resolução cfm n. 1.931, de 17 de setembro de 2009. · atividades em que se utilize o conhecimento...

37
Aula 30 Resolução CFM n. 1.931, de 17 de setembro de 2009. PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Upload: vumien

Post on 15-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Aula 30

Resolução CFM n. 1.931, de 17 de setembro de 2009.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Continuação da aula anterior - SIGILO MÉDICO

Sigilo profissional - Capítulo IX

É vedado ao médico:

Art. 73 - Revelar fato de que tenha conhecimento em

virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo

justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do

paciente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Parágrafo único - Permanece essa proibição:

a) Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou

o paciente tenha falecido;

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

b) quando de seu depoimento como testemunha.

Nessa hipótese, o médico comparecerá perante

a autoridade e declarará seu impedimento;

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

c) na investigação de suspeita de crime, o médico está

impedido de revelar segredo que possa expor

paciente a processo penal.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

É vedado ao médico:

Art. 74 - Revelar sigilo profissional relacionado a

paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou

representantes legais, desde que o menor tenha

capacidade de discernimento, salvo quando a não

revelação possa acarretar dano ao paciente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Documentos médicos - Capítulo X

É vedado ao médico:

Art. 86 - Deixar de fornecer laudo médico ao paciente

ou seu representante legal quando aquele for

encaminhado ou transferido para continuação do

tratamento médico ou em caso de solicitação de alta.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

É vedado ao médico:

Art. 87 - Deixar de elaborar prontuário médico

legível para cada paciente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

§ 2º - O prontuário médico estará sob a guarda do

médico ou da instituição que assiste o paciente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

É vedado ao médico:

Art. 88 - Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário,

deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem

como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua

compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao

próprio paciente ou a terceiros.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

É vedado ao médico:

Art. 89 - Liberar cópias do prontuário sob sua guarda,

salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente,

para atender ordem judicial ou para a sua própria

defesa.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

§ 1º - Quando requisitado judicialmente o prontuário

será disponibilizado ao perito médico nomeado pelo

juiz.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

§ 2º - Quando o prontuário for apresentado em sua

própria defesa, o médico deverá solicitar que seja

observado o sigilo profissional.

RESOLUÇÃO CFM Nº 1.931/09

Aprova o CEM

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

I – O presente Código de Ética Médica contémas normas que devem ser seguidas pelos médicosno exercício de sua profissão, inclusive noexercício de atividades relativas ao ensino, àpesquisa e à administração de serviços de saúde,bem como no exercício de quaisquer outrasatividades em que se utilize o conhecimentoadvindo do estudo da Medicina.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Ética médica é a disciplina que avalia os méritos,riscos e preocupações sociais das atividades nocampo da Medicina, levando em consideração amoral vigente em determinado tempo e local. É umramo da ética aplicada

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

VI - Este Código de Ética Médica é composto de25 princípios fundamentais do exercício daMedicina, 10 normas diceológicas, 118 normasdeontológicas e cinco disposições gerais. Atransgressão das normas deontológicas sujeitaráos infratores às penas disciplinares previstas emlei.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Significado de Diceologia

É uma teoria que fundamenta os direitosprofissionais; estudo dos deveres do médico queestão regulamentados num tratado ou código.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Conjunto de deveres profissionais do médicoestabelecidos em um código específico.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

I - A Medicina é uma profissão a serviço dasaúde do ser humano e da coletividade e seráexercida sem discriminação de nenhuma natureza.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde doser humano, em benefício da qual deverá agir como máximo de zelo e o melhor de sua capacidadeprofissional.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

IV - Ao médico cabe zelar e trabalhar peloperfeito desempenho ético da Medicina, bem comopelo prestígio e bom conceito da profissão.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

V - Compete ao médico aprimorarcontinuamente seus conhecimentos e usar omelhor do progresso científico em benefício dopaciente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

VI - O médico guardará absoluto respeito peloser humano e atuará sempre em seu benefício.Jamais utilizará seus conhecimentos para causarsofrimento físico ou moral, para o extermínio doser humano ou para permitir e acobertar tentativacontra sua dignidade e integridade.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

XI - O médico guardará sigilo a respeito dasinformações de que detenha conhecimento nodesempenho de suas funções, com exceção doscasos previstos em lei.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

XIX - O médico se responsabilizará, em caráterpessoal e nunca presumido, pelos seus atosprofissionais, resultantes de relação particular deconfiança e executados com diligência,competência e prudência.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

XX - A natureza personalíssima da atuaçãoprofissional do médico não caracteriza relação deconsumo.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

XXI - No processo de tomada de decisõesprofissionais, de acordo com seus ditames deconsciência e as previsões legais, o médico aceitaráas escolhas de seus pacientes, relativas aosprocedimentos diagnósticos e terapêuticos por elesexpressos, desde que adequadas ao caso ecientificamente reconhecidas.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

XXII - Nas situações clínicas irreversíveis eterminais, o médico evitará a realização deprocedimentos diagnósticos e terapêuticosdesnecessários e propiciará aos pacientes sob suaatenção todos os cuidados paliativos apropriados.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

XXIII - Quando envolvido na produção deconhecimento científico, o médico agirá comisenção e independência, visando ao maiorbenefício para os pacientes e a sociedade.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

XXIV - Sempre que participar de pesquisasenvolvendo seres humanos ou qualquer animal, omédico respeitará as normas éticas nacionais, bemcomo protegerá a vulnerabilidade dos sujeitos dapesquisa.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. CIRURGIA PLÁSTICA -ABDOMINOPLASTIA E MAMOPLASTIA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOSMATERIAIS E MORAIS. DEMANDA AJUIZADA EM DESFAVOR DO PROFISSIONAL.ALEGADO INSUCESSO DO TRATAMENTO E DESCASO NO PÓS-OPERATÓRIO.PROCEDÊNCIA PARCIAL NA ORIGEM. RECURSO DO RÉU. RESPONSABILIDADE CIVIL.INFECÇÃO E DEISCÊNCIA DAS FERIDAS CIRÚRGICAS. CASUALIDADES INERENTES AOPROCEDIMENTO REALIZADO. AUSÊNCIA DE PROVAS QUE DEMONSTREM ERRO NATÉCNICA CIRÚRGICA. INTERCORRÊNCIAS, VERIFICADAS NA PACIENTE, ADMITIDASPELA PERÍCIA MÉDICA. TODAVIA, PROFISSIONAL MÉDICO QUE DEIXA DE FIRMARTERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO. AUSÊNCIA MÍNIMA DE INDICAÇÕESSOBRE A POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS E DAPOSSIBILIDADE DE RESULTADO INSATISFATÓRIO NO PROCEDIMENTO, SOBRETUDOEM SE TRATANDO DE TRATAMENTO PURAMENTE ESTÉTICO - OBRIGAÇÃO DERESULTADO. OFENSA AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA (ARTS. 22 E 34). ÔNUS QUECOMPETIA AO PROFISSIONAL DA MEDICINA. ART. 333, II, DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL DE 1973. DEVER DE INDENIZAR. VALORAÇÃO DO DANO MORAL.MONTANTE QUE SE MOSTROU EXAGERADO. READEQUAÇÃO. ATENÇÃO AOSPRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO CONHECIDOE, EM PARTE, PROVIDO

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

. - "A prática da cirurgia geral, bem como da cirurgia reconstrutiva oureparadora, que atende a uma verdadeira necessidade médica, enquadra-senesses deveres gerais referentes à obtenção do consentimento. Já na cirurgiaestética - que atende sobretudo a critério de oportunidade, não denecessidade, deve-se observar rigorosa obrigação de prudência e deconselho. O caráter puramente estético do ato, associado a umprejulgamento sempre desfavorável às cirurgias meramente embelezadoras -muitas vezes tachadas de mercantilistas -, conduz ao exame severo da máindicação cirúrgica ou das complicações posteriores. O cirurgião deveesclarecer ao paciente que as consequências prejudiciais podem serdesproporcionais ao melhoramento estético buscado e, por isso, o médicotem obrigação de recusar-se a intervir" (Kfouri Neto, Miguel. Culpa médica eônus da prova. São Paulo: Editora RT, 2002. ps. 309-310 - Grifou-se). - "Seo paciente só foi informado dos resultados positivos que poderiam serobtidos, sem ser advertido dos possíveis efeitos negativos (vícios inerentes),eis aí a violação do dever de informar, suficiente para respaldar aresponsabilidade médica" (Cavalieri Filho, Sérgio. Programa deResponsabilidade Civil. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2005). (TJSC, ApelaçãoCível n. 0000708-06.2011.8.24.0007, de Biguaçu, rel. Des. Rubens Schulz, j.27-07-2017).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS MOVIDACONTRA PROFISSIONAL DA MEDICINA QUE, AO DIAGNOSTICAR AENFERMIDADE DA PACIENTE, TERIA UTILIZADO TERMOS OFENSIVOSSOBRE SUA APARÊNCIA FÍSICA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA.RECURSO DA AUTORA. PLEITO OBJETIVANDO A REFORMA DA SENTENÇAAO ARGUMENTO DE TER SOFRIDO ABALO MORAL EM RAZÃO DASPALAVRAS OFENSIVAS PROFERIDAS PELO REQUERIDO DURANTE ACONSULTA MÉDICA. SUBSISTÊNCIA. DESRESPEITO A DIGNIDADE DAAUTORA EVIDENCIADO. EXCEPCIONAL SITUAÇÃO DE SAÚDE DAPACIENTE QUE EXIGE TRATAMENTO HUMANAMENTE ADEQUADO.CIRCUNSTÂNCIA QUE NÃO AUTORIZA CHACOTA, AO CONTRÁRIO,EXACERBA O DEVER DE PRESERVAÇÃO DA SAÚDE MENTAL E DIGNIDADEDOS PACIENTES. CUIDADO ÍNSITO A ATIVIDADE ESPECIAL DESENVOLVIDAPELO PROFISSIONAL DA SAÚDE. NECESSIDADE DE RESPEITO À DIGNIDADEDA PESSOA TEXTUALMENTE PREVISTO NO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA(RESOLUÇÃO CFM N. 1.931/2009). PRESSUPOSTOS DARESPONSABILIDADE CIVIL CONFIGURADOS. DANO MORAL FIXADO EM R$5.000,00 (CINCO MIL REAIS). SENTENÇA REFORMADA. RECURSOCONHECIDO E PROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0043824-32.2012.8.24.0038, de Joinville, rel. Des. Denise Volpato, j. 28-03-2017).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORALE MATERIAL. AUSÊNCIA DE ATENDIMENTO MÉDICO EM POSTODE SAÚDE. FALECIMENTO DO ESPOSO DA AUTORA PORINFARTO DO MIOCÁRDIO. MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS.SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. RECURSO DA AUTORA. 1.Responsabilidade civil objetiva, por conduta omissiva. Teoriado Risco Administrativo. Inteligência do art. 37, § 6º, daCRFB/88. 2. Réu que não controverte a alegação autoral defalta de médicos no posto de saúde. 3. Prova testemunhalcorroborando a afirmação da autora de ausência de médicosno posto de saúde. 4. Registro de ocorrência em sedepolicial, por crime de dano ao patrimônio públicosupostamente cometido pelo filho do “de cujus”, comunicadopelos próprios funcionários do posto de saúde que afirmaramem sede policial que no momento da troca de plantão opaciente Moacir Machado Rabelo estava passando muito male que não havia médico clínico para atendê-lo.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

5. Falha na prestação dos serviços do réu. Direito à saúde.Inteligência do art. 196, da CRFB/88, e do art. 293, XVIII, daConstituição Estadual. Responsabilidade do ente público pelagarantia da saúde do cidadão. Previsão do art. 2º, da Lei nº8080/90. 6. Competência do Município de prestar serviços deatendimento à saúde da população (art. 30, VII, da CRFB/88),o que foi negado ao esposo da autora, pela ausência demédico no posto de saúde. 7. Violação ao art. 33, do Códigode Ética Médica. 8. Enquanto os médicos do próximo plantãonão chegassem ao local de trabalho, os médicos do plantãoanterior não poderiam jamais deixar o posto de saúde, sobpena de negar o direito à saúde a quem necessitasse doatendimento médico e de acarretar uma grave falha naprestação do serviço de saúde estatal. 9. Mortedesumanizada do esposo da autora.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

10. Ocorrência de danos morais. Arbitramento em R$100.000,00 (cem mil reais). Pensionamento mensal em 50%do salário mínimo, com termo inicial na data do eventodanoso e termo final na data em que o esposo da autoracompletaria 72 anos e sete meses, conforme a expectativa devida média do brasileiro apresentado pelo IBGE para o ano de2007, quando ocorreu o óbito. Súmula nº 215, TJRJ. Correçãomonetária do valor da pensão nos termos da Súmula 490, doSTF. Juros a partir da citação, observado o art. 1º-F, da Lei9.494/97, com a incidência da Lei 11.960/09 a contar de suavigência, e correção monetária a partir da publicação desteacórdão. Súmulas nº 362, do STJ e 97, do TJRJ. 11. Inversãodos ônus sucumbenciais. Condenação do réu ao pagamentodos honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor dacondenação e ao recolhimento da taxa judiciária, nos termosda Súmula nº 145, do TJRJ. 12. Sentença reformada. 13.Recurso provido.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA