resistÊncia varietal À cvc - estacaoexperimental.com.br · na última década, ... afetada é a...

34

Upload: dangquynh

Post on 08-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

RESISTÊNCIA VARIETAL À CVC

Luiz Carlos DonadioPaulo Sérgio de Souza

Elena P. G. Jaimes

Jaboticabal - SPFunep

2001

Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição eTratamento da Informação - Serviço Técnico de Biblioteca eDocumentação

2001Proibida a reprodução total ou parcial.

Os infratores serão punidos na forma da lei.FUNDAÇÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM AGRONOMIA,

MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA - FunepVia de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n

14884-900 - Jaboticabal - SPTel.: (16) 3203-1322 / Fax: (16) 3203-2852

Home Page: http://www.funep.com.br

Copyright ©: Fundação de Estudos e Pesquisas em Agronomia,

Medicina Veterinária e Zootecnia - Funep

Impressão e acabamento: Funep

Donadio, Luiz Carlos D674r Resistência varietal à CVC / Paulo Sérgio de Souza e

Elena P. G. Jaimes. -- Jaboticabal : Funep, 200129 p. : il. ; 21 cm. (Boletim citrícola, 19)

1. CVC - Resistência varietal. I. Título.

CDU - 632.26 : 634.3

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .................................................................. 1

2. RESISTÊNCIA VARIETAL À CVC...................................... 4

3. EXPERIMENTO 1 – Variedades da Itália, Portugal eEspanha ............................................................................. 5

4. EXPERIMENTO 2 – Variedades da França e Itália ....... 15

5. EXPERIMENTO 3 – Variedades da França, Itália eEspanha ........................................................................... 19

6. CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................. 26

7. LITERATURA CITADA .................................................... 27

RESISTÊNCIA VARIETAL À CVC

1. INTRODUÇÃO

A CVC mantém-se como a doença dos citros maisimportante da última década pelos prejuízos que tem causadoà citricultura brasileira, inicialmente para o Estado de SãoPaulo e depois para os demais estados citrícolas. Suaimportância decorre do fato de afetar todas as variedades delaranja-doce, a espécie mais importante da citricultura nacional,e também boa parte das outras espécies e dos porta-enxertosusados comercialmente. Algumas variedades de tangerinas ede híbridos têm mostrado maior resistência à doença, causadapor uma bactéria (Chang et al., 1993; Hopkins, 1989), o queleva a supor que existe alguma resistência genética em espéciese tipos de citros. Isso levou ao estudo de avaliação docomportamento de variedades cítricas em relação à doença,pela inoculação ou simples observação do seu comportamentoem presença do patógeno.

Sabendo-se que apenas as quatro variedades de laranja-doce-Pêra, Natal, Valencia e Hamlin perfazem cerca de 97 %da espécie plantada no Estado de São Paulo e que são ogrupo mais importante para a indústria de citros do Brasil, aprocura por outras variedades resistentes à CVC torna-seimportante como opção para diversificação e também paracontrole da doença. Na última década, cerca de 100 milhõesde plantas cítricas foram plantadas, tanto para reposição depomares velhos, como para substituição daqueles afetadospor doenças como a CVC, sendo em sua maioria das citadasvariedades e boa parte oriunda de viveiros sem controle desanidade, o que faz supor possam ter sido plantadas jáinfectadas pela doença (Amaro et al., 1997). Isso levou àconstatação de que cerca de 4,l milhões de plantas entre zeroe cinco anos de idade em l996 estavam com CVC. Nesse

1

mesmo ano, 34,1 % de todas as plantas cítricas do Estado deSão Paulo tinham a doença em algum grau de infecção. Dadosrecentes do Fundecitrus (2001) indicam que 36,44 % da plantascítricas das regiões de São Paulo e Triângulo Mineiroapresentam a doença em níveis 1 e 2 de severidade.

O levantamento do Fundecitrus de 2001 mostratambém que a incidência da CVC é diferente de acordocom a região, ou seja, no E. de São Paulo, a região maisafetada é a do Norte, com 48,6 %, seguida da Noroeste, com40,85 %, e próxima da do Centro, com 39,01, e do Sul, comapenas 17,33 %. A Figura 1 mostra estes dados para os níveis1 e 2 da doença.

Figura 1. Incidência de CVC por região – 2001 em São Paulo(Fonte: Fundecitrus).

Considerando a faixa etária dos pomares paulistas,atualmente a faixa entre zero e 2 anos tem a menor incidênciada CVC, com 7,17 %, seguida pela faixa acima de 10 anosde idade, com 29,70 %, estando nas faixas entre 3 e 5 anose 6 e 10 anos as maiores incidências da doença, com 43,04e 48,5 %, respectivamente. Esses dados talvez reflitam osmaiores cuidados com o plantio de mudas sadias nos últimosanos para a faixa etária mais baixa, como o efeito dos plantiosdo início da década para as faixas etárias entre 3 e 10 anos,no caso da maior incidência. A Figura 2 mostra esses dados.Os levantamentos de l996 a 2001 da incidência de CVC nos

2

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Norte Noroeste Centro SulNota 1 Nota 2 Total

Inci

dên

cia

(%)

pomares paulistas de citros mostram uma tendência decrescimento da doença, o que vem ocorrendo também emoutros estados. A Figura 3 mostra os dados do citado período,em que nos três últimos anos há uma certa estabilização aoredor de 36 % de plantas afetadas. Apesar dos diversosmétodos de controle aplicados e dos resultados satisfatóriosobtidos com o uso de mudas sadias, poda (Carlos et al.,1997) e controle do vetor, os danos econômicos à citriculturacausados pela CVC são muito elevados, o que poderia serminimizado com o uso de variedades resistentes.

Figura 2. Incidência de CVC por idade – 2001 em São Paulo(Fonte: Fundecitrus).

Figura 3. Incidência de CVC – 1996 a 2001 em São Paulo (Fonte:Fundecitrus).

3

2. AVALIAÇÃO DE RESISTÊNCIA VARIETAL À CVC

Estudos de resistência varietal à CVC têm sido feitospor várias instituições, mostrando desde o início asuscetibilidade das variedades comerciais de laranja-doce(Machado et al., 1992 e Li et al., l996a) e também de váriasoutras da mesma espécie. Alguns outros trabalhos mostraramque há diferença, mesmo entre laranjas-doces, e que outrasespécies e variedades podem ser resistentes à doença(Machado et al., l994; Beretta et al., l993; Laranjeira et al.,1996a, Pompeu Jr. et al., 1998).

A CVC ataca quase todas as variedades comerciais delaranja-doce no Brasil (Lee et al., 1992). Li et al. (1996a),mediante estudo com 128 variedades ou clones de laranja-doce, verificaram que os sintomas de CVC começam a seapresentar três meses após a inoculação artificial, tanto dentrocomo fora de estufa. Li (1997) constatou ausência de sintomastípicos de CVC e também ausência da bactéria Xylellafastidiosa em testes sorológicos em kunquat, limão ‘Siciliano’,lima ‘Mexicana’, lima-ácida ‘Tahiti’, laranja-azeda, pomelos‘Marsh Seedless’ e ‘Star Ruby’, tangerinas ‘Poncã’, ‘Dancy’ e‘Satsuma Okitsu’, e híbridos (‘Satsuma’ x ‘Natal’) 1, 2 e 3.Em função desses resultados, este grupo de citros foiconsiderado como resistente à bactéria.

Estudos realizados com diferentes variedades de citrosverificaram que, nas condições de Mirassol, apenas a laranja‘Westin’ mostrou-se como promissora em termos de potencialde convivência com a doença (Laranjeira et al., 1996). Emestudo realizado por Li et al. (1996a), tanto dentro comofora de estufa, por meio de inoculação artificial, verificaram-se diferenças de suscetibilidade entre clones de laranja ‘Natal’,em que o clone Natal 1 mostrou-se menos afetado peladoença que os demais clones testados.

Quanto aos porta-enxertos, vários deles apresentam-se resistentes ou tolerantes à doença, porém esse

4

comportamento não confere resistência às variedades copastestadas sobre os mesmos (Li et al., 1996b).

Devido às dificuldades de obtenção de híbridos comcaracterísticas agronômicas desejáveis, acompanhadas detolerância ou resistência à CVC, torna-se imprescindívelavaliar os materiais genéticos já existentes e mantidosusualmente em coleções de Banco Ativo de Germoplasma(BAG) como, por exemplo, o do Centro de Citricultura “SylvioMoreira” (CCSM), em Cordeirópolis, SP. Muitas variedadesde laranjas pertencentes ao citado BAG já foram testadas emostraram-se suscetíveis à doença (Li, 1997). Dessa forma,a introdução e a avaliação de materiais genéticos diferentes,de outros bancos de germoplasma, poderão ampliar aschances de obtenção de variedades de laranja-doce ou deseus híbridos com resistência ou tolerância à doença (MourãoFilho et al., 1997).

A Estação Experimental de Citricultura de Bebedouromantém vários experimentos nessa linha de pesquisa, comapoio do Fundecitrus, da Embrapa (Cenargen), do CNPq eda Fapesp. Os resultados parciais dessas pesquisas são aquicomentados.

3. EXPERIMENTO 1 – Variedades da Itália,Portugal e Espanha

O experimento foi conduzido na Estação Experimentalde Citricultura de Bebedouro (E.E.C.B.), Bebedouro, SP, emestufa, coberta com plástico transparente, tendo nas lateraistela antiafídica com malha de 1 mm.

Os genótipos estudados são constituídos de 34variedades de laranja-doce (Citrus sinensis L. Osbeck), 5 detangerinas (C. reticulata Blanco) , 3 de tangelos (C. reticulatax C. paradisi), 2 de citranges (Poncirus trifoliata x C.sinensis), 1 de tangor (C. reticulata x C. sinensis), 1 depomelo (C. paradisi Macf), 1 de limão (C. limon (L.) Burm.f.) e 1 híbrido ([C. reticulata x C. paradisi] x P. trifoliata)

5

introduzidos pela E.E.C.B. de bancos de germoplasma daItália, de Portugal e da Espanha.

Foto 1. Mudas das variedades multiplicadas em viveiro teladona EECB.

A implantação e a condução do experimento foraminiciada pela semeadura, em abril de 1997, em tubetescontendo substrato à base de casca queimada de pínus (95%de Plantimax, 3% de orgânico humificado, 0,5% desuperfosfato simples e 40 g de sulfato de zinco), realizadasem estufa.

Após atingirem o tamanho de 20 cm, selecionaram-seos melhores exemplares, que foram transplantados, emoutubro de 1997, para sacos plásticos de 4 litros (tamanho15x25 cm), com substrato à base de solo (65% de terraareno-argilosa, 20% de esterco de curral, 10% de vermiculita,3% de adubo orgânico humificado, 1% de superfosfatosimples, 0,5 % de calcário dolomítico e 0,5% de NPK 12-06-12) e mantidos em estufa.

Procedeu-se à adubação foliar uma vez por semana,com solução contendo NPK (10-04-07) – 150 mL/100L e

6

microelementos (6,0% de sulfato de Zn, 2,0% de Mn, 0,5%de ácido bórico) – 150mL/100L, durante todo o ensaio.

Foram ainda realizados, sempre que necessários,controle de pragas e doenças, desbrota de plantas, capinase irrigação. Para que a temperatura interna da estufa nãoultrapassasse 35oC, fez-se o controle por meio de irrigação,quando necessário.

Para obtenção de ramos como fontes da bactéria X.fastidiosa foram selecionadas plantas de laranjeiras ‘Pêra’apresentando sintomas típicos da doença em folhas e/oufrutos. Dessas plantas foram retirados os ramos para obtençãode garfos, de 4 cm de comprimento, tendo de 3 a 4 folhascom sintomas da CVC, e com idade de cerca de um ano,para inoculação por meio de enxertia (Foto 2).

Foto 2. Enxertia de ramo lateral para inoculação da CVC.

7

O método de inoculação utilizado foi o de enxertia empé-franco, por garfagem lateral com ramos finos doentes.Utilizaram-se três plantas de cada um dos quarenta e oitogenótipos. Após a inoculação, as plantas foram podadas(aproximadamente um mês após o pegamento do enxerto),a cerca de 15 cm acima do solo, deixando-se, quandopossível, uma gema no topo, do mesmo lado acima, epróximo do ramo fino enxertado (Foto 3).

Foto 3. Poda, após inoculação para brotação e avaliação de CVC.

Para o preparo das amostras para o teste de PCRretiraram-se 5 folhas maduras, principalmente da primeiravegetação. Após desinfecção superficial, com auxílio detubo plástico e seringa, que foi encaixada no pecíolo dafolha, contendo água destilada e esterilizada, promoveu-sea coleta de 15 gotas de exsudados do pecíolo de 4 a 5folhas, pela pressão do êmbolo da seringa. A suspensão foiagitada, incubada em banho a 56oC por 30 min., agitadanovamente e incubada por 10 min em banho fervente. Oteste de PCR foi realizado no Fundecitrus.

8

No preparo das amostras para o teste ELISA utilizaram-se 5 folhas maduras da segunda vegetação. Em seguida,realizou-se desinfecção superficial, retirada do pecíolojuntamente com a nervura central, e posteriormente forampicadas com auxílio de lâmina de barbear e trituradas, emtampão PBS. Após filtração e acondicionamento, os extratosforam armazenados a -20 oC, até o momento de uso.

A determinação da bactéria deu-se por meio dametodologia DAS (Doble Antibody Sandwich) descrita porChang et al. (1993), com anticorpos e conjugados produzidosna França.

As avaliações de sintomas foram feitas por contagensdas lesões típicas de CVC, conforme a sintomatologia descritapor Rossetti & De Negri (1990); Lee et al. (1992); e Machadoet al. (1992). As contagens de lesões foram feitas da 1ª à 3ªvegetação, nas primeiras 5 folhas.

Nas duas primeiras vegetações, 7 meses após ainoculação, não foram observados sintomas da doença. Emfunção disso, foram feitos testes de PCR de forma aleatóriaem algumas plantas, confirmando a presença da bactéria.Pôde-se verificar a presença de reações positivas nas plantasinoculadas das variedades de tangerina Cami e laranjasSetúbal, Pala e Doblefina.

A partir desses resultados fez-se um controle dairrigação, visando a induzir estresse nas plantas, evitandouma condição ótima de umidade. Assim, algumas plantascomeçaram a apresentar sintomas típicos, na primeiravegetação.

Algumas das variedades introduzidas apresentaramsintomas aos 8 meses após a inoculação, ao contrário doque observaram outros autores, os quais verificaram apresença de sintomas 3 meses após a inoculação.

Chang et al. (1993), por meio de inoculação mecânica,transmitiram a bactéria, e comprovaram pelo métodosorológico ELISA, 3 meses após a inoculação, e os sintomas,

9

10 meses após. Nunes (1999), estudando vários métodos detransmissão, verificou, por meio de encostia com plantassintomáticas, que mudas de laranja ‘Pêra’ em tamboresplásticos de 100L, mantidas em local com tela antiafídica,apresentaram sintomas 4 meses após a inoculação. De acordocom esse mesmo autor, as plantas foram mantidas desde oinício do experimento nessas condições, o que pode serfator preponderante na eficiência da transmissão e expressãodos sintomas. Em outros experimentos desenvolvidos emestufa plástica, não foram obtidos os mesmos resultados.

Foto 4. Sintomas de CVC em plantas inoculadas.

Quanto à presença de sintomas, verifica-se que, naprimeira vegetação, as variedades de laranja Doblefina, China,

10

Grada e tangerina Cami apresentaram sintomas nas três plantasinoculadas, e as laranjas Seleta tardia, Pardilhó, Vale dosBesteiros, Pala, Tua S/S, R.A.H., Tua Graúda, Amares, Portela,Setúbal 2, Tua Ponte, Tua 2, Murtera-IVIA-54, Tua, Setúbal etangerina Carvalhaes apresentaram sintomas em duas plantasinoculadas, enquanto as variedades de laranja Vanilla, Maçã,Belladona, Prata da Ponte, Convento, Biondo di Caccia, BernaIVIA-43, Castellana IVIA-64-3, Torregrossa IVIA 103-6 e asvariedades de tangerina Vaso e o pomelo T apresentaramsintomas em uma planta inoculada.

As variedades que apresentaram sintomas e deramresultados positivos nos testes PCR e ELISA foram laranjasDoblefina, China, Grada, Pala, Tua Graúda, Amares, Tua 2,Murtera-IVIA-54, Tua, Setúbal, Vanilla, Convento e tangerinaCami. O tangor Dweet IVIA-C-165 não apresentou sintomas,porém foi positivo nos testes utilizados, e as demaisvariedades, que não se encontram na Tabela 1, nãoapresentaram sintomas, e os testes utilizados foram negativos.

Na segunda e terceira vegetações, as variedades delaranja Doblefina, Seleta tardia, Vale dos Besteiros, Pala, Tuas/s e Tua apresentaram sintomas nas folhas. De modo geralhouve supressão dos sintomas da doença em quase atotalidade dos materiais, embora em alguns deles a presençada bactéria tenha sido detectada por meio dos testesempregados.

Nunes (1999) constatou, em condições de campo, quealgumas plantas sintomáticas, em determinadas épocas doano, se mostraram negativas nos testes de DIBA e PCR.Esses resultados estão de acordo com Hopkins (1989),segundo o qual X. fastidiosa pode viver no xilema das plantasassintomáticas, mas quando o hospedeiro encontra-seestressado, principalmente por fatores ambientais, os sintomaspodem desenvolver-se. Por essas características, o autorsugere que essa bactéria seja um patógeno fraco eoportunista.

11

Tabela 1. Sintomas foliares e resultados dos testes PCR e ELISApara detecção de CVC em variedades cítricas. EECB.2001.

Os resultados dos testes, DAS-ELISA e PCR, encontram-se na Tabela 1. As variedades de laranja doce ‘Seleta Tardia’,

12

‘Setúbal’, ‘Amares’, ‘Murtera-IVIA-54’, ‘Doblefina’ e o tangor‘Dweet-IVIA-C-165’ mostram-se suscetíveis à CVC, pois osdois testes foram positivos; juntamente com as variedadesde laranja-doce ‘Tua’, ‘China’, ‘Vanilla’, ‘Tua Graúda’, ‘Tua2’, ‘Pala’, ‘Convento’, ‘Grada’ e o híbrido ‘Mineola’ x P.trifoliata foram suscetíveis, pois um dos testes foi positivo.Dessas, apenas o híbrido ‘Mineola’ x P. trifoliata nãoapresentou sintomas. As demais não apresentaram sintomasnesse período de avaliação e foram negativas aos testesutilizados, podendo ser resistentes à CVC.

Estudos conduzidos em condições de campoconstataram que todas as variedades de laranja estudadasapresentaram sintomas, comportando-se como suscetíveis àdoença (Pompeu Jr., 1998). No presente estudo, foi verificadoque poucas variedades de laranja estudadas apresentaramsintomas, comportando-se como suscetíveis à doença.

Em relação aos testes ELISA e PCR utilizados, verificou-se, pelo teste de concordância, que, no geral, 63% dosresultados obtidos foram confirmados pelos dois testes,enquanto, dentro das repetições, esse número foi maior.Isso se deve à amostragem em épocas e em estágios dedesenvolvimento diferentes.

Como conclusões, de acordo com os dados obtidosneste experimento, pôde-se obter que, entre as variedades,híbridos e/ou clones testados, os que se expressarampositivos ao teste de PCR são considerados suscetíveis àXylella fastidiosa; quanto à demais, os dados obtidos nãopermitem conclusões definitivas. Entretanto, pode-se aventara possibilidade de que algumas variedades possam serresistentes à CVC, o que seria muito importante para acitricultura. Por isso foi dado prosseguimento a este trabalho,visando testar novamente as variedades em condições decampo e inoculação por planta infectada com CVC (Fotos 5e 6), cujos resultados devem ser obtidos até 2002.

13

Foto 5. Porta-enxerto ‘Cravo’ enxertado em planta de ‘Pêra’doente, para obtenção de fonte de inóculo.

Foto 6. Planta inoculada no campo com ramo de ‘Pêra’ doente.

14

4. EXPERIMENTO 2 – Variedades da França eItália

Neste experimento foram testadas 24 variedades detangerinas, 25 de tangores, 2 de tangelos, 2 de laranja-docee 1 de pomelo.

Cada um dos 54 genótipos e a laranja ‘Pêra’ constaramde 4 plantas (repetições), as quais foram enxertadas comramos contaminados.

A enxertia e a inoculação foram feitas ao mesmo tempocom as variedades copas e inoculadas com ramoscontaminados com a bactéria no porta-enxerto. Entretanto,um mês após tornou-se necessário refazer a enxertia parainoculação em 40% dos genótipos testados, uma vez quenão houve bom “pegamento”.

A metodologia para a inoculação da bactéria foisemelhante à descrita no Experimento 1. Um mês após aenxertia e a inoculação, as plantas foram podadas para induzira formação de novas brotações da copa enxertada.

Após a implantação do experimento as plantasdesenvolveram-se dentro de sacos plásticos de 4 litros(tamanho 15 x 30 cm), com substrato à base de casca depínus semidecomposta (80%) e vermiculita expandida média(20%), 800 g de superfosfato simples/m³. Durante odesenvolvimento do porta-enxerto, foi feita fertirrigação, naconcentração de 600 g de nitrato de cálcio, 390 g de nitratode potássio, 140 g de monofosfato amônico, 280 g de sulfatode potássio, 200 g de sulfato de magnésio e 15 g de hidróxidode ferro por 100 L de água.

Quando as plantas foram levadas à estufa, onde oexperimento foi conduzido, foram adubadas com 40 g deOsmocote 22-4-8. Os microelementos foram aplicadossemanalmente mediante adubações foliares com soluçãocontendo 6,0%, sulfato de Zn, 2,0% de Mn e 0,5% de ácidobórico, à base de 150 mL, durante todo o período derealização do ensaio.

15

Para obtenção dos ramos infectados pela CVC adotou-se a mesma metodologia descrita no Experimento 1.

Os testes de PCR e de ELISA realizaram-se em diferentesépocas, sendo o primeiro aos 8 meses após a inoculação e osegundo aos 11 meses. Os resultados acham-se na Tabela 2.

Tabela 2. Sintomas e testes de PCR e ELISA para CVC emvariedades de tangerinas e híbridos e outras espécies.EECB. 2001.

16

Tabela 2. Continuação...

OTA = Clementina x Tarocco; OMO = Clementina x Moro

A alta porcentagem de reinoculações, observada noprimeiro experimento foi também reportada por Nunes(1999). Explica-se pela qualidade dos ramos inoculados, poispor serem altamente infectados pela bactéria é de esperar-se que não possuam a mesma capacidade dedesenvolvimento apresentadas por um ramo sadio,prejudicando o sucesso do pegamento.

17

As variedades deste experimento não apresentaramsintomas típicos da CVC, após a inoculação.

Na avaliação realizada oito meses após a inoculaçãoos resultados dos testes ELISA e PCR foram positivos parauma planta do híbrido OTA 14, duas plantas do tangor OMO30 e uma planta dos híbridos OTA 14, OTA 23, OMO 17,mandarinas Rodeking SRA 431, Clementina de Nules VCR,Satsuma Miyagawa SRA 444, Encore SRA 190, Ampefy SRA495, Satsuma Salzara SRA 341, OTA 15, Natal Tighskin SRA481 e laranja ‘Pêra’ foram positivos só para a PCR.

As variedades Clementina Commune SRA 92, oshíbridos OTA 11, OTA 35, OMO 29, Satsuma Saigon SRA227 e duas plantas de laranja ‘Pêra’, que não foram positivaspela PCR, deram positivas no teste ELISA. Nos materiaisrestantes não foi detectada a presença da bactéria por nenhumdos testes aplicados.

A partir dos quatro meses após a inoculação, deu-seinício às avaliações mensais de sintomas, porém até o mêsde janeiro de 2001, quando foi feito o segundo teste,nenhuma planta apresentou sintomas. Entretanto, na segundaavaliação, realizada 11 meses após a inoculação, detectaram-se como positivas para os testes PCR e ELISA duas plantasdo híbrido OTA 23, das quais uma havia sido detectada naprimeira avaliação pelo teste de PCR; uma planta dos híbridosOMO 30 e laranja ‘Pêra’, que também foram detectadas peloteste de PCR na primeira avaliação; e uma planta mandarinaA. Peau Lisse, laranja Berna Peret IVIA 336, OMO 14, OMO31, OTA 29, OTA 35 e OTA 27, os quais não foram detectadasna primeira avaliação.

A bactéria foi detectada exclusivamente por PCR emuma planta de mandarina Encore SRA 190, que também foipositiva na primeira avaliação, e em uma planta demandarinas Antillase SRA 497, Satsuma Saigon SRA 227,Clementina Oroval SRA 335 e híbrido OMO 15, nos quaisnão foi detectada CVC na primeira avaliação.

18

Uma planta de mandarinas Page SRA 159, Ampefy SRA495, Clementina Tomatera SRA 535, tangelo Allspice SRA327 e híbridos OMO 24, OMO 30, OMO 31, OMO 17, OTA14 e OTA 34 foram constatados como positivos pelo testeELISA e não pelo PCR.

Os primeiros sintomas nas plantas inoculadas comXylella fastidiosa foram observados a partir do 7º mês apósa inoculação, sendo que estes testes foram observados nasvariedades tangelo Allspice SRA 327, híbridos OMO 15, OMO30, OMO 29, OMO 31, OTA 29, OTA 28, OTA 15 e laranjaSakatoro SRA 407.

Os genótipos mandarinas Fortune SRA 31, Fewtrell SRA418, Lebom SRA 425, Clementina IVIA 355, Clementina ReinaSRA 534, tangor Temple Sue Linda SRA 467, tangelo MapoSRA 450, tangores H-56, OMO 12, OMO 28, OMO 16, OMO13, OTA 12, OTA 32, OTA 33 e pomelo Ray Ruby SRA 604não apresentaram sintomas nem foram positivos para ostestes PCR e ELISA.

5. EXPERIMENTO 3 – Variedades da França,Itália e Espanha

Para a condução do experimento foram utilizadas 55variedades cítricas, introduzidas via borbulhas sadias pelaEstação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB),com a colaboração do Cenargen e Fundecitrus, de bancosativos de germoplasma (BAG) da Itália, Córsega e Espanha(IVIA).

As variedades são as seguintes: laranjas - FullamenudaIVIA 92, Valência Campbell, Sanford SRA 404, Hall SRA 394,Rotuna SRA 511, Clanor SRA 391, Barlerin SRA 568, PremierSRA 510, Navelina SRA 332, Fukuhara SRA 561, Gem SRA393, Yoshida Navel SRA 558, Newhall Navel SRA 343,CasaGrande SRA 183, Barile SRA 559, Berna IVIA 43 e Pêra;

19

tangerinas - Mandarina Fewtrell SRA 418, Satsuma KowanoSRA 167, Changsha SRA 413, Beaty of Glen Retreat SRA 261,Fuzhu SRA 599, Satsuma Unshu SRA 529, Malvasio SRA 115,Redskin SRA 428, East Índia SRA 414, Ponkan Yoshida SRA585, Late Emperor SRA 423, Wallent SRA 438, Zanzibar SRA442, Ananás SRA 410, Burgess SRA 412, Macaque SRA 426,Nova SRA 158, Clem. Commune SRA 85, Clem. Ragheb SRA386, Clem. Oroval SRA 335, Clem. Commune SRA 88,Clementina 2kr Monreal, Clem. Oroval Y. 45, Clem. NulesSRA 389; tangores - OTA 17 (Clementina x Tarocco), OMO20 (Clementina x Moro), OMO 27 (Clementina x Moro);limões - Malti SRA 636, Kutdiken SRA 530, Asaasli SRA 632,Fino SRA 344, Lapithou SRA 541, Menton SRA 625, Yedi-veren SRA 479, Karystine SRA 623, Walker SRA 6; tangelos- Nova SRA 158, Thornton Vero SRA 460, Guyane SRA 448 eNocatee SRA 452. As citadas variedades e a ‘Pêra’ foramenxertadas em limoeiro ‘Cravo’, em agosto de 1997. Essasplantas permaneceram em uma estufa protegida comcobertura plástica e as laterais com tela antiafídica (malha 1mm), na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro,São Paulo.

Todas as variedades deste experimento também estãosendo retestadas no campo e pela inoculação de plantas dePêra infectadas com a bactéria da CVC, o que poderácomprovar os dados obtidos até o ano que vem, podendoresultar na seleção de variedades ou híbridos tolerantes àdoença.

Foram inoculadas as 55 variedades por garfagem deramos finos. Para cada variedade havia três repetições (2plantas inoculadas e 1 planta testemunha). Para avaliar ocomportamento à CVC, duas plantas de cada uma dasvariedades cítricas citadas foram podadas após 3 meses, acerca de 15 cm do solo, deixando uma gema germinativano topo da variedade enxertada. Do mesmo lado e embaixo,e próximo desta gema, enxertou-se um ramo fino doente de

20

laranja ‘Pêra’. Uma planta testemunha (não inoculada), porvariedade, foi somente podada.

Durante a condução do experimento, foi utilizada umametodologia de avaliação visual da incidência da doençapor meio de contagens de lesões da CVC, conforme asintomatologia descrita por Rossetti & De Negri (1990), Leeet al. (1992) e Machado et al. (1992). Foram feitas duascontagens de lesões da CVC em folhas, nos meses de julhoe outubro de 1999.

As contagens de lesões foram realizadas na primeira ea segunda vegetação, nas primeiras cinco folhas de cadauma das vegetações selecionadas. Obteve-se uma média denúmero de lesões por folha para cada contagem (Tabela 3).

Para a severidade da CVC na primeira vegetação dasvariedades cítricas, notou-se que todas as variedades sempremostraram, em média, alguma incidência da doença, e nãohavia diferenças significativas entre elas quanto à severidade,indicando que as mesmas reagiram em um mesmo nívelem relação à doença.

As outras variedades não citadas na Tabela 3 nãoapresentaram sintomas visuais da clorose variegada doscitros (CVC), ou seja, não foi possível identificar sintomasque caracterizam a doença, por meio de observaçõesvisuais.

As variedades Barlerin SRA 568, Gem SRA 393, MentonSRA 625, Lapithou SRA 541, Karystine SRA 623, ZanzibarSRA 442, Macaque SRA 426, Redskin SRA 428, Clem. RaghebSRA 386, Clem. Commune SRA 88, Clem. Nules SRA 389 etangelo Thornton Vero SRA 460 apresentaram sintomas dadoença na 1ª vegetação, não ocorrendo o desenvolvimentoda doença na segunda vegetação, até os 15 meses após ainoculação.

As variedades Sanford SRA 404, Clanor SRA 391, PremierSRA 510, Navelina SRA 332, Fuzhu SRA 599, Satsuma UnshuSRA 529, Barile SRA 559, tangelo Nova SRA 158 e Clem.

21

Oroval Y.45 apresentaram os sintomas visuais da doençasomente na 2ª vegetação, não ocorrendo na 1ª vegetação.

As demais variedades apresentaram desenvolvimentodos sintomas tanto na primeira como na segunda vegetação,o que indica que estas variedades podem ser mais suscetíveisà CVC.

A avaliação da doença pelo teste sorológico (ELISA)para Xylella fastidiosa nas variedades de citros avaliadas nesteexperimento deu os seguintes resultados:

Na Tabela 3 estão apresentadas as variedades inoculadassubmetidas ao teste sorológico ELISA para detecção dabactéria X. fastidiosa. As variedades cujo teste foi positivosão: Fullamenuda IVIA 92, Fewtrell SRA 418, ValênciaCampbell, OTA 17, Hall SRA 394, Rotuna SRA 511, PremierSRA 510, Gem SRA 393, Karystine SRA 623, Walker SRA 6,Casa Grande SRA 183 e Satsuma Unshu SRA 529. Para asdemais variedades o teste serológico foi negativo.

Separando as variedades em grupos de laranjas, limões,tangerinas, tangelos e híbridos, nota-se que cada grupoapresentou alguma variedade positiva segundo o testesorológico, concordando em parte com Laranjeira et al. (1996)e Li et al. (1996).

Nas variedades tangerina Fewtrell SRA 418 e tangorOTA 17, foi detectada a CVC somente mediante testesorológico, não sendo constatada por meio de observaçãode sintomas nas folhas. As duas variedades cítricas laranja-doce Premier SRA 510 e tangerina Satsuma Unshu SRA 529apresentam os sintomas na 2ª vegetação e foram positivasno teste ELISA. Já nas variedades laranjas-doces Gem SRA393 e limoeiro verdadeiro Karystine SRA 623 apareceramsintomas somente na 1ª vegetação.

22

Tabela 3. Resultados de teste ELISA e sintomas visuais (númeromédio de lesões) para CVC, em variedades cítricas,após inoculação (EECB, 2001).

contina...

23

Tabela 3. Continuação...Resultados de teste ELISA e sintomas visuais (númeromédio de lesões) para CVC, em variedades cítricas,após inoculação (EECB, 2001).

Em função dos resultados obtidos, pode-se concluir,nas condições do experimento, que: são possivelmente maissuscetíveis à CVC as variedades de laranjas-docesFullamenuda IVIA 92, Valencia Campbell, Hall SRA 394,Rotuna SRA 511, Casa Grande SRA 183 e limoeiro verdadeiroWalker SRA 6.

A contagem de lesões pela observação de sintomasvisuais da CVC não é um método seguro para avaliar aseveridade da doença, pois nas variedades de tangerinaFewtrell SRA 418 e híbrido OTA 17 não se pôde verificarsintomas visuais nas folhas das vegetações avaliadas, porémdetectou-se a presença da bactéria mediante teste ELISA.

24

Algumas variedades não apresentaram sintomas, e abactéria da CVC não foi detectada, o que pressupõe umapossível resistência, o que poderá ser confirmado nos testesde campo, com outro método de inoculação. Podem serconsideradas, até o momento, como resistentes à bactéria,necessitando de avaliações futuras para confirmação dosresultados obtidos. Todas as variedades deste experimentotambém estão sendo retestadas no campo e pela inoculaçãode planta de Pêra infectada com a bactéria da CVC, o quepoderá comprovar os dados obtidos até então, podendoresultar na seleção de variedades ou híbridos tolerantes àdoença (Fotos 7 e 8).

Foto 7. Planta inoculada com ramo doente de ‘Pêra’ no campo.

Foto 8. Vista geral do experimento de variedades para estudode CVC na EECB.

25

6. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os dados gerais obtidos mostram que os sintomas nasfolhas para muitas variedades de laranja doce foram positivos,isto é, houve algum tipo de sintoma, mesmo que pequenoou representado por poucas e pequenas lesões. Entretantoesse tipo de avaliação mostrou-se inadequado, pois pode seconfundir os sintomas de CVC com outros como o sarampoou deficiências nutricionais, comuns em plantas em recipientes.Para PCR e ELISA apenas parte das variedades deu positivo,sendo que algumas variedades que deram positivo por umteste não repetiram no outro teste o mesmo resultado. Sendoo PCR o teste mais indicado, as variedades que foram positivopara CVC por este teste podem ser consideradas as maissuscetíveis à doença, sendo as que deram negativo possíveisresistentes, devendo ser melhor testadas.

Muitas variedades de tangerinas e híbridos testadosem relação a CVC não deram sintomas foliares até 180 diasapós a inoculação. Entretanto quando se aplicou os testesde PCR e ELISA varias delas deram positivo, indicando queestes testes são mais sensíveis e que há tangerinas e tangoressuscetíveis à CVC. Para PCR algumas variedades e híbridosderam positivo, sendo que entre os híbridos os tangelos semostraram mais tolerantes e os tangores mais suscetíveis.Entre clones da mesma variedade, como por exemplo entreas Satsumas ou Clementinas, há clones suscetíveis e outrospossíveis resistentes. Parece, portanto, que a laranja doce,que é considerada suscetível à CVC, transmite esse carácteraos tangores, seus híbridos com tangerinas.

Laranjas doces, limões, tangerinas e híbridos foramtestados por inoculação de ramos doentes com CVC, sendoque a maioria deu sintomas nas folhas, mas poucos no testeELISA. Os sintomas foliares variaram muito de intensidade,o que pode levar a suspeita de alguma confusão com outrossintomas, como no caso dos limões, considerados resistentes,

26

mas com sintomas em algumas variedades. Estas, entretanto,podem ser híbridas, embora com características de limão.Esse método de contagem de lesões nas folhas não semostrou eficiente. Quando não foi feito o teste de PCR,como no caso de um grupo de variedades, os resultadosobtidos devem ser considerados preliminares, devendo serreavaliados.

Como conclusão preliminar dos resultados comentadosnos três experimentos pode-se dizer que se confirmou amaior suscetibilidade das laranjas doces e alguns dos seushíbridos, enquanto as tangerinas, tangelos e pomelos semostraram mais resistentes à CVC. Entretanto há grupos detangerinas mais suscetíveis que outras. Os métodos deinoculação e a transmissão da CVC não foram muitoeficientes, havendo casos nos quais a doença aparecia emuma das plantas inoculadas e não em outras. O tempo paraaparecer sintomas também variou de um experimento paraoutro, o que pode ser atribuído à época de inoculação ouàs variedades testadas em cada um. Como os resultados nãoforam conclusivos, os testes de campo por mais tempo éque darão a palavra final quanto ao comportamento emrelação à CVC do germoplasma avaliado.

7. LITERATURA CITADA

AMARO, A.A., MAIA, M.L., GONZALES, M.A. Efeitoseconômicos decorrentes da clorose variegada dos citros.In: DONADIO, L.C., MOREIRA, C. Clorose variegada doscitros. Bebedouro, 1997. v.1, p.123-35.

BERETTA, M.J.G. et al. First report of Xylella fastidiosa incoffee. Plant Disease, v.80, n.7, p.821, 1996.

CARLOS, E.F. et al. Uso de podas em pomares com C.V.C.In: DONADIO, L.C., MOREIRA, C.S. Clorose variegadados citros. Bebedouro, 1997. v.1, p. 113-22.

27

28

CHANG, C.J. et al. Citrus variegated chlorosis: Cultivation ofthe causal bacterium and experimental reprodution ofthe disease. In: INTERNATIONAL ORGANIZATION OFCITRUS VIROLOGISTS, 12, 1993, Índia. Proceedings… p.294-300.

FUNDECITRUS. Manual de convivência com a CloroseVariegada dos Citros. P. 15, 1997.

FUNDECITRUS, Censo 2001, Disponível em:www.fundecitrus.com.br/escvbr.html. Acesso em:“Novembro 2001”.

HOPKINS, D.L. Xylella fastidiosa: xilem-limited bacterialpathogen of plants. Annual Reviw of Phytopathology, v.27,p.271-90, 1989.

JAIMES, E.P.G. Avaliação da resistência à clorose variegadados citros em alguns cultivares e híbridos de citrosintroduzidos de outros países. Dissertação de Mestrado.FCAV/Unesp, Fevereiro de 2001. 58p.

LARANJEIRA, F.F et al. Avaliação solorógica e sintomatológicada ocorrência de Xylella fastidiosa e clorose variegadados citros (CVC) no Banco Ativo de Germoplasma doIAC. Fitopatologia Brasileira, v.21, p. 335, 1996.

LEE, R.F. et al. Development of a serological assay for citrusvariegated chlorosis – a new disease of citrus in Brazil.Proceedings Florida State Horticulture Society, v.105, p.32-4, 1992.

LI, W.B. Avaliação do comportamento de variedades de copase porta-enxertos à clorose variegada dos citros. Jaboticabal,1997. 55p. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) –Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,Universidade Estadual Paulista.

LI, W.B. et al. Resistance or tolerance of citrus species andvarieties to citrus variegated chlorosis. ProceedingInternational Society Citriculture, v.1, p.216-8, 1996a.

LI, W.B. et al. Effect of 20 rootstocks on resistence of sweetorange Pera (C. sinensis L. Osbeck) to Citrus VariegatedChlorosis. Proceeding International Society Citriculture,v.1, p. 286-9. 1996b.

29

MACHADO, M.A. et al. Avaliação de transmissão e seleçãode variedades à clorose variegada dos citros (I). Laranja,v.13, p.515-31, 1992.

MARIANO, I.B. Avaliação do comportamento de diferentesvariedades cítricas introduzidas de outros países à clorosevariegada dos citros. Jaboticabal, 1999. Trabalho deGraduação, FCAV/Unesp. 44p.

MOURÃO FILHO, F.A.A. et al. Melhoramento dos citros pararesistência à CVC. In: DONADIO, L.C., MOREIRA, C.S.Clorose variegada dos citros. Bebedouro, 1997. p. 54-72.

NUNES, W.M.C. Epidemiologia da clorose variegada dos citros(CVC) avaliada por sintomas e diagnóstico serológico emolecular Xylella fastidiosa. Botucatu, 1999, 144p. Tese(Doutorado em Proteção de Plantas) – Faculdade deCiências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.

POMPEU, Jr. J. et al. Detecção de sintomas de CloroseVariegada dos Citros e Xylella fastidiosa em plantas cítricasinfectadas em condições de campo. Laranja, v.19, n.2,p.321-30, 1998.

ROSSETTI, V., DE NEGRI, J.D. Clorose variegada dos citros– revisão. Laranja, v.11, n.1, p.1-14, 1990.

SANTOS FILHO, H.P. et al. Ocorrência da clorose variegadados citros (CVC) no Estado da Bahia. FitopatologiaBrasileira, v.24, n.2, p.190, 1999.

SOUZA, P.S. de. Avaliação da resistência de alguns genótiposde Citrus spp em relação à clorose variegada dos citros.Dissertação de Mestrado. FCAV/Unesp, fevereiro de 2000.47p.