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0 RENATA GARCIA DE MELLO MARIA ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM PACIENTES HIV/AIDS EM USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL CANOAS, 2012

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RENATA GARCIA DE MELLO MARIA

ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM PACIENTES HIV/AIDS EM USO D E

TERAPIA ANTIRRETROVIRAL

CANOAS, 2012

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RENATA GARCIA DE MELLO MARIA

ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM PACIENTES HIV/AIDS EM USO D E

TERAPIA ANTIRRETROVIRAL

Trabalho de conclusão apresentado à banca examinadora do Curso de Nutrição do Centro Universitário La Salle - Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição.

Orientação: Profª M.ª Rosana Maria Carolo da Costa e Silva

CANOAS, 2012

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RENATA GARCIA DE MELLO MARIA

ALTERAÇÕES LIPÍDICAS EM PACIENTES HIV/AIDS EM USO D E

TERAPIA ANTIRRETROVIRAL

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição pelo Centro Universitário La Salle - Unilasalle.

Aprovado pela banca examinadora em 4 de julho de 2012.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________

Profª M.ª Rosana Maria Carolo da Costa e Silva

Unilasalle

___________________________________________________

Profª M.ª Fernanda Miraglia

Unilasalle

___________________________________________________

Nutricionista Márcia Koch

Unidade Básica Avião. Setor de Nutrição

3

Dedico este trabalho aos meus pais Vera e Valdir, meu noivo Rodrigo, que sempre estiveram

presentes em todos os momentos da minha vida, me apoiando

e me dando carinho, incentivo e atenção durante todos os anos em

que estive presente nessa universidade.

Obrigada por tudo que fizeram para eu poder realizar esse grande sonho.

Amo-os demais!

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que contribuíram e participaram de alguma maneira para a

realização desse trabalho. A estas pessoas prestarei os meus maiores e sinceros

agradecimentos através de algumas palavras:

...à Vera e Valdir, meus queridos e amados pais, pelo amor incondicional, compreensão

e apoio.

...ao meu noivo Rodrigo, pela paciência e incentivo durante meus muitos finais de

semana de estudo.

...à minha amiga Márcia Koch, pelo carinho de sempre.

...à Eloisa Possebon, pela amizade, carinho e atenção para comigo.

...à querida Milene, amiga e irmã do coração, pelo apoio e estímulo.

...à minha amiga Ana Paula Frasson, que admiro muito, obrigada pela motivação.

...às minhas amigas do Setor de Nutrição da Unidade Avião Canoas, que me ensinaram

muito, obrigada Ana Paula, Graça, Regina, Márcia, Bia, Eloisa, Neiva, Bete, Rosaly.

...à minha professora e orientadora Rosana Carolo, pelo aprendizado, esforço e ajuda.

...às professoras Fernanda e Carmen, pela disponibilidade, ensino, carinho e atenção

durante essa etapa.

...à nutricionista Sabine pela oportunidade, amizade e pelo gratificante exemplo que me

passaram durante essa jornada.

...à minha colega e amiga de faculdade pelo auxilio e carinho sempre, obrigada Carmen

Pedruzzi.

...aos meus verdadeiros e eternos amigos, obrigados por existirem na minha vida.

...à Deus, pela força de vontade que sempre me destes para nunca desistir e chegar ao

final dessa jornada para continuar lutando pelos meus objetivos.

...enfim, a todos que de uma forma ou outra colaboraram para que eu chegasse até aqui.

5

“Quando uma criatura humana desperta

para um grande sonho e sobre ele lança

toda a força de sua alma, todo o universo

conspira a seu favor.”

(GOETHE)

6

RESUMO

A introdução da terapia antirretroviral ativa vem reduzindo a morbidade e a mortalidade em

pacientes infectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). No entanto, tratamentos

prolongados, com combinações de drogas, são de difícil manutenção devido à má adesão e

aos efeitos tóxicos. O tratamento com agentes antirretrovirais, principalmente os inibidores da

protease, leva ao desenvolvimento de uma síndrome caracterizada por redistribuição anormal

da gordura corporal, alterações no metabolismo glicêmico, e dislipidemia denominada

Lipodistrofia. Esta revisão enfatiza as alterações lipídicas que ocorrem em pacientes

HIV/AIDS em uso de terapia antirretroviral, pois um melhor entendimento é essencial

para o manejo da doença. A intervenção nutricional desempenha um papel fundamental no

suporte da saúde desses pacientes, integrando as equipes multiprofissionais, promovendo a

integralização da saúde, a adesão á terapia antirretroviral e melhorando prognostico da

doença.

Palavras-chave: HIV. AIDS. Lipodistrofia. Alteração metabólica do HIV. Nutrição.

7

ABSTRACT

The introduction of active antiretroviral therapy has reduced morbidity and mortality in

patients infected with human immunodeficiency virus (HIV). However, prolonged treatment

with combinations of drugs are difficult to maintain due to low adherence and toxic effects.

Treatment with antiretroviral agents, particularly protease inhibitors, leads to the development

of a syndrome characterized by abnormal corporal fat redistribution and glucose metabolism

changes, called lipodystrophy and dyslipidemia. This review emphasizes the lipid changes

that occur in HIV/AIDS in antiretro viral therapy use, once a better understanding is essential

for disease management.

Keywords: HIV. AIDS. Lipodystrophy. HIV metabolic change. Nutrition.

8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

CAN Complicações Associadas ao Estado Nutricional

et al. et alli (e outros)

HAART Terapia Antirretroviral Potente

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

IMC Índice de Massa Corporal ou Corpórea

IP Inibidores de Protease

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

SLHIV Síndrome Lipodistrófica do HIV

TARV Terapia Antirretroviral

Unilasalle Centro Universitário La Salle

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10

2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 11

3 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 12

3.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 12

3.2 Objetivos específicos ......................................................................................................... 12

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 13

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 14

5.1 Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) ........................................................ 14

5.2 Antirretrovirais ................................................................................................................. 14

5.2.1 Efeitos do HAART na saúde ............................................................................................ 15

5.3 Dislipidemias ..................................................................................................................... 16

5.3.1 Atividade física ................................................................................................................ 17

5.3.2 Recomendações nutricionais ........................................................................................... 17

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 20

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 21

10

1 INTRODUÇÃO

O HIV é um retrovírus que causa no organismo disfunção imunológica crônica e

progressiva devido à baixa dos níveis de linfócitos CD4, sendo que quanto mais baixo for o

índice, maior o risco de o indivíduo desenvolver AIDS.

A Síndrome da imunodeficiência Adquirida (AIDS) representa um dos maiores

problemas de saúde pública (HAMAMOTO et al., 2000).

O período considerado critico da epidemia se deu entre 1982 e 1989 devido ao pouco

conhecimento da doença, resultou em um alto número de mortalidade, após este período

ocorreu grande investimento tecnológico e cientifico possibilitado então a determinação da

carga viral, celular e nutrição (MARINS et al., 2002).

Estes avanços contribuíram para o desenvolvimento de novas drogas como inibidores de

protease, introduzidos como antirretroviral de alta potencia (Higtly Active Antirretroviral

Therapy - HAART). A partir dai houve alteração da história natural da doença,

principalmente nos países industrializados (MILLER et al., 2001; SILVA et al., 1998).

A HAART propiciou um aumento na sobrevida dos pacientes HIV, porém ocasionam

uma série de alterações morfológicas (lipodistrofia) e metabólicas, como o aumento do

colesterol total (CT), dos triglicerídeos (TGL), do LDL-colesterol (LDL-c) e diminuição de

HDL-colesterol (HDL-c) (SILVA et al., 2005).

Visando minimizar os efeitos já vistos do HAART, a Organização Mundial de Saúde

preconiza que as intervenções nutricionais façam parte de todos os programas de controle e

tratamento da AIDS, pois a dieta e a nutrição podem melhorar a adesão e a efetividade da

terapia antirretroviral (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003b).

A dietoterapia em relação aos pacientes com AIDS tem como objetivo preservar a

massa magra; evitar desnutrição; recuperar o estado nutricional; fornecer quantidades

adequadas e nutrientes; reduzir as complicações, sintomas de infecções oportunistas, os

efeitos colaterais de drogas que interferem na ingestão e absorção de nutrientes; assim como

melhorar a qualidade de vida dos pacientes (COPPINI; FERRINI, 2002; ELDRIDGE, 1995).

A educação nutricional é uma etapa essencial no suporte nutricional, que busca prevenir

o estado de má nutrição, de acordo com os critérios de segurança alimentar, proporcionando a

energia e os nutrientes necessários (POLO, 2002).

11

2 JUSTIFICATIVA

Segundo as Nações Unidas, em sua atualização de 2006, o número global de pessoas

vivendo com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) vem aumentando, em todas as

regiões do mundo, com o número estimado de novos casos em adultos e crianças de 4,3

milhões. O número de portadores de HIV aproxima-se de 39,5 milhões de pessoas, sendo 2,6

milhões a mais que em 2004 (JOINT UNITED NATIONS PROGRAMME ON HIV/AIDS,

2006).

No Brasil, a totalidade de casos de infecção pelo HIV notificados entre 1980 e junho de

2006, é de 433.067. A taxa de incidência aumentou, atingindo em 1998, 19 casos de AIDS por

100 mil habitantes. Em 2004, foram notificadas 593 mil pessoas, entre 15 a 49 anos de idade,

que vivem com HIV e AIDS, sendo 208 mil mulheres e 385 mil homens. A mortalidade até

dezembro de 2005 atingiu o número de 183 mil óbitos por AIDS, estabilizando cerca de 11

mil óbitos anuais desde 1998 (BRASIL, 2006a).

A descoberta e implementação da terapia antirretroviral de alta potência (HAART) para

o tratamento desses indivíduos permitiu a máxima supressão da replicação do vírus na

corrente sanguínea em grande parte dos indivíduos infectados, e consequente redução

significativa na morbidade e mortalidade relacionada à síndrome da imunodeficiência

adquirida (AIDS) (MONTESSORI et al., 2004).

Todavia, juntamente com esse benefício tem sido observada, com certa frequência, a

síndrome lipodistrófica associada ao HIV, caracterizada por alterações na distribuição da

gordura corporal, comumente acompanhada de distúrbios metabólicos, tais como

hipertrigliceridemia e intolerância à glicose (WANKE, 1999).

A justificativa para a realização desta revisão está relacionada com o fato de que

pacientes com HIV em tratamento antirretrovirais possuem alterações bioquímicas como

dislipidemia (SAFRIN; GRUNFELD, 1999).

12

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Verificar as alterações lipídicas em pacientes HIV.

3.2 Objetivos específicos

a) Descrever as alterações lipídicas em pacientes HIV;

b) Pesquisar a correlação entre dislipidemia e antirretroviral;

c) Caracterizar perfil nutricional de pacientes HIV.

13

4 METODOLOGIA

Este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica sobre alterações lipídicas em

pacientes com HIV, sendo a busca realizada em referências publicadas no Pub Med, Scielo e

Google Acadêmico; também livros, teses e dissertações foram utilizados. Tendo como

principais termos HIV, dislipidemia, lipodistrofia e perfil nutricional de pacientes com HIV,

que foram usados para esta revisão.

A análise e a escolha das referências foram feitas observando os aspectos comuns sobre

as alterações lipídicas em pacientes com HIV/AIDS, tendo como critério de inclusão os

artigos que abordavam de forma clara esta síndrome.

14

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1 Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS)

A descoberta do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e da Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida (AIDS) se deu a mais de duas décadas, porém, o número de

pessoas infectadas e doentes tem aumentado significativamente em curto período de tempo.

Os primeiros casos de AIDS foram referidos em homossexuais masculinos nos Estados

Unidos, em 1983 (THULER; VAZ, 1994).

A transmissão de HIV pode ser por: relação sexual, transfusão de sangue ou derivados

do sangue contaminado e durante o período fetal ou perinatal com as mães infectadas pelo

HIV podem transmitir a seus filhos e durante a amamentação (LEANDRO-MERHI et al.,

2000).

O HIV é um retrovírus que causa no organismo disfunção imunológica crônica e

progressiva devido à baixa dos níveis de linfócitos CD4, sendo que quanto mais baixo for o

índice, maior o risco de o indivíduo desenvolver AIDS. O período entre a aquisição do HIV e

a aparecimento da AIDS pode levar anos, o indivíduo portador do vírus pode estar muitas

vezes assintomático, apresentar transtornos psicossociais, a partir do momento em que fica

ciente de seu diagnóstico.

5.2 Antirretrovirais

Estudos colocam que ocorrem muitas alterações no sistema nervoso dos pacientes com

HIV/AIDS, associada com depressão e/ou estresse que podem influenciar no progresso da

doença (THOMPSON; NANNI; LEVINE, 1996).

O acesso universal ao Ttratamento Antirretroviral (TARV) levou à iniciação da terapia

antirretroviral altamente ativa (HAART) e a combinação de drogas com diferentes formas de

ação, com isto se observou uma importante redução na mortalidade dos pacientes infectados

pelo HIV (BRASIL, 2006b).

No Brasil, a Lei 9113/96 garantiu a todos os indivíduos o acesso, livre de custos, ao

coquetel de drogas (BRASIL, 2006b).

Introduzido em 1996, este é uma combinação de fármacos capazes de inibir duas etapas

da replicação viral, podendo diminuir em até 100 vezes o ritmo de produção do vírus em

comparação com as monoterapias utilizadas até então (SOUZA; ALMEIDA, 2003).

15

Com o uso da HAART, a replicação do HIV é bloqueada, com diminuição da presença

do RNA do HIV no plasma para níveis indetectáveis, assim prolongando a sobrevida do

paciente (RANG; RITTER; DALE, 2001). No entanto, o esquema é complexo e apresenta

muitas alterações metabólicas (OLIVEIRA; LINS, 2003).

A TARV é uma combinação de potentes agentes antirretrovirais, na qual pode ser

incluído o IP, que tem mostrado ser eficaz na redução da carga viral no plasma e em tecidos

linfoides, sustentando a supressão da replicação viral e contribuindo na reconstituição

imunológica (PERELSON et al., 1997).

5.2.1 Efeitos do HAART na saúde

A iniciação da TARV mudou o estado nutricional dos pacientes com HIV. Antes do

tratamento antirretroviral, principalmente com uso de Inibidores de Protease (IP), os déficits

de vitaminas e minerais e a má nutrição energético-protéica eram associados como os maiores

problemas nutricionais, sendo a má nutrição energético-protéica responsável por 80% da

mortalidade dos pacientes com AIDS (SCEVOLA et al., 2000).

A HAART propiciou um aumento na sobrevida dos pacientes HIV, porém ocasionam

uma série de alterações morfológicas (lipodistrofia) e metabólicas, como o aumento do

colesterol total (CT), dos triglicerídeos (TGL), do LDL-colesterol (LDL-c)e diminuição de

HDL-colesterol (HDL-c). Além do mais, pode acarretar hiperglicemia, resistência à insulina,

acidose láctica e alterações no metabolismo ósseo que afetam a qualidade de vida destes

pacientes (SILVA et al., 2005).

A síndrome da imunodeficiência humana ainda está associada a anormalidades

morfológicas na medula óssea e diminuição das células sanguíneas progenitoras. A depleção

dessas células pode ser explicada pelo mecanismo de apoptose das mesmas, mudanças na

produção de citocinas ou outros fatores imunológicos (KOBARI et al., 1998).

Estudos têm mostrado que as células genitoras da medula óssea de pacientes infectados

pelo HIV são submetidos a apoptose. E a morte dessas células ocorre através da Fas-L,

citocina produzida por células T ativadas, mecanismo pelo qual as células T ativadas

combatem as células infectadas pelo vírus HIV (ZAULI; CAPITANI, 1996).

A combinação de IPs com inibidores da transcriptase reversa, análogos e não análogos

de nucleosídeos (NRTIs, NNRTIs) é capaz de promover a recuperação do sistema imune com

o aumento sustentado da contagem de células T CD4+ e manutenção de níveis indetectáveis

de carga viral do HIV. A restauração celular observada após a instituição da TARV deve-se

16

principalmente à diminuição dos níveis de apoptose em função da diminuição da ativação

imune, diminuição de proteínas do HIV que possuem ação pró-apoptótica e mesmo do efeito

antiapoptótico de algumas drogas antirretrovirais (GOUGEON, 2003).

Além de exercer efeito direto na supressão da replicação do HIV, os IPs são capazes de

induzir efeitos sobre as células do sistema imune. O ritonavir é capaz de modular a atividade

do protossoma e do complexo maior de histocompatibilidade de classe I (MHC-I), prevenindo

a apoptose e a expressão da caspase-1 em cultura de células de pacientes HIV soropositivos e

de indivíduos saudáveis (SLOAND et al., 2000; BAGGIO; SPADA, 2008).

5.3 Dislipidemias

As dislipidemias são definidas como alteração dos níveis de lipídio ou de lipoproteínas

circulantes, devido às alterações na produção, ou catabolismo em consequências de fatores

genéticos e ou ambientais (RABELO, 2001). Alteração nas dosagens séricas de CT, HDL-C,

LDL-C e/ou TG, ou seja, CT ou TG acima do valor normal (≥ 200 mg% e ≥ 150 mg%,

respectivamente), qualquer dosagem de HDL-C abaixo do valor normal (≤ 40 mg%) e LDL-C

≥ 130 mg/dl (SALGADO FILHO; MARTINEZ, 2004).

As dislipidemias são encontradas em cerca de 50 a 70 % dos indivíduos em uso de

terapia com Inibidores de Protease (IP). A alta prevalência de dislipidemia em portadores de

HIV e um fato alarmante, pois esse distúrbio esta associado ao aumento de doenças

cardiovasculares (GERAIX et al., 2006).

Segundo Safrin e Grunfeld (1999) a síndrome lipodistrófica em indivíduos

soropositivos para o HIV é uma condição progressiva e sua severidade parece diretamente

proporcional ao tempo de tratamento com medicação antirretroviral. A lipodistrofia tem sido

associada a alterações no metabolismo glicêmico, resistência insulínica e dislipidemia

(SAFRIN; GRUNFELD, 1999; VALENTE et al., 2005).

O termo lipodistrofia pertinente à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)

originou-se de um relatório publicado no final dos anos 90 e mencionando à perda de gordura

subcutânea na face, extremidades, nádegas, abdômen e região dorso-cervical são os locais

mais comuns para a ocorrência de lipodistrofia em pessoas HIV em tratamento antirretroviral

(JOHN; NOLAN; MALLAL, 2001). As estimativas de prevalência da síndrome lipodistrófica

do HIV são pouco precisas (MAUSS et al., 2002).

Para o diagnóstico da lipodistrofia podem ser utilizadas medidas antropométricas,

absormetria com duplo feixe de raios X, tomografia computadorizada e ressonância nuclear

17

magnética (CURRIER et al., 2002).

Para avaliação da dislipidemia aplicasse as dosagens dos níveis de colesterol total, de

suas frações e de triglicerídeos. Para avaliação da resistência à insulina e o diagnóstico de

diabetes são úteis a realização de glicemia de jejum, de curva glicêmica e a dosagem da

insulinemia basal (VALENTE et al., 2005).

5.3.1 Atividade física

Apesar de dieta alimentar e exercícios físicos regulares não estabelecerem uma solução

definitiva para os efeitos da lipodistrofia, estudos mostram que modificações nos hábitos

alimentares e a prática de atividade física são importantes para que resultados positivos sejam

obtidos. Mudanças no estilo de vida ajudam na manutenção do peso e contribuir para uma

evolução menos acelerada das alterações metabólicas. A utilização de hormônios – como

testosterona e do crescimento – também tem sido referida, apesar da controvérsia sobre seu

uso (POLSKY; KOTLER; STEINHART, 2001).

Em outro estudo, Boyle (2001) destacou os efeitos da lipodistrofia sobre o bem-estar

psicológico, ressaltando que as mudanças corporais podem resultar em altos níveis de

depressão e ansiedade, além da não adesão ao tratamento. A estigmatização social decorrente

da lipodistrofia foi apontada em outra pesquisa por Tebas (2001), que ressaltou a

possibilidade de prejuízo na adesão aos medicamentos antirretrovirais.

5.3.2 Recomendações nutricionais

“Uma nutrição adequada, melhor conseguida com uma dieta saudável equilibrada, é

vital para a saúde e sobrevivência de todos os indivíduos, independentemente do seu estatuto

de HIV.” (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003 apud BANCO MUNDIAL, 2008, p.

8).

“Uma nutrição adequada não pode curar a infecção por HIV, mas é essencial para

manter o sistema imunológico e suportar a atividade física, de modo a alcançar uma qualidade

de vida ótima.” (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005 apud BANCO MUNDIAL,

2008, p. 8).

A Organização Mundial de Saúde preconiza que as intervenções nutricionais façam

parte de todos os programas de controle e tratamento da AIDS, pois a dieta e a nutrição

podem melhorar a adesão e a efetividade da terapia antirretroviral (WORLD HEALTH

18

ORGANIZATION, 2003b).

Devido à síndrome lipodistrófica ser muito recente, ainda não há manejo clínico

nutricional padronizado, mas sabe-se que as recomendações como alimentação saudável e

aderência do paciente ao tratamento são muito importantes (BRASIL, 2006c).

A instrução nutricional é uma etapa essencial no suporte nutricional, que busca prevenir

o estado de má nutrição, de acordo com os critérios de segurança alimentar, adequando a

energia e os nutrientes necessários (POLO, 2002).

O consumo de uma variedade de alimentos é essencial para uma alimentação

balanceada. Segundo a pirâmide de alimentos recomenda-se: 6-11 porções por dia de grãos,

(como pão, cereais, arroz e massas); 3-5 porções de legumes; 2-4 porções de frutas; 2-3

porções de produtos lácteos (como leite, iogurte e queijo); 2-3 porções de proteína (como

carne, aves, peixes, ovos e leguminosas) e pequenas quantidades de gordura, óleo e açúcar

(HIGHLEYMAN, 2006).

A ingestão de carboidratos, principalmente os complexos, deve representar, pelo menos,

50% da ingestão total energético diário (HIGHLEYMAN, 2006).

Os pacientes com diabetes e/ou resistência à insulina devem regular sua glicemia com

dietas específicas, diminuindo carboidratos simples (doces) e aumentando carboidratos

complexos (pães, massa, batata, mandioca) de forma equilibrada (BRASIL, 2006c).

A recomendação para ingestão de proteínas é de 15% a 20% do total de energia da dieta

(HIGHLEYMAN, 2006). No entanto, muitos especialistas utilizam o critério de cálculos a

partir de 1g/kg de peso por dia, sendo que em situação de estresse catabólico pode ser

necessário aumentar o aporte de 1,5 a 2,0g/kg/dia (MARÍN MARTIN; ALARCÓN

GONZÁLEZ; SERRANO AGUAYO, 2003). Em casos de problemas renais ou hepáticos

deve-se realizar um monitoramento rigoroso do consumo de proteína (BRASIL, 2006c).

As recomendações dietéticas em caso de hipercolesterolemia preconizam colesterol

menor que 200mg/dia, gordura saturada menor que 7% do total de calorias/dia e a redução da

gordura total para até 30%. Dietas hiperlipídicas aumentam as chances de desenvolvimento de

doenças cardiovasculares e de alguns tipos de cânceres (NAM..., 2006).

Quando os resultados dos exames de colesterol e triglicerídeos estão elevados, há

indicação para modificações dietéticas, como redução e substituição das gorduras saturadas

por gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas e ácidos graxos ômega-3 (NICHOLSON,

2004).

Dependendo do caso, se necessário, faz-se uso de hipolipemiantes para melhorar o

quadro de dislipidemia (BRASIL, 2006c).

19

A suplementação de micronutrientes pode estar recomendada em situações especiais de

má-absorção de selênio, zinco, vitaminas A e do complexo B, cujo déficit está associado à

piora progressiva da resposta imunológica. (BRASIL, 2006c). No entanto, intervenções

específicas têm reportado resultados muito variáveis, sendo desejáveis aportes

multivitamínicos e minerais não suprafisiológicos que podem ser obtidos por uma dieta

equilibrada (DREYFUSS; FAWZI, 2002).

A superdosagem de micronutrientes pode ser danoso à saúde, desta forma, doses

máximas de consumo habitual devem ser observadas, a fim de prevenir a ocorrência de efeitos

adversos. As vitaminas A, E, C e B6, assim como os minerais, selênio, zinco e cálcio podem

ser tóxicos em altas doses, por isso deve-se obedecer ao limite máximo tolerável para ingestão

desses micronutrientes (NAM, 2006).

Dentre algumas recomendações dietéticas, de acordo com Nicholson (2004), destacam-

se: aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras (como grãos, frutas e legumes); reduzir

o consumo dos carboidratos refinados (como pães e arroz brancos, tortas e biscoitos) e

aumentar os carboidratos com alto teor de fibras (como farelo de trigo, aveia, cereais e pães

integrais); diminuir e substituir o consumo de gorduras saturadas (gorduras animais) e

gorduras trans (presentes no preparo de bolos, biscoitos e lanches rápidos), pelos benefícios

das gorduras monoinsaturadas (óleo de oliva, abacate, amêndoas, nozes) e gorduras

poliinsaturadas (nozes e sementes, óleo de soja e os alimentos ricos em ômega-3); aumentar a

ingestão de peixes, que contenham ômega-3 e ácidos graxos (como salmão, atum, sardinha);

praticar exercícios físicos regularmente e parar de fumar.

20

6 CONCLUSÃO

Este trabalho buscou mostrar a existência da prevalência de dislipidemia em portadores

de HIV devido a alteração dos níveis de lipídio ou de lipoproteínas circulantes, alteração na

produção, ou catabolismo em consequências de fatores genéticos e ou ambientais. Estas

desordens lipídicas acarretam, no portador de HIV, perda de gordura subcutânea na face,

extremidades, nádegas, abdômen e região dorso-cervical caracterizando a ocorrência de

lipodistrofia em portadores de HIV em tratamento antirretroviral.

Sabe-se da importância da HAART para o prolongamento da sobrevida do paciente e

sua eficácia é evidente no combate ao HIV, mas não é desconhecido que acarreta

consequências à saúde do paciente. Uma abordagem dietética para a manutenção do estado

nutricional do paciente deve estar voltada para o desafio de empregar a dietoterapia na

melhoria da absorção de nutrientes e no favorecimento a tolerância à medicação.

Portanto, a intervenção nutricional desempenha um papel fundamental no suporte da

saúde desses pacientes, integrando as equipes multiprofissionais, promovendo a integralização

da saúde, a adesão á terapia antirretroviral e melhorando prognostico da doença.

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REFERÊNCIAS

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