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RENATA HACK
PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FILMES
HÍBRIDOS DE GRAFENO E NANOFIOS DE
PRATA COMO ELETRODOS TRANSPARENTES
DE ALTO DESEMPENHO
Qualificação de Doutorado
apresentada ao Curso de Pós-
graduação de Ciência e
Engenharia de Materiais da
Universidade do Estado de
Santa Catarina, como requisito
parcial para obtenção do grau
de Doutor em Ciência e
Engenharia de Materiais.
Orientador: Dr. Sérgio
Henrique Pezzin.
Coorientador: Dr. Ricardo
Antonio de Simone Zanon.
Joinville
2015
RESUMO
HACK, Renata. Produção e caracterização de filmes
híbridos de folhas de grafeno e nanofios de prata como
eletrodos transparentes de alto desempenho. 2015.
Qualificação (Doutorado em Ciência e Engenharia de
Materiais – Área: Polímeros) – Universidade do Estado de
Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Engenharia de Materiais, Joinville, 2015.
Este trabalho relata a síntese, caracterização de
filmes finos, transparentes e condutores, baseados em
grafeno e nanofios de prata. O grafeno foi obtido pelo
método de Hummers modificado, o qual foi produzido na
forma de filme pelo método de spin-coating. Sobre este
filme, será depositado um nanocompósito de polipirrol e
nanofios de prata. Os NfAg foram obtidos pelo método
poliol e o polipirrol sintetizado por rota química
convencional. Os nanocompósitos de PPy/NfAg serão
obtidos in situ, produzindo também filmes finos
transparentes e condutores. Diferentes nanocompósitos,
com diferentes proporções de PPy/NfAg, serão obtidos.
Alguns resultados foram apresentados e discutidos de
forma breve para o OG e NfAg, como microscopia
eletrônica de varredura com emissão de campo (FEG),
microscopia eletrônica de transmissão (MET) e
espectroscopia no infravermelho por transformada de
Fourier (FTIR).
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Estrutura das bandas eletrônicas de energia. ............. 15
Figura 2 – Bandas de condução elétrica para polímeros. ........... 16
Figura 3 – Extensão dos polarons e bipolarons para o Polipirrol.
.................................................................................................... 17
Figura 4 - Algumas formas alotrópicas do carbono: a) fulerenos,
b) nanotubo de carbono, c) grafeno. ........................................... 19
Figura 5 - (a) Representação do orbital sp2; (b) Três orbitais
híbridos do tipo sp2 de um átomo de carbono ligados
covalentemente com um ângulo de 120o; (c) Representação da
localização dos orbitais sp2 no plano e do orbita 2p vazio
perpendicular ao plano. .............................................................. 20
Figura 6 – Estrutura das bandas eletrônicas e nível de Fermi. ... 21
Figura 7 – Diferentes sementes formadas durante a síntese de
poliol. ......................................................................................... 27
Figura 8 – Esquema simplificado do crescimento anisotrópico dos
nanofios de prata. ....................................................................... 28
Figura 9 – Esquema de ligações duplas e simples presentes no
polímero conjugado polipirrol. ................................................... 29
Figura 10 – Protonação do Pirrol. .............................................. 30
Figura 11 – Etapas da técnica spin coating. ............................... 34
Figura 12 – Esquema de obtenção dos filmes de G/PPy/Nc. ..... 40
Figura 13 – Micrografias do OG obtidas por microscopia de
transmissão. ................................................................................ 43
Figura 14 - Imagens obtidas por FEG para o grafite natural. ..... 45
Figura 15 – Imagens obtidas por FEG para o OG. ..................... 46
Figura 16 - Imagem obtida por FEG para o produto da síntese de
nanofios de prata pelo método de poliol à temperatura de 100 °C.
.................................................................................................... 47
Figura 17 - Imagem obtida por FEG para o produto da síntese de
nanofios de prata pelo método de poliol à temperatura de 170 °C.
................................................................................................... 48
Figura 18 - Imagem obtida por FEG para o produto da síntese de
nanofios de prata pelo método de poliol à temperatura de 200 °C.
................................................................................................... 49
Figura 19 - Espectroscopia de FTIR na região de absorção de 2000
a 800 cm-1 do grafite natural e OG. .......................................... 51
Figura 20 – Curva de degradação térmica. ................................ 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Proporções dos reagentes utilizados na produção do OG.
.................................................................................................... 35
LISTA DE SIGLAS
Ag – Prata;
AgNO3 – Nitrato de
prata;
Al – Alumínio;
APS – Persulfato de
amônio;
((CH3)2CO) – Acetona;
CH3OH – Álcool
metílico;
Cl – Cloro;
ECT – Eletrodo
condutor transparente;
EG – Etileno glicol;
FEG – Microscopia
eletrônica de varredura
de efeito de campo;
FTIR – Espectroscopia
no infravermelho por
transformada de Fourier;
G – Grafeno;
H – Hidrogênio;
HCl – Ácido clorídrico;
H2O2 – Peróxido de
hidrogênio;
ITO – Óxido de índio-
estranho;
KBr – Bromuro de
potássio.
KMnO4 – Permanganato
de potássio;
Mn2O7 – Óxido de
Manganês;
NaCl – Cloreto de sódio;
NaNO3 – Nitrato de
sódio;
Nc – Nanocompósito;
NfAg – Nanofios de
prata;
OG – Óxido de grafite;
PPy – Polipirrol;
PVP –
Poli(vinilpirrolidona);
TGA –
Termogravimetia;
TEM – Microscopia
eletrônica de
transmissão.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................... 12
2.1 NANOTECNOLOGIA ......................................................... 12
2.2 ELETRODOS CONDUTORES TRANSPARENTES. ............. 13
2.3 TEORIA DE BANDAS ............................................................. 14
2.4 GRAFENO ................................................................................ 18 2.4.1 Métodos de obtenção do grafeno......................................... 22
2.5 NANOFIOS DE PRATA ........................................................... 24
2.5.1 Métodos de obtenção dos nanofios de prata ...................... 26
2.6 POLÍMEROS CONDUTORES - POLIPIRROL. ...................... 29
2.7 FILMES FINOS ........................................................................ 32
2.8 SPIN COATING ....................................................................... 33
3 MÉTODO EXPERIMENTAL ................................................ 34
3.1 MÉTODOS ............................................................................... 34
3.1.1 Produção do grafeno ............................................................ 34
3.1.2 Produção dos NfAg .............................................................. 37
3.1.3 Produção do polipirrol ......................................................... 38
3.1.4 Montagem da célula ............................................................. 39
3.2 CARACTERIZAÇÃO .............................................................. 41
3.2.1 Espectroscopia eletrônica de varredura de efeito de campo
(FEG). ............................................................................................. 41
3.2.2 Microscopia eletrônica de transmissão (TEM). ................. 41
3.2.3 Espectroscopia no infravermelho por transformada de
Fourier (FTIR). ............................................................................. 42
3.2.4 Análise termogravimétrica .................................................. 42
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES. .......................................... 42
4.1 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO (TEM).
......................................................................................................... 43 4.2 ESPCTROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DE
EFEITO DE CAMPO (FEG). .......................................................... 44 4.3 ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO POR
TRANSFORMADA DE FOURIER (FTIR). ................................... 50
5 CONCLUSÕES PARCIAIS E ANÁLISES FUTURAS. ......... 53
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a nanotecnologia e o
desenvolvimento de novos materiais vêm ganhando um
grande destaque no universo científico, incluindo o
desenvolvimento de materiais em escala nanométrica.
Neste contexto, destacam-se as nanoestruturas de carbono
e prata que veem ganhando espaço na ciência de materiais
e revelando diversas aplicações devido à diversidade de
suas formas estruturais e propriedades peculiares.
Eletrodos condutores transparentes (ECT) são
materiais que apresentam elevada condutividade elétrica e
transparência. Estes já vêm sendo estudados durante
algumas décadas. A grande maioria destes materiais são
semicondutores que possuem elétrons livres na sua banda
de condução. Esses materiais são componentes cruciais na
fabricação de vários dispositivos eletrônicos, dentre eles
pode-se citar as células solares, monitores de cristal
líquido e também telas sensíveis ao toque.
O material mais utilizado atualmente para a
fabricação de ECTs é o óxido de índio-estanho (ITO)
devido a sua elevada condutividade elétrica e
transparência. Contudo, a utilização deste material possui
algumas desvantagens como fragilidade e custo elevado.
Sendo assim, novos materiais estão sendo
desenvolvidos para sua substituição, entre os quais
podemos destacar o grafeno (G), os nanofios de prata
(NfAg) e o polipirrol (PPy).
Filmes finos de grafeno são possíveis candidatos
para a substituição do ITO, por apresentar elevada
condutividade elétrica e transparência, sugerindo seu uso
como condutores transparentes. Os métodos de produção
de grafeno que apresenta as melhores perspectivas para
este trabalho é a oxidação do grafite pelo método de
Hummers modificado.
Filmes de grafeno, condutores e transparentes,
com capacidade para serem utilizados como eletrodos, já
foram produzidos, porém, por de métodos diferentes
daqueles propostos neste. Além disso, estes filmes têm
sido atualmente utilizados em sistemas grafeno/polímero
conjugado, que apresentam elevada condutividade
elétrica, estabilidade química e são capazes de armazenar
energia. Sistemas grafeno/polímero conjugado vêm
ganhando destaque no meio científico devido suas
propriedades condutoras.
O tema proposto para este trabalho representa a
fronteira científica na área de ECTs e inovações
tecnológicas ainda pouco exploradas na literatura em
geral. Tem como objetivo geral sintetizar e caracterizar
filmes finos de grafeno, nanofios de prata, bem como
sistemas de filmes de grafeno com nanocompósitos de
polipirrol/nanofios de prata, verificando sua utilização
como ECTs.
Objetivos específicos
Produzir e caracterizar filmes finos de grafeno a
partir de suspensões com concentrações diferentes
(0,25; 0,50; 0,75 m/m);
Produzir e caracterizar nanofios de prata;
Sintetizar e caracterizar o polipirrol;
Produzir nanocompósitos polipirrol/NfAg com
concentrações de NfAg diferentes (0,25; 0,50;
0,75 m/m).
Montagem do ECT.
Caracterizar as propriedades físicas, químicas e
morfológicas dos ECTs produzidos com diferentes
dispersões, contudo, mais especificamente, as
propriedades elétricas e ópticas.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 NANOTECNOLOGIA
A nanotecnologia pode ser determinada como o
estudo e o controle da matéria em dimensões de cerca de
0,1 a 100 nanômetros (10-9m). Esta área da ciência vem se
mostrando como uma das mais promissoras do último
século, pois está revolucionado os processos de síntese e
fabricação de materiais e dispositivos eletrônicos.
(AMICO et al, 2008; ADAMS e BARBANTE, 2013).
O termo nanotecnologia foi introduzido
primeiramente no ano de 1965 pelo físico Richard
Feynman. Mais tarde, no ano de 1981, o engenheiro Kim
Eric Drexler definiu a nanotecnologia como uma nova
ciência, capaz de fabricar equipamentos e dispositivos
nanométricos (FEYNMAN, 1966; DREXLER, 1981)
A nanotecnologia tem contribuído e muito nos
estudos e desenvolvimento de áreas nanomateriais
semicondutores, sobre tudo na fabricação de células
solares (GARCIA-GUTIERREZ, 2010). A
nanotecnologia possibilitou um controle maior das
propriedades fundamentais dos materiais, tais como sua
temperatura de fusão, suas propriedades magnéticas,
capacidade de transporte de elétrons, entre outros
(ZARBIN, 2007).
2.2 ELETRODOS CONDUTORES
TRANSPARENTES.
Nos últimos anos, eletrodos condutores
transparentes (ECT) e flexíveis têm chamado a atenção do
meio científico e também de indústrias por suas vastas
aplicações, sendo estas em células solares, telas sensíveis
ao toque, diodos emissores de luz, entre outros (NEKARI
et al, 2014).
Devido à sua elevada condutividade elétrica e
transparência, o ITO é um dos materiais mais utilizados
para a fabricação de condutores transparentes (WANG et
al, 2010). Com o desenvolvimento da tecnologia, há uma
tendência na busca de materiais que apresentem as
características do ITO, mas que também possua
flexibilidade. Com isso, novos materiais estão sendo
estudados para a substituição do ITO, com destaque para
os nanomateriais de carbono, como o grafeno e os
nanotubos de carbono, além dos nanofios de prata (KOH
et al, 2014).
O potencial de filmes finos de grafeno como
condutores transparentes foi avaliado inicialmente por
Chen e colaboradores (CHEN, et al, 2008). Neste estudo
foi possível produzir filmes de grafeno com níveis de
resistência e transparência comparáveis às redes de
nanotubos de carbono, apresentando condutividade
elétrica da ordem de 103 S/cm e transparência de luz de
80% (CHEN, et al, 2008), mostrando-se um forte
candidato para a substituição do ITO (COX et al, 2011).
2.3 TEORIA DE BANDAS
A teoria de bandas de energia é usada para ilustrar
a estrutura eletrônica dos materiais, a qual pode ser
dividida em duas classes, teoria de bandas, usada para a
grande maioria dos materiais e teoria de bandas
modificada, geralmente utilizada para explicar a
condutividade elétrica de polímeros.
No estado sólido, a teoria de bandas descreve que
átomos vizinhos possuem seus orbitais sobrepostos em
todas as direções, com isso produzindo orbitais
moleculares. As bandas estão ocupadas por elétrons,
sendo que a banda inferior preenchida, denominada de
banda de valência e a banda superior vazia, denominada
de banda de condução. Quando esses orbitais são
igualmente espaçados numa faixa de energia, formam-se
bandas condutivas, ilustrada na Figura 1. O espaço entre
estas bandas é denominado de “gap” ou laguna de energia.
Quando o gap de energia é muito grande, ou seja,
maior que 2 eV, a excitação à temperatura ambiente, é
insuficiente para os elétrons romperem essa barreira de
energia, deste modo o mateial será isolante (Figuras 1a).
Figura 1 – Estrutura das bandas eletrônicas de energia.
Fonte: Adaptado de UFPE (2013).
Quando o gap é pequeno e a excitação dos elétrons
que estão na banda de valência for suficiente para que eles
migrem para a banda de condução, o material se
caracteriza como um semicondutor, assim como ilustrado
na Figura 1 (b). Já quando a banda de valência esta
encostada ou sobre posta a banda de condução, o fluxo de
elétrons écontinuo, caracterizando um material condutor
(Figura 1c).
A teoria de bandas de energia foi
fundamentalizado para solídos cristalinos, o que não se
encaixa para os polímeros, que possuem uma parte amorfa
e uma parte cristalina, dificultando os estudos
relacionados a condutividade elétrica (NETO, 2002).
No caso dos polímeros, estes possuem um
intervalo de energia proibida entre as bandas de condução
e valência, denominada de “energia permissível” e estão
associados à grupos substituintes, ramificações, interface,
dobramento de cadeias, entre outro. Esse entervalo atua
como uma armadilha ou defeito, dificultando a
modilidade dos portadores de cargas.
Figura 2 – Bandas de condução elétrica para polímeros.
Fonte: Adaptado de KANATZIDIS (1990).
A teoria de bandas modificadas supõe que entre os
níveis relativos às bandas de condução e de valência
existam níveis intermadiários de energia, denominados
Polarons e Bipolarons. Quando um elétron passa da banda
de valência de um polímero condutor, como por exemplo,
o polipirrol, ele salta primeiro para um nível intermediário
e depois para a banda de condução, formando assim um
polaron, como ilustra a Figura 2 (KANATZIDIS, 1990).
Quando um outro elétron passa da banda de
valência para este nível intermediário, pode ocorrer duas
situações: o elétron pode ser removido de outro ponto da
cadeia, formando um novo polaron independente ao
primeiro, ou o polaron já existente é removido, podendo
assim formar um dipolaron (Figura 3).
Figura 3 – Extensão dos polarons e bipolarons para o Polipirrol.
Fonte: Adaptada de NETO, 2002.
Os bipolarons ou os polarons movem-se ao longo
de toda cadeia polimérica por rearranjo das ligações
simples e duplas no sistema π conjugado, quando este está
sob efeito de um campo elétrico. Essa configuração
explicaria as mudanças de absorção óptica, observadas na
maioria dos polímeros condutores.
2.4 GRAFENO
Nas últimas duas décadas, o grafeno vem ganhado
destaque na comunidade científica por suas excelentes
propriedades mecânicas, com tensão de ruptura 200 vezes
maior que a do aço, ótima condutividade térmica e boa
condutividade elétrica (LEE et al, 2008).
Teoricamente a estrutura do grafeno foi proposta
no ano de 1946, com o estudo da grafite por cristalografia
de raio-X (WALLACE, 1947). Apenas em 2004, o grupo
de cientistas liderado pelo professor André K. Geim isolou
e observou pela primeira vez uma folha de grafeno, obtida
pelo método de esfoliação mecânica da grafite
(NOVOSELOV et al, 2004; GEIM & NOVOSELOV,
2005).
Grafeno é o nome dado a uma única camada de
átomos de carbono no estado de hibridização sp2 que se
apresentam estruturada em anéis hexagonais, formando
uma rede do tipo favo de mel (honeycomb lattice). A
grafite resume-se em várias folhas de grafeno
empacotadas e ligadas umas às outras por interações de
van der Waals, como ilustrado na Figura 4c.
O grafeno se destaca de outros materiais por se
comportar ora como um semicondutor ora como condutor.
Isso está diretamente relacionado com a estrutura de
bandas eletrônicas, pois o grafeno apresenta um gap nulo
nos pontos de Dirac (LIMA, 2012).
Figura 4 - Algumas formas alotrópicas do carbono: a) fulerenos,
b) nanotubo de carbono, c) grafeno.
Fonte: Adaptada de KIM et al (2010).
Na geometria, o grafeno possui hibridização sp2,
ou seja, ocorre uma combinação de um orbital 2s e dois 2p
formando assim três orbitais equivalentes, orbitais
híbridos do tipo sp2, como ilustrado na Figura 5a.
Os eixos dos três híbridos sp2 estão sobre o mesmo
plano (Figura 2b) e estão direcionados aos vértices de um
triângulo equilátero. Já o orbital atômico 2pz não se
envolve na hibridização e está disposto
perpendicularmente ao plano da folha de grafeno, essa
configuração espacial está ilustrada na Figura 5c.
Figura 5 - (a) Representação do orbital sp2; (b) Três orbitais
híbridos do tipo sp2 de um átomo de carbono ligados
covalentemente com um ângulo de 120o; (c) Representação da
localização dos orbitais sp2 no plano e do orbita 2p vazio
perpendicular ao plano.
Fonte: Adaptada de LIMA (2012).
A hibridização sp2 acarreta a uma estrutura
trigonal planar com a formação de três ligações entre os
átomos de carbono (Figura 6), os quais são separados por
uma distância de 1,42 Å (WONG e AKIMWANDE,
2011).
As ligações σ são responsáveis pela forte estrutura
cristalina do grafeno. O orbital pz, perpendicular à
estrutura planar, como dito anteriormente, pode ligar-se a
átomos de carbono vizinhos, formando assim ligações
covalentes π, no entanto são mais fracas que as ligações σ.
O sistema π é responsável por quase todas as excelentes
propriedades eletrônicas do grafeno (WONG e
AKINWANDE, 2011).
O grafeno devido a sua estrutura peculiar possui
propriedades térmicas, elétricas e mecânicas bem
características e isto o diferencia dos demais materiais já
estudados. O grafeno apresenta propriedades
excepcionais, tais como elevada área superficial, alta
estabilidade térmica e condutividade elétrica, elevada
transmitância óptica (aproximadamente 97% para uma
única folha de grafeno), entre outras.
Sabe-se que estas propriedades sofrem uma
pequena variação de acordo com o método adotado para a
sua obtenção, e isso vem sendo discutido no meio
científico e é motivo de alguns estudos nesta área
(O’BRIAN & NICHOLS, 2010).
A condutividade elétrica do grafeno como a de
qualquer material é definida pela posição do nível de
Fermi (ƐF) e sua estrutura de bandas eletrônicas, como
ilustra a Figura 6. O grafeno possui propriedades
eletrônicas que o situam entre os semicondutores
(CAMONA et al, 2010).
Figura 6 – Estrutura das bandas eletrônicas e nível de Fermi.
Fonte: Adaptado de UFPE (2013).
Os carregadores de carga no grafeno são
denominados férmions de Dirac, que por sua vez possuem
movimento balístico. Os férmions de Dirac obtêm
mobilidade de carregadores de carga a velocidades
relativísticas, podendo alcançar 200.000 cm2/V.s a
temperatura ambiente (OSVÁTH et al, 2007). Segundo
Kim et al, a condutividade elétrica do grafeno é superior a
6,000 S/cm (KIM et al, 2010).
2.4.1 Métodos de obtenção do grafeno
O grafeno pode ser produzido por diferentes
métodos. Dentre elas destaca-se o crescimento epitaxial
em substrato isolante, deposição química na fase vapor,
esfoliação mecânica do grafite e redução do óxido de
grafite, que atualmente é o método mais adotado na
produção de grafeno em larga escala (HACK, 2014).
Atualmente, o método mais adotado na produção de
grafeno em quantidades maiores se dá pela redução do
óxido de grafite (ALLEN, 2010)
O método por crescimento epitaxial é considerado
excelente para a síntese de grafeno, no qual este possui
fins tecnológicos, dando ênfase na área eletrônica. O
grafeno produzido por este método possui elevada
mobilidade de carregadores de cargas. Este método
consiste na obtenção de uma fina camada monocristalina
sobre um substrato também monocristalino (GEIM &
NOVOSELOV, 2007). Algumas das desvantagens da
utilização desse método é a dificuldade encontrada na
transferência do filme formado para outros substratos, o
alto custo e o tamanho das amostras obtidas, que são
relativamente pequenas (O`BRIEN & NICHOLS, 2010).
O método de crescimento de filme de grafeno por
deposição química na fase vapor (CVD, Chemical Vapor
Depoisition) em uma superfície metálica é bem conhecida
e empregada na produção de filmes finos para aplicações
industriais. (KIM et al, 2009; REINA et al, 2009). Esse
processo de crescimento é reprodutível em maior escala,
pois produz filmes de grafeno com grandes áreas de alta
qualidade (possui poucos defeitos na sua estrutura), da
ordem de centímetros, apresenta boa flexibilidade,
contudo possui a desvantagem de ser um método ainda
caro. (PARK & RUOFF, 2009; KIM et al, 2009).
No ano de 2004, pesquisadores desenvolveram
um método para isolar folhas de grafeno a partir do
grafite, o chamado método da fita adesiva. O grafite
possui uma estrutura lamelas, na qual folhas de grafeno
estão empacotadas e ligadas por forças de Van der Waals
(ALLEN et al, 2010). Nesse processo, esfolia-se o
grafite de alta pureza com uma fita adesiva, e em
seguida gruda-se a fita adesiva em um substrato de silício,
isolando assim, apenas uma folha de grafeno
(NOVOSELOV et al, 2004). Contudo, esse método não é
muito reprodutivo em larga escala uma vez que a
obtenção de grafeno é ao acaso, além de que a cola
presente na fita adesiva pode contaminar a amostra,
prejudicando sua utilização.
A obtenção de folhas de grafeno a partir do óxido
de grafite (OG) vem sendo um dos métodos mais
promissores, pois apresenta um potencial para produção
em maior escala e comparado com os métodos
anteriormente citados, possui o menor custo, uma vez
que para sua produção em ampla escala não há
necessidade de equipamentos e reagentes de elevado valor
(SCHNIEPP et al, 2006, MCALLISTER et al, 2007;
SRINIVAS et al, 2010).
2.5 NANOFIOS DE PRATA
Nas últimas décadas, nanomateriais
unidimensionais (1D) de metais nobres, como por
exemplo, a prata (Ag), têm atraído atenção devido às suas
propriedades térmicas e elétricas que os permitem
aplicações em eletrodos modificados, células solares,
agentes bactericidas, entre outros (MEHL, 2011).
Os primeiros trabalhos descritos na literatura sobre
síntese de nanopartículas de prata foram na década de
1990, pelos pesquisadores Health et al (1997) e Korgel et
al (1998). Estes trabalhos tiveram suma importância
devido à alta monodispersão de tamanho das
nanopartículas de prata sintetizadas. Principalmente,
quando estas têm uma estrutura tridimensional, já que
compreendem propriedades físico-químicas bem
específicas (PARQUE et al, 2015).
Os NfAg se mostram interessantes pelo fato de
exibirem os mais altos valores de condutividade elétrica e
térmica dentre os metais (SUN & XIA, 2002). Os nanofios
de prata apresentam condutividade elétrica de
aproximadamente 6,3 x 107 S/m, com isso apresentam
propriedades optoeletrônicas muito semelhantes às do
óxido de índio-estanho (ITO) (LEE et al, 2008). Os NfAg
possuem elevada razão de aspecto e propriedades ópticas
e elétricas únicas quando comparado há qualquer outra
nanopartícula metálica (XU et al, 20015). Isso se deve a
excitação da ressonância de plasmon de superfície das
nanoestruturas da Ag (WILEY et al, 2006).
Os NfAg podem formar precursores de condução
elétrica com limiar de percolação inferior a de um
polímero condutor, podendo assim formar um excelente
nanocompósito polimérico condutor (XU et al, 20015).
Segundo Atwater & Polman (2010), os NfAg
possuem propriedades de dispersão de onda
eletromagnética na faixa do visível, melhorando a
eficiência de células solares em sua transparência e
condutividade elétrica.
Vários métodos foram e estão sendo
desenvolvidos para aprimorar a síntese dos nanofios de
prata (NfAg), dentre eles pode-se destacar a síntese
química, o método hidrotermal e a técnica fotodetecção
por irradiação ultravioleta (COSKUN et al, 2011).
Quando estes métodos são comparados em termos
de rendimento, simplicidade da técnica e custo, o método
que se destaca é o método poliol, pois este resulta em
NfAg com uma morfologia bem definida e alta razão
comprimento/largura.
2.5.1 Métodos de obtenção dos nanofios de prata
Os métodos de crescimento por fase de vapor é
geralmente utilizado na fabricação de nanofios metálicos.
Esses métodos são denominados Vapor-Líquido-Sólido
(VLS), o qual pode fazer uso de catalisador e Vapor-
Sólido (VS) ou não fazer uso de nenhum catalisador.
Esses métodos não requerem nenhum equipamento ou
aparato experimental complicado. A síntese de VLS
proporciona o crescimento de diversos cristais
monocristalinos e unidimensionais (RAO et al, 2011).
Atualmente o método químico mais utilizado para
a obtenção dos NfAg é o método poliol que baseia-se na
redução do nitrato de prata (AgNO3) em etileno glicol
(EG) sob uma temperatura elevada (por volta de 140 à
160 °C), na presença de poli(vinilpirrolidona) (PVP) e
íons cloreto. Este método foi o escolhido para produção
dos nanofios de prata.
No método poliol, cada reagente adicionado à
síntese desempenha uma função bem específica, no qual
o AgNO3 se comporta como precursor, o PVP como
estabilizante, além se comportar também como solvente
(OLIVEIRA, 2015) e o cloreto como estabilizador de
sementes formadas no decorrer da nucleação e
crescimento (SUN & XIA, 2002).
Durante a síntese acredita-se que o EG oxida-se
parcialmente na presença de calor e oxigênio, mas ainda
não se sabe bem ao certo o mecanismo reacional (SUN
& XIA, 2002), com isso induzindo a redução dos íons de
Ag+. Durante a reação, os núcleos de Ag são estabilizados
pelos íons de Cl- tendo assim estabilidade iônica
(CASWEEL et al, 2003).
No método poliol, o crescimento subsequente dos
núcleos possui um termino, dando origem a uma
distribuição de sementes monocristalinas com único ou
múltiplos defeitos, como se pode observar na Figura 7.
Figura 7 – Diferentes sementes formadas durante a síntese de
poliol.
Fonte: XIA et al (2009).
As sementes mais abundantes nesta síntese são
sementes decaédricas pentagonais que devido a seus
múltiplos defeitos são mais abundantes na reação
(WILEY et al, 2007).
Durante a reação, os átomos de Ag produzidos são
depositados sobre os defeitos das sementes decaédricas,
resultando em seu crescimento e com isto gerando
bastões. Por sua vez, estes possuem tamanho suficiente
para interagir com o PVP, ligando-se mais fortemente com
a face {100} quando comparado com a face {111}. Isso se
deve pelo fato de que a face {100} possui maior energia
(número maior de ligações pendentes) que a face {111}
que é mais estável, ou seja, possui menor energia. Sendo
assim, as faces laterais são menos reativas com o PVP,
favorecendo a crescimento anisotrópico, gerando os
nanofios de prata (WILEY et al, 2007), como ilustra a
Figura 8.
Figura 8 – Esquema simplificado do crescimento anisotrópico dos nanofios de prata.
Fonte: CHEN et al (2007).
2.6 POLÍMEROS CONDUTORES - POLIPIRROL.
A ciência dos polímeros vem sendo desenvolvida
desde os primórdios quando nossos ancestrais
manipulavam fibras, madeiras, osso, dentre outros, mas só
no século XX começou-se a estudar esta ciência em seu
nível molecular (SHIVE, 1972). No ano de 1920, Herman
Staudinger estabeleceu o conceito de macromoléculas
para denominar plásticos, borrachas, fibras, adesivos e
tintas (YEPIFANOV, 1974).
Em 1970 foram descoberta as propriedades
condutoras de alguns polímeros, mas só em 1977 que
Shirakawa et al (SHIRAKAWA et al, 1977), mostrou que
era possível aumentar a condutividade elétrica do
poliacetileno da ordem de 10 -5 S/cm para 10 2 S/cm
utilizando o processo de dopagem.
Uma característica de suma importância para um
polímero condutor (sendo mais adequado chamar de
polímero conjugado) é a presença de ligações duplas C=C
conjugadas ao longo de toda cadeia polimérica, como
ilustra a Figura 9.
Figura 9 – Esquema de ligações duplas e simples presentes no
polímero conjugado polipirrol.
Fonte: Adaptada NOGUEIRA, 2010.
O polipirrol (PPy) foi sintetizado em 1916 pelo
oxidação do pirrol em peróxido de hidrogênio (H2O2)
formando um pó escuro e amorfo denominado
inicialmente por “pirrol Black” (DIAZ et al, 1979).
O Pirrol é um composto heterocíclico com cinco
posições que possui caráter aromático. Isso se deve aos
elétrons n deslocalisados do anel, como ilustra a Figura
10. Pela protonação, cátions são gerados nos átomos de
carbono, formando assim, aligômeros que levam à
polimerização.
Figura 10 – Protonação do Pirrol.
Fonte: DIAZ et al, (1979).
Nas últimas décadas, o polipirrol é um dos
polímeros condutores que vem ganhado destaque no meio
científico por sua alta condutividade elétrica, excelentes
propriedades ópticas, estabilidade química, além de
apresentar uma síntese relativamente simples, podendo ser
feita por métodos químicos ou eletroquímicos (ROCCO et
al, 2008)
Para sintetizar o polipirrol já existem dois métodos
já bem difundidos, são eles: a polimerização química e a
eletroquímica.
A polimerização química oxidativa resulta em
uma produção em larga escala e baixo custo, além de
facilitar na preparação de blendas com outros polímeros
(estes sendo condutores ou não) e possui melhor
processabilidade. Quando é utilizado o método químico,
obtem-se um material na forma de pó preto, onde a
condutividade encontra-se na faixa de 10-5 a 10-1 S/m
(TAUNK et al, 2008)
Já a polimerização eletroquímica permite a
polimerização in situ, essencial na fabricação de
componentes eletrônicos. Esta síntese resulta em polímero
com melhor condutividade elétrica, entretanto, a obtenção
do produto final é baixa. Dentre os polímeros condutores,
o PPy é o mais fácil de preparar por síntese eletroquímica.
Alguns estudos apresentaram filmes produzidos por esse
método com condutividade na faixa de 10 a 100 S/cm
(DIAZ et al, 1979).
A polimerização eletroquímica geralmente ocorre
pela diluição do pirrol em um solvente na presença de um
eletrólito. O processo pode ser dirrigido por voltagem
constante ou por corrente constante, formando um filme
homogeneamente no ânodo e pode ser removido com
facilidade.
Embora as duas sínteses resultem no mesmo
polímero, a escolha da síntese é de sua importância, pois
a morfologia do polímero depende diretamente da rota
definida (ATEH et al, 2006).
2.7 FILMES FINOS
Denomina-se filmes finos aqueles formados por
um número restrito de camadas atômicas, podendo ter
espessura de no máximo 1 µm (10-6 m) (OHRING, 2001).
A primeira aplicação de filmes finos foi no ramo
da microeletrônica e se espalhou para outras áreas, como
por exemplo, na óptica, em revestimentos protetores e até
mesmo em células solares. Nos últimos anos a utilização
de filmes finos em nanotecnologia vem se mostrando
indispensável, aprimorando instrumentos de aplicação e
suas técnicas (SIGAUD, 2005).
Há uma gama vasta de técnicas de deposição de
filmes finos, podendo ser processos físicos ou químicos
(NORMAN et al, 2005). Uma das técnicas de deposição
ainda difundida para produção de células solares é o spin-
coating, que quando comparada a outras técnicas de
deposição se mostrou mais viável financeiramente.
Para a obtenção de um filme fino com espessura
considerável fatores adversos e não controlados devem ser
levados em consideração, tais como viscosidade,
porosidade, força de ligação, entre outros, são fatores
determinantes na qualidade do filme a ser obtido
(SOUSA, 2009).
2.8 SPIN COATING
A técnica spin coating é utilizada e vem sendo
aprimorada desde o início do século XX. O spin coating é
um método usualmente utilizado na confecção de filmes
finos em áreas relativamente largas e de grande
reprodutibilidade. A técnica foi muito utilizada na década
de 1950 com o intuito de depositar fósforo sobre tubos
catódicos utilizados em televisores usados nesta época
(SOUSA, 2009).
O processo spin coating basease na deposição do
filme a ser realizado por espalhamento centrifulgal do
polímero (ou material que se quer formar um filme) sobre
um substrato, como ilustra a Figura 11. Este processo pode
ser dividido em quatro etapas, sendo deposição, “spin-
up”, “spin-off” e evaporação (AVELLANEDA, 1995).
A partir da Figura 10 é possível observar que a
deposição é feita em toda a superfície do substrato, o qual
é rotacionado em alta velocidade angular, resultando na
fluidez radial do excesso de polímero depositado,
passando assim para a etapa spin-up. Já na etapa spin-off
o polímero flui para fora do substrato em forma de gota,
formando um filme cada fez mais fino. Em seguida ocorre
a etapa de evaporação do solvente, reduzindo ainda mais
a camada de polímero restante sobre o substrato, obtendo-
se um filme fino.
Figura 11 – Etapas da técnica spin coating.
Fonte: Adaptada AVELLANEDA, 1995.
3 MÉTODO EXPERIMENTAL
Esta parte do trabalho contém a apresentação das sínteses
utilizadas para obtenção das matérias-primas utilizadas no
desenvolvimento deste trabalho, por fim será apresentado
o processo de montagem da célula fotovoltáica e as
técnicas de caracterização.
3.1 MÉTODOS
3.1.1 Produção do grafeno
Para produção do grafeno, primeiramente foi
oxidado o grafite pelo método de Hummers que sofreu
algumas alterações, no qual foram modificados os tempos
de processo e as proporções dos reagente utilizados, como
foi sugerido por Hirata et al (2004) (HUMMERS &
OFFEMAN, 1958). A Tabela 1 apresenta as proporções
dos reagentes utilizados para oxidação do grafite.
Tabela 1 - Proporções dos reagentes utilizados na produção do OG.
Reagentes Massa (g)
Grafite natural 1,0 g
H2SO4 (97,0%) 62,1 g
NaNO3 (99,0%) 0,75 g
KMnO4 (99,0%) 4,2 g Fonte: produção do próprio autor.
Em um balão de fundo redondo de 500 mL, foi
adicionado o grafite natural, o ácido sulfúrico (H2SO4) e o
nitrato de sódio (NaNO3), o qual foi mantido sob agitação
mecânica a 180 rpm e resfriamento em banho termostático
com temperatura de aproximadamente 6 oC. Após 15 min,
foi adicionado aos poucos na mistura o permanganato de
potássio (KMnO4), para que a temperatura da mistura não
ultrapassasse 20 oC. Após 30 min a mistura foi mantida
em banho, mas em temperatura ambiente, deixando-a sob
agitação por 24 h.
Após 24 h foi obtido um líquido viscoso com
coloração marrom. A esta mistura, foram adicionados 100
mL de uma solução de 5% (m/m) de H2SO4, ocorrendo um
aumento de temperatura e mudança de coloração para
amarelo-escuro. Após 30 min, foi acrescentada à mistura
280 mL de uma solução de hidróxido de sódio (H2O2) (3%
m/m). Nesta etapa do processo ocorreu uma leve
efervescência ao adicionar a solução de H2O2 e a
coloração mudou para amarelo-brilhante. Manteve-se a
mistura sob agitação por mais 45 min.
A mistura obtida foi filtrada, com auxílio de um
sistema a vácuo, composto de um funil de Büchner de 12,5
mm de diâmetro e papel filtro de permeabilidade de 26
L/s.m. O material obtido no papel filtro foi lavado com
300 mL de uma solução morna de ácido clorídrico (HCl)
(37%) a 10% m/m, para retirar íons metálicos restantes no
material coletado. O material restante no filtro de papel foi
coletado e seco por 24 h em estufa a 60 oC para que assim
facilite o posterior processo de lavagem. Após a secagem,
este foi suspenso em 1 L de água deionizada e filtrado
novamente com o sistema a vácuo. O processo de lavagem
se repetiu três vezes para garantir uma pureza maior do
material. Após o término das filtragens, o material
coletado do papel filtro foi novamente seco em estufa por
24 h a uma temperatura de 60 oC, obtendo-se o OG.
Para que seja possível reduzir o OG, será
construído um sistema Al/OG/PPy, esta construção será
escrita com mai detalhes na seção 3.1.4, o qual será
mergulhado em uma solução de HCl (2 mol/L). A reação
entre o alumínio e o HCl é uma reação exotérmica e que
gera uma espécie intermediária muito reativa, o
hidrogênio nascente (H*). O sistema ficará submerso em
HCl até que todo Al seja dissolvido na reação. O H* é um
forte agente redutor, contudo é capaz de reduzir grupos
oxigenados e restaurar ligações do tipo C=C na estrutura
do OG, produzindo assim o grafeno.
3.1.2 Produção dos NfAg
O método de obtenção dos NfAg foi baseado no
método poliol (COSKUN et al, 2011). Em um balão de
fundo redondo de 100 ml contendo duas bocas, foi
adicionado 10 mL de etileno glicol (EG) e 0,45M de PVP
(cálculo baseado em monômero Mw = 55.000) e
posteriormente 7 mg de cloreto de sódio (NaCl) (99,5%).
Esta solução foi agitada com auxílio de um agitador
magnético a uma taxa de 1000 rpm durante toda síntese.
Nesta etapa da pesquisa, foi realizado um estudo
sobre a influência da temperatura na síntese dos nanofios
de prata. Visando a alta obtenção de NfAg com baixas
concentrações de materiais micrométricos. Foram
estudadas diferentes temperaturas de síntese, tais como
100, 130, 150, 170 e 200 °C.
Contudo, as soluções foram aquecidas em silicone
por uma hora variando a taxa de temperatura. Em um
recipiente separado foi adicionado 5 mL de EG e 0,12 M
de AgNO3 (99,5%). Esta solução foi gotejada no balão
com auxílio de um bomba peristáltica a uma taxa de 5
mL/h.
Após o termino do gotejamento, a solução foi
mantida na temperatura definida inicialmente por 30 min
e após deixou-se resfriar em temperatura ambiente,
gerando uma suspensão de cor bege. A fim de separar os
nanofios de prata do PVP, a solução obtida foi diluída com
acetona na proporção 1:5 e levada a um processo de
centrifugação a 6.000 rpm por 20 min, descartando o
sobrenadante e resuspendendo o precipitado. Esse
processo se repetiu por duas vezes, resultado assim em
nanofios de prata. Estes foram suspensos em água
deionizada e guardados a temperatura ambiente e isolados
de radiação eletromagnética para posteriormente análise.
3.1.3 Produção do polipirrol
Para obtenção do polipirrol inicialmente preparou-
se uma solução aquosa como monômeros de PPy (solução
i) e uma segunda solução aquosa (solução ii) com
iniciador (oxidante) persulfato de amônio (APS). As duas
soluções foram postas sob agitação magnética por 15 min
à uma temperatura de aproximadamente 28 oC.
Posteriormente a solução ii foi adicionada gota a
gota na solução i, para assim dar início a polimerização.
Nesta etapa houve uma mudança de cor bem característica
desta polimerização, saindo da coloração verde claro,
passando por uma coloração verde escuro até chegar à cor
preta. A solução ficou sob agitação magnética por uma
hora e após este período de tempo, a polimerização foi
interrompida e o PPy foi precipitado com a adição de
metanol, obtendo-se um pó preto disperso na solução. A
solução obtida foi filtrada, com auxílio de um funil de
Büchner de 12,5 mm de diâmetro e papel filtro de
permeabilidade de (26) L/s.m. O material obtido no papel
filtro foi lavado três vezes com 100 mL de álcool metílico
(CH3OH) (99,8%), 100 mL de acetona (CH3)2CO)
(99,5%) e 100 mL de água deionizada. O material foi
coletado do papel filtro e seco em estufa a vácuo a 75 oC
por um período de 9h, obtendo-se o polipirrol.
3.1.4 Montagem da célula
O método definido para a montagem do ETC é o
de compósito sanduíche. No qual será depositado
primeiramente o OG em um filme de alumino, este que a
princípio servira de substrato para o sistema, e a deposição
do OG será feita por spin-coating. Logo em seguida, o
filme formado será recoberto por uma camada polirrol
(PPy) depositado sobre o filme de OG também utilizando
a técnica de spin-coating a uma velocidade de 4500 rpm
por 1 min, o qual denominaremos de Al/OG/PPy. O
sistema deverá ser seco a uma temperatura de
aproximadamente 40 oC por 30 min.
Paralelo ao processo de secagem do filme
Al/OG/PPy, serão produzidos nanocompósitos pelo
método in situ, o qual será composto de uma fase
polimérica de PPy e uma nanofase de NfAg.
Após a secagem do filme de Al/OG/PPy, este será
recoberto por uma camada do nanocompósito de nanofios
de prata, onde o método utilizado para esta deposição será
novamente o spin-coating, sendo utilizado os mesmos
parâmetros de velocidade e tempo. Este filme denominado
agora de Al/OG/PPy/Nc, será imerso em uma solução de
HCl (2 mol/L) até todo o consumo da folha do metal, com
isso o OG sofrerá uma redução passando para grafeno.
Essa redução ocorre através da formação de hidrogênio
nascente, como sugerido por Phan e colaboradores
(PHAM et al, 2012).
Este filme denominado agora de G/PPy/Nc, será
lavado algumas vezes para remoção de resíduos metálicos
e de óxidos metálicos e será reservado em água deionizada
para posterior uso. O esquema dos filmes de G/PPy/Nc
esta esquematizado na Figura 12. Serão preparados 9
filmes, variando as concentrações de OG (0,25; 0,50; 0,75
g/mL) e de nanofios de prata (0,25; 0,50; 0,74 g/mL) no
nanocompósito.
Figura 12 – Esquema de obtenção dos filmes de G/PPy/Nc.
Fonte: produção do próprio autor.
3.2 CARACTERIZAÇÃO
3.2.1 Espectroscopia eletrônica de varredura de efeito
de campo (FEG).
As análises de microscopia eletrônica de varredura
de efeito de campo foram realizadas com o intuito de
analisar a superfícies das nanopartículas e dos filmes. Para
as amostras de óxido de grafite houve necessidade de
recobrimento por uma fina camada de ouro
(aproximadamente 25 nm), já que a amostra é
semicondutora. Já para as amostras de nanofios de prata
não houve a necessidade de recobrimento, uma vez que a
amostra é condutora. Para analisar as amostras foi
utilizando o microscópio FEG JEOL, modelo JSM-6710F
(UDESC-CCT).
3.2.2 Microscopia eletrônica de transmissão (TEM).
As amostras de OG foram dispersas em
clorofórmio, já as amostras dos nanofios de prata, foram
dispersas em etanol. Posteriormente ambas foram
gotejadas sobre a grade de suporte do equipamento para
realização da análise. O equipamento utilizado na
realização da análise foi um microscópio eletrônico de
transmissão da marca Jeol, modelo JEM-2100 (UDESC-
CCT).
3.2.3 Espectroscopia no infravermelho por
transformada de Fourier (FTIR).
As amostras das nanopartículas foram analisadas
por um espectrofotômetro Perkin-Elmer Frontier
(UNIVILLE). Em todas as amostras foram realizados 16
varreduras na região espectral de 4000 a 650 cm-1,
utilizando uma resolução de 4 cm-1. Para o OG a amostra
foi preparada na forma de pastilhas de KBr, utilizando o
método ATR. Já para os nanofios de prata utilizou-se uma
solução de NfAg dispersos em água deionizada e o
método utilizado foi o UATR.
3.2.4 Análise termogravimétrica
A análise termogravimétrica (TGA) foi realizada
em um equipamento NETZSCH STA 449C. A amostra
(aproximadamente 15 mg) foi submetida a um
aquecimento da temperatura ambiente ( aproximadamente
24 °C) até 1200 °C, a uma taxa de aquecimento de 10
°C/min, sob atmosfera inerte com flruxo de nitrogênio de
25 mL/min.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.
Os resultados apresentados a seguir se referem aos
estudos de caracterização das nanopartículas sintetizadas
e que serão utilizadas para o desenvolvimento deste
trabalho de pesquisa. Os resultados obtidos neste trabalho
serão apresentados e discutidos obedecendo a seguinte
forma: primeiro apresentados os resultados referentes às
caracterizações do grafite e do OG e em seguida os
resultados dos nanofios de prata.
4.1 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
TRANSMISSÃO (TEM).
A Figura 13 refere-se à micrografia do OG obtidas
por microscopia eletrônica de transmissão (MET).
Figura 13 – Micrografias do OG obtidas por microscopia de
transmissão.
Fonte: Produção do próprio autor.
Pode-se observar que a micrografia mostra uma
folha de OG com diferentes pontos de transparência na
área investigada, indicando que o material obteve um
elevado grau de oxidação. Ainda é possível observar na
Figura 9 que a folha de OG apresenta algumas regiões
mais escuras. Estas regiões podem ser empilhamento de
algumas camadas de OG como foi observado também por
Stobinski e colaboradores (2014) (STOBINSKI et al,
2014).
4.2 ESPCTROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA DE EFEITO DE CAMPO (FEG).
Para uma análise morfológica mais aprofundada,
foram analisadas as imagens das nanopartículas obtidas
através do FEG.
A Figura 14 mostra imagens do grafite natural e a
Figura 15 mostra imagens do OG. É possível verificar que
a estrutura do grafite (Figura 14) é formada por várias
camadas espessas, dispostas em padrões regulares de
empilhamento bem característicos.
Figura 15 – Imagens obtidas por FEG para o OG.
Fonte: produção do próprio autor.
Pode-se também observar que o OG é formado por
uma estrutura em camadas. Isso se deve ao grau de
oxidação ocorrido no material, pois quanto maior o grau
de oxidação, maior será o espaçamento das camadas
funcionalizadas. Dikin et al (2007) obteve resultados
análogos ao observado, obtendo uma estrutura em
camadas com vários dobramentos.
As Figuras 16, 17 e 18 mostram as micrografia
obtida por FEG do produtos da síntese de nanofios de
prata pelo método de poliol em temperaturas diferentes.
Figura 16 - Imagem obtida por FEG para o produto da síntese de
nanofios de prata pelo método de poliol à temperatura de 100 °C.
Fonte: produção do próprio autor.
Com a análise da temperatura pode-se comprovar
que em temperaturas baixas, como há 100 °C (Figura 16),
o etilenoglicol não consegue converter-se em
glicolaldeído, não reduzindo os íons prata, formando
apenas partículas micrométricas de cloreto de prata.
Figura 17 - Imagem obtida por FEG para o produto da síntese de
nanofios de prata pelo método de poliol à temperatura de 170 °C.
Fonte: Produção do próprio autor.
Uma característica relevante que foi possível
observar na Figura 17, é que os NfAg possuem seção
transversal pentagonal. Isso ocorre quando a redução de
íons Ag+ em solução se inicia e núcleos com estruturas
flutuantes são formados. Posteriormente, estes núcleos
cessam o seu crescimento dando origem a três diferentes
tipos de sementes, sendo estas: sementes cristalinas,
isoladamente-geminadas (singly-twinned) e
multiplicamente-geminadas (multiply twinned).
Quando ocorre sementes decaédricas (possível
observar nas Figuras 16, 17 e 18) contendo 5 contornos de
macla, estas correspondem a uma das espécies de menor
energia e de grande abundancia. São estas sementes que
são capazes de crescer e dar origem aos nanofios de prata.
Figura 18 - Imagem obtida por FEG para o produto da síntese de
nanofios de prata pelo método de poliol à temperatura de 200 °C.
Fonte: produção do próprio autor.
Em temperaturas elevadas como há 200 °C, a
energia térmica está em excesso, fazendo com que existam
muitos centros ativos, consequentemente diminuindo o
comprimento dos fios, não sendo o desejável.
Pode-se concluir que a temperatura ideal para que
exista uma quantidade alta de nanofios de prata sem
aglomerados é em 170 °C como também observado por
Conkun e colaboradores (CONKUN et al, 2011).
4.3 ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO POR
TRANSFORMADA DE FOURIER (FTIR).
As análises de espectroscopia no infravermelho
com transformada de Fourier (FTIR) para o grafite
natural, para o OG estão apresentados na Figura 19. Os
espectros de FTIR foram obtidos na faixa de absorção de
4000 a 650 cm-1, porém a faixa que mais interessa para o
estudo das nanopartículas de carbono fica entre 2000 e
800 cm-1.
Observando o espectro da Figura 19 referente ao
grafite é possível observar bandas bem características,
bastante semelhantes aos resultados obtidos por Lopez
(LOPEZ, 2007). Segundo Montes-Morán et al (2004), os
átomos de oxigênio tendem a combinar-se com átomos de
carbono formando assim uma gama de funcionalidade,
dentre as quais se pode citar: as cetonas, os ésteres, os
ácidos carboxílicos, entre outros, que na grande maioria
das vezes podem ser observadas pela análise de FTIR.
Figura 19 - Espectroscopia de FTIR na região de absorção de 2000
a 800 cm-1 do grafite natural e OG.
Fonte: Produção do próprio autor
Analisando ainda o espectro referente ao grafite
natural é possível observar a presença de uma banda em
1456 cm-1 referente à deformação axial das ligações C=C.
Outra banda está localizada a 1385 cm-1, referente à
deformação axial de C-H no plano CH3. Observa-se
também uma banda localizada a 1024 cm-1 que indica a
deformação axial normal de C-O de álcoois.
Analisando o espectro referente ao OG é possível
notar a presença de uma banda em 1724 cm-1 referente à
deformação axial normal de C=O de aldeídos, assim como
observado por Acik et al (2010). O espectro apresenta
outra banda em 1610 cm-1 referente à deformação angular
de C-H, para H fora do plano. Segundo An et al (2010), a
banda em 1224 cm-1 está relacionada à deformação axial
de C(=O)- de acetato presentes na estrutura do OG.
Observa-se também uma banda localizada a 1044 cm-1 que
está associada à deformação angular no plano C-H.
Analisando a distribuição das bandas é possível perceber
que o processo de oxidação do grafite modificou a
estrutura do material, introduzindo alguns grupos
oxigenados e hidroxilados.
4.4 ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA
A Figura 20 apresenta o resultado da análise
termogravimétrica para amostra de polipirrol. A amostra
foi aquecida aquecida da temperatura ambiente (25 °C) até
1200 °C, com uma taxa de aquecimento de 10 °C/min.
Observando o gráfico, pode-se notar dois degraus
de degradação. O primeiro refere-se a umidade presente
na amostra analisada. Já o segundo evento que se inicia
em 210 °C refere-se a degradação do polímero. É
interessante notar que, o polímero possui uma perda de
massa suave, indicando que este possui maior estabilidade
térmica. Segundo Campos (CAMPOS et al, 2014), esse
comportamento sugere que o polímero possui maior
interação entre os componentes da cadeia polimérica ou
ainda, uma possível maior massa molar.
Figura 20 – Curva de degradação térmica.
Fonte: Produção do próprio autor.
5 CONCLUSÕES PARCIAIS E ANÁLISES
FUTURAS.
Este trabalho pode ser dividido em duas etapas,
sendo a primeira a produção e caracterização das
nanopartículas e polímero condutor e a segunda etapa
seria a fabricação da célula.
Com relação ao nanoreforço de carbono, o grafite
natural se mostrou uma fonte adequada para produção do
grafeno, pois é uma fonte barata, de fácil acesso e acima
de tudo eficiente. Os resultados das análises de MET, FEG
e FTIR provaram que o processo de oxidação do grafite
pelo método Hummers modificado foi eficiente na
modificação da estrutura do grafite, agregando ao material
grupos oxigenados facilitando assim a dissociação do
grafite em uma estrutura lamelar.
Para os nanofios de prata, a análise de FEG se
mostrou satisfatória. Os NfAg obtidos através da síntese
poliol apresentaram características bem definidas de fios
e a técnica de centrifugação utilizada para remoção do
PVP se mostrou satisfatória.
A síntese do polímero ainda está sendo
aprimorada.
Em um segundo momento do trabalho será
avaliado a influência das nanopartículas nas propriedades
ópticas e elétricas da célula por meio de espectrometria de
impedância, espectrometria de UV/visível, espectroscopia
Raman. As células obtidas também serão caracterizadas
por FEG, MET, para estudar sua morfologia e análise
termogravimétrica (TGA) para avaliar sua estabilidade
térmica. Será também avaliada a resistência da célula
através da técnica de quatro pontas.
As nanopartículas produzidas ainda passaram por
algumas análises tais como MET, FEG, Espectroscopia
Raman, espectrometria de UV/visível, os quais estas já
estão em andamento.
Com base em todas as análises até então realizadas
neste trabalho, pode-se concluir que o OG possui grande
potencial para utilização como base para obtenção do
grafeno, mostrando que é possível sua produção em larga
escala. O método poliol apesar de ser um método que
requer muitos cuidados, se mostrou satisfatório com
relação à qualidade e quantidade de nanofios produzidos.
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