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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL Projeto Agrícola no Município de Uruçuí - PI Julho/2018

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Page 1: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - Piauí · economia do Estado do Piauí e do município inserido na área de abrangência do projeto; iii. Estabelecer cultivos agrícolas que contribuam

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

Projeto Agrícola no Município de Uruçuí - PI

Julho/2018

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COMPANHIA FLORESTAL DO BRASIL S.A.

Endereço Av. Brigadeiro Faria Lima, 3400, 15º andar. CEP 04.538-132 - Itaim Bibi - São Paulo/SP

CNPJ 18.368.414/0001-33

Telefone (11) 3049-7588

REPRESENTANTE LEGAL

Nome David Moise Salama

Telefone (11) 3049-7588

E-mail [email protected]

STCP ENGENHARIA DE PROJETOS LTDA.

Endereço Rua Euzébio da Motta, 450. CEP 80.530-260 - Juvevê - Curitiba/PR

CNPJ 81.188.542/0001-31

Telefone (41) 3252-5861

REPRESENTANTE LEGAL

Nome Joésio Deoclécio Pierin Siqueira

Telefone (41) 3252-5861

E-mail [email protected]

EMPREENDEDOR

EMPRESA CONSULTORA RESPONSÁVEL PELO EIA/RIMA

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EQUIPE TÉCNICA PRINCIPAL

PROFISSIONAL FORMAÇÃO ATRIBUIÇÃO REGISTRO DE

CLASSE CTF E-MAIL

Ivan Tomaselli Engenheiro Florestal Supervisão Geral CREA 3.793/D-PR - [email protected]

Joésio Deoclécio Siqueira Engenheiro Florestal Supervisão Geral CREA 4.057/D-PR 183508 [email protected]

Michela Cavilha Scupino Geógrafa Supervisão Técnica CREA 93.566/D-PR 1503810 [email protected]

Joésio de Meirelles Siqueira Engenheiro Ambiental Coordenação Geral CREA 117.897/D-PR 5379412 [email protected]

Marcelo Lentini Ribas Engenheiro Ambiental Coordenação Técnica e do Meio Físico CREA 98.310/D-PR 4699226 [email protected]

Sérgio Augusto A. Morato Biólogo Coordenação do Meio Biológico CRBio 8.478/07-D 50879 [email protected]

Claudia Pereira Silva Sampaio Agrônoma Coordenação do Meio Antrópico CREA 23.603/D-PR 4732705 [email protected]

Everson Paulo Fogolari Arqueólogo Coordenação Arqueologia - 574843 [email protected]

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PROFISSIONAL FORMAÇÃO ATRIBUIÇÃO

MEIO FÍSICO

Lígia Carla de Souza Engenheira Florestal Elaboração de Diagnóstico - Recursos Hídricos

Henrique Yoshiaki Nichioka Engenheiro Químico Elaboração de Diagnóstico - Recursos Hídricos

Francelino Szanoski de Jesus Geógrafo Elaboração de Diagnóstico - Clima

Michela Cavilha Scupino Geógrafa Elaboração de Diagnóstico - Geormorfologia, Geologia e Solos

Daniel S. Angelo Júnior Técnico Ambiental Elaboração de Diagnóstico

MEIO BIOLÓGICO

Luciano Moreira Ceolin Biólogo Elaboração de Diagnóstico - Especialista em Flora

Tássia Flávia de Oliveira Engenheira Florestal Elaboração de Diagnóstico - Especialista em Flora

Sérgio Abrahão Morato Biólogo Elaboração de Diagnóstico - Especialista em Fauna

Urubatan Skerratt Suckow Biólogo Elaboração de Diagnóstico - Especialista em Fauna

Vilmar Bueno Junior Biólogo Elaboração de Diagnóstico - Especialista em Fauna

MEIO ANTRÓPICO

Renata Cristine Gonçalves Economista Especialista em Economia

Saylon Jean Sennes Estagiário de Engenharia Ambiental Consolidação de dados

Daniel Ferlete dos Santos Estagiário de Economia Consolidação de dados

ARQUEOLOGIA

Carlos Fabiano Lima Arqueólogo Coordenador de Campo

Rodrigo Junghans Arqueólogo Elaboração de Diagnóstico - Arqueologia e Trabalhos em Campo

Samara Raquel dos Santos Nascimento Arqueóloga Elaboração de Diagnóstico - Arqueologia

Marcia Rodrigues Arqueóloga Elaboração de Diagnóstico - Arqueologia

Alejandra Toriz de la Rosa Antropóloga e Técnica em Geoprocessamento Elaboração de Diagnóstico - Arqueologia

Desireé Aguado Minero Arqueóloga e Técnica em Geoprocessamento Elaboração de Diagnóstico - Arqueologia

Tiago da Rosa Pereira Historiador e Técnico em Arqueologia Elaboração de Diagnóstico - Arqueologia

José Antônio de Souza Técnico em Arqueologia Elaboração de Diagnóstico - Arqueologia

Manoel Messias de Souza Técnico em Arqueologia Elaboração de Diagnóstico - Arqueologia

Cleonice Maria Dariva Fogolari Licenciada em Letras e Bacharel em Direito Revisão dos estudos arqueológicos

ASPECTOS LEGAIS

Janon Siqueira Advogado Especialista em Aspectos Legais

SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

Juliana Boschiroli L Puga Engenheira Cartógrafa Geoprocessamento

Osmar Luiz Fantinel Técnico em Geoprocessamento Geoprocessamento

Alisson Francis Bernardi Técnico em Geoprocessamento Geoprocessamento

EQUIPE TÉCNICA DE APOIO

Page 5: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - Piauí · economia do Estado do Piauí e do município inserido na área de abrangência do projeto; iii. Estabelecer cultivos agrícolas que contribuam

SUMÁRIO

1. Introdução................................................................ 2. Objetivos................................................................... 3. Justificativas.............................................................. 4. Localização do empreendimento............................ 5. Descrição do Projeto Florestal................................ 6. Alternativas ao Projeto Proposto........................... 7. Regulamentação Aplicável..................................... 8. Planos e Programas governamentais.................... 9. Diagnóstico ambiental............................................ 9.1 Meio Físico................................................ 9.2 Meio Biológico......................................... 9.3 Meio Antrópico....................................... 10. Avaliação de Impacto Ambiental............................ 11. Medidas e programas.............................................. 12. Prognóstico da qualidade ambiental...................... 13. Considerações finais................................................

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freeimages.com/Roberto Ribeiro

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1. INTRODUÇÃO

Fundada em 1941, a Companhia

Siderúrgica Nacional (CSN), empresa

brasileira, com quase 20.000

colaboradores, detém um dos mais

eficientes complexos siderúrgicos

integrados do mundo, atuando em

cinco setores: siderurgia, mineração,

logística, cimento e energia.

Por intermédio de sua subsidiária,

denominada de Companhia Florestal

do Brasil (CFB), a CSN pretende

viabilizar a implantação de um Projeto

Agrícola em terras com promessa de

compra pela empresa, que totalizam

uma área total de aproximadamente

25 mil hectares distribuídos em

municípios localizados na região de

Uruçuí-PI. Diante disto, busca-se criar

na microrregião de Uruçuí uma base

agrícola comercial capaz de abastecer

o mercado local e regional, gerando

recursos, empregos e impostos para

alavancar a economia do Estado do

Piauí e dos municípios inseridos na

área de abrangência do projeto. Além

disso, estabelecer cultivos agrícolas

que contribuam ao desenvolvimento

sustentável da região e integrar

atividades produtivas à proteção e

conservação ambiental, atendendo a

legislação e os princípios básicos para

sustentabilidade do empreendimento,

incluindo a função social da

propriedade.

O Projeto Agrícola proposto deverá

obter o licenciamento ambiental

prévio, por meio da apresentação de

Estudo e Relatório de Impacto

Ambiental (EIA/RIMA) ao Órgão

Estadual Competente, ora a

Secretaria Estadual de Meio Ambiente

e Recursos Hídricos (SEMAR-PI). O

presente documento é denominado

de Relatório de Impacto Ambiental.

FreeImages.com/Roberto Ribeiro

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Este é o Relatório de Impacto Ambiental da microrregião de Floriano. O objetivo geral da Companhia Florestal do Brasil é viabilizar a implantação de um Projeto Agrícola em terras com promessa de compra pela empresa, que totalizam uma área total de aproximadamente 25 mil hectares no município de Uruçuí-PI.

FreeImages.com/Luiz Baltar

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2. OBJETIVOS

i. Criar no município de Uruçuí uma base agrícola

comercial capaz de abastecer o mercado local e

regional;

ii. Gerar recursos, empregos e impostos para alavancar a

economia do Estado do Piauí e do município inserido

na área de abrangência do projeto;

iii. Estabelecer cultivos agrícolas que contribuam ao

desenvolvimento sustentável do município de Uruçuí;

iv. Integrar atividades produtivas à proteção e

conservação ambiental, atendendo a legislação e os

princípios básicos para sustentabilidade do

empreendimento, incluindo a função social da

propriedade.

Para atender o objetivo geral foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

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3. JUSTIFICATIVAS

A região do município de Uruçuí possui

extensos plantios de soja já implantados.

A adaptação desta cultura na região, os

índices de produtividade, as condições

edafo-climáticas, somadas às facilidades

logísticas levaram a selecionar o

município e a soja como a cultura a ser

adotada no presente Projeto Agrícola.

FreeImages.com/Luiz Baltar

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4. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

A localização do Projeto Agrícola foi

definida, sobretudo, em função da sua

proximidade com a ferrovia

Transnordestina. O projeto da ferrovia,

que totaliza 1.728 km, é uma obra que

ligará o cerrado piauiense (incluindo a

área do presente projeto) ao Porto de

Pecém, no Ceará; e ao Porto de Suape,

em Pernambuco. Dessa forma,

facilitará o escoamento da soja

produzida pelo empreendimento, além

de elevar a competitividade do setor

de base agrícola no estado do Piauí.

A área do Projeto Agrícola contempla

propriedades a serem adquiridas pela

Companhia Florestal do Brasil, ora com

contrato particular de promessa de

compra e venda vigentes, localizadas

no município de Uruçuí no estado do

Piauí. Somadas, totalizam, até o

momento, aproximadamente 25 mil

hectares.

A distância de Teresina até o bloco de

fazendas, por meio do trajeto mais

rápido (BR-343) varia de

aproximadamente 445 km (mais

próxima) a 480 km (mais distante).

FreeImages.com/ Leonardo Novaes

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Figura 01 – Localização das Propriedades FreeImages.com/ Roberto Ribeiro

Fonte: STCP (2018)

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5. DESCRIÇÃO DO PROJETO AGRÍCOLA

O projeto foi desenvolvido a partir de

uma análise de opções, considerando os

conhecimentos técnicos relacionados à

agricultura e as particularidades da

região.

O projeto inclui os seguintes aspectos:

I. Parâmetros de Planejamento;

II. Fase de Implantação;

III. Fase de Manutenção;

IV. Fase de Operação;

V. Análise de Pré-Viabilidade Econômico-Financeira

FreeImages.com/ Roberto Ribeiro

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A fase de planejamento considera as atividades de mapeamento e uso do solo, definição das variedades a serem

cultivadas (soja), ciclo de cultivo, semeadura e densidade do plantio.

I) Parâmetros de Planejamento

5. DESCRIÇÃO DO PROJETO FLORESTAL

i. Mapeamento e Uso do Solo -

considera como base imagens

de satélite e estudo de campo,

contemplando a elaboração de

uma proposta de zoneamento

baseada no atendimento legal

da propriedade.

ii. Variedades - o cultivo agrícola

proposto para implantação na

região é de soja (Glycine max

L.)

iii. Semeadura e Ciclo de Cultivo –

se dará entre os meses de

novembro e dezembro,

podendo ser alterado em

função da pluviosidade e ao

período de seca na região.

iv. Densidade - para a Região

Norte/Nordeste do Brasil, de

um modo geral, a densidade

varia entre 150 a 300 mil

plantas por hectare.

v. Área e Cronograma de Plantio

- análises indicam um

aproveitamento de 60% da

área das propriedades para o

plantio de soja - 14.908,7

hectares.

vi. Expectativa de Produção - a

produtividade média para o

estado do Piauí foi de 1.143

kg/ha. Contudo, para a safra de

2016/2017 a produtividade

média esperada é de 2.886

kg/ha.

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A fase de implantação inclui as atividades de limpeza do terreno, estabelecimento da infraestrutura, preparo do solo e plantio. Estas atividades são detalhadas a seguir.

II) Fase de Implementação

5. DESCRIÇÃO DO PROJETO FLORESTAL

I. Limpeza do Terreno - serão

utilizados tratores e esteira com

grade, rolo faca, corrente e

lâmina, nas áreas que

necessitam.

II. Estabelecimento da

Infraestrutura - a geometria e

dimensão das glebas da

propriedade agrícola

condicionarão o posicionamento

dos carregadores para otimizar o

escoamento da safra, abastecer

máquinas e equipamentos e

gerar economia energética nas

operações agrícolas.

III. Preparo do Solo - contempla

aquelas atividades que serão

executadas antes do plantio e

envolve a retirada de raízes e

restos vegetais, queima e

destruição controlada desse

material, rompimento das

camadas compactadas de solo,

adubação e nivelamento do solo.

IV. Plantio - se dará por meio de

plantadeiras com sistema vacum

e com uma profundidade de

semeadura de 3 a 4 cm, pois se

trata de um solo relativamente

leve, proporcionando um maior

teor de umidade para a

germinação das sementes.

FreeImages.com/ Roberto Ribeiro

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São as atividades desenvolvidas até o cultivo atingir maturação para a realização da colheita

III) Fase de Manutenção

5. DESCRIÇÃO DO PROJETO FLORESTAL

i. Controle de Ervas Daninhas, Doenças e Pragas - o

controle de pragas deverá ocorrer de acordo com o

eventual aparecimento e grau de infestação que

justifiquem economicamente o combate.

ii. Conservação de Estradas e Aceiros - anualmente,

durante o processo de preparação do solo, semeadura

e colheita serão executados trabalhos de conservação

das estradas que servirão para escoamento da

produção.

FreeImages.com/ Roberto Ribeiro

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A fase de operação compreenderá apenas a etapa de colheita dos grãos. A colheita prevista será mecanizada utilizando-

se colheitadeiras automotrizes. O seu início deverá ocorrer quando as plantas perderem suas folhas, os caules e as vagens

se apresentarem secas, e os grãos apresentarem consistência dura, isto é, assim que a lavoura atinja o estágio adequado

de maturação para evitar perdas de qualidade.

IV) Fase de Operação

5. DESCRIÇÃO DO PROJETO FLORESTAL

FreeImages.com/ Fernando Weberich

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A pré-viabilidade é um indicador da atratividade do negócio , levantando como principais aspectos:

V) Análise de Pré-Viabilidade Econômico-Financeira

5. DESCRIÇÃO DO PROJETO FLORESTAL

I. Mercado e preços - a aptidão da terra no município de

Uruçuí e adjacências, como Balsas (MA), tornou o

cultivo de soja como uma das principais atividades

agrícolas na região. Há um setor estabelecido com

produtores locais, e o mercado de grande valor é a

exportação, embora exista também um mercado

nacional.

II. Custos - o custo total é de R$ 2.312/ha.safra, sendo que

o custeio da lavoura (sobretudo insumos) é o centro

de custo de maior relevância (65% do custo total).

III. Estimativa de Fluxo de Caixa - fluxo de caixa indica

uma receita e uma despesa anual estabilizada a partir

do 6º ano. O fluxo de caixa acumulado se torna

positivo a partir do 8º ano.

IV. Análise de Resultados e Sensibilidade – Com base nas

premissas adotadas, o cultivo de soja na região de

Uruçuí (PI) é uma operação rentável, com uma TIR de

14,9%.

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6. ALTERNATIVAS AO PROJETO PROPOSTO

Alternativa I: Manter o empreendimento onde está

prevista a sua instalação

A escolha locacional das áreas pretendidas para a

implantação do empreendimento justifica-se com base

em várias condicionantes locais que levaram a considerar

essas áreas como as mais propícias:

• Os resultados apontam o município de Uruçuí e

arredores como uma das regiões mais aptas no

Estado para o desenvolvimento de cultivos agrícolas,

especialmente a soja;

• Facilidade no escoamento da soja em função da

proximidade com a ferrovia Transnordestina, que

ligará o cerrado piauiense ao Porto de Pecém, no

Ceará; e ao Porto de Suape, em Pernambuco.

• A área não possui restrições de ordem legal para seu

uso com cultivos agrícolas de soja.

Alternativa II: Remanejar o empreendimento em outra

área dentro do próprio Estado

Caso a implantação se dê em outra área que contenha

vegetação nativa, os aspectos negativos serão os

mesmos que os gerados na alternativa I. Se a área já

estiver sendo destinada ao desenvolvimento de

atividades econômicas do setor primário (agricultura,

pecuária e extrativismo), implica na retirada de tal

atividade do contexto econômico regional e substituí-la

pelo plantio de espécies de rápido crescimento. Nesse

caso devem ocorrer os seguintes efeitos:

• Interferência na estrutura fundiária regional;

• Interrupção da atividade econômica já em execução,

com correspondente impacto na população e

costumes de produção local.

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6. ALTERNATIVAS AO PROJETO PROPOSTO

Foto: STCP (2017).

Uma alternativa técnica para o cultivo de soja seria a

implantação de um sistema de irrigação. Esse sistema tem

tido uma grande aceitação por parte dos produtores

devido a alguns fatores, como a necessidade mínima de

mão de obra, simplicidade de opção, adaptabilidade a

terrenos planos e ondulados, permitir a aplicação de

fertilizantes via água (fertirrigação).

O impasse é a necessidade de alto investimento. O valor

estimado para esse tipo de irrigação gira em

aproximadamente R$ 4.500,00/ha.

De uma maneira geral, a não instalação do

empreendimento poderia implicar em algum ganho na

qualidade ambiental da região, tendo em vista a

regeneração decorrente de áreas abertas e sem

continuidade de intervenção.

Outro ponto a ser considerado, caso o empreendimento

não seja instalado, é o não cumprimento da função social

da terra, isto é, a não implantação do empreendimento

poderia configurar em terras que não apresentam níveis

satisfatórios de produção.

Por se tratar de uma área que, em grande parte, já

apresenta interferências antrópicas, o ganho social e

econômico é maior, dado que, além da produção de

grãos, a instalação do empreendimento refletirá

diretamente na melhoria da renda e da qualidade de vida

da população, através dos rendimentos ou através da

injeção de recursos na economia, bem como pela geração

de impostos para o setor público os quais, também,

contribuirão para o benefício social de toda a população

da região.

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7. REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL

Resolução CONAMA 001/86 - exigência de

elaboração de Estudo de Impacto Ambiental

para instalação de obras ou atividades

potencialmente causadoras de significativa

degradação ambiental

Legislação Federal

• Lei de Proteção ao Patrimônio Histórico

e Artístico Nacional (Decreto-Lei nº

25/37)

• Lei de Proteção à Fauna (Lei n° 5.197/67)

• Política Nacional De Meio Ambiente (Lei

N° 6.938/81)

• Lei da Ação Civil Pública (lei n° 7.347/85)

• Lei dos Agrotóxicos (Lei n° 7.802/89)

• Política Nacional de Recursos Hídricos

(Lei n° 9.433/97)

• Lei de Crimes Ambientais (Lei n° 9.605/98

e Decreto n° 3.179/99

• Lei do Sistema Nacional de Unidade de

Conservação – SNUC (Lei n° 9.985/00 e

Decreto nº 4.340/02)

• Do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01

• Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei

n° 12.305/10)

• Código Florestal (Lei n° 12.651/12 e

12.727/12)

Legislação Estadual

• Proibição de Derrubada de Árvores (Lei

n° 3.888/1983)

• Política Estadual de Meio Ambiente (Lei

4.854/96)

• Política Florestal do Estado (Lei nº

5.178/00)

Legislação Municipal

• Lei Orgânica Municipal (5 de abril de

1990)

Atos Normativos

• Resolução CONAMA n° 001/86

• Resolução CONAMA n° 006/86

• Resolução CONAMA n° 09/87

• Resolução CONAMA n° 237/97

• Resolução CONAMA nº 357/05

• Resolução CONSEMA n° 10/09

• Portaria Conjunta SEMAR nº 3/15

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8. PLANOS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS

Qual a inserção do empreendimento no cenário do desenvolvimento nacional, estadual e municipal?

FEDERAL

Articulação no Semi-Árido

Brasileiro - ASA

Programa Agroamigo

Programa Nacional da Agricultura

Familiar - PRONAF

Programa Nacional de Acesso ao

Ensino Técnico e Emprego - PRONATEC

Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE

Programa de Aquisição de

Alimentos - PAA

ESTADUAL

Programa Setre nos Municípios

Programa de Regularização Fundiária do Piauí

Plano Plurianual do Estado do Piauí 2016-2019

Foto: STCP (2017)

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Para fins de entendimento das condições

ambientais da área de influência do presente

Projeto Agrícola, foi realizado um diagnóstico

subdividido em três grandes áreas de

conhecimento:

i. Meio Físico;

ii. Meio Biológico;

iii. Meio Antrópico.

9. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Foto: STCP (2017)

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OS limites das áreas de influências são

comumente, delimitadas em três

perspectivas: Área Diretamente Afetada

(ADA); Área de Influência Direta (AID) e

Área de Influência Indireta (AII).

• ADA - área que será efetivamente

ocupada pelo empreendimento nas

fases de instalação e operação.

• AID - território em que se darão as

transformações ambientais diretas

decorrentes do empreendimento.

• AII - aquela potencialmente afetada

pelos impactos indiretos da

implantação e operação do

empreendimento.

Diagnóstico Ambiental

9.1 MEIO FÍSICO

Figura 02 – Áreas de Influência de Meio Físico e Biológico

Fonte: STCP (2018)

Page 24: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - Piauí · economia do Estado do Piauí e do município inserido na área de abrangência do projeto; iii. Estabelecer cultivos agrícolas que contribuam

Clima e Meteorologia -

segundo Koppen a região é

classificada em Aw, clima

tropical com chuvas no

verão.

A região apresenta

temperatura média mensal

(período de 2008 a 2016),

oscilando entre 25,06 ºC

(fevereiro) e 28,69 ºC

(setembro), evidenciando

baixa amplitude de

temperatura ao longo do

ano do local.

Na região de Uruçuí, há a

caracterização de dois

períodos distintos: um com

presença abundante de

chuvas, de dezembro a

abril, e outro com a

diminuição quase total de

precipitação no período de

junho a setembro. O mês

de fevereiro apresenta os

maiores índices

pluviométricos médios. Em

contrapartida, em agosto

os menores.

A velocidade média do

vento em Uruçuí-PI, para a

série histórica 2009-2016, é

de 3,49 km/h. O ano com

maior velocidade

registrada foi 2010 nesta

série histórica, com 4,54

m/s, enquanto o ano com

menor velocidade foi 2015,

com 2,75 km/h.

Diagnóstico Ambiental

9.1 MEIO FÍSICO

freeimages.com/Steve Knight

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A área de abrangência do Projeto

Agrícola se insere na Região

Hidrográfica do Parnaíba, sétima em

extensão do país, que, por sua vez,

insere-se integralmente na Sub-Bacia

do Rio Uruçuí-Preto.

Diagnóstico Ambiental

9.1 MEIO FÍSICO

Figura 03 – Sub-Bacia do Rio Uruçuí-Preto Fonte: STCP (2018)

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Diagnóstico Ambiental

9.1 MEIO FÍSICO

Aguas Subterrâneas: A principal província hidrogeológica do Nordeste

brasileiro e a do Parnaíba, fonte mais importante de abastecimento da

população do estado do Piauí, estimando-se que 80% das cidades usem

águas de poços. O aquífero Pedra de Fogo é o que possui maior área

inserida no projeto, ADA, AID e AII apresentando 80,6%, 57,8% e 59,8%

respectivamente. Em seguida, aparece o aquífero Poti-Piauí com 19,4%,

48,2% e 40,2% da ADA, AID e AII

freeimages.com/Patrick Bürgler

Foto: STCP (2017)

A qualidade hídrica dos rios inseridos na área de influência do Projeto Agrícola apresentam determinadas alterações nas características físico-químicas em função de atividades locais. Foram diagnosticadas altas cargas orgânicas, níveis baixos de oxigênio e Potencial Hidrogeniônico (pH) com caráter ácido.

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A área de abrangência do projeto se insere

na Grande Bacia Sedimentar do Parnaíba,

classificada como do tipo intracratônico e

tem seu arcabouço influenciado por

características estruturais do

embasamento cristalino.

Nas áreas de influência do

empreendimento os solos

predominantes são os Latossolos,

Neossolos Litólicos e Plintossolos

Pétricos Concrecionários

Foto 3.02 – Tipos de Solos Encontrados nas Áreas de Influência do Empreendimento

Legenda: (A) Latossolo Amarelo; (B) Neossolo Litólico; (C) Plintossolo Pétrico Concrecionário.

Diagnóstico Ambiental

9.1 MEIO FÍSICO

Figura 04 – Exemplos de solos encontrados na área

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A cada área de influência ocorrem diferentes usos de solo como descrito abaixo:

Tabela 3.25 – Distribuição das Classes de Uso e Ocupação do Solo nas Áreas de Influência do Empreendimento

ÁREA INFLUÊNCIA CLASSES DE USO DO SOLO ÁREA (ha) ÁREA (%)

ADA

Agricultura 4.728,08 28,0

Benfeitorias 13,43 0,1

Vegetação Nativa 12.125,08 71,89

Subtotal ADA

16.866,59 100

AID

Agricultura 600,12 5,8

Benfeitorias 13,33 0,1

Vegetação Nativa 9.651,19 94,1

Vegetação Nativa + Atividades Agrícolas 0,01 0,0

Subtotal AID

10.264,65 100

AII

Agrícultura 0,05 0,0

Corpos Hídricos 204,67 1,9

Vegetação Nativa 163.601,52 88,3

Vegetação Nativa + Atividades Agrícolas 21.596,10 11,6

Subtotal ADA

185.402,34 100

TOTAL GERAL 212.533,58 --

Diagnóstico Ambiental

9.1 MEIO FÍSICO

Figura 05 – Uso e Ocupação do Solo

Fonte: STCP (2018)

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O Estado do Piauí se destaca por possuir

extensas áreas dos dois maiores biomas de

áreas abertas do país (Cerrado e Caatinga). A

Caatinga ocupa 37% e o Cerrado 33% da área

total do Estado. Além desses dois biomas

abertos, a vegetação em sistema de transição

recebe ainda influência da Amazônia, refletindo

diretamente em uma elevada riqueza de

espécies

Foto: STCP (2017)

Diagnóstico Ambiental

9.2 MEIO BIOLÓGICO

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A superfície da Área de Influência Direta abrange um território de 10.264,65 ha, o qual é revestido em sua grande maioria por Savana Arborizada (9.651,19 ha). Esse valor representa cerca de 94% da cobertura vegetal da AID. A cobertura vegetal que encerra a ADA abrange uma área de 16.866,59 ha, sendo caracterizada como predominantemente savânica (Savana Arborizada). Essa fitofisionomia representa cerca de 72% de toda a Área Diretamente Afetada. A classe de vegetação predominante na AII é caracterizada pelo predomínio de formações savânicas, desde fitofisionomias de porte herbáceo (Savana Parque) até florestal (Savana Florestada).

Diagnóstico Ambiental

9.2 MEIO BIOLÓGICO

Figura 06 – Distribuição da Vegetação

Fonte: STCP (2018)

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A caracterização florística das áreas de

influência deu ênfase à riqueza de

famílias e de espécies identificadas no

âmbito do empreendimento.

i. Foram registradas 201 espécies

distribuídas em 52 famílias

botânicas na área de influência

do empreendimento. As famílias

que contribuíram com as maiores

riquezas foram Fabaceae, com 58

espécies, representando 28,7% da

riqueza total, seguida por

Rubiaceae com 12 espécies (5,9%)

e Combretaceae e Malpighiaceae

com 9 espécies cada (4,5%).

ii. foram identificadas quatro

espécies ameaçadas de quatro

famílias nas áreas de influência

do empreendimento entre elas a

aroeira, pau-d’arco-roxo, pequi e

a sucupira.

iii. Em relação às espécies com valor

comercial se destaca Potencial

Apícola (128 espécies – 70,7%),

Alimentício (19) Medicinal (14),

Madeireiro (13) e Ornamental (7).

Diagnóstico Ambiental

9.2 MEIO BIOLÓGICO

Foto: STCP (2017)

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Diagnóstico Ambiental

9.2 MEIO BIOLÓGICO

MAMÍFEROS - O levantamento de

dados para Uruçuí revelou uma

riqueza de 27 mamíferos, distribuídos

em 8 ordens e 14 famílias. Já a coleta

de dados em campo registrou apenas

oito espécies, 29.6% da riqueza

esperada para os biomas da região. A

ADA do empreendimento encontra-

se circunscrita por plantios de soja já

consolidados, por uma pequena área

de eucalipto e pela rodovia de acesso

a Uruçuí, fatores que também podem

limitar a presença de uma

mastofauna mais consolidada na

área. Dentre as espécies registradas

para Uruçuí, seis encontram-se na

lista nacional de fauna ameaçada de

extinção.

AVES - Foram registradas 233

espécies de aves no município de

Uruçuí, pertencentes a 22 ordens e

58 famílias. A ADA do

empreendimento abrange

exclusivamente ambientes de

cerrado. Na área, foram registradas

38 espécies de aves durante os

trabalhos de campo. A ausência de

ambientes com cobertura vegetal

mais densa, bem como ambientes

úmidos ou fontes de recursos

hídricos, são os fatores

determinantes de uma pequena

riqueza avifaunística local.

Entretanto, na região de Uruçuí

foram encontradas 11 espécies sob

algum risco de extinção. Fotos: STCP (2017)

Rastro de Tatu-Peba

Quiriquiri

Urubu de Cabeça Vermelha

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Diagnóstico Ambiental

9.2 MEIO BIOLÓGICO

HERPETOFAUNA - Foram

registradas, para a região de Uruçuí,

28 espécies de anfíbios da ordem

Anura (cinco famílias) e 64 de répteis

das ordens Testudines; Crocodylia e

Squamata (21 famílias). As

observações e entrevistas

conduzidas em campo permitiram

registrar apenas 11 espécies de

répteis (17,2% do total conhecido

para o município) e uma de anfíbio

(3,6%) para a área em avaliação.

Entretanto, as condições da

vegetação de cerrado da ADA

permitem pressupor a ocorrência

local de uma riqueza mais elevada.

Calango das Pedras

Calango Verde

Fotos: STCP (2017)

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Considerando apenas os dados de campo, os grupos

faunísticos apresentaram valores baixos de riqueza, condição

condizente com o cenário de alteração ambiental que

predomina na maior parte da área diretamente afetada. A

baixa riqueza deve-se também ao fato desta área contemplar

apenas ambientes mais secos, distantes de corpos hídricos e

sem evidências de formação de áreas úmidas temporárias,

locais que poderiam congregar assembleias de grupos como

anfíbios e aves aquáticas. Diante disso, infere-se que o

empreendimento pretendido gerará impactos pouco

significativos sobre a diversidade faunística regional.

A supressão vegetal requerida para instalação do projeto

ocasionará a perda de hábitats e afugentamento de uma

parcela das espécies levantadas. Contudo, com a instalação

do empreendimento, a demarcação e proteção das APPs

poderá culminar em uma proteção permanente de outras

áreas importantes á biodiversidade da área.

Diagnóstico Ambiental

9.2 MEIO BIOLÓGICO

Fotos: STCP (2017)

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O diagnóstico socioeconômico, através de

dados de fonte secundária e primária, exibiu e

analisou a conjuntura social e econômica do

município Uruçuí - Polo Uruçuí - localizado no

estado do Piauí.

Diagnóstico Ambiental

9.3 MEIO ANTRÓPICO

Fotos: STCP (2017)

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A percepção da população local

sobre a presença do

empreendimento indica as

expectativas positivas e negativas.

Há uma estimativa de aumento de

renda devido a implementação do

projeto. Este contribui para o

comércio local, através do aumento

da demanda do consumidor final e

daquela gerada pelo próprio

empreendimento, na aquisição de

insumos e demais materiais. O

aumento dos recursos financeiros

permitirá, segundo entrevistados, a

realização de melhorias para o

município. A expectativa é que a

chegada do empreendimento irá

reforçar os efeitos positivos já

iniciados por outros

empreendimentos estabelecidos no

município, principalmente atração

de universidades e cursos

profissionalizantes.

Apesar do reconhecimento dos

benefícios econômicos, os

entrevistados demonstraram

preocupação. Os receios estão

associados à contaminação do solo

e dos recursos hídricos devido ao

uso de agrotóxicos e outros

produtos químicos, usados na

agroindústria e silvicultura

Diagnóstico Ambiental

9.3 MEIO ANTRÓPICO

Foto: STCP (2017)

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Durante o trabalho de pesquisa foram registrados 02 sítios arqueológicos e nenhuma ocorrência arqueológica dentro dos limites de 06 fazendas.

Foto: STCP (2018)

Fazenda Vestígio X Y Altitude

Asa Branca - - - -

Berilo 02 Oficinas

Líticas

577618,397

9156764,018

433

569656,875

9158346,000

353

Comag - - - -

Cristal - - - -

Sangue - - - -

Topázio 01 abrigo 574642,49

9146368,32

397

Registro de ocorrência arqueológica. STCP (2018).

Diagnóstico Ambiental

9.3 MEIO ANTRÓPICO

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10. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

a Avaliação de Impactos Ambientais é um dos instrumentos

estabelecidos pela Política Nacional do Meio Ambiente de acordo com o

disposto no Art. 9º, III. Deste modo, é necessário identificar, analisar e

monitorar os possíveis impactos e suas interações para propor ações

que busquem prevenir e minimizar os que são negativos, e potencializar

aqueles que são positivos.

Componentes da AIA

• Caracterização das atividades inerentes ao planejamento, implantação e operação do

empreendimento;

• Diagnóstico ambiental dos meios físico, biológico e socioeconômico;

• Definição dos fatores e componentes ambientais a serem avaliados;

• Elaboração de matrizes com a identificação e qualificação dos impactos para cada meio,

fator e componente;

• Identificação e análise dos impactos ambientais;

• Definição e caracterização das medidas preventivas, mitigadoras, reparadoras,

potencializadoras, compensatórias e/ou de monitoramento. Foto: STCP (2017)

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10. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Meio Biológico • Alteração na Composição de Espécies e Fragmentação de

Populações da Fauna e da Flora em Decorrência da Supressão da Vegetação Nativa;

• Afugentamento e Atropelamento de Animais Silvestres em Decorrência da Supressão da Vegetação Nativa e do Aumento do Tráfego Operacional de Veículos;

• Aumento Populacional de Espécies Oportunistas e Exóticas de Animais em Decorrência da Supressão da Vegetação Nativa e Homogeneização da Paisagem;

• Risco de Alteração da Estrutura de Comunidades Aquáticas Devido aos Riscos de Assoreamento e Contaminação das Águas Superficiais pelo Uso de Insumos e Defensivos Agrícolas;

Impactos identificados

Meio Físico • Alteração da Paisagem Natural em Decorrência da

Supressão da Vegetação Nativa;

• Alteração da Qualidade do Ar pela Emissão de Gases e Material Particulado;

• Alteração da Qualidade do Ar pela Emissão de Ruídos;

• Risco de Geração de Processos Erosivos em Função da Supressão da Vegetação Nativa;

• Risco de Alteração na Qualidade de Água Superficial pela Produção e Carreamento de Sedimentos;

• Risco de Contaminação das Águas Superficiais e Subterrâneas em Função das Infiltrações de Insumos e Resíduos no Subsolo.

Foto: STCP (2017)

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10. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Meio Antrópico

• Interferência na Cultura Local pela Presença do Empreendimento;

• Valorização Imobiliária em Virtude da Especulação do Mercado Imobiliário;

• Geração de Empregos (Diretos e Indiretos) devido a Demanda de Mão de Obra e Demanda para o Setor de Comércio e Serviços;

• Pressão Sobre o Transporte Rodoviário e Aumento do Risco de Acidentes de Viação Devido ao Aumento do Tráfego de Veículos e Maquinas nas Estradas Vicinais;

• Alteração na Dinâmica Econômica Local;

• Melhorias de Execução das Políticas Públicas Sociais e Assistências em Virtude da Atuação Social e Econômica do Empreendimento

Impactos identificados

Foto: STCP (2017)

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10. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

São 16 impactos previstos para os meios físico, biológico e antrópico. Segundo a Avaliação de Impacto Ambiental aqui realizada os meios físico e antrópico apresentam cada um seis impactos previstos e avaliados. Já o meio biológico apresenta quatro impactos.

Negativo

Gra

nde

Local

Perm

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Foto: STCP (2017)

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As medidas e programas propostos no presente Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentam natureza preventiva, mitigadora, reparadora, potencializadora, compensatória e de monitoramento. Com isso, têm por objetivo manter a qualidade ambiental do espaço onde está prevista a implantação do empreendimento. Portanto, tais medidas e programas, elaborados pela equipe multidisciplinar, foram relacionados aos impactos descritos e analisados e aos planos governamentais previstos e/ou em execução na área de influência do empreendimento

11. MEDIDAS E PROGRAMAS

freeimages.com/Roberto Ribeiro

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11. MEDIDAS E PROGRAMAS

Medida 1: Implantação de Sistemas Adequados de Captação e Tratamento de Efluentes Sanitários Instalar sistemas de tratamento do esgoto que será produzido pelos trabalhadores nas frentes de serviços, nos alojamentos (se houver) e nas eventuais edificações, com o objetivo de evitar a emissão de esgotos sanitários in natura em cursos d’água e solos

Medida 2: Controlar a Qualidade do Ar Controlar as emissões atmosféricas – material particulado, gases e ruídos – que serão geradas durante a instalação e operação do Projeto Agrícola, com o objetivo de garantir a integridade do meio físico, biológico e socioeconômico inserido na Área de Influência Direta do Projeto Agrícola.

Medida 3: Implantar Sinalização e Redutores de Velocidade nas Vias de Acesso Prevenir e controlar os acidentes e atropelamentos de pessoas e animais silvestres na Área de Influência Direta do Projeto Agrícola.

Medida 4: Emprego Preferencial de Mão de Obra Local e Regional Garantir geração de emprego e renda para a população local e reduzir o impacto de atração de mão de obra de outras localidades.

Medida 5: Parcerias com os Atores Locais, Poder Público, Setor Privado, Instituições Não-Governamentais, Associações de Classe e Outros Firmar convênios com as diversas instituições e entidades com atuação local e na região, com intuito de concretizar interesses comuns e compatibilizar as melhorias em infraestrutura, educação e capacitação profissional em parceria com o governo nas três esferas, ONGs, associações de classe e iniciativa privada

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11. MEDIDAS E PROGRAMAS

1. Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

2. Programa de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.

3. Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos.

4. Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais.

5. Programa de Prevenção e Combate a Incêndios.

6. Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).

7. Programa de Resgate de Germoplasma.

8. Programa de Supressão Direcionada da Vegetação e Resgate de

Fauna.

9. Programa de Pesquisa e Monitoramento da Fauna e da Flora.

10. Programa de Compensação para Unidade de Conservação.

11. Programa de Comunicação Social.

12. Programa de Educação Ambiental e Cultural.

13. Programa de Capacitação de Mão-de-Obra Local.

14. Programa de Saúde e Segurança no Trabalho.

15. Programa de Apoio ao Uso Sustentado e Aproveitamento Econômico

dos Recursos Nativos (Extrativismo Vegetal).

16. Programa de Preservação e Resgate Arqueológico

Os Programas, propostos pela equipe multidisciplinar, tem como objetivo controlar e monitorar os impactos ambientais previstos no capítulo predecessor, descrevendo: objetivos, justificativas e métodos e, posteriormente, sua qualificação segundo seus atributos. Foram

propostos 16 programas, a saber:

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12. PROGNÓSTICO DA QUALIDADE AMBIENTAL

SEM A IMPLANTAÇÃO No meio físico, o cenário sem a instalação do empreendimento significará a manutenção da paisagem da área, implicando a manutenção ou leve degradação das condições atuais uma vez que as atividades agrícolas são recorrentes na região. Sobre o meio biológico, a vegetação da área de abrangência será mantida nas condições atuais, sendo que o remanescente de cerrado local já encontra-se perturbado por outras ações antrópicas, especialmente pelo fogo e pela intensificação dos efeitos de borda sendo que não serão executadas, relativamente, as atividades de proteção de APPs e de reserva legal da propriedade. Por fim, o diagnóstico socioeconômico mostrou que Uruçuí já vem sofrendo impactos de projetos agrícolas destinados a soja. A não implantação do empreendimento no município apenas permitirá que a configuração social e econômica atual permaneça ou possua pequenas alterações.

COM A IMPLANTAÇÃO No meio físico, a qualidade do ar e dos rios apresentarão riscos de serem alterados com a implantação e operação do empreendimento. No entanto, tais riscos serão controlados por meio da implementação das ações preventivas e de monitoramento previstas, evitando a geração de impactos ambientais sobre a qualidade do ar, dos solos e dos recursos hídricos. A fauna também poderá sofrer impactos indiretos decorrentes das alterações em outros meios, principalmente o meio físico nos componentes, como o ar, água e solo; ou seja, os impactos previstos no meio físico deverão ser adequadamente controlados, visando a não interferência e agravamentos de impactos na fauna/flora.

Embora se possa citar a possibilidade de fragmentação de parte da vegetação nativa, a magnitude deste impacto deverá ser minimizada, uma vez que se prevê a manutenção de áreas para conservação nas propriedades, conformadas pelas Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente.

No meio antrópico a execução dos programas ambientais, será um minimizador de conflitos e impactos negativos e potencializará os impactos positivos, promovendo benefícios à população, como por exemplo, a geração de renda local.

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13. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Projeto Agrícola tem potencial para trazer à região uma série de impactos positivos, que serão sentidos, essencialmente, por meio do desenvolvimento econômico no município de Uruçuí, traduzido pela maior arrecadação de impostos pelo município, avanços na infraestrutura, geração de empregos e capacitação de mão de obra local. Sob o viés do meio ambiente natural é importante destacar a proteção dos remanescentes nativos de vegetação em função da organização territorial das propriedades – respeito às Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais – e proteção à fauna em decorrência da diminuição da caça e da pesca ilegais.

o Projeto Agrícola alterará a composição de espécies da fauna e flora em função da necessidade de supressão da vegetação nativa, embora haja áreas já abertas e antropizadas e durante a implantação do empreendimento ocorrerá o afugentamento da fauna em consequência da supressão da vegetação nativa, mesmo que tal atividade seja em pequena escala Importante aludir a consolidação das medidas e programas de monitoramento ambiental que o Projeto Agrícola deverá adotar, em caso de implementação, que assegurarão um controle eficaz sobre os impactos ao meio ambiente e à saúde dos funcionários e da população do entorno.

freeimages.com/Yarik Mishin

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13. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, a equipe multidisciplinar, responsável pela elaboração

do Estudo de Impacto Ambiental, destaca que as atividades

previstas pelo empreendimento, em consonância com as

políticas públicas, com o cumprimento dos aspectos legais, a

fiscalização do órgão ambiental e da sociedade civil, sobretudo

a execução das medidas e programas ambientais previstos o

Projeto Agrícola apresenta viabilidade ambiental e poderá

controlar de maneira eficaz os impactos adversos a que está

susceptível de causar ao meio ambiente

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