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RENASCIMENTO

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Page 1: RENASCIMENTO. CONTEXTO HISTÓRICO séculos XV e XVI: final da Idade Média; desestruturação do feudalismo; renascimento urbano e comercial; intercâmbio internacional;

RENASCIMENTO

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CONTEXTO HISTÓRICO séculos XV e XVI:

• final da Idade Média;• desestruturação do feudalismo;• renascimento urbano e comercial;• intercâmbio internacional;• surgimento da burguesia;• grandes navegações (conquista da América);• fortalecimento do poder dos reis (monarquias

absolutistas);

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CARACTERÍSTICAS GERAISMovimento artístico e científico que trouxe para a Europa:

• renovação de idéias e valores nas artes, ciências, filosofia, religião;• resgate da cultura da antiguidade (greco-romana);• mescla da cultura antiga com as novas idéias, influenciadas pelo

cristianismo;

LINHA MESTRA do renascimento - HUMANISMO• explicação racional aos questionamentos (racionalismo X fé);• valorização do ser humano (homem X Deus);• choque entre humanistas e teólogos (antropocentrismo X

teocentrismo).

* humanistas: acreditavam que o homem, e não Deus, era capaz de dominar o seu destino, de controlar e transformar o mundo, e de ser responsável por suas conquistas e fracassos.

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ITÁLIA BERÇO DO RENASCIMENTO

• acúmulo de riquezas provenientes do comércio (grande cidades comerciais como Gênova e Veneza);

• burguesia influente (Médici, Bentivoglio);• grande arquivo de livros, pinturas e preservação de monumentos e

esculturas herdadas da Roma antiga;• migração de intelectuais bizantinos que deixaram Constantinopla (no fim

do Império Bizantino) e partiram para a Itália, com suas idéias e influências;

• existência de grandes mecenas – burgueses (banqueiros, comerciantes), nobres (reis, condes), clérigos e até Papas, que patrocinavam os trabalhos dos artistas; o que provocou um aumento de produção de obras; tais mecenas buscavam a promoção social através da arte;

** com a expansão do movimento renascentista por toda a Europa, surgem também mecenas nas demais regiões:

***outro fator que facilitou a expansão do renascimento foi o desenvolvimento da imprensa – o alemão Johann Gutenberg desenvolveu o processo de impressão, o que auxiliou na divulgação literária dos ideais renascentistas; obs: mesmo assim, o primeiro livro a ser impresso foi a Bíblia;

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LITERATURA E FILOSOFIAPropunha-se a crítica - de textos medievais, da sociedade e da política. O

objetivo era descobrir a razão de ser das coisas e o seu funcionamento.

Autores:

• - Thomas Morus (inglês): escreveu Utopia (1516), no qual critica os abusos e as injustiças do seu tempo e propõe uma sociedade baseada na igualdade e na tolerância;

• - Erasmo de Rotterdam (holandês): escreveu Elogio da Loucura (1511), no qual critica os costumes sociais e os abusos da Igreja;

• - Nicolau Maquiavel (italiano): escreveu O Príncipe (1513), no qual estudou como se torna, se conserva e se perde o poder; recomendava, por exemplo, que o governante (o príncipe) respeitasse os feriados e dias santos para agradar o povo;

• - Miguel de Cervantes (espanhol): escreveu Dom Quixote (), no qual ironiza os ideais dos orgulhosos cavaleiros medievais e, ao mesmo tempo, faz críticas ao modo de vida burguês;

• - Rabelais (francês): escreveu Pantagruel (1532) e Gargântua (1534), nos quais defendia a idéia de que os homens deviam seguir apenas as leis da natureza;

• - William Shakespeare (inglês): um dos maiores autores teatrais; escreveu peças como Romeu e Julieta, Hamlet, Henrique VII, Sonho de uma noite de verão, etc;

• - Luís Vaz de Camões (português): publicou Os Lusíadas, no qual narra a história de Portugal, desde suas origens até as grandes navegações, valorizando os feitos humanos;

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CIÊNCIAPropunha-se realizar a ciência experimental, na qual a razão dos

fenômenos naturais se explicava através das experiências e cálculos, que comprovavam as teorias. Deixa-se para trás a verdade baseada na

fé em Deus e imposta pela Igreja, e passa-se a acreditar na verdade comprovada cientificamente, após grande observação, cálculo,

experimentos e reflexão.Cientistas:

• - Nicolau Copérnico: desenvolveu a teoria heliocentrista, na qual descobre que a Terra e os planetas giram em torno do Sol; posteriormente, Johann Kepler e Galileu confirmaram a teoria de Copérnico.

• - Galileu Galilei: além de comprovar a teoria heliocentrista, descobriu os satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as manchas do Sol e as fases de Vênus;

• - Leonardo Da Vinci: estudou anatomia, física, botânica, geologia, matemática e pintura; projetou grande inventos como pára-quedas, helicópteros, submarinos, metralhadoras, etc; projetou praças, ruas, canais de esgoto, pontes, etc;

• - Andréas Vesalius: estudou o corpo humano por meio da dissecação de cadáveres, fundando as bases da moderna anatomia;

• - Paracelso (médico e alquimista suíço): usava métodos diferentes para a cura de doenças, o que deu origem à homeopatia e à quimioterapia.

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ARTESCaracterísticas do renascimento artístico:

Na pintura:- o artista busca representar o espaço pela primeira

vez com a perspectiva, criando a ilusão de profundidade;

- representa os volumes com luz e sombra, por intermédio do claro e escuro;

- tenta descobrir formas de representar as texturas;- busca na Grécia antiga o estudo da anatomia dos

corpos;

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QUADRO DE CARACTERÍSTICAS ARTÍSTICAS DURANTE A HISTÓRIA

ANTIGUIDADE IDADE MÉDIA RENASCIMENTO

     

equilíbrio corpo / mente sem perspectiva Perspectiva / profundidade

perfeição do corpo / estética sem luz / sombra/ volume luz / sombra / volume / movimento

indivíduos nus sem textura texturas / liso / macia

motivos mitológicos sem perfeição do corpo tintas à óleo / maior opção de cores

  sem nus perfeição do corpo humano / estética

  pintura de temas religiosos indivíduos nus

    pintura de retratos, paisagens,

    temas mitológicos

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Na música:- a música tornou-se uma arte independente e não simplesmente um

instrumento auxiliar das cerimônias religiosas. Além da música sacra, desenvolveram-se a profana e a arte do canto coral;

Na escultura:- as figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos

decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência.; desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua observação de todos os ângulos possíveis; o estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou do contraposto (uma perna na frente e a outra, ligeiramente para trás); as vestes reduzem-se à expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.

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GALERIA DE ARTES

• À esquerda: mosaico bizantino - "Justiniano e Cortesãos “ - San Vitale, Ravena • À direita: miniatura do evangeliário de Carlos Magno

Na ARTE MEDIEVAL, as figuras humanas são chapadas, rígidas, simetricamente colocadas, parecendo estar penduradas. Os artesãos não tinham interesse em sugerir perspectiva ou volume. Figuras humanas altas, esguias, com faces amendoadas, olhos enormes e expressão solene, olhavam diretamente para a frente, sem o menor esboço de movimento.

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• Um rico judeu (com um chapéu pontudo, o Judenhut – ou pilleus cornutus) empresta moedas de ouro a um cristão. Na primeira cena (à esquerda), ele conta e separa as moedas; na segunda, ele está à direita do cristão, como que envolvendo-o, e entrega a pesada bolsa a ele. Repare na estigmatização do personagem: um proeminente e demoníaco nariz adunco, olhos argutos e incisivos, ricamente vestido, adornado com uma bela capa dourada e escarlate, sapatos proeminentementes pontudos, ele parece muito satisfeito com a concretização do negócio. Enquanto isso, a postura corporal do cristão denota comiseração, pois além de seus ombros estarem curvados, seus joelhos levemente dobrados e seus olhos fixos na bolsa, seu gesto de ampará-la com a mão direita sugere, além do peso em si, que ele está imaginando o quanto terá que pagar em troca. Por fim, observe que a porta está trancada com uma barra de metal, o que também sugere a clandestinidade do ato. Iluminura das Cantigas de Santa Maria.

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ARTE RENASCENTISTA

* Técnica da perspectiva

“SÃO JERÔNIMO EM SEU ESTÚDIO” (MESSINA) - Antonello

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“O CASAL ARNOLFINI” - JAN VAN EYCK - 1434

Um comerciante italiano que morava em Bruges, Giovanni Arnolfini, segura a mão de Jeanne de Chenany, sua jovem noiva. O cãozinho, os tamancos no chão, a fruta no peitoril da janela, o rosário pendurado num prego, as tábuas do assoalho e o tapete, tudo foi pintado com preciosa precisão. Van Eyck provavelmente foi solicitado a pintar este quadro para comemorar esta feliz união e, como uma testemunha de uma cerimônia de casamento, escreveu as palavras Johannes de eyck fuit hic ( Jan van Eyck estava presente ) na parede do fundo. No espelho abaixo, vêem-se as costas do casal de noivos, e uma terceira figura, possivelmente o pintor, testemunha o evento. A superfície lisa,como que esmaltada, foi obtida pela aplicação de várias camadas de pigmento misturado com óleo de linhaça. Depois, foi revestida com verniz. Utilizando esta técnica, Jan van Eyck e seu irmão, Hubert, tradicionalmente são creditados por terem "inventado"a pintura a óleo. Muitos imitaram o estilo dos van Eyck, mas ninguém jamais os superou.

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“MONALISA” ( GIOCONDA ) –

Leonardo Da Vinci

Leonardo lançou o sfumato, as camadas de brilho "`a maneira de fumaça, semlinhas ou fronteiras." Picos agudos, estradas sinuosas, águas ao longe. As linhas convergentes atrás da cabeça da Monalisa se chamam "perspectiva" com um único ponto de fuga. Leonardo: pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, inventor, cientista.Homem de grandes idéias, nem sempre realizadas. Muitas obras inacabadas. Carreira de apenas 30 quadros.

Antes de Monalisa: As pinturas eram afrescos, miniaturas, painéis em mobílias. Depois: pinturas de cavalete, emolduradas, exibidas em prateleiras ou penduradas na parede.

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Obras medievais – ausência de perspectiva

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Pintura grega

Placa de madeira pintada, encontrada em Corinto. Século VI a.C. Museu Arqueológico Nacional de Atenas

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PINTORES RENASCENTISTAS Leonardo da Vinci (1452-

1519): pintou obras como “Última ceia”, “Monalisa”, “Virgem dos rochedos” (ao lado), entre outras. Ao lado, “A virgem do fuso”.

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Michelângelo (1475 - 1564): pintor, escultor e arquiteto; pintou afrescos na Capela Sistina (abaixo), projetou a cúpula da Basílica de São Pedro e esculpiu obras como David e Pietá.

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Abaixo, duas obras de Michelângelo contidas no teto da Capela Sistina: “O pecado original e a expulsão do paraíso”, e “A criação de Adão”.

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Esculturas de Michelângelo: à esquerda, David; abaixo, Pietá.

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Rafael Sanzio (1483-1520): pintou diversos afrescos para o palácio do Vaticano; pintou várias madonas (representações da Virgem Maria

com o Menino Jesus). À esquerda, “A madona de Solly”; à direita, “A sagrada família”; em ambos os personagens são dispostos formando

um triângulo, característica principal do artista.

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Sandro Botticelli (1444-1510), considerado o último dos pré-renascentistas, inspirou-se na mitologia da Antigüidade e associou a

estética greco-romana ao universo religioso cristão. Abaixo, “O nascimento da Vênus”.

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Pós-renascimento: maior ênfase no jogo de luz / sombra; perfeição do corpo humano; detalhista. Abaixo, obra de

Caravaggio, “A dúvida de Tomé”.

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Outra obra de Caravaggio, “A crucificação de

São Pedro”

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No Brasil, obras pós-renascentista, já com

características do barroco. Ao lado, teto da igreja de

São Francisco de Assis, em Ouro Preto (MG), pintado, em 1766, por Manuel da

Costa Athaíde.