significativo de procura interna, tem nos transportes um dos fatores fundamentais de desenvolvimento, referindo aquele documento que:

    A evoluo dos canais de informao e distribuio, a proliferao de novos destinos ou a alterao do pa-radigma de operao das companhias areas, alteraram os hbitos de consumo e o comportamento do consumi-dor/turista na seleo, preparao e realizao da sua viagem.

    5.6 O LIVRO BRANCO RELATIVO POLTICA DE TRANSPORTES EUROPEIA

    O Livro Branco dos Transportes da Comisso Europeia Roteiro do espao nico europeu dos transportes - Rumo a um sistema de transportes competitivo e econmico em recursos, de 28 de maro de 2011, preconiza um sistema de transportes que sustente o progresso econmico, reforce a competitividade e proporcione servios de mobilidade

    de alta qualidade na Europa, em paralelo com uma utili-zao mais eficiente dos recursos disponveis, sendo que o mesmo ter de ser menos energvoro e mais ecolgico, com uma gesto eficiente das infraestruturas que diminua os seus impactos negativos no ambiente e em bens naturais fundamentais, como a gua, o solo e os ecossistemas.

    Espera -se que at 2050 se concretize na Europa uma reduo mnima de 60% das emisses de gases do efeito de estufa (GEE) do sector dos transportes (com referncia aos nveis de 1990), o que equivalente a uma reduo de cerca de 70% com referncia aos nveis de 2008 (no horizonte at 2030, a reduo esperada de GEE de cerca de 20%).

    So propostas dez metas para um sistema de transpor-tes competitivo e econmico em recursos, duas alinhadas com a promoo e vulgarizao de fontes de energia e sistemas de propulso inovadores e sustentveis, quatro no mbito da otimizao e desenho de cadeias logsticas multimodais atravs de modos de transporte de menor consumo energtico e outras quatro no mbito do aumento da eficincia do transporte e da utilizao da infraestrutura com a ajuda de sistemas de informao e incentivos de mercado.

    5.7 A POLTICA PORTURIA EUROPEIA

    A comunicao da Comisso Europeia Portos: um motor para o crescimento, de 25 de maro de 2013, rea-nalisa a poltica porturia europeia e centra a sua ateno na rede transeuropeia de portos martimos que abarca 96% do trfego de mercadorias e 93% do trfego de passageiros que transitam pelos portos da UE.

    Em Portugal, os portos do Porto, Lisboa e Sines per-tencem rede principal (core), sendo que os Portos de Aveiro, Canial, Funchal, Horta, Lajes das Flores, Ponta Delgada, Portimo, Porto Santo, Praia da Vitria e Set-bal pertencem rede global designada comprehensive.

    A poltica porturia Europeia at 2030 encontra -se es-truturada nos seguintes pilares:

    Ligar os portos rede transeuropeia, no mbito das novas orientaes para a RTE -T que abrange 319 portos, 83 dos quais da rede principal;

    Modernizar os servios porturios, que inclui o acesso equitativo ao mercado, a fiscalizao dos preos e da qua-lidade e a simplificao administrativa nos portos;

    Atrair investimentos nos portos, pblico e privado, atravs da promoo de um quadro de transparncia do fi-nanciamento dos portos, clarificao das regras em matria de auxlios estatais, maior eficincia das taxas cobradas pela utilizao das infraestruturas porturias e reforo a cooperao internacional;

    Promover o dilogo social com os parceiros sociais, tendo em conta disposies sobre os regimes do trabalho porturio, a sade, segurana e formao.

    Melhorar o perfil ambiental dos portos, dado que as atividades porturias tm um impacto significativo em termos de emisses, rudo, poluio das guas e dos solos e fragmentao dos habitats;

    Incentivar a inovao em termos de tecnologia, or-ganizao e gesto dos portos enquanto plataformas mul-timodais.

    5.8 ESTRATGIA NACIONAL PARA O MAR 2013 -2020

    As opes constantes do PETI 3+ desenvolver -se -o em articulao com a Estratgia Nacional para o Mar

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015 6222-(11)

    2013 -2020 (ENM2013 -2020), aprovada pela Comis-so Interministerial para os Assuntos do Mar, no dia 16 de novembro de 2013, e adotada pela Resoluo do Conselho de Ministros n. 12/2014, de 12 de fevereiro. A ENM2013 -2020 apresentou um novo modelo de de-senvolvimento do oceano e das zonas costeiras que per-mitir a Portugal responder aos desafios colocados para a promoo, crescimento e competitividade da economia do mar, nomeadamente as importantes alteraes veri-ficadas no mbito poltico e estratgico a nvel europeu e mundial.

    O regresso de Portugal ao mar depende, tal como refe-rido na ENM2013 -2020, da execuo de uma estratgia assente no conhecimento e progresso tecnolgico e na dimenso e geografia do territrio nacional, emerso e imerso, incluindo a nova dimenso alargada resultante da submisso apresentada para a extenso da plataforma continental alm das 200 milhas martimas.

    Ao mesmo tempo a ENM2013 -2020 identifica os domnios de interveno e apresenta o plano de ao que inclui os programas a executar e a desenvolver para a concretizao de objetivos especficos e produo de efeitos concretos, estando sujeito a mecanismos prprios de monitorizao, avaliao, reviso e atualizao. Este plano de ao, intitulado Plano Mar -Portugal, visa, so-bretudo, a valorizao econmica, social e ambiental do espao martimo nacional atravs da execuo de pro-jetos sectoriais e intersectoriais, assim como dos planos estratgicos de mbito nacional j existentes ou em fase de preparao.

    A ENM2013 -2020 considera que o ordenamento do espao martimo nacional e a compatibilizao das dife-rentes atividades existentes e potenciais que nele podem ter lugar, a par da simplificao dos respetivos procedi-mentos administrativos, constituem aes fundamentais para a execuo da estratgia e para a criao das condi-es necessrias para o crescimento da economia do mar e a melhoria ambiental e social.

    A ENM2013 -2020 tem, assim, a ambio de fazer do mar um desgnio nacional e renovar, dessa forma, a iden-tidade martima de Portugal.

    5.9 OUTROS INSTRUMENTOS

    5.9.1 Energia e Clima

    De acordo com a Agncia Europeia do Ambiente, o sector dos transportes contribuiu para 19,7% das emisses de GEE na UE -28 em 2012 e responsvel por cerca de 32% do consumo de energia final na UE.

    A nvel nacional importa destacar os seguintes instru-mentos:

    O Plano Nacional de Ao para a Eficincia Energ-tica (PNAEE 2016, para o perodo 2013 -2016) e o Plano Nacional para as Energias Renovveis (PNAER 2020, para o perodo 2013 -2020), adotados pela Resoluo do Conselho de Ministros (RCM) n. 20/2013, de 10 de abril de 2013;

    O Roteiro Nacional de Baixo Carbono (RNBC, elabo-rado de acordo com a Resoluo do Conselho de Ministros n. 93/2010, de 26 de novembro), que tem como objetivo principal determinar a viabilidade tcnica e econmica de um conjunto de trajetrias de reduo das emisses de gases com efeito de estufa em Portugal.

    A viso a longo prazo da Unio Europeia em matria de energia e clima encontra -se preconizada em vrios instrumentos, dos quais importa destacar:

    O Pacote Energia -Clima 2020, que consiste num pa-cote legislativo que visa contribuir para a luta global contra as alteraes climticas, atravs de metas para a reduo de emisses de gases com efeito de estufa;

    A Estratgia Europeia de Energia 2020, de 11 de outubro de 2010, que estabelece uma estratgia para uma energia competitiva, sustentvel e segura na Europa abran-gendo um conjunto de prioridades: realizar uma Europa energeticamente eficiente, construir um mercado da ener-gia pan -europeu e integrado, capacitar os consumidores e garantir o mais elevado nvel de segurana intrnseca e extrnseca, alargar a liderana da Europa no domnio das tecnologias energticas e da inovao, reforar a dimenso externa do mercado da energia da UE;

    O Plano Europeu de Eficincia Energtica, de 8 de maro de 2011, que visa um crescimento inteligente, sus-tentvel e inclusivo numa economia eficiente na utilizao de recursos;

    A Estratgia Europeia para os Combustveis Alterna-tivos -Energia limpa para os transportes: uma estratgia europeia para os combustveis alternativos, de 24 de janeiro de 2013, que prope uma estratgia global em ma-tria de combustveis alternativos para todos os modos de transporte e prope vrias medidas para a implementao de infraestruturas alternativas de abastecimento de energia para os transportes nos vrios Estados Membros;

    O quadro para as polticas de energia e clima para 2030 que visa a prossecuo das polticas de energia e clima na UE para o perodo 2020 -2030;

    O roteiro para a transio para uma economia de baixo carbono em 2050.

    5.9.2 Qualidade do Ar

    No sentido melhorar a qualidade do ar, tm vindo a ser adotadas polticas de reduo das emisses de poluentes atmosfricos a nvel europeu e nacional, das quais importa destacar:

    A Estratgia Temtica sobre Poluio Atmosfrica fixa um conjunto de objetivos de qualidade do ar para 2020 e estabelece metas para a reduo das emisses de determinados poluentes atmosfricos;

    O Programa Ar Limpo para a Europa, que tem por base a Estratgia Temtica sobre Poluio Atmosfrica de 2005 e define novos objetivos estratgicos em matria de qualidade do ar para o perodo at 2030.

    6 OBJETIVOS ESTRATGICOS 2014 -2020

    No PET foram estabelecidos trs grandes vetores de atuao prioritria para o horizonte 2011 -2015. Decorridos quase trs anos aps a aprovao daquele documento, verifica -se que mantm, no essencial, a mesma pertinncia e atualidade.

    Com efeito, ser necessrio dar continuidade e apro-fundar o esforo de reformas no sector por forma a con-solidar a sua sustentabilidade financeira presente e futura e aliviar as responsabilidades anteriormente transferidas para as futuras geraes. Refira -se porm que, atento ao conjunto de reformas j empreendidas, foi possvel ultrapassar a situao de emergncia financeira que se verificava em 2011.

  • 6222-(12) Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015

    Afigura -se agora oportuno iniciar uma transio res-ponsvel para um novo ciclo de polticas de crescimento e fomento econmico e uma retoma gradual do investimento pblico criterioso e de valor acrescentado para a economia, tendo sempre presente que o esforo de consolidao or-amental e de correo dos desequilbrios financeiros das contas pblicas dever manter -se pelo perodo de vigncia do PETI3+ e que uma boa e responsvel gesto dos escas-sos recursos pblicos disposio do Pas requer, mais do que nunca, uma adequada, criteriosa e o mais consensual possvel definio das prioridades do investimento em infraestruturas que potenciem as capacidades do tecido empresarial Portugus e que contribuam para um processo de ajustamento sustentado e competitivo.

    Neste contexto, determinam -se os Objetivos Estratgi-cos para o perodo 2014 -2020 a seguir indicados, caracte-rizados precisamente por um equilbrio entre um esforo de promoo do crescimento, um esforo reformista e de promoo da sustentabilidade do sistema de transportes e um esforo de coeso social e territorial:

    OBJETIVOS ESTRATGICOS PARA O HORIZONTE 2014 -2020

    A. Contribuir para o crescimento econmico, apoiando as em-presas Portuguesas e a criao de emprego:

    1. Reduzir os custos de contexto que incidem sobre as exportaes Portuguesas por via do aumento da competitividade e eficincia do sector dos transportes;

    2. Promover a maior integrao de Portugal no espao econmico europeu, designadamente atravs do gradual desenvolvimento da RTE -T;

    3. Potenciar o papel das infraestruturas e servios de transportes no desenvolvimento do sector do turismo nacional e promover a melhoria das condies de acolhimento e da qualidade do servio e informao ao pblico nos transportes, contribuindo para o grau de satisfao dos passageiros, em particular dos turistas;

    4. Alavancar as vantagens competitivas de Portugal decorrentes do seu posicionamento geoestratgico, na interceo de grandes corredores internacionais martimos e areos;

    5. Promover o aumento da concorrncia entre os operadores nos segmentos de mercadorias e passageiros.

    B. Assegurar a competitividade do sector dos transportes e a sua sustentabilidade financeira para os contribuintes portu-gueses:

    1. Prosseguir o esforo de reformas estruturais;2. Consolidar a sustentabilidade financeira presente e futura do sector,

    aliviando o peso das responsabilidades transferidas para as futuras geraes;

    3. Focar a interveno direta do Estado nas reas que constituem o seu verdadeiro papel, promovendo a participao da iniciativa privada nas reas em que oferece maior eficincia e valor acrescentado na prossecuo dos objetivos da poltica de transportes.

    C. Promover a coeso social e territorial, bem como a sustentabi-lidade ambiental, assegurando a mobilidade e acessibilidade de pessoas e bens em todo o pas:

    1. Assegurar a mobilidade e acessibilidade de pessoas e bens em todo o territrio nacional, de forma eficiente e adequada s ne-cessidades;

    2. Implementar o princpio da equidade de oportunidades no acesso ao sistema de transportes, promovendo a coeso social e territorial;

    3. Reorganizar e fortalecer o papel da regulao no sector dos trans-portes;

    4. Assegurar uma clara, racional e equilibrada alocao de compe-tncias na planificao, organizao e financiamento do sistema de transportes;

    5. Promover uma reduo continuada dos impactes ambientais do sector dos transportes, promovendo a utilizao dos modos de trans-porte mais sustentveis do ponto de vista energtico e ambiental;

    Ilustrao 9 Objetivos estratgicos do PETI3+ para o horizonte 2014 -2020

    7 GRUPO DE TRABALHO PARA AS INFRAESTRUTURAS DE ELEVADO VALOR ACRESCENTADO

    O esforo de consolidao oramental e de correo dos desequilbrios financeiros das contas pblicas - que dever manter -se pelo perodo de vigncia do PETI3+ deve motivar, mais do que nunca, uma boa gesto dos escassos recursos pblicos disposio do pas, atravs de uma adequada, criteriosa e consensual definio das priori-dades de investimento em infraestruturas que potenciem as capacidades do tecido empresarial portugus e que contribuam para um processo de ajustamento sustentado e competitivo.

    O novo ciclo de fundos comunitrios traz novos e exi-gentes desafios ao nvel da planificao, elegibilidade de projetos e respetivos mecanismos de reembolso.

    Os agentes econmicos detm o melhor conhecimento das dificuldades e constrangimentos que enfrentam e das necessidades que devero ser supridas por forma a me-lhor alavancar o desenvolvimento da nossa economia. Desde modo, a Estratgia de Fomento Industrial para o Crescimento e o Emprego 2014-2020 estabelece que oGoverno implementar, com os agentes econmicos e com os utilizadores das infraestruturas, um conjunto de medidas por forma a assegurar:

    A definio criteriosa de prioridades e a canalizao do investimento pblico para infraestruturas que poten-ciem as capacidades de exportao das empresas em Portugal e promovam um processo de internacionalizao rpido e competitivo;

    A melhoria da integrao de Portugal no mercado europeu de infraestruturas de suporte transversais a toda a atividade econmica.

    Atravs do Despacho n. 11215 -A/2013, de 29 de agosto, o Governo Portugus mandatou a criao de um Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado (GTIEVA) na rea dos transportes a desenvolver no horizonte 2014 -2020, com objetivo de aumentar a competitividade da economia Portuguesa e reduzir os custos de contexto das exportaes nacionais.

    O GTIEVA procedeu ao levantamento dos principais constrangimentos deste sector e ao estabelecimento de critrios e prioridades de interveno que dessem cum-primento aos Objetivos Estratgicos definidos pelo Go-verno.

    Atravs da criao do GTIEVA o Governo pretendeu provocar um amplo debate pblico sobre o modelo de investimento e desenvolvimento das nossas infraestrutu-ras, partindo de um documento de base que recolhesse as propostas e contributos de todos os atores econmicos e sociais relevantes. Para o efeito, o GTIEVA foi constitudo pelos seguintes elementos:

    CONSTITUIO DO GTIEVA Dr. Jos Eduardo Marcelino Carvalho, na qualidade de persona-

    lidade de reconhecido mrito, a quem coube a coordenao dos trabalhos;

    Um elemento designado pela CIP Confederao Empresarial de Portugal;

    Um elemento designado pela ANMP Associao Nacional de Municpios Portugueses;

    Um elemento designado pela Agncia para o Investimento e Co-mrcio Externo de Portugal (AICEP);

    Um elemento designado pelo Instituto da Mobilidade e dos Trans-portes (IMT, IP);

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015 6222-(13)

    Um elemento designado pelo Laboratrio Nacional de Engenharia Civil (LNEC, IP);

    Um elemento designado pela APLOG Associao Portuguesa de Logstica;

    Um elemento designado pela APOL Associao Portuguesa de Operadores Logsticos;

    Um elemento designado pela APP Associao dos Portos de Portugal;

    Um elemento designado pelo CPC Conselho Portugus de Car-regadores;

    Um elemento designado pela CP Comboios de Portugal, EPE; Um elemento designado pela Takargo, SA; Um elemento designado pela Rede Ferroviria Nacional RE-

    FER, EPE; Um elemento designado pela EP Estradas de Portugal, SA; Um elemento designado pela ANTROP Associao Nacional dos

    Transportadores Rodovirios de Pesados de Passageiros; Um elemento designado pela ANTRAM Associao Nacional de

    Transportadores Pblicos Rodovirios de Mercadorias; Um elemento designado pela ANTP Associao Nacional de

    Transportadoras Portuguesas; Um elemento designado pela APCAP Associao Portuguesa

    das Sociedades Concessionrias de Autoestradas ou Pontes com Portagens.

    Ilustrao 10 Constituio do GTIEVA

    Para alm dos elementos referidos, colaborou ainda com o Grupo de Trabalho um conjunto de Professores Universitrios e especialistas do sector, tendo ainda tido o apoio tcnico da KPMG, envolvendo um total de mais de 50 elementos.

    7.1 RELATRIO DO GRUPO DE TRABALHO

    A verso integral do Relatrio Final do GTIEVA apresentada no Anexo I ao presente documento e que dele faz parte integrante, apresenta, com maior detalhe, os ob-jetivos, metodologia seguida, anlise de constrangimentos, descrio dos projetos e recomendaes do GTIEVA que esto na base do Programa de Investimentos em Infraes-truturas de Transportes adotado pelo Governo.

    O GTIEVA aborda no seu relatrio final os seguintes pontos:

    Caracterizao das redes atuais; Principais agentes; Diagnstico e constrangimentos; Metodologia de priorizao de projetos e investi-

    mentos; Priorizao de projetos e investimentos; Recomendaes e eixos de interveno no estru-

    turais; Fichas tcnicas dos projetos.

    Trata -se de um documento de enorme valia tcnica, que reflete uma extensa, abrangente e profunda anlise do sistema e infraestruturas de transportes nacional e identifica claramente os seus principais constrangimentos atividade econmica das empresas.

    7.2 CONSULTA PBLICA

    7.2.1 Processo de consulta e debate pblico

    O GTIEVA apresentou ao Governo o seu relatrio em janeiro de 2014, tendo -se iniciado de imediato um processo de consulta pblica relativo ao contedo e recomendaes do mesmo, alargando assim o debate sobre o modelo de investimento e desenvolvimento das infraestruturas a toda a sociedade Portuguesa.

    O Governo procurou um forte consenso a nvel nacional relativamente aos investimentos a realizar, tendo sido re-alizados debates nas diversas Comisses de Coordenao e Desenvolvimento Regional:

    Em Coimbra ocorreu a 13 de fevereiro de 2014 a discusso relativa zona Centro;

    No Porto ocorreu a 17 de fevereiro de 2014 a discus-so relativa zona Norte;

    Em Faro ocorreu a 28 de fevereiro de 2014 a discusso relativa zona Algarve;

    Em vora ocorreu a 11 de maro de 2014 a discusso relativa zona Alentejo;

    Em Lisboa ocorreu a 13 de maro de 2014 a discusso relativa zona Lisboa e Vale do Tejo.

    Decorreram reunies no Ministrio da Economia com todos os Partidos com assento parlamentar especifica-mente sobre o relatrio do GTIEVA.

    Foi ainda realizada a audio parlamentar do GTIEVA pela Comisso de Economia e Obras Pblicas da Assem-bleia da Repblica, a 18 de maro de 2014 e reunio do Ministrio da Economia com a Comisso de Economia e Obras Pblicas da Assembleia da Repblica, a 21 de maro de 2014.

    Foram recebidos e acolhidos mais de 400 contributos e mais de 1200 participantes por todo o pas at ao dia 1 de abril de 2014, cujo resumo apresentado no Anexo II ao presente documento.

    7.3 CARACTERIZAO, DIAGNSTICO E CONSTRANGIMENTOS

    Nos captulos A e E do relatrio do GTIEVA apre-sentado no Anexo I (2) ao presente documento realizada uma caracterizao do sistema de transportes, dividida em 4 sectores:

    Sector ferrovirio; Sector rodovirio; Sector martimo -porturio; Sector aeroporturio.

    Em cada um dos sectores realizado um diagnstico crtico e isento que inclui:

    Principais caractersticas da rede de infraestruturas; Principais agentes do sector; Nvel de maturidade da rede; Nvel de intermodalidade entre modos de trans-

    porte; Investimento realizado; Modelo de gesto, financiamento e sustentabilidade.

    Da sistematizao desta fase de diagnstico e cons-trangimentos, derivam os seguintes resultados, por sector:

    Ilustrao 11 Resultados da fase de diagnstico e constrangimentos (Fonte: GTIEVA)

  • 6222-(14) Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015

    A fase de diagnstico resultou na identificao e des-crio dos principais constrangimentos que afetam cada um dos sectores das infraestruturas de transportes em apreo.

    Os principais constrangimentos identificados foram classificadas na escalda seguinte:

    - Prioridade elevada;

    - Prioridade mdia;

    - Prioridade baixa.

    Ilustrao 12 Escala de avaliao dos constrangimentos(Fonte: GTIEVA)

    Apresenta -se de seguida um resumo dos principais constrangimentos identificados pelo GTIEVA:

    7.3.1 Sector ferrovirio

    CONSTRANGIMENTOGRAU DE

    PRIORIDADE

    Degradao da infraestrutura

    Vida til e obsolescncia tcnica

    Ausncia de eletrificao

    Falta de ligao eficiente dos principais portos e centros logsticos

    Europa

    Falta de ligao eficiente aos portos, plataformas logsticas e polos

    industriais

    Limitao do comprimento e peso mximo dos comboios

    Bitola, sinalizao e sistemas de alimentao heterogneos

    Limitaes de capacidade

    Falta de interface com rodovias e aeroportos

    Ilustrao 13 Principais constrangimentos do sector ferrovirio(Fonte: GTIEVA)

    7.3.2 Sector martimo -porturio

    CONSTRANGIMENTOGRAU DE

    PRIORIDADE

    Condies de acesso / receo de navios

    Limitaes de capacidade

    Ligao inexistente ou insuficiente linha frrea e plataformas

    logsticas

    Vida til / obsolescncia tcnica de equipamento porturio

    Ligao inexistente ou insuficiente (elevado congestionamento)

    rodovia

    Ilustrao 14 Principais constrangimentos do sector martimo -porturio (Fonte: GTIEVA)

    7.3.3 Sector rodovirio

    CONSTRANGIMENTOGRAU DE

    PRIORIDADE

    Fecho da malha da rede rodoviria em especial no que concerne a

    ligaes do tipo last-mile)

    CONSTRANGIMENTOGRAU DE

    PRIORIDADE

    Nvel de sinistralidade

    Congestionamento de trfego nos acessos s grandes cidades

    Difcil acesso para os veculos de grandes dimenses aos principais

    centros urbanos e zonas porturias

    Estado de conservao das infraestruturas

    Ilustrao 15 Principais constrangimentos do sector rodovirio (Fonte: GTIEVA)

    7.3.4 Sector areo e aeroporturio

    CONSTRANGIMENTOGRAU DE

    PRIORIDADE

    N. de movimentos hora para passageiros/carga

    Espao para instalao de infraestruturas de empresas

    integradoras/operaes dedicadas

    Espao para estacionamento de aeronaves

    Falta de dinamizao comercial para infraestruturas j existentes

    Ilustrao 16 Principais constrangimentos do sector areo e aeroporturio (Fonte: GTIEVA)

    8 PLANO ESTRATGICO DA ANA

    8.1 ENQUADRAMENTO

    O Decreto -Lei n. 254/2012, de 28 de novembro, al-terado pelo Decreto -Lei n. 108/2013, de 31 de julho, procede definio do regime jurdico geral da concesso de servio pblico aeroporturio de apoio aviao civil em Portugal, atribuda ANA Aeroportos de Portugal, S. A. (ANA), aplicvel explorao e manuteno dos aeroportos de Lisboa (Portela), Porto (Francisco S Car-neiro), Faro, Ponta Delgada (Joo Paulo II), Santa Maria, Horta, Flores, Madeira, Porto Santo, e ainda do Terminal Civil de Beja, tendo posteriormente, sido assinados o Contrato de Concesso entre o Estado Portugus e a ANA e o Contrato de Concesso entre o Estado Portugus e a ANAM para a prestao do servio pblico aeroporturio de apoio aviao civil nos aeroportos referidos.

    A apresentao de um Plano Estratgico para os aero-portos da rede ANA, incluindo ANA e ANAM encontra -se prevista em ambos os Contratos de Concesso, pelo que entendeu a ANA ser adequado elaborar um Plano Estra-tgico conjunto. Deste modo, e tratando -se de matria regulada pelo respetivo contrato de concesso, no cabia no mbito do GTIEVA, no tendo sido analisado por aquele Grupo de Trabalho.

    O Plano Estratgico referente ao perodo 2013 -2017 constitui uma ferramenta de informao ao Concedente e indstria sobre as medidas implementadas e a im-plementar neste perodo nos aeroportos da Rede ANA, enquadradas com o clima econmico atual, a nvel na-cional e internacional, incluindo as medidas inerentes ao fortalecimento da capacidade competitiva do grupo gestor de infraestruturas aeroporturias. O Plano Estratgico da ANA apresentado no Anexo III do presente documento, bem como os seus anexos e apndices, fazendo parte integrante deste documento.

  • Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015 6222-(15)

    8.2 ELEMENTOS CONSTITUINTES DO PLANO ESTRATGICO

    Do Plano Estratgico fazem parte todos os elementos elencados na Clusula 21.3 do Contrato de Concesso ANA e na Clusula 21.3 do Contrato de Concesso ANAM includo no Anexo III ao presente documento e que dele fazem parte integrante, a saber:

    a) Avaliao das infraestruturas futuras necessrias para os Utilizadores dos servios e instalaes de cada Aeroporto, bem como estudos de procura de trfego para o perodo de planeamento (Anexo I).

    b) Propostas para a utilizao e desenvolvimento do lado -terra, acesso ao aeroporto, planeamento / zoneamento de locais e o uso do lado do ar (Anexo II).

    c) Mapas para a manuteno, reparao, renovao ou substituio dos Bens afetos Concesso (bens imveis e bens mveis de longa durao) (Anexo III).

    d) Avaliao econmica das alternativas e dos impac-tos previstos na evoluo dos custos operacionais e de investimento (Anexo IV).

    e) Previso operacional relacionada com o uso civil dos Aeroportos (Anexo V).

    f) Mapas, desenvolvidos atravs de consultas com os Utilizadores e outras entidades conexas que utilizam os Aeroportos e, bem assim, com entidades pblicas que estejam sediadas nas proximidades dos Aeroportos, para a gesto do rudo das aeronaves em reas propensas a nveis significativos de rudo (Anexo VI).

    g) Avaliao dos riscos ambientais que razoavelmente estaro associados implementao do projeto de Plano Estratgico, bem como os mecanismos de mitigao desses riscos, incluindo mecanismos de preveno e mitigao de qualquer impacto ambiental negativo (Anexo VII).

    8.3 OBRIGAES ESPECFICAS DE DESENVOLVIMENTO

    Encontram -se previstas nos Anexos IX dos respetivos Contratos de Concesso da ANA e ANAM as seguintes obrigaes especficas de desenvolvimento, a maioria das quais para o quinqunio objeto do referido Plano Estratgico:

    8.3.1 Aeroporto de Lisboa

    Concluso do Bus Gate Norte (2013). Ampliao do Terminal de Bagagens (2013/2014). Ampliao do sistema de tratamento de bagagens

    (2013/2014). Expanso da rea de controlo e segurana

    (2014/2015). Reabilitao profunda de pavimentos dos taxiways

    R02 e S01 (2013/2014). Infraestruturas para implementao de CAT II/III na

    pista 03. Reabilitao da camada de desgaste da pista 03/21

    (2014/2015). Construo de entradas mltiplas na pista 03

    (2014/2016). Remodelao da rede de mdia tenso fase 1

    (2014/2016). Remodelao das reas dos curbsides (2015/2018). Remodelao e ampliao das reas de check -in e de

    recolha de bagagens (2014/2015).

    8.3.2 Aeroporto do Porto

    Reabilitao do caminho de circulao Bravo(2013/2015). Reabilitao do pavimento da plataforma Sierra

    (2013/2014). Reforo estrutural do tnel rodovirio sob a pista

    17 -35 (2014/2015). Cobertura exterior do Curbside (2014/2015). Barreira acstica junto ao prolongamento do caminho

    de circulao (2017/2022). Prolongamento do caminho de circulao Fox

    (2017/2022).

    8.3.3 Aeroporto de Faro

    Infraestruturas para instalao de ILS/DME (2013). Concluso da reformulao de acessos e curbsides

    (2013). Reviso do sistema de segurana da aerogare

    (2014/2016). Incremento das reas pblicas de espera no terminal

    (2014/2016). Reformulao das reas comerciais no -aviao

    (2014/2016). Reabilitao do pavimento da pista (2016/2017). Remodelao e reabilitao da plataforma de estacio-

    namento antiga (2015/2017).

    8.3.4 Aeroporto de Ponta Delgada

    Novo Hangar de manuteno (2013/2014). Reparao da cobertura da aerogare do lado ar

    (2015/2016). Remodelao do sistema de AVAC (2016/2017).

    8.3.5 Aeroporto de Santa Maria

    Ampliao das salas de embarque e desembarque (2013/2014). Remodelao da instalao luminosa (2013/2015). Reabilitao do pavimento da plataforma de estacio-

    namento (2014/2015). Remodelao da rede de drenagem do parque habi-

    tacional (2015/2016).

    8.3.6 Aeroporto da Horta

    Reabilitao da plataforma de estacionamento (2014/2015).

    8.3.7 Aeroporto das Flores

    Recuperao do pavimento da pista (2016/2017).

    8.3.8 Aeroporto da Madeira - Funchal

    Reforo e reperfilamento da pista (2014/2015).

    8.3.9 Aeroporto do Porto Santo

    Reforo e reperfilamento da pista (2013/2014).

    8.4 CONSULTA PBLICA

    8.4.1 Processo de consulta

    Relativamente s consultas que precederam a entrega ao Concedente do Plano Estratgico, estipulam as Clusu-las 21.4 dos Contratos de Concesso ANA e ANAM, bem

  • 6222-(16) Dirio da Repblica, 1. srie N. 162 20 de agosto de 2015

    como a alnea b) da Clusula 58.1 do Contrato de Conces-so ANAM, a auscultao das seguintes entidades:

    a) Os principais Utilizadores nacionais e internacionais dos Aeroportos;

    b) A Autoridade Reguladora e a NAV, no que respeita ao controlo de trfego areo e segurana aeroporturia;

    c) O Ministro da Defesa Nacional, no que respeita a matrias de colaborao civil e militar relacionadas com a conceo do espao areo; e

    d) A Associao Nacional de Municpios Portugue-ses, das Associaes e Confederaes de Turismo, das Juntas Metropolitanas e das Associaes Empresariais, em qualquer dos casos, no que respeita, unicamente, a matrias do seu interesse especfico relacionadas com os Aeroportos;

    e) A Regio Autnoma da Madeira, no que respeita a matrias essenciais e do seu interesse especfico relacio-nadas com os Aeroportos.

    Em conformidade, o Plano Estratgico foi enviado, pela ANA, a um conjunto alargado de entidades, com pedido de comentrios. As cartas enviadas, bem como as respostas recebidas constam do Relatrio de Consulta que constitui um dos Apndices ao Plano Estratgico, conforme pre-visto na Clusula 21.6 do Contrato de Concesso ANA e a Clusula 21.6 do Contrato de Concesso ANAM.

    8.4.2 Consulta

    Em conformidade com o exposto foram consultadas as seguintes entidades:

    Comits de Utilizadores dos Aeroportos de Lisboa, Porto e Faro.

    Principais companhias areas nacionais e internacio-nais, tendo em conta o seu volume de trfego de passagei-ros em 2012: TAP, easyJet, Lufthansa, Ryanair, Monarch, Sata SGPS (Sata Internacional e Sata Air Aores), Air Berlim.

    Groundforce e Portway. Autoridade Reguladora Nacional (INAC, I.P.). NAV, E.P.E. Ministrio da Defesa Nacional. Associao Nacional de Municpios Portugueses. Junta Metropolitana de Lisboa e Junta Metropolitana

    do Porto. Confederao do Turismo Portugus. Associao de Turismo do Porto e Norte de Portugal,

    Associao de Turismo do Centro, Associao de Turismo de Lisboa, Associao de Turismo do Alentejo, Associa-o de Turismo do Algarve, Associao de Turismo dos Aores e Associao de Promoo da Regio Autnoma da Madeira.

    CIP Confederao Empresarial de Portugal. Governo Regional da Madeira. Governo Regional dos Aores. RENA Associao representativa das Empresas de

    Navegao Area. APTTA Associao Portuguesa de Transporte e

    Trabalho Areo.

    8.4.3 Comentrios consulta

    Foram recebidos contributos por parte de diversas enti-dades, aos quais a ANA atendeu na sua mxima extenso possvel, sendo esses contributos expressamente referidos

    no dossi de consulta que acompanha o Plano Estratgico da ANA em anexo ao presente documento.

    8.4.4 Posio do Concedente

    O Concedente considera que o Plano Estratgico preen-che, de forma satisfatria, os critrios descritos nas clu-sulas 21.8 do Contrato de Concesso ANA e do Contrato de Concesso ANAM, a saber:

    a) A medida em que a implementao do Plano Estra-tgico vai ao encontro das necessidades atuais e futuras dos Utilizadores ao nvel da qualidade do servio e ins-talaes dos aeroportos. A este respeito, refira -se que o Plano Estratgico incorpora a informao proveniente dos inquritos feitos aos utilizadores dos aeroportos, cujos resultados se encontram nos textos relativos Qualidade (cfr. Clusula 21.5 do Contrato de Concesso ANA e a Clusula 21.5 do Contrato de Concesso ANAM).

    b) O efeito que a implementao do projeto de Plano Estratgico passvel de ter na utilizao dos Aeroportos e nas reas circundantes.

    c) As consultas realizadas pela Concessionria na ela-borao do projeto de Plano Estratgico, bem como os resultados dessas consultas.

    d) Os pontos de vista da Autoridade Reguladora e da IATA, a respeito das matrias de segurana e operacionais do projeto de Plano Estratgico.

    Nestes termos, o Concedente procedeu sua aprovao em 2 de abril de 2014.

    9 INVESTIMENTOS PRIORITRIOS 2014 -2020

    A disponibilidade de recursos pblicos, comunitrios e privados , em cada momento, limitada. Cabe aos de-cisores polticos tomar opes quanto s prioridades de investimento que, em cada momento, devem ser prosse-guidas, levando em conta, designadamente, o diagns-tico das mais prementes necessidades da sociedade, bem como a conjuntura social, econmica e financeira de cada momento.

    Pretende -se assim que no horizonte 2014 -2020 a aloca-o de fundos pblicos nacionais e comunitrios disponveis privilegie os investimentos geradores de valor que promo-vam o aumento da competitividade da nossa economia, designadamente atravs da reduo dos custos de contexto das exportaes nacionais e, por essa via, fomentem o crescimento da atividade econmica a empregabilidade e o desenvolvimento do tecido empresarial portugus.

    A crescente globalizao da economia e o aumento dos nveis de competio entre as empresas vm realar a necessidade da existncia de cadeias logsticas eficientes como um fator imprescindvel competitividade de um pas. A disponibilizao de cadeias eficazes de abasteci-mento e distribuio de mercadorias, bem como a reduo dos custos de contexto promove a atrao e fixao de empresas e o desenvolvimento do tecido empresarial.

    Face situao perifrica de Portugal no mbito da geografia europeia, os custos incorridos no transporte de mercadorias e na movimentao de pessoas de e para o espao europeu assumem uma especial preponderncia nos custos de contexto da economia nacional.

    Apesar do forte desenvolvimento das infraestruturas de transporte realizadas nas ltimas dcadas, fundamen-talmente no sector rodovirio, subsistem importantes

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    constrangimentos ao nvel do transporte de mercadorias, sobretudo nos sectores ferrovirio e martimo -porturio.

    Nesse sentido, o desenvolvimento e a integrao da RTE -T, atravs da eliminao dos constrangimentos de conectividade internacional do pas e da promoo da sua interoperabilidade em todos os modos de transportes, mas em especial nas ligaes internacionais - so fatores decisivos para a competitividade da economia portuguesa e do seu tecido empresarial, no contexto de intensificao da concorrncia internacional.

    Os objetivos de reforo da competitividade e da inter-nacionalizao da economia portuguesa estabelecidos na Estratgia para o Fomento Industrial, para o Crescimento e para o Emprego 2014 -2020 passam assim pela reduo da desvantagem competitiva do nosso Pas em termos de custos de transporte e logstica decorrentes da sua posio geogrfica e do insuficiente desenvolvimento das ligaes ao centro econmico europeu.

    Por outro lado, os sistemas pblicos de transporte de passageiros tm tambm um contributo relevante para a competitividade e eficincia da economia nacional, em es-pecial no que concerne aos sistemas pblicos de transporte de passageiros metropolitanos e regionais, bem como na potenciao das infraestruturas e servios de transporte pblicos de passageiros como fator diferenciador e inte-grador da oferta turstica nacional e regional.

    9.1 PRIORIDADES DE INTERVENO

    Tendo por base os Objetivos Estratgicos estabelecidos no captulo 6, as recomendaes do GTIEVA, as recomen-daes do processo de consulta pblica e a anlise SWOT do sector dos transportes, estabelecido um conjunto de prioridades de interveno para os projetos de investi-mento a concretizar no horizonte 2014 -2020.

    PRIORIDADES DE INTERVENO PARA OS PROJETOS DE INVESTIMENTO A CONCRETIZAR NO HORIZONTE 2014-2020

    A) Promoo da competitividade e eficincia da economia e do sistema de transportes:1) Projetos que contribuam para o aumento da eficincia, atravs:

    i) Da resoluo dos principais constrangimentos da rede, em especial no que concerne aos corredores principais do PNPOT e corredores internacionais da RTE-T;

    ii) Do aumento da sustentabilidade operacional do sistema de transportes por via da reduo dos custos de operao e ma-nuteno e/ou maximizao do grau de cobertura dos custos de operao e manuteno.

    2) Projetos que contribuam para o aumento da competitividade da economia, atravs da captao e aumento do potencial de trfego:i) De mercadorias;ii) De passageiros.

    B) Fomento da intermodalidade entre modos e redes de trans-portes:1) Projetos de ligao aos principais polos de trfego:

    i) De mercadorias, designadamente portos, plataformas logsti-cas/terminais multimodais e parques/unidades industriais;

    ii) De passageiros, designadamente aeroportos e portos de cru-zeiro, ncleos urbanos densos, interfaces e equipamentos pblicos/servios/indstria.

    C) Enquadramento na poltica de transportes:1) Projetos inseridos nas polticas pblicas de transporte de mbito

    nacional, designadamente:i) No PET;

    ii) Nos grandes corredores de transporte previstos no PNPOT ou noutros instrumentos de noutros instrumentos de planeamento territorial, designadamente o PRN.

    2) Projetos inseridos nas polticas de transporte de mbito europeu, designadamente:i) Projetos que se integrem o desenvolvimento da rede principal

    da RTE-T;ii) Projetos que se integrem no desenvolvimento da rede global

    da RTE-T.

    D) Sustentabilidade financeira e disponibilidade de fontes de financiamento:1) Projetos que apresentem um elevado grau de sustentabilidade

    financeira e comportabilidade para o Estado e para os quais seja possvel a mobilizao de fontes de financiamento privado e comunitrio, atravs de:i) Cofinanciamento de investimento no mbito do programa

    Portugal 2020 ou do programa Connecting Europe Facility;ii) Captao de fontes externas de financiamento ao investimento

    (incluindo investimento privado) sem recurso do Estado;iii) Minimizao do esforo financeiro do Estado e do Sector

    Empresarial do Estado ao longo da sua vida til.

    E) Nvel de maturidade:1) Projetos cujo nvel de maturidade permita, com uma razovel

    margem de segurana, assegurar a sua execuo durante no horizonte 2020:i) Projetos j iniciados ou projetos para os quais j exista pedido

    de informao prvia ou outros estudos tcnicos, ambientais e de execuo que revelem a maturidade dos mesmos;

    ii) Projetos cujo prazo de execuo no exceda o perodo de elegibilidade do programa de financiamento comunitrio PORTUGAL2020, extensvel a 2022.

    F) Coeso social e territorial:1) Projetos que contribuam para o aumento da coeso social e

    territorial, designadamente:i) Projetos estruturantes para o desenvolvimento de regies do

    interior do pas;ii) Projetos que permitam a ligao de ns e eixos da rede prin-

    cipal a zonas que disponham de menor cobertura da rede de transportes.

    Ilustrao 17 Prioridades de interveno para os projetos de investimento a concretizar no horizonte 2020

    Trata -se de um quadro de referncia claro e objetivo para a prossecuo de projetos de investimento em infraes-truturas de transporte no horizonte em apreo, que procura alocar os recursos pblicos aos projetos que assegurem o maior valor acrescentado e retorno para a economia Portuguesa, sujeito estrita necessidade de assegurar a sustentabilidade econmica e financeira dos mesmos.

    9.2 EIXOS DE DESENVOLVIMENTO PRIORITRIOS

    Como atrs referido, o PNPOT, aprovado pela Lei n. 58/2007, de 4 de setembro, o instrumento de desen-volvimento territorial de natureza estratgica que estabe-lece as grandes opes com relevncia para a organizao do territrio nacional, estabelecendo os grandes corredores nos quais se devem inserir os projetos de infraestruturas estruturantes de transportes que concretizam e as princi-pais ligaes com a Europa e o resto do mundo atravs dos modos ferrovirio, rodovirio, martimo -porturio e aeroporturio.

    Nestes termos, ponderando as recomendaes do GTIEVA, todos os contributos recebidos na fase de con-sulta pblica e o Plano Estratgico da ANA, so estabe-

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    lecidos 6 eixos de desenvolvimento prioritrios para o horizonte 2014 -2020, coincidentes com os corredores principais do PNPOT e da RTE -T, nos quais se integram os projetos de investimento a concretizar:

    Corredor da fachada atlntica; Corredor internacional norte; Corredor internacional sul; Corredor do Algarve; Corredor do interior; Transportes pblico de passageiros.

    Ilustrao 18 Corredores de desenvolvimento

    Estes 6 eixos de desenvolvimento representam um im-portante contributo para a insero de Portugal na RTE -T, em especial no que concerne a intervenes relacionadas com os principais constrangimentos da RTE -T em terri-trio nacional.

    Nos captulos seguintes apresenta -se um resumo das principais intervenes prioritrias previstas em cada eixo, bem como o seu contributo para o desenvolvimento da RTE -T.

    9.2.1 Corredor da fachada atlntica

    Consolidao de um corredor vertical atlntico inte-grado multimodal que rene vrios modos de transporte em articulao entre si. O corredor da fachada atlntica liga a Galiza, o arco metropolitano do Porto, o sistema metropolitano do centro litoral, o arco metropolitano de Lisboa ao arco metropolitano do Algarve, incluindo os principais portos, aeroportos e plataformas logsticas do continente:

    Desenvolvimento dos portos integrantes da RTE -T principal de Leixes, Lisboa e Sines e Via Navegvel do Douro.

    Desenvolvimento dos portos integrantes da RTE -T global de Aveiro e Setbal e porto da Figueira