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I NSTITUTO M ONETÁRIO E UROPEU RELATÓRIO DE CONVERGÊNCIA Relatório nos termos do Artigo 109ºJ do Tratado que estabelece a Comunidade Europeia Março de 1998

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I N S T I T U T O M O N E T Á R I O E U R O P E U

RELATÓRIO DECONVERGÊNCIA

Relatório nos termos do Artigo 109ºJ do Tratado que estabelece

a Comunidade Europeia

Março de 1998

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II

©©©©© Instituto Monetário Europeu, 1998

Postfach 16 03 19, D-60066 Frankfurt am Main

Traduzido por Banco de Portugal, em nome do IME.

Todos os direitos reservados. É permitida a fotocópia para fins pedagógicos e não comerciais desde que a fonte

seja reconhecida.

ISBN 92-9166-060-4

Execução gráfica de Kern & Birner GmbH + Co., D-60486 Frankfurt am Main

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III

Índice

‡ Cada uma das subsecções relativas aos países abrange os seguintes pontos: evolução dos preços, evoluçãoorçamental, evolução da taxa de câmbio, evolução da taxa de juro de longo prazo, e termina com umaconclusão.

Introdução e sumário 1

1 Critérios de convergência1.1 Enquadramento para a análise 31.2 O estado da convergência 4

2 Compatibilidade da legislação nacional com o Tratado2.1 Introdução 132.2 Independência dos BCN 132.3 Integração legal dos BCN no SEBC 152.4 Legislação para além dos estatutos dos BCN 152.5 Compatibilidade da legislação nacional com o Tratado e os Estatutos 15

3 Sumários por paísBélgica 16Dinamarca 16Alemanha 17Grécia 18Espanha 19França 20Irlanda 21Itália 22Luxemburgo 23Países Baixos 24Áustria 24Portugal 25Finlândia 26Suécia 27Reino Unido 27

Capítulo ICritérios de convergência

1 Aspectos fundamentais da análise da convergência económica em 1998 36

2 Análise dos aspectos fundamentais da convergência em 1998 ‡ 44Bélgica 44Dinamarca 62Alemanha 78Grécia 95Espanha 113França 130Irlanda 146

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IV

2 Análise dos aspectos fundamentais da convergência em 1998 (continuação)

Itália 161Luxemburgo 181Países Baixos 194Áustria 211Portugal 227Finlândia 243Suécia 259Reino Unido 276

Anexo 1 Evolução nos mercados do ECU privado 293

Anexo 2 Metodologia estatística relativa aos indicadores de convergência 299

Capítulo IICompatibilidade da legislação nacional com o Tratado

1 Observações gerais1.1 Introdução 3061.2 Âmbito da adaptação 3061.3 Estados membros que beneficiam de uma derrogação, Dinamarca e

Reino Unido 308

2 Independência dos BCN2.1 Observações gerais 3092.2 Independência institucional 3102.3 Independência pessoal 3122.4 Independência financeira 314

3 Integração legal dos BCN no SEBC3.1 Objectivos estatutarios 3143.2 Atribuções 3153.3 Instrumentos 3153.4 Organizção 3153.5 Disposições financeiras 3153.6 Diversos 315

4 Outra legislação para além dos estatutos dos BCN4.1 Notas de banco 3164.2 Moeda metálica 3164.3 Gestão das reservas combiais 3164.4 Política cambial 3164.5 Diversos 317

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V

5 Avaliação dos paísesBélgica 317Dinamarca 318Alemanha 318Grécia 318Espanha 318França 319Irlanda 319Itália 320Luxemburgo 321Países Baixos 321Áustria 322Portugal 322Finlândia 323Suécia 323Reino Unido 324

Anexo Compatibilidade da legislação nacional, incluindo os estatutos dosbancos centrais nacionais (BCN) com o Tratado/Estatutos, comespecial relevo para as adaptações efectuadas em cumprimento dodisposto no artigo 108.º do Tratado tendo em vista a Terceira Fase 325

Glossário 377

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VI

* Sinais convencionados utilizados nos quadros:“ - “ Não aplicável“ . “ Não disponivel“ ... “ Nulo ou irrelevante# Estes Quadros e Gráficos são os apresentados na parte da ”Introdução e Sumário” do

Relatório. A lista dos quadros e gráficos relativos à Secção 2 do Capítulo I do Relatório é apresentada naparte do respectivo país dessa Secção.

Lista de Caixas, Quadros e Gráficos *

Caixas

1 Evolução dos preços 362 Evolução orçamental 383 Evolução da taxa de câmbio 414 Evolução da taxa de juro de longo prazo 42

Quadros #

A Indicadores econ. e critérios de converg. do Tratado de Maastricht 29B Inflação do IPC, custos unitários de trabalho e bal. de trans. correntes 30Anexo 1 Mercados financeiros do ECU 296

Gráficos #

A Valor de Ref. e Índices de Preços no Consumidor Harmonizados 31B Desempenho em relação aos valores de referência orçamentais do

Tratado de Maastricht 32C Valor de Referência e taxas de juro de longo prazo 33Anexo 1 Diferencial entre as taxas de câmbio de mercado e teóricas do ECU 297

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VII

***** De acordo com a prática corrente na Comunidade, a listagem dos países constantes no presente Relatório éfeita segundo a ordem alfabética dos nomes dos países nas línguas nacionais.

Abreviaturas

Países*

BE BélgicaDK DinamarcaDE AlemanhaGR GréciaES EspanhaFR FrançaIE IrlandaIT ItáliaLU LuxemburgoNL Países BaixosAT ÁustriaPT PortugalFI FinlândiaSE SuéciaUK Reino Unido

Moedas

BEF/LUF Franco belga/luxemburguêsDKK Coroa dinamarquesaDEM Marco alemãoGRD Dracma gregoESP Peseta espanholaFRF Franco francêsIEP Libra irlandesaITL Lira italianaNLG Florim holandêsATS Xelim austríacoPTE Escudo portuguêsFIM Marca finlandesaSEK Coroa suecaGBP Libra esterlina

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Introdução e sumário

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Introdução e sumário

O presente Relatório analisa a realizaçãode um elevado grau de convergênciasustentável (ver Capítulo I), bem como ocumprimento pelos bancos centraisnacionais (”BCN”) dos requis itosestatutários para se tornarem parteintegrante do SEBC (”SEBC”), com especialrelevo para a independência do bancocentral (ver Capítulo II). Na elaboração dopresente Relatório, o IME cumpre osrequisitos previstos no n.º 1 do artigo 109º- J do Tratado que estabelece aComunidade Europeia (o ”Tratado”) deapresentar relatórios ao Conselho sobre”os progressos alcançados pelos Estados-membros no cumprimentos das suasobrigações relativas à realização da uniãoeconómica e monetária”. A ComissãoEuropeia recebeu o mesmo mandato, tendoos dois relatórios sido apresentados aoConselho da UE em simultâneo. Ambos osrelatórios representam o ponto de partidapara os procedimentos previstos nos n.ºs 2e 4 do artigo 109º - J, que apresentam asseguintes etapas adicionais:

a Comissão Europeia apresentará aoConselho da EU uma recomendaçãopara cada Estado-membro relativa aocumprimento das condições necessáriaspara a adopção de uma moeda única;

o Conselho da UE, deliberando pormaioria qualificada, sob a recomendaçãoda Comissão, avaliará, relativamente acada Estado-membro, se preenche as

condições para a adopção de umamoeda única e transmitirá, sob a formade recomendação, as suas conclusões aoConselho, reunido a nível de Chefes deEstado ou de Governo;

o Parlamento Europeu será consultadoe transmitirá o seu parecer ao Conselho,reunido a nível de Chefes de Estado oude Governo; e, por fim,

o Conselho, reunido a nível de Chefesde Estado ou de Governo, deliberandopor maioria qualificada, com base nasrecomendações do Conselho, e tendoem conta os dois relatórios e o parecerdo Parlamento Europeu, confirmará (nodia 2 de Maio de 1998) quais osEstados-membros que satisfazem ascondições necessárias para a adopçãode uma moeda única.

A Dinamarca, nos termos do Protocolo n.º12 do Tratado, notificou que não participarána Terceira Fase da União Económica eMonetária. O Reino Unido, nos termos doProtocolo n.º 11, notificou igualmente oConselho da UE de que não tencionapassar para a Terceira Fase em 1999. Emconsequência, nenhum destes Estados-membros participará na moeda única noinício da Terceira Fase. Contudo, osprogressos alcançados no sentido daconvergência são analisados em pormenorpara ambos os países no presente Relatório.

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1 Critérios de convergência

1.1 Enquadramento para a análise

No Relatório deste ano previsto no n.º 1do artigo 109º - J do Tratado, o IMErecorre a um enquadramento comum paraa análise e avalia a situação da convergêncianos Estados-membros numa base individual.

O enquadramento comum para a análise édefinido no Capítulo I do Relatório (sob otítulo ”Aspectos fundamentais da análise daconvergência económica em 1998”) ebaseia-se, em primeiro lugar, nas disposiçõesdo Tratado e na sua aplicação pelo IMErelativa à evolução dos preços, dos ráciosdo défice e da dívida pública, das taxas decâmbio e das taxas de juro de longo prazo,levando igualmente em conta outrosfactores; e, em segundo lugar, numa sériede indicadores económicos adicionais,retrospectivos e futuros, considerados úteispara uma análise mais pormenorizada dasustentabilidade da convergência.

O enquadramento comum foi depoisaplicado a todos os quinze Estados-membros. Os relatórios destes países, queincidem em especial sobre o desempenhode cada Estado-membro, deverão serconsiderados numa base individual, nostermos previstos no artigo 109º - J.

No presente Relatório, e nas interpretaçõesque se seguem dos cr i tér ios deconvergência, o IME tem em conta osprincípios estabelecidos pelo ConselhoEuropeu. O Conselho sublinhou pordiversas vezes a necessidade de um elevadograu de convergência sustentável e, nessecontexto, de uma interpretação rigorosados critérios de convergência por forma apermitir o funcionamento da UEM. EmDezembro de 1996, o Conselho Europeude Dublin afirmou, a respeito da decisão atomar nos termos do n.º 4 do artigo 109 -J do Tratado: ”O Conselho aproveita estaoportunidade para sublinhar que os quatro

critérios para a sustentabil idade daconvergência e os requis i tos deindependência do banco central deverãoser aplicados de forma rigorosa. Trata-sede uma questão essencial para que a futuraconcretização da união monetária secaracterize pela necessária qualidade deestabilidade e para que fique assegurado oestatuto do euro como moeda forte. Étambém importante que, quando oscritérios forem aplicados no início de 1998,o sejam com vista a assegurar que asposições orçamentais do Estado sejamsustentáveis, não podendo ser afectadaspor medidas de efeito temporário”.

O presente Relatório é elaborado combase em princípios estabelecidos emrelatórios anteriores publicados pelo IME,em especial o primeiro relatório do IME,preparado ao abrigo do n.º 1 do Artigo109 - J, intitulado ”Progressos no sentidoda convergência - 1996” , publicado emNovembro de 1996, e o relatório deNovembro de 1995, preparado ao abrigodo artigo 7º do Estatutos do IME, intitulado”Progressos do sentido da convergência”.O IME recorre em especial a diversosprincípios orientadores na aplicação doscritérios de convergência. De acordo comos relatórios de 1995 e de 1996: ”Emprimeiro lugar, os critérios individuais sãointerpretados e aplicados de uma formaestrita. A justificação deste princípio (. . .)decorre do facto de ser objectivo principaldos critérios assegurar que apenas osEstados-membros cuja situação económicaé compatível com a estabilidade de preçose a viabilidade da área da moeda europeiapossam nela participar. Em segundo lugar,os critérios de convergência constituemum conjunto coerente e integrado, devendoser cumpridos na sua totalidade; o Tratadoenumera os critérios numa base deigualdade, não sugerindo uma hierarquia.Em terceiro lugar, os critérios deconvergência têm de ser satisfeitos com

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1 No dia 14 de Março de 1998, ou seja, após operíodo de referência considerado no presenteRelatório, as anteriores taxas centrais bilaterais dalibra irlandesa face às restantes moedas do meca-nismo de taxas de câmbio foram revalorizadas em3%. No mesmo dia, o dracma grego entrou para omecanismo de taxas de câmbio do SME. Ambas asdecisões tiveram efeito a partir de 16 de Março de1998.

base nos dados actuais. Em quarto lugar, aaplicação dos critérios de convergênciadeve ser consistente, transparente esimples”. Além disso, salienta-se de novoque o cumprimento dos critérios deconvergência é essencial, não apenas nummomento específico no tempo, mas numabase sustentada. Neste espírito, osrelatórios dos países desenvolvem a questãoda sustentabilidade da convergência.

Os dados estatísticos usados na aplicaçãodos critérios de convergência foramfornecidos pela Comissão (ver tambémAnexo 2). Os dados de convergênciarelativos à evolução dos preços e das taxasde juro de longo prazo abrangem o períodoaté Janeiro de 1998, o último mês para oqual se encontram disponíveis dados sobreos Índices de Preços no ConsumidorHarmonizados (”IPCH”). Quanto às taxasde câmbio, o período considerado nopresente Relatório termina em Fevereirode 1998, o último mês completo anterior àconclusão da análise pelo IME1 . Os dadosreferentes às posições orçamentaisabrangem o período até 1997. OEUROSTAT considerou estes dados emconformidade com as regras estabelecidaspelo Sistema Europeu das ContasEconómicas Integradas (SEC, segundaedição). Porém, isso não vem afectar aavaliação da sustentabilidade das posiçõesorçamentais. São também levadas em contaas últimas projecções da Comissão para1998, bem como os orçamentos nacionaispara 1998 e os Programas de Convergênciamais recentes, e ainda outras informaçõesconsideradas relevantes no contexto dasanál i ses prospect ivas re lat ivas àsustentabilidade da convergência.

1.2 O estado da convergência

Desde a publicação do relatório do IMEintitulado ”Progressos no sentido daconvergência - 1996”, em Novembro de1996, verificou-se uma grande melhoriaem termos de convergência na União.

Entre o último trimestre de 1996 e Janeirode 1998, a inflação média do IPCH na UEreduziu-se de 2.2% para 1.3%; todos osEstados-membros, à excepção da Grécia,registaram taxas de inflação do IPCH decerca de 2% ou menos em Janeiro de1998, e o desvio padrão, como medida deconvergência, reduziu-se de 1.6% no últimotrimestre de 1996 para 0.9% em Janeiro de1998. Em paralelo, as taxas de juro delongo prazo têm registado uma tendênciadescendente em toda a União, atingindoníveis baixos para a média da UE de cercade 5½%, no final do período de referência,enquanto os diferenciais das taxas derendibilidade das obrigações na maior partedos países na UE foram praticamenteeliminados. Durante o período de referênciade dois anos até Fevereiro de 1998, astaxas de câmbio bilaterais do MTCpermaneceram em geral globalmenteestáveis. As moedas dos países exterioresao MTC revelaram uma tendência paraserem transaccionadas acima dos níveismédios das taxas de câmbio bilateraisregistadas em Março de 1996, embora emdiferentes graus. Além disso, em 1997, osdéfices orçamentais registaram reduçõessignificativas em toda a União, com ossaldos orçamentais a revelaram umexcedente em poucos países. O rácio dodéfice orçamental no conjunto da UEreduziu-se para 2.4% do PIB, o querepresenta uma descida de 1.8 pontospercentuais relativamente a 1996. Alémdisso, pela primeira vez ao longo da décadade 90, o rácio da dívida em relação ao PIBreduziu-se em 1997 no conjunto de toda aUE. As condições globais necessárias paraa manutenção de um enquadramentoconducente a um crescimento não

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inflacionista melhoraram. Porém, o ráciomédio da dívida situa-se ainda em 72.1%do PIB, sendo bastante superior em trêsEstados-membros. Acresce que a reduçãodos rácios do défice abaixo do valor dereferência e a queda dos rácios da dívidaem diversos países apenas foramconseguidos recentemente. Além disso, asrecentes reduções nos rácios do défice eda dívida estiveram em parte relacionadascom medidas ”pontuais”.

No contexto de uma política monetáriaúnica será necessário prosseguir de formamais consistente os ajustamentos verificadosno passado recente. De facto, será essencialadoptar, na maior parte dos países, políticasde correcção decisivas e sustentadas denatureza estrutural. Esta necessidade deajustamentos de política duradouros resultade um conjunto de encargos decorrentes(i) do nível de desemprego elevado epersistente que, segundo análises levadas acabo pelo IME e por outras organizaçõesinternacionais, é largamente de naturezaestrutural; (ii) das tendências demográficas,que se prevê venham a colocar um pesadoencargo sobre as despesas públicas nofuturo; e (iii) do elevado nível da dívidapública, cujo peso se reflectirá nas balançasde transacções correntes de diversosEstados-membros até que os níveis dadívida diminuam.

É claro que, relativamente à evolução dosmercados de trabalho, será essencial oreforço das políticas nacionais destinadas amelhorar o seu funcionamento através daredução dos constrangimentos estruturais,o que se revelará de importância primordialna redução dos níveis elevados dedesemprego, os quais não podem serconsiderados sustentáveis a longo prazo.Estas políticas contribuiriam igualmente paraaumentar a capacidade de resposta daseconomias dos Estados-membros de formaa reagir mais rápida e eficientemente àsevoluções específicos de cada país naTerceira Fase, bem como para assegurar acompetitividade.

Progressos insuficientes no ajustamentoestrutural dificultarão gravemente umaconsolidação orçamental sustentável,necessária para enfrentar eficazmente osoutros principais desafios que se colocarão- o envelhecimento da população e oselevados rácios da dívida. Neste contexto,é de salientar que é necessária umaconsolidação acrescida na maior parte dosEstados-membros por forma a reduzir oselevados rácios de dívida pública em relaçãoao PIB para 60% dentro de um período detempo adequado. A necessidade deposições orçamentais mais fortes contrastacom os substanciais défices actualmenteregistados em muitos países. Progressossão também necessários relacionados como Pacto de Estabilidade e Crescimento, emvigor a partir de 1999. Justifica-se umasubstancial redução da dívida dentro deum período de tempo adequado, emprimeiro lugar, por forma a reduzir avulnerabilidade a variações nas taxas dejuro, a qual é agravada caso uma partesignificativa da dívida se vença a curtoprazo, e em segundo lugar, por forma apermitir enfrentar os desafios orçamentaisfuturos, tais como o crescente encargoorçamental decorrente do envelhecimentoda população, em particular no contextode um sistema de pensões não capitalizado,bem como os desafios de médio prazoresultantes da necessidade de sanearempresas públicas não lucrativas e reduziro desemprego estrutural. Em terceiro lugar,é necessário reduzir os desequilíbriosorçamentais por forma a restabelecer umgrau de flexibilidade para as políticasorçamentais que permita aos países reagira evoluções cíclicas adversas, ou seja, emcircunstâncias normais, são necessáriosdéfices orçamentais reduzidos ou umaposição orçamental excedentária por formaa permit i r que os estabi l izadoresautomáticos funcionem durante períodosde fraca actividade económica.

Obviamente, o recurso a medidas com umefeito temporário não é suficiente paraassegurar uma consolidação orçamental

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sustentável. Em 1997, tais medidas foramutilizadas em diversos graus em váriosEstados-membros, o que dificultou aavaliação da posição estrutural da políticaorçamental. Estas medidas terão se sersubstituídas por medidas duradouras porforma a ev i tar um aumento dasnecessidades líquidas de financiamento em1998 ou em anos subsequentes, casotenham dado origem a futuras despesas ouinsuficiências de receitas. Os dadosdisponíveis até à data sugerem que aspolíticas têm evoluído no bom sentido,reduzindo em geral o impacto das medidastemporárias sobre as finanças públicas em1998, ano para o qual se prevêem, emquase todos os países , resultadosorçamentais melhores do que os registadosem 1997 e, em alguns Estados-membros,mais favoráveis do que o previsto nosProgramas de Convergência de médioprazo.

Em sintonia com o objectivo de fomentarum crescimento económico sustentável, aconsolidação orçamental nos anos maisrecentes parece ter-se baseadocrescentemente na redução dos rácios dasdespesas, compensando a tendênciaascendente observada no início da décadade 90. Porém, em resultado da queda dastaxas de juro, muitos países beneficiaramtambém de pagamentos de juros maisbaixos em relação ao PIB, tendo incidido aconsolidação em parte sobre a reduçãodas despesas de investimento. De futuro,será necessário colocar maior ênfase naredução das rubricas das despesascorrentes. Além disso, em diversos países,os rácios das receitas aproximaram-se deníveis que serão negativos para ocrescimento económico.

Critério da estabilidade de preços

Passando à análise da evolução individualdos países, durante o período de referênciade doze meses que termina em Janeiro de1998, catorze Estados-membros (Bélgica,Dinamarca, Alemanha, Espanha, França,Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos,Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia e ReinoUnido) registaram taxas médias de inflaçãodo IPCH abaixo do valor de referência.Este valor de referência é calculado comrecurso à média aritmética não ponderadada taxa de inflação do IPCH nos três paísescom as taxas de inflação mais baixas,adicionando 1.5 pontos percentuais. Astaxas de inflação para estes três paísesforam 1.1% para a Áustria, 1.2% para aFrança e 1.2% para a Irlanda, e, adicionando1.5 pontos percentuais à média de 1.2%,obtém-se o valor de referência de 2.7%. Ainflação do IPCH na Grécia situou-se em5.2%, um nível consideravelmente inferiorao registado em anos anteriores, emboraainda muito acima do valor de referência(ver Quadro A e Gráfico A).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 a 1997, a convergência das taxasde inflação pode ser explicada por diversosfactores comuns. Em primeiro lugar, comoé indicado individualmente para cadaEstado-membro, esta experiência reflectediversas decisões de política importantes,em especial a orientação da políticamonetária no sentido da estabilidade depreços e o crescente apoio recebido deoutras áreas de política, tais como aspolíticas orçamentais e a evolução dossalários e dos custos unitários de trabalho.Além disso, na maioria dos Estados--membros, o contexto macro-económico,em particular durante o período que seseguiu à fase descendente do ciclo registadaem 1993, contribuiu para a contenção daspressões ascendentes sobre os preços. Porfim, em muitos Estados-membros, taxas decâmbio globalmente estáveis e umaevolução moderada dos preços dasimportações contr ibuíram para o

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abrandamento da inflação. Ao nível dospaíses individualmente considerados, umgrupo de Estados-membros parece terregistado taxas de inflação relativamentesemelhantes durante a maior parte dosanos 90, enquanto diversos outros fizeramprogressos particularmente rápidos em1996-97. Entre estes, a inflação anual doIPC em Espanha, Itália e Portugal diminuiude 4-5½% em 1995 para cerca de 2% em1997. Estes três Estados-membrosapresentam uma taxa média de doze mesesde inflação do IPCH abaixo do valor dereferência desde meados de 1997. NaGrécia, a inflação do IPCH diminuiu de7.9% em 1996 para 5.4% em 1997,permanecendo ainda consideravelmenteacima do valor de referência (verGráfico A).

Numa análise ao futuro próximo, astendências recentes e as previsões para ainflação na maioria dos países indicamhaver poucos ou nenhuns sinais de pressãoimediata sobre a inflação. Os riscos para aestabi l idade de preços estãofrequentemente associados a umestreitamento do desvio do produto, auma maior restritividade das condições domercado de trabalho e a aumentos nospreços administrados ou nos impostosindirectos; em diversos países, na suamaioria os que se encontram maisavançados na actual fase ascendente dociclo, prevê-se em geral um aumento dataxa de inflação para um nível ligeiramentesuperior a 2% durante o período 1998-1999. Tal é o caso na Dinamarca, Espanha,Irlanda, Países Baixos, Portugal, Finlândia eReino Unido. Estes Estados-membros terãode exercer um controlo rigoroso daspressões internas sobre os preços, no quese refere, nomeadamente, aos salários eaos custos unitários de trabalho. É tambémnecessár io um apoio das pol í t icasorçamentais que terão de reagir comflexibilidade à evolução dos preços internos.

Critério das finanças públicas

No que respeita ao desempenho individualdos Estados-membros em 1997, três paísesalcançaram excedentes orçamentais(Dinamarca, Irlanda e Luxemburgo) e onzepaíses registaram ou mantiveram défices aum nível igual ou inferior ao valor dereferência de 3% estipulado do Tratado(Bélgica, Alemanha, Espanha, França, Itália,Países Baixos, Áustria, Portugal, Finlândia,Suécia e Reino Unido). Apenas a Gréciaregistou um défice de 4.0%, ou seja, aindaacima do valor de referência. As projecçõesda Comissão para 1998 apontam paraexcedentes orçamentais ou novas reduçõesnos rácios do défice em quase todos osEstados-membros. Prevê-se uma reduçãodo défice da Grécia para 2.2% do PIB (verQuadro A e Gráfico B).

Quanto à dívida pública, nos três Estados--membros com rácios da dívida em relaçãoao PIB superiores a 100%, a dívida mantevea tendência descendente em relação aoPIB. Na Bélgica, o rácio da dívida em 1997situava-se em 122.2%, ou seja 13.0 pontospercentuais abaixo do valor máximoregistado em 1993; na Grécia, o rácio dadívida em 1997 atingiu 108.7%, ou seja 2.9pontos percentuais abaixo do último nívelmáximo registado em 1996; e em Itália, orácio da dívida cifrou-se em 121.6%, ouseja 3.3 pontos percentuais abaixo do nívelmáximo de 1994. Em sete países que em1996 reg istavam rác ios da dív idasignificativamente acima dos 60%, masabaixo dos 80% do PIB, estes rácios tambémse reduziram. Tal foi o caso, em especial,da Dinamarca, Irlanda e Países Baixos,onde os rácios da dívida em 1997diminuíram 16.5, 30.0 e 9.1 pontospercentuais relativamente aos níveismáximos registados em 1993, situando-se,respectivamente, em 65.1%, 66.3% e 72.1%do PIB; em Espanha, o rácio da dívida em1997 decresceu 1.3 pontos percentuais doseu nível máximo de 1996, atingindo 68.8%do PIB; a Áustria registou uma reduçãocorrespondente de 3.4 pontos percentuais,

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com o rácio da dívida a situar-se em 66.1%do PIB. Em Portugal, o rácio da dívidareduziu-se 3.9 pontos percentuais do valormáximo registado em 1995, para 62.0% doPIB. Por fim, na Suécia, o rácio da dívidadesceu 2.4 pontos percentuais do nívelmáximo de 1994, para 76.6% do PIB em1997. Na Alemanha, que em 1996 tinharegistado um rácio da dívida pouco acimado valor de referência de 60%, este ráciomanteve a tendência ascendente e, em1997, situava-se 19.8 pontos percentuaisacima do nível de 1991, em 61.3% do PIB.Em 1997, quatro países continuavam aapresentar rácios da dívida inferiores aovalor de referência de 60% (França,Luxemburgo, Finlândia e Reino Unido). EmFrança, o rácio da dívida manteve atendência ascendente para se situar em58.0% do PIB em 1997 (ver Quadro A eGráfico B).

As previsões da Comissão para 1998apontam para a continuação da diminuiçãodos rácios da dívida em relação ao PIB emtodos os Estados-membros que registaramrácios da dívida acima de 60% em 1997.No caso da Dinamarca, Irlanda e Portugal,prevê-se uma redução para um valor igualou inferior ao valor de referência.Relativamente a países com rácios da dívidade 50-60% em 1997, est ima-se acontinuação da sua redução abaixo de60% na Finlândia e no Reino Unido,enquanto em França se prevê um ligeiroaumento do rácio da dívida.

No geral, os progressos realizados naredução dos défices orçamentais e dosrácios da dívida aceleraram. No entanto,como se salientou acima, em diversosEstados-membros, medidas com um efeitotemporário desempenharam também umpapel na redução dos défices. Com basenos dados à disposição do IME, os efeitosdestas medidas foram quantificados entre0.1 e 1 ponto percentual, variando o nívelconsoante o país. Segundo os dadosdisponíveis, a dimensão das medidas comefeito temporário nos orçamentos para

1998 foi, em geral, reduzida; além disso,como se mencionou anteriormente, asprevisões para 1998 sugerem, na maioriados casos, uma nova redução dos ráciosdo défice. As reduções nos rácios da dívidabeneficiaram em parte de diversasoperações e transacções financeiras, taiscomo privatizações, que se reflectem naschamadas rubricas de ”ajustamento entrevariações de posições e fundos”, como serefere no corpo principal do Relatório.Estas transacções deverão continuar arevestir-se de alguma importância emdiversos Estados-membros.

Apesar dos progressos recentes, justifica-se um maior grau de consolidação namaioria dos Estados-membros por forma aconseguir um cumprimento duradouro doscritérios orçamentais e do objectivo demédio prazo estabelecido no Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, o qual consiste em atingiruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária. Tal é o caso,em particular, da Bélgica, Alemanha, Grécia,Espanha, França, Itália, Países Baixos, Áustriae Portugal, onde se prevêem para 1998défices entre 1.6 e 2.9% do PIB. Na maioriadestes países , estes requis i tos deconsolidação também se aplicam quandose comparam os rácios dos déficesorçamentais, tal como se encontramprevistos nos Programas de Convergênciapara 1999-2000, com o objectivo de médioprazo do Pacto de Estabi l idade eCrescimento.

Numa análise mais global da sustentabilidadeda evolução orçamental, a necessidade deuma consolidação sustentada ao longo deum período alargado, requerendo excedentesorçamentais substanciais, é particularmentepremente nos países com rácios da dívidaacima dos 100% (Bélgica, Grécia e Itália), oque contrasta com os consideráveis déficesglobais registados em 1997 e nos anosanteriores. Nos países com rácios da dívidasignificativamente acima de 60% mas abaixode 80% do PIB, a manutenção do rácio do

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2 Como se mencionou, o dracma grego entrou paramecanismo de taxas de câmbio do SME, comefeito a partir de 16 de Março de 1998.

défice nos níveis actuais não permitira aredução do rácio da dívida para um valorinferior a 60% dentro de um período detempo adequado, o que implica a necessidadede uma consolidação acrescida e, em algunscasos, substancial. Pelo contrário, a obtençãodas posições orçamentais previstas pelaComissão Europeia para 1998 e amanutenção de um orçamento equilibrado apartir de 1999 reduziria o rácio da dívidapara um nível inferior a 60% durante períodosde tempo adequados (Espanha, Países Baixose Áustria). A Suécia poderia obter o mesmoresultado, caso conseguisse alcançar e manterpor vários anos a posição orçamental previstapara 1998. Na Alemanha, prevê-se que, em1998, o rácio da dívida se situe num nívelligeiramente acima de 60% do PIB, o quedeverá permitir a sua redução para um nívelinferior ao valor de referência já em 1999,caso se consigam alcançar orçamentosequilibrados nesse ano. Na Dinamarca, Irlandae em Portugal, os saldos orçamentais actuaise previstos permitirão uma redução do rácioda dívida para um valor igual ou ligeiramenteinferior a 60% já em 1998. Por fim, emFrança, onde o rácio da dívida é ligeiramenteinferior a 60% do PIB, o cumprimento doPacto de Estabilidade e Crescimento a partirde 1999 pode também assegurar que o rácioda dívida não exceda o valor de referência.

Convém salientar que, na avaliação dasposições orçamentais dos Estados-membrosda UE, o IME não leva em conta o impactosobre os orçamentos nacionais dastransferências de e para o orçamento daCE.

Critério das taxas de câmbio

Durante o período de referência de doisanos entre Março de 1996 e Fevereiro de1998, dez moedas (o franco belga/luxemburguês, a coroa dinamarquesa, omarco alemão, a peseta espanhola, o francofrancês, a libra irlandesa, o florim holandês,o xelim austríaco e o escudo português)participaram no MTC durante um período

de pelo menos dois anos antes da análise,de acordo com o estipulado no Tratado.Os períodos de participação da marcafinlandesa e da lira italiana foram inferiores,uma vez que a primeira destas moedasaderiu e a segunda voltou a aderir aomecanismo das taxas de câmbio,respectivamente em Outubro de 1996 eNovembro de 1996. Três moedaspermaneceram fora do MTC durante operíodo de referência mencionado nopresente Relatório (o dracma grego2 , acoroa sueca e a libra esterlina).

Cada uma das dez moedas acimamencionadas, à excepção da libra irlandesa,tem sido normalmente transaccionadapróximo das suas inalteradas taxas centraisem relação às outras moedas participantesno MTC, tendo algumas moedas (o francobelga/luxemburguês, o marco alemão, oflorim holandês e o xelim austríaco)registado uma evolução praticamente emparalelo. Ocasionalmente, algumas moedasforam transaccionadas fora de um intervalopróximo das suas taxas centrais. Noentanto, o desvio máximo, tendo por baseuma média móvel de 10 dias úteis, foi de3.5%, à excepção da evolução da librairlandesa. Além disso, os desvios foramapenas de natureza temporária e reflectiramprincipalmente movimentos transitórios dapeseta espanhola e do franco francês (noinício de 1996), do escudo português (nofinal de 1996/início de 1997) e da marcafinlandesa (no início e em meados de1997) face a outras moedas do MTC. Umaanálise da volatilidade cambial e dosdiferenciais das taxas de juro de curtoprazo sugere a continuação de condiçõesrelativamente calmas ao longo do períodode referência.

A l ibra ir landesa foi normalmentetransaccionada acima da sua inalteradataxa central em relação às outras moedas

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3 Como se mencionou, as taxas centrais bilaterais dalibra irlandesa face às restantes moedas do meca-nismo de taxas de câmbio foram revalorizadas em3%, com efeito a partir de 16 de Março de 1998.

participantes no MTC; no final do períodode referência, a libra irlandesa situava-semais de 3% acima das suas taxas centrais3 .Em paralelo, o grau de volatilidade cambialface ao marco alemão aumentou atémeados de 1997, enquanto que osdiferenciais de taxa de juro de curto prazoface aos países da UE com as taxas de jurode curto prazo mais baixas se alargaramdurante o mesmo per íodo. Maisrecentemente, o grau de volatilidadediminuiu e os diferenciais estreitaram-seligeiramente, embora permanecendorelativamente elevados.

Por seu lado, a lira italiana, no início doperíodo de referência, antes de aderir denovo ao MTC, registou inicialmente umrecuo, pequeno e temporário, na suaanterior tendência de apreciação, atingindo,em Março de 1996, o desvio negativomáximo de 7.6% abaixo da sua futura taxacentral em relação a uma moeda do MTC.Após essa data, a moeda retomou atrajectória de apreciação no sentido dasparidades centrais posteriores, tendo sidotransaccionada, durante a maior parte dotempo, dentro de um estreito intervalo devariação. A marca finlandesa, também noinício do período de referência, antes deaderir ao MTC, manteve inicialmente omovimento de enfraquecimento verificadodurante os últimos meses - que tinhainterrompido a sua trajectória ascendentede longo prazo desde 1993 - atingindo, emAbril de 1996, o desvio negativo máximode 6.5% abaixo da sua futura taxa centralem relação a uma moeda do MTC. Apósessa data, a moeda apreciou-se, tendo sidonormalmente transaccionada dentro deum estreito intervalo de variação em tornodas suas paridades centrais posteriores.Desde a adesão e re-adesão ao MTC,respectivamente em Outubro e Novembrode 1996, quer a marca finlandesa, quer al i ra i ta l iana transacc ionaram-senormalmente próximo das suas inalteradastaxas centrais em relação às outras moedasparticipantes no MTC. Tal como se verificoupara outras moedas do MTC,

ocasionalmente, a lira italiana e a marcafinlandesa foram transaccionadas fora deum intervalo próximo das suas taxascentrais, embora os desvios tivessem sidolimitados e temporários. Em ambos oscasos, o grau de volatilidade cambialrelativamente elevado face ao marcoalemão verificado em períodos anterioresdiminuiu para níveis reduzidos durante operíodo de referência e os diferenciais detaxas de juro de curto prazo em relaçãoaos países da UE com as taxas de curtoprazo mais ba ixas reduziram-seprogressivamente no caso da lira italiana,tendo sido pouco significativos no caso damarca finlandesa.

As três moedas não participantes no MTC,nomeadamente o dracma grego, a coroasueca e libra esterlina, transaccionaram-senormalmente acima das taxas médiasbilaterais registadas em Março de 1996 emrelação às outras moedas da UE. Osdiferenciais de taxa de juro de curto prazoem relação aos países da UE com as taxasde curto prazo mais baixas permaneceramelevados na Grécia, reduzindo-se atémeados de 1997 e alargando-se de formasignificativa a partir de Novembro de 1997,enquanto que, no caso da Suécia, sereduziram significativamente. Quanto à libraesterlina, este diferencial tendeu a alargar-se.

Critério das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência de 12meses que termina em Janeiro de 1998,catorze Estados-membros (Bélg ica ,Dinamarca, Alemanha, Espanha, França,Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos,Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia e ReinoUnido) registaram taxas de juro médias delongo prazo abaixo do valor de referência.

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Este valor de referência foi calculado comrecurso à média aritmética não ponderadadas taxas de juro de longo prazo nos trêspaíses com as taxas de inflação do IPCHmais baixas, adicionando 2 pontospercentuais. As taxas de juro de longoprazo nesses três países foram de 5.6%para a Áustria, 5.5% para a França e 6.2%para a Irlanda, e, adicionando 2 pontospercentuais à média de 5.8%, obtém-se ovalor de referência de 7.8%. As taxas dejuro de longo prazo representativas naGrécia, comparáveis, desde Junho de 1997,às taxas de rendibilidade noutros países,situaram-se em 9.8%, ficando assim muitoacima do valor de referência (ver QuadroA e Gráfico C).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 até 1997, as taxas de juro delongo prazo foram praticamente idênticasem diversos países, quando consideradasao longo do período no seu conjunto. É ocaso da Bélgica, Alemanha, França,Luxemburgo, Países Baixos e Áustria. NaDinamarca e na Irlanda, as taxas de juro delongo prazo mantiveram-se relativamentepróximo das taxas nos países acimareferidos durante a maior parte do período.Na Finlândia e na Suécia, o processo deconvergência das taxas de rendibilidadeacelerou a partir de 1994-95, tendo ambosos países registado diferenciais diminutosdesde meados de 1996. Em Espanha, Itáliae Portugal, onde as taxas de rendibilidadeforam significativamente elevadas durantequase toda a década de 90, as taxas dejuro de longo prazo reduziram-seacentuadamente a partir de 1995, atingindoum nível inferior ao valor de referência nofinal de 1996 ou no início de 1997. NaGrécia, verificou-se também uma reduçãosignificativa. No caso o Reino Unido, e emreflexo de uma posição diferente no cicloem relação ao países da Europa continental,registou-se desde o início da década de 90uma tendência global de convergênciainicial, seguida de divergência, em relaçãoàs taxas de juro de longo prazoprevalecentes nos países com as taxas de

rendibilidade mais baixas, embora se tenhaverificado recentemente um estreitamentodos diferenciais de taxas de juro de longoprazo.

Os padrões globais observados nos Estados-membros estão estreitamente relacionadoscom a evolução das taxas de inflação (veracima) que facilitaram uma redução geraldas taxas de juro de longo prazo e umadescida particularmente acentuada no casode moedas com taxas de rendibilidadeanteriormente elevadas. Outros factoressubjacentes a esta tendência foram, namaioria dos casos, a estabilidade das taxasde câmbio e a evolução favorável dasposições orçamentais dos países, reduzindoassim o prémio de risco. Estas evoluçõessubjacentes foram vistas pelos mercadoscomo melhorando as perspectivas departicipação na Terceira Fase da UEM -um elemento que pode, por seu lado, terdesempenhado um papel próprio naaceleração do estreitamento dos diferenciaisdas taxas de rendibi l idade, querdirectamente, quer através de uma melhoriadas perspectivas de estabilidade de preçose cambial.

Outros factores

Para além dos critérios de convergênciareferidos anteriormente, o Relatóriotambém considera diversos ”outrosfactores” explicitamente referidos no n.º 1do artigo 109 - J do Tratado: a evolução doECU, os resultados da integração dosmercados, o nível e a evolução da balançade transacções correntes e a análise doscustos unitários de trabalho e de outrosíndices de preços (ver Quadro B).

Em geral, o crescimento dos custos unitáriosde trabalho desacelerou durante a décadade 90 para níveis que são consideradosconsistentes com baixas taxas de inflação.Em diversos países, nomeadamente Bélgica,Alemanha, Irlanda, Países Baixos, Áustria eFinlândia, os custos unitários de trabalho

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nominais durante o período 1996-97mantiveram-se globalmente estáveis oureduziram-se, enquanto que, em outrospaíses (Dinamarca, Espanha, França,Luxemburgo, Portugal e Reino Unido), osaumentos foram claramente positivosembora, na sua maioria, moderados. Aprincipal excepção foi a Grécia, onde,apesar de uma desaceleração significativadurante a década de 90, os custos unitáriosde trabalho nominal aumentaram 7.5% em1997. Em Itália e na Suécia, o crescimentodos custos unitários de trabalho recuperouem 1996 para quase 5%, antes dedesacelerar em 1997 para 3.1% em Itália e1.2% na Suécia.

Outros índices de preços relevantesconsiderados no presente Relatórioconfirmam, em geral, a tendência observadanos IPCH. Em alguns países, uma ou maismedidas de inflação encontram-se umpouco acima do nível da inflação do IPCH.

Dados recentes sobre as posições dasbalanças de transacções correntes nospaíses da UE apontam para excedentes emonze países em 1997. Entre estes,registaram-se défices no início da décadade 90 em Espanha, França, Itália, Finlândia eSuécia , tendo s ido poster iormenteeliminados; o Reino Unido registou umpequeno excedente em 1997. Outrospaíses mantiveram posições excedentáriasao longo de toda a década de 90. A Bélgicae os Países Baixos, em particular ,acumularam disponibil idades l íquidasconsideráveis. Nos restantes quatro países(Alemanha, Grécia, Áustria e Portugal), osdéfices nas balanças de transacçõescorrentes têm sido mais persistentes,embora no caso da Alemanha esse déficetenha sido diminuto em 1997.

Quanto à integração dos mercados, osdados da Comissão Europeia sobre oponto da situação no que se refere àadopção de directivas relativas ao mercadointerno (à data de Fevereiro de 1998)mostram que a taxa média de transposição

na União é cerca de 94%. Desagregandopor sectores, a Comissão identifica a áreados contratos públicos como o sectoronde prevalece a maioria das barreirastécnicas. Considerando os fluxos comerciaisde bens e serviços, a percentagem decomércio intra-UE em percentagem docomércio total é significativa para todos ospaíses da UE. Em 1996, as exportaçõesintra-UE em proporção do total deexportações registou valores entre 52% noReino Unido e mais de 80% em Portugal. Amédia para o conjunto de todos os Estados-membros da UE é 61%. Quanto àsimportações intra-UE, os va lorescorrespondentes variam entre 54% naIrlanda e 76% em Portugal, enquanto que amédia para todos os países da UE se situaem cerca de 61%.

No que respeita a questões fiscais, atributação indirecta e a tributação sobre osrendimentos do capital são de particularimportância para a integração dosmercados. Subsistem diferenças significativasentre os países da UE, quer relativamenteaos impostos indirectos sobre bens eserviços, quer relativamente aos impostossobre os rendimentos de capital, em termosdas taxas aplicadas e da sua aplicaçãoespecíf ica. O tratamento fiscal dospagamentos de juros é também umexemplo: em alguns países da UE é aplicadaa retenção na fonte, pelo que o imposto écobrado sobre os residentes, enquantoque em outros países o contribuinte deveráinformar as autoridades fiscais e, em geral,os residentes e não residentes têmtratamentos distintos. Não foram aindatomadas medidas globais a f im deharmonizar os impostos sobre osrendimentos do capital por forma apromover a integração dos mercadosfinanceiros.

O mercado do ECU privado, em geral,contraiu-se de novo em 1997, reflectindodecréscimos nos activos e passivosbancários e nas obrigações internacionais.Esta contracção verificou-se apesar de

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alguma evolução favorável em 1997. Emespecial, algumas incertezas de carácterjurídico foram resolvidas e, parcialmenteem resposta a isso, o diferencial entre astaxas de câmbio de mercado e do cabazdo ECU estreitou-se de novo, de cerca de

90 pontos base para o par, entre o final deDezembro de 1996 e o final de Dezembrode 1997, tendo mesmo estado a prémiodurante um curto período, no final de1997.

2 Compatibilidade da legislação nacional com o Tratado

2.1 Introdução

O artigo 108.º do Tratado estipula quecada Estado-membro deverá assegurar, omais tardar até à data da instituição doSEBC, a compatibilidade da respectivalegislação nacional, incluindo os estatutosdo seu banco central nacional com oTratado e os Estatutos (”convergêncialegal”). Esta disposição não exige aharmonização dos estatutos dos BCN, masimplica que a legislação nacional e osestatutos dos BCN sejam adaptados porforma a torná-los compatíveis com oTratado e os Estatutos. A fim de identificaras áreas onde a adaptação da legislaçãonacional é necessária, é feita uma distinçãoentre a independência dos BCN, aintegração legal dos BCN no SEBC e outralegislação para além dos estatutos dosBCN.

Para que exista compatibilidade, o processolegislativo tem de estar concluído, ou seja,os legisladores nacionais devem teradoptado as respectivas leis e tomadotodos os outros passos necessários como,por exemplo, a promulgação. Estadisposição aplica-se a toda a legislação aoabrigo do artigo 108.º. A distinçãoefectuada acima entre as diferentes áreasde legislação é importante quando se tratade determinar a data na qual a legislaçãotem que entrar em vigor. Muitas decisõesque o Conselho do BCE e os BCN tomarementre a data da instituição do SEBC e ofinal de 1998 pré-determinarão a política

monetária única e a sua execução na áreado euro. Por conseguinte, as adaptaçõesrelativas à independência dos BCN devementrar em vigor, o mais tardar, até à datada instituição do SEBC. Outros requisitosestatutários relativos à integração legal dosBCN no SEBC só necessitarão de entrarem vigor no momento da integração dosBCN no SEBC, ou seja, na data do início daTerceira Fase ou, no caso de um Estado-membro que beneficie de uma derrogaçãoou de estatuto especial, na data em queadoptar a moeda única. A entrada emvigor das alterações à legislação para alémdos estatutos dos BCN, necessárias paraassegurar a compatibilidade com o Tratadoe os Estatutos, depende do conteúdo dareferida legislação e, por conseguinte, deveser avaliada caso a caso.

Este Relatório faz uma avaliação individual,país a país, da compatibilidade da legislaçãonacional com o Tratado e os Estatutos.

2.2 Independência dos BCN

A independência do banco central éessencial para a credibilidade da passagempara a União Monetária, constituindo umacondição prévia da mesma. Os aspectosinstitucionais da União Monetária requeremque poderes monetários, actualmentedetidos pelos Estados-membros, passem aser exercidos num novo sistema, o SEBC.Esta situação não seria aceitável se umEstado-membro continuasse a influenciar

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4 Existe também um critério de independência funcio-nal mas, uma vez que os BCN na Terceira Faseserão integrados no SEBC, esta questão é tratadana âmbito da integração legal dos BCN no SEBC(ver parágrafo 2.3 abaixo).

as decisões tomadas pelos órgãos dedecisão do SEBC.

Os Estatutos definem um papel importantepara os Governadores dos BCN (atravésda sua participação no Conselho do BCE),no que respeita à formulação da políticamonetária, e para os BCN, no que respeitaà execução das operações no âmbito doSEBC (ver o último parágrafo do artigo12.º 1 dos Estatutos). Assim, será essencialque os BCN sejam independentes deentidades externas no cumprimento dasatribuições relacionadas com o SEBC.

O princípio da independência dos BCNencontra-se expressamente referido noartigo 107.º do Tratado e no artigo 14.º 2dos Estatutos. O artigo 107.º proíbe atentativa de influenciar o BCE, os BCN ouos membros dos órgãos de decisão e oartigo 14.º 2 prevê a segurança dosmandatos dos referidos membros.

O IME def in iu um conjunto decaracterísticas respeitantes à independênciados bancos centrais, distinguindo entrecaracterísticas institucionais, pessoais e denatureza financeira.4

No que respeita à independênciainstitucional, os direitos de terceiros (porexemplo, do Governo e do Parlamento)de:

dar instruções ao BCN ou aos seusórgãos de decisão;

aprovar, suspender, anular ou diferirdecisões do BCN;

vetar as decisões do BCN por motivoslegais;

participar nos órgãos de decisão de umBCN com direito a voto; ou

ser consultado (ex ante) sobre asdecisões de um BCN

são incompatíveis com o Tratado e/ou osEstatutos e, por conseguinte, necessitamde adaptação.

No que respeita à independência pessoal,os Estatutos dos BCN devem assegurarque:

o mandato dos Governadores dos BCNtem uma duração mínima de cincoanos;

o Governador de um BCN não podeser demitido por razões além dasmencionadas no artigo 14.º 2 dosEstatutos (ou seja, se deixar depreencher os requisitos necessários aoexercício das suas obrigações ou setiver cometido falta grave);

o mandato dos outros membros dosórgãos de decisão dos BCN envolvidosno cumprimento das atribuições doSEBC tem a mesma segurança que odos Governadores;

não surgirão conflitos de interesses entreos membros dos órgãos de decisão dosBCN em relação aos respectivos BCN(e, adicionalmente, dos Governadoresem relação ao BCE) e a outrasatribuições que os membros dos órgãosde decisão, envolvidos no cumprimentodas atribuições relacionadas com oSEBC, desempenhem e que possampôr em perigo a sua independênciapessoal.

A independência financeira requer que osBCN disponham dos meios adequados aocumprimento do respectivo mandato. Asrestrições estatutárias nesta área devemser acompanhadas por uma cláusula de

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salvaguarda por forma a assegurar que asatribuições relacionadas com o SEBC sãodesempenhadas de forma adequada.

2.3 Integração legal dos BCN noSEBC

A participação integral dos BCN no SEBCrequer que sejam tomadas medidas paraalém das destinadas a assegurar aindependência. Em especial, essas medidaspodem ser necessárias para que os BCNexecutem as suas tarefas como membrosdo SEBC e de acordo com as decisões doBCE. As principais áreas que requerematenção são aquelas em que as disposiçõesestatutárias podem constituir um obstáculoao cumprimento, por parte de um BCN,dos requisitos do SEBC ou ao desempenho,por parte de um Governador, das suasobrigações como membro do Conselhodo BCE ou ainda os casos em que asdisposições estatutárias não respeitam asprerrogativas do BCE. Em conformidade, aavaliação feita pelo IME da compatibilidadedos estatutos dos BCN com o Tratado eos Estatutos incide nas seguintes áreas:object ivos estatutár ios , atr ibuições,instrumentos, organização, disposiçõesfinanceiras e questões diversas.

2.4 Legislação para além dosestatutos dos BCN

A obrigatoriedade de convergência legal nostermos do artigo 108.º do Tratado, incluídono capítulo intitulado ” A política monetária”,aplica-se às áreas da legislação que são

afectadas pela transição da Segunda para aTerceira Fase. A avaliação efectuada peloIME da compatibilidade da legislação nacionalcom o Tratado e os Estatutos respeita às leisque têm impacto no desempenho, por partedos BCN, das atribuições relacionadas com oSEBC bem como às leis na área monetária. Alegislação que deve ser adaptada respeita,especialmente, às seguintes áreas: notas debanco, moeda metálica, gestão das reservascambiais, política cambial e confidencialidade.

2.5 Compatibilidade da legislaçãonacional com o Tratado e osEstatutos

Todos os Estados-membros, à excepçãoda Dinamarca cuja legislação não necessitade ser adaptada, já introduziram, ouencontram-se actualmente numa faseavançada desse processo, alterações nosestatutos dos respectivos BCN, seguindoos critérios definidos nos Relatórios doIME e nas opiniões do IME. O Reino Unido,que está isento das obrigações previstas noartigo 108.º do Tratado, está no processode introdução de novos estatutos do seuBCN, os quais, embora permitindo ummaior grau de independência operacionaldo banco central, não se destinamexpressamente a alcançar a convergêncialegal como requerida pelo IME para ocumprimento integral do Tratado e dosEstatutos . Na União Europeia , oslegisladores, salvo as excepções acimareferidas, empreenderam um processolegislativo tendo em vista a preparação dosBCN para a Terceira Fase da UEM.

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3 Sumários por país

3.1 Bélgica

Durante o período de referência, a Bélgicaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.4%, ou seja muito abaixo ao valor dereferência estipulado no Tratado. Ocrescimento dos custos unitários detrabalho foi moderado, verificando-seigualmente taxas de inflação baixas quandomedidas em termos de outros índices depreços re levantes . Numa anál i seprospectiva, não há sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação e as previsões apontam para umataxa de inflação de cerca de 1½% em 1998e 1999. O franco belga tem participado noMTC durante um período muito superior adois anos. Durante o período de referência,a moeda manteve-se globalmente estável,em geral próximo das suas inalteradasparidades centrais, sem necessidade demedidas destinadas a apoiar a taxa decâmbio. O nível das taxas de juro de longoprazo situou-se em 5.7%, isto é muitoabaixo do respectivo valor de referência.

Em 1997, a Bélgica alcançou um déficeorçamental de 2.1% do PIB, ou seja abaixodo va lor de referência , havendoperspectivas de uma nova descida para1.7% em 1998. O rácio da dívida emrelação ao PIB é muito superior ao valorde referência de 60%. Depois de teratingido um nível máximo em 1993, orácio diminuiu 13.0 pontos percentuaispara 122.2% em 1997, sendo asperspectivas de nova redução para 118.1%do PIB em 1998. Apesar dos esforços edos substanciais progressos no sentido damelhoria da actual posição orçamental, aquestão sobre se a dívida pública emrelação ao PIB se ”encontra em diminuiçãosignificativa e se está a aproximar, de formasatisfatória, do valor de referência” e se asustentabilidade da posição orçamental terásido alcançada permanece motivo depreocupação; a abordagem desta questão

constituirá forçosamente uma prioridadepara as autoridades belgas. Será necessáriaa manutenção de um excedente primáriode pelo menos 6% do PIB ao ano e aobtenção de excedentes orçamentaisglobais consideráveis e crescentes, porforma a permitir reduzir drasticamente orácio da dívida para 60% do PIB dentro deum período de tempo adequado, o quecontrasta com um défice orçamentalverificado de 2.1% do PIB em 1997, e coma previsão de um défice de 1.7% para1998. O Pacto de Estabi l idade eCrescimento requer também, comoobjectivo de médio prazo, uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice excedeu o ráciodo investimento público em relação aoPIB, a Bélgica manteve grandes excedentesda balança de transacções correntes e umaposição forte em termos de disponibilidadeslíquidas sobre o exterior.

Os estatutos do Banco Nacional da Bélgicaforam alterados pela Lei n.º 1061/12-96/97. Assumindo que as disposiçõesespecíficas aí previstas, com os quais sepretende uma adaptação progressiva,entrarão em vigor atempadamente, osestatutos do Banco serão compatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutospara a Terceira Fase. O IME salienta queestão previstas adaptações em diversasoutras leis.

3.2 Dinamarca

A Dinamarca, nos termos do Protocolo n.º12 do Tratado, notificou o Conselho daUE de que não participará na Terceira Faseda UEM. Porém, os seus progressos nosentido da convergência são analisados empormenor.

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Durante o período de referência, aDinamarca registou uma taxa de inflaçãodo IPCH de 1.9%, ou seja muito abaixo dovalor de referência estipulado no Tratado.O aumento dos custos unitários de trabalhosubiu recentemente e alguns outrosindicadores de inf lação re levantesexcederam 2% em 1997. Numa análiseprospectiva, não há sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação; as previsões apontam para umaumento da inflação para um valor superiora 2% em 1998 e ligeiramente mais elevadoem 1999. A coroa dinamarquesa temparticipado no MTC durante um períodomuito superior a dois anos. Durante operíodo de referência, a moeda manteve--se globalmente estável, em geral próximodas suas inalteradas paridades centrais,sem necessidade de medidas destinadas aapoiar a taxa de câmbio. O nível das taxasde juro de longo prazo situou-se em 6.2%,ou seja abaixo do respectivo valor dereferência.

Em 1997, a Dinamarca alcançou umexcedente orçamental de 0.7% do PIB,cumprindo assim o valor de referênciacom uma margem confortável, prevendo--se para 1998 um excedente de 1.1%. Orácio da dívida em relação ao PIB é superiorao valor de referência de 60%. Depois deter atingido um nível máximo em 1993, orácio diminuiu 16.5 pontos percentuais,cifrando-se em 65.1% em 1997. No que serefere à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, as previsões apontam para umdecréscimo do rácio da dívida para 59.5%do PIB em 1998, ou seja ligeiramenteabaixo do valor de referência. Numa análisea mais longo prazo, caso se mantenham osactuais saldos orçamentais, a Dinamarcacumprirá o objectivo de médio prazo doPacto de Estabilidade e Crescimento, emvigor a partir de 1999, o qual consiste emalcançar uma posição orçamental próximado equilíbrio ou excedentária, e o rácio dadívida reduzir-se-á para um valor aindamais abaixo de 60%.

Relativamente a outros factores, em 1996,o rácio do défice foi inferior ao rácio doinvestimento público em relação ao PIB. ADinamarca registou excedentes na balançade transacções correntes, mantendo umaposição externa líquida negativa. Nocontexto do envelhecimento da população,a Dinamarca dispõe de um sector privadode pensões em rápida expansão.

O estatutos do Danmarks Nationalbanknão contêm incompatibilidades na área daindependência do banco central. Aintegração legal do Banco no SEBC nãoprecisa de estar prevista e a outra legislaçãonão necessita ser alterada enquanto aDinamarca não adoptar a moeda única.

3.3 Alemanha

Durante o período de referência, aAlemanha registou uma taxa de inflação doIPCH de 1.4%, ou seja muito abaixo dovalor de referência estipulado no Tratado.Os custos unitários de trabalho diminuíram,verificando-se igualmente taxas de inflaçãobaixas, quando medidas em termos deoutros índices de preços relevantes. Numaanálise prospectiva, não há sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação; as previsões indicam que a taxa deinflação se deverá situar em cerca de 2%em 1998 e 1999. O marco alemão temparticipado no MTC durante um períodomuito superior a dois anos. Durante operíodo de referência, a moeda manteve--se globalmente estável, em geral próximodas suas inalteradas paridades centrais,sem necessidade de medidas destinadas aapoiar a taxa de câmbio. O nível das taxasde juro de longo prazo situou-se em 5.6%,ou seja muito abaixo do respectivo valorde referência.

Em 1997, a Alemanha alcançou um ráciodo défice orçamental de 2.7% do PIB,portanto abaixo do valor de referência,prevendo-se uma nova redução para 2.5%em 1998. O rácio da dívida em relação ao

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5 Como se mencionou, o dracma grego entrou paramecanismo de taxas de câmbio do SME, comefeito a partir de 16 de Março de 1998.

PIB situa-se pouco acima do valor dereferência de 60%. Desde 1991, o primeiroano após a unificação alemã, o rácioaumentou 19.8 pontos percentuais,situando-se em 61.3% em 1997, reflectindo,em larga medida, os encargos orçamentaisdecorrentes da unificação. No que serefere à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, as previsões apontam parauma redução marginal do rácio da dívidapara 61.2% do PIB em 1998. A manutençãodo rácio do défice aos níveis actuais nãoserá suficiente para reduzir o rácio dadívida para 60% do PIB, dentro de umperíodo de tempo adequado, sugerindoassim a necessidade de progressossubstanciais adicionais na consolidação. OPacto de Estabilidade e Crescimento requertambém, como objectivo de médio prazo,uma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária. Dado que oactual rácio da dívida se situa ligeiramenteacima de 60% do PIB, atingir a posiçãoorçamental prevista para 1998 e umorçamento equilibrado após aquela datareduziria o rácio da dívida para um valorinferior a 60% do PIB já em 1999.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice excedeu o ráciodo investimento público em relação ao PIBe a Alemanha registou défices da balançade transacções correntes comoconsequência da unificação, mantendotodavia uma posição externa líquida positiva.

Os estatutos do Deutsche Bundesbankforam alterados pela Sexta Lei que introduzalterações à Lei do Deutsche Bundesbank,datada de 22 de Dezembro de 1997, quetornou os estatutos do Banco compatíveiscom os requisitos do Tratado e dosEstatutos para a Terceira Fase. O IMEsalienta que está prevista a adaptação daLei da Moeda Metálica.

3.4 Grécia

Tem-se verificado na Grécia uma claratendência para uma taxa de inflação maisbaixa, com a inflação do IPC a cair de umvalor superior a 20% em 1990 para 5½%em 1997. A taxa de inflação do IPCHsituou-se em 5.2% durante o período dereferência. Por seu lado, o crescimento doscustos unitários de trabalho desaceleroupara 7 ½% em 1997, verif icando-seigualmente uma redução das tendênciasinflacionistas, quando medidas em termosde outras medidas de inflação relevantes.Numa análise prospectiva, as previsõessugerem uma queda da inflação para 4½%em 1998 e para 3½% em 1999. As taxasde juro de longo prazo têm vindo a registaruma tendência globalmente descendentedurante os anos 90, à excepção de 1997,tendo atingido uma média de 9.8% duranteo período de referência. No geral, apesardos progressos alcançados, a Grécia nãoatingiu uma taxa de inflação do IPCH ouum nível de taxas de juro de longo prazoabaixo dos respectivos valores de referênciaestipulados pelo Tratado.

Durante o per íodo de referênciaconsiderado no presente Relatório, a Grécianão participou no MTC5 . O dracma gregofoi transaccionado, neste período, acimadas taxas bilaterais médias de Março de1996 em relação à maioria das moedas daUE, as quais são utilizadas como referênciapara efeitos ilustrativos, na ausência detaxas centrais.

Desde 1993, o rácio do défice orçamentaltem vindo a reduzir-se num total de 9.8pontos percentuais, para se situar em 4.0%do PIB em 1997, acima do valor dereferência estipulado no Tratado; asprevisões para 1998 apontam para umaredução do rácio do défice para 2.2%, ouseja um nível inferior ao valor de referência.

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O rácio da dívida em relação ao PIB situa--se muito acima do valor de referência de60%. Depois de ter atingido um pontomáximo em 1993, este rácio praticamenteestabilizou, antes de se reduzir 2.9 pontospercentuais para 108.7% em 1997; asprevisões para 1998 sugerem uma descidado rácio da dívida para 107.7% do PIB.Apesar dos esforços e dos substanciaisprogressos alcançados no sentido daevolução favorável da actual situaçãoorçamental, a questão sobre se a dívidapública em relação ao PIB se ”encontra emdiminuição significativa e se está aaproximar, de forma satisfatória, do valorde referência” e se a sustentabilidade daposição orçamental foi alcançada terá depermanecer motivo de preocupação; aabordagem desta questão deverá continuarforçosamente uma prioridade para asautoridades gregas. Serão necessáriosexcedentes orçamentais globais persistentese elevados, por forma a permitir reduzir orácio da dívida para 60% do PIB dentro deum período de tempo adequado, o quecontrasta com um défice orçamentalverificado de 4.0% do PIB em 1997 e coma previsão de um défice de 2.2% para1998. O Pacto de Estabi l idade eCrescimento requer também, comoobjectivo de médio prazo, uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice excedeu o ráciodo investimento público em relação ao PIBe a Grécia registou défices da balança detransacções correntes e uma posiçãoexterna líquida negativa. No contexto doenvelhecimento da população, a Gréciadispõe de um sistema de pensõesparcialmente capitalizado.

Os estatutos do Banco da Grécia foramalterados pela Lei n.º 2548 de 12 deDezembro de 1997. Em resultado, não severificam incompatibilidades nos estatutosdo Banco com os requisitos do Tratado edos Estatutos para a Terceira Fase.

Subsistem contudo duas imperfeições queserá necessário corrigir antes de a Gréciaadoptar a moeda única. O IME não temconhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias nas quais sejanecessário introduzir alterações ao abrigodo Artigo 108.º do Tratado.

3.5 Espanha

Durante o período de referência, a Espanharegistou uma taxa de inflação do IPCH de1.8%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado. Ocrescimento dos custos unitários detrabalho foi moderado, verificando-seigualmente uma tendência generalizada parataxas de inflação baixas quando medidasem termos de outros índices de preçosrelevantes. Numa análise prospectiva, hápoucos sinais de pressão imediata nosentido ascendente sobre a inflação; asprevisões apontam para uma subida dainflação para um valor ligeiramente acimade 2% em 1998 e 1999. A peseta espanholatem participado no MTC por um períodomuito superior a dois anos. Durante operíodo de referência, a moeda manteve--se globalmente estável, em geral próximodas inalteradas paridades centrais, semnecessidade de medidas destinadas a apoiara taxa de câmbio. O nível das taxas de jurode longo prazo situou-se em 6.3%, ou sejaabaixo do respectivo valor de referência.

Em 1997, a Espanha alcançou um rácio dodéfice orçamental de 2.6%, isto é abaixodo valor de referência, prevendo-se umanova descida para 2.2% em 1998. O rácioda dívida em relação ao PIB encontra-seacima do valor de referência de 60%.Depois de ter atingido um nível máximoem 1996, o rácio reduziu-se 1.3 pontospercentuais para 68.8% em 1997. No quese refere à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, as previsões apontam parauma redução do rácio da dívida para 67.4%do PIB em 1998. Dado que o actual rácioda dívida se situa um pouco abaixo de 70%

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do PIB, atingir o saldo orçamental previstopara 1998 e um orçamento equilibradoapós aquela data reduziria o rácio da dívidapara um valor inferior a 60% no ano 2001.Pelo contrário, a manutenção dos saldosglobais ou primários de 1998 constantesnos anos subsequentes permitiria reduzir orácio da dívida para 60% do PIB, apenas em2007 e 2004, respectivamente, sugerindoassim a necessidade de progressossubstanciais adicionais na consolidação. OPacto de Estabilidade e Crescimento requertambém, como objectivo de médio prazo,uma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária.

Relativamente a outros factores, o rácio dodéfice orçamental excedeu o rácio doinvestimento público em relação ao PIBem 1996, mas reduziu-se para um nívelinferior àquele rácio em 1997; a Espanharegistou excedentes da balança detransacções correntes, mantendo umaposição externa líquida negativa.

Os estatutos do Banco de España foramalterados na área da independência dobanco central pela Lei n.º 66/1997, de 30de Dezembro de 1997. Está em curso oprocesso de alteração dos estatutos doBanco na área da integração do Banco noSEBC. Assumindo que o projecto de leipara o efeito é adoptado na forma querevestia em 24 de Março de 1998 e queentra em vigor atempadamente, osestatutos do Banco serão compatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutospara a Terceira Fase. O IME salienta queestá prevista uma nova adaptação da Lein.º 10/1975, de 12 de Março de 1975,sobre Cunhagem.

3.6 França

Durante o período de referência, a Françaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.2%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado, e umadas três taxas de inflação mais baixas na

União. O crescimento dos custos unitáriosde trabalho foi moderado, verificando-seigualmente taxas de inflação baixas quandomedidas em termos de outros índices depreços re levantes . Numa anál i seprospectiva, não há sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação; as previsões apontam para amanutenção da inflação num nível bastanteinferior a 2% em 1998 e 1999. O francofrancês tem participado no MTC por umperíodo muito superior a dois anos. Duranteo período de referência, a moeda manteve--se globalmente estável, em geral próximodas inalteradas paridades centrais, semnecessidade de medidas destinadas a apoiara taxa de câmbio. O nível das taxas de jurode longo prazo situou-se em 5.5%, ou sejamuito abaixo do respectivo valor dereferência.

Em 1997, a França alcançou um rácio dodéfice orçamental de 3.0% do PIB, níveligual ao valor de referência, não seprevendo virtualmente mais melhorias em1998 (redução para 2.9%), apesar dasituação conjuntural favorável. Além disso,o rácio da dívida, embora tenha aumentadopara 58.0% do PIB em 1997, manteve-seligeiramente abaixo do valor de referênciade 60%; prevê-se um aumento marginalpara 58.1% em 1998. No que se refere àsustentabilidade da evolução orçamental, amanutenção do rácio do défice aos níveisactuais não será suficiente para manter orácio da dívida abaixo de 60% do PIB,suger indo ass im a necess idade deprogressos substanciais adicionais naconsolidação. O Pacto de Estabilidade eCrescimento requer também, comoobjectivo de médio prazo, uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária, o que implicaria uma reduçãodo rácio da dívida para um valor ainda maisabaixo de 60% do PIB.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice orçamentalexcedeu o rácio do investimento públicoem relação ao PIB, a França registou

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6 As taxas centrais bilaterais da libra irlandesa face aoutras moedas do mecanismo de taxas de câmbioforam revalorizadas em 3%, com efeito a partir de16 de Março de 1998, ou seja após o período dereferência considerado no presente Relatório.

excedentes da balança de transacçõescorrentes e uma posição externa líquidanegativa.

Está actualmente em curso o processo deadaptação dos estatutos da Banque deFrance. Assumindo que o projecto de leipara o efeito será adoptado na forma querevestia em 24 de Março de 1998 eentrará em vigor atempadamente, osestatutos do Banco serão compatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutospara a Terceira Fase. O IME salienta queestão previstas alterações em diversalegislação.

3.7 Irlanda

Durante o período de referência, a Irlandaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.2%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado no Tratado e umadas três taxas de inflação mais baixas naUnião. Os custos unitários de trabalhodiminuíram, verificando-se igualmente taxasde inflação baixas, quando medidas emtermos de outros índices de preçosrelevantes. Numa análise prospectiva, háalguns sinais de pressão imediata no sentidoascendente sobre a inflação, que poderáaumentar durante os próximos dois anospara 3%. O nível das taxas de juro de longoprazo situou-se em 6.2%, ou seja abaixo dorespectivo valor de referência.

A libra irlandesa tem participado no MTCdurante um período muito superior a doisanos. Durante o período de referência, amoeda tem s ido normalmentetransaccionada significativamente acima dasinalteradas taxas centrais em relação àsoutras moedas participantes no MTC,reflectindo uma tendência ascendenteautónoma da moeda, à luz do dinamismodas condições económicas internas. Estatendência é também ref lect ida navolatilidade relativamente elevada da taxade câmbio e nos diferenciais de taxa dejuro de curto prazo, tendo ambos registado

recentemente uma redução com oaproximar da libra irlandesa das suas taxascentrais bilaterais em relação às restantesmoedas do MTC6 .

Em 1997, a Irlanda alcançou um excedenteorçamental de 0.9% do PIB, cumprindoassim o valor de referência de 3% comuma margem confortável. Para 1998, prevê--se um excedente de 1.1% do PIB. O rácioda dívida em relação ao PIB é superior aovalor de referência de 60%. Depois de teratingido um nível máximo em 1993, orácio diminuiu 30.0 pontos percentuais,situando-se em 66.3% em 1997, reflectindo,nomeadamente, um forte crescimento realdo PIB. No que se refere à sustentabilidadeda evolução orçamental, as previsõesapontam para um decréscimo do rácio dadívida para 59.5% do PIB em 1998, isto éligeiramente abaixo do valor de referência.Numa análise a mais longo prazo, caso semantenham os actua is excedentesorçamentais, a Irlanda poderá cumprir oobjectivo de médio prazo do Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, o qual consiste em alcançaruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária, e o rácio dadívida poderá reduzir-se para um nívelinferior a 60%.

Relativamente a outros factores, o rácio dodéfice não excedeu o rácio do investimentopúblico em relação ao PIB, em 1996. Alémdisso, a Irlanda manteve excedentes dabalança de transacções correntes. Nocontexto de uma situação demográficarelativamente favorável, os sistemas depensões assentam em fundos privadoscapitalizados e as pensões da segurançasocial não capitalizadas têm um papelrelativamente reduzido.

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A lei do Banco Central de 1998 introduziualterações nos estatutos do Central Bankof Ireland. Com a adopção e entrada emvigor desta Lei, e assumindo que asrespect ivas d ispos ições especí f icas(relativamente às quais se prevê umaadaptação gradual através de decretosminister ia is) entrarão em vigoratempadamente, não subs ist i rãoincompatibilidades nos estatutos do Bancocom os requisitos do Tratado e dosEstatutos para a Terceira Fase. Subsistamporém duas imperfeições que nãocomprometem o funcionamento global doSEBC no início da Terceira Fase e queserão abordadas no contexto de futurasalterações legislativas. O IME assinala quefoi também adaptada a Lei da MoedaDecimal.

3.8 Itália

Durante o período de referência, a Itáliaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.8%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado no Tratado. Ocrescimento dos custos unitários detrabalho acelerou em 1996, antes dedesacelerar para 3.1% em 1997, verificando--se igualmente uma tendência para taxas deinflação baixas quando medidas em termosde outros índices de preços relevantes.Numa análise prospectiva, há poucos sinaisde pressão imediata no sentido ascendentesobre a inflação; a previsão mais recenteaponta para uma taxa de inf laçãoligeiramente inferior a 2% em 1998 e decerca de 2% em 1999. O nível das taxas dejuro de longo prazo situou-se em 6.7%, ouseja abaixo do respectivo valor dereferência.

A lira italiana participou no MTC durantecerca de 15 meses, isto é durante umperíodo inferior aos dois anos usados naanálise do IME. Com base nos dadosexaminados no Relatório, numa avaliação”ex post”, a lira manteve-se globalmenteestável durante todo o período de

referência. No MTC, a moeda manteve-seem geral próximo das suas inalteradasparidades centrais, sem necessidade demedidas destinadas a apoiar a taxa decâmbio.

Em 1997, a Itália alcançou um rácio dodéfice orçamental de 2.7% do PIB, ou sejaabaixo do valor de referência, prevendo-seuma nova redução para 2.5% em 1998. Orácio da dívida em relação ao PIB é muitosuperior ao valor de referência de 60%.Depois de ter atingido um nível máximoem 1994, o rácio diminuiu 3.3 pontospercentuais, situando-se em 121.6% em1997. As previsões apontam para umaredução do rácio da dívida para 118.1% doPIB em 1998. Apesar dos esforços e dossubstanciais progressos alcançados nosentido da evolução favorável da actualsituação orçamental, a questão sobre se adívida pública se ”encontra em diminuiçãosignificativa e se está a aproximar, de formasatisfatória, do valor de referência” e se asustentabilidade da posição orçamental terásido alcançada permanece motivo depreocupação; a abordagem desta questãoserá forçosamente uma prioridade para asautoridades italianas. Serão necessáriosexcedentes orçamentais globais persistentese elevados, por forma a permitir reduzirdrasticamente o rácio da dívida para 60%do PIB dentro de um período de tempoadequado, o que contrasta com um déficeorçamental verificado em 1997 de 2.7% doPIB, e com a previsão de um défice de2.5% para 1998. O Pacto de Estabilidade eCrescimento requer também, comoobjectivo de médio prazo, uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice excedeu o ráciodo investimento público em relação aoPIB, a Itália registou excedentes da balançade transacções correntes consideráveis ecrescentes o que conduziu a posiçãoexterna líquida para mais próximo doequilíbrio.

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Foram actual izadas as d ispos içõesestatutárias que regem a Banca d’Itália,contidas em legislação dispersa. Assumindoque as alterações dos estatutos do Bancoadoptadas na Assembleia Geral deAccionistas são aprovadas por DecretoPres idencia l e entram em vigoratempadamente, e assumindo que asdisposições referidas no n.º 1 do artigo 11ºdo Decreto Legislativo n.º 43, de 10 deMarço, entram em vigor, o mais tardar, nadata da instituição do SEBC, os estatutosdo Banco serão compatíveis com osrequisitos do Tratado e dos Estatutos paraa Terceira Fase. O IME não temconhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias nas quais sejanecessário introduzir alterações ao abrigodo Artigo 108.º do Tratado.

3.9 Luxemburgo

Durante o período de referência, oLuxemburgo registou uma taxa de inflaçãodo IPCH de 1.4%, ou seja muito abaixo dovalor de referência estipulado no Tratado.O crescimento dos custos unitários detrabalho foi moderado, verificando-seigualmente taxas de inflação baixas quandomedidas em termos de outros índices depreços re levantes . Numa anál i seprospectiva, há poucos sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação; as previsões apontam para umataxa de inflação de 1½-2% em 1998 e1999. O franco luxemburguês, que temuma associação monetária com o francobelga, tem participado no MTC duranteum período muito superior a dois anos.Durante o período de referência, a moedamanteve-se globalmente estável, em geralpróximo das inalteradas paridades centrais,sem necessidade de medidas destinadas aapoiar a taxa de câmbio. O nível das taxasde juro de longo prazo situou-se em 5.6%,ou seja muito abaixo do respectivo valorde referência.

Em 1997, o Luxemburgo alcançou umexcedente orçamental de 1.7% do PIB,cumprindo assim o valor de referênciapara o défice de 3% com uma margemconfortável, prevendo-se para 1998 umexcedente de 1.0%. Além disso, o rácio dadívida manteve-se praticamente estável em6.7% do PIB em 1997, isto é muito abaixodo valor de referência de 60%, prevendo--se um aumento para 7.1% em 1998. Noque se refere à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, numa análise a mais longoprazo, caso se mantenham em 1998 osactuais excedentes orçamenta is , oLuxemburgo cumprirá o objectivo de médioprazo do Pacto de Estabi l idade eCrescimento, em vigor a partir de 1999, oqual consiste em alcançar uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

Relativamente a outros factores, oLuxemburgo manteve grandes excedentesda balança de transacções correntes.

Está actualmente em curso, através da Lein.º 3862, o processo de adaptação da Leide 20 de Maio de 1983 que estabelece oInstitut Monétaire Luxembourgeois, comas alterações que lhe foram introduzidas, eda Lei de 15 de Março de 1979 sobre oestatuto monetário do Luxemburgo.Assumindo que esta lei será adoptada naforma que revestia em 24 de Março de1998 e que entrará em vigoratempadamente, não subs ist i rãoincompatibilidades nos estatutos do IMLcom os requisitos do Tratado e dosEstatutos para a Terceira Fase, emboraexistam diversas imperfeições que, noentanto, não comprometem ofuncionamento global do SEBC no início daTerceira Fase. Será necessário procederurgentemente à correcção de duas destasimperfeições.

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3.10 Países Baixos

Durante o período de referência, os PaísesBaixos registaram uma taxa de inflação doIPCH de 1.8%, ou seja muito abaixo dovalor de referência estipulado pelo Tratado.O crescimento dos custos unitários detrabalho foi moderado, verificando-segeralmente taxas de inflação baixas quandomedidas em termos de outros índices depreços re levantes . Numa anál i seprospectiva, há alguns sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação; as previsões apontam para umasubida da inflação para cerca de 2½% em1998 e 1999. O florim holandês temparticipado no MTC por um período muitosuperior a dois anos. Durante o período dereferência , a moeda manteve-seglobalmente estável, em geral próximo dasinalteradas paridades centrais , semnecessidade de medidas destinadas a apoiara taxa de câmbio. O nível das taxas de jurode longo prazo situou-se em 5.5%, portantomuito abaixo do respectivo valor dereferência.

Em 1997, os Países Baixos alcançaram umrácio do défice orçamental de 1.4% do PIB,ou seja muito abaixo do valor de referência,prevendo-se uma subida para 1.6% em1998. O rácio da dívida em relação ao PIBsitua-se acima do valor de referência de60%: depois de ter atingido um nívelmáximo em 1993, o rácio reduziu-se 9.1pontos percentuais para 72.1% em 1997.No que se refere à sustentabilidade daevolução orçamental, as previsões apontampara uma redução do rácio da dívida para70.0% do PIB em 1998. Numa análise amais longo prazo, a manutenção do ráciodo défice aos níveis actuais não serásuficiente para reduzir o rácio da dívidapara 60% do PIB, dentro de um período detempo adequado, sugerindo assim anecessidade de progressos substanciaisadicionais na consolidação. O Pacto deEstabilidade e Crescimento requer também,como objectivo de médio prazo, umaposição orçamental próxima do equilíbrio

ou excedentária. Dado que o actual rácioda dívida se situa acima de 70% do PIB,atingir a posição orçamental prevista para1998 e um orçamento equilibrado apósaquela data reduziria o rácio da dívida paraum valor inferior a 60% no ano 2002.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice não excedeu orácio do investimento público em relaçãoao PIB e os Países Baixos mantiveramgrandes excedentes da balança detransacções correntes, bem como umaposição externa líquida positiva. Nocontexto do envelhecimento da população,os Países Baixos beneficiam de um sistemade pensões consideravelmente capitalizado.

Está actualmente em curso o processo deadaptação dos estatutos do DeNederlandsche Bank. Assumindo que oprojecto lei para o efeito será adoptado naforma que revestia em 24 de Março de1998 e que entrará em vigoratempadamente, não subs ist i rãoincompatibilidades nos estatutos do Bancocom os requisitos do Tratado e dosEstatutos para a Terceira Fase. Subsistecontudo uma imperfeição que, no entanto,não compromete o funcionamento globaldo SEBC no início da Terceira Fase. O IMEsalienta que estão previstas alterações emoutra legislação diversa.

3.11 Áustria

Durante o período de referência, a Áustriaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.1%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado e umadas três taxas de inflação mais baixas naUnião. Os custos unitários de trabalhomantiveram-se globalmente estáveisdurante o período de referência, tendodiminuindo em 1996, verif icando-seigualmente taxas de inflação baixas quandomedidas em termos de outros índices depreços re levantes . Numa anál i seprospectiva, há alguns sinais de pressão no

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sentido ascendente sobre a inflação. Oxelim austríaco tem participado no MTCpor um período muito superior a doisanos. Durante o período de referência, amoeda manteve-se globalmente estável,em geral próximo das inalteradas paridadescentrais, sem necessidade de medidasdestinadas a apoiar a taxa de câmbio. Onível das taxas de juro de longo prazosituou-se em 5.6%, ou seja muito abaixodo respectivo valor de referência.

Em 1997, a Áustria alcançou um rácio dodéfice orçamental de 2.5% em 1997, ouseja abaixo do valor de referência,prevendo-se uma redução para 2.3% em1998. O rácio da dívida em relação ao PIBsitua-se acima do valor de referência de60%. Depois de ter atingido um nívelmáximo em 1996, o rácio reduziu-se 3.4pontos percentuais para 66.1% em 1997.No que se refere à sustentabilidade daevolução orçamental, as previsões apontampara uma redução do rácio da dívida para64.7% do PIB em 1998. Numa análise amais longo prazo, a manutenção do ráciodo défice aos níveis actuais não serásuficiente para reduzir o rácio da dívidapara 60% do PIB, dentro de um período detempo adequado, sugerindo assim anecessidade de progressos adicionaissubstanciais na consolidação. O Pacto deEstabilidade e Crescimento requer também,como objectivo de médio prazo, umaposição orçamental próxima do equilíbrioou excedentária. Dado que o actual rácioda dívida se situa acima de 65% do PIB,atingir a posição orçamental prevista para1998 e um orçamento equilibrado apósaquela data reduziria o rácio da dívida paraum valor inferior a 60% do PIB já no ano2000.

Relativamente a outros factores, o rácio dodéfice excedeu o rácio do investimentopúblico em relação ao PIB em 1996,enquanto que em 1997 a diferença foipróxima do zero; a Áustria manteve déficesda balança de transacções correntes e umaposição externa líquida negativa.

Está actualmente em curso o processo deadaptação dos estatutos doOesterreichische Nationalbank. Assumindoque o projecto lei para este efeito seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998 e que entrará em vigoratempadamente, os estatutos do Bancoserão compatíveis com os requisitos doTratado e dos Estatutos para a TerceiraFase. O IME salienta que estão previstasalterações na Lei Cambial.

3.12 Portugal

Durante o período de referência, Portugalregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.8%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado. Oaumento dos custos unitários de trabalhodesacelerou acentuadamente ao longo dadécada de 90, verificando-se igualmenteuma tendência generalizada para taxas deinflação baixas quando medidas em termosde outros índices de preços relevantes.Numa análise ao futuro, não há sinais depressão imediata no sentido ascendentesobre a inflação; as previsões apontampara um nível de inflação um tanto superiora 2% em 1998 e 1999. O escudo portuguêstem participado no MTC por um períodomuito superior a dois anos. Durante operíodo de referência, a moeda manteve--se globalmente estável, em geral próximodas inalteradas paridades centrais, semnecessidade de medidas destinadas a apoiara taxa de câmbio. O nível das taxas de jurode longo prazo situou-se em 6.2%, ou sejaabaixo do respectivo valor de referência.

Portugal alcançou um rácio do déficeorçamental de 2.5% em 1997, ou sejaabaixo do valor de referência, prevendo-seuma redução para 2.2% em 1998. O rácioda dívida em relação ao PIB encontra-seligeiramente acima do valor de referênciade 60%: depois de ter atingido um nívelmáximo em 1995, o rácio reduziu-se 3.9pontos percentuais para 62.0% em 1997.No que se refere à sustentabilidade da

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evolução orçamental, as previsões apontampara uma redução do rácio da dívida para60.0% do PIB em 1998, portanto um níveligual ao valor de referência. Numa análise amais longo prazo, os actuais rácios dodéfice orçamental excedem o objectivo demédio prazo do Pacto de Estabilidade eCrescimento, em vigor a partir de 1999, oqual consiste em alcançar uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária, indicando assim a necessidadede uma consolidação substancial adicional.Tal implicaria também uma redução dorácio da dívida para um valor inferior a60%.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice não excedeu orácio do investimento público em relaçãoao PIB e Portugal registou défices dabalança de transacções correntes e umaposição externa líquida positiva.

Os estatutos do Banco de Portugal foramalterados pela Lei Constitucional 1/97, de20 de Setembro de 1997, e pela Lei n.º 5/98, de 31 de Janeiro de 1998, que tornaramos estatutos do Banco compatíveis com osrequisitos do Tratado e dos Estatutos paraa Terceira Fase. O IME salienta que estáprevista a adaptação de outra legislaçãodiversa.

3.13 Finlândia

Durante o período de referência, a Finlândiaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.3%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado. Oscustos unitários de trabalho diminuíramem 1997, verificando-se igualmente taxasde inflação baixas quando medidas emtermos de outros índices de preçosrelevantes. Numa análise prospectiva, háalguns sinais de pressão imediata no sentidoascendente sobre a inflação; as previsõesapontam para uma taxa de inflação de 2-2½% em 1998 e 1999. O nível das taxasde juro de longo prazo situou-se em 5.9%,

portanto abaixo do respectivo valor dereferência.

A marca finlandesa participou no MTCdurante cerca de 16 meses, isto é umperíodo inferior aos dois anos usados naanálise do IME. Com base nos dadosapresentados no Relatório, numa avaliaçãoex-post, a marca finlandesa manteve-seglobalmente estável durante todo o períodode referência. No MTC, a moeda manteve--se em geral próximo das suas inalteradasparidades centrais, sem necessidade demedidas destinadas a apoiar a taxa decâmbio.

Em 1997, a Finlândia alcançou um rácio dodéfice orçamental de 0.9% do PIB, ou sejamuito abaixo do valor de referência,prevendo-se um excedente de 0.3% em1998. Além disso, o rácio da dívida diminuiupara 55.8% do PIB em 1997, permanecendoassim abaixo do valor de referência de60%. Quanto à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, as previsões apontam parauma nova descida para 53.6% em 1998.Neste contexto, a Finlândia cumprirá oobjectivo de médio prazo do Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, o qual consiste em alcançaruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária, e o rácio dadívida reduzir-se-á de novo para um valorainda mais abaixo de 60%.

Relativamente a outros factores, a Finlândiaregistou grandes excedentes da balança detransacções correntes, mantendo umaposição externa líquida negativa. Nocontexto do envelhecimento da população,a Finlândia dispõe de um sistema de pensõesparcialmente capitalizado.

Os estatutos do Suomen Pankki foramalterados pela revisão da Lei do Banco daFinlândia. Esta revisão, por seu lado, foiadaptada através de uma lei nova (a ”novalei”) por forma a tornar os estatutos doBanco totalmente compatíveis com oTratado e os Estatutos. Com a adopção da

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nova lei, os estatutos do Banco serãocompatíveis com os requisitos do Tratadoe dos Estatutos para a Terceira Fase. OIME salienta que está já completada aintrodução de alterações na Lei da Moedae na Lei da Moeda Metálica.

3.14 Suécia

Durante o período de referência, a Suéciaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.9%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado. Ocrescimento dos custos unitários detrabalho fo i moderado em 1997,verificando-se igualmente taxas de inflaçãobaixas quando medidas em termos deoutros índices de preços relevantes. Numaanálise prospectiva, há poucos sinais depressão imediata no sentido ascendentesobre a inflação; as previsões apontampara um nível de inflação de 1½-2% em1998 e 2% em 1999. O nível das taxas dejuro de longo prazo situou-se em 6.5%, ouseja abaixo do respectivo valor dereferência.

A Suécia não participa no MTC. Durante operíodo de referência, a coroa sueca foitransaccionada acima das taxas médiasbilaterais de Março de 1996 em relação àmaioria das outras moedas da UE, utilizadascomo taxa de referência para efeitosilustrativos, na ausência de taxas centrais.

Em 1997, a Suécia alcançou um rácio dodéfice orçamental de 0.8% do PIB, isto émuito abaixo do valor de referência,prevendo-se um excedente de 0.5% em1998. O rácio da dívida em relação ao PIBsitua-se acima do valor de referência de60%; depois de ter atingido um nívelmáximo em 1994, o rácio reduziu-se 2.4pontos percentuais para 76.6% em 1997.No que se refere à sustentabilidade daevolução orçamental, as previsões apontampara uma redução do rácio da dívida para74.1% do PIB em 1998. No contexto dasrecentes tendências do rácio do défice, a

Suécia deverá cumprir o objectivo demédio prazo do Pacto de Estabilidade eCrescimento, em vigor a partir de 1999, oqual consiste em alcançar uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária. Dado que o actual rácio dadívida se situa acima de 75% do PIB, atingiro excedente global previsto para 1998 emanter esse nível nos anos subsequentesreduziria o rácio da dívida para um valorinferior a 60% do PIB no ano 2003.

Relativamente a outros factores, o rácio dodéfice excedeu o rácio do investimentopúblico em relação ao PIB em 1996,reduzindo-se para um valor inferior àquelenível em 1997. Além disso, a Suécia registouexcedentes da balança de transacçõescorrentes, mantendo uma posição external íquida negat iva . No contexto doenvelhecimento da população, a Suéciadispõe de um sistema de pensõesparcialmente capitalizado.

Está actualmente em curso o processo deadaptação da Lei da Constituição, da Leido Riksdag (Parlamento) e da Lei doSveriges Riksbank, por forma a cumprir osrequisitos do Tratado e dos Estatutosrelativos à independência do Banco Central.Assumindo que um projecto de lei para oefeito será adoptado na forma que revestiaem 24 de Março de 1998, subsistirão nosestatutos do Banco duas incompatibilidadescom os requisitos do Tratado e dosEstatutos para a Terceira Fase.

3.15 Reino Unido

O Reino Unido, nos termos do Protocolon.º 11 do Tratado, notificou o Conselho deque não tenciona passar para a TerceiraFase em 1999. Consequentemente, nãoparticipará na moeda única no início daTerceira Fase. Porém, os seus progressosno sentido da convergência são examinadosem pormenor.

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Durante o período de referência, o ReinoUnido registou uma taxa de inflação doIPCH de 1.8%, ou seja muito abaixo dovalor de referência estipulado pelo Tratado.O crescimento dos custos unitários detrabalho foi moderado, verificando-seigualmente uma tendência generalizada parataxas de inflação baixas quando medidasem termos de outros índices de preçosrelevantes. Numa análise prospectiva, asprevisões apontam para uma taxa deinflação de 2-2½% em 1998 e 1999. Onível das taxas de juro de longo prazo foide 7.0%, portanto abaixo do respectivovalor de referência.

O Reino Unido não participa no MTC.Durante o período de referência, a libraesterlina apreciou-se relativamente a outrasmoedas da UE, reflectindo, em parte, adi ferente pos ição no c ic lo e acorrespondente orientação da políciamonetária.

Em 1997, o Reino Unido alcançou umrácio do défice orçamental de 1.9% do PIB,ou seja um nível muito abaixo do valor dereferência. Para 1998, prevê-se uma novaredução para 0.6%. Além disso, o rácio dadívida diminuiu para 53.4% do PIB em

1997, permanecendo assim abaixo do valorde referência de 60%, prevendo-se umanova redução para 52.3% em 1998. Noque se refere à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, numa análise ao futuro, casose concretizem os saldos orçamentaisprevistos, o Reino Unido cumprirá oobjectivo de médio prazo do Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, o qual consiste em alcançaruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária, e o rácio dadívida registará uma redução para um valorainda mais abaixo de 60%.

Relativamente a outros factores, em 1997,o Reino Unido registou um pequenoexcedente da balança de transacçõescorrentes e uma posição externa líquidapositiva. No contexto do envelhecimentoda população, o Reino Unido dispõe deum sistema de pensões, em grande parte,privado e capitalizado.

Uma vez que o Reino Unido notificou oConselho de que não tenciona adoptar amoeda única, não existe requisito legalactua l dest inado a assegurar acompatibilidade da legislação nacional como Tratado e com os Estatutos.

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Quadro AIndicadores económicos e critérios de convergência do Tratado de Maastricht(excluindo o critério das taxas de câmbio)

IPCH Taxa de juro de Excedente (+) ou défice Dívida bruta doInflação(a) longo prazo(b) (-) do sector público(c) sector público(c)

Bélgica 1996 1.8 6.5 -3.2 126.91997(d) 1.4 5.7 # -2.1 122.21998(e) - - # -1.7 118.1

Dinamarca(f) 1996 2.1 7.2 # -0.7 70.61997(d) 1.9 6.2 # 0.7 65.11998(e) - - # 1.1 # 59.5

Alemanha 1996 1.2 6.2 -3.4 60.41997(d) 1.4 5.6 # -2.7 61.31998(e) - - # -2.5 61.2

Grécia 1996 7.9 14.4 -7.5 111.61997(d) 5.2 9.8 -4.0 108.71998(e) - - # -2.2 107.7

Espanha 1996 3.6 8.7 -4.6 70.11997(d) 1.8 6.3 # -2.6 68.81998(e) - - # -2.2 67.4

França 1996 2.1 6.3 -4.1 # 55.71997(d) ** 1.2 ** 5.5 # -3.0 # 58.01998(e) - - # -2.9 # 58.1

Irlanda 1996 2.2 7.3 # -0.4 72.71997(d) *** 1.2 *** 6.2 # 0.9 66.31998(e) - - # 1.1 # 59.5

Itália 1996 4.0 9.4 -6.7 124.01997(d) 1.8 6.7 # -2.7 121.61998(e) - - # -2.5 118.1

Luxemburgo 1996 *** 1.2 *** 6.3 # 2.5 # 6.61997(d) 1.4 5.6 # 1.7 # 6.71998(e) - - # 1.0 # 7.1

Países Baixos 1996 1.4 6.2 # -2.3 77.21997(d) 1.8 5.5 # -1.4 72.11998(e) - - # -1.6 70.0

Áustria 1996 1.8 6.3 -4.0 69.51997(d) * 1.1 * 5.6 # -2.5 66.11998(e) - - # -2.3 64.7

Portugal 1996 2.9 8.6 -3.2 65.01997(d) 1.8 6.2 # -2.5 62.01998(e) - - # -2.2 # 60.0

Finlândia 1996 ** 1.1 ** 7.1 -3.3 # 57.61997(d) 1.3 5.9 # -0.9 # 55.81998(e) - - # 0.3 # 53.6

Suécia 1996 * 0.8 * 8.0 -3.5 76.71997(d) 1.9 6.5 # -0.8 76.61998(e) - - # 0.5 74.1

Reino Unido 1996 2.5 7.9 -4.8 # 54.71997(d) 1.8 7.0 # -1.9 # 53.41998(e) - - # -0.6 # 52.3

Fonte: Comissão Europeia.*,**,*** = primeiro, segundo e terceiro países com melhores resultados em termos de estabilidade de preços.# =Défice público inferior a 3% do PIB; dívida pública inferior a 60% do PIB.(a) Variações percentuais anuais.(b) Em percentagens. Para mais explicações sobre os dados da Grécia, ver nota de rodapé no Quadro 12 para a Grécia.(c) Em percentagem do PIB.(d) Período de doze meses terminado em Janeiro de 1998 para a inflação do IPCH e taxa de juro de longo prazo; projecções da

Comissão Europeia para o excedente ou défice público e a dívida pública bruta (previsões da Primavera de 1998).(e) Projeções da Comissão Europeia para o excedente ou défice público e a dívida pública bruta (previsões da Primavera de 1998).(f) Ver nota de rodapé (c) no Quadro 4 da Dinamarca.

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bélgica Índice de preços no cons. 3.4 3.2 2.4 2.8 2.4 1.5 2.1 1.6Custos unitários de trabalho 3.8 6.8 4.0 5.7 0.3 1.2 -0.2 0.5Balança de trans. corrent.(b) 1.8 2.3 2.8 5.0 5.1 4.2 4.2 4.7

Dinamarca Índice de preços no cons. 2.6 2.4 2.1 1.2 2.0 2.1 2.1 2.2Custos unitários de trabalho 2.0 1.9 1.9 -0.7 0.0 2.0 0.9 3.0Balança de trans. corrent(b) 1.0 1.5 2.8 3.4 1.8 1.1 1.7 0.6

Alemanha(c) Índice de preços no cons. 2.7 3.6 5.1 4.5 2.7 1.8 1.5 1.8Custos unitários de trabalho 2.0 3.3 6.2 3.7 0.2 1.6 -0.2 -1.8Balança de trans. corrent(b) 3.2 -1.1 -1.0 -0.7 -1.0 -1.0 -0.6 -0.1

Grécia Índice de preços no cons. 20.4 19.4 15.9 14.4 10.9 8.9 8.2 5.5Custos unitários de trabalho 19.5 9.3 12.6 12.7 11.7 11.3 9.9 7.5Balança de trans. corrent(b) -4.3 -1.7 -2.1 -0.8 -0.1 -2.5 -3.7 -3.8

Espanha Índice de preços no cons. 6.7 5.9 5.9 4.6 4.7 4.7 3.6 2.0Custos unitários de trabalho 9.3 8.1 8.0 4.9 0.0 1.9 2.9 1.9Balança de trans. corrent(b) -3.4 -3.0 -3.0 -0.4 -0.8 1.2 1.3 1.4

França Índice de preços no cons. 3.4 3.2 2.4 2.1 1.7 1.8 2.0 1.2Custos unitários de trabalho 4.1 3.6 2.7 3.1 -0.3 1.8 1.4 1.3Balança de trans. corrent(b) -0.8 -0.5 0.4 0.9 0.6 0.7 1.3 2.9

Irlanda Índice de preços no cons. 3.4 3.2 3.0 1.5 2.4 2.5 1.6 1.5Custos unitários de trabalho 0.0 2.2 3.1 3.8 -1.7 -4.1 -2.6 -1.3Balança de trans. corrent(b) 0.0 2.1 2.6 5.5 3.6 4.1 3.2 2.8

Itália Índice de preços no cons. 6.1 6.4 5.4 4.2 3.9 5.4 3.9 1.7Custos unitários de trabalho 9.3 8.5 3.7 1.4 -0.4 1.8 4.9 3.1Balança de trans. corrent(b) -1.5 -2.1 -2.4 1.0 1.4 2.5 3.4 3.1

Luxemburgo Índice de preços no cons. 3.7 3.1 3.2 3.6 2.2 1.9 1.4 1.4Custos unitários de trabalho 6.6 3.5 4.0 -2.2 1.4 2.2 0.7 1.1Balança de trans. corrent(b) 17.0 13.5 15.4 13.7 14.0 18.1 15.9 15.9

P. Baixos Índice de preços no cons. 2.4 3.1 3.2 2.6 2.8 1.9 2.0 2.2Custos unitários de trabalho(d) 1.7 3.9 3.1 2.2 -1.3 1.2 0.2 0.1Balança de trans. corrent(b) 3.2 2.6 2.3 4.4 5.3 5.9 5.2 7.3

Áustria Índice de preços no cons. 3.3 3.3 4.1 3.6 3.0 2.2 1.9 1.3Custos unitários de trabalho 2.8 4.5 4.8 3.5 0.8 1.1 -0.5 0.0Balança de trans. corrent(b) 0.8 0.0 -0.1 -0.4 -0.9 -2.0 -1.8 -1.8

Portugal Índice de preços no cons. 13.4 11.4 8.9 6.5 5.2 4.1 3.1 2.2Custos unitários de trabalho 15.7 15.1 13.3 6.5 4.2 2.0 2.9 2.8Balança de trans. corrent(b) -0.3 -0.9 -0.1 0.1 -2.5 -0.2 -1.4 -2.0

Finlândia Índice de preços no cons. 6.2 4.3 2.9 2.2 1.1 1.0 0.6 1.2Custos unitários de trabalho 8.8 7.7 -1.8 -4.7 -2.2 0.7 0.6 -2.4Balança de trans. corrent(b) -5.1 -5.5 -4.6 -1.3 1.3 4.1 3.8 5.3

Suécia Índice de preços no cons. 10.4 9.7 2.6 4.7 2.4 2.8 0.8 0.9Custos unitários de trabalho 10.6 6.4 0.4 1.9 0.5 0.0 4.6 1.2Balança de trans. corrent(b) -2.9 -2.0 -3.4 -2.0 0.3 2.2 2.3 2.7

Reino Unido Índice de preços no cons. 8.1 6.7 4.7 3.0 2.3 2.9 3.0 2.8Custos unitários de trabalho 10.1 7.1 3.2 0.4 -0.4 1.4 2.1 1.9Balança de trans. corrent(b) -3.4 -1.4 -1.7 -1.6 -0.2 -0.5 -0.3 0.4

Fonte: Dados nacionais; para notas explicativas ver Quadros ’Medidas de inflação e indicadores relacionados’ e ’Evolução externa’.(a) Parcialmente estimado.(b) Em percentagem do PIB.(c) Alemanha unificada após 1992; balança de transacções correntes após 1991.(d) 1997: economia de mercado.

Quadro BInflação do IPC, custos unitários de trabalho e balança de transacções correntes(variações percentuais anuais, salvo indicação em contrário)

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BélgicaDinamarca

Valor de ref.*AlemanhaGrécia

3 países c/ melhoresresultados**

LuxemburgoPaíses Baixos

Valor de ref.*ÁustríaPortugal

3 países c/ melhoresresultados**

FinlândiaSuécia

Valor de ref.*Reino Unido 3 países c/ melhores

resultados**

EspanhaFrança

Valor de ref.*IrlandaItália

3 países c/ melhoresresultados**

Fonte: Comissão Europeia.* Média aritmética não pond. dos 3 países c/ melhores result. em termos do crit. de preços acrescida de 1.5 pontos percentuais.** Média aritmética não pond. dos 3 países c/ melhores resultados em termos do critério de preços.

Valor de Referência e Índices de Preços no Consumidor Harmonizados(média móvel de 12 meses das variações percentuais anuais)

Gráfico A

T1 T2 T3 T41997 1998

0

1

2

3

4

5

6

7

8

T1 T2 T3 T41997 1998

0

1

2

3

4

5

6

7

8

T1 T2 T3 T41997 1998

0

1

2

3

4

5

6

7

8

T1 T2 T3 T41997 1998

0

1

2

3

4

5

6

7

8

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19971996 1998 (a)

Desempenho em relação aos valores de ref. orçamentais do Tratado de Maastricht(em percentagem do PIB)

Gráfico B

(a) Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo

(b) Dívida bruta do sector público administrativo

BE DK DE GR ES FR IE IT LU NL AT PT FI SE UK-9

-6

-3

0

3

0

20

40

60

80

100

120

140

BE DK(b) DE GR ES FR IE IT LU NL AT PT FI SE UK

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera 1998).(a) Projecções.(b) Ver nota de rodapé (c) no Quadro 4 da Dinamarca.

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Valor de Referência e taxas de juro de longo prazo(média móvel de 12 meses em percentagem)

Gráfico C

T1 T2 T3 T41997 1998

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

T1 T2 T3 T41997 1998

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

T1 T2 T3 T41997 1998

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

T1 T2 T3 T4

1997 1998

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

Fonte: Comissão Europeia.(a) Para mais explicações sobre os dados utilizados, ver Quadro 12 para a Grécia.* Média aritmética não ponderada das taxas de juro de longo prazo dos três países com melhores resultados em termos do critério dos

preços, acrescida de 2.0 pontos percentuais.** Média aritmética não ponderada das taxas de juro de longo prazo dos três países com melhores resultados em termos do critério dos preços.

BélgicaDinamarca

Valor de ref.*AlemanhaGrécia (a)

3 países c/ melhoresresultados**

EspanhaFrança

Valor de ref.*IrlandaItália

3 países c/ melhoresresultados**

LuxemburgoPaíses Baixos

Valor de ref.*ÁustriaPortugal

3 países c/ melhoresresultados**

FinlândiaSuécia

Valor de ref.*Reino Unido 3 países c/ melhores

resultados**

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Capítulo I

Critér ios de convergência

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1 Aspectos fundamentais da análise da convergênciaeconómica em 1998

O objectivo do presente capítulo éapresentar resumidamente, país a país, asconclusões tiradas a partir de uma análiseexaustiva da convergência económica, comreferência a diversos critérios económicosrelacionados com a evolução dos preços, asituação das finanças públicas, taxas decâmbio e taxas de juro de longo prazo,tomando também em consideração outrosfactores. No texto que se segue, as Caixas1 a 4 fazem referência breve às disposiçõesdo Tratado e apresentam aspectosmetodológicos que enquadram a aplicaçãodessas disposições pelo IME. Além disso, otexto principal descreve em maiorpormenor o leque de indicadoresconsiderados na análise da sustentabilidadeda evolução, na sua maior parte jáapresentados em relatórios anteriores. Emprimeiro lugar, os elementos relativos aoperíodo de 1990 a 1997 foram revistos

numa análise retrospectiva, o que permitirádeterminar de forma fundamentada se osprogressos actuais resultam de verdadeirosajustamentos estruturais. Em segundo lugar,e na medida do possível, foi adoptada umaanálise prospectiva. Neste contexto, foisalientado que a sustentabilidade dedesenvolvimentos favoráveis depende deforma crítica de respostas de políticaapropriadas e duradouras face aos desafiosactuais e futuros. No geral, salienta-se quegarantir a sustentabilidade depende querde alcançar uma posição inicial sólida, querdas políticas prosseguidas após o início daTerceira Fase da União Económica eMonetária.

Relativamente à evolução dos preços, asdisposições do Tratado e a sua aplicaçãopelo IME são apresentadas na Caixa 1.

CAIXA 1

Evolução dos preços

1. Disposições do Tratado

O n.º 1 do artigo 109º-J do Tratado prevê o seguinte:

”a realização de um elevado grau de estabilidade dos preços, que será expresso por uma taxa de inflação

que esteja próxima da taxa, no máximo, dos três Estados-membros com melhores resultados em termos

de estabilidade de preços”;

O artigo 1º do Protocolo n.º 6 relativo aos critérios de convergência a que se refere o n.º 1 do artigo 109º-

J do Tratado estabelece o seguinte:

”Por critério de estabilidade dos preços a que se refere o n.º 1, primeiro travessão, do artigo 109º-J do

presente Tratado, entende-se que cada Estado-membro deve registar uma estabilidade dos preços sustentável

e, no ano que antecede a análise, uma taxa média de inflação que não exceda em mais de 1½ pontos

percentuais a verificada, no máximo, nos três Estados-membros com melhores resultados em termos de

estabilidade dos preços. A inflação será calculada com base no índice de preços no consumidor (IPC)

numa base comparável, tomando em consideração as diferenças nas definições nacionais”.

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Para permit i r uma anál i se maispormenorizada da sustentabilidade daevolução dos preços, a taxa média dainflação do IPCH registada durante operíodo de referência de doze meses,compreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, é revista à luz dodesempenho da estabilidade dos preços,durante a década de 90. Neste contexto,realça-se a orientação da política monetária,em particular para determinar se o objectivoprimordial das autoridades monetárias foicentrado em alcançar e manter aestabilidade de preços, bem como acontribuição de outras áreas de políticaeconómica. Além disso, são tomadas emconsideração as implicações da trajectóriamacro-económica para o objectivo daestabilidade de preços. A evolução dospreços é examinada à luz das condições daprocura e da oferta, salientando-se, entreoutros, os factores que influenciam os

custos unitários de trabalho e os preçosdas importações. Por fim, são tambémtidas em conta as tendências dos preçosreveladas por outros índices de preçosrelevantes (incluindo os IPC nacionais, odeflator de consumo privado, o deflator doPIB e os preços na produção). Em termosprospectivos, é feita uma abordagem daevolução inflacionista no futuro próximo,incluindo previsões efectuadas pelasprincipais organizações internacionais, sendomencionados aspectos estrutura isrelevantes para a manutenção de umenquadramento conducente à estabilidadede preços após o início da Terceira Fase daUnião Económica e Monetária.

Quando à evolução orçamental , asdisposições do Tratado e a sua aplicaçãopelo IME, bem como as questõesprocessuais, estão definidas na Caixa 2.

2. Aplicação das disposições do Tratado

- Em primeiro lugar, no que se refere à ”taxa de inflação média, verificada durante o período de um

ano que antecede a análise”, a taxa de inflação foi calculada com base no aumento da última média

anual disponível dos Índices de Preços no Consumidor Harmonizado (IPCH) em termos homólogos.

Assim, quanto à taxa de inflação, o período de referência considerado neste Relatório está compreendido

entre Fevereiro de 1997 e Janeiro de 1998.

- Em segundo lugar, o conceito de ”no máximo, os três Estados-membros com melhores resultados em

termos de estabilidade dos preços”, utilizado na definição do valor de referência, foi aplicado com

recurso à média aritmética não ponderada da taxa de inflação nos três países com as taxas de inflação

mais baixas, dado que estas taxas são compatíveis com a estabilidade dos preços, não havendo observações

erráticas. Na altura em que este Relatório foi terminado, os três países com as taxas de inflação mais

baixas, medidas em termos do IPCH, durante o período de referência, foram a Áustria (1.1%), a

França (1.2%) e a Irlanda (1.2%); como resultado, a taxa média é de 1.2% e, adicionando 1½ pontos

percentuais, o valor de referência é 2.7%.

A inflação foi medida com base nos dados do IPCH, desenvolvido com o objectivo de avaliar a convergência

em termos de estabilidade de preços numa base comparável (ver Anexo 2 a este Capítulo).

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CAIXA 2

Evolução orçamental

1. Disposições do Tratado

O n.º 1 do artigo 109º-J do Tratado prevê o seguinte:

”a sustentabilidade das f inanças públicas, que será traduzida pelo facto de ter alcançado uma posição

orçamental sem défice excessivo, determinado nos termos do n.º 6 do artigo 104º-C”. O artigo 2º do

Protocolo n.º 6 estipula que por este critério ”entende-se que, aquando da análise, o Estado-membro em

causa não é objecto de uma decisão do Conselho ao abrigo do disposto no n.º 6 do artigo 104º-C do

presente Tratado que declare verificada a existência de um défice excessivo nesse Estado-membro”.

O artigo 104º-C estabelece o procedimento dos défices excessivos. Nos termos dos n.ºs 2 e 3 do artigo

104º-C, a Comissão preparará um relatório se um Estado-membro não cumprir os requisitos de disciplina

orçamental, em particular se:

a) a relação entre o défice orçamental programado ou verificado e o produto interno bruto excede um

valor de referência (definido no Protocolo em 3% do PIB), excepto:

se essa relação tiver baixado de forma substancial e contínua e tiver atingido um nível que se

aproxime do valor de referência;

ou, em alternativa, se o excesso em relação ao valor de referência for meramente excepcional e

temporário e se aquela relação continuar perto do valor de referência;

b) a relação entre a dívida pública e o produto interno bruto excede um valor de referência (definido no

Protocolo em 60% do PIB), excepto se essa relação se encontrar em diminuição significativa e se

estiver a aproximar, de forma satisfatória, do valor de referência.

Além disso, o relatório preparado pela Comissão terá em conta se o défice orçamental excede as despesas

públicas de investimento e todos os outros factores relevantes, incluindo a situação económica e orçamental

a médio prazo desse Estado-membro. A Comissão pode ainda preparar um relatório se, apesar de os

requisitos estarem a ser preenchidos de acordo com os critérios enunciados, for de opinião de que existe

um risco de défice excessivo em determinado Estado-membro. O Comité Monetário formulará um parecer

sobre o relatório da Comissão. Por f im, nos termos do n.º 6 do Artigo 104º-C, o Conselho da UE, sob

recomendação da Comissão, deliberando por maioria qualificada, decide, depois de ter avaliado globalmente

a situação, se existe ou não um défice excessivo num Estado-membro.

2. Questões processuais e aplicação das disposições do Tratado

- Em primeiro lugar, relativamente às disposições previstas no artigo 2º do Protocolo n.º 6 que ”por

critério de posição orçamental ( …) entende-se que, aquando da análise, o Estado-membro em causa

não é objecto de uma decisão do Conselho ao abrigo do disposto no n.º 6 do artigo 104º-C do presente

Tratado que declare verificada a existência de um défice excessivo”, deve referir-se que o Conselho

da UE (ECOFIN) apenas deverá rever oficialmente a lista de países com um ”défice excessivo” após

a publicação deste Relatório, com base numa recomendação da Comissão. Uma vez que estas decisões

a tomar pelo Conselho da UE irão preceder as decisões f inais dos Chefes de Estado ou de Governo, o

Relatório do IME não comenta mais as decisões já tomadas em Junho de 1997* .

* De acordo com as decisões tomadas pelo Conselho da UE em Junho de 1997, todos os Estados-membros da UEtêm actualmente défices excessivos, à excepção da Dinamarca, Irlanda, Luxemburgo, Países Baixos e Finlândia.

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Na anál ise mais pormenorizada dasustentabilidade da evolução orçamental,os resultados do ano de referência, 1997,são revistos à luz do desempenho verificadodurante a década de 90. Como ponto departida, é considerada a evolução observadano rácio da dívida ao longo dos anos,sendo analisados os factores subjacentes aesta evolução, ou seja a diferença entre ocrescimento do PIB nominal e as taxas dejuro, o saldo primário e os ”ajustamentosentre variações de posições e fluxos”. Esta

perspectiva pode proporcionar maisinformações sobre a dimensão em que adinâmica da dívida foi afectada pelocontexto macro-económico, em especial acombinação entre crescimento e taxas dejuro; sobre a contribuição dos esforços deconsolidação orçamental, reflectidos nosaldo primário; e sobre o papel atribuível afactores especiais incluídos na rubrica”ajustamentos entre variações de posiçõese fluxos”. Além disso, é considerada aestrutura da dívida, focando, em particular,

- Em segundo lugar, nos termos do artigo 104º-C, o IME, contrariamente à Comissão, não desempenha

qualquer papel formal no procedimento dos défices excessivos.

- Em terceiro lugar, para efeitos da análise de convergência, e antecipadamente às decisões a tomar

pelos Ministros quanto ao procedimento dos défices excessivos, o IME expressa a sua posição sobre

a evolução orçamental. No que se refere à sustentabilidade, o IME analisa indicadores fundamentais

da evolução orçamental entre 1990 e 1997, avalia as perspectivas e desafios das finanças públicas e

examina a relação entre o défice e a evolução da dívida.

- Quarto:

(a) nos casos em que o IME considera que o rácio do défice se reduziu ”de forma substancial e

contínua”, apresenta o seu parecer quanto às disposições do Tratado que prevêem a redução do rácio

para um nível ”próximo do valor de referência”.

(b) quanto à disposição do Tratado segundo a qual o excesso em relação ao valor de referência é

meramente ”excepcional e temporário e o rácio continua perto do valor de referência”, o IME refere-

-se ao consenso alcançado no Pacto de Estabilidade e Crescimento.

- Quinto, quanto à disposição do Tratado segundo a qual um rácio da dívida acima de 60% do PIB

deveria estar ”em diminuição significativa e a proximar-se, de forma satisfatória, do valor de referência”,

o IME avalia as tendências passadas e actuais e, relativamente aos países cujo rácio excede o valor de

referência, apresenta diversos cálculos ilustrativos. Para os países com rácios da dívida entre 60% e

80% do PIB, estes cálculos referem-se a potenciais trajectórias futuras do rácio da dívida sob várias

hipóteses. Para os países com um rácio da dívida superior a 100% do PIB, para além dos cálculos

acima referidos, são mostrados os saldos orçamentais globais e primários consistentes com uma redução

do rácio da dívida para 60% do PIB durante um período de cinco, dez e quinze anos, ou seja até ao

ano 2002, 2007 e 2012, respectivamente.

A análise da evolução orçamental baseia-se em dados comparáveis recolhidos com base nas Contas Nacionais,

de acordo com o Sistema Europeu de Contas Económicas Integradas (SEC, 2ª edição; ver Anexo 2 a este

capítulo). Os principais valores apresentados neste Relatório serão disponibilizados pela Comissão em

Março de 1998 e incluirão as situações orçamentais em 1996 e 1997, bem como previsões da Comissão

para 1998. Além disso, é ainda apresentada a relação entre o rácio do défice e as despesas em investimento

público para 1996 e 1997.

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a percentagem da dívida com umamaturidade residual de curto prazo e dadívida denominada em moeda estrangeira,bem como a sua evolução. Estabelecendouma relação entre estas percentagens e oactual nível do rácio da dívida, salienta-se asensibilidade dos saldos orçamentais avariações nas taxas de câmbio e nas taxasde juro.

Em seguida é analisada a evolução do ráciodo défice. A este respeito, considera-se útilter presente que a alteração do déficeanual de um país é tipicamente influenciadapor diversos factores subjacentes. Estasinfluências encontram-se frequentementesub-divididas em ”efeitos cíclicos”, por umlado, que reflectem a reacção dos déficesàs alterações no desvio do produto, e”efeitos não-cíclicos”, por outro lado, quefrequentemente se considera reflectiremajustamentos estruturais ou permanentesdas políticas orçamentais. Porém, essesefeitos não cíclicos, como se quantifica noRelatório com base em estimativaselaboradas pela Comissão, não podem servistos necessariamente como alteraçõesestruturais nas posições orçamentais, umavez que incluem também quaisquer medidase outros factores com efeitos meramentetemporários sobre o saldo orçamental.Embora não existam dados absolutamentecomparáveis sobre essas medidas comefeito temporário, a informação disponívelpara os anos 1996-98 é apresentada quandotais medidas tiverem contribuído para aredução dos rácios do défice. Sempre quepossível, é feita distinção entre medidasque melhoraram os resultados orçamentaisapenas num ano e que, portanto, requeremalguma compensação no ano subsequente(medidas ”pontuais”) e medidas que, tendoas mesmas implicações a curto prazo,conduzem, além disso, a um endividamento

adicional em anos posteriores, deste modoprimeiro melhorando e depois piorando osaldo orçamental (medidas ”auto-reversivas”).

As tendências das despesas e receitaspúblicas são igualmente analisadas empormenor. À luz destas tendências, éapresentada, nomeadamente, umaabordagem quanto às áreas mais alargadasque poderão vir a necessitar de uma maiorconsolidação no futuro.

Numa análise a mais longo prazo, sãoabordados os projectos de orçamentopara 1998 e as recentes projecçõesorçamenta is , sendo tomadas emconsideração as estratégias orçamentais demédio prazo, tal como apresentadas nosProgramas de Convergência. Assim, sãoapresentados diversos cálculos ilustrativos(ver Caixa 2). Em relação a estes cálculospode estabelecer-se uma ligação entre aevolução do défice e a trajectória futura dorácio da dívida, bem como uma ligaçãocom os objectivos do Pacto de Estabilidadee Crescimento, aplicável a partir de 1999,de atingir uma posição orçamental próximado equilíbrio ou excedentária. Finalmente,são salientados desafios de longo prazo àsustentabilidade das posições orçamentais,em especial os relacionados com a adopçãode um sistema público de pensões semcapitalização, no âmbito de questõesrelacionadas com alterações demográficas.

No que respeita à evolução da taxa decâmbio, as disposições do Tratado e a suaaplicação pelo IME são apresentadas naCaixa 3. Para as moedas dos Estados--membros que não participam no MTC émostrado o seu desempenho face a cadauma das moedas dos Estados-membros daUE durante os últimos dois anos.

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CAIXA 3

Evolução da taxa de câmbio

1. Disposições do Tratado

O n.º 1 do artigo 109º-J do Tratado prevê:

”a observância, durante pelo menos dois anos, das margens normais de flutuação previstas no mecanismo

de taxas de câmbio do Sistema Monetário Europeu, sem ter procedido a uma desvalorização em relação

à moeda de qualquer outro Estado-membro”.

O artigo 3º do Protocolo n.º 6 relativo aos critérios de convergência a que se refere o n.º 1 do artigo 109º-

J do Tratado estipula:

”Por critério de participação no mecanismo de taxas de câmbio do Sistema Monetário Europeu, a que se

refere o n.º 1, terceiro travessão, do artigo 109º-J do presente Tratado, entende-se que cada Estado-

-membro respeitou as margens de flutuação normais previstas no mecanismo de taxas de câmbio do

Sistema Monetário Europeu, sem tensões graves durante pelo menos os últimos dois anos anteriores à

análise, e nomeadamente não desvalorizou por iniciativa própria a taxa de câmbio central bilateral da sua

moeda em relação à moeda de qualquer outro Estado-membro durante o mesmo período”.

2. Aplicação das disposições do Tratado*

O Tratado refere-se ao critério de participação no Mecanismo das Taxas de Câmbio (MTC) do Sistema

Monetário Europeu.

- Em primeiro lugar, o IME examina se o país participou no MTC ”durante pelo menos os últimos dois

anos anteriores à análise”, tal como estipulado no Tratado. Em casos individuais de períodos mais

curtos de participação, o IME descreve a evolução cambial durante o período de referência completo

de dois anos até Fevereiro de 1998, último mês completo anterior à adopção do Relatório do IME.

- Em segundo lugar, no que respeita à definição de ”margens de flutuação normais”, o IME lembra o

parecer apresentado pelo Conselho do IME, em Outubro de 1994, e as suas declarações no Relatório

sobre ”Os progressos realizados no sentido da convergência”, publicado em Novembro de 1995:

No seu parecer de Outubro de 1994, afirmava que ”… as bandas de flutuação mais largas têm

contribuído para alcançar um grau sustentável de estabilidade cambial no MTC …”, que ”… o Conselho

do IME considera conveniente manter os acordos actualmente existentes …” e que ”…os países

membros deverão continuar a tentar evitar flutuações cambiais significativas, orientando as respectivas

políticas no sentido de alcançar o objectivo da estabilidade de preços e reduzir os défices orçamentais,

contribuindo assim para o cumprimento dos requisitos estabelecidos no nº 1 do artigo 109º-J do

Tratado e Protocolo relevante”.

* Na opinião de dois membros do Conselho, o IME não deverá basear o seu Relatório numa interpretaçãoparticular da participação no MTC, antes devendo submeter ao Conselho da UE um Relatório rigoroso paraavaliar de facto a estabilidade sustentada da taxa de câmbio no contexto dos fundamentos económicos emtodos os Estados-membros. Estes membros salientam que o critério da taxa de câmbio já não pode seraplicado linearmente, uma vez que a configuração do MTC existente aquando da elaboração do Tratadoterminou em Agosto de 1993, com a decisão de alargamento das margens de flutuação permitidas de ±2.25% para ± 15%.

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Em Novembro de 1995, o Relatório de Convergência reconheceu que ”quando o Tratado foi concebido,

as ”taxas de flutuação normais” eram de ± 2.25% em torno das taxas centrais bilaterais, sendo a

banda de ± 6% uma derrogação desta regra. Em Agosto de 1993, foi tomada a decisão de alargar

as margens de flutuação para ± 15%, tornando a interpretação do critério, em particular do conceito

de ‘margem de flutuação normal’, menos evidente”. Foi também proposto nessa altura que se

deveria tomar em consideração na elaboração da avaliação ”ex post” a ”evolução particular das

taxas de câmbio no SME desde 1993”.

Neste contexto, a avaliação da evolução cambial incide principalmente sobre a proximidade das

taxas de câmbio face às taxas centrais. A análise da evolução cambial no MTC faz referência aos

desvios da moeda em relação a todas as taxas centrais bilaterais no mecanismo, como uma forma

de apresentação neutra e transparente.

- Em terceiro lugar, a questão das ”tensões graves” é geralmente abordada através de uma análise do

grau do desvio das taxas de câmbio em relação às paridades centrais do MTC e do recurso a indicadores

tais como a volatilidade da taxa de câmbio face ao marco alemão e a sua tendência, os diferenciais da

taxa de juro a curto prazo face ao grupo de países com taxas do mercado monetário mais baixas e a

sua evolução.

Todas as taxas de câmbio bilaterais para o período de referência de Março de 1996 a Fevereiro de 1998

são obtidas a partir das taxas de câmbio do ECU, cotadas diariamente e publicadas no Jornal Oficial das

Comunidades Europeias (ver Anexo 2 a este capítulo).

Relativamente a uma análise mais detalhada,para além da abordagem da trajectória dastaxas de câmbio nominais durante operíodo de referência de Março de 1996 aFevereiro de 1998, é apresentada umabreve apreciação sobre a sustentabilidadedas actuais taxas de câmbio obtida a partirde padrões das taxas de câmbio reais faceaos países participantes no MTC (para ospaíses não participantes no MTC é feitareferência às taxas de câmbio reais face às

moedas da UE), bem como sobre a balançade transacções correntes, o grau deabertura de cada Estado-membro e odestino do seu comércio (ou seja, apercentagem de comércio intra-UE) e aposição líquida sobre o exterior.

No que se refere à evolução da taxa de jurode longo prazo, as disposições do Tratado ea sua aplicação pelo IME são descritas naCaixa 4.

CAIXA 4

Evolução das taxas de juro de longo prazo

1. Disposições do Tratado

O n.º 1 do artigo 109º-J do Tratado prevê que:

”o carácter duradouro da convergência alcançada pelo Estado-membro e da sua participação no mecanismo

de taxas de câmbio do Sistema Monetário Europeu deve igualmente reflectir-se nos níveis das taxas de

juro a longo prazo”.

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Como acima referido, o Tratado refereexplicitamente que o ”carácter duradouroda convergência” deve reflectir-se nos níveisdas taxas de juro de longo prazo. Assim, aevolução ao longo do período de referênciade Fevereiro de 1997 a Janeiro de 1998 érevista no contexto da trajectória das taxasde juro de longo prazo durante os anos 90e dos principais factores subjacentes aosdiferenciais face às taxas prevalecentes nospaíses da UE com as taxas de juro de longoprazo mais baixas.

Por fim, o n.º 1 do artigo 109º - J doTratado estabelece que o Relatório deveráter em conta diversos outros factores,

O artigo 4º do Protocolo n.º 6 do Tratado estabelece que:

”Por critério de convergência das taxas de juro, a que se refere o n.º 1, quarto travessão, do artigo 109º-

J do presente Tratado, entende-se que, durante o ano que antecede a análise, cada Estado-membro deve

ter registado uma taxa de juro nominal média a longo prazo que não exceda em mais de 2 pontos percentuais

a verificada, no máximo, nos três Estados-membros com melhores resultados em termos de estabilidade

dos preços. As taxas de juro serão calculadas com base em obrigações do Estado a longo prazo ou outros

títulos semelhantes, tomando em consideração as diferenças nas definições nacionais”.

2. Aplicação das disposições do Tratado

- Em primeiro lugar, relativamente a ”uma taxa de juro nominal média a longo prazo” registada ”durante

o ano que antecede a análise”, a taxa de juro de longo prazo foi calculada como uma média aritmética

durante os últimos doze meses para os quais estão disponíveis dados sobre o IPCH. Assim, o período

de referência considerado neste Relatório é de Fevereiro de 1997 a Janeiro de 1998.

- Em segundo lugar, o conceito de ”no máximo, os três Estados-membros com melhores resultados em

termos de estabilidade dos preços” utilizado na definição do valor de referência foi aplicado com

recurso à média aritmética não ponderada das taxas de juro de longo prazo nos três países com as

taxas de inflação mais baixas (ver Caixa 1). Na altura em que este Relatório foi terminado, as taxas

de juro de longo prazo destes países registadas durante o período de referência foram 5.6% (Áustria),

5.5% (França) e 6.2% (Irlanda); como resultado, a taxa média é de 5.8% e, adicionando 2 pontos

percentuais, o valor de referência é 7.8%.

As taxas de juro foram medidas com base em taxas de juro de longo prazo harmonizadas, desenvolvidas

com o objectivo de avaliar a convergência (ver Anexo 2 a este Capítulo).

nomeadamente ”o desenvolvimento doECU, os resultados da integração dosmercados, o nível e a evolução da balançade transacções correntes e a análise docomportamento dos custos unitários detrabalho e de outros índices de preços”.Estes factores são revistos nos capítulosreferentes a cada país, associados a cadaum dos cr itér ios individuais acimaapresentados, enquanto que a evolução doECU é apresentada em separado no Anexo1 a este capítulo.

Cada capítulo referente aos países éconcluído com um sumário.

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2 Análise dos aspectos fundamentais da convergência em1998

BÉLGICA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média da inflaçãodo IPCH situou-se em 1.4%, ou seja muitoabaixo do valor de referência de 2.7%. Omesmo se verificou no conjunto do ano de1997. Em 1996, a inflação média do IPCHfoi de 1.8% (ver Quadro 1). Nos doisúltimos anos, a inflação do IPCH na Bélgicatem-se situado em níveis que sãogeralmente considerados compatíveis coma estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a evoluçãodos preços no consumidor na Bélgica,medida com base no IPC, tem seguidouma trajectória descendente desde o inícioda década de 90 (ver Gráfico 1). Estatendência reflecte diversas escolhasimportantes a n íve l de pol í t ica ,nomeadamente a orientação dada à políticamonetária no sentido da estabilidade depreços a partir de meados da década de80. Esta política tem sido formalizada desde1990 num objectivo que consiste emmanter uma estreita ligação entre o francobelga e o marco alemão, no MTC. Estaorientação geral tem sido apoiadanomeadamente pela introdução delegislação limitando os aumentos salariaisaos verificados nos mais importantesparceiros comerciais da Bélgica assim comoatravés da redução das contribuiçõespatronais para a segurança social. Alémdisso, o enquadramento macro-económicotem contribuído para a contenção dapressão ascendente sobre os preços. Emespecial, surgiu um desvio do produtonegativo no contexto da recessão de 1993(ver Quadro 2), que se manteve num nívelelevado nos anos seguintes, apesar darecuperação do crescimento do PIB. Neste

contexto, o crescimento da remuneraçãopor trabalhador tem diminuídogradualmente, com o crescimento doscustos unitários do trabalho a cair parapraticamente zero em 1994, mantendo-seposteriormente num nível baixo. O controloda inflação beneficiou do facto dos preçosdas importações estarem em queda ouglobalmente estáveis durante a maiorparte da presente década, embora ocrescimento dos preços das importaçõestenha acelerado em 1997. As taxas deinflação registadas são baixas, se medidasem termos de outros índices de preçosrelevantes.

Numa análise à evolução recente eprevisões, os valores da inflação dos preçosno consumidor (medida em termos davariação percentual em relação ao mêshomólogo do ano anterior) desceram paracerca de ½%, não havendo sinais de umapressão imediata no sentido ascendente,com base nas medidas apresentadas noQuadro 3a. A maioria das previsões para ainflação sugerem taxas de cerca de 1½%em 1998 e 1999 (ver Quadro 3b).

Numa análise a mais longo prazo, amanutenção de um contexto conducenteà estabilidade de preços, está relacionada,na Bélgica, nomeadamente, com a conduçãode políticas orçamentais a médio e a longoprazo; será igualmente importante o reforçodas políticas nacionais destinadas a melhoraro funcionamento dos mercados de trabalho,no contexto da e levada taxa dedesemprego actualmente existente naBélgica.

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Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público situou-se em 2.1%, ou sejaabaixo do valor de referência de 3%, e orácio da dívida foi de 122.2%, isto é muitoacima do valor de referência de 60%. Emcomparação com o ano anterior, o ráciodo défice reduziu-se 1.1 pontos percentuaise o rácio da dívida 4.7 pontos percentuais.Em 1998, espera-se que o rácio do déficediminua para 1.7% do PIB, enquanto orácio da dívida deve descer para 118.1%.Em 1996 e 1997, o rácio do défice excedeuo rácio da despesa em investimento públicoem 2.0 pontos percentuais e 0.7 pontospercentuais , respect ivamente (verQuadro 4).

Numa análise retrospectiva para o períodocompreendido entre 1990 e 1997, o rácioda dívida em percentagem do PIB baixou 3.5pontos percentuais; inicialmente o rácioaumentou de 125.7% em 1990 para ummáximo histórico de 135.2% em 1993,embora tenha vindo a descer gradualmente,ano após ano, situando-se em 122.2% em1997 (ver Gráfico 2a), isto é uma descidade 13.0 pontos percentuais em quatroanos. Conforme se vê em pormenor noGráfico 2b, a redução dos excedentesprimários durante o início da década de 90não foi suficiente para compensar os efeitosde aumento da dívida de um diferencial decrescimento/taxa de juro negativo.Inversamente, após 1993, saldos primáriosmais elevados mais do que compensaram ainf luência negat iva do di ferencia lcrescimento/taxa de juro, o qual começoua descer a partir de 1997. Além disso, os“ajustamentos entre variações de posiçõese fluxos” contribuíram para uma reduçãoda dívida bruta em 1996, reflectindoprincipalmente o impacto de operaçõesfinanceiras (vendas de activos pelo governoe pelo banco central). Os padrõesobservados no início da década podem servistos como indicando os riscos que podemsurgir para as finanças públicas quando ascondições macro-económicas se

deterioram e o efeito amortecedor, emtermos do excedente pr imár io , éinsuficiente para contrabalançar essesefeitos. Neste contexto, é de assinalar quea percentagem da dívida com umamaturidade residual de curto prazo temvindo a diminuir dos níveis elevadosregistados no início da década de 90 e,simultaneamente, a maturidade média temaumentado (ver Quadro 5). No querespeita a 1997, a percentagem da dívidacom uma maturidade residual de curtoprazo é ainda relativamente elevada e,tendo em consideração o nível actual dorácio da dívida, os saldos orçamentais sãoaltamente sensíveis às variações nas taxasde juro. Por outro lado, a percentagem dadívida denominada em moeda estrangeiraé baixa, sendo os saldos orçamentaisrelativamente insensíveis a alterações dastaxas de câmbio.

Durante a década de 90, pode observar-seum padrão semelhante para o rácio dodéfice em percentagem do PIB, o qualreg istou uma deter ioração in ic ia l ,melhorando posteriormente. Partindo deum rácio de 5.5% em 1990, os desequilíbriosorçamentais atingiram 7.1% do PIB em1993; desde então, o défice tem vindo adiminuir ano após ano, situando-se em2.1% do PIB em 1997 (ver Gráfico 3a). Talcomo é apresentado com maior pormenorno Gráfico 3b, onde se mostram asalterações nos défices, os factores cíclicosdesempenharam um papel importanteapenas em 1993, aumentando o défice. Noentanto, as melhorias não cíclicas podemref lect ir uma mudança “estrutural”duradoura no sentido de pol ít icasorçamentais mais equilibradas e/ou diversasmedidas de efeito temporário. Os dadosdisponíveis sugerem que essas medidastemporárias reduziram o rácio do déficeem 0.3 pontos percentuais em 1997, o quecompara com 0.4 pontos percentuais em1996. Essas medidas tiveram sobretudoum carácter “pontual”, pelo que as medidasde compensação já incluídas no orçamentode 1998 têm que atingir os resultados

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esperados em 1998, a fim de manter ossa ldos orçamenta is na tra jectór iaprogramada.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que o rácio dadespesa públ ica tota l aumentougradualmente entre 1990 e 1993. Numcontexto de taxas de desemprego elevadase crescentes, as transferências correntespara as famílias, assim como o consumopúblico, registaram um aumento maissignificativo (ver Quadro 6). Nos anosseguintes, o rácio da despesa total empercentagem do PIB diminuiu, reflectindoprincipalmente a redução dos pagamentosde juros e, em menor escala, dastransferências correntes em relação ao PIB.O rácio da despesa em 1997 foi mais baixodo que no início da década devidoprincipalmente à redução nos pagamentosde juros. Embora se possa esperar umanova redução do rácio dos pagamentos dejuros em percentagem do PIB, à medidaque o rácio da dívida se for reduzindo, amanutenção da tendência descendente dadespesa total em percentagem do PIBparece exigir que sejam feitos ajustamentosadicionais em todas as rubricas da despesaà excepção do investimento, o qual já ébaixo. A receita pública em relação ao PIBregistou uma tendência de aumentocont ínuo até 1994, permanecendoglobalmente estável desde então, tendo-seaproximado de um nível prejudicial aocrescimento.

De acordo com a estratégia de médio prazoda política orçamental na Bélgica, tal comofoi apresentado no Programa daConvergência para 1997-2000, divulgadoem Dezembro de 1996, a tendênciadecrescente dos rácios do défice e dadívida deverá continuar em 1998, segundoas previsões. O orçamento para 1998antecipa o programado. Prevê uma novaredução do rácio do défice global para1.7% do PIB, reflectindo o aumento previstodo rácio do excedente primário em relação

ao PIB (para 6.0%) e uma nova queda nospagamentos de juros. O rácio da receitatotal do Governo Federal e do sistema desegurança social deverá descer para 0.5pontos percentuais, de acordo com aredução prevista no rácio da despesaprimária em relação ao PIB. As medidascom efeito temporário foram novamentereduzidas no orçamento de 1998 para0.2% do PIB. De acordo com as previsõesactuais, e se os pressupostos relativos aocrescimento económico se verificarem, noano 2000, o rácio do défice global empercentagem do PIB deverá situar-se em1.0% e o rácio da dívida em 111.0%,dependendo da evolução económica.Comparando com os saldos orçamentaisprevistos no Programa de Convergênciapara 1999-2000, será necessária umaconsolidação orçamental substancialadicional a fim de cumprir o objectivo demédio prazo estabelecido no Pacto deEstabilidade e Crescimento - em vigor apartir de 1999 - o qual consiste em atingiruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária.

No que respeita ao horizonte futuro para aredução do rácio da dívida para o valor dereferência de 60%, nos países onde esserácio é superior a 100% do PIB, sãoapresentados dois tipos diferentes decálculos. Partindo do pressuposto que ossaldos orçamentais e os rácios da dívidaprevistos pela Comissão Europeia para1998 são alcançados, o primeiro exercício,ilustrado no Quadro 7, apresenta os saldosorçamentais que seriam compatíveis com aconvergência do rácio da dívida para 60%do PIB ao longo de diferentes horizontestemporais . A t í tu lo de exemplo,considerando um período de dez anos,isto é reduzir o rácio da dívida para 60%em 2007 implicaria que a partir de 1999 oexcedente global teria que ser de 2.7% doPIB ao ano (ver Quadro 7a) ou a obtençãoa partir de 1999 de um excedente primáriode 8.0% do PIB ao ano (ver Quadro 7b).Estes rácios comparam com um rácio dodéfice global de 1.7% e um rácio do

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excedente primário de 6.0% previsto para1998, ou seja a diferença é de 4.4 e 2.0pontos percentuais, respectivamente.

O segundo exercício, apresentado noGráfico 5, mostra que manter o saldoorçamental global de 1998 de -1.7% do PIBnos anos seguintes apenas reduziria o rácioda dívida para 93.4% em dez anos; o valorde referência de 60% seria então alcançadoem 2031. A manutenção do excedenteprimário de 1998 de 6.0% do PIB reduziriao rácio da dívida em relação ao PIB para79.6% em dez anos; neste caso, o nível de60% seria alcançado em 2012. Por último,a concretização de orçamentos equilibradosanualmente a partir de 1999 reduziria orácio da dívida para 80.7% em dez anos e ovalor de referência de 60% seria alcançadoem 2015.

Estes cálculos baseiam-se no pressupostonormativo de que a taxa de juro nominalse mantém constante em 6% (4% de custoreal médio da dívida pública e 2% deinflação) e na hipótese de uma taxa decrescimento real do PIB constante de2.3%, como estimado pela Comissão paraa tendência de crescimento real do PIB em1998. Os ajustamentos entre variações deposições e fluxos não são tomados emconsideração. Embora estes cálculos sejampuramente ilustrativos, não podendo, deforma alguma, ser considerados comoprevisões, mostram por que motivo osesforços de consolidação deverão ser tantomaiores quanto mais elevado for o nívelinicial da dívida, por forma a reduzireficazmente o rácio da dívida em relaçãoao PIB para um valor igual ou inferior a60% num período de tempo adequado.

Sa l ientar a necess idade de umaconsolidação sustentada, durante um longoperíodo, resultando em excedentesorçamenta is g lobais crescentes esignificativos é, de facto, muito importanteno caso da Bélgica, uma vez que o actualnível elevado da dívida imporia um encargocontínuo sobre a política orçamental e

sobre o conjunto da economia. Tal comose verificou no passado, níveis elevados dadívida aumentam a vulnerabilidade dassituações orçamentais aos choquesimprevistos, acrescendo o risco de umadeterioração brusca das finanças públicas.Além disso, tal como é salientado noQuadro 8, a partir de cerca do ano 2010antevê-se um acentuado envelhecimentoda população e, no contexto de um sistemade pensões não capitalizado, a despesapública com as pensões deverá aumentarem termos do PIB, em especial se aspolíticas de benefícios não sofreremalterações. A redução do encargo globalcom o envelhecimento da população sóserá viável se as finanças públicas tiveramconseguido criar um espaço de manobrasuficiente antes do início do período emque se registará um agravamento dasituação demográfica.

Evolução cambial

O franco belga participa no MTC desde asua criação em 13 de Março de 1979, ouseja um período muito superior ao períododa análise (ver Quadro 9a). Tal como foireferido acima, a política monetária temsido orientada a fim de cumprir o objectivode manter uma estreita ligação entre ofranco belga e o marco alemão, no MTC.Relativamente ao período de referência deMarço de 1996 a Fevereiro de 1998, amoeda tem s ido transacc ionadanormalmente próximo das taxas centraisem relação a outras moedas participantesno MTC e muito próximo das taxas centraisface ao marco alemão, florim holandês exelim austríaco (ver Gráfico 6 e Quadro9a). Por vezes, o franco belga foitransaccionado fora de um intervalopróximo das suas taxas centrais em relaçãoa diversas outras moedas participantes. Osdesvios máximos superior e inferior emrelação às taxas centrais, tendo por baseuma média móvel de 10 dias úteis, foramde 2.5% e -3.0%, respectivamente, nãoconsiderando a tendência ascendente

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autónoma da libra irlandesa (ver Quadro9a). As situações em que se verificaram taisdesvios foram temporárias, o grau devolatilidade cambial em relação ao marcoalemão foi continuamente muito baixo(ver Quadro 9b) e os diferenciais de taxade juro de curto prazo em relação aospaíses da UE com as taxas de juro de curtoprazo mais baixas foram insignificantes.Durante o período de referência, a Bélgicanão desvalorizou a taxa central bilateral dasua moeda em relação à moeda de nenhumoutro Estado-membro.

Num contexto a mais longo prazo, asmedidas de taxa de câmbio efectiva realdo franco belga face às moedas dos Estados--membros participantes no MTC, ilustradasno Quadro 10, sugerem que os níveisactuais se encontram próximo de valoreshistóricos. No que respeita à evoluçãoexterna, a Bélgica manteve grandesexcedentes na balança de transacçõescorrentes, uma situação que se tem vindoa ref lect i r na melhor ia f i rme dasdisponibilidades líquidas face o exterior(ver Quadro 11). É ainda de recordar quea Bélgica é uma pequena economia aberta,cujo rácio do comércio externo em relaçãoao PIB, de acordo com os dados maisrecentes disponíveis, se situa em 84% paraas exportações e em 79% para asimportações os e a percentagem docomércio intra-UE foi de 70% para asexportações e de 74% para as importações.

Evolução da taxa de juro de longo prazo

Durante o período de referência de Fevereirode 1997 a Janeiro de 1998, as taxas de jurode longo prazo na Bélgica foram, em média,de 5.7%, situando-se muito abaixo do valorde referência relativo ao critério das taxasde juro de 7.8%, estipulado com base nostrês Estados-membros com melhoresresultados em termos de estabilidade depreços. O mesmo se verificou no conjuntodo ano de 1997, assim como em 1996 (verQuadro 12).

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma tendência descendentegeneralizada desde o início da década de90 (ver Gráfico 7a). Em paralelo, tem-seobservado desde o início da década umaconvergência relativamente acentuada entreas taxas de juro de longo prazo da Bélgicae as taxas prevalecentes nos países da UEcom as menores taxas de rendibilidade dasobrigações; nos dois últimos anos, odiferencial reduziu-se para quase zero (verGráfico 7b). Os principais factoressubjacentes a esta tendência foram aevolução favorável das taxas de inflação, arelativa estabilidade da taxa de câmbio dofranco belga, a prossecução de umaorientação de política monetária semelhanteà seguida nos países referidos acima, aredução dos défices orçamentais e amelhoria da balança de transacçõescorrentes.

Conclusão

Durante o período de referência, a Bélgicaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.4%, ou seja muito abaixo ao valor dereferência estipulado no Tratado. Ocrescimento dos custos unitários detrabalho foi moderado, verificando-seigualmente taxas de inflação baixas quandomedidas em termos de outros índices depreços re levantes . Numa anál i seprospectiva, não há sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação e as previsões apontam para umataxa de inflação de cerca de 1½% em 1998e 1999. O franco belga tem participado noMTC durante um período muito superior adois anos. Durante o período de referência,a moeda manteve-se globalmente estável,em geral próximo das suas inalteradasparidades centrais, sem necessidade demedidas destinadas a apoiar a taxa decâmbio. O nível das taxas de juro de longoprazo situou-se em 5.7%, isto é muitoabaixo do respectivo valor de referência.

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Em 1997, a Bélgica alcançou um déficeorçamental de 2.1% do PIB, ou seja abaixodo va lor de referência , havendoperspectivas de uma nova descida para1.7% em 1998. O rácio da dívida emrelação ao PIB é muito superior ao valorde referência de 60%. Depois de teratingido um nível máximo em 1993, orácio diminuiu 13.0 pontos percentuaispara 122.2% em 1997, sendo asperspectivas de nova redução para 118.1%do PIB em 1998. Apesar dos esforços edos substanciais progressos no sentido damelhoria da actual posição orçamental, aquestão sobre se a dívida pública emrelação ao PIB se “encontra em diminuiçãosignificativa e se está a aproximar, de formasatisfatória, do valor de referência” e se asustentabilidade da posição orçamental terásido alcançada permanece motivo depreocupação; a abordagem desta questãoconstituirá forçosamente uma prioridadepara as autoridades belgas. Será necessária

a manutenção de um excedente primáriode pelo menos 6% do PIB ao ano e aobtenção de excedentes orçamentaisglobais consideráveis e crescentes, porforma a permitir reduzir drasticamente orácio da dívida para 60% do PIB dentro deum período de tempo adequado, o quecontrasta com um défice orçamentalverificado de 2.1% do PIB em 1997, e coma previsão de um défice de 1.7% para1998. O Pacto de Estabi l idade eCrescimento requer também, comoobjectivo de médio prazo, uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice excedeu o ráciodo investimento público em relação aoPIB, a Bélgica manteve grandes excedentesda balança de transacções correntes e umaposição forte em termos de disponibilidadeslíquidas sobre o exterior.

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BÉLGICA

I Evolução dos preçosQuadro 1 Bélgica: Inflação IPCHGráfico 1 Bélgica: Evolução dos preçosQuadro 2 Bélgica: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Bélgica: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes do índice de preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Bélgica: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Bélgica: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Bélgica: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturaisGráfico 3 Bélgica: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Bélgica: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Bélgica: Situação orçamental do sector público administrativoQuadro 7 Bélgica: Cálculos da convergência da dívida

(a) Com base nos saldos orçamentais globais(b) Com base nos saldos orçamentais primários

Gráfico 5 Bélgica: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos parao rácio dos saldo orçamentais

Quadro 8 Bélgica: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 9 (a) Bélgica: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o franco belgaGráfico 6 Franco belga: Desvio das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 10 Franco belga: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados membros participantes no MTCQuadro 11 Bélgica: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 12 Bélgica: Taxas de juro de longo prazoGráfico 7 (a) Bélgica: Taxa de juro de longo prazo

(b) Bélgica: Taxa de juro de longo prazo e diferenciais de inflação do IPCem relação aos países da UE com as taxas de juro de longoprazo mais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Bélgica : Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 1.8 1.5 1.3 0.9 0.5 1.4

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-4

-2

0

2

4

6

8

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Bélgica: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 3Bélgica: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 1.6 1.3 1.4 1.2 0.4Var. na média dos últimos 3 meses em relação aos 3 meses

anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 2.4 1.6 1.2 1.0 0.6Var. na média dos últimos 6 meses em relação aos 6 meses

anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 1.1 1.2 1.4 1.4 1.4

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsão da inflação

1998 1999Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 1.3 1.5OCDE (Dezembro 1997), deflator do consumo privado 1.6 1.6FMI (Outubro 1997), IPC 1.9 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

Quadro 2Bélgica: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no consumidor (IPC) 3.4 3.2 2.4 2.8 2.4 1.5 2.1 1.6IPC excl.variações nos impostos

indirec.líquidos(b) 3.1 3.1 2.3 2.4 1.6 1.5 1.5 1.4Deflator do consumo privado 3.3 3.3 2.3 3.5 2.8 1.7 2.3 1.6Deflator do PIB 3.1 3.2 3.6 4.2 2.3 1.7 1.6 1.4Preços no produtor 0.0 -1.0 -0.0 -1.5 1.7 2.3 0.7 1.9Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 3.0 1.6 1.5 -1.5 2.4 2.1 1.5 2.7Desvio do produto (p.p.) 2.9 2.4 2.0 -1.4 -1.0 -0.9 -1.5 -1.0Taxa de desemprego (%) 6.7 6.6 7.3 8.8 10.0 9.9 9.8 9.5Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 3.8 6.8 4.0 5.7 0.3 1.2 -0.2 0.5Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 6.1 7.9 5.9 5.1 3.6 3.2 1.1 2.8Produtividade do trabalho,

conj. da economia 2.3 1.1 1.8 -0.6 3.4 2.0 1.3 2.3Deflator dos preços das importações -1.5 -0.6 -2.9 -2.6 0.9 1.0 2.0 4.5Apreciação cambial(c) 4.9 -0.2 2.0 1.0 1.6 4.2 -1.9 -4.0Agregado monetário alargado (M3H)(d) 10.2 5.9 4.4 9.2 7.6 -6.0 6.8 6.4Preços das acções -8.2 -7.6 -1.5 10.5 11.5 -2.2 20.5 33.9Preços da habitação 9.2 6.6 9.1 6.6 7.7 4.6 4.5 3.5

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(d) Dados nacionais harmonizados.

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Quadro 4Bélgica: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público adminstrativo -3.2 -2.1 -1.7

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) -2.0 -0.7 .

Dívida bruta do sector público administrativo 126.9 122.2 118.1

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que a despesa em investimento.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

120

125

130

135

140

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

10

15

Gráfico 2

Bélgica: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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Quadro 5Bélgica: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB) 125.7 127.5 129.0 135.2 133.5 131.3 126.9 122.2

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 86.2 87.3 89.1 84.9 87.0 89.7 93.0 92.7

Moeda estrangeira 13.8 12.7 10.9 15.1 13.0 10.3 7.0 7.3

Detida por nacionais (% do total) 80.3 76.6 77.6 75.7 77.9 77.7 78.2 .

Maturidade média(a) (anos) . 3.4 3.9 4.5 4.6 4.8 4.5 4.3

Compos. por maturidades(a) (% do total)

Curto-prazo(b) (<1 ano) 39.3 33.6 31.6 34.3 30.7 24.9 23.6 24.6

Médio-prazo (1 a 5 anos) 31.8 37.1 36.9 30.5 31.0 33.1 37.3 35.7

Longo-prazo (> 5 anos) 28.9 29.3 31.5 35.2 38.3 42.0 39.1 39.7

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual. Apenas dívida do Tesouro.(b) Incluíndo a dívida a curto prazo e a dívida associada a taxas de juro de curto prazo.

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

-2

-1

0

1

2

3

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-8

-6

-4

-2

0

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Bélgica: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

45

50

55

60

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Bélgica: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

Quadro 6Bélgica: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 47.8 48.0 48.0 48.7 49.5 49.6 49.7 49.9

Impostos 28.9 28.5 28.4 28.7 30.3 30.4 30.7 31.3

Contribuições para a segurança social 17.0 17.6 17.8 18.2 17.7 17.7 17.4 17.2

Outras receitas correntes 1.8 1.9 1.8 1.8 1.5 1.5 1.6 1.4

Despesa total 53.2 54.2 54.9 55.8 54.4 53.5 52.9 52.0

Transferências correntes 27.0 28.0 28.0 28.4 28.0 27.9 28.2 27.8

Pagamentos de juros efectivos 10.5 10.1 10.7 10.7 10.0 9.0 8.5 7.9

Consumo público 14.0 14.4 14.2 14.7 14.6 14.7 14.5 14.5

Despesas de capital líquidas 1.8 1.8 2.0 2.1 1.8 1.9 1.7 1.8

Excedente (+) ou défice (-) -5.5 -6.3 -6.9 -7.1 -4.9 -3.9 -3.2 -2.1

Saldo primário 5.0 3.8 3.8 3.6 5.1 5.1 5.3 5.8

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -5.6 -3.3 -2.5 -2.0 -0.7

Fonte: Com.Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior à despesa em investimento.

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Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de1998) e cálculos do IME.(a) Os cálculos indicam que o rácio da dívida cairá para 60% em 2002, 2007 e 2012, respectivamente, se o saldo orçamental primário

para 1998 corresponder às previsões e se os saldos orçamentais primários se mantiverem em 16.2%, 8.0% e 5.7% do PIB,respectivamente, a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 2.3% em 1998, deacordo com as estimativas da Comissão, uma taxa de inflação de 2% e uma taxa de juro nominal de 6%. Não inclui ajustamentosentre variações de posições e fluxos.

Quadro 7Bélgica: Cálculos da convergência da dívida

(a) Com base nos saldos orçamentais globais(em percentagem do PIB)

Dívida bruta total Saldo orçamental global Saldo orçamental global compatível com a

(défice: (-); excedente (+)) redução do nível da dívida para 60% do PIB em(a)

1997 1998 1997 1998 2002 2007 2012

122.2 118.1 -2.1 -1.7 10.6 2.7 0.5

(b) Com base nos saldos orçamentais primários(em percentagem do PIB)

Dívida bruta total Saldo orçamental global Saldo orçamental global compatível com a

(défice: (-); excedente (+)) redução do nível da dívida para 60% do PIB em(a)

1997 1998 1997 1998 2002 2007 2012

122.2 118.1 5.8 6.0 16.2 8.0 5.7

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de1998) e cálculos do IME.(a) Os cálculos indicam que o rácio da dívida cairá para 60% em 2002, 2007 e 2012, respectivamente, se o saldo orçamental global para

1998 corresponder às previsões e se os saldos globais orçamentais se mantiverem em 10.6%, 2.7% e 0.5% do PIB, respectivamente,a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 2.3% em 1998, de acordo com asestimativas da Comissão, e uma taxa de inflação de 2%. Não inclui ajustamentos entre variações de posições e fluxos.

1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 20121999 2001 2003 2005 2007 2009 2011

50

75

100

125

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. Nota: Os três cenários pressupõem que o rácio da dívida de 118.1% do PIB em 1998 corresponda às prev. e que o saldo global de -1.7% do PIB ou o saldo primário de 6.0% do PIB em 1998 permanecem constantes no período consid. (em % do PIB) ou, em alternativa, que o equilíbrio orçamental se mantém a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de cresc. real do PIB de 2.3% em 1998, de acordo com as estimativas da Comissão; uma taxa de inflação de 2%; no cenário de um saldo primário constante, a tx.de juro nominal será de 6%. Não foram considerados os ajust.entre variaç.de posições e fluxos.

Gráfico 5

Bélgica: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos para o rácio dos saldos orçamentais(em percentagem do PIB)

Saldo global constante Saldo primário constante Orçamento equilibrado

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Quadro 8Bélgica: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 22.4 25.1 25.6 31.9 41.1

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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(b) Indicadores da pressão cambial sobre o franco belga

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 0.2 0.2 0.2 0.3 0.1 0.1 0.2 0.1

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) -0.2 -0.2 -0.2 -0.1 0.0 0.2 0.2 0.0

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

Quadro 9(a) Bélgica: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998 )

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 13 de Março de 1979

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Coroa dinamarquesa 1.6 -0.3

Marco alemão 0.4 -0.1

Peseta espanhola 0.2 -2.0

Franco francês 2.5 -0.3

Libra irlandesa 4.2 -10.6

Lira italiana 1.1 -1.9

Florim holandês 0.1 -0.5

Xelim austríaco 0.4 -0.1

Escudo português 1.4 -2.7

Marca finlandesa -0.2 -3.0

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios face à marca finlandesa referem-se ao período

a partir de 14 de Outubro de 1996; os desvios face à lira italiana referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

III Evolução cambial

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BEF/DKK BEF/DEM BEF/ESP BEF/FRF

Franco belga: Desvios das taxas bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 6

BEF/IEP

BEF/ITL BEF/NLG BEF/ATS BEF/PTE BEF/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

Fonte: Comissão Europeia.Nota: Os desvios em relação à marca finlandesa referem-se ao período a partir de 14 de Outubro de 1996, enquanto os desvios em relação à lira italiana se referem ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

Quadro 10Franco belga: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos Estados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC -2.9 -0.3 -0.4

Baseadas no IPP/IPG -8.6 0.5 0.9

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal 3.2 2.3 5.6

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

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Quadro 11Bélgica: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) 1.8 2.3 2.8 5.0 5.1 4.2 4.2 4.7

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) 4.2 7.8 10.4 15.1 15.5 16.2 17.9 21.9

Exportações (bens e serviços)(d) 68.2 69.2 70.6 71.2 76.1 79.6 81.0 83.6

Importações (bens e serviços)(e) 65.9 66.7 68.5 69.0 72.9 75.8 76.8 78.9

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998)(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5 a edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à balança

de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual. Os dados até 1994, inclusive, incluem o Luxemburgo.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a % das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens nac. da UEBL foi de 70.4%; Direction of Trade Statist. Yearbook

1997, FMI.(e) Em 1996, a % das import. de bens intra-UE nas import.totais de bens nac. da UEBL foi de 73.6%; Direction of Trade Statist. Yearbook

1997, FMI.

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Quadro 12Bélgica: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 6.5 5.8 5.7 5.5 5.2 5.7

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

(a) Bélgica: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Bélgica: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC em relaçãoaos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 7

Difer.da taxa de juro de longo prazo Diferencial da inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19975

6

7

8

9

10

11

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

-2

-1

0

1

2

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

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DINAMARCA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média de inflaçãodo IPCH na Dinamarca situou-se em 1.9%,ou seja muito abaixo do valor de referênciade 2.7%. O mesmo se verificou para oconjunto do ano de 1997. Em 1996, ainflação média do IPCH situou-se em 2.1%(ver Quadro 1). Nos dois últimos anos, ainflação do IPCH na Dinamarca tem-sesituado em níveis que são geralmentecons iderados cons istentes com aestabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a evoluçãodos preços no consumidor na Dinamarca,medida com base no IPC, tem permanecidoestável em cerca de 2% desde 1992 (verGráfico 1). Esta experiência de inflaçãogeralmente baixa reflecte diversas decisõesde política importantes, principalmente aorientação da política monetária no sentidoda manutenção da estabilidade da taxa decâmbio da coroa dinamarquesa face àsmoedas mais fortes do MTC. Além disso,em anos mais recentes, a política orçamentalrigorosa contribuiu para reduzir os riscosde inflação. A estabilização da inflação emníveis baixos foi também apoiada, entreoutras, por reformas no mercado detrabalho, quer nos anos 80, quer nos anos90. Até 1993, o enquadramento macro--económico contribuiu para a contenção depressões ascendentes sobre os preços,com o PIB a aumentar a taxas relativamentebaixas, embora continuamente positivas(ver Quadro 2). Apesar da Dinamarca tersido menos afectada pela recessão de1993 do que outros Estados-membros, odesvio do produto negativo aumentou noperíodo de 1992-93. No entanto, desde1994, prosseguiu uma recuperação robusta,acompanhada pela redução do desvio doproduto. O controlo da inflação beneficioudo crescimento modesto dos custos

unitários de trabalho e de preços deimportação decrescentes ou globalmenteestáveis durante a maior parte dos anos90. No entanto, em 1997, acelerou ocrescimento, quer dos custos unitários detrabalho, quer dos preços das importações.Baixas taxas de inflação são tambémevidenciadas por outros indicadoresrelevantes da inflação, embora o IPC,excluindo alterações nos impostosindirectos líquidos, tenha sistematicamenteaumentado desde 1993, ultrapassando 2%em 1997 (ver Quadro 2).

Numa à evolução recente e previsões, osresultados para a inflação dos preços noconsumidor (medida como a variaçãorelativamente ao mês homólogo do anoanterior) diminuíram para menos de 2%,não havendo sinais de uma pressão imediatano sentido ascendente, com base nasmedidas apresentadas no Quadro 3a. Asprevisões para a inflação sugerem umaumento durante os próximos dois anospara mais de 2% em 1998 e um poucoacima em 1999 (ver Quadro 3b). Os riscospara a estabilidade de preços, neste período,encontram-se associados a umestreitamento do desvio do produto, acondições mais restritivas no mercado detrabalho e à tendência dos preços dosactivos.

Numa análise a prazo mais longo, emboraa Dinamarca não tencione participar napolítica monetária única, as suas ligaçõescambiais e económicas com outros paísesda UE deverão implicar a condução depolíticas monetárias e económicas nacionaisem sintonia com as da área do euro, com aprossecução da estabilidade de preçosatravés de taxas de câmbio estáveis aproporcionar o objectivo de política maisadequado. O enquadramento de baixainflação interna terá também de serreforçado pela condução de políticasorçamentais adequadas, bem como por

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medidas destinadas a aumentar mais aconcorrência no mercado do produto e areduzindo mais a rigidez no mercado dotrabalho.

Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o saldoorçamental registou um excedente de 0.7%em relação ao PIB, pelo que o valor dereferência de 3% para o rácio do défice foicumprido com uma margem confortável,enquanto o rácio da dívida se situou em65.1%, ou seja acima do valor de referênciade 60%. Em comparação com o anoanterior, o saldo orçamental melhorou em1.4 pontos percentuais, passando aapresentar um excedente, e o rácio dadívida reduziu-se 5.5 pontos percentuais.Em 1998, prevê-se que o excedenteorçamental aumente para 1.1% do PIB,enquanto o rácio da dívida deverá diminuirpara 59.5%, ligeiramente abaixo do valorde referência. Em 1996, o rácio do déficeera inferior ao rácio da despesa pública eminvestimento em percentagem do PIB (verQuadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 a 1997, o rácio da dívida empercentagem do PIB na Dinamarcaaumentou 4.3 pontos percentuais ;inicialmente, o rácio aumentou de 60.8%do PIB em 1990 para 81.6% do PIB em1993; em seguida, desceu progressivamentetodos os anos até se situar em 65.1% em1997 (ver Gráfico 2a), isto é uma descidade 16.5 pontos percentuais em quatroanos. Como se vê em pormenor no Gráfico2b, nos primeiros anos da década de 90, oexcedente primário quase compensou osefeitos consideráveis de aumento da dívidaprovocados por um diferencial crescimento/taxa de juro negativo. No entanto, verificou-se um forte efeito ascendente sobre orácio da dívida, em resultado dos“ajustamentos entre variações de posiçõese fluxos”, mais acentuadamente em 1993.Estes ajustamentos reflectiam, entre outros,

a criação de depósitos avultados junto dobanco central por forma a aumentar asreservas em divisas. Após 1993, umcrescimento acima de 3%, e depois umamelhoria do orçamento, contribuíram parareduzir o rácio da dívida. Além disso, osajustamentos entre variações de posiçõese fluxos (pagamento de dívida externa ealterações na composição de carteira dosfundos do Governo) também causaramuma descida no rácio da dívida. Os padrõesobservados no início dos anos 90 podemser vistos como indicando os riscos quepodem surgir de uma deterioração nãoprevista do enquadramento económico,incluindo pressões sobre a moeda, sempreque tais efeitos não são contrabalançadospor um excedente primário suficientementeelevado. Neste contexto, deve salientar-se que a percentagem da dívida commaturidade residual de curto-prazo temsido baixa ao longo dos anos 90, enquantoa maturidade média tem tendido aaumentar (ver Quadro 5). Deste modo,considerando também o actual nível dorácio da dívida, os saldos orçamentais sãorelativamente insensíveis a variações nastaxas de juro. Por outro lado, a proporçãoda dívida em moeda estrangeira tem vindoa descer, tornando os saldos orçamentaisrelativamente insensíveis a variações nastaxas de câmbio.

Durante a década de 90, pode observar-seum padrão de uma primeira deterioração esubsequente melhoria no rácio do déficeem percentagem do PIB, durante o qual orácio se manteve constantemente abaixodo valor de referência de 3%. Partindo deum rácio de 1.5% em 1990, o défice atingiu2.8% em 1993; desde essa altura, o déficetem vindo a diminuir ano após ano,passando a excedente de 0.7% em 1997(ver Gráfico 3a). Tal como é apresentadoem maior pormenor no Gráfico 3b, ondese mostram as variações nos défices, osfactores cíclicos tiveram um contributoconsiderável para o aumento do défice até1993, bem como para a sua redução em1994, tendo no entanto desempenhado

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um papel menor a partir daquela data. Asmelhoria não cíclicas podem reflectir umamudança “estrutural” duradoura no sentidode políticas orçamentais mais equilibradase/ou diversas medidas de efeito temporário.Os dados disponíveis sugerem que estasmedidas temporárias não melhoraram ossaldos orçamentais em mais de 0.1% doPIB, em 1997.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que, entre 1990 e1994, o rácio da despesa total aumentou.Num contexto de desemprego elevado eem crescimento, as transferências correntespara as famílias aumentaram, sendoresponsáveis pela maior parte do aumentodas despesas totais, enquanto o rácio depagamentos de juros diminuiu ligeiramente(ver Quadro 6). Após 1994, o rácio dadespesa total em relação ao PIB diminuiu,reflectindo uma redução nas transferênciaspara as famílias, nos pagamentos de juros eno consumo público em relação ao PIB.No geral, o rácio da despesa em 1997 foiinferior ao registado no início dos anos 90,enquanto as transferências aumentaram. Acontinuação de uma tendência descendenterequer a colocação de maior ênfase nastransferências correntes e no consumopúblico. As receitas públicas em relação aoPIB foram, em 1997, 1.6 pontos percentuaissuperiores aos valores de 1990, podendoestar a um nível prejudicial ao crescimentoeconómico.

De acordo com a estratégia de políticaorçamental de médio prazo da Dinamarca,tal como foi apresentada no Programa deConvergência, actualizado em Maio de1997, prevê-se para 1998 um excedenteglobalmente estável e inferior a 1% do PIB,antevendo-se uma redução do rácio dadívida para 64% do PIB. O orçamento para1998 prevê uma posição orçamentalexcedentária superior ao estabelecido noprograma. Antevê-se quer uma reduçãodo rácio das despesas (em resultado decortes em todas as categorias de despesas

e de um adiamento nos investimentos),quer um menor rácio das receitas(principalmente em consequência dereduções nos impostos sobre rendimentose sobre a riqueza, enquanto se prevê, emparticular, um aumento das contribuiçõespara a segurança social). Actualmente, nãohá evidência de medidas significativas comefeito temporário no orçamento de 1998.Prevê-se até ao ano 2000 um novoaumento do excedente. Estas previsõesmostram uma melhoria mais lenta dasituação orçamental do que o previsto noprograma anterior, embora o novoobjectivo do saldo orçamental para 1998seja de alguma forma mais ambicioso e seespere agora uma evolução mais favoráveldo rácio da dívida. Caso os saldosorçamentais venham a atingir os valoresprevistos no Programa de Convergênciapara 1999-2000, a Dinamarca cumprirá oobjectivo de médio prazo do Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, de ter uma situaçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

No que respeita à trajectória futura potencialdo rácio da dívida, o Relatório do IME nãotece considerações de pormenor para ospaíses que se prevê tenham um rácio dadívida inferior a 60% do PIB em 1998. Osdesenvolvimentos projectados sublinhamos benefícios da posição excedentáriaatingida em 1997, que se prevê venha aaumentar em 1998, para uma rápidaredução do rácio da dívida. Justifica-se defacto, no caso da Dinamarca, que sejasalientada a importância dos benefícios deuma posição excedentária das finançaspúblicas e de uma nova redução substancialdo rácio da dívida. Como se verificou nopassado, choques inesperados podemaumentar de forma acentuada o rácio dadívida. O Fundo de Pensões SociaisDinamarquês (que não dispõe deresponsabilidades de pensões e é geridopelo governo) investe a maior parte dosseus activos em títulos da dívida pública,reduzindo desta forma a dívida bruta

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consolidada do sector público. A improvávelalteração desta política de investimentoafectaria o rácio da dívida (mas não oencargo com juros). Além disso, comoevidenciado no Quadro 7, a partir de 2010antevê-se um marcado envelhecimento dapopulação. Apesar da Dinamarca beneficiarde um sector privado de pensões emrápida expansão, as pensões da segurançasocia l não capita l izadas são a indasubstanciais e a despesa pública compensões deverá aumentar em relação aoPIB, nomeadamente se as políticas debenefícios permanecerem inalteradas. Oencargo global do envelhecimento dapopulação será atenuado caso as finançaspúblicas tenham criado um espaço demanobra suficiente antes de entrarem noperíodo durante o qual a situaçãodemográfica se deteriorar.

Evolução cambial

A coroa dinamarquesa participa no MTCdesde a sua criação em 13 de Março de1979, ou seja um período muito superior adois anos antes da análise (ver Quadro 8a).Como acima referido, a política monetáriatem sido orientada no sentido damanutenção da estabilidade da coroadinamarquesa face às moedas mais fortesdo MTC. Relativamente ao período dereferência desde Março de 1996 atéFevereiro de 1998, esta moeda tem sidonormalmente transaccionada próximo dataxa central em relação a outras moedasdo MTC (ver Gráfico 5 e Quadro 8a).Ocasionalmente, a coroa dinamarquesa foitransaccionada fora do intervalo próximodas suas taxas centrais em relação a diversasoutras moedas participantes. Os desviossuperior e inferior máximos, tendo porbase uma média móvel de 10 dias úteis,foram de 1.2% e –3.4%, respectivamente, àexcepção da tendência ascendenteautónoma da libra irlandesa (ver Quadro8a). Os episódios em que se verificaramesses desvios foram temporários. O grau

de volatilidade cambial face ao marcoalemão foi continuamente muito baixo edescendente (ver Quadro 8b) e osdiferenciais de taxa de juro de curto prazoem relação aos países da UE com as taxasde curto prazo mais baixas foram baixos.Durante o período de referência, aDinamarca não desvalorizou a taxa centralbilateral da sua moeda em relação à moedade nenhum outro Estado-membro.

Num contexto a mais longo prazo, asmedidas da taxa de câmbio efectiva real dacoroa dinamarquesa face às moedas dosEstados-membros participantes no MTC,ilustradas no Quadro 9, sugerem que osníveis actuais se encontram próximo devalores históricos. Quanto a outrasevoluções externas, a Dinamarca manteveexcedentes da balança de transacçõescorrentes durante os anos 90, uma situaçãoque se tem reflectido numa redução dasresponsabilidades líquidas sobre o exterior(ver Quadro 10). Convém igualmenterecordar que a Dinamarca é uma pequenaeconomia aberta que, de acordo com osúltimos dados disponíveis, apresenta umrácio de comércio externo em relação aoPIB de 39% para as exportações e de 35%para as importações, e uma percentagemdo comércio intra-UE de 64% para asexportações e de 69% para as importações.

Evolução das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência Fevereirode 1997 até Janeiro de 1998, as taxas dejuro de longo prazo na Dinamarca foram de6.2%, em média, situando-se abaixo dovalor de referência relativo ao critério dastaxas de juro de 7.8%, estipulado com basenos três Estados-membros com melhoresresultados em termos de estabilidade depreços. O mesmo se registou no conjuntodo ano de 1997, assim como de 1996 (verQuadro 11).

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma marcada tendência

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descendente desde o início da década de90 (ver Gráfico 6a). Em simultâneo, tem-seobservado, desde o início da presentedécada, uma convergênciacomparativamente mais acentuada entreas taxas de juro de longo prazo e os níveisprevalecentes nos Estados-membros daUE com as menores taxas de rendibilidadedas obrigações, embora as taxas de juro delongo prazo não tenham ainda convergidototalmente para os níveis mais baixosobservados na União (ver Gráfico 6b). Osprincipais factores subjacentes a estatendência foram a taxa de inflaçãocomparativamente mais baixa, a relativaestabilidade da taxa de câmbio da coroadinamarquesa e a evolução favorável daposição orçamental.

Conclusão

A Dinamarca, nos termos do Protocolon.º 12 do Tratado, notificou o Conselho daUE de que não participará na Terceira Faseda UEM. Porém, os seus progressos nosentido da convergência são analisados empormenor.

Durante o período de referência, aDinamarca registou uma taxa de inflaçãodo IPCH de 1.9%, ou seja muito abaixo dovalor de referência estipulado no Tratado.O aumento dos custos unitários de trabalhosubiu recentemente e alguns outrosindicadores de inf lação re levantesexcederam 2% em 1997. Numa análiseprospectiva, não há sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação; as previsões apontam para umaumento da inflação para um valor superiora 2% em 1998 e ligeiramente mais elevadoem 1999. A coroa dinamarquesa temparticipado no MTC durante um período

muito superior a dois anos. Durante operíodo de referência, a moeda manteve-se globalmente estável, em geral próximodas suas inalteradas paridades centrais,sem necessidade de medidas destinadas aapoiar a taxa de câmbio. O nível das taxasde juro de longo prazo situou-se em 6.2%,ou seja abaixo do respectivo valor dereferência.

Em 1997, a Dinamarca alcançou umexcedente orçamental de 0.7% do PIB,cumprindo assim o valor de referênciacom uma margem confortável, prevendo-se para 1998 um excedente de 1.1%. Orácio da dívida em relação ao PIB é superiorao valor de referência de 60%. Depois deter atingido um nível máximo em 1993, orácio diminuíu 16.5 pontos percentuais,cifrando-se em 65.1% em 1997. No que serefere à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, as previsões apontam para umdecréscimo do rácio da dívida para 59.5%do PIB em 1998, ou seja ligeiramenteabaixo do valor de referência. Numa análisea mais longo prazo, caso se mantenham osactuais saldos orçamentais, a Dinamarcacumprirá o objectivo de médio prazo doPacto de Estabilidade e Crescimento, emvigor a partir de 1999, o qual consiste emalcançar uma posição orçamental próximado equilíbrio ou excedentária, e o rácio dadívida reduzir-se-á para um valor aindamais abaixo de 60%.

Relativamente a outros factores, em 1996,o rácio do défice foi inferior ao rácio doinvestimento público em relação ao PIB. ADinamarca registou excedentes na balançade transacções correntes, mantendo umaposição externa líquida negativa. Nocontexto do envelhecimento da população,a Dinamarca dispõe de um sector privadode pensões em rápida expansão.

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DINAMARCA

I Evolução dos preçosQuadro 1 Dinamarca: Inflação IPCHGráfico 1 Dinamarca: Evolução dos preçosQuadro 2 Dinamarca: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Dinamarca: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Dinamarca: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Dinamarca: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Dinamarca: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectosestruturais

Gráfico 3 Dinamarca: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Dinamarca: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Dinamarca: Situação orçamental do sector público administrativoQuadro 7 Dinamarca: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) Dinamarca: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a coroa dinamarquesaGráfico 5 Coroa dinamarquesa: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Coroa dinamarquesa: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em

relação aos Estados-membros participantes no MTCQuadro 10 Dinamarca: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 Dinamarca: Taxas de juro de longo prazoGráfico 6 (a) Dinamarca: Taxa de juro de longo prazo

(b) Dinamarca: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflaçãodo IPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longoprazo mais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Dinamarca: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 2.1 1.9 1.6 1.6 1.7 1.9

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Dinamarca: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 2Dinamarca: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 2.6 2.4 2.1 1.2 2.0 2.1 2.1 2.2IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquido(b) 3.1 2.6 2.1 1.4 1.6 1.9 2.0 2.2Deflator do consumo privado 2.7 2.7 1.2 0.4 2.6 2.1 2.5 2.1Deflator do PIB 3.4 2.5 2.2 0.8 2.4 2.1 1.9 1.9Preços no produtor 3.8 2.4 0.2 1.2 1.3 3.4 1.4 1.3Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 1.4 1.3 0.2 1.5 4.2 2.6 2.7 2.9Desvio do produto (p.p.) -0.1 -0.6 -2.2 -2.7 -0.7 -0.4 -0.2 0.1Taxa de desemprego (%) 9.6 10.5 11.2 12.3 12.2 10.3 8.7 7.8Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 2.0 1.9 1.9 -0.7 0.0 2.0 0.9 3.0Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 4.1 3.9 4.2 1.9 3.8 3.5 3.1 4.0Produtividade do trabalho, conj. da economia 2.0 2.0 2.2 2.7 3.8 1.5 2.1 1.0Deflator dos preços das importações -0.9 1.9 -1.3 -3.0 -0.5 -1.1 -0.5 3.0Apreciação cambial(c) 6.6 -1.5 2.5 2.8 -0.0 4.3 -1.0 -3.0Agregado monetário alargado (M3H)(d) 6.0 8.3 1.8 4.3 4.1 -2.0 7.2 4.8Preços das acções 12.1 -1.6 -12.8 0.8 18.7 -3.7 16.2 42.3Preços da habitação -7.5 1.3 -1.6 -0.9 12.1 7.6 10.8 9.0

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão , previsões da Primavera de 1998) e taxa decâmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(d) Dados nacionais harmonizados.

Quadro 3Dinamarca: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 2.3 2.2 2.1 2.1 1.7Variação na média dos últimos 3 meses em relação aos

3 meses anteriores, taxa anualizada,corrigida da sazonalidade 3.5 2.7 1.8 1.4 1.1Variação na média dos últimos 6 meses em relação aos

6 meses anteriores, taxa anualizada,corrigida da sazonalidade 2.2 2.5 2.6 2.6 2.5

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999

Comissão Europeia (Primavera 1998), IPCH 2.1 2.2OCDE (Dezembro 1997), deflator do consumo privado 2.6 2.9FMI (Outubro 1997), IPC 2.6 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE, FMI.

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Quadro 4Dinamarca: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -0.7 0.7 1.1

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) 1.4 2.5 .

Dívida bruta do sector público administrativo(c) 70.6 65.1 59.5

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que a despesa em investimento.(c) Valores da dívida bruta do sector público administrativo não corrigidos dos activos detidos pelo Fundo Social de Pensões

Dinamarquês relativamente aos sectores que não fazem parte do sector público administrativo e dos depósitos do Estado junto doBanco Central para fins de gestão de reservas cambiais. Nos termos das declarações 5 e 6 respeitantes ao Regulamento do Conselhonº 3605/93, de 22.11.93, o Conselho e a Comissão acordam que, para a Dinamarca, estas rubricas serão especificadas aquando dadivulgação da dívida bruta do sector público administrativo. Em 1996, totalizavam 9.6% do PIB e, em 1997, 8.0% do PIB. Acresce queos dados não se encontram corrigidos dos montantes em dívida do Estado para o financiamento de empresas públicas, os quais, emconformidade com a declaração 3 respeitante ao supra-citado Regulamento, se encontram sujeitos a apresentação em separadopelos EM. Na Dinamarca esta rubrica representava 5.2% do PIB, em 1996, esperando-se que atinja 4.9% do PIB, em 1997.

II Evolução orçamental

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

60

65

70

75

80

85

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

10

15

20

Nota: Ver nota de rodapé (c) no Quadro 4.

Gráfico 2

Dinamarca: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

Quadro 5Dinamarca: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida Total(a) (em percentagem do PIB) 60.8 65.5 69.7 81.6 78.1 73.3 70.6 65.1

Composição por moedas (% do total)

Moeda nacional 77.5 83.6 83.2 77.4 82.6 86.2 87.0 87.0

Moeda estrangeira 22.5 16.4 16.8 22.6 17.4 13.8 13.0 13.0

Detida por nacionais(b) (% do total) . . 67.0 55.0 72.0 68.0 65.0 59.3

Maturidade média(c) (anos) 4.4 3.6 4.2 4.2 4.4 5.0 5.3 5.3

Compos. por maturidade(d) (% do total)

Curto-prazo(e) (<1 ano) 9.2 9.3 12.0 11.2 7.6 7.8 8.1 8.1

Médio e longo-prazo ( >1 ano) 90.8 90.7 88.0 88.8 92.4 92.2 91.9 91.9

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Ver nota de rodapé (c) no Quadro 4.(b) Apenas dívida interna da administração central (a preços de mercado), incluindo a dívida detida pelo Fundo Social de Pensões. Para

1992 os dados referem-se apenas ao terceiro trimestre.(c) Maturidade residual. Apenas dívida interna da Administração Central.(d) Maturidade residual.(e) Incluindo a dívida a curto prazo e a dívida associada a taxas de juro de curo prazo.

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

-2

-1

0

1

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Dinamarca: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

56

58

60

62

64

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Dinamarca: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

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Quadro 6Dinamarca: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 57.0 56.6 58.2 60.1 60.9 58.8 59.3 58.6

Impostos 47.9 47.7 47.9 49.3 51.1 50.3 50.5 50.5

Contribuições para a segurança social 2.6 2.6 2.7 2.9 3.0 2.8 2.8 2.8

Outras receitas correntes 6.5 6.2 7.6 8.0 6.8 5.7 6.0 5.4

Despesa total 58.6 58.7 60.3 63.0 63.7 61.1 59.9 57.9

Transferências correntes 23.4 24.0 25.2 26.0 27.8 26.9 26.3 25.0

Pagamentos de juros efectivos 7.5 7.5 6.9 7.9 7.3 6.7 6.2 5.8

Consumo público 25.9 25.9 25.9 26.8 26.3 25.5 25.4 25.4

Despesas de capital líquidas 1.9 1.3 2.3 2.4 2.3 2.0 2.1 1.8

Excedente (+) ou défice (-) -1.5 -2.1 -2.1 -2.8 -2.8 -2.4 -0.7 0.7

Saldo primário 5.9 5.3 4.9 5.0 4.5 4.3 5.5 6.5

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -0.9 -0.9 -0.4 1.4 2.5

Fonte: Comissão Europeia ( previsões da Primavera de 1998 ) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior às despesas em investimento.

Quadro 7Dinamarca: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 22.7 21.6 24.9 31.7 37.7

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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Quadro 8(a) Dinamarca: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 13 de Março de 1979

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Franco belga 0.3 -1.6

Marco alemão 0.2 -1.4

Peseta espanhola -0.2 -3.4

Franco francês 0.9 -0.4

Libra irlandesa 2.6 -10.4

Lira italiana 1.2 -1.7

Florim holandês 0.3 -2.0

Xelim austríaco 0.3 -1.4

Escudo português -0.0 -2.7

Marca finlandesa -0.1 -2.7

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios face à marca finlandesa referem-se ao período

a partir de 14 de Outubro de 1996; os desvios face à lira italiana referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a coroa dinamarquesa

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 0.5 0.6 0.8 0.9 0.5 0.4 0.2 0.2

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) 0.4 0.3 0.4 0.3 0.3 0.3 0.2 0.3

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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Quadro 9Coroa dinamarquesa: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relaçãoaos Estados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC 3.3 1.0 1.2

Baseadas no IPP/IPG 3.5 4.5 7.9

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal 0.3 3.9 5.8

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

Coroa dinamarquesa: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998 )

Gráfico 5

DKR/BEF DKR/DEM DKR/ESP DKR/FRF DKR/IEP

DKR/ITL DKR/NLG DKR/ATS DKR/PTE DKR/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

Fonte: Comissão Europeia.Nota: Os desvios em relação à marca finlandesa referem-se ao período a partir de 14 de Outubro de 1996, enquanto que os desvios em relação à lira referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

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Quadro 10Dinamarca: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) 1.0 1.5 2.8 3.4 1.8 1.1 1.7 0.6

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) -41.9 -38.7 -35.1 -32.1 -26.9 -26.3 -23.7 -23.9

Exportações (bens e serviços)(d) 35.5 37.7 38.1 37.3 38.7 38.9 38.8 39.4

Importações (bens e serviços)(e) 30.1 30.9 31.1 29.7 32.2 33.7 33.5 35.2

Fonte: Dados nacionais excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a. edição do Manual da Balança Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à balança

de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a percentagem das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens nac. foi de 64.4 %; Direction of Trade Statist.

Yearbook 1997, IMF.(e) Em 1996, a percentagem das import. de bens intra-UE nas import. totais de bens nac. foi de 68.9% ; Direction of Trade Statist.

Yearbook 1997, FMI.

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Quadro 11Dinamarca: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 7.2 6.3 6.1 5.7 5.4 6.2

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

(a) Dinamarca: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagens)

(b) Dinamarca: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC emrelação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 6

Difer.de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19974

6

8

10

12

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997-3

-2

-1

0

1

2

3

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

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ALEMANHA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média da inflaçãodo IPCH situou-se em 1.4%, ou seja muitoabaixo do valor de referência de 2.7%. Omesmo se verificou no conjunto do ano de1997. Em 1996, a inflação média do IPCHsituou-se em 1.2% (ver Quadro 1). Nosdois últimos anos, a inflação do IPCH naAlemanha tem-se situado em níveis quesão geralmente considerados compatíveiscom a estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a evoluçãodos preços no consumidor na Alemanha,medida com base no IPC, foi afectadadesfavoravelmente pelas consequênciaseconómicas da unificação ocorrida no inícioda década de 90. A inflação dos preços noconsumidor atingiu um valor máximo de5.1% em 1992 (o primeiro ano para o qualse encontram disponíveis estatísticas sobreo IPC para a Alemanha unificada). Nosanos subsequentes, a inflação na Alemanhaseguiu uma tendência decrescente, caindopara um valor ligeiramente abaixo de 2%em 1995 e nos anos seguintes (ver Gráfico1). A estabilização bem sucedida após umchoque inflacionista sobre a economiareflecte a continuação da execução depol ít icas orientadas no sentido daestabilidade. Em particular, a políticamonetária tem sido consistentementeorientada no sentido da estabilidade depreços, através da prossecução de umobjectivo intermédio para o crescimentodos agregados monetár ios . Foramigualmente efectuadas algumas tentativaspara aumentar a flexibilidade da economia,incluindo dos mercados de trabalho. Alémdisso, o contexto macro-económico temcontribuído para a contenção da pressãoascendente sobre os preços: após oabrandamento da economia em 1993,quando o produto caiu mais de 1%, o

crescimento económico recuperou masnão o suf ic iente para impedir oaparecimento de um desvio do produtonegativo (ver Quadro 2). Neste contexto,a moderação salarial registada desdemeados da década de 90 e o crescimentoconsistente da produtividade contribuírampara a contenção da subida dos custosunitários de trabalho, os quais tinhamaumentado bruscamente no início dadécada de 90. Até 1996, o controlo dainflação também beneficiou de preços dasimportações globalmente estáveis, emborase tenha registado uma forte aceleraçãoem 1997. As taxas de inflação registadassão igualmente baixas se medidas emtermos de outros índices de preçosrelevantes (ver Quadro 2).

Numa análise à evolução recente e previsões,os resultados recentes para a inflação dospreços no consumidor (medida como avariação percentual relativamente ao mêshomólogo do ano anterior) diminuiram paracerca de 1%, não havendo sinais de umapressão imediata no sentido ascendente,com base nas medidas apresentadas noQuadro 3a. As previsões para a inflaçãosugerem uma taxa de cerca de 2% para 1998e 1999 (ver Quadro 3b). Neste período osriscos para a estabilidade de preçosencontram-se associados a preçosadministrados mais elevados e a um aumentodos impostos sobre o valor acrescentado.

Numa análise a mais longo prazo, amanutenção de um contexto conducenteà estabilidade de preços está relacionada,na Alemanha, nomeadamente com acondução de políticas orçamentais a médioe a longo prazo; será igualmente importanteo reforço das políticas nacionais destinadasa aumentar a concorrência nos mercadosdo produto e a melhorar o funcionamentodos mercados de trabalho, no contexto daelevada taxa de desemprego actualmenteexistente na Alemanha.

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Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice do sector público situou-se em2.7%, ou seja abaixo do valor de referênciade 3%, e o rácio da dívida foi de 61.3%, istoé ligeiramente acima do valor de referênciade 60%. Em comparação com o anoanterior, o rácio do défice reduziu-se 0.7pontos percentuais e o rácio da dívidaaumentou 0.9 pontos percentuais. Em 1998,prevê-se que o rácio do défice diminuapara 2.5% do PIB, enquanto o rácio dadívida deve descer marginalmente para61.2%. Em 1996 e 1997, o rácio do déficeexcedeu o rácio da despesa pública eminvestimento em percentagem do PIB (verQuadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1991 (primeiro ano para o qual seencontram disponíveis dados orçamentaispara a Alemanha unificada) a 1997, o rácioda dívida em percentagem do PIB aumentou19.8 pontos percentuais. Durante osprimeiros anos considerados, o ráciocresceu progressivamente de 41.5% do PIBem 1991 para 50.2% em 1994, tendoaumentado bruscamente para 58.0% em1995. Em 1996, o rácio excedeu, pelaprimeira vez, o valor de referência de 60%e, em 1997, voltou a aumentar, tendoatingido 61.3% do PIB (ver Gráfico 2a).Como se indica em pormenor no Gráfico2b, os excedentes primários foram, emgeral, pequenos, e portanto insuficientespara compensar os efeitos do aumento dadívida associados a um diferencial negativodo crescimento/taxa de juro. Todavia, até1995, os factores subjacentes maisimportantes foram as rubr icas de“ajustamento entre as variações de posiçõese fluxos”, incluindo, em particular, aassunção pelo Governo Federal de dívidarelacionada com a unificação. O impactomais forte foi registado em 1995, reflectindoem especial a assunção pelo GovernoFederal da dívida do “Treuhand”* , a qualconstituirá um encargo persistente para apolítica orçamental. Os padrões observados

durante os anos 90, que continuam a serafectados por tensões adicionais sobre asfinanças públicas resultantes da unificaçãoalemã, podem ser vistos como indicando anecessidade de adoptar medidas correctivasatempadas, por forma a enfrentar asconsequências a nível orçamental dechoques adversos, mesmo quando osdesequilíbrios orçamentais iniciais não sãoexcessivos. Reflectem igualmente anecessidade de fornecer um amortecedoratravés do excedente primário, comoprecaução contra a deterioração dascondições macro-económicas, mesmoquando a estrutura da dívida pública érelativamente favorável. Neste contexto,deve salientar-se que a percentagem dadívida com maturidade residual de curto-prazo tem vindo a crescer ao longo dosanos 90, enquanto a maturidade média setem mantido globalmente estável (verQuadro 5). Em relação a 1996, a proporçãoda dívida com maturidade residual decurto-prazo é assinalável e, tendo ematenção o actual nível do rácio da dívida,os saldos orçamentais são relativamentesensíveis a variações nas taxas de juro delongo prazo. Todavia, dado que a dívida érefinanciada a maturidades longas, não ésensível a taxas de juro de curto prazo. Poroutro lado, a proporção da dívida emmoeda estrangeira é negligenciável e ossaldos orçamentais são insensíveis avariações nas taxas de câmbio.

Durante a década de 90 pode observar-seum padrão para o rácio do défice empercentagem do PIB sem tendência definida,com valores em torno de 3% do PIB (verGráfico 3a). Em comparação com o períodoimediatamente anterior à unificação, estevalor representa uma deterioração dossaldos orçamentais, os quais tinhamregistado um ligeiro excedente em 1989.

* N.T. - “Treuhand” - organismo oficial que dirige oprocesso de privatização de empresas pertencen-tes ao sector público na antiga RDA.

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Tal como é apresentado com maiorpormenor no Gráfico 3b, onde se mostramas variações nos défices, os factores cíclicostiveram um importante contributo negativoem 1993, após uma forte expansãoprovocada pelo excesso da procura nasequência da unificação; em 1996 verificou-se um menor contributo negativo. Emtermos gerais, esses factores cíclicos foramem grande parte compensados por outrasmedidas, limitando assim o seu impacto nodéfice global. No entanto, as melhorias nãocíclicas podem reflectir uma mudança“estrutural” e duradoura no sentido depolíticas orçamentais mais equilibradas e/ou diversas medidas de efeito temporário.Os dados disponíveis sugerem que essasmedidas temporárias tiveram um papelem termos de melhoria do saldo orçamentalnos anos de 1996 e 1997, mas o seuimpacto não foi além de 0.2% do PIB, porano. Como estas medidas t iveramsobretudo um carácter “pontual”, medidascompensatórias já introduzidas nosorçamentos de 1998 deverão gerar osresultados esperados em 1998 a fim demanter os saldos orçamentais na trajectóriaprogramada.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que, entre 1991 e1995, o rácio da despesa total aumentou,tendo todas as rubricas da despesaapresentado um acréscimo, à excepção dadespesa de capital líquida (ver Quadro 6).Após 1995, a despesa diminuiu, devido arácios mais baixos de todas as principaisrubricas da despesa. Em termos globais, orácio da despesa em 1997, de 48%, atingiuum nível muito próximo do observado em1991, permanecendo, no entanto,acentuadamente mais elevado do que noper íodo imediatamente anter ior àunificação, quando estava próximo de 45%.Como os encargos com o pagamento dejuros subiram de acordo com o crescimentodo rácio da dívida e a despesa de capitaldiminuiu, a redução dos rácios da despesarequeriria que as autoridades orçamentais

se concentrassem especialmente nospagamentos de transferências e noconsumo público. A receita pública emrelação ao PIB atingiu um máximo em1994, antes de voltar para um nível próximodo alcançado em 1991. O nível actual,situado em cerca de 45% do PIB, encontra-se igualmente muito próximo do registadoantes da unificação, mas tal deve-se, emparte, à erosão da base de tributação.Adicionalmente, a partir de 1996, esterácio, bem como o rácio da despesa, foramreduzidos por um montante equivalente a½% do PIB, devido ao novo tratamentodos benefícios com a infância.

De acordo com a estratégia de médio prazoda política orçamental da Alemanha, talcomo apresentada no Programa daConvergência para 1997-2000, datado deDezembro de 1996, a redução do rácio dodéfice para 2½% do PIB e a estabilizaçãodo rácio da dívida em termos gerais serãoalcançados em 1998. O orçamento para1998 prevê que o défice público se situeem 2¾% do PIB e que o rácio da dívidaestabilize em aproximadamente 62% doPIB, enquanto as previsões da Comissãosão ligeiramente mais favoráveis. Oorçamento para 1998 mostra umacombinação de contenção da despesa e deaumentos moderados da receita. Estima-seque o aumento da receita dos impostosseja menor do que o crescimento nominaldo PIB. O imposto sobre o valoracrescentado aumentará a partir de Abrilde 1998 e as suas receitas serão transferidaspara o sistema de pensões; no entanto, a“sobretaxa do imposto de solidariedade”tem vindo a ser reduzida e a “separação”estrutural entre a receita fiscal e ocrescimento económico pode continuar.Além disso, o imposto sobre o capital dasempresas foi abolido, mas a perda dereceitas deverá ser compensada pelaredução dos benefícios fiscais concedidosàs empresas. Actualmente não existemprovas de medidas avultadas com efeitostemporários no orçamento de 1998. Parao ano 2000, o Programa de Convergência

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prevê um défice de 1½% do PIB, mas orácio da dívida deverá permanecer acimade 60% do PIB durante o resto da década.A intenção é reduzir, até ao fim da década,a percentagem da despesa pública no PIBpara o nível registado antes da unificação.As intenções respeitantes às reduções dodéfice e da dívida são, em certa medida,menos ambiciosas do que as contidas emanteriores programas. Em comparação comos saldos orçamentais previstos noPrograma de Convergência para 1999--2000, é necessária uma substancial adicionalconsol idação orçamental , a f im decompensar as quebras nos impostos queainda não se encontram reflectidas noPrograma de Convergência, bem comocumprir o objectivo de médio prazoestabelecido no Pacto de Estabilidade eCrescimento - em vigor a partir de 1999 -o qual consiste em atingir uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

No que respeita à redução do rácio dadívida para o valor de referência de 60%,no caso dos países onde esse rácio éexcedido actua lmente apenasmarginalmente, o IME salienta que a dívidapode ser reduzida em percentagem do PIBnum prazo limitado. Tal como se podeobservar no Gráfico 5, no caso daAlemanha, atingir as posições orçamentaisglobais e os rácios da dívida previstos pelaComissão Europeia para 1998 e ter umsaldo equilibrado em 1999 reduziria orácio da dívida para um valor inferior a60% do PIB nesse mesmo ano, enquantomanter nos anos seguintes sa ldosorçamentais aos níveis previstos para 1998não seria suficiente para conduzir o rácioda dívida a 60% do PIB num período detempo adequado. Tais cálculos baseiam-sena hipótese normativa de uma taxa de juronominal constante de 6% (4% de custo realmédio da dívida pública, mais 2% deinflação) e na hipótese de crescimento realdo PIB constante à taxa de 2.3%, comoestimado pela Comissão para a tendênciade crescimento real do PIB em 1998. Os

ajustamentos entre variações de posiçõese fluxos não são considerados. Emborasejam puramente ilustrativos e não possamser considerados como previsões, estescálculos mostram a necessidade deprogressos adicionais e substanciais nosentido da consolidação a fim de fazerreduzir o rácio da dívida para um nível igualou inferior a 60% do PIB, num prazoapropriado.

No caso da Alemanha justifica-se, de facto,que seja salientada a necessidade demelhorar de forma considerável o rácio dodéfice e manter a consolidação ao longodo tempo, uma vez que é necessário ummaior espaço de manobra para enfrentaros desafios orçamentais futuros. Tal como ésalientado no Quadro 7, a partir de cercado ano 2010 antevê-se um acentuadoenvelhecimento da população e, nocontexto de um sistema de pensões nãocapitalizado, prevê-se um forte aumentodas despesas públicas com as pensões empercentagem do PIB, em especial se aspolíticas de benefícios não forem objectode maiores restrições. O encargo globaldo envelhecimento da população será tantomais controlável quanto melhor for oestado das finanças públicas, quando asituação demográfica se deteriorar. Serãonecessár ios esforços adic ionais decontenção nos pagamentos das pensões, oque é salientado pelo facto de o peso coma tributação na Alemanha ter atingido umnível relativamente elevado.

Evolução cambial

O marco alemão participa no MTC desdea sua criação em 13 de Março de 1979, ouseja, um período muito superior ao períodode referência de dois anos (ver Quadro8a). Relativamente ao período de referênciade Janeiro de 1996 até Fevereiro de 1998,esta moeda tem sido normalmentetransaccionada próximo das taxas centraisem relação a outras moedas participantesno MTC e muito próximo das taxas centrais

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face ao franco belga, florim holandês exelim austríaco (ver Gráfico 6 e Quadro8a). Por vezes, o marco alemão foitransaccionado fora de um intervalopróximo das suas taxas centrais em relaçãoa diversas outras moedas participantes,tendo os desvios superior e inferiormáximos em relação às taxas centrais, combase uma média móvel de 10 dias úteis,sido de 2.2% e -2.9%, respectivamente,não considerando a tendência ascendenteautónoma da libra irlandesa, (ver Quadro8a). As situações em que se verificaram taisdesvios foram todavia temporárias e osdiferenciais de taxa de juro de curto prazoem relação aos países da UE com as taxasde curto prazo mais baixas foraminsignificantes. Durante o período dereferência, a Alemanha não desvalorizou ataxa central bilateral da sua moeda face àmoeda de nenhum outro Estado-membro.

Num contexto a mais longo prazo, asmedidas de taxa de câmbio efectiva realdo marco alemão face às moedas dosEstados-membros participantes no MTC,ilustradas no Quadro 9, sugerem que osníveis actuais se encontram próximo devalores históricos. Os défices da balança detransacções correntes apareceram comoconsequência da unificação e recentementetêm registado uma redução, abrandando ataxa de deterioração das disponibilidadeslíquidas face o exterior (ver Quadro 10).Convém igualmente recordar que, deacordo com os últimos dados disponíveis,o rácio do comércio externo em relaçãoao PIB, na Alemanha, foi de 30% para asexportações e de 29% para as importaçõese que a percentagem do comércio intra--UE foi de 56% para as exportações e de55% para as importações.

Evolução da taxa de juro de longo prazo

Durante o período de referência de Fevereirode 1997 até Janeiro de 1998, as taxas dejuro de longo prazo na Alemanha foram emmédia de 5.6%, situando-se muito abaixo

do valor de referência relativo ao critériodas taxas de juro, isto é 7.8%, estipuladocom base nos três Estados-membros commelhores resultados em termos deestabilidade de preços. O mesmo seregistou no conjunto do ano de 1997,assim como em 1996 (ver Quadro 11).

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma tendência descendentegeneralizada desde o início da década de90 (ver Gráfico 7a); durante a maior partedeste período, tem-se observado umdiferencial relat ivamente estreito etipicamente negativo entre as taxas de jurode longo prazo da Alemanha e as taxasprevalecentes nos países da UE com asmenores taxas de rendibilidade dasobrigações (ver Gráfico 7b). Os principaisfactores subjacentes a esta tendência detaxas de juro de longo prazo relativamentebaixas foram a contenção do impulsoinflacionista após a unificação alemã, tendoa inflação regressado para uma taxacomparativamente baixa.

Conclusão

Durante o período de referência, aAlemanha registou uma taxa de inflação doIPCH de 1.4%, ou seja muito abaixo dovalor de referência estipulado no Tratado.Os custos unitários de trabalho diminuíram,verificando-se igualmente taxas de inflaçãobaixas, quando medidas em termos deoutros índices de preços relevantes. Numaanálise prospectiva, não há sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação; as previsões indicam que a taxa deinflação se deverá situar em cerca de 2%em 1998 e 1999. O marco alemão temparticipado no MTC durante um períodomuito superior a dois anos. Durante operíodo de referência, a moeda manteve-se globalmente estável, em geral próximodas suas inalteradas paridades centrais,sem necessidade de medidas destinadas aapoiar a taxa de câmbio. O nível das taxasde juro de longo prazo situou-se em 5.6%,

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ou seja muito abaixo do respectivo valorde referência.

Em 1997, a Alemanha alcançou um ráciodo défice orçamental de 2.7% do PIB,portanto abaixo do valor de referência,prevendo-se uma nova redução para 2.5%em 1998. O rácio da dívida em relação aoPIB situa-se pouco acima do valor dereferência de 60%. Desde 1991, o primeiroano após a unificação alemã, o rácioaumentou 19.8 pontos percentuais,situando-se em 61.3% em 1997, reflectindo,em larga medida, os encargos orçamentaisdecorrentes da unificação. No que serefere à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, as previsões apontam parauma redução marginal do rácio da dívidapara 61.2% do PIB em 1998. A manutençãodo rácio do défice aos níveis actuais nãoserá suficiente para reduzir o rácio dadívida para 60% do PIB, dentro de um

período de tempo adequado, sugerindoassim a necessidade de progressossubstanciais adicionais na consolidação. OPacto de Estabilidade e Crescimento requertambém, como objectivo de médio prazo,uma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária. Dado que oactual rácio da dívida se situa ligeiramenteacima de 60% do PIB, atingir a posiçãoorçamental prevista para 1998 e umorçamento equilibrado após aquela datareduziria o rácio da dívida para um valorinferior a 60% do PIB já em 1999.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice excedeu o ráciodo investimento público em relação ao PIBe a Alemanha registou défices da balançade transacções correntes comoconsequência da unificação, mantendotodavia uma posição externa líquida positiva.

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ALEMANHA

I Evolução dos preçosQuadro 1 Alemanha: Inflação IPCHGráfico 1 Alemanha: Evolução dos preçosQuadro 2 Alemanha: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Alemanha: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Alemanha: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Alemanha: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Alemanha: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectosestruturais

Gráfico 3 Alemanha: Excedente / défice do sector público administrativo(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Alemanha: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Alemanha: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 5 Alemanha: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos

para os rácios dos saldos orçamentaisQuadro 7 Alemanha: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) Alemanha: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o marco alemãoGráfico 6 Marco Alemão: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Marco Alemão: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados membros participantes no MTCQuadro 10 Alemanha: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 Alemanha: Taxas de juro de longo prazoGráfico 7 (a) Alemanha: Taxa de juro de longo prazo

(b) Alemanha: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflaçãodo IPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longoprazo mais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Alemanha: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 1.2 1.5 1.4 1.4 0.8 1.4

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Alemanha: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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86

Quadro 2Alemanha*: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 2.7 3.6 5.1 4.5 2.7 1.8 1.5 1.8IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(a) 2.7 3.3 3.6 3.6 2.3 1.8 1.5 1.8Deflator do consumo privado 2.7 3.7 4.7 4.1 3.0 1.7 2.0 1.9Deflator do PIB 3.2 3.9 5.6 4.0 2.4 2.1 1.0 0.6Preços no produtor 1.5 2.1 1.6 0.1 0.7 2.2 0.1 0.8Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 5.7 5.0 2.2 -1.2 2.7 1.8 1.4 2.2Desvio do produto (p.p.) 2.4 4.9 3.9 -0.1 0.4 -0.1 -1.0 -1.1Taxa de desemprego (%) 6.4 5.7 7.7 8.9 9.6 9.4 10.4 11.4Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 2.0 3.3 6.2 3.7 0.2 1.6 -0.2 -1.8Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 4.7 5.9 10.6 4.3 3.6 3.9 2.5 1.8Produtividade do trabalho, conj. da economia 2.7 2.5 4.1 0.6 3.4 2.2 2.7 3.7Deflator dos preços das importações -0.7 2.2 -1.5 -1.4 0.5 0.6 0.7 3.0Apreciação cambial(b) 5.5 -1.1 3.1 2.8 0.2 5.6 -2.3 -4.6Agregado monetário alargado (M3H)(c) 5.0 20.0 8.6 8.2 8.3 -0.1 7.1 5.8Preços das acções 17.1 -8.1 3.6 10.3 17.5 0.8 20.2 44.5Preços da habitação(d) . . . . . . -0.1 .

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).* A partir de 1992, refere-se à Alemanha unificada.(a) Estimativas nacionais. 1990-94 Alemanha Ocidental.(b) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(c) Dados nacionais harmonizados.(d) Preços das novas habitações.

Quadro 3Alemanha: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 1.9 1.8 1.9 1.8 1.3Variação na média dos últimos 3 meses em relação aos

3 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 2.9 2.2 1.6 1.2 0.9Variação na média dos últimos 6 meses em relação aos

6 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 1.9 2.1 2.0 2.0 1.9

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999

Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 1.7 1.9OCDE (Dezembro de 1997), deflator do consumo privado 1.9 1.9FMI (Outubro de 1997), IPC 2.3 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

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Quadro 4Alemanha: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -3.4 2.7 -2.5

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) -1.4 -0.8 .

Dívida bruta do sector público administrativo 60.4 61.3 61.2

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo (positivo) indica que o défice público é maior (menor) do que as despesas em investimento.

II Evolução orçamental

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

40

45

50

55

60

65

1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2

0

2

4

6

8

10

Gráfico 2

Alemanha: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

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Quadro 5Alemanha: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB) 41.5 44.1 48.0 50.2 58.0 60.4 61.3

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0

Moeda estrangeira 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0

Detida por nacionais (% do total) 77.0 75.6 71.0 74.3 71.9 71.1 .

Maturidade média(a) (anos) 4.4 4.4 4.8 4.8 5.3 4.7 .

Compos.por maturidades(b) (% do total)

Curto-prazo(c) (≤ 1 ano) 13.2 16.1 16.3 18.5 16.8 18.5 .

Médio e longo prazo (>1 ano) 86.8 83.9 83.7 81.5 83.2 81.5 .

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual.Apenas Governo Federal e dívida dos fundos especiais (a qual representa quase 2/3 da dívida bruta do SPA).(b) Maturidade residual. Quando não se encontram disponíveis dados sobre dívida a taxa flutuante, estas rubricas são classificadas de

acordo com a respectiva maturidade residual.(c) Incluíndo dívida a curto prazo e dívida associada a taxas de juro de curto prazo.

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-4

-3

-2

-1

0

1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2.0

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Alemanha: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

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1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

44

46

48

50

52

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Alemanha: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

Quadro 6Alemanha: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 44.8 46.0 46.3 46.7 46.4 45.6 45.2

Impostos 24.2 24.5 24.4 24.4 24.2 23.2 22.6

Contribuições para a segurança social 18.0 18.3 18.8 19.3 19.5 19.9 20.1

Outras receitas correntes 2.7 3.2 3.1 3.1 2.7 2.6 2.5

Despesa total 48.1 48.8 49.9 49.3 49.9 49.1 48.0

Transferências correntes 21.4 21.2 22.4 22.6 22.8 22.6 22.1

Pagamentos de juros efectivos 2.7 3.3 3.3 3.3 3.7 3.7 3.7

Consumo público 19.5 20.0 20.1 19.8 19.8 19.8 19.4

Despesas de capital líquidas 4.6 4.3 4.1 3.6 3.5 3.0 2.7

Excedente (+) ou défice (-) -3.1 -2.6 -3.2 -2.4 -3.3 -3.4 -2.7

Saldo primário -0.4 0.6 0.1 1.0 0.5 0.3 1.1

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . -0.7 0.0 -1.1 -1.4 -0.8

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior às despesas em investimento.

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Quadro 7Alemanha: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 (a) 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 21.7 23.8 30.3 35.4 49.2

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.(a) Alemanha ocidental

1998 1999

55

60

65

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. Nota: Os três cenários pressupõem que o rácio da dívida em 1998 corresponde às previsões de 61.2% do PIB e que o saldo global de -2.5% do PIB ou o saldo primário de 1.2% do PIB em 1998 permanecem constantes no período considerado (em percentagem do PIB) ou, emalternativa, que o equilíbrio orçamental se mantém a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 2.3% em 1998, de acordo com as estimativas da Comissão; uma taxa de inflação de 2%; e, no cenário de um saldo primário constante, a taxa de juro nominal será de 6%. Não foram considerados os ajustamentos entre variação de posições e fluxos.

Gráfico 5

Alemanha: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos para o rácio dos saldos orçamentais(em percentagem do PIB)

Saldo global constante Saldo primário constante Orçamento equilibrado

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Quadro 8(a) Alemanha: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 13 de Março de 1979

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a:(a)

Franco belga 0.1 -0.4

Coroa dinamarquesa 1.4 -0.2

Peseta espanhola 0.1 -2.4

Franco francês 2.2 -0.2

Libra irlandesa 3.9 -10.6

Lira italiana 1.2 -1.8

Florim holandês 0.0 -0.8

Xelim austríaco 0.0 -0.1

Escudo português 1.1 -2.8

Marca finlandesa -0.2 -2.9

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios face à marca finlandesa referem-se ao

período a partir de 14 de Outubro de 1996; os desvios face à lira italiana referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de1996.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o marco alemão

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) - - - - - - - -

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) -0.2 -0.2 -0.1 -0.1 -0.1 -0.1 -0.0 -0.0

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Não aplicável.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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Marco alemão: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 25 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 6

DEM/BEF DEM/DKK DEM/ESP DEM/FRF DEM/IEP

DEM/ITL DEM/NLG DEM/ATS DEM/PTE DEM/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

Fonte: Comissão Europeia.Nota: Os desvios em relação à marca finlandesa referem-se ao período a partir de 14 de Outubro de 1996, enquanto os desvios em relação à lira italiana se referem ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

Quadro 9Marco alemão: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos Estados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC 1.8 3.2 5.7

Baseadas no IPP/IPG 4.2 1.2 4.1

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal 24.1 4.1 9.8

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

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Quadro 10Alemanha: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) 3.2 -1.1 -1.0 -0.7 -1.0 -1.0 -0.6 -0.1

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) 20.7 16.6 13.8 11.2 9.1 4.7 4.1 .

Exportações (bens e serviços)(d) 32.1 26.1 25.5 24.5 25.7 26.9 27.7 30.0

Importações (bens e serviços)(e) 26.3 26.0 25.9 24.7 25.9 27.2 27.4 28.7

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de1998).Alemanha Ocidental até 1990 e, após essa data, Alemanha unificada.(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a edição do Manual da Balança de Pagamentos, do FMI, sendo conceptualmente equivalente à balança de

transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a % das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens nacion. foi de 56.4%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997,

FMI.(e) Em 1996, a % das import.de bens intra-UE nas import.totais de bens nacion. foi de 55.1%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997,

FMI.

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Quadro 11Alemanha: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 6.2 5.6 5.6 5.3 5.1 5.6

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

(a) Alemanha: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Alemanha: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo de inflação do IPC emrelação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 7

Difer. da taxa juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19975

6

7

8

9

10

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-1

0

1

2

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

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GRÉCIA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa de inflação doIPCH na Grécia situou-se em 5.2%, ou sejaconsideravelmente acima do valor dereferência de 2.7%. O mesmo se verificouno conjunto do ano de 1997. Em 1996, ainflação média do IPCH situou-se em 7.9%(ver Quadro 1). Nos dois últimos anos, ainflação do IPCH na Grécia tem diminuídode forma significativa, sem no entantoatingir um nível geralmente consideradocompatível com a estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, tem-severificado na Grécia, desde o início dadécada de 90, uma clara tendência parataxas de inflação mais baixas. A inflaçãodos preços no consumidor, medida combase no IPC, diminuiu progressivamente deum valor acima de 20% em 1990 para5½% em 1997 (ver Gráfico 1). Estaexperiência de desinflação reflecte diversasdecisões de pol í t ica importantes ,principalmente a progressiva maiorrestritividade da política monetária desdeo virar da década com o objectivo dereduzir as taxas de inflação. Inicialmente,os decisores políticos procuraram atingir oobjectivo de inflação através de uma políticacambial que não acomodasse totalmenteos diferenciais de inflação em relação aosprincipais parceiros comerciais da Grécia;desde 1995, as autoridades ligaram odracma grego ao ECU. A redução dainflação foi apoiada por ajustamentos napol í t ica orçamenta l dest inados a ,nomeadamente, alargar a base fiscal ecombater a evasão fiscal, assim como poralterações estruturais no mercado detrabalho e pela liberalização dos mercadosfinanceiros. Além disso, o enquadramentomacro-económico contribuiu para acontenção das pressões ascendentes sobreos preços. Em especial no contexto da

recessão de 1993, surgiu um desvio doproduto negativo (ver Quadro 2). Desde1996, tem-se registado uma recuperaçãodo cresc imento económico e umestreitamento do desvio do produto. Nesteâmbito, o cresc imento, quer dasremunerações por trabalhador, quer doscustos unitários de trabalho desaceleraram,continuando porém a crescer acima de10% ao ano, em média, até 1995; em 1997,o crescimento dos custos unitários detrabalho reduziu-se para 7 ½%. Osaumentos nos preços das importaçõestiveram uma quebra, passando de mais13% em 1990 para menos de 3% em 1997.Uma redução das tendências inflacionistasé também aparente quando medida emtermos de outros índices de preçosrelevantes (ver Quadro 2).

Numa análise à evolução recente e àsprevisões, os resultados da inflação dospreços no consumidor (medida como avariação percentual relativamente ao mêshomólogo do ano anterior) têm vindo adiminuir para 4.4% (ver Quadro 3a). Amaioria das previsões para a inflaçãosugerem uma taxa de cerca de 4½% para1998 e de 3½% para 1999 (ver Quadro3b). Neste período, os riscos de umatendência ascendente encontram-seassociados ao crescimento salarial.7

Numa análise a mais longo prazo, criar umcontexto conducente à estabilidade depreços está relacionado, na Grécia,nomeadamente com a condução depolíticas orçamentais a médio e longoprazo; será igualmente importante o reforçodas políticas nacionais destinadas aaumentar a concorrência nos mercados do

7 O plano de ajustamento que acompanhou aentrada do dracma no MTC com efeito a partir de16 de Março de 1998 pretende limitar quaisquerriscos inflacionistas.

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produto e a melhorar o funcionamentodos mercados de trabalho, no contexto daelevada taxa de desemprego actualmenteexistente na Grécia.

Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público situou-se em 4.0%, ou sejabastante acima do valor de referência de3%, e o rácio da dívida foi de 108.7%, isto émuito superior ao valor de referência de60%. Em comparação com o ano anterior,o rácio do défice reduziu-se 3.5 pontospercentuais e o rácio da dívida 2.9 pontospercentuais. Em 1998, espera-se que orácio do défice diminua para 2.2% do PIB,enquanto o rácio da dívida deverá decrescerpara 107.7%. Em 1996 e 1997, o rácio dodéfice excedeu o rácio da despesapública em investimento em percentagemdo PIB em 4.5 pontos percentuais e 0.7pontos percentuais, respectivamente (verQuadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 até 1997, o rácio da dívida empercentagem do PIB na Grécia aumentou18.6 pontos percentuais; inicialmente, orácio aumentou continuamente de 90.1%em 1990 para 111.6% em 1993,estabilizando em seguida, e descendo, em1997, para 108.7% (ver Gráfico 2a), isto éuma descida de 2.9 pontos percentuaisdesde o último máximo em 1996. Comose vê em pormenor no Gráfico 2b, noinício da década de 90, o principal factorsubjacente ao aumento do rác io ,nomeadamente em 1993, teve origem nasrubricas de ”ajustamentos entre variaçõesde posições e fluxos” da dívida pública,reflectindo os efeitos negativos dadepreciação do dracma grego e dasoperações de consolidação. Pelo contrário,desde 1994, o saldo primário apresentouum excedente, compensando assim ocons iderável impacto de novos”ajustamentos entre variações de posiçõese fluxos”. Os padrões observados no início

dos anos 90 podem ser vistos comoindicativos dos riscos que podem surgirpara as finanças públicas quando factoresespeciais exercem pressões ascendentessobre a dívida, apenas parcialmentecompensadas por excedentes primáriosequivalentes. Neste contexto, a proporçãode dívida com maturidade de curto prazotem vindo a decrescer dos elevados níveisdo início da década de 90, o que é umaevolução positiva. Em relação a 1997, apercentagem de dívida com maturidade decurto prazo é ainda assinalável e, tendo ematenção o nível actual do rácio da dívida,os saldos orçamentais são relativamentesensíveis a variações nas taxas de juro.Além disso, a proporção de dívida emmoeda estrangeira é relativamente elevadae os saldos orçamentais são sensíveis avariações nas taxas de câmbio.

Durante a década de 90, observou-se umpadrão de uma primeira deterioração esubsequente melhoria de resultados norácio do défice em percentagem do PIB. Deum rácio de 16.1% em 1990, o déficediminuiu para 11.5% em 1991, masaumentou de novo durante os dois anossubsequentes para 13.8% em 1993. Desdeessa altura, o défice tem vindo a diminuirano após ano, para se situar, em 1997, em4.0%. Tal como é ilustrado no Gráfico 3a,reduziu-se durante quatro anosconsecutivos num total de 9.8 pontospercentuais. Apesar do rácio do défice terdiminuído de forma substancial e contínuaem 1997, não atingiu um nível próximo dovalor de referência de 3% do PIB. Tal comoé apresentado com maior pormenor doGráfico 3b, onde se mostram as variaçõesno défice, os factores cíclicos tiveram umcontributo importante apenas em 1993.No entanto, as melhorias não podemreflectir uma mudança ”estrutural” nosentido de políticas orçamentais maisequilibradas e/ou diversas medidas de efeitotemporário. Os dados disponíveis sugeremque essas medidas temporárias tiveram umpapel em termos de redução do rácio em0.2% do PIB em 1997, o que compara com

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0.3% do PIB em 1996. Dado teremsobretudo um carácter ”pontual”, medidascompensatór ias já introduzidas noorçamento de 1988 terão de produzir osresultados esperados em 1998 a fim demanter os saldos orçamentais na trajectóriaprevista.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que o rácio dadespesa pública total, depois de se terreduzido em 1991, apresentou umatendência ascendente até 1993, reflectindoprincipalmente um crescimento acentuadodos pagamentos de juros (ver Quadro 6),em resultado do aumento da dívida. Desde1995, o rácio da despesa total tem reveladouma tendência descendente, devidoprincipalmente a menores pagamentos dejuros e uma redução na despesa de capitallíquida. No geral, o rácio da despesa em1997 s ituou-se mais de 6 pontospercentuais abaixo do nível do início dosanos 90, reflectindo em particular umaforte redução nas despesas de capitallíquidas e também algumas reduções emtodas as principais categorias de despesasem relação ao PIB. Neste contexto, amanutenção desta tendência decrescenteda despesa total em relação ao PIB parecerequerer maiores ajustamentos em outrasrubricas das despesas para além dasdespesas de capital. A receita pública emrelação ao PIB tem revelado umacontinuada tendência ascendente duranteo período em causa, situando-se em 1997quase 6 pontos percentuais acima do nívelverificado em 1990.

De acordo com a estratégia a médio prazoda política orçamental grega, tal comoapresentada no Programa de Convergênciapara 1994-1999, actualizado em Julho de1997, prevê-se para 1998 uma redução dorácio do défice para 2.4% do PIB e do rácioda dívida para 107 % do PIB. O orçamentopara 1998 está globalmente em sintoniacom este programa. A redução do rácio dodéfice prevista para 1998 será atingida

principalmente através da redução dapercentagem de despesas correntes emrelação ao PIB e do aumento dapercentagem das receitas públicas emrelação ao PIB. Actualmente não háevidência de medidas significativas comefeito temporário no orçamento de 1998.Prevê-se uma nova melhoria para 1999,ano em que o rácio do défice deveráatingir 2.1% e o rácio da dívida se deverásituar em 101% do PIB. A evolução previstapara o défice público da Grécia estáglobalmente de acordo com programasanteriores - à excepção de 1999, ano emque se prevê um resultado menos favorável.Estima-se uma trajectória do rácio da dívidamais favorável do que o anteriormenteprevisto. Em comparação com os saldosorçamentais previstos no Programa deConvergência para 1999, é necessária umaconsolidação substancial adicional, a fim decumprir o objectivo de médio prazo doPacto de Estabilidade e Crescimento, emvigor a partir de 1999, de ter uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária. Em qualquer caso, os déficesorçamentais projectados no Programa deConvergência para 1998 e 1999 estãoabaixo do valor de referência do Tratado.

No que respeita ao futuro horizonte pararedução do rácio da dívida para o valor dereferência de 60%, em países com umrácio da dívida superior a 100% do PIB, sãoapresentados dois tipos diferentes decálculos. Partindo do pressuposto que sãoalcançados os saldos orçamentais e osrácios da dívida previstos pela ComissãoEuropeia para 1998, o primeiro exercício,tal como é apresentado em pormenor noQuadro 7, mostra os saldos orçamentaisque seriam consistentes com a convergênciado rácio da dívida para 60% do PIB aolongo de horizontes temporais distintos. Atítulo de exemplo, considerando umperíodo de 10 anos, a redução do rácio dadívida para 60% até ao ano 2007 implicariaa obtenção de um excedente global de1.4% do PIB por ano, a partir de 1999 (verQuadro 7a), ou a realização de um

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excedente primário de 6.4% do PIB porano, a partir de 1999 (ver Quadro 7b), oque, em comparação com o rácio dodéfice global de 2.2% e o rácio doexcedente primário de 6.8% previstos para1998, corresponde as diferenças de 3.6 e-0.4 pontos percentuais, respectivamente.

Um segundo exercício, tal como éapresentado em pormenor no Gráfico 5,mostra que a manutenção do saldoorçamental global registado em 1998 de-2.2% do PIB durante os anos subsequentesapenas permitiria uma redução do rácio dadívida para 87.5% em dez anos; o valor dereferência de 60% seria atingido em 2034.A manutenção do excedente primárioregistado em 1998 de 6.8% do PIB permitiriauma redução do rácio da dívida em relaçãoao PIB para um nível inferior a 60% em dezanos. Por fim, a obtenção de orçamentosequilibrados todos os anos a partir de1999 permitiria uma redução do rácio dadívida para 70.6% em 10 anos; o valor dereferência de 60% seria atingido no ano2011.

Estes cálculos baseiam-se no pressupostonormativo de uma taxa de juro nominalconstante de 6% (custo real médio dadívida pública de 4% e 2% de inflação) e nahipótese de um crescimento real do PIBconstante de 2.7%, como estimado pelaComissão para a tendência de crescimentoreal do PIB em 1998. Não são consideradosos ajustamentos entre variações de posiçõese fluxos. Embora estes cálculos sejampuramente ilustrativos, não podendo deforma alguma ser considerados comoprevisões, mostram por que razão osesforços de consolidação terão de sertanto mais resolutos e duradouros quantomaior for o nível inicial da dívida, porforma a reduzir o rácio da dívida emrelação ao PIB para um nível igual ouinferior a 60%, dentro de um período detempo adequado.

Justifica-se de facto, no caso da Grécia,subl inhar a necess idade de uma

consolidação sustentada durante umperíodo prolongado dando origem aexcedentes globais consideráveis epersistentes, uma vez que o actual nívelelevado da dívida impõe um encargopermanente sobre a política orçamental ea economia como um todo. Como severificou no passado, níveis elevados dedívida aumentam a vulnerabilidade dasposições orçamenta is a choquesinesperados, elevando o risco de umasúbita deterioração das finanças públicas.Além disso, tal como é salientado noQuadro 8, é necessário enfrentar os desafiosorçamentais futuros. A partir de cerca doano 2010, antevê-se um acentuadoenvelhecimento da população e prevê-seque as despesas públicas com pensõesaumentem em relação ao PIB, em especialse as políticas de benefícios não sofreremalterações. Porém, a Grécia dispõe de umsistema de pensões parc ia lmentecapitalizado. Um aspecto relevante no casoda Grécia é que o sistema de pensõessociais parcialmente capitalizado investeactualmente grande parte dos seusexcedentes em títulos da dívida pública,reduzindo desta forma a dívida brutaconsolidada do Estado. Como resultado,qualquer alteração nesta política deinvestimento colocaria em risco o rácio dadívida bruta (mas não todavia os encargoscom juros). Acresce que a tendênciademográfica ao longo das próximas décadasterá um efeito negativo sobre os actuaisexcedentes do sistema de pensões,tornando assim essencial melhorias no saldoorçamental. Uma atenuação do encargoglobal decorrente do envelhecimento dapopulação apenas será possível se asfinanças públicas criarem um espaço demanobra suficiente antes de entrar noperíodo durante o qual a situaçãodemográfica se deteriora.

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Evolução cambial

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Março de 1996 eFevereiro de 1998, o dracma grego nãoparticipou no MTC8 (ver Quadro 9a). Apolítica monetária tem sido orientada porum objectivo cambial de estreita ligação dodracma ao ECU com vista à redução dastaxas de inflação. Relativamente ao períodode referência, a moeda foi normalmentetransaccionada acima das taxas médiasbilaterais de Março de 1996 em relação àsrestantes moedas da UE, as quais sãousadas como referência para efeitosilustrativos dada a inexistência de taxascentrais (ver Gráfico 6 e Quadro 9a). Asprincipais excepções foram as evoluçõesface à libra irlandesa, à libra esterlina e, emmenor escala, à lira italiana. Em paralelocom estas evoluções, o grau de volatilidadecambial do dracma face ao marco alemãoflutuou dentro de um intervalo de 2-4%(ver Quadro 9b) e os diferenciais da taxade juro de curto prazo em relação a todosos países da UE com as taxas de curtoprazo mais baixas permaneceram elevados,tendo-se reduzido até meados de 1997, ealargando-se acentuadamente desdeNovembro de 1997.

Num contexto a mais longo prazo, as taxasde câmbio efectivas reais do dracma gregoface às restantes moedas da UE, ilustradasno Quadro 10, encontram-se acima devalores históricos médios, o que reflecte oprocesso em curso e ainda não completadode redução da inflação, com base numapolítica não acomodatícia dos diferenciaisde inflação pela depreciação nominal.Quanto a outras evoluções externas, aGrécia registou, durante a década de 90,saldos negativos da balança de transacçõescorrentes e uma posição deresponsabilidades líquidas sobre o exterior(ver Quadro 11). Convém igualmenterecordar que, de acordo com os últimosdados disponíveis, a Grécia apresenta umrácio de comércio externo em relação aoPIB de 19% para as exportações e de 31%

para as importações, e uma percentagemdo comércio intra-UE de 56% para asexportações e de 70% para as importações.

Evolução das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência Fevereirode 1997 a Janeiro de 1998, as taxas de jurode longo prazo na Grécia foram em médiade 9.8%, situando-se muito acima do valorde referência relativo ao critério das taxasde juro de 7.8%, estipulado com base nostrês Estados-membros com melhoresresultados em termos de estabilidade depreços. O mesmo se registou no conjuntodo ano de 1997, enquanto que em 1996 ataxa se situava consideravelmente acimado valor de referência (ver Quadro 12).

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma marcada tendênciadescendente ao longo da década de 90, àexcepção de 1997 (ver Gráfico 7a). Aomesmo tempo, desde meados da década,tem-se observado uma acentuadaconvergência entre as taxas de juro delongo prazo da Grécia e os níveisprevalecentes nos Estados-membros daUE com as menores taxas de rendibilidadedas obrigações, embora o diferencial semantenha significativamente positivo (verGráfico 7b). O principal factor subjacente aesta tendência foi a descida acentuada dodiferencial da inflação. Além disso, a relativaestabilidade do dracma grego nos últimosanos face às moedas dos países acimamencionados e a recente melhoria daposição orçamenta l do paísdesempenharam um papel importante noestreitamento do diferencial durante amaior parte do período considerado, apesardo seu aumento mais recente.

8 O dracma grego aderiu ao mecanismo de taxas decâmbio do SME com efeito a partir de 16 de Marçode 1998.

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Conclusão

Tem-se verificado na Grécia uma claratendência para uma taxa de inflação maisbaixa, com a inflação do IPC a cair de umvalor superior a 20% em 1990 para 5½%em 1997. A taxa de inflação do IPCHsituou-se em 5.2% durante o período dereferência. Por seu lado, o crescimento doscustos unitários de trabalho desaceleroupara 7 ½% em 1997, verif icando-seigualmente uma redução das tendênciasinflacionistas, quando medidas em termosde outras medidas de inflação relevantes.Numa análise prospectiva, as previsõessugerem uma queda da inflação para 4½%em 1998 e para 3½% em 1999. As taxasde juro de longo prazo têm vindo a registaruma tendência globalmente descendentedurante os anos 90, à excepção de 1997,tendo atingido uma média de 9.8% duranteo período de referência. No geral, apesardos progressos alcançados, a Grécia nãoatingiu uma taxa de inflação do IPCH ouum nível de taxas de juro de longo prazoabaixo dos respectivos valores de referênciaestipulados pelo Tratado.

Durante o per íodo de referênciaconsiderado no presente Relatório, a Grécianão participou no MTC9. O dracma gregofoi transaccionado, neste período, acimadas taxas bilaterais médias de Março de1996 em relação à maioria das moedas daUE, as quais são utilizadas como referênciapara efeitos ilustrativos, na ausência detaxas centrais.

Desde 1993, o rácio do défice orçamentaltem vindo a reduzir-se num total de 9.8pontos percentuais, para se situar em 4.0%do PIB em 1997, acima do valor dereferência estipulado no Tratado; asprevisões para 1998 apontam para umaredução do rácio do défice para 2.2%, ouseja um nível inferior ao valor de referência.O rácio da dívida em relação ao PIB situa-se muito acima do valor de referência de60%. Depois de ter atingido um pontomáximo em 1993, este rácio praticamente

estabilizou, antes de se reduzir 2.9 pontospercentuais para 108.7% em 1997; asprevisões para 1998 sugerem uma descidado rácio da dívida para 107.7% do PIB.Apesar dos esforços e dos substanciaisprogressos alcançados no sentido daevolução favorável da actual situaçãoorçamental, a questão sobre se a dívidapública em relação ao PIB se ”encontra emdiminuição significativa e se está aaproximar, de forma satisfatória, do valorde referência” e se a sustentabilidade daposição orçamental foi alcançada terá depermanecer motivo de preocupação; aabordagem desta questão deverá continuarforçosamente uma prioridade para asautoridades gregas. Serão necessáriosexcedentes orçamentais globais persistentese elevados, por forma a permitir reduzir orácio da dívida para 60% do PIB dentro deum período de tempo adequado, o quecontrasta com um défice orçamentalverificado de 4.0% do PIB em 1997 e coma previsão de um défice de 2.2% para1998. O Pacto de Estabi l idade eCrescimento requer também, comoobjectivo de médio prazo, uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice excedeu o ráciodo investimento público em relação ao PIBe a Grécia registou défices da balança detransacções correntes e uma posiçãoexterna líquida negativa. No contexto doenvelhecimento da população, a Gréciadispõe de um sistema de pensõesparcialmente capitalizado.

9 Como se mencionou, o dracma grego entrou paramecanismo de taxas de câmbio do SME, comefeito a partir de 16 de Março de 1998.

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GRÉCIA

I Evolução dos preçosQuadro1 Grécia: Inflação IPCHGráfico 1 Grécia: Evolução dos preçosQuadro 2 Grécia: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Grécia: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Grécia: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Grécia: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Grécia: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturaisGráfico 3 Grécia: Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Grécia: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Grécia: Situação orçamental do sector público administrativoQuadro 7 Grécia: Cálculos da convergência da dívida

(a) Com base nos saldos orçamentais globais(b) Com base nos saldos orçamentais primários

Gráfico 5 Grécia: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostospara o rácio dos saldos orçamentais

Quadro 8 Grécia: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 9 (a) Grécia: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o dracma gregoGráfico 6 Dracma grego: Taxas de câmbio bilateraisQuadro 10 Dracma grego: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados-membros da UEQuadro 11 Grécia: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 12 Grécia: Taxas de juro de longo prazoGráfico 7 (a) Grécia: Taxa de juro de longo prazo

(b) Grécia: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação doIPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longoprazo mais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Grécia: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 7.9 5.4 5.0 4.5 4.3 5.2

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Grécia: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 3Grécia: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 4.9 4.7 5.1 4.7 4.4Variação na média dos últimos 3 meses em relação aos

3 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 4.6 4.4 3.8 4.2 4.3Variação na média dos últimos 6 meses em relação aos

6 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 5.1 4.9 4.7 4.6 4.4

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 4.5 3.6OCDE (Dezembro 1997), deflator do consumo privado 4.5 3.5FMI (Outubro 1997), IPC 4.7 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

Quadro 2Grécia: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 20.4 19.4 15.9 14.4 10.9 8.9 8.2 5.5IPC excl.variações nos impostos

indirec.líquidos(b) 18.5 17.9 14.9 15.6 10.8 8.9 8.4 4.9Deflator do consumo privado 19.9 19.7 15.6 14.2 11.0 8.6 8.5 5.5Deflator do PIB 20.6 19.8 14.8 14.5 11.3 9.1 8.5 6.8Preços no produtor 13.9 17.0 12.1 11.7 7.4 9.8 8.1 6.9Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 0.0 3.1 0.7 -1.6 1.7 1.8 2.6 3.5Desvio do produto (p.p.) 0.8 2.3 1.3 -2.1 -2.2 -2.5 -2.3 -1.3Taxa de desemprego (%) 6.4 7.3 7.6 7.1 7.2 7.1 7.5 7.9Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 19.5 9.3 12.6 12.7 11.7 11.3 9.9 7.5Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 17.9 15.4 11.8 9.8 11.9 12.6 11.5 10.7Produtividade do trabalho,

conj. da economia -1.3 5.5 -0.7 -2.5 0.1 1.2 1.4 3.0Deflator dos preços das importações 13.4 12.1 12.1 7.7 5.7 6.7 3.9 2.7Apreciação cambial(c) -8.5 -11.4 -8.0 -8.6 -6.9 -2.8 -1.3 -1.9Agregado monetário alargado (M3H)(d) 19.2 10.6 17.3 13.5 11.9 6.4 9.8 14.5Preços das acções 188.8 -2.1 -21.2 2.8 14.7 -3.7 5.4 58.0Preços da habitação - - - - - - - -

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(d) Dados nacionais harmonizados.

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Quadro 4Grécia: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo -7.5 -4.0 -2.2

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / Défice (-), líquido de despesas em investimento público (b) -4.5 -0.7 -

Dívida bruta do sector público administrativo 111.6 108.7 107.7

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que a despesa em investimento.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

80

90

100

110

120

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

10

15

Gráfico 2

Grécia: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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Quadro 5Grécia: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB) 90.1 92.3 98.8 111.6 109.3 110.1 111.6 108.7

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 76.8 76.3 76.4 77.8 76.2 77.7 78.3 78.4

Moeda estrangeira 23.2 23.7 23.6 22.2 23.8 22.3 21.7 21.6

Detida por nacionais (% do total) 74.9 75.2 75.5 76.1 74.5 76.6 77.9 76-3

Maturidade média (anos) . . . . . . . .

Compos. por maturidades(a) (% do total)

Curto-prazo (≤1 ano) 52.2 41.1 37.9 25.5 26.6 24.2 21.8 13.3

Médio e longo prazo (>1 ano) 47.8 58.9 62.1 74.5 73.4 75.8 78.2 86.7

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade original.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-20

-15

-10

-5

0

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Grécia: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

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106

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

30

40

50

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Grécia: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

Quadro 6Grécia: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 32.1 32.9 33.7 35.0 36.4 37.2 37.2 37.9

Impostos 18.7 19.4 20.1 19.8 20.6 20.8 21.0 21.9

Contribuições para a segurança social 11.7 11.2 11.1 12.1 12.0 12.0 11.9 11.6

Outras receitas correntes 1.7 2.2 2.5 3.1 3.8 4.4 4.3 4.3

Despesa total 48.2 44.4 46.5 48.8 46.4 47.5 44.7 41.9

Transferências correntes 16.2 15.6 15.2 15.8 15.4 16.0 15.9 15.5

Pagamentos de juros efectivos 10.2 9.4 11.7 12.8 14.1 12.9 11.9 9.6

Consumo público 15.3 14.4 13.9 14.5 13.9 15.4 14.7 14.8

Despesas de capital líquidas 6.6 5.0 5.7 5.7 2.9 3.2 2.2 2.0

Excedente (+) ou défice (-) -16.1 -11.5 -12.8 -13.8 -10.0 -10.3 -7.5 -4.0

Saldo primário -6.0 -2.1 -1.1 -1.0 4.1 2.6 4.4 5.6

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -10.6 -7.0 -7.1 -4.5 -0.7

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de l998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior à despesa em investimento.

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Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.a) Os cálculos indicam que o rácio da dívida cairá para 60% em 2002, 2007 e 2012, respectivamente, se o saldo orçamental primário

para 1998 corresponder às previsões e se os saldos orçamentais primários se mantiverem em 13.0%, 6.4% e 4.5% do PIB,respectivamente, a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 2.7% em 1998, deacordo com as estimativas da Comissão, uma taxa de inflação de 2% e uma taxa de juro nominal de 6%. Não inclui ajustamentosentre variações de posições e fluxos.

Quadro 7Grécia: Cálculos da convergência da dívida

(a) Com base nos saldos orçamentais globais(em percentagem do PIB)

Dívida bruta total Saldo orçamental global Saldo orçamental global compatível com a

(défice: (-); excedente (+)) redução do nível da dívida para 60% do PIB em(a)

1997 1998 1997 1998 2002 2007 2012

108.7 107.7 -4.0 -2.2 7.8 1.4 -0.4

(b) Com base nos saldos orçamentais primários(em percentagem do PIB)

Dívida bruta total Saldo orçamental global Saldo orçamental global compatível com a

(défice: (-); excedente (+)) redução do nível da dívida para 60% do PIB em(a)

1997 1998 1997 1998 2002 2007 2012

108.7 107.7 5.6 6.8 13.0 6.4 4.5

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.a) Os cálculos indicam que o rácio da dívida cairá para 60% em 2002, 2007 e 2012, respectivamente, se o saldo orçamental global para

1998 corresponder às previsões e se os saldos orçamentais globais se mantiverem em 7.8%, 1.4% e -0.4% do PIB, respectivamente,a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 2.7% em 1998, de acordo com asestimativas da Comissão, e uma taxa de inflação de 2%. Não inclui ajustamentos entre variações de posições e fluxos.

1998 2000 2002 2004 2006 2008 20101999 2001 2003 2005 2007 2009 2011

20

40

60

80

100

120

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. Nota: Os três cenários pressupõem que o rácio da dívida em 1998 corresponda às prev.de 107.7% do PIB e que o saldo global de -2.2% do PIB ou o saldo primário de 6.8% do PIB em 1998 permanecem constantes no período consid. (em % do PIB) ou, em alternativa, que o equilíbrio orçamental se mantém a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de cresc. real do PIB de 2.7% em 1998, de acordo com as estimativas da Comissão; uma taxa de inflação de 2%; no cenário de um saldo primário constante, a tx.de juro nominal será de 6%. Não foram considerados os ajust.entre variaç.de posições e fluxos.

Gráfico 5

Grécia: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos para o rácio dos saldos orçamentais(em percentagem do PIB)

Saldo global constante Saldo primário constante Orçamento equilibrado

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Quadro 8Grécia: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 21.2 25.5 28.8 33.3 40.9

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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(b) Indicadores da pressão cambial sobre o dracma grego

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 2.7 2.6 2.1 4.4 3.1 2.5 3.1 1.6

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) 10.6 10.5 9.9 9.1 7.7 8.2 12.4 13.4

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

Quadro 9(a) Grécia: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Não

Participação desde -

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país -

Desvio máximo superior (+) e inferior (-) das taxas bilaterais médias

de Março de 1996 (%) face a(a)

Moedas participantes no MTC:

Franco belga 5.1 -0.1

Coroa dinamarquesa 3.8 -0.1

Marco alemão 4.7 -0.1

Peseta espanhola 5.2 -0.2

Franco francês 3.2 -0.1

Libra irlandesa 0.4 -10.2

Lira italiana 0.5 -4.6

Florim holandês 5.3 -0.1

Xelim austríaco 4.8 -0.1

Escudo português 3.3 -0.3

Marca finlandesa 4.2 -1.5

Moedas não participantes no MTC:

Coroa sueca 3.5 -3.0

Libra esterlina 0.8 -22.3

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias.

III Evolução cambial

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Fonte: Comissão Europeia.

Dracma grego: Taxas de câmbio bilaterais(dados diários; média de Março de 1996=100; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 6

GRD/BEF GRD/DKK GRD/DEM GRD/ESP GRD/FRF GRD/IEP

GRD/SEK GRD/GBPGRD/ITL GRD/NLG GRD/ATS GRD/PTE GRD/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

70

80

90

100

110

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

70

80

90

100

110

Quadro 10Dracma grego: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos Estados--membros da UE(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC 12.1 12.3 26.7

Baseadas no IPP/IPG 10.9 13.8 26.0

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal -71.2 -25.1 -47.8

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

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Quadro 11Grécia: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) -4.3 -1.7 -2.1 -0.8 -0.1 -2.5 -3.7 -3.8

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) -24.3 -23.2 -21.4 -22.7 -21.5 -19.8 -15.5 -19.5

Exportações (bens e serviços)(d) 16.8 16.9 18.6 18.2 19.0 18.9 18.5 18.7

Importações (bens e serviços)(e) 28.1 28.9 27.9 28.4 28.4 29.6 30.0 30.6

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a. edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à

balança de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a percentagem das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens nac. foi de 56.4 %; Direction of Trade Statist.

Yearbook 1997, FMI.(e) Em 1996, a percentagem das import.de bens intra-UE nas import.totais de bens nac. foi de 69.5%; Direction of Trade Statist.

Yearbook 1997, FMI.

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Quadro 12Grécia: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 14.4 9.9 10.8 10.5 11.0 9.8

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.Nota: A série harmonizada para a Grécia começa em meados de 1997. Antes desta data, os cálculos basearam-se nos dados disponíveismais comparáveis: para o período de Março a Junho de 1997, foram usadas as taxas de rendibilidade das obrig.de longo prazo commaturidades inf. às das séries harmonizadas; antes desse período, foram usadas as taxas de emissão de obrig.de longo prazo commaturidades inf. às das séries harmonizadas.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

(a) Grécia: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Grécia: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC em relaçãoaos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 7

Difer.de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19975

10

15

20

25

30

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19970

10

20

30

Fonte: Taxas de juro: Com.Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); para mais explicações sobre os dados utilizados, ver nota do Quad.12; os dados utiliz. sobre o IPC são dados nac. não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

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ESPANHA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média da inflaçãodo IPCH situou-se em 1.8%, ou seja muitoabaixo do valor de referência de 2.7%. Omesmo se verificou no conjunto do ano de1997. Em 1996, a inflação média do IPCHsituou-se em 3.6% (ver Quadro 1). Nosdois últimos anos, a Espanha tem reduzidoa inflação do IPCH para níveis que sãogeralmente considerados compatíveis coma estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a inflação dospreços no consumidor em Espanha, medidacom base no IPC, tem seguido umatendência descendente desde o início dadécada de 90, altura em que a inflação sesituava em 6.7% (ver Gráfico 1). Adesinflação reflecte diversas escolhasimportantes de política, em especial amudança na orientação da polít icamonetária no sentido de alcançar aestabilidade de preços a médio prazo noquadro do MTC. Este propósito traduz-se,desde 1995, na fixação de objectivosexplícitos de inflação, que presentementevisam mantê-la em 2%. A estabilização daevolução dos preços tem sido apoiadapelos a justamentos recentementeintroduzidos na política orçamental, pelasreformas realizadas no mercado de trabalhoe por reformas destinadas a aumentar aconcorrência no mercado do produto.Além disso, a conjuntura macro-económicatem contribuído para a contenção dapressão ascendente sobre os preços. Emespecial, o crescimento real do PIBdesacelerou acentuadamente no início dadécada de 90 e a economia entrou numafase de recessão em 1993, com o produtoa registar uma queda superior a 1% (verQuadro 2). Como consequência, surgiuum desvio do produto negativo. A partirde 1994, a actividade económica recuperou

substancialmente, mas o desvio do produtomanteve-se considerável. Neste contexto,o crescimento da remuneração portrabalhador tem sido l imitado e ocrescimento dos custos unitários detrabalho desceram acentuadamente desdeo início da década de 90. Os aumentos dospreços das importações têm registadovariações significativas na presente década,em parte resultado das flutuações cambiais.Desde 1993, as taxas de crescimento dospreços das importações desceramgradualmente, tendo voltado a subir em1997. Em termos de outros índices depreços relevantes, as taxas de inflação sãoigualmente baixas (ver Quadro 2).

Numa análise à evolução recente e àsprevisões, os resultados da inflação dospreços no consumidor (medida como avariação percentual em relação ao mêshomólogo do ano anterior) têm estabilizadoem 2%, e com base nas medidasapresentadas no Quadro 3a, há poucossinais de uma pressão imediata no sentidoascendente. As previsões para a inflaçãosugerem taxas um pouco acima de 2% em1998 e 1999 (ver Quadro 3b). Nesteperíodo os riscos para a estabilidade depreços encontram-se associados à evoluçãodos salários à luz do reforço da actividadeeconómica.

Numa análise a mais longo prazo, amanutenção de um contexto conducenteà estabilidade de preços está relacionadaem Espanha com, nomeadamente, acondução de políticas orçamentais a médioe a longo prazo; será igualmente importanteo reforço das políticas nacionais destinadasa aumentar a concorrência no mercado doproduto e a melhorar o funcionamento domercado de trabalho, no contexto daactual taxa de desemprego muito elevada,embora decrescente, em Espanha.

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Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público situou-se em 2.6 %, ou sejaabaixo do valor de referência de 3%, e orácio da dívida foi de 68.8%, isto é acimado valor de referência de 60%. Emcomparação com o ano anterior, o ráciodo défice reduziu-se 2.0 pontos percentuaise o rácio da dívida 1.3 pontos percentuais.Em 1998, prevê-se que o rácio do déficediminua para 2.2% do PIB, enquanto orácio da dívida deve descer para 67.4%. Em1996, o rácio do défice excedeu o rácio doinvestimento público, mas foi-lhe inferiorem 1997 (ver Quadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre o períodocompreendido entre 1990 e 1997, o rácioda dívida em percentagem do PIB aumentou24.0 pontos percentuais; inicialmente, orácio mostrou tendência para uma subidaprogressiva, passando de 44.8% em 1990para 48.0% em 1992, quando se registouum aumento brusco para 60% do PIB em1993. Nos anos seguintes, o rácio subiupara 70.1% em 1996, antes de cair para68.8% em 1997 (ver Gráfico 2a), isto éuma descida de 1.3 pontios percentuaisnum ano. Como se vê em pormenor noGráfico 2b, até 1995, os défices primárioscontribuíram, em geral, para o crescimentoda dívida, tal como para o diferencialnegativo crescimento/taxa de juro, o qualconduziu também ao aumento da dívida.Além disso, os ”ajustamentos entrevariações de posições e fluxos” foram umimportante factor subjacente ao acentuadoaumento do rácio da dívida. Em especial,em 1993, registou-se um considerávelsobre-financiamento do défice, de modo aconstituir um depósito do Tesouro juntodo Banco de Espanha, destinado a actuarcomo amortecedor na eventualidade denecessidades de liquidez imprevistas; nomesmo ano, a depreciação da pesetaespanhola, que provocou uma subida docontrava lor em pesetas da dív idadenominada em moeda estrangeira, teveum impacto reduzido. Os padrões

observados na década de 90 podem servistos como indicativos dos riscos quepodem surgir para as finanças públicasquando as condições macro-económicasse deterioram, enquanto certos factoresespeciais provocam a subida do rácio dadívida, em particular num contexto em queo excedente primário é insuficiente paracompensar esses efeitos. Neste âmbito,salienta-se que a percentagem de dívidacom uma maturidade residual de curtoprazo tem decrescido dos níveis elevadosdo início da década de 90, e, em paralelo amaturidade média aumentou (ver Quadro5). Em relação a 1997, a parcela de dívidacom maturidade residual de curto prazo éainda elevada e, tendo em atenção o nívelactual do rácio da dívida, os saldosorçamentais são sensíveis a variações nastaxas de juro. Por outro lado, a proporçãode dívida em moeda estrangeira é baixa,sendo os sa ldos orçamenta is sãorelativamente insensíveis a variações nastaxas de câmbio.

Durante a década de 90 podem observar-se padrões diversos relativamente ao ráciodo défice em percentagem do PIB. Partindode um rácio de cerca de 4% do PIB em1990-92, os desequilíbrios orçamentaisrepresentavam 6.9% do PIB em 1993,tendo atingido um máximo de 7.3% em1995; desde então, o rácio do défice temvindo a diminuir, situando-se em 2.6% doPIB em 1997 (ver Gráfico 3a). Tal como éapresentado com maior pormenor noGráfico 3b, onde se mostram as variaçõesnos défices, os factores cíclicos contribuíramsubstancialmente para o aumento do ráciodo défice em 1993, não tendo tido umpapel importante desde então. As melhorias”não cíclicas” podem reflectir uma mudança”estrutural” e duradoura no sentido depolíticas orçamentais mais equilibradas e/ou diversas medidas de efeito temporário.Todavia, os dados disponíveis sugerem queo impacto das medidas temporárias sobreo saldo orçamental não foi além de 0.1%do PIB em 1997.

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Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que, entre 1990 e1993, o rácio da despesa pública totalaumentou acentuadamente. Num contextode elevado e crescente desemprego, astransferências correntes para as famíliasaumentaram substancialmente, enquantoo crescimento da dívida levou a pagamentosde juros mais elevados. Entretanto, oconsumo público também aumentou empercentagem do PIB (ver Quadro 6). Nosanos após 1993, o rácio da despesa totalem percentagem do PIB estava numatendência descendente, ref lect indosobretudo a redução das transferênciaspara as famílias e cortes no consumo einvestimento público. Em termos globais,o rácio da despesa regressou ao nívelregistado em 1990, enquanto certasrubricas, como as transferências correntes,os pagamentos de juros e o consumopúblico são presentemente mais elevadasem percentagem do PIB (embora ospagamentos de juros tenham diminuídonos últimos anos) e o investimento públicoe outras despesas de capital são menores.Dada a redução sucessiva do investimentopúblico e de outras despesas de capital empercentagem do PIB no decurso da décadade 90, a continuação da tendênciadescendente da despesa total em relaçãoao PIB parece requerer maioresajustamentos de outras rubricas da despesa.Contrastando com as variações do lado dadespesa, a receita pública em percentagemdo PIB tem tendido a flutuar em torno de40% durante a maior parte do período emanálise.

De acordo com a estratégia de políticaorçamental a médio prazo de Espanha, talcomo é apresentada no Programa daConvergência para 1997-2000, actualizadoem Abril de 1997, o objectivo para 1998 éuma tendência descendente dos rácios dodéfice e da dívida. O orçamento para 1998prevê a redução do défice público para2.4% do PIB, o que é ligeiramente maisambicioso do que os valores especificados

no programa e as previsões da Comissãosugerem um rácio do défice de 2.2%.Prevê-se que a melhoria orçamental resultede uma descida da percentagem da despesapública no PIB, consequência, em especial,da contenção das despesas com pessoal,da redução moderada dos subsídios dedesemprego e da queda das taxas de juro.Actualmente, não existem provas demelhorias signif icativas com efeitostemporários no orçamento de 1998. Parao ano 2000, as projecções apontam parauma queda do défice para 1.6% do PIB e orácio da dívida deverá situar-se em 65.3%.O défice de 1997 é melhor que o esperadomas a melhoria no rácio da dívida foiligeiramente menos favorável do que odesejado inicialmente. Em comparação comos saldos orçamentais projectados noPrograma de Convergência para 1999-2000 é necessária uma consolidaçãoorçamental substancial adicional por formaa cumprir o objectivo de médio prazoestabelecido no Pacto de Estabilidade eCrescimento - em vigor a partir de 1999 -o qual consiste em atingir uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

No que respeita ao horizonte futuro para aredução do rácio da dívida para o valor dereferência de 60%, nos países onde esserácio é nitidamente superior a 60% masinferior a 80% do PIB, o IME apresentacálculos, detalhados em pormenor noGráfico 5. Partindo do pressuposto quesão alcançados as posições orçamentaisglobais e os rácios da dívida projectadospela Comissão Europeia para 1998, alcançarum equilíbrio orçamental a partir de 1999reduziria o rácio da dívida para menos de60% do PIB logo em 2001. Pelo contrário,a manutenção dos rácios dos saldos globale primário de 1998, em -2.2% e 2.1%,respectivamente, nos anos seguintesimplicaria um ritmo mais lento na reduçãoda dívida e daria origem a um rácio dadívida inferior a 60% do PIB, no ano 2007 e2004, respectivamente. Tais cálculosbaseiam-se na hipótese normativa de uma

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taxa de juro nominal constante de 6% (4%de custo real médio da dívida pública e 2%de inflação) e na hipótese de crescimentoreal do PIB de 2.9%, como estimado pelaComissão para a tendência de crescimentoreal do PIB em 1998. Não são consideradosos ajustamentos entre variações de posiçõese fluxos. Embora sejam puramenteilustrativos, não podendo de forma algumaser considerados como previsões, oscálculos - que indicam que a manutençãodos níveis de 1998 para os défices globaisimplicaria atingir o valor de referência de60% não antes de 2007- mostram anecessidade de fazer progressos substanciaisadicionais na consolidação.

Justifica-se, de facto, no caso de Espanha,que seja salientada a necessidade demelhorar de forma considerável o ráciodo défice e manter a consolidação aolongo do tempo, uma vez que é necessárioobter um maior espaço de manobra paraenfrentar futuros desafios orçamentais. Talcomo é salientado no Quadro 7, a partirde cerca do ano 2010 antevê-se umacentuado envelhecimento da populaçãoe, no contexto de um sistema de pensõesnão capitalizado, prevê-se um forteaumento da despesa pública com aspensões em relação ao PIB, em especial seas políticas de benefícios não sofreremalterações. O encargo global com oenvelhecimento da população será tantomais controlável quanto mais sólido for oestado das finanças públicas, quando asituação demográfica se deteriorar.

Evolução cambial

A peseta espanhola participa no MTCdesde 19 de Junho de 1989, ou seja umperíodo muito superior ao de referênciade dois anos (ver Quadro 8a). Tal comofoi referido acima, a política monetária foiorientada para a realização da estabilidadede preços ao longo do tempo, no quadrodo MTC. Relativamente ao período dereferência de Março de 1996 a Fevereiro

de 1998, a peseta, beneficiando deconsideráveis diferenciais de taxas de jurode curto prazo em relação à maior partedas moedas dos parceiros, foi normalmentetransaccionada próximo das taxas centraisface às moedas participantes no MTC (verGráfico 6 e Quadro 8b). Por vezes, apeseta espanhola foi transaccionada forado intervalo próximo das suas taxas centraisem relação a diversas outras moedasparticipantes. Os desvios máximos superiore inferior em relação às taxas centrais,tendo por base uma média móvel de 10dias úteis, foram de 3.5% e -2.1%,respectivamente, não considerando atendência ascendente autónoma da librairlandesa (ver Quadro 8a). Os episódiosem que tais desvios se verificaram foramtemporários, o grau de volatilidade cambialem relação ao marco alemão reduziu-seprogressivamente para um nível baixo (verQuadro 8b) e os diferenciais de taxa dejuro de curto prazo face aos países da UEcom as taxas de juro de curto prazo maisbaixas reduziu-se significativamente duranteo período de referência. Durante o períodode referência, a Espanha não desvalorizoua taxa central bilateral da sua moeda emrelação à moeda de nenhum outro Estado--membro.

Num contexto a mais longo prazo, asmedidas da taxa de câmbio efectiva real dapeseta face às moedas dos Estados-membros participantes no MTC, ilustradasno Quadro 9, sugerem que os níveisactuais se encontram próximo de valoreshistóricos. No que respeita a outros factoresda evolução externa na década de 90, é deassinalar que os défices da balança detransacções correntes se transformaramem excedentes. Esta mudança na balançade pagamentos tem-se reflectido numatendência de redução das responsabilidadeslíquidas perante ao exterior (ver Quadro10). Convém igualmente recordar que, deacordo com os últimos dados disponíveis,a Espanha tem o rácio do comércio externoem relação ao PIB de 30% para asexportações e de 28% para as importações

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e uma percentagem comércio intra-UE de71% para as exportações e de 66% para asimportações.

Evolução da taxa de juro de longo prazo

Durante o período de referência Fevereirode 1997 a Janeiro de 1998, as taxas de jurode longo prazo em Espanha foram emmédia de 6.3%, situando-se abaixo dovalor de referência de 7.8% relativo aocritério das taxas de juro estipulado combase nos três Estados-membros commelhores resultados em termos deestabilidade de preços. O mesmo seregistou no conjunto do ano de 1997,assim como em 1996 (ver Quadro 11). Asmédias de doze meses das taxas de juro delongo prazo têm-se situado abaixo dovalor de referência desde Novembro de1996.

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma tendência globalmentedescendente no decurso da década de 90(ver Gráfico 7a). Durante a maior parte doperíodo desde o início da década, tem-seobservado uma tendência global deconvergência entre as taxas de juro delongo prazo espanholas e as taxasprevalecentes nos países da UE com asmenores taxas de rendibilidade dasobrigações (ver Gráfico 7b). O principalfactor subjacente a esta tendência foi aqueda significativa do diferencial de inflaçãoface aos países com as taxas derendibilidade de obrigações mais baixas, oqual se aproximou recentemente de zero.A relativa estabilidade da taxa de câmbioda peseta face às moedas dos países acimareferidos e a consolidação orçamentalcontr ibuíram igualmente para oestreitamento do di ferencia l . Estesdesenvolvimentos subjacentes foram vistospelos mercados como melhorando asperspectivas de participação na TerceiraFase da UEM - um elemento que pode terdesempenhado um papel, em si mesmo, naaceleração do estreitamento dos diferenciais

de juro, quer directamente, quermelhorando as perspectivas de estabilidadede preços e de taxas de câmbio.

Conclusão

Durante o período de referência, a Espanharegistou uma taxa de inflação do IPCH de1.8%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado. Ocrescimento dos custos unitários detrabalho foi moderado, verificando-seigualmente uma tendência generalizada parataxas de inflação baixas quando medidasem termos de outros índices de preçosrelevantes. Numa análise prospectiva, hápoucos sinais de pressão imediata nosentido ascendente sobre a inflação; asprevisões apontam para uma subida dainflação para um valor ligeiramente acimade 2% em 1998 e 1999. A peseta espanholatem participado no MTC por um períodomuito superior a dois anos. Durante operíodo de referência, a moeda manteve-se globalmente estável, em geral próximodas inalteradas paridades centrais, semnecessidade de medidas destinadas a apoiara taxa de câmbio. O nível das taxas de jurode longo prazo situou-se em 6.3%, ou sejaabaixo do respectivo valor de referência.

Em 1997, a Espanha alcançou um rácio dodéfice orçamental de 2.6%, isto é abaixodo valor de referência, prevendo-se umanova descida para 2.2% em 1998. O rácioda dívida em relação ao PIB encontra-seacima do valor de referência de 60%.Depois de ter atingido um nível máximoem 1996, o rácio reduziu-se 1.3 pontospercentuais para 68.8% em 1997. No quese refere à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, as previsões apontam parauma redução do rácio da dívida para 67.4%do PIB em 1998. Dado que o actual rácioda dívida se situa um pouco abaixo de 70%do PIB, atingir o saldo orçamental previstopara 1998 e um orçamento equilibradoapós aquela data reduziria o rácio da dívidapara um valor inferior a 60% no ano 2001.

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Pelo contrário, a manutenção dos saldosglobais ou primários de 1998 constantesnos anos subsequentes permitiria reduzir orácio da dívida para 60% do PIB, apenas em2007 e 2004, respectivamente, sugerindoassim a necessidade de progressossubstanciais adicionais na consolidação. OPacto de Estabilidade e Crescimento requertambém, como objectivo de médio prazo,uma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária.

Relativamente a outros factores, o rácio dodéfice orçamental excedeu o rácio doinvestimento público em relação ao PIBem 1996, mas reduziu-se para um nívelinferior àquele rácio em 1997; a Espanharegistou excedentes da balança detransacções correntes, mantendo umaposição externa líquida negativa.

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ESPANHA

I Evolução dos preçosQuadro1 Espanha: Inflação IPCHGráfico 1 Espanha: Evolução dos preçosQuadro 2 Espanha: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Espanha: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Espanha: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Espanha: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Espanha: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturaisGráfico 3 Espanha: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Espanha: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Espanha: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 5 Espanha: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos

para o rácio dos saldos orçamentaisQuadro 7 Espanha: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) Espanha: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a peseta espanholaGráfico 6 Peseta espanhola: Desvio das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Peseta espanhola: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados-Membros participantes no MTCQuadro 10 Espanha: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 Espanha: Taxas de juro de longo prazoGráfico 7 (a) Espanha: Taxa de juro de longo prazo

(b) Espanha: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação doIPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Espanha: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 3.6 1.9 1.9 1.9 1.9 1.8

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2

0

2

4

6

8

10

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Espanha: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 2Espanha: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 6.7 5.9 5.9 4.6 4.7 4.7 3.6 2.0IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(b) . . . . 4.4 3.7 3.4 1.7Deflator do consumo privado 6.5 6.4 6.4 5.6 4.8 4.7 3.4 2.5Deflator do PIB 7.3 7.1 6.9 4.3 4.0 4.8 3.1 2.2Preços no produtor 2.0 1.3 1.2 2.4 4.5 6.9 1.7 1.3Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 3.7 2.3 0.7 -1.2 2.1 2.8 2.3 3.4Desvio do produto (p.p.) 4.5 4.1 2.2 -1.5 -1.9 -1.7 -2.1 -1.5Taxa de desemprego (%) 16.3 16.3 18.4 22.7 24.2 22.9 22.2 20.8Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 9.3 8.1 8.0 4.9 0.0 1.9 2.9 1.9Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 9.5 9.5 10.4 6.8 2.8 2.9 3.8 2.7Produtividade do trabalho, conj. da economia 0.1 1.3 2.3 1.8 2.7 1.1 0.8 0.8Deflator dos preços das importações -1.2 -0.3 1.3 6.5 5.7 4.7 2.4 4.1Apreciação cambial(c) 4.4 -0.1 -2.1 -12.2 -6.7 -0.0 0.9 -4.5Agregado monetário alargado (M3H)(d) 13.7 12.4 6.4 7.1 7.5 9.6 7.8 3.0Preços das acções -12.5 0.4 -12.0 14.7 18.5 -6.2 22.1 52.7Preços da habitação 15.6 14.3 -1.3 -0.4 0.7 3.5 1.9 1.3

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(d) Dados nacionais harmonizados.

Quadro 3Espanha: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 2.0 1.9 2.0 2.0 2.0Variação na média dos últimos 3 meses em relação aos

3 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 2.8 2.9 2.8 2.4 2.2Variação na média dos últimos 6 meses em relação aos

6 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 1.6 1.8 2.1 2.3 2.4

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999

Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 2.1 2.1OCDE (Dezembro 1997), deflator do consumo privado 2.4 2.4FMI (Outubro 1997), IPC 2.2 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

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Quadro 4Espanha: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -4.6 -2.6 -2.2

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) -1.7 0.3 .

Dívida bruta do sector público administrativo 70.1 68.8 67.4

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que a despesa em investimento.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 199740

50

60

70

80

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997-5

0

5

10

15

Gráfico 2

Espanha: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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Quadro 5Espanha: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB) 44.8 45.5 48.0 60.0 62.6 65.5 70.1 68.8

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 96.6 96.0 93.3 91.5 90.8 90.7 91.1 90.4

Moeda estrangeira 3.4 4.0 6.7 8.5 9.2 9.3 8.9 9.6

Detida por nacionais (% do total) 94.1 87.6 86.5 72.0 80.7 78.4 80.0 78.5

Maturidade média(a) (anos) 1.0 1.4 1.8 3.0 3.0 3.1 3.1 3.7

Compos.por maturidades(b) (% do total)

Curto-prazo(c) (<1 ano) 65.7 62.8 60.5 43.7 41.7 42.1 41.0 30.6

Médio-prazo (1-5 anos) 32.4 31.6 26.4 34.9 33.6 29.6 29.7 37.2

Longo-prazo (>5 anos) 1.9 5.6 13.0 21.5 24.7 28.3 29.3 32.1

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual. Apenas os títulos denominados em moeda nac.que são registados no sistema de contabilização centralizado.(b) Maturidade residual. Títulos denominados em moeda nacional que são registados no sistema de contabilização centralizado, títulos

em moeda estrangeira e dívida assumida; em termos globais representam entre 70% (1992) e 81% (1997) da dívida total.(c) Incluindo a dívida de curto prazo e a dívida associada a taxas de juro de curto prazo.

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-8

-6

-4

-2

0

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Espanha: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

35

40

45

50

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Espanha: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

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Quadro 6Espanha: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 39.6 40.3 42.1 42.3 41.0 39.4 40.2 40.8

Impostos 22.6 22.6 23.5 22.3 22.2 22.1 22.4 22.9

Contribuições para a segurança social 13.3 13.6 14.5 14.8 14.5 13.5 13.8 13.9

Outras receitas correntes 3.8 4.2 4.1 5.2 4.3 3.8 4.0 4.0

Despesa total 43.7 44.6 46.0 49.2 47.4 46.7 44.9 43.4

Transferências correntes 18.3 19.2 20.0 21.4 20.9 19.7 19.7 19.4

Pagamentos de juros efectivos 3.9 3.7 4.1 5.2 4.8 5.5 5.1 4.5

Consumo público 15.5 16.1 17.0 17.4 16.8 16.6 16.4 16.0

Despesas de capital líquidas 6.0 5.6 4.8 5.2 4.8 4.9 3.7 3.5

Excedente (+) ou défice (-) -4.1 -4.2 -3.8 -6.9 -6.3 -7.3 -4.6 -2.6

Saldo primário -0.2 -0.5 0.3 -1.7 -1.5 -1.8 0.5 1.9

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -2.9 -2.5 -3.6 -1.7 0.3

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior à despesa em investimento.

1998 1999 2000 2001

50

60

70

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. Nota: Os 3 cenários pressupõem que o rácio da dívida em 1998 será de 67.4% do PIB, de acordo com as prev., e que o saldo global de -2.2% do PIB ou o saldo primário de 2.1% do PIB em 1998 permanecem constantes no período consid. (em % do PIB) ou, em alternativa, que o equilíbrio orçamental se mantém a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de cresc. real do PIB de 2.9% em 1998, de acordo com as estimativas da Comissão; uma taxa de inflação de 2%; no cenário de um saldo primário constante, a tx.de juro nominal será de 6%. Não foram considerados os ajust.entre variações de posições e fluxos.

Gráfico 5

Espanha: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos para o rácio dos saldos orçamentais(em percentagem do PIB)

Saldo global constante Saldo primário constante Orçamento equilibrado

Quadro 7Espanha: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 19.8 23.5 25.9 30.7 41.0

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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Quadro 8(a) Espanha: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 19 de Junho de 1989

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Franco belga 2.0 -0.2

Coroa dinamarquesa 3.5 0.2

Marco alemão 2.4 -0.1

Franco francês 3.3 0.2

Libra irlandesa 5.1 -9.7

Lira italiana 1.4 -0.9

Florim holandês 1.7 -0.5

Xelim austríaco 2.4 -0.1

Escudo português 2.4 -1.7

Marca finlandesa 0.2 -2.1

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios face à marca finlandesa referem-se ao período

a partir de 14 de Outubro de 1996; os desvios face à lira italiana referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a peseta espanhola

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 3.7 2.9 1.3 2.2 1.6 1.4 0.8 0.5

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) 4.4 3.8 3.6 2.9 2.3 2.0 1.6 1.1

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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Quadro 9Peseta espanhola: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aosEstados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC 0.3 -5.1 3.5

Baseadas no IPP/IPG -1.6 -3.8 2.2

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal -27.8 -12.1 -12.4

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

Peseta espanhola: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 6

ESP/BEF ESP/DKK ESP/DEM ESP/FRF ESP/IEP

ESP/ITL ESP/NLG ESP/ATS ESP/PTE ESP/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

Fonte: Comissão Europeia.Nota: Os desvios em relação à marca finlandesa referem-se ao período a partir de 14 de Outubro de 1996, enquanto os desvios em relação à lira italiana se referem ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

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Quadro 10Espanha: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) -3.4 -3.0 -3.0 -0.4 -0.8 1.2 1.3 1.4

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) -11.6 -14.4 -17.3 -19.7 -19.8 -18.6 -18.0 .

Exportações (bens e serviços)(d) 17.1 18.0 19.2 21.1 24.1 25.4 27.2 29.7

Importações (bens e serviços)(e) 20.4 21.8 23.1 22.2 24.2 25.6 26.6 28.3

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a. edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à

balança de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a % das export.de bens intra-UE nas export.totais de bens nac.foi de 71.0%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997, FMI.(e) Em 1996, a % das import.de bens intra-UE nas import.totais de bens nac.foi de 66.3%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997, FMI.

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Quadro 11Espanha: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 8.7 6.4 6.0 5.6 5.4 6.3

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

(a) Espanha: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(a) Espanha: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 7

Difer.de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19974

6

8

10

12

14

16

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2

0

2

4

6

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

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FRANÇA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média de inflaçãodo IPCH em França situou-se em 1.2%, ouseja muito abaixo do valor de referênciade 2.7%. O mesmo se verificou no conjuntodo ano de 1997. Em 1996, a inflação médiado IPCH situou-se em 2.1% (ver Quadro1). Nos dois últimos anos, a inflação doIPCH em França tem sido baixa e temdiminuído para níveis que são geralmentecons iderados compat íve is com aestabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a inflação noconsumidor em França, medida com baseno IPC, prosseguiu a tendência descendenteverificada desde o início da década de 90.Desde 1993, a inflação tem-se situado emvalores próximos ou abaixo de 2% (verGráfico 1). Esta experiência de inflaçãobaixa reflecte diversas decisões de políticaimportantes, em particular a contínuaorientação da política monetária no sentidoda manutenção da estabilidade da taxa decâmbio e da estabilidade de preços, noquadro do MTC. Ajustamentos recentesna política orçamental, em paralelo comalgumas medidas estruturais destinadas aaumentar a concorrência nos mercadosdos produto, particularmente em sectoresanteriormente protegidos, reforçaram oclima de níveis baixos de inflação. Alémdisso, o contexto macro-económico temcontribuído para a contenção das pressõesascendentes sobre os preços. Em particular,surgiu um desvio do produto negativo nocontexto da recessão de 1993 (ver Quadro2). A partir de 1994, o crescimentoeconómico recuperou, mas não foisuficiente para eliminar o desvio do produto.Neste âmbito, o crescimento dos custosunitários de trabalho tem sido moderadodesde 1994. Além disso, a taxa cambialefectiva globalmente estável durante os

anos 90 contribuiu para a contenção docrescimento dos preços das importações.Verificam-se igualmente taxas de inflaçãobaixas quando medidas em termos deoutros índices de preços relevantes (verQuadro 2).

Numa análise à evolução recente e àsprevisões, os resultados da inflação dospreços no consumidor (medida comovariação percentual em relação ao mêshomólogo do ano anterior) indicam que astaxas de inflação mensais têm vindo areduzir-se para ½%, não havendo sinais deuma pressão imediata no sent idoascendente com base nas medidasapresentadas no Quadro 3a. As previsõespara a inflação sugerem taxas geralmentebastante inferiores a 2% para 1998 e 1999(ver Quadro 3b). Neste período os riscospara a estabilidade de preços encontram-se associados a um estreitamento do desviodo produto.

Numa análise a mais longo prazo, amanutenção de um ambiente conducenteà estabilidade de preços está relacionada,em França com, nomeadamente, acondução de políticas orçamentais a médioe longo prazo; será igualmente importanteo reforço das políticas nacionais destinadasa aumentar a concorrência nos mercadosdo produto e a melhorar o funcionamentodos mercados de trabalho, no contexto daactual taxa de desemprego elevada emFrança.

Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público situou-se em 3.0%, ou sejaigual ao valor de referência de 3% e o rácioda dívida foi de 58.0%, isto é ligeiramenteabaixo do valor de referência de 60%. Emcomparação com o ano anterior, o ráciodo défice reduziu-se 1.1 pontos percentuais

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e o rácio da dívida aumentou 2.3 pontospercentuais. Em 1998, prevê-se que orácio do défice diminua para 2.9% do PIB,enquanto o rácio da dívida deverá crescermarginalmente para 58.1%. Em 1996 e1997, o rácio do défice excedeu o rácioda despesa pública em investimento emrelação ao PIB em 1.5 e 0.2 pontospercentuais , respect ivamente (verQuadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 até 1997, o rácio da dívida empercentagem do PIB em França aumentou22.5 pontos percentuais (ver Gráfico 2a).Como se vê em pormenor no Gráfico 2b,os principais factores subjacentes à evoluçãodo rácio da dívida foram, por um lado, osdéfices primários registados no período1992-96 e, por outro lado, os efeitos doaumento da dívida provocados por umdiferencial crescimento/taxa de juronegativo durante todo o período. A rubricade ”ajustamentos entre variações deposições e fluxos” desempenhou um papelre lat ivamente secundár io , emboraaumentando a dívida na maior parte dosanos. Só em 1997 é que o saldo primárioapresentou de novo um ligeiro excedente,contendo ass im marg ina lmente ocrescimento do rácio da dívida. Os padrõesobservados durante os anos 90 podem servistos como indicando os riscos que podemsurgir para o rácio da dívida quando osefeitos duradouros de um diferencialcrescimento/taxa de juro desfavorável nãosão contrabalançados por excedentesprimários. Neste contexto, deve salientar-se que a percentagem da dívida commaturidade residual de curto prazopermaneceu a níveis relativamente elevados(embora decrescentes) desde o início dosanos 90, enquanto a maturidade média semanteve globalmente estável (ver Quadro5). Em relação a 1997, a percentagem dadívida com maturidade residual de curto-prazo é ainda relativamente elevada e,tendo em atenção o nível actual do rácioda dívida, os saldos orçamentais sãorelativamente sensíveis a variações nas

taxas de juro. Por outro lado, a proporçãode dívida em moeda estrangeira é reduzidae em grande parte em ECU, devendofuturamente vir a ser redenominada emeuro; assim, os saldos orçamentais sãorelativamente insensíveis a variações nastaxas de câmbio.

Durante a década de 90, pode observar-seum padrão de uma primeira deterioração esubsequente melhoria de resultados norácio do défice em percentagem do PIB.Partindo de um rácio de 1.6% em 1990, odéfice aumentou rapidamente atingindo oseu ponto máximo de 5.8% em 1994;desde então, o défice tem vindo a diminuirano após ano, para se situar em 3.0% em1997 (ver Gráfico 3a). Tal como éapresentado com maior pormenor noGráfico 3b, onde se mostram as variaçõesnos défices, os factores cíclicos tiveram umpapel dominante no aumento do rácio dodéfice em 1991 e 1993, bem como nocontrolo do seu aumento em 1994.Posteriormente, foram principalmente osfactores ”não cíclicos” que contribuírampara a redução dos défices. No entanto, asmelhorias não cíclicas podem reflectir umamudança ”estrutural” duradoura no sentidode políticas orçamentais mais equilibradase/ou diversas medidas com efeitostemporários. Os dados disponíveis sugeremque essas medidas temporárias tiveram umpapel na redução do défice em 1997,atingindo 0.6% do PIB. Como estas medidastiveram sobretudo um carácter ”auto-reversivo”, as medidas compensatórias, jáintroduzidas no orçamento de 1998,deverão gerar os resultados esperados, emedidas compensatórias adicionais terãode ser adoptadas em anos subsequentes,quando os efeitos auto-reversivos setiverem anulado.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que, entre 1990 e1993, o rácio da despesa pública totalaumentou significativamente. Em particular,as transferências correntes aumentaram de

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forma considerável , ref lect indo umcrescimento acentuado das despesas sociais,em particular com as pensões, os serviçosde saúde e os subsídios de desemprego;porém, o consumo público e os pagamentosde juros em percentagem do PIBaumentaram também (ver Quadro 6). Maisrecentemente, o rácio da despesa totalreduziu-se, reflectindo principalmente umadescida nas despesas de capital líquidas emrelação ao PIB, bem como rácios maisbaixos de transferências correntes e doconsumo público em relação ao PIB. Nogeral, o rácio da despesa em 1997 foisuperior em quase 3½ pontos percentuaisao do início dos anos 90, reflectindo ráciosem relação ao PIB superiores para todas asrubricas à excepção do investimentopúblico e outras despesas de capital líquidas.Neste contexto, a continuação da tendênciadescendente das despesas totais em relaçãoao PIB parece requerer maioresajustamentos noutras rubricas para alémdo investimento público. As receitas públicasem relação ao PIB têm revelado umatendência ascendente desde 1994; em1997, s ituavam-se quase 2 pontospercentuais acima do verificado em 1990,podendo ter-se aproximado de um nívelprejudicial ao crescimento económico.

De acordo com a estratégia de médio prazoda política orçamental francesa, tal como foiapresentada no Programa de Convergênciapara 1997-2001, datado de Fevereiro de1997, prevê-se para 1998 uma redução dodéfice para 2.7-2.8% do PIB e um aumentodo rácio da dívida para 58.5-59.0% do PIB,dependendo da evolução económica. Oorçamento para 1998 prevê que um rácioda dívida um pouco inferior e um défice de3% do PIB, o que é de alguma formasuperior ao contemplado no programarevisto. Está prevista uma redução marginaldo rácio do défice do Estado através daestabilização das despesas em termos reais.Em particular, estima-se uma redução doconsumo público e das despesas com asegurança social. Actualmente, não háevidência da existência de medidas

significativas com efeito temporário noorçamento de 1998. Prevê-se uma reduçãogradual do rácio do défice para um valorinferior a 1.5% até ao ano 2001 e o rácioda dívida em relação ao PIB deverápermanecer num nível ligeiramente abaixodos 60% antes de se verificar a sua redução.Em comparação com os saldos orçamentaisprevistos no Programa de Convergênciapara 1999-2000, são necessários progressossubstanciais na consolidação orçamental, afim de cumprir o objectivo de médio prazodo Pacto de Estabilidade e Crescimento,em vigor a partir de 1999, de ter umaposição orçamental próxima do equilíbrioou excedentária.

No que respeita à trajectória futura potencialdo rácio da dívida, o Relatório do IME nãoconsidera em pormenor esta questão parapaíses com um rácio da dívida inferior a60% do PIB. É porém importante salientarque as actuais posições, quer em termosde saldos globais, quer primários, nãoparecem ser suficientes para estabilizar orácio da dívida abaixo de 60%, enquantoque um orçamento equilibrado, a médioprazo, permitiria reduzir o rácio para umnível inferior ao valor de referência. Para aestabilização do rácio da dívida a um nívelpouco abaixo de 60% do PIB, serianecessário um rácio do défice um poucoinferior a 2.5%. Como se mencionouanteriormente, será necessária uma reduçãomaior do rácio do défice no contexto doPacto de Estabilidade e Crescimento. Estasconsiderações são também importantesno caso da França, uma vez que é necessáriauma maior margem de manobra paraenfrentar os futuros desafios orçamentais.Tal como é salientado no Quadro 7, apartir de cerca do ano 2010, espera-se umacentuado envelhecimento da populaçãoe, no contexto de um sistema de pensõesnão capitalizado, a despesa pública com aspensões deverá aumentar em relação aoPIB, em especial se as políticas relativas aosbenefícios sociais não sofrerem alterações.O encargo global com o envelhecimentoda população será tanto mais controlável

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quanto melhor for a situação das finançaspúblicas quando a situação demográfica sedeteriorar.

Evolução cambial

O franco francês participa no MTC desde asua criação em 13 de Março de 1979, ouseja durante um período muito superior adois anos antes da análise (ver Quadro 8a).Como acima referido, a política monetáriafrancesa tem sido orientada no sentido daestabilidade cambial e de preços no quadrodo MTC. Relativamente ao período dereferência, desde Março de 1996 a Fevereirode 1998, a moeda tem sido normalmentetransaccionada próximo das taxas centraisem relação às outras moedas participantesno MTC (ver Gráfico 5 e Quadro 8a).Ocasionalmente, o franco francês foitransaccionado fora do intervalo próximodas suas taxas centrais em relação a diversasmoedas participantes. Os desvios máximossuperior e inferior em relação às taxascentrais, tendo por base uma média móvelde 10 dias úteis, foram de 0.6% e de -3.5%,respectivamente, à excepção da tendênciaascendente autónoma da libra irlandesa(ver Quadro 8a). Os episódios em que sever i f icaram esses desv ios foramtemporários, o grau de volatilidade cambialface ao marco alemão foi baixo edecrescente (ver Quadro 8b) e osdiferenciais da taxa de juro de curto prazoem relação aos países da UE com as taxasde curto prazo mais baixas foram reduzidose decrescentes. Durante o período dereferência, a França não desvalorizou ataxa central bilateral da sua moeda emrelação à moeda de nenhum outro Estado--membro.

Num contexto a mais longo prazo, asmedidas de taxa de câmbio efectiva realdo franco francês face às moedas dosEstados-membros participantes no MTC,ilustradas no Quadro 9, sugerem que osníveis actuais se encontram próximo devalores históricos. Quanto a outras

evoluções externas, a França manteveexcedentes da balança de transacçõescorrentes nos anos mais recentes, situaçãoque se tem reflectido numa melhoria dasresponsabilidades líquidas sobre o exterior(ver Quadro 10). Pode igualmenterecordar-se que, de acordo com os últimosdados disponíveis, a França apresenta umrácio do comércio externo em relação aoPIB de 29% para as exportações e de 25%para as importações e uma percentagemdo comércio intra-UE de 63%, quer para asexportações, quer para as importações.

Evolução das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência de Fevereirode 1997 até Janeiro de 1998, as taxas dejuro de longo prazo em França foram emmédia de 5.5%, situando-se muito abaixodo valor de referência relativo ao critériodas taxas de juro de 7.8%, estipulado combase nos três Estados-membros commelhores resultados em termos deestabilidade de preços. O mesmo seregistou no conjunto do ano de 1997,assim como em 1996 (ver Quadro 11).

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma tendência globalmentedecrescente desde o início da década de90 (ver Gráfico 6a). Durante a maior partedo período desde o início da presentedécada, tem-se observado uma acentuadaconvergência entre as taxas de juro delongo prazo francesas e os níveisprevalecentes nos Estados-membros daUE com as menores taxas de rendibilidadedas obrigações (ver Gráfico 6b). Osprincipais factores subjacentes a estatendência foram a taxa de inflaçãocomparativamente mais baixa, a relativaestabilidade da taxa de câmbio do francofrancês, a prossecução de uma orientaçãoda política monetária idêntica à dos paísesacima mencionados e, mais recentemente,a melhoria na posição orçamental.

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Conclusão

Durante o período de referência, a Françaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.2%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado, e umadas três taxas de inflação mais baixas naUnião. O crescimento dos custos unitáriosde trabalho foi moderado, verificando-seigualmente taxas de inflação baixas quandomedidas em termos de outros índices depreços re levantes . Numa anál i seprospectiva, não há sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação; as previsões apontam para amanutenção da inflação num nível bastanteinferior a 2% em 1998 e 1999. O francofrancês tem participado no MTC por umperíodo muito superior a dois anos. Duranteo período de referência, a moeda manteve-se globalmente estável, em geral próximodas inalteradas paridades centrais, semnecessidade de medidas destinadas a apoiara taxa de câmbio. O nível das taxas de jurode longo prazo situou-se em 5.5%, ou sejamuito abaixo do respectivo valor dereferência.

Em 1997, a França alcançou um rácio dodéfice orçamental de 3.0% do PIB, nível

igual ao valor de referência, não seprevendo virtualmente mais melhorias em1998 (redução para 2.9%), apesar dasituação conjuntural favorável. Além disso,o rácio da dívida, embora tenha aumentadopara 58.0% do PIB em 1997, manteve-seligeiramente abaixo do valor de referênciade 60%; prevê-se um aumento marginalpara 58.1% em 1998. No que se refere àsustentabilidade da evolução orçamental, amanutenção do rácio do défice aos níveisactuais não será suficiente para manter orácio da dívida abaixo de 60% do PIB,suger indo ass im a necess idade deprogressos substanciais adicionais naconsolidação. O Pacto de Estabilidade eCrescimento requer também, comoobjectivo de médio prazo, uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária, o que implicaria uma reduçãodo rácio da dívida para um valor ainda maisabaixo de 60% do PIB.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice orçamentalexcedeu o rácio do investimento públicoem relação ao PIB, a França registouexcedentes da balança de transacçõescorrentes e uma posição externa líquidanegativa.

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FRANÇA

I Evolução dos preçosQuadro1 França: Inflação IPCHGráfico 1 França: Evolução dos preçosQuadro 2 França: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 França: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 França: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 França: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 França: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturaisGráfico 3 França: Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 França: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 França: Situação orçamental do sector público administrativoQuadro 7 França: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) França: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o franco francêsGráfico 5 Franco francês: Desvio das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Franco francês: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados-membros participantes no MTCQuadro 10 França: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 França: Taxas de juro de longo prazoGráfico 6 (a) França: Taxa de juro de longo prazo

(b) França: Diferenciais das taxas de juro de longo prazo e de inflação doIPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1França: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 2.1 1.3 1.4 1.2 0.6 1.2

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

França: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 3França: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 1.3 1.0 1.3 1.1 0.5Variação na média dos últimos 3 meses em relação aos

3 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 1.7 1.7 1.3 0.9 0.5Variação na média dos últimos 6 meses em relação aos

6 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 0.8 0.8 1.0 1.1 1.2

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 1.0 1.6OCDE (Dezembro de 1997), deflator do consumo privado 1.4 1.5FMI (Outubro 1997), IPC 1.3 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

Quadro 2França: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 3.4 3.2 2.4 2.1 1.7 1.8 2.0 1.2IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(b) . 3.9 3.6 2.6 1.5 1.1 1.1 0.8Deflator do consumo privado 2.8 3.1 2.4 2.2 2.1 1.5 1.8 1.4Deflator do PIB 3.1 3.3 2.1 2.5 1.6 1.6 1.2 1.2Preços no produtor(c) 1.4 0.8 -0.3 -0.5 0.8 1.7 -1.1 -0.4Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 2.5 0.8 1.2 -1.3 2.8 2.1 1.5 2.4Desvio do produto (p.p.) 3.2 2.0 1.2 -2.0 -1.1 -1.0 -1.5 -1.2Taxa de desemprego (%) 8.9 9.5 10.4 11.7 12.3 11.6 12.3 12.6Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 4.1 3.6 2.7 3.1 -0.3 1.8 1.4 1.3Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 4.9 4.4 4.3 2.7 2.2 2.7 2.7 3.2Produtividade do trabalho, conj. da economia 0.8 0.8 1.6 -0.4 2.5 0.9 1.3 1.9Deflator dos preços das importações -1.3 0.0 -2.6 -2.5 1.7 1.3 1.1 0.9Apreciação cambial(d) 5.8 -2.1 3.3 2.3 0.7 3.6 0.2 -3.5Agregado monetário alargado (M3H)(e) 9.1 6.3 4.4 1.5 -2.7 4.1 0.8 -0.7Preços das acções 4.2 -3.9 4.9 8.8 2.1 -9.1 11.2 31.9Preços da habitação 16.7 -0.4 -5.7 1.7 2.8 -4.3 -7.0 -2.0

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Sector da indústria transformadora.(d) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(e) Dados nacionais harmonizados.

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Quadro 4França: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -4.1 -3.0 -2.9

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) -1.5 0.2 .

Dívida pública do sector público administrativo 55.7 58.0 58.1

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que as despesas em investimento.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

35

40

45

50

55

60

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2

0

2

4

6

Gráfico 2

França: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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139

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual.(b) Maturidade residual. Quando a maturidade residual é inf. a 5 anos, as obrigações de taxa variável são classificadas como tít ulos de

curto prazo.(c) Incluindo a dívida de curto prazo e a dívida associada a taxas de juro de curto prazo.

Quadro 5França: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB ) 35.5 35.8 39.8 45.3 48.5 52.7 55.7 58.0

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 97.7 97.2 97.2 96.9 96.5 96.3 94.2 93.0

Moeda estrangeira 2.3 2.8 2.8 3.1 3.5 3.7 5.8 7.0

Detida por nacionais (% do total) 83.0 81.0 78.6 76.8 83.9 85.0 87.3 86.7

Maturidade média(a) (anos) 4.6 4.8 5.2 5.3 5.4 5.3 5.3 5.3

Compos. por maturidade(b) (% do total)

Curto-prazo(c) (<1 ano) 33.5 32.6 32.5 31.2 27.1 28.7 30.0 29.4

Médio-prazo (1-5 anos) 34.8 35.4 33.3 32.9 32.5 30.7 28.1 29.5

Longo-prazo (>5 anos) 31.7 32.0 34.2 35.9 40.4 40.6 41.9 41.1

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140

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2.0

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

França: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

45

50

55

60

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

França: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

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141

Quadro 6França: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 49.0 49.0 48.9 49.6 49.2 49.8 50.9 50.9

Impostos 24.0 24.0 23.5 23.9 24.4 24.7 25.6 26.3

Contribuições para a segurança social 21.0 21.0 21.3 21.6 21.1 21.3 21.6 21.0

Outras receitas correntes 4.0 4.0 4.1 4.2 3.7 3.8 3.7 3.6

Despesa total 50.6 51.0 52.9 55.4 55.0 54.7 55.0 54.0

Transferências correntes 25.6 26.3 27.3 28.7 28.2 28.2 28.5 28.4

Pagamentos de juros efectivos 2.9 2.9 3.2 3.4 3.6 3.7 3.8 3.6

Consumo público 18.0 18.2 18.9 19.9 19.5 19.3 19.5 19.4

Despesas de capital líquidas 4.0 3.5 3.5 3.5 3.7 3.4 3.3 2.6

Excedente (+) ou défice (-) -1.6 -2.1 -3.9 -5.8 -5.8 -4.9 -4.1 -3.0

Saldo primário 1.4 0.9 -0.7 -2.4 -2.2 -1.1 -0.3 0.6

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -2.5 -2.6 -1.8 -1.5 -0.2

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de l998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior às despesas em investimento.

Quadro 7França: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 20.8 23.6 24.6 32.3 39.1

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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Quadro 8(a) França: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 13 de Março de 1979

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Franco belga 0.3 -2.4

Coroa dinamarquesa 0.4 -0.9

Marco alemão 0.2 -2.1

Peseta espanhola -0.2 -3.2

Libra irlandesa 1.9 -11.1

Lira italiana 0.6 -2.4

Florim holandês 0.3 -2.7

Xelim austríaco 0.2 -2.2

Escudo português 0.0 -3.4

Marca finlandesa -0.1 -3.5

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios face à marca finlandesa referem-se ao

período a partir de 14 de Outubro de 1996; os desvios face à lira italiana referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de1996.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o franco francês

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 1.8 1.5 1.9 1.2 0.9 1.1 0.5 0.3

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.1 0.0 0.0

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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143

Quadro 9Franco francês: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos Estados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC -2.2 0.2 -1.5

Baseadas no IPP/IPG -0.8 -0.5 -1.6

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal 1.5 6.3 10.1

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

Franco francês: Desvios das taxas centrais bilaterias do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 5

FRF/BEF FRF/DKK FRF/DEM FRF/ESP FRF/IEP

FRF/ITL FRF/NLG FRF/ATS FRF/PTE FRF/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

Fonte: Comissão Europeia.Nota: Os desvios em relação à marca finlandesa referem-se ao período a partir de 14 de Outubro de 1996, enquanto os desvios em relação à lira italiana se referem ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

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Quadro 10França: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) -0.8 -0.5 0.4 0.9 0.6 0.7 1.3 2.9

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) . -8.3 -7.4 -9.1 -4.4 -1.9 -0.4 .

Exportações (bens e serviços)(d) 22.6 23.3 24.2 24.4 25.1 26.2 27.0 29.3

Importações (bens e serviços)(e) 22.6 23.1 23.1 22.6 23.4 24.1 24.4 25.3

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a. edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à

balança de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a percentagem das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens nac. foi de 62.6 %; Direction of Trade Statist.

Yearbook 1997, FMI.(e) Em 1996, a percentagem das import.de bens intra-UE nas import.totais de bens nac. foi de 63.3%; Direction of Trade Statist.

Yearbook 1997, FMI.

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Quadro 11França: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 6.3 5.6 5.6 5.3 5.1 5.5

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

(a) França: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) França: Diferenciais das taxas de juro de longo prazo e de inflação do IPC em relaçãoaos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 6

Difer.da taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19975

6

7

8

9

10

11

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2

-1

0

1

2

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

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IRLANDA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média de inflaçãodo IPCH na Irlanda situou-se em 1.2%, ouseja muito abaixo do valor de referênciade 2.7%. O mesmo se verificou no conjuntodo ano de 1997. Em 1996, a inflação médiado IPCH situou-se em 2.2% (ver Quadro1). Nos dois últimos anos, a inflação doIPCH na Irlanda tem sido baixa e temdiminuído para níveis que são geralmentecons iderados cons istentes com aestabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a evoluçãodos preços no consumidor na Irlanda,medida com base no IPC, prosseguiu atendência g lobalmente decrescenteverificada desde o início da década de 90(ver Gráfico 1). A inflação desceu de 3.4%em 1990 para 1 .5% em 1993;posteriormente aumentou para cerca de2.5% no período de 1994-1995, para descerde novo para cerca de 1.5% em 1996--1997. Esta experiência de uma descidageneralizada da taxa de inflação reflectediversas decisões de política importantes,principalmente a orientação da políticamonetária no sentido do objectivoprimordial de manutenção da estabilidadede preços, no quadro do MTC. A reduçãoda inflação foi também apoiada por outraspolíticas, em particular a moderação salarial.No que se refere ao enquadramentomacro-económico, é de salientar que foiconseguido um nível de inflação mais baixono contexto de um crescimento real doPIB dinâmico, que foi superior a 7% emmédia no período de oito anos até 1997(ver Quadro 2). Apesar da maiorrestritividade das condições do mercadode trabalho, o cresc imento dasremunerações por trabalhador fo imoderado entre 1994 e 1996. Em 1997, osaumentos salariais recuperaram, mantendo-

se moderados na indústria transformadora.Em paralelo com um crescimento maisforte da produtividade, os custos unitáriosde trabalho diminuíram desde 1994. Ospreços das importações aumentaram nosanos recentes, em parte devido a variaçõesna taxa cambial efectiva, mas foramestabi l izados no per íodo 1996-97.Verificam-se igualmente taxas de inflaçãobaixas quando medidas em termos deoutros índices de preços relevantes (verQuadro 2).

Numa análise à evolução recente eprevisões, os últimos resultados da inflaçãodos preços no consumidor (medida comoa variação percentual relativamente aomês homólogo do ano anterior) indicamuma taxa de 1.6%, havendo porém algunssinais de pressão imediata no sentidoascendente com base nas medidasapresentadas no Quadro 3a. As previsõespara a inflação sugerem que pode aumentarao longo dos próximos dois anos para 3%(ver Quadro 3b). Os riscos para aestabilidade de preços, neste período,encontram-se associados principalmente àconjuntura interna, ao forte crescimentomonetário e do crédito, à políticaorçamental pro-cíclica, à evolução dospreços dos activos, à restritividade dascondições do mercado de trabalho e a umforte crescimento do PIB. Estes riscos paraa inflação têm sido exacerbados noprocesso da construção da UEM pelasexpectativas de novas descidas nas taxasde juro de curto prazo e, no caso destas seconcretizarem, pela correspondente descidana taxa de câmbio efectiva.

Numa análise a mais longo prazo, amanutenção de um contexto conducenteà estabilidade de preços está relacionada,na Irlanda, nomeadamente com a conduçãode políticas orçamentais a médio e longoprazo. Será igualmente importante o reforçodas políticas nacionais destinadas a

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aumentar a concorrência nos mercados doproduto e a melhorar o funcionamentodos mercados de trabalho, no contextoactual da Ir landa de uma taxa dedesemprego elevada, mas em trajectóriadescendente.

Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, a Irlandaregistou um excedente orçamental de 0.9%do PIB, cumprindo o valor de referênciapara o défice com uma margem confortável,e o rácio da dívida situou-se em 66.3%, istoé acima do valor de referência de 60%. Emcomparação com o ano anterior, o saldoorçamenta l melhorou 1.3 pontospercentuais e o rácio da dívida diminuiu 6.4pontos percentuais. Em 1998, espera-seque o excedente orçamental aumente para1.1% do PIB, enquanto o rácio da dívidadeverá reduzir-se para 59.5%, ou sejaligeiramente abaixo do valor de referência.Em 1996, o rácio do défice excedeu orácio da despesa pública em investimentoem relação ao PIB.

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 a 1997, o rácio da dívida empercentagem do PIB na Irlanda reduziu-se29.7 pontos percentuais; inicialmente orácio flutuou próximo do nível registadoem 1990 de 96.0%; porém, desde 1994,tem-se verificado uma forte tendênciadescendente, com uma continuada reduçãoda dívida de 96.3% em 1993 para 66.3%em 1997 (ver Gráfico 2a), isto é umadescida de 30.0 pontos percentuais emquatro anos. Como se ilustra em pormenorno Gráfico 2b, os principais factoressubjacentes a esta redução foram ossignificativos excedentes primários, emsintonia com evoluções muito favoráveisdo crescimento e das taxas de juro desde1994. Apenas em 1993 as rubricas de”ajustamentos entre variações de posiçõese fluxos” contribuíram para um aumentodo rácio da dívida, devido a um efeito devalorização da dívida denominada em

moeda estrangeira decorrente dadepreciação da libra irlandesa. Os padrõesobservados durante os anos 90 podem servistos como indicando o efeito de reduçãoda dívida provocado pelos contínuosexcedentes primários, efeitos esses, poroutro lado, reforçados por um fortecrescimento. Neste contexto, é de salientarque o peso da dívida pública com umamaturidade residual de curto prazo temsido baixo ao longo dos anos 90, enquantoa maturidade média diminuiu (ver Quadro5). Em relação a 1997, tendo em atenção oactual nível do rácio da dívida, os saldosorçamentais são relativamente insensíveisa variações nas taxas de juro. Por outrolado, a proporção de dívida em moedaestrangeira é relativamente elevada, sendoos saldos orçamentais relativamentesensíveis a variações nas taxas de câmbio.

Durante a década de 1990, pode observar-se um padrão de uma primeira estabilizaçãoe subsequente melhoria no rácio do déficeem percentagem do PIB , tendo estepermanecido consistentemente abaixo dovalor de referência de 3%: partindo de umrácio de 2.3% em 1990, o déficepermaneceu globalmente estável a essenível durante alguns anos. Depois, cominício em 1996, deu-se uma acentuadamelhoria, levando a um pequeno déficenesse ano e a um excedente de 0.9% em1997 (ver Gráfico 3a). Tal como éapresentado com maior pormenor doGráfico 3b, onde se mostram as variaçõesnos défices, os factores cíclicos dificultarama estabilização do rácio da dívida no inícioda década de 90 e desempenharam umpapel importante na redução do rácio dodéfice nos anos seguintes. Nos últimosdois anos, os factores ”não cíclicos”contribuíram também para a redução dodéfice. No entanto, as melhorias não cíclicaspodem reflectir uma mudança ”estrutural”duradoura no sentido de pol ít icasorçamentais mais equilibradas e/ou diversasmedidas de efeito temporário. No entanto,os dados disponíveis sugerem que essasmedidas de efeito temporário não tiveram

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um papel na redução dos défices em 1996e 1997.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-se atravésdo Gráfico 4 que, entre 1990 e 1994, o rácioda despesa pública total se mantevepraticamente estável. Os aumentos dastransferências correntes e do consumopúblico foram compensados por reduçõesnos pagamentos de juros (ver Quadro 6).Após 1994, porém, o rácio das despesas emrelação do PIB diminuiu e, em 1997, tinhadecrescido quase 4½ pontos percentuais,reflectindo reduções em quase todas ascategorias das despesas em relação ao PIB.No geral, o rácio da despesa em 1997situava-se a um nível consideravelmente maisbaixo do que no início da década de 90, emparticular devido a uma nítida redução nospagamentos de juros, em consequência detaxas de juro mais baixas, e à redução dorácio da dívida. A receita pública em relaçãoao PIB diminuíu também durante os anos 90,o que se deveu em grande parte a uma únicadescida em 1995 (de 2.5 pontos percentuais),tendo o rácio posteriormente mostrado umatendência levemente ascendente. No geral,as reduções nos rácios das despesas e dasreceitas na Irlanda têm sido dominadas porum forte crescimento do PIB.

De acordo com a estratégia de políticaorçamental de médio prazo irlandesa, talcomo foi apresentada no Programa deConvergência para 1997-1999, actualizadoem Dezembro de 1997, prevê-se para1998 alguma redução do excedenteorçamental e do rácio da dívida. Oorçamento para 1998 prevê a manutençãode um excedente no saldo financeiro dosector público e um rácio da dívida próximodo valor de referência, enquanto asprevisões da Comissão indicam resultadosmais favoráveis. O orçamento para 1998inclui reduções nas taxas dos impostossobre o rendimento e aumentos nasdespesas; porém, devido à elevada taxa decrescimento económico, antevê-se umaredução dos rácios quer das receitas, quer

das despesas. Actualmente não há evidênciade medidas significativas com efeitotemporário no orçamento de 1998. OPrograma de Convergência prevê para1999 um aumento do excedenteorçamental para 0.7% do PIB e um rácio dadívida de 56%. Em termos gerais, a Irlandaultrapassou os objectivos dos programasanteriores. Caso os saldos orçamentaisconfirmem ou sejam mais favoráveis que atrajectória prevista no Programa deConvergência para 1999-2000, a Irlandacumprirá o objectivo de médio prazo doPacto de Estabilidade e Crescimento, emvigor a partir de 1999, de ter uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária. No entanto, a situaçãoorçamental beneficia de uma economiaforte, sendo provavelmente o saldoestrutural ligeiramente deficitário. Podem,portanto, surgir riscos se o crescimento daeconomia abrandar.

No que respeita à evolução futura potencialdo rácio da dívida, o relatório do IME nãotrata este ponto em detalhe para os paísescom rácios de dívida inferiores a 60% doPIB em 1998. As previsões sublinham osbenefícios da posição excedentáriaalcançada em 1997, e que deverá aumentarem 1998, para a redução rápida do rácioda dívida. No entanto, sublinhar anecessidade de manter saldos orçamentaissólidos ao longo do tempo é tambémevidente no caso da Irlanda. Embora aquestão do custo público com as pensõesnão seja uma preocupação maior na Irlanda- dada a situação demográfica relativamentefavorável (ver Quadro 7), os sistemas depensões assentes em fundos privadoscapitalizados e o papel relativamentereduzido das pensões da segurança socialnão capitalizadas - subsistem desafios. Sendouma pequena economia aberta, a Irlandapoderá ter necessidade de um espaço demanobra suf ic iente para reag ir acircunstâncias específicas do país e deveráreduzir a sua vulnerabilidade a choquesinesperados que poderão potencialmenteinverter a tendência da dívida. Como se

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referiu, uma redução das taxas decrescimento poderia colocar mais desafiosà consolidação.

Evolução cambial

A libra irlandesa participa no MTC desde asua criação em 13 de Março de 1979, ouseja durante um período muito superior adois anos antes da análise (ver Quadro 8a).Como acima referido, a política monetáriairlandesa tem sido orientada no sentido damanutenção da estabilidade de preços noquadro do MTC. Relativamente ao períodode referência, desde Março de 1996 aFevereiro de 1998, a moeda, beneficiandode diferenciais consideráveis de taxasde juro de curto prazo face à maioriadas moedas dos seus parceiros, temsido normalmente transacc ionadasignificativamente acima das suas taxascentrais e acima de um intervalo próximodas suas taxas centrais face a várias moedasparticipantes(ver Gráfico 5 e Quadro 8a).Os desvios máximos superior e inferior emrelação às taxas centrais, tendo por baseuma média móvel de 10 dias úteis, foramde 12.5% e -4.8%, respectivamente (verQuadro 8a); no final do período dereferência, a libra irlandesa situou-se umpouco mais de 3% acima das suas taxascentrais face às outras moedas participantesno MTC. Em paralelo com a forte posiçãoda libra irlandesa, o grau de volatilidade dataxa de câmbio relativamente ao marcoalemão aumentou até meados de 1997(ver Quadro 8b) e os diferenciais de taxade juro de curto prazo em relação aospaíses da UE com as taxas de curto prazomais baixas alargaram-se durante o mesmoperíodo. Mais recentemente, o primeirodiminuíu e os segundos estreitaram-se,embora permanecendo relativamenteelevados. Durante o período de referência,a Irlanda não desvalorizou a taxa centralbilateral da sua moeda em relação à moedade nenhum outro Estado-membro10 .

Num contexto a mais longo prazo, asmedidas da taxa de câmbio efectiva real dalibra irlandesa face às moedas dos Estados--membros participantes no MTC, ilustradasno Quadro 9, sugerem que os níveisactuais se encontram próximo de valoreshistóricos. Quanto a outros factores daevolução externa, a Irlanda manteveavultados excedentes da balança detransacções correntes durante os últimosanos (ver Quadro 10). Recorde-seigualmente que a Irlanda é uma economiapequena aberta que apresenta, de acordocom os últimos dados disponíveis, umrácio de comércio externo em relação aoPIB de 84% para as exportações e de 63%para as importações e uma percentagemdo comércio intra-UE de 66% para asexportações e de 54% para as importações.

Evolução das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência de Fevereirode 1997 até Janeiro de 1998, as taxas dejuro de longo prazo na Irlanda foram emmédia de 6.2%, situando-se abaixo dovalor de referência relativo ao critério dastaxas de juro de 7.8%, estipulado com basenos três Estados-membros com melhoresresultados em termos de estabilidade depreços. O mesmo se registou no conjuntodo ano de 1997, assim como em 1996 (verQuadro 11).

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma tendência marcadamentedescendente desde o início da década de90 (ver Gráfico 6a). Durante a maior partedo período desde o início da presentedécada, tem-se observado em termosrelativos uma maior convergência entre astaxas de juro de longo prazo irlandesas eos níveis prevalecentes nos Estados-

10 Com efeito a partir de 16 de Março de 1998, istoé após o período de referência usado nesteRelatório, as taxas centrais bilaterais da librairlandesa face às outras moedas do MTC foramrevalorizadas em 3%.

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membros da UE com as menores taxas derendibilidade das obrigações, à excepçãodo fim de 1992 e início de 1993, períodomarcado pela crise no MTC (ver Gráfico6b). Os principais factores subjacentes aesta tendência foram a taxa de inflaçãocomparativamente mais baixa e a evoluçãoda posição orçamental do país.

Conclusão

Durante o período de referência, a Irlandaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.2%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado no Tratado e umadas três taxas de inflação mais baixas naUnião. Os custos unitários de trabalhodiminuíram, verificando-se igualmente taxasde inflação baixas, quando medidas emtermos de outros índices de preçosrelevantes. Numa análise prospectiva, háalguns sinais de pressão imediata no sentidoascendente sobre a inflação, que poderáaumentar durante os próximos dois anospara 3%. O nível das taxas de juro de longoprazo situou-se em 6.2%, ou seja abaixo dorespectivo valor de referência.

A libra irlandesa tem participado no MTCdurante um período muito superior a doisanos. Durante o período de referência, amoeda tem s ido normalmentetransaccionada significativamente acima dasinalteradas taxas centrais em relação àsoutras moedas participantes no MTC,reflectindo uma tendência ascendenteautónoma da moeda, à luz do dinamismodas condições económicas internas. Estatendência é também ref lect ida navolatilidade relativamente elevada da taxade câmbio e nos diferenciais de taxa dejuro de curto prazo, tendo ambos registadorecentemente uma redução com oaproximar da libra irlandesa das suas taxascentrais bilaterais em relação às restantesmoedas do MTC11 .

Em 1997, a Irlanda alcançou um excedenteorçamental de 0.9% do PIB, cumprindo

assim o valor de referência de 3% comuma margem confortável. Para 1998, prevê-se um excedente de 1.1% do PIB. O rácioda dívida em relação ao PIB é superior aovalor de referência de 60%. Depois de teratingido um nível máximo em 1993, orácio diminuiu 30.0 pontos percentuais,situando-se em 66.3% em 1997, reflectindo,nomeadamente, um forte crescimento realdo PIB. No que se refere à sustentabilidadeda evolução orçamental, as previsõesapontam para um decréscimo do rácio dadívida para 59.5% do PIB em 1998, isto éligeiramente abaixo do valor de referência.Numa análise a mais longo prazo, caso semantenham os actua is excedentesorçamentais, a Irlanda poderá cumprir oobjectivo de médio prazo do Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, o qual consiste em alcançaruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária, e o rácio dadívida poderá reduzir-se para um nívelinferior a 60%.

Relativamente a outros factores, o rácio dodéfice não excedeu o rácio do investimentopúblico em relação ao PIB, em 1996. Alémdisso, a Irlanda manteve excedentes dabalança de transacções correntes. Nocontexto de uma situação demográficarelativamente favorável, os sistemas depensões assentam em fundos privadoscapitalizados e as pensões da segurançasocial não capitalizadas têm um papelrelativamente reduzido.

11 As taxas centrais bilaterais da libra irlandesa face aoutras moedas do mecanismo de taxas de câmbioforam revalorizadas em 3%, com efeito a partir de16 de Março de 1998, ou seja após o período dereferência considerado no presente Relatório.

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IRLANDA

I Evolução dos preçosQuadro1 Irlanda: Inflação IPCHGráfico 1 Irlanda: Evolução dos preçosQuadro 2 Irlanda: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Irlanda: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Irlanda: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Irlanda: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Irlanda: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturaisGráfico 3 Irlanda: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Irlanda: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Irlanda: Situação orçamental do sector público administrativoQuadro 7 Irlanda: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) Irlanda: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a libra irlandesaGráfico 5 Libra irlandesa: Desvio das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Libra irlandesa: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados-Membros participantes no MTCQuadro 10 Irlanda: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 Irlanda: Taxas de juro de longo prazoGráfico 6 (a) Irlanda: Taxa de juro de longo prazo

(b) Irlanda: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPCem relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Irlanda: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 2.2 1.2 1.1 1.0 1.2 1.2

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Irlanda: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 3Irlanda: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem - - 1.6 - -Var. na média dos últimos 3 meses em relação aos

3 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade - - 3.7 . .Var. na média dos últimos 6 meses em relação aos

6 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade - - 1.6 . .

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 2.8 3.1OCDE (Dezembro 1997), deflator do consumo privado 2.2 2.4FMI (Outubro 1997), IPC 2.1 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

Quadro 2Irlanda: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 3.4 3.2 3.0 1.5 2.4 2.5 1.6 1.5IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(b) 4.1 3.3 2.7 1.1 2.1 2.4 1.5 1.2Deflator do consumo privado 2.0 3.0 2.5 1.9 2.8 2.0 1.2 1.2Deflator do PIB -0.8 1.8 2.3 4.2 1.1 0.5 1.1 1.6Preços no produtor -1.6 0.8 1.7 4.6 1.1 2.5 0.7 -0.8Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 8.5 2.2 4.6 3.6 7.8 11.2 8.6 10.0Desvio do produto (p.p.) 2.2 -0.8 -2.1 -4.7 -4.0 -0.7 0.1 1.9Taxa de desemprego (%) 13.3 14.7 15.5 15.6 14.1 12.2 11.8 10.8Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 0.0 2.2 3.1 3.8 -1.7 -4.1 -2.6 -1.3Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 5.4 4.6 6.8 5.6 2.3 1.9 2.4 4.0Produtividade do trabalho, conj. da economia 5.4 2.4 3.6 1.8 4.1 6.3 5.1 5.3Deflator dos preços das importações -3.7 2.3 -1.3 4.4 2.7 4.0 -0.7 1.1Apreciação cambial(c) 7.1 -1.6 3.3 -5.9 0.2 1.0 2.3 -0.1Agregado monetário alargado (M3H)(d) . . . . 9.3 10.7 14.4 21.3Preços das acções -4.4 -11.5 -5.2 20.2 17.6 7.5 25.2 33.7Preços da habitação(e) 12.7 2.1 3.5 0.9 4.1 7.2 11.8 15.1

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(d) Dados nacionais harmonizados.(e) Preços das novas habitações.

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Quadro 4Irlanda: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -0.4 0.9 1.1

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) 1.8 3.2 .

Dívida bruta do sector público administrativo 72.7 66.3 59.5

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que a despesa em investimento.

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

10

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

60

70

80

90

100

Gráfico 2

Irlanda: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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Quadro 5Irlanda: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB) 96.0 95.3 92.3 96.3 89.1 82.3 72.7 66.3

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 65.9 65.9 60.0 59.0 61.7 65.0 71.6 73.8

Moeda estrangeira 34.1 34.1 40.0 41.0 38.3 35.0 28.4 26.2

Detida por nacionais (% do total) 51.0 50.4 51.4 45.6 49.4 51.1 64.1 .

Maturidade média(a) ( anos ) . 6.7 6.5 6.7 6.0 5.7 5.3 5.0

Compos. por maturidade(a) (% do total)

Curto-prazo(b) (≤ 1 ano ) . 9.0 9.7 8.7 10.5 9.1 9.2 8.9

Medio-prazo (2-5 anos) . 41.8 40.0 37.0 38.9 40.4 43.2 44.8

Longo-prazo (> 5 anos) . 49.2 50.3 54.2 50.6 50.5 47.6 46.3

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual. Apenas obrigações do governo e empréstimos externos, os quais representam entre 82.4% (1997) e 90.4%

(1993) da dívida total.(b) Incluindo a dívida a curto prazo e a dívida associada a taxas de juro de curto prazo.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

-2

-1

0

1

2

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

-2

-1

0

1

2

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Irlanda: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

35

40

45

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Irlanda: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

Quadro 6Irlanda: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 37.3 37.9 38.1 37.9 38.2 35.7 35.7 36.3

Impostos 29.8 29.9 30.1 29.7 30.9 28.9 29.3 30.2

Contribuições para a segurança social 5.2 5.3 5.4 5.4 5.2 4.9 4.5 4.5

Outras receitas correntes 2.3 2.6 2.6 2.5 2.1 1.9 1.8 1.7

Despesa total 39.6 40.2 40.5 40.3 39.9 37.9 36.1 35.4

Transferências correntes 15.6 16.0 16.6 16.8 16.4 16.1 15.7 15.2

Pagamentos de juros efectivos 7.7 7.5 6.9 6.4 5.6 5.1 4.5 4.3

Consumo público 14.8 15.6 15.8 15.8 15.5 14.8 14.2 14.3

Despesas de capital líquidas 1.4 1.1 1.2 1.2 2.3 1.9 1.8 1.6

Excedente (+) ou défice (-) -2.3 -2.3 -2.5 -2.7 -1.7 -2.2 -0.4 0.9

Saldo primário 5.4 5.1 4.4 3.7 4.0 2.9 4.0 5.2

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -0.6 0.7 0.0 1.8 3.2

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior às despesas em investimento.

Quadro 7Irlanda: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 18.4 16.7 18.0 21.7 25.3

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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(b) Indicadores da pressão cambial sobre a libra irlandesa

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 3.4 4.8 4.7 7.5 8.2 7.3 6.8 6.1

Diferenciais da taxa de juro

de curto-prazo(b) 1.8 2.0 2.4 2.6 2.6 2.9 2.6 2.4

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

Quadro 8(a) Irlanda: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 13 de Março de 1979

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Franco belga 11.9 -4.1

Coroa dinamarquesa 11.6 -2.5

Marco alemão 11.8 -3.7

Peseta espanhola 10.7 -4.8

Franco francês 12.5 -1.8

Lira italiana 11.3 2.3

Florim holandês 11.7 -4.4

Xelim austríaco 11.8 -3.8

Escudo português 10.3 -2.9

Marca finlandesa 10.0 0.6

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios face à marca finlandesa referem-se ao

período a partir de 14 de Outubro de 1996; os desvios face à lira italiana referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de1996.

III Evolução cambial

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Libra irlandesa: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 5

IEP/BEF IEP/DKK IEP/DEM IEP/ESP IEP/FRF

IEP/ITL IEP/NLG IEP/ATS IEP/PTE IEP/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

1996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T1-15

-10

-5

0

5

10

15

Fonte: Comissão Europeia.Nota: Os desvios em relação à marca finlandesa referem-se ao período a partir de 14 de Outubro de 1996, enquanto os desvios em relação à lira italiana se referem ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

Quadro 9Libra irlandesa: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos Estados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC 0.7 -2.1 -5.4

Baseadas no IPP/IPG 0.1 0.7 0.4

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal -10.4 0.1 -0.8

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

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Quadro 10Irlanda: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) 0.0 2.1 2.6 5.5 3.6 4.1 3.2 2.8

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) . . . . . . . .

Exportações (bens e serviços)(d) 58.7 60.3 65.5 69.3 73.4 78.9 80.0 83.7

Importações (bens e serviços)(e) 52.8 52.2 53.4 54.7 57.7 59.6 60.5 62.8

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à balanç a

de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a % das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens nac. foi de 66.0%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997,

FMI.(e) Em 1996, a % das import. de bens intra-UE nas import.totais de bens nac. foi de 53.6%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997,

FMI.

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Quadro 11Irlanda: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 7.3 6.3 6.0 5.6 5.4 6.2

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

(a) Irlanda: Taxa de juro de longo-prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Irlanda:Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC em relaçãoaos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 6

Difer.da taxa de juro de longo prazo Diferencial da inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19975

6

7

8

9

10

11

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

-2

-1

0

1

2

3

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

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ITÁLIA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média de inflaçãodo IPCH em Itália situou-se em 1.8%, umnível muito inferior ao valor de referênciade 2.7%. O mesmo se verificou no ano de1997 como um todo. Em 1996, a inflaçãomédia foi de 4.0% (ver Quadro 1). Noconjunto dos dois últimos anos, a Itáliareduziu a taxa de inflação do IPCH paraum nível gera lmente cons ideradocompatível com a estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a evoluçãodos preços no consumidor em Itália, medidacom base no IPC, prosseguiu a tendênciadescendente verificada desde o início dadécada de 90 (ver Gráfico 1). A inflaçãoreduziu-se gradualmente de 6.4% em 1991para 3.9% em 1994. Após uma interrupçãoda trajectória descendente em 1995, queem parte se deveu ao impacto dosaumentos nas taxas do imposto sobrevalor acrescentado, a inflação continuou adiminuir a um ritmo acelerado. Estaexperiência de desinflação reflecte diversasdecisões de política importantes. Emespecial, a política monetária tem sidoorientada no sentido de alcançar aestabilidade de preços, recentemente denovo no quadro do MTC. A redução dainf lação tem s ido apoiada por ,nomeadamente, ajustamentos na políticaorçamental, aumentos da concorrência nomercado do produto e reformas nomercado de trabalho, tais como a aboliçãoda indexação salarial. Além disso, oenquadramento macro-económico temcontribuído para a contenção das pressõesascendentes sobre os preços. De notarque, no contexto da recessão de 1993,surgiu um desvio do produto negativo (verQuadro 2) que persistiu até 1997, dadoque a recuperação da actividade económicaem 1994-95 se revelou de curta duração.

Neste âmbito, o cresc imento dasremunerações por trabalhador diminuiuem meados dos anos 90, o que contribuiupara a contenção do aumento dos custosunitários de trabalho. Os aumentos salariaisforam 5.0% no período 1995 - 97, enquantoneste mesmo período, os custos unitáriosde trabalho cresceram 3.3% ao ano.Entretanto, as alterações nos preços dasimportações reg istaram var iaçõesconsideráveis, parcialmente em resultadode movimentos significativos nas taxas decâmbio efectivas que dificultaram a tarefada controlar a inflação em alguns anos.Mais recentemente, os preços decrescentesdas importações contribuíram para ummelhor clima de preços. Medidas em termosde outros índices de preços relevantes,ver i f ica-se também uma tendênciageneralizada no sentido de taxas de inflaçãomais baixas, tendo algumas medidasexcedido a inflação do IPCH em 1997 (verQuadro 2).

Numa análise à evolução recente eprevisões, os resultados para a inflação depreços no consumidor (medida em termosde variação percentual anual relativamenteao mês homólogo do ano anterior)permaneceram praticamente estáveis emcerca de 1½%, havendo poucos sinais depressão imediata no sentido ascendente,com base nas medidas apresentadas noQuadro 3a. As previsões mais recentessobre a inflação sugerem uma taxaligeiramente abaixo de 2% para 1998 e decerca de 2% para 1999 (ver Quadro 3b).Durante este período, os riscos para aestabilidade de preços podem estarassociados a preços administrativos maiselevados e a aumentos nos impostosindirectos.

Numa análise a mais longo prazo, amanutenção de um contexto conducenteà estabilidade de preços está relacionadaem Itália, nomeadamente, com a condução

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de políticas orçamentais de médio e longoprazo; será igualmente importante o reforçodas políticas nacionais destinadas aaumentar a concorrência nos mercados doproduto e a melhorar o funcionamentodos mercados de trabalho, no quadro daelevada taxa de desemprego actualmenteexistente em Itália.

Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público situou-se em 2.7%, ou sejaabaixo do valor de referência de 3%, e orácio da dívida em 121.6%, isto é muitoacima do valor de referência de 60%. Emcomparação com o ano anterior, o ráciodo défice reduziu-se 4.0 pontos percentuaise o rácio da dívida 2.4 pontos percentuais.Em 1998, prevê-se que o rácio do déficediminua para 2.5% do PIB, enquanto orácio da dívida deverá reduzir-se para118.1%. Em 1996 e 1997, o rácio do déficeexcedeu o rácio da despesa pública eminvestimento em relação ao PIB em 4.4 e0.3 pontos percentuais, respectivamente(ver Quadro 4).

Numa análise retrospectiva aos anos de1990 até 1997, o rácio da dívida empercentagem do PIB em Itália aumentou23.6 pontos percentuais: primeiro, o ráciotendeu a aumentar de forma acentuada de98% em 1990 para 124.9% em 1994,tendo posteriormente diminuído todos osanos, inicialmente cerca de 0.5% por ano e,em 1997, 2.4%, atingindo nesse ano 121.6%(ver Gráfico 2a), isto é uma descida de 3.3pontos percentuais em três anos. Conformeo Gráfico 2b apresenta com maiorpormenor, durante a maior parte doperíodo até 1994, os crescentes excedentesprimários não foram suficientes paracompensar os efeitos do considerávelaumento da dívida provocado por umdiferencial crescimento/taxa de juronegativo. Além disso, alguns ”ajustamentosentre variações de posições e fluxos”contribuíram para o crescimento da dívida

nesses anos , re lac ionados com,nomeadamente, a depreciação da liraitaliana em 1992 e a emissão de obrigaçõesde Tesouro em 1993, em resultado deuma sobre-capitalização consideráveldestinada a constituir um depósito doTesouro junto da Banca d’Itália com oobjectivo de ser utilizado como reserva deliquidez no contexto da proibição dofinanciamento monetário, em 1994. Após1994, o excedente primário aumentou denovo, compensando o efeito de aumentoda dívida decorrente do enquadramentomacro-económico. Além disso, asprivatizações resultaram num ”ajustamentoentre variações de posições e fluxos”positivo. Os padrões observados duranteos anos 90 podem ser vistos comoindicativos dos riscos que podem surgirpara as finanças públicas quando ascondições macro-económicas sedeterioram e os excedentes primários sãoinsuficientes para contrabalançar tais efeitos.Neste âmbito, é de salientar que a parte dadívida com uma maturidade residual decurto prazo tem vindo a diminuir dosníveis elevados no início da década de 90 eque, em paralelo, a maturidade médiaaumentou (ver Quadro 5). Trata-se deuma evolução no bom sent ido.Relativamente a 1997, a proporção dadívida com uma maturidade residual decurto prazo é ainda elevada e, tomandoem consideração o actual nível do rácio dadívida, os saldos orçamentais são muitosensíveis a variações nas taxas de juro. Poroutro lado, em Itália, a proporção de dívidadenominada em moeda estrangeira éreduzida e os saldos orçamentais sãorelativamente insensíveis a variações nastaxas de câmbio.

Durante a década de 90, pode observar-se um padrão de uma melhoria contínuade resultados no rác io déf ice empercentagem do PIB, com uma reduçãoparticularmente acentuada do défice em1997. De um rácio de 11.1% em 1990, odesequilíbrio orçamental foi reduzido para9.2% do PIB em 1994; desde essa altura, o

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défice tem vindo a diminuir rapidamentepara se situar em 2.7% do PIB em 1997(ver Gráfico 3a). Tal como é apresentadocom maior pormenor no Gráfico 3b, ondese mostram as variações nos défices, osfactores cíclicos tenderam a impedir oestreitamento dos défices nos primeirosanos da década, em especial durante o anode 1993. A part i r daquela data ,desempenharam apenas um papel limitado.No entanto, as melhorias não cíclicaspodem reflectir uma mudança ”estrutural”duradoura no sentido de pol ít icasorçamentais mais equilibradas e/ou diversasmedidas de efeito temporária. Os dadosdisponíveis sugerem que essas medidastemporárias reduziram o rácio do déficeem 1997, com um impacto de cerca de 1%do PIB, e que tiveram principalmente umcarácter ”pontual”. No orçamento de 1998foram já incluidas medidas compensatóriase medidas compensatórias adicionais serãonecessárias quando os efeitos das medidas”auto-reversivas” (equivalentes a 0.3% doPIB em 1997) desaparecerem no futuro.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que, entre 1990 e1993, o rácio da despesa pública totalaumentou 3.3 pontos percentuais ,especialmente em resultado de maiorespagamentos de juros (+2.6 pontospercentuais) e transferências correntes (verQuadro 6). Desde 1993, o rácio da despesatotal em relação ao PIB diminuiu 6.3 pontospercentuais, reflectindo principalmente umaredução nos pagamentos de juros (-2.6pontos percentuais) e despesas de capital,bem como uma descida nas transferênciascorrentes e no consumo público. O rácioda despesa em 1997 foi 3 pontospercentuais mais baixo do que no iníciodos anos 90, devido principalmente a umaredução nas despesas de capital líquidas eno consumo público. Neste contexto,admitindo uma nova redução significativados pagamentos de juros, com base emtaxas de juro inalteradas, a continuação datendência descendente das despesas

primárias em relação ao PIB requer maioresajustamentos em rubricas da despesa, taiscomo as transferências correntes. A receitapública em relação ao PIB tem reveladouma tendência ascendente ao longo dadécada de 90, situando-se agora 5½ pontospercentuais acima do nível verificado em1990, podendo ter-se aproximado de umnível prejudicial ao crescimento económico.

De acordo com a estratégia de políticaorçamental de médio prazo italiana, talcomo foi apresentada no Programa deConvergência para 1998-2000, datado deJunho de 1997, prevê-se que a tendênciadescendente dos rácios do défice e dadívida se mantenha em 1998. O orçamentopara 1998 prevê resultados um poucomais favoráveis do que o Programa deConvergência. A redução do déficeorçamental será principalmente conseguidopela contenção nas despesas. Prevê-seuma descida das receitas fiscais empercentagem do PIB, uma vez que oGoverno decid iu não compensartotalmente as medidas pontuais sobrereceitas, que expirarem. As medidas deaumento dos impostos previstas noorçamento incluem uma subida das taxasdo IVA e um alargamento da base deincidência dos impostos sobre o rendimentoe contribuições para a segurança social.Actualmente, verifica-se a existência demedidas com efeito temporário noorçamento para 1998, que atingem 0.3%do PIB. De acordo com o Programa deConvergência, prevê-se que, no ano 2000,o rácio do défice se situe em 1.8% do PIBe o rácio da dívida se reduza para 116.3%.O programa baseia-se em anteriores planosorçamentais de médio prazo apresentadospelo Governo em Maio de 1997, queaceleravam os planos de consolidaçãopreviamente previstos. Em comparação comos saldos orçamentais previstos noPrograma de Convergência para 1998-2000, são necessárias medidas adicionais esubstanciais de consolidação por forma apermitir cumprir o objectivo de médioprazo do Pacto de Estabi l idade e

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Crescimento, em vigor a partir de 1999, oqual consiste numa posição orçamentalpróxima do equilíbrio ou excedentária.

No que respeita ao horizonte futuro para aredução do rácio da dívida para o valor dereferência de 60% em países com um rácioda dívida superior a 100% do PIB, sãoapresentados dois tipos diferentes decálculos. Partindo do pressuposto que sãoalcançados os saldos orçamentais e osrácios da dívida previstos pela ComissãoEuropeia para 1998, o primeiro exercício,tal como é apresentado em pormenor noQuadro 7, mostra os saldos fiscais queseriam consistentes com a convergênciado rácio da dívida para 60% do PIB aolongo de horizontes temporais distintos. Atítulo de exemplo, considerando o períodode 10 anos, a redução do rácio da dívidapara 60% até ao ano 2007 implicaria arealização de um excedente global de 3.1%do PIB por ano, a partir de 1999 (verQuadro 7a), ou ter um excedente primáriode 8.4% do PIB por ano, a partir de 1999(ver Quadro 7b). Em comparação com orácio do défice global de 2.5% e um ráciodoexcedente primário de 5.5% previstospara 1998, corresponde a uma diferençade 5.6 e 2 .9 pontos percentuais ,respectivamente.

Um segundo exercício, tal como éapresentado em pormenor no Gráfico 5,mostra que a manutenção do saldoorçamental global registado em 1998 de-2.5% do PIB durante os anos subsequentes,apenas permitiria reduzir o rácio da dívidapara 103.4% em dez anos; o valor dereferência de 60% nunca seria atingido,dado que o rácio da dívida deixaria dedescer no longo prazo, mantendo-se emcerca de 67%. A manutenção do excedenteprimário registado em 1998 de 5.5% doPIB permitiria uma redução do rácio dadívida em relação ao PIB para 88.8% emdez anos; neste caso, o valor de referênciade 60% seria atingido no ano 2015. Porfim, a obtenção de orçamentos equilibradostodos os anos a partir de 1999 permitiria

uma redução do rácio da dívida para 84.0%em dez anos; o valor de referência de 60%seria atingido no ano 2016.

Estes cálculos baseiam-se no pressupostonormativo de uma taxa de juro nominalconstante de 6% (custo real médio dadívida pública de 4% e 2% de inflação) e nopressuposto de uma taxa de crescimentoreal do PIB constante de 1.8%, comoprevisto pela Comissão para a tendênciareal de crescimento do PIB em 1998. Nãosão considerados ajustamentos entrevariações de posições e fluxos.

Partindo de um cenário alternativo de umataxa de crescimento real anual do PIB de2.5%, hipótese mais coerente com oprevisto para a maioria dos países da UE,os rácios do excedente global e doexcedente primário necessários para atingiro valor de referência de 60% em dez anosseriam 2.5% e 7.8%, respectivamente. Estesvalores corresponderiam respectivamentea uma diferença de 5.0 pontos percentuaisem relação ao rácio do saldo global previstopara 1998 e de 2.3 pontos percentuaisrelativamente ao excedente primárioprevisto para 1998.

Embora tais cálculos sejam puramenteilustrativos, não podendo de forma algumaser considerados como previsões, mostramporque razão os esforços de consolidaçãonecessitam de ser tanto mais resolutos eduradouros quanto maior for o nível inicialda dívida, por forma a reduzir drasticamenteo rácio da dívida em relação ao PIB paraum nível igual ou inferior a 60% dentro deum período de tempo adequado.

Justifica-se de facto, no caso da Itália,salientar a necessidade de esforços deconsolidação sustentada durante umperíodo de tempo alargado, que dêemorigem a excedentes orçamentais globaispersistentes e significativos, uma vez que oactual nível elevado da dívida, caso nãoseja reduzido, imporá um permanenteencargo sobre a política orçamental e

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sobre a economia em geral. Como severificou no passado, níveis elevados dadívida aumentam a vulnerabilidade dasposições orçamentais em circunstânciasdesfavoráveis, aumentando o risco de umasúbita deterioração das finanças públicas.Além disso, é necessário enfrentar osdesafios orçamentais futuros relativos aprocedimentos orçamenta is e àsimplicações decorrentes de alteraçõesdemográficas.

Relativamente à primeira questão, foiintroduzida nova legislação e alteraçõesnos procedimentos desde Dezembro de1996, por forma a controlar os pagamentosde caixa e a reduzir as contas de depósito(”cont i d i tesorer ia”) detidas pelasautoridades locais e outros organismospúblicos junto do Tesouro. Estes depósitos,que representam saldos de tesourariadisponíveis, diminuíram de 7.1% do PIB nofinal de 1996 para 4.1% no final de 1997,reduzindo assim os riscos para o controlodas despesas. Esta situação veio a provocarum aumento nos reportes de despesasorçamentais (”residui passivi”) de 7.0% para8.7% do PIB. Estes montantes nãorepresentam recursos l ivrementedisponíveis para despesa, porque asdespesas públicas orçamentadas numa basede liquidações não podem exceder o limitefixado pelo Parlamento, de modo a sercompatível com os objectivos orçamentais(para 1998, as autorizações de caixaascenderam a 32.3% do PIB). Um controlorigoroso das despesas requer, no entanto,outras iniciativas.

No que se refere às a l teraçõesdemográficas, tal como é apresentado emmaior pormenor no Quadro 8, a partir decerca de 2010 prevê-se um acentuadoenvelhecimento da população e, nocontexto de um sistema de pensões nãocapitalizado, as despesas públicas com asreformas deverão aumentar em termos doPIB, em especial se as políticas em relaçãoaos benefícios não forem alteradas. Umaatenuação do encargo global com o

envelhecimento da população só será viávelse as finanças públicas tiverem criado umespaço de manobra suficiente antes doinício do período de deterioração dasituação demográfica.

Evolução cambial

A lira italiana participou no MTC desde asua criação em 13 de Março de 1979 até17 de Setembro de 1992, regressando aoMTC em 25 de Novembro de 1996, ouseja participou durante cerca de 15 mesesdo período de referência de dois anos (deMarço de 1996 a Fevereiro de 1998) antesda análise pelo IME (ver Quadro 9a).Como referido, a política monetária italianatem sido orientada com base no objectivoprimordial da estabilidade de preços, maisrecentemente de novo no MTC.

No início do período de referência, antesde aderir de novo ao MTC, a lira enfrentouinicialmente um pequeno e temporárioretrocesso na tendência de fortalecimento,atingindo um desvio máximo de 7.6%abaixo da sua futura taxa central emrelação a uma moeda do MTC em Marçode 1996. Após aquela data, a moedarecuperou a apreciação, aproximando-sedas últimas paridades centrais, sendotransaccionada quase sempre dentro deum intervalo estreito (ver Gráfico 6).

Desde que aderiu de novo ao MTC, emNovembro de 1996, a lira, beneficiando deelevados diferenciais de taxas de juro decurto prazo em relação à maioria dasmoedas dos seus parceiros, tem sidonormalmente transaccionada próximo dastaxas centrais em relação às outras moedasparticipantes no MTC (ver Gráfico 6 eQuadro 9a). Ocasionalmente, a lira italianafoi transaccionado fora do intervalopróximo das suas taxas centrais face avárias moedas participantes. Os desviosmáximos superior e inferior das taxascentrais, tendo por base uma média móvelde 10 dias úteis, foram de 2.5% e -3.0%,

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respectivamente, à excepção da tendênciaascendente autónoma da libra irlandesa(ver Quadro 9a). Os casos em que sever i f icaram esses desv ios foramtemporários, o grau relativamente elevadode volatilidade cambial face ao marcoalemão registado inicialmente diminuiu paraníveis baixos durante o período dereferência (ver Quadro 9b) e os diferenciaisda taxa de juro de curto prazo em relaçãoaos países da UE com as taxas de curtoprazo mais ba ixas decresceramprogressivamente. Desde que regressouao MTC, a Itália não desvalorizou a taxacentral bilateral da sua moeda em relação àmoeda de nenhum outro Estado-membro.

Num contexto a mais longo prazo, a actualtaxa de câmbio da lira italiana face àsmoedas dos Estados-membros participantesno MTC, quando medida em termos dataxa de câmbio efectiva real, sugere que osníveis actuais se encontram um poucoabaixo da média de 1987, mas, em geral,próximo de valores históricos médios (verQuadro 10). Quanto a outras evoluçõesexternas, a Itália tem mantido saldospositivos avultados e crescentes da balançade transacções correntes desde 1993, oque conduziu as responsabilidades líquidassobre o exterior para um nível próximo doequilíbrio (ver Quadro 11). Convémigualmente recordar que, de acordo comos últimos dados disponíveis, a Itáliaapresenta um rácio de comércio externoem relação ao PIB de 28% para asexportações e de 24% para as importações,e uma percentagem do comércio intra-UEde 55% para as exportações e de 61% paraas importações.

Evolução das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência de Fevereirode 1997 até Janeiro de 1998, as taxas dejuro de longo prazo em Itália foram de 6.7%em média, situando-se abaixo do valor dereferência relativo ao critério das taxas dejuro de 7.8%, estipulado com base nos três

Estados-membros com melhores resultadosem termos de estabilidade de preços.Embora também tenha sido este o caso noconjunto do ano de 1997, a média de dozemeses das taxas de juro de longo prazosituaram-se acima do valor de referênciaem 1996(ver Quadro 12); desde Fevereirode 1997 que estão abaixo do valor dereferência.

As taxas de juro de longo prazo que, noinício da década de 90, registaram níveisestáveis, sofreram uma fase de volatilidadeem 1993 e 1994 e, a partir de meados de1995, têm tido uma forte tendênciadecrescente (ver Gráfico 7a). No início dadécada de 90, não se verificou umaconvergência sistemática entre as taxas dejuro de longo prazo italianas e os níveisprevalecentes nos Estados-membros daUE com as menores taxas de rendibilidadedas obrigações (ver Gráfico 7b). Porém,desde o início de 1995, o processo deconvergência acelerou e o diferencial foi jápraticamente eliminado. Os principaisfactores subjacentes a esta tendência forama redução significativa e posterior eliminaçãodo diferencial de inflação face aos países daUE com as taxas de juro de longo prazomais baixas e a recente evolução favorávelda posição orçamental. Além disso, aredução do diferencial deveu-se também àrecuperação da taxa de câmbio da liraitaliana no final de 1995 e na primeirametade de 1996, bem como, maisrecentemente, a sua relativa estabilidadeno MTC. Estes desenvolv imentossubjacentes foram vistas pelos mercadoscomo melhorando as perspectivas departicipação na Terceira Fase da UEM -um elemento que, por seu lado, pode terdesempenhado um papel próprio naaceleração do estreitamento dos diferenciaisdas taxas de rendibi l idade, querdirectamente, quer através de uma melhoriadas perspectivas de estabilidade de preçose cambial.

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Conclusão

Durante o período de referência, a Itáliaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.8%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado no Tratado. Ocrescimento dos custos unitários detrabalho acelerou em 1996, antes dedesacelerar para 3.1% em 1997, verificando-se igualmente uma tendência para taxas deinflação baixas quando medidas em termosde outros índices de preços relevantes.Numa análise prospectiva, há poucos sinaisde pressão imediata no sentido ascendentesobre a inflação; a previsão mais recenteaponta para uma taxa de inf laçãoligeiramente inferior a 2% em 1998 e decerca de 2% em 1999. O nível das taxas dejuro de longo prazo situou-se em 6.7%, ouseja abaixo do respectivo valor dereferência.

A lira italiana participou no MTC durantecerca de 15 meses, isto é durante umperíodo inferior aos dois anos usados naanálise do IME. Com base nos dadosexaminados no Relatório, numa avaliação”ex post”, a lira manteve-se globalmenteestável durante todo o período dereferência. No MTC, a moeda manteve-seem geral próximo das suas inalteradasparidades centrais, sem necessidade demedidas destinadas a apoiar a taxa decâmbio.

Em 1997, a Itália alcançou um rácio dodéfice orçamental de 2.7% do PIB, ou sejaabaixo do valor de referência, prevendo-seuma nova redução para 2.5% em 1998. Orácio da dívida em relação ao PIB é muito

superior ao valor de referência de 60%.Depois de ter atingido um nível máximoem 1994, o rácio diminuiu 3.3 pontospercentuais, situando-se em 121.6% em1997. As previsões apontam para umaredução do rácio da dívida para 118.1% doPIB em 1998. Apesar dos esforços e dossubstanciais progressos alcançados nosentido da evolução favorável da actualsituação orçamental, a questão sobre se adívida pública se ”encontra em diminuiçãosignificativa e se está a aproximar, de formasatisfatória, do valor de referência” e se asustentabilidade da posição orçamental terásido alcançada permanece motivo depreocupação; a abordagem desta questãoserá forçosamente uma prioridade para asautoridades italianas. Serão necessáriosexcedentes orçamentais globais persistentese elevados, por forma a permitir reduzirdrasticamente o rácio da dívida para 60%do PIB dentro de um período de tempoadequado, o que contrasta com um déficeorçamental verificado em 1997 de 2.7% doPIB, e com a previsão de um défice de2.5% para 1998. O Pacto de Estabilidade eCrescimento requer também, comoobjectivo de médio prazo, uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice excedeu o ráciodo investimento público em relação aoPIB, a Itália registou excedentes da balançade transacções correntes consideráveis ecrescentes o que conduziu a posiçãoexterna líquida para mais próximo doequilíbrio.

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ITÁLIA

I Evolução dos preçosQuadro 1 Itália: Inflação IPCHGráfico 1 Itália: Evolução dos preçosQuadro 2 Itália: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Itália: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes do índice de preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Itália: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Itália: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Itália: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturaisGráfico 3 Itália: Excedente / défice do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Itália: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Itália: Situação orçamental do sector público administrativoQuadro 7 Itália: Cálculos da convergência da dívida

(a) Com base nos saldos orçamentais globais(b) Com base nos saldos orçamentais primários

Gráfico 5 Itália: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos paraos rácios dos saldos orçamentais(a) Taxa de crescimento real do PIB: 1.8%(b) Taxa de crescimento real do PIB: 2.5%

Quadro 8 Itália: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 9 (a) Itália: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a lira italianaGráfico 6 Lira italiana: Desvio das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 10 Lira italiana: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados membros participantes no MTCQuadro 11 Itália: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 12 Itália: Taxas de juro de longo prazoGráfico 7 (a) Itália: Taxa de juro de longo prazo

(b) Itália: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPCem relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Itália: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 4.0 1.9 1.8 1.8 1.9 1.8

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

19921990 1991 1993 1994 1995 1996 1997

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Itália: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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170

Quadro 3Itália: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 1.4 1.6 1.6 1.5 1.6Var. na média dos últimos 3 meses em relação aos 3 meses

anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 1.3 1.4 1.7 1.9 2.1Var. na média dos últimos 6 meses em relação aos 6 meses

anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 1.4 1.4 1.4 1.5 1.6

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999

Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 1.9 2.0OCDE (Dezembro de 1997), deflator do consumo privado 2.4 2.2FMI (Outubro de 1997), IPC 2.1 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

Quadro 2Itália: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 6.1 6.4 5.4 4.2 3.9 5.4 3.9 1.7IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(b) 5.7 6.0 5.2 4.2 3.6 4.7 3.8 1.7Deflator do consumo privado 6.3 6.9 5.6 5.1 4.6 5.7 4.4 2.2Deflator do PIB 7.6 7.7 4.7 4.4 3.5 5.1 5.0 2.6Preços no produtor 4.1 3.3 1.9 3.8 3.7 7.9 1.9 1.3Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 2.2 1.1 0.6 -1.2 2.2 2.9 0.7 1.5Desvio do produto (p.p.) 2.5 1.9 0.7 -2.0 -1.5 -0.2 -1.2 -1.4Taxa de desemprego (%)(c) 9.1 8.6 8.8 10.2 11.3 12.0 12.1 12.3Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 9.3 8.5 3.7 1.4 -0.4 1.8 4.9 3.1Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 10.7 8.7 5.8 3.7 2.9 4.8 5.5 4.6Produtividade do trabalho, conj. da economia 1.3 0.2 2.0 2.3 3.4 2.9 0.6 1.5Deflator dos preços das importações -0.5 -0.3 1.1 11.6 5.1 12.2 -1.8 -0.1Apreciação cambial(d) 2.6 -1.7 -3.1 -16.4 -4.6 -9.5 9.5 0.7Agregado monetário alargado (M3H)(e) 6.9 5.7 2.8 3.0 3.5 -2.3 -0.7 9.9Preços das acções 0.7 -15.3 -16.8 18.5 24.7 -8.4 0.6 36.9Preços da habitação - - - - - - - .

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Os dados anteriores a 1993 foram corrigidos de quebras.(d) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(e) Dados nacionais harmonizados.

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171

Quadro 4Itália: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -6.7 -2.7 -2.5

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) -4.4 -0.3 .

Dívida bruta do sector público administrativo 124.0 121.6 118.1

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que a despesa em investimento.

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

10

15

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

90

100

110

120

130

Gráfico 2

Itália: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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172

Quadro 5Itália: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB) 98.0 101.5 108.7 119.1 124.9 124.2 124.0 121.6

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 94.0 94.3 93.9 93.0 93.0 92.7 93.4 93.1

Moeda estrangeira 6.0 5.7 6.1 7.0 7.0 7.3 6.6 6.9

Detida por nacionais (% do total) 94.5 93.8 92.8 88.8 86.8 85.4 82.8 79.0

Maturidade média(a) (anos) 2.4 2.8 2.8 3.0 4.5 4.3 4.3 4.5

Compos. por maturidades(b) (% do total)

Curto-prazo (<1 ano) 67.3 66.9 65.0 60.6 51.7 51.0 51.5 49.4

Médio-prazo (1- 5 anos) 21.1 18.2 19.4 23.0 26.8 26.6 25.6 25.8

Longo-prazo (>5 anos) 11.6 15.0 15.6 16.4 21.5 22.4 22.9 24.8

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual. Apenas dívida interna.(b) Maturidade residual. A componente de curto-prazo inclui todos os títulos de taxa flutuante, independentemente das suas

mat.residuais.

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173

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-12

-8

-4

0

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Itália: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

40

50

60

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Itália: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

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174

Quadro 6Itália: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 42.4 43.4 44.3 47.4 45.2 45.0 46.0 47.9

Impostos 25.1 25.6 25.9 28.2 26.7 26.5 27.0 28.1

Contribuições para a segurança social 14.4 14.7 15.1 15.5 14.9 14.8 15.1 15.5

Outras receitas correntes 2.9 3.1 3.3 3.7 3.7 3.8 3.9 4.3

Despesa total 53.6 53.5 53.8 56.9 54.4 52.7 52.7 50.6

Transferências correntes 21.2 21.4 22.3 23.1 22.6 21.5 22.0 22.2

Pagamentos de juros efectivos 9.5 10.2 11.5 12.1 11.0 11.3 10.8 9.5

Consumo público 17.6 17.6 17.7 17.6 17.1 16.1 16.3 16.3

Despesas de capital líquidas 5.3 4.4 2.4 4.1 3.7 3.8 3.5 2.5

Excedente (+) ou défice (-) -11.1 -10.1 -9.6 -9.5 -9.2 -7.7 -6.7 -2.7

Saldo primário -1.7 0.1 1.9 2.6 1.8 3.7 4.1 6.8

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -6.8 -6.9 -5.5 -4.4 -0.3

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior às despesas em investimento.

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175

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1988) e cálculos do IME.(*) Os cálculos indicam que o rácio da dívida cairá para 60% em 2002, 2007 e 2012, respectivamente, se o saldo orçamental primário

para 1998 corresponder às previsões e se os saldos orçamentais primários se mantiverem em 16.6%, 8.4% and 6.1% of PIB,respectivamente, a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 1.8% em 1998, deacordo com as estimativas da Comissão, uma taxa de inflação de 2% e uma taxa de juro nominal de 6%. Não inclui ajustamentosentre variações de posições e fluxos.

(**) Os cálculos indicam que o rácio da dívida cairá para 60% in 2002, 2007 and 2012, respectivamente, se o saldo orçamental primáriopara 1998 corresponder às previsões e se os saldos orçamentais primários se mantiverem em 15.9%, 7.8% e 5.5% do PIB,respectivamente, a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 2.5%, uma taxa deinflação de 2% e uma taxa de juro nominal de 6%. Não inclui ajustamentos entre variações de posições e fluxos.

Quadro 7Itália: Cálculos da convergência da dívida

(a) Com base nos saldos orçamentais globais(em percentagem do PIB)

Dívida bruta total Saldo orçamental global Saldo orçamental global compatível com a

(défice: (-); excedente (+)) redução do nível da dívida para 60% do PIB em

1997 1998 1997 1998 2002 2007 2012

121.6 118.1 -2.7 -2.5 11.0* 3.1* 0.9*

10.4** 2.5** 0.3**

(b) Com base nos saldos orçamentais primários(em percentagem do PIB)

Dívida bruta total Saldo orçamental primário Saldo orçamental primário compatível com a

redução do nível da dívida para 60% do PIB em

1997 1998 1997 1998 2002 2007 2012

121.6 118.1 6.8 5.5 16.6* 8.4* 6.1*

15.9** 7.8** 5.5**

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1988) e cálculos do IME.(*) Os cálculos indicam que o rácio da dívida cairá para 60% em 2002, 2007 e 2012, respectivamente, se o saldo orçamental global para

1998 corresponder às previsões e se os saldos orçamentais globais se mantiverem em 11.0%, 3.1% e 0.9% do PIB, respectivamente,a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 1.8% em 1998, de acordo com asestimativas da Comissão, e uma taxa de inflação de 2%. Não inclui ajustamentos entre variações de posições e fluxos.

(**) Os cálculos indicam que o rácio da dívida cairá para 60% em 2002, 2007 e 2012, respectivamente, se o saldo orçamental global para1998 corresponder às previsões e se os saldos orçamentales globales se mantiverem em 10.4%, 2.5% and 0.3% do PIB,respectivamente, a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 2.5% e uma taxa deinflação de 2%. Não inclui ajustamentos entre variações de posições e fluxos.

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176

Saldo global constante Saldo primário constante Orçamento equilibrado

1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 20121999 2001 2003 2005 2007 2009 2011

50

75

100

125

Saldo global constante Saldo primário constante Orçamento equilibrado

Fonte: Comissão Europeia (Previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. Nota: Os três cenários pressupõem que o rácio da dívida de 118.1% do PIB em 1998 corresponde às previsões e que o saldo global de -2.5% do PIB ou o saldo primário de 5.5% do PIB em 1998 permanecem constantes no periodo considerado (em percentagem do PIB), ou, em alternativa, que o equilíbrio orçamental se mantém a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 2.5%; uma taxa de inflação de 2%; e, no cenário de um saldo primário constante, uma taxa de juro nominal de 6%. Não foram considerados os ajustamentos entre variações de posições e fluxos de saldos.

50

75

100

125

1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 20121999 2001 2003 2005 2007 2009 2011

(a) Taxa de crescimento real do PIB: 1.8%

(b) Taxa de crescimento real do PIB: 2.5%

Fonte: Comissão Europeia (Previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. Nota: Os três cenários pressupõem que o rácio da dívida de 118.1% do PIB em 1998 corresponde às previsões e que o saldo global de -2.5% do PIB ou o saldo primário de 5.5% do PIB em 1998 permanecem constantes no periodo considerado (em percentagem do PIB), ou, em alternativa, que o equilíbrio orçamental se mantém a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 1.8% em 1998, de acordo com estimativas da Comissão; uma taxa de inflação de 2%; e, no cenário de um saldo primário constante, uma taxa de juro nominal de 6%. Não foram considerados os ajustamentos entre variações de posições e fluxos de saldos.

Gráfico 5

Itália: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos para o rácio dos saldos orçamentais(em percentagem do PIB)

Quadro 8Itália: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 21.6 26.5 31.2 37.5 48.3

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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177

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a lira italiana

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 6.4 5.5 4.5 4.5 4.1 3.0 2.5 1.1

Diferenciais da taxa de juro

de curto-prazo(b) 6.0 5.3 4.7 4.1 3.8 3.6 3.1 2.5

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias.

Quadro 9(a) Itália: Estabilidade cambial

(25 de Novembro de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 25 de Nov. de 1996

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Franco belga 1.9 -1.1

Coroa dinamarquesa 1.7 -1.2

Marco alemão 1.8 -1.1

Peseta espanhola 0.9 -1.3

Franco francês 2.5 -0.6

Libra irlandesa -2.3 -10.1

Florim holandês 1.7 -1.3

Xelim austríaco 1.8 -1.1

Escudo português 0.7 -3.0

Marca finlandesa 0.4 -2.9

III Evolução cambial

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178

Fonte: Comissão Europeia.Nota: A linha vertical indica a data de reentrada da Itália ao MTC (25 de Novembro de 1996). Os desvios anteriores a 25 de Novembro de 1996 referem-se às taxas centrais bilateral centrais da lira italiana estabelecidas aquando da reentrada no MTC.

Lira italiana: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 6

ITL/BEF ITL/DKK ITL/DEM ITL/ESP ITL/FRF

ITL/IEP ITL/NLG ITL/ATS ITL/PTE ITL/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

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179

Quadro 10Lira italiana: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aosEstados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC -0.2 -4.5 -8.6

Baseadas no IPP/IPG -4.4 -3.2 -9.9

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal -36.1 -13.0 -25.2

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

Quadro 11Itália: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) -1.5 -2.1 -2.4 1.0 1.4 2.5 3.4 3.1

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) -7.4 -8.6 -10.9 -9.4 -7.2 -4.8 -3.2 -0.5

Exportações (bens e serviços)(d) 20.0 19.8 21.1 23.4 25.2 27.4 27.0 28.0

Importações (bens e serviços)(e) 20.0 20.4 21.8 20.1 21.1 22.3 21.6 23.6

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à balança

de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a % das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens nac. foi de 55.4%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997

FMI.(e) Em 1996, a % das import. de bens intra-UE nas import.totais de bens nac. foi de 60.8%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997

FMI.

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180

Quadro 12Itália: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 9.4 6.9 6.1 5.7 5.4 6.7

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

(a) Itália: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Itália: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC em relaçãoaos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 7

Difer.de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19975

10

15

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2

0

2

4

6

8

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

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181

LUXEMBURGO

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média de inflaçãodo IPCH situou-se em 1.4%, ou seja muitoabaixo do valor de referência de 2.7%. Omesmo se verificou no conjunto do ano de1997. Em 1996, a inflação média do IPCHsituou-se em 1.2% (ver Quadro 1). Nosdois últimos anos, a inflação do IPCH noLuxemburgo tem-se situado em níveis quesão geralmente considerados consistentescom a estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a evoluçãodos preços no consumidor no Luxemburgo,medida com base no IPC, tem seguidouma trajectória descendente generalizadadesde o início dos anos 90 (ver Gráfico 1).A descida da taxa de inflação reflectediversas escolhas importantes a nível depolítica, nomeadamente a política cambialde ligação entre o franco luxemburguês eo franco belga, através de uma associaçãomonetária. A orientação geral tem tambémsido apoiada por políticas orçamentaisprudentes. A redução da inflação na décadade 90 tem sido alcançada no ambiente deuma conjuntura macro-económicarelat ivamente dinâmica , embora ocrescimento tenha desacelerado entre 1993e 1996 de cerca de 9% para 3% (verQuadro 2). Neste contexto, o crescimentoda remuneração por trabalhador tem vindoa ser contido nos últimos anos, tendo noentanto, em 1997, reg istado umaaceleração. Como reflexo da ausência deoscilações significativas na taxa de câmbioefectiva, os aumentos de preços dasimportações têm sido moderados ounegativos nesta década, contribuindo paraa contenção das pressões inflacionistas. Emtermos de outros índices de preçosrelevantes, as taxas de inflação registadassão baixas (ver Quadro 2).

Numa análise à evolução recente e àsprevisões, os resultados da inflação dospreços no consumidor (medida como avariação percentual relativamente ao mêshomólogo do ano anterior) têm vindo adiminuir para 1½ %, havendo poucos sinaisde pressão imediata no sentido ascendentecom base nas medidas apresentadas noQuadro 3a. As previsões para a inflaçãosugerem uma taxa entre 1½ e 2% em 1998e 1999 (ver Quadro 3b). Os riscos para aestabilidade de preços, neste período,encontram-se associados a restrições dacapacidade produtiva e uma certaaceleração dos custos unitários de trabalho.

Numa análise a mais longo prazo, acontinuação de políticas económicas eorçamentais duradouras pode ser vistacomo conducente à manutenção daestabilidade de preços. Será igualmenteimportante a manutenção da moderaçãosalarial, assegurando que a taxa dedesemprego no Luxemburgo se mantémnum nível baixo.

Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público registou um excedente de1.7% do PIB, ou seja o valor de referênciade 3% para o rácio do défice foiamplamente atingido. O rácio da dívidasituou-se em 6.7%, isto é muito abaixo dovalor de referência de 60%. Em comparaçãocom o ano anterior, o excedenteorçamenta l reduziu-se 0 .8 pontospercentuais, enquanto o rácio da dívidaaumentou ligeiramente. Em 1998, oexcedente deverá diminuir para 1.0% doPIB, enquanto o rácio da dívida deveráaumentar para 7.1% (ver Quadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre o períodocompreendido entre 1990 e 1997, o rácioda dívida em percentagem do PIB aumentou

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gradualmente 2.0 pontos percentuais (verGráfico 2a). Como se vê em pormenor noGráfico 2b, os excedentes primárioscompensaram parcialmente os efeitos deaumento da dívida resultantes da rubrica”ajustamento entre variações de posiçõese f luxos” . No Luxemburgo essesajustamentos devem-se ao facto do sectorpúblico constituir reservas destinadas aossistemas de pensões, as quais são colocadasem fundos especiais, cujas transferênciasanuais não são incluídas no excedente dosector público administrativo. Devido aobaixo nível da dívida, o impacto docrescimento e das taxas de juro no rácioda dívida foi praticamente nulo na presentedécada. Neste contexto, é de salientar quea dívida pública bruta se encontra quaseexclusivamente denominada em moedanacional e a dívida com uma maturidaderesidual de curto prazo é negligenciável(ver Quadro 5).

Durante a década de 90, pode observar-seum padrão igualmente sólido no querespeita aos saldos orçamentais anuais, osquais têm sido sempre excedentários (verGráfico 3 e Quadro 6). No entanto, oexcedente orçamental global diminuiurapidamente no início da década, caindode 5.0% em 1990 para 0.8% em 1992,tendo estabi l izado globalmente emaproximadamente 2% após esse ano ereduzindo-se para 1.7% em 1997. Nestecontexto, no caso do Luxemburgo não énecessário um exame mais aprofundadodo comportamento do rácio do défice.

A estratégia de médio prazo da políticaorçamental do Luxemburgo tem porobjectivo o equilíbrio das finanças públicas,cumprindo a respectiva disposição do Pactode Estabilidade e Crescimento e associandoa despesa ao crescimento do PIB, evitandoassim o aumento do rácio da despesapública.

No que respeita à trajectória futura potencialdo rácio da dívida, o Relatório do IME nãoanalisa em pormenor esta questão para os

países que têm um rácio da dívida inferiora 60% do PIB. Em relação aos desafios alongo prazo que se colocam às finançaspúblicas, o Luxemburgo parece estar numasituação favorável, nomeadamente porqueapresenta rácios da dívida baixos. Noentanto, a situação orçamental a um prazomais longo poderá ser afectada pelosdesenvolvimentos no sistema de pensõese pelo acentuado envelhecimento dapopulação, o qual deverá acelerar a partirde cerca do ano 2010 (ver Quadro 7).

Evolução cambial

Dado que o Luxemburgo tem umaassociação monetária com a Bélgica, aevolução do franco luxemburguês é muitoidêntica à do franco belga. Assim, oparágrafo seguinte é praticamente umatranscrição do capítulo relativo à evoluçãocambial da Bélgica.

O franco luxemburguês participa noMecanismo de Taxas de Câmbio (MTC)desde a sua criação em 13 de Março de1979, ou seja um período muito superiorao de referência de dois anos (ver Quadro8a). Relativamente ao período de referênciade Março de 1996 a Fevereiro de 1998, ofranco luxemburguês tem s idotransaccionado normalmente próximo dastaxas centrais em relação a outras moedasparticipantes no MTC e muito próximodas taxas centrais face ao marco alemão,florim holandês e xelim austríaco (verGráfico 4 e Quadro 8a). Por vezes, ofranco luxemburguês foi transaccionadofora do intervalo próximo das suas taxascentrais em relação a diversas outrasmoedas participantes. Os desvios máximossuperior e inferior em realção às taxascentrais, tendo por base uma média móvelde 10 dias úteis, foram de 2.5% e -3.0%,respectivamente, à excepção da tendênciaascendente autónoma da libra irlandesa(ver Quadro 8a). Os episódios em que sever i f icaram esses desv ios foramtemporários. O grau de volatilidade cambial

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em relação ao marco a lemão foicontinuamente muito baixo (ver Quadro8b) e os diferenciais de taxa de juro decurto prazo em relação aos países da UEcom as taxas de juro de curto prazo maisbaixas foram insignificantes. Durante operíodo de referência, o Luxemburgo nãodesvalorizou a taxa central bilateral da suamoeda em relação à moeda de nenhumoutro Estado-membro.

O Luxemburgo tem registadotradicionalmente grandes excedentes nosaldo da balança de transacções correntes(ver Quadro 9). No que respeita à evoluçãoexterna, recorde-se que o Luxemburgo éuma pequena economia aberta e, de acordocom os dados mais recentes disponíveis,com um rácio do comércio externo emrelação ao PIB de 95% para as exportaçõese de 86% para as importações, e apercentagem do comércio intra-UE foi de70% para as exportações e de 74% para asimportações.

Evolução da taxa de juro de longo prazo

Durante o período de referência de Fevereirode 1997 até Janeiro de 1998, as taxas dejuro de longo prazo no Luxemburgo foramem média de 5.6%, situando-se muitoabaixo do valor de referência relativo aocritério das taxas de juro, isto é, 7.8%,estipulado com base nos três Estados-membros com melhores resultados emtermos de estabilidade de preços. O mesmose registou no conjunto do ano de 1997,assim como em 1996 (ver Quadro 10).

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma tendência globalmentedescendente desde o início da década de90 (ver Gráfico 5a). Durante a maior partedo período desde o início da presentedécada, tem-se observado uma estreitaconvergência entre as taxas de juro delongo prazo do Luxemburgo e as taxasprevalecentes nos países da UE com asmenores taxas de rendibilidade das

obrigações (ver Gráfico 5b). Os principaisfactores subjacentes a esta tendência forama taxa de inflação comparativamente baixae políticas orçamentais sólidas.

Conclusão

Durante o período de referência, oLuxemburgo registou uma taxa de inflaçãodo IPCH de 1.4%, ou seja muito abaixo dovalor de referência estipulado no Tratado.O crescimento dos custos unitários detrabalho foi moderado, verificando-seigualmente taxas de inflação baixas quandomedidas em termos de outros índices depreços re levantes . Numa anál i seprospectiva, há poucos sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação; as previsões apontam para umataxa de inflação de 1½-2% em 1998 e1999. O franco luxemburguês, que temuma associação monetária com o francobelga, tem participado no MTC duranteum período muito superior a dois anos.Durante o período de referência, a moedamanteve-se globalmente estável, em geralpróximo das inalteradas paridades centrais,sem necessidade de medidas destinadas aapoiar a taxa de câmbio. O nível das taxasde juro de longo prazo situou-se em 5.6%,ou seja muito abaixo do respectivo valorde referência.

Em 1997, o Luxemburgo alcançou umexcedente orçamental de 1.7% do PIB,cumprindo assim o valor de referênciapara o défice de 3% com uma margemconfortável, prevendo-se para 1998 umexcedente de 1.0%. Além disso, o rácio dadívida manteve-se praticamente estável em6.7% do PIB em 1997, isto é muito abaixodo valor de referência de 60%, prevendo-se um aumento para 7.1% em 1998. Noque se refere à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, numa análise a mais longoprazo, caso se mantenham em 1998 osactuais excedentes orçamenta is , oLuxemburgo cumprirá o objectivo de médioprazo do Pacto de Estabi l idade e

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Crescimento, em vigor a partir de 1999, oqual consiste em alcançar uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

Relativamente a outros factores, oLuxemburgo manteve grandes excedentesda balança de transacções correntes.

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LUXEMBURGO

I Evolução dos preçosQuadro 1 Luxemburgo: Inflação IPCHGráfico 1 Luxemburgo: Evolução dos preçosQuadro 2 Luxemburgo: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Luxemburgo: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Luxemburgo: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Luxemburgo: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Luxemburgo: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectosestruturais

Gráfico 3 Luxemburgo: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 6 Luxemburgo: Situação orçamental do sector público administrativoQuadro 7 Luxemburgo: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) Luxemburgo: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o franco luxemburguêsGráfico 4 Franco luxemburguês: Desvio das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Luxemburgo: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 10 Luxemburgo: Taxas de juro de longo prazoGráfico 5 (a) Luxemburgo: Taxa de juro de longo prazo

(b) Luxemburgo: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflaçãodo IPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Luxemburgo: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 1.2 1.4 1.5 1.5 1.5 1.4

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Luxemburgo: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 3Luxemburgo: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC=IPCH)Variação anual em percentagem 1.7 1.7 1.5 1.5 1.5Variação na média dos últimos 3 meses em relação aos

3 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade(a) 1.4 1.6 1.9 2.0 1.7Variação na média dos últimos 6 meses em relação aos

6 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade(a) 1.3 1.4 1.5 1.5 1.6

Fonte: Comissão Europeia.(a) IPCH excluíndo bens sazonais.

(b) Previsões da inflação

1998 1999Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPC 1.6 1.7OCDE (Dezembro 1997), deflator do consumo privado 1.5 1.5FMI (Outubro 1997), IPC 2.0 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

Quadro 2Luxemburgo: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 3.7 3.1 3.2 3.6 2.2 1.9 1.4 1.4IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(b) 3.7 3.1 3.1 2.9 2.1 1.8 1.4 1.4Deflator do consumo privado 4.0 2.9 3.9 3.8 2.1 1.8 1.4 1.2Deflator do PIB 3.4 1.3 5.1 0.5 4.9 1.8 1.1 1.7Preços no produtor -2.0 -2.5 -2.1 -1.7 0.5 3.7 -3.1 1.2Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 2.2 6.1 4.5 8.7 4.2 3.8 3.0 4.1Desvio do produto (p.p.) 1.0 1.5 0.4 3.6 2.7 1.7 0.1 -0.2Taxa de desemprego (%) 1.3 1.4 1.6 2.1 2.7 3.0 3.3 3.6Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 6.6 3.5 4.0 -2.2 1.4 2.2 0.7 1.1Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 5.5 6.4 5.3 5.1 4.0 2.2 1.8 2.7Produtividade do trabalho, conj. da economia -1.0 2.7 1.2 7.4 2.6 0.1 1.1 1.6Deflator dos preços das importações 2.5 1.9 0.0 -0.5 1.4 0.1 -0.9 0.9Apreciação cambial(c) 1.7 0.3 0.6 -0.5 1.0 1.2 -0.7 -2.0Agregado monetário alargado (M3H)(d) 25.1 2.1 10.5 13.6 -7,8 -1.3 1.3 4.9Preços das acções -15.7 3.3 -10.0 121.1 -9.1 0.6 30.0 24.7Preços da habitação(e) -5.2 4.8 6.9 1.4 1.2 1.8 0.9 1.5

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(d) Dados nacionais harmonizados.(e) Preços da construção de edificios residenciais e semi-residenciais.

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Quadro 4Luxemburgo: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público adminstrativo 2.5 1.7 1.0

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) 7.2 6.6 .

Dívida bruta do sector público administrativo 6.6 6.7 7.1

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que a despesa em investimento.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

4

5

7

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-4

-2

0

2

4

6

Gráfico 2

Luxemburgo: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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Quadro 5Luxemburgo: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB ) 4.7 4.2 5.1 6.1 5.7 5.9 6.6 6.7

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 96.6 97.7 98.8 99.3 99.4 99.6 99.7 99.8

Moeda estrangeira 3.4 2.3 1.2 0.7 0.6 0.5 0.3 0.2

Detida por nacionais (% do total) 92.0 93.2 95.6 85.2 84.9 84.5 85.4 85.1

Maturidade média(a) (anos) . . . . . 7.8 7.5 7.2

Compos. por maturidades(a) (% do total)

Curto-prazo(b) (<1 ano) 5.5 6.9 5.8 3.3 6.4 0.8 3.6 0.1

Médio-prazo (1-5 anos) 63.0 66.6 53.8 30.7 15.0 8.3 1.4 10.1

Longo-prazo (>5 anos) 31.4 26.5 40.5 66.1 78.7 90.9 95.0 89.9

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual. Apenas dívida da Administração Central.(b) Incluíndo dívida a curto prazo e dívida associada a taxas de juro de curto prazo.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

0

1

2

3

4

5

6

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-4

-3

-2

-1

0

1

2

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Luxemburgo: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

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Quadro 6Luxemburgo: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas currentes totais . . . . . . 49.0 47.6

Impostos . . . . . . 32.7 31.7

Contribuições para a segurança social . . . . . . 11.9 11.6

Outras receitas correntes . . . . . . 4.4 4.3

Despesa total . . . . . . 46.5 45.9

Transferências correntes . . . . . . 27.3 26.7

Pagamentos de juros efectivos 0.5 0.4 0.4 0.4 0.3 0.3 0.3 0.3

Consumo público 13.4 13.3 13.1 12.9 12.5 13.2 13.6 13.3

Despesas de capital líquidas . . . . . . 5.3 5.5

Excedente (+) ou défice (-) 5.0 1.9 0.8 1.7 2.8 1.9 2.5 1.7

Saldo primário 5.5 2.3 1.1 2.0 3.1 2.2 2.8 2.1

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . 7.0 7.2 6.5 7.2 6.6

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior à despesa em investimento.

Quadro 7Luxemburgo: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 19.9 21.9 25.9 33.2 44.2

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington D.C.

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191

Quadro 8(a) Luxemburgo: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 13 de Março de 1979

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Coroa dinamarquesa 1.6 -0.3

Marco alemão 0.4 -0.1

Peseta espanhola 0.2 -2.0

Franco francês 2.5 -0.3

Libra irlandesa 4.2 -10.6

Lira italiana 1.1 -1.9

Florim holandês 0.1 -0.5

Xelim austríaco 0.4 -0.1

Escudo português 1.4 -2.7

Marca finlandesa -0.2 -3.0

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios face à marca finlandesa referem-se ao

período a partir de 14 de Outubro de 1996; os desvios face à lira italiana referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de1996.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o franco luxemburguês

Média dos 3 meses terminados em: Mai96 Ago 96Nov 96Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 0.2 0.2 0.2 0.3 0.1 0.1 0.2 0.1

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) -0.2 -0.2 -0.2 -0.1 0.0 0.2 0.2 0.0

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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192

Franco luxemburguês: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 Fevereiro de 1998)

Gráfico 4

LUF/DKK LUF/DEM LUF/ESP LUF/FRF LUF/IEP

LUF/ITL LUF/NLG LUF/ATS LUF/PTE LUF/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

Fonte: Comissão Europeia.Nota: Os desvios em relação à marca finlandesa referem-se ao período a partir de 14 de Outubro de 1996, enquanto os desvios em relação à lira italiana se referem ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

Quadro 9Luxemburgo: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) 17.0 13.5 15.4 13.7 14.0 18.1 15.9 15.9

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) . . . . . . . .

Exportações (bens e serviços)(d) 97.9 98.4 98.7 93.3 93.4 94.0 93.3 95.3

Importações (bens e serviços)(e) 96.4 99.0 94.0 88.9 85.2 85.2 83.5 85.5

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a. edição do Manual da Balança Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à balança

de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a percentagem das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens da UEBL foi de 70.4%; Direction of Trade Statistics

Yearbook 1997, FMI.(e) Em 1996, a percentagem das import.de bens intra-UE nas import.totais de bens da UEBL foi de 73.6%; Direction of Trade Statistics

Yearbook 1997, FMI.

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Quadro 10Luxemburgo: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 6.3 5.6 5.6 5.4 5.2 5.6

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

(a) Luxemburgo: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Luxemburgo: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC em relaçãoaos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 5

Difer.de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19975

6

7

8

9

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997-2

-1

0

1

2

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

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PAÍSES BAIXOS

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média de inflaçãodo IPCH nos Países Baixos situou-se em1.8%, ou seja muito abaixo do valor dereferência de 2.7%. O mesmo se verificoupara o conjunto do ano de 1997. Em 1996,a inflação média do IPCH situou-se em1.4% (ver Quadro 1). Nos dois últimosanos, a inflação do IPCH nos Países Baixostem revelado uma tendência ascendente,mantendo-se no entanto em níveis quesão geralmente considerados consistentescom a estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a evoluçãodos preços no consumidor nos PaísesBaixos, medida com base no IPC, atingiu ovalor máximo de 3.2% em 1992, antes dese reduzir para 1.9% em 1995. Desde essadata, a inflação tem mostrado umatendência ligeiramente ascendente (verGráfico 1). O contexto de taxas de inflaçãogeralmente moderadas reflecte a contínuaprossecução de políticas orientadas nosentido da estabilidade. Em especial, apolítica monetária tem continuado a serorientada no sentido da estabilidade depreços, sustentada pelo objectivo damanutenção da estabilidade da taxa decâmbio do florim holandês face ao marcoalemão, no quadro do MTC. Esta evoluçãogeral tem sido apoiada, nomeadamente,por políticas destinadas a incentivar amoderação salarial e a consolidaçãoorçamental. Além disso, o enquadramentomacro-económico tem contribuído para acontenção de pressões ascendentes sobreos preços, surgindo um desvio do produtonegativo em 1993 (ver Quadro 2). Maisrecentemente, o crescimento real do PIBacelerou e o desvio do produto estreitou-se . No entanto, apesar da maiorrestritividade das condições do mercadode trabalho, o crescimento salarial manteve-

se moderado, apesar de uma ligeiraaceleração em 1997, e o crescimento doscustos unitários de trabalho tem sido baixo.Os aumentos dos preços das importaçõesforam contidos durante quase toda adécada de 90, facilitando desta forma ocontrolo da inflação. Em 1997, a pressãoascendente sobre os preços no consumidoraumentou, resultado sobretudo de umasubida nos preços das importações.Verificam-se igualmente taxas de inflaçãobaixas quando medidas em termos deoutros índices de preços relevantes (verQuadro 2).

Numa análise à evolução recente eprevisões, os resultados da inflação dospreços no consumidor (medida comovariação percentual em relação ao mêshomólogo do ano anterior) indicam que astaxas de inflação mensais têm vindo adecrescer para um nível inferior a 2%, mashá alguns sinais de uma pressão imediatano sentido ascendente com base nasmedidas apresentadas no Quadro 3a. Asprevisões para a inflação sugerem taxas decerca de 2½% para 1998 e 1999 (verQuadro 3b). Neste período, os riscos paraa estabilidade de preços encontram-seassociados a condições mais rigorosas nomercado de trabalho e a um estreitamentodo desvio do produto.

Numa análise a mais longo prazo, amanutenção de um contexto conducenteà estabilidade de preços está relacionada,nos Países Baixos, com, nomeadamente, acondução de políticas orçamentais a médioe longo prazo; será igualmente importantemanter políticas nacionais destinadas aaumentar a concorrência nos mercados doproduto e a melhorar o funcionamentodos mercados de trabalho.

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Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público situou-se em 1.4%, ou sejamuito abaixo do valor de referência de 3%e o rácio da dívida foi 72.1%, isto é acimado valor de referência de 60%. Emcomparação com o ano anterior, o ráciodo défice reduziu-se em 0.9 pontospercentuais e o rácio da dívida diminuiu 5.1pontos percentuais. Em 1998, prevê-seque o rácio do défice aumente para 1.6%do PIB e que o rácio da dívida diminua para70.0%. Em 1996 e 1997, o rácio do déficenão excedeu o rácio da despesa públicaem investimento em relação ao PIB (verQuadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 a 1997, o rácio da dívida empercentagem do PIB nos Países Baixosreduziu-se 7.1 pontos percentuais: o rácioda dívida aumentou de 79.2% em 1990para 81.2% em 1993, mostrando umatendência descendente após aquela data,até se situar em 72.1% em 1997 (verGráfico 2a), isto é uma descida de 9.1pontos percentuais em quatro anos. Comose vê em pormenor no Gráfico 2b, osexcedentes pr imár ios não foramsuficientemente elevados durante a maiorparte do período até 1995 para compensaros efeitos de aumento da dívida provocadospor um diferencial crescimento/taxa dejuro negat ivo. Diversas operaçõesf inanceiras, resumidas sob o título”ajustamentos entre variações de posiçõese fluxos”, afectaram ocasionalmente adinâmica da dívida. Estes factores decarácter excepcional tiveram na sua maioriaum papel reduzido nas duas rubricasexercerem uma influência descendentesignificativa. A primeira, em 1994, esteverelacionada com a reforma financeira dosector da habitação social, e a segunda, em1997, verificou-se quando o Tesouro passoua uma posição de quase equilíbrio junto doDe Netherlandsche Bank e utilizou osprimeiros excedentes para proceder aoreembolso da dívida. Em 1996 e 1997, o

contexto macro-económico tornou-se maisfavorável: o crescimento do PIB reforçou-se, as taxas de juro médias reduziram-semarginalmente e os excedentes primáriosaumentaram, contribuindo assim para aqueda do rácio da dívida. Os padrõesobservados no início dos anos 90 podemser vistos como indicando as pressõesascendentes sobre o rácio da dívida quepodem surgir quando o excedente primárionão é suficientemente elevado paracompensar os efeitos de condiçõeseconómicas adversas. Neste contexto, devesalientar-se que a percentagem da dívidacom maturidade residual de curto prazotem sido baixa (embora crescente) nosanos 90 e que a maturidade médiapermaneceu globalmente estável npperíodo considerado (ver Quadro 5).Tendo em atenção o nível actual do rácioda dívida, os saldos orçamentais sãorelativamente insensíveis a variações nastaxas de juro. Por outro lado, a proporçãode dívida em moeda estrangeira énegl igenciável tornando os sa ldosorçamentais insensíveis a variações nastaxas de câmbio.

Durante a década de 90, pode observar-seum padrão inicialmente estável até 1995 esubsequentemente de melhoria deresultados no rácio défice em percentagemdo PIB. A partir de um rácio de 5.1% em1990, o défice oscilou entre 2.9% e 4.0%durante o período até 1995, diminuindoposteriormente para 2.3% em 1996 e para1.4% em 1997 (ver Gráfico 3a). A melhoriano rácio do défice foi modesta tendo emconta o enquadramento macro-económicofavorável. Tal como é apresentado commaior pormenor no Gráfico 3b, onde semostram as variações nos défices, osfactores cíclicos não desempenharam umpapel importante (à excepção de 1993).No entanto, as melhorias não-cíclicaspodem reflectir uma mudança ”estrutural”e duradoura no sentido de políticasorçamentais mais equilibradas e/ou diversasmedidas de efeito temporário. Os dadosdisponíveis sugerem que essas medidas

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temporárias tiveram um papel na reduçãodo défice em 1996, atingindo 0.6% do PIB,mas não foram importantes em 1997.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-se atravésdo Gráfico 4 que, entre 1990 e 1993, o rácioda despesa total subiu progressivamente,reflectindo principalmente um aumento nastransferências correntes (ver Quadro 6), nocontexto de um abrandamento da economiae desemprego mais elevado. Após 1993, orácio reduziu-se. No âmbito da recuperaçãoeconómica e da descida do desemprego, astransferências correntes diminuíramsubstancialmente em percentagem do PIB, omesmo acontecendo com todas as outrascategorias das despesas. No geral, o rácio dasdespesas em 1997 situou-se quase 5 pontospercentuais abaixo do nível registado em1990, reflectindo um movimento descendenteem todas as principais rubricas da despesapública. A continuação dessa tendênciadescendente parece requerer dar maiorrelevo às transferências correntes e aoconsumo público. As receitas públicas emrelação ao PIB mostraram também umaacentuada tendência ascendente até 1993,tendo porém diminuído após aquela datapara níveis inferiores aos observados noinício da década de 90, e crescendoligeiramente em 1997. Podem ter atingidoum nível prejudicial ao crescimentoeconómico.

De acordo com a estratégia de médio prazoda política orçamental holandesa, tal comofoi apresentada no Programa deConvergência para 1995-1998, actualizadoem Dezembro de 1996, prevê-se para1998 uma tendência decrescente ou deestabilização do rácio do défice e umatendência descendente do rácio da dívida.O resultado do rácio da dívida para 1997reflecte uma melhor actuação do que oprevisto no programa inicial para 1998. Nocontexto de um crescimento económicomais forte do que o previsto, o orçamentopara 1998 apresenta uma redução maissignificativa do rácio do défice do que a

apresentada no programa. Actualmente,não há evidência de medidas significativascom efeito temporário no orçamento de1998. Embora o programa actual não façaprevisões para além de 1998, as autoridadesholandesas comprometeram-se a cumpriro objectivo de médio prazo do Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, de ter uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária, o que implica a necessidadede uma acrescida consolidação orçamentalsubstancial em comparação com asprevisões para 1998.

No que respeita ao horizonte futuro para aredução do rácio da dívida para o valor dereferência de 60%, no caso de países ondeeste rácio é nitidamente superior a 60% masinferior a 80% do PIB, o IME apresentacálculos, como os indicados no Quadro 5.No pressuposto de que as posiçõesorçamentais globais e os rácios da dívidaprojectados pela Comissão Europeia para1998 são atingidos, alcançar um equilíbrioorçamental a partir de 1999 reduziria o rácioda dívida para menos de 60% em 2002. Esteresultado também seria alcançado mantendoo excedente primário em 1998 de 3.3% doPIB, mas a redução da dívida seria mais lenta.Pelo contrário, manter o défice global em1.6% do PIB prolongaria este processo até2005. Tais cálculos baseiam-se na hipótesenormativa de uma taxa de juro nominalconstante de 6% (4% de custo real médio dadívida pública e 2% de inflação) e na hipótesede crescimento real do PIB constante à taxade 3.1%, como estimado pela Comissão paraa tendência de crescimento real do PIB em1998. Não são considerados os ajustamentosentre variações de posições e fluxos. Emboraestes cálculos sejam puramente ilustrativos enão possam ser considerados como previsões,mostram a necessidade de progressossubstanciais adicionais na consolidação porforma a reduzir o rácio da dívida nos PaísesBaixos para um nível igual ou inferior a 60%do PIB dentro de um período de tempoapropriado.

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Justifica-se de facto, no caso dos PaísesBaixos, que seja salientada a necessidadede melhorar de forma considerável o ráciodo défice e manter a consolidação aolongo do tempo. Como se verificou nopassado, condições económicas menosfavoráveis do que as actualmente existentespoderão implicar um aumento do rácio dadívida. Além disso, tal como é salientadono Quadro 7, a partir de cerca do ano2010, antevê-se um acentuadoenvelhecimento da população. Embora osPaíses Baixos beneficiem de um sistema depensões consideravelmente capitalizado,cobrindo a maior parte dos empregadosdos sectores privado e público, subsisteainda um elevado número de pensões dasegurança socia l não capita l izadas ,prevendo-se um aumento da despesapública com as pensões em percentagemdo PIB, em especial se as políticas emrelação aos benefícios não sofreremalterações. A este respeito, espera-se queos esforços actualmente desenvolvidos nosentido de constituir ao longo do tempoum fundo de reserva possam reforçar osistema. A redução do encargo globaldecorrente do envelhecimento dapopulação será tanto mais facilitada quantomelhor for o estado das finanças públicasquando a s ituação demográf ica sedeteriorar.

Evolução cambial

O florim holandês participa no MTC desdea sua criação em 13 de Março de 1979, ouseja durante um período muito superior adois anos antes da análise (ver Quadro 8a).Como acima referido, a política monetáriaholandesa tem sido orientada no sentidoda estabilidade de preços, sustentada peloobjectivo da manutenção da estabilidadeda taxa de câmbio do florim holandês faceao marco alemão, no quadro do MTC. OsPaíses Baixos e a Alemanha firmaram umacordo segundo o qual a margem deflutuação entre o florim holandês e omarco alemão é fixada em ±2.25%.

Relativamente ao período de referência, deMarço de 1996 a Fevereiro de 1998, amoeda tem s ido normalmentetransaccionada próximo das taxas centraisem relação às outras moedas participantesno MTC e muito próxima das taxas dofranco belga, do marco alemão e do xelimaustríaco (ver Gráfico 6 e Quadro 8a).Ocasionalmente, o florim holandês foitransaccionado fora de um intervalopróximo das suas taxas centrais em relaçãoa diversas outras moedas participantes. Osdesvios máximos superior e inferior emrelação às taxas centrais, tendo por baseuma média móvel de 10 dias úteis, foramde 2.8% e -2.8%, respectivamente, àexcepção da tendência ascendenteautónoma da libra irlandesa (ver Quadro8a). Os episódios em que se verificaramesses desvios foram temporários, o graude volatilidade cambial face ao marcoalemão foi continuamente muito baixo(ver Quadro 8b) e os diferenciais da taxade juro de curto prazo em relação aospaíses da UE com as taxas de curto prazomais baixas foram insignificantes. Duranteo período de referência, os Países Baixosnão desvalorizaram a taxa central bilateralda sua moeda em relação à moeda denenhum outro Estado-membro.

Num contexto a mais longo prazo, asmedidas da taxa de câmbio efectiva real doflorim holandês face às moedas dos Estados-membros participantes no MTC, ilustradasno Quadro 9, sugerem que os níveisactuais se encontram próximo de valoreshistóricos. Quanto a outros factores daevolução externa, os Países Baixosmantiveram grandes excedentes da balançade transacções correntes e umaconsiderável posição activa líquida sobre oexterior (ver Quadro 10). Convémigualmente recordar que os Países Baixossão uma pequena economia aberta com,de acordo com os últ imos dadosdisponíveis, um rácio de comércio externoem relação ao PIB de 63% para asexportações e de 56% para as importaçõese uma percentagem do comércio intra-UE

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de 78% para as exportações e de 60% paraas importações.

Evolução das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência de Fevereirode 1997 a Janeiro de 1998, as taxas de jurode longo prazo nos Países Baixos foram emmédia de 5.5%, situando-se muito abaixodo valor de referência relativo ao critériodas taxas de juro de 7.8%, estipulado combase nos três Estados-membros commelhores resultados em termos deestabilidade de preços. O mesmo seregistou no conjunto do ano de 1997,assim como de 1996 (ver Quadro 11).

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma tendência globalmentedecrescente desde o início da década de90 (ver Gráfico 7a). Durante a maior partedo período desde o início da presentedécada, tem-se observado uma acentuadaconvergência entre as taxas de juro delongo prazo holandesas e os níveisprevalecentes nos Estados-membros daUE com as taxas de rendibilidade dasobrigações mais baixas; mais recentemente,o diferencial (tipicamente negativo) situou-se perto de zero (ver Gráfico 7b). Osprincipais factores subjacentes a estatendência foram a taxa de inflaçãocomparativamente baixa, a estabilidade dataxa de câmbio do florim holandês, aprossecução de uma política monetáriaidêntica à seguida nos países acimamencionados e a melhoria da posiçãoorçamental. Mais recentemente, o aumentomoderado das pressões inflacionistas nãoteve uma influência significativa nasperspectivas gerais do mercado financeirorelativamente aos Países Baixos.

Conclusão

Durante o período de referência, os PaísesBaixos registaram uma taxa de inflação doIPCH de 1.8%, ou seja muito abaixo do valor

de referência estipulado pelo Tratado. Ocrescimento dos custos unitários de trabalhofoi moderado, verificando-se geralmente taxasde inflação baixas quando medidas em termosde outros índices de preços relevantes. Numaanálise prospectiva, há alguns sinais de pressãoimediata no sentido ascendente sobre ainflação; as previsões apontam para umasubida da inflação para cerca de 2½% em1998 e 1999. O florim holandês temparticipado no MTC por um período muitosuperior a dois anos. Durante o período dereferência, a moeda manteve-se globalmenteestável, em geral próximo das inalteradasparidades centrais, sem necessidade demedidas destinadas a apoiar a taxa de câmbio.O nível das taxas de juro de longo prazosituou-se em 5.5%, portanto muito abaixodo respectivo valor de referência.

Em 1997, os Países Baixos alcançaram umrácio do défice orçamental de 1.4% do PIB,ou seja muito abaixo do valor de referência,prevendo-se uma subida para 1.6% em1998. O rácio da dívida em relação ao PIBsitua-se acima do valor de referência de60%: depois de ter atingido um nívelmáximo em 1993, o rácio reduziu-se 9.1pontos percentuais para 72.1% em 1997.No que se refere à sustentabilidade daevolução orçamental, as previsões apontampara uma redução do rácio da dívida para70.0% do PIB em 1998. Numa análise amais longo prazo, a manutenção do ráciodo défice aos níveis actuais não serásuficiente para reduzir o rácio da dívidapara 60% do PIB, dentro de um período detempo adequado, sugerindo assim anecessidade de progressos substanciaisadicionais na consolidação. O Pacto deEstabilidade e Crescimento requer também,como objectivo de médio prazo, umaposição orçamental próxima do equilíbrioou excedentária. Dado que o actual rácioda dívida se situa acima de 70% do PIB,atingir a posição orçamental prevista para1998 e um orçamento equilibrado apósaquela data reduziria o rácio da dívida paraum valor inferior a 60% no ano 2002.

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Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice não excedeu orácio do investimento público em relaçãoao PIB e os Países Baixos mantiveramgrandes excedentes da balança de

transacções correntes, bem como umaposição externa líquida positiva. Nocontexto do envelhecimento da população,os Países Baixos beneficiam de um sistemade pensões consideravelmente capitalizado.

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PAÍSES BAIXOS

I Evolução dos preçosQuadro 1 Países Baixos: Inflação IPCHGráfico 1 Países Baixos: Evolução dos preçosQuadro 2 Países Baixos: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Países Baixos: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes do índice de preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Países Baixos: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Países Baixos: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Países Baixos: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectosestruturais

Gráfico 3 Países Baixos: Excedente / Défice do sector público administrativo(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Países Baixos: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Países Baixos: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 5 Países Baixos: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos

para os rácios dos saldos orçamentaisQuadro 7 Países Baixos: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) Países Baixos: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o NLGGráfico 6 Florim holandês: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Florim holandês: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados membros participantes no MTCQuadro 10 Países Baixos: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 Países Baixos: Taxas de juro de longo prazoGráfico 7 (a) Países Baixos: Taxa de juro de longo prazo

(b) Países Baixos: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflaçãodo IPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Países Baixos: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 1.4 1.9 2.5 2.2 1.6 1.8

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Países Baixos: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 2Países Baixos: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 2.4 3.1 3.2 2.6 2.8 1.9 2.0 2.2IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(b) 2.1 2.6 2.6 2.4 2.4 1.8 1.5 2.2Deflator do consumo privado 2.2 3.2 3.1 2.1 2.8 1.5 1.3 1.8Deflator do PIB 2.4 2.7 2.2 2.0 2.2 1.7 1.3 1.7Preços no produtor -0.6 1.5 0.4 -1.0 0.7 2.6 1.7 1.9Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 4.1 2.3 2.0 0.8 3.2 2.3 3.3 3.3Desvio do produto (p.p.) 2.2 1.8 1.1 -0.8 -0.4 -1.0 -0.7 -0.4Taxa de desemprego (%) 6.0 5.4 5.3 6.4 7.5 7.0 6.6 5.9Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 1.7 3.9 3.1 2.2 -1.3 1.2 0.2 0.1Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 2.8 3.8 4.0 3.0 1.5 1.6 1.3 2.5Produtividade do trabalho, conj. da economia 1.0 -0.1 0.9 0.8 2.8 0.4 1.1 2.4Deflator dos preços das importações -1.3 0.4 -1.4 -2.3 0.1 0.9 0.7 3.2Apreciação cambial(c) 4.0 -0.8 2.3 2.8 0.3 4.2 -1.9 -4.5Agregado monetário alargado (M3H)(d) 9.9 6.0 6.4 6.7 4.4 0.7 6.1 7.0Preços das acções -10.0 2.3 8.4 14.3 22.3 6.7 26.8 49.4Preços da habitação 2.0 2.6 8.3 8.3 8.7 3.6 10.3 6.8

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais. Custos unitários de trabalho, remuneração por trabalhador e produtividade do trabalho: economia de

mercado.(c) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(d) Dados nacionais harmonizados.

Quadro 3Países Baixos: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 2.4 2.3 2.5 2.3 1.8Var. na média dos últimos 3 meses em relação aos 3 meses

anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 2.3 2.3 3.2 3.3 2.0Var. na média dos últimos 6 meses em relação aos 6 meses

anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 2.1 2.2 2.2 2.5 2.5

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999

Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 2.3 2.5OCDE (Dezembro de 1997), deflator do consumo privado 2.3 2.4FMI (Outubro 1997), IPC 2.3 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

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203

Quadro 4Países Baixos: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -2.3 -1.4 -1.6

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) 0.4 1.4 .

Dívida bruta do sector público administrativo 77.2 72.1 70.0

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que a despesa em investimento.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

70

75

80

85

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

Gráfico 2

Países Baixos: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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Quadro 5Países Baixos: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB) 79.2 79.0 80.0 81.2 77.9 79.1 77.2 72.1

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0

Moeda estrangeira 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0

Detida por nacionais (% do total) 86.0 83.8 80.3 77.8 83.1 80.0 82.3 .

Maturidade média(a) (anos) . 5.6 6.3 6.8 6.9 6.9 6.4 5.5

Compos. por maturidades(a) (% do total)

Curto-prazo(b) (<1 ano) . . 3.7 8.5 7.3 3.7 1.3 6.7

Médio-prazo (1-5 anos) . . 32.1 23.6 27.9 31.7 30.6 30.3

Longo-prazo (>5 anos) . . 64.1 67.9 64.9 64.6 68.1 63.0

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual. Apenas dívida da Administração Central.(b) Incluindo a dívida a curto prazo e a dívida associada a taxas de juro de curto prazo.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-2

-1

0

1

2

3

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Países Baixos: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

45

50

55

60

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Países Baixos: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

Quadro 6Países Baixos: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 50.2 52.8 52.5 53.3 50.6 49.0 48.7 49.2

Impostos 28.0 29.4 28.8 29.8 27.1 26.0 26.8 26.8

Contribuições para a segurança social 17.1 18.0 18.6 18.6 19.2 19.1 18.1 18.9

Outras receitas correntes 5.1 5.4 5.0 4.8 4.2 3.9 3.8 3.5

Despesa total 55.3 55.7 56.4 56.5 54.4 53.0 51.0 50.5

Transferências correntes 31.2 31.8 32.3 32.4 31.2 29.7 28.9 28.7

Pagamentos de juros efectivos 6.0 6.2 6.3 6.3 5.9 6.0 5.6 5.3

Consumo público 14.6 14.5 14.7 14.9 14.5 14.4 14.1 14.1

Despesas de capital líquidas 3.5 3.2 3.0 2.9 2.8 2.9 2.3 2.4

Excedente (+) ou défice (-) -5.1 -2.9 -3.9 -3.2 -3.8 -4.0 -2.3 -1.4

Saldo primário 0.9 3.3 2.4 3.0 2.1 2.0 3.3 3.9

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público (a) . . . -0.5 -1.1 -1.3 0.4 1.4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior à despesa em investimento.

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1998 1999 2000 2001 2002

55

60

65

70

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. Nota: Os três cenários pressupõem que o rácio da dívida em 1998 é de 70% do PIB, de acordo com as previsões, e que o saldo global de -1.6% do PIB ou o saldo primário de 3.3% do PIB em 1998 permanecem constantes no período considerado (em percentagem do PIB), ou, em alternativa, que o equilíbrio orçamental se mantém a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de crescimento real do PIB de 3.1% em 1998, de acordo com as estimativas da Comissão; uma taxa de inflação de 2%; e, no cenário de um saldo primário constante, a taxa de juro nominal será de 6%. Não foram considerados os ajustamentos entre variação de posições e fluxos.

Gráfico 5

Países Baixos: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos para o rácio dos saldos orçamentais(em percentagem do PIB)

Saldo global constante Saldo primário constante Orçamento equilibrado

Quadro 7Países Baixos: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 19.1 20.8 24.2 33.9 45.1

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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Quadro 8(a) Países Baixos: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 13 de Março de 1979

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Franco belga 0.5 -0.1

Coroa dinamarquesa 2.0 -0.3

Marco alemão 0.8 -0.0

Peseta espanhola 0.5 -1.7

Franco francês 2.8 -0.3

Libra irlandesa 4.6 -10.5

Lira italiana 1.3 -1.7

Xelim austríaco 0.8 -0.0

Escudo português 1.8 -2.5

Marca finlandesa -0.2 -2.8

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios face à marca finlandesa referem-se ao período

a partir de 14 de Outubro de 1996; os desvios face à lira italiana referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o florim holandês

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 0.5 0.5 0.3 0.3 0.4 0.3 0.2 0.1

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) -0.6 -0.5 -0.4 -0.2 -0.1 0.0 0.0 -0.1

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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Quadro 9Florim holandês: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relaçãoaos Estados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC -3.1 -0.3 -3.2

Baseadas no IPP/IPG 3.9 2.5 3.2

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal 11.9 1.8 4.8

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

Florim holandês: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 Fevereiro de 1998)

Gráfico 6

NLG/BEF NLG/DKK NLG/DEM NLG/ESP NLG/FRF

NLG/IEP NLG/ITL NLG/ATS NLG/PTE NLG/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

0

5

-15

-10

-5

10

15

Fonte: Comissão Europeia. Nota: Os desvios em relação à marca finlandesa referem-se ao período a partir de 14 de Outubro de 1996, enquanto os desvios em relação à lira italiana se referem ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

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Quadro 10Países Baixos: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) 3.2 2.6 2.3 4.4 5.3 5.9 5.2 7.3

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) 20.9 20.9 17.7 19.8 16.9 13.4 . .

Exportações (bens e serviços)(d) 54.2 55.4 55.9 56.3 58.2 60.9 61.7 63.2

Importações (bens e serviços)(e) 49.5 50.4 50.4 49.0 50.7 53.1 54.2 55.7

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à balança

de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a percentagem das exportações de bens intra-UE nas exportações totais de bens nacionais foi de 78.1%; Direction of Trade

Statistics Yearbook 1997, FMI.(e) Em 1996, a percentagem das importações de bens intra-UE nas importações totais de bens nacionais foi de 60.0%; Direction of Trade

Statistics Yearbook 1997, FMI.

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Quadro 11Países Baixos: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 6.2 5.6 5.5 5.3 5.1 5.5

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

(a) Países Baixos: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Países Baixos: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPCem relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 7

Difer.de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19974

5

6

7

8

9

10

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997-2

-1

0

1

2

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

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ÁUSTRIA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média de inflaçãodo IPCH na Áustria situou-se em 1.1%, ouseja muito abaixo do valor de referênciade 2.7%. O mesmo se verificou para oconjunto do ano de 1997. Em 1996, ainflação média do IPCH foi de 1.8% (verQuadro 1). Nos dois últimos anos, ainflação do IPCH na Áustria tem-se situadoem níveis que são geralmente consideradosconsistentes com a estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a inflação dospreços no consumidor na Áustria, medidacom base no IPC, tem prosseguido umatrajectória descendente desde 1992 (verGráfico 1). A inflação atingiu o nível máximode 4.1% em 1992, antes de se reduzir nosanos subsequentes. Esta experiência detaxas de inflação decrescentes reflecte aprossecução de políticas orientadas nosentido da estabilidade de preços. A políticamonetár ia tem cont inuado a serdeterminada pelo objectivo de estreitaligação entre o xelim austríaco e o marcoalemão, desde Janeiro de 1995 no quadrodo MTC. Esta orientação geral tem sidotambém reforçada por políticas destinadasa incentivar a moderação salarial, por umaconcorrência acrescida nos preços externosna sequência da adesão da Áustria à UEem 1995 e pelos esforços de consolidaçãoorçamental. Além disso, o enquadramentomacro-económico contribuiu para acontenção de pressões ascendentes sobreos preços. Em especial, no contexto de umabrandamento da actividade económicaem 1992-1993 e de um crescimentomodesto do PIB desde essa data, surgiugradualmente um desvio do produtonegativo (ver Quadro 2). Neste âmbito,ver i f icou-se um abrandamento nocrescimento das remunerações portrabalhador e contenção no aumento dos

custos unitários de trabalho desde 1994.Preços das importações globalmenteestáveis ajudaram a conter as pressõesinflacionistas. Em termos de outros índicesde preços re levantes , ver i f icam-seigualmente taxas de inflação baixas (verQuadro 2).

Numa análise à evolução recente e àsprevisões, os resultados da inflação dospreços no consumidor (medida em variaçãopercentual relativamente ao mês homólogodo ano anterior) indicam que as taxas deinflação mensais se têm mantido estáveisem torno de 1%, havendo porém algunssinais de pressões no sentido ascendentecom base nas medidas apresentadas noQuadro 3a. As previsões para a inflaçãosugerem taxas de cerca de 1½% para 1998e 1999 (ver Quadro 3b).

Numa análise a mais longo prazo, amanutenção de um contexto conducenteà estabilidade de preços está relacionada,na Áustria, nomeadamente com a conduçãode políticas orçamentais a médio e longoprazo; será igualmente importante o reforçodas políticas nacionais destinadas aaumentar a concorrência nos mercados doproduto e a melhorar o funcionamentodos mercados de trabalho.

Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público situou-se em 2.5%, ou sejaabaixo do valor de referência de 3%, e orácio da dívida situou-se em 66.1%, isto éacima do valor de referência de 60%. Emcomparação com o ano anterior, o ráciodo défice reduziu-se 1.5 pontos percentuaise o rácio da dívida diminuiu 3.4 pontospercentuais. Para 1998, antevê-se umadescida do rácio do défice para 2.3% e umdecréscimo do rácio da dívida para 64.7%.Em 1996, o rácio do défice excedeu o

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rácio da despesa pública em investimentoem percentagem do PIB, enquanto em1997 o rácio do défice deverá servirtualmente idênt ico ao rácio doinvestimento (ver Quadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 a 1997, o rácio da dívida empercentagem do PIB na Áustria aumentou8.2 pontos percentuais: até 1992, o rácioda dívida tinha-se mantido estável emcerca de 58%, tendo aumentado todos osanos após aquela data, até atingir 69.5%em 1996, reduzindo-se depois para 66.1%em 1997 (ver Gráfico 2a), isto é umadescida de 3.4 pontos percentuais numano. Como é apresentado em pormenorno Gráfico 2b, os excedentes primários em1991-92 foram suficientemente elevadospara compensar as pressões ascendentesexercidas por outros factores sobre orác io da dív ida . Porém, em anossubsequentes, deixaram de se verificarexcedentes primários, e o diferencialnegativo crescimento/taxa de juro, bemcomo diversas rubricas de ”ajustamentoentre variações de posições e fluxos”,causaram um aumento do rácio da dívida.Esta tendência inverteu-se apenas em 1997,em grande parte em resultado de receitasdas privatizações, alienação de passivosfinanceiros e reclassificação no sectorprivado de determinadas empresas públicas(ver rubricas de ”ajustamento entrevariações de posições e fluxos”). Os padrõesobservados durante os anos 90 podem servistos como indicando os riscos para orácio da dívida que podem surgir de umdiferencial desfavorável crescimento/taxade juro e de um excedente primário quenão seja suficientemente elevado paracompensar os efeitos do enquadramentomacro-económico sobre a dívida. Nestecontexto, deve sa l ientar-se que apercentagem da dívida com maturidaderesidual de curto prazo é considerável eque a maturidade média tendeu a decrescer(ver Quadro 5). Em relação a 1997, tendoem atenção o nível actual do rácio dadív ida , os sa ldos orçamenta is são

relativamente insensíveis a variações nastaxas de juro. Por outro lado, a proporçãode dívida em moeda estrangeira érelat ivamente elevada e os saldosorçamentais são em princípio relativamentesensíveis a variações nas taxas de câmbio,embora uma grande parte desta dívidadeva vir a ser redenominada em euro.

Durante a década de 90, pode observar-seno rácio do défice em percentagem do PIBum padrão inicialmente estável, depois dedeterioração e subsequentemente demelhoria de resultados. A partir de umrácio de 2.4% em 1990, o défice evoluiupara 2% em 1992, deteriorando-seposteriormente até atingir um nível máximode 5.2% do PIB em 1995. Por fim, registou-se uma evolução favorável nos dois últimosanos, com uma redução do rácio para 2.5%em 1997 (ver Gráfico 3a). Tal como éapresentado com maior pormenor noGráfico 3b, onde se mostram as variaçõesnos défices, os factores cíclicos contribuírampara este significativo aumento no déficeem 1993, reflectindo o desaparecimentoda expansão verificada nos anos anteriores,mas desempenharam um papel menosimportante após aquela data. As alteraçõessignificativas que se registaram nos déficesg lobais foram, pelo contrár io ,principalmente atribuíveis a factores ”não-cíclicos”, quer com o aumento dos défices,quer, mais recentemente, no contexto dasua redução. No entanto, as melhorias nãocíclicas podem reflectir uma mudança”estrutural” duradoura no sentido depolíticas orçamentais mais equilibradas e/ou diversas medidas de efeito temporário.Os dados disponíveis sugerem que essasmedidas temporárias reduziram o défice0.5% em 1997, o que compara com 0.2%do PIB em 1996. Como estas medidas em1997 tiveram parcialmente um carácter”auto-reversivo”, medidas compensatóriasjá introduzidas no orçamento de 1988deverão dar os resultados esperados em1998 por forma a manter os saldosorçamentais na trajectória planeada; alémdisso, são necessár ias medidas

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compensatórias adicionais no futuro,quando os efeitos de auto-reversivos setiverem anulado.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que, entre 1990 e1995, o rácio da despesa pública totalcresceu de forma significativa. Este aumentodeveu-se principalmente a uma forte subidanas transferências correntes e no consumopúblico em percentagem do PIB (verQuadro 6). Posteriormente, o rácio dadespesa diminuiu, em resultado de reduçõesem todas as rúbricas da despesa em relaçãoao PIB. No geral, o rácio da despesa em1997 situou-se 3.0 pontos percentuaisacima do nível registado em 1990, devido atransferências correntes e consumo públicomais e levados . Neste contexto, acontinuação do recente movimentodescendente do rácio da despesa e atingirníveis idênticos ou inferiores aos registadosno início da década de 90, parece requererajustamentos adicionais em termos querdas transferências, quer do consumopúblico. Depois de 1994, as receitas públicasem percentagem do PIB aumentaram em1997 e o rácio das receitas foi 3.0 pontospercentuais superior ao verificado em 1990,podendo ter-se aproximado de um nívelprejudicial ao crescimento económico.

De acordo com a estratégia de médio prazoda política orçamental austríaca, tal comofoi apresentada no Programa deConvergência para 1997-2000, actualizadoem Outubro de 1997, prevê-se para 1998uma redução do rácio do défice orçamentale do rácio da dívida. O orçamento para1998 está em sintonia com o programa eas previsões da Comissão são ligeiramentemais favoráveis. O orçamento inclui planospara a adopção de medidas orçamentaisdestinadas a promover o emprego semaumentar as taxas dos impostos ou oscustos de trabalho não sa lar ia is .Actualmente, não há evidência de medidassignificativas com efeito temporário noorçamento de 1998. De acordo com os

planos actuais, o rácio do défice globaldeverá situar-se no ano 2000 um poucoabaixo de 2% e o rácio da dívida um poucoabaixo de 65% do PIB. Tal implica, dealguma forma, uma melhoria mais rápidadas finanças públicas do que o contempladono programa anterior. Em comparaçãocom os saldos orçamentais previstos noPrograma de Convergência para 1999-2000, é necessária uma consolidaçãosubstancial adicional, a fim de cumprir oobjectivo de médio prazo do Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, de ter uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

No que respeita ao horizonte futuro para aredução do rácio da dívida para o valor dereferência de 60%, nos países onde esserácio é nitidamente superior a 60% masinferior a 80% do PIB, o IME apresentacálculos, detalhados no Gráfico 5. Partindodo pressuposto de que são alcançados asposições orçamentais globais e os ráciosda dívida projectados pela ComissãoEuropeia para 1998, alcançar um orçamentoequilibrado a partir de 1999 reduziria orácio da dívida para menos de 60% do PIBlogo no ano 2000. Pelo contrário, manterconstantes nos anos subsequentes os saldosglobais e primários de -2.3% e 1.7% do PIBimplicaria uma trajectória mais lenta deredução da dívida e geraria um rácio dadívida inferior a 60% em 2010 e 2004,respectivamente. Tais cálculos baseiam-sena hipótese normativa de uma taxa de juronominal constante de 6% (4% de custo realmédio da dívida pública e 2% de inflação) ena hipótese de um crescimento real do PIBconstante à taxa de 2.5%, como estimadopela Comissão para a tendência decrescimento real do PIB em 1998. Não sãoconsiderados os ajustamentos entrevariações de posições e fluxos. Embora taiscálculos sejam puramente ilustrativos, nãopodendo de forma alguma ser consideradoscomo previsões, mostram a necessidadede progressos adicionais substanciais naconsolidação a fim de fazer reduzir o rácio

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da dívida para um nível igual ou inferior a60% do PIB, num prazo adequado.

Justifica-se de facto, no caso da Áustria,que seja salientada a necessidade demelhorar de forma considerável o rácio dodéfice e manter a consolidação ao longodo tempo, uma vez que é necessário ummaior espaço de manobra para enfrentaros desafios orçamentais futuros. Tal como ésalientado no Quadro 7, a partir de cercado ano 2010, antevê-se um acentuadoenvelhecimento da população e, nocontexto de um sistema de pensões nãocapitalizado, prevê-se um aumento dasdespesas públicas com as pensões empercentagem do PIB, em especial se aspol í t icas em relação aosbenefíciospermanecerem inalteradas. Aredução do encargo global decorrente doenvelhecimento da população será tantomais facilitada quanto melhor for o estadodas finanças públicas, quando a situaçãodemográfica se deteriorar.

Evolução cambial

O xelim austríaco participa no MTC desde9 de Janeiro de 1995, ou seja durante umperíodo superior a dois anos antes daanálise (ver Quadro 8a). Como acimareferido, a política monetária austríaca temcontinuado a ser determinada peloobjectivo de estreita ligação entre o xelimaustríaco e o marco alemão, desde Janeirode 1995 no quadro do MTC. Relativamenteao período de referência de Março de 1996a Fevereiro de 1998, a moeda tem sidonormalmente transaccionada próximo dastaxas centrais em relação às outras moedasparticipantes no MTC e a um nível muitopróximo das taxas centrais face ao francobelga, marco alemão e florim holandês (verGráfico 6 e Quadro 8a). Ocasionalmente,o xelim austríaco foi transaccionado forade um intervalo próximo das suas taxascentrais em relação a diversas outrasmoedas participantes. Os desvios máximossuperior e inferior das taxas centrais, tendo

por base uma média móvel de 10 diasúteis, foram 2.2% e -2.9%, respectivamente,à excepção da tendência ascendenteautónoma da libra irlandesa (ver Quadro8a). Os episódios em que tais desvios severificaram foram temporários, o grau devolatilidade cambial face ao marco alemãofoi continuamente muito baixo (ver Quadro8b) e os diferenciais de taxa de juro decurto prazo em relação aos países da UEcom as taxas de curto prazo mais baixasforam insignificantes. Durante o períodode referência, a Áustria não desvalorizou ataxa central bilateral da sua moeda emrelação à moeda de nenhum outro Estado-membro.

Num contexto a mais longo prazo, asmedidas da taxa de câmbio efectiva real doxelim austríaco face às moedas dos Estados-membros participantes no MTC, ilustradasno Quadro 9, sugerem que os níveisactuais se encontram próximo de valoreshistóricos. Quanto a outros factores deevolução externa, a balança de transacçõescorrentes tornou-se negativa durante osanos 90, o que contribuiu para um aumentodas responsabilidades líquidas sobre oexterior (ver Quadro 10). Convémigualmente recordar que a Áustria é umapequena economia aberta com, de acordocom os últimos dados disponíveis, umrácio de comércio externo em relação aoPIB de 49% para as exportações e 48%para as importações, e uma percentagemdo comércio intra-UE de 60% para asexportações e de 75% para as importações.

Evolução das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência de Fevereirode 1997 a Janeiro de 1998, as taxas de jurode longo prazo na Áustria foram, em média,de 5.6% situando-se muito abaixo do valorde referência relativo ao critério das taxasde juro de 7.8%, estipulado com base nostrês Estados-membros com melhoresresultados em termos de estabilidade depreços. O mesmo se registou no conjunto

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do ano de 1997, assim como em 1996 (verQuadro 11).

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma tendência globalmentedescendente desde o início da década de90 (ver Gráfico 7a), ao mesmo tempo quese tem observado uma acentuadaconvergência entre as taxas de juro delongo prazo austríacas e os níveisprevalecentes nos Estados-membros daUE com as menores taxas de rendibilidadedas obrigações, com diferencial a situar-setipicamente à volta do zero (ver Gráfico7b). Os principais factores subjacentes aesta tendência foram as taxas de inflaçãocomparativamente baixas, a relativaestabilidade da taxa de câmbio do xelimaustríaco, a prossecução de uma orientaçãoda política monetária idêntica à prosseguidanos países acima mencionados e, maisrecentemente, a melhoria gradual dasfinanças públicas do país.

Conclusão

Durante o período de referência, a Áustriaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.1%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado e umadas três taxas de inflação mais baixas naUnião. Os custos unitários de trabalhomantiveram-se globalmente estáveisdurante o período de referência, tendodiminuindo em 1996, verif icando-seigualmente taxas de inflação baixas quandomedidas em termos de outros índices depreços re levantes . Numa anál i seprospectiva, há alguns sinais de pressão nosentido ascendente sobre a inflação. Oxelim austríaco tem participado no MTCpor um período muito superior a doisanos. Durante o período de referência, amoeda manteve-se globalmente estável,

em geral próximo das inalteradas paridadescentrais, sem necessidade de medidasdestinadas a apoiar a taxa de câmbio. Onível das taxas de juro de longo prazosituou-se em 5.6%, ou seja muito abaixodo respectivo valor de referência.

Em 1997, a Áustria alcançou um rácio dodéfice orçamental de 2.5% em 1997, ouseja abaixo do valor de referência,prevendo-se uma redução para 2.3% em1998. O rácio da dívida em relação ao PIBsitua-se acima do valor de referência de60%. Depois de ter atingido um nívelmáximo em 1996, o rácio reduziu-se 3.4pontos percentuais para 66.1% em 1997.No que se refere à sustentabilidade daevolução orçamental, as previsões apontampara uma redução do rácio da dívida para64.7% do PIB em 1998. Numa análise amais longo prazo, a manutenção do ráciodo défice aos níveis actuais não serásuficiente para reduzir o rácio da dívidapara 60% do PIB, dentro de um período detempo adequado, sugerindo assim anecessidade de progressos substanciaisadicionais na consolidação. O Pacto deEstabilidade e Crescimento requer também,como objectivo de médio prazo, umaposição orçamental próxima do equilíbrioou excedentária. Dado que o actual rácioda dívida se situa acima de 65% do PIB,atingir a posição orçamental prevista para1998 e um orçamento equilibrado apósaquela data reduziria o rácio da dívida paraum valor inferior a 60% do PIB já no ano2000.

Relativamente a outros factores, o rácio dodéfice excedeu o rácio do investimentopúblico em relação ao PIB em 1996,enquanto que em 1997 a diferença foipróxima do zero; a Áustria manteve déficesda balança de transacções correntes e umaposição externa líquida negativa.

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ÁUSTRIA

I Evolução dos preçosQuadro1 Áustria: Inflação IPCHGráfico 1 Áustria: Evolução dos preçosQuadro 2 Áustria: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Áustria: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Áustria: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Áustria: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Áustria: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturaisGráfico 3 Áustria: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Áustria: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Áustria: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 5 Áustria: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos

para o rácio dos saldos orçamentaisQuadro 7 Áustria: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) Áustria: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o xelim austríacoGráfico 6 Xelim austríaco: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Xelim austríaco: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados-Membros participantes no MTCQuadro 10 Áustria: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 Áustria: Taxas de juro de longo prazoGráfico 7 (a) Áustria: Taxa de juro de longo prazo

(b) Áustria: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPCem relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Áustria: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 1.8 1.2 1.1 1.0 1.1 1.1

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

-1

0

1

2

3

4

5

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Áustria: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 2Áustria: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 3.3 3.3 4.1 3.6 3.0 2.2 1.9 1.3IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(b) 3.3 3.3 3.9 3.6 2.8 1.7 1.7 1.2Deflator do consumo privado 3.5 3.0 3.9 3.3 3.3 1.5 2.5 1.8Deflator do PIB 3.4 3.7 4.3 2.8 2.8 2.1 2.1 1.4Preços no produtor(c) 2.9 0.8 -0.2 -0.4 1.3 0.4 0.0 0.4Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 4.6 3.4 1.3 0.5 2.5 2.1 1.6 2.5Desvio do produto (p.p.) 2.0 2.9 1.8 -0.1 0.0 -0.3 -1.1 -1.0Taxa de desemprego (%) - - - - 3.8 3.9 4.4 4.4Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 2.8 4.5 4.8 3.5 0.8 1.1 -0.5 0.0Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 5.5 6.3 5.8 4.6 3.3 3.0 1.6 1.5Produtividade do trabalho, conj. da economia 2.6 1.8 0.9 1.0 2.5 1.9 2.1 1.6Deflator dos preços das importações 0.5 1.0 0.0 0.7 0.8 1.0 1.2 0.7Apreciação cambial(d) 3.4 -0.7 2.0 2.1 0.0 3.5 -1.6 -2.7Agregado monetário alargado (M3H)(e) 14.3 13.4 9.3 4.0 6.3 6.1 5.7 2.7Preços das acções 64.7 -16.7 -20.6 -2.4 14.7 -13.4 4.8 13.8Preços da habitação . . . . . . -1.4 -1.7

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Preços por grosso.(d) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(e) Dados nacionais harmonizados; média anual.

Quadro 3Áustria: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 1.0 1.1 1.0 1.0 1.2Variação na média dos últimos 3 meses em relação aos

3 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade -2.5 0.0 4.1 5.9 4.5Variação na média dos últimos 6 meses em relação aos

6 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 0.1 0.2 0.2 0.5 1.2

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999

Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 1.3 1.5OCDE (Dezembro 1997), deflator do consumo privado 1.5 1.6FMI (Outubro 1997), IPC 1.6 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

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Quadro 4Áustria: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -4.0 -2.5 -2.3

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) -1.2 0.1 .

Dívida bruta do sector público administrativo 69.5 66.1 64.7

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que as despesas em investimento.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

55

60

65

70

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-6

-4

-2

0

2

4

6

Gráfico 2

Áustria: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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Quadro 5Áustria: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB ) 57.9 58.1 58.0 62.7 65.4 69.2 69.5 66.1

Composição por moeda(a) (% do total)

Moeda nacional 84.3 84.2 82.6 80.8 77.5 76.3 76.5 79.7

Moeda estrangeira 15.7 15.8 17.4 19.2 22.5 23.7 23.5 20.3

Detida por nacionais(b) (% do total) 81.5 80.7 77.8 73.1 73.3 69.7 71.3 .

Maturidade média(c) (anos) 7.7 7.1 6.7 6.2 6.2 6.2 6.1 5.9

Compos. por maturidades(d) (% do total)

Curto-prazo (<1 ano) . . . . . . 8.6 10.7

Médio-prazo (1-5 anos) . . . . . . 36.4 40.2

Longo-prazo (>5 anos) . . . . . . 55.0 49.1

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Para 1990-93, apenas Governo Federal. Para 1997, valor estimado.(b) Para 1990-93, dívida do Governo Federal; para 1994-96, dívida do sector público; todas as posições são parcialmente estimadas.(c) Maturidade residual. Apenas dívida do Governo Federal.(d) Maturidade residual. Apenas dívida do Governo Federal; dívida associada a taxas de juro de curto prazo de acordo com a maturidade.

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1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

-2

-1

0

1

2

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Áustria: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

45

50

55

60

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Áustria: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

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Quadro 6Áustria: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 47.8 48.3 50.0 50.7 49.4 50.0 50.7 50.8

Impostos 27.7 28.0 28.7 29.0 27.4 27.8 29.1 29.7

Contribuições para a segurança social 15.7 15.8 16.4 17.1 17.5 17.6 17.5 17.1

Outras receitas correntes 4.4 4.5 4.9 4.6 4.5 4.6 4.1 4.0

Despesa total 50.2 51.3 52.0 54.9 54.3 55.2 54.6 53.2

Transferências correntes 22.9 23.4 23.6 25.4 25.0 26.0 26.1 25.6

Pagamentos de juros efectivos 4.0 4.2 4.3 4.3 4.1 4.4 4.4 4.1

Consumo público 18.6 18.9 19.4 20.2 20.3 20.1 19.8 19.4

Despesas de capital líquidas 4.7 4.8 4.7 5.0 4.9 4.7 4.3 4.1

Excedente (+) ou défice (-) -2.4 -3.0 -2.0 -4.2 -5.0 -5.2 -4.0 -2.5

Saldo primário 1.6 1.2 2.3 0.1 -0.9 -0.8 0.4 1.6

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -1.0 -1.8 -2.2 -1.2 0.1

Fonte: Com.Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior às despesas em investimento.

1998 1999 2000

55

65

60

Gráfico 5

Áustria: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos para o rácio dos saldos orçamentais(em percentagem do PIB)

Saldo global constante Saldo primário constante Orçamento equilibrado

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. Nota: Os 3 cenários pressupõem que o rácio da dívida em 1998 será de 64.7% do PIB, de acordo com as prev., e que o saldo global de -2.3% do PIB ou o saldo primário de 1.7% do PIB em 1998 permanecem constantes no período consid. (em % do PIB) ou, em alternativa, que o equilíbrio orçamental se mantém a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de cresc. real do PIB de 2.5% em 1998, de acordo com as estimativas da Comissão; uma taxa de inflação de 2%; no cenário de um saldo primário constante, a tx.de juro nominal será de 6%. Não foram considerados os ajust.entre variações de posições e fluxos.

Quadro 7Áustria: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 22.4 23.3 27.7 32.6 44.0

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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Quadro 8(a) Áustria: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 9 de Janeiro de 1995

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Franco belga 0.1 -0.4

Coroa dinamarquesa 1.4 -0.3

Marco alemão 0.1 -0.0

Peseta espanhola 0.1 -2.3

Franco francês 2.2 -0.2

Libra irlandesa 3.9 -10.6

Lira italiana 1.1 -1.8

Florim holandês 0.0 -0.8

Escudo português 1.1 -2.8

Marca finlandesa -0.2 -2.9

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios face à marca finlandesa referem-se ao período

a partir de 14 de Outubro de 1996; os desvios face à lira italiana referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o xelim austríaco

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 0.1 0.1 0.1 0.2 0.1 0.1 0.1 0.1

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) -0.2 -0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1 0.1

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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Quadro 9Xelim austríaco: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aosEstados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC 5.8 1.1 1.9

Baseadas no IPP/IPG 1.6 0.1 -0.3

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal 13.5 2.5 5.9

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

ATS/BEF ATS/DKK ATS/DEM ATS/ESP

Xelim austríaco: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 6

ATS/FRF

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T1-15

-10

-5

0

5

10

15

1996 1997

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

ATS/IEP ATS/ITL ATS/NLG ATS/PTE ATS/FIM

Fonte: Comissão Europeia.Nota: Os desvios em relação à marca finlandesa referem-se ao período a partir de 14 de Outubro de 1996, enquanto os desvios em relação à lira italiana se referem ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

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Quadro 10Áustria: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) 0.8 0.0 -0.1 -0.4 -0.9 -2.0 -1.8 -1.8

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) -4.0 -6.3 -5.8 -6.6 -8.6 -12.7 -12.4 .

Exportações (bens e serviços)(d) 40.2 41.1 41.3 40.5 41.7 43.5 46.8 49.3

Importações (bens e serviços)(e) 38.9 40.0 40.2 39.7 41.9 44.0 47.0 48.3

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à balança

de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a % das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens nac. foi de 59.7 %; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997,

FMI.(e) Em 1996, a % das import.de bens intra-UE nas import.totais de bens nac. foi de 74.8%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997,

FMI.

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Quadro 11Áustria: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 6.3 5.7 5.6 5.4 5.2 5.6

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

(a) Áustria: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Áustria: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC em relaçãoaos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 7

Difer.de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19975

6

7

8

9

10

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997-1

0

1

2

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

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PORTUGAL

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média de inflaçãodo IPCH em Portugal situou-se em 1.8%,ou seja muito abaixo do valor de referênciade 2.7%. O mesmo se verificou para oconjunto do ano de 1997. Em 1996, ainflação média do IPCH foi de 2.9% (verQuadro 1). Nos dois últimos anos, ainflação do IPCH em Portugal tem-sereduzido para níveis que são geralmentecons iderados cons istentes com aestabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a evoluçãodos preços no consumidor em Portugal,medida com base no IPC, tem prosseguidouma tendência descendente desde o iníciodos anos 90, com a taxa a revelar umadescida progressiva de um valor que, noinício da década, era superior a 13% (verGráfico 1). Esta experiência de desinflaçãoreflecte diversas escolhas de políticaimportantes. A política monetária tem sidocrescentemente orientada no sentido daredução da taxa de inflação, primeiroatravés de uma ligação unilateral a umcabaz de moedas do MTC e, a partir daPrimavera de 1992, através da adesão aoMTC. Esta orientação geral tem sidoapoiada, nomeadamente, por ajustamentosna política orçamental, por reformasdestinadas a incentivar a concorrência nosmercados do produto e reformas nomercado de trabalho. Além disso, oenquadramento macro-económicocontribuiu para a contenção de pressõesascendentes sobre os preços. Em particular,no contexto de um fraco crescimento toPIB em 1993-94, surgiu um desvio doproduto negativo o qual, na subsequenterecuperação, se reduziu de forma gradual(ver Quadro 2). Neste contexto, aspressões ascendentes sobre asremunerações por trabalhador foram

contidas, apesar de se terem aindaverificado aumentos consideráveis. Ocrescimento dos custos unitários detrabalho desacelerou de forma acentuadanos anos 90 e a evolução dos preços dasimportações sustentou o processodesinflacionista durante a maior parte doperíodo em causa. Verificou-se igualmenteuma tendência generalizada para taxas deinflação mais baixas quando medidas emtermos de outros índices de preçosrelevantes, enquanto que em 1997 algumasmedidas excederam a inflação do IPCH(ver Quadro 2).

Numa análise à evolução recente e àsprevisões, os resultados da inflação dospreços no consumidor, medida em variaçãopercentual relativamente ao mês homólogodo ano anterior, têm-se situado em cercade 2%, não havendo sinais de uma pressãoimediata ascendente, com base nas medidasapresentadas no Quadro 3a. A maioria dasprevisões para a inflação sugerem umataxa ligeiramente acima dos 2% para 1998e 1999 (ver Quadro 3b). Neste período,os riscos para a estabilidade de preçosencontram-se associados a umestreitamento do desvio do produto e àaceleração dos custos unitários de trabalho.

Numa análise a mais longo prazo, amanutenção de um contexto conducenteà estabilidade de preços está relacionada,em Portugal, nomeadamente com acondução de políticas orçamentais a médioe longo prazo; será igualmente importanteo reforço das políticas nacionais destinadasa aumentar a concorrência nos mercadosdo produto e a melhorar o funcionamentodos mercados de trabalho.

Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público situou-se em 2.5%, ou sejaabaixo do valor de referência de 3%, e o

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rácio da dívida foi de 62.0%, isto éligeiramente acima do valor de referênciade 60%. Em comparação com o anoanterior, o rácio do défice reduziu-se 0.7pontos percentuais e o rácio da dívidadiminuiu 3.0 pontos percentuais. Em 1998,prevê-se que o rácio do défice se reduzapara 2.2% do PIB e que o rácio da dívidadiminua para 60.0%, i.e., o valor dereferência. Em 1996 e 1997, o rácio dodéfice não excedeu o rácio da despesapública em investimento em relação ao PIB(ver Quadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 a 1997, o rácio da dívida empercentagem do PIB em Portugal reduziu-se3.3 pontos percentuais. Inicialmente, orácio diminuiu acentuadamente de 67.3%em 1991 para 60.1% em 1992, tendendodepois a aumentar continuamente até 1995,quando atingiu 65.9%. Após aquela data,verificou-se de novo uma tendênciadescendente, com uma redução para 62.0%em 1997 (ver Gráfico 2a), isto é umadescida de 3.9 pontos percentuais em doisanos. Como se vê em pormenor no Gráfico2b, a acentuada descida em 1992 foidevida quer a um elevado excedenteprimário, quer a significativos “ajustamentosentre variações de posições e fluxos”,reflectindo a alienação de activos do sectorpúblico. Nos anos 1993-95, o excedenteprimário quase se anulou, enquanto que odiferencial negativo crescimento/taxa dejuro aumentava o rácio da dívida. Por fim,nos dois últimos anos, os excedentesprimários ampliaram-se e, em paralelo comum diferencia l menos desfavorávelcrescimento/taxa de juro, inverteram atendência ascendente do rácio da dívida.Os padrões observados durante os anos90 podem ser vistos como indicando osriscos para o rácio da dívida que podemsurgir quando as condições macro--económicas se deterioram e tais efeitosnão são compensados por um excedenteprimário suficientemente elevado. Nestecontexto, deve sa l ientar-se que apercentagem da dívida com maturidade

residual de curto-prazo tem vindo a cairrelativamente aos elevados níveis do iníciodos anos 90, enquanto a maturidade médiase tem mantido globalmente estável (verQuadro 5). Em relação a 1997, a proporçãoda dívida com maturidade residual decurto-prazo é ainda elevada, e, tendo ematenção o actual nível do rácio da dívida,os saldos orçamentais são sensíveis avariações nas taxas de juro. Além disso, aproporção da dívida em moeda estrangeirasubiu para níveis consideráveis, tornandoos saldos orçamentais, em princípio,relativamente sensíveis a variações nastaxas de câmbio, embora uma grandeparte desta dívida possa vir a serredenominada em euro.

Relativamente ao rácio do défice empercentagem do PIB, durante a década de90, observou-se um padrão que mostrauma primeira tendência globalmenteestacionária até 1995 e subsequentementeuma melhoria. De um rácio de 5.1% em1990, o défice flutuou em torno de 6% até1995, à excepção do baixo nível registadoem 1992; desde aquela data, o déficediminuiu para 3.2% em 1996 e 2.5% em1997 (ver Gráfico 3a). Tal como éapresentado com maior pormenor noGráfico 3b, onde se mostram as variaçõesnos défices, factores cíclicos contribuírampara o aumento do rácio do défice até1995 e para a sua redução em 1996-97,embora o seu impacto tenha sido poucosignificativo, à excepção de 1993-94. Noentanto, as melhorias não-cíclicas podemref lect ir uma mudança “estrutural”duradoura no sentido de pol ít icasorçamentais mais equilibradas e/ou diversasmedidas de efeito temporário. Os dadosdisponíveis sugerem que essas medidastemporárias tiveram um papel nos anos de1996 e 1997, em termos de melhoria dossaldos orçamentais, mas o seu impacto nãoexcedeu 0.2% do PIB. Como estas medidastiveram principalmente um carácter “auto--reversivo”, medidas compensatórias, jáintroduzidas no orçamento de 1998,deverão produzir os resultados esperados

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e, além disso, medidas compensatóriasadicionais deverão ser tomadas em anossubsequentes quando os efeitos auto--reversivos se tiverem anulado.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que, no início dosanos 90, o rácio da despesa pública totalaumentou. No contexto de umdesemprego crescente, as transferênciaspara as famílias subiram, bem como oconsumo público em percentagem do PIB(ver Quadro 6). Após 1993, o rácio dadespesa total em relação ao PIB foiglobalmente estável, reflectindo umaredução acentuada nos pagamentos dejuros e as tendências ascendentes dastransferências correntes e do consumopúblico. No geral, o rácio da despesa em1997 situou-se mais de 3½ pontospercentuais acima do nível registado noinício dos anos 90, reflectindo o aumentodas transferências correntes e do consumopúblico, enquanto os pagamentos de jurosse encontram actualmente a um nívelinferior em quase 4 pontos percentuais.Dado que os pagamentos de juros sereduziram já substancialmente nos últimosanos, não sendo de prever outras reduçõesao mesmo ritmo, o controlo das despesaspúblicas parece exigir um maior ênfase nocontrolo de outras rubricas das despesas.As receitas públicas em percentagem doPIB têm mostrado uma tendênciaascendente desde 1994 e são agora maisde 6 pontos percentuais superiores àsverificadas em 1990. O tratamento dastransferências para o sistema de pensõesdos funcionários públicos nas contasnacionais implica a dupla contabilizaçãodestas transferências. Ao longo do períodoentre 1990 e 1997, este facto representouaumentos de 1.3 pontos percentuais querno rácio da receita, quer no rácio dadespesa em relação ao PIB.

De acordo com a estratégia de médio prazoda política orçamental portuguesa, tal comofoi apresentada no Programa de

Convergência para 1998-2000, de Marçode 1997, prevê-se para 1998 a continuaçãoda tendência decrescente dos rácios dodéfice e da dívida. O orçamento para 1998está em sintonia com o programa e asprevisões da Comissão são ligeiramentemais favoráveis. O orçamento prevê umaredução do peso das despesas públicas emrelação ao PIB, enquanto as receitas públicasdeverão aumentar de acordo com o PIB.Actualmente não há evidência de medidassignificativas com efeito temporário noorçamento de 1998. De acordo com osplanos actuais, o rácio do défice deveráatingir 1.5% do PIB no ano 2000. Osobjectivos dos programas anteriores para1997 foram mais do que atingidos. Emcomparação com os saldos orçamentaisprevistos no Programa de Convergênciapara 1999-2000, é necessária umaconsolidação substancial adicional a fim decumprir o objectivo de médio prazo doPacto de Estabilidade e Crescimento, emvigor a partir de 1999, de ter uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

No que respeita à trajectória futura potencialdo rácio da dívida para o valor de referênciade 60%, o relatório do IME não tececonsiderações de pormenor para os paísesque têm um rácio de dívida em relação aoPIB igual ou inferior a 60% em 1998. Osdesenvolvimentos projectados sublinhamos benefícios para a redução do rácio dadívida decorrentes da redução do déficeem 1997 e que deverá continuar em 1998.No caso de Portugal, justifica-se de factoque sejam salientados os benefícios denovas melhorias do rácio do défice e dasustentabilidade da consolidação ao longodo tempo. Como se verificou no passado,condições económicas menos favoráveisdo que as actualmente existentes tendema dar origem a um aumento do rácio dadívida. Além disso, tal como é salientadono Quadro 7, a partir de cerca do ano2010, antevê-se um acentuadoenvelhecimento da população e, nocontexto de um sistema de pensões não

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capitalizado, prevê-se um aumento dasdespesas públicas com as pensões emrelação ao PIB, em especial se as políticasde benefícios não sofrerem alterações. Oencargo global com o envelhecimento dapopulação será tanto mais controlávelquanto melhor for o estado das finançaspúblicas, quando a situação demográfica sedeteriorar.

Evolução cambial

O escudo português participa no MTCdesde 6 de Abril de 1992, ou seja duranteum período consideravelmente superiorao de referência de dois anos (ver Quadro8a). Como acima referido, a políticamonetária portuguesa tem sido orientadano sentido de alcançar a estabilidade depreços, a partir da Primavera de 1992 noquadro do MTC. Relativamente ao períodode referência, desde Março de 1996 aFevereiro de 1998, a moeda, beneficiandode diferenciais consideráveis nas taxas dejuro de curto prazo face à maioria dasmoedas dos outros parceiros, tem sidonormalmente transaccionada próximo dastaxas centrais em relação às outras moedasparticipantes no MTC (ver Gráfico 5 eQuadro 8a). Ocasionalmente, o escudoportuguês foi transaccionado fora de umintervalo próximo das suas taxas centraisem relação a diversas moedas participantes.Os desvios máximos superior e inferior,relativamente às taxas centrais, tendo porbase uma média móvel de 10 dias úteis,foram de 3.5% e -2.3%, respectivamente, àexcepção da tendência ascendenteautónoma da libra irlandesa (ver Quadro8a). Os episódios em que se verificaramesses desvios foram temporários, o graude volatilidade cambial face ao marcoalemão foi baixo (ver Quadro 8b) e osdiferenciais de taxa de juro de curto prazoem relação aos países da UE com as taxasde curto prazo mais baixas revelaram umcontínuo estreitamento. Durante o períodode referência, Portugal não desvalorizou ataxa central bilateral da sua moeda em

relação à moeda de nenhum outro Estado--membro.

Num contexto a mais longo prazo, osdados sobre a taxa de câmbio efectiva realdo escudo português face às moedas dosEstados-membros participantes no MTC,ilustrados no Quadro 9, sugerem que osníveis actuais se encontram acima dosvalores médios de 1987; desde 1992, ataxa de câmbio real tem sido globalmenteestável. No que respeita a outros factoresda evolução externa, a balança detransacções correntes portuguesa, depoisde ter mantido uma posição de quaseequilíbrio durante o período de 1990-93,passou a apresentar um défice em 1994; aeconomia portuguesa manteve uma posiçãoexterna líquida positiva (ver Quadro 10).Convém igualmente recordar que Portugalé uma pequena economia aberta com, deacordo com os últimos dados disponíveis,um rácio de comércio externo em relaçãoao PIB de 46% para as exportações e de59% para as importações e umapercentagem do comércio intra-UE de80% para as exportações e de 76% para asimportações.

Evolução das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência deFevereiro de 1997 a Janeiro de 1998, astaxas de juro de longo prazo em Portugalforam em média de 6.2%, situando-seabaixo do valor de referência relativo aocritério das taxas de juro de 7.8%, estipuladocom base nos três Estados-membros commelhores resultados em termos deestabilidade de preços. O mesmo seregistou no conjunto do ano de 1997,assim como em 1996 (ver Quadro 11). Asmédias de doze meses das taxas de juro delongo prazo têm-se situado abaixo dovalor de referência desde Novembro de1996.

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma tendência globalmente

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decrescente desde o início da década de90 (ver Gráfico 6a); durante a maior partedo período desde o início da presentedécada, tem-se observado uma tendênciageral para a convergência entre as taxas dejuro de longo prazo portuguesas e osníveis prevalecentes nos Estados-membrosda UE com as menores taxas derendibilidade das obrigações. Desde meadosde 1995, este processo de convergênciaacelerou e o diferencial foi virtualmenteeliminado (ver Gráfico 6b). O principalfactor subjacente a esta tendência foi osignificativo estreitamento do diferencialde inf lação. Além disso, a relativaestabilidade da taxa de câmbio do escudoportuguês e a melhoria na posiçãoorçamental do país desempenharamtambém um papel nesta tendência. Estesdesenvolvimentos subjacentes foram vistospelos mercados como melhorando asperspectivas de participação de Portugalna Terceira Fase da UEM - um elementoque, por seu lado, pode ter desempenhadoum papel em si mesmo para acelerar oestreitamento dos diferenciais de juro, querdirectamente, quer melhorando asperspectivas de estabilidade de preços ede taxa de câmbio.

Conclusão

Durante o período de referência, Portugalregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.8%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado. Oaumento dos custos unitários de trabalhodesacelerou acentuadamente ao longo dadécada de 90, verificando-se igualmenteuma tendência generalizada para taxas deinflação baixas quando medidas em termosde outros índices de preços relevantes.Numa análise ao futuro, não há sinais depressão imediata no sentido ascendente

sobre a inflação; as previsões apontampara um nível de inflação um tanto superiora 2% em 1998 e 1999. O escudo portuguêstem participado no MTC por um períodomuito superior a dois anos. Durante operíodo de referência, a moeda manteve--se globalmente estável, em geral próximodas inalteradas paridades centrais, semnecessidade de medidas destinadas a apoiara taxa de câmbio. O nível das taxas de jurode longo prazo situou-se em 6.2%, ou sejaabaixo do respectivo valor de referência.

Portugal alcançou um rácio do déficeorçamental de 2.5% em 1997, ou sejaabaixo do valor de referência, prevendo-seuma redução para 2.2% em 1998. O rácioda dívida em relação ao PIB encontra-seligeiramente acima do valor de referênciade 60%: depois de ter atingido um nívelmáximo em 1995, o rácio reduziu-se 3.9pontos percentuais para 62.0% em 1997.No que se refere à sustentabilidade daevolução orçamental, as previsões apontampara uma redução do rácio da dívida para60.0% do PIB em 1998, portanto um níveligual ao valor de referência. Numa análise amais longo prazo, os actuais rácios dodéfice orçamental excedem o objectivo demédio prazo do Pacto de Estabilidade eCrescimento, em vigor a partir de 1999, oqual consiste em alcançar uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária, indicando assim a necessidadede uma consolidação substancial adicional.Tal implicaria também uma redução dorácio da dívida para um valor inferior a60%.

Relativamente a outros factores, em 1996e 1997, o rácio do défice não excedeu orácio do investimento público em relaçãoao PIB e Portugal registou défices dabalança de transacções correntes e umaposição externa líquida positiva.

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PORTUGAL

I Evolução dos preçosQuadro 1 Portugal: Inflação IPCHGráfico 1 Portugal: Evolução dos preçosQuadro 2 Portugal: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Portugal: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Portugal: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Portugal: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Portugal: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturaisGráfico 3 Portugal: Excedente / défice do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Portugal: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Portugal: Situação orçamental do sector público administrativoQuadro 7 Portugal: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) Portugal: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o escudo portuguêsGráfico 5 Escudo português: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Escudo português: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação

aos Estados-membros participantes no MTCQuadro 10 Portugal: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 Portugal: Taxas de juro de longo prazoGráfico 6 (a) Portugal: Taxa de juro de longo prazo

(b) Portugal: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação doIPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Portugal: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 2.9 1.9 1.9 2.1 1.6 1.8

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

10

15

20

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Portugal: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 2Portugal: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 13.4 11.4 8.9 6.5 5.2 4.1 3.1 2.2IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(b) . . 6.5 5.3 5.0 3.5 3.3 2.4Deflator do consumo privado 13.8 12.1 10.2 6.8 5.4 4.2 3.1 2.2Deflator do PIB 13.0 14.8 13.2 6.8 5.0 5.0 2.8 2.9Preços no produtor(c) . 2.2 0.2 2.0 3.2 5.1 4.2 1.9Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 4.6 2.3 1.8 0.3 0.7 1.9 3.6 3.8Desvio do produto (p.p.) 4.1 3.5 2.5 0.1 -1.9 -2.7 -2.0 -1.3Taxa de desemprego (%) 4.7 4.1 4.1 5.5 6.8 7.2 7.3 6.7Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 15.7 15.1 13.3 6.5 4.2 2.0 2.9 2.8Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 17.7 14.2 14.1 7.5 4.8 5.0 5.7 4.8Produtividade do trabalho, conj. da economia 1.7 -0.8 0.7 0.9 0.6 2.9 2.7 1.9Deflator dos preços das importações 6.4 0.5 -6.1 3.2 3.4 1.7 0.3 -0.3Apreciação cambial(d) -2.4 0.7 3.4 -6.0 -4.2 2.0 -0.4 -2.0Agregado monetário alargado (M3H)(e) 9.4 18.0 21.8 11.2 7.3 10.5 7.5 8.1Preços das acções -0.5 -16.2 -11.5 14.5 34.1 -3.3 15.6 56.9Preços da habitação 15.0 19.4 12.4 1.3 1.2 1.5 1.6 3.6

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Indústria transformadora.(d) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(e) Dados nacionais harmonizados.

Quadro 3Portugal: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98(b)

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 1.8 1.8 2.1 2.3 1.9Variação na média dos últimos 3 meses em relação aos 3 meses

anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade(a) 1.5 1.3 1.4 1.6 .Variação na média dos últimos 6 meses em relação aos 6 meses

anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade(a) 2.4 2.3 1.9 1.9 .

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.(a) IPC excluindo bens sazonais.(b) Indice novo; não existem dados disponíveis corrigidos da sazonalidade.

(b) Previsões da inflação

1998 1999

Comissão Europeia (Primavera de 1998),IPCH 2.2 2.3OCDE (Dezembro de 1997), deflator do consumo privado 2.2 2.1FMI (Outubro de 1997) IPC 2.3 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

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235

Quadro 4Portugal: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -3.2 -2.5 -2.2

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) 0.8 1.9 .

Dívida bruta do sector público administrativo 65.0 62.0 60.0

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que as despesas em investimento.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

58

60

62

64

66

68

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

Gráfico 2

Portugal: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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236

Quadro 5Portugal: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB) 65.3 67.3 60.1 63.1 63.8 65.9 65.0 62.0

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 90.0 92.9 93.0 88.3 84.7 81.7 81.2 .

Moeda estrangeira 10.0 7.1 7.0 11.7 15.3 18.3 18.8 .

Detida por nacionais (% do total) 86.8 85.3 90.5 83.3 79.3 78.2 75.3 .

Maturidade média(a) (anos) 3.5 3.6 3.6 3.5 3.0 3.0 3.2 3.4

Compos. por maturidades(b) (% do total)

Curto-prazo(c) (<1 ano) 47.7 38.9 35.6 33.5 36.0 38.5 42.1 33.1

Médio-prazo (1-5 anos ) 15.3 36.3 58.4 54.5 47.1 39.1 31.5 38.0

Longo-prazo (> 5 anos ) 37.0 24.8 6.0 12.0 16.9 22.4 26.3 28.9

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual. Apenas dívida expressa em moeda nacional. Pressupõe-se uma maturidade média de 5 anos para os certificados

de aforro, os quais representam entre 14.3% (1994) e 7.7% (1990) da dívida total.(b) Maturidade residual. Dívida públ. excluindo moedas e emprést. bancários internos, os quais representam entre 87.1% (1991) e 96.3%

(1994) da dívida bruta do sector públ. ad.. Cert. de aforro classif. como dívida de curto-prazo. 1990-93: apenas dívida expressa emmoeda nacional.

(c) Incluíndo certificados de aforro.

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237

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-8

-6

-4

-2

0

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-4

-2

0

2

4

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Portugal: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

30

35

40

45

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Portugal: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

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238

Quadro 6Portugal: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 35.0 36.4 39.6 37.9 37.2 38.0 40.0 41.2

Impostos 21.6 22.4 24.4 22.6 22.8 23.2 24.4 24.8

Contribuições para a segurança social 10.4 10.9 11.5 12.1 11.8 11.9 11.6 11.9

Outras receitas correntes 3.0 3.2 3.7 3.2 2.7 2.9 4.1 4.5

Despesa total 40.1 42.4 42.5 44.0 43.3 43.8 43.3 43.7

Transferências correntes 12.8 13.9 14.1 15.8 16.3 16.4 17.1 17.3

Pagamentos de juros efectivos 8.1 7.9 7.2 6.2 6.2 6.3 4.8 4.3

Consumo público 15.5 17.2 17.4 17.9 17.6 17.7 18.1 18.6

Despesas de capital líquidas 3.6 3.4 3.8 4.0 3.2 3.4 3.2 3.4

Excedente (+) ou défice (-) -5.1 -6.0 -3.0 -6.1 -6.0 -5.7 -3.2 -2.5

Saldo primário 3.0 1.8 4.3 0.1 0.2 0.6 1.6 1.9

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -2.1 -2.4 -2.0 0.8 1.9

Fonte: Comissão (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior às despesas em investimento.

Quadro 7Portugal: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 19.5 20.9 22.0 25.3 33.5

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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Quadro 8(a) Portugal: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 6 de Abril de 1992

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Franco belga 2.8 -1.4

Coroa dinamarquesa 2.8 0.0

Marco alemão 2.9 -1.1

Peseta espanhola 1.7 -2.3

Franco francês 3.5 -0.0

Libra irlandesa 3.0 -9.3

Lira italiana 3.0 -0.7

Florim holandês 2.5 -1.7

Xelim austríaco 2.9 -1.1

Marca finlandesa 1.2 -1.4

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios face à marca finlandesa referem-se ao período

a partir de 14 de Outubro de 1996; os desvios face à lira italiana referem-se ao período a partir de 25 de Novembro de 1996.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre o escudo português

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 2.0 1.3 1.5 1.8 2.0 1.7 1.1 0.4

Diferenciais de taxa de juro

de curto prazo(b) 4.1 3.8 3.8 3.1 2.7 2.5 1.8 1.4

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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Quadro 9Escudo português: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aosEstados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC 11.8 7.7 26.8

Baseadas no IPP/IPG . . .

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal -55.9 -6.2 -16.3

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

Escudo português: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 5

PTE/BEF PTE/DKK PTE/DEM PTE/ESP PTE/FRF

PTE/IEP PTE/ITL PTE/NLG PTE/ATS PTE/FIM

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

Fonte: Comissão Europeia.Nota: Os desvios em relação à marca finlandesa referem-se ao período a partir de 14 de Outubro de 1996, enquanto os desvios em relação à lira italiana se referem ao período a partir de 25.Nov.96.

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Quadro 10Portugal: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) -0.3 -0.9 -0.1 0.1 -2.5 -0.2 -1.4 -2.0

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) 7.7 10.5 13.3 17.4 14.1 7.9 10.6 9.9

Exportações (bens e serviços)(d) 34.3 33.8 34.6 34.5 38.2 42.0 43.9 45.7

Importações (bens e serviços)(e) 41.9 43.6 47.3 45.7 50.3 53.7 55.7 59.2

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a. edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à

balança de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a percentagem das export. de bens intra-UE nas exportações totais de bens nacionais foi de 80.0%; Direction of Trade

Statistics Yearbook 1997, FMI.(e) Em 1996, a percentagem das import.de bens intra-UE nas importações totais de bens nacionais foi de 75.7%; Direction of Trade

Statistics Yearbook 1997, FMI.

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Quadro 11Portugal: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 8.6 6.4 6.0 5.7 5.4 6.2

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

(a) Portugal: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Portugal: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC em relaçãoaos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 6

Difer.de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19974

6

8

10

12

14

16

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-3

0

3

6

9

12

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

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FINLÂNDIA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média da inflaçãodo IPCH situou-se em 1.3%, ou seja muitoabaixo do valor de referência de 2.7%. Omesmo se verificou no conjunto do ano de1997. Em 1996, a inflação média do IPCHsituou-se em 1.1% (ver Quadro 1). Nosdois últimos anos, a inflação do IPCH naFinlândia tem-se situado em níveis que sãogeralmente considerados consistentes coma estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a inflação dospreços no consumidor na Finlândia, medidacom base no IPC, tem seguido umatrajectória descendente desde o início dadécada de 90, com uma taxa que se temsituado próximo de ou muito abaixo de2% desde 1993 (ver Gráfico 1). Adesinflação reflecte diversas escolhasimportantes, nomeadamente a alteraçãona orientação da política monetária nosentido de alcançar o objectivo primordialda estabilidade de preços. Esta meta traduz--se, desde 1993, na fixação de um objectivode cerca de 2% para a taxa subjacente dainflação dos preços no consumidor, o qualtem sido prosseguido, na parte final doperíodo, no quadro do MTC. A orientaçãogeral da política tem sido apoiada,nomeadamente por ajustamentos napolítica orçamental e pelo aumento daconcorrência em sectores da economiatradicionalmente protegidos, resultante daadesão da Finlândia à UE em 1995. Têmtambém sido tomadas medidas paraaumentar a flexibilidade da economia,incluindo dos mercados de trabalho. Alémdisso, o contexto macro-económico temcontribuído significativamente para acontenção da pressão ascendente sobre ospreços. Em especial, no contexto da quedaabrupta do produto entre 1990 e 1993,surgiu um enorme desvio do produto

negativo (ver Quadro 2). A partir de 1994teve início uma forte recuperação, dandoorigem ao estreitamento do desvio doproduto. Neste contexto, o crescimentoda remuneração por trabalhador acelerouem 1994-95. Os cortes nas contribuiçõespatronais para a segurança social, aliadosao forte crescimento da produtividade,contribuíram para o aumento moderadodos custos unitários de trabalho; os preçosdas importações permaneceram, em geral,estáveis nos últimos anos, contribuindopara manter sob controlo as pressõesinflacionistas. Em termos de outros índicesde preços relevantes, as taxas de inflaçãoregistadas são igualmente baixas (verQuadro 2).

Numa análise à evolução recente eprevisões, os resultados da inflação noconsumidor (medida como variaçãopercentual em relação ao mês homólogodo ano anterior) têm vindo a subirligeiramente para cerca de 2%, havendoalguns sinais de uma pressão imediata nosentido ascendente, de acordo com asmedidas apresentadas no Quadro 3a. Asprevisões para a inflação sugerem taxas de2-2½% para 1998 e 1999 (ver Quadro3b). Neste período, os riscos para aestabilidade de preços encontram-seassociados às restrições de capacidade e àtendência dos preços dos activos.

Numa análise a mais longo prazo, amanutenção de um contexto conducenteà estabilidade de preços está relacionada,na Finlândia, nomeadamente com acondução de políticas orçamentais a médioe a longo prazo; será igualmente importanteo reforço das políticas nacionais destinadasa aumentar a concorrência nos mercadosdo produto e a melhorar o funcionamentodos mercados de trabalho, no contexto daelevada taxa de desemprego actualmenteexistente na Finlândia.

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Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público situou-se em 0.9%, ou sejamuito abaixo do valor de referência de3%, e o rácio da dívida situou-se em 55.8%,isto é abaixo do valor de referência de60%. Em comparação com o ano anterior,o rácio do défice reduziu-se 2.4 pontospercentuais e o rácio da dívida diminuiu 1.8pontos percentuais. Em 1998, espera-seum excedente de 0.3% do PIB, enquanto orácio da dívida deverá descer para 53.6%.Enquanto em 1996, o rácio do déficeexcedeu o rácio da despesa pública eminvestimento em relação ao PIB, em 1997foi-lhe inferior (ver Quadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre o períodocompreendido entre 1990 e 1997, o rácioda dívida em percentagem do PIB aumentou41.3 pontos percentuais; inicialmente, asituação das finanças públicas deteriorou-se acentuadamente na Finlândia e o rácioda dívida aumentou de 14.5% do PIB em1990 para 59.6% em 1994. Após esta data,o rácio da dívida diminuiu para 55.8% (verGráfico 2a). Como se vê em pormenor noGráfico 2b, no início da presente década,o contexto desfavorável do crescimento edas taxas de juro - reflectindo uma quedade 13% do PIB num período de três anos -e a deterioração do saldo primáriocontribuíram para o aumento da dívidapública. Todavia, tal como se encontrareflectido na rubrica de ”ajustamento entrevariações de posições e fluxos” da dívidapública, o apoio financeiro concedido aosector bancário e a reavaliação da dívidapública denominada em moeda estrangeiraapós a depreciação acentuada da marcafinlandesa, entre 1991 e 1993, tiveram oimpacto mais significativo. Tendo alcançadouma situação de equilíbrio em 1995, oexcedente primário começou a subir desdeentão, compensando assim os efeitos deaumento da dívida resultantes da conjunturamacro-económica e de novos ajustamentosentre variações de posições e fluxos, em1997. O padrão observado durante os

anos 90 ilustra o forte impacto quesituações excepcionais, associadas àacentuada deterioração da conjunturamacro-económica, podem ter no rácio dadívida, em particular se o saldo primárionão melhorar rapidamente por forma acontrabalançar esses efeitos. Nestecontexto, deve sa l ientar-se que apercentagem da dívida com maturidaderesidual de curto prazo tendeu a aumentarnos anos 90, enquanto a maturidade médiapermaneceu globalmente estável (verQuadro 5). Em relação a 1997, a proporçãoda dívida bruta com maturidade residualde curto-prazo é considerável. No entanto,como a dívida de curto prazo na Finlândiaé coberta por activos de curto prazolíquidos, a sensibil idade dos saldosorçamentais a variações nas taxas de juro ésignificativamente reduzida. Por outro lado,a proporção de dívida em moedaestrangeira é elevada (embora tendodecrescido recentemente), pelo que ossaldos orçamentais são em princípiorelativamente sensíveis a variações nastaxas de câmbio, embora parte desta dívidadeva vir a ser redenominada em euro.

Durante a década de 90, o rácio do déficeem percentagem do PIB apresentou primeirouma acentuada deterioração, tendomelhorado posteriormente. Partindo deum excedente de 5.4% do PIB em 1990, orácio do défice aumentou rapidamente,tendo atingido um máximo de 8.0% em1993; desde então, o défice tem vindo adiminuir ano após ano, situando-se em0.9% em 1997 (ver Gráfico 3a). Tal como éapresentado com maior pormenor noGráfico 3b, onde se mostram as variaçõesnos défices, os factores cíclicos foramresponsáveis pelo aumento do défice até1993 e pela sua redução, a partir desseano. No entanto, as melhorias não cíclicaspodem reflectir uma mudança ”estrutural”duradoura no sentido de pol ít icasorçamentais mais equilibradas e/ou diversasmedidas de efeito temporário. Os dadosdisponíveis sugerem que as medidastemporárias tomadas no âmbito da reforma

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fiscal de 1993 provocaram um aumento”pontual” na receita em 1997, estimado em0.6% do PIB.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-se atravésdo Gráfico 4 que, entre 1990 e 1993, o rácioda despesa pública total aumentouacentuadamente. Num contexto de taxas dedesemprego elevadas e em crescimento, astransferências correntes sob a forma depagamentos para a segurança socialaumentaram substancialmente e, devido aorápido crescimento do rácio da dívida, ospagamentos de juros em percentagem doPIB também aumentaram, enquanto oconsumo público cresceu principalmentedevido à queda do PIB (ver Quadro 6). Nosanos após 1993, o rácio da despesa totaldiminuiu em consequência da redução detodas as rubricas da despesa, à excepção dospagamentos de juros. O rácio da despesa em1997 encontrava-se quase 8 pontospercentuais acima do valor registado noinício da década, reflectindo rácios maiselevados para todas as principais rubricas,com excepção das despesas de capital líquidase consumo público. Dado este padrão etendo em consideração que os pagamentosde juros aumentaram em paralelo com omaior rácio da dívida e que as transferênciascorrentes ainda se encontram muito acimado nível observado em 1990, a continuaçãoda tendência descendente da despesa totalem relação ao PIB pareceria requerer quefosse dada maior importância aosajustamentos nas transferências correntes. Areceita pública em percentagem do PIB subiuaté 1992 e tem tendido a descer desdeentão, podendo estar a um nível prejudicialao crescimento económico.

De acordo com a estratégia a médio prazoda política orçamental da Finlândia, tal comofoi apresentada no Programa daConvergência para 1998-2001, datado deSetembro de 1997, prevê-se que a situaçãoorçamental se encontre praticamenteequilibrada em 1998, esperando-se adescida do rácio da dívida. O orçamento

para 1998 está de acordo com o programa.Por parte do governo central, o orçamentoprevê uma despesa reduzida(principalmente em consequência de cortesnas transferências e do adiamento deinvestimentos por forma a evitar o sobre-aquecimento da economia), bem como oaumento das receitas dos impostos sobreo rendimento. Actualmente não existeevidência de medidas significativas comefeito temporário no orçamento de 1998.As previsões apontam para excedentes apartir de 1998 e o rácio da dívida devecontinuar a diminuir. No que respeita àevolução dos rácios do défice e da dívida,as projecções actuais são mais favoráveisque a actualização de 1997 do Programade Convergência. Se os saldos orçamentaisevoluírem de acordo com as projecçõesdo Programa de Convergência para 1999--2000, a Finlândia cumprirá o objectivo demédio prazo estabelecido no Pacto deEstabilidade e Crescimento - em vigor apartir de 1999 - o qual consiste em atingiruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária. No entanto, aactual situação orçamental beneficia deuma economia forte e os riscos podemsurgir de um abrandamento do crescimentoeconómico.

No que respeita à trajectória futura potencialdo rácio da dívida, o Relatório do IME nãotece considerações de pormenor para ospaíses que têm um rácio da dívida inferiora 60% do PIB. No caso da Finlândia,parece ser possível conseguir uma novaredução do rácio da dívida para níveismuito inferiores a 60%, caso os planosorçamentais actuais sejam mantidos. Estaquestão é também importante no caso daFinlândia, uma vez que é necessário ummaior espaço de manobra para enfrentaros desafios orçamentais futuros. Tal como ésalientado no Quadro 7, a partir de cercado ano 2010, antevê-se um acentuadoenvelhecimento da população. Emconsequência, a despesa pública com aspensões em relação ao PIB deveráaumentar, em especial se as políticas de

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benefícios não sofrerem alterações. AFinlândia tem, no entanto, um sistema depensões parcialmente capitalizado. Umaspecto particularmente importante no casodeste país consiste em o sistema de pensõesparcialmente capitalizado investir umagrande parte dos seus excedentes emtítulos da dívida pública, reduzindo assim adívida pública bruta consolidada. Emconsequência, qualquer alteração na políticade investimento poria em risco o rácio dadívida bruta (mas não, todavia, os encargoscom juros). Além disso, a tendênciademográfica nas próximas décadas terá umefeito adverso sobre os actuais excedentesdo sistema de pensões, tornando essenciala introdução de novas melhorias no saldoorçamental. A redução do encargo globaldecorrente do envelhecimento dapopulação será tanto mais facilitada quantomelhor for o estado das finanças públicas,quando a s ituação demográf ica sedeteriorar.

Evolução cambial

A marca finlandesa participa no MTC desde14 de Outubro de 1996, isto é cerca de 16meses do período de referência de doisanos de Março de 1996 a Fevereiro de1998, considerado na análise do IME (verQuadro 8a). Tal como foi mencionadoatrás, em 1993, a política monetáriafinlandesa adoptou a estabilidade de preçoscomo seu primordial, o qual vem sendomais recentemente seguido no quadro doMTC.

No início do período de referência, antesda adesão ao MTC, a marca continuou atendência de enfraquecimento aparentenos meses anteriores, a qual interromperao movimento ascendente do longo-prazoverificado desde 1993 e atingiu um desviomáximo inferior de 6.5% abaixo da suafutura taxa central do MTC de Abril de1996 em relação a uma moeda.Posteriormente, a marca registou umaapreciação, sendo normalmente

transaccionada num intervalo muito estreitoem relação às posteriores paridadescentrais.

Desde a sua adesão ao MTC, em Outubrode 1996, a marca tem sido normalmentetransaccionada próximo das taxas centraisem relação às outras moedas do MTC (verGráfico 5 e Quadro 8a). Por vezes, a marcafinlandesa foi transaccionada fora de umintervalo próximo das suas taxas centraisem relação a diversas outras moedasparticipantes no MTC. Os desvios máximossuperior e inferior em relação às taxascentrais, tendo por base uma média móvelde 10 dias úteis, foram de 3.6% e -1.1%,respectivamente, não considerando atendência autónoma ascendente da librairlandesa (ver Quadro 8a). Os episódiosem que se verificaram tais desvios foramtemporários, o grau de volatilidade cambialface ao marco alemão- relativamenteelevado, em períodos específicos- foi caindopara níveis baixos ao longo do período dereferência (ver Quadro 8b) e os diferenciaisde juro de curto prazo em relação aospaíses da UE com as taxas de juro de curtoprazo mais baixas foram insignificantes.Desde a adesão ao MTC, a Finlândia nãodesvalorizou a taxa central bilateral da suamoeda em relação à moeda de nenhumoutro Estado-membro.

Num contexto a mais longo prazo, as taxasde câmbio actuais da marca finlandesa,quando medidas em termos de taxas decâmbio efectivas reais, face às moedas dosoutros Estados-membros participantes noMTC, sugerem que a moeda se encontraum tanto abaixo de valores históricos,baseados nas médias de longo-prazo e noano de 1987 (ver Quadro 9). No querespeita a outros factores de evoluçãoexterna, têm-se registado excedentessignificativos na balança de transacçõescorrentes desde 1994, o que temcontribuído para a redução da elevadaposição externa líquida negativa, surgida nasequência da acumulação de posiçõesdeficitárias ao longo de algumas décadas

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(ver Quadro 10). É ainda de recordar quea Finlândia é uma pequena economia abertacom, de acordo com os dados mais recentesdisponíveis, um rácio do comércio externoem relação ao PIB de 37% para asexportações e de 29% para as importações,e uma percentagem do comércio intra-UEde 53% para as exportações e de 59% paraas importações.

Evolução da taxa de juro de longo prazo

Durante o período de referência de Fevereirode 1997 a Janeiro de 1998, as taxas de jurode longo prazo na Finlândia foram, emmédia, de 5.9%, situando-se, assim, abaixodo valor de referência relativo ao critériodas taxas de juro de 7.8%, estipulado combase nos três Estados-membros commelhores resultados em termos deestabilidade de preços. No conjunto doano de 1997, tal como em 1996, estiverammuito abaixo do valor de referência (verQuadro 11).

As taxas de juro de longo prazo têm vindoa registar uma tendência descendentegeneralizada desde o início da década de90 (ver Gráfico 6a): durante a maior partedesse período,, tem-se observado umatendência de convergência entre as taxasde juro de longo prazo da Finlândia e astaxas prevalecentes nos países da UE comas menores taxas de rendibilidade dasobrigações. Este processo de convergênciaacelerou a partir do final de 1994, e odiferencial foi praticamente eliminado (verQuadro 6b). Os principais factoressubjacentes a esta tendência foram umataxa de inflação comparativamente baixa, arelativa estabilidade da taxa de câmbio damarca finlandesa e a melhoria da posiçãoorçamental do país.

Conclusão

Durante o período de referência, a Finlândiaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.3%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado. Oscustos unitários de trabalho diminuíramem 1997, verificando-se igualmente taxasde inflação baixas quando medidas emtermos de outros índices de preçosrelevantes. Numa análise prospectiva, háalguns sinais de pressão imediata no sentidoascendente sobre a inflação; as previsõesapontam para uma taxa de inflação de 2--2½% em 1998 e 1999. O nível das taxasde juro de longo prazo situou-se em 5.9%,portanto abaixo do respectivo valor dereferência.

A marca finlandesa participou no MTCdurante cerca de 16 meses, isto é umperíodo inferior aos dois anos usados naanálise do IME. Com base nos dadosapresentados no Relatório, numa avaliaçãoex-post, a marca finlandesa manteve-seglobalmente estável durante todo o períodode referência. No MTC, a moeda manteve-se em geral próximo das suas inalteradasparidades centrais, sem necessidade demedidas destinadas a apoiar a taxa decâmbio.

Em 1997, a Finlândia alcançou um rácio dodéfice orçamental de 0.9% do PIB, ou sejamuito abaixo do valor de referência,prevendo-se um excedente de 0.3% em1998. Além disso, o rácio da dívida diminuiupara 55.8% do PIB em 1997, permanecendoassim abaixo do valor de referência de60%. Quanto à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, as previsões apontam parauma nova descida para 53.6% em 1998.Neste contexto, a Finlândia cumprirá oobjectivo de médio prazo do Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, o qual consiste em alcançaruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária, e o rácio dadívida reduzir-se-á de novo para um valorainda mais abaixo de 60%.

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Relativamente a outros factores, a Finlândiaregistou grandes excedentes da balança detransacções correntes, mantendo umaposição externa líquida negativa. No

contexto do envelhecimento da população,a Finlândia dispõe de um sistema de pensõesparcialmente capitalizado.

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FINLÂNDIA

I Evolução dos preçosQuadro 1 Finlândia: Inflação IPCHGráfico 1 Finlândia: Evolução dos preçosQuadro 2 Finlândia: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Finlândia: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Finlândia: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Finlândia: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Finlândia: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturaisGráfico 3 Finlândia: Excedente / défice do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Finlândia: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Finlândia: Situação orçamental do sector público administrativoQuadro 7 Finlândia: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) Finlândia: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a marca finlandesaGráfico 5 Marca finlandesa: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Marca finlandesa: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados membros participantes no MTCQuadro 10 Finlândia: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 Finlândia: Taxas de juro de longo prazoGráfico 6 (a) Finlândia: Taxa de juro de longo prazo

(b) Finlândia: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação doIPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Finlândia: Inflação IPCH(variações em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 1.1 1.2 1.8 1.6 1.8 1.3

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-5

0

5

10

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Finlândia: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 3Finlândia: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 1.6 1.7 1.9 1.9 2.0Variação na média dos últimos 3 meses em relação aos

3 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonal. 2.3 2.6 2.5 2.6 2.5Variação na média dos últimos 6 meses em relação aos

6 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonal. 2.1 2.2 2.3 2.5 2.6

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999Commissão Europeia (Primavera 1998), IPCH 2.0 2.0OCDE (Dezembro 1997), deflator do consumo privado 2.2 2.5FMI (Outubro 1997), IPC 2.3 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

Quadro 2Finlândia: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 6.2 4.3 2.9 2.2 1.1 1.0 0.6 1.2IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(b) 4.6 2.6 1.6 0.8 0.5 -0.1 -0.2 0.8Deflator do consumo privado 6.0 5.7 4.1 4.2 1.4 0.3 1.6 1.4Deflator do PIB 5.8 2.5 0.7 2.4 1.3 2.4 1.3 1.2Preços no produtor 2.1 -0.1 2.5 3.6 1.6 3.4 0.1 0.5Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 0.0 -7.1 -3.5 -1.2 4.5 5.1 3.6 5.9Desvio do produto (p.p.) 7.7 -1.1 -5.8 -8.3 -5.9 -3.3 -2.4 0.3Taxa de desemprego (%) 3.3 7.4 12.7 17.3 17.8 16.7 15.8 14.5Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 8.8 7.7 -1.8 -4.7 -2.2 0.7 0.6 -2.4Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 9.4 5.7 1.9 1.0 3.5 4.0 3.2 -0.4Produtividade do trabalho, conj. da economia 0.6 -2.0 3.7 5.7 5.7 3.3 2.6 2.0Deflator dos preços das importações 1.1 0.5 7.2 8.7 -0.3 0.4 1.8 1.6Apreciação cambial(c) 1.8 -4.0 -12.9 -14.0 7.8 10.6 -2.8 -2.4Agregado monetário alargado (M3H)(d) 5.3 9.9 2.4 4.0 0.0 3.1 -1.2 7.4Preços das acções -27.3 -27.5 -19.4 59.5 49.4 3.5 6.6 56.9Preços da habitação -5.5 -13.9 -17.0 -8.8 6.0 -3.6 5.5 17.5

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(d) Dados nacionais harmonizados.

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Quadro 4Finlândia: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -3.3 -0.9 0.3

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) -0.6 1.7 .

Dívida bruta do sector público administrativo 57.6 55.8 53.6

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que as despesas em investimento.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

0

20

40

60

80

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-5

0

5

10

15

20

Gráfico 2

Finlândia: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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Quadro 5Finlândia: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total ( em percentagem do PIB) 14.5 23.0 41.5 58.0 59.6 58.1 57.6 55.8

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 66.1 60.8 45.1 43.3 41.0 45.1 46.6 50.4

Moeda estrangeira 33.9 39.2 54.9 56.7 59.0 54.9 53.4 49.6

Detida por nacionais (% do total) 60.2 48.4 38.2 36.2 36.3 40.3 39.3 36.8

Maturidade média(a) ( anos ) 4.6 4.9 5.2 4.9 4.7 4.3 4.4 4.7

Compos. por maturidade(a) (% do total)

Curto-prazo(b) (<1 ano ) 11.3 10.0 12.2 13.8 13.7 20.3 24.1 19.1

Médio-prazo (1-5 anos) 73.8 64.0 59.8 52.8 54.2 52.8 48.2 48.1

Longo-prazo (>5 anos) 14.9 25.9 28.0 33.3 32.1 26.9 27.8 32.8

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual.(b) Incluindo a dívida a curto prazo e a dívida associada a taxas de juro de curto prazo.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

10

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-8

-6

-4

-2

0

2

4

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Finlândia: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

40

50

60

70

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Finlândia: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

Quadro 6Finlândia: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 52.1 54.0 54.9 53.8 54.4 53.5 54.6 53.5

Impostos 33.1 33.2 32.3 30.3 31.3 31.2 33.1 33.2

Contribuições para a segurança social 13.0 13.9 14.9 15.4 16.2 15.2 14.5 13.7

Outras receitas correntes 6.0 6.9 7.7 8.1 6.8 7.1 7.0 6.6

Despesa total 46.8 55.5 60.7 61.8 60.8 58.3 57.9 54.5

Transferências correntes 20.4 25.2 29.5 31.0 30.2 28.4 27.4 25.7

Pagamentos de juros efectivos 1.5 1.9 2.6 4.6 5.0 5.2 5.6 5.4

Consumo público 21.1 24.2 24.8 23.3 22.3 21.8 21.9 20.9

Despesas de capital líquidas 3.9 4.1 3.7 3.0 3.3 2.9 3.1 2.4

Excedente (+) ou défice (-) 5.4 -1.5 -5.9 -8.0 -6.4 -4.7 -3.3 -0.9

Saldo primário 6.8 0.4 -3.2 -3.4 -1.4 0.4 2.3 4.5

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -5.2 -3.6 -2.1 -0.6 1.7

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior às despesas em investimento.

Quadro 7Finlândia: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 19.7 21.5 24.3 34.7 41.1

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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Quadro 8(a) Finlândia: Estabilidade cambial

(14 de Outubro de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Sim

Participação desde 14 de Outubro de 1996

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país Não

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas centrais da grelha do MTC (%) face a(a)

Franco belga 3.1 0.2

Coroa dinamarquesa 2.8 0.1

Marco alemão 3.0 0.2

Peseta espanhola 2.1 -0.2

Franco francês 3.6 0.1

Libra irlandesa -0.3 -9.1

Lira italiana 3.0 -0.4

Florim holandês 2.9 0.2

Xelim austríaco 3.0 0.2

Escudo português 1.4 -1.1

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias. Os desvios da lira italiana referem-se ao período a partir

de 25 de Novembro de 1996.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a marca finlandesa

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 4.5 4.0 2.2 5.3 4.4 3.5 2.3 1.1

Diferenciais de taxa de juro

de curto prazo(b) 0.4 0.1 -0.1 -0.1 -0.2 -0.2 -0.0 -0.1

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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Quadro 9Marca finlandesa: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aosEstados-membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC -11.3 -11.1 -14.8

Baseadas no IPP/IPG -8.8 -5.5 -9.4

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal -15.2 -7.7 -14.8

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

Marca finlandesa: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 5

FIM/BEF FIM/DKK FIM/DEM FIM/ESP FIM/FRF

FIM/IEP FIM/ITL FIM/NLG FIM/ATS FIM/PTE

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-15

-10

-5

0

5

10

15

Fonte: Comissão Europeia.Nota: As linhas verticais indicam a data da adesão da Finlândia ao MTC (14 de Outubro de 1996).Os desvios anteriores a 14 de Outubro de 1996 referem-se às taxas centrais bilaterais da marca finlandesa estabelecidas aquando da adesão ao MTC, à excepção da lira italiana. Neste caso, os desvios anteriores a 25 de Novembro de 1996 referem-se à taxa central bilateral estabelecida aquando da re-entrada da lira no MTC.

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Quadro 10Finlândia: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) -5.1 -5.5 -4.6 -1.3 1.3 4.1 3.8 5.3

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) -27.4 -35.3 -47.8 -54.1 -51.7 -42.2 -42.6 -43.4

Exportações (bens e serviços)(d) 23.1 23.2 26.4 31.2 33.8 34.8 34.9 37.4

Importações (bens e serviços)(e) 24.6 23.3 24.5 24.9 26.9 27.4 27.6 28.5

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à balanç a

de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a % das export. de bens intra-UE nas export. totais de bens nac. foi de 53.4%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997,

FMI.(e) Em 1996, a % das import. de bens intra-UE nas import. totais de bens nac. foi de 58.5%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997,

FMI.

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Quadro 11Finlândia: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 7.1 6.0 5.8 5.6 5.3 5.9

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

(a) Finlândia: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Finlândia: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC emrelação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 6

Difer. de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19974

6

8

10

12

14

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

4

-4

-2

0

2

6

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

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SUÉCIA

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média de inflaçãodo IPCH na Suécia situou-se em 1.9%, ouseja muito abaixo do valor de referênciade 2.7%. O mesmo se verificou para oconjunto do ano de 1997. Em 1996, ainflação média do IPCH situou-se em 0.8%(ver Quadro 1). Nos dois últimos anos, ainflação do IPCH na Suécia tem reveladouma tendência para um certo aumento,mantendo-se no entanto em níveis quesão geralmente considerados consistentescom a estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a inflação dospreços no consumidor na Suécia, medidacom base no IPC, tem prosseguido umatendência descendente desde o início dadécada de 90, descendo acentuadamentede um valor superior a 10% no início dadécada, para taxas significativamente maisbaixas a partir de 1994. Em 1996-97, ainflação situou-se abaixo de 1% e deram-seem geral baixas pressões inflacionistas (verGráfico 1). Esta experiência de desinflaçãoreflecte diversas decisões de políticaimportantes, incluindo em especial amudança de orientação da polít icamonetária no sentido da manutenção daestabilidade de preços. Desde 1995, foiadoptado um objectivo de inflação directode 2% para o índice de preços noconsumidor. Esta orientação geral tem sidoapoiada, nomeadamente por ajustamentosna política orçamental e por uma maiorconcorrência no mercado do produto, emparte relacionadas com a adesão da Suéciaà UE em 1995 e incentivados peloenquadramento da legislação sobreconcorrência. Além disso, a conjunturamacro-económica contribuiu para acontenção de pressões ascendentes sobreos preços. Especialmente no contexto dagrave recessão registada no início dos anos

90, surgiu um considerável desvio doproduto negativo (ver Quadro 2). Desde1994, a actividade económica entrou numperíodo de recuperação e o desvio doproduto estreitou-se apreciavelmente.Neste contexto, acelerou o crescimentoda remuneração por trabalhador em 1996e os custos unitários de trabalho cresceram4.6% em 1996, antes de desacelerarempara 1.2% em 1997. O controlo daspressões inflacionistas tem sido facilitadopelos decréscimos ou apenas ligeiras subidasdos preços das importações em 1996-97 epor uma procura interna fraca, numcontexto de contenção orçamental. Alémdisso, os custos decrescentes das hipotecascontribuíram para taxas mais baixas deinflação do IPC. A inflação subjacente12

tem-se situado num nível próximo ouinferior a 2% desde 1992. Em termos deoutros índices de preços relevantesverificam-se igualmente baixas taxas deinflação (ver Quadro 2).

Numa análise à evolução recente eprevisões, os resultados da inflação dospreços no consumidor (medida comovariação percentual em relação ao mêshomólogo do ano anterior) indicam umdecréscimo para cerca de 1½%, havendopoucos sinais de uma pressão imediata nosentido ascendente com base nas medidasapresentadas no Quadro 3a. A maioria dasprevisões para a inflação sugerem taxas de1½ - 2% em 1998 e 2% em 1999 (verQuadro 3b). Neste período, os riscos paraa estabilidade de preços encontram-seassociados à evolução salarial, no contextodo fortalecimento da actividade económica.

Numa análise a prazo mais longo, amanutenção de um ambiente conducente

12 A inflação subjacente é aqui definida como o IPCexcluindo os pagamentos com juros de hipotecas eos efeitos dos impostos indirectos e subsídios.

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à estabilidade de preços está relacionada,na Suécia, nomeadamente com a conduçãode políticas orçamentais a médio e longoprazo; será igualmente importante o reforçodas políticas nacionais destinadas aaumentar a concorrência nos mercados doproduto e a melhorar o funcionamentodos mercados de trabalho, no contexto dataxa de desemprego actualmente elevadana Suécia.

Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice público situou-se em 0.8%, ou sejamuito abaixo do valor de referência de 3%e o rácio da dívida situou-se em 76.6%, istoé acima do valor de referência de 60%. Emcomparação com o ano anterior, o ráciodo défice reduziu-se 2.7 pontos percentuaise o rácio da dívida diminuiu marginalmenteem 0.1 pontos percentuais. Em 1998,espera-se um excedente de 0.5% do PIB,enquanto o rácio da dívida deverá diminuirpara 74.1%. Em 1996, o rácio do déficeexcedeu o rácio da despesa pública eminvestimento em percentagem do PIB, eem 1997 o rácio do défice foi inferior aorácio do investimento (ver Quadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 a 1997, o rácio da dívida empercentagem do PIB na Suécia aumentou33.3 pontos percentuais: inicialmente, asituação das finanças públicas na Suéciadeteriorou-se acentuadamente e o rácioda dívida aumentou de 43.3% do PIB em1990 para 79.0% em 1994; a partir deentão, o rácio decresceu para 76.6% em1997 (ver Gráfico 2a), isto é uma descidade 2.4 pontos percentuais em três anos.Como se indica em pormenor no Gráfico2b, nos primeiros anos da década de 90,quer o diferencial negativo crescimento/taxa de juro - reflectindo uma queda de5% do PIB na Suécia ao longo de três anos- quer a deterioração do saldo primáriocontribuíram para a crescente dívida pública.Porém, como reflectido nos chamados

”ajustamentos entre variações de posiçõese fluxos”, o apoio financeiro concedido aosector bancário e a reavaliação da dívidapública denominada em moeda estrangeira,após a considerável depreciação da coroasueca entre 1991 e 1992, tiveram um forteimpacto. Desde 1996, o saldo primárioregista um excedente em contínuo aumentomais do que compensando, em 1997, odiferencial desfavorável crescimento/taxade juro. O padrão observado durante osanos 90 ilustra os efeitos poderosos queuma forte deterioração da conjunturamacro-económica e c ircunstânciasextraordinárias podem exercer sobre orácio da dívida, em especial na ausência deum excedente primário para compensarestes factores. Neste contexto, devesalientar-se que a percentagem da dívidacom maturidade residual de curto prazotem vindo a decrescer dos elevados níveisdo início dos anos 90, e que a maturidademédia tem permanecido globalmenteestável nos anos mais recentes (ver Quadro5). Em relação a 1997, a proporção dadívida com maturidade residual de curtoprazo é ainda elevada e, tendo em atençãoo nível actual do rácio da dívida, os saldosorçamentais são sensíveis a variações nastaxas de juro. Além disso, a proporção dedívida em moeda estrangeira aumentoupara níveis elevados, tornando os saldosorçamentais em princípio sensíveis avariações nas taxas de câmbio, emboraparte desta dívida deva ser redominada emeuro.

Durante a década de 90, pode observar-seum padrão de uma primeira deterioração esubsequente melhoria de resultados norácio défice em percentagem do PIB. Deuma posição excedentária de 4.2% em1990, o rácio passou para uma posiçãodeficitária em 1991, que subiu para umnível máximo de 12.2% do PIB em 1993;desde então, o défice tem vindo a diminuirano após ano, para se situar em 0.8% em1997 (ver Gráfico 3a). Tal como éapresentado em maior pormenor noGráfico 3b, onde se mostram as variações

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nos défices, os factores cíclicos tiveram umimportante contributo para o aumento dodéfice até 1993, bem como para a suaredução nos anos subsequentes, tendodesempenhado um papel menosimportante no período 1996-97. Noentanto, as melhorias ”não-cíclica” podemref lect ir uma mudança ”estrutural”duradoura no sentido de pol ít icasorçamentais mais equilibradas e/ou diversasmedidas de efeito temporário. Os dadosdisponíveis sugerem que tais medidastemporárias contribuíram para a reduçãodo défice, em 0.3% do PIB, em 1996, masnão foram relevantes em 1997.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que o rácio dadespesa pública total aumentou rapidamenteentre 1990 e 1993. As transferênciascorrentes, em especial, aumentaram deforma acentuada, reflectindo um marcadoaumento nos pagamentos relacionados como desemprego e outras rubricas dasegurança social; além disso, todas asrubricas principais da despesa aumentaramem percentagem do PIB (ver Quadro 6).Após 1993, o rácio da despesa totaldiminuiu rapidamente na sequência deuma redução em todas as categorias dasdespesas, à excepção dos pagamentos dejuros. Porém, em 1997, o rácio das despesassituou-se 3 pontos percentuais acima donível registado no início da década de 90,reflectindo rácios mais elevados nastransferências correntes especialmente paraos desempregados - e nos pagamentos dejuros. De acordo com este padrão, etomando em consideração não só que ospagamentos de juros aumentaram emsintonia com o rácio da dívida mais elevado,mas também que as despesas de capital sereduziram substancialmente desde 1993, acontinuação de uma tendência descendentedas despesas totais em percentagem doPIB parece estar dependente de uma maiorênfase nas transferências correntes, as quaisainda se situam muito acima do nívelregistado em 1990. As receitas pública em

relação ao PIB revelaram uma tendênciadecrescente até 1994, tendo iniciado umatrajectória gradualmente ascendente desdeentão, podendo estar a um nível prejudicialao crescimento económico.

De acordo com a estratégia a médio prazoda política orçamental na Suécia, tal comofoi apresentada na última revisão doPrograma de Convergência para 1995-2000, de Setembro de 1997, prevê-se para1998 um excedente orçamental e umanova redução do rácio da dívida. A propostade orçamento para 1998 está em sintoniacom o programa. Embora o orçamentocontenha alguns aumentos de despesas,não atinge limites previamente fixados paraa despesa, prevendo-se descidas dos ráciosdas despesas e das receitas. Actualmente,há evidência de medidas com efeitotemporário no orçamento de 1998,correspondentes a 0.8% do PIB. No ano2000, de acordo com as previsões actuais,o saldo global deverá registar um excedentede 1.5% do PIB, evoluindo no sentido doobjectivo de médio prazo de um excedentede 2% ao longo do ciclo e o rácio da dívidadeverá situar-se em 67%. As projecçõesactuais coincidem globalmente com aanterior actualização do programa, masimplicam uma melhoria mais rápida do queo previsto no programa inicial de 1995.Caso os saldos orçamentais venham aatingir os valores previstos no Programa deConvergência para 1999-2000, a Suéciacumprirá o objectivo de médio prazo doPacto de Estabilidade e Crescimento, emvigor a partir de 1999, de ter uma situaçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

No que respeita ao horizonte futuro para aredução do rácio da dívida para o valor dereferência de 60%, em países com umrácio da dívida bastante acima de 60% masabaixo de 80% do PIB, o IME apresentacálculos, como detalhados no Gráfico 5.No pressuposto de que são alcançados asposições orçamentais globais e os ráciosda dívida previstos para 1998 pela Comissão

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Europeia, manter constante nos anossubsequentes o excedente primárioprevisto para 1998, de 6.8% do PIB, seriaconsistente com uma redução do rácio dadívida para menos de 60% em 2001.Manter constante o excedente orçamentalglobal de 1998 em 0.5% do PIB, geraria umrácio da dívida inferior a 60% em 2003. Porúltimo, manter um orçamento equilibradoseria, no caso da Suécia, prolongar esteprocesso até 2004. Tais cálculos baseiam-se na hipótese normativa de uma taxa dejuro nominal constante de 6% (4% decusto real médio da dívida pública e 2% deinflação) e na hipótese de crescimento realdo PIB constante à taxa de 1.9%, comoestimado pela Comissão para a tendênciade crescimento real do PIB em 1998. Nãosão considerados os ajustamentos entrevariações de posições e fluxos. Emboraestes cálculos sejam puramente ilustrativose não possam ser considerados comoprevisões, mostram a necessidade demanter cons ideráveis esforços deconsolidação por forma a reduzir o rácioda dívida na Suécia para um nível igual ouinferior a 60% do PIB, num período detempo adequado.

Justifica-se de facto, no caso da Suécia, queseja dada importância à necessidade de umamelhoria considerável do rácio do défice ede manter a consolidação ao longo dotempo. Como se verificou no passado,choques inesperados podem aumentarsubstancialmente o rácio da dívida. Alémdisso, tal como é salientado no Quadro 7, apartir de cerca do ano 2010, antevê-se umacentuado envelhecimento da população.Assim, aumentará a despesa pública com aspensões em percentagem do PIB, se aspolíticas em relação aos benefícios nãosofrerem alterações. O sistema de pensõessueco é parcialmente capitalizado, mas ébasicamente do tipo repartição. Foi decididocomplementar gradualmente o sistema depensões público com um sistema maisrobusto, ligado ao crescimento económico eàs alterações demográficas, que reduza apressão nas finanças públicas e diminua a

necessidade de um fundo de estabilizaçãomaior. O fundo investe actualmente partedos seus activos em títulos da dívida pública,reduzindo desta forma a dívida brutaconsolidada do sector público.Consequentemente, qualquer alteração nestapolítica de investimento introduziria incertezana futura trajectória do rácio da dívida bruta.A tendência demográfica durante as próximasdécadas terá um efeito negativo nos actuaisexcedentes do sistema de pensões, tornandoessencial uma melhoria do saldo orçamentaldo sector público. O encargo global com oenvelhecimento da população será atenuadocaso as finanças públicas tenham criado umespaço de manobra suficiente antes deentrarem no período durante o qual asituação demográfica se deteriorar.

Evolução cambial

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Março de 1997 eFevereiro de 1998, a coroa sueca nãoparticipou no MTC (ver Quadro 8a). Apolítica monetária sueca tem sido orientadano sentido do objectivo primordial daestabilidade de preços através de umobjectivo directo de inflação de 2% para oIPC. No período de referência a moedafoi geralmente transaccionada acima dastaxas médias bilaterais de Março de 1996em relação à maioria das outras moedas daUE, usadas como referência para finsilustrativos, dada a inexistência de taxascentrais. (ver Gráfico 6 e Quadro8a). Emparalelo com estas evoluções, o grau devolatilidade cambial da coroa sueca face aomarco alemão tem tido tendência paradiminuir recentemente, emborapermanecendo relativamente elevado (verQuadro 8b), enquanto os diferenciais detaxa de juro de curto prazo em relação aospaíses da UE com as taxas de curto prazomais baixas se reduziram significativamente.

Num contexto a mais longo prazo, a actualtaxa de câmbio da coroa sueca face àsrestantes moedas da UE, quando medida

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em termos da taxa de câmbio efectiva real,encontra-se um tanto abaixo dos valoreshistóricos e dos valores médios de 1987(ver Quadro 9). Quanto a outras evoluçõesexternas, a Suécia mantém um excedentecrescente da balança de transacçõescorrentes desde 1994, no contexto deuma posição de responsabilidades líquidassobre o exterior relativamente elevada(ver Quadro 10). Convém igualmenterecordar que a Suécia é uma pequenaeconomia aberta que apresenta, de acordocom os últimos dados disponíveis, umrácio de comércio externo em relação aoPIB de 47% para as exportações e de 38%para as importações, e uma percentagemdo comércio intra-UE de 55% para asexportações e de 66% para as importações.

Evolução das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência deFevereiro de 1997 até Janeiro de 1998, astaxas de juro de longo prazo na Suéciaforam em média de 6.5%, situando-seabaixo do valor de referência relativo aocritério das taxas de juro de 7.8%, estipuladocom base nos três Estados-membros commelhores resultados em termos deestabilidade de preços. O mesmo seregistou no conjunto do ano de 1997,assim como em 1996 (ver Quadro 11).

As taxas de juro de longo prazo têm vindo aregistar uma tendência globalmentedescendente desde o início da década de 90(ver Gráfico 7a). Em simultâneo, tem-seobservado, desde o início da presente década,uma convergência entre as taxas de juro delongo prazo suecas e os níveis prevalecentesnos Estados-membros da UE com as menorestaxas de rendibilidade das obrigações. Desdemeados de 1995, este processo deconvergência tem vindo a acelerar e odiferencial foi virtualmente eliminado (verGráfico 7b). Os principais factores subjacentesa esta tendência foram a taxa de inflaçãocomparativamente mais baixa e a evoluçãofavorável das finanças públicas do país.

Conclusão

Durante o período de referência, a Suéciaregistou uma taxa de inflação do IPCH de1.9%, ou seja muito abaixo do valor dereferência estipulado pelo Tratado. Ocrescimento dos custos unitários detrabalho fo i moderado em 1997,verificando-se igualmente taxas de inflaçãobaixas quando medidas em termos deoutros índices de preços relevantes. Numaanálise prospectiva, há poucos sinais depressão imediata no sentido ascendentesobre a inflação; as previsões apontampara um nível de inflação de 1½-2% em1998 e 2% em 1999. O nível das taxas dejuro de longo prazo situou-se em 6.5%, ouseja abaixo do respectivo valor dereferência.

A Suécia não participa no MTC. Durante operíodo de referência, a coroa sueca foitransaccionada acima das taxas médiasbilaterais de Março de 1996 em relação àmaioria das outras moedas da UE, utilizadascomo taxa de referência para efeitosilustrativos, na ausência de taxas centrais.

Em 1997, a Suécia alcançou um rácio dodéfice orçamental de 0.8% do PIB, isto émuito abaixo do valor de referência,prevendo-se um excedente de 0.5% em1998. O rácio da dívida em relação ao PIBsitua-se acima do valor de referência de60%; depois de ter atingido um nívelmáximo em 1994, o rácio reduziu-se 2.4pontos percentuais para 76.6% em 1997.No que se refere à sustentabilidade daevolução orçamental, as previsões apontampara uma redução do rácio da dívida para74.1% do PIB em 1998. No contexto dasrecentes tendências do rácio do défice, aSuécia deverá cumprir o objectivo demédio prazo do Pacto de Estabilidade eCrescimento, em vigor a partir de 1999, oqual consiste em alcançar uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária. Dado que o actual rácio dadívida se situa acima de 75% do PIB, atingiro excedente global previsto para 1998 e

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manter esse nível nos anos subsequentesreduziria o rácio da dívida para um valorinferior a 60% do PIB no ano 2003.

Relativamente a outros factores, o rácio dodéfice excedeu o rácio do investimentopúblico em relação ao PIB em 1996,reduzindo-se para um valor inferior àquele

nível em 1997. Além disso, a Suécia registouexcedentes da balança de transacçõescorrentes, mantendo uma posição external íquida negat iva . No contexto doenvelhecimento da população, a Suéciadispõe de um sistema de pensõesparcialmente capitalizado.

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SUÉCIA

I Evolução dos preçosQuadro1 Suécia: Inflação IPCHGráfico 1 Suécia: Evolução dos preçosQuadro 2 Suécia: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Suécia: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsões da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Suécia: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Suécia: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Suécia: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturaisGráfico 3 Suécia: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Suécia: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Suécia: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 5 Suécia: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos

para o rácio dos saldos orçamentaisQuadro 7 Suécia: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 Suécia: Estabilidade cambialGráfico 6 Coroa sueca: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTCQuadro 9 Coroa sueca: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados-membros participantes no MTCQuadro 10 Suécia: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 Suécia: Taxas de juro de longo prazoGráfico 7 (a) Suécia: Taxa de juro de longo prazo

(b) Suécia: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPCem relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Suécia: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 0.8 1.8 2.7 2.7 2.1 1.9

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

10

15

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Suécia: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 3Suécia: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)Variação anual em percentagem 1.7 1.8 1.8 1.9 1.3Variação na média dos últimos 3 meses em relação aos

3 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 3.1 3.2 2.6 2.0 0.8Variação na média dos últimos 6 meses em relação aos

6 meses anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 1.8 2.1 2.4 2.5 2.5

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.

(b) Previsões da inflação

1998 1999Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 1.5 1.8OCDE (Dezembro 1997), deflator do consumo privado 2.2 2.2FMI (Outubro 1997), IPC 2.0 .

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), OCDE e FMI.

Quadro 2Suécia: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC) 10.4 9.7 2.4 4.7 2.3 2.8 0.8 0.9IPC excl. variações nos impostos

indirec.líquidos(b) 7.5 5.7 3.4 4.0 2.4 1.9 0.5 0.3Deflator do consumo privado 9.9 10.3 2.2 5.7 3.0 2.7 1.2 2.3Deflator do PIB 8.9 7.6 1.0 2.6 2.4 3.7 1.1 1.6Preços no produtor 4.2 2.4 -0.3 1.1 4.4 8.2 -0.2 1.1Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 1.4 -1.1 -1.4 -2.2 3.3 3.9 1.3 1.8Desvio do produto (p.p.) 3.6 1.3 -1.4 -4.7 -2.8 -0.5 -0.9 -0.9Taxa de desemprego (%) 1.7 3.0 5.3 8.2 8.0 7.7 8.0 8.3Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 10.6 6.4 0.4 1.9 0.5 0.0 4.6 1.2Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 11.3 6.8 4.0 4.4 4.8 2.7 6.6 3.9Produtividade do trabalho, conj. da economia 0.6 0.4 3.5 2.5 4.2 2.7 1.9 2.7Deflator dos preços das importações 3.0 0.0 -2.2 14.4 3.5 4.8 -4.9 1.4Apreciação cambial(c) -1.3 -0.5 1.4 -19.2 -1.3 -0.2 9.8 -3.7Agregado monetário alargado (M3H)(d) - - - - - - - -Preços das acções -7.5 -4.8 -15.2 31.0 25.7 11.8 23.0 43.9Preços da habitação 11.8 6.9 -9.4 -10.1 3.5 0.5 -0.2 6.2

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) Estimativas nacionais.(c) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação)(d) Dados nacionais harmonizados.

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268

Quadro 4Suécia: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo -3.5 -0.8 0.5

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) -1.4 1.6 .

Dívida bruta do sector público administrativo 76.7 76.6 74.1

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que as despesas em investimento.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

40

50

60

70

80

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-5

0

5

10

15

Gráfico 2

Suécia: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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Quadro 5Suécia: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida total (em percentagem do PIB ) 43.3 52.8 66.8 75.8 79.0 77.6 76.7 76.6

Composição por moeda(a) (% do total)

Moeda nacional 86.1 91.5 73.2 65.4 67.1 66.3 66.6 68.3

Moeda estrangeira 13.9 8.5 26.8 34.6 32.9 33.7 33.4 31.7

Detida por nacionais (% do total) 80.5 78.2 58.3 53.1 57.9 58.7 57.5 54.2

Maturidade média(b) (anos) . . . . 2.4 2.8 2.7 2.6

Compos. por maturidades(c) (% do total)

Curto-prazo(d) (< 1 ano) 54.7 62.5 63.3 43.4 40.6 35.3 35.8 34.0

Médio e longo prazo ( ≥ 1 ano) 45.3 37.5 36.7 56.6 59.4 64.7 64.2 66.0

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano. Asdiferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Dívida consolidada.(b) Duração modificada.(c) Maturidade residual. A decomposição é uma aproximação baseada na composição dos instrumentos de dívida do sector público.(d) Incluíndo a dívida a curto prazo e a dívida associada a taxas de juro de curto prazo.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-15

-10

-5

0

5

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-8

-6

-4

-2

0

2

4

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Suécia: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

50

60

70

80

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Suécia: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

Quadro 6Suécia: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 64.6 61.4 60.6 60.1 59.2 59.8 62.5 62.6

Impostos 40.4 37.5 36.6 36.3 36.0 36.3 37.7 38.9

Contribuições para a segurança social 15.5 15.4 14.7 14.3 14.4 14.0 15.1 15.2

Outras receitas correntes 8.7 8.5 9.3 9.5 8.9 9.6 9.7 8.6

Despesa total 60.4 62.5 68.4 72.3 69.5 66.7 66.0 63.4

Transferências correntes 25.9 27.6 30.8 33.0 32.2 31.5 30.6 29.0

Pagamentos de juros efectivos 5.0 5.1 5.4 6.2 6.8 6.4 7.2 6.2

Consumo público 27.2 27.1 27.8 28.0 27.1 25.7 26.1 25.8

Despesas de capital líquidas 2.3 2.6 4.4 5.2 3.4 3.2 2.1 2.4

Excedente (+) ou défice (-) 4.2 -1.1 -7.7 -12.2 -10.3 -6.9 -3.5 -0.8

Saldo primário 9.1 4.0 -2.4 -6.1 -3.5 -0.5 3.7 5.4

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -11.2 -7.2 -4.0 -1.4 1.6

Fonte: Com.Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior às despesas em investimento.

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1998 1999 2000 2001

55

60

65

70

75

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME. Nota: Os 3 cenários pressupõem que o rácio da dívida em 1998 será de 74.1% do PIB, de acordo com as prev., e que o saldo global de 0.5% do PIB ou o saldo primário de 6.8% do PIB em 1998 permanecem constantes no período consid. (em % do PIB) ou, em alternativa, que o equilíbrio orçamental se mantém a partir de 1999. Os pressupostos subjacentes são uma taxa de cresc. real do PIB de 1.9% em 1998, de acordo com as estimativas da Comissão; uma taxa de inflação de 2%; no cenário de um saldo primário constante, a tx.de juro nominal será de 6%. Não foram considerados os ajust.entre variações de posições e fluxos.

Gráfico 5

Suécia: Rácios da dívida futuros potenciais sob diferentes pressupostos para o rácio dos saldos orçamentais(em percentagem do PIB)

Saldo global constante Saldo primário constante Orçamento equilibrado

Quadro 7Suécia: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 27.6 26.9 29.1 35.6 39.4

população com idade compreendida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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Quadro 8(a) Suécia: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Não

Participação desde -

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país -

Desvio máximo superior (+) e inferior (-)

das taxas bilaterais médias de Março de 1996 (%) face a(a)

Moedas participantes no MTC:

Franco belga 7.0 -1.1

Coroa dinamarquesa 5.1 -1.1

Marco alemão 6.6 -1.1

Peseta espanhola 6.9 -1.0

Franco francês 4.6 -1.2

Libra irlandesa 1.3 -11.9

Lira italiana 1.6 -5.9

Florim holandês 7.3 -1.1

Xelim austríaco 6.7 -1.1

Escudo português 4.9 -2.5

Marca finlandesa 4.2 -3.7

Moedas não participantes no MTC:

Dracma grego 3.1 -3.3

Libra esterlina 1.4 -22.5

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a coroa sueca

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 6.9 6.4 4.3 6.2 7.7 6.6 6.9 4.2

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) 3.0 2.0 1.3 0.6 0.8 0.8 0.7 0.8

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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Fonte: Comissão Europeia.

Coroa sueca: Desvios das taxas centrais bilaterais do MTC(dados diários; percentagens; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 6

SEK/BEF SEK/DKK SEK/DEM SEK/GRD SEK/ESP

SEK/IEP SEK/ITL SEK/NLG SEK/ATS SEK/PTE SEK/FIM SEK/GBP

SEK/FRF

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

70

80

90

100

110

120

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

70

80

90

100

110

120

Quadro 9Coroa sueca: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos Estados--membros participantes no MTC(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC -13.1 -8.5 -7.5

Baseadas no IPP/IPG -5.2 -2.7 -2.8

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal -22.8 -8.4 -15.8

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

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Quadro 10Suécia: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) -2.9 -2.0 -3.4 -2.0 0.3 2.2 2.3 2.7

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) -37.0 -25.8 -37.4 -46.3 -46.0 -37.2 -43.1 -47.1

Exportações (bens e serviços)(d) 29.9 29.6 30.7 33.8 37.2 40.5 42.4 47.0

Importações (bens e serviços)(e) 29.5 28.4 29.1 29.1 31.8 33.8 34.6 37.9

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a. edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à

balança de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 199 4), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a % das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens nac. foi de 55.0 %; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997,

FMI.(e) Em 1996, a % das import.de bens intra-UE nas import.totais de bens nac. foi de 66.4%; Direction of Trade Statist. Yearbook 1997,

FMI.

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Quadro 11Suécia: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 8.0 6.6 6.3 6.0 5.7 6.5

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

(a) Suécia: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Suécia: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPC em relaçãoaos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 7

Difer.de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19974

6

8

10

12

14

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-4

0

4

8

12

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

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REINO UNIDO13

Evolução dos preços

Durante o per íodo de referênciacompreendido entre Fevereiro de 1997 eJaneiro de 1998, a taxa média da inflaçãodo Índice de Preços no ConsumidorHarmonizado (IPCH) situou-se em 1.8%,ou seja muito abaixo do valor de referênciade 2.7%. O mesmo se verificou no conjuntodo ano de 1997. Em 1996, a inflação médiado IPCH situou-se em 2.5% (ver Quadro1). Nos dois últimos anos, a inflação doIPCH no Reino Unido foi reduzida para umnível que é geralmente consideradocompatível com a estabilidade de preços.

Numa análise retrospectiva, a inflação dospreços no consumidor no Reino Unido,medida com base no índice de preços aretalho excluindo os pagamentos de juros dehipotecas (IPRX), seguiu uma trajectóriadescendente generalizada no início da décadade 90 (ver Gráfico 1). A inflação situava-seem 8.1% em 1990, tendo caído para 2.3%em 1994, voltando a subir para um valorpróximo de ou ligeiramente inferior a 3% em1995-97. A desinflação reflecte diversasescolhas importantes a nível de políticas,nomeadamente a alteração na orientação dapolítica monetária, após o Outono de 1992,no sentido de alcançar um objectivo explícitopara a inflação, o qual se encontrapresentemente fixado pelo Governo em2.5% para o IPRX e, mais recentemente, naindependência operacional concedida aoBanco de Inglaterra. A redução da inflaçãotem sido facilitada, entre outros factores,pela orientação dada à política orçamental, àconcorrência acrescida em sectorestradicionalmente protegidos e às reformasno mercado de trabalho. Além disso, noinício da década, a conjunturamacro-económica contribuiu para acontenção das pressões ascendentes sobreos preços: nomeadamente no contexto darecessão ocorrida em 1991-92, surgiu umdesvio negativo do produto significativo (ver

Quadro 2). Desde então, tem-se verificadouma forte recuperação e o desvio do produtotem sido gradualmente eliminado. Com amaior restritividade das condições domercado de trabalho, os salários crescerammoderadamente e o crescimento dos custosunitários de trabalho permaneceu em tornode 2% em 1996-97. Entretanto, os preçosdas importações têm registado variaçõesconsideráveis nos últimos anos, em partedevido às grandes oscilações da taxa decâmbio efectiva. No passado recente, aqueda dos preços das importações, associadaà apreciação da taxa de câmbio, exerceuuma pressão descendente sobre os preços,no contexto de uma forte procura interna.Em termos de outros índices de preçosregista-se igualmente uma tendênciageneralizada de queda das taxas de inflação,embora em 1997 os preços no consumidor,calculados com base no IPRX, tenhampermanecido acima do objectivo e muitoacima de outras medidas da inflação, antesde descerem para o valor programado emJaneiro de 199814 (ver Quadro 2).

Numa análise à evolução recente e àsprevisões, os resultados da inflação dospreços no consumidor (medida como avariação percentual relativamente ao mêshomólogo do ano anterior) indicam umaligeira diminuição para 2½%, existindo,todavia, alguns sinais de pressão ascendenteimediata com base nas medidasapresentadas no Quadro 3a15 . As previsões

13 O Relatório de Convergência não considera asmedidas do Orçamento do Reino Unido, uma vezque foram introduzidas muito pouco tempo antesda data de publicação.

14 A inflação medida com base no IPRX é maiselevada do que a medida com base no IPCH.Grande parte da diferença é puramente algébrica;o IPRX é construído como uma média aritmética eo IPCH como uma média geométrica.

15 Estas medidas podem ser vulneráveis a distorçõesdecorrentes da sazonalidade residual nos dados.

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para a inflação sugerem uma taxa de cercade 2-2½% em 1998 e 1999 (ver Quadro3b). Os riscos para a estabilidade depreços neste período encontram-seassociados ao forte crescimento monetárioe do crédito e às pressões no mercado detrabalho.

Numa análise a mais longo prazo, emborao Reino Unido não tencione participar napolítica monetária única que terá início em1999, é essencial que as políticas monetáriasprosseguidas não sobrecarreguem a políticamonetária e que sejam conducentes àestabilidade cambial. A conjuntura existenteno Reino Unido de baixa inflação internanecessita também de continuar a serapoiada pela condução de políticasorçamentais adequadas e da continuaçãode políticas destinadas a aumentar aconcorrência nos mercados do produto emelhorar o funcionamento do mercado detrabalho.

Evolução orçamental

No ano de referência de 1997, o rácio dodéfice situou-se em 1.9%, ou seja muitoabaixo do valor de referência de 3% e orácio da dívida situou-se em 53.4%, isto é,também abaixo do valor de referência de60%. Em comparação com o ano anterior,o rácio do défice reduziu-se 2.9 pontospercentuais e o rácio da dívida 1.3 pontospercentuais. Em 1998, espera-se que orácio do défice diminua para 0.6% do PIB,enquanto o rácio da dívida deve descerpara 52.3%. Em 1996 e 1997, o rácio dodéfice excedeu o rácio da despesa públicaem investimento em relação ao PIB (verQuadro 4).

Numa análise retrospectiva sobre o períodocompreendido entre 1991 e 1997, o rácio dadívida em percentagem do PIB aumentou 17.8pontos percentuais. Partindo de um valor de35.6% em 1991, o rácio subiu continuamente,atingindo 54.7% em 1996 e tendo descidopara 53.4% em 1997 (ver Gráfico 2a).

Conforme o Gráfico 2b apresenta commaior pormenor, durante o período emanálise, o crescimento da dívida resultouprincipalmente dos elevados défices primáriosregistados temporariamente, enquanto queuma parte da pressão ascendente resultouda combinação do crescimento do PIB e dastaxas de juro. O excedente primário que sevoltou a registar, apenas deu origem àdescida da dívida em 1997. Os ”ajustamentosentre variações de posições e fluxos” tiveramum papel importante ao confirmar a subidado rácio da dívida em 1994 e em 1996. Ospadrões observados desde o início da décadapodem ser vistos como indicativos da estreitaligação entre os défices primários e a dinâmicaadversa da dívida, independentemente donível inicial da dívida - a qual no caso doReino Unido era comparativamente baixa.Neste contexto, deve salientar-se que aproporção da dívida com uma maturidaderesidual de curto prazo tem vindo a descerdesde o início dos anos 90, enquanto amaturidade média se tem mantido estável eé a mais elevada da União (ver Quadro 5).Em relação a 1997, a proporção da dívidacom uma maturidade residual de curto prazoé ainda considerada como relativamenteelevada mas operações estatísticas correntesdistorcem o quadro qualitativo (ver nota derodapé do Quadro 5). Tendo isto em atençãobem como o nível actual do rácio da dívida,os saldos orçamentais são relativamenteinsensíveis a variações nas taxas de juro. Poroutro lado, a proporção da dívida em moedaestrangeira é baixa sendo os saldosorçamentais relativamente insensíveis avariações nas taxas de câmbio.

Durante a década de 90 pode observar-seum padrão caracterizado pela rápidadeterioração e posterior recuperação dorácio do défice em percentagem do PIB.Partindo de um rácio de 0.9% em 1990, osdesequilíbrios orçamentais atingiram 7.9%do PIB em 1993; desde então, o défice temvindo a diminuir ano após ano, situando-seem 1.9% do PIB em 1997 (ver Gráfico 3a).Tal como é apresentado com maiorpormenor no Gráfico 3b, onde se mostram

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as alterações nos défices, os factores cíclicostiveram um contributo significativo noaumento do défice até 1993, bem comona sua redução posterior. No entanto, asmelhorias não cíclicas podem reflectir umamudança estrutural no sentido de políticasorçamentais mais equilibradas e/ou diversasmedidas de efeito temporário. Os dadosdisponíveis sugerem que essas medidastemporários reduziram o rácio de déficeem 0.5% do PIB em 1997, tendo sobretudonatureza ”auto-reversiva”. Esta situaçãoimplica que medidas compensatórias jáincluidas no orçamento de 1998 deverãocompensar o desaparecimento destesefeitos de modo a manter o orçamento nasua planeada trajectória.

Passando à análise das tendências de outrosindicadores orçamentais, pode ver-seatravés do Gráfico 4 que o rácio dadespesa pública total aumentou entre 1990e 1993. Num contexto de crescimento dodesemprego, registou-se um aumento tantodas transferências correntes para as famíliascomo do consumo público (ver Quadro6). Após 1993, o rácio da despesa total empercentagem do PIB diminuiu, reflectindo aredução das transferências correntes, doconsumo público e da despesa deinvestimento líquida em percentagem doPIB; os pagamentos de juros começaram adiminuir apenas em 1997. O rácio dadespesa global, em 1997, situava-se, emtermos gerais, no nível registado em 1990,embora as transferências correntes sejamagora mais elevadas em percentagem doPIB e as despesas de capital líquidas maisbaixas. Dada a redução sucessiva dasdespesas de capital líquidas durante apresente década, a continuação datendência de abrandamento da despesatotal em percentagem do PIB implicariaque fossem efectuados maioresa justamentos , por exemplo nastransferências correntes e no consumopúblico. Entretanto, a receita pública emrelação ao PIB registou uma tendência dedescida até 1993, começando a subirposteriormente, até atingir em 1997 um

nível muito próximo do registado em1990.

De acordo com a estratégia da políticaorçamental a médio prazo no Reino Unido,tal como foi apresentada no Programa daConvergência de Setembro de 1997 queabrange o período até ao exercício de2001/02, prevê-se que os rácios do déficee da dívida continuem a apresentar umatendência de queda em 1998, atingindouma posição de quase equilíbrio noexercício de 1998/99. O orçamento para1998 é compatível com o programa,prevendo uma redução do rácio da despesae um aumento no rácio das receitas.Actualmente não existem provas demedidas substancia is com efe i tostemporários no orçamento de 1998. Parao exercício de 2000/01 prevê-se umexcedente de 0.5-1.5% e uma nova descidano rácio da dívida. Se os saldos orçamentaisseguirem as projecções do Programa deConvergência, o Reino Unido poderácumprir o objectivo de médio prazoestabelecido no Pacto de Estabilidade eCrescimento - em vigor a partir de 1999 -o qual consiste em atingir uma posiçãoorçamental próxima do equilíbrio ouexcedentária.

No que respeita à trajectória futura potencialdo rácio da dívida, o Relatório do IME nãotece considerações de pormenor para ospaíses que têm um rácio da dívida inferiora 60% do PIB. No entanto, as tendênciasactuais sugerem que o nível da dívida podeser mantido abaixo de 60%. A partir decerca do ano 2010, espera-se um acentuadoenvelhecimento da população (ver Quadro7) mas, ao contrário da maioria dos Estados-membros da UE, o Reino Unido tem umsistema de pensões que assenta, em grandeparte, em fundos de pensões privados,pelo que as pensões da segurança socialnão capitalizadas têm um papel menor doque noutros países da UE. Segundo osplanos actuais, a despesa pública compensões em relação ao PIB não deveráaumentar significativamente. Embora estas

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est imat ivas se jam de certa formareconfortantes, existem todavia muitasincertezas e a evolução do Reino Unido nadécada de 90 mostrou os riscos para orácio da dívida quando os défices aumentamrapidamente.

Evolução cambial

Durante o período de referência de Marçode 1996 a Fevereiro de 1998, a libraesterlina não participou no Mecanismo deTaxas de Câmbio (MTC) (ver Quadro 8a).A política monetária do Reino Unido temsido orientada no sentido da estabilidadede preços, através do estabelecimento deum objectivo explícito para a inflação,fixado presentemente pelo Governo em2.5% para o IPRX. Relativamente ao períodode referência, a libra esterlina apreciou-seem relação às outras moedas da UE,reflectindo em parte a diferente situaçãono ciclo económico e a correspondenteposição da política monetária, como évisível nos elevados diferenciais das taxasde juro de curto prazo, actuais e previstos,em relação aos países participantes noMTC. Ass im, a l ibra ester l ina fo itransaccionada, na maior parte dos casos,muito acima das taxas de câmbio médiasbilaterais registadas em Março de 1996 emrelação às outras moedas da UE, usadascomo referência e para fins ilustrativos,dada a inexistência de taxas centrais (verGráfico 5 e Quadro 8a). Paralelamente aesta evolução, o grau de volatilidade dataxa de câmbio da libra face ao marcoalemão tendeu para uma subida desde oinício de 1996 (ver Quadro 8b) e osdiferencias de taxa de juro de curto prazoem relação aos países da UE que têm astaxas de juro mais baixas aumentoudurante o período de referência.

Num contexto a mais longo prazo, quandomedida em termos das taxas de câmbioefectivas reais, as taxas de câmbio actuaisda libra esterlina face às outras moedas daUE parecem situar-se muito acima de

valores históricos (ver Quadro 9).Relativamente a outros desenvolvimentosexternos, nos últimos anos, a balança detransacções correntes tem estadoglobalmente equilibrada (com um pequenoexcedente em 1997), enquanto asdisponibilidades líquidas sobre o exteriortêm diminuído para 1% a 2% do PIB (verQuadro 10). É ainda de recordar que, deacordo com os dados disponíveis maisrecentes, o Reino Unido apresenta umrácio do comércio externo em relação aoPIB de 32% para as exportações e de 33%para as importações , enquanto apercentagem do comércio intra-UE foi de53% para as exportações e de 50% para asimportações.

Evolução da taxa de juro de longo prazo

Durante o período de referência de Fevereirode 1997 até Janeiro de 1998, as taxas dejuro de longo prazo no Reino Unido foramem média de 7.0%, situando-se abaixo dovalor de referência relativo ao critério dastaxas de juro, isto é 7.8%, estipulado combase nos três Estados-membros commelhores resultados em termos deestabilidade de preços. O mesmo seregistou no conjunto do ano de 1997,assim como em 1996 (ver Quadro 11).

As taxas de juro de longo prazo desceramacentuadamente no início da década de90; após uma interrupção desta tendênciano início de 1994, a descida foi maisgradual (ver Gráfico 6a). Neste contexto,tem-se ver i f icado uma tendênciageneralizada, desde o início da década,primeiramente para a convergência eposter iormente para a divergênciarelativamente às taxas prevalecentes nospaíses da UE com as menores taxas derendibilidade das obrigações (ver Gráfico6b). O principal factor subjacente àtendência de alargamento do diferencialdesde 1993 foi a diferente posição doReino Unido no ciclo económico, emrelação aos outros países da Europa

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Continental (reflectindo, por sua vez, emparte, o padrão diferente da políticamonetária e a evolução da taxa de câmbio).Mais recentemente, o diferencial das taxasde juro a longo prazo mostrou tendência aestreitar-se.

Conclusão

O Reino Unido, nos termos do Protocolon.º 11 do Tratado, notificou o Conselho deque não tenciona passar para a TerceiraFase em 1999. Consequentemente, nãoparticipará na moeda única no início daTerceira Fase. Porém, os seus progressosno sentido da convergência são examinadasem pormenor.

Durante o período de referência, o ReinoUnido registou uma taxa de inflação doIPCH de 1.8%, ou seja muito abaixo dovalor de referência estipulado pelo Tratado.O crescimento dos custos unitários detrabalho foi moderado, verificando-seigualmente uma tendência generalizada parataxas de inflação baixas quando medidasem termos de outros índices de preçosrelevantes. Numa análise prospectiva, asprevisões apontam para uma taxa deinflação de 2-2½% em 1998 e 1999. Onível das taxas de juro de longo prazo foide 7.0%, portanto abaixo do respectivovalor de referência.

O Reino Unido não participa no MTC.Durante o período de referência, a libra

esterlina apreciou-se relativamente a outrasmoedas da UE, reflectindo, em parte, adi ferente pos ição no c ic lo e acorrespondente orientação da políciamonetária.

Em 1997, o Reino Unido alcançou umrácio do défice orçamental de 1.9% do PIB,ou seja um nível muito abaixo do valor dereferência. Para 1998, prevê-se uma novaredução para 0.6%. Além disso, o rácio dadívida diminuiu para 53.4% do PIB em1997, permanecendo assim abaixo do valorde referência de 60%, prevendo-se umanova redução para 52.3% em 1998. Noque se refere à sustentabilidade da evoluçãoorçamental, numa análise ao futuro, casose concretizem os saldos orçamentaisprevistos, o Reino Unido cumprirá oobjectivo de médio prazo do Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, o qual consiste em alcançaruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária, e o rácio dadívida registará uma redução para um valorainda mais abaixo de 60%.

Relativamente a outros factores, em 1997,o Reino Unido registou um pequenoexcedente da balança de transacçõescorrentes e uma posição externa líquidapositiva. No contexto do envelhecimentoda população, o Reino Unido dispõe deum sistema de pensões, em grande parte,privado e capitalizado.

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REINO UNIDO

I Evolução dos preçosQuadro 1 Reino Unido: Inflação IPCHGráfico 1 Reino Unido: Evolução dos preçosQuadro 2 Reino Unido: Medidas de inflação e indicadores relacionadosQuadro 3 Reino Unido: Tendências recentes e previsões da inflação

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor(b) Previsão da inflação

II Evolução orçamentalQuadro 4 Reino Unido: Situação orçamental do sector público administrativoGráfico 2 Reino Unido: Dívida bruta do sector público administrativo

(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Quadro 5 Reino Unido: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectosestruturais

Gráfico 3 Reino Unido: Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo(a) Níveis(b) Variações anuais e factores subjacentes

Gráfico 4 Reino Unido: Receitas e despesas do sector público administrativoQuadro 6 Reino Unido: Situação orçamental do sector público administrativoQuadro 7 Reino Unido: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

III Evolução cambialQuadro 8 (a) Reino Unido: Estabilidade cambial

(b) Indicadores da pressão cambial sobre a libra esterlinaGráfico 5 Libra esterlina: Taxas de câmbio bilateraisQuadro 9 Libra esterlina: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aos

Estados-membros participantes no MTCQuadro 10 Reino Unido: Evolução externa

IV Evolução das taxas de juro de longo prazoQuadro 11 Reino Unido: Taxas de juro de longo prazoGráfico 6 (a) Reino Unido: Taxa de juro de longo prazo

(b) Reino Unido: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação doIPC em relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazomais baixas

Lista de Quadros e Gráficos *

* As escalas dos gráficos podem diferir de país para país.

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Quadro 1Reino Unido: Inflação IPCH(variações anuais em percentagem)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Inflação IPCH 2.5 1.8 1.9 1.8 1.5 1.8

Valor de referência 2.5 2.7 - - - 2.7

Fonte: Comissão Europeia.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

-6

Fonte: Dados nacionais.

Gráfico 1

Reino Unido: Evolução dos preços(variações anuais em percentagem)

IPC Custos unitários de trabalho Deflator dos preços das importações

I Evolução dos preços

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Quadro 2Reino Unido: Medidas de inflação e indicadores relacionados(variações anuais em percentagem, salvo indicação em contrário)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Medidas de inflaçãoÍndice de Preços no Consumidor (IPC)(b) 8.1 6.7 4.7 3.0 2.3 2.9 3.0 2.8IPC excl. var. nos impost

os indirec. líquidos(c) 7.3 6.7 4.3 2.9 1.7 2.3 2.6 2.2Deflator do consumo privado 5.5 7.5 5.0 3.5 2.2 2.7 2.4 2.3Deflator do PIB 6.4 6.5 4.6 3.2 1.7 2.5 2.9 1.8Preços no produtor 6.3 5.4 3.1 3.9 2.6 4.1 2.7 1.1Indicadores relacionadosCrescimento real do PIB 0.4 -2.0 -0.5 2.1 4.3 2.8 2.3 3.5Desvio do produto (p.p.) 3.2 -0.8 -3.2 -3.2 -1.1 -0.5 -0.5 0.6Taxa de desemprego (%) 5.8 8.0 9.7 10.3 9.3 8.2 7.5 5.8Custos unitários de trabalho,

conj. da economia 10.1 7.1 3.2 0.4 -0.4 1.4 2.1 1.9Remuneração por trabalhador,

conj. da economia 9.6 8.0 6.1 3.4 4.0 3.3 3.9 4.3Produtividade do trabalho, conj. da economia 0.0 0.8 2.1 3.3 3.7 1.9 1.4 2.2Deflator dos preços das importações 3.4 0.3 0.0 8.5 2.9 7.1 0.6 -5.6Apreciação cambial(d) -1.4 0.6 -3.7 -8.9 0.2 -4.6 2.0 16.3Agregado monetário alargado (M3H)(e) 17.3 8.6 5.8 4.0 6.1 8.3 13.0 13.4Preços das acções -1.6 8.7 3.1 19.0 8.0 4.6 15.0 18.0Preços da habitação 0.0 -1.2 -5.6 -2.9 0.5 -1.7 4.5 6.3

Fonte: Dados nacionais excepto crescimento real do PIB e desvio do produto (Comissão Europeia, previsões da Primavera, de 1998) etaxa de câmbio (BPI).(a) Parcialmente estimado.(b) IPRX.(c) IPRY. Não são publicados IPC excluindo impostos indirectos líquidos.(d) Taxa de câmbio efectiva nominal em relação a 25 países industrializados.

Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).(e) Dados nacionais harmonizados.

Quadro 3Reino Unido: Tendências recentes e previsões da inflação(variação anual em percentagem, salvo indicação em contrário)

(a) Tendências recentes da inflação dos preços no consumidor

Set 97 Out 97 Nov 97 Dez 97 Jan 98

Índice de preços no consumidor nacional (IPC)(a)

Variação anual em percentagem 2.7 2.8 2.8 2.7 2.5Var. na média dos últimos 3 meses em relação aos 3 meses

anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 3.6 3.0 2.6 2.7 3.0Var. na média dos últimos 6 meses em relação aos 6 meses

anteriores, taxa anualizada, corrigida da sazonalidade 2.5 2.5 2.6 2.9 2.9

Fonte: Dados nacionais não harmonizados.(a) IPRX.

(b) Previsão da inflação

1998 1999

Comissão Europeia (Primavera de 1998), IPCH 2.4 1.8OCDE (Dezembro de 1997), deflator do consumo privado 2.3 2.6FMI (Outubro de 1997), IPC 2.7 .

Fonte: Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998, OCDE e FMI.

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Quadro 4Reino Unido: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1996 1997 1998(a)

Excedente (+) / défice (-) do sector público administrativo -4.8 -1.9 -0.6

Valor de referência -3 -3 -3

Excedente (+) / défice (-), líquido de despesas em investimento público(b) -3.5 -0.9 .

Dívida bruta do sector público administrativo 54.7 53.4 52.3

Valor de referência 60 60 60

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.(a) Projecções da Comissão Europeia.(b) Um sinal negativo indica que o défice público é maior do que as despesas em investimento.

1992 1993 1994 1995 1996 1997

-4

-2

0

2

4

6

8

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

35

40

45

50

55

60

Gráfico 2

Reino Unido: Dívida bruta do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

Saldo primário Ajustamento posições/fluxos

Diferencial crescimento/taxa de juro Variação total

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) e cálculos do IME.Nota: No Gráfico 2b os valores negativos indicam a contribuição do factor respectivo para a redução do rácio da dívida, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para o seu aumento.

II Evolução orçamental

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Quadro 5Reino Unido: Dívida bruta do sector público administrativo - aspectos estruturais

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Dívida bruta (em percentagem do PIB) . 35.6 41.8 48.5 50.5 53.9 54.7 53.4

Composição por moeda (% do total)

Moeda nacional 95.9 96.3 91.7 93.8 94.8 95.2 96.3 96.5

Moeda estrangeira 4.1 3.7 8.3 6.2 5.2 4.8 3.7 3.5

Detida por nacionais (% do total) 88.5 83.2 81.0 78.7 81.2 82.3 82.8 82.4

Maturidade média(a) (anos) 10.2 9.9 10.0 10.8 10.6 10.4 10.1 10.1

Compos.por maturidadades(b) (% do total)

Curto-prazo(c) (<1 ano) 41.1 40.8 37.1 30.4 29.2 30.6 26.7 26.8

Médio e longo prazo (> 1 ano) 58.9 59.2 62.9 69.6 70.8 69.4 73.3 73.2

Fonte: Dados nacionais excepto para a dívida total (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998). Dados de fim de ano, exceptopara 1997: dados do fim de Março. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Maturidade residual. Obrigações vencidas no mercado em 31 de Março.(b) Maturidade residual.(c) Incluíndo a dívida a curto prazo e a dívida associada a taxas de juro de curto prazo. A % da dívida de curto prazo sensível a variações

da taxa de juro encontra-se distorcida devido ao tratamento estatístico actual, o qual considera que as notas do banco e a moedametálica, bem como os Instrum. de Poupança Nacionais de médio prazo (ou seja, c/ maturidade superior a um ano) têm umamaturidade residual inf. a um ano. Em 1997, estas rubricas representam cerca de 17% da dív. bruta do sector público administrativo;significa isto que apenas 9.8% da dívida é realmente sensível a variações da taxa de juro. O actual tratamento estat. deverá ser alt.durante o corrente ano, quando o R.U. adoptar o SEC95.

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-10

-8

-6

-4

-2

0

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

-6

-4

-2

0

2

4

Factores cíclicos Factores não cíclicos Variação total

Gráfico 3

Reino Unido: Excedente (+) / Défice (-) do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

(a) Níveis

(b) Variações anuais e factores subjacentes

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).Nota: No Gráfico 3b os valores negativos indicam a contribuição para o aumento dos défices, enquanto os valores positivos indicam a contribuição para a sua redução.

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

35

40

45

Gráfico 4

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998).

Reino Unido: Receitas e despesas do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

Despesa total Receitas correntes totais

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Quadro 6Reino Unido: Situação orçamental do sector público administrativo(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Receitas correntes totais 39.0 38.2 36.9 35.8 36.4 37.6 37.2 38.4

Impostos 29.9 29.4 28.3 27.3 27.8 29.0 28.7 30.1

Contribuições para a segurança social 6.3 6.3 6.2 6.2 6.3 6.3 6.3 6.3

Outras receitas correntes 2.7 2.5 2.4 2.3 2.3 2.2 2.2 2.0

Despesa total 39.9 40.6 43.1 43.7 43.3 43.1 42.0 40.4

Transferências correntes 12.7 13.3 15.3 16.0 15.8 15.9 15.3 15.0

Pagamentos de juros efectivos 3.2 2.8 2.7 2.9 3.2 3.5 3.7 3.5

Consumo público 20.6 21.6 22.1 22.0 21.6 21.3 21.0 20.5

Despesas de capital líquidas 3.4 2.9 2.9 2.9 2.6 2.4 2.0 1.4

Excedente (+) ou défice (-) -0.9 -2.3 -6.2 -7.9 -6.8 -5.5 -4.8 -1.9

Saldo primário 2.2 0.4 -3.5 -5.0 -3.6 -2.0 -1.1 1.6

Excedente (+) ou défice (-),

líquido de despesas em invest. público(a) . . . -6.0 -5.0 -3.7 -3.5 -0.9

Fonte: Comissão Europeia (previsões Primavera de l998) e cálculos do IME. As diferenças nos totais devem-se a arredondamentos.(a) Um sinal negativo indica que o défice público é superior às despesas em investimento.

Quadro 7Reino Unido: Projecções do rácio de dependência da terceira idade

1990 2000 2010 2020 2030

Rácio de dependência da terceira idade

(população com idade igual ou superior a 65 anos em % da 24.0 24.4 25.8 31.2 38.7

população com idade correspondida entre 15 e 64 anos)

Fonte: Bos, E. e outros (1994), World population projections 1994-95, Banco Mundial, Washington DC.

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Quadro 8(a) Reino Unido: Estabilidade cambial

(1 de Março de 1996 - 27 de Fevereiro de 1998)

Participação no mecanismo de taxas de câmbio (MTC) Não

Participação desde -

Desvalorização da taxa central bilateral a pedido do próprio país -

Desvio máximo superior (+) e inferior (-) das taxas médias bilaterais (%)

de Março de 1996 em relação a(a)

Moedas participantes no MTC:

Franco Belga 35.2 -0.1

Coroa Dinamarquesa 32.7 -0.1

Marco alemão 34.6 -0.1

Peseta espanhola 34.9 -0.3

Franco francês 32.6 -0.4

Libra irlandesa 23.5 -1.0

Lira italiana 24.1 -1.7

Florim holandês 35.5 -0.1

Xelim austríaco 34.7 -0.1

Escudo português 31.4 -0.3

Marca finlandesa 28.6 -1.8

Moedas não participantes no MTC:

Coroa sueca 28.8 -0.8

Libra esterlina 29.0 -1.4

Fonte: Comissão Europeia e cálculos do IME.(a) Dados diários segundo a frequência da actividade; média móvel de 10 dias.

(b) Indicadores da pressão cambial sobre libra esterlina

Média dos 3 meses terminados em: Mai 96 Ago 96 Nov 96 Fev 97 Mai 97 Ago 97 Nov 97 Fev 98

Volatilidade da taxa de câmbio(a) 4.2 5.7 6.5 10.1 9.8 10.6 10.5 7.6

Diferenciais de taxa de juro

de curto-prazo(b) 2.5 2.3 2.7 3.1 3.1 3.6 3.8 3.9

Fonte: Comissão Europeia, dados nacionais e cálculos do IME.(a) Desvio padrão mensal anualizado das variações percentuais diárias da taxa de câmbio em relação ao DEM, em percentagem.(b) Diferencial das taxas de juro interbancárias a três meses em relação a uma média ponderada de taxas de juro na Bélgica, Alemanha,

França, Países Baixos e Áustria, em pontos percentuais.

III Evolução cambial

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Fonte: Comissão Europeia.

Libra esterlina: Taxas de câmbio bilaterais(dados diários; média de Março de 1996=100; 1 de Março de 1996 a 27 de Fevereiro de 1998)

Gráfico 5

GBP/BEF GBP/DKK GBP/DEM GBP/GRD GBP/ESP GBP/FRF

GBP/IEP GBP/ITL GBP/NLG GBP/ATS GBP/PTE GBP/FIM GBP/SEK

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

90

100

110

120

130

140

T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

90

100

110

120

130

140

Quadro 9Libra esterlina: Medidas de taxas de câmbio efectivas reais em relação aosEstados-membros da UE(dados mensais; desvios percentuais; Fevereiro de 1998 em comparação com diferentes períodos de referência)

Média Média Média

Abr 73-Fev 98 Jan 87-Fev 98 1987

Taxas de câmbio efectivas reais :

Baseadas no IPC 18.3 17.7 24.4

Baseadas no IPP/IPG 27.7 21.7 29.9

Por memória:

Taxa de câmbio efectiva nominal 1.3 12.4 8.8

Fonte: Cálculos do BPI e do IME.Nota: Um sinal positivo (negativo) indica uma apreciação (depreciação).

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Quadro 10Reino Unido: Evolução externa(em percentagem do PIB)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997(a)

Bal.de transacções cor.mais nova

bal.de capitais(b) -3.4 -1.4 -1.7 -1.6 -0.2 -0.5 -0.3 0.4

Disponib.(+) ou responsabil.(-)

líquid.s/o exterior(c) 1.3 1.9 3.7 5.9 4.2 3.7 3.2 1.5

Exportações (bens e serviços)(d) 24.4 24.7 25.9 26.3 27.5 28.9 30.2 31.5

Importações (bens e serviços)(e) 27.1 26.2 28.2 28.5 28.8 29.2 31.0 32.6

Fonte: Dados nacionais, excepto exportações e importações (Comissão Europeia, previsões da Primavera de 1998).(a) Parcialmente estimado.(b) De acordo com a 5a edição do Manual da Balança de Pagamentos, publicado pelo FMI, sendo conceptualmente equivalente à balança

de transacções correntes nas edições anteriores do referido Manual.(c) Posição do investimento internacional (PII), de acordo com a definição do FMI (ver Balance of Payments Yearbook, Part 1, 1994), ou

o seu substituto mais próximo.(d) Em 1996, a percentagem das export. de bens intra-UE nas export.totais de bens nacionais foi de 52.7%; Direction of Trade

Statist.Yearbook 1997, FMI.(e) Em 1996, a percentagem das import.de bens intra-UE nas import.totais de bens nacionais foi de 49.7%; Direction of Trade Statist.

Yearbook 1997, FMI.

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Quadro 11Reino Unido: Taxas de juro de longo prazo(percentagens)

1996 1997 Nov 97 Dez 97 Jan 98 Fev 97 - Jan 98

Taxa de juro de longo prazo 7.9 7.1 6.7 6.4 6.2 7.0

Valor de referência 9.1 8.0 - - - 7.8

Fonte: Comissão Europeia.

(a) Reino Unido: Taxa de juro de longo prazo(médias mensais; em percentagem)

(b) Reino Unido: Diferenciais de taxa de juro de longo prazo e de inflação do IPCem relação aos países da UE com as taxas de juro de longo prazo mais baixas*(médias mensais; em pontos percentuais)

Gráfico 6

Difer.de taxa de juro de longo prazo Diferencial de inflação do IPC

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 19976

8

10

12

14

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997-2

0

2

4

6

8

Fonte: Taxas de juro: Comissão Europeia (nos casos em que estas não se encontram disponíveis, foram utilizados os dados mais comparáveis); os dados utilizados sobre o IPC são dados nacionais não harmonizados.* Média ponderada dos dados para a Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos e Áustria.

IV Evolução das taxas de juro de longo prazo

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Anexo I

Evolução nos mercados

do ECU pr ivado

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Evolução nos mercados do ECU privado

A dimensão global dos mercados financeirosdo ECU voltou a reduzir-se em 1997,situando-se em 146.4 mil milhões de ECUno fim de Setembro de 1997, o quecompara com 154.0 mil milhões de ECUno fim de Setembro de 1996 (ver Quadro).Os montantes totais internacionais emcirculação de activos e passivos bancáriosdenominados em ECU reduziram-se 17% e13%, respectivamente, entre o final deSetembro de 1996 e o final de Setembrode 1997. Os empréstimos bancários emECU diminuíram 8% durante o mesmoperíodo. O montante total em circulaçãode obrigações internacionais, de Euro-papelcomercial e de Euro-notas totalizava 58.0mil milhões de ECU no final de Setembrode 1997, contra 60.7 mil milhões de ECUno f ina l de Setembro de 1996,representando um decréscimo de 4.4%. Aquota de mercado do ECU nos mercadosinternacionais de obrigações continuou acair de 2.8% no final de Setembro de 1996para 1.9% no final de Setembro de 1997. Ovalor das obrigações internas em ECU emcirculação manteve-se inalterado em 57.8mil milhões de ECU. Os emissores soberanosda UE continuaram a dominar a actividadeemissora em ECU, representando 50% dototal anunciado de emissões em 1997. Omercado, relativamente reduzido, doEuro-papel comercial denominado em ECUe das Euro-notas a curto prazo não registougrandes alterações, ascendendo a 2.4 milmilhões de ECU no final de Setembro de1997 face a 2.1 mil milhões no final deSetembro de 1996.

No dia 17 de Junho de 1997, o Conselhode Ministros da União Europeia aprovou oRegulamento (CE) Nº 1103/97 do Conselhosobre ”algumas disposições relativas àintrodução do euro”. Segundo esteregulamento, os contratos que façamreferência à definição Comunitária de ECU(ou seja, ”cabaz” do ECU) serão convertidosem euro à taxa de 1 por 1, estabelecendo

a presunção de que o mesmo ocorrerá nocaso de contratos que não contenham areferida definição do ECU; no entanto, essapresunção poderá ser alterada, tomandoem consideração a intenção das partes, epor conseguinte preservando o princípioda liberdade contratual. Os consultoresjurídicos e os agentes económicos, emgeral , acolheram com agrado esteregulamento, uma vez que constitui umequilíbrio adequado entre a continuidade ea liberdade contratual. Esta legislação levoutambém outras autoridades, emissores eassociações privadas de mercado, adeclararem que utilizarão as disposiçõesestipuladas no Regulamento.

O diferencial entre as taxas de câmbio demercado e as taxas de câmbio do cabaz demoedas do ECU, que se tem vindo areduzir progressivamente desde o início de1996, de um máximo de 330 pontos base,voltou a estreitar-se entre o final deDezembro de 1996 e o final de Dezembrode 1997, de cerca de 90 pontos base atéao par, e o mercado do ECU apresentouum prémio durante um curto período naparte final do ano (ver Gráfico). Os desviosentre as taxas de juro de mercado e astaxas de juro do cabaz de moedas do ECU,em especial das taxas de curto prazo,permaneceram num intervalo estreitodurante a maior parte de 1997. Podem seridentificados diversos factores explicativosdo comportamento dos desvios da taxa decâmbio e da taxa de juro. Em primeirolugar, a percepção dos mercadosfinanceiros em relação à UEM, associada àdiminuição da incerteza legal. Em segundolugar, as condições globalmente calmas quecaracterizaram o MTC; no passado, asdivergências genera l izadas foramfrequentemente associadas às crises nosmercados cambiais da UE. Terceiro,factores técnicos também terãodesempenhado um papel, contribuindo paraa volatilidade a curto prazo. A liquidez no

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mercado cambial do ECU diminuiu,reflectindo o número reduzido de agentesde mercado, de tal forma que grandes

ordens comerciais e financeiras podem teracentuado as flutuações temporárias dodesvio.

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Quadro do Anexo 1 Mercados financeiros do ECU(montantes em circulação em fim do período: em mil milhões de ECU)

Fonte: BPI, Euroclear, Cedel e IME.(a) A partir de 1997, as notas de médio prazo foram incluídas em obrigações internacionais; nos anos anteriores, foram incluídas em

euro-papel comercial e euro-notas.(b) Empréstimos finais e empréstimos a bancos exteriores à área que comunica os dados.(c) São deduzidos 20 bilhões de ECU como estimativa da dupla contabilização: existe uma sobreposição entre os mercados de títulos

e os mercados bancários devido ao papel dos bancos enquanto emissores e detentores de títulos em ECU. Na ausência de dadoscompletos, esta sobreposição pode apenas ser estimada.

(d) Apenas são identificadas entidades não bancárias.(e) Mercado primário e secundário, obrigações em euro e nacionais, obrigações convertíveis, obrigações a taxa variável, certificados

de depósito, títulos de curto e médio prazo.

1993 1994 1995 1996 1997

T3 T3 T3 T3 T1 T2 T3 T4

Obrigações, das quais: 124.5 125.4 119.1 110.2 112.1 110.8 113.4 118.1

- internacionais(a) 78.2 69.1 62.5 51.8 55.5 55.0 55.6 58.0

- internas 46.3 56.3 56.6 58.4 56.6 55.8 57.8 60.1

Bilhetes do Tesouro (Nacionais) 8.3 4.7 3.5 3.5 3.5 3.5 3.5 3.5

Euro-papel comercial e Euro-notas(a) 6.5 6.4 8.2 8.9 2.7 2.3 2.4 2.8

Estimativa dos empréstimos bancários(b) 66.6 59.9 57.3 51.4 46.7 45.0 47.1 .

Estimativa da dimensão total do mercado(c) 185.9 176.4 168.1 154.0 145.0 141.6 146.4 .

Activos bancários, dos quais: 196.0 178.4 164.5 142.0 128.1 117.2 118.1 .

- face a não-bancos(d) 61.0 55.6 52.6 46.9 42.2 40.7 42.7 .

Passivos bancários, dos quais: 191.9 174.7 157.7 136.7 129.9 120.6 118.9 .

- face a não-bancos (d) 30.9 27.1 23.1 20.9 21.9 21.7 21.4 .

Por memória:

Activos dos bancos centrais

em ECU privados 19.1 24.0 23.3 21.8 22.9 21.4 19.1 19.9

Volume de transacções de títulos em ECU(e) 333.6 402.0 479.6 392.5 412.1 390.3 337.4 313.6

% do volume total de transacções

em todas as moedas 6.1 6.9 7.4 4.1 3.9 3.6 2.7 2.5

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Diferencial entre as taxas de câmbio de mercado e teóricas do ECU(em percentagem)

Gráfico do Anexo 1

Fonte: Dados nacionais.

T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T11996 1997

-4,0

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

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Anexo 2

Metodologia estat íst ica

re lat iva aos indicadores

de convergência

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Metodologia estatística relativa aos indicadores deconvergência

O presente Anexo contém informaçõessobre a metodologia estatística relativa aosindicadores de convergência e pormenoressobre a harmonização efectuada nessasestatísticas.

Preços no consumidor

O Protocolo N.º 6 relativo aos critérios deconvergência a que se refere o nº 1 doartigo 109.º-J do Tratado que institui aComunidade Europeia estipula que aconvergência dos preços seja medida combase no índice de preços no consumidor,numa base comparável, tomando emconsideração as diferenças nas definiçõesnacionais. Embora as actuais estatísticas depreços no consumidor nos diversosEstados-membros se baseiem, em geral,em princípios semelhantes, existemdiferenças consideráveis a nível de pormenorque afectam a comparabilidade dosresultados nacionais.

O trabalho conceptual re lat ivo àharmonização dos índices de preços noconsumidor é efectuado pela ComissãoEuropeia (EUROSTAT), em estreitacolaboração com os Institutos Nacionaisde Estatística (INE). O IME, como um dosseus principais utilizadores, encontra-seigualmente estreitamente envolvido nestetrabalho. Em Outubro de 1995, o Conselhoda UE adoptou um Regulamento relativoaos Índices de Preços no ConsumidorHarmonizados (IPCH), que constitui oquadro de referência para posterioresmedidas de harmonização, definindo umaabordagem por etapas destinada àharmonização dos índices de preços noconsumidor por forma a fornecer os dadosnecessários para a análise da convergência.

Os primeiros IPCH foram publicados peloEUROSTAT, sendo relativos a Janeiro de1997. Existem, no entanto, dados

retrospectivos até ao ano de 1995. Asmedidas de harmonização introduzidas paraos IPCH têm sido baseados até à data emtrês Regulamentos da Comissão Europeia,os quais são muito completos. OsRegulamentos referem-se, entre outrosaspectos, à cobertura inicial dos IPCH, aospadrões iniciais relativos aos procedimentospara o ajustamento da qualidade e àsnormas comuns para o tratamento a daraos novos bens e serviços. Além disso, foiacordada uma classificação harmonizadade pormenor para os sub-grupos dasdespesas de consumo nos Estados-membros. Por último, um Regulamento doConselho recentemente adoptado,estabelece normas sobre a frequência deactualização da ponderação dos bens nosIPCH. As melhorias a nível metodológicointroduzidas nos IPCH em 1997 forampassos significativos dados no sentido daobtenção de IPCH integra lmentecomparáveis.

No presente Relatório são utilizados IPCHpara medir a convergência dos preços.Além disso, o IPCH que abrange a área doeuro no seu conjunto constituirá a principalmedida dos preços no consumidor na áreada moeda única a partir de Janeiro de1999. Existe, assim, um grande interesse emcontinuar a harmonizar os dados nestaárea.

Finanças públicas

O Protocolo N.º 5 sobre o procedimentorelativo aos défices excessivos, anexo aoTratado, e um Regulamento do Conselho,de Novembro de 1993, definem ”sectorpúblico administrativo”, ”défice”, ”pagamentode juros”, ”investimento”, ”dívida” e ”produtointerno bruto (PIB)”, fazendo referência aoSistema Europeu de Contas EconómicasIntegradas (SEC), segunda edição. O SEC éum conjunto coerente e pormenorizado

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de quadros de contas nacionais desenvolvidopor forma a facilitar as análises comparativasentre os Estados-membros. De acordocom um Regulamento do Conselho deJunho de 1996, a segunda edição do SECserá aplicável para o procedimento relativoaos défices excessivos até 1999, inclusive,sendo substituída pelo SEC 95 após essadata.

”Sector público administrativo” compreendeo governo central, governo regional oulocal e os fundos da segurança social. Nãoinclui as empresas públicas devendo porisso ser considerado distintamente dadefinição mais alargada de sector público.

”Défice” é principalmente a diferença entrea poupança bruta do sector públicoadministrativo e a soma do investimento dosector público administrativo (definido comoformação bruta de capital fixo) e astransferências líquidas de capital a pagarpelo sector público administrativo. ”Dívida”é o valor da totalidade da dívida globalbruta, em valor nominal, do sector públicoadministrativo, de acordo com a segundaedição do SEC, nas rubricas numerário edepósitos, títulos e obrigações e outrosempréstimos. A dívida pública não abrangecréditos comercia is e outrasresponsabilidades que não se encontremrepresentadas por um documentofinanceiro, como por exemplo o pagamentoantecipado de impostos em excesso;também não inclui passivos eventuais, taiscomo garantias do governo e compromissosrelativos a pensões. As definições de déficepúblico e de dívida pública implicamque as alterações da dívida pública porliquidar, no final de um período de doisanos consecut ivos , podem di fer i rsubstancialmente da dimensão do déficepúblico no ano em análise. Por exemplo, adívida pública pode ser reduzida utilizandoas receitas provenientes das privatizaçõesde empresas públicas ou através da vendade outros activos financeiros sem ter umimpacto imediato no défice público.Inversamente, o défice público pode ser

reduzido através da substituição dastransferências do governo por empréstimosprivados sem ter um impacto imediato nadívida pública.

O ”produto interno bruto (PIB)” utilizadona compilação dos recursos próprios daComunidade é também usado emassociação com o procedimento relativoaos défices excessivos. Os procedimentosde compilação do PIB são controlados porum Comité estabelecido por uma Directivado Conselho, datada de Fevereiro de 1989.

Desde o início de 1994, os Estados--membros comunicam à Comissão Europeiadados relativos ao défice e à dívida pública,pelo menos duas vezes por ano. O Tratadoconfere responsabilidade à ComissãoEuropeia no que respeita ao fornecimentodos dados estatísticos que serão utilizadosno procedimento relativo aos déficesexcessivos.

O Serviço de Estatísticas da Comissão(EUROSTAT) é responsável por assegurara compatibilidade dos dados reportados deacordo com o SEC, segunda edição, e asua comparabilidade entre os Estados--membros. No caso de a segunda ediçãodo SEC não conter orientações claras, oEUROSTAT recorre ao parecer do Comitéde Estatísticas Monetárias, Financeiras e daBalança de Pagamentos. Este Comitéestatutário é constituído por representantesdos bancos centrais dos Estados-membrose dos INE. Após essa consulta, oEUROSTAT toma uma decisãoindependente sobre o tratamento estatísticoa adoptar pelos Estados-membros.

Taxas de câmbio

As taxas de câmbio face ao ECU dasmoedas dos Estados-membros são cotadasdiariamente (concertação às 14h15m),sendo publicadas no Jornal Oficial dasComunidades Europeias; as taxas cruzadasentre moedas europeias utilizadas no

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presente Relatório são derivadas das taxasde câmbio do ECU. Para fins informativos,é igualmente feita referência neste Relatórioàs taxas de câmbio efectivas nominais ereais, com base em séries calculadas peloBPI.

Taxas de juro de longo prazo

O Protocolo N.º 6 relativo aos critérios deconvergência a que se refere no nº 1 doartigo 109.º-J do Tratado que institui aComunidade Europeia estipula que aconvergência das taxas de juro seja avaliadacom base em obrigações do Estado alongo prazo ou outros títulos semelhantes,tomando em consideração as diferençasnas definições nacionais.

Apesar de o artigo 5.º do Protocolo Nº 6atribuir à Comissão a responsabilidade pelofornecimento de dados estatísticos para aaplicação do Protocolo, o IME tem dado asua colaboração no que respeita à definiçãodas estatísticas de taxa de juro de longoprazo, dada a sua experiência na área e narecolha de dados dos bancos centrais, paraa sua transmissão posterior à Comissão.

Embora a metodologia para o cálculo dastaxas de rendibilidade das obrigações sejasemelhante em todos os Estados-membros,existiam diferenças consideráveis em relaçãoà definição de estatísticas representativasde taxas de juro de longo prazo no querespeita à escolha dos títulos, às fórmulasde rendibilidade utilizadas, às maturidadesescolhidas, ao tratamento da tributação eaos ajustamentos dos efeitos de cupão. Afinalidade do exercício de harmonizaçãoconsiste em fazer recomendações, emespecial em relação a essas escolhas, quesejam suficientemente gerais para permitirdiferenças nos mercados nacionais e noentanto suficientemente flexíveis parapermitir a evolução desses mercados, semimpedir a comparabilidade dos dados.

Segundo os princípios de harmonização, oemissor de obrigações deve ser o governocentral, com títulos de cupão fixo, comuma maturidade próxima de dez anos, e arendibilidade deve ser bruta de impostos. Afim de assegurar que a profundidade domercado é tomada em consideração e quenão é transmitido nenhum prémio del iquidez à rendibi l idade, os t í tulosrepresentativos devem ser escolhidos combase na sua e levada l iquidez . Aresponsabilidade por esta escolha respeitaa todos os Estados-membros. No final deDezembro de 1997, dez países utilizavamuma obrigação de referência e cinco umaamostra de obrigações, utilizando a liquidezdo mercado a dez anos como factordeterminante. As obrigações com uma”característica especial” (por exemplo, opçãoincluída, cupão zero) encontram-seexcluídas da avaliação. A selecção deobrigações de elevada liquidez é tambémvista como um meio indirecto eficaz deminimizar os efeitos de valores de cupãodiferentes. Por último, foi escolhida umafórmula uniforme, utilizando os padrõesuniversais existentes, nomeadamente afórmula 6.3, ”Fórmulas para a Rendibilidadee outros Cálculos”, da International SecuritiesMarket Association (Associação do Mercadode Valores Mobiliários Internacional). Noscasos em que existe mais de uma obrigaçãona amostra, a liquidez das obrigaçõesseleccionadas justifica a utilização de umamédia simples das rendibilidades paraproduzir uma taxa representativa. Tal comofoi referido acima, a produção de taxas dejuro de longo prazo harmonizadas foiexecutada pelos bancos centrais, sendoutilizados no presente Relatório dadosintegralmente harmonizados.

Outros factores

O último parágrafo do nº 1 do artigo 109.º-Jdo Tratado estabelece que os relatórios daComissão e do IME, além dos quatro critériosprincipais, devem ter igualmente em conta o

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303

desenvolvimento do ECU, os resultados daintegração dos mercados, o nível e a evoluçãoda balança de transacções correntes e aanálise da evolução dos custos unitários dotrabalho e de outros índices de preços.

Enquanto o Protocolo N.º 6 descreve commaior pormenor, em relação aos quatrocritérios principais, os dados que devem serutilizados e estipula que a Comissãofornecerá os dados que serão utilizados na

avaliação do cumprimento destes critérios,não é feita referência a esses ”outrosfactores” no Protocolo. Embora odesenvolvimento do ECU e a integraçãodos mercados se encontrem relacionadoscom o progresso no sentido da UniãoEconómica e Monetária, em termos maisgerais a análise de outros factores é baseadaem definições que actualmente fornecemos dados mais comparáveis entre os Estados-membros.

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Compatib i l idade da leg is lação

nacional com o Tratado

Capítulo II

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16 Salvo indicação em contrário, as referências aoTratado e aos Estatutos respeitam ao Tratado queinstitui a Comunidade Europeia e aos Estatutos doSEBC/BCE.

1 Obervações gerais

1.1 Introdução

Em conformidade com o disposto nos n.ºs1 e 4 do artigo 109.º-J do Tratado16 , o IME(bem como a Comissão) deve apresentarrelatórios sobre ”a compatibilidade dalegislação nacional de cada Estado-membro,incluindo os estatutos do seu banco centralnacional, com o disposto nos artigos 107.ºe 108.º do Tratado e nos Estatutos doSEBC” (no presente Relatório designadaigualmente por ”convergência legal”). Oartigo 108.º do Tratado, tal comoreproduzido no artigo 14.º 1 dos Estatutos16,refere a este respeito que os Estado--membros assegurarão, o mais tardaraté à data da instituição do SEBC, acompatibilidade das respectivas legislaçõesnacionais, incluindo os estatutos dos seusbancos centrais nacionais (BCN), com oTratado e os Estatutos.

O IME examinou a situação legal nosEstados-membros e as medidas legislativastomadas e/ou que devem ser tomadaspelos Estados-membros tendo em vistaalcançar a compatibilidade da respectivalegislação nacional com o Tratado e osEstatutos. Os resultados dessa análise sãoapresentados abaixo. O presente Relatóriotem por base os anteriores relatórios doIME sobre convergência legal: os Relatóriosde 1995 e 1996 sobre os ProgressosRealizados no Sentido da Convergência e aactualização legal datada de Outubro de1997.

Todos os Estados-membros, à excepçãoda Dinamarca, cuja legislação não necessitade ser adaptada, já introduziram, em 1997ou em 1998, ou encontram-se actualmentenuma fase avançada desse processo,alterações nos estatutos dos respectivosBCN, seguindo os critérios apresentadosnos Relatórios do IME e nas opiniões doIME. O Reino Unido, que está isento dasobrigações previstas no artigo 108.º do

Tratado, está no processo de introduçãode novos estatutos do seu BCN, os quais,embora concedam um maior grau deindependência operacional ao bancocentral, não se destinam expressamente aalcançar a convergência legal como referidopelo IME para o cumprimento integral doTratado e dos Estatutos do SEBC. NaUnião Europeia, salvo as excepções acimareferidas, os legisladores empreenderamum processo legislativo tendo em vista apreparação dos BCN para a Terceira Faseda UEM.

1.2 Âmbito da adaptação

1.2.1 Áreas objecto de adaptação

Com o objectivo de identificar as áreasonde é necessária a adaptação da legislaçãonacional, é necessário fazer uma distinçãoentre:

independência dos BCN (ver, emespecial, o artigo 107.º do Tratado e oartigo 7.º e 14.º 2 dos Estatutos);

integração legal dos BCN no SEBC (ver,em especial os artigos 12.º 1 e 14.º 3dos Estatutos);

e outra legislação para além dosestatutos dos BCN.

Independência dos BCN

Os Estatutos definem um papel importantepara os governadores dos BCN (através dasua participação no Conselho do BCE) noque respeita à formulação da política

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monetária, e para os BCN, no que respeitaà execução das operações no âmbito doSEBC (ver o último parágrafo do artigo12.º 1 dos Estatutos). Assim, será essencialque os BCN sejam independentes deentidades externas no cumprimento dasatribuições relacionadas com o SEBC.

Integração legal dos BCN no SEBC

O artigo 14.º 3 dos Estatutos estabeleceque os BCN constituem parte integrantedo SEBC, devendo actuar em conformidadecom as orientações e instruções do BCE eque o Conselho do BCE tomará os passosnecessários para assegurar o cumprimentode tais orientações e instruções. Asdisposições da legislação nacional (emespecial, dos estatutos dos BCN), queimpedissem a execução das atribuiçõesre lac ionadas com o SEBC ou ocumprimento das decisões tomadas peloBCE seriam incompatíveis com o bomfuncionamento do Sistema. Por conseguinte,as adaptações na legislação nacional e nosestatutos dos BCN são necessárias paraassegurar a compatibilidade com o Tratadoe os Estatutos.

Legislação para além dos estatutos dosBCN

A obrigatoriedade da convergência legalnos termos do artigo 108.º do Tratado,incluído no capítulo intitulado ” A políticamonetária”, aplica-se às áreas da legislaçãoque são afectadas pela transição da Segundapara a Terceira Fase, as quais seriamincompatíveis com o Tratado e os Estatutosse não fossem alteradas. A avaliaçãoefectuada pelo IME nesta área incide,particularmente, sobre as leis que têmimpacto no desempenho, por parte dosBCN, das atribuições relacionadas com oSEBC, bem como sobre as leis na áreamonetária.

1.2.2. ”Compatibilidade” versus”harmonização”

O artigo 108.º do Tratado requer que alegislação nacional seja ”compatível” com oTratado e os Estatutos. O termo”compatível” significa que o Tratado nãoexige a ”harmonização” dos estatutos dosBCN, nem entre si nem com os estatutosdo BCE. Podem continuar a existirparticularidades nacionais. De facto, o artigo14.º 4 dos Estatutos permite aos BCNdesempenhar outras funções além dasreferidas nos Estatutos, salvo se essasfunções interferirem com os objectivos eatribuições do SEBC. As disposições quepermitem essas funções adicionais são umexemplo claro de circunstâncias em quepodem continuar a existir diferenças entreos estatutos dos BCN. Pelo contrário, otermo ”compatível” implica que a legislaçãonacional e os estatutos dos BCN devemser adaptados a fim de eliminar asincompatibilidades com o Tratado e osEstatutos e para assegurar o grau necessáriode integração dos BCN no SEBC. Emborapossam subsistir especificidades nacionais,todas as disposições que violem aindependência de um BCN, tal como seencontra definida no Tratado, e afectem oseu papel como parte integrante do SEBC,têm que ser adaptadas. Nos termos doTratado e dos Estatutos, é necessárioel iminar da leg is lação nac ional asincompatibilidades com o Tratado e osEstatutos. Nem a supremacia do Tratado edos Estatutos sobre a legislação nacionalnem a natureza da incompatibilidadeafectam esta obrigação.

A obrigação mencionada no artigo 108.ºdo Tratado apenas abrange asincompatibilidades com as disposições doTratado e dos Estatutos e não asincompatibil idades com a legislaçãoComunitária derivada, que será adoptadaapós a escolha dos Estados-membrosparticipantes e entrará em vigor no inícioda Terceira Fase. Após o início da TerceiraFase, a legislação nacional que for

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17 Ver Regulamento do Conselho (UE) N.º 1103/97sobre algumas disposições relacionadas com aintrodução do euro e o projecto de Regulamento doConselho (UE) …/98 sobre a introdução do euro.

incompatível com a legislação Comunitáriaderivada ou com a legislação do BCE terá,naturalmente, que ser compatibilizada coma referida legislação derivada. Este requisitogeral decorre da jurisprudência do TribunalEuropeu de Justiça.

Por último, o Tratado e os Estatutos nãoprevêem a forma de adaptação da legislaçãonacional, o que pode ser alcançado atravésde referências ao Tratado e aos Estatutos,pela incorporação das respect ivasdisposições, pela simples eliminação dasincompat ib i l idades ou através dacombinação destes métodos.

1.2.3 Calendário para a adaptação

Em conformidade com o artigo 108.º doTratado, a legislação nacional tem que sercompatível com o Tratado e os Estatutos”o mais tardar até à data da instituição doSEBC” (a qual, nos termos do n.º 1 doartigo 109.º-L do Tratado, ocorrerá antesdo início da Terceira Fase). A fim decumprir os requisitos do artigo 108.º, osprocedimentos relativos à legislaçãonacional devem ser concluídos de tal formaque a compatibilidade da legislação nacionalesteja assegurada, o mais tardar, até à datada instituição do SEBC.

A compatibilidade exige que o processolegislativo esteja concluído, ou seja que asrespectivas leis tenham sido adoptadaspelos legisladores nacionais e que tenhamsido tomados todos os passos adicionaisnecessários como, por exemplo, arespectiva promulgação. Esta disposiçãoaplica-se a toda a legislação ao abrigo doartigo 108.º. A distinção efectuada acimaentre as diferentes áreas de legislação éimportante quando se trata de determinara data na qual a legislação tem que entrarem vigor.

Muitas decisões tomadas pelo Conselho doBCE e pelos BCN entre a data da instituiçãodo SEBC e o final de 1998, determinarão

antecipadamente a política monetária única ea sua execução na área do euro. Porconseguinte, as incompatibilidades relativas àindependência de um BCN devem sereliminadas até à data da instituição do SEBC,o que implica que as alterações respectivasnão só têm que ser adoptadas, como têmtambém de estar em vigor nessa data.Outros requisitos estatutários relativos àintegração legal dos BCN no SEBC sónecessitam de entrar em vigor no momentoda integração do BCN no SEBC, isto é, nadata de início da Terceira Fase ou, no caso deum Estado-membro que beneficie de umaderrogação ou de um estatuto especial,quando adoptar a moeda única.

Por fim, o artigo 108.º visa um pontoespecífico no tempo, isto é a data dainstituição do SEBC. As eventuais alteraçõeslegais após essa data, resultantes, porexemplo, da legislação Comunitáriaderivada, não se inserem neste âmbito.Assim, o presente Relatório não aborda,por exemplo, as futuras adaptações dalegislação nacional relativas à introduçãodo euro, decorrentes dos regulamentos doConselho da UE sobre esta questão, taiscomo, a substituição das notas de banco edas moedas metálicas nacionais por notasde banco e por moedas metálicas em euroe respectivos aspectos legais17.

1.3 Estados-membros quebeneficiam de uma derrogação,Dinamarca e Reino Unido

1.3.1 Estados-membros que beneficiam deuma derrogação

No que respeita à aplicação dos artigos107.º e 108.º, o Tratado e os Estatutos nãofazem uma distinção entre os Estados-

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-membros que beneficiam e os que nãobeneficiam de uma derrogação. De igualforma, o artigo 109.º-K do Tratado e oartigo 43.º dos Estatutos não prevêem aisenção da obrigação de assegurar aindependência dos bancos centrais emrelação aos Estados-membros quebeneficiam de uma derrogação. Umaderrogação apenas implica, nos termos dosreferidos artigos, que o BCN respectivomantém os seus poderes em matéria depolítica monetária e participa no SEBCnuma base restrita até à data em que esseEstado-membro adoptar a moeda única.

1.3.2 Dinamarca

O Protocolo N.º 12 do Tratado relativo acertas disposições respeitantes à Dinamarca,estabelece que o Governo dinamarquêsnotificará o Conselho da sua posição relativaà participação na Terceira Fase, antes de oConselho proceder à avaliação nos termosdo n.º 2 do artigo 109.º-J do Tratado. ADinamarca já notificou o Conselho de quenão participará na Terceira Fase o que, nostermos do disposto no artigo 2.º doProtocolo N.º 12, significa que a Dinamarcaserá tratada como um Estado-membroque beneficia de uma derrogação. Asimplicações deste facto foram apresentadasna Decisão dos Chefes de Estado ou deGoverno tomada na Cimeira de Edimburgo,realizada a 11 e 12 de Dezembro de 1992.

A Decisão estabelece que a Dinamarcaconservará os poderes de que dispõe emmatéria de política monetária de acordocom as leis e regulamentos nacionais,incluindo os poderes do DanmarksNationalbank na área da política monetária.Como o artigo 107.º do Tratado, emconformidade com o n.º 3 do artigo 109.º-K do Tratado, se aplica à Dinamarca, oDanmarks Nationalbank tem que cumpriros requisitos relativos à independência dobanco central.

1.3.3 Reino Unido

Nos termos do Protocolo N.º 11 doTratado relativo a certas disposiçõesrelacionadas com o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, o ReinoUnido não será obrigado a passar para aTerceira Fase, a menos que notifique oConselho de que tenciona fazê-lo. Deacordo com a notificação enviada peloReino Unido ao Conselho no dia 30 deOutubro de 1997 de que não tencionaadoptar a moeda única em 1 de Janeiro de1999, determinadas disposições do Tratado(incluindo os artigos 107.º e 108.º) e dosEstatutos não se aplicam ao Reino Unido.Nestes termos não existe actualmentenenhum requisito legal para assegurar acompatibilidade da legislação nacional(incluindo os estatutos do Bank of England)com o Tratado e os Estatutos.

2 Independência dos BCN

2.1 Observações gerais

O SEBC terá o direito e o dever exclusivode definir e executar a política monetária.A independência das autoridades políticaspermitirá ao Sistema definir uma políticamonetária cujo objectivo estatutário é aestabilidade de preços. A independência

implica igualmente que o Sistema tenha ospoderes necessários para executar asdecisões de política monetária.

A independência do banco central éessencial para a credibilidade da passagempara a União Monetária, constituindo, assim,uma condição prévia da mesma. Os

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18 Existe igualmente um critério relativo à indepen-dência operacional, mas, como na Terceira Fase osBCN serão integrados no SEBC, este critério éconsiderado no quadro da integração legal dosBCN no SEBC (ver parágrafo 3 abaixo).

aspectos institucionais da União Monetáriarequerem que poderes monetários,actualmente detidos pelos Estados-membros, sejam exercidos num novosistema, o SEBC. Esta situação não seriaaceitável se um Estado-membro pudesseinfluenciar as decisões tomadas pelos órgãosde decisão do SEBC.

A independência do banco centralencontra-se limitada pelos estatutos quedefinem o objectivo de um banco central eo âmbito dos seus poderes, bem comopela revisão dos seus actos pela instânciacompetente.

O IME def in iu um conjunto decaracterísticas respeitantes à independênciado banco central, distinguindo entreaspectos institucionais, pessoais e denatureza financeira18. Ao fazê-lo, o IMEpartiu de três pressupostos básicos:

A independência dos bancos centrais énecessária para o exercício dos poderese o cumprimento das atribuições etarefas cometidas ao BCE e aos BCNpelo Tratado e Estatutos . Ascaracterísticas da independência dobanco central devem ser consideradasnesta perspectiva.

Essas características não devem ser vistascomo se se tratasse de legislaçãoComunitária derivada, ultrapassando oâmbito do Tratado e dos Estatutos, mascomo instrumentos para facilitar aavaliação da independência dos BCN.

A independência dos bancos centraisnão é uma questão que possa serexpressa por fórmulas aritméticas ouaplicada de forma mecânica, pelo que aforma como é alcançada por cadaBCN deve ser avaliada numa baseindividual.

2.2 Independência institucional

A independência institucional é umacaracterística da independência dos bancoscentrais, que se encontra expressamentereferida no artigo 107.º do Tratado, ereproduzida no artigo 7.º dos Estatutos.Nos termos do disposto nestes artigos, oBCE, os BCN ou qualquer membro dosrespectivos órgãos de decisão não podemsolicitar ou receber instruções dasinstituições ou organismos da Comunidade,de qualquer governo de um Estado-membro ou de qualquer outra entidade.Proíbem igualmente as instituições e osorganismos da Comunidade, bem como osgovernos dos Estados-membros, deprocurar influenciar os membros dos órgãosde decisão do BCE ou dos BCN, cujasdecisões podem ter impacto nocumprimento pelos BCN das atribuiçõesrelacionadas com o SEBC.

As atribuições fundamentais cometidas aoSEBC encontram-se definidas no artigo 3.ºdos Estatutos, sendo as seguintes:

definir e executar a política monetáriada Comunidade;

realizar operações cambiais compatíveiscom o disposto no artigo 109.º desteTratado;

deter e gerir as reservas cambiais oficiaisdos Estados-membros;

promover o bom funcionamento dossistemas de pagamentos.

A referência no artigo 107.º às atribuiçõese deveres do SEBC significa que osrequisitos de independência respeitam a

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todas as atribuições relacionadas com oSEBC. Nas outras áreas de actividade, asinstruções não se encontram proibidas. É ocaso, por exemplo, do exercício por partedos BCN de funções permitidas dentrodos limites do disposto no artigo 14.º 4dos Estatutos, nos termos do qual os BCNpode exercer outras funções além dasreferidas nos Estatutos, salvo se o Conselhodo BCE decidir, por maioria de dois terços,que essas funções interferem com osobjectivos e atribuições do SEBC.

A proibição de receber ou solicitarinstruções e de tentativas de exercerinfluência abrangem todas as fontes deinfluência externa sobre os BCN em relaçãoàs questões do SEBC, que os impeçam decumprir os requisitos do Tratado e dosEstatutos.

Os direitos de terceiros (por exemplo,governo ou par lamento) a seguirmencionados são incompatíveis com oTratado e/ou Estatutos, devendo serobjecto de adaptação.

2.2.1 Direito de dar instruções

Os direitos que terceiros têm de darinstruções aos BCN ou aos respectivosórgãos de decisão são incompatíveis como Tratado e os Estatutos no que respeitaàs atribuições relacionadas com o SEBC.

2.2.2 Direito de aprovar, suspender, anularou diferir decisões

Os direitos que terceiros têm de aprovar,suspender, anular ou diferir decisões dosBCN são incompatíveis com o Tratado eos Estatutos no que respeita às atribuiçõesrelacionadas com o SEBC.

2.2.3 Direito de vetar decisões por motivoslegais

O direito de vetar, por motivos legais,decisões relativas ao desempenho deatribuições relacionadas com o SEBC éincompatível com o Tratado e os Estatutos,uma vez que o desempenho destasatribuições não pode ser impedido a nívelnacional. Isto não é apenas uma expressãoda independência do banco central masantes um requisito mais geral da integraçãodos BCN no SEBC (ver Secção 3 abaixo).O direito do Governador de vetar decisõespor motivos legais e submetendo-asposteriormente às autoridades políticas parauma tomada de decisão final, seriaequivalente, embora um governador nãoseja ”um terceiro”, a solicitar instruções deórgãos políticos, o que é incompatível como artigo 107.º do Tratado.

2.2.4 Direito de participar nos órgãos dedecisão de um BCN com direito avoto

A participação dos representantes de outrosórgãos (por exemplo, o governo ou oparlamento) nos órgãos de decisão de umBCN com direito a voto nas questõesrelativas ao cumprimento por um BCN deatribuições relativas ao SEBC, ainda queesse voto não seja de qualidade, éincompatível com o Tratado e os Estatutos.

2.2.5 Direito de ser consultado (ex ante)sobre as decisões de um BCN

Uma obrigação estatutária explícita segundoa qual um BCN tem de consultar asautor idades pol í t icas const i tu i ummecanismo formal para assegurar que osseus pontos de vista podem influenciar adecisão final, sendo, por conseguinte,incompatível com o Tratado e os Estatutos.

É de salientar que na Terceira Fase aresponsabi l idade pr inc ipa l pelo

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cumprimento das atribuições relacionadascom o SEBC compete ao Conselho doBCE. O diálogo com os órgãos políticosocorrerá principalmente a nível Comunitário(ver, em particular, o artigo 109.º-B doTratado e o artigo 15.º 3 dos Estatutos).No entanto, o diálogo entre os BCN e asrespectivas autoridades políticas, mesmoquando se encontra baseado nas obrigaçõesestatutárias de fornecer informação e trocarpontos de vista, não é incompatível com oTratado e os Estatutos, desde que:

não tenha como resultado a interferênciacom a independência dos membros dosórgãos de decisão dos BCN;

sejam respeitadas as competências e aresponsabilidade do BCE a nível daComunidade, assim como o estatutoespecial de um governador na suaqualidade de membro dos órgãos dedecisão; e

sejam cumpridos os requisitos deconfidencial idade resultantes dosEstatutos.

2.3 Independência pessoal

A independência dos bancos centrais éconsubstanciada pelas disposições dosEstatutos que respeitam à segurança domandato dos membros dos órgãos de decisãodo SEBC. O artigo 14.º 2 dos Estatutosestipula que os estatutos dos BCN devem,nomeadamente, prever um mandato dogovernador com uma duração mínima decinco anos. Confere ainda protecção contraa demissão arbitrária dos governadores,estipulando que um governador só pode serdemitido se deixar de preencher os requisitosnecessários ao exercício das suas funções ouse tiver cometido falta grave, podendointerpor recurso da decisão de demissãopara o Tribunal Europeu de Justiça. Osestatutos dos BCN têm que ser compatíveiscom esta disposição.

Neste contexto, os estatutos dos BCNdevem respeitar as seguintes característicasrelativas à independência pessoal:

2.3.1 Mandato mínimo dos governadores

Em conformidade com o disposto noartigo 14.º 2 dos Estatutos, os estatutosdos BCN devem prever uma duraçãomínima de cinco anos para o mandato deum governador. É evidente que estadisposição não exclui que os mandatossejam superiores; um mandato indefinidonão implica a adaptação dos estatutos,desde que as causas de demissão sejamcompatíveis com o disposto no artigo 14.º2 dos Estatutos (ver ponto 2.3.2 abaixo).A idade de reforma obrigatória é, por si só,incompatível com os requisitos do Estatuto,segundo os quais um mandato deverá terduração mínima de cinco anos.

2.3.2 Causas de demissão dosgovernadores

Os estatutos dos BCN devem prever queum governador não pode ser demitido porrazões que não sejam as explicitadas noartigo 14.º 2 dos Estatutos (ou seja, se deixarde preencher os requisitos necessários aoexercício das mesmas ou se tiver cometidofalta grave). O objectivo deste requisitoconsiste em evitar que um governador possaser demitido por iniciativa das autoridadesenvolvidas na sua nomeação, nomeadamenteo governo ou o parlamento. A partir da datada instituição do SEBC, os estatutos dosBCN devem conter as causas que podemlevar à demissão, devendo ser compatíveiscom as definidas no artigo 14.º 2 dosEstatutos, podendo também não asmencionar, uma vez que o artigo 14.º 2 édirectamente aplicável.

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19 Estes sistemas encontram-se previstos no Tratadopara outras instituições independentes da Comuni-dade: Comissão Europeia (artigo 159.º), Tribunalde Justiça Europeu (artigo 167.º) e Tribunal deContas Europeu (n.º 6 do artigo 188.º-B).

20 O artigo 50.º dos Estatutos do SEBC prevê umsistema escalonado de nomeações iniciais dosmembros da Comissão Executiva do BCE, excluin-do o Presidente.

2.3.3 Segurança do mandato dos membrosdos órgãos de decisão dos BCNenvolvidos no desempenho dasatribuições relacionadas com o SEBCpara além dos governadores

A independência pessoal pode serameaçada se as normas respeitantes àsegurança do mandato dos governadoresnão forem igualmente aplicadas aos outrosmembros dos órgãos de decisão dos BCNenvolvidos no desempenho das atribuiçõesrelacionadas com o SEBC. Um requisitosegundo o qual a segurança do mandatodeve ser comparável decorre de váriosartigos do Tratado e dos Estatutos. Oartigo 14.º 2 dos Estatutos não limita asegurança do mandato aos governadores,enquanto o artigo 107.º do Tratado e oartigo 7.º dos Estatutos se referem a”qualquer membro dos órgãos de decisãodos BCN” e não aos ”governadores”. Estasituação aplica-se em particular, quando ogovernador é ”primus inter pares” entre osseus colegas com direitos de votoequivalentes ou quando, no caso referidono artigo 10.º 2 dos Estatutos, os outrosmembros podem ter que substituir oGovernador no Conselho do BCE. Estepr inc íp io gera l não exclu ir ia umadiferenciação em termos de mandato e/oucausas de demissão nos casos em que osmembros dos órgãos de decisão e/ou ospróprios órgãos não se encontramenvolvidos no desempenho de atribuiçõesrelacionadas com o SEBC.

No que respeita ao sistema de nomeaçãodos membros dos órgãos de decisão existeuma questão particular que mereceespecífica atenção: alguns estatutos de BCNprevêem que, em caso de vacatura, o novomembro seja nomeado pelo tempo quefaltar para o termo do mandato do membrodemissionário (ou falecido). Esta disposiçãodestina-se a assegurar um ritmo desubstituições pré-estabelecido nessesórgãos de decisão, independentemente devacaturas antecipadas inesperadas e, nessesent ido, dest ina-se a reforçar a

independência colectiva dos membros dosórgãos de decisão em relação àsautoridades políticas. Embora estes sistemasnem sempre possam assegurar que cadamembro dos órgãos de decisão cumpra omandato mínimo de cinco anos, previstono artigo 14.º 2 dos Estatutos do SEBC, oobjectivo geral de tais sistemas não éincompatível com o Tratado, se a duraçãonormal do mandato for igual ou superior acinco anos19. No entanto, a fim de evitardúvidas em relação ao disposto no artigo14.º 2 dos Estatutos do SEBC, o IMErecomenda que todos os estatutos dosBCN assegurem que cada membro dosórgãos de decisão envolv ido nocumprimento de atribuições relacionadascom o SEBC cumpra um mandato mínimode cinco anos.

Esta recomendação não se justifica no casode acordos transitórios, segundo os quaissão nomeados novos órgãos de decisão eprevistos períodos diferentes para oexercício das funções. Estes esquemas têmcarácter único, tendo o objectivo deassegurar diferentes datas para o termodos mandatos dos membros dos órgãos dedecisão, sendo assim conseguida acontinuidade na gestão do BCN20 .

2.3.4 Salvaguardas contra conflitos deinteresses

A independência pessoal também implicaque se encontrem excluídos os conflitosde interesses entre as funções dos membrosdos órgãos de decisão dos BCNrelativamente ao respectivo BCN (e,adicionalmente, dos governadores em

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21 O artigo 14.º 3 em conjugação com o artigo 43.º 1dos Estatutos implica que os BCN que são partici-pantes plenos constituam parte integrante doSEBC, tendo que cumprir as orientações einstruções do BCE.

relação ao BCE) e outras funções queesses membros dos órgãos de decisãoenvolvidos no cumprimentos das atribuiçõesrelacionadas com o SEBC possam ter eque possam comprometer a independênciapessoal. Por princípio, a participação numórgão de decisão envolv ido nocumprimento das atribuições relacionadascom o SEBC é incompatível com o exercíciode outras funções que possam criar conflitosde interesses.

2.4 Independência financeira

Se um BCN for totalmente independentedo ponto de vista institucional e funcional,mas ao mesmo tempo incapaz deprovidenciar autonomamente meioseconómicos adequados para cumprir o seumandato, a sua independência global estará,no entanto, comprometida. No parecer

do IME, os BCN devem estar em condiçõesde dispor dos meios apropriados paraassegurar o cumprimento adequado dasatribuições relacionadas com o SEBC. Arevisão ex post das contas financeiras dosBCN pode ser considerada como umreflexo da responsabilidade do BCN paracom os seus detentores; mas os estatutosdos BCN devem conter salvaguardasadequadas para prevenir que essa revisãonão viole a independência. Porém, nospaíses onde terceiros e, em especial, ogoverno e/ou o parlamento têm condições,directas ou indirectas, para exercerinfluência sobre a elaboração do orçamentodo BCN ou sobre a distribuição dos lucros,as disposições estatutárias respectivasdevem conter uma cláusula de salvaguardapor forma a assegurar que tal não impedeo desempenho adequado pelos BCN dasatribuições relacionadas com o SEBC.

3 Integração legal dos BCN no SEBC

Uma outra área da convergência legal respeitaàs medidas legislativas tendo em vista aintegração legal dos BCN no SEBC21. Pode sernecessário, nomeadamente, adoptar medidasque permitam aos BCN desempenhar tarefascomo membros do SEBC e em conformidadecom as decisões do BCE. As principais áreasque necessitam de atenção são aquelas cujasdisposições estatutárias podem constituir umobstáculo para que um BCN cumpra osrequisitos do SEBC ou que impeçam umgovernador de desempenhar as suas funçõescomo membro do Conselho do BCE, ou nocaso em que as disposições estatutárias nãorespeitem as prerrogativas do BCE. É feitauma distinção entre as áreas que se encontram,normalmente, consagradas nos estatutos dosBCN: objectivos estatutários, atribuições,instrumentos, organização e disposiçõesfinanceiras.

3.1 Objectivos estatutários

A integração dos BCN no SEBC implicaque os seus objectivos estatutários(primário e secundários) sejam compatíveiscom os objectivos do SEBC, nos termosdo disposto no artigo 2.º dos Estatutos.Esta disposição significa, nomeadamente,que devem ser adaptados os objectivosestatutários de carácter nacional, tais como,por exemplo, a obrigação de condução dapolítica monetária no quadro da políticaeconómica global do Estado-membro emquestão.

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22 Em especial, os artigos 105.º e 105.º-A do Tratadoe os artigos 3.º a 6.º dos Estatutos.

23 Artigo 26.º dos Estatutos.24 Artigo 27.º dos Estatutos.25 Artigo 28.º dos Estatutos.26 Artigo 30.º dos Estatutos.27 Artigo 32.º dos Estatutos.

3.2 Atribuições

Na Terceira Fase, as atribuições dos BCNsão predominantemente determinadas peloseu estatuto como parte integrante doSEBC e, por conseguinte, pelo Tratado epelos Estatutos. Em cumprimento dodisposto no artigo 108.º do Tratado, asdisposições dos estatutos dos BCNrespeitantes às atribuições devem sercomparadas com as disposições relevantesdo Tratado e dos Estatutos22 e asincompatibilidades devem ser eliminadas.Isto aplica-se a todas as disposições que,na Terceira Fase , const i tuam umimpedimento à execução das atribuiçõesrelacionadas com o SEBC e, em especial, àsdisposições que não observem ascompetências do BCE estipuladas noCapítulo IV dos Estatutos.

3.3 Instrumentos

Os estatutos de muitos BCN, se não detodos, contêm disposições sobre osinstrumentos de polít ica monetária.Igualmente neste caso, as disposiçõesnacionais sobre os referidos instrumentosdevem ser comparadas com as disposiçõescorrespondentes do Tratado e dosEstatutos e as incompatibilidades devemser eliminadas por forma a cumprir asdisposições do artigo 108.º do Tratado.

3.4 Organização

Além da proibição de dar, receber ousolicitar instruções, não devem existirmecanismos nos estatutos dos BCN quevinculem o comportamento de voto dogovernador no Conselho do BCE, no qualo mesmo deve actuar na qualidadeindependente de membro do Conselho doBCE, ou que impeçam os órgãos de decisãode um BCN de cumprir as regras adoptadasa nível do BCE.

3.5 Disposições financeiras

As disposições financeiras dos Estatutos,que podem ter uma importância especialno que respeita à identif icação deincompatibilidades nos estatutos dos BCN,podem dividir-se em regras sobre contas23,auditor ia24, subscr ição de capita l 25,transferência de activos de reserva26 eproveitos monetários27. Estas regrasimplicam que um BNC tem que estar emcondições de cumprir as respectivasobrigações, previstas no articulado relevantedo Tratado e dos Estatutos.

3.6 Diversos

Além das questões acima mencionadas,podem existir outras áreas onde sejanecessário proceder à adaptação dosestatutos dos BCN. Por exemplo, aobrigação de segredo profissional para opessoal do BCE e dos BCN, tal como seencontra previsto no artigo 38.º dosEstatutos, pode afectar disposições similaresdos estatutos dos BCN.

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4 Outra legislação para além dos estatutos dos BCN

A convergência legal, que tem carácterobrigatório em conformidade com odisposto no artigo 108.º do Tratado, incluídano capítulo intitulado ” A Política Monetária”,aplica-se às áreas da legislação que sãoafectadas pela transição da Segunda para aTerceira Fase e que seriam incompatíveiscom o Tratado e os Estatutos sepermanecessem inalteradas. A avaliaçãoefectuada pelo IME incide sobre as leis quetêm impacto no cumprimento, por partedos BCN, das atribuições cometidas aoSEBC, e leis na área monetária. A legislaçãorelevante que deve ser adaptada respeita,especialmente, às seguintes áreas:

4.1 Notas de banco

As leis de diversos Estados-membrosatribuem o direito exclusivo de emitirnotas de banco aos respectivos BCN. Estasleis devem reconhecer ao Conselho doBCE o direito exclusivo de autorizar aemissão de notas de banco tal como seencontra estipulado no n.º 1 do artigo105.º-A do Tratado e repetido no artigo16.º dos Estatutos. Além disso, asdisposições que permitem aos governosexercer influência sobre questões como,por exemplo, as denominações, a produção,o volume e a retirada de circulação denotas de banco devem reconhecer ospoderes do BCE no que respeita às notasde banco em euro, tal como se encontraprevisto nos artigos do Tratado e dosEstatutos acima referidos.

4.2 Moeda metálica

Diversos Estados-membros têm leis sobre aemissão, produção e distribuição das moedasmetálicas. Habitualmente, os governos, oumais especificamente os Ministros dasFinanças, têm o direito exclusivo de cunharmoeda, embora os BCN também se

encontrem frequentemente envolvidos nasua distribuição. Em alguns casos, os direitosde imprimir notas de banco e de cunharmoedas coexistem no mesmo BCN.Independentemente da divisão deresponsabilidades nesta área entre osgovernos e os BCN, as disposições legaisrespectivas têm que reconhecer o direitoque o BCE tem de aprovar o volume deemissão de moeda metálica.

4.3 Gestão das reservas cambiais

Uma das principais atribuições do SEBCconsiste na detenção e gestão das reservascambiais oficiais dos Estados-membros (n.º 2do artigo 105.º do Tratado). Os Estados--membros que não transferirem as suasreservas cambiais oficiais para os respectivosBCN não cumprem este requisito do Tratado(à excepção dos saldos de tesouraria emdivisas, os quais os Governos dos Estados--membros podem manter ao abrigo do n.º 3do artigo 105.º do Tratado). Além disso, odireito de terceiros, por exemplo, do governoou do parlamento, de exercer influênciasobre decisões do BCN no que respeita àgestão das reservas cambiais oficiais (n.º 2 doartigo 105.º do Tratado) não estaria emconformidade com o Tratado. Além disso,os BCN devem transferir para o BCEactivos de reserva, os quais são fixadosproporcionalmente à respectiva participaçãono capital subscrito do BCE. Isto significa quenão poderão existir obstáculos institucionaisque impeçam os BCN de transferir os seusactivos de reservas externas para o BCE.

4.4 Política cambial

Na maior parte dos Estados-membros, alegislação nacional prevê que o governo éresponsável pela pol í t ica cambia l ,desempenhando um papel consultivo e/ouexecutivo em termos do respectivo BCN.

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A responsabilidade total pela políticacambial de um Estado-membro só éatribuída a um BCN em poucos casos. Asdisposições devem reflectir o facto de quea responsabilidade pela política cambial naárea do euro será transferida para o nívelda Comunidade, de acordo com o dispostono artigo 109.º do Tratado, o qual cometea responsabilidade pela política cambial aoConselho da EU em estreita colaboraçãocom o BCE.

4.5 Diversos

Existem muitas outras áreas nas quais alegislação pode ter um impacto nocumprimento por parte dos BCN das

atribuições relacionadas com o SEBC. Porexemplo, os Estados-membros são livresde enquadrar o respectivo BCN no direitopúblico ou privado, mas as disposiçõesrespeitantes ao estatuto legal de um BCN- no último caso, por exemplo, o Direitodas Sociedades - não podem violar osrequisitos do Tratado e dos Estatutosrelativos à Terceira Fase. Além disso, oregime de confidencialidade do SEBCencontra-se regulamentado no artigo 38.ºdos Estatutos. A supremacia das leis e dasregras Comunitárias adoptadas no seuâmbito significa que a legislação nacionalrespeitante ao acesso de terceiros adocumentos públicos não pode dar lugar aviolações do regime de confidencialidadedo SEBC.

5 Avaliação dos países

A descrição feita anteriormente das áreasque se revestem de particular importânciarelativamente à adaptação dos estatutosdos BCN e de outra legislação, tendo emvista os requisitos do Tratado e dosEstatutos sobre a Terceira Fase, podeconstituir uma base para a avaliação quevai ser efectuada sobre a situação de cadapaís. A avaliação da situação em 24 deMarço de 1998 é apresentada num Anexodo presente Relatório e sintetizada abaixo.

5.1 Bélgica

Os estatutos do Banco Nacional da Bélgicaforam alterados a fim de cumprir os requisitosdo Tratado e dos Estatutos, tendo em vista aTerceira Fase, pela Lei N.º 1061/12-96/97(”nova lei”), a qual entrará progressivamenteem vigor a partir de Fevereiro de 1998. OIME foi consultado relativamente ao projectoda nova lei, o qual foi objecto de alteraçõesem resultado, nomeadamente, do parecerdo IME.

Com a adopção e a entrada em vigor danova lei e assumindo que as disposiçõesespecíficas (cuja adaptação progressiva, porDecretos Reais, se encontra prevista noart igo 38.º) entram em vigoratempadamente, os estatutos do BancoNacional da Bélgica serão compatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutospara a Terceira Fase.

No que respeita à outra legislação, o IMEsalienta que se encontram previstasadaptações da Lei de 12 de Junho de 1930,que cria um Fundo Monetário, da Lei de 28de Dezembro de 1973, da Lei de 23 deDezembro de 1988 e do Decreto-LeiN.º 5 de 1 de Maio de 1944. O IME nãotem conhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias que requeiramadaptação em cumprimento do dispostono artigo 108.º do Tratado.

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5.2 Dinamarca

Os estatutos do Danmarks Nationalbanknão contêm incompat ib i l idadesrelativamente à independência do BancoCentral. A integração legal do Banco noSEBC não precisa de estar prevista e aoutra legislação não necessita de seradaptada enquanto a Dinamarca nãoadoptar a moeda única.

5.3 Alemanha

Os estatutos do Deutsche Bundesbankforam alterados por forma a cumprir osrequisitos do Tratado e dos Estatutosrespeitantes à Terceira Fase através daSexta Lei, que altera a Lei do DeutscheBundesbank, datada de 22 de Dezembrode 1997, publicada no Diário Oficial daRepública Federal da Alemanha em 30 deDezembro de 1997 (”nova lei”). O IME foiconsultado relativamente ao projecto danova lei, o qual foi objecto de alteraçõesem resultado, nomeadamente, do parecerdo IME.

Com a adopção e a entrada em vigor danova lei os estatutos do DeutscheBundesbank são compatíveis com osrequisitos do Tratado e dos Estatutos,tendo em vista a Terceira Fase.

No que respeita à adaptação de outralegislação, o IME salienta que se encontraprevista a adaptação da Lei da MoedaMetálica. O IME não tem conhecimento dequaisquer outras disposições estatutáriasque requeiram adaptação em cumprimentodo disposto no artigo 108.º do Tratado.

5.4 Grécia

Os Estatutos do Banco da Grécia foramalterados a fim de serem compatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutos,tendo em vista a Terceira Fase, pela LeiN.º 2548, datada de 12 de Dezembro de

1997, a qual foi publicada no Diário Oficialdo Governo de 19 de Dezembro de 1997(”nova lei”). O IME foi consultadorelativamente ao projecto da nova lei, oqual foi objecto de alterações em resultado,nomeadamente, do parecer do IME.

Com a adopção e a entrada em vigor danova lei, os estatutos do Banco da Grécianão contêm outras incompatibilidades comos requisitos do Tratado e dos Estatutos,tendo em vista a Terceira Fase. A nova leiconsidera tanto o período durante o qualo Banco da Grécia não constitui parteintegrante do SEBC, como a circunstânciada Grécia já ter adoptado a moeda única.Existem, no entanto, duas imperfeições nanova lei que ainda têm que ser objecto deadaptação antes da Grécia adoptar a moedaúnica. Algumas das disposições da nova leitornar-se-ão obsoletas com a adopção damoeda única pela Grécia. Esta situaçãoaplica-se às seguintes disposições:

N.º 4 do artigo 7.º (novo) relativo àconstituição de reservas mínimas epenal izações em caso de nãocumprimento das mesmas, o qual nãoreconhece os poderes do BCE nestamatéria.

N.º 4 do artigo 2.º (novo) relativo àparticipação do Banco em organismoseconómicos e monetários internacionais,o qual não refere o poder de aprovaçãodo BCE.

No que respeita à outra legislação, o IMEnão tem conhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias que requeiramadaptação em cumprimento do dispostono artigo 108.º do Tratado.

5.5 Espanha

Os estatutos do Banco de España foramalterados a fim de serem compatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutos,tendo em vista a Terceira Fase, pela Lei

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N.º 66/1997 de 30 de Dezembro de 1997(”nova lei”). Os estatutos do Banco sãopresentemente objecto de nova alteração,a fim de cumprirem os requisitos doTratado e dos Estatutos relativamente àintegração do Banco no SEBC, através deum projecto de lei (”projecto de lei”), quepresentemente aguarda a aprovação doParlamento. O IME foi consultadorelativamente ao projecto de lei, que foiobjecto de alterações em resultado,nomeadamente, do parecer do IME. OGoverno espanhol espera que o projectode lei seja adoptado antes da data dainstituição do SEBC.

Assumindo que o projecto de lei seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998 e que entrará em vigoratempadamente, os Estatutos do Banco deEspaña serão compatíveis com os requisitosdo Tratado e dos Estatutos, tendo em vistaa Terceira Fase.

No que respeita à outra legislação, o IMEassinala que se encontram previstas maisadaptações da Lei N.º 10/1975 de 12 deMarço de 1975 sobre a Cunhagem deMoeda. O IME não tem conhecimento dequaisquer outras disposições estatutáriasque requeiram adaptação em cumprimentodo disposto no artigo 108.º do Tratado.

5.6 França

Os estatutos da Banque de France, a fimde cumprirem os requisitos do Tratado edos Estatutos, tendo em vista a TerceiraFase, estão presentemente a ser objectode adaptação. O Ministério da Economia,Finanças e Indústria elaborou um projectode lei (”projecto de lei”) e confirmou que odebate parlamentar sobre o projecto de leise iniciará a 7 de Abril de 1998 e deveráestar concluído a 30 de Abril de 1998. OIME foi consultado relativamente aoprojecto de lei, o qual foi objecto dealterações em resultado, nomeadamente,do parecer do IME.

Assumindo que a nova lei será adoptadana forma que revestia em 24 de Março de1998 e que entrará em vigoratempadamente, os estatutos da Banquede France serão compatíveis com osrequisitos do Tratado e dos Estatutos,tendo em vista a Terceira Fase.

O artigo 6.º (projecto) estabelece que oConselho Geral ”decidirá em matériasrelac ionadas com a condução dasactividades da Banque de France que nãodecorrem das atribuições do SistemaEuropeu de Bancos Centrais”. Nestecontexto, é salientado que certas operaçõesmencionadas no artigo 11.º e no CapítuloIII dos estatutos da Banque de Francedevem ser consideradas operações doSEBC no sentido do Capítulo IV dosEstatutos. Este assunto merece clarificação.

No que respeita à adaptação da restantelegislação, o IME salienta que se encontramprevistas adaptações ao Decreto N.º 93--1278 de 3 de Dezembro de 1993 sobre aBanque de France, à Lei N.º 84-46 de 24de Janeiro de 1984, ao Decreto N.º 84--708 de 24 de Julho de 1984 assim comoao Regulamento sobre Cunhagem deMoeda. O IME não tem conhecimento dequaisquer outras disposições estatutáriasque requeiram adaptação em cumprimentodo disposto no artigo 108.º do Tratado.

5.7 Irlanda

Os estatutos do Central Bank of Ireland, afim de cumprirem os requisitos do Tratadoe dos Estatutos tendo em vista a TerceiraFase, foram alterados pela Lei do BancoCentral de 1998 (”nova lei”), a qual deacordo com o n.º 3 do artigo 1.º, entraráprogressivamente em vigor através dedespachos ministeriais. O IME foi consultadorelativamente ao projecto de lei, o qual foiobjecto de alterações em resultado,nomeadamente, do parecer do IME.

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Com a adopção e a entrada em vigor danova lei, e assumindo que as respectivasdisposições específicas entrarão em vigoratempadamente, não existem outrasincompatibilidades com os requisitos doTratado e dos Estatutos tendo em vista aTerceira Fase, nos estatutos do CentralBank of Ireland. Porém, existem duasimperfeições, que, no entanto, nãocomprometerão o funcionamento globaldo SEBC no início da Terceira Fase, asquais serão tomadas em consideração nocontexto das próximas a l teraçõeslegislativas.

O poder do Ministro das Finanças,consagrado no artigo 134.º (nova lei),de suspender certas transacções nointeresse nacional parecem referir-se aoperações de entidades alheias aoBanco, não incluindo as operações doBanco (relacionadas com o SEBC). Noentanto, esta questão deve seresclarecida a fim de evitar a possibilidadedo governo interferir nas operações doBanco relacionadas com o SEBC.

A aprovação do Ministro das Finanças, aqual é obrigatória nos termos do n.º 1do artigo 10.º e no n.º 1 (b) do artigo13.º da Lei do Banco Central de 1997,antes do Banco poder recusar aprovaras regras de um sistema de pagamentosou, posteriormente, revogar essaaprovação, não tem restrições, podendo,por conseguinte , abranger oenvolvimento do Banco nos sistemasde pagamentos relacionados com oSEBC.

No que respeita à outra legislação, a Lei daMoeda Decimal foi igualmente adaptadaatravés da nova lei. O IME não temconhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias que necessitem deser adaptadas nos termos do disposto noartigo 108.º do Tratado.

5.8 Itália

A fim de cumprir os requisitos do Tratadoe dos Estatutos tendo em vista a TerceiraFase, os estatutos da Banca d’Italia que seencontram contidos em diversas leis edecretos, foram adaptados. A Lei N.º 433de 17 de Dezembro de 1997, deu poderesao Governo, através de um decretolegislativo, para compatibilizar a legislaçãoitaliana com o artigo 108.º do Tratado.Posteriormente, o IME foi consultado sobreo projecto do decreto legislativo, que lhefoi submetido pelo Governo italiano. Estedecreto legislativo (N.º 43 datado de 10 deMarço de 1998, ”decreto legislativo”) foipublicado no Diário Oficial de 14 deMarço de 1998, alterando diversas leis eprevendo a alteração dos estatutos daBanca d’Italia (”Estatutos”). As alteraçõesdos estatutos do Banco, sobre as quais oIME foi consultado, foram aprovadas pelaAssembleia Geral de Accionistas do Banco,no dia 19 de Março de 1998 e entrarão emvigor após a promulgação através de umDecreto Presidencial. O Governo esperaque tal venha a ocorrer na primeira metadede Abril de 1998.

Assumindo que as alterações aos estatutosdo Banco, aprovadas na Assembleia Geralde Accionistas são promulgados por umDecreto Presidencial, entram em vigoratempadamente, e ainda que as disposiçõesdo n.º 1 do artigo 11.º do DecretoLegislativo N.º 43 de 10 de Março de1998, entrarão em vigor, o mais tardar, nadata da instituição do SEBC, os estatutosda Banca d’Italia serão compatíveis com osrequisitos do Tratado e dos Estatutos,tendo em vista a Terceira Fase.

No que respeita à outra legislação, o IMEnão tem conhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias que necessitem deser adaptadas nos termos do artigo 108.ºdo Tratado.

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5.9 Luxemburgo

A fim de cumprir os requisitos do Tratadoe dos Estatutos, tendo em vista a TerceiraFase, a Lei de 20 de Maio de 1983, queestabelece o Inst i tut Monéta ireLuxembourgeois (”IML”), e respectivasalterações, assim como a Lei de 15 deMarço de 1979, sobre o estatuto monetáriodo Luxemburgo, encontram-sepresentemente em fase de alteração atravésda Lei N.º 3862 (”projecto de lei”). OGoverno prevê que o projecto de lei sejaadoptado pelo Parlamento antes de Abrilde 1998, a fim de entrar em vigor em 1 deMaio de 1998. Em Fevereiro de 1994, oIME foi consultado sobre esse projectoinicial.

Assumindo que o projecto de lei seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998 e que entrará em vigoratempadamente, não se veri f icarãoincompatibilidades com os requisitos doTratado e dos Estatutos, tendo em vista aTerceira Fase. No entanto, existem diversasimperfeições que não prejudicarão ofuncionamento global do SEBC no início daTerceira Fase:

O primeiro travessão do n.º 2 do artigo2.º e o artigo 6.º lit. a (projecto) prevêemque o Conselho do IML deve ”definir eexecutar a política monetária a nívelnacional”; esta disposição é incompatívelcom os n.ºs 3 e 4 do artigo 2.ºA(projecto), segundo o qual o IML faráparte integrante do SEBC,desempenhando as suas missões noâmbito dos tratados monetáriosinternacionais nos quais o Luxemburgoparticipa. Além disso, o Conselho doBanco é largamente constituído pormembros que não exercem as suasfunções no IML em regime deexclusividade profissional, enquanto aomesmo tempo não existem regrasexplícitas que assegurem que nãosurgem conf l i tos de interessesresultantes das outras funções exercidas

pelos membros do Conselho do IML.Estas inconsistências devem sercorrigidas urgentemente.

O objectivo estatutário do IML, talcomo se encontra definido no n.º 1 doartigo 2.º do projecto de lei não reflecte,inequivocamente, a pr imazia doobjectivo estatutário secundário doSEBC.

O quinto travessão do n.º 2 do artigo2.º e o artigo 17.º (projecto) prevêemque o IML emitirá moeda fiduciária, semreconhecer as competências do BCEnesta matéria.

O artigo 25.º (projecto) prevê que oIML possa conceder facilidades decrédito por forma a assegurar aestabilidade dos sistemas de pagamentossem reconhecer as competências doBCE neste domínio.

No que respeita à outra legislação, oIME não tem conhecimento de quaisqueroutras disposições estatutárias querequeiram adaptação em cumprimentodo disposto no artigo 108.º dosEstatutos.

5.10 Países Baixos

Está actualmente em curso o processo deadaptação dos estatutos do DeNederlandsche Bank por forma a cumpriros requisitos do Tratado e dos Estatutospara a Terceira Fase. O IME foi consultadosobre um projecto de lei (o ”projecto delei”), o qual foi objecto de alterações emresultado, nomeadamente, do parecer doIME. O projecto de lei foi ratificado pelaSegunda Câmara do Parlamento no dia 17de Fevereiro de 1998, encontrando-seactualmente a aguardar decisão da primeiraCâmara do Parlamento, que apenas poderárejeitar ou promulgar o projecto de lei nasua totalidade. O Governo prevê que oprojecto de lei seja promulgado pela

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Primeira Câmara do Parlamento no dia 24de Março de 1998 e publicado no DiárioOficial em 25 de Março de 1998.

Assumindo que o projecto de lei seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998 e que entrará em vigoratempadamente, não subs ist i rãoincompatibilidades nos estatutos do DeNederlandsche Bank com os requisitos doTratado e dos Estatutos para a TerceiraFase, embora subsista uma imperfeiçãoque, no entanto, não compromete ofuncionamento global do SEBC no início daTerceira Fase. O artigo 3.º (projecto de lei)prevê que ”o Banco” deverá ”co-definir” apolítica monetária do SEBC, embora essaatribuição caiba ao Governador do Banco,na sua qualidade de membro do Conselhodo BCE.

Relativamente a outra legislação, o IMEsalienta que estão previstas alterações naLei da Cunhagem, na Lei da taxa decâmbio do florim, na Lei de 1994 sobre asrelações financeiras com o exterior, na Leide 1995 relativa à supervisão das operaçõesem títulos, na Lei de 1995 sobe Arquivos,nos Decretos Reais adoptados ao abrigoda Lei do acesso do público a documentosoficiais e na Lei do Provedor de Justiça. OIME não tem conhecimento de quaisqueroutras disposições estatutárias nas quaisseja necessário introduzir alterações aoabrigo do Artigo 108.º do Tratado.

5.11 Áustria

Está actualmente em curso o processo deadaptação dos estatutos doOesterreichische Nationalbank por formaa cumprir os requisitos do Tratado e dosEstatutos para a Terceira Fase. Foisubmetido ao Parlamento um projecto delei (o ”projecto de lei”) para o efeito, que,segundo previsões do Governo, virá a seradoptado durante o mês de Abril de 1998.O IME foi consultado relativamente aoprojecto de lei, o qual foi objecto de

alterações em resultado, nomeadamente,do parecer do IME.

Assumindo que o projecto de lei seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998 e que entrará em vigoratempadamente, os estatutos doOesterreichische Nationalbank serãocompatíveis com os requisitos do Tratadoe dos Estatutos para a Terceira Fase.

Relativamente a outra legislação, o IMEsalienta que está prevista a introdução dealterações na Lei Cambial. O IME não temconhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias nas quais sejanecessário introduzir alterações ao abrigodo Artigo 108.º do Tratado.

5.12 Portugal

Os estatutos do Banco de Portugal foramalterados, por forma a cumprir os requisitosdo Tratado e dos Estatutos para a TerceiraFase, na sequência de uma consulta aoIME, como segue:

O Artigo 105.º da Constituição foialterado pela Lei Constitucional n.º 1/97 de 20 de Setembro de 1997. Onovo artigo (renumerado artigo 102.º)estabelece que o Banco é o bancocentral nacional de Portugal e exerce assuas funções nos termos da lei e dasnormas internacionais a que o EstadoPortuguês se vincula. Esta referência a”normas internacionais” destina-se aabranger em especial o Tratado e osEstatutos.

A Lei Orgânica do Banco de Portugal,de 30 de Outubro de 1990, com asalterações que lhe foram introduzidas,foi alterada pela Lei n.º 5/98 de 31 deJaneiro de 1998 (a ”nova lei”).

Com a adopção e entrada em vigor da LeiConstitucional n.º 1/97 e da nova lei, osestatutos do Banco de Portugal são

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compatíveis com os requisitos do Tratadoe dos Estatutos para a Terceira Fase.

Relativamente a outra legislação, o IMEsalienta que está prevista a introdução dealterações no Decreto-Lei n.º 333/81 de 7de Dezembro de 1981, no Decreto-Lein.º 293/86 de 12 de Setembro de 1986, noDecreto-Lei n.º 178/88 de 19 de Maio de1988 e no Decreto-Lei n.º 13/90 de 8 deJaneiro de 1990. O IME não temconhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias nas quais sejanecessário introduzir alterações ao abrigodo Artigo 108.º do Tratado.

5.13 Finlândia

Os estatutos do Suomen Pankki foramobjecto de adaptações por forma a cumpriros requisitos do Tratado e dos Estatutospara a Terceira Fase, através da revisão daLei do Banco da Finlândia (a ”lei revista”),que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de1998. Esta revisão, por seu lado, foiadaptada através de uma nova lei (a ”novalei”), por forma a tornar os estatutos doBanco totalmente compatíveis com oTratado e os Estatutos. A nova lei foiadoptada pelo Parlamento em 20 de Marçode 1998, prevendo-se a sua promulgaçãono dia 27 de Março de 1998. A nova leientrará em vigor, no que se refere àsdisposições relativas à independência,imediatamente após a sua promulgação e,no que se refere às disposições relativas àintegração legal do Banco no SEBC, no dia1 de Janeiro de 1999. O IME foi consultadosobre ambas as leis, nas suas versões emprojecto, tendo ambas sido alvo dealterações em resultado, nomeadamente,do parecer do IME.

Com a adopção da nova lei, os estatutosdo Suomen Pankki serão compatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutostendo em vista a Terceira Fase.

Relativamente a outra legislação, o IMEsalienta que está terminada a introduçãode alterações na Lei da Moeda Metálica ena Lei da Moeda. O IME não temconhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias nas quais sejanecessário introduzir alterações ao abrigodo artigo 108.º do Tratado.

5.14 Suécia

Está actualmente em curso o processo deadaptação da Lei da Constituição, da Leido Riksdag e da Lei do Sveriges Riksbank,por forma a cumprir os requisitos doTratado e dos Estatutos relativamente àindependência do Sveriges Riksbank. Umprojecto de lei (o ”projecto de lei”) estáactualmente a aguardar promulgação peloParlamento. A adaptação da Lei daConstituição está sujeita à aprovação dedois Parlamentos consecutivos, sendo opróximo Parlamento formado após aseleições gerais de Setembro de 1998.Uma primeira aprovação pelo Parlamentodas alterações à Lei da Constituição e à Leido Riksdag foi dada no dia 4 de Março de1998, prevendo-se a segunda aprovaçãoem Outubro de 1998, data para a qual estáprevista a adopção da Lei do SverigesRiksbank, nos termos da Lei da Constituiçãocom as a lterações que lhe foramintroduzidas. Prevê-se a entrada em vigorde todas as adaptações a partir de 1 deJaneiro de 1999. O IME foi consultadosobre as alterações previstas às Leis acimamencionadas, que foram objecto dealterações em resultado, nomeadamente,do parecer do IME.

Assumindo que o projecto de lei seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998, subsistirão nos estatutosdo Sver iges Riksbank duasincompatibilidades com os requisitos doTratado e dos Estatutos para a TerceiraFase:

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O calendário para a adaptação (veracima) é incompatível com o artigo108.º do Tratado, segundo o qual asadaptações na área da independênciado banco central deverão entrar emvigor, o mais tardar, até à data deinstituição do SEBC.

O projecto de lei não prevê a integraçãolegal do Banco no SEBC, embora aSuécia não seja um Estado-membrocom estatuto especial, tendo portandode cumprir as exigências de adaptaçãoprevistas no artigo 108.º do Tratado, oque afecta diversas disposições dosestatutos do Banco.

Relativamente a outra legislação, o IME salientaque a legislação relativa ao acesso adocumentos públicos e a lei do sigilo devemser revistas à luz do regime deconfidencialidade contido no artigo 38.º dos

Estatutos. O IME não tem conhecimento dequaisquer outras disposições estatutárias nasquais seja necessário introduzir alterações aoabrigo do Artigo 108.º do Tratado.

5.15 Reino Unido

Uma vez que o Reino Unido notificou oConselho de que não tenciona adoptar amoeda única no dia 1 de Janeiro de 1999,não existe requisito legal actual destinadoa assegurar a compatibilidade da legislaçãonacional (incluindo os estatutos do Bank ofEngland) com o Tratado e com os Estatutos.Porém, o IME salienta que está actualmenteem curso no Reino Unido um processo deadopção de diversas reformas no âmbitoda política monetária. Seria ainda necessáriaa adopção de nova legislação caso o ReinoUnido pretendesse notificar o Conselhode que tenciona adoptar a moeda única.

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Anexo

Compat ib i l idade da leg i s lação nac iona l ,

inc lu indo os estatutos dos bancos

centra is nac iona is (”BCN”) ,

com o Tratado /Estatutos

com espec ia l re levo para as

adaptações e fectuadas em cumpr imento do

disposto no art igo 108.º do Tratado tendo

em v ista a Terce ira Fase

Este Anexo contém a avaliação da compatibilidade da legislação nacional, incluindo osestatutos de cada BCN dos Estados-membros da União Europeia, com o disposto noTratado e nos Estatutos. Dá especial relevo às adaptações já efectuadas ou previstasdos referidos estatutos, em cumprimento do disposto no artigo 108.º do Tratado. Osassuntos enumerados neste Anexo seguem a sequência dos pontos abordados noCapítulo II do presente Relatório.

Por razões de concisão, o conteúdo deste Anexo foi deliberadamente condensado,devendo, para um maior esclarecimento, ser lido em conjugação com os capítulosrelevantes do Relatório e com os relatórios sobre a convergência legal nos Estados--membros da UE, anteriormente publicados pelo IME. Nesta conformidade, não sãoreferidos os pareceres sobre a adaptação da legislação nacional, emitidos pelo IME aoabrigo do processo de consultas consagrado no n.º 6 do artigo 109.º-F do Tratado e doartigo 5.º 3 dos Estatutos, salvo razão específica em contrário.

As referências aos artigos dizem respeito aos estatutos do BCN em questão, salvoindicação em contrário. As referências aos artigos do Tratado e dos Estatutos dizemrespeito ao Tratado que institui a Comunidade Europeia e aos Estatutos do SEBC/BCE,respectivamente.

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BÉLGICA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação abaixo mencionada requereuadaptação nos termos do artigo 108.º doTratado:

Lei Orgânica do Banco Nacional daBélgica, datada de 24 de Agosto de1939 e respectivas alterações (”antigalei”);

Lei de 12 de Junho de 1930 que cria umFundo Monetário;

Lei de 28 de Dezembro de 1973;

Lei de 23 de Dezembro de 1988;

Decreto-Lei N.º 5 de 1 de Maio de1944.

2 Adaptação dos estatutosdo Banco Nacional daBélgica

Os estatutos do Banco Nacional da Bélgicaforam alterados, a fim de serem compatíveiscom os requisitos do Tratado e dosEstatutos, pela Lei N.º 1061/12/96-97(”nova lei”), que entrará progressivamenteem vigor a partir de Fevereiro de 1998. OIME foi consultado relativamente aoprojecto da nova lei, o qual foi objecto dealterações em resultado, nomeadamente,do parecer do IME.

2.1 Independência

No que respeita à independência do Banco,a nova lei introduziu as alterações a seguirmencionadas, as quais entrarão em vigor, omais tardar, a partir da data da instituiçãodo SEBC.

2.1.1 Independência institucional

O artigo 29.º (antigo) conferia ao Ministrodas Finanças e do Comércio Externopoderes para se opor à execução dequalquer medida adoptada pelo Banco quefosse contrária à lei, aos estatutos ou aosinteresses do Estado. Além disso, o artigo30.º (antigo) dava ao Comissário doGoverno o direito de suspender qualquerdecisão tomada pelo Banco que fossecontrária à lei, aos estatutos ou aosinteresses do Estado. Estes artigos já tinhamsido alterados pela Lei de 22 de Março de1993, tendo sido mantida, no entanto, apossibilidade de o Ministro das Finanças edo Comércio Externo ou o Comissário doGoverno impugnarem as decisões do Bancopor razões legais , o que poderia ,potencialmente, ser extensivo a decisõesrelativas às atribuições relacionadas com oSEBC. Esta possibilidade foi agora limitada,através do artigo 22.º (novo), às atribuiçõesdo Banco não relacionadas com o SEBC.

Além disso, enquanto ao abrigo da antigalei o Conselho de Regência t inhacompetência para tomar certas decisõesde política monetária, o artigo 20.º (novo)limita o envolvimento do Conselho deRegência a um papel consultivo, sem direitode consulta ex ante. Contudo, as disposiçõesda antiga lei respeitantes ao Conselho deRegência serão revogadas numa data adecidir pelo Rei, o mais tardar, no dia daintrodução do euro (n.ºs 1 e 3 do artigo38.º da nova lei). Como o Conselho deRegência não é compatível com osrequisitos do Tratado e dos Estatutosrespeitantes à independência e, uma vezque as disposições sobre a independênciadevem entrar em vigor, o mais tardar, até àdata da instituição do SEBC, o Governoprevê que uma adaptação nesta matéria setorne, o mais tardar, na data da instituiçãodo SEBC.

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2.1.2 Independência pessoal

De acordo com o disposto no artigo 44.ºdos actuais Estatutos do Banco, o Governadorpodia ser suspenso ou demitido pelo Rei,sem que indicação do motivo. Estaincompatibilidade com o artigo 14.º 2 dosEstatutos foi ultrapassada através do artigo25.º (novo), no qual os motivos da demissãoreproduzem o disposto no artigo 14.º 2.

2.2 Integração legal no SEBC

No que respeita à integração legal do Banco,foram efectuadas as seguintes adaptações, asquais entrarão em vigor na data em que aBélgica adoptar a moeda única.

2.2.1 Objectivo estatutário

A antiga lei não consagrava de formainequívoca nem a primazia do objectivoestatutário do SEBC nem previa a integraçãodo Banco no SEBC. Esta incompatibilidadefoi solucionada pela nova lei, em virtude doobjectivo estatutário do Banco, na TerceiraFase, ser determinado pela aplicação directada Lei Comunitária e, em especial, pelo n.º 1do artigo 105.º do Tratado, pelo artigo 2.ºdos Estatutos e pelo artigo 2.º (novo), o qualreconhece explicitamente a integração doBanco no SEBC.

2.2.2 Atribuições

Os artigos 6.º a 9.º (antigos) relativos àemissão, desenho, texto, substituição eretirada de circulação das notas de banconão reconheciam os poderes do BCE nestamatér ia . Esta incompatibi l idade foiultrapassada pelo artigo 2.º (novo), atravésda referência geral que é feita ao estatutodo Banco como parte integrante do SEBC.Além disso, os artigos 11.º a 19.º (antigos),que enumeravam, nomeadamente, asatribuições do Banco, foram adaptados noCapítulo II, artigos 5.º a 9.º (novos), os

quais adaptam a descrição das atribuiçõesdo Banco com as disposições do Tratado edos Estatutos, no que respeita às atribuiçõesrelacionadas com o SEBC.

2.2.3 Instrumentos

Os artigos 11.º a 19.º (antigos), queespeci f icavam, nomeadamente, osinstrumentos de que o Banco dispõe parao cumprimento das suas atribuições, foramadaptados no Capítulo II, artigos 5.º a 9.º(novos) por forma a serem compatíveiscom o Tratado e com os Estatutos.

2.2.4 Organização

Enquanto ao abrigo da antiga lei o Conselhode Regência tinha competência para tomarcertas decisões de política monetária, noartigo 20.º (novo) o seu papel foi limitadoa funções consultivas.

3 Adaptação de outralegislação

3.1 Lei de 12 de Junho de 1930 quecria um Fundo Monetário

O artigo 1.º desta lei, que fixa o volume deemissão de moeda divisionária pelo Tesouro(o qual podia ser aumentado por DecretoReal), não reconhece ao BCE poderes paraaprovar o volume de emissão, nos termosdo disposto no n.º 2 do artigo 105.º-A doTratado. Esta incompatibilidade seráeliminada através da chamada ”legislaçãosobre o euro”, a qual se encontra em fasede adopção.

3.2 Lei de 28 de Dezembro de 1973

Os artigos 1.º a 3.º desta lei, que respeitamàs propostas orçamentais para 1973 e1974, constituem a base legal para aimposição de reservas mínimas de caixa

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pelo Banco às instituições de crédito, nãorespeitando as competências do BCE nestamatéria. Em conformidade com o terceiroparágrafo do n.º 4 do artigo 38.º da novalei, as disposições definidas acima serãorevogadas na data em que a Bélgica adoptara moeda única.

3.3 Lei de 23 de Dezembro de 1988

O artigo 2.º desta lei, que autoriza oGoverno a fixar a taxa de câmbio dofranco belga sem prejuízo das obrigaçõesinternacionais aplicáveis ao Estado Belga,não contempla a introdução do euro nemreconhece os poderes da Comunidade emmatéria de taxas de câmbio. De acordocom o quarto parágrafo do n.º 4 do artigo38.º da nova lei, o artigo acima referidoserá revogado na data em que a Bélgicaadoptar a moeda única. O mesmo seaplica ao artigo 3.º desta lei, o qual conferepoderes regulatórios especiais ao Ministrodas Finanças e do Comércio Externo,referentes à aplicação dos Decretos Reaisrelativos aos poderes do Governo parafixar a taxa de câmbio do franco belga.Nos termos do quarto parágrafo do n.º 4do artigo 38.º da nova lei, o artigo 3.º daLei de 23 de Dezembro de 1988 é revogadoa partir da data em que a Bélgica adoptar amoeda única.

3.4 Decreto-Lei N.º 5 de 1 de Maiode 1944

Este Decreto-Lei é incompatível com oTratado na medida em que se refere àexecução de pagamentos internacionais,bem como aos acordos cambiais ou decompensação concluídos pelo Banco, porconta do Estado, e na medida em que serefere às actividades de crédito exercidaspelo Banco fora do âmbito da políticamonetária, tais como os acordos depagamento bi latera is com paísesestrangeiros. De acordo com o dispostono segundo parágrafo do n.º 4 do artigo38.º da nova lei, este Decreto-Lei serárevogado na data em que a Bélgica adoptara moeda única.

4 Avaliação dacompatibilidade

Com a adopção e a entrada em vigor danova lei e assumindo que as disposiçõesespecíficas (cuja adaptação progressiva, porDecretos Reais, se encontra prevista noart igo 38.º) , entrarão em vigoratempadamente, os estatutos do BancoNacional da Bélgica são compatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutostendo em vista a Terceira Fase.

No que respeita à restante legislação, oIME salienta que se encontram previstasadaptações da Lei de 12 de Junho de 1930,que cria um Fundo Monetário, da Lei de 28de Dezembro de 1973, da Lei de 23 deDezembro de 1988 e do decreto-Lei N.º 5de 1 de Maio de 1944. O IME não temconhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias que exi jamadaptação nos termos do artigo 108.º doTratado.

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DINAMARCA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

Lei do Danmarks Nationalbank (LeiN.º 116) de 7 de Abril de 1936 erespectivas alterações.

2, 3 Adaptação dos estatutosdo Danmarks Nationalbanke de outra legislação

O Protocolo N.º 12 do Tratado relativo acertas disposições respeitantes à Dinamarcaestabelece que o Governo dinamarquêsnotificará o Conselho da sua posição relativaà participação na Terceira Fase antes de oConselho proceder à sua avaliação nostermos do n.º 2 do artigo 109.º-J doTratado. A Dinamarca já notificou que nãoparticipará na Terceira Fase e, nos termosdo disposto no artigo 2.º do ProtocoloN.º 12, tal significa que a Dinamarcabeneficiará de uma derrogação. Asimplicações deste facto foram apresentadasna Decisão dos Chefes de Estado ou deGoverno tomada na Cimeira de Edimburgo,realizada a 11 e 12 de Dezembro de 1992.A Decisão estabelece que a Dinamarcaconservará os poderes de que dispõe emmatéria de política monetária, de acordo

com as leis e regulamentos nacionais,incluindo as atribuições do DanmarksNationalbank em matéria de políticamonetária. À luz desta situação, não existemadaptações dos estatutos do Banco no quese refere à integração legal do Banco noSEBC nem qualquer outra legislação tendoem vista a Terceira Fase. Por último, nãoexistem incompatibilidades no que respeitaà independência do banco central nosestatutos do Banco, que devam seradaptados nos termos do artigo 108.º doTratado em conjugação com o n.º 3 doartigo 109.º-K e do artigo 107.º do mesmoTratado.

4 Avaliação dacompatibilidade

Os estatutos do Danmarks Nationalbanknão contêm incompat ib i l idadesrelativamente à independência do bancocentral que necessitem de ser adaptadasnos termos do artigo 108.º do Tratado. Aintegração legal do Banco no SEBC nãonecessita de se encontrar prevista e aoutra legislação não precisa de ser adaptadaenquanto a Dinamarca não adoptar amoeda única.

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ALEMANHA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação abaixo mencionada requereuadaptação nos termos do artigo 108.º doTratado:

Lei do Bundesbank de 26 de Julho de1957, alterada pela Quinta Lei quealtera a Lei do Deutsche Bundesbank,datada de 8 de Julho de 1994 (”antigalei”);

Lei da Moeda Metálica.

2 Adaptação dos estatutosdo Deutsche Bundesbank

Os estatutos do Deutsche Bundesbankforam alterados por forma a cumprir osrequisitos do Tratado e dos Estatutosrespeitantes à Terceira Fase, através daSexta Lei que altera a Lei do DeutscheBundesbank, datada de 22 de Dezembrode 1997, a qual foi publicada no DiárioOficial da República Federal da Alemanhade 30 de Dezembro de 1997 (”nova lei”).O IME foi consultado relativamente aoprojecto da nova lei, o qual foi objecto dealterações em resultado, nomeadamente,do parecer do IME.

2.1 Independência

No que respeita à independência do Banco,foram introduzidas as alterações a seguirmencionadas, as quais entraram em vigorem 31 de Dezembro de 1997.

2.1.1 Independência institucional

O n.º 2 do artigo 13.º (antigo), que conferiaao Governo alemão o direito de diferiruma decisão do Conselho do Banco Central

por um prazo até duas semanas, eraincompatível com os requisitos do Tratadoe dos Estatutos relativos à independênciados bancos centrais. Esta disposição foirevogada pela nova lei.

2.1.2 Independência pessoal

O facto de que não existiam mandatosmínimos garantidos de cinco anos para osmembros dos órgãos de decisão do Bancoera incompatível com o artigo 14.º 2 dosEstatutos. Os artigos 7.º e 8.º (novos)alargaram o mandato mínimo do Presidentedo Banco, dos outros membros doConselho e dos Presidentes dos BancosCentrais da cada Região Federal de doispara cinco anos.

2.2 Integração legal no SEBC

No que respeita à integração legal doBanco no SEBC, foram efectuadas asseguintes adaptações, as quais entrarão emvigor na data em que a Alemanha adoptara moeda única.

2.2.1 Objectivo estatutário

O artigo 3.º (antigo), que continha osobjectivos estatutários do Banco, não reflectiaa primazia do objectivo estatutário do SEBCnem previa a integração legal do Banco noSEBC na Terceira Fase. O artigo 3.º (novo)introduz uma referência explícita à integraçãodo Banco no SEBC. Além disso, na sequênciade uma sugestão feita pelo IME quando foiconsultado pelo Governo Federal sobre oprojecto de legislação, o artigo 12.º (antigo)foi alterado de forma a definir explicitamenteque o Banco apenas pode apoiar a políticaeconómica nacional se tal for compatívelcom os objectivos e as atribuições do SEBC.

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2.2.2 Atribuições

O n.º 1 do artigo 14.º (antigo) que conferiaao Banco o direito exclusivo de emitirnotas de banco, não reconhecia acompetência do BCE nesta matéria. Aprimeira frase do n.º 1 do artigo 14.º(novo) introduz uma referência explícitaao direito do BCE de autorizar a emissãode notas de banco, em conformidade como disposto no n.º 1 do artigo 105.º-A doTratado e repetida no artigo 16.º dosEstatutos.

2.2.3 Instrumentos

Os artigos 15.º e 16.º (antigos), queenumeravam os instrumentos de políticamonetária do Banco (desconto, concessãode empréstimos, operações de open markete política de reservas mínimas), nãoreconheciam a competência do BCE nestamatéria. Estas disposições foram revogadaspela nova lei.

2.2.4 Organização

A primeira frase do n.º 1 do artigo 6.º(antigo) que consagrava a competência doConselho do Banco Centra l nadeterminação da política monetária doBanco, não reflectia as responsabilidadesdo BCE nesta matéria. A primeira frase don.º 1 do artigo 6.º (novo) declaraexplicitamente que: (a) a responsabilidadepara a definição da política monetária naTerceira Fase passará a ser do Conselhodo BCE; (b) o Banco deverá cumprir asorientações e as instruções do BCE nodesempenho das atribuições relacionadascom o SEBC; e (c) o Presidente do Banco,na sua qualidade de membro de Conselhodo BCE, é independente de instruções doConselho do Banco Central.

2.2.5 Participação em instituiçõesmonetárias internacionais

Na sequência de uma sugestão feita peloIME quando foi consultado pelo GovernoFederal sobre a proposta de legislação, oartigo 4.º teve nova redacção, tendo sidoinserida uma disposição que deixa claroque a capacidade do Banco para participarem instituições monetárias internacionaisse encontra sujeita à aprovação do BCE.

3 Adaptação de outralegislação

Está previsto que a Lei da Moeda Metálicaserá a l terada por forma a darreconhecimento explícito da competênciado BCE, prevista na primeira frase, do n.º 2do artigo 105.º-A do Tratado. Esta alteraçãofará parte da Lei relativa à introdução doeuro e entrará em vigor na data em que aAlemanha adoptar a moeda única.

4 Avaliação dacompatibilidade

Com a adopção e a entrada em vigor danova lei, os estatutos do DeutscheBundesbank são compatíveis com osrequisitos do Tratado e dos Estatutostendo em vista a Terceira Fase.

No que respeita à adaptação de outralegislação, o IME salienta que se encontraprevista a adaptação da Lei da MoedaMetálica. O IME não tem conhecimento deoutras disposições estatutárias que exijamadaptação nos termos do disposto noartigo 108.º do Tratado.

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GRÉCIA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

Os estatutos do Banco da Grécia de 1927e respectivas alterações posteriores (”antigalei”) foram objecto de adaptação nos termosdo artigo 108.º do Tratado.

2 Adaptação dos estatutosdo Banco da Grécia

Os estatutos do Banco da Grécia foramalterados, a fim de serem compatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutos,tendo em vista a Terceira Fase, pela LeiN.º 2548, datada de 12 de Dezembro de1997, a qual foi publicada no Diário Oficialde 19 de Dezembro de 1997 (”nova lei”).O IME foi consultado relativamente aoprojecto da nova lei, o qual foi objecto dealterações em resultado, nomeadamente,do parecer do IME.

2.1 Independência

No que respeita à independência do Banco,foram efectuadas as alterações a seguirmencionadas, as quais entraram em vigorem 19 de Dezembro de 1997.

2.1.1 Independência institucional

O artigo 47.º (antigo), que conferia aoComissário do Governo poder de veto dasdecisões do Conselho Geral, por motivosde legalidade, era incompatível com osrequisitos do Tratado e dos Estatutossobre a independência dos bancos centrais.Essa incompatibilidade foi solucionada peloartigo 6.º da nova lei , o qual dáresponsabilidade ao recém-criado Conselhode Política Monetária no que respeita aocumprimento pelo Banco das atribuiçõesrelacionadas com o SEBC, cujas decisões

não podem ser vetadas pelo Comissáriodo Governo. Além disso, a subordinaçãodas decisões de política monetária doBanco aos objectivos macro-económicosdo Governo era incompatível com osrequisitos do Tratado e dos Estatutossobre a independência dos bancos centrais.O artigo 1.º (novo) respeitante ao objectivoestatutário do Banco soluciona essa situação(ver também parágrafo 2.2.1 abaixo).

2.1.2 Independência pessoal

O artigo 29.º (antigo) não especificava queo mandato do Governador (ou dos outrosmembros do Conselho Geral) não podeser inferior a cinco anos, sendo, porconseguinte, incompatível com o artigo14.º 2 dos Estatutos. O n.º 3 do artigo 5.ºe o n.º 3 do artigo 6.º (novos) estipulamque o mandato do Governador, dos Vice-Governadores e dos outros membros doConselho de Política Monetária tenha aduração de seis anos. Todos os membrosdo Conselho de Política Monetária devemconsagrar a sua actividade profissionalexclusivamente ao Banco, salvo rarasexcepções (como por exemplo o exercíciode cargos académicos), que não sejamgeradoras de potenciais conflitos deinteresses.

2.2 Integração legal no SEBC

No que respeita à integração legal do Bancono SEBC, foram efectuadas diversasadaptações, as quais entrarão em vigor nadata em que a Grécia adoptar a moedaúnica. Em termos gerais, a nova lei reconheceno n.º 2 do artigo 1.º e no n.º 3 do artigo 2.ºque o Banco constituirá parte integrante doSEBC, devendo cumprir as orientações e asinstruções do BCE. Além disso, o n.º 17 doartigo 12.º (novo) estabelece que qualquerdisposição da nova lei que seja incompatível

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com legislação Comunitária primária ouderivada respeitante ao cumprimento peloBanco das atribuições relacionadas com oSEBC será abolida a partir da data em que aGrécia adoptar a moeda única. Nestaconformidade, a nova lei prevê quer asituação em que a Grécia é um Estado-membro que beneficia de derrogação quer asituação quando a Grécia adoptar a moedaúnica. Porém, algumas das disposições danova lei tornar-se-ão obsoletas quando aGrécia adoptar a moeda única; nessa ocasião,por motivos de clareza e certeza legal, osestatutos do Banco deverão ser novamenteadaptados no que respeita à integração doBanco no SEBC. É o caso do n.º 4 do artigo2.º e do n.º 4 do artigo 7.º (ver parágrafos2.2.4 e 2.2.3 abaixo).

2.2.1 Objectivo estatutário

O objectivo estatutário do Banco não traduzia,de forma inequívoca, a primazia do objectivoestatutário do SEBC, nem a integração legaldo Banco no SEBC. O artigo 1.º (novo)solucionou esta situação fazendo referênciaao objectivo primordial da manutenção daestabilidade dos preços (n.º 1 do artigo 1.º),através do reconhecimento explícito daintegração legal do Banco no SEBC e fazendoreferência ao objectivo estatutário do SEBCquando a Grécia adoptar a moeda única (n.º2 do artigo 1.º).

2.2.2 Atribuições

O n.º 1 do artigo 2.º (novo) estipula que asprincipais atribuições do Banco são a definiçãoe a execução da política monetária e acondução da política respeitante à taxa decâmbio do dracma grego face às outrasmoedas, no âmbito da política de taxas decâmbio definida pelo Governo, após consultaao Banco. Além disso, o n.º 3 do artigo 2.º(novo) reconhece a integração legal doBanco no SEBC quando a Grécia adoptar amoeda única e o facto de que o Banco apartir desse momento deverá desempenhar

essas atribuições no quadro do SEBC. Alémdisso, o n.º 2 do artigo 12.º (novo) estabeleceque o Banco deverá conduzir a política detaxas de câmbio de acordo com as instruçõese as orientações do BCE a partir da data emque a Grécia adoptar a moeda única.

2.2.3 Instrumentos

O n.º 4 do artigo 7.º (novo), respeitante àconstituição de reservas mínimas e àspenalizações a aplicar em caso de nãocumprimento, não reconhece os poderesdo BCE nesta matéria, consagrados noartigo 19.º dos Estatutos. Esta imperfeiçãoda nova lei requer uma adaptação, quedeverá vigorar a partir da data em que aGrécia adoptar a moeda única.

2.2.6 Participação em instituiçõesmonetárias e económicasinternacionais

O n.º 4 do artigo 2.º (novo) estipula que oBanco pode participar em instituiçõesmonetárias e económicas internacionais. Esteartigo não reflecte o direito que o BCE temde dar o seu acordo a essa participação, talcomo se encontra definido no artigo 6.º 2dos Estatutos. Esta imperfeição da nova leirequer uma adaptação, que deverá vigorar apartir da data em que a Grécia adoptar amoeda única.

3 Adaptação de outralegislação

O IME não tem conhecimento de qualqueroutra legislação que necessite de adaptaçãonos termos do artigo 108.º do Tratado.

4 Avaliação dacompatibilidade

Com a adopção e a entrada em vigorda nova le i , não existem outras

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incompatibilidades com os requisitos doTratado e dos Estatutos para a TerceiraFase nos estatutos do Banco da Grécia. Anova lei considera tanto o período duranteo qual o Banco da Grécia não constituiparte integrante do SEBC como acircunstância da Grécia já ter adoptado amoeda única. Existem, no entanto, duasimperfeições na nova lei que ainda têmque ser objecto de adaptação antes daGrécia adoptar a moeda única. Algumasdas disposições da nova lei tornar-se-ãoobsoletas com a adopção da moeda únicapela Grécia. Esta situação aplica-se àsseguintes disposições:

N.º 4 do artigo 7.º (novo) respeitante àconstituição de reservas mínimas e àaplicação de penalizações em caso de

não cumprimento não reconhece ospoderes do BCE nesta matéria.

N.º 4 do artigo 2.º da nova lei respeitanteà participação do Banco em instituiçõesmonetárias e económicas internacionaisnão refere os poderes de aprovação doBCE.

No que respeita à outra legislação, o IMEnão tem conhecimento de que existamoutras disposições estatutárias quenecessitem de adaptação nos termos dodisposto no artigo 108.º do Tratado.

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ESPANHA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação abaixo mencionada requereuadaptação nos termos do artigo 108.º doTratado:

Lei N.º 13/1994 datada de 1 Junho de1994 sobre a ”Autonomia do Banco deEspaña” e respectivas alterações (”antigalei”);

Lei N.º 10/1975 de 12 de Março de1975 sobre Cunhagem de Moeda.

2 Adaptação dos estatutosdo Banco de España

Os estatutos do Banco de España foramalterados, a fim de serem compatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutos,tendo em vista a Terceira Fase, pela Lei N.º66/1997 de 30 de Dezembro de 1997(”nova lei”) no que respeita à independênciado banco central. Os estatutos do Bancoencontram-se em fase de revisão a fim decumprirem os requisitos do Tratado e dosEstatutos relativamente à integração do Bancono SEBC, através de um projecto de lei(”projecto de lei”), que presentementeaguarda a aprovação do Parlamento. O IMEfoi consultado relativamente ao projecto delei da nova lei, o qual foi objecto de alteraçõesem resultado, nomeadamente, do parecerdo IME. O Governo espanhol espera que oprojecto de lei seja adoptado antes da datada instituição do SEBC.

2.1 Independência

No que respeita à independência do Banco,a nova lei contém as alterações a seguirmencionadas, as quais entrarão em vigorna data da instituição do SEBC/BCE.

2.1.1 Independência institucional

O n.º 3 do artigo 20.º (antigo), que excluíaos direitos de voto ao Director-Geral doTesouro e da Política Financeira e ao Vice--Presidente da Comissão Nacional doMercado de Valores Mobiliários, aplicava--se às questões de política monetária masnão a todas as atribuições relacionadascom o SEBC, sendo, por conseguinte,incompatível com os requisitos do Tratadoe dos Estatutos, no que respeita àindependência do banco central. Este artigofoi adaptado pela nova lei, a qual alarga aexclusão dos direitos de voto, descritaacima, para abranger todas as atribuiçõesrelacionadas com o SEBC.

2.1.2 Independência pessoal

O n.º 2 do artigo 25.º (antigo) estipulavaque o mandato dos membros do Conselho,além do Governador e do Vice-Governador,fosse de quatro anos em vez de no mínimocinco anos, sendo incompatível com oartigo 14.º 2 dos Estatutos. Este artigo foialterado pela nova lei, nos termos da qualo mandato dos referidos membros éalargado para seis anos.

2.2 Integração legal no SEBC

No que respeita à integração legal doBanco no SEBC, encontram-se previstas asseguintes adaptações ao projecto de lei, asquais deverão entrar em vigor na data emque a Espanha adoptar a moeda única.

2.2.1 Objectivo estatutário

Artigo 7.º (antigo)

Os poderes do Banco para definir eexecutar a política monetária não

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reconhecem a competência do BCEnesta matéria.

O objectivo secundário do Banco, deapoiar a política económica geral doGoverno espanhol, não se encontra emconformidade com o object ivoestatutário do SEBC.

O n.º 2 do artigo 7.º (projecto) prevê umaalteração ao artigo 7.º compatível com osrequisitos do Tratado e dos Estatutostendo em vista a Terceira Fase.

2.2.2 Atribuições

Emissão de notas de bancoAs alíneas (c) e (d) do n.º 3 do artigo 7.ºe o artigo 15.º, que consagram o direitoexclusivo do Banco de emitir notas deBanco e de estabelecer o volume daemissão de moeda metálica, nãoreconhecem a competência do BCE nestamatéria.

Política monetáriaOs artigos 8.º e 9.º, que consagram ospoderes do Banco no que respeita àdefinição e execução da políticamonetária, não reconhecem os poderesdo BCE nesta matéria.

Política cambialO artigo 11.º, que define os poderes doGoverno espanhol para adaptar o sistemade taxas de câmbio e a paridade dapeseta espanhola face a outras moedas,não reconhece a competência daComunidade em matéria de acordoscambiais e não prevê a introdução doeuro.

O projecto de lei contém alterações aosart igos refer idos, que os tornarãocompatíveis com os requisitos do Tratadoe dos Estatutos tendo em vista a TerceiraFase.

2.2.3 Instrumentos

O artigo 9.º, que contém regras sobreas reservas mínimas, não reconhece ofacto de que o conteúdo destas serádeterminado pelo BCE.

O artigo 12.º que define a competênciado Banco para executar a políticacambial do Governo, não reconhece acompetência do BCE nesta matéria.

O projecto de lei prevê alterações aosartigos referidos acima de modo a torná-los compatíveis com o Tratado e osEstatutos.

3 Adaptação de outralegislação

3.1 Lei N.º 10/1975 de 12 de Marçode 1975 sobre Cunhagem deMoeda

Esta lei estabelece um regime relativo àcunhagem de moeda que não reconheceas competências do BCE, nos termos don.º 2 do artigo 105.º-A do Tratado. Esta leiprevê uma alteração ao artigo 4.º da LeiN.º 10/1975 de 12 de Março de 1975sobre a Cunhagem do Moeda, que atornaria compatível com os requisitos doTratado e dos Estatutos tendo em vista aTerceira Fase.

4 Avaliação dacompatibilidade

Admitindo que o projecto de lei seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998 e que entrará em vigoratempadamente, os Estatutos do Banco deEspaña serão compatíveis com os requisitosdo Tratado e dos Estatutos tendo em vistaa Terceira Fase.

No que respeita à outra legislação, o IMEassinala que se encontra prevista uma nova

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adaptação da Lei N.º 10/1975 de 12 deMarço de 1975 sobre a Cunhagem deMoeda. O IME não tem conhecimento de

quaisquer outras disposições estatutáriasque necessitem de ser adaptadas nostermos do artigo 108.º do Tratado.

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FRANÇA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação abaixo mencionada requereuadaptação nos termos do artigo 108.º doTratado:

Lei N.º 93-980 de 4 de Agosto de 1993sobre o estatuto da Banque de France eas act iv idades e superv isão dasinst i tu ições de crédito , com asrespectivas alterações;

Decreto N.º 93-1278 de 3 de Dezembrode 1993 sobre a Banque de France;

Lei N.º 84-46 de 24 de Janeiro de 1984;

Decreto N.º 84-708 de 24 de Julho de1984.

2 Adaptação dos estatutosda Banque de France

Os estatutos da Banque de France,encontram-se presentemente em fase deadaptação, a fim de cumprirem os requisitosdo Tratado e dos Estatutos, tendo em vistaa Terceira Fase. O Ministério da Economia,Finanças e Indústria preparou um projectode lei e confirmou que o debateparlamentar sobre o projecto de lei seiniciará a 7 de Abril de 1998 e estaráconcluído a 30 de Abril de 1998. O IME foiconsultado relativamente ao projecto delei, o qual foi objecto de alterações emresultado, nomeadamente, do parecer doIME.

2.1 Independência

No que respeita à independênciainstitucional do Banco, encontram-seprevistas as seguintes adaptações noprojecto de lei, as quais entrarão em vigor

na data em que a França participar nanomeação dos membros da ComissãoExecutiva do BCE.

O artigo 1.º dos actuais estatutos, sobrea proibição do exercício de influênciaexterna, limita-se ao Governador, aosVice-Governadores e aos membros doConselho de Política Monetária, o qualé responsável pelas questões de políticamonetária, não sendo, por isso,extensivo às atribuições relacionadascom o SEBC. O terceiro parágrafo doartigo 1.º (projecto) alarga a proibiçãode influência externa a todas as questõesrelacionadas com o SEBC, enquanto oartigo 5.º (projecto) reconhece aindependência do Presidente do Bancona sua qualidade de membro doConselho do SEBC/BCE.

O terceiro parágrafo do artigo 2.ºestipula que o Banco detém e gere asreservas de ouro e divisas do Estado, asquais deverão ser registadas no balançodo lado do activo. O mesmo artigoprevê igualmente que estas disposiçõessejam aplicáveis nos termos de umacordo formal entre o Estado e oBanco, o qual deverá estar sujeito àaprovação pelo Parlamento. O n.º 11do artigo 2.º (projecto) altera o terceiroparágrafo do artigo 2.º de forma a queo Banco possa deter e gerir as reservasacima referidas nas condições definidasnos Estatutos e à semelhança dopassado, as reservas continuam a serregistadas no balanço do banco comoactivos, de acordo com os princípiosdef in idos num acordo formalestabelecido entre o Estado e o Banco.O IME salienta que o Governo francêsse comprometeu a apresentar o referidoacordo para a aprovação do BCE.

O artigo 19.º prevê a obrigação doGovernador do Banco informar, pelo

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menos uma vez por ano, o Presidenteda República e o Parlamento sobre asactividades do Banco, a polít icamonetár ia e suas perspect ivas ,estabelecendo, num segundo parágrafo,que pode ser solicitada ao Governadorou que o Governador pode solicitaruma audiência perante as Comissões deFinanças das duas Câmaras doParlamento. O artigo 7.º (projecto)prevê a alteração do segundo parágrafodo artigo 19.º, acrescentando que assuas disposições são aplicáveis semprejuízo do disposto no artigo 107.º doTratado e das regras do BCE relativasao sigilo.

2.2 Integração legal no SEBC

No que respeita à integração legal doBanco no SEBC, encontram-se previstas asseguintes adaptações no projecto de lei, asquais entrarão em vigor a partir de 1 deJaneiro de 1999 ou, em alternativa, a partirda data em que a França adoptar a moedaúnica, caso seja uma data posterior.

2.2.1 Objectivo estatutário

O artigo 1.º, que contém os objectivosestatutários do Banco, não reflecte nem oobjectivo estatutário do SEBC nem aintegração legal do Banco no SEBC naTerceira Fase. O artigo 1.º (projecto) prevêa adaptação desta situação através doreconhecimento explícito do estatuto doBanco como parte integrante do SEBC naTerceira Fase, bem como através de umareferência ao objectivo estatutário do SEBC.

2.2.2 Atribuições

Emissão de notas de banco (artigo 5.º)O direito exclusivo que o Banco tem deemitir notas de banco não reconhece acompetência do BCE nesta matéria.Embora o n.º 1 do artigo 3.º (projecto)

sobre a emissão de notas de banco serefira explicitamente ao artigo 105.º-A doTratado, prevê igualmente que o Bancoterá o direito exclusivo de emitir notas debanco com curso legal na FrançaMetropolitana, nos territórios ultramarinose nas colectividades territoriais daRepública Francesa de Saint Pierre etMiquelon e Mayotte. As notas de bancoemitidas nos departamentos de além-mare nas colectividades territoriais acimareferidas são postas em circulação peloInstitut d’émission des départements d’outre-mer (IEDOM) por conta do Banco. O IMEsalienta que o Governo francês está,presentemente, a avaliar a compatibilidadedos acordos entre o Banco e o IEDOMcom o estatuto do Banco como parteintegrante do SEBC e com as limitaçõesresultantes desse estatuto, o que deverádar origem a uma revisão dos estatutosdo IEDOM.

Política monetária (artigo 7.º)Os poderes do Conselho de PolíticaMonetária para definir (os termos e ascondições) das operações de políticamonetária não reconhecem os poderesdo BCE nesta matéria. O artigo 4.º(projecto) prevê a alteração do artigo7.º para que fique explicitamenteconsagrado que o Conselho do BCE, enão o Conselho de Política Monetáriado Banco, irá definir a política monetária.

Política cambial (artigo 2.º)Os poderes do Governo para definir oregime cambial e a paridade do francofrancês, consagrados no primeiroparágrafo do artigo 2.º, e a atribuiçãocometida ao Banco de regular as taxasde câmbio entre o franco francês e asoutras moedas, quer por conta doGoverno quer no âmbito dasorientações gerais da política cambialformuladas pelo Ministro da Economia,Finanças e Indústria, consagrados nosegundo parágrafo do artigo 2.º, nãoprevêem a introdução do euro e nãoreconhecem as competências da

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Comunidade em questões cambiais. On.º 1 do artigo 2.º (projecto) prevê arevogação dos parágrafos acimareferidos.

O direito do Banco de participar emacordos monetários internacionaismediante a autorização do Ministro daEconomia, Finanças e Indústria nãoreconhece as competências daComunidade nesta matéria. O artigo 2.ºIII (projecto) altera o artigo 2.º deforma a que as competências do BCE eda Comunidade sejam reconhecidasatravés de referências explícitas ao artigo6.º 2 dos Estatutos e ao artigo 109.º doTratado.

2.2.3 Instrumentos

O terceiro parágrafo do artigo 2.º e ossegundo e terceiro parágrafos do artigo7.º relativos aos instrumentos de que oBanco dispõe para conduzir ,respectivamente, a política cambial emonetár ia , não reconhecem ascompetências do BCE nesta matéria. Oartigo 2.º II (projecto) prevê a alteraçãodo terceiro parágrafo do artigo 2.º (versegundo travessão do parágrafo 2.1,acima), enquanto os artigos 4.º I e 4.º II(projecto) alteram os segundo e terceiroparágrafos do artigo 7.º, por forma aque o segundo parágrafo, relativo àsoperações de open market e de crédito,reconheça explicitamente que essasoperações serão conduzidas no âmbitodo SEBC e em conformidade com asorientações e instruções do BCE,enquanto as referências ao poder deque o Banco dispõe para impor reservasmínimas (terceiro parágrafo) serãorevogadas.

O artigo 18.º consagra o direito que oBanco tem de efectuar operaçõesfinanceiras. Este direito deve serexercido sem prejuízo das obrigaçõesdo Banco relacionadas com o SEBC e,

em especial, da aprovação do BCE edos requisitos relativos às garantias. Aadaptação destas disposições será feitaatravés do artigo 1.º (projecto), queestipula que o Banco participa nodesempenho das atribuições e narealização dos objectivos do SEBC quelhe foram cometidos pelo Tratado. Alémdisso, no que respeita às atribuições doConselho de Política Monetária, oprojecto de lei respeita as competênciasexclusivas do Conselho do BCE (porexemplo, artigo 4.º I (projecto),estabelece que o Conselho de PolíticaMonetária ”examina” a evolução dapol ít ica monetária , ”anal isa” asimplicações da política monetária doSEBC e ”especifica”, no quadro dasorientações e instruções do BCE, anatureza e o âmbito das garantias aceitespela Banque de France).

2.2.4 Organização

Nos termos do segundo parágrafo doartigo 11.º, o Conselho Geral do Banco éresponsável pelas actividades do Bancoque não as relacionadas directamente coma pol í t ica monetár ia . Dada a suaconstituição, que inclui representantes doGoverno com direito a voto, o ConselhoGeral não cumpre os requisitos do Tratadoe dos Estatutos sobre independência, tendoem vista a Terceira Fase, pelo que tem queser objecto de adaptação, no que respeitaàs atribuições relacionadas com o SEBC. Oartigo 6.º (projecto) estabelece que oConselho Geral decidirá sobre as questõesrelac ionadas com a condução dasactividades do Banco que não as resultantesdas atribuições do SEBC. Neste contexto,é de salientar que certas operaçõesmencionadas no quarto parágrafo do artigo11.º e no n.º 2 do artigo 15.º e nos artigos17.º e 18.º do Capítulo III dos estatutos doBanco são consideradas operações do SEBCna acepção do Capítulo IV dos Estatutos.Esta questão deve ser clarificada.

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3 Adaptação de outralegislação

3.1 Decreto N.º 93-1278 de 3 deDezembro de 1993 sobre aBanque de France

Este decreto estabelece os procedimentospara a aplicação da Lei N.º 93-980 de 4 deAgosto de 1993 sobre o estatuto daBanque de France e as actividades esupervisão das instituições de crédito, comas respectivas alterações.

Estabelece os procedimentos relativos a:

nomeação e remuneração dos membrosdo Conselho de Política Monetária e doConselho Geral;

funcionamento do Conselho de PolíticaMonetária e do Conselho Geral;

e le ição dos representantes dostrabalhadores do Banco no ConselhoGeral;

preparação do orçamento anual doBanco, o qual é submetido ao ConselhoGeral;

apresentação e aprovação das contas,incluindo a distribuição dos lucros.

Estabelece igualmente as regras respeitantesà preparação das contas do Banco erespectiva auditoria por auditores externos.

O Conselho Geral é responsável peloorçamento, contas, proposta para adistribuição dos lucros e auditoria. Emconsequência do artigo 6.º (projecto) seránecessária uma alteração tendo em vista aintegração legal do Banco no SEBC.

3.2 Lei N.º 84-46 de 24 de Janeirode 1984

O n.º 8 do artigo 33.º da Lei n.º 84-46 de24 de Janeiro de 1984 dá poderes àComissão de regulamentos bancários efinanceiros para adoptar, sem prejuízo dascompetências do Conselho de PolíticaEconómica, os instrumentos e as regrassobre crédito. Este artigo não reconheceos poderes do BCE nesta matéria. O artigo8.º (projecto) estabelece que o Conselhode Política Monetária deverá adoptar ”emconformidade com as atribuições cometidasao SEBC pelo n.º 2 do artigo 105.º doTratado que institui a ComunidadeEuropeia, os instrumentos e as regrassobre a política de crédito”.

3.3 Decreto N.º 84-708 de 24 deJulho de 1984

O artigo 13.º deste decreto dá direito aoBanco de delegar as suas competências emmatéria de reservas mínimas no IEDOM eno Institut d’émission d’outre-mer (IEOM), oqual funciona sob a sua autoridade e porsua conta. O artigo 4.º (projecto) revogaas competências do Banco no que respeitaàs reservas mínimas e, consequentemente,o poder para delegar essas funções tambémdesaparece.

4 Avaliação dacompatibilidade

Assumindo que o projecto de lei éadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998 e que entrará em vigoratempadamente, os estatutos da Banquede France serão compatíveis com osrequisitos do Tratado e dos Estatutostendo em vista a Terceira Fase.

O artigo 6.º (projecto) estipula que oConselho Geral ”deverá decidir sobrequestões relacionadas com a condução dasactividades da Banque de France para além

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das resultantes das atribuições do SistemaEuropeu de Bancos Centrais”. Nestecontexto, é de salientar que algumasoperações mencionadas no artigo 11.º doCapítulo III dos estatutos da Banque deFrance devem ser consideradas comooperações do SEBC, na acepção doCapítulo IV dos Estatutos. Esta questãodeve ser clarificada.

No que respeita à adaptação da restantelegislação, o IME salienta que se encontram

previstas adaptações ao Decreto N.º 93-1278 de 3 de Dezembro de 1993 relativoà Banque de France, à Lei N.º 84-46 de 24de Janeiro de 1984, ao Decreto N.º 84-708 de 24 de Julho de 1984 e aoRegulamento sobre Cunhagem de Moeda.O IME não tem conhecimento de qualqueroutra legislação que necessite de seradaptada nos termos do disposto no artigo108.º do Tratado.

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IRLANDA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

As Leis do Banco Central de 1942-1997 ea legislação relativa à cunhagem de moedadevem ser objecto de alteração nos termosdo disposto no artigo 108.º do Tratado.

2 Adaptação dos estatutosdo Central Bank of Ireland

Os estatutos do Central Bank of Irelandforam alterados pela Lei do Banco Centralde 1998 novalei, a fim de cumprirem osrequisitos do Tratado e dos Estatutos,tendo em vista a Terceira Fase, os quais deacordo com o n.º 3 do artigo 1.º, entrarãoprogressivamente em vigor através dedespachos ministeriais. O IME foi consultadorelativamente à nova lei, a qual foi objectode alterações em resultado, nomeadamente,do parecer do IME.

2.1 Independência

No que respeita à independência do Banco,foram efectuadas as seguintes alterações,as quais entrarão em vigor na data dainstituição do SEBC/BCE.

2.1.1 Independência institucional

O n.º 3 do artigo 5.º da Lei do BancoCentral de 1942, nos termos do qual osDirectores dos Serviços podiam participarnas reuniões do Conselho de Administraçãocom direito a voto, era incompatível comos requisitos do Tratado e dos Estatutosrelativos à independência do banco central.A nova lei ultrapassa esta incompatibilidadeatravés do disposto no artigo 4.º, nostermos do qual apenas o Governador ou,na sua ausência, o Director-Geral do Bancotem autoridade e responsabilidade para

desempenhar e exercer qualquer uma dasfunções, obrigações ou competências doBanco ao abrigo do Tratado ou dosEstatutos.

O n.º 2 do artigo 6.º da Lei do BancoCentral de 1942, que impunha aoGovernador ou ao Conselho deAdministração a obrigatoriedade deconsultar o Ministro das Finanças quandosolicitado, era um mecanismo estatutárioexplícito que pode ser utilizado parainfluenciar o processo de decisão no Banco,sendo, por conseguinte, incompatível comos requisitos do Tratado e dos Estatutosrelativos à independência do banco central.A nova lei ultrapassa esta incompatibilidadeatravés do artigo 5.º, nos termos doqual o Governador e o Conselho deAdministração devem consultar o Ministrodas Finanças apenas no que respeita àsfunções e às obrigações que não sãoimpostas pelo Tratado e pelos Estatutos.Além disso, embora o Ministro das Finançaspossa solicitar que o Governador ou oConselho de Administração o informeacerca da prossecução do objectivoprimordial do Banco de manutenção daestabilidade dos preços, este poderencontra-se sujeito aos requisitos doTratado e dos Estatutos (artigo 5.º da novalei).

De acordo com o artigo 24.º da Lei doBanco Central de 1997, o Governador eraobrigado a comparecer perante a ComissãoParlamentar de Inquérito do Dáil Éireann.Esta obrigação apenas seria compatívelcom o Tratado e os Estatutos se (a)respeitasse a independência do Governadorna sua qualidade de membro do Conselhodo BCE/Conselho Geral do BCE; (b) seaplicasse à informação ex post; e (c) nãoprejudicasse o regime de confidencialidadeestabelecido no artigo 38.º dos Estatutos.A nova lei consagra o artigo 17.º a estamatéria, estipulando que a comparência do

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Governador se encontra sujeita aosrequisitos do Tratado e dos Estatutos.

Os poderes do Ministro das Finançasconsagrados no artigo 134.º (nova lei) desuspender , no interesse nac ional ,determinadas transacções, após consultaao Banco parece referir-se a operações deentidades alheias ao Banco, não incluindoas operações do Banco (relacionadas como SEBC). Porém, esta falta de clareza legalé uma imperfeição da nova lei, a qual deveser novamente considerada a fim de excluirqualquer possibilidade do Governo interferirnas operações relacionadas com o SEBC.O IME salienta que o Governo irlandêstenciona efectuar essa modificação nocontexto das novas alterações legislativas.

O n.º 1 do artigo 10.º e a alínea (b) don.º 1 do artigo 13.º da Lei do BancoCentral de 1997 requer a autorização doMinistro das Finanças antes do Bancopoder recusar aprovar as regras de umsistema de pagamentos ou, posteriormente,poder revogar essa autorização. Esterequisito não contém nenhuma restrição,podendo ser igualmente extensível aoenvolvimento do Banco em sistemas depagamentos relacionados com o SEBC, oque não seria compatível com os requisitosdo Tratado e dos Estatutos tendo em vistaa Terceira Fase. Esta falta de clareza jurídicaé uma imperfeição da nova lei, que oGoverno ir landês prevê tomar emconsideração na próxima alteraçãolegislativa.

2.1.2 Independência pessoal

O artigo 21.º da Lei do Banco Central de1942 não era integralmente compatívelcom as causas especificadas no artigo 14.º2 dos Estatutos, no que se refere aosmotivos de demissão do Governador, oqual só pode ser demitido por ”causajustificada”. O artigo 7.º (nova lei) consideraesta questão, fazendo referência expressaà prática de falta grave e incluindo uma

disposição, segundo a qual pode serinterposto recurso de qualquer decisão dedemissão do Governador para o TribunalEuropeu de Justiça, em termos e condiçõescompatíveis com o artigo 14.º 2 dosEstatutos.

No que respeita aos Administradores nãoexecutivos do Banco, não existiamdisposições de forma a assegurar que nãosur jam conf l i tos de interesse nocumprimento das atribuições relacionadascom o SEBC. O artigo 4.º (nova lei)soluciona esta questão prevendo que aúnica autoridade e responsabilidade pelocumprimento e exercício das funções,obrigações ou competências do Banco aoabrigo do Tratado ou dos Estatutos é oGovernador ou, na sua ausência, oDirector-Geral do Banco.

2.1.3 Independência financeira

Os poderes do Ministro das Finançasconferidos ao abrigo do artigo 23.º da Leido Banco Centra l de 1989 pararegulamentar a avaliação e a distribuiçãoperiódica do rendimento excedentárionecessitavam de ser alterados através dainserção de uma cláusula de salvaguarda,evitando que seja impedido o cumprimentoadequado das atribuições do SEBC. Oart igo 12.º (nova le i) a l tera estacompetência do Ministro, solicitando-lheque tome em cons ideração ascompetências, as funções e as obrigaçõesdo Banco no âmbito do Tratado e dosEstatutos.

2.2 Integração legal no SEBC

2.2.1 Objectivo estatutário

O objectivo estatutário do Banco nãotraduz nem a primazia do objectivoestatutário do SEBC, nem prevê aintegração do Banco no SEBC. O artigo 5.º(nova lei) aborda este ponto, estipulando

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expressamente que o objectivo primordialdo Banco, no que respeita ao cumprimentodas suas atribuições como parte do SEBC,consiste na manutenção da estabilidade depreços.

2.2.2 Atribuições

É necessário conferir novos poderesespecíficos ao Banco a fim de permitir asua participação no SEBC e o cumprimentodas obrigações estipuladas no Tratado. Osartigos 4.º e 5.º (nova lei) contêmdisposições que permitem alcançar esteobjectivo.

2.2.3 Emissão de notas de banco

O direito exclusivo do Banco de emitirnotas de banco não reconhecia os poderesdo BCE nesta matéria. O artigo 16.º (novalei) trata este ponto estabelecendo que élegal o Banco emitir notas de banco comcurso legal denominadas em libras irlandesase em qualquer outra denominação, desdeque o BCE autorize essa emissão. Alémdisso, no art igo 16.º é def in idoexpressamente que essas notas, assim comoas notas emitidas pelo BCE, nos termos doartigo 105.º-A do Tratado, terão cursolegal na Irlanda para pagamentos dequalquer montante.

2.2.4 Política cambial

O disposto na Lei do Banco Central de1942 e de 1989 conferia poderes aoMinistro das Finanças para fixar taxas decâmbio, não reconhecendo a competênciada Comunidade nesta matéria durante aTerceira Fase. O artigo 13.º (nova lei)revogou essas disposições.

3 Adaptação de outralegislação

3.1 Lei da Moeda Decimal

Os direitos do Ministério das Finanças noque respeita à cunhagem de moeda nãoreconheciam as competências do BCE nestamatéria. O artigo 14.º (nova lei) abordaesta questão alterando a Lei da MoedaDecimal de 1969, estipulando que a emissãode moeda metálica pelo Ministro dasFinanças através do Banco, se encontrasujeita à aprovação do BCE no que serefere ao volume de emissão.

4 Avaliação dacompatibilidade

Com a adopção e a entrada em vigor danova lei, e assumindo que as respectivasdisposições específicas (para as quais seencontra prevista, no n.º 3 do artigo 1.º,uma adaptação progressiva através dedespachos ministeriais) entrarão em vigoratempadamente, não existem outrasincompatibilidades com os requisitos doTratado e dos Estatutos tendo em vista aTerceira Fase, nos estatutos do CentralBank of Ireland. Porém, existem duasimperfeições, que, no entanto, nãocomprometem o funcionamento global doSEBC no início da Terceira Fase, as quaisserão tomadas em consideração nocontexto das próximas a l teraçõeslegislativas.

O poder do Ministro das Finanças,consagrado no artigo 134.º (nova lei),de suspender certas transacções nointeresse nacional parecem referir-se aoperações de entidades alheias aoBanco, não incluindo as operações doBanco (relacionadas com o SEBC). Noentanto, esta questão deve seresclarecida a fim de evitar a possibilidadedo Governo interferir nas operações doBanco relacionadas com o SEBC.

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A aprovação do Ministro das Finanças, aqual é obrigatória nos termos do n.º 1do artigo 10.º e do n.º 1 (b) do artigo13.º da Lei do Banco Central de 1997,antes do Banco poder recusar aprovaras regras de um sistema de pagamentosou, posteriormente, revogar essaaprovação, não tem restrições, podendo,por conseguinte , abranger o

envolvimento do Banco em sistemas depagamentos relacionados com o SEBC.

No que respeita a outra legislação, a Lei daMoeda Decimal foi igualmente adaptadaatravés da nova lei. O IME não temconhecimento de qualquer outra legislaçãoque necessite de ser adaptada nos termosdo artigo 108.º do Tratado.

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ITÁLIA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação abaixo mencionada requereuadaptação nos termos do artigo 108.º doTratado:

estatutos da Banca d’Italia (DecretoReal N.º 1067 de 11 de Junho de 1936e respectivas alterações);

Lei codificada de 1910 sobre os BancosEmissores (Decreto Real N.º 204 de 28de Abril de 1910 e respectivasalterações);

Título III da Lei Bancária de 1936(Decreto-Lei Real N.º 375 de 12 deMarço de 1936 e respectivas alterações);

Decreto-Lei Real N.º 1284 de 23 deNovembro de 1914;

Decreto Real N.º 1377 de 17 de Junhode 1928;

Decreto Presidencial N.º 811 de 9 deOutubro de 1981;

Decreto Presidencial N.º 148 de 31 deMarço de 1988;

Lei N.º 82 de 7 de Fevereiro de 1992;

Lei N.º 483 de 26 de Novembro de1993.

2 Adaptação das disposiçõesestatutárias da Bancad’Italia

A fim de cumprir os requisitos do Tratadoe dos Estatutos tendo em vista a TerceiraFase, os estatutos da Banca d’Italia, que seencontram contidos em diversas leis edecretos, foram alterados. A Lei N.º 433

de 17 de Dezembro de 1997 deu poderesao Governo, através de um decretolegislativo, para compatibilizar a legislaçãoitaliana com o artigo 108.º do Tratado.Posteriormente, o Governo ital ianosubmeteu para consulta ao IME o projectode um decreto legislativo. Este decretolegislativo (N.º 43, datado de 10 de Marçode 1998; ”decreto legislativo”) foi publicadono Diário Oficial de 14 de Março de 1998,alterando diversas leis e prevendo aalteração dos estatutos da Banca d’Italia(”estatutos”). As alterações dos estatutosdo Banco, sobre as quais o IME foiconsultado, foram aprovadas pelaAssembleia Geral de Accionistas do Bancono dia 19 de Março de 1998 e entrarão emvigor após a promulgação através de umDecreto Presidencial. O Governo esperaque tal venha a ocorrer na primeira metadede Abril de 1998.

2.1 Independência

No que respeita à independência do Banco,foram efectuadas as seguintes adaptações,as quais entraram em vigor em 14 deMarço de 1998.

2.1.1 Independência institucional

O artigo 2.º do Decreto-Lei RealN.º 1284 de 23 de Novembro de 1914e o artigo 5.º do Decreto Real N.º 1377de 17 de Junho de 1928, que define ospoderes do Ministro do Tesouro, doOrçamento e do PlaneamentoEconómico no que respeita à fixaçãodas taxas de juro a aplicar sobre certascontas correntes remuneradas no Banco(à excepção das taxas das reservasobrigatórias) são incompatíveis com osrequisitos do Tratado e dos Estatutosrelativos à independência do bancocentral. O primeiro parágrafo do artigo

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3.º do projecto de decreto legislativoprevê a revogação dessas disposições.Além disso, em conformidade com odisposto no artigo 3.º do projecto dodecreto legislativo, os poderes doreferido Ministro são transferidos parao Governador até a Itália adoptar amoeda única. Posteriormente, asdecisões serão tomadas de acordo como Tratado e os Estatutos.

O Conselho de Administração tempoderes de decisão sobre a emissão denotas de banco bem como sobre asregras e as condições respeitantes àsoperações do Banco. O mandato dosseus membros era de três anos, o quenão era compatível com o disposto noartigo 14.º 2 dos Estatutos. Nos termosdo segundo parágrafo do artigo 3.º doprojecto de decreto legislativo, quedeverá substituir o segundo parágrafodo artigo 22.º da Lei Bancária de 1936,o mandato dos membros do Conselhoé alargado para cinco anos. A alteraçãoaos estatutos do Banco prevê umaalteração correspondente no artigo 17.ºdos estatutos do Banco.

A lei codificada de 1910 sobre os BancosEmissores prevê que o Tesouro tempoderes para suspender ou anular asresoluções adoptadas pelo Conselho deAdministração do Banco, por motivos delegitimidade. Esta situação é incompatívelcom os requisitos do Tratado e dosEstatutos sobre a independênciainstitucional. O n.º 3 do artigo 3.º dodecreto legislativo prevê que os poderesdo Ministro do Tesouro, do Orçamento edo Planeamento Económico parasuspender ou anular as deliberações doConselho de Administração, por motivoslegais, não se aplicam às resoluçõesadoptadas pelo Conselho relativas aquestões que se situam no âmbito daautoridade do SEBC e, em especial, asque envolvem notas de bancodenominadas em liras, as regras e ascondições relativas às operações do Banco

e à nomeação dos correspondentes doBanco em Itália e no estrangeiro. Aincompatibilidade é assim eliminada.

As reservas cambiais da Itália são geridaspelo Ufficio italiano dei cambi (UIC) e peloBanco, situação incompatível com oterceiro travessão do n.º 2 do artigo 105.ºdo Tratado, que estipula que uma dasatribuições cometidas ao SEBC é adetenção e gestão das reservas cambiaisoficiais dos Estados-membros. Pressupõe-se que, de acordo com o n.º 2 do artigo7.º e o n.º 1 do artigo 11.º do decretolegislativo, o Banco fará a gestão dasreservas cambiais oficias, de formaindependente, em conformidade com odisposto no artigo 31.º dos Estatutos, apartir da data da instituição do SEBC.

2.1.2 Independência pessoal

O Conselho de Administração tem algumacompetência limitada relativamente aalgumas questões relacionadas com o SEBCpara além da política monetária. À excepçãodo Governador, todos os seus membrossão não executivos. A fim de cumpririntegralmente os requisitos relativos àindependência pessoal relacionados comevitar conflitos de interesses resultantes deoutras funções, a alteração dos estatutosdo Banco contém uma modificação aoart igo 60.º , segundo o qual asincompatibilidades existentes são alargadas,sendo inserida uma cláusula geral queexclui do Conselho todas as pessoas queapresentem conflitos de interesses com oBanco.

2.2 Integração legal no SEBC

No que respeita à integração legal doBanco no SEBC, encontram-se previstas asalterações a seguir mencionadas, as quaisentrarão em vigor na data em que a Itáliaadoptar a moeda única.

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2.2.1 Atribuições

Emissão de notas de bancoDiversos artigos (artigo 1.º e pontos 1 e2 do segundo parágrafo do artigo 20.ºdos estatutos da Banca d’Italia; artigos4.º e 142.º da lei codificada de 1910sobre os Bancos Emissores; DecretoPresidencial N.º 811 de 9 de Outubrode 1981) não reconheciam ascompetências do BCE nesta matéria. Oartigo 4.º do decreto legislativo estipulaque o Banco emitirá notas de banconos termos do disposto no Tratado enos Estatutos.

Controlo do montante de notas de bancoe moeda metálica detida pelo BancoO artigo 110.º, o ponto 1 do primeiroparágrafo do artigo 111.º e o últimoparágrafo do artigo 111.º da leicodificada de 1910 sobre os BancosEmissores, que especificava as funçõesconsultivas cometidas a uma comissãoparlamentar presidida pelo Ministro doTesouro, do Orçamento e doPlaneamento Económico em matériasrespeitantes ao controlo da emissão demoeda pelo Tesouro e pelo Banco, nãoreconheciam os poderes do BCE nestamatéria. O artigo 4.º do decretolegislativo prevê a revogação do artigo111.º e uma alteração ao artigo 110.º,para que o controlo da moeda deixe deser extensivo às notas em circulação.

Os artigos 120.º, 122.º e a alínea (b) doartigo 124.º da lei codificada de 1910sobre os Bancos Emissores no querespeita à competência do Ministro doTesouro, do Orçamento e doPlaneamento Económico de controlar,nomeadamente, através de inspecções,o cumprimento das regras respeitantesà circulação de notas de banco e àsmoedas metálicas detidas pelo Banco,ao volume de notas realmente emcirculação, detido pela Tesouraria doBanco e em cofre, bem como aquantidade de notas retiradas da

c irculação por se encontraremdeterioradas, mas que ainda não foramdestru ídas , não reconheciam acompetência do BCE nesta matéria. Oartigo 4.º do decreto legislativo prevê arevogação destas disposições.

O artigo 130.º da lei codificada de 1910sobre os Bancos Emissores, que previaa obrigação do Ministro do Tesouro, doOrçamento e do PlaneamentoEconómico de apresentar um relatórioao Parlamento sobre a emissão denotas de banco do ano anterior, nãoreconhecia a competência do BCE nestamatéria. O artigo 4.º do decretolegislativo prevê a revogação do artigo130.º da lei codificada de 1910 sobre osBancos Emissores.

Definição e execução da política monetáriaA lei N.º 82 de 7 de Fevereiro de 1992,que estabelecia a competência doGovernador do Banco para alterar ataxa oficial de desconto e a taxa dosadiantamentos a prazo fixo, com oobjectivo de controlar a liquidez nomercado, não reconhecia a competênciado BCE nesta matéria.

O artigo 10.º da Lei N.º 483 de 26 deNovembro de 1993, que prevê acompetência do Banco no que respeitaà imposição de reservas mínimas paraos bancos e regras relacionadas, nãoreconhecia os poderes do BCE nestamatéria.

De acordo com o n.º 1 do artigo 6.º dodecreto legislativo, os poderes acimamencionados deixaram de ser exercidosa nível nacional uma vez que se inseremno âmbito do Capítulo IV dos Estatutosdo SEBC. A alteração introduzida nosestatutos do Banco adapta o n.º 4 doartigo 25.º em conformidade.

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Transacções cambiais e gestão dasreservas cambiais oficiaisO primeiro e o segundo parágrafos doartigo 4.º do Decreto PresidencialN.º 148 de 31 de Março de 1988, quedefinem os poderes do Banco e do UICpara gerir as reservas cambiais oficiais econduzir as operações cambiais naprossecução dos seus objectivosinstitucionais, tendo por base os poderesque lhe foram cometidos, não previa atransferência dessas reservas para oSEBC e não reconheciam os poderesdo BCE nesta matéria. O artigo 7.º dodecreto legislativo prevê que o Bancotransfira reservas cambiais para o BCEnos termos do disposto no artigo 30.ºdos Estatutos. Além disso, o Banco temcompetência para efectuar a gestão dasreservas cambiais, em conformidade como disposto no artigo 31.º dos Estatutos.

2.2.2 Instrumentos

Os artigos 26.º, 27.º, 29.º, 60.º e 62.º dalei codificada de 1910 sobre os BancosEmissores e os artigos 41.º, 42.º e on.º 2 do artigo 45.º até ao artigo 53.ºdos estatutos do Banco, assim comooutra legislação dispersa sobre títulos,que especificava e regulamentava asoperações, classificadas por tipo, nasquais o Banco podia participar e ostítulos que pode aceitar numa baseexaustiva, não reconheciam os poderesdo BCE nesta matéria. Os n.ºs 2 e 3 doartigo 6.º do decreto legislativo prevêema revogação das disposições acimareferidas da lei codificada de 1910 sobreos Bancos Emissores e de outras leis,que definiam a elegibilidade de certostipos de instrumentos que podem serut i l i zados como garant ia nosadiantamentos. Os n.ºs 2 e 3 do artigo6.º do decreto legislativo prevêem queas operações do Banco devemencontrar-se sujeitas aos Estatutos e àsdisposições adoptadas pelo BCE naaplicação dos seus Estatutos. A alteração

aos estatutos do Banco prevê arevogação dos artigos 45.º a 52.º e umaalteração aos artigos 41.º e 42.º, deacordo com os n.ºs 2 e 5 do artigo 6.ºdo decreto legislativo.

Os pontos 3 e 5 do segundo parágrafodo artigo 20.º dos estatutos da Bancad’Italia, que descrevem os poderes doConselho de Administração paraestabelecer regras e condições para asoperações do Banco e para a nomeaçãodos correspondentes nacionais eestrangeiros do Banco, não reconheciamos poderes do BCE nesta matéria. On.º 4 do artigo 6.º do projecto dodecreto legislativo define que os poderesacima referidos do Conselho deAdministração se encontram sujeitosaos Estatutos e às disposições adoptadaspelo BCE na execução dos seusEstatutos. No cumprimento destasdisposições, a alteração aos estatutosdo Banco prevê uma adaptaçãocorrespondente no artigo 20.º.

A alínea (e) do artigo 124.º e os artigos128.º e 131.º da lei codificada de 1910sobre os Bancos Emissores, queestabeleciam os poderes do Ministrodo Tesouro, do Orçamento e doPlaneamento Económico relativos aocontrolo do cumprimento das restriçõesvinculativas sobre operações conduzidaspelo Banco e a aplicação da taxa oficialsobre essas operações, não reconheciamos poderes do BCE nesta matéria. On.º 2 do artigo 6.º do decreto legislativoprevê a revogação dessas disposições.

2.2.3 Disposições financeiras

O artigo 11.º da Lei N.º 483 de 26 deNovembro de 1993, que estabelece aobrigação do Banco em pagar umacontribuição ao Ministério do Tesouro, doOrçamento e do Planeamento Económicorespeitante à receita acumulada provenienteda gestão das reservas obrigatórias, não

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reconhecia os poderes do BCE nestamatéria. O n.º 4 do artigo 8.º do decretolegislativo prevê a revogação destadisposição. Além disso, para a integraçãodo Banco no SEBC, o n.º 1 do artigo 8.º dodecreto legislativo prevê que na preparaçãodas contas anuais, o banco harmonize osmétodos contabilísticos e de reportef inanceiro com as regras e asrecomendações correspondentesdivulgadas pelo BCE.

3 Adaptação de outralegislação

Ver secção 2.

4 Avaliação dacompatibilidade

Assumindo que as alterações aos estatutosdo Banco aprovadas na Assembleia Geralde Accionistas são promulgadas por umDecreto Presidencial, entrando em vigoratempadamente, e, ainda que as disposiçõesdo n.º 1 do artigo 11.º do DecretoLegislativo N.º 43 de 10 de Março de 1998entrarão em vigor, o mais tardar, na datada instituição do SEBC, os estatutos daBanca d’Italia são compatíveis com osrequisitos do Tratado e dos Estatutostendo em vista a Terceira Fase.

No que respeita à outra legislação, o IMEnão tem conhecimento de que existamoutras disposições estatutárias quenecessitem de ser adaptadas nos termosdo artigo 108.º do Tratado.

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LUXEMBURGO

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação abaixo mencionada requereuadaptação nos termos do artigo 108.º doTratado:

Lei de 20 de Maio de 1983 que instituio Institut Monétaire Luxembourgeois erespectivas alterações;

Lei de 15 de Março de 1979 sobre oestatuto monetário do Luxemburgo.

2 Adaptação dos estatutosdo Institut MonétaireLuxembourgeois

A Lei de 20 de Maio de 1983 que institui oInstitut Monétaire Luxembourgeois, comas alterações que lhe foram introduzidas ea Lei de 15 de Março de 1979 relativa aoestatuto monetário do Luxemburgo estãopresentemente a ser alteradas pela LeiN.º 3862 (”projecto de lei”) a fim decumprir os requisitos do Tratado e dosEstatutos tendo em vista a Terceira Fase.O Governo prevê que o projecto de leiseja promulgado pelo Parlamento antes deAbril de 1998, a fim de entrar em vigor em1 de Maio de 1998. O IME foi consultadosobre um projecto inicial em Fevereiro de1994. O projecto de lei prevê que adesignação IML seja alterada para ”BancoCentral do Luxemburgo” na data dainstituição do SEBC.

2.1 Independência

No que respeita à independência do IML,encontram-se previstas as seguintesadaptações no projecto de lei.

2.1.1 Independência institucional

Nos termos da lei actualmente em vigor, a”última palavra” no que respeita às decisõesde política monetária pertence ao Governo.Esta situação é incompatível com osrequisitos do Tratado e dos Estatutosrelativos à independência do banco central.Os artigos 5.º e 6.º (projecto), quereproduzem a pr imeira parte dasdisposições respeitantes à proibição desolicitar ou receber instruções estipuladano artigo 107.º do Tratado, atribuem aresponsabilidade pelas decisões de políticamonetária, a nível nacional, ao Conselhodo IML.

2.1.2 Independência pessoal

O n.º 3 do artigo 12.º prevê que, emcaso de desacordo fundamental entre oGoverno e a Direcção do IML, no querespeita às políticas seguidas por este eao desempenho das suas atribuições, oGoverno, com o acordo do Conselhodo IML, pode propor ao Grão-Duque ademissão colectiva, e unicamentecolectiva, da Direcção. O ”desacordofundamental” é causa de demissão, sendoincompatível com o disposto no artigo14.º 2 dos Estatutos. Esta situação seráultrapassada através do n.º 3 do artigo12.º do projecto de lei, o qual reproduzliteralmente as causas de demissão nostermos do disposto nos Estatutos.

De acordo com o artigo 6.º (projecto),o Conselho será o órgão de decisãosupremo do IML. O Conselho éconstituído, na sua maior parte, pormembros que não exercem as suasfunções no IML em regime deexclusividade profissional e, ao mesmotempo, não existem normas explícitasque assegurem que não venham a surgirconflitos de interesses resultantes de

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outras funções dos membros doConselho do IML. Esta inconsistênciado projecto de lei deve ser corrigidaurgentemente.

2.2 Integração legal no SEBC

No que respeita à integração legal do IMLno SEBC, estão previstas as seguintesadaptações no projecto de lei.

2.2.1 Objectivo estatutário

O n.º 2 do artigo 2.º, nos termos do qual oIML é responsável pela promoção daestabilidade cambial, não reflecte, nem oobjectivo estatutário do SEBC nem prevê aintegração do IML no SEBC. O n.º 1 (1) doartigo 2.º (projecto) define explicitamenteque o objectivo primordial do IML é amanutenção da estabilidade de preços e osn.ºs 3 e 4 do artigo 2.º (projecto) prevêemque o IML, na sua qualidade de BancoCentral do Luxemburgo, constituirá parteintegrante do SEBC, devendo desempenharas suas atribuições no âmbito dos acordosmonetários internacionais celebrados peloLuxemburgo, tais como, o Tratado. Existe,no entanto, falta de clareza legal no querespeita aos objectivos secundários doIML, na forma como foram definidos noprojecto de lei: o n.º 1 do artigo 2.º(projecto) estabelece que sem prejuízo doobjectivo da estabilidade de preços, o IMLapoia a política económica geral. Estasituação implica que o IML pode ter queapoiar a política económica do Governoluxemburguês e não as políticas económicasgerais da Comunidade, tal como se encontraconsagrado no n.º 1 do artigo 105.º doTratado, embora uma política económicanacional apenas possa ser apoiada por umBCN, na medida em que tal seja compatívelcom as suas obrigações enquanto parteintegrante do SEBC. Esta falta de clarezalegal é uma imperfeição do projecto de leique deve ser novamente tomada emconsideração.

2.2.2 Atribuições

O artigo 2.º, o qual enumera as actividadesdo IML, não respeita as competências doBCE relativamente a diversas actividadesdo IML na Terceira Fase. Nos termos doprimeiro travessão do n.º 2 do artigo 2.º edo artigo 6.º lit. a do projecto de lei, oConselho do IML deverá ”definir e executara política monetária a nível nacional”. Osn.ºs 3 e 4 do artigo 2.º (projecto) definemclaramente que o IML constituirá parteintegrante do SEBC como Banco Centraldo Luxemburgo, tendo que desempenharas suas atribuições no âmbito dos acordosmonetários internacionais celebrados peloLuxemburgo, tais como, o Tratado. Noentanto, uma vez que a política monetáriana Terceira Fase será definida peloConselho do BCE e executada pelaComissão Executiva do BCE, a atribuiçãode competências, fora do âmbito daexecução da política monetária, aoConselho do IML const i tu i umainconsistência que deve ser urgentementecorrigida no projecto de lei.

Nos termos do quinto travessão do n.º 2do artigo 2.º e do artigo 17.º (projecto), oIML emitirá moeda fiduciária. Estasdisposições não reconhecem nem acompetência do BCE nos termos do n.º 1do artigo 105.º-A do Tratado no querespeita às notas de banco nem a suacompetência relativamente às moedasmetálicas, consagrada no primeiro períododo n.º 2 do artigo 105.º-A do Tratado.Também neste caso, embora os n.ºs 3 e 4do art igo 2 .º (projecto) def inamexplicitamente que o IML constituirá parteintegrante do SEBC como Banco Centraldo Luxemburgo, tendo que desempenharas suas atribuições no âmbito dos acordosmonetários internacionais celebrados peloLuxemburgo, tais como, o Tratado, aindase verifica uma falta de clareza que deveser novamente tomada em consideração.

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2.2.3 Instrumentos

Os artigos 21.º a 29.º respeitantes aosinstrumentos de política monetária do IMLsão incompatíveis com o Tratado e osEstatutos, uma vez que não respeitam ascompetências do BCE nesta matéria. Osartigos 21.º a 27.º (projecto) prevêemalterações aos artigos anteriores de formaa reproduzir, de forma adequada, osrespectivos artigos dos Estatutos.

O artigo 25.º (projecto) estipula que o IMLpode conceder facilidades de crédito paraassegurar a estabilidade dos sistemas depagamentos, não reconhecendo ascompetências do BCE nesta matéria. Trata--se de uma imperfeição do projecto de lei,que deve ser novamente tomada emconsideração.

3 Adaptação de outralegislação

3.1 Lei de 15 de Março de 1979sobre o estatuto monetário doLuxemburgo

Esta lei estabelece disposições relativas àemissão e distribuição de notas de banco emoeda metá l ica (art igo 3 .º) , nãoreconhecendo os poderes do BCE e doConselho da UE nesta matéria, tal como seencontra estabelecido no n.º 2 do artigo105.º-A do Tratado. Além disso, a leiconfere ao Governo poderes exclusivosrelativamente à política cambial em relaçãoao franco luxemburguês (artigo 2.º), nãoprevendo a introdução do euro, nemreconhecendo as competências daComunidade em matéria de taxas decâmbio.

O projecto de lei sobre o estatutomonetário do Luxemburgo aborda estasquestões. Porém, o n.º 1 do artigo 2.º(projecto) estipula que o Governo podeformular as orientações gerais da políticacambial do franco luxemburguês em relação

às outras moedas. Embora, prima facie estepossa não parecer compatível com oTratado e os Estatutos, entende-se quequando o franco luxemburguês desaparecercomo moeda de direito próprio, ou seja, apartir da data em que o Luxemburgoadoptar a moeda única, as disposiçõesacima referidas deixam de ser aplicáveis.

4 Avaliação dacompatibilidade

Assumindo que o projecto de lei seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998 e que entrará em vigoratempadamente, não se verificarão outrasincompatibilidades nos estatutos do InstitutMonétaire Luxembourgeois, embora severifiquem várias imperfeições, que, noentanto, não comprometerão ofuncionamento global do SEBC no início daTerceira Fase.

O primeiro travessão do n.º 2 do artigo2.º e o artigo 6.º lit. a (projecto) prevêemque o Conselho do IML deve ”definir eexecutar a política monetária a nívelnacional”; esta situação é incompatívelcom os n.ºs 3 e 4 do artigo 2.º A)(projecto), segundo o qual o IMLconstituirá parte integrante do SEBC,desempenhando as suas atribuições noâmbito dos tratados monetáriosinternacionais em que o Luxemburgoparticipa. Além disso, o Conselho doBanco é composto, na sua maioria, pormembros que não exercem o seu cargono IML em regime de exclusividadeprofissional, não existindo normasexplícitas que assegurem que nãovenham a surgir conflitos de interessesresultantes de outras funçõesdesempenhadas pelos membros doConselho do IML. Estasincompatibilidades devem ser corrigidasurgentemente.

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O objectivo estatutário do IML definidono n.º 1 do artigo 2.º (projecto) nãoreflecte de forma inequívoca a primaziado objectivo estatutário secundário doSEBC.

O quinto travessão do n.º 2 do artigo2.º e o artigo 17.º (projecto) estipulaque o IML emitirá moeda fiduciária, semreconhecer as competências do BCEnesta matéria.

O artigo 25.º (projecto) estipula que oIML pode conceder facilidades de créditoa fim de assegurar a estabilidade doss istemas de pagamentos , semreconhecer as competências do BCEnesta matéria.

No que respeita a outra legislação, o IMEnão tem conhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias que devam serobjecto de adaptação em cumprimento dodisposto no artigo 108.º dos Estatutos.

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PAÍSES BAIXOS

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação que se segue foi objecto deadaptações ao abrigo do Artigo 108.º doTratado:

Lei do Banco Central de 1948, com asalterações que lhe foram introduzidas;

Lei da Cunhagem;

Lei da taxa de câmbio do florim;

Lei de 1994 sobre as relações financeirascom o exterior;

Lei de 1995 relativa à supervisão dasoperações em títulos;

Lei de 1995 sobre os Arquivos;

Instrumentos estatutários de acordocom a Lei relativa ao acesso do públicoa documentos of ic ia is e Lei doProvedor de Justiça.

2 Adaptação dos estatutosdo De Nederlandsche Bank

Está actualmente em curso o processo dealteração dos estatutos do DeNederlandsche Bank por forma a cumpriros requisitos do Tratado e dos Estatutospara a Terceira Fase. O IME foi consultadosobre um projecto de lei (o ”projecto delei”), que foi objecto de alterações emresultado, nomeadamente, do parecer doIME. A Segunda Câmara do Parlamentoaprovou o projecto de lei no dia 17 deFevereiro de 1998, encontrando-seactualmente a aguardar decisão da primeiraCâmara do Parlamento, que apenas poderárejeitar ou promulgar o projecto de lei nasua totalidade. O Governo prevê que oprojecto de lei seja promulgado pela

Primeira Câmara do Parlamento no dia 24de Março de 1998 e publicado no BoletimOficial em 25 de Março de 1998.

2.1 Independência

No que respeita à independência do Banco,o projecto de lei, que entrará em vigor emMaio de 1998, inclui as alterações seguintes.

2.1.1 Independência institucional

O artigo 26.º, que prevê o direito doMinistro das Finanças dar instruções aoBanco, é incompatível com os requisitosdo Tratado e dos Estatutos sobreindependência do banco central. O papelde supervisão do Comissário Real, nosseus termos actuais, é também incompatívelcom os requisitos do Tratado e dosEstatutos sobre independência do bancocentral. De acordo com o projecto de lei,o direito do Ministro das Finanças darinstruções será eliminado. Além disso, on.º 3 do Artigo 3.º do projecto de lei prevêque o Conselho Directivo do Banco apenasse pode vincular às orientações, decisõesou instruções do BCE. Acresce que, nostermos do projecto de lei, o gabinete doComissário Real será também eliminado.Em sua substituição, o projecto de leiprevê que o Governo terá o direito denomear um membro especial para oConselho de Supervisão do Banco (vertambém parágrafo 2.2.4 abaixo).

2.1.2 Independência pessoal

O n.º 5 do artigo 23.º, segundo o qual onão cumprimento das instruções doMinistro das Finanças é motivo de demissão,é incompatível com os motivos de demissãoprevistos no artigo 14.º 2 dos Estatutos. On.º 3 do artigo 11.º do projecto de lei

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estipula que o Conselho Directivo apenaspode ser demitido das suas funções pelosmotivos previstos no artigo 14.º 2 dosEstatutos.

2.2 Integração legal no SEBC

Relativamente à integração legal do Bancono SEBC, as alterações que se seguemestão incluídas no projecto de lei, quedeverá entrar em vigor a partir da data emque os Países Baixos adoptarem a moedaúnica.

2.2.1 Objectivo estatutário

O n.º 1 do artigo 9.º, que estabelece oobjectivo estatutário do Banco, não reflecteinequivocamente a primazia do objectivoestatutário do SEBC nem a integração legaldo Banco no SEBC. O artigo 2.º (projectode lei) copia o objectivo estatutário doSEBC para os Estatutos do Banco e refereexplicitamente que o Banco será parteintegrante do SEBC após a adopção damoeda única pelos Países Baixos.

2.2.2 Atribuições

O Capítulo II dos actuais estatutos doBanco sobre as suas actividades não prevêas atribuições do Banco no âmbito doSEBC na Terceira Fase. O artigo 3.º(projecto de lei) enumera as atribuiçõesdo Banco no âmbito do SEBC, incluindo aemissão de notas, tornando claro que oBanco exercerá as suas atribuições nocontexto do SEBC e do Tratado.

2.2.3 Instrumentos

O Capítulo II dos actuais estatutos doBanco não prevê a introdução dosinstrumentos de política monetária do BCE.Os artigos 2.º e 3.º (projecto) prevêem aintegração do Banco no SEBC e enumeram

as atribuições do Banco no âmbito doSEBC.

2.2.4 Organização

O projecto de lei prevê que orepresentante do Governo no Conselhode Supervisão apenas terá poderes parasolicitar ”informações” sobre actividadesdo Banco relacionadas ou não com oSEBC, pedido esse que, nos termos doartigo 13.º (projecto de lei), pode serrecusado caso a informação solicitadaseja confidencial, com base nos Estatutosou na legislação nacional. O projecto delei prevê também que o representantedo Governo ficará sujeito à proibiçãode receber ou solicitar instruções, nostermos do artigo 107.º do Tratado.

O artigo 3.º (projecto de lei) estabeleceque ”o Banco” deverá ”co-definir” (eexecutar) a política monetária do SEBCapós a adopção do Tratado e nocontexto do SEBC. Uma vez que é oGovernador do Banco, e não o próprioBanco, que deverá participar na definiçãoda política monetária do SEBC na suaqualidade de membro do Conselho doBCE, o termo ”co-definir” em conjugaçãocom o termo ”o Banco” no artigo 3.º(projecto de lei) não parece estar emconformidade com o Tratado e com osEstatutos. Porém, pelos motivos que seseguem, poderá argumentar-se que nãose trata de um problema grave. Emprimeiro lugar, a ”disposição geral” doartigo 2.º (projecto de lei) relativa aosestatutos do Banco enquanto parteintegrante do SEBC define já a posiçãodo Banco na Terceira Fase, bem como aperspectiva legal com base na qual a leiterá de ser aplicada, após a sua entradaem vigor. Em segundo lugar, o artigo 3.º(projecto de lei) apenas enumera asatribuições do Banco no âmbito doSEBC e não se refere à questão dedefinir qual o órgão do Banco ao qualcaberá a responsabilidade específica pela

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execução dessas atribuições. Estaquestão é abordada no artigo 7.º dosArtigos de Associação do Banco(projecto de lei), que reconheceexplicitamente, fazendo referência aosEstatutos, que o Governador - e apenaso Governador - tem uma capacidadedupla: Presidente do Banco e, nessaqualidade, membro do órgão de decisãodo SEBC, nomeadamente sobrequestões de política monetária, e doConselho do BCE. Além disso, o termo”co-definir” poderá ser entendido como”co-decidir”, o que não corresponde àsregras de tomada de decisão do SEBC.Pelas razões ac ima expostas , acombinação dos termos ”o Banco” e”co-def inir” é considerada umaimperfeição que, no entanto, nãocompromete o funcionamento globaldo SEBC no início da Terceira Fase.

3 Adaptação de outralegislação

3.1 Lei da Cunhagem

A Lei relativa à Cunhagem prevê acompetência do Ministro das Finanças paraemitir moeda metálica em florins e moedade baixa denominação. Este diploma nãoreconhece o poder do BCE para aprovar ovolume da emissão de moedas metálicas ea competência do Conselho da UErelat ivamente às denominações eespecif icações técnicas das moedasmetálicas, nos termos do n.º 2 do artigo105.º - A do Tratado. O artigo 23.º doprojecto de lei que altera os estatutos doBanco, no entanto, introduz uma disposiçãosegundo a qual essas competênciasnacionais terão de ser exercidas tendo emconta os poderes do BCE e do Conselhoda UE nesta área. O Governo prevê queesta disposição seja adoptada em Marçode 1998 e que entre em vigor a partir dadata em que os Países Baixos adoptarem amoeda única.

3.2 Lei da taxa de câmbio do florim

Esta Lei não prevê a introdução do euronem a transferência de competências emquestões cambiais para o nível daComunidade. Prevê-se a substituição destaLei por uma disposição legislativa queautorize o Ministro das Finanças a efectuar,em nome dos Países Baixos econjuntamente com os Estados-membrosda futura área do euro, acordos sobre ataxa de câmbio do euro em relação àsmoedas dos Estados-membros que nãoadoptarem a moeda única desde o início.Um projecto de lei para o efeito encontra-se actualmente a aguardar promulgaçãopela Primeira Câmara do Parlamento. OGoverno prevê a entrada em vigor destalei na data em que os Países Baixosadoptarem a moeda única.

3.3 Lei de 1994 sobre as relaçõesfinanceiras com o exterior

Esta Lei não prevê a introdução do euronem a integração do Banco no SEBC.Prevê-se a adaptação desta Lei por forma aassegurar que as obr igações doDe Nederlandsche Bank de actuar emconformidade com as orientações geraisdo Ministro das Finanças e de trocarinformações com o Ministro não violem asobrigações do Banco no âmbito do Tratado,e por forma a assegurar que o Banco possatrocar informações com o BCE. Umprojecto de lei para o efeito estáactualmente a aguardar promulgação pelaPrimeira Câmara do Parlamento. OGoverno prevê a entrada em vigor destalei na data da instituição do SEBC.

3.4 Lei de 1995 relativa àsupervisão das operações emtítulos

Esta Lei não contempla as atribuições depolítica monetária do BCE na TerceiraFase. Prevê-se a introdução de alterações

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nesta Lei por forma a assegurar que o BCE,tal como o De Nederlandsche Bank, nãofique sujeito ao regime de supervisãoaplicável às instituições emitentes de títulos.Um projecto de lei para o efeito estáactualmente a aguardar promulgação pelaPrimeira Câmara do Parlamento. OGoverno prevê a entrada em vigor destalei na data em que os Países Baixosadoptarem a moeda única.

3.5 Lei de 1995 sobre os Arquivos

Esta Lei confere aos cidadãos o direito deacesso, sujeito a determinadas restrições econdições, a informações existentes nosarquivos de entidades e organismospúblicos. A Lei é também aplicável aoBanco em virtude da sua função pública,estando portando actualmente em estudoa sua revisão à luz do regime deconfidencialidade no âmbito do SEBC, nostermos do artigo 38.º dos Estatutos.

3.6 Lei do acesso do público adocumentos oficiais e Lei doProvedor de Justiça

A Lei relativa ao acesso do público adocumentos oficiais e a Lei relativa aoProvedor de Justiça são aplicáveis ao Banco,à excepção das suas actividades nas áreas dapolítica monetária e da supervisão prudencial.Estas Leis incluem disposições que permitemo acesso de terceiros (sujeito a determinadasrestrições bem definidas) a documentos doBanco, o que não se encontra em conformi--dade com o regime de confidencialidade doSEBC. Assim, o Governo prevê a adopção delegislação secundária por forma a assegurarque os documentos que contêm informaçõesconfidenciais relacionadas com as atribuiçõesdo Banco no âmbito do SEBC fiquemexcluídas destas Leis. Além disso, o projectode lei que adapta os estatutos do Bancoprevê explicitamente a adesão ao regime deconfidencialidade do SEBC (artigos 18.º, 19.ºe 20.º do projecto de lei).

4 Avaliação dacompatibilidade

Assumindo que o projecto de lei seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998 e que entrará em vigoratempadamente, não subs ist i rãoincompatibilidades nos estatutos do DeNederlandsche Bank com os requisitos doTratado e dos Estatutos para a TerceiraFase, embora subsista uma imperfeiçãoque, no entanto, não compromete ofuncionamento global do SEBC no início daTerceira Fase: o artigo 3.º (projecto) prevêque ”o Banco” deverá ”co-definir” a políticamonetária do SEBC, embora essa atribuiçãocaiba ao Governador do Banco, na suaqualidade de membro do Conselho doBCE.

Relativamente a outra legislação, o IMEsalienta que está prevista a introdução dealterações na Lei da Cunhagem, na Lei dataxa de câmbio do florim, na Lei de 1994sobre as relações financeiras com o exterior,na Lei de 1995 relativa à supervisão dasoperações em títulos, na Lei de 1995 sobreos Arquivos, nos Decretos Reais adoptadosao abrigo da Lei do acesso do público adocumentos oficiais e na Lei do Provedorde Justiça. O IME não tem conhecimentode quaisquer outras disposições estatutáriasnas quais seja necessário introduziralterações ao abrigo do Artigo 108.º doTratado.

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ÁUSTRIA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação que se segue foi objecto deadaptações ao abrigo do Artigo 108.º doTratado:

Lei do Banco Nacional de 1984, de20 de Janeiro de 1984, com as alteraçõesque lhe foram introduzidas;

Lei Cambial.

2 Adaptação dos estatutosdo OesterreichischeNationalbank

Está actualmente em curso o processo deadaptação dos estatutos doOesterreichische Nationalbank por formaa cumprir os requisitos do Tratado e dosEstatutos para a Terceira Fase. Foisubmetido ao Parlamento um projecto delei (o ”projecto de lei”) para o efeito, que,segundo previsões do Governo, virá a seradoptado durante o mês de Abril de 1998.O IME foi consultado relativamente aoprojecto de lei, que foi objecto dealterações em resultado, nomeadamente,do parecer do IME.

2.1 Independência

No que se refere à independência doBanco, prevê-se que as seguintesadaptações incluídas no projecto de leivenham a entrar em vigor na data dadecisão do Conselho da UE - reunido anível de Chefes de Estado e de Governo,nos termos do n.º 4 do artigo 109.º - J doTratado - sobre quais os Estados-membrosque satisfazem as condições necessáriaspara a adopção da moeda única.

2.1.1 Independência institucional

O n.º 3 do artigo 22.º estabelece que oConselho Geral, o órgão de decisão emquestões de política monetária, é composto,em grande parte, por representantes dediversos sectores da indústria quedesempenham as suas obrigações peranteo Banco numa base de não exclusividade.Esta combinação de responsabilidade pelapolítica monetária, por um lado, e derepresentação dos interesses de terceiros,por outro, cria um potencial para conflitosde interesses, sendo portanto incompatívelcom o Tratado e com os Estatutos. Nostermos do projecto de lei, o ConselhoGeral do Banco continuará a ser o órgãode decisão na área da política monetária,até a Áustria adoptar a moeda única. Umavez que os BCN terão de tomar decisõesimportantes entre a data de instituição doSEBC e o início da Terceira Fase, os órgãosde decisão dos BCN terão de cumprir osrequisitos de independência do Tratado edos Estatutos, o mais tardar até à data deinst i tu ição do SEBC, o que seráconcretizado como segue: o n.º 1 do artigo34.º (projecto de lei) estabelece que oGovernador deverá ser independente nasua qualidade de membro do Conselho doBCE; o n.º 5 do artigo 21.º (projecto)prevê que o Conselho Geral não possatomar decisões que possam impedir odesempenho das atribuições do Banco doâmbito do SEBC; e o n.º 2 (5) do artigo88.º (projecto) acrescenta que o órgãoresponsável pela adopção de medidaspreparatórias para a Terceira Fase será oConselho de Administração e não oConselho Geral, que não poderá darinstruções nesta área nem tomar quaisqueriniciativas que possam contrariar a execuçãode tais medidas.

O n.º 4 do artigo 45.º, que confere aoComissário do Estado o direito de levantarobjecções - com efeito suspensivo - àsdecisões do Conselho Geral, não écompatível com os requisitos do Tratado edos Estatutos sobre independência do

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banco central. O projecto de lei prevê que,enquanto representante do governo, oComissário do Estado poderá no futuroassistir às reuniões do Conselho Geral doBanco, embora na capacidade consultiva.

2.1.2 Independência pessoal

O n.º 14 do artigo 21.º, segundo o qual osmembros do Conselho de Administraçãonão têm um mandato mínimo de cincoanos, é incompatível com os requisitos doTratado e dos Estatutos sobreindependência do banco central. O artigo33.º do Capítulo I do projecto de lei prevêa nomeação dos membros do Conselhode Administração por um período decinco anos.

2.2 Integração legal no SEBC

Relativamente à integração legal do Bancono SEBC, prevê-se que as seguintesadaptações incluídas do projecto de leivenham a entrar em vigor na data em quea Áustria adoptar a moeda única.

2.2.1 Objectivo estatutário

O objectivo estatutário do Banco nãoreflecte de forma inequívoca nem oobjectivo estatutário do SEBC nem aintegração legal do Banco no SEBC. Nostermos do projecto de lei, esta disposiçãoserá eliminada. O n.º 2 do artigo 2.º doCapítulo I do projecto de lei estabeleceque, de acordo com o disposto no artigo105.º do Tratado e no artigo 2.º dosEstatutos, o Banco deve assegurar oobjectivo da estabilidade de preços, e que,na medida em que tal seja possível semprejuízo do objectivo de manter aestabilidade de preços, o Banco deverá terem conta as exigências macro-económicasem relação às tendências de crescimentoeconómico e do emprego.

2.2.2 Atribuições

O artigo 3.º, que prevê uma disposiçãorelacionada com a participação do Bancoem instituições monetárias internacionais,não reconhece a competência do BCEnesta área. O artigo 3.º (projecto de lei)refere explicitamente o direito do BCE deaprovar essa participação, nos termos dodisposto no artigo 6.º dos Estatutos.

2.2.3 Instrumentos

O artigo 61.º, que estabelece o direitoexclusivo do Banco de emitir notas,sendo o valor facial das notas sujeito àaprovação do Ministro das FinançasFederal, não reconhece a competênciado BCE nesta área.

O artigo 41.º, que inclui uma disposiçãosegundo a qual as autoridades públicasestão proibidas de efectuar saques sobreos fundos do Banco sem contravalor, àexcepção do desconto dos Certificadosde curto prazo do Tesouro Federal, nãoestá em conformidade com o artigo104.º do Tratado.

O artigo 43.º sobre as disponibilidadesmínimas de caixa não reconhece ospoderes do BCE nesta área.

Os artigos 47.º a 60.º sobre as operaçõesautorizadas ao Banco não reconhece ospoderes do BCE nesta área.

O projecto de lei prevê a introdução dealterações nos artigos acima mencionados,que passariam a ser compatíveis com oTratado e com os Estatutos.

2.2.4 Operações financeiras ERP

Nos termos do artigo 83.º do projecto delei, o Banco pode efectuar transaçõesfinanceiras ERP fora do âmbito da ”GeneralDocumentation on ESCB monetary policy

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instruments and procedures” (”GeneralDocumentation”) (”Documentação Geralsobre instrumentos e práticas de políticamonetária do SEBC” (”DocumentaçãoGeral”)), embora tais transacções nãoestejam sujeitas aos requisitos de garantiaapresentados na Documentação Geral. Amanutenção destas operações e os termosnos quais as operações serão acordadasterão de ser analisados à luz da integraçãodo Banco no SEBC e das possíveis limitaçõesdecorrentes dos Estatutos a este respeito.

3 Adaptação de outralegislação

3.1 Lei Cambial

Os n.ºs 5 e 6 do artigo 2.º desta Leiincluem disposições sobre as taxas decâmbio que não reflectem os poderes daComunidade nesta área. O IME salientaque está prevista a abolição destas duasdisposições no âmbito do projecto de lei,que se prevê entre em vigor na data emque a Áustria adoptar a moeda única.

4 Avaliação dacompatibilidade

Admitindo que o projecto de lei seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998, os estatutos doOesterreichische Nationalbank serãocompatíveis com os requisitos do Tratadoe dos Estatutos para a Terceira Fase.

Relativamente a outra legislação, o IMEsalienta que está prevista a introdução denovas alterações na Lei Cambial. O IMEnão tem conhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias nas quais sejanecessário introduzir alterações ao abrigodo Artigo 108.º do Tratado.

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PORTUGAL

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação que se segue foi objecto deadaptações nos termos do Artigo 108.º doTratado:

artigo 105.º da Constituição relativo aoBanco de Portugal;

Lei Orgânica do Banco de Portugal,aprovada pelo Decreto-Lei n.º 337/90,de 30 de Outubro de 1990, com asalterações que lhe foram introduzidaspelo Decreto-Lei n.º 231/95, de 12 deSetembro de 1995 e pela Lei n.º 3/96,de 5 de Fevereiro de 1996 (a ”antigalei”);

Decreto-Lei n.º 333/81, de 7 deDezembro de 1981;

Decreto-Lei n.º 293/86, de 12 deSetembro de 1986;

Decreto-Lei n.º 178/88, de 19 de Maiode 1988;

Decreto-Lei n.º 13/90, de 8 de Janeirode 1990.

2 Adaptação dos estatutosdo Banco de Portugal

As adaptações que se seguem foramintroduzidas nos estatutos do Banco dePortugal, por forma a cumprir os requisitosdo Tratado e dos Estatutos para a TerceiraFase, na sequência de uma consulta aoIME, como segue:

O artigo 105.º da Constituição foialterado pela Lei Constitucional 1/97 de20 de Setembro de 1997. O novoartigo (renumerado artigo 102.º)estabelece que o Banco é o bancocentral nacional de Portugal e exerce as

suas funções nos termos da lei e dasnormas internacionais a que o EstadoPortuguês se vincula. Esta referência a”normas internacionais” destina-se aabranger em especial o Tratado e osEstatutos.

A antiga lei foi alterada pela Lei n.º 5/98de 31 de Janeiro de 1998 (a ”nova lei”).

2.1 Independência

No que se refere à independênciainstitucional do Banco, foram introduzidasas seguintes adaptações, em vigor desde 2de Fevereiro de 1998:

Embora a antiga lei atribuísse ao Bancoo poder de condução da políticamonetária, o Ministro das Finançasassinava os ”Avisos” publicados peloBanco relacionados com algumascaracter íst icas do s istema dedisponibilidades mínimas de caixa ecom a taxa de desconto. Esta situaçãoera incompatível com os requisitos doTratado e dos Estatutos sobreindependência do banco central, tendosido eliminada essa participação doMinistro das Finanças com a introduçãoda nova lei.

A necessidade de comunicar aoGoverno os vetos do Governadorrelat ivamente à suspensão dedel iberações do Conselho deAdministração poderia ser encaradacomo uma forma de solicitar instruções,o que seria incompatível com o Tratadoe com os Estatutos, tendo sido eliminadana nova lei.

2.2 Integração legal no SEBC

Relativamente à integração legal do Bancono SEBC, as seguintes adaptações entrarãoem vigor na data em que Portugal adoptara moeda única.

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2.2.1 Objectivo estatutário

Nos termos do artigo 3.º (antigo), oobjectivo estatutário do Banco não previaa integração legal do Banco no SEBC. Nanova lei, o artigo 3.º refere explicitamenteque o Banco, como parte integrante doSEBC, prossegue os objectivos do SEBC,participa no desempenho das suasatribuições e está sujeito ao disposto nosEstatutos, actuando de acordo com as suasorientações e instruções.

2.2.2 Atribuições

Nos termos na antiga lei, os artigos 6.º(direito exclusivo de emissão de notas),7.º, 8.º (definição e especificações dasnotas e moedas metálicas), 12.º(imitação e reprodução de notas), 15.º,16.º e 17.º (emissão monetária) nãoreconheciam os poderes do BCErelativamente às notas e moedasmetálicas. Na nova lei, o artigo 6.º incluiuma referência explícita ao direito doBCE de aprovar a emissão de notas. Osartigos 7.º e 8.º foram eliminados,permanecendo em vigor apenasrelativamente a notas e moedasdenominadas em escudos e até à dataem que percam o seu curso legal. Oartigo 9.º da nova lei (que correspondeo artigo 12.º da antiga lei) refere-seapenas a notas denominadas em escudose os artigos 15.º, 16.º e 17.º forameliminados.

O n.º 1 do artigo 18.º (condução dapolítica monetária) e o artigo 21.º(execução da política monetária ecambial) da antiga lei não reconheciamos poderes do BCE nestas áreas. Nanova lei, o artigo 12.º (que correspondeao artigo 18.º da antiga lei) deixa defazer referência à condução da políticamonetária e o artigo 15.º (quecorresponde ao artigo 21.º da antigalei) estabelece que compete ao Banco aorientação e fiscalização dos mercados

monetário e cambial, no âmbito da suaparticipação no SEBC.

Nos termos do n.º 1 (a) e (c) do artigo22.º da antiga lei, a competência doBanco para regular o funcionamentodos mercados monetário e cambial epara determinar e impor asdisponibilidades mínimas de caixa nãoreconhecia os poderes do BCE nestasáreas. Além disso, a referência aobjectivos de política económicanacional não correspondia ao objectivoestatutário do SEBC. Na nova lei, oartigo 16.º (que corresponde ao artigo22.º da antiga lei) refere explicitamenteque cabe ao Banco, de acordo com asnormas adaptadas pelo BCE, colaborarna execução das disposições sobrereservas de caixa e de outros métodosoperacionais de controlo monetário aque o BCE decida recorrer. Asreferências aos objectivos de políticaeconómica nacional foram eliminadas.

Nos termos do artigo 32.º (antigo),competia ao Banco autorizar quandonecessário os pagamentos externos. Oartigo 21.º da nova lei (que correspondeao artigo 32.º da antiga lei) prevê queessa responsabilidade apenas pode serassumida nos termos do Tratado.

2.2.3 Instrumentos

O artigo 35.º (antigo) relativo às operaçõesde política monetária do Banco nãoreconhecia os poderes do BCE nesta área.O artigo 24.º da nova lei (que correspondeao artigo 35.º da antiga lei) refereexplicitamente que o Banco pode efectuaras operações, por forma a alcançar osobjectivos e desempenhar as atribuiçõesno âmbito do SEBC.

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2.2.4 Organização

Foi introduzido um novo artigo 46.º nanova lei. Nos termos deste artigo, semprejuízo da competência do Conselho deAuditoria, as contas do Banco serãotambém fiscalizadas por auditores externos.

2.2.5 Participação em instituiçõesmonetárias internacionais

Uma nova redacção do artigo 23.º (novo)torna claro que a participação do Bancoem instituições monetárias internacionaisficará sujeita ao acordo do BCE.

3 Adaptação de outralegislação

Está actualmente em curso o processo deadaptação de diversa legislação, por formaa cumprir os requisitos para a TerceiraFase. O IME tem sido consultado sobrepropostas de alteração relativamente atoda a legislação que se segue.

3.1 Decreto-Lei n.º 333/81, de 7 deDezembro de 1981

Este Decreto-Lei confere à ImprensaNacional - Casa da Moeda o direitoexclusivo da emissão de moedas metálicas,não reconhecendo os poderes do BCEnesta área. O Governo prevê a introduçãode alterações neste Decreto-Lei por formaa que esse direito possa ser exercido, semaprejuízo do disposto no n.º 2 do artigo105.º - A do Tratado. Foi já aprovado peloGoverno um projecto de lei com alteraçõesa este Decreto-Lei, prevendo-se a suaentrada em vigor na data em que Portugaladoptar a moeda única.

3.2 Decreto-Lei n.º 293/86, de 12 deSetembro de 1986

Este Decreto-Lei estabelece o regimejurídico relativo ao estatuto de curso legaldas moedas metálicas. Algumas das suasdisposições, em particular o artigo 9.º, quese prende com diplomas legais queautorizam a cunhagem de moedascomemorativas (com curso legal nos termosdo artigo 12.º do mesmo Decreto-Lei) edefine as suas características técnicas,desenho, volume de emissão e poderliberatório, não reconhecem os poderesdo BCE nesta área. O Governo prevê aintrodução de alterações neste Decreto-Lei, por forma a estipular que, a partir dadata em que Portugal adoptar a moedaúnica, o volume de emissão passa a ficarsujeito à aprovação do BCE e a cunhagemserá efectuada em conformidade comquaisquer medidas adoptadas peloConselho da UE, ao abrigo do n.º 2 doArtigo 105.º - A do Tratado. Foi já aprovadopelo Governo um projecto de lei comalterações a este Decreto-Lei.

3.3 Decreto-Lei n.º 178/88, de 19 deMaio de 1988

Este Decreto-Lei inclui uma disposição(artigo 4.º) que reproduz o artigo 9.º doDecreto-Lei n.º 293/86 e que, como atrásse mencionou, não reconhece os poderesdo BCE a respeito das moedas metálicas.O Governo prevê a mesma soluçãoadoptada para o Decreto-Lei n.º 293/86.

3.4 Decreto-Lei n.º 13/90 de 8 deJaneiro de 1990

Este Decreto-Lei prende-se com normassobre operações cambiais que terão de serrevistas à luz da introdução do euro. Adefinição de ”moeda estrangeira” no n.º 3do artigo 5.º, por exemplo, que inclui”notas e moedas com curso legal em paísesestrangeiros” não contempla o facto que as

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notas e moedas em euro, apesar do seuestatuto de curso legal em todos osEstados-membros participantes, não serãoconsideradas moeda ”estrangeira”. OGoverno prevê a introdução de alteraçõesneste Decreto-Lei, por forma a tornarclaro que, por um lado, qualquer referênciaa ”moeda estrangeira” ou a ”notas e moedascom curso legal em países estrangeiros”não se refere ao euro e que, por outrolado, qualquer referência ao ECU como”cabaz” de moedas (distinto de moedanacional) será eliminada, passando o euroa ser considerado como moeda nacionalde pleno direito. Foi já aprovado peloGoverno um projecto de lei com alteraçõesa este Decreto-Lei, que entrará em vigor apartir da data em que Portugal adoptar amoeda única.

4 Avaliação dacompatibilidade

Com a adopção e entrada em vigor da LeiConstitucional 1/97 e da nova lei, osestatutos do Banco de Portugal sãocompatíveis com os requisitos do Tratadoe dos Estatutos para a Terceira Fase.

Relativamente a outra legislação, o IMEsalienta que está prevista a introdução dealterações no Decreto-Lei n.º 333/81, de 7de Dezembro de 1981, no Decreto-Lein.º 293/86, de 12 de Setembro de 1996,no Decreto-Lei n.º 178/88, de 19 de Maiode 1988 e no Decreto-Lei n.º 13/90, de 8de Janeiro de 1990. O IME não temconhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias nas quais sejanecessário introduzir alterações ao abrigodo Artigo 108.º do Tratado.

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FINLÂNDIA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação que se segue foi objecto deadaptações ao abrigo do Artigo 108.º doTratado:

Lei do Banco da Finlândia, de 21 deDezembro de 1925, com as alteraçõesque lhe foram introduzidas (a ”antigalei”);

Lei da Moeda;

Lei da Moeda Metálica.

2 Adaptação dos estatutosdo Suomen Pankki

Os estatutos do Suomen Pankki foramobjecto de adaptações por forma a cumpriros requisitos do Tratado e dos Estatutospara a Terceira Fase, através da revisão daLei do Banco da Finlândia (a ”lei revista”),que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de1998. Esta revisão, por seu lado, foiadaptada através de uma lei nova (a ”novalei”) por forma a tornar os estatutos doBanco totalmente compatíveis com oTratado e os Estatutos. A nova lei foiadoptada pelo Parlamento no dia 20 deMarço de 1998, prevendo-se a suapromulgação no dia 27 de Março de 1998.A nova lei entrará em vigor, no que serefere às d ispos ições re lat ivas àindependência (ver parágrafos 2.1.1. e 2.1.2.abaixo) imediatamente após a suapromulgação e, no que se refere àsdisposições relativas à integração legal doBanco no SEBC (ver parágrafo 2.2. abaixo),no dia 1 de Janeiro de 1999. O IME foiconsultado sobre ambas as leis, a lei revistae a nova lei, nas suas versões em projecto,tendo ambas sido alvo de alterações emresultado, nomeadamente, do parecer doIME.

2.1 Independência

No que respeita à independência do Banco,foram introduzidas as seguintes adaptações,com efeitos a partir de 1 de Janeiro de1998 (no que se refere à lei revista) e comefeitos a partir da data de promulgação danova lei (no que se refere à nova lei).

2.1.1 Independência institucional

A independência institucional do Bancofoi alargada pela lei revista e pela novalei. O artigo 1.º (revisto) consagra que oBanco é uma instituição independente.O artigo 5.º (revisto) introduziu aproibição de solicitar ou receberinstruções na área da política monetária,enquanto que o artigo 4.º (novo)contempla uma extensão dessaproibição a todas as atribuições doBanco no âmbito do SEBC. Este últimoartigo refere também que essa proibiçãoé aplicável ao Banco, bem como atodos os membros dos seus órgãos dedecisão, embora não seja aplicável àsinstruções emitidas pelo BCE. Por fim, oart igo 13.º (rev isto) atr ibuiu aresponsabilidade de supervisão daadministração do Banco ao Conselhode Supervisão Parlamentar, enquantoque o art igo 16.º (rev isto)responsabilizava o Conselho pelocumprimento do mandato do Banco epela administração do Banco.

A nova lei contém diversos artigos queprevêem várias possibil idades deobtenção e obrigação de prestação deinformações sobre as actividades doBanco. Ver, por exemplo, a secção 5 doparágrafo 1 do artigo 11.º (Conselho deSupervisão Parlamentar perante oParlamento); a última frase do parágrafo3 do artigo 11.º, o artigo 14.º (Conselhoperante o Conselho de Supervisão

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Parlamentar); e o artigo 27.º (Bancoperante o Parlamento). Estas disposiçõesapenas são compatíveis com osrequisitos do Tratado e dos Estatutossobre independência institucional, casonão conduzam de facto a consultasprévias a terceiros sobre atribuições doBanco no âmbito do SEBC.

2.1.2 Independência pessoal

Enquanto a antiga lei estipulava que oGovernador e os restantes membros doConselho podiam ser demitidos peloPresidente da República, por sua iniciativa,os artigos 18.º e 19.º (revistos) previamque o Presidente da República só podiademitir o Governador ou outros membrosdo Conselho se o Governador ou omembro em causa tivesse cometido faltano exercício das suas funções, se a suaactuação revelasse de alguma forma faltade competência para se manter emexercício ou se deixasse de preencher osrequisitos necessários para o desempenhodas suas atribuições. Estes motivos dedemissão não correspondiam aos motivosprevistos no artigo 14.º 2 dos Estatutos. Anova lei refere-se a esta incompatibilidadedos membros do Conselho no Artigo 16.º,reproduzindo os motivos de demissãoprevistos no artigo 14.º 2 dos Estatutos ereconhecendo que a possibilidade derecurso do Governador está prevista nosEstatutos. Uma vez que o Conselho deSupervisão Par lamentar não estaráenvolvido no desempenho das atribuiçõesno âmbito do SEBC, tais adaptações nãoserão aplicáveis aos seus membros.

2.1.3 Independência financeira

O 2.º parágrafo do artigo 21.º da nova leiestabelece critérios objectivos relativamenteà distribuição dos lucros ao Estado, dosquais o Conselho de Superv isãoParlamentar apenas se pode desviar setiver justificação com base quer na posição

financeira do Banco, quer na dimensão doseu fundo de reserva. Uma vez que um taldesvio pode ter impacto sobre os meiosdisponíveis para o desempenho dasatribuições do Banco no âmbito do SEBC,esta disposição deverá incluir uma cláusulade salvaguarda por forma a assegurar queo adequado desempenho das atribuiçõesdo Banco no âmbito do SEBC não serácomprometido. Esta cláusula de salvaguardaestá incluída no Memorando Explicativo danova lei que, nos termos dos sistemasjurídicos escandinavos, tem praticamente omesmo estatuto que a própria lei.

2.2 Integração legal no SEBC

Relativamente à integração legal do Bancono SEBC, foram introduzidas as seguintesadaptações com efeitos desde 1 de Janeirode 1998 (no que se refere à lei revista) ecom efeitos a partir de Janeiro de 1999 (noque se refere à nova lei).

2.2.1 Objectivo estatutário

O artigo 2.º (revisto) sobre o objectivoestatutário do Banco não reflectia a primaziado objectivo estatutário do SEBC, nem previaa integração legal do Banco no SEBC. Estaincompatibilidade foi ultrapassada no artigo1.º da nova lei, que reconhece explicita--mente a integração do Banco no SEBC e aobrigação de desempenhar as suasatribuições no âmbito do SEBC, de acordocom as orientações e instruções do BCE,bem como no artigo 2.º da nova lei, quetorna o objectivo estatutário do Bancocompatível com o do SEBC.

2.2.2 Atribuições

Emissão de notasO artigo 4.º (revisto), que estabelecia odireito exclusivo do Banco de emitirnotas, não reconhece a competênciado SEBC nesta área.

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Política monetáriaOs artigos 3.º e 6.º (revistos), queestabeleciam os poderes do Banco nadefinição e execução da políticamonetár ia , não reconhecia acompetência do SEBC nesta área.

Política cambialO artigo 3.º (revisto), que estabelecia acompetência do Banco na gestão einvestimento das reservas cambiais daFinlândia e na adopção de outrasmedidas necessárias para apoiar aliquidez externa do país, não reconheciaos poderes do BCE nesta área.

A nova le i u l trapassa todas asincompatibilidades acima mencionadasatravés do reconhecimento, na redacçãodo artigo 3.º (novo), que as atribuições doBanco serão executadas no âmbito doSEBC (ou seja, o Banco ”contribuirá” para aexecução da política monetária, nos termosdefinidos pelo Conselho do BCE, para aemissão de notas e para a detenção egestão de reservas cambiais).

2.2.3 Instrumentos

O artigo 6.º (revisto), que enumeravaos instrumentos do Banco, nãoreconhecia a competência do BCE nestaárea. O artigo 5.º da nova lei ultrapassaesta incompatibil idade através daadaptação do artigo 6.º (revisto) queterá de ser lido em conjugação com oartigo 3.º da nova lei; este artigoreconhece que as atribuições do Bancoserão exercidas e os seus instrumentosaplicados no contexto do SEBC.

O art igo 7.º (revisto) sobre asdisponibilidades mínimas de caixa nãoreconhecia a competência do BCE nestaárea . Esta incompat ib i l idade fo iultrapassada na nova lei, eliminandotodas as referências a disponibilidadesmínimas de caixa; o poder de impor aobrigatoriedade dessas reservas passará

a estar previsto nos Estatutos (artigo19.º) em conjugação com referênciasna nova lei ao contexto do SEBC, doqual o Banco fará parte, e em especialaos artigos 1.º e 3.º (revistos).

O artigo 9.º (revisto) referia que oBanco deveria receber garantia adequadana concessão de crédito, embora, combase em motivos excepcionais, o Bancopudesse temporariamente prescindirdeste requisito de garantia. Estaexcepção não estava em conformidadecom o artigo 18.º dos Estatutos, devendoportanto sido eliminada dos estatutosdo Banco no artigo 7.º da nova lei.

2.2.4 Organização

O art igo 17.º (ant igo) def in ia asresponsabi l idades do Conselho deSupervisão Parlamentar de tal forma queestas se estendiam a questões de políticamonetária, o que, à luz da composição doConselho, era incompatível com o Tratado.O artigo 13.º (revisto) ultrapassou estasituação através da atribuição ao Conselhode responsabil idades de supervisãorelativamente à administração do Banco,enquanto que o artigo 16.º (revisto) tornouo Conselho responsável pelo desempenhodo mandato do Banco e pela administraçãodo Banco. Esta divisão de responsabilidadesmantém-se nos artigos 11.º e 14.º (novos),pelo que as responsabilidades do Conselhosão extensíveis às atribuições no âmbitodo SEBC.

2.2.5 Confidencialidade

O artigo 36.º (revisto), que previa aobrigação do segredo, não reflectia o factode o reg ime de conf idencia l idaderelativamente a informações relacionadascom o SEBC ser regulamentado pelo artigo38.º dos Estatutos. O artigo 26.º (novo)reconhece explicitamente aquele regime.

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3 Adaptação de outralegislação

3.1 Lei da Moeda

A competência do Governo relativamenteà taxa de câmbio da marca finlandesa e oenvolvimento do Banco nesta questão, nostermos da Lei da Moeda, não reconhecia acompetência da Comunidade em questõescambiais e não previa a introdução doeuro. A Lei da Moeda foi revogada pela Leida Moeda Revogada; todas as disposiçõesnecessárias relativas à utilização da marcafinlandesa e ao penni como moeda comcurso legal durante o período de transiçãoforam incorporadas em disposiçõestransitórias e as disposições sobre a tomadade decisões relativamente ao valor externoda marca finlandesa foram revogadas.

3.2 Lei da Moeda Metálica

Em relação com a Lei da Moeda Revogada,foi promulgada a nova Lei da MoedaMetálica, que deverá complementar alegislação da Comunidade Europeia sobremoeda metálica.

4 Avaliação dacompatibilidade

Com a adopção da nova lei e assumindoque entrará em vigor atempadamente, osestatutos do Suomen Pankki serãocompatíveis com os requisitos do Tratadoe dos Estatutos para a Terceira Fase.

Relativamente a outra legislação, o IMEsalienta que está terminada a introduçãode alterações na Lei da Moeda Metálica ena Lei da Moeda. O IME não temconhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias nas quais sejanecessário introduzir alterações ao abrigodo Artigo 108.º do Tratado.

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SUÉCIA

1 Legislação no âmbito doartigo 108.º do Tratado

A legislação que se segue foi objecto deadaptações ao abrigo do Artigo 108.º doTratado:

Lei da Constituição;

Lei do Riksdag (Parlamento);

Lei do Sveriges Riksbank (1988:1385),com as alterações que lhe foramintroduzidas.

2 Adaptação dos estatutosdo Sveriges Riksbank

Está actualmente em curso o processo deadaptação da Lei da Constituição, da Lei doRiksdag e da Lei do Sveriges Riksbank, porforma a cumprir os requisitos do Tratado edos Estatutos para a Terceira Faserelativamente à independência do SverigesRiksbank. Um projecto de lei (o ”projecto delei”) está actualmente a aguardar promulgaçãopelo Parlamento. A adaptação da Lei daConstituição está sujeita à aprovação de doisParlamentos consecutivos, sendo o próximoParlamento formado após as eleições geraisde Setembro de 1998. Uma primeiraaprovação das alterações à Lei da Constituiçãoe à Lei do Riksdag foi dada pelo Parlamentono dia 4 de Março, prevendo-se a segundaaprovação em Outubro de 1998, data para aqual está prevista a adopção da Lei doSveriges Riksbank, nos termos da Lei daConstituição com as alterações que lheforam introduzidas. Prevê-se a entrada emvigor de todas as adaptações a partir de 1 deJaneiro de 1999. O IME foi consultado sobreas alterações previstas às Leis acimamencionadas, que foram alvo de alteraçãoem resultado, nomeadamente, do parecerdo IME.

2.1 Independência

No que se refere à independência doBanco, as adaptações que se seguem estãoprevistas no projecto de lei.

2.1.1 Independência institucional

O artigo 42.º da Lei do Sveriges Riksbank,que prevê que o Ministro das Finançasdeverá ser consultado previamente àtomada de qualquer decisão importantede política monetária pelo Riksbank, éincompatível com os requisitos do Tratadoe dos Estatutos sobre independência dobanco central. O projecto de lei propõeque o artigo 42.º da Lei seja reformulado,por forma a prever que o Riksbank, antesde qualquer decisão importante de políticamonetária, informe o Ministro das Finanças.Esta disposição não é incompatível com osrequisitos do Tratado e dos Estatutossobre independência institucional, desdeque não interfira com a independência dosmembros da Comissão Executiva do Banco,respeite a competência e responsabilidadedo BCE e dos membros dos seus órgãosde decisão e cumpra os requisitos deconfidencialidade previstos nos Estatutos.

2.1.2 Independência pessoal

O artigo 12.º do Capítulo 9 da Lei daConstituição, que implica que a recusade quitação de responsabilidades deum membro do Conselho pode serutilizada como motivo de demissão eque os membros do Conselho podemdemitir o Governador da sua posiçãosem especificar o motivo, não está emconformidade com o artigo 14.º 2 dosEstatutos. O projecto de lei resolve estaincompat ib i l idade reproduzindoliteralmente os motivos de demissãoespecificados no artigo 14.º 2 dos

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Estatutos e do artigo 12.º do Capítulo 9da Lei da Constituição.

O artigo 6.º do Capítulo 8 da Lei doRiksdag prevê que o mandato dosmembros do Conselho Directivo doBanco, à excepção do Governador, sejade quatro anos, e o artigo 12.º doCapítulo 9 da Lei da Constituição prevêque os membros do Parlamento possamser membros do Conselho Directivodo Banco. Estas disposições são ambasincompatíveis com o mandato previstono artigo 14.º 2 dos Estatutos e com aproib ição de inf luência externaestipulada no artigo 107.º do Tratado,uma vez que o Conselho Directivo doBanco é um órgão de decisão envolvidoem questões de política monetária(enquanto a Suécia não adoptar a moedaúnica) ou no desempenho de atribuiçõesno âmbito do SEBC. O artigo 41.º doprojecto de lei prevê a atribuição aoConselho Directivo do Banco deresponsabilidades em questões depolítica monetária e, mais tarde, nodesempenho das atribuições no âmbitodo SEBC. Assim, não se colocaria anecessidade de outras adaptações.

2.1.3 Independência financeira

O artigo 49.º do projecto de lei estabeleceque o Parlamento deverá determinar adistribuição dos lucros, porém, caso oParlamento se desvie dos critériosobjectivos a que se tinha proposto nopassado, a independência financeira doBanco poderia ser afectada. Nessascircunstâncias, deverá considerar-se umacláusula de salvaguarda estatutária porforma a assegurar que os poderes doParlamento não poderão interferir nodesempenho adequado das atribuições doBanco no âmbito do SEBC. Prevê-se aadopção de tal cláusula por meio de umareferência às leis acima mencionadas noMemorando Explicativo, o qual nos termosdos sistemas jurídicos escandinavos tem

praticamente o mesmo estatuto que aprópria lei. Esta referência prevê que adistribuição de lucros continue a serdeterminada nos termos dos critériosobjectivos estabelecido.

2.2 Integração legal no SEBC

A Suécia não é um Estado-membro comestatuto especial, sendo-lhe portantoaplicável o artigo 108.º do Tratado. Assim,a adaptação da legislação sueca necessáriaà integração legal do Banco no SEBCdeverá ser preparada e adoptada até àdata de instituição do SEBC, por forma aentrar em vigor na data em que a Suéciaadoptar a moeda única. As disposições quese seguem são incompatíveis com o Tratadoe com os Estatutos

2.2.1 Objectivo estatutário

O artigo 4.º da Lei do Sveriges Riksbank,que inclui o objectivo estatutário do Banco,não reflecte inequivocamente a primaziada manutenção da estabilidade de preços.O artigo 4.º (projecto de lei) eliminará estaincompatibilidade com os requisitos doTratado e dos Estatutos relativamente àintegração legal do Banco no SEBC.

2.2.2 Atribuições

Política monetáriaO artigo 12.º do Capítulo 9 da Lei daConstituição e o artigo 4.º da Lei doSveriges Riksbank, que estabelecem ospoderes do Banco nesta área, não recon--hecem os poderes do BCE nesta matéria.

Política cambialO artigo 12.º do Capítulo 9 da Lei daConstituição e o artigo 4.º da Lei doSveriges Riksbank, que estabelecem ospoderes do Banco nesta área, nãoreconhecem a competência daComunidade e do BCE nesta matéria.

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Emissão de notasO artigo 13.º do Capítulo 9 da Lei daConstituição e o artigo 5.º da Lei doSveriges Riksbank, que estabelecem odireito exclusivo do Banco de emitir denotas e moedas metá l icas , nãoreconhecem a competência do BCEnesta matéria.

2.2.3 Instrumentos

O artigo 20.º da Lei do Sveriges Riksbank,que se refere à imposição de reservasmínimas de caixa pelas instituições decrédito, não respeita a competência doBCE nesta matéria.

2.2.4 Política cambial

O artigo 12.º do Capítulo 9 da Lei daConstituição e o artigo 4.º da Lei doSveriges Riksbank não reconhecem ospoderes do Conselho da UE e do BCE emquestões de cambiais.

3 Adaptação de outralegislação

A Suécia não é um Estado-membro comestatuto especial. Assim é-lhe igualmenteaplicável o artigo 108.º do Tratado, sendonecessária a adaptação da legislação suecana área da outra legislação a ser preparadae adoptada até à data de instituição doSEBC. Esta disposição é aplicável, emespecial, à legislação relativa ao acesso adocumentos públicos e à lei do sigilo, aqual deve ser revista à luz do regime deconfidencialidade contido no artigo 38.ºdos Estatutos.

4 Avaliação dacompatibilidade

Admitindo que o projecto de lei seráadoptado na forma que revestia em 24 deMarço de 1998, subsistirão nos estatutos doSveriges Riksbank duas incompatibilidadescom os requisitos do Tratado e dos Estatutospara a Terceira Fase.

O calendário para a adaptação (verprimeiro parágrafo da secção 2 acima)é incompatível com o artigo 108.º doTratado, segundo o qual as adaptaçõesna área da independência do bancocentral deverão entrar em vigor, o maistardar, na data de instituição do SEBC.

O projecto de lei não prevê a integraçãolegal do Banco no SEBC, embora aSuécia não seja um Estado-membrocom estatuto especial, tendo portandode cumprir as exigências de adaptaçãoprevistas no artigo 108.º do Tratado, oque afecta diversas disposições dosestatutos do Banco.

Relativamente a outra legislação, o IMEsalienta que a legislação relativa ao acessoa documentos públicos e a lei do sigilodevem ser revistas à luz do regime deconfidencialidade contido no artigo 38.ºdos Estatutos . O IME não temconhecimento de quaisquer outrasdisposições estatutárias nas quais sejanecessário introduzir alterações ao abrigodo Artigo 108.º do Tratado.

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REINO UNIDO

Nos termos do Protocolo n.º 11 do Tratadorelativo a certas disposições relacionadascom o Reino Unido da Grã-Bretanha e daIrlanda do Norte, o Reino Unido não ficaráobrigado a passar para a Terceira Fase, amenos que notifique o Conselho de quetenciona fazê-lo. De acordo com anotificação enviada pelo Reino Unido aoConselho no dia 30 de Outubro de 1997de que não tenciona passar para a Terceira

Fase da UEM no dia 1 de Janeiro de 1999,determinadas disposições do Tratado(incluindo os artigos 107.º e 108.º) e dosEstatutos não são aplicáveis ao Reino Unido.Nestes termos, não existe nenhum requisitolegal actual para assegurar a compatibilidadeda legislação nacional (incluindo os estatutosdo Bank of England) com o Tratado e comos Estatutos.

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Glossár io

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Glossário

Ajustamento entre variações de posições e fluxos: trata-se um conceito estatístico queassegura a compatibilidade entre o défice público (definido como necessidade ou capacidade definanciamento) e a variação anual do saldo da dívida pública bruta. Compreende a acumulação deactivos financeiros por parte do Governo, a variação no valor da dívida denominada em moedaestrangeira, as receitas do Governo provenientes das privatizações utilizadas para amortizar adívida, a variação dos saldos consolidados da dívida do sector público administrativo e osrestantes ajustamentos estatísticos.

Área do euro: área compreendendo os Estados-membros que adoptarão o euro como moedaúnica, nos termos do Tratado, e na qual será conduzida uma política monetária única sob aresponsabilidade dos órgãos de decisão do BCE.

BCE (Banco Central Europeu): o BCE terá personalidade jurídica e assegurará que as tarefasdo SEBC sejam executadas quer através das suas próprias actividades de acordo com osEstatutos, quer através dos bancos centrais nacionais.

Comissão Europeia: instituição da Comunidade Europeia que assegura a aplicação dasdisposições do Tratado, dispõe de poder de iniciativa para as políticas da Comunidade, propõelegislação Comunitária e exerce poderes em áreas específicas. Na área da política económica, aComissão formula recomendações respeitantes às orientações gerais das políticas na Comunidadee apresenta ao Conselho relatórios sobre os desenvolvimentos e políticas económicas.Acompanha as finanças públicas e inicia o procedimento relativo aos défices excessivos. Écomposta por vinte membros e inclui dois representantes da Alemanha, Espanha, França, Itália eReino Unido e um de cada um dos outros Estados-membros. O EUROSTAT é a Direcção Geral daComissão responsável pela produção das estatísticas da Comunidade através da recolha etratamento sistemático dos dados, produzidos principalmente pelas autoridades nacionais, nocontexto de programas estatísticos globais a cinco anos

Comité Económico e Financeiro: trata-se de um órgão consultivo da Comunidade que seráinstituído no início da Terceira Fase, quando o Comité Monetário for dissolvido. Os Estados-membros, a Comissão Europeia e o BCE deverão cada um nomear no máximo doismembros do Comité. O n.º 2 do artigo 109.º-C do Tratado contém a lista das funções doComité Económico e Financeiro, incluindo o acompanhamento da situação económica efinanceira dos Estados-membros e da Comunidade.

Comité Monetário: órgão consultivo da Comunidade, composto por dois representantes decada Estado-membro, a título pessoal (regra geral, um do Governo e outro do banco central) edois representantes da Comissão Europeia. Este Comité foi instituído em 1958, nos termosdo artigo 105.º do Tratado da CEE. A fim de promover a coordenação das políticas dosEstados-membros na medida necessária ao funcionamento do mercado interno, o artigo 109.º-Cdo Tratado apresenta um conjunto de áreas em que o Comité Monetário contribui para apreparação dos trabalhos do Conselho. No início da Terceira Fase da União Económica eMonetária, o Comité Monetário será dissolvido e será criado o Comité Económico eFinanceiro.

Componente cíclica do saldo orçamental: mostra o efeito no saldo orçamental do desviodo produto, com base nas estimativas da Comissão Europeia.

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Conselho (da União Europeia): conselho composto por representantes dos Governos dosEstados-membros, geralmente os Ministros responsáveis pelos assuntos em consideração (destemodo referido geralmente como Conselho UE ou Conselho de Ministros). O Conselho, quandocomposto pelos Ministros das Finanças e da Economia, é frequentemente designado por ConselhoECOFIN. Além disso, o Conselho pode reunir na composição dos Chefes de Estado ou deGoverno. Ver também Conselho Europeu.

Conselho Europeu: proporciona à União Europeia o necessário incentivo para o seudesenvolvimento e define as respectivas orientações de política gerais. Reúne na composição dosChefes de Estado ou de Governo dos Estados-membros e do Presidente da ComissãoEuropeia. Ver também Conselho.

Critérios de convergência: critérios estabelecidos no n.º 1 do artigo 109.º-J do Tratado (eespecificados no Protocolo N.º 6). Estes critérios são relativos ao desempenho no que respeita àestabilidade de preços, à situação orçamental, às taxas de câmbio e às taxas de juro de longoprazo. Os relatórios que são apresentados em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo109.º-J pela Comissão Europeia e pelo IME analisarão se foi alcançado um elevado grau deconvergência sustentável, com base no cumprimento, por cada Estado-membro, destes critérios.

Despesa de capital líquida: compreende a despesa de capital final do sector público (ou seja,a formação bruta de capital fixo, as compras líquidas de terrenos, os activos incorpóreos e avariação das existências) e as transferências de capital líquidas pagas (ou seja, os créditos fiscais aoinvestimento, as transferências unilaterais pagas pelo sector público administrativo para financiarrubricas específicas da formação bruta de capital fixo por outros sectores, menos impostos sobrecapitais e outras transferências de capital recebidas pelo sector público administrativo).

Desvio do produto: diferença entre o nível do produto actual e potencial de uma economiaem percentagem do produto potencial. O produto potencial é calculado com base na tendênciada taxa de crescimento da economia, segundo as estimativas da Comissão Europeia. Umdesvio do produto positivo (negativo) significa que o produto efectivo se encontra acima (abaixo)da tendência ou do seu nível potencial, sugerindo o possível aparecimento (ou ausência) depressões inflacionistas.

Diferencial crescimento/taxa de juro: diferença entre a variação anual do PIB nominal e ataxa de juro média nominal paga sobre a dívida pública (taxa de juro ”efectiva”). É um dos factoresdeterminantes das variações do rácio da dívida pública.

ECOFIN: ver Conselho (da União Europeia).

ECU (Unidade de Conta Europeia): nos termos da sua definição actual (Regulamento doConselho N.º 3320/94, de 20 de Dezembro de 1994), o ECU é um cabaz, composto pela somade montantes fixos de doze das quinze moedas dos Estados-membros. Nos termos do artigo109.º-G do Tratado, esta composição permanece inalterada até ao início da Terceira Fase. Ovalor do ECU é calculado como uma média ponderada do valor das moedas que o compõem.Enquanto ECU oficial, desempenha, entre outras funções, a de numerário do MTC e de activo dereserva dos bancos centrais. Os ECU oficiais são criados pelo IME através de operações de swapa três meses contra 1/5 dos activos em dólares e ouro detidos pelos quinze bancos centrais daUE. Os ECU privados são instrumentos financeiros denominados em ECU (por exemplo,depósitos bancários ou títulos) baseados em contratos que, regra geral, fazem referência ao ECUoficial. O valor “teórico” do ECU privado é definido com base no valor das componentes

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individuais do cabaz do ECU. No entanto, a circulação do ECU privado é diferente da do ECUoficial e, na prática, o valor de mercado do ECU privado pode divergir do valor “teórico” docabaz. A substituição do ECU privado pelo euro à taxa de 1 por 1 encontra-se definida no artigo2.º do Regulamento do Conselho sobre algumas disposições relativas à introdução do euro e tevea aprovação do Conselho Europeu, reunido em Dublin, nos dias 13 e 14 de Dezembro de 1996.

euro: designação da moeda europeia adoptada pelo Conselho Europeu, na reunião deMadrid, em 15 e 16 de Dezembro de 1995. Será o nome usado em substituição do termogenérico ”ECU” utilizado no Tratado para se referir à Unidade de Conta Europeia.

EUROSTAT: ver Comissão Europeia.

Factores não cíclicos: indicam as influências sobre os saldos orçamentais do Governo que nãose devem a flutuações cíclicas (componente cíclica do saldo orçamental). Por conseguinte,podem resultar de alterações quer estruturais, quer permanentes nas políticas orçamentais ou demedidas com ”efeito temporário” (medidas de efeito temporário).

Índice de Preços no Consumidor Harmonizado (IPCH): o Protocolo N.º 6 relativo aoscritérios de convergência a que se refere o nº1 do artigo 109.º-J do Tratado que institui aComunidade Europeia estipula que a convergência dos preços seja medida por índices de preçosno consumidor, calculados numa base comparável, tomando em consideração as diferenças nasdefinições nacionais. Embora as actuais estatísticas de preços no consumidor nos Estados-membros se baseiem largamente em princípios semelhantes, existem diferenças consideráveis anível de pormenor que afectam a comparabilidade dos resultados nacionais. Para cumprir esterequisito do Tratado, a Comissão Europeia (EUROSTAT), em estreita colaboração com osInstitutos Nacionais de Estatística e o IME, tem vindo a desenvolver um trabalho conceptual deharmonização dos índices de preços no consumidor. O Índice de Preços no ConsumidorHarmonizado é o resultado desses esforços.

Intervenção intra-marginal: intervenção efectuada por um banco central para influenciar ataxa de câmbio da respectiva moeda dentro das margens de flutuação do MTC.

Intervenção nas margens: intervenção obrigatória efectuada pelos bancos centrais cujasmoedas se encontram respectivamente no limite inferior e superior das respectivas margens deflutuação do MTC.

Investimento: formação bruta de capital fixo como definida no Sistema Europeu deContas Económicas Integradas.

Margens de flutuação do MTC: limites inferior e superior das taxas de câmbio bilaterais,dentro dos quais as moedas participantes no MTC podem flutuar.

Medidas de efeito temporário: compreendem todos os efeitos não cíclicos sobre asvariáveis orçamentais, que (i) reduzem o défice ou a dívida bruta do sector públicoadministrativo (rácio do défice, rácio da dívida) apenas durante um período determinado(medidas ”pontuais”) ou (ii) melhoram a situação orçamental durante um determinado período àcusta de orçamentos futuros (efeito ”auto-reversivo”).

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MTC (Mecanismo de Taxas de Câmbio): o mecanismo de taxas de câmbio e deintervenção do SME define a taxa de câmbio das moedas participantes, em termos de uma taxacentral em relação ao ECU. Estas taxas centrais são utilizadas para estabelecer uma grelha detaxas de câmbio bilaterais entre as moedas participantes. As taxas de câmbio podem flutuar emtorno das taxas centrais bilaterais, no interior das margens de flutuação do MTC. EmAgosto de 1993, estas margens foram alargadas para ±15%. Em resultado de um acordo bilateralentre a Alemanha e os Países Baixos, a margem de flutuação entre o marco alemão e o florimholandês foi mantida em ±2.25%. Os ajustamentos das taxas centrais dependem de acordomútuo entre todos os países participantes no MTC (ver também realinhamento).

Pacto de Estabilidade e Crescimento: consiste em dois Regulamentos do ConselhoEuropeu relativos ao ”reforço da supervisão das situações orçamentais e à supervisão ecoordenação das políticas económicas” e ”à aceleração e clarificação da aplicação doprocedimento relativo aos défices excessivos” e de uma Resolução do Conselho Europeurelativa ao Pacto de Estabilidade e Crescimento adoptada na Cimeira de Amsterdão, em 17 deJunho de 1997. O referido Pacto constitui um meio de salvaguardar a solidez das finanças públicasna Terceira Fase da UEM por forma a reforçar as condições para a estabilidade de preços e paraum forte crescimento sustentável conducente à criação de emprego. Mais especificamente, asposições orçamentais próximas do equilíbrio ou excedentárias mencionadas como condição paraque os Estados-membros possam enfrentar as flutuações cíclicas normais, mantendo,simultaneamente, o défice público abaixo do valor de referência de 3% do PIB. De acordocom o Pacto de Estabilidade e Crescimento, os países participantes na União Monetáriaapresentarão programas de estabilidade, enquanto os países que beneficiam de uma derrogaçãocontinuarão a ter programas de convergência.

Parlamento Europeu: composto por 626 representantes dos cidadãos dos Estados-membros.Faz parte do processo legislativo, embora dispondo de prerrogativas diferentes, consoante osprocedimentos através dos quais a legislação da União Europeia é promulgada. No contexto daUEM, o Parlamento terá principalmente poderes consultivos. No entanto, o Tratadoestabelece determinados procedimentos relativamente à responsabilidade democrática do BCEperante o Parlamento (apresentação do relatório anual, debates sobre a política monetária eaudição dos comités parlamentares competentes).

Pensões capitalizadas e não capitalizadas: num esquema de pensões capitalizado, oscompromissos respeitantes às pensões encontram-se cobertos por activos reais ou financeiros,por oposição aos esquemas não capitalizados, ou de reforma por repartição, nos quais ascontribuições das entidades patronais e dos trabalhadores são canalizadas para pagar directamenteas pensões actualmente existentes.

Período de referência: intervalo de tempo especificado no n.º 2, alínea a) do artigo 104.º-Cdo Tratado e no Protocolo N.º 6 relativo aos critérios de convergência a fim de analisar osprogressos efectuados no sentido da convergência.

Posição activa e passiva externa líquida: ou Posição do Investimento Internacional (PII) -declaração estatística do valor e da composição do stock de activos e passivos financeiros de umaeconomia em relação ao resto do mundo, deduzida das responsabilidades financeiras de umaeconomia em relação ao resto do mundo.

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Procedimento relativo aos défices excessivos: disposições do Tratado (definidas noartigo 104.º-C e especificadas no Protocolo N.º 5) segundo as quais os Estados-membros da EUdevem manter uma disciplina orçamental; define as condições segundo as quais uma situaçãoorçamental pode ser considerada satisfatória e regula os passos subsequentes à observação donão cumprimento dessas condições. Em particular, encontram-se definidos os critérios deconvergência da situação orçamental (rácio do défice e da dívida pública). É descrito oprocedimento que pode resultar da decisão do Conselho de que existe um défice excessivonum determinado Estado-membro e são identificados passos adicionais se persistir uma situaçãode défice excessivo.

Programas de convergência: planos governamentais a médio prazo e hipóteses respeitantesà evolução das variáveis económicas fundamentais para o cumprimento dos valores dereferência no Tratado. No que respeita às situações orçamentais, são salientadas medidaspara consolidar os saldos orçamentais e os cenários económicos subjacentes. Os programas deconvergência são normalmente feitos para três a quatro anos e são regularmente actualizadosdurante esse período. São examinados pela Comissão Europeia e Comité Monetário. Estesrelatórios servem de base à avaliação pelo Conselho ECOFIN. Após o início da Terceira Fase daUnião Económica e Monetária, os Estados-membros que beneficiam de uma derrogaçãocontinuarão a apresentar programas de convergência, enquanto os países participantes na áreado euro terão que apresentar programas de estabilidade, em conformidade com o disposto noPacto de Estabilidade e Crescimento.

Rácio da dívida: trata-se de um dos critérios de convergência orçamental estabelecidos non.º 2 do artigo 104.º-C do Tratado. É definido como a relação entre a dívida pública e o produtointerno bruto a preços de mercado; a dívida pública encontra-se definida no Protocolo N.º 5(sobre o procedimento relativo aos défices excessivos) como ”dívida global bruta, em valornominal, existente no final do exercício e consolidada pelos diferentes sectores do Governo”. Adefinição de Governo é apresentada no Sistema Europeu de Contas EconómicasIntegradas.

Rácio de dependência da terceira idade: mostra a população de um país com idade igualou superior a 65 anos em percentagem da população com idade compreendida entre 15 e 64anos; indica aproximadamente o número de pensões sociais não capitalizadas de indivíduos daterceira idade que, em média, têm que ser financiadas por cada membro da geração que aindanão atingiu a idade da reforma.

Rácio do défice: trata-se de um dos critérios de convergência orçamental estabelecido non.º 2 do artigo 104.º-C do Tratado. É definido como ”a relação entre o défice orçamentalprogramado ou verificado e o produto interno bruto” a preços de mercado. O défice orçamental édefinido no Protocolo N.º 5 (sobre o procedimento relativo aos défices excessivos)como empréstimos líquidos contraídos pelo governo tal como definido no Sistema Europeude Contas Económicas Integradas.

Realinhamento: alteração da taxa central do ECU e das taxas centrais bilaterais de umaou mais moedas participantes no MTC.

Saldo primário: crédito líquido ou endividamento líquido do sector público administrativoexcluindo os pagamentos de juros sobre os passivos do Governo.

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SEBC (Sistema Europeu de Bancos Centrais): o SEBC será constituído pelo BCE e pelosbancos centrais nacionais dos Estados-membros. O seu objectivo primordial consiste namanutenção da estabilidade de preços. As suas atribuições principais serão definir e executar apolítica monetária da área do euro, deter e gerir as reservas cambiais oficiais dos Estados-membros participantes e realizar operações cambiais e promover o regular funcionamento dossistemas de pagamentos na área do euro. O SEBC contribuirá igualmente para a conduçãoharmoniosa das políticas seguidas pelas autoridades competentes no que respeita à supervisãoprudencial das instituições de crédito e à estabilidade do sistema financeiro.

Sector público administrativo: agregação do governo central, governo regional ou local edos fundos de segurança social, com exclusão das operações comerciais, tal como se encontramdefinidas no Sistema Europeu de Contas Económicas Integradas (Protocolo N.º 5 sobreo procedimento relativo aos défices excessivos).

Sistema Europeu de Contas Económicas Integradas (SEC): representa um sistema dedefinições e classificações estatísticas uniformes cujo objectivo consiste numa descriçãoquantitativa coerente das economias dos Estados-membros da UE. O SEC é a versãoComunitária do Sistema de Contas Nacionais revisto das Nações Unidas. As definições nelecontidas, entre outras finalidades, servem de base para o cálculo dos critérios de convergênciaorçamental estipulados no Tratado.

SME (Sistema Monetário Europeu): foi criado em 1979, nos termos da Resolução doConselho Europeu, de 5 de Dezembro de 1978, relativa ao estabelecimento do SME equestões relacionadas. O Acordo de 13 de Março de 1979 entre os bancos centrais dos Estados-membros da Comunidade Económica Europeia estipula os procedimentos operacionais para oSME. O seu objectivo é reforçar a cooperação da política monetária entre os países daComunidade, visando a criação de uma zona de estabilidade monetária na Europa. Os principaiscomponentes do SME são: o ECU, o mecanismo de taxas de câmbio e de intervenção (MTC) ediversos mecanismos de crédito.

Taxa central bilateral: paridade oficial entre cada par de moedas participantes no MTC, emtorno da qual são definidas as margens de flutuação do MTC.

Taxas de câmbio efectivas (nominais/reais): em termos nominais, as taxas de câmbioefectivas consistem numa média ponderada de várias taxas de câmbio bilaterais. As taxas decâmbio efectivas reais são taxas de câmbio efectivas nominais deflacionadas por uma médiaponderada de preços e custos externos em relação aos internos. Constituem, pois, medidas dacompetitividade dos preços e dos custos de um país. A escolha das moedas e respectivos pesosreflecte a questão económica em apreço . As medidas mais frequentemente usadas das taxas decâmbio efectivas utilizam ponderações com base no comércio externo.

Taxas de câmbio efectivas nominais: ver taxas de câmbio efectivas (nominais/reais).

Taxas de câmbio efectivas reais: ver taxas de câmbio efectivas (nominais/reais).

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Taxas de juro de longo prazo harmonizadas: o Protocolo N.º 6 relativo aos critérios deconvergência a que se refere o nº1 do artigo 109.º-J do Tratado que institui a ComunidadeEuropeia estipula que a convergência das taxas de juro seja medida através das taxas de juro deobrigações da dívida pública a longo prazo ou de títulos do Tesouro comparáveis, tomando emconsideração as diferenças nas definições nacionais. Para cumprir os requisitos do Tratado, o IMEtem vindo a desenvolver um trabalho conceptual relativo à harmonização das estatísticas dastaxas de juro de longo prazo e recolhe regularmente dados dos bancos centrais nacionais, emnome da Comissão Europeia (EUROSTAT). No presente relatório são utilizados dadosintegralmente harmonizados.

Transferências correntes: transferências efectuadas pelo Governo para as empresas, asfamílias e o resto do mundo não relacionadas com despesas de capital; incluem, entre outrasoperações, os subsídios à produção e à importação, os benefícios sociais e as transferências parainstituições da CE.

Tratado: o termo refere-se ao Tratado que institui a Comunidade Europeia. O Tratado foiassinado em Roma a 25 de Março de 1957 e entrou em vigor a 1 de Janeiro de 1958. Instituiu aComunidade Económica Europeia (CEE) e é geralmente referido como “Tratado de Roma”. OTratado da União Europeia foi assinado em Maastricht (sendo geralmente referido como“Tratado de Maastricht”) a 7 de Fevereiro de 1992 e entrou em vigor a 1 de Novembro de 1993.Alterou o Tratado CEE que é agora referido como o Tratado que institui a Comunidade Europeia.O Tratado da União Europeia foi posteriormente modificado pelo ”Tratado de Amsterdão”,assinado em Amsterdão, a 2 de Outubro de 1997.

UEM: ver União Económica e Monetária.

União Económica e Monetária (UEM): o Tratado descreve o processo para alcançar aunião económica e monetária da UE em três fases. A Primeira Fase da UEM, iniciada em Julho de1990 e terminada a 31 de Dezembro de 1993, foi caracterizada principalmente pela totalliberalização dos movimentos de capitais na UE. A Segunda Fase da UEM, iniciada a 1 de Janeirode 1994, originou, entre outras medidas, a criação do Instituto Monetário Europeu, a proibição dofinanciamento monetário e do acesso privilegiado do sector público às instituições financeiras eevitar défices excessivos. A Terceira Fase terá o seu início a 1 de Janeiro de 1999, de acordo coma decisão tomada nos termos do n.º 4 do artigo 109.º-J, com a transferência da competênciamonetária para o SEBC e a criação do euro.

Valor de referência: O Protocolo No. 5 do Tratado, sobre o procedimento relativo aosdéfices excessivos, estabelece valores de referência explícitos para o rácio do défice (3% do PIB)e para o rácio da dívida (60% do PIB), enquanto o Protocolo N.º 6, relativo aos critérios deconvergência, especifica a metodologia a aplicar no cálculo dos valores de referência relevantespara a análise da convergência dos preços e da taxa de juro de longo prazo.

Volatilidade das taxas de câmbio: medida da variabilidade das taxas de câmbio, sendohabitualmente calculada utilizando o desvio padrão das variações percentuais diárias.