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AC108156-4/188RV APELAÇÃO CÍVEL Nº 108156-4/188 (200700552663) COMARCA: ITUMBIARA APELANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO APELADA : FERTILIZANTES BRASPLANTE LTDA RELATOR : Desembargador WALTER CARLOS LEMES RELATÓRIO Cuida-se de recurso apelatório interposto por Ministério Público, contra a sentença de fls. 177/179, proferida pelo MM. Juiz de Direito da Comarca de Itumbiara, Dr. Altair Guerra da Costa, que julgou parcialmente procedente o pedido exordial, condenando a ré a não exercer a atividade de industrialização de fertilizantes até a obtenção de renovação da licença ambiental, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), nos autos de ação civil pública que o apelante move em desproveito de Fertilizantes Brasplante Ltda. Sustenta, em síntese, o apelante, que foi proposta ação civil pública, objetivando suspender as atividades da apelada até ulterior apresentação da licença ambiental, bem como para compelí-la a compensar os danos ambientais, sócio- 1

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Page 1: RELATÓRIO - MP-GOdanos ambientais, sócio-econômicos e à saúde pública provocados em razão de suas atividades, bem como indenizar pelos danos extrapatrimoniais (morais), causados

AC108156-4/188RV

APELAÇÃO CÍVEL Nº 108156-4/188 (200700552663)

COMARCA: ITUMBIARA

APELANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO

APELADA : FERTILIZANTES BRASPLANTE LTDA

RELATOR : Desembargador WALTER CARLOS LEMES

RELATÓRIO

Cuida-se de recurso apelatório interposto por

Ministério Público, contra a sentença de fls. 177/179, proferida

pelo MM. Juiz de Direito da Comarca de Itumbiara, Dr. Altair

Guerra da Costa, que julgou parcialmente procedente o pedido

exordial, condenando a ré a não exercer a atividade de

industrialização de fertilizantes até a obtenção de renovação da

licença ambiental, sob pena de multa diária no valor de R$

500,00 (quinhentos reais), nos autos de ação civil pública que o

apelante move em desproveito de Fertilizantes Brasplante Ltda.

Sustenta, em síntese, o apelante, que foi

proposta ação civil pública, objetivando suspender as atividades

da apelada até ulterior apresentação da licença ambiental, bem

como para compelí-la a compensar os danos ambientais, sócio-

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econômicos e à saúde pública provocados em razão de suas

atividades.

Diz que, embora o feito tenha sido instruído

com vasta documentação, o pedido liminar foi indeferido e,

apoiada nesta decisão, a apelada manteve suas atividades no

mesmo ritmo, causando grandes incômodos e poluição

exagerada nas imediações de suas instalações, além de

funcionar sem a necessária licença ambiental, conforme

demonstram o documento de fls. 95 e 151.

Nesse contexto, alega o apelante que o fato é

notório para toda a comunidade de Itumbiara, já tendo sido

inclusive objeto de reportagem televisiva local, consoante se

depreende da fita de vídeo acostada aos autos (certidão de fls.

62).

Argumenta ainda, que existem várias provas a

embasarem a tese do apelante, conforme os depoimentos

testemunhais colhidos na fase instrutória, inclusive dos fiscais

de postura do município que fizeram a verificação in loco.

Assevera que a decisão singular merece

reforma, por não contemplar na sua condenação, a reparação

do dano ambiental causado pela apelada, nos termos do § 1º,

IV, do art. 14, da Lei 6.938/81, pois uma vez mantida, subsistirá

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o interesse particular em detrimento de toda uma coletividade de

habitantes que circundam aquela indústria.

Requer a reforma da decisão de 1º grau, para

que seja a apelada condenada a recuperar e compensar os

danos ambientais, sócio-econômicos e à saúde pública

provocados em razão de suas atividades, bem como indenizar

pelos danos extrapatrimoniais (morais), causados no complexo

ambiental atingido.

O recurso foi recebido pelo despacho de fls.

190.

Devidamente intimada, deixou a apelada de

apresentar contra-razões, conforme certificado às fls. 192.

Encaminhados os autos à este E. Tribunal,

vieram-me conclusos.

Instada, a douta Procuradoria de Justiça

emitiu parecer de fls. 198/213, manifestando pela reforma da

decisão atacada, entendendo estarem devidamente

comprovados os danos ambiental, sócio-econômico e à saúde

pública, bem como o dano moral, provocados em razão do

funcionamento da apelada em desacordo com a legislação

pertinente.

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Em seguida, foram-me os autos volvidos à

conclusão.

É o relatório que submeto à douta revisão.

Goiânia, 23 de maio de 2007.

Desembargador WALTER CARLOS LEMES

Relator

dmp/IM

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 108156-4/188 (200700552663)

COMARCA: ITUMBIARA

APELANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO

APELADA : FERTILIZANTES BRASPLANTE LTDA

RELATOR : JUIZ G. LEANDRO S. CRISPIM

VOTO

Recurso isento de preparo. Presentes os

pressupostos de admissibilidade recursal, conheço da apelação.

O Ministério Público, por seu representante

legal, ajuizou ação civil pública objetivando a condenação da ré

na obrigação de não fazer, com a cessação imediata de suas

atividades, até obtenção da necessária licença ambiental

expedida pela Agência Ambiental do Estado, bem como

condená-la a recuperar e compensar os danos ambientais,

sócio-econômicos e à saúde pública, e reparação do dano

moral, consoante previsão contida no art. 1º, da Lei 7.347/85, a

ser procedido em liqüidação por arbitramento.

Após os trâmites legais, foi proferida a

sentença fustigada, onde o MM. Juiz julgou parcialmente

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procedente o pedido exordial, somente para suspender as

atividades da apelada, até a obtenção da necessária licença

pelo órgão competente.

Inconformado com o deslinde da controvérsia,

o Ministério Público apela a este E. Tribunal salientando que os

danos pleiteados na inicial, conforme já relatados, estão

demasiadamente comprovados nos autos, merecendo pois

reforma a sentença singular, na parte que rejeitou tais pedidos.

Pois bem.

É cediço que a responsabilidade pelos atos

que desrespeitam as normas ambientais é objetiva, não

perquirindo quanto à culpa.

Desse modo, a legislação específica, Lei nº

6.938/81, adotou a sistemática da responsabilidade civil objetiva

ao teor da dicção do seu artigo 14, parágrafo primeiro, verbis:

“Art. 14. Sem obstar a

aplicação das penalidades

previstas neste artigo, é o

poluidor obrigado,

independentemente da

existência de culpa, a

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indenizar ou reparar os danos

causados ao meio ambiente e a

terceiros afetados por sua

atividade.

§ 1º. O Ministério Público da

União e dos Estados terá

legitimidade para propor ação

de responsabilidade civil e

criminal, por danos causados

ao meio ambiente”.

A adoção de tal primado significou apreciável

avanço no combate à degradação do meio ambiente, uma vez

que, sob esse sistema, não se considera, subjetivamente, a

conduta do causador do dano, mas sim a ocorrência do

resultado prejudicial ao ambiente.

Ad rem, para que se observe a

obrigatoriedade da reparação do dano ambiental, é necessário,

apenas, que se demonstre o nexo causal entre a lesão infligida

ao meio ambiente e a ação ou omissão do responsável.

Paralelamente, o inciso VII do retro

mencionado artigo 14 da Lei nº 6.938/81, prevê expressis verbis

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o dever do poluidor ou predador de recuperar os danos

causados.

Coroando tais assertivas, a rigidez de

tal posicionamento explica-se pelo tratamento dado pela Lex

Mater ao meio ambiente, erigindo-o à categoria de direito

fundamental na dicção do caput do seu artigo 5º, embasando-

se, portanto, em tais premissas, a firmeza com que são tratadas

essas questões.

Como se denota, em face de cristalina

previsão legal, verificam-se prosperáveis as alegações do

apelante, no sentido de que não poderia deixar a apelada de ser

responsabilizada pelos danos, reitere-se, sobejamente

comprovados.

Adotando essa exegese, esta Egrégia Corte

vem assim pontificando:

“(...) Segundo a cristalina

redação do art. 14, parágrafo

primeiro, da Lei número

6.938/81, a responsabilidade

pelo dano ambiental é

objetiva, de forma que se

torna desnecessária a

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perqüirição acerca da culpa do

agente. Indiscutível a

presença do nexo causal entre

a conduta do agente e o dano

ocasionado, uma vez que

comprovado satisfatoriamente

nos autos, tendo, inclusive, a

empresa causadora do dano

confessado que praticara a

conduta nociva ao meio

ambiente, há que se anotar a

imprescritibilidade do dano

ambiental coletivo, em face do

seu caráter de direito

fundamental de solidariedade.

Ademais não há que se cogitar

em prescrição na medida em que

há dano continuado, como na

espécie,não cessando seus

efeitos prejudiciais com o

passar do tempo, devendo, pois

ser reparado ainda que tardia

a medida sanatória”. (Ap. Cív.

nº 99.031 de Itumbiara in DJE

nº 14.860 de 17.10.2006, Drª

Sandra Regina Teodoro Reis).

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"(...) A Lei nº 6938/81 define

como poluidor quem direta ou

indiretamente, por ação ou

omissão, cause degradação

ambiental, independentemente

da prova de culpa. Concorrem

na responsabilidade objetiva

as pessoas jurídicas de

direito público e as de

direito privado prestadoras de

serviço público, conforme

preceitos da lei ambiental-

art. 14, parágrafos 1º e 2º -

cumulados com o parágrafo 6º

do artigo 37 e art. 225 da

CF/88. A ação civil pública

visa discutir, essencialmente,

a relação jurídica inerente a

proteção ambiental, assim

entendido o nexo causal entre

a conduta do agente e a

conseqüência pela violação ao

meio ambiente” (AI nº43.359 de

Goiânia in DJE nº 14.717 de

14.03.2006, Des. Leobino

Valente Chaves).

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Destaca-se no caso em tela, a comprovação

dos danos específicos suportados pela vizinhança local,

consoante as provas coligidas nos autos.

No Procedimento Administrativo instaurado

pelo Ministério Público (fls. 18), foram colhidos depoimentos de

05 testemunhas, restando patente a demonstração dos danos

ambientais e as irregularidades quanto ao funcionamento da

empresa apelada, como será explanado adiante.

Josina Lima dos Santos, às fls. 19, informa

que:

“a depoente e os vizinhos não

reclamam do barulho e sim do

pó branco e marrom que o

empreendimento industrial

causa”.

Às fls. 45 e 46, Ilza Pereira de Sousa Santos e

Eurípedes Rodrigues Borges, declaram, respectivamente, que:

“há mais de 03 (três) anos a

empresa referida vem causando

poluição e transtornos à saúde

e ao bem estar da vizinhança,

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principalmente pela emissão de

um pó com forte cheiro”.

O Relatório de Serviço de Fiscalização da

Empresa Fertilizantes Brasplante (fls. 51), firmado por fiscais de

postura daquela Prefeitura corroboram tais assertivas, senão

veja-se:

“(...) os Fiscais Pedro

Ferreira Neto, Luis Justino da

Silva e Maria de Lourdes Costa

Brito, foram ao local no dia

06/10/2005, a partir das 19:30

horas até as 00:00 hs, para

fazer averiguação se a Empresa

de Fertilizante Brasplante Ltda

está trabalhando, pois a

Agência Ambiental já fez uma

visita no local e constatou que

existia irregularidade no

funcionamento da Empresa,

fazendo multas e deixando dois

lacres para que o moinho não

funcionasse, embora ficou

constatado que tem dois moinhos

na Empresa e só foi feito o

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lacre em um moinho e a Empresa

não parou de funcionar nem um

dia, não houve mudanças de

funcionamento. No momento da

vistoria do dia 06/10/2005,

estavam presentes juntos com os

Fiscais, os Policiais Militares

Sargento Valdery e o Soldado

Ribeirinho. Por parte da

Empresa estava presente o

Gerente da Empresa: Jermano,

que juntos com os Policiais

mostrou os barracões. A

Poluição do Ar é constante e a

Empresa funciona todos os dias

até as 00:00 hs de todos os

dias. O Sr. Jermano disse que a

Empresa contratou uma Empresa

para fazer uma análise se o pó

é nocivo a saúde ou não”.

Ressalte-se que, é dever do tanto do Poder

Público como da coletividade defender e preservar o meio

ambiente ecologicamente equilibrado, para as presentes e

futuras gerações, pois trata-se de um bem de uso comum ao

povo e essencial à sadia qualidade de vida.

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A propriedade privada não se tornou algo

intocável; desde que seu uso se desencontre de sua função

social, vale dizer do interesse público concernente à segurança

à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do

mercado, à tranqüilidade pública, ao respeito às demais

propriedades, à estética urbana e aos direitos individuais e

coletivos, seja ou não matéria ou energia poluente, o Poder

Público tem o dever de limitá-la administrativamente.

Nesse contexto, tem-se que a empresa

apelada é civilmente responsável pelos eventuais danos

sofridos por terceiros em virtude de sua ação, ao exercer

atividade poluente, em desacordo com a legislação vigorante.

Na hipótese em estudo, o Ministério Público

ingressou com a presente ação civil pública, com pedido liminar,

no sentido de suspender as atividades da apelada até ulterior

apresentação da licença ambiental, bem como compelí-la a

compensar os danos causados, o que foi indeferido na instância

singela. e, de conseqüência, a apelada manteve suas

atividades.

Em decorrência disso, a apelada continuou

com suas atividades no mesmo ritmo, causando prejuízos de

ordem ambiental, sócio-econômicos e à saúde pública, mesmo

sem a possuir a necessária licença, consoante exaustivamente

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comprovado nos autos pelas provas coligidas, em especial a

Licença de Funcionamento acostada às fls. 95, vencida desde

janeiro de 2006.

Considerando-se pois que a apelada exercia

atividade de forma irregular, sem a devida autorização,

causando danos ao meio ambiente, subsistente a pretensão de

reparatória esposada na inicial.

A pretensão do apelante encontra amparo em

vários dispositivos da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,

que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins,

mecanismos de formulação e aplicação:

“a) O art. 3º, IV desse texto

é explícito em permitir a

responsabilização do agente

que, direta ou indiretamente,

der causa ao evento danoso:

Art 3. Para os fins previstos

nesta Lei, entende-se por:

IV - poluidor: pessoa física

ou jurídica, de direito

público ou privado,

responsável, direta ou

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indiretamente, por atividade

causadora de degradação

ambiental;

(...)

c) O art. 10 dispõe sobre a

necessidade de prévia licença

estadual de órgão integrante do

SISNAMA, bem como seu poder-

dever de paralisar obras que

possam acarretar prejuízos ao

meio ambiente:

Art. 10 - A construção,

instalação, ampliação e

funcionamento de

estabelecimentos e atividades

utilizadoras de recursos

ambientais, considerados

efetiva e potencialmente

poluidores, bem como os

capazes, sob qualquer forma, de

causar degradação ambiental,

dependerão de prévio

licenciamento de órgão estadual

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competente, integrante do

Sistema Nacional do Meio

Ambiente - SISNAMA, e do

Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e Recursos Naturais

Renováveis - IBAMA, em caráter

supletivo, sem prejuízo de

outras licenças exigíveis.

(Redação dada pela Lei nº

7.804, de 1989).”

Portanto, é o poluidor obrigado,

independentemente da existência de culpa, a indenizar ou

reparar os danos patrimoniais e extrapatrimoniais (morais)

causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua

atividade.

Ademais, os autos infracionais expedidos pela

Agência Goiana do Meio Ambiente (fls. 39/41), também são

conclusivos no sentido de que a apelada causou:

“Poluição Atmosférica e do

solo através da emissão de

fosfato bicálcio em seu

empreendimento e nos lotes

vizinhos do mesmo, em

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desacordo com a legislação

vigente, sendo o local

destinado a área residencial”.

A douta Procuradoria de Justiça em seu

parecer de fls. 198/213, muito bem explanou sobre a questão,

pelo que transcrevo parte de sua manifestação incorporando-a

este voto:

“Consoante se vê nos autos, o

repertório de documentos

arregimentados pelo apelante

comprovaram os atos praticados

pela apelada, inclusive

mantendo-se as condutas que

originou a referida ação,

quais sejam, o funcionamento

sem a devida licença ambiental

e a fabricação de

fertilizantes que prejudicaram

toda a coletividade, uma vez

que exala poeira branca

causando transtornos de saúde

e qualidade de vida para a

população vizinha.

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Não há dúvidas, através das

perícias realizadas e das

provas acostadas nos autos, da

ocorrência da conduta de dano

ambiental, e que a

responsabilização da apelada é

inconteste, diante da

legislação acima elencada. E

por conseqüência, o Magistrado

da instância singela

equivocou-se ao não condenar a

recorrida pelos danos já

causados. Somente impedi-la de

praticar os atos até a

regularização da licença não a

isenta das condutas até então

praticadas.

Entendeu o Magistrado em sua

decisão que a requerida

suspendeu a produção de

fertilizantes (fls. 154) e que

não foram encontradas

irregularidades no processo

produtivo de alimentos para

animais (fls. 162), ao passo

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que não indicam a ocorrência,

até a presente data, de

qualquer dano ambiental (fls.

178).

Diferentemente do entendimento

do Julgador, observa-se que a

documentação por ele

referenciada traz informações

sobre a capacidade da empresa

em produzir os produtos ali

citados, ou seja,

fertilizantes e fosfato

bicálcio. Em relação ao

primeiro, consta da informação

técnica que existem pendências

documentais (fls. 154, último

parágrafo). Em relação ao

segundo, constada informação

técnica que não foram

encontradas irregularidades

que pudessem comprometer o

funcionamento da empresa, no

que concerne à fabricação do

produto registrado no

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Ministério da Agricultura

(fls. 162).

Tais documentos são oriundos

do Serviço de Fiscalização do

Ministério da Agricultura, que

não tem competência para

análise do dano ambiental,

emitindo informações técnicas

sobre a capacidade da empresa

em produzir este ou aquele

insumo agrícola ou alimento

para animais. Tanto é assim

que ambos os órgãos de

fiscalização do Ministério da

Agricultura juntaram aos seus

laudos cópia do Termo de

Inspeção e Fiscalização onde

consta que o estabelecimento

deve apresentar a licença no

órgão do meio ambiente –

agência ambiental (fls. 156 e

165).

A apelada não alcançou a

licença ambiental e continuou

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funcionando normalmente. O

órgão competente para análise

da poluição ambiental causada

pela apelante em Goiás é a

Agência Goiana de Meio

Ambiente a qual autuou a

apelada por: 1. fazer

funcionar indústria de

fertilizantes sem a devida

licença do órgão ambiental

competente (agência ambiental)

– auto de infração nº 14395 –

fls. 40) e 2. por causar

poluição atmosférica e do solo

através de emissão de fosfato

bicálcio em seu empreendimento

e nos lotes vizinhos do mesmo

em desacordo com a legislação

vigente, sendo o local

destinado a área residencial –

auto de infração nº 14394 –

fls. 41)”.

Portanto, restou evidenciado

nos autos que, diferentemente

do entendimento do julgador

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monocrático, a apelada causou

dano ao meio ambiente e deve

repará-lo.

Com efeito.

No caso em tela, o evento danoso é

incontroverso, decorrente de impacto ambiental devidamente

comprovado nos autos.

E como o meio ambiente goza de proteção

constitucional, ex-vi do art. 225, III e § 3º, da Constituição

Federal e legislação inferior, a efetividade da proteção ao meio

ambiente, de interesse da coletividade, só é alcançada

apenando-se o causador do dano.

Assim, repita-se, em sendo o evento danoso

incontroverso, decorrente de degradação ambiental consistente

em poluição atmosférica e do solo, a conseqüência é a

procedência do pedido inicial.

A efetividade da proteção ao meio ambiente,

de interesse da coletividade, só é alcançada apenando-se o

causador do dano. E, reitere-se, em se tratando de dano

ambiental, é objetiva a responsabilidade do poluidor na forma

das Leis nºs 6.938/81, 9.605/98 Constituição Federal, § 3º, art.

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225. Portanto, uma vez verificado o dano ambiental, coexistem

a obrigação civil de indenizar, a responsabilidade administrativa

e a penal.

No caso aqui apresentado, claro também está

que o dano moral reclamado é proveniente da lesão à

comunidade, ou seja, a violação dos valores coletivos.

O art. 1º da Lei 7.347/85, assim dispunha:

“Art. 1º – Regem-se pelas

disposições desta Lei, sem

prejuízo da ação popular, as

ações de responsabilidade por

danos causados :

I – ao meio-ambiente;

II – ao consumidor;

III – a bens e direitos de

valor artístico, estético,

histórico, turístico e

paisagístico;

IV - (VETADO).”

Atualmente o art. 1º da referida norma, com a

novel redação dada pelo art. 88 da Lei 8884/94, prevê:

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“Art. 88. O art. 1º da Lei

7.347, de 24 de julho de 1985,

passa a vigorar com a seguinte

redação e a inclusão de novo

inciso:

Regem-se pelas disposições

desta lei, sem prejuízo da

ação popular, as ações de

responsabilidade por danos

morais e patrimoniais causados:

V – por infração da ordem

econômica.”

Originariamente, o objeto da lei que disciplina

a Ação Civil Pública versava, apenas, os danos causados ao

meio-ambiente, consumidor e aos bens e direitos de valor

artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Contudo, a

legislação sofreu significativas mudanças, no sentido de ampliar

o objeto da ação sub examine, para abranger a

responsabilidade do infrator pelos danos morais causados a

quaisquer dos valores e direitos transindividuais amparados pela

referida legislação.

Deveras, o meio ambiente ostenta na

modernidade valor inestimável para a humanidade, tendo por

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isso alcançado a eminência de garantia constitucional (art. 5º, X,

CF).

Consectariamente, a preocupação precípua do

julgador, nestes casos, é em evitar o dano ao meio ambiente,

direito elevado e protegido a nível constitucional, não podendo

ser dada interpretação judicial que venha a restringir essa

proteção.

A respeito do tema, ressalta a Dra. Vera Lúcia

R. S. Jucovsky, Juíza Federal do TRF da 3ª Região, em

brilhante monografia sobre os instrumentos de defesa do meio

ambiente, publicada na Revista TRF – 3ª Região, Vol. 39, que a

Constituição Federal cuidou de preservar o ambiente, pois

requer o estudo do impacto ambiental para licença de

empreendimentos que possam ter relevantes reflexos negativos

na natureza.

Da obra citada, destaco o seguinte trecho:

“Destarte, reconhecendo o

direito à qualidade do meio

ambiente como manifestação do

direito à vida, produziu um

texto inédito em Constituições

em todo o mundo, capaz de

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AC108156-4/188RV

orientar uma política

ambiental no país e de induzir

uma mentalidade

preservacionista. Com efeito,

considerando o meio ambiente

'bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de

vida', impôs ao Poder Público,

para assegurar a efetividade

desse direito, a incumbência

de 'exigir, na forma da lei,

para instalação de obra ou

atividade potencialmente

causadora de significativa

degradação do meio ambiente,

estudo prévio de impacto

ambiental, a que se dará

publicidade.”

Em sede pátria, a doutrina especializada

não discrepa do entendimento acima inaugurado no sentido de

indenizabilidade por danos morais em sede de danos

ambientais. Neste sentido, desta HUGO NIGRO MAZZILLI, in A

Defesa dos Interesses Difusos em Juízo, Saraiva, 2003, p.

131/132, litteris:

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AC108156-4/188RV

“OS DANOS MORAIS E

PATRIMONIAIS originariamente,

o objeto da LACP consistia na

disciplina da ação civil

pública de responsabilidade

por danos causados ao meio

ambiente, ao consumidor e a

bens e direitos de valor

artístico, estético,

histórico, turístico e

paisagístico. Mas, como já

anotamos a legislação

subseqüente ampliou

gradativamente o objeto da

ação civil pública. Diante,

porém, das inevitáveis

discussões doutrinárias e

jurisprudenciais sobre ação

civil pública da Lei nº

7.347/85 também alcançaria ou

não os danos morais, o

legislador resolveu explicitar

mens legis. A Lei nº 8.884/94

introduziu uma alteração na

LACP, segundo a qual passou a

ficar expresso que a ação

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civil pública objetiva a

responsabilidade por danos

morais e patrimoniais causados

a quaisquer dos valores

transindividuais de que cuida

a lei. São cumuláveis as

indenizações por dano material

e moral oriundos do mesmo fato

– é o que dispõe a Súmula 37,

do Superior Tribunal de

Justiça. E, nos termos de sua

Súmula 227, a pessoa jurídica

também pode sofrer dano moral.

Omissis” (p.132-132)

No mesmo diapasão, manifestam-se

EDUARDO LIMA DE MATOS, Dano ambiental: Uma Nova

Perspectiva de Responsabilidade Civil, in Grandes Temas da

Atualidade, Forense, 2002; e RICARDO LORENZETTI, O Direito

e o Desenvolvimento Sustentável – Teoria Geral do Dano

Ambiental Moral, in Revista de Direito Ambiental nº 28, RT, p.

139/149.

O advento do novel ordenamento

constitucional - no que concerne à proteção ao dano moral –

possibilitou ultrapassar a barreira do indivíduo para abranger o

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dano extrapatrimonial à pessoa jurídica e à coletividade.

No que pertine a possibilidade de reparação

por dano moral a interesses difusos como sói ser o meio

ambiente amparam-na: art. 1º da Lei da Ação Civil Pública e o

art. 6º, VI, do CDC.

Com efeito, o meio ambiente integra

inegavelmente a categoria de interesse difuso, posto

inapropriável uti singuli. Dessa forma, a sua lesão, caracterizada

pela diminuição da qualidade de vida da população, pelo

desequilíbrio ecológico, pela lesão a um determinado espaço

protegido, acarreta incômodos físicos ou lesões à saúde da

coletividade, revelando lesão ao patrimônio ambiental,

constitucionalmente protegido.

Diante de tais considerações, entendo que

no caso em tela também é cabível a reparação pelo dano moral

ambiental causado a coletividade, ou seja, os moradores

daquela comunidade.

Ao teor do exposto, e acolhendo o parecer

da douta Procuradoria de Justiça, conheço do apelo e dou-lhe

provimento para reformar a decisão vergastada, condenando a

requerida/apelada a recuperar e compensar os danos

ambientais, sócio-econômicos e à saúde pública, mediante as

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providências necessárias, fixando o prazo de 60 (sessenta) dias

para início de tais medidas, condenando-a também ao dano

moral provocado em razão de seu funcionamento em

desconformidade com a legislação ambiental pertinente, que

arbitro no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a ser revertido

em prol do Fundo Estadual do Meio Ambiente, nos termos da

Lei 7.347/85, mantendo, quanto ao mais, a decisão objurgada.

É o voto.

Goiânia, 28 de junho de 2007.

JUIZ G. LEANDRO S. CRISPIM

Relator Substituto

dmp/IM

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 108156-4/188 (200700552663)

COMARCA: ITUMBIARA

APELANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO

APELADA : FERTILIZANTES BRASPLANTE LTDA

RELATOR : JUIZ G. LEANDRO S. CRISPIM

EMENTA. Ação Civil Pública. Meio

Ambiente. Dano Patrimonial e Dano

Moral Coletivo. Reparação. Procedência.

1. A responsabilidade pelos atos que

desrespeitam as normas ambientais é

objetiva, não perquirindo quanto à culpa

(Lei nº 6.938/81). Portanto, é o poluidor

obrigado, independentemente da

existência de culpa, a indenizar ou

reparar os danos patrimoniais e

extrapatrimoniais (morais) causados ao

meio ambiente e a terceiros, afetados por

sua atividade. 2. O meio ambiente goza

de proteção constitucional, ex-vi do art.

225, III e § 3º, da Constituição Federal e

legislação inferior, a efetividade da

proteção ao meio ambiente, de interesse

da coletividade, só é alcançada

apenando-se o causador do dano.

Assim, em sendo o evento danoso

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incontroverso, decorrente de degradação

ambiental consistente em poluição

atmosférica e do solo, como no caso dos

autos, a conseqüência é a procedência

do pedido. 3. O advento do novel

ordenamento constitucional - no que

concerne à proteção ao dano moral –

possibilitou ultrapassar a barreira do

indivíduo para abranger o dano

extrapatrimonial à pessoa jurídica e à

coletividade. O meio ambiente integra

inegavelmente a categoria de interesse

difuso, posto inapropriável uti singuli.

Dessa forma, a sua lesão, caracterizada

pela diminuição da qualidade de vida da

população, pelo desequilíbrio ecológico,

pela lesão a um determinado espaço

protegido, acarreta incômodos físicos ou

lesões à saúde da coletividade, revelando

lesão ao patrimônio ambiental,

constitucionalmente protegido, ensejando

a reparação moral ambiental causada a

coletividade, ou seja, os moradores

daquela comunidade. 4. Sentença

reformada. Condenação da

requerida/apelada a recuperar e

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compensar os danos ambientais, sócio-

econômicos e à saúde pública, bem como

em dano moral coletivo. Apelo

conhecido e provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de

Apelação Cível nº 108156-4/188 (200700552663) da Comarca

de Itumbiara, sendo Apelante, Ministério Público e Apelado,

Fertilizantes Brasplante Ltda.

O Tribunal, por sua Quinta Turma Julgadora

da Terceira Câmara Cível, à unanimidade de Votos, conheceu

do Recurso, dando-lhe provimento, nos termos do Voto do

Relator. Custas de Lei.

Votaram com o Relator os

Desembargadores Felipe Batista Cordeiro e Rogério Arédio

Ferreira.

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Presente o ilustre representante da

Procuradoria Geral de Justiça, Dr. Wellington de Oliveira Costa.

Goiânia, 28 de junho de 2007.

DESA. NELMA BRANCO FERREIRA PERILO

Presidente

JUIZ G. LEANDRO S. CRISPIM

Relator Substituto

Dmp/IM

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