resenha da obra antígona - reelab
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7/30/2019 Resenha da Obra Antgona - Reelab
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAU UESPI
CAMPUS CLVIS MOURA
COORDENAO DO CURSO DE DIREITODISCIPLINA: INTRODUO AO DIREITO
PROFESSOR: FRANCISCO FERREIRA DAVES
ALUNO: BRUNO SAMPAIO SANTOS
RESENHA CRTICA DA OBRA ANTGONA
TERESINA-PI
2013
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SFOCLES. Antgone. Clssicos Jackson, 2005. Disponvel em Acesso em: 23 de mar. 2013.
Antgona, obra trgica escrita pelo dramaturgo grego Sfocles, faz parte da
trilogia tebana, juntamente com outras obras referentes histria de dipo Rei,
negligenciado pelo pai, que ao visitar o Orculo, teve a notcia de que seria morto
pelo prprio filho. No entanto, o enredo da obra centraliza-se na ideia de um destino
inexorvel, previamente traado pelos Deuses.
O fato que dipo, no decorrer da vida, mata seu prprio pai, casa-se com
sua me e gera uma prole incestuosa, marcada segundo o tradicionalismo religiosogrego, pela ira e desafeto dos Deuses.
Dessa forma, o reino tebano no possua um lder legtimo, uma vez que
dipo, ao descobrir o que ocorrera entrou em exlio. O trono em vacncia deveria,
pois, ser ocupado. Assim, de seus quatro filhos: Antgona, Ismnia, Polinice e
Etocles, os dois ltimos disputaram pelo trono, e ambos foram mortos um pelo
outro.
Creonte, tio de Antgona assume o reinado, erguendo-se, pois, em tirania e
destinando o devido encaminhamento a Hades para Etocles, em detrimento de
Polinice, o que induz Antgona a desrespeitar o dito do rei, uma vez que para ela tal
determinao caracterizava um desrespeito para com o corpo do irmo.
Sentenciada morte, a protagonista apela ao povo, alegando direitos, bem
como recebendo apoio da irm, Ismnia, que se recusou a participar do enterro
ilegal do irmo.
J presa, Antgona suicida-se, bem como o seu amado, ao deparar-se com o
seu corpo suspenso. Creonte, que seria em breve sogro de Antgona, lamenta-se
aos deuses pela perda do filho, embora, aps visita de um sbio ancio, tenha
decidido oferecer os devidos rituais fnebres a Polinice.
Por fim, Sfocles expe o suicdio de Eurdice, mulher do rei, ressentida pela
morte do ltimo filho, que maldiz Creonte pela eternidade, restando a ele as lamriasdo vale da morte e a incerteza da vida.
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visvel, portanto, a influncia do Direito ao longo da histria, sobretudo, o
embate entre a Thmis, indicativa do direito natural, constitudo pela imutabilidade
da natureza, independente das condies; e a Dik, referncia do direito positivo,
inspirado e elaborado pelos homens.
Dessa forma, imprescindvel lembrar que o autor da obra defendia os
princpios e a corrente do jusnaturalismo, pondo o homem abaixo dos limites
naturais, submisso a esses, expondo a inexorabilidade de costumes e tradies,
tidos por toda uma sociedade como absolutos e indispensveis, como citado em sua
obra, quando o rei cria uma nova lei referente proibio de rituais fnebres queles
que se opusessem ao novo governante, bem como a sua administrao, assim
como ocorreu com Polinice. Ou seja, a sociedade, espelhada na dor de Antgona,
levava tona um direito natural a todo ser humano, que ter um rito de
encaminhamento aps a morte, sendo devidamente enterrado, e claro, a
descriminalizao dos atos da irm.
Em contrapartida, o comportamento individualista e tirano de Creonte pe em
vias de fato o juspositivismo, no que se refere ao seguimento das leis. Corrente essa
que passou a modelar os instrumentos de justia e de poder ao redor do mundo,como no Brasil, atrelado ainda tripartio de poderes, herana das teorias de
Montesquieu, referente consolidao de um Estado de Direito, em que cada
partio responsvel pelo prprio monitoramento, assim como pela vigilncia dos
demais.
Alm disso, interessante que se associe a atitude do tirano, que antes era
guiado aos passos do Direito Positivo teoria de Hobbes, que enxerga o Direito
Natural como uma forma pela qual um ser humano racional agiria, procurando
sobreviver e prosperar. Ora, o rei, que pautado em poderes se via como um
benfeitor da justia passou a visualizar o que realmente era necessrio ser feito, ou
seja, aliar-se vontade social, apoiando, pois, o que era natural, como na
passagem: eu prprio, que ordenei a priso de Antgone, irei libert-la! Agora, sim,
eu creio que bem melhor passar a vida obedecendo s leis que regem o mundo!.
O fato que a herona, Antgona, apresentada sob um contexto social
patriarcal e, portanto, excludente passa a assumir um papel de reivindicao, o que
a projeta passo evoluo do Direito quanto cincia. Assim, aquela humaniza e
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incorpora o anseio social por mudanas, pela aceitao das tradies e de seus
costumes, o que ataca a imagem do soberano, e o retira de primeiro plano,
recolocando-o em um mesmo patamar, em que todos estejam abaixo da lei e,
portanto, submissos mesma.
Por fim, necessrio que se analise, atravs da prpria obra, e se observe
coincidncias contemporneas quanto aplicao do Direito. Muitos Estados, por
projetos de lei positivados utilizam-se do conhecimento, do status-quo e das
relaes de poder para segmentar ou exercer o controle social, marginalizando
grupos, desencadeando etnocdios ou genocdios, marcas de um passado histrico
no to distante. Uma coisa certa, crucial para o desenvolvimento pleno em
sociedade que os instrumentos de justia social convirjam rumo a um objetivo
comum, aplicando-se em coexistncia os princpios de ambos os Direitos, uma vez
que a organizao social no depende exclusivamente dos princpios naturais,
assim como a sociedade necessita, para fins de controle social, da positivao
jurdica.