requisição de dados pelo delegado de polícia - conjur

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  • 7/26/2019 Requisio de dados pelo delegado de polcia - Conjur

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    COMO CITAR:

    CASTRO, Henrique Hoffmann Monteiro de. Requisio de dados imprescindvel na busca dodelegado pela verdade. Revista Consultor Jurdico, fev. 2016. Disponvel em: . Acesso em: 02 fev. 2016.

    ACADEMIA DE POLCIA

    Requisio de dados imprescindvel nabusca do delegado pela verdade

    2 de fevereiro de 2016, 8h05

    Por Henrique Hoffmann Monteiro de Castro

    No restam dvidas de que a investigao criminal foi outorgada constitucionalmente Polcia

    Civil e Polcia Federal, s quais incumbem as funes de polcia judiciria e apurao de infraes

    penais (artigo 144, pargrafos 1 e 4 da CF). O inqurito policial, principal mecanismo de

    investigao, deve ser presidido exclusivamente pelo delegado de polcia (artigo 2, pargrafo 1 da

    Lei 12.830/13), autoridade a quem cabe, com iseno e imparcialidade, adotar todas as providncias

    a fim de esclarecer a verdade, sem qualquer compromisso com a acusao ou a defesa[1].

    Nessa esteira, tendo como norte a Constituio Federal, o legislador conferiu autoridade de polcia

    judiciria uma srie de instrumentos para possibilitar que cumpra de modo satisfatrio seu mister.

    Uma delas o chamado poder geral de polcia, hospedado no artigo 6, III do CPP, que permite

    autoridade policial colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas

    circunstncias. Dessa clusula geral emana no apenas o poder requisitrio, mas inclusive o poder

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    de conduo coercitiva de pessoas sem mandado judicial ou estado de flagrncia, conforme

    entendimento das cortes superiores[2].

    Outrossim, ganha especial relevo o poder requisitrio do delegado de polcia, que no surgiu

    recentemente. Como mencionado, deriva do prprio CPP, embutido no rol exemplificativo de

    diligncias discricionrias. Mais recentemente, tal poder geral de requisio, abrangendo a

    possibilidade de exigir percias e informaes diversas, foi reafirmado pela Lei de Investigao

    Criminal (artigo 2, pargrafo 2 da Lei 12.830/13).

    O legislador buscou, tendo a Constituio como norte, municiar a autoridade policial dos meios

    necessrios para coletar provas de forma clere e eficaz. A requisio de percias, informaes,

    documentos e dados inerente presidncia da investigao criminal, num contexto de conduo

    da apurao criminal pelo delegado de polcia com discricionariedade[3].

    Isso permite que a autoridade de polcia judiciria tenha acesso direto (independentemente de

    autorizao judicial) a certas informaes em prol do interesse da coletividade de esclarecer averdade na investigao criminal.

    Apesar de ser manejada em grande parte das vezessponte suapela autoridade de polcia judiciria,

    obviamente a requisio depender de autorizao judicial quando as informaes estiverem

    agasalhadas pela clusula de reserva de jurisdio. Ou seja, quando a Constituio ou a prpria lei

    exigir prvia ordem judicial para a obteno dos elementos, o delegado no pode acess-los

    diretamente.

    Assim, quanto requisio de dados bancrios e fiscais (artigo 5, X da CF), busca e apreenso

    domiciliar (artigo 5, XI da CF) e interceptao telefnica (artigo 5, XII da CF), assiste ao Poder

    Judicirio no apenas o direito de proferir a ltima palavra, mas sobretudo a prerrogativa de dizer a

    primeira, excluindo-se a possibilidade do exerccio de iguais atribuies por parte de quaisquer

    outros rgos ou autoridades do Estado[4].

    J com relao a diversas outras medidas, tais como apreenso de objetos (artigo 6, II do CPP),

    requisio de percias (artigo 6, VII do CPP) e ao controlada no crime organizado (artigo 8,

    pargrafo 1 da Lei 12.850/13), o delegado de polcia pode e deve agir de ofcio. O que em nada

    prejudica o posterior controle judicial do ato e de toda a investigao, ficando o Judicirio com a

    ltima palavra[5].Noutro giro, sabe-se que rgos pblicos e privados mantm em seu poder dados referentes aos

    indivduos, que se apresentam como contribuintes, usurios de servios pblicos e clientes em geral.

    Tais informaes podem revelar caractersticas ntimas das pessoas, indicando suas escolhas mais

    reservadas. Ningum nega, por exemplo, que os dados bancrios consistentes em extratos de carto

    de crdito ou mesmo os dados fiscais relativos ao patrimnio so capazes de demonstrar as

    preferncias e vicissitudes pessoais.

    Dentre os direitos fundamentais plasmados na Constituio Federal, a intimidade e a vida privada

    (artigo 5, X) certamente so dos mais importantes. Como decorrncia desse comando

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    constitucional, as informaes que evidenciam aspectos personalssimos dos cidados devem, em

    regra, ficar fora do alcance do Estado e de particulares.

    Por isso, o sigilo que acoberta esses dados deve impedir o conhecimento da populao em geral e

    limitar at mesmo a atuao do Estado-investigao, exigindo-se ordem judicial para que as

    autoridades tenham acesso a esses dados sensveis para fins de apurao criminal.

    No s os dados, mas as comunicaes dos dados so igualmente capazes de externar aspectos

    ntimos do interlocutor, razo pela qual o constituinte originrio fez questo de proteger as

    comunicaes telefnicas e de dados em geral em dispositivo prprio (artigo 5, XII).

    Pois bem. preciso distinguir os dados ntimos das pessoas (tais como os bancrios e fiscais) dos

    dados meramente cadastrais. Os dados cadastrais no revelam quaisquer aspectos da vida privada

    ou da intimidade do indivduo. Trata-se de informaes objetivas, no sensveis, que no permitem

    um juzo de valor significativo sobre a pessoa. So elementos de carter meramente identificatrio,

    e no de contedo. Consistem na faceta pblica da personalidade, verdadeira expresso jurdica da

    pessoa. Explica a doutrina:

    Pelo sentido inexoravelmente comunicacional da convivncia, a vida privada compe,

    porm, um conjunto de situaes que, usualmente, so informadas sem

    constrangimento. So dados que, embora privativos como o nome, endereo,

    profisso, idade, estado civil, filiao, nmero de registro pblico oficial etc.,

    condicionam o prprio intercmbio humano em sociedade, pois constituem elementosde identificao que tornam a comunicao possvel, corrente e segura. Por isso, a

    proteo desses dados em si, pelo sigilo, no faz sentido[6].

    Esses dados referentes prpria identidade (nome, nacionalidade, naturalidade, data de nascimento,

    estado civil, profisso, RG, CPF, filiao e endereo)[7]devem ser fornecidos autoridade quando

    por esta justificadamente solicitados. importante que os cidados sejam individualizados pelo

    Estado, providncia que, sem significar intromisso indevida na vida particular, permite a

    convivncia em sociedade sem sobressaltos e a identificao dos suspeitos de prticas ilcitas,

    evitando erros.

    Por essa razo estabelece o do artigo 43, pargrafo 4 do Cdigo de Defesa do Consumidor que os

    bancos de dados e cadastros que contenham dados de consumidores so considerados entidades de

    carter pblico.

    Tambm por isso a recusa no fornecimento dos dados pode configurar contraveno penal

    (artigo 68 da Lei de Contravenes Penais), alm de autorizar a identificao criminal (artigo 3 da

    Lei 12.037/09) ou a priso preventiva (artigo 313, pargrafo nico do CPP) de eventual suspeito.

    Destarte, os dados cadastrais inserem-se no plexo de informaes que podem ser exigidas pela

    autoridade de polcia judiciria mesmo sem ordem judicial, em razo do poder geral de requisio

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    (artigo 6, III do CPP e artigo 2, pargrafo 2 da Lei 12.830/13) e tambm do poder especfico de

    requisio de dados cadastrais (artigo 15 da Lei 12.850/13 e artigo 17-B da Lei 9.613/98):

    O inciso XII do artigo 5 da Constituio Federal assegura o sigilo das comunicaes

    telefnicas, nas quais, por bvio, no se inserem os dados cadastrais do titular de linha

    de telefone celular[8].No esto abarcados pelo sigilo fiscal ou bancrio os dados cadastrais (endereo,

    nmero telefnico e qualificao dos investigados) obtidos junto ao banco de dados do

    Serpro[9].

    Os dados cadastrais (...) no esto resguardados pelo sigilo de que cuida o inciso XII do

    artigo 5 da Constituio da Repblica, nem tampouco pelo direito intimidade

    prescrito no inciso X, que no absoluto.

    A obteno dos dados do usurio de determinado IP Internet Protocolconsistentes

    to-s na identificao de propriedade do computador e do endereo em que instalado,

    de carter cadastral, pois no descortina qualquer aspecto do modus vivendi da pessoa,

    prescinde de autorizao judicial[10].

    Na mesma linha da jurisprudncia est o Enunciado 14 do II Encontro Nacional de Delegados de

    Polcia sobre Aperfeioamento da Democracia e Direitos Humanos, com o seguinte teor:

    O poder requisitrio do delegado de polcia, que abrange informaes, documentos e

    dados que interessem investigao policial, no esbarra em clusula de reserva de

    jurisdio, sendo dever do destinatrio atender ordem no prazo fixado, sob pena deresponsabilizao criminal[11].

    O acesso aos registros telefnicos, tais como chamadas pretritas e de ERBs, segue igual

    regramento:

    O teor das comunicaes efetuadas pelo telefone e os dados transmitidos por via

    telefnica so abrangidos pela inviolabilidade do sigilo artigo 5, inciso XII, da

    Constituio Federal , sendo indispensvel a prvia autorizao judicial para a sua

    quebra, o que no ocorre no que tange aos dados cadastrais, externos ao contedo das

    transmisses telemticas.

    No se constata ilegalidade no proceder policial, que requereu operadora de telefonia

    mvel responsvel pela Estao Rdio-Base o registro dos telefones que utilizaram o

    servio na localidade, em dia e hora[12].

    Logo, os rgos pblicos e privados detentores de tais informaes de mera identificao, como

    empresas de servio pblico de telefonia e energia, instituies financeiras, rgos da Receita e

    hospitais, devem fornecer as informaes sem tergiversao.

    Como afirmado, os dados cadastrais no externam gostos, afeies e ideias do indivduo. Mas ainda

    que se considere que as informaes esto conectadas de alguma forma privacidade, a mitigao

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    desse segredo no atinge o ncleo essencial do direito, e simultaneamente garante que o interesse

    pblico exteriorizado na investigao criminal seja observado de maneira clere e eficaz:

    Nesse contexto das restries ao direito proteo dos dados pessoais assume

    relevo a distino entre dados considerados sensveis, que dizem mais de perto com

    aspectos da vida ntima (dados sobre a orientao sexual, religiosa, a opo poltica,vida familiar, entre outros) e dados mais distantes desse ncleo mais sensvel, como

    o caso de informaes sobre nome, filiao, endereo, CPF etc.[13].

    Nessa vereda, preciso desconstruir a lio, repetida no raras vezes sem maiores reflexes, que

    confunde clusula de reserva de jurisdio com sigilo. O fato de alguns dados no dependerem

    ordem judicial para serem requisitados pela autoridade estatal no significa que sejam pblicos. Isto

    , sua sujeio requisio do delegado de polcia no lhes retira completamente o segredo.

    Com efeito, o poder requisitrio estampado no CPP e na legislao esparsa, decorrente do comando

    constitucional albergado no artigo 144, permite que a autoridade de polcia judiciria tenha acesso

    direto (independentemente de autorizao judicial) a informaes com grau de sigilo intermedirio,

    evitando o fracasso das apuraes criminais. Tais dados no so blindados por um sigilo to rgido

    que exija ordem judicial para ser quebrado, e ao mesmo tempo no so completamente desprovidos

    de segredo (no so pblicos)ficando inacessveis populao em geral.

    Facultar autoridade de polcia judiciria o poder de requisitar informaes que no estejam sob o

    manto da clusula de reserva de jurisdio, para que possa desvendar um caso, no significa dar

    conhecimento amplo e irrestrito daqueles dados a quem quer que seja. Em outras palavras, oconhecimento do Estado-Investigao no configura a publicizao dos elementos, que continuaro

    longe dos olhos de curiosos. A obteno da informao no configura mero capricho estatal, mas do

    cumprimento do dever de garantia do direito segurana pblica, sem olvidar dos direitos

    fundamentais.

    Ademais, o acesso a essas informaes por vezes evita a adoo de providncias mais severas, tais

    como a interceptao telefnica e a busca e apreenso domiciliar, eventualmente atingindo terceiros

    no envolvidos e movimentando inutilmente a mquina judiciria.

    No que concerne ao prazo para atendimento da requisio de dados cadastrais, como no h

    previso legal especfica para o atendimento ordem, pode-se utilizar por analogia o lapso temporal

    de 10 dias preconizado para a requisio em ao civil pblica (artigo 8, pargrafo nico da Lei

    7.347/85).

    O desatendimento ordem do delegado de polcia sujeita o recalcitrante responsabilizao pessoal

    pelo crime de desobedincia (artigo 330 do CP ou artigo 21 da Lei 12.850/13) ou prevaricao

    (artigo 319 do CP).

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    Nessa perspectiva, as entidades pblicas ou privadas devem fornecer os dados cadastrais quando

    requisitadas pela autoridade de polcia judiciria, abstendo-se de colocar bices em prejuzo do

    interesse da coletividade. Afinal, os direitos fundamentais no podem ser utilizados como escudo

    protetivo da prtica de atividades ilcitas[14].

    De outro vrtice, o delegado de polcia, alm de requisitar dados cadastrais, pode acessar

    diretamente os dados contidos em objetos regularmente apreendidos pela polcia judiciria. No

    raras vezes, a autoridade policial determina a apreenso de aparelho celular na posse de suspeito

    conduzido delegacia, ou mesmo de computador no cumprimento de mandado de busca e

    apreenso domiciliar. Nesses casos, imperiosa a conferncia dos objetos e verificao dos dados

    neles armazenados, sob pena de a diligncia se tornar totalmente intil.

    Dessa maneira, apreendida a base fsica dos dados, pode a polcia judiciria acess-los no interesse

    da investigao criminal. Imperioso registrar que, enquanto a interceptao da comunicao dos

    dados sempre depende de prvia ordem judicial, o acesso aos dados em si mesmos pode em certassituaes ser feito diretamente pela autoridade de polcia judiciria. Ou seja, os dados em si

    (artigo 5, X) e a comunicao dos dados (artigo 5, XII) receberam proteo constitucional

    especfica, conforme lembrou o Supremo Tribunal Federal[15].

    Tais informaes estanques podem abranger, alm dos dados cadastrais, documentos, IPs e logsde

    acesso internet armazenados num computador, bem como registros de ligaes pretritas gravadas

    no aparelho celular, sendo prescindvel ordem judicial para que a autoridade policial os acesse,

    segundo entendimento dos tribunais superiores:

    No se confundem comunicao telefnica e registros telefnicos, que recebem,inclusive, proteo jurdica distinta. No se pode interpretar a clusula do artigo 5, XII,

    da CF, no sentido de proteo aos dados enquanto registro, depsito registral (...) Ao

    proceder pesquisa na agenda eletrnica dos aparelhos devidamente apreendidos, meio

    material indireto de prova, a autoridade policial, cumprindo o seu mister, buscou,

    unicamente, colher elementos de informao hbeis a esclarecer a autoria e a

    materialidade do delito[16].

    O fato de ter sido verificado o registro das ltimas chamadas efetuadas e recebidas pelos

    dois celulares apreendidos em poder do co-ru, cujos registros se encontravam gravados

    nos prprios aparelhos, no configura quebra do sigilo telefnico (...) dever da

    autoridade policial apreender os objetos que tiver em relao com o fato, o que, no

    presente caso, significava saber se os dados constantes da agenda dos aparelhos

    celulares teriam alguma relao com a ocorrncia investigada[17].

    No h violao do artigo 5, XII, da Constituio que (...) no se aplica ao caso, pois

    no houve quebra de sigilo das comunicaes de dados (interceptao das

    comunicaes), mas sim apreenso da base fsica na qual se encontravam os dados,

    mediante prvia e fundamentada deciso judicial[18].

    O poder requisitrio da autoridade de polcia judiciria, somado possibilidade de acesso direto adados inseridos em objetos apreendidos e colocado lado a lado com outras prerrogativas decorrentes

    http://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote14symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote14symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote14symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote15symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote15symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote15symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote16symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote16symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote16symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote17symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote17symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote17symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote18symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote18symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote18symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote18symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote17symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote16symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote15symhttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote14sym
  • 7/26/2019 Requisio de dados pelo delegado de polcia - Conjur

    7/7

    do poder geral de polcia, consubstancia-se em importante instrumento disposio do Estado-

    investigao para bem desempenhar seu mister constitucional em prol do bem comum.

    1CASTRO, Henrique Hoffmann Monteiro de. Misso da Polcia Judiciria buscar a verdade e

    garantir direitos fundamentais. Revista Consultor Jurdico, jul. 2015. Disponvel em:. Acesso em: 14 jul. 2015.

    2STF, HC 107.644, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJ 18/10/2011. STJ, RHC 25.475, Rel. Min.

    Jorge Mussi, DJ 16/09/2010.

    3LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 150.

    4STF, Tribunal Pleno, MS 23.452, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 12/05/2000.

    5BARBOSA, Ruchester Marreiros. Delegado possui funo imanente de deciso e de cautelaridade

    da prova. Revista Consultor Jurdico, dez. 2015. Disponvel em:. Acesso em: 08 dez. 2015.

    6FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Sigilo de Dados: o Direito Privacidade e os Limites

    Funo Fiscalizadora do Estado. In PIZOLIO, Reinaldo e GAVALDO JR, Jayr Vigas (coord.).

    Sigilo Fiscal e Bancrio. So Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 28-29.

    7LIMA, Renato Brasileiro de. Legislao criminal especial comentada. Salvador: Juspodivm, 2014,

    p. 579.

    8STJ, HC 131.836, Rel. Min. Jorge Mussi, DJ 04/11/2000.9STJ, EDcl no RMS 25.375, Rel. Min. Felix Fischer, DJ 02/02/2008

    10STJ, HC 83.338, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, julgado em 29/9/2009.

    11Todos os enunciados do II Encontro Nacional de Delegados de Polcia sobre Aperfeioamento

    da Democracia e Direitos Humanos esto disponveis no site da Federao Nacional dos Delegados

    de Polcia Civil:www.fendepol.com

    12STJ, HC 247.331, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJ 21/08/2014.

    13SARLET, Ingo; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso de direito

    constitucional. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 421.

    14MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais. So Paulo: Atlas, 2000, p. 46/47.

    15STF, RE 418.416, Rel. Min. Seplveda pertence, DJ 19/12/2006.

    16STF, HC 91.867, Rel. Min. Gilmar Mendes, 19/09/2012.

    17STJ, HC 66.368, Rel. Min. Gilson Dipp, DP 29/06/2007.

    18STF, RE 418.416, Rel. Min. Seplveda pertence, DJ 19/12/2006

    http://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote1anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote1anchttp://www.conjur.com.br/2015-jul-14/academia-policia-missao-policia-judiciaria-buscar-verdade-garantir-direitos-fundamentaishttp://www.conjur.com.br/2015-jul-14/academia-policia-missao-policia-judiciaria-buscar-verdade-garantir-direitos-fundamentaishttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote2anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote2anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote3anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote3anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote4anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote4anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote5anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote5anchttp://www.conjur.com.br/2015-dez-08/academia-policia-delegado-possui-funcao-imanente-decisao-cautelaridade-provahttp://www.conjur.com.br/2015-dez-08/academia-policia-delegado-possui-funcao-imanente-decisao-cautelaridade-provahttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote6anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote6anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote7anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote7anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote8anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote8anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote9anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote9anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote10anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote10anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote11anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote11anchttp://www.fendepol.com/home/http://www.fendepol.com/home/http://www.fendepol.com/home/http://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote12anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote12anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote13anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote13anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote14anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote14anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote15anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote15anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote16anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote16anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-verdade?imprimir=1#sdfootnote17anchttp://www.conjur.com.br/2016-fev-02/academia-policia-poder-requisitorio-delegado-essencial-busca-v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