república federativa do brasil. agÊncia brasileira de inteligÊncia
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República Federativa do Brasil
AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA
Ilícitos Transnacionais – Ilícitos Transnacionais – Percepção de Ameaças para o Percepção de Ameaças para o
Estado BrasileiroEstado Brasileiro
Brasília, 31 de outubro de 2007
Agência Brasileira de Inteligência
SumárioSumário
• Missão Institucional• Organizações Criminosas – Definições
e Fundamentos Essenciais• Características das Organizações
Criminosas• A ameaça do tráfico de drogas ao
Brasil• Considerações Finais
Missão InstitucionalMissão Institucional
• Lei 9.883, de 7 de Dezembro de 1999
Art 3º: Fica criada a Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, órgão da Presidência da República, que, na posição de órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, terá a seu cargo planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do País, obedecidas à política e às diretrizes superiormente traçadas nos termos desta lei
Missão InstitucionalMissão Institucional(cont.)(cont.)
Art. 4º À ABIN, além do que lhe prescreve o artigo anterior, compete:
• I- Planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise de dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da República;
• II – Planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos interesses e à segurança do Estado e da sociedade;
• III – Avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem institucional;
• IV – Promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de inteligência, e realizar estudos e pesquisas para o exercício e aprimoramento da atividade de inteligência.
Definição de Organização Definição de Organização CriminosaCriminosa
Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional (2000):
Grupo estruturado de três ou mais pessoas agindo com o objetivo comum de cometer crimes com o fim de obter, direta ou indiretamente, benefício financeiro ou material.
Legislação brasileiraLegislação brasileira
• Lei n.º 9.034/1995:– Dispõe sobre a utilização de meios
operacionais para a prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas
– Art. 1º - ...ilícitos decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando ou organizações ou associações criminosas de qualquer tipo (redação dada pela Lei nº 10.217)
Decorrências da Decorrências da Lei n.º 9.034/1995Lei n.º 9.034/1995
• Com a alteração promovida pela Lei n.º 10.217/2001, há 3 conteúdos distintos:
– Quadrilha ou bando (CP, art. 288)
– Associação criminosa (Lei n.º 11.343/2006, art. 37; Lei n.º 2.889/1956, art. 2º)
– Organização criminosa: não definido
Perda de eficácia dos dispositivos legais fundamentados no conceito de organização criminosa
Organização CriminosaOrganização Criminosa
Organização criminosa do interesse da Atividade de Inteligência é a associação estruturalmente organizada entre pessoas – caracterizada por certa hierarquia, divisão de tarefas e diversificação de áreas de atuação – , com o objetivo precípuo de delinqüir como meio para obter lucro financeiro e, eventualmente, vantagens políticas e econômicas e o controle social. Suas ações podem transcender os limites territoriais do Estado, adquirindo dimensão e capacidade para ameaçar interesses e instituições nacionais
Características das Características das Organizações CriminosasOrganizações Criminosas
• Associação de pessoas com o objetivo de delinqüir;
• previsão de acumulação de riqueza indevida;• hierarquia estrutural;• planejamento empresarial;• uso de meios tecnológicos sofisticados;• recrutamento de pessoas;• divisão funcional das atividades
(“terceirização” de serviços);• conexão estrutural ou funcional com o poder
público
Características das Características das Organizações CriminosasOrganizações Criminosas
• ampla oferta de serviços sociais;• divisão territorial das atividades ilícitas;• alto poder de intimidação;• disponibilidade financeira (possibilidades de
corromper, subornar e coagir);• conexão local, regional, nacional ou
internacional com outra organização criminosa;
• diversificação de áreas de interesse; e• controle social.
O Brasil no contexto do crime O Brasil no contexto do crime organizado transnacionalorganizado transnacional
• Tráfico de Drogas• Contrabando e Descaminho de
Mercadorias• Tráfico de Armas e Munições• Tráfico de Pessoas e de Migrantes• Lavagem de Dinheiro
Rotas do tráfico deRotas do tráfico dedrogas na América do Suldrogas na América do Sul
OceanoAtlântico
OceanoAtlântico
OceanoPacífico
BOLÍVIA
ARGENTINA
URUGUAI
CHILE
PERU
COLÔMBIA
VENEZUELAGUIANA
SURINAMEGuiana
PARAGUAI
Brasília
CEARÁ
RIO GRANDEDO NORTE
PARAÍBA
PERNAMBUCO
BAHIA
ESPÍRITOSANTO
DISTRITOFEDERAL
GOIÁS
MINASGERAIS
SÃOMATO GROSSO
SANTACATARINA
RIO GRANDEDO SUL
RIO DEJANEIRO
PIAUÍ
ALAGOAS
MATO
AMAZONAS
ACRE
PARÁ
AMAPÁ
MARANHÃO
TOCANTINS
GROSSO
RONDÔNIA
RORAIMAFrancesa
ROTAS: PBCCOCAINAMACONHA
EUA
EUA
EUROPAEUA
ÁFRICA (NIGÉRIA)
EUROPA
EUA
EUA EUROPA
EUROPA
EUAEUROPA
ÁFRICA
ÁFRICA
ÁFRICA
ÁFRICA
PARANÁ
PAULODO SUL
Principais redes de transporte no BrasilPrincipais redes de transporte no Brasil
Plantio de maconha no ParaguaiPlantio de maconha no Paraguai
• O Paraguai é produtor de mais de 70% da maconha consumida no centro-sul do País;
• As principais áreas produtoras de maconha estão localizadas na fronteira do Paraguai com o estado do MS ;
• Porta de entrada de cocaína vinda da Colômbia, Peru e Bolívia
Rotas de entrada de maconha no Rotas de entrada de maconha no BrasilBrasil
• O estado do MS é um “corredor” para drogas, devido principalmente a sua ampla fronteira seca com o Paraguai. Verificou-se o aumento das apreensões rodoviárias após instalação do SIVAM/SIPAM e da regulamentação da Lei nº 9.614/1998 (Lei do Abate).
• Utilização de variados métodos para introdução da droga no País, desde ocultação em meio a grandes cargas (carvão, madeira, combustíveis, produtos agropecuários) até o tráfico de pequenas quantidades, com ajuda de indígenas, por meio de trilhas no Parque da Reserva de Itaipu.
• A maconha destinada ao centro-sul do País circula pela região de Ponta Porã – Aral – Bela Vista – Coronel Sapucaia. Já foram detectadas tentativas de utilizar essa mesma rota para o transporte da cocaína oriunda da Bolívia;
Produtores da Produtores da folha de cocafolha de coca
Folha de coca - Área plantada (hectares)
Bolivia25400
Colombia86000
Perú48200
Fonte: World Drug Report (2006)UNODC
Folha de coca e cocaína (Colômbia)Folha de coca e cocaína (Colômbia)
0
20.000
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60.000
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140.000
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180.000
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
ha
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200
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400
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ton
Área cultivada (ha) Produção estimada de cocaína (ton)
Brasil e Colômbia: hidrografiaBrasil e Colômbia: hidrografia
ColômbiaColômbia
• Cooperação bilateral com os EUA– Enfrentamento ao narcotráfico– Combate aos movimentos insurgentes
• Cultivadora da papoula e produtora de heroína, com capacidade de produção de aproximadamente 5 ton. da droga refinada (UNODC – 2004)– Produção escoada quase que
exclusivamente aos EUA
ColômbiaColômbia
• Fornecedora de cerca de 90% da cocaína consumida nos EUA
• Produtores adotaram técnicas de plantio de pequenas culturas no interior da selva– dificulta a detecção por satélite e a aspersão
de herbicidas (glifossato)
• Recomposição do narcotráfico em organizações descentralizadas de médio porte
Folha de coca e cocaína Folha de coca e cocaína –– Peru Peru
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20.000
40.000
60.000
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100.000
120.000
140.000
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
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50
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ton
Área cultivada (ha) Produção estimada de cocaína (ton)
Brasil e Peru: hidrografiaBrasil e Peru: hidrografia
PeruPeru
• Contrabando da folha de coca e de PBC para a Bolívia em função das diferenças de cotação;
• Tendência de abertura de novas fronteiras do plantio da folha de coca;
• Cerca de 60 mil famílias envolvidas na produção da folha de coca no centro e no sul do país.
Folha de coca e cocaína (Bolívia)Folha de coca e cocaína (Bolívia)
0
10.000
20.000
30.000
40.000
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1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
ha
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ton
Área cultivada (ha) Produção estimada de cocaína (ton)
Brasil e Bolívia: hidrografiaBrasil e Bolívia: hidrografia
BolíviaBolívia
Decreto de 17 jun. 2006:• Produtores legalizados da folha de coca: de
5.963 para 30.000;• Aumento estimado da produção boliviana da
folha de coca: de 1,3 para 6,8 ton/mês;• Venda direta aos consumidores da folha;• Instalação de 3º mercado da folha em La Paz;• Repressão voltada para o processamento e
tráfico de derivados ilegais da folha de coca.
BolíviaBolívia
• Gestões da Bolívia para retirar a folha da lista de entorpecentes da ONU e incluí-la na categoria de produtos regulados– Utilização econômico-comercial da folha na
fabricação de produtos não-psicotrópicos (biscoitos, confeitos, xampus, remédios)
• Anúncio do financiamento de Cuba e Venezuela à construção de uma unidade de processamento de folha de coca em Cochabamba/BOL
• Plantio de folha de coca representa 17% do setor agrícola do país (ONU)
Bolívia – TendênciasBolívia – Tendências• Perspectiva de retaliação estadunidense com a
sinalização de não renovação da ATP-DEA (Lei de Preferências Alfandegárias Andina e de Erradicação de Narcóticos);
• Redução da capacidade boliviana de financiamento de ações antidrogas;
• Aumento do ingresso de pasta-base de cocaína da Bolívia para o Brasil
• Incremento dos estabelecimento de laboratórios de refino da PBC no Brasil
• Expansão do consumo no Brasil de drogas derivadas da folha de coca (cocaína, crack, merla, etc)
Considerações FinaisConsiderações Finais
• A permeabilidade das fronteiras brasileiras, notadamente na região norte e centro-oeste do país, facilita a entrada de drogas e produtos contrabandeados/piratas;
• A insuficiência de fiscalização nas rodovias nacionais permite que entorpecentes e produtos contrabandeados/piratas sejam transportados e cheguem aos principais centros do país;
• A existência de um mercado consumidor para drogas e mercadorias contrabandeadas/piratas nas cidades brasileiras, somadas à ausência de oportunidades de trabalho nos países limítrofes e dificuldades de fiscalização no Brasil, incentiva a criação de rotas de contrabando e tráfico de drogas.
AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIAwww.abin.gov.br