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Revista Científica do CEDS (ISSN 2447-0112) Nº 6 Jan/Jul-2017 Disponível em: http://www.undb.edu.br/ceds/revistadoceds/ RESISTÊNCIA AFRICANA NA ARQUITETURA MARANHENSE: OS GRADIS DE FERRO NAS VARANDAS DA ARQUITETURA LUSO-BRASILEIRA 1 Eduardo Felipe Ribeiro Moreira 2 Prof. Me. José Antonio Viana Lopes 3 RESUMO: Este artigo é resultado de uma análise sobre a importância dos gradis de ferro para a identidade cultural da arquitetura maranhense. Assim, propõe-se um estudo acerca dos aspectos que influenciaram na origem dos gradis de ferro das varandas ludovicenses, do modo como este material foi trabalhado e esculpido pela mão de obra africana de acordo com seus costumes, seu processo de adaptação em território brasileiro e os fatores que proporcionaram sua ampla utilização nas principais varandas de sobrados e casarões da arquitetura luso-brasileira no Maranhão. PALAVRAS-CHAVE: Gradis de ferro. Identidade cultural. Arquitetura maranhense. INTRODUÇÃO A abundância de elementos e técnicas construtivas transpostas pelos colonizadores europeus até o Maranhão no decorrer dos séculos XVII e XVIII evidencia a grande contribuição cultural portuguesa na formação dos valores históricos da arquitetura brasileira e maranhense. O enquadramento proposto neste artigo, no entanto,considera as diversas heranças construtivas em nossa arquitetura que definiram a sua identidade, entre estas, a manufatura e adoção do gradil de ferro, presente nas varandas ludovicenses, é tomada como objeto de estudo em uma análise sobre a adaptação deste elemento em nossa estrutura urbana. 1 Paper apresentado à disciplina de Arquitetura e Urbanismo Maranhense, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco UNDB. 2 Aluno do 5° Período do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNDB. 3 Professor/Orientador.

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Disponível em: http://www.undb.edu.br/ceds/revistadoceds/

RESISTÊNCIA AFRICANA NA ARQUITETURA MARANHENSE:

OS GRADIS DE FERRO NAS VARANDAS DA ARQUITETURA

LUSO-BRASILEIRA1

Eduardo Felipe Ribeiro Moreira2

Prof. Me. José Antonio Viana Lopes3

RESUMO: Este artigo é resultado de uma análise sobre a importância dos gradis de ferro para a identidade cultural da arquitetura maranhense. Assim, propõe-se um estudo acerca dos aspectos que influenciaram na origem dos gradis de ferro das varandas ludovicenses, do modo como este material foi trabalhado e esculpido pela mão de obra africana de acordo com seus costumes, seu processo de adaptação em território brasileiro e os fatores que proporcionaram sua ampla utilização nas principais varandas de sobrados e casarões da arquitetura luso-brasileira no Maranhão. PALAVRAS-CHAVE: Gradis de ferro. Identidade cultural. Arquitetura maranhense.

INTRODUÇÃO

A abundância de elementos e técnicas construtivas transpostas

pelos colonizadores europeus até o Maranhão no decorrer dos séculos XVII e

XVIII evidencia a grande contribuição cultural portuguesa na formação dos

valores históricos da arquitetura brasileira e maranhense. O enquadramento

proposto neste artigo, no entanto,considera as diversas heranças construtivas

em nossa arquitetura que definiram a sua identidade, entre estas, a manufatura

e adoção do gradil de ferro, presente nas varandas ludovicenses, é tomada

como objeto de estudo em uma análise sobre a adaptação deste elemento em

nossa estrutura urbana.

1Paper apresentado à disciplina de Arquitetura e Urbanismo Maranhense, da Unidade de

Ensino Superior Dom Bosco – UNDB. 2 Aluno do 5° Período do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNDB.

3 Professor/Orientador.

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Como consequência da transferência de colonizadores e escravos

de outros continentes, houve inúmeros elementos construtivos que vieram do

exterior e se incorporaram à nossa arquitetura. Além disto, podemos mencionar

que os agentes culturais europeus também foram fundamentais para nossa

formação nas técnicas da construção. Portanto, partimos da premissa de que

os gradis de ferro destacados nas varandas dos sobrados refletem a grande

variedade da riqueza cultural trazida de outras localidades por parte dos

colonizadores europeus e escravos africanos nos séculos passados.

O presente artigo tem por objetivo associar e debater sobre a

contribuição do gradil de ferro trabalhado e adequado pelos escravos africanos

nas varandas dos sobrados e casarões para a identidade da arquitetura

maranhense, além de abordar sua origem em relação aos costumes africanos,

de que modo ocorreu sua adaptação e quais fatores possibilitaram sua

utilização abundante em nossas casas maranhenses. Pretende-se ainda, no

campo deste estudo, caracterizar e discutir quais foram os principais sobrados

e casarões maranhenses que adotaram estes gradis de ferro produzidos pelos

escravos africanos.

A técnica utilizada pelos escravos africanos que foram trazidos pelos

europeus influenciou de forma substancial no modo como foram produzidos

estes gradis de ferro, sendo adotado como principal forma de produção o ferro

batido, e deste modo, suas variadas formas trabalhadas que chegavam a

serem produzidas e modificadas conforme o sobrado demonstrava

características marcantes dos mitos e lendas da cultura africana que

influenciavam em seu detalhamento.

Tendo por base a fundamentação de como este tipo de elemento na

constituição da arquitetura maranhense influenciou em seu valor histórico, a

principal problemática deste estudo é enfatizar toda a importância do valor dos

gradis de ferro que envolve a identidade da arquitetura maranhense,

essencialmente como um todo, conforme abordado na primeira parte do texto.

Seguiu-se, para isso, os seguintes passos: analisar e distinguir quais fatores

foram responsáveis por originar este elemento na identidade da arquitetura

maranhense, no item 2 deste artigo; compreender de qual forma foi trabalhado

e adaptado este elemento em nossas varandas ludovicenses, na terceira parte

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do artigo; e, por fim, na quarta parte do texto, associar quais fatores

possibilitaram o seu extenso uso nas principais varandas de sobrados e

casarões da arquitetura maranhense.

1 O GRADIL DE FERRO NA IDENTIDADE DA ARQUITETURA

MARANHENSE

A identidade da arquitetura luso-brasileira revela ser bastante

diversificada em suas origens, trazendo consigo inúmeras características em

sua arquitetura e técnicas construtivas com a chegada dos colonizadores em

nossa região, e dessa forma, podemos observar que ao longo da história da

formação da cidade de São Luís que este processo envolveu diversas

adaptações em relação ao nosso clima e aos materiais disponíveis que

continham em nossa região, porém, ao mesmo tempo com esta adaptação

houve também a agregação de inúmeros tipos de elementos construtivos para

definir deste modo a nossa identidade maranhense (Figura 01).

Figura 01 – Exemplo de gradil de ferro utilizado na arquitetura maranhense.

Fonte: LOPES, 2008, pág. 63.

Deste modo, Figueiredo (FIGUEIREDO, 2012, pág. 24) atribui a

procura por uma identidade nacional que vise valorizar a arquitetura luso-

brasileira em que ela é estabelecida segundo ele por movimentos associados à

dinâmica da cultura e do mercado, no qual a revalorização da historicidade das

técnicas produzidas nos casarões e sobrados contidas no Centro Histórico de

São Luís demonstra a rica herança deixada pelos colonizadores que

contribuíram para a formação histórica da cidade:

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“Em São Luís, a busca da revalorização da arquitetura luso-brasileira, impulsionada por movimentos ligados à dinâmica da cultura e do mercado, vem assumindo múltiplas formas e associando-se a diversas expressões culturais. É neste panorama, que a restauração arquitetônica manifesta expressões, encontra possibilidades e depara-se com desafios singulares.” (FIGUEIREDO, 2012, pág. 24)

Além disto, estes movimentos impulsionados pela dinâmica da

cultura e do mercado compreendiam um olhar mais minucioso para a definição

de uma identidade única que procurasse enaltecer nossa arquitetura. Entre

eles, temos como um dos grandes exemplos de edificações ornamentados com

os gradis de ferro em suas varandas e voltados para atender esta expressão

cultural que se formava no Maranhão o sobrado de Graça Aranha, localizado

na Avenida Dom Pedro II em São Luís (Figura 02).

Figura 02 – Sobrado de Graça Aranha – Largo do Palácio (Av. Dom Pedro II)

Fonte: COSTA, 2014, pág. 61.

O sobrado de Graça Aranha revela diversas técnicas construtivas

oriundas do exterior e que foram aplicadas em sua fachada, e por

consequência, definiram nosso valor arquitetônico. Desta maneira, nas

varandas de sua fachada é perceptível a vasta magnitude que o gradil de ferro

detém para a nossa arquitetura, contudo, podemos identificar que a dimensão

das sacadas é pequena por conta que nesta época ainda não havia o

conhecimento do concreto armado, isto é, as paredes eram grossas para

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suportar o peso de seus andares, além diminuir o calor proveniente da radiação

solar. Conforme a justificativa de Flaviano Menezes da Costa (COSTA, 2014,

pág. 62):“se por um lado o espaço da “ampla casa” limitava-se à porta ou

portão com batente de cantaria que recebia os moradores e eventuais

visitantes, o quintal apresenta-se com uma extensão dela”.

2 A ORIGEM E OCONCEITO DOS GRADIS DE FERRO NAS VARANDAS

LUDOVICENSES

A população negra escravizada de origem africana detém de uma

vasta importância na agregação de valor construtivo em nossa arquitetura

maranhense, pois através de suas técnicas construtivas e de seus costumes

tornaram-se capazes de influenciar diretamente na fisionomia da urbanização

luso-brasileira, uma vez que estes elementos adequaram-se progressivamente

em nossa linhagem arquitetônica, onde passaram a aderir um valor de enorme

importância para a preservação da história e arquitetura contidas naquela

época.

Figura 03 – Símbolo da resistência africana (ideograma adrinka, o “sankofa”)

Fonte: CERQUEIRA, 2017.

De acordo com Cerqueira (2017), a população negra conduzida

pelos europeus ao nosso território batalhou para conseguir conquistar sua

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liberdade arrancada dos colonizadores, entretanto, através deste desagravo

podemos identificar que no trabalho produzido por estes escravos nas

varandas ludovicenses que os gradis de ferro esculpidos demonstravam a

herança cultural de sua terra natal, em outras palavras, traços de grande

diversidade artística e simbólica, e como um grande exemplo deste trabalho

representado pelos africanos em nossa arquitetura maranhense temos a

variação de um pássaro (sankofa) da mitologia africana (Figura 03), onde seu

intuito representativo seria expressar sua veneração à resistência por parte dos

senhores que os escravizaram:

“E a população negra escravizada atuou firmemente pela sua libertação, porém quando essa possibilidade ainda parecia irreal, sua resistência sempre foi algo nítido entre os escravizados, que ao ter sua força de trabalho e seus corpos submetidos ao trabalho forçado e a violência, usou de suas memórias e raízes na realização destes trabalhos, tornando-os um espaço de resistência, como, por exemplo, os africanos ferreiros que esculpiram em seu trabalho símbolos de resistência, como uma variação de um ideograma adrinkra, o “sankofa.”” (CERQUEIRA, 2017)

De acordo com o site do Museu Afro Digital do Maranhão (2017): “no

Maranhão, o sobrado colonial, construído pelos escravos, é um tipo de

residência tradicional” Deste modo, é possível averiguar que nos sobrados

maranhenses onde ocorreu a elaboração das grades de ferro em suas

varandas, tínhamos o trabalho artesanal dos antigos escravos:

“Tanto nos sobradões quanto nas casas baixas são de grande importância as varandas internas, as bandeiras nas portas e janelas, e as sacadas externas com grades de ferro, mais comuns nos sobrados, e que foram trabalhadas artesanalmente por antigos escravos.” (MUSEU AFRO DIGITAL, 2017)

Em relação à serventia da mão de obra, Pereira (2011) explica que a

emigração forçada do povo africano pelos europeus para a América acabou

contribuindo para um reordenamento bastante incomum em relação à sua

identidade étnica original de seu continente, em que seus costumes passaram

a sofrer uma alteração em associação com o modo de convivência em nosso

território:

“Com a emigração forçada para a América, os diversos povos perderam a sua identidade étnica (ganguela, quimbundo etc.) para se transformaram em genéricos “negros” ao pisar em solo brasileiro. O

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contato com uma sociedade de características completamente diferentes das da África fez com que as novas organizações sociais e afro-brasileiras, em particular, tivessem de se reordenar de modo bastante diferente das tradicionais.” (PEREIRA, 2011, pág. 7)

Ainda de acordo com Pereira (2011), esta reorganização por parte

das diversas culturas regionais africanas teve uma adaptação em relação às

novas condições interativas dos diversos grupos formadores, e diante disso,

houve o estabelecimento de novas características acrescentadas gradualmente

em nossos costumes:

“Adquiriram, portanto, características peculiares que podem ser especificadas – dentro da perspectiva dos objetivos da arquitetura. [...] As diversas culturas regionais africanas tiveram de se readaptar a um meio multicultural; a manutenção de fatores culturais africanos só foi possível por meio através de adaptações a novas condições interativas dos diversos grupos formadores; devido às condições em que se processou o surgimento dessa diáspora, a religião acabou por se consolidar como principal suporte da africanidade.” (WEIMER, 2004 apud PEREIRA, 2011, pág. 7)

Além disto, Jéssica Cerqueira (2017) ainda indica que a tradução

para a simbologia da forma que os escravos africanos esculpiam nos gradis de

ferro das varandas nos sobrados remetiam à filosofia do povo Akan, em que

seu contorno remetia a um pássaro com duas cabeças, apontando deste modo

indireto e sinuoso como um emblema característico da forte resistência a favor

dos africanos escravizados e que os colonizadores até então desconheciam

seu verdadeiro significado:

“Sankofa é um pássaro africano de duas cabeças que, segundo a filosofia do povo Akan, significa “nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou atrás”. Em outras palavras, podemos ler como o retorno ao passado para ressignificar o presente. [...] Este é um dos exemplos mais conhecidos da resistência esculpida em ferro que os colonizadores até então não entendiam o significado daquele símbolo, mas que todos aqueles, vindos do continente africano, o identificavam como uma simbologia de luta, de resistência e de preservação de suas histórias.” (CERQUEIRA, 2017)

Por conseguinte, podemos afirmar também que o gradil de ferro em

nossas varandas expressa um vasto valor em nossos acontecimentos

históricos, uma vez que, caracterizou a origem desta herança deixada pelos

africanos, seu significado nesta época a resistência negra deixou sua marca

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esculpida em nossas fachadas de sobrados e casarões e deste modo

contribuiu para nossa identidade arquitetônica.

3 A ADOÇÃO E ADAPTAÇÃO DO GRADIL DE FERRO NA ARQUITETURA

MARANHENSE

O ferro produzido no território brasileiro possibilitou inúmeros

avanços em relação às técnicas construtivas de sua malha urbana, em que

continha tanto uma função estrutural como também decorativa. Desta forma, os

gradis de ferro nas varandas maranhenses tinham perfis extremamente

adequados por apresentarem leveza em relação às sacadas e suas variadas

formas esculpidos pelos africanos embelezarem a fachada do casario

ludovicense (Figura 04).

Figura 04 – Gradis de ferro como grande particularidade nas varandas de São Luís.

Fonte: FILHO, 2010, pág. 126.

Em relação à vinda da mão de obra africana, Assis Galvão

(GALVÃO, 2011) retrata “a área urbanizada mais antiga de São Luís, junto ao

antigo porto, aonde chegavam navios vindos da África, cheios de escravos, que

eram vendidos em leilão na Casa das Tulhas”. Na arquitetura europeia

estavam presentes os elementos de ferro forjado ou fundido em variados

setores da construção, no entanto, o ferro não era considerado um material de

elegância, o qual a nobreza exigia que o ferro não fosse exposto à suas

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moradias desta época, em que vigas metálicas e colunas eram

apropriadamente revestidas para garantir esbelteza:

“Os elementos de ferro forjado ou fundido produzidos pela indústria europeia estão sempre presentes na arquitetura durante o século XIX. Destinando-se a todos os setores da construção, compreendiam desde peças estruturais, como vigas e colunas, até recursos secundários de acabamento, como ornamentos de jardim, chafarizes e grades, para não mencionar as escadas, as ferragens de janelas e portas, os canos, as peças de banheiro e os fogões... Como na arquitetura europeia da mesma época, o ferro era considerado como material de construção sem nobreza, não podendo ficar exposto. Normalmente as vigas metálicas e colunas eram revestidas, a não ser nos alpendres, onde formavam conjunto com grades e escadas de ferro, conferindo uma feição peculiar às moradias dessa época”. (IBID, 1.997, pág. 164-165 apud ZORRAQUINO, 2006, pág. 25)

Com relação ao surgimento das grades de ferro fundido em nossas

fachadas, Olavo Pereira da Silva Filho afirma que: “em uma mesma fachada, é

comum a mesclagem de guarda-corpos entalados. No final do século XIX,

surgem as grades de ferro fundido, decoradas com guirlandas e florões”

(FILHO, 2010, pág. 125). Deste modo, os gradis de ferro expressavam o

grande prestígio dos costumes africanos nas varandas luso-brasileiras, e

continham ainda a função de segurança e embelezamento destas sacadas,

uma vez que suas variadas formas com curvaturas manifestavam seu

detalhamento no ferro trabalhado.

“As grades de ferro se estendem também aos portões; à cancela da porta principal; às janelas e óculos do térreo, que às vezes são dotadas de conversadeiras; aos vãos do térreo voltados para o pátio interno, em notáveis rendilhados ou ainda em forma de grade de segurança. “(FILHO, 2010, pág. 125)

As varandas com as grades de ferro destacados na casa luso-

maranhense abrangiam um valor específico no ordenamento do espaço social

da moradia, em que permaneciam centralizadas para conseguir interligar os

outros ambientes como cozinha, dormitórios e circulações. Conforme Olavo

Pereira da Silva Filho (2010, pág. 73), estas varandas com os gradis de ferro

compreendiam a largura completa da edificação, o qual se sistematizava:

“Nessa organização do programa da casa luso-maranhense, desde as mais antigas referências conhecidas até o final do Oitocentos, as varandas ou salas de refeições desempenharam uma função especial de articulação física e social entre os aposentos principais e os de

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serviço. Centralizadas, acumulam a função de distribuição, conectando circulações, dormitórios e cozinha. Em geral se desenvolvem em toda a largura do imóvel, configurando o espaço mais socializante da casa. Lugar de convívio e de tudo fazer.” (FILHO, 2010, pág. 73)

De acordo com Olavo Pereira da Silva Filho (Apud LOPES, 2008,

pág. 52), as demasiadas características presentes na Metrópole empregavam

inúmeros valores em relação à contribuição da identidade da arquitetura

maranhense, em que impulsionados pelo crescimento do comércio nesta

colônia possibilitaram o seu avanço na agregação de materiais e mercadorias

para constituir um novo patamar em seu panorama urbanístico:

“De frentes expostas ao público, expressam a Metrópole: formais nos contornos de perfis precisos, austeras na supremacia dos cheios, adornadas de ferro batido na projeção dos vãos, geométricas no equilíbrio dos frontispícios vindos do renascimento, eloqüentes na azulejaria, sublinhadas no lioz estrutural dos vãos.” (LOPES, 2008, pág. 52)

Estes gradis de ferro batido eram esculpidos através de diversos

contornos referentes às peculiaridades e costumes africanos, e como

mencionados anteriormente, seu significado estava associado à opressão dos

africanos por conta de sua escravização. Em relação aos detalhes

compreendidos em sua composição, Olavo Pereira da Silva Filho (FILHO,

2010, pág. 124) demonstra através de croquis (Figura 05) a grande riqueza de

detalhes contidos nestas varandas ornamentadas com ferro batido em São

Luís.

Figura 05 – Representação dos gradis de ferro nas varandas maranhenses.

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Fonte: FILHO, 2010, pág. 124.

Para Figueiredo, “nas fachadas do casario maranhense, destacam-

se fulgurantes sacadas e grades de ferro compondo diferentes formas de

locação sobre os vãos. Muitas das sacadas encontram-se dotadas de

corrimãos de madeira” (FIGUEIREDO, 2012, pág. 63).

Com base nos fundamentos de Olavo Pereira (LOPES, 2008, pág.

63): “até a abolição da escravatura, a produção arquitetônica dependia do

trabalho escravo e, com mão de obra e material de construção à disposição, a

execução de grandes e numerosos prédios não foi tarefa das mais difíceis”.

Entre outros propósitos da utilização do ferro batido, podemos mencionar as

grades de ferro embutidas em óculos de ventilação nas prumadas das janelas

como ainda defende Olavo Pereira:

“Nas prumadas das janelas, em ovais, retângulos ou circulares e providos de grades de ferro batido se encaixam óculos de ventilação permanente, inclusive os de arejamento dos soalhos. Rasgadas nos oitões enegrecidos de limo, as seteiras só são percebidas de fora por um olhar mais atento. Almofadadas, postigos, calhas, venezianas, guilhotinas, treliças em meia-cana, grades forjadas e folhas sanfonadas são recursos de vedação encontrados nas esquadrias.” (FILHO apud LOPES, 2008, pág. 63)

A colonização de diversas culturas provenientes do Velho

Continente no Brasil contribuiu significativamente para o desenvolvimento de

nossos valores históricos na expansão urbana das cidades, entretanto, este

processo ocorreu de acordo com as necessidades impostas pelas

características ambientais encontradas em nosso país, ou seja, gradualmente

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ocorreu-se sua adaptação em relação ao nosso clima e aos materiais

particulares de nosso território.

4 ASPECTOS QUE FAVORECERAM A EXPANSÃO DOS GRADIS DE

FERRO NAS VARANDAS DE SOBRADOS E CASARÕES MARANHENSES

Referindo-se ao ciclo econômico baseado na exportação do açúcar,

Figueiredo afirma que “nesse período de prosperidade, a cidade portuária de

São Luís mantém um estreito vínculo com a metrópole portuguesa, que

perdura até julho de 1823, quase um ano após a independência do Brasil em

1822” (FIGUEIREDO, 2011, pág. 82). Ao averiguar como se reflete este

desenvolvimento nas edificações como sobrados e solares no Maranhão,

Figueiredo remete às principais características apresentadas por este novo tipo

de moradia ligada às regras impostas pela arquitetura pombalina:

“[...] Usos e costumes à moda do reino são aqui adaptados ao clima tropical, assim como vão surgindo, no local das precárias casas de taipa de mão, novas edificações de sobrados e solares, principalmente na Praia Grande, bairro mais antigo da cidade. Muitas destas construções apresentam características da arquitetura pombalina.” (FIGUEIREDO, 2011, pág. 82)

Em contrapartida, podemos induzir que as construções deste

período foram extremamente fundamentadas na vinda da arquitetura europeia

com a sua devida adaptação ao clima tropical do Maranhão. De acordo com

Botelho, a prosperidade na economia de São Luís se engrandece com a

abertura dos portos em que permitiu um vasto crescimento na região do centro

e da praia grande, e como consequência as habitações estavam vinculadas a

crescerem ao seu redor:

“A abertura dos portos em 1808 possibilitou um crescimento comercial na província, sobretudo a partir da entrada de comerciantes ingleses e franceses disputando a hegemonia do mercado com os portugueses. Nesse momento, surgem várias casas de comércio no centro de São Luís e região da praia grande.” (BOTELHO, 2008, pág. 127)

Ao partir da fundamentação de que modo o ferro foi utilizado

abundantemente em nossas casas maranhenses, Paula Autran (AUTRAN,

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2015) destaca que um dos principais fatores desencadeadores para sua

produção em massa nas Américas foi a exploração de enormes jazidas que,

junto com o trabalho escravo, permitiu sua fácil manipulação de sua elaboração

nas sacadas maranhenses:

“Com a descoberta de grandes jazidas nas Américas e o domínio da técnica de fundição por países da Europa, o ferro foi ganhando espaço por permitir a imitação das formas clássicas, em cópias mais baratas de elementos comuns deste período. Principalmente o ferro fundido, que não enferruja e se revelou um material próprio para ser utilizado em países tropicais, resistindo à umidade e à maresia. Bom negócio para colonizadores e colônias como o Brasil, principalmente num momento em que janelas, portas e sacadas vazadas, permitindo a iluminação e a circulação de ar, tornaram-se símbolos do progresso e da modernização que por aqui chegavam.” (AUTRAN, 2015)

Em vista disso, este material se adequou perfeitamente ao nosso

clima tropical, em que segundo Paula Autran (2015) este elemento na estrutura

das varandas possibilitou a resistência da umidade e à maresia, o qual

representou um amplo prosseguimento em relação à modernização de nossa

estrutura urbana. Ainda de acordo com Paula Autran (2015), os primeiros

gradis de ferro trabalhados no Brasil surgiram no período colonial, em que o

barroco predominava como estilo arquitetônico em nosso território, no entanto,

o que realmente distinguia as habitações umas das outras eram os modelos

diversos de gradeados nas varandas:

“Os gradis chegam ao Brasil no período colonial, barroco. Eles eram mais roliços e não muito trabalhados, pois ainda não havia fundições no país. Foi só com Dom João VI, que proibiu as treliças de madeira por questões de saúde pública, que os ingleses começaram a produzi-las aqui. [...] As casas eram coladinhas para melhor aproveitar o espaço, num tempo em que não havia muitos meios de transporte. E a bossa eram as sacadas. As casas eram muito parecidas, e o que as diferenciava eram as grades de modelos diversos.” (AUTRAN, 2015)

As casas comerciais implantadas pelos ingleses e franceses no

Maranhão se destacavam por aumentarem as relações comerciais de suas

províncias, uma vez que, a projeção de casas comerciais em pontos

estratégicos de sua zona contribuiu para um maior beneficiamento na

exportação de produtos importados como os azulejos, arroz, algodão e

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materiais como o ferro, e deste modo, Joan Botelho (2008) expressa em sobre

o seguimento deste processo:

“No início do século XIX, ingleses e franceses implantaram no Maranhão várias casas comerciais, juntando-se aos portugueses e brasileiros. A partir deste momento, as relações comerciais na província passam a ser mais dinâmicas envolvendo produtos exportados, destacando-se arroz, algodão e couro, posteriormente açúcar e os mais variados artigos importados.” (BOTELHO, 2008, pág. 126)

A introdução de escravos africanos como mão de obra garantiu à

empresa monopolista para abastecer a colônia com diversas variedades de

produtos, e com isso impulsionar o comércio através de navios ao Maranhão.

Em relação à necessidade verificada em função de produtos por parte desta

mão de obra escrava, Joan Botelho (2008) afirma que:

“[...] A empresa monopolista se comprometia em abastecer a colônia com gêneros de primeira necessidade como facas, ferros, azeite e avelórios, garantir a vinda regular de um navio ao Maranhão abastecer e dinamizar o comércio. Mas, o ponto nevrálgico dessa relação entre a companhia e o Maranhão era a introdução de negros escravos africanos como mão-de-obra.” (BOTELHO, 2008, pág. 39)

À vista disso, pode-se compreender que estas razões de

estimulação do comércio influenciaram de forma crucial para a transferência de

escravos provenientes da África e desse modo foi possível expandir a

utilização do ferro batido de acordo com as raízes da cultura africana nas

varandas de sobrados e casarões maranhenses.

CONCLUSÃO

No decorrer da análise envolvendo a adaptação e utilização

abundante do gradil de ferro e nas varandas de nossos casarões e sobrados,

pudemos compreender que este processo de modificação em nossa arquitetura

estava submetido à implementação da empresa monopolista portuguesa, mas

foi ocasionado e enriquecido,de fato, pela vinda dos escravos africanos até

nosso território, contribuindo para a notoriedade de nossa arquitetura.

À vista disso, podemos então avaliar os diversos aspectos deste

elemento construtivo presente em nossa arquitetura como um todo:(1) estava

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associado à resistência em prol da escravização africana em nosso território

pelos colonizadores; (2) representou um amplo desenvolvimento para uma

definição tanto histórica como arquitetônica em nossa cultura maranhense; (3)

sua utilização considerável nos casarões e sobrados do Maranhão procedeu-se

pela abertura do comércio e seu abastecimento de mercadorias; (4) sua

verdadeira fisionomia estava vinculada ao pássaro Akan da etimologia africana,

pois os gradis de ferro faziam referência ao arqueamento de sua silhueta; (5) a

riqueza de detalhes contida em seus contornos de ferro batido evidenciava a

agregação da vasta cultura africana em nossas técnicas construtivas; (6) seu

processo de adaptação ocorreu de maneira satisfatória em relação ao clima e à

matéria-prima encontrada em nosso território.

Portanto, podemos afirmar que esses aspectos, associados ao

conjunto de várias outras técnicas construtivas e materiais que derivaram de

outras culturas, contribuíram efetivamente para fortalecer a identidade da

nossa arquitetura.

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