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ESTADO DO MARANHÃO
SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA
GABINETE DO SECRETÁRIO
Relatório de Avaliação e Seleção dos Estudos nº 01-2018
Projeto de Parceria Público-Privada (PPP)
PMI nº 01/2017-SEAP/MA
A finalidade deste documento consiste em apresentar ao Grupo Deliberativo da Comissão de
Análise de Parceria Público-Privada (CAPPP) relatório final sobre a avaliação e seleção
dos estudos, levantamentos, dados e informações técnicas necessários à estruturação de
projeto de Parceria Público-Privada (PPP) para a construção, operação, manutenção e
equipagem de 04 (quatro) Unidades Prisionais de Ressocialização Modelo (UPRM) com
capacidade de no mínimo 500 (quinhentas) vagas cada para custodiados do sexo masculino,
apresentados pelas empresas Braykes PPP e Umanizzare Gestão Prisional Privada no bojo
do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) nº 01/2017-SEAP.
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Sumário
1. Introdução .......................................................................................................................... 1
2. Histórico do Processo ........................................................................................................ 2
3. Da Justificativa .................................................................................................................. 5
4. Da Metodologia .................................................................................................................. 8
5. Da Análise dos Estudos ..................................................................................................... 9
5.1. Projeto de Engenharia e Arquitetura ........................................................................... 10
5.1.1. Umanizzare Gestão Prisional Privada ................................................................... 11
5.1.2. Braykes PPP ......................................................................................................... 13
5.1.3. Quadro comparativo entre as duas propostas apresentadas ................................. 14
5.1.4. Cumprimento de exigências ................................................................................. 15
5.2. Modelo Operacional ..................................................................................................... 18
5.2.1. Umanizzare Gestão Prisional Privada ................................................................... 19
5.2.2. Braykes PPP ......................................................................................................... 21
5.2.3. Cumprimento de exigências ................................................................................. 23
5.3. Modelo Econômico-financeiro .................................................................................... 28
5.3.1. Umanizzare Gestão Prisional Privada ................................................................... 28
5.3.2. Braykes PPP ......................................................................................................... 34
5.3.3. Quadro comparativo entre as duas propostas apresentadas ................................. 39
5.3.4. Cumprimento de exigências ................................................................................. 40
5.4. Modelo Jurídico ........................................................................................................... 44
5.4.1. Umanizzare Gestão Prisional Privada ................................................................... 44
5.4.2. Braykes PPP ......................................................................................................... 47
5.4.3. Quadro comparativo entre as duas propostas apresentadas ................................. 48
5.4.4. Cumprimento de exigências ................................................................................. 49
5.5. Projeto Social ............................................................................................................... 52
5.5.1. Umanizzare Gestão Prisional Privada ................................................................... 52
5.5.2. Braykes PPP ......................................................................................................... 54
5.5.3. Quadro comparativo entre as duas propostas apresentadas ................................. 55
5.5.4. Cumprimento de exigências ................................................................................. 55
6. Da Indicação da Escolha ................................................................................................. 58
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1. INTRODUÇÃO
Este relatório é resultado das análises realizadas pela Comissão de Análise de Parceria
Público-Privada (designada pela Portaria SEAP nº 584/2017) à luz da legislação pertinente, os
princípios da Administração Pública, o Edital PMI nº 001/2017 e os Ofícios de Retificação nº
1.074/2017 e nº 1.075/2017. A mesma, em especial o Grupo Executivo, se segmentou pelas
áreas temáticas dos projetos e, em compêndio, recomendaremos aqui a aceitação de um dos
Estudos concorrentes, bem como providências prévias à abertura do certame, conforme será
exposto neste relatório.
Para facilitar o entendimento do leitor, este documento apresenta 06 (seis) seções, cada
qual possui suas específicas diretrizes norteadoras, concomitantemente pautadas pelos
princípios da Administração Pública, expostos no caput do art. 37 da Constituição Federal, a
saber: i) legalidade; ii) impessoalidade; iii) moralidade; iv) publicidade; e; v) eficiência. A
primeira seção está destinada a introduzir o Relatório de Avaliação e Seleção dos Estudos nº
01-2018, Projeto de Parceria Público-Privada (PPP), especificamente no que refere ao seus
respectivos objetivos. Denominada de Histórico do Processo, a segunda seção evidencia um
compêndio de relatos históricos em torno da parceria público-privada do sistema prisional do
Maranhão, tal registro permite compreender quais os motivos em que a atual conjuntura dispõe
de duas pleiteantes para esta modalidade de gestão, sendo peça fundamental para as seções
seguintes.
A terceira seção, Da Justificativa, expõe dados qualitativos e quantitativos da atual
conjuntura do Estado do Maranhão, especificamente são dispostas informações sobre o sistema
prisional do estado, balizando desta forma a necessidade e o interesse de tal parceira com o
setor privado. A Metodologia deste relatório prioriza evidenciar toda a fundamentação analítica
para a indicação de escolha de uma possível parceira com o Estado.
No cerne da análise dos estudos, penúltima seção, dispomos os elementos a serem
observados em cada projeto apresentado, bem como procuramos elucidar, sob um viés analítico
descritivo, o cumprimento destes. Para tal, a seção está organizada segundo os Modelos
exigidos no Edital PMI nº 001/2017 - SEAP, sendo estes: i) Projeto de Engenharia e
Arquitetura; ii) Modelo Operacional; iii) Modelo Econômico-financeiro; iv) Modelo Jurídico
e; v) Projeto Social. Além disto, cada um destes tópicos apresenta três elementos que inter-
relacionam continuamente, i) Apresentação, sumarizada, crítica dos Estudos; ii) Quadro
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comparativo e considerações; e iii) Cumprimento das exigências dispostas nos Ofícios de
Retificação.
Vale salientar, ainda, que o aqui disposto tem caráter opinativo, devendo ser ratificado
pelo Grupo Deliberativo. Este, por sua vez, tendo o feito, deverá submeter à aprovação do
Comitê Gestor de Políticas Públicas do Estado, que decidirá em caráter soberano as
providências a serem dadas quanto a este estratégico projeto para o Sistema Penitenciário do
Maranhão.
2. HISTÓRICO DO PROCESSO
No dia 16 de dezembro de 2016, o Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-
Privadas do Estado do Maranhão, de acordo com a Lei Estadual nº 10.512, de 19 de outubro de
2016 e Decreto Estadual nº 32.356, de 10 de novembro de 2016, se reuniu e aprovou o
lançamento do Edital do Procedimento de Manifestação de Interesse nº 01/2017 - SEAP/MA,
destinado a viabilizar a obtenção de estudos, levantamentos, dados e informações técnicas
necessários à estruturação de projeto de parceria público-privada, na modalidade concessão
administrativa, para a construção, equipagem, operação e manutenção de 04 (quatro) Unidades
Prisionais de Ressocialização Modelo (doravante UPRM) com capacidade mínima de 500
(quinhentas) vagas cada para custodiados do sexo masculino, totalizando a criação de, ao
menos, 2.000 (duas mil) novas vagas.
No dia 03 de março de 2017 a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária
(SEAP) do Maranhão publicou Aviso de Procedimento de Manifestação de Interesse (doravante
PMI) nº 01/2017-SEAP/MA no Diário Oficial do Estado e o Edital completo no sítio eletrônico
da SEAP (http://www.seap.ma.gov.br/ppp/).
O PMI, conforme o decreto estadual nº 32.355, de 09 de novembro de 2016, tem como
finalidade subsidiar a administração pública na estruturação de empreendimentos objeto de
concessão ou permissão de serviços públicos, de parceria público-privada, de arrendamento de
bens públicos ou de concessão de direito real de uso. O instrumento possui três etapas, sendo a
primeira a publicação de chamamento público, neste caso, realizado no dia 03 de março de
2017, como supramencionado.
A segunda etapa consistiu na autorização para a apresentação, por pessoa física ou
jurídica de direito privado, de projetos, levantamentos, investigações ou estudos através de
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credenciamento e habilitação. No dia 11 de abril de 2017, a SEAP publicou em seu sítio
eletrônico e no Diário Oficial do Estado, Termo de Autorização aprovando as seguintes
empresas para a apresentação de estudos e projetos para subsidiarem o projeto de parceria
público-privada, após análise de documentação para habilitação enviada: Consórcio CCI
Construções, Trail Infraestrutura, N.F.Motta Construções e Comércio; Braykes PPP; Ernst &
Young Assessoria Empresarial; Umanizzare Gestão Prisional Privada e Reviver Administração
Prisional.
A terceira etapa do PMI consiste na seleção e avaliação dos estudos apresentados. Das
empresas habilitadas, somente Braykes PPP e Umanizzare Gestão Prisional Privada
manifestaram interesse. No dia 29 de junho de 2017, a Umanizzare enviou pedido de
prorrogação de prazo por mais 15 (quinze) dias corridos após a data final prevista no PMI, o
qual foi atendido pelo Secretário de Estado de Administração Penitenciária.
O prazo final com a prorrogação se encerrou no dia 25 de julho de 2017, tendo ambas
empresas apresentado dentro do prazo estipulado seus estudos para estruturação do projeto de
PPP prisional.
Sendo assim, a SEAP publicou a portaria nº 584, de 22 de junho de 2017, criando a
Comissão de Análise de Parceria Público-Privada (CAPPP) desta Secretaria de Estado, com
base no artigo 9 do Decreto Estadual nº 32.355. A CAPPP, dentre suas atribuições, deve avaliar
os levantamentos, investigações e estudos apresentados, considerando os elementos de
avaliação expostos no item 8.1.1 do Edital de PMI nº 01/2017 – SEAP.
No dia 17 de julho de 2017, foi enviado o Ofício nº 829/2017- GAB/SEAP à Secretaria
de Governo / Unidade de Parcerias Público-Privadas (UPPP) a respeito da admissibilidade das
propostas apresentadas. A resposta, enviada no dia 11 de outubro de 2017 através do Ofício nº
517/2017 - GAB/SEGOV, com relatório técnico e Checklist anexos, considerou os projetos
admissíveis para seguirem para análise específica da CAPPP. Ressaltou ainda a possibilidade,
garantida pelos itens 8.8 e 11.7 do Edital do PMI, de que a SEAP, uma vez concluída sua
análise, viesse a solicitar a reapresentação de itens requeridos no PMI nº 01/2017 e considerados
insuficientes nos projetos iniciais de ambas as empresas.
Foi determinado um período de 1 (um) mês para a análise por parte da Comissão para
posteriores deliberações sobre os projetos. A CAPPP se reuniu nos dias 19, 20 e 23 de outubro
de 2017, conforme atas exauridas presentes no processo nº 0258209/2016, nas quais constam
detalhes técnicos discutidos e avaliados como insuficientemente apresentados ou mesmo não
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apresentados. Nesse sentido, foram identificados diversos aspectos passíveis de melhoria,
relacionados aos Modelos de Engenharia e Arquitetura e a sua adequação insatisfatória às
necessidades operacionais de manutenção da segurança da Unidade Prisional, ao não
atendimento a diversas normas legais do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
(CNPCP), às limitações das soluções de segurança e de ressocialização dispostas pelas
empresas, ao nível de pormenorização de seus Modelos Econômico-Financeiros, entre outros
pontos já abordados.
Tendo em vista a consecução do melhor projeto possível, optou-se por oportunizar a
ambas as empresas (ressalte-se, as únicas das autorizadas que apresentaram propostas dentro
do prazo) a reapresentação dos estudos, com enfoque nos pontos levantados pela análise da
CAPPP. Destarte, no dia 26 de outubro de 2017 foi emitida nota de reabertura de prazo para
retificações aos estudos, publicada no sítio eletrônico da Secretaria de Estado de
Administração Penitenciária (http://www.seap.ma.gov.br/ppp/) e enviados, via correio
eletrônico, os Ofícios nº 1.074/2017-GAB/SEAP e 1.075/2017-GAB/SEAP com os itens do
PMI a serem novamente expostos por cada empresa. O prazo determinado para um retorno foi
de 45 (quarenta e cinco) dias corridos.
A empresa Braykes PPP pediu dilação de prazo para reapresentação dos estudos em mais
sete dias corridos, o que foi acatado pelo Secretário de Estado de Administração Penitenciária,
tendo como prazo final de entrega dos estudos retificados o dia 18 de dezembro de 2017 para
ambas as empresas.
Os estudos retificados foram entregues por ambas as empresas dentro do prazo estipulado,
embora a Umanizzare Gestão Prisional Privada tenha disponibilizado somente em 05 de janeiro
os arquivos digitalizados, conforme requerido no Ofício Retificador. No mesmo sentido, os
arquivos referentes ao Modelo de Engenharia e Arquitetura não foram apresentados em formato
Autocad, demanda também presente no Ofício.
Considerando o disposto no Edital PMI nº 001/2017, vale destacar alguns pontos da
presente seleção e avaliação. A mesma, intrinsecamente pautada pelos princípios da
Administração Pública (art. 37, CF 1988), obedecerá então a seguinte estrutura:
Fundamentação, balizada nos critérios de avaliação indicados no Item 8.1 do referido edital, o
normatizado nos itens 8.3 e 8.8 do mesmo, o toado nos Ofícios 1.074 e 1.075, bem como nas
legislações nacional e estadual pertinentes; e Conclusão, delineada pelas justificativas técnicas
apresentadas e parecer opinativo quanto à escolha a ser preconizada.
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3. DA JUSTIFICATIVA
Na busca contínua da promoção do bem-estar social para cada indivíduo inserido em
território brasileiro, a União lançou-se nas últimas décadas na elaboração de novos mecanismos
em favor da gestão administrativa do Estado. A parceria pública-privada no Brasil apresenta-se
como mecanismo de concessão, balizada na eficiência da prestação do serviço e no uso dos
recursos públicos. Regida pela Lei Federal n.º 11.079/2004, o artigo 31 da Lei Federal nº
9.074/1995, o artigo 21 da Lei Federal n.º 8.987/1995 e Decreto Estadual n.º 32.355/2016 no
Estado do Maranhão, este tipo de atuação promove uma cooperação entre setores sociais,
frisando um compartilhamento de responsabilidades e poder em prol da Administração Pública.
No que concerne à administração do sistema prisional, o Estado brasileiro possui a
responsabilidade sobre cada indivíduo recluso penalmente, autuados na prática de infrações
penais. Cabe destacar que esta administração se baseia em um planejamento que integra um
compêndio de direitos e deveres a serem seguidos, dos quais englobam tarefas de planejamento,
construção, financiamento e operação, visando o provimento de condições humanas para os
indivíduos reclusos da liberdade.
O Estado do Maranhão, por intermédio do Procedimento de Manifestação de Interesse
(PMI) nº 01/2017 da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, expõe a atual
conjuntura de seu respectivo sistema penitenciário, balizado especificamente por fontes
governamentais, evidenciando a complexidade de uma gestão prisional. E, em vista a sanar
diversas problemáticas, indica a demanda por uma Parceria Público-Privada para a construção
e operação de 4 Unidades Prisionais de Ressocialização Modelo.
Consideremos que atualmente 95% das pessoas privadas de liberdade são homens, destes,
83,2% possuem de 18 a 34 anos1. Para além, segundo dados do IBGE, dos 48 municípios
maranhenses com mais de 30 mil habitantes, 37 se destacam devido à questão de gênero (maior
proporção de homens por habitante) e devido à questão etária (maior proporção de homens
entre 10 e 34 anos).
1Fonte: Ministério da Justiça/Departamento Penitenciário Nacional – Depen; Fórum Brasileiro de Segurança
Pública. Referências: jun./2013 e jun./2014.
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Neste sentido, entre 2008 e 20162 a taxa de encarceramento aumentou 79,94% no Estado
do Maranhão. Em 2008, havia 73,19 presos para cada 100 mil habitantes e em 2016 essa taxa
chegou a 131,7. Caso mantido esse ritmo, a projeção para 2018 é de que a taxa de
encarceramento alcance o índice de 169,1 presos por 100 mil habitantes e que a população
carcerária do Maranhão chegue à marca de 11.908 indivíduos3, o que representaria um déficit
de 5.003 vagas no sistema penitenciário.
Ainda nesta conjuntura do Estado do Maranhão, a taxa de homicídios, entre 2004 e 2014,
aumentou 209,4%, número superado somente pelo Estado de Alagoas (308%). A microrregião
considerada mais violenta do Brasil no ano de 2014 se encontrava no Maranhão: a aglomeração
urbana de São Luís apresentou taxa de 84,9 homicídios por 100 mil habitantes naquele período.
Além disto, as outras quatro microrregiões do Estado do Maranhão figuraram entre as 20
primeiras a nível nacional com maior aumento da taxa de homicídios entre 2004 e 2014. São
elas: Chapadas do Alto Itapecuru (496%), Codó (436%), Porto Franco (432%) e Litoral
Ocidental Maranhense (390%).
Diante do cenário exposto, faz-se necessário tecer acerca da capacidade da estrutura física
ofertada. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária dispõe esforços contínuos para
o provimento do bem-estar da pessoa reclusa de liberdade, dentre suas atividades, reside a
criação de quantitativo de vagas que atenda as devidas condições de respeito à dignidade da
pessoa humana. Presenciamos entre o período de 2015 e início do ano de 2018, a criação de
2.079 vagas4. Entretanto, visando atender toda a população carcerária do estado, é necessária a
criação de mais 3.827 vagas5 neste sistema prisional, uma vez que o aumento de 85% desta,
entre 2014 e agosto de 2016, resultou em uma taxa de superlotação de 173,2%. Desta forma,
faz-se necessária a construção de novas Unidades Prisionais de Ressocialização (UPR) frente
ao aumento das taxas de crescimento da população carcerária, bem como ao alto déficit de
vagas e à insuficiência de UPR’s em determinadas regiões do Estado.
2Fonte: SEAP/agosto de 2016. 3 Cabe destacar que, no ano 2005, 50% da população privada de liberdade encontrava-se custodiada em
carceragens de delegacia ou estabelecimentos similares, administrados pelos órgãos de Segurança Pública. Em
2016, esse percentual caiu para 12,4%. Essa redução é de significativa importância, pois esses estabelecimentos
não se mostram adequados para o cumprimento de pena nos termos da lei de execução penal. A queda desse
percentual vem ocorrendo pela absorção da população carcerária no Sistema Penitenciário Estadual. 4Fonte: SEAP/fevereiro de 2018. 5Fonte: SEAP/agosto de 2016.
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No que concerne às finanças, conforme indica o PMI nº 001/2017 SEAP, o orçamento da
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) era de R$ 173.048.000,00 (para o
ano de 2016). Cabe, neste momento, afirmar de que a construção de novas unidades gera gastos
elevados. Para a criação de uma nova vaga no sistema prisional o dispêndio financeiro gasto
gira em torno de ≈ R$ 53.000,006, não englobando custos de operação e manutenção,
igualmente elevados.
Grosso modo, nota-se facilmente que para suprir o atual déficit de mais de 3.800 vagas,
seria necessário o governo estadual destinar a quantia orçamentária de mais de
R$201.400.000,00, desconsiderando os respectivos gastos mensais de custeio. Ou seja,
levando-se em consideração apenas os dados orçamentários pode-se evidenciar que o valor
orçamentário anual desta Secretaria, conforme apresentado, não seria suficiente para atender os
gastos necessários para suprir o déficit de vagas nem tampouco para operar e manter novas
unidades desta envergadura.
Além disso, presenciamos nos demais entes federativos brasileiros experiências de PPP
prisional resultando em aspectos positivos no que tange ao custo-benefício, melhor
produtividade e resultados que se coadunam com os princípios da eficiência, da celeridade e da
economicidade para a Administração Pública, atendendo assim ao interesse público. Têm-se
como exemplos de gerenciamento prisional com participação da iniciativa privada o modelo de
cogestão implementado, como Alagoas, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, entre outros,
bem como o modelo de parceria público-privada desenvolvido em Minas Gerais, cuja operação
entrou em vigor em janeiro de 2013 no Complexo Penitenciário de Ribeirão das Neves, região
metropolitana de Belo Horizonte, e é hoje referência nacional.
O modelo de Parceria Público-Privada apresenta-se como alternativa ao Estado na medida
em que a contraprestação financeira por parte do Poder Concedente somente é efetivada a partir
da conclusão da construção e início da operação prisional. Além disso, as parcelas pagas pelo
Estado à Concessionária estão vinculadas a indicadores de desempenho, o que garante maior
controle do Estado e uma melhor excelência dos serviços prestados, tanto para a gestão pública
quanto para as pessoas envolvidas no processo de ressocialização.
Quanto à obediência aos requisitos previstos nas leis vigentes, a instituição privada tem a
obrigação contratual de cumpri-las, haja vista que a desobediência a essas obrigações gerará
6Fonte: PMI n°01/2017- SEAP/fevereiro de 2017.
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sanções administrativas e, principalmente, pecuniárias, por parte do Estado-contratante. Nesse
sistema, em princípio, a pessoa presa terá garantido seu direito de cumprir a pena de forma
digna e haverá instrumental adequado para possibilitar que ele alcance a ressocialização,
retornando, finalmente, ao convívio harmônico em sociedade.
Considerando o Estado como ente regulador e fiscalizador busca-se, com o PMI
supracitado, garantir uma estrutura e gestão de Unidades Prisionais de Ressocialização Modelo.
A exigência de uma operação de plena participação dos apenados em atividades educacionais
e laborais, pautada por mecanismos de redução do uso da força e humanização no atendimento
vem para ressaltar os objetivos do sistema penitenciário, mas que, face à demanda futura que
se espera, nas atuais circunstâncias, o Poder Concedente não teria condições organizacionais de
fazê-lo a curto prazo.
Assim, podemos dizer que a PPP é uma necessidade operacional e econômica, em face à
imediata demanda do sistema penitenciário desta unidade federativa e, portanto, um recurso
legítimo e oportuno para que o Estado do Maranhão possa cumprir da melhor maneira possível
seu compromisso com a sociedade.
Pelas razões expostas, o modelo de Parceria Público-Privada surge como alternativa,
permitindo possibilidades de ganhos de escala para o Parceiro Privado, assim como maior
produtividade e melhores resultados relacionados aos serviços de apoio ao sistema penitenciário
contratados pelo Estado.
4. DA METODOLOGIA
Diante o toado no item 8.1 do referido Edital de PMI, os estudos devem ser apresentados,
primeiramente, em respeito ao escopo delineado no item 5 (produtos esperados) daquele mesmo
documento. Ainda enquanto critérios avaliativos, deve-se prevalecer o grau de aprofundamento
dos estudos, o caráter inovador da proposta, a garantia da eficiência e impacto socioeconômico,
a plausibilidade e disposição de um cronograma para consecução das atividades, a apresentação
de justificativas pormenorizadas, sendo estas coesas e coerentes, bem como a compatibilidade
legal das propostas de projetos.
Não obstante, diante a já relatada necessidade de reconsideração dos estudos, acresce-se
a esta análise os parâmetros contidos nos Ofícios nº 1.074/2017 e nº 1.075/2017, em razão do
item 8.8 do Edital PMI, todos em sintonia e em busca da melhor sistematização dos critérios já
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anteriormente pré-estabelecidos. Desta forma, o presente documento apresenta-se em caráter
analítico qualitativo e quantitativo visando investigar a eficácia e efetividade no que tange às
propostas dispostas pelas pleiteantes e, posteriormente, recomendará a escolha de uma das
empresas ao Grupo Deliberativo da Comissão de Análise de Parceria Público-Privada
(CAPPP), bem como demais providências entendidas aqui como essenciais.
Neste raciocínio, indica-se, desde já, como essencial o cumprimento do requisitado nos
Ofícios supracitados. E, considerando também o caráter basilar do Projeto de Arquitetura e
Engenharia, advoga-se a observância deste como imprescindível. Sendo assim, as
recomendações observadas nos Ofícios enviados às empresas em pleito se constituem como
fundamentais ao aceite dos estudos, em especial as recomendações referentes ao Projeto de
Engenharia e Arquitetura, apresentadas em prol da melhor construção dos projetos
considerando o atendimento das demandas desta Secretaria. Por conseguinte, toda a
estruturação dos projetos operacionais e econômico-financeiros depende da organização dos
projetos estruturais em questão, podendo estes serem, consequentemente, desconsiderados em
caso de reprovação do primeiro. Vale destacar que a avaliação estruturar-se-á segundo os
seguintes preceitos, conforme razões metodológicas e o explicado anteriormente: o
cumprimento das requisições assinaladas nos Ofícios e Planos de Massa citados, no que tange
ao Projeto de Engenharia e Arquitetura; as demais requisições, no que tange aos aspectos
citados nos elementos de a) a h) do item 8.1 do edital de PMI; o conteúdo e assertividade nas
propostas apresentadas. Adentrando ao mérito de uma ordem de relevância dos estudos, em
respeito ao edital de PMI, para uma escolha futura, indica-se o Modelo de Engenharia e
Arquitetura, seguido do Modelo Operacional e então o Modelo Econômico-Financeiro, como
ilustrado inclusive no peso para remuneração parcial dos estudos fosse optada uma escolha
segmentada destes.
Assinala-se aqui, tendo em vista as colocações supra, a opção por escolha de um projeto
em sua totalidade e integralidade, não sendo possível o desmembramento do mesmo em razão
de sua coesão, coerência e complementaridade. Esta recomendação de escolha, por sua vez,
está indicada na última seção do documento, Da Escolha.
5. DA ANÁLISE DOS ESTUDOS
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Das 05 (cinco) empresas habilitadas a apresentarem estudos para subsidiar a SEAP em
seu projeto de parceria público-privada, somente Braykes PPP e Umanizzare entregaram
conteúdo para elaboração da PPP prisional.
O Edital de PMI foi construído a partir de elementos suficientes para que as empresas
interessadas pudessem subsidiar a Administração Pública com informações e estudos para a
elaboração da PPP em tela, de modo a preservar a concorrência, permitindo a inovação e a
entrega de projetos distintos.
Após a entrega do primeiro conteúdo, com base no PMI, a Comissão de Análise da PPP
reconheceu a necessidade de alteração de pontos específicos dos estudos então apresentados.
Deste modo, foram elaborados Ofícios de retificação para cada empresa, apontando-se de
maneira taxativa os itens a serem corrigidos, respeitando-se a ideia original do projeto
apresentada por cada uma das empresas. Junto aos Ofícios, foram enviados Planos de Massa
modelo, específicos para o Projeto de Engenharia e Arquitetura de cada empresa.
Deste modo, este capítulo analisará comparativamente os 5 (cinco) Modelos dos projetos,
1) Modelo de Engenharia e Arquitetura, 2) Modelo Operacional, 3) Modelo Econômico-
Financeiro, 4) Modelo Jurídico e 5) Projeto Social, levando-se em consideração a revisão dos
itens solicitados no Edital de PMI, o atendimento às requisições dos Ofícios e, para o Projeto
de Engenharia e Arquitetura, exclusivamente, o atendimento à disposição demonstrada nos
Planos de Massa7.
5.1.Projeto de Engenharia e Arquitetura
Este Modelo se constitui basilar ao restante do projeto, para uma PPP prisional. Isto
porque fundamenta e influencia todas as outras frentes do projeto, pertinente às UPRMs. Tanto
Braykes PPP como Umanizzare atenderam os requisitos orientadores previstos, porém, com
ressalvas no que se refere ao cumprimento de resoluções citadas no Edital. No item 5 do Edital
de Procedimento de Manifestação de Interesse, foram especificados a quantidade de Unidades
Prisionais a serem construídas e a capacidade mínima de cada uma delas. Foi também advertido
sobre o seguimento das normas técnicas de Engenharia e acerca das diretrizes básicas para a
elaboração das obras. Os produtos esperados para o Projeto de Engenharia e Arquitetura da PPP
7 Trata-se de estudo preliminar, definidor da estrutura básica do projeto. Indica, portanto, como se dará a
distribuição das edificações, caminhos, sua forma, entre outras características.
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prisional são: a) anteprojeto e plantas esquemáticas, b) descrição técnica das soluções de
engenharia e tecnologia adotadas, c) plano de implantação, dimensionamento e caracterização
dos empreendimentos, d) estimativa dos investimentos e despesas de implantação e, e)
cronograma físico-financeiro.
5.1.1.Umanizzare Gestão Prisional Privada
O Modelo de Engenharia e Arquitetura apresentado pela empresa consiste em Caderno
Técnico que contempla desde as diretrizes gerais da construção das Unidades Prisionais de
Ressocialização Modelo (UPRMs), à especificação técnica dos insumos necessários para tal.
Destaca-se aqui a área total de cada unidade, sendo 48.213,77 m² apresentando 15.774,99 m²
edificados, o que configura uma boa área de razoável disposição de sua infraestrutura. A partir
disto, descreveremos a disposição da infraestrutura das unidades abaixo, valendo destacar desde
já a não disponibilização de um Plano de Massas por parte desta concorrente. Neste mesmo
sentido, lembra-se que por meio do Ofício nº1.075 - SEAP a empresa recebeu um Plano de
Massas orientador, o qual não foi seguido.
De acordo com o Modelo em questão proposto pela concorrente, as UPRMs apresentam
em sua entrada o setor de Recepção, o Administrativo, a Espera de Visitas e a Sala de Guardas.
Na parte frontal das UPRMs também se encontram o estacionamento e o portão destinado à
entrada de veículos no interior da Unidade. Já no interior da Unidade, em uma segunda linha
de prédios ainda fora da muralha da Unidade, encontram-se os setores de Manutenção,
Almoxarifado e a Cozinha. Para esta parte destacam-se perdas na separação da cozinha do resto
da estrutura no interior da muralha, o que dificultaria, por exemplo, o contato com a cozinha e
atividades laborais nesta, para os apenados. Outro ponto de observação é a não previsão no
Modelo Engenharia e Arquitetura de scanner corporal para o acesso ao interior da unidade, que
viria a comprometer sua segurança ou poderia exigir o uso de expedientes de revista pouco
recomendados, quando não ineficazes. Cabe fazer a ressalva de que a seção “Especificações
Técnicas dos Equipamentos”, encontrada no Modelo Operacional, indica o uso do
equipamento, gerando dúvidas acerca de sua previsão ou não para o projeto.
Acessando a parte interior da muralha de segurança, encontram-se a Área Técnica ao lado
direito e o Refeitório ao lado esquerdo. A seguir, observa-se os módulos de Triagem ao lado
direito e de Lavanderia e Padaria ao lado esquerdo. Antes de se atingir os Pavilhões, encontram-
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se ainda o Galpão, a Horta e o Módulo de Ensino ao lado direito, bem como outro Módulo de
Ensino ao lado esquerdo. Finalmente, próximo aos fundos da UPRM, estão localizados os dois
Pavilhões, sendo o do lado direito de menores proporções e precedido pelo módulo de
Isolamento. A circulação de veículos é realizada por via específica, que percorre e dá acesso à
totalidade da UPRM.
Quanto à disposição colocada no parágrafo acima, critica-se a distância das edificações
de área técnica e de triagem daquelas dos pavilhões, com prejuízo a aspectos como atendimento
aos internos, movimentação interna dos mesmos e logística administrativa. Já em aspectos
gerais, foi identificada a ausência de banheiros adaptados à Pessoas com Deficiência (PCD),
em desatendimento às normas sobre o tema (a exemplo da Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, em vigor no direito brasileiro com força supralegal).
No que tange à capacidade da estrutura supra, o estudo apresentou um quantitativo de
vagas coerente com o disposto no edital PMI nº 001/2017-SEAP. O módulo de Isolamento
conta com 8 (oito) celas com 8 (camas) cada, e uma cela adaptada para pessoas com deficiência
(PCD), contando com 4 (quatro) camas adaptadas e 4 (quatro) camas regulares. Somam-se,
desse modo, 72 (setenta e duas) vagas de isolamento. Já a triagem apresenta um total de 32
(trinta e duas) vagas, com 6 (seis) celas contando com 2 (duas) camas e 4 (quatro) celas com 4
(quatro) camas, além de 1 cela adaptada para receber pessoas com deficiência com 4 (quatro)
camas, sendo duas delas adaptadas.
Nos pavilhões ressalta-se o quantitativo de apenas 1 (um) solário em cada pavilhão como
um limitador, tendo em vista a necessidade de atendimento a mais de duzentos (200)
custodiados. Além disso o poço de iluminação e ventilação dos pavilhões são considerados
muito reduzidos, frente ao clima e aspectos geográficos do Maranhão. Observa-se ainda a
previsão de piso superior, entretanto o desenho da grade não corresponde ao modelo de abertura
aérea para celas e eclusas. Na minuta de contrato sugerida para Proposta Técnica, há previsão
para circulação de custodiados no nível superior (página 236 do Caderno Jurídico), o que
também se apresenta como problemática, face aos potenciais riscos envolvidos.
O Pavilhão A, localizado ao lado esquerdo da Unidade, conta com 4 (quatro) blocos e um
solário, sendo sua área de visita localizada no fundo. Subdividem-se nesses quatro blocos 35
(trinta e cinco) celas com 8 (oito) camas cada, bem como uma cela adaptada para pessoas com
deficiência (PCD), contando com 4 (quatro) camas adaptadas e 4 (quatro) camas regulares.
Totalizam-se, portanto, 288 vagas úteis neste Pavilhão.
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Por sua vez, o Pavilhão B, posicionado ao lado direito da UPRM, possui 3 (três) blocos e
um solário, sendo sua área de visita localizada ao fundo. Subdividem-se nesses blocos 26 (vinte
e seis) celas, com 8 (oito) camas cada, além de uma cela adaptada para PCD, também contando
com 4 (quatro) camas adaptadas e 4 (quatro) camas regulares. Destarte, este Pavilhão apresenta
uma somatória de 216 vagas úteis.
Não há, porém, a pormenorização de uma justificativa para a diferença estrutural dos
pavilhões, ou a descrição das suas diferentes operacionalidades. Além disso, apesar da
aceitabilidade da cela dos pavilhões terem a capacidade para 8 (oito) pessoas, considera-se que
este número poderia ser reduzido, em consideração a aspectos como o cumprimento de
procedimentos de segurança.
5.1.2. Braykes PPP
A concorrente Braykes PPP apresentou seu Modelo de Engenharia e Arquitetura em um
Caderno de Projetos. Este por sua vez contém as diretrizes dos projetos de cada uma das
edificações previstas. Anexos a este caderno estão os Desenhos arquitetônicos, as
Especificações para o desenvolvimento de projetos e seu Memorial descritivo. A empresa optou
por indicar a elaboração dos projetos complementares, mas citando todos os necessários, como
responsabilidade da Concessionária vencedora do processo licitatório. O Projeto Arquitetônico
é constituído pelas plantas esquemáticas de toda a UPRM e suas edificações, no total de uma
área de aproximadamente 30.840 m². Para fins ilustrativos da organização da infraestrutura da
unidade, a empresa apresentou o seguinte Plano de Massas:
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Conforme apresentado, o estudo proposto pela pleiteante possui uma disposição dos
elementos que compõe sua infraestrutura em cumprimento com o exigido no Plano de Massas
apresentado pela SEAP no Ofício nº 1.074/2017. Não obstante, faz-se necessária a ressalva de
que a soma das áreas de abertura das celas ficou em torno de 20% da área do piso, o
recomendado para a região pela Resolução nº 09/2011 do CNPCP é de 40%. Também como
ponto de observação indica-se a ausência de uma rampa para acessibilidade de PCD ao vestiário
dos servidores.
No que tange à capacidade da estrutura supra, o estudo apresentou um quantitativo de
vagas coerente com o disposto no edital PMI nº 001/2017-SEAP. O módulo de Isolamento
conta com 11 (onze) celas individuais, e uma cela adaptada para pessoas com deficiência
(PCD). Já o módulo de Inclusão (triagem), apresenta um total de 5 (cinco) celas individuais e 4
(quatro) coletivas, além de 1 (uma) cela adaptada para receber pessoas com deficiência,
entretanto sem especificar o quantitativo de vagas do módulo. Os pavilhões, por sua vez, somam
um total de 64 celas úteis, com 4 vagas por cela, totalizando 512 vagas úteis por UPRM, além
de contar com um total de 8 celas individuais para PCD. Desta maneira, o projeto proposto
contém, em seus pavilhões, o total de 520 vagas.
5.1.3. Quadro comparativo entre as duas propostas apresentadas
Legenda
1. Núcleo Administrativo: 1.A. Salão de Espera; 1.B. Módulo Administração (portaria,
escritórios, e censura); 1.C. Módulo Serviços ao Colaborador
(refeitório, cozinha, vestiários,
estacionamento funcional, Intendência,
etc.); 2. Núcleo de Atendimento ao Preso:
2.A. Módulo Mini-Fórum; 2.B. Módulo Atendimento à Saúde;
3. Núcleo Vivência: 3.A. Módulo Isolamento; 3.B. Módulo Inclusão; 3.C.Módulo Vivência (pavilhões com
celas, solário, visitação íntima, pátio de
visitações sociais, etc.); 4. Núcleo CERTEP
4.A. Módulo Escola 4.B. Módulo Trabalho (oficinas,
lavanderia, etc.)
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Umanizzare Braykes PPP
Área total por UPRM ≈ 48.213 m² ≈ 30.840 m²
Número de vagas úteis 504 512
Número de vagas totais de Isolamento 72 12
Número de vagas totais de Inclusão/
Triagem 32 10
Número de vagas totais para PCD 14 10
Número de vagas totais em pavilhão 504 520
Abertura aérea
Projeto diz que sim,
mas as grades
indicadas para as
celas são
incompatíveis com
este tipo de abertura
Sim
Cumprimento das determinações da
SEAP quanto ao Plano de Massas Não Sim
Cumprimento pleno das orientações
dos Ofícios de Retificação dos Estudos ≈ 53% ≈ 90%
5.1.4. Cumprimento de exigências
Com base nos artigos 8.3 e 11.7.a do Edital de Procedimento de Manifestação de Interesse
nº 01/2017 – SEAP, esta Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP)
encaminhou os Ofícios n°1.074 e n°1.075 de 2017, respectivamente para as empresas Braykes
PPP e Umanizzare Gestão Prisional Privada, solicitando a retificação e reapresentação de
estudos, dados e informações técnicas. Sendo estas exigências importantes para a execução do
projeto de acordo com os melhores interesses da administração pública, vale destacar seus
pontos de cumprimento ou não, indicados a seguir:
Umanizzare Gestão Prisional Privada
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De acordo com o Ofício nº 1.075/2017-GAB/SEAP, foram enviados 19 (dezenove)
pedidos de retificação no que diz respeito ao Projeto de Engenharia e Arquitetura desta
concorrente. Serão destacados neste item as ressalvas a 9 (nove) dos 19 itens requeridos, seja
por não atender ou atender de maneira parcial, conforme análise técnica da equipe de
Engenharia da SEAP e da Comissão de Análise da PPP.
1.d - Indicar de forma específica a disposição das celas para cumprimento de sanção
disciplinar (isolamento) e aumentar o número de solários individuais, destinados a estas.
O item não foi atendido, não dispondo as celas de solários individuais;
1.e - Considerar aspectos quanto à salubridade das celas, revisar os materiais aplicados,
sua disposição e adaptações necessárias em respeito à Resolução n° 09/2011 do CNPCP, em
especial quanto à ventilação das celas, devendo esta ser otimizada. Para tal, devem ser
observadas as questões climáticas regionais de cada unidade
O item não foi atendido, já que a soma das áreas de abertura das celas ficou em torno de
9% da área do piso, enquanto o padronizado para a região pela Resolução nº 09/2011 do CNPCP
é de 40%;
1.f - As celas deverão conter entradas nas partes frontal e traseira de modo a permitir
ventilação adequada. As dimensões das grades traseiras deverão ser de 30cm por 2m. Na parte
dianteira da cela, deverão ser instaladas grades de ambos os lados, na parte superior das
portas, sendo estas de tela moeda, de modo a prevenir o acesso dos presos ao pino de abertura
manual
O item não foi atendido, as dimensões de abertura das celas são menores do que as
requeridas no Ofício (30 cm por 2m) e não estão dispostas conforme solicitado;
1.g - Aumentar poço de iluminação e ventilação do pavilhão e inserir barreira visual nas
celas que fazem fundo uma com as outras
O item não foi atendido, estava previsto que se aumentasse o poço de iluminação e
ventilação do pavilhão, a nova proposta manteve as mesmas dimensões do primeiro projeto
para o poço de ventilação;
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1.k - Prever melhorias no acesso à unidade, incluindo scanner corporal para a entrada
de visitantes
O item não foi atendido, não foram apresentadas alterações no projeto relacionadas à área
de acesso de visitantes;
1.l - Considerando a instalação de scanner corporal, os espaços de revista deverão ser
subtraídos, restando-se apenas 02 (duas) cabines de revista na triagem e 02 (duas) cabines de
revista na permanência dos pavilhões
O item não foi atendido, os espaços de revista permaneceram conforme o proposto no
primeiro projeto;
1.m - Adaptar sanitários para PCD nas instalações, conforme Resolução n° 09/2011 do
CNPCP
O item não foi atendido, o projeto inicial não foi revisado para a instalação de sanitários
para pessoa com deficiência (PCD);
1.q - Construir mais 01 (um) módulo de ensino (modelo igual ao já apresentado)
O item foi atendido parcialmente, faltou a inclusão de banheiro adaptado para PCD nos
módulos de ensino;
1.r - As portas das celas deverão ser corrediças com sua base embutida no piso em 5 cm
de modo a evitar o deslocamento da porta pelos presos
O item foi atendido parcialmente, pois não foi apresentado no projeto detalhes sobre as
portas das celas;
Braykes PPP
De acordo com o Ofício nº 1.074/2017-GAB/SEAP, foram enviados 21 (vinte e um)
pedidos de retificação no que diz respeito ao Projeto de Engenharia e Arquitetura. Serão
destacadas ressalvas a 2 (dois) dos itens requeridos, seja por não terem sido atendidos ou terem
sido atendidos de maneira parcial, conforme análise técnica da equipe de Engenharia da SEAP
e da Comissão de Análise da PPP.
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Item 1.p - Inserir box adaptado para PCD no vestiário dos servidores (módulo
administrativo externo)
O item foi atendido parcialmente, pois não foi apresentada rampa ou plataforma de
acessibilidade para PCD no vestiário de servidores;
Item 1.q - Considerar aspectos quanto à salubridade das celas, revisar os materiais
aplicados, sua disposição e adaptações necessárias, em especial quanto à ventilação e
iluminação das celas, devendo estas serem otimizadas. Para tal, devem ser observadas as
questões climáticas regionais de cada unidade prisional
O item não foi atendido, a soma das áreas de abertura das celas ficou em torno de 20%
da área do piso, enquanto o recomendado para a região pela Resolução nº 09/2011 do CNPCP
é de 40%;
Considerando a apresentação dos Modelos de Engenharia e Arquitetura apresentados por
cada concorrente, bem como seu grau de cumprimento no que diz respeito às solicitações
enviadas via Ofícios Retificadores, considera-se neste caso o estudo apresentado pela Braykes
PPP como mais alinhado aos interesses e necessidades da Secretaria de Estado de
Administração Penitenciária do Maranhão. Contudo, cabe sublinhar que mesmo esse estudo
exige alterações no procedimento de modelagem final.
5.2. Modelo Operacional
O Modelo Operacional abarca o conjunto de frentes de serviços necessárias ao
funcionamento integral e à manutenção das Unidades Prisionais de Ressocialização Modelo
(UPRMs) ao longo de todo o período de parceria público-privada. Nesse sentido, tomando
como base o Edital PMI nº 001/2017, os principais elementos esperados dos estudos
apresentados pelas empresas nessa frente são: delimitação clara das responsabilidades do
Parceiro Privado, detalhamento dos serviços oferecidos, apresentação de planos de operação e
de manutenção de ativos, descrição da política de gestão de pessoas, especificações dos
equipamentos empregados na gestão das UPRMs, além da estrutura de pessoal.
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Para além, o referido Edital elencou elementos específicos a cada área. Destacam-se, no
âmbito da Segurança Prisional, a exigência de sistemas indutores da redução do uso da força,
da redução da violência entre custodiados, da redução do número de atos de indisciplina e para
a inexistência de motins e rebeliões. Por sua vez, no âmbito da área de Atendimento e
Humanização, os principais produtos demandados foram soluções para o aumento progressivo
do número de custodiados trabalhando e estudando, para a redução do nível de reentrada no
sistema prisional, para o aumento da satisfação do custodiados e para a celeridade no
atendimento à saúde, bem como a disposição de oficinas de trabalho diversificadas. Finalmente,
no âmbito da Logística, deveriam ser apresentados insumos diários mínimos e serviços básicos
a serem prestados aos custodiados em termos de assistência material.
Cabe adiantar que a empresa Umanizzare deixou de apresentar 56% do total das
exigências de retificação feitas através do Ofício nº 1.075 de 2017, enquanto a Braykes deixou
de cumprir somente 23% do total daquelas a ela endereçadas via Ofício nº 1.074 de 2017. O
resultado foi, também por outros motivos, uma diferenciação significativa nos Modelos
Operacionais entregues e em sua qualidade, dificultando mesmo a realização de uma
comparação entre os dois documentos. Tendo isso em vista, bem como as especificidades do
próprio Modelo Operacional, optou-se pela não elaboração de quadro comparativo neste caso
particular.
5.2.1.Umanizzare Gestão Prisional Privada
O Modelo Operacional apresentado pela empresa possui deficiências que dificultam ao
extremo os esforços para se extrair informações e elaborar uma apresentação consistente. O
problema inicia-se com a ausência de sumário que, aliada ao fato de o conteúdo disposto não
possuir sequência lógica intuitiva, prejudica em demasia a identificação dos dados mais
relevantes.
Nesse sentido, mais da metade do conteúdo do caderno (aproximadamente 135 páginas,
de um total de 207 na versão física) é dedicado à apresentação de Procedimentos Operacionais
Padrão (POPs) e fluxogramas. Entretanto, uma análise mais atenta indica que boa parte dessas
páginas é ocupada por POPs e fluxogramas que, ainda que com títulos diferentes, repetem
múltiplas vezes o mesmo conteúdo. É o caso dos POPs denominados “Mecanismos para
Redução da Violência entre Custodiados”, “Mecanismos para Redução do Uso da Força” e
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“Mecanismos para Redução do Número de Atos de Indisciplina”, embora apenas este último
tenha sido apresentado de forma completa. O mesmo ocorre para os POPs “Mecanismos para
Redução de Motins e Rebeliões” e “Procedimento de Sinistro e Ocorrência e Sindicância”.
Ressalta-se ainda que não é feito nenhum esforço explicativo para unificar os POPs e
fluxogramas em uma solução coesa e geral de segurança. Eles são meramente colacionados ao
Modelo, sem que seja possível aferir com certeza se se trata de procedimentos efetivos ou erro
material.
Outro problema é a diferenciação entre os conteúdos dispostos nas versões digital e física.
Esta última conta com o tópico “Sistemas Gerenciadores de Infraestrutura”, cuja formatação
destoa perceptivelmente do restante do documento, e que não é encontrada no documento
digital.
O mais próximo que o estudo chega de apresentar um quadro com as possíveis oficinas
é, na realidade, uma lista de iniciativas levadas a cabo pela empresa em outros projetos, não
tendo sido feito esforço para explicar ou mesmo explicitar que sua instauração será realizada
na PPP-MA, gerando questionamentos sobre a efetiva viabilidade de fazê-lo em nosso Estado.
É importante notar que parte das iniciativas listadas é feita via captura de tela de páginas de
notícias.
A empresa apresenta quadro de Estrutura de Pessoal relativamente claro, dispondo a
hierarquia, o grau hierárquico e as funções referentes a cada cargo. Todavia, sua aproximação
do documento de Adequação no Quadro de Pessoal às normas do CNPCP seria benéfica para a
estrutura do Modelo Operacional.
Suas soluções para manutenção e atualização de infraestrutura/ativos e de equipamentos
e sistemas de segurança são relativamente bem estruturadas, dispondo de forma clara as funções
de cada Parceiro nessas questões. Entretanto, não chegam a ser efetivamente delineados os
modelos de política de conservação com justificativa técnica e de quantificação de obras, por
exemplo. Apenas é mencionado que caberá ao Parceiro Privado sua elaboração. Ao Poder
Concedente, por sua vez, caberá realizar a fiscalização e a exigência do cumprimento das
cláusulas contratuais (o que, aliás, é inerente ao Poder Público e seu papel em quaisquer
contratos administrativos).
O Modelo também menciona brevemente que a dinâmica entre Parceiro Público e Poder
Concedente será regida por documentos formais, constituídos por planos e relatórios, de modo
a consolidar uma via formal de análise, transparência e integralização entre as partes. Contudo,
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não há nenhuma forma de aprofundamento na questão, nem fica explicitada se (e onde) tais
documentos podem ser encontrados no Modelo ou ao menos quando e de que forma seriam
elaborados.
As previsões de Serviços Técnicos e Assistenciais são apresentadas de forma mais
satisfatória, abarcando elementos referentes às áreas jurídica, psicológica, médica,
odontológica, psiquiátrica, assistencial, esportiva e social, entre outros. Porém, nem sempre é
determinado de forma clara onde se iniciam e onde terminam as responsabilidades do Parceiro
Privado, gerando incômoda insegurança neste aspecto.
Finalmente, a metodologia para o alcance do resultado referente à celeridade no
atendimento à saúde do custodiado apresenta somente meia página, conteúdo insuficiente para
se depreender qualquer tipo de análise.
5.2.2.Braykes PPP
A Braykes PPP, segunda pleiteante a ser analisada, apresenta em seu caderno técnico uma
política pautada pela Gestão Compartilhada, no que se refere aos procedimentos operacionais
exigidos na Unidade Prisional de Ressocialização Modelo – UPRM. Neste escopo, caberá ao
Poder Concedente as responsabilidades governamentais como fiscalização, poder de polícia,
segurança das muralhas e gestão primária da segurança, e decisões disciplinares. Já para a
concessionária cabe “a administração e operação de todos os aspectos que envolvem o
funcionamento ininterrupto dos serviços contratados, o que inclui fornecimento de insumos,
manutenção predial, disponibilização de pessoal e demais itens a serem aferidos por meio dos
indicadores de desempenho referentes ao contrato de PPP”.
No caderno de encargos, a empresa versa sobre o modelo de gestão para cada uma das
áreas de interesse operacional: administrativa, atendimento à pessoa presa e segurança. Para
todas é apresentado um organograma e o respectivo quantitativo de pessoal necessário.
Também são indicadas as diretrizes operacionais destas áreas, configurando uma política
transversal de solução gerenciadora para a UPRM. Buscaremos evidenciar estas diretrizes e,
posteriormente, será exposta uma análise qualitativa acerca das carências do Modelo proposto,
com o intuito de promover o balizamento do cumprimento, ou não, em relação às exigências
expostas pelo Poder Concedente.
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A área administrativa operacional dispõe acerca de 07 (sete) diretrizes operacionais, a
saber: Política de governança, Política de gestão de pessoas, Plano de manutenção de ativos,
Planos de manutenção da infraestrutura, Planos de manutenção e uso de insumos, Plano de
serviço de alimentação e Plano de assistência material ao Poder Concedente. A segunda área
elucidada trata-se do atendimento à pessoa presa. Seu escopo é fundamentado em 04 (quatro)
diretrizes, sendo elas: Criação de um “Centro de Ressocialização pelo Trabalho, Educação e
Profissionalização”, Planos para as atividades laborais dos internos, Planos de assistência e
Plano de assistência jurídica.
A última área operacional a ser apreciada é denominada de segurança. Sua estrutura
apresenta o compêndio de 05 (diretrizes), a saber: Planos de prevenção e controle de distúrbios,
Planos de redução do uso da força e de ocorrência de incidentes, Plano de competência e
conformidade operacional, Plano de inexistência de motins e rebeliões e Planos de revista,
alocação e movimentação de pessoas presas. Além dos planos de operação das UPRM, vale
destacar a previsão dos modelos de construção das unidades. De forma delineada, foram
indicadas disposições referentes às construções, aspectos ambientais e de eficiência energética.
Ainda neste escopo, a empresa apresentou a listagem dos equipamentos e suas especificações
técnicas, a fim de subsidiar a consecução plena do projeto.
Não obstante, indicam-se as seguintes observações críticas a serem feitas sobre o Modelo
proposto pela Braykes PPP. Primeiramente houve uma ausência na relação dos planos de
operação para com os indicadores de desempenho e sua intersecção. Em segundo, foi prevista
a execução de projetos relativos à reentrada no sistema prisional e aumento da satisfação do
custodiado sobre sua condição, porém não foi desenvolvida uma metodologia de aplicação. Ou
seja, ambas carências possuem como elemento comum a ausência de um grau de detalhamento
para a efetivação e execução deste projeto, que poderia inviabilizá-lo ou dimensioná-lo de
forma insuficiente.
A terceira carência refere-se à relação de possíveis oficinas a serem instaladas com
embasamento em estudos de mercado. A empresa afirma a necessidade de realizar estudos
econômicos e sociais de cada região a ser implementada a UPRM visando constatar quais
finalidades e mecanismos estas oficinas deveriam dispor à pessoa presa. Entretanto, a pleiteante
não informa previamente a metodologia a ser utilizada para estes estudos, bem como deixa de
apresentar previamente possíveis oficinas a serem proporcionadas, tendo em vista sua própria
atuação e o conhecimento do estado da arte dessas metodologias.
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A penúltima observação referente ao Modelo Operacional proposto refere-se à respectiva
revisão do quantitativo de terapeutas ocupacionais, odontólogos e de auxiliares de consultório
dentário pela empresa. Torna-se a afirmar, a exemplo do que foi feito no Ofício Retificador,
que o quadro funcional das áreas supracitadas apresenta insuficiência em relação ao exigido
pela Resolução nº 01/2009 do CNPCP.
Por fim, o último elemento a ser evidenciado trata-se da Metodologia de atendimento de
saúde. Novamente a empresa evidencia os direitos e deveres da concedente, bem como da
possível concessionária, entretanto a mesma não dispõe detalhadamente os procedimentos a
serem providenciados para os casos ilustrados, proporcionando insegurança e fragilidade
naquilo que condiz com a assistência à saúde dos custodiados.
5.2.3. Cumprimento de exigências
Findadas a apresentação e análise dos cadernos operacionais, partimos para a avaliação
das demandas de retificação elencadas nos Ofícios n°1.074 e n°1.075 de 2017, enviados por
esta Secretaria de Estado respectivamente às empresas Braykes PPP e Umanizzare Gestão
Prisional Privada, tomando como base o cumprimento ou não de suas disposições:
Umanizzare Gestão Prisional Privada
No Ofício n°1.075 de 2017, destinado à empresa Umanizzare Gestão Prisional Privada,
foram apresentados 26 (vinte e seis) pedidos de retificação, sendo que a análise encontrou
ressalvas em 16 (dezesseis) itens devido ao atendimento parcial ou não atendimento:
2. b – Apresentar planos de operação e manutenção dos ativos;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional atendeu parcialmente este item. Existe a
previsão da obrigação da concessionária em relação à operação e manutenção de ativos e
infraestrutura, porém não foi apresentado plano pela empresa.
2.c – Descrever política de gestão de pessoas;
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O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional não contemplou o estipulado neste item. O
estudo aborda o modelo de gestão de pessoas adotado pela própria Umanizzare em lugar de
apresentar política a ser adotada pela concessionária.
2.g – Apresentar organograma geral;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional não apresentou o atendimento deste
elemento, sendo o organograma geral apresentado incompatível com a administração das
UPRMs.
2.j – Melhorar a estrutura organizacional do Caderno de Encargos da Concessionária,
com aprofundamento da mensuração e previsão de fator de disponibilidade;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional atendeu parcialmente, dada a não previsão de
fator de disponibilidade.
2.k – Mecanismos para redução do uso da força: indicar de forma detalhada e
estruturada no Caderno Modelo Operacional;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional atendeu parcialmente. O conteúdo disposto
diz respeito a um procedimento operacional de rotinas de segurança, e não de uma solução
específica para a redução do uso da força na Unidade Prisional.
2.l – Mecanismos para redução da violência entre os custodiados: indicar de forma
detalhada e estruturada no Caderno Modelo Operacional;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional não atendeu este caso. O procedimento
operacional indicado é idêntico àquele apresentado como Mecanismo para Redução do Uso da
Força.
2.m – Mecanismos para a redução do número de atos de indisciplina: indicar de forma
detalhada e estruturada no Caderno Modelo Operacional;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional não apresentou o atendimento deste
elemento. O procedimento operacional indicado é, em sua maioria, idêntico àquele apresentado
como Mecanismo para Redução do Uso da Força.
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2.n – Mecanismos para inexistência de motins e rebeliões: indicar de forma detalhada e
estruturada no Caderno Modelo Operacional;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional não se adequou a esta solicitação. O estudo
apresentou procedimento operacional especificando as ações a serem adotadas em resposta a
motins, rebeliões e outras ocorrências, não propondo o mecanismo de prevenção solicitado.
2.o – Considerar no Sistema de Mensuração de Desempenho e adicionar ao Quadro de
Indicadores o aumento progressivo do número de custodiados trabalhando e estudando, assim
como a apresentação de metodologia para o alcance dos resultados;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional não contemplou este item, pois a empresa
deixou de apresentar a metodologia para aumento progressivo do número de custodiados
trabalhando e estudando, questão que também não foi considerada no Sistema de Mensuração
de Desempenho.
2.p – Oferecer indicador de bônus por meta cumprida e apresentar a metodologia de
aplicação para a redução da reentrada no sistema prisional, assim como para o aumento da
satisfação do custodiado sobre sua condição de cumprimento da pena;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional não atendeu a proposta, pois as metodologias
para redução de reentrada no sistema prisional e aumento da satisfação do custodiado não foram
previstas no estudo, a exemplo do indicador de bônus por meta cumprida.
2.q – Apresentar quadro contendo as possíveis oficinas a serem instaladas nas UPRM
com base em estudos de mercado que as justifiquem;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional não contemplou este item, uma vez que não
fora observada a solicitação de quadro com possíveis oficinas e embasamento em estudos de
mercado.
2.r – Revisão da Resolução nº 01/2009 do CNPCP: adequar ao quantitativo de recursos
humanos;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional apresentou parcialmente este elemento.
Foram feitos ajustes, porém é necessária adequação em relação à contratação de terapeutas
ocupacionais.
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2.x – Incluir solução gerenciadora de infraestrutura, de operação, de aprovisionamento
e configuração, de falhas, de desempenho e de inventário dos ativos das UPRM;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional apresentou parcialmente este item. Além de
indicar o conteúdo de forma limitada, o conteúdo foi incluído apenas na via física do material
entregue pela empresa.
2.y – Apresentar os requisitos de Autenticação, Autorização e Accounting (AAA), logs e
auditoria para gerenciamento de infraestrutura;
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional não apresentou este item, os requisitos de
Autenticação Autorização e Accounting (AAA), logs e auditoria para gerenciamento de
infraestrutura não foram contemplados.
2.z – Apresentar as tarefas que comporão a operação assistida das UPRM e seus ativos,
bem como os relatórios e outras comprovações de serviços prestados.
O reestudo da Umanizzare Gestão Prisional apresentou parcialmente este elemento,
podendo ser encontrado de forma desorganizada dentro do estudo apresentado e sem a previsão
adequada no caderno operacional de relatórios e outras comprovações.
Braykes PPP
Conforme Ofício n°1.074 de 2017, foram feitos à Empresa Braykes PPP 22 (vinte e dois)
pedidos de retificação, tendo 5 (cinco) itens sido considerados como não atendidos ou
parcialmente atendidos.
2.o - Oferecer indicador de bônus por meta cumprida e apresentar a metodologia de
aplicação para a redução da reentrada no sistema prisional, assim como para o aumento da
satisfação do custodiado sobre sua condição de cumprimento da pena;
O reestudo da Braykes PPP atendeu parcialmente este item. Foi prevista a execução de
projetos relativos à reentrada no sistema prisional e aumento da satisfação do custodiado sobre
sua condição, porém não foi desenvolvida uma metodologia de aplicação. Foi definido
indicador de bônus por meta.
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2.p – Apresentar quadro contendo as possíveis oficinas a serem instaladas nas UPRM
com base em estudos de mercado que as justifiquem;
O reestudo da Braykes PPP não atendeu este item. Houve ausência da contemplação
quanto à solicitação de quadro contendo possíveis oficinas a serem instaladas com
embasamento em estudos de mercado.
2.q – Revisão da Resolução nº 01/2009 do CNPCP: adequar ao quantitativo de recursos
humanos;
O reestudo da Braykes PPP atendeu parcialmente este elemento, ausentando-se em
relação ao quantitativo de terapeutas ocupacionais, odontólogos e de auxiliares de consultório
dentário.
2.r – Apresentar metodologia para o alcance do resultado referente à celeridade no
atendimento à saúde do custodiado;
O reestudo da Braykes PPP não atendeu este item. Embora sejam previstas as
responsabilidades da concessionária em termos de assistência à saúde, não foi apresentada
metodologia para a celeridade no atendimento à saúde do custodiado.
2.u – Apresentar solução gerenciadora e plano operacional dos indicadores de
desempenho;
O reestudo da Braykes PPP não contemplou o estipulado neste item. Não foi apresentada
solução gerenciadora e plano operacional de indicadores de desempenho.
Considerando a apresentação dos Modelos Operacionais apresentados por cada
concorrente, bem como seu grau de cumprimento no que diz respeito às solicitações enviadas
via Ofícios Retificadores, considera-se neste caso o estudo apresentado pela Braykes PPP como
mais adequado aos interesses desta Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.
Entretanto, cabe ressaltar que mesmo esse estudo demanda alterações no procedimento de
modelagem final.
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5.3. Modelo Econômico-Financeiro
Em análise do Modelo Econômico Financeiro, destacam-se a apresentação dos dados e
valores, sua transparência e sua coerência. Neste sentido, será descrito, de forma breve, a
estrutura dos cadernos em análise, sua correspondência para com o Edital PMI nº 001/2017,
bem como o cumprimento ou não dos Ofícios Retificadores. Vale destacar ainda, conforme
constructo deste relatório, a direta dependência deste Modelo ao de Engenharia e Arquitetura,
ratificando a importância deste segundo.
Os projetos entregues cumpriram, em grande parte, o exigido no Edital PMI supracitado.
As particularidades destoantes foram indicadas nos Ofícios Retificadores para adequação e/ou
melhoria. A empresa concorrente Umanizzare apresentou além do caderno Econômico-
Financeiro, um Plano de Negócios e mais 7 quadros financeiros referentes à matéria. Ressalta-
se positivamente a construção dos valores e informações, mas há perceptíveis ressalvas quanto
à sua transparência, sendo que, por exemplo, determinados dados e tabelas são apresentados
somente na versão física do Modelo Econômico-Financeiro, e de forma ambígua.
Por outro lado, apresentando documentos mais organizados e transparentes, a
concorrente Braykes PPP apresentou um caderno Econômico-Financeiro e mais 2 anexos, além
de 15 planilhas técnicas e uma de Premissas, em caráter de resumo. Para esta, foram, entretanto,
desconhecidos os valores quanto ao próprio projeto, ou seja, o valor de ressarcimento dos
estudos.
Dada a especificidade da matéria, apesentaremos um resumo dos Modelos apresentados
pelas pleiteantes, segundo seus elementos de maior relevância. Buscamos indicar as
informações de forma segmentada e retratando as fórmulas e metodologias de cálculo, em vista
de manter a fidedignidade para com os Estudos apresentados pelas empresas.
5.3.1 Umanizzare Gestão Prisional
Metodologia de Cálculo da Contraprestação
A metodologia de cálculo da contraprestação proposta pela Umanizzare Brasil consiste
na seguinte fórmula:
VM = (QD x VD x IP) – (FG x VD)
Sendo:
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VM = Valor Mensal
QD = Quantidade de Diárias
VD = Valor da Diária
IP = Índice de Performance
FG = Falta Graves
A Quantidade de Diárias (QD) consiste no resultado mensal da soma da apuração diária
da quantidade de pessoas presas custodiadas na Unidade Prisional, isto é, para uma UPRM com
capacidade máxima de ocupação ao longo de um mês inteiro, a QD pode ser obtida pela
multiplicação de seu total de vagas pelo número total de dias no mês. Onde:
O Valor da Diária (VD) corresponde ao valor vaga dia contratado, de acordo com a
licitação. No projeto apresentado pela empresa, esse valor consiste em R$160,96.
O Índice de Performance (IP) consiste em variável, apurada de acordo com onze
critérios cujo objetivo é aferir a eficácia e desempenho referentes aos atendimentos
realizados aos detentos.
Falta Graves (FG) consiste em mecanismo de penalização da contratada por falhas
significativas na execução dos serviços.
Destaca-se na apresentação deste elemento que o Valor da Diária foi encontrado
somente no caderno físico, impossibilitando sua aferição com clareza comparável à de dados
apresentados em planilha com cálculo aberto. Além disso, o valor total da Contraprestação é
calculado, no documento apresentado pela empresa, com base em 500 pessoas presas, enquanto
a capacidade total das UPRMs previstas no projeto é de 504 vagas úteis. Calculado com base
nesse total, e buscando-se replicar o cálculo feito pela empresa, chega-se a Valor de Diária de
R$159,69, preço R$1,28 menor do que aquele apresentado no projeto (R$160,96). Este tipo de
incongruência foi comumente identificado ao longo do projeto apresentado em questão. Vale
indicar ainda que, as Taxas de Administração e de Lucro, embutidas no cálculo do Valor da
Diária (VD), são de, respectivamente, 9,48% e 8,00%, totalizando 17,48% ao mês.
Índice de Performance
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Conforme mencionado acima, trata-se de indicador que influencia diretamente, de modo
positivo ou negativo, os valores da contraprestação. Conquanto é previsto um prazo de seis
meses de aprendizado, não considerando o índice para o cálculo da contraprestação nesse
período. Após este período, sua periodicidade de mensuração é mensal, e dada pela seguinte
fórmula:
IP = ( (QMIN x 0,8) + (QMET) + (QMAX x 1,15) ) / 11
Em que:
IP = Índice de Performance
QMIN = Quantidade de Indicadores na faixa mínima
QMET = Quantidade de Indicadores na faixa da meta
QMAX = Quantidade de Indicadores na faixa máxima
No Estudo apresentado pela empresa, são apresentados cinco indicadores macro, cada um
deles subdivididos em itens de controle. São eles: Assistência à Saúde, com 4 itens de controle;
Assistência Jurídica, com 1 item de controle; Assistência Social, com 1 item de controle;
Incentivo às Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas, tendo 4 itens de controle; Incentivo
ao Trabalho, tendo 1 item de controle;
A divisão por 11 (onze) na fórmula parece ocorrer por ser esse o total de itens de controle,
embora a especificação da fórmula de cálculo do Índice de Performance empregue a expressão
“Quantidade de Indicadores na Faixa...”, o que gera certa confusão. Cabe ressaltar também a
disparidade entre o indicador “Incentivo ao Trabalho” e o indicador “Incentivo às Atividade
Culturais, Recreativas e Esportivas”, possuindo este último quatro vezes mais itens de controle
do que a anterior. Trata-se de um exemplo de ponto fraco da solução de mensuração de
desempenho, tendo em vista a importância atribuída por esta Secretaria de Estado ao trabalho
da pessoa presa como forma de ressocialização. No mesmo sentido, a ausência de indicador e
itens de controle referentes a Educação enfraquece ainda mais a solução. Pode-se questionar
ainda a existência do item QMAX, o que concederia uma espécie de bônus por desempenho ao
Parceiro Privado por cumprir suas obrigações de atendimento.
Faltas Graves
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Este elemento penaliza o Parceiro Privado financeiramente por falhas cometidas por sua
comprovada negligência. Ressalva-se neste sentido um prazo de seis meses de aprendizado, não
considerando este elemento para o cálculo da contraprestação nesse período. Nota-se também
a ausência de conceituação dos tipos de falta grave considerados, o que pode levar a eventuais
desentendimentos entre os Parceiros Público e Privado. Não obstante, a aferição destes é
comum, onde o cálculo do índice de Faltas Graves (FG) se dá pela multiplicação de quantidade
de ocorrências no mês (A = apuração) pelo peso atribuído a cada ocorrência (P = peso):
FG = A x P
Seu cálculo leva em consideração cinco tipos de falta grave, com pesos de apuração
distintos. São eles:
1) Fuga: peso de 30 diárias
2) Motim sem reféns: peso de 50 diárias
3) Morte causada: peso de 70 diárias
4) Motim com reféns: peso de 100 diárias
5) Rebelião: peso de 150 diárias
Valores da Contraprestação pelo Parceiro Público
Em seu projeto, a empresa Umanizzare Brasil propõe a construção de Unidades
Prisionais de Ressocialização Modelo com 608 (seiscentas e oito) vagas totais, somando-se as
de permanência, triagem e isolamento. Desse total, são consideradas somente 504 (quinhentas
e quatro) para o cálculo da contraprestação mensal devida pelo Poder Público.
Para o cálculo médio da contraprestação, foram adotados alguns pressupostos:
1) 504 vagas úteis preenchidas
2) 30,5 dias (aproximando-se do total de dias ano)
3) Valor Diária: R$160,96
4) Índice de Performance: 1 (todos os itens de controle atingiram a média)
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5) Falhas Graves: 0 (não ocorreram falhas graves)
Assim:
VM = ( (504 x 30,5) x 160,96 x 1) – 0
VM = R$ 2.474.277,12
Valor Mensal Contraprestação (1 UPRM) = R$ 2.474.277,12
Valor Mensal Contraprestação (4 UPRM) = R$ 9.897.108,48
Valor Anual Contraprestação (1 UPRM) = R$29.691.325,44
Valor Anual Contraprestação (4 UPRM) = R$ 118.765.301,76
Valor Global Contraprestações (1 UPRM) = R$ 593.826.508,80
Valor Global Contraprestações (4 UPRM) = R$ 2.375.306.035,20
Condição Jurídico-Econômica
Considerando a Lei Federal nº 11.079/04, em seu artigo 28, faz-se necessário aferir o
grau de comprometimento da Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado do Maranhão gerado
pela despesa anual com o projeto por período de 10 (dez) anos, considerando o nível máximo
de comprometimento de 5% no somatório de todos os contratos de parcerias público-privadas.
É importante notar que, atualmente, não existem contratos de PPP em vigor no Maranhão, seja
pelo Estado ou por suas empresas públicas, pautando-se o comprometimento da RCL somente
por este projeto.
O cálculo da Receita Corrente Líquida (RCL) é projetado a partir da aplicação de Fator
de Atualização sobre a RCL do período de 12 (doze) meses, finalizados no mês de referência,
nos conformes do § 6º do art. 7º da RSF nº 43/2001. Tal Fator é calculado a partir da média
geométrica das taxas de crescimento real do PIB nacional nos 8 (oito) anos anteriores, de acordo
com o disposto na Portaria STN nº 9/2017. Pautando-se pela variação do PIB entre os anos de
2010 e 2017, a média geométrica é de 0,8875%.
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De acordo com o Relatório de Gestão Fiscal produzido pela Secretaria de Planejamento
(SEPLAN) do Maranhão, a Receita Corrente Líquida de 2017 para o Estado do Maranhão
equivaleu a R$ 12.536.618.595,338. Tomando como base o fator multiplicador acima obtido, e
mantendo por fins metodológicos o valor da contraprestação anual constante ao longo de todo
o período, obtemos o percentual de comprometimento da RCL para os próximos 10 (dez) anos:
Umanizzare Gestão Prisional Privada
Contraprestação Estimada Comprometimento da RCL Projetada (%)
R$ 118.765.301,76 0,95
R$ 118.765.301,76 0,94
R$ 118.765.301,76 0,93
R$ 118.765.301,76 0,92
R$ 118.765.301,76 0,91
R$ 118.765.301,76 0,91
R$ 118.765.301,76 0,90
R$ 118.765.301,76 0,89
R$ 118.765.301,76 0,88
R$ 118.765.301,76 0,87
Ressalta-se que o grau de comprometimento é significativamente inferior ao limite anual
de 5% disposto pela legislação.
Capex
O CAPEX é todo aquele investimento para a construção da infraestrutura do projeto.
Dentro da modelagem apresentada pela Umanizzare, são identificados investimentos para os
anos 1 a 3, com reinvestimento previsto para o 11º ano de contrato. Os valores gerais são:
CAPEX por UPRM Construída (Obra) = R$41.276.786,72
CAPEX para 4 UPRM Construídas (Obra) = R$165.107.146,88
Entretanto salienta-se que aqui, novamente é identificada uma série de informações, não
necessariamente concatenadas, o que prejudica a assertividade nas análises. Um exemplo e a
aparente incompatibilidade dos valores de investimento e reinvestimento para com o CAPEX
total, e a ausência de referência para a superioridade do valor de investimento nos anos 2 e 3,
8 Documento disponível em: http://www.seplan.ma.gov.br/files/2013/02/RGF-3QDM17-
republica%C3%A7%C3%A3o.pdf Acesso: 15/05/2018
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ao valor da construção das UPRM. Observa-se ainda que o reinvestimento estar programado
apenas para o Ano 11 parece ser um possível problema do Modelo, considerando a importância
da manutenção da infraestrutura e equipamento atualizados e em perfeitas condições.
Opex
Não houve cumprimento quanto à exigência da apresentação clara e objetiva do OPEX
no projeto. Para aferição deste há, novamente, múltiplas referências afins, desconexas e por
vezes conflituosas. Outro problema encontrado é a incompatibilidade das informações dispostas
no documento físico, para com as planilhas financeiras.
As problemáticas acima podem ser exemplificadas quando se identificou que os valores
de mão-de-obra não foram atualizados de acordo com os quantitativos presentes no Modelo
Operacional. Um exemplo é o número de Agentes de Disciplina, com total de 100 no Modelo
Operacional, conforme solicitado via Ofício Retificador para adequação a normas do CNPCP,
e 90 no Modelo Econômico-Financeiro. Esse tipo de erro coloca em xeque a o Modelo, sendo
formador direto do valor Vaga Dia e do cálculo da Contraprestação. Sua identificação é
dificultada por esses dados, isto é, o custo mensal por categoria profissional, não estarem
pormenorizados em tabela de Excel editável.
Taxa Interna de Retorno (TIR)
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é apresentada com valores distintos no Fluxo de Caixa
Projetado e no Plano de Negócios, respectivamente 11,79% e 8,66%. Ressalva-se que não é
apresentado como esta é aferida para os referidos elementos.
5.3.2 Braykes PPP
Contraprestação Mensal Efetiva.
A Contraprestação Mensal Efetiva a ser paga à concessionária corresponde a um valor
mensal calculado com base no Fator de Desempenho - FDE, e Fator de Disponibilidade – FDI,
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em consonância com o Sistema De Mensuração De Desempenho e Disponibilidade. O valor do
pagamento desta é calculado a partir de 3 (três) equações:
Valor Médio da Ocupação – VMO;
Do cálculo do Valor Médio Apurado Ocupação. Uma unidade prisional tem uma movimentação
diária de matrículas e desligamentos de presos, o que torna necessário um mecanismo de cálculo
mensal para apurar a média de presos matriculados no mês de referência. É calculada a partir
da seguinte fórmula:
VMO=[ MOVM ×30,5 ]×VVGDIA
Onde:
VMO: Valor Médio Apurado Ocupação
MOVM: Média de Ocupação das Vagas no Mês (será calculado pela média da ocupação diária
da UPRM, multiplicado por 30,5 dias)
VVGDIA – Valor Vaga Dia (Diária)
Contraprestação Mensal Máxima – CMM;
A CMM corresponde à contraprestação mensal máxima que a CONCESSIONÁRIA poderá
auferir no mês. Para o cálculo é utilizado o número de vagas para presos ofertadas na UPRM
multiplicado por 30,5 dias:
CMM = VVGMÊS × TOTAL DE VAGAS DA UPRM
Onde:
CMM: Contraprestação Mensal Máxima
VVGDIA: Valor Vaga Dia (Diária)
TOTAL DE VAGAS DA UPRM: Somente serão consideradas as vagas úteis (512 vagas no
Projeto de Referência)
Contraprestação Mensal Efetiva – CME.
A CME será calculada e paga mensalmente de acordo com a seguinte equação:
CME ={ [ (50% FDI) + (50% FDE) ] × (10% VMO) } + (90% CMM)
Onde:
CME: Contraprestação Mensal Efetiva, valor efetivamente pago à concessionária no mês.
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FDI: Fator De Disponibilidade, referente aos indicadores de Qualidade da Disponibilidade,
conforme Sistema De Mensuração Do Desempenho E Disponibilidade.
FDE: Fator De Desempenho, referente aos indicadores de Atendimento e Segurança, conforme
Sistema De Mensuração Do Desempenho E Disponibilidade.
VMO: Refere-se ao valor apurado da média de ocupação da UPRM em dado mês.
CMM: Contraprestação Mensal Máxima corresponde à contraprestação mensal máxima
calculada do VVGMÊS multiplicado pelo número total de vagas da UPRM. O valor da CMM
sofrerá reajuste anual conforme descrito no Item 3 (abaixo).
O valor do pagamento de cada contraprestação mensal efetiva - CME levará em
consideração a média de ocupação e o sistema de mensuração do desempenho e da
disponibilidade (FDE e FDI), e serão deduzidos os descontos apurados, quando houver. O
pagamento ocorrerá mensalmente desde que apresentada, pela concessionária ao Poder
Concedente e ao verificador independente, até o quinto dia útil do mês posterior ao que
corresponder o pagamento, a fatura acompanhada dos relatórios referentes ao mês
correspondente. A construção da metodologia é boa e coerente, visando garantir o pleno
funcionamento da UPRM e proteger o interesse público. Entretanto impossibilitou um cálculo
de um valor exemplo. Este, por sua vez, poderia ser ilustrado pela empresa.
Indicadores de Desempenho
Fator de Disponibilidade
Terá a função de aferir, a partir de diversos subindicadores, a qualidade da
disponibilidade dos ambientes e instalações das Unidades Prisionais, servindo como balizador
para a composição final da contraprestação mensal - CME a ser paga à concessionária.
FDI = ID QUALIDADE DA DISPONIBILIDADE
Sendo:
FDI: Fator de Disponibilidade
ID QUALIDADE DA DISPONIBILIDADE: Índice da Qualidade da Disponibilidade
Fator Desempenho
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Terá a função de aferir, a partir de diversos subindicadores, os serviços efetivamente
prestados, servindo como balizador para a composição final da contraprestação mensal a ser
paga à concessionária.
FDE = { ID SEGURANÇA + ID ATENDIMENTO }
Sendo:
FDE: Fator de Desempenho
ID Segurança: Índice de Desempenho da Segurança
ID Atendimento: Índice de Desempenho do Atendimento
Parâmetro Anual de Desempenho
Refere-se a um valor pago à CONCESSIONÁRIA com base no desempenho obtido por
3 (três) Indicadores de Desempenho e Qualidade:
Satisfação dos Servidores Públicos com a Estrutura Física e Administrativa ofertada pela
concessionária;
Satisfação do preso sobre sua condição de cumprimento de pena;
Redução da reentrada no Sistema Prisional.
Após a apuração do parâmetro anual do desempenho, será efetuado um pagamento
limitado a 12% da receita total auferida pela concessionária referente à contraprestação mensal
efetiva dos 12 meses a que corresponder o referido Parâmetro Anual de Desempenho (PAD).
Tal pagamento terá a característica de um bônus (prêmio) à concessionária pelos serviços
prestados.
O valor referente à parcela anual de desempenho (VPPAD) será calculado com base no
parâmetro anual de desempenho (PAD) conforme a seguinte fórmula:
VPPAD = PAD × (12/100) × RECEITA
Onde:
VPPAD: Valor devido à concessionária referente ao Parâmetro Anual de Desempenho – PAD;
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RECEITA: Soma de todas as Contraprestações Mensais Efetivas – CME pagas nos doze meses
a que se refere o PAD incluindo seus respectivos ajustes.
A Parcela Anual de Desempenho será paga à concessionária até o último dia do mês de
março do ano subsequente à sua apuração, mediante apresentação de fatura discriminada.
Condição Jurídico-Econômica
Considerando Receita Corrente Líquida de R$ 12.536.618.595,339 para o Estado do
Maranhão em 2017, bem como Fator de Atualização de 0,8875%, e tomando o valor da
contraprestação anual como constante ao longo de todo o período por fins metodológicos,
obtemos o percentual de comprometimento da RCL do projeto apresentado pela Braykes PPP
para os próximos 10 (dez) anos:
Braykes PPP
Contraprestação Estimada Comprometimento da RCL Projetada (%)
R$ 112.828.723,00 0,90
R$ 112.828.723,00 0,89
R$ 112.828.723,00 0,88
R$ 112.828.723,00 0,88
R$ 112.828.723,00 0,87
R$ 112.828.723,00 0,86
R$ 112.828.723,00 0,85
R$ 112.828.723,00 0,85
R$ 112.828.723,00 0,84
R$ 112.828.723,00 0,83
O comprometimento da RCL previsto para o projeto da Braykes PPP é sensivelmente
inferior ao limite anua de 5% estabelecido pela legislação.
CAPEX
Conforme exigido, a modelagem contemplou de forma objetiva e clara o CAPEX do
projeto, tendo este totalizado R$ 44.656.781,00. Sua metodologia de cálculo não é descrita no
9 Relatório de Gestão Fiscal produzido pela SEPLAN-MA disponível em:
http://www.seplan.ma.gov.br/files/2013/02/RGF-3QDM17-republica%C3%A7%C3%A3o.pdf Acesso:
15/05/2018
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caderno afim, mas tem razoável facilidade em dedução frente à memória de cálculo disposta na
planilha editável do Excel.
OPEX
Conforme exigido, foi apresentado em planilha aberta e editável os custos operacionais
do projeto. Estes foram ainda discriminados quanto à sua destinação. Entretanto, não houve
descrição do mesmo no documento textual, ou referência à sua estratégia de cálculo. Os valores
são:
OPEX total: R$ 1.266.946,9
Mão de obra operacional: R$ 631.801,62
Recrutamento e seleção: R$ 1.708,33
Operação da UPR: R$ 71.954
Alimentação: R$ 394.212,50
Equipamentos de segurança: R$ 19.099,44
Suprimentos: R$ 55.375
Manutenção: R$ 3.200
Mão de Obra detentos: R$ 74.000
Seguros: R$ 1.100
Educação: R$ 14.500
512 detentos/ mês: R$ 2.474,51
512 detentos/ dia: R$ 82,48
TIR
O valor da Taxa Interna de Retorno apresentado pela empresa é de 8,55%. Apesar de
não haver menções para sua metodologia de aferição, é possível rastrear a memória de cálculo
da planilha em excel, embora não de maneira clara e objetiva. Há ainda menção a outra taxa
TIR secundária, mas sem maior profundidade. Cabe ressaltar que o valor da TIR estabelecido
em 8,55% consiste em ponto de atenção para a consecução do projeto, tendo em vista seu peso
na atração de concorrentes ao processo de licitação.
5.3.3 Quadro comparativo
Umanizzare Braykes PPP
Vaga/ Dia R$160,96 R$135,00
Vaga/ Mês R$4.828,94 R$4.117,50
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Contraprestação mensal básica R$2.474.277,12 por
unidade.
R$2.108.160,00 por
unidade.
Contraprestação mensal efetiva R$2.474.277,12 por
unidade.
Somente poderá ser
efetuada com a posterior
construção das URPM.
TIR fluxo de caixa do projeto 11,79% 8,55%
TIR acionistas Não foi disponibilizada a
informação.
Não foi disponibilizada a
informação.
CAPEX R$41.276.786,72 R$44.656.781,00
Custo total do projeto R$165.107.146,88 R$178.627.124,00
OPEX Não foi disponibilizada a
informação. R$1.266.946,90
Payback Não foi disponibilizada a
informação. 11 anos.
VPL Não foi disponibilizada a
informação. R$46.891.912,87
Bônus anual por desempenho Não foi disponibilizada a
informação.
Pagamento Anual de
Desempenho (PAD)
Tipo de Financiamento
Capital Próprio com
possibilidade de obtenção de
financiamento externo (sem
apontar porcentagens).
30% Interno- Capital Social
70% Externo- BNDES
Quantidade de indicadores de
desempenho
5 indicadores
11 itens de controle.
27 indicadores
49 subindicadores
Cumprimento pleno do exigido
nos Ofícios Retificadores Foram cumpridos 27%. Foram cumpridos 50%.
Valor de remuneração dos
Estudos
Não foi disponibilizada a
informação.
Não foi disponibilizada a
informação.
5.3.4 Cumprimento de exigências
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No mesmo escopo do que vem sendo toado para esta subseção de análise, apresentar-
se-á a relação de cumprimento ou não das exigências dispostas nos Ofícios de Retificação.
Umanizzare Gestão Prisional Privada
Conforme o disposto no Ofício nº 1.075/2017-GAB/SEAP, foram enviados 11 (onze) pedidos
de retificação relativos ao Modelo Econômico-Financeiro, dentre os quais 5 (cinco)
apresentaram ressalvas.
3.a – Disponibilizar planilha editável, completa e com fórmulas relativas às projeções
do Modelo Financeiro em formato Excel, atualizando os valores de acordo com alterações
solicitadas neste documento.
O item foi atendido, conforme planilhas apresentadas.
3.b – Apresentar de forma clara e objetiva, em planilha, os valores da vaga/dia e da
vaga/mês.
O item foi atendido, as informações solicitadas não foram encontradas nas planilhas, mas
são indicadas no caderno em questão.
3.c – Apresentar de forma clara e objetiva, em planilha, o custo total do projeto;
O item não foi atendido. Não é disposto de forma clara o custo total de projeto.
3.d – Prever bônus por meta cumprida;
O item não foi atendido, considerando que, apesar do acréscimo de 0,15 no pagamento
para desempenho pleno, o mesmo se configura parte da remuneração ordinária da
concessionária, enquanto contraprestação.
3.e – Prever multas por descumprimento contratual e/ou por padrões insatisfatórios de
serviço;
O item não foi atendido. Em raciocínio análogo ao item anterior, a previsão de decréscimo
da remuneração diante resultado insatisfatório já constava no primeiro projeto e tem um caráter
pecuniário ordinário, enquanto contraprestação.
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3.f – Apresentar de forma detalhada justificativa e metodologia de cálculo para a TIR
estabelecida;
O item foi atendido parcialmente, em vista que apesar de apresentada a metodologia, não
houve detalhamentos e demonstrações diretas da TIR.
3.g – Revisar premissas fiscais e tributárias, incluindo o ICMS nos cálculos;
O item não foi atendido.
3.h – Apresentar de forma clara as premissas para recuperação do investimento por
parte dos acionistas;
O item foi atendido parcialmente. Não há detalhamento do retorno aos acionistas apesar
da apresentação do mesmo. Aqui, se verifica uma problemática similar ao item 3.f.
3.i – Análise de Sensibilidade: apresentar cenários alternativos em face de possíveis
modificações de receitas;
O item não foi atendido.
3.j – Apresentar as despesas com seguros e garantias;
O item foi atendido, conforme tabelas apresentadas.
3.k – Detalhar as despesas com capital/ com obras (CAPEX) e as despesas operacionais/
sem obras (OPEX) de forma individualizada, apresentando de forma clara os custos
O item foi atendido parcialmente, uma vez que apesar de apresentados de forma
discriminada os gastos em questão, isto não ocorre de forma clara.
Braykes PPP
Conforme o disposto no Ofício nº 1.074/2017-GAB/SEAP, foram enviados 6 (seis)
pedidos de retificação relativos ao Modelo Econômico-Financeiro, dentre os quais 4 (quatro)
apresentaram ressalvas.
3.a – Bônus por meta cumprida;
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A solicitação foi atendida, conforme item quatro do Anexo I do Modelo Econômico-
Financeiro.
3.b – Apresentação detalhada da justificativa e metodologia para a TIR estabelecida;
O item não foi atendido, uma vez que, apesar de assinalada a taxa, a justificativa para ela
não foi encontrada no Modelo Econômico-Financeiro
3.c – Inclusão do ICMS na indicação das premissas fiscais e tributárias;
O item não foi atendido, considerando que o ICMS não está incluído nos cálculos
apresentados.
3.d – Apresentar ICSD e/ou informações suficientes para calculá-lo;
O item foi atendido parcialmente, em vista da falta de transparência das informações
necessárias para calculá-lo, ou seu valor determinado.
3.e – Detalhar as despesas com capital (CAPEX) e as despesas operacionais (OPEX) de
forma individualizada.
O item foi atendido, conforme planilhas apresentadas.
3.f – Apresentação do valor de ressarcimento dos estudos conforme item 9.2 do PMI nº
01//2017-SEAP.
O item não foi atendido, apesar da busca por esta informação nos cadernos pertinentes.
Na modelagem econômico-financeira fica outra vez evidente o alinhamento do esperado
por parte de uma das empresas para com os interesses desta Administração, bem como com o
interesse público. Além disso, considerando a economicidade, segurança, organização e
metodologia de execução, a proposta apresentada pela concorrente Braykes se destaca. Isto,
claro, considerando todos os aspectos abordados nesta seção, com especial destaque à
metodologia de mensuração de desempenho.
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5.4. Modelo Jurídico
Primeiramente, cabe salientar que o Modelo Jurídico, à luz da legislação pertinente,
apresentaria, conforme esperado, determinado cerne comum. Neste sentido, em observância
dos princípios da Administração Pública e da prevalência do interesse público, a presente
análise se pautará pelo cumprimento das exigências dispostas no Edital PMI nº 001/2017 e
Ofícios Retificadores, bem como na maior adequabilidade aos interesses desta Secretaria de
Estado.
De acordo com o Edital PMI nº 001/2017, a frente jurídica deverá ser composta pelas
minutas de edital e contrato, formatação de modelos de anexos a eles correspondentes e
considerados necessários à realização de procedimento licitatório futuro, bem como de
relatórios e pareceres que servirão para sugerir encaminhamentos jurídicos julgados necessários
para aspectos gerais do projeto.
A presente seção tem por objetivo estruturar uma breve apresentação dos principais
pontos referentes à frente jurídica apresentada por cada empresa concorrente, partindo a seguir
para uma análise qualitativa sobre cada um deles. Tal análise, realizada à luz do referido Edital
de PMI e dos Ofícios Retificadores enviados às empresas, se pautará também por considerações
da maior adequação técnico-administrativa a esta Secretaria de Estado.
Dentre os diversos pontos contemplados pelo Modelo Jurídico, a análise se pauta por
aqueles aqui considerados prioritários para a execução do projeto, sendo eles: modalidade de
licitação, critério de julgamento, ordem de fases do certame, tempo de duração do contrato,
garantias, riscos e política de readequação do equilíbrio econômico-financeiro.
5.4.1. Umanizzare Gestão Prisional Privada
A empresa Umanizzare dispôs Modelo Jurídico com 12 (doze) documentos integrantes,
delineados de forma coesa e clara, embora carecendo de melhor organização em certos
momentos, como, por exemplo, na apresentação de um Sumário completo apenas na página 54
(cinquenta e quatro) do caderno. Ademais, existem outros pontos de adequação, de modo a
melhor atender o interesse público.
A modalidade de concorrência prevista na modelagem apresentada pela Umanizzare é a
Concorrência Internacional, embora esse aspecto do caderno não fique claro em todos os
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momentos. Ela não é, por exemplo, abordada no Relatório Jurídico, aparecendo somente na
Minuta sugerida de Edital. Seu critério de julgamento envolve a combinação de critérios de
Melhor Técnica e Menor Preço a ser pago pela administração pública, com a Proposta Técnica
equivalendo a 70% (setenta por cento) da avaliação global da proposta do concorrente, e a
Proposta Comercial representando os 30% (trinta por cento) restantes de sua avaliação. O prazo
previsto de contrato equivale a 20 (vinte) anos, contados a partir da emissão de Ordem de Início
de Obras, podendo ser prorrogável por outros 15 (quinze) anos.
Poderão, por essa proposta, concorrer ao processo licitatório empresas brasileiras ou
estrangeiras, de forma isolada ou via consórcio, bem como fundações, Fundos de Investimento
em Participações (FIPs) e trusts e fundos de private equity, desde que consorciados com
empresas aptas a preencher os requisitos do edital. Para além de documentos de habilitação, os
concorrentes ao certame deverão apresentar Garantia de Proposta com validade similar ao da
Proposta Comercial, totalizando 1% do valor estimado das contraprestações totais do contrato.
Seu intuito é cobrir multas, penalidades e indenizações devidas ao Poder Concedente em virtude
do procedimento de licitação. A metodologia de julgamento das propostas se dará por Inversão
de Fases, considerando, de modo sequencial, a Proposta Técnica, Proposta Comercial,
Documentos de Habilitação e, finalmente, a Garantia de Proposta.
Como forma de garantia de adimplemento ao Parceiro Privado ao longo da execução do
contrato, a modelagem apresentada pela Umanizzare prevê a constituição de patrimônio de
afetação pelo Fundo de Parcerias Público-Privadas do Estado do Maranhão (FPPP), em
montante equivalente a 6 (seis) contraprestações mensais. Para tanto, deverá ser estabelecida
uma Conta de Garantia e celebrado contrato com Agente Fiduciário de Garantia. Está previsto
para a recomposição do patrimônio de afetação o uso de recursos do Fundo de Participação dos
Estados (FPE) e de recebíveis do Porto de Itaqui.
Por sua vez, ao Parceiro Privado também é exigida a composição de Garantia de
Execução do Contrato, tendo em vista eventuais ressarcimentos devidos ao Poder Concedente
em decorrência do inadimplemento de suas obrigações, além do pagamento de multas. É
previsto que seu valor varie ao longo do prazo da Concessão Administrativa, sendo
contabilizado de acordo com percentual do valor anual do contrato.
A exigência de garantias deriva diretamente da existência dos riscos relativos ao projeto.
Conforme exigido pelo Edital de PMI, a Umanizzare apresenta matriz de riscos incorridos pelos
Parceiros Público e Privado ao longo do projeto. Sobre o Poder Concedente recaem,
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principalmente, os riscos relacionados ao procedimento de licitação e riscos institucionais, ou
seja, de cunho político, regulatório e legislativo, enquanto o Parceiro Privado deve arcar
majoritariamente com riscos de implantação e de operação. Os riscos podem ser
compartilhados, por exemplo, na ocorrência de caso fortuito ou de força maior, ou seu
responsável pode variar, como em ocorrências de motins e rebeliões, de acordo com a culpa
pelo fato gerador.
A modelagem apresenta previsão para o reequilíbrio econômico-financeiro, devendo ser
sua solicitação sempre embasada por relatório técnico, documentação pertinente e sugestão para
a recomposição. Dentre os principais fatores geradores de tal demanda, são listados eventos de
força maior e caso fortuito não seguráveis comercialmente, alterações tributárias, disposições
legais ou administrativas e medidas judiciais que dificultem a execução do projeto ou tornem
sua execução mais onerosa, ocorrência de eventos excepcionais causadores de flutuações
significativas nos mercados financeiro e cambial, entre outros.
Conforme mencionado anteriormente, o Modelo Jurídico apresentado pela empresa
apresenta pontos de adequação, de modo a melhor atender os interesses desta Secretaria de
Estado. Tais elementos podem ser encontrados principalmente na minuta de contrato, e estão
relacionados a sanções administrativas, a dispositivos em desacordo com os demais Modelos e
à divisão de obrigações entre Poder Concedente e Parceiro Privado.
O item 37.7 (página 184) da Minuta de Contrato rege que o Parceiro Privado não poderá
ser penalizado por infração cujas consequências já tenham resultado em redução da parcela
correspondente da Contraprestação Mensal. Tal dispositivo pode ser considerado em desacordo
com interesse público no sentido de que pode impedir a responsabilização e eventuais sanções
aplicadas pelo Poder Concedente e previstas em contrato.
Ademais, diversos dispositivos parecem estar em desacordo com ajustes realizados em
outros Modelos do projeto, em especial o de Engenharia e Arquitetura. Dentre alguns exemplos,
é possível mencionar a previsão do uso da cozinha como escola profissionalizante para os
custodiados, embora esta se encontre do lado de fora da muralha de segurança da Unidade
Prisional; a previsão de número máximo de 150 (cento e cinquenta) custodiados por Pavilhão,
quando o projeto de Engenharia apresenta dois pavilhões com mais de 200 (duzentos)
custodiados; a não especificação de celas com abertura aérea e a não vedação explícita à
circulação de pessoas presas em pavimento superior, quando existente.
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No que diz respeito à distribuição de responsabilidades entre os parceiros, são pontos de
atenção o fato de o item 12.12.1 (página 146) da minuta de contrato eximir o Parceiro Privado
de responsabilidade pela integridade física de visitantes e custodiados em eventos como motins,
rebeliões e outras formas de conflito, ainda que somente nos casos em que não for dele a
responsabilidade pelo fato gerador.
Por sua vez, atribui ao Parceiro Público a obtenção de todas as licenças e autorizações
ambientais, urbanísticas, construtivas, de implantação e operação, bem como as despesas
relacionadas. Entretanto, parece haver certo desacordo a esse respeito, dado que o Anexo XI do
Edital atribui ao Parceiro Privado a regularização ambiental das obras e obtenção de licenças
ambientais pertinentes.
Finalmente, outro ponto potencialmente problemático é a previsão de aceitação tácita dos
projetos básicos, complementares e executivos de construção pelo Poder Concedente caso este
falhe em apresentar sua análise no prazo de 15 (quinze) dias. Tal aceitação tácita também é
prevista para os Relatórios de Desempenho na ausência de Verificador Independente.
5.4.2. Braykes PPP
A empresa Braykes PPP apresentou Modelo Jurídico coerente prima facie, organizado e
preciso, dotado de 18 (dezoito) documentos integrantes. Entretanto, como em todos os
cadernos, ainda existem pontos de adequação visando sua aproximação dos interesses desta
Secretaria de Estado, tendo em vista a segurança jurídica e o interesse público.
A modalidade de concorrência prevista na modelagem é a de Concorrência Internacional.
Seu critério de julgamento é a combinação da Melhor Técnica com o Menor Preço, a ser pago
pela administração pública, com a Proposta Técnica equivalendo a 70% (setenta por cento) da
avaliação global da proposta do concorrente, e a Proposta Comercial representando os 30%
(trinta por cento) restantes de sua avaliação. O prazo previsto de contrato equivale a 20 (vinte)
anos, contados a partir da emissão de Ordem de Início de Obras, podendo ser prorrogável por
outros 15 (quinze) anos.
Poderão concorrer ao processo licitatório, de forma individual ou em consórcio,
sociedades empresárias, fundos de investimento em participações (FIPs), bem como outras
pessoas jurídicas, brasileiras ou estrangeiras. Para participação no certame, além de
documentos habilitatórios, os concorrentes deverão apresentar envelope de Garantia de
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Proposta, atingindo o valor de 1% do objeto do contrato. O procedimento licitatório se dará
respeitando o procedimento de Inversão de Fases, sendo verificada primeiramente a garantia
proposta, a proposta técnica, a proposta comercial e, por fim, a documentação habilitatória.
A Braykes PPP apresenta sua relação de riscos e sua política para recuperação do
equilíbrio econômico-financeiro no documento de Minuta de Contrato, Capítulo IX, mas sem
ser apresentada uma matriz de riscos, conforme exigido. Ainda neste escopo, vale indicar que
esta é uma seção da modelagem jurídica que merece atenção e revisões, uma vez que apesar da
boa estrutura, coerência e equiparação do risco geral corrido pelas partes, nota-se a carência de
explicitações a partes sensíveis operacionais, como eventuais fugas, e jurídico-administrativas,
como a cumprimento de decisões judiciais. Ademais, o mecanismo de equilíbrio financeiro
proposto, para os pontos em que este é pertinente, se constituiria numa interessante seguridade
para ambas as partes. E considerando o modelo de gestão, os riscos podem ser compartilhados,
por exemplo, na ocorrência de caso fortuito ou de força maior.
Considerando a referida análise de riscos, faz-se necessária a consolidação de políticas de
garantias entre as partes. Tendo em vista assegurar ao Poder Concedente o cumprimento das
obrigações do Parceiro Privado, é prevista a criação de um Seguro Garantia para pagamento
indenizatório. No mesmo sentido, é estabelecida a exigência de um banco fiador, responsável
por assumir o inadimplemento da concessionária como Política de Fiança. Por outro lado,
pensando nas garantias oferecidas ao Parceiro Privado, o documento carece de explicitação da
política adotada, onde foi mencionado o cumprimento dos aspectos legais e riscos acordados
contratualmente, mas ainda demandando o referido aprimoramento.
Em relação à obrigação entre as partes, parte também constante da minuta de contrato,
(seção que mais merece atenção e revisão deste Modelo), o projeto faz um delineamento
coerente com o restante do Estudo, e com o perfil esperado por este sistema penitenciário.
Entretanto, destacam-se algumas ressalvas metodológicas, como por exemplo a
responsabilidade da aquisição do licenciamento ambiental, por parte do Poder Concedente, ser
colocada como taxada celeridade, quando esta deve seguir normal corrimento jurídico e
administrativo, em pleno respeito aos prazos e exigências legais.
5.4.3. Quadro comparativo entre as duas propostas apresentadas
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Umanizzare Braykes PPP
Modalidade de Licitação Concorrência Internacional Concorrência Internacional
Critério de Julgamento Combinação de Melhor Técnica
e Menor Preço
Combinação de Melhor Técnica
e Melhor Preço
Peso Proposta Global 70% Proposta Técnica
30% Proposta Comercial
70% Proposta Técnica
30% Proposta Comercial
Ordem de Fases do
Certame
Inversão de Fases:
1) Proposta Técnica;
2) Proposta Comercial;
3) Habilitação; 4) Garantia de
Proposta
Inversão de Fases:
1) Garantia de Proposta;
2) Proposta Técnica;
3) Proposta Comercial;
4) Habilitação
Tempo de Duração do
Contrato
20 anos, prorrogáveis por mais
15 anos
20 anos, prorrogáveis por mais
15 anos
Garantias oferecidas pelo
Poder Concedente
FPPP, recomposição com
recursos do FPE e recebíveis do
Porto de Itaqui
Apenas referência às previsões
legais
Garantias oferecidas pela
Concessionária
Garantia de Proposta: 1% dos
valores estimados totais do
contrato;
Garantia de Execução de
Contrato: valor variável, não
definido
Garantia de Proposta: 1% dos
valores estimados totais do
contrato;
Seguro Garantia;
Política de Fiança
5.4.4. Cumprimento de Exigências
Uma vez concluídas a apresentação e a análise dos Modelos Jurídicos, apresenta-se
abaixo os pontos de retificação solicitados pela SEAP através dos Ofícios nº 1.074/2017 e nº
1.075/2017, enviados respectivamente para as empresas Braykes PPP e Umanizzare Gestão
Prisional Privada, tendo em vista o cumprimento ou não de suas disposições:
Umanizzare Gestão Prisional Privada:
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De acordo com o Ofício nº 1.075/2017-GAB/SEAP, foram enviados 5 (cinco) pedidos de
retificação relativos ao Modelo Jurídico, dentre os quais 2 (dois) apresentaram ressalvas.
4.a – Modalidade de Licitação: contemplar no preâmbulo editalício a modalidade de
licitação internacional.
O item foi atendido, embora a alteração tenha ocorrido somente na Minuta de Edital.
4.b – Garantias: explicitar política e observar os termos em adequação ao entendimento
do TCU acerca do tema.
O item foi atendido parcialmente. Foi contemplado o entendimento do TCU, mas não
houve maior detalhamento da política de garantias em casos de inadimplemento parcial.
4.c – Requisitos habilitatórios: na habilitação de qualificação-técnica registrar se os
valores mínimos se referem às parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo.
O item não foi atendido, considerando a ausência da referência dos valores mínimos,
quanto à qualificação técnica, e ainda a descrição técnica como puramente “qualificação
técnica-operacional”.
4.d – Licença ambiental prévia ou diretrizes para o licenciamento ambiental: prever um
tópico específico para a temática no Edital discriminando as responsabilidades à obtenção das
licenças, considerando o art. 10, inciso VII, da lei nº 11.079/04.
O item foi atendido, conforme Anexo XI do Modelo Jurídico.
4.e – Ordem das Fases do Certame: apresentar a inversão de fases licitatórias, seguindo
os ditames do art. 13 da Lei 11.079/95.
O item foi atendido, estando prevista a inversão de fases licitatórias.
Braykes PPP
O Ofício nº 1.074/2017-GAB/SEAP apresentou 5 (cinco) pedidos de retificação relativos
ao Modelo Jurídico, dos quais apenas 1 (um) apresentou restrições.
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4.a – Critério de Julgamento: conforme o artigo 12, II, “b”, da lei nº 11.079/2004,
recomenda-se como critério de julgamento da proposta o menor valor da contraprestação a
ser paga pela Administração Pública, somado a melhor técnica.
O item foi atendido, conforme Capítulo III da Minuta de Edital de Licitação.
4.b – Garantias: adequar o prazo de vigência da garantia de proposta e o de sua retenção
ao artigo 64, §3º, da lei 8.666/1993. Adequar ao artigo 31, §2º, da lei 8.666/1993 as exigências
de apresentação de garantia de proposta e de comprovação de patrimônio líquido mínimo, que
não podem ser realizadas de forma cumulativa. Adequar o prazo de apresentação de garantia
e execução ao entendido pelo TCU.
O item 4.b foi atendido parcialmente, segundo o disposto no Capítulo XI do anexo IX do
Modelo Jurídico, mas ainda carecendo de maior pormenorização.
4.c – Requisitos habilitatórios: de acordo com a lei nº 11.079/2004, modificar o edital de
forma que a responsabilidade solidária persista durante toda a duração contratual. Exigir, em
conjunto com o atestado da visita técnica, a previsibilidade da entrega de atestado de visita
técnica ou declaração de não comparecimento, expressando conhecimento e conformidade
com as condições e local de prestação dos serviços.
O item 4.c foi atendido, tendo sido observado no tópico 8 e anexos XIV e XVIII da Minuta
de Edital de Licitação.
4.d – Licença ambiental prévia ou diretrizes para o licenciamento ambiental. Prever um
tópico específico para a temática no Edital descriminando as responsabilidades à obtenção
das licenças, considerando art.10, inciso VII, da lei nº 11.079/04.
O item 4.d foi atendido, conforme Capítulo IV da Minuta de Edital de Licitação.
4.e – Aspectos Técnicos da Proposta: apresentar proposta com previsibilidade da
mensuração da técnica que a licitante pretende desenvolver ou empregar para executar o
objeto do contrato, e seu peso como critério de julgamento da proposta.
O item 4.e foi atendido, sendo indicado no Capítulo III, item 18.2, da Minuta de Edital
de Licitação.
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Considerando a previsibilidade de determinada similaridade entre os projetos, em respeito
ao caráter da matéria e o princípio público da Legalidade, não há em conteúdo um destaque
entre as empresas. Entretanto a organização, coerência e redação dos estudos jurídicos
apresentados pela Braykes PPP fizeram com que mais uma vez a mesma se destacasse em
detrimento ao projeto apresentado pela Umanizzare. Outrossim recomenda-se a adoção do
Modelo Jurídico apresentado pela empresa Braykes, sem deixar de ressaltar a necessidade de
verificação do mesmo e revisões para uma possível modelagem final.
5. Projeto Social
O Projeto Social foi exigido pelo entendimento da responsabilidade do Estado para com
a prevenção ao crime e a violência, com foco no público mais afetado: a juventude. Neste
sentido, esta análise parte do escopo de cada uma das propostas para avaliar a preocupação
social e capacidade de realização das políticas respectivas a cada estudo. Para tanto, foram
consideradas as disposições do Edital PMI nº 001/2017, bem como as considerações solicitadas
pelos Ofícios Retificadores, visando a maior adequação dos estudos apresentados
anteriormente. E, vale destacar ainda que, segundo o edital supramencionado, o Projeto Social
é uma exigência, mas de caráter complementar para fins avaliativos.
De maneira mais objetiva, cabe a este projeto contemplar: objetivo; custos relativos;
procedimento de implementação e; procedimento de trabalho com o respectivo público-alvo.
Segundo o histórico acerca da PPP do sistema penitenciário no Maranhão, exposto neste
relatório, a empresas Umanizzare e Braykes PPP apresentaram um compêndio de informações
sobre suas respectivas propostas sociais nesta parceria público-privada. Sendo assim, buscamos
tecer uma análise qualitativa sobre cada projeto disposto, para além, iremos expor os elementos
que atenderam, ou não, às expectativas desta Secretaria.
5.5.1. Umanizzare Gestão Prisional Privada
A empresa Umanizzare apresentou, em seu caderno de estudo, como objetivo do projeto
social a construção e operacionalização de um centro de qualificação profissional, denominado
de Núcleo de Aprendizado Profissional, voltado prioritariamente para jovens egressos do
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sistema prisional e demais jovens da comunidade, em especial na faixa etária entre 18 e 24 anos,
residentes no Estado do Maranhão.
A justificativa disposta reside essencialmente na possibilidade de geração de renda ao
município, por intermédio da profissionalização de seu público-alvo, levando-se em
consideração o Censo Escolar de Educação Básica de 2016, publicado pelo INEP, o qual indica
o estado do Maranhão como possuindo número significativo de jovens com ensino fundamental
incompleto, perfil escolar bastante presente também entre os custodiados no ambiente prisional.
Seus objetivos ainda consideram a formalização de parcerias com instituições de educação e
com os setores de serviços, indústria e comércio locais, compondo-se em capacitação e
promoção do emprego entre os beneficiados.
Entretanto, diagnosticamos uma superficialidade acerca da operacionalização de seu
projeto social. Tratando especificamente sobre tal afirmativa, esta concorrente apresentou uma
proposta de metodológica com informações sem apresentar um grau de detalhamento para a
efetivação de seu respectivo Núcleo de Aprendizado. Para além, a empresa deixou de evidenciar
seu respectivo conhecimento prévio da conjuntura em que pretende atuar, carecendo de dados
quantitativos e qualitativos prévios de seu público-alvo, tornando-se a primeira crítica desta
comissão em relação a este projeto.
No que concerne a relação custo-relativo, a empresa Umanizzare, deixou de quantificar
os Núcleos de Aprendizado Profissional a serem edificados, bem como não evidenciou se o
valor despendido para a construção do espaço físico teria caráter global ou unitário, valor este
a ser demonstrado em tabela comparativa ao final do diagnóstico. Este caderno, ainda, não
apresentou uma planta estrutural, dificultando a análise qualitativa desta comissão no que tange
ao relacionar o valor a ser destinado com a estrutura física proposta. As únicas informações
dispostas sobre a estrutura física são referentes ao número de salas de aula com sua respectiva
capacidade de alunos, bem como a quantidade de auditórios, salas administrativas, recepção,
oficinas para aulas práticas, copa e depósito.
Para além, tal superficialidade fica explícita ao demonstrar um compêndio de insumos a
serem utilizados, sem apresentar suas respectivas justificativas quantitativas e/ou
pormenorização operacional, sendo eles: recursos humanos, equipamentos, mobiliário. Ainda
neste quesito, a Empresa Umanizzare afirma destinar um valor mensal para efetuação do
pagamento ao docente, sem identificar a quantidade e a composição de áreas de conhecimento
a serem contempladas, além disto, sem a prévia ciência do quantitativo público-alvo estes
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materiais podem resultar em efeitos contrários em relação aos resultados almejados,
evidenciando assim uma última fragilidade identificada quanto ao projeto social exposto.
5.5.2. Braykes PPP
A empresa Braykes PPP, segunda pleiteante a ser analisada, apresenta como proposta de
projeto social a criação do Centro de Desenvolvimento do Adolescente Pleno - CEDAP. Seu
objetivo reside em atuar na oferta de oportunidades ocupacionais, de interação social positiva
e promoção da cidadania, especificamente a empresa apresentou uma descrição breve de cada
região do Estado do Maranhão, bem como uma relação estatística, balizada pelas informações
dispostas pelo Instituto Brasileiro Geográfico- IBGE, entre a população residente de cada
município e jovens inseridos no ensino médio, sendo estes últimos a serem contemplados pelo
projeto social proposto.
A empresa alega a realização de estudos quanto aos cenários de políticas similares e
atenção a adolescentes e pré-adolescentes nas regiões de implementação das UPRM, que
ausentes, justificam a criação do CEDAP. Destarte, a empresa configura o projeto social como
contingencial, adequando os CEDAPS à realidade produtiva de cada região, com cerca de 18
(dezoito) ações divididas nos seguintes eixos: i) Educação profissionalizante; ii) Educação para
a cidadania; iii) Apoio psicossocial e; iv) Educação Esportiva. Cabe destacar que estas ações
foram idealizadas previamente, visando serem apresentadas e discutidas com os respectivos
atores englobados neste projeto. A empresa, porém, não faz referência às citadas experiências
já desenvolvidas.
No estudo apresentado pela empresa presenciamos um projeto arquitetônico da estrutura
a ser disposta, contemplando número de salas para aula, além da quantidade de auditório, sala
administrativa e de multiuso, recepção, oficinas para práticas físicas e banheiros. Vale destacar
que a empresa Braykes PPP apresentou uma projeção de gastos mensais de insumos, bem como
dos demais equipamentos a serem utilizados nas respectivas estruturas físicas, contudo não
disponibilizou a quantidade a ser adquirida destes equipamentos. A empresa deixou também de
apresentar uma prévia acerca da quantidade de alunos a serem dispostos em cada sala, tornando-
se uma crítica negativa a ser trazida neste momento.
No que concerne os recursos humanos destinados ao funcionamento da estrutura, a
Braykes PPP elenca as áreas de atuação, bem como a quantidade e pré-requisitos de cada
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profissional, além de tecer acerca da proposta salarial de cada funcionário. A tabela abaixo
evidencia a projeção mensal total a ser destinada a mão-de-obra, fator de destaque positivo na
proposta da empresa. Outro elemento apreciado por esta comissão está relacionado à projeção
de dispêndio de recursos financeiros quanto à alimentação de seus funcionários e alunos,
entretanto, não está disposto no projeto quais os mecanismos para aquisição destes alimentos,
sendo necessário uma explicação mais minuciosa por parte da concorrente.
5.5.3. Quadro comparativo entre as duas propostas apresentadas
A seguir será apresentado uma relação entre as duas empresas candidatas em relação ao
projeto social.
Umanizzare Braykes PPP
Objetivo do Projeto Social Criação do Núcleo de
Aprendizado
Profissional.
Criação do Centro de
Desenvolvimento do
Adolescente Pleno.
Destino do dispêndio do recurso
Construção do espaço físico R$2.167.710,27 s/n R$100.000,00 un.
Manutenção Mensal R$2.167,71 R$17.500,00
Equipamentos R$83.816,80 s/n R$100.000,00 s/n
Insumos R$9.500,00 R$17.500,00
Mão-de-Obra Operacional Mensal R$34.723,78 R$57.095,52
Alimentação (funcionários e alunos) ----------- R$7,00 un.
5.5.4. Cumprimento de exigências
Com base no Edital de Procedimento de Manifestação de Interesse nº 01/2017 – SEAP
em seus artigos 8.3 e 11.7.a, esta Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP)
encaminhou os Ofícios n°1.074 e n°1.075 de 2017, respectivamente para a empresa Braykes
PPP e Umanizzare Gestão Prisional Privada solicitando a retificação e reapresentação de
estudos, dados e informações técnicas. Será disposto a seguir o cumprimento das exigências
apresentadas nestes documentos no que se refere ao projeto social.
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Umanizzare Gestão Prisional
5.a – Apresentar levantamento dos custos separados do Núcleo de Aprendizado
Profissional dos demais itens do projeto (para além do valor mensal de manutenção por
unidade);
Atendeu parcialmente este item em seu relatório, pois houve ausência de justificativas
sobre os valores apresentados, conforme exposto na subseção denominada de Estrutura Física.
5.b – Apresentar maior detalhamento no que diz respeito às ações a serem realizadas e
ao destino dos gastos mensais para manutenção das unidades (aluguel, pessoal e insumos);
Apresentou parcialmente este item em seu relatório, uma vez que havia ausência
específica quanto aos insumos, sendo disposta na subseção denominada de Estrutura Física.
5.c – Revisar o quantitativo da equipe multidisciplinar e disposição do espaço físico
(limitado);
Apresentou parcialmente este item em seu relatório, uma vez que havia ausência do
quadro de docentes, conforme exposto nas subseções denominadas respectivamente de
Recursos Humanos e Estrutura Física.
5.d – Especificar o público-alvo;
Atendeu completamente este item em seu relatório, sendo apresentada na subseção
denominada de Abrangência.
5.e – Apresentar proposta de construção do Centro e não aluguel de imóvel;
Apresentou parcialmente este item em seu relatório, pois o valor despendido para a
construção não se refere a uma única estrutura ou mais, impossibilitando uma análise mais
precisa do valor, conforme exposto na subseção denominada de Estrutura Física.
5.f –Apresentar subdivisão do custo mensal por unidade;
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Apresentou parcialmente este item em seu respectivo relatório, uma vez que o valor
despendido para a manutenção mensal não é justificado na subseção denominada de Estrutura
Física.
5.g –Detalhar política de pesquisa de mercado para a escolha de cursos a serem
ofertados;
Atendeu completamente este item em seu relatório, conforme exposto na subseção
denominada de Metodologia.
5.h –Incluir egressos nas atividades e ações oferecidas pelo Núcleo de Aprendizado
Profissional.
Atendeu completamente este item em seu relatório, conforme exposto na subseção
denominada de Abrangência.
Braykes PPP
5.a – Definir e indicar de forma detalhada os diferentes instrumentos previstos nas ações
de atendimento ao público alvo.
O reestudo da Braykes PPP contemplou este item no tópico 3 em seu relatório,
denominado Exemplos de Ações que Podem ser Implementadas, uma vez que seu projeto dispôs
18 ações divididas nos seguintes eixos: i) Educação profissionalizante; ii) Educação para a
cidadania; iii) Apoio psicossocial e; iv) Educação Esportiva.
5.b – Deve ser apresentado como as ações do projeto se diferem das políticas públicas
já desenvolvidas pelo município.
O item foi atendido, segundo o tópico Cenários de Ações Atuais em Prol da Juventude
do projeto em questão, em que são traçados os perfis de cidades próximas aos locais de
implementação das UPRMs.
5.c – Discriminar mobiliário e equipamentos que serão utilizados, especificando a
proporção financeira a ser utilizada na construção e na aquisição desses elementos.
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O reestudo da Braykes PPP contemplou parcialmente este item em seus tópicos Proposta
da Estrutura Física do Projeto Social e Investimento e custeio mensais necessários para esta
atividade, uma vez que seu projeto não dispôs sobre determinados equipamentos necessários
para o desenvolvimento das atividades, bem como a quantidade destes itens, como por exemplo,
carteiras, quadros, cadeiras, dentre outros.
Considerando a apresentação dos Modelos Operacionais apresentados por cada
concorrente, bem como seu grau de cumprimento no que diz respeito às solicitações enviadas
via Ofícios Retificadores, considera-se neste caso o estudo apresentado pela Braykes PPP como
mais adequado aos interesses desta Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.
Entretanto, cabe ressaltar que mesmo esse estudo demanda alterações no procedimento de
modelagem final.
6. DA ESCOLHA
Partindo da análise realizada acerca do atendimento às disposições do item 5 do edital de
PMI nº 01/2017 – SEAP/MA, complementados pelos Ofícios Retificadores, e tomando como
base os critérios dispostos no item 8.1 do referido edital, é possível afirmar, em termos
qualitativos e quantitativos, maior adequabilidade dos estudos apresentados pela empresa
Braykes PPP em termos da observância das diretrizes e premissas delimitadas por esta
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. Para além, os documentos apresentados
pela Braykes PPP destacam-se em outros aspectos, como maior aprofundamento e
detalhamento das justificativas, em especial no que diz respeito aos Modelos Operacional e
Social, e o maior alinhamento das soluções apresentadas com as demandas da SEAP. Em
ilustração, indica-se, por exemplo, um cumprimento pleno de aproximadamente 77% dos
pontos exigidos pelo Ofício de Retificação enviado à Braykes PPP, face um cumprimento pleno
de cerca de 44% por parte da Umanizzare, em relação ao respectivo Ofício de Retificação
recebido por esta.
Embora os estudos de ambas as empresas apresentem compatibilidade com a legislação
aplicável, ainda que com algumas ressalvas para com o cumprimento de normas emitidas pelo
CNPCP, é nítida a maior consistência e coerência dos estudos apresentados pela empresa
Braykes PPP. Infelizmente, o material enviado pela empresa Umanizzare peca em demasia
nesse sentido, com dificuldades para adequada sistematização face uma organização
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insatisfatória das informações, apresentadas muitas vezes de forma desconexa, rasa, repetitiva
e/ou incompleta. Seu Modelo Operacional é ilustrativo nesse sentido, com conteúdo em
desacordo com seu título, falta de sequência lógica, conteúdo muitas vezes incompleto,
soluções idênticas para diferentes demandas feitas pela SEAP, entre outros problemas que, em
conjunto, não se mostram maduros o suficiente para serem selecionados por esta Secretaria,
face o compromisso de obter os melhores resultados aptos a atenderem ao interesse público.
Em respeito aos objetivos almejados com o projeto, ressalta-se também a maior
possibilidade de ganhos de eficiências e o maior custo-benefício dos estudos entregues pela
Braykes PPP. Isto considerando, por exemplo, os valores mais elevados na modelagem
apresentada pela Umanizzare Gestão Prisional, como o valor da vaga/dia que totaliza R$160,96,
resultando num valor de R$4.828,94 para a vaga/mês. Já na modelagem da empresa Braykes
PPP estes valores são R$135,00 e R$4.117,50, respectivamente.
Conforme disposto anteriormente, é basilar para a aprovação dos estudos o atendimento
aos Ofícios Retificadores, em especial às recomendações feitas para o Modelo de Engenharia e
Arquitetura, dadas sua relevância para a estruturação dos demais Modelos e a opção pela
escolha de um projeto em sua totalidade e integralidade, tendo em vista a garantia de sua coesão,
coerência e complementaridade. Novamente, destaca-se a empresa Braykes PPP, que se
mostrou capaz de alterar seu projeto de modo a cumprir a quase totalidade das recomendações
feitas por esta Secretaria de Estado via Ofício Retificador.
Não obstante, mister se faz necessário apontar, desde logo, que as observações de
melhorias presentes em ambos os estudos e a sensibilidade jurídica do tema exigem que
independente da escolha de uma das propostas, dever-se-á promover a adequação do projeto
recomendado, em uma Modelagem Final, prévia à licitação, considerando todas as ressalvas
já apontadas neste relatório e outras que esta porventura Secretaria acredite pertinentes.
Portanto, devido a todos os aspectos acima delineados, recomenda-se a seleção dos
estudos apresentados pela Braykes PPP para a continuidade do projeto de Parceria Público-
Privada no âmbito da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Maranhão,
submetendo-o, após a homologação desta recomendação, à fase de ajustes visando sua
modelagem final, conforme exposto supra.
GRUPO EXECUTIVO
COMISSÃO DE AVALIAÇÃO DE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA