relatório anual à assembleia nacional 2014

160
REPÚBLICA DE ANGOLA PROVEDORIA DE JUSTIÇA Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014 Luanda, Março de 2015

Upload: others

Post on 16-Oct-2021

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

1

REPÚBLICA DE ANGOLA

PROVEDORIA DE JUSTIÇA

Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

Luanda, Março de 2015

Page 2: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

2

Título:

Relatório Anual à Assembleia Nacional – 2014

Edição:

Provedoria de Justiça

Como contactar o Provedor de Justiça:

Rua 17 de Setembro ou Pinheiro Furtado, Cidade Alta

Luanda - Telefone: 222 371 071 / Fax: 222 399 994 /Telemóvel: 917416765

EMAIL: [email protected] – WEB: www. provedor-jus.co.ao

Page 3: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

3

Em cumprimento do disposto no n.º 7, do art.º

192º da Constituição da República de Angola,

conjugado com o n.º1 do art.º 21.º, do Estatuto

do Provedor de Justiça – Lei n.º 4/06, de 28 de

Abril e com o n.º 5 do art.º n.º 272º do Regimento

da Assembleia Nacional, tenho a honra de

apresentar a esta Magna Casa das Leis, o

Relatório Anual das Actividades relativo ao ano

de 2014.

O Provedor de Justiça,

PAULO TJIPILICA

Page 4: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

4

ÍNDICE

Introdução……………………………………………………..…………………………………………………… .4

1 - Actividade Processual do Provedor de Justiça……...………………………..…………………… 8

1.1 Processos Registados……..……………………………………………..………..………………. 8

1.2 Situação Actual dos Processos…..………………………………………………… ………… 10

1.3 Participação Segundo o Género....………………………….……. …….……………………13

1.4 Assuntos mais recorrentes …………………………………………………….…………...….…15

1.5 Entidades visadas – As que respondem e as que não respondem .……….……….…..19

1.6 Proveniência das participações……………………………………… …………...……….….23

1.7 Grelha Exemplificativa das Audiências Concedidas………………………………………24

1.8 Exemplos de Tratamento de Dados …………………………………………………………..46

2- Outras actividades do Provedor de Justiça e da Provedora de Justiça Adjunta …………57

2.1 Visitas efectuadas e Acções Internas ………………………………………..……………….57

2.2 Serviços Locais……………...……………………...………….……………………………….…..94

2.3 Participação internacional – Presidência Angolana da AOMA / IVAssembleia

Geral da AOMA na sede da União Africana …………………………………………….113

2.4 Recursos Humanos e Acções de Formação .………………………….…………………..145

3 - Gestão Financeira ……..…………………………………………………..……..………………..…151

- Agradecimentos…..…………………………………………………………………………….….153

- Conclusões…………………………………………………………...………………………………155

- Anexo

Page 5: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

5

INTRODUÇÃO

I

Findo o ano de 2014, com todas as vicissitudes inerentes à gestão do

banco de dados dos assuntos ou problemas apresentados e aos

factores que se entrecruzam no relacionamento institucional, podemos

afirmar e informar que algo de positivo foi realizado, designadamente,

no atendimento aos cidadãos, nas visitas às províncias, aos

estabelecimentos prisionais, no registo da correspondência expedida e

recebida, nas participações dos cidadãos por via escrita, pelo portal e

internet, pela via telefónica e presencialmente.

Além disso, sempre que a gravidade das situações expostas o

impusessem, foram efectuadas averiguações “in loco” com o objectivo

de esclarecer factos junto das entidades visadas.

Neste ano, teve lugar a assinatura do Acordo de Cooperação entre a

Provedoria de Justiça e o Ministério da Comunicação Social, pela via do

qual, se irá viabilizar a veiculação nos “media públicos”, campanhas em

prol da cidadania e da civilidade, para ajudar a mitigação da relação

da crise entre as pessoas e os bens públicos, bem como auxiliar na

divulgação do Mandato, Função e Utilidade do Provedor e da

Provedoria de Justiça.

No que tange a formação de quadros, foram atingidos níveis bastante

satisfatórios, dando resposta às recomendações da Magna Casa das

Leis.

Por elementar dever de justiça, deve ser sublinhado o apoio prestado

pelas superiores instâncias do nosso país – a Presidência da República, a

Assembleia Nacional, bem assim, a colaboração e a prontidão nas

Page 6: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

6

respostas da área da justiça, desde os órgãos da judicatura, aos

serviços da tramitação administrativa, igual referência a certos

ministérios.

Aguarda melhor oportunidade, o preenchimento ou a instalação dos

serviços locais em algumas províncias com contactos já encetados.

É de salientar, o facto de a Provedoria de Justiça, estar neste momento

a debater-se com os problemas da falta de pessoal. Há áreas e sectores

da lei orgânica, que ainda não estão preenchidos.

Mais uma vez, manifesta-se a angústia de não ver agendada para

apreciação, discussão e quiçá, aprovação de uma minuta de

coadunação do estatuto e da lei orgânica da Provedoria de Justiça à

actual constituição. Esta Instituição, vem funcionando desde 2010, ao

arrepio da actual constituição. Razões não vislumbráveis, retardam esta

minuta desde 2010.

Esta situação põe em causa o funcionamento com a eficácia

reclamada pelos cidadãos, acarretando disfunções e dificuldades de

vária índole na busca das melhores práticas e soluções visando acudir o

cidadão que acorre aos serviços do Provedor de Justiça.

No plano internacional, após quatro anos na condução dos destinos de

AOMA (Associação dos Ombudsman, Mediadores ou Provedores de

Justiça Africanos), deu-se por terminado o mandato de Angola a frente

dos destinos da organização. O evento teve lugar de 4 a 12 de

Novembro de 2014, na sede da União Africana, com a cooperação das

autoridades da Etiópia na qualidade de país anfitrião, a exemplo de

Angola em 2010. Este evento teve o privilégio da presença física da

Presidente da Comissão da União Africana, Dra. Gonsazana Dlamini-

Page 7: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

7

Zuma e foi por sua vontade funcional que se realizou sob seus auspícios

na sede da União Africana.

Durante o seu mandato, Angola desenvolveu papel importante no

desempenho da presidência da Associação dos Provedores de Justiça

Africanos, tendo visitado as regiões Norte, Sul, Este e Oeste, Centro e

África do indico. Presidiu todas as reuniões do Comité Executivo e do

Instituto de Formação – AORC, sediado em Durban – Universidade de

Kwazulu Natal, para além de ter fomentado e facilitado a

institucionalização da figura do Provedor de Justiça em Moçambique e

Cabo Verde, a título de exemplos.

Visando dar respostas mais cabais à causa dos cidadãos, o ano de

2014, teve como pórtico de conduta, as seguintes palavras:

O CIDADÃO, A NOSSA OCUPAÇÃO,

O CIDADÃO, A NOSSA PREOCUPAÇÃO,

MAIS CIDADANIA, MAIS DIREITO,

MAIS DIREITO, MAIS CIDADANIA.

II

A estrutura do presente relatório persegue o figurino dos relatórios

anteriores, porquanto representa o arquétipo encontrado com base nas

doutas sugestões e recomendações das comissões especializadas da

Assembleia Nacional.

Nestes termos, o relatório está dividido em três capítulos:

Page 8: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

8

O PRIMEIRO CAPÍTULO contempla a actividade processual, bem

retratada no rol das entradas que mais adiante se exemplificam pelo

registo diário.

O SEGUNDO CAPÍTULO integra outras actividades do provedor de

Justiça que inclui quatro títulos:

Visitas efectuadas pelo Provedor de Justiça e Provedora de

Justiça Adjunta / acções internas;

Serviços locais;

Participação internacional;

Recursos Humanos e Acções de Formação.

O CAPÍTULO TERCEIRO aborda a questão financeira que contém o

exercício da execução financeira do ano de 2014.

O relatório contém quadros, ilustrações e imagens fotográficas

reveladores das acções a nível nacional e internacional.

Page 9: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

9

1. ACTIVIDADE PROCESSUAL DO PROVEDOR DE JUSTIÇA

1.1. Processos Registados

Durante o ano de 2014, a Provedoria de Justiça registou um fluxo

de entradas de 3907 documentos de diversa natureza, dos quais

cooptados como processos 612, que constituem exposições de

cidadãos que reclamam determinados direitos supostamente

violados e subsequente instrução para o apuramento da verdade

dos factos e o seu enquadramento jurídico.

No desenvolvimento das novas tecnologias de informação, a

Provedoria de Justiça tem envidado esforços no sentido de uma

melhor aproximação dos serviços ao cidadão pela utilização

desses meios, através do portal da instituição e do e-mail.

Assim, das 612 exposições supra, 586 foram realizadas

presencialmente, ou seja, os cidadãos interessados apresentaram

as suas reclamações pessoalmente, junto do Guiché do cidadão

que, na oportunidade, foram prestados os devidos

esclarecimentos sobre os procedimentos a adoptar, e 26

exposições por via e-mail.

Fazendo um quadro comparativo com o ano anterior, 2014

registou um incremento no número de participações, num

diferencial de 19, ou seja, como ilustra o gráfico abaixo, em 2013

houve 593 participações, enquanto, em 2014, deram entrada de

612, provenientes das 18 províncias do país.

O quadro seguinte demonstra a evolução das participações que

foram registadas durante os últimos setes anos.

Page 10: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

10

Quadro n.º 1

ANO RECLAMAÇÕES REGISTADAS

2008 186

2009 334

2010 292

2011 295

2012 673

2013 593

2014 612

TOTAL 2985

Gráfico n.º 1

Participações registadas nos últimos 7 anos

186

334

292

295

673412

593

612

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Page 11: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

11

Entretanto, das referidas exposições, após uma análise prévia e

mecanismo de triagem, foram constituídos 554 processos, com os mais

variados assuntos ou objecto de reclamação.

A esse número junta-se aquele de processos transitados do ano anterior,

que é, conforme os dados do Relatório de 2013, de 114 processos,

totalizando, assim, 668 processos que correram seus trâmites na

Provedoria de Justiça.

1.2. Situação Actual dos Processos

No ano de 2014, foram expedidos 1881 ofícios, no cômputo geral, sobre

os vários assuntos da vida institucional. Em contrapartida, o Provedor de

Justiça recebeu 416 ofícios, igualmente de diversa natureza, mas

sobretudo no concernente à actividade processual.

Nesse período, correram seus tramites 438 (quatrocentos e trinta e oito)

processos, isto é, tiveram o devido tratamento de análise no âmbito de

instrução, que abrange o exame cuidado da factualidade ou de dados

apresentados pelos reclamantes, bem como a solicitação da

intervenção das entidades visadas, em obediência ao princípio do

contraditório, antes da emissão de qualquer recomendação.

Assim, foram solicitados 155 (cento e cinquenta e cinco)

esclarecimentos às entidades visadas;

128 (cento e vinte e oito) processos considerados findos, distribuídos da

seguinte forma:

51 (cinquenta e um) casos foram arquivados por várias razões,

nomeadamente, quando não sejam da competência do

Page 12: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

12

Provedor de Justiça (32); quando o Provedor de Justiça conclua

que a queixa não tem fundamento ou que não existem

elementos bastantes para ser adoptado qualquer procedimento;

e quando a ilegalidade ou injustiça invocadas já tenham sido

reparadas (19), (vide alíneas a), b) e c), do n.º 1 do artigo 28º, da

Lei n.º 4 de 28 de Abril – Lei do Estatuto do Provedor de Justiça);

77 (setenta e sete) casos resolvidos, ou seja, os cidadãos

reclamantes lograram, de facto, a sua pretensão tendo sido

repostos os seus direitos supostamente violados pelas entidades

visadas, ou simplesmente, foram devidamente esclarecidos,

como teremos oportunidade de demonstrá-lo mais adiante.

32 (trinta e dois) processos foram encaminhados para outras entidades,

por se considerar que as suas matérias não se circunscrevem no âmbito

de actuação do Provedor de Justiça, como previsto no artigo 29º da lei

acima referida;

12 (doze) recomendações produzidas. Considera-se pertinente

esclarecer aqui o facto de que muitos dos pedidos de esclarecimentos

tinham um duplo sentido ou objectivo: esclarecer os factos arrolados na

exposição supostamente praticados pela entidade visada, e, em caso

de existir alguma ilegalidade ou injustiça, repará-las. Desta forma,

explica-se a razão de ser tão reduzido o número de recomendações

feitas aos órgãos visados;

205 (duzentas e cinco) audiências solicitadas. Porém, 105 (cento e

cinco) foram concedidas, directamente pelo Provedor de Justiça ou

pela Provedora de Justiça –Adjunta, com trânsito de 100 (cem)

audiências para o ano seguinte.

De uma forma geral, transitam para o ano de 2015, 230 (duzentos e

trinta) processos, por se encontrar em instrução.

Page 13: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

13

Em suma, foram 554 (quinhentos e cinquenta e quatro) Processos

referentes ao registo do ano de 2014 e 114 (cento e catorze) processos

transitados do ano anterior totalizam 668 (seiscentos e sessenta e oito)

processos. Ora, sendo que 438 (quatrocentos e trinta e oito) processos

foram instruídos, transitam para o ano seguinte 230 (duzentos e trinta)

processos, como se ilustra no quadro seguinte.

Numa perspectiva comparativa com o ano anterior, temos o seguinte

quadro e respectivo quadro:

Quadro n.º 2

Situação dos

Processos

2013 2014

Arquivados 75 51

Resolvidos 78 77

Encaminhados 49 32

transitam 114 230

Aguardam resposta

das entidades

visadas

63 220

Em Análise 91 58

TOTAL 612 668

Page 14: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

14

Gráfico n.º 2

1.3. Participação Segundo o Género

O recurso ao serviço do Provedor de Justiça continua a ser dominado

pelo género masculino, como tem acontecido desde os primeiros

dados estatísticos sobre a actividade do Provedor de Justiça.

Contudo, importa realçar que com alguma frequência as senhoras

apresentam as suas reclamações em grupo, de duas ou três pessoas,

reivindicando os mesmos direitos, quiçá, revendo-se na mesma

situação. Não obstante, a sua afluência ao serviço do Provedor de

Justiça é bastante diminuta, se comparada com a dos homens. O

mapa abaixo ilustra bem essa realidade.

O que eventualmente pode justificar essa diferença bastante

considerável entre o género masculino e feminino no acesso ao serviço

0

50

100

150

200

250

2013 2014

Arquivados

Resolvidos

Encaminhads

Aguardam Resposta

Em Análise

Recomendações

Page 15: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

15

do Provedor de Justiça é o facto de que os problemas que muitas vezes

são submetidos à essa entidade não têm simplesmente a ver com a

pessoa na sua particularidade, mas sim se trata de uma questão

familiar, sendo o pai, enquanto chefe de família, aquele que se

posiciona na linha de frente, procurando encontrar as devidas soluções.

Quando são as senhoras a recorrer ao Provedor de Justiça, quase

sempre se apresentam na qualidade de chefe de família, ou o

problema diz respeito à sua pessoa. Por conseguinte, sente que é a

única pessoa legitimada para solicitar qualquer intervenção de alguma

entidade.

Quadro n.º 3

GÉNERO/ANO 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 TOTAL

Homens 140 250 189 200 294 389 428 1890

Mulheres 25 39 51 57 96 138 103 509

Pessoas

colectivas/Grupo

21 45 57 38 28 85 81 355

TOTAL 186 334 297 295 418 612 612 2536

Page 16: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

16

Gráfico n.º 3

Participações segundo o género

1.4. Assunto mais Recorrentes

Cada vez mais os cidadãos recorrem à intervenção do Provedor de

Justiça para verem resolvidos os seus problemas, não só na sua relação

com as entidades ou órgãos da Administração Pública, central ou local,

mais também na relação com outros particulares.

Contudo, o objecto das reclamações é diferenciado, conforme a

natureza do litígio e da matéria em contenda. Neste sentido, são vários

os assuntos que motivam o cidadão a solicitar o auxílio do Provedor de

Justiça que, por necessidade metodológica e permitir uma melhor

compreensão, agrupamos os vários assuntos por categorias, conforme a

similitude ou afinidade existente entre si.

Assim, sublinhamos as seguintes categorias:

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Homens

Mulheres

PessoasColectivas/Grupo

Page 17: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

17

Justiça, integrando as matérias relacionados com os direitos

fundamentais; as reclamações ou assuntos que têm a ver com a

administração da justiça, dos tribunais (neste particular, com

realce às reclamações por falta de celeridade na conclusão dos

processos judiciais, a falta de execução das sentenças e os

pedidos de patrocínio judiciário por insuficiência económica;

Laboral – esta categoria abrange todos os assuntos relacionados

com os litígios ou problemas laborais, nomeadamente os

despedimentos de funcionários públicos ou de trabalhadores

(tratando-se de empresas públicas ou de capitais

maioritariamente públicos, conforme a prescrição da própria lei

do Estatuto do Provedor de Justiça); as indemnizações à margem

dos ditames da lei; a falta de pagamento de salários e de outros

direitos decorrentes do vínculo contratual, etc.;

Conflito de Terras/Conflitos Imobiliários – Desde que a Constituição

da República de Angola, de 2010, consagrou a terra como

propriedade originária do Estado, e a actividade imobiliária

passou a ser uma indústria bastante lucrativa, os conflitos de terras

agudizaram-se entre, muitas vezes, a Administração e os

particulares, e os particulares entre si. Ora, sendo ou não da

competência do Provedor de Justiça, esses assuntos eram

levados à sua consideração e análise, o que implicava, com

frequência, a deslocação do Provedor de Justiça ou técnicos

para junto dos terrenos em conflito e respectivas administrações.

Tem sido uma tarefa nada fácil, pois nem sempre os que

reivindicam a titularidade de um determinado prédio rústico ou

terreno se encontram habilitados documentalmente, por um lado,

e as intenções da própria administração são transparentes.

Page 18: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

18

A grelha retratada no ponto 1.8 ilustra mais ou menos a

frequência dos assuntos mais recorrentes,

O quadro seguinte demostra de forma exaustiva os principais

assuntos relacionados com as reclamações ou queixas

apresentadas pelos cidadãos

Quadro n.º 4

Assuntos/Ano 2014

Administração da Justiça/Direitos

Fundamentais

93

Laboral 81

Imobiliário 65

Segurança Social (INSS) 24

Desalojamento/demolições 13

Detenções/Prisões preventivas

(reclamações)

18

Outros 297

Gráfico n.º 5

0

20

40

60

80

100

120

140

2014

Adm. Just./Dir. Fundamen.

Laboral

Conflito de Terras/Imobiliário

Segurança Social (INSS)

Desalojamento/demoliões

Detenções/Prisões Preventivas

Outros

Page 19: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

19

Pretendendo estabelecer algum quadro comparativo, com as devidas

adaptações pelo facto de nos dados de 2014 terem sido incluídos

outras referências ou variáveis que nos anos anteriores estavam diluídas

ou aglutinadas em outras, nomeadamente a variáveis sobre os

desalojamentos/demolições e as que se referem às detenções/prisões

preventivas, apresenta-se o seguinte gráfico ilustrativo da evolução e

das variações dos diferentes assuntos mais recorrentes ao longo dos

últimos 7 anos de actividades do Provedor de Justiça.

Quadro n.º 5

Assuntos/Ano 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Laboral 58 56 59 32 37 74 81

Imobiliário 33 62 35 23 75 48 65

Adm.

Justiça/Tribunais/Min.

Público/Dir. Fundamentais

12 15 62 54 68 86 93

Segurança Social 40 24 72 15 36 27 24

Outros 43 27 64 38 202 350 297

Page 20: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

20

Gráfico n.º 6

Tal como se pode constatar, uma percentagem considerável de

reclamações dos cidadãos tem a ver com as matérias relacionadas

com a administração da justiça e direitos fundamentais, os conflitos

laborais e os conflitos no âmbito dos direitos fundiários ou de terras.

A grelha de dados que abaixo se expõe apresenta de forma detalhada

os principais assuntos que versam os diferentes casos registados na

Instituição.

1.5. Entidades Visadas

Durante o ano em análise, o Provedor de Justiça, no exercício da sua

actividade de instrução de processos e resolução dos conflitos cuja

entidade visada é determinado órgão da Administração Pública, foi

interagindo com as diversas entidades públicas, através de ofícios ou

0

50

100

150

200

250

300

350

400

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Laboral

Imobiliário/Fundiário

Segurança Social

Ad. Justiça

DireitosFundamentaisOutros

Page 21: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

21

através de solicitações de informações pelos técnicos juristas

credenciados para o efeito, no sentido de encontrar uma solução ou,

pelo menos, um esclarecimento do caso submetido à sua apreciação.

Assim, foi possível identificar, a partir das exposições dos cidadãos

reclamantes, 57 órgãos visados, todos eles da Administração Pública,

com maior ou menor frequência. Por conseguinte, na fase de instrução,

o Provedor de Justiça solicitou mais de 50 (cinquenta) esclarecimentos

aos diferentes órgãos, 12 Recomendações, strictu sensu, pois que

amiúde as recomendações vão indexadas no pedido de

esclarecimentos, e vários ofícios de insistência.

Enquanto alguns órgãos e dignam responder as solicitações do

Provedor de justiça, outros remetem-se pura e simplesmente ao silêncio,

não obstante, por vezes, as referidas insistências.

O quadro a seguir, ilustra os diversos órgãos da Administração Pública a

quem se endereçou algum ofício do Provedor de Justiça, a frequência

e a indicação de ter respondido ou não à essa diligência.

Quadro n.º 6

ÓRGÃO VISADO

Nº de vezes

Ofícios

recebidos

Ofícios

respondidos

Tribunal Constitucional 1 0 0

Tribunal Supremo 8 3 0

Procuradoria – Geral da República 07 4 2

Conselho Superior da Magistratura

do Ministério Público

1 1 0

Estado Maior General 3 1 0

Tribunal Provincial de Luanda 13 8 0

Tribunal Provincial de Benguela 1 0 0

Page 22: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

22

Tribunal Provincial do Lobito 1 1 0

Tribunal Provincial do Moxico 1 1 1

Tribunal Provincial do Uíge 2 0 0

Tribunal Provincial do K. Sul 1 1 0

Tribunal Provincial da Huila 1 1 1

Tribunal Provincial da Lunda Norte 1 0 0

Tribunal Municipal da Ingombota 4 2 0

Tribunal Municipal do Cacuaco 1 1 1

Ministério do Interior 4 3 1

Ministério da Saúde 3 0 0

Ministério da Defesa 2 2 2

Ministério da Indústria 2 1 0

Ministério da Educação 2 2 2

Ministério da Agricultura 2 1 0

MAPTSS 2 0 0

Ministério da Justiça e dos Direitos

Humanos

4 3 2

Ministério do Ensino Superior 1 0 0

Ministério do Comércio 1 1 0

Provedoria deJustiça 2 0 0

Ordem dos Advogados de Angola 1 1 1

Governo Provincial de Luanda 6 4 1

Governo Provincial do Cunene 1 1 0

Governo Provincial de Cabinda 3 1 1

Governo Provincial do Uige 2 1 0

Governo Provincial do K. Sul 1 0 0

Comando-Geral da Polícia

Nacional

4 3 2

Comando Provincial da Polícia

Nacional do Namibe

1 1 1

DNIC 8 3 1

Page 23: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

23

Direcção Provincial de Educ.

Luanda

3 3 0

Direcção Provincial de Educ.

Benguela

1 1 1

Administração Municipal do Sumbe 1 1 1

Administração Municipal de Viana 5 2 1

Administração de Icolo e Bengo 1 1 0

Administração Municipal do Lobito 3 0 0

Administração Municipal do Kuito 1 1 0

Administração Municipal de

Benguela

3 3 3

Administração Municipal de Belas 1 1 0

Administração Municipal de Viana 2 2 1

Administração de Cacuaco 2

Administração Distrital de Kilamba

Kiaxi

1 1 0

TAAG 1 0 0

SONIP 1 1 1

Endiama 1 1 0

INSS 2 1 1

Sonangol Distribuidora 1 0 0

Clinica Girassol 1 1 0

Conservatório do Registo Predial 1 0 0

Universidade Mandume Ya

Ndemufayo

1 1 1

Universidade Katyavala Bwila 1 1 0

Banco de Poupança e Crédito

(BPC)

1 0 0

Banco de Desenvolvimento de

Angola (BDA)

1 1 1

Comissão Nacional de Venda do 1 1 0

Page 24: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

24

Património do Estado

Delegação de Habitação do

Huambo

1 0 0

INADEC 1 0 0

Direcção Nacional das Alfândegas 3 0 0

Hospital Américo Boavida 1 1 0

Hospital Militar de Luanda 1 0 0

Sociedade Mineira do Kuango 1 1 0

Caminhos de Ferro de Luanda 1 1 0

Comarca de Luanda 1 1 0

1.6. Proveniência das Participações

Os cidadãos dos vários cantos do país, com mais ou menos

dificuldades, em função de existir ou não próximo das suas residências

os serviços da Provedoria de Justiça, têm feito chegar as suas

reclamações ou queixas.

No entanto, Luanda regista o maior número de participações, o que se

compreenderá pelo facto não só da sede da instituição estar ubicada

em Luanda, em que se faz sentir com mais acuidade a divulgação da

função, mandato e actividade do Provedor de Justiça, mas sobretudo

por razões de densidade populacional, ou seja, Luanda concentra o

maior número de cidadãos, o que potencia uma maior conflitualidade

em todos os domínios.

A título de exemplo, temos a seguinte distribuição geográfica:

Page 25: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

25

Quadro n.º 7

Província N.º de Participações

Bengo 2

Benguela 31

Bié 3

Cabinda 19

Cunene 1

Humbo 7

Huila 10

K. Kubango 1

K. Norte 2

K. Sul 12

Luanda 400

L.unda-Norte 3

Lunda-Sul 2

Malange 3

Moxico 3

Namibe 3

Uige 10

Zaire 4

TOTAL 516

1.7. Grelha Exemplificativa das audiências concedidas.

O cidadão, tal como fizemos referência, pode recorrer ao serviço do

Provedor de Justiça de várias maneiras e sob diversas formas. Uma delas

é o acesso directo, através de uma audiência, muitas vezes sem prévia

Page 26: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

26

marcação, durante a qual se expõe os problemas que afligem o

cidadão e, quanto possível, encontrar uma solução imediata.

Em termos de calendarização, o Provedor de Justiça atende sempre, ou

seja todos os dias, sempre que é solicitado ou as circunstâncias o

impõem. Porém, ordinariamente, atende à segunda e terça-feira. À

quarta e quinta-feira, recebe os cidadãos em audiência a Senhora

Provedora de Justiça-Adjunta.

Já fizemos referência de que foram recebidos em audiência 205

cidadãos que, quase sempre, se reduz à constituição de um processo

que seguirá seus tramites, no âmbito de instrução processual.

A seguir, um exemplo (indicação) das audiências concedidas e

respectivas actas.

ABRIL

DATA DA AUDIÊNCIA 07/04/2014

Nº NOME

1 José Paulino

2 Jaime Manuel Gomes Maiato

3 Antonio dos Marteris Pareira do Amaral Gurgel

4 Júlia da Piedade Katenda

5 Luís Miguel

6 Beatriz Maria Mateus Jorge

DATA DA AUDIÊNCIA 08/04/2014

Nº NOME

1 Eugênia Chinengue Luvui Quiri Sonia Do Espirito Santo

Paulina António

2 José João Pedro

3 Adão José Moraes Cunga

4 Lopes Mufumagala

Page 27: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

27

DATA DA AUDIÊNCIA 24/04/2014

Nº NOME

1 Adão José Cungo

2 Jaime Manuel Gomes Maiato

3 Morine Putsa

4 Lopes Mufumagala

5 Rosa Marcos Dias Vieira Lopes

MAIO

DATA DA AUDIÊNCIA 16/05/2014

Nº NOME

1 Alice Maria M. Barros

2 Basílio Rufino Mateus Vasconcelo

3 Inocente Mbongaba

4 João Augusto Miguel

5 Maria da Conceição Fernandes Manuel

6 Conceição António Caiado Domingos

Salvador Bonifácio Domingos Tito

7 Celeste Filomena Baptista

8 Lopes Mufumagala

DATA DA AUDIÊNCIA 19/05/2014

Nº NOME

1 Manuel Gonçalves Malungo Maria Manuela Gonçalves Malungo

Sr. Gentil

DATA DA AUDIÊNCIA 26/05/2014

Nº NOME

1 Mateus Falcão Diogo

2 Yolanda Tchioquessinda Tchingongue Huambo

3 Adalberto Eliseu Canganjo Cauaia

4 Lopes Mufumagala

JUNHO

DATA DA AUDIÊNCIA 04/06/2014

Nº NOME

1 Cleudio Nuno Pedro Razão

2 Maria Joaquina Correia

3 Orlando João de Castro

Page 28: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

28

4 Gabriel Dimba

5 Mataya José Simão

6 Celeste Filomena Baptista

7 Morine Putsa

8 Gelson Florencio Abel Gunza

9 António Caetano Garcia

10 João de Castro Mabonze

DATA DA AUDIÊNCIA 05/06/2014

Nº NOME

1 Isabel Cristina José Maria dos Santos

2 João Mateus

3 Sr. Montoya

4 Lívia Ricardina Raquel Bernardo

5 Agostinho Ebo Dembo

6 Ilídio Sebastião

7 Claúdia António Felipa Júnior

8 Esmeraldino Manuel Ndavoca

9 José Ambrósio Kassoma

10 Lopes Mufumagala

DATA DA AUDIÊNCIA 06/06/2014

Nº NOME

1 João Augosto Miguel

2 Simão Gaspar Pedro

DATA DA AUDIÊNCIA 24/06/2014

Nº NOME

1 Tatiana de Assis

2 Cagila Pombo

3 Francisco André

4 Lopes Mufumagala

5 Mavuela Kitambi

6 Rita Gaspar Manuel

DATA DA AUDIÊNCIA 30/06/2014

Nº NOME

1 Eva Domingos António

Adriana Domingos António

2 Lopes Mufuma Dala

Page 29: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

29

JULHO

DATA DA AUDIÊNCIA 01/07/2014

Nº NOME

1 Lopes Mufumagala

2 Pelagi Mugoli Aralinda

3 João Calala

DATA DA AUDIÊNCIA 22/07/2014

Nº NOME

1 Isabel Candido Luis Ambriz Matias

Luzia António Diogo Luis

2 Sá Pedroso

3 Afonso Jamba

4 Daniel Domingos Liberal

5 Jacob Pedro

6 Daniel André Pedro Henda

7 Osvaldo Paulo Pena

AGOSTO

DATA DA AUDIÊNCIA 14/08/2014

Nº NOME

1 Francisco José Culenda

2 Carlos João Moraes Miguel

3 Esperança Solange T. Francisco

4 Moradores do Bairro Zango 4

5 Lino Francisco Mariano da Costa

6 Fernando Guelengue

7 Afrodite de Almeida João

8 Maria da Conceição Fernandes Manuel

DATA DA AUDIÊNCIA 18/08/2014

Nº NOME

1 Abel Wilson Chivela

2 Carlos Nicolau da Silva

3 Maria Helena Carvalho Pina

4 Monteiro Fernando Muanza Luiza da Conceição Daniel

Sebastião Fernando

5 Benjamim Lomanda

António Alves Lomanda

Page 30: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

30

DATA DA AUDIÊNCIA 19/08/2014

Nº NOME

1 Dr. Manuel Paulo da Cunha “Nito Cunha”

SETEMBRO

DATA DA AUDIÊNCIA 04/09/2014

Nº NOME

1 Lopes Mufumagala

2 Carla Lindeza

3 Idalina Domingos Mateus

Maria de Fátima Mateus

4 Moniz Domingos André

5 Teresa Raquel Tito

6 Comissão de Moradores do Zango 4

7 João Chicote

8 André Ngonga

9 Alfredo Francisco Simão

10 Catarina Mendes da Conceição

OUTUBRO

DATA DA AUDIÊNCIA 02/10/2014

Nº NOME

1 OSISA - FUNDAÇÃO OPEN SOCITY Siphosami Malunga – Director Executivo

Elias Isaac – Director para Angola

DATA DA AUDIÊNCIA 09/10/2014

Nº NOME

1 Lopes Mufumagala

2 Adriana Domingos António

Eva Domingos António

3 Joaquina Ferraz de Carvalho

4 Kassanga Mundamba Ginga K. dos Santos

Kanguenji dos Santos Kasongo dos Santos0

Page 31: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

31

DEZEMBRO

DATA DA AUDIÊNCIA 01/12/2014

Nº NOME

1 Gelson Florêncio Irene Matabicho

2 Moradores do Bairro Bita

3 António Capu Vilengalenga

4 Francisco Chico Benjamim

5 Joaquim Salvador Augusto

6 Rosa João Catambi Martins

7 Manuela Alfredo Caramelo

8 Rui Fernandes

Palmira Neves

9 Rafael José Cabelo

10 Feliciano Chipunde

DATA DA AUDIÊNCIA 02/12/2014

Nº NOME

1 Kissanga Mundamba

2 Lizete Lopes

3 Rosaria de Fátima Habitante

4 Octaviano Lourenço Luis Chivinga

5 Maria Mamba da Conceição Mateus

6 Naite Helena Kashaka

7 Agostinho António Luis

8 Afonso Jamba

9 Veronica Augusta Miti

10 Angelina Chipembe Gomes

11 Berta Demba Ntoto

DATA DA AUDIÊNCIA 03/12/2014

Nº NOME

1 Ana Eulália Maurício

2 João de Castro

3 António Xavier

4 Lourenço Miguel

5 José Manuel Nguima

6 Cléudio Nunu Pedro Razão

7 Kisanga Mundamba

8 Cristina Odete Teixeira Antunes Duarte de Sá

9 Agostinho Antero

10 Dulce Figueredo

Page 32: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

32

ACTAS DE AUDIÊNCIAS

1. PROCESSO Nº:041/2014 DATA DE ENTRADA: 02/12/2013

ASSUNTO: Descontos Salários

RECLAMANTE: Abel Wilson Chivela Contactos: 926545944

ÓRGÃO INTERVENIENTE: Comando Provincial da Polícia Nacional do

Namibe

Data da Solicitação: 15/05/2014 DATA DA AUDIENCIA: 16/05/2014

ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA

Aos dezoito de Agosto de dois mil e catorze, na sala de reuniões da

Provedoria de Justiça, pelas doze horas e trinta minutos, atendendo a

sua solicitação, foi recebido em audiência por sua Excelência o Provedor

de Justiça, o cidadão Abel Wilson Chivela. O encontro foi secretariado

pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação e Imagem da

Provedoria de Justiça. Na ocasião, o cidadão expos o seguinte:

1- Trabalhou durante 23 anos na Polícia Nacional e não se conforma

com o desfecho do processo, porque reclamou seus direitos e

sente-se injustiçado, considerando que:

- Não houve processo disciplinar;

- A mãe esteve doente e chegou a falecer;

- Já foi preso em duas ocasiões;

- A esposa também esteve doente e faleceu;

2- Diante disso, solicita o auxilio de Sua Excia o Provedor de

Justiça.

Page 33: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

33

OBSERVAÇÃO

“Não se conformando com a decisão do Comando Nacional da Polícia, foi-

lhe aconselhado a apresentar nova exposição informando o seu

inconformismo, fundamentando as razões.”

Luanda, aos 18 de Agosto de 2014

O Secretário da Audiência ____________________________

Esmael Silva

2. PROCESSO Nº 368/2013 DATA DE ENTRADA: 08/10/2013

ASSUNTO: Cobrança de Salários Atrasados

RECLAMANTE: Adão J. M. Cungo e outros Contactos: 923973759

ÓRGÃO INTERVENIENTE: ELAGRO – C.C.O.P.

Data da Solicitação: 21/11/2013 DATA DA AUDIENCIA: 24/04/2014

ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA

Aos vinte e quatro de Abril de dois mil e catorze, na sala de reuniões da

Provedoria de Justiça, pelas onze horas e dez minutos, atendendo a sua

solicitação, foram recebidos em audiência por sua Excelência o

Provedor de Justiça, os cidadãos Adão José Morais Cunga e João

Fernando Paciência. O encontro foi secretariado pelo Dr. Esmael Silva,

Chefe de Secção de Comunicação e Imagem da Provedoria de Justiça.

Na ocasião, os cidadãos expuseram o seguinte:

Page 34: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

34

1- Trabalharam para o senhor Eng.º Adriano A. S. Almeida Maiano

(Ex-Director da EPAL 1992), proprietário da empresa Elagro –

2- C.C.O.P., onde desempenharam as funções de Protecção Física

(Segurança), e auferiam o salário de 30.000 Kz Reajustados;

3- Em 2000, foram irregularmente despedidos. Desde então, lutam

pelo pagamento dos salários dos dois últimos anos de trabalho

(cerca de 190.000,00 usd), mas sem sucesso;

4- A questão já foi levada a Sala do Trabalho do Tribunal Provincial

de Luanda, tentou-se uma conciliação que resultou fracassada.

DESPACHO

“Assunto entre Privados. Tratar em Tribunal.”

“Contactar o Eng.º Adriano Maiano – EPAL”

Luanda, aos 24 de Abril de 2014

O Secretário da Audiência

____________________________ Esmael Silva

3. PROCESSO Nº: DATA DE ENTRADA:

ASSUNTO: Oportunidade de Trabalho

RECLAMANTE: Afonso Jama Contactos: 923757966 / 939567599

ÓRGÃO INTERVENIENTE: Provedoria de Justiça

Data da Solicitação: 17/07/2014 DATA DA AUDIENCIA: 22/07/2014

ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA

Aos dezassete de Julho de dois mil e catorze, na sala de reuniões da

Provedoria de Justiça, pelas onze horas e vinte minutos, atendendo a

Page 35: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

35

sua solicitação, foi recebido em audiência por sua Excelência o Provedor

de Justiça, o cidadão Afonso Jamba. O encontro foi secretariado pelo

Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação e Imagem da

Provedoria de Justiça. Na ocasião, o cidadão expos o seguinte:

1- É natural da Caala, província do Huambo e residente no Kuando

Kumbango. Serviu as forças armadas e encontra-se na condição

de Militar na Inactividade Temporária. Actualmente, actua como

defensor oficioso no Tribunal Provincial do Kuando Kubango.

2- Manifestou o desejo de tornar-se o representante da Provedoria de

Justiça na Província do Kuando Kubango.

DESPACHO

“Oportunidade de trabalho no Kuando Kubango. Notificado a trazer mais

elementos e Curriculum Vitae”.

Luanda, aos 17 de Julho de 2014

O Secretário da Audiência ____________________________

Esmael Silva

4. PROCESSO Nº: 327/2014 DATA DE ENTRADA: 02/07/2014

ASSUNTO: Calúnia e Difamação

RECLAMANTE: Ana Eulália Maurício Contactos: 923 660 098

ÓRGÃO INTERVENIENTE: Imporáfrica / Ponto de Cultura a Brasileira

Data da Solicitação: 12/06/2014 DATA DA AUDIENCIA: 03/12/2014

Page 36: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

36

ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA

Aos três de Dezembro de dois mil e catorze, na sala de reuniões da

Provedoria de Justiça, pelas onze horas e quinze minutos, atendendo a

sua solicitação, foi recebida em audiência por sua Excelência o Provedor

de Justiça, a cidadã Ana Eulália Maurício, natural dão Sambizanga, e

residente na rua Oliveira Martins, Bairro Alvalade em Luanda. O

encontro foi secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de

Comunicação e Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião, a cidadã

expos o seguinte:

1- Há alguns anos arrendou um imóvel a empresa Imporáfrica. Em

função disso, contactou um advogado que produziu um Contrato

de Arrendamento entre as partes;

2- Posteriormente, a referida empresa terá arrendado outro imóvel

ao Sr. Adúlcio Amílcar Ferraz, representante da empresa Ponto de

Cultura à Brasileira e, para o efeito, a Imporafrica utilizou-se do

modelo então apresentado pela Sr.ª Ana Eulália, sem, no entanto,

ter subtraído os dados desta;

3- Em decorrência deste contrato há um conflito entre o Sr. Adúlcio

e a Imporáfrica;

4- Na busca por solucionar o problema o Sr. Adúlcio, tem

importunado a Sr.ª Ana Eulália, com telefonemas, rondas a casa,

pois entende que ela é sócia da imporáfica, já que os dados da

cidadã estão presentes no contrato;

5- Neste contexto, o Sr. Adúlcio escreveu para várias instituições

inclusive a Presidência da República, Provedoria de Justiça e

Ministério da Justiça, queixando-se da Imporáfrica e da Sr.ª Ana

Eulália;

Page 37: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

37

6- Ante o exposto, solicita ao Provedor de Justiça que notifique o Sr.

Adúlcio para que deixe de importuna-la, pois nada tem a ver com

a Imporafrica.

7- Contacto das partes envolvidas:

Sr. Adulcio 926 331 927 / 926 338 961 / 924 713 073

Sr. Faruc. Imporafrica: 923 408 758

OBS: Corre nesta Provedoria de Justiça o processo Nº 391/2013, sobre

conflito de arrendamento em que o Sr. Adúlcio reclama conta a

Imporáfica.

“Não há, na Provedoria de Justiça, condições de intervenção por se tratar

DESPACHO

de assunto entre particulares. Mas, se fará um contacto com a Dr.ª Alda

Cardoso 923 660 098. ”

Luanda, aos 02 de Dezembro de 2014

O Secretário da Audiência ____________________________

Esmael Silva 5. PROCESSO Nº: 321/2014 DATA DE ENTRADA: 06/05/2013

ASSUNTO: Revindicação de salários atrasados e Reintegração ao

quadro

RECLAMANTE: Cagila Pombo Contactos:929407970

ÓRGÃO INTERVENIENTE: Direcção Provincial da Saúde de Luanda

Data da Solicitação: 23/06/2014 DATA DA AUDIENCIA: 24/06/2014

Page 38: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

38

ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA

Aos vinte e quatro de Junho de dois mil e catorze, na sala de reuniões

da Provedoria de Justiça, pelas catorze horas e cinco minutos,

atendendo a sua solicitação, foi recebido em audiência por sua

Excelência o Provedor de Justiça, o cidadão Cagila Pombo. O encontro

foi secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação

e Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião, o cidadão expos o

seguinte:

1- Exerceu as funções de Delegado da Saúde no Luena e em 1977 foi

transferido para Luanda.

2- Na Capital do país foi Delegado da Saúde nos municípios da Samba,

Cazenga e Maianga;

3- Enquanto exerceu as funções chegou a disponibilizar meios

pessoais, como carros, para as actividades do Ministério da Saúde.

4- Foi alvo de um Processo Disciplinar, na Direcção Provincial da Saúde

de Luanda, do qual desconhece as razões, mas que culminou com o

afastamento compulsivo das funções, mesmo sem ter sido ouvido.

5- Pretende a reparação da injustiça, reintegração ao quadro e o

pagamento dos salários em atraso.

DESPACHO

“Ficou de apresentar uma exposição com a documentação que suporta e

justifica a sua intenção.”

Page 39: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

39

Luanda, aos 24 de Junho de 2014

O Secretário da Audiência ____________________________

Esmael Silva

6. PROCESSO Nº: 422/2014 DATA DE ENTRADA: 14/08/2014

ASSUNTO: Cancelamento de Bilhete de Identidade

RECLAMANTE: Carla Maria Gomes de Sousa F. Lindeza

Contactos: 930 003 885

ÓRGÃO INTERVENIENTE: Ministério da Justiça

Data da Solicitação: 03/09/2014 DATA DA AUDIENCIA: 04/09/2014

ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA

Aos quatro de Setembro de dois mil e catorze, na sala de reuniões da

Provedoria de Justiça, pelas onze horas e quarenta minutos, atendendo

a sua solicitação, foi recebida em audiência por sua Excelência o

Provedor de Justiça, a cidadã Carla Maria Gomes de Sousa F.

Lindeza. O encontro foi secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de

Secção de Comunicação e Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião,

a cidadã expos o seguinte:

1- É angolana, nascida aos 7 de Fevereiro de 1966 na província da

Huila;

2- Viveu em Portugal e em 2011 veio a Angola, tendo tratado da

Certidão de Nascimento no Lubango e emitido, posteriormente, o

Bilhete de Identidade Nº 005304308HO046, no Posto de

Identificação dos Combatentes em Luanda;

3- Fixou residência em Angola com a família e, quando tentou tratar

do passaporte teve o Bilhete de Identidade retido pelo Inspector

Page 40: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

40

4- Job, dos Serviços de Identificação, por ter sido tratado depois da

emissão de Circular de Execução Permanente;

5- Apesar disso, chegou a votar no pleito de 2012;

6- Desde que o seu Bilhete de Identidade foi retido, não consegue

levantar dinheiro nos bancos, tratar Carta de Condução, não

consegue emprego, nem constituir empresa;

7- Pelo que pede a intervenção do Provedor de Justiça para

regularizar a sua situação.

DESPACHO

“Assunto de Nacionalidade.

Confiscados os documentos com base na Circular de Execução Permanente

de 6 de Maio de 2011.

Deduzir inconstitucionalidade”.

Luanda, aos 04 de Setembro de 2014

O Secretário da Audiência ____________________________

Esmael Silva

7. PROCESSO Nº: DATA DE ENTRADA:

ASSUNTO: Averbamento de Progenitores

RECLAMANTE: Celeste Filomena Baptista Contactos: 923133929

ÓRGÃO INTERVENIENTE: Conservatória do Kinaxixe

Data da Solicitação: 15/05/2014 DATA DA AUDIENCIA: 16/05/2014

Page 41: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

41

ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA

Aos dezasseis de Maio de dois mil e catorze, na sala de reuniões da

Provedoria de Justiça, pelas onze horas e quarenta minutos, atendendo

a sua solicitação, foi recebida em audiência por sua Excelência o

Provedor de Justiça, a cidadã Celeste Filomena Baptista.

Participaram, igualmente, da reunião os Senhores Elizabeth Celeste

António e Hamiltom António (filhos da Senhora Celeste), bem como, a

Senhora Alcina Dolfilia Baptista (irmã da Senhora Celeste). O encontro

foi secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação

e Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião, a cidadã expos o

seguinte:

1- Os filhos nasceram no Bié, mas foram registados em Luanda na

Conservatória do Kinaxixe.

2- Nos documentos dos filhos, não possui o nome dos pais, porque

na ocasião do registo o pai, Sr. Antonio Marques, já estava

desaparecido devido a guerra.

3- Só agora solicitam o averbamento dos progenitores porque

estudaram no exterior, onde usavam apenas os respectivos

passaportes. De volta ao país, tem passado por situações

constrangedoras por exibirem Bilhete de Identidade onde não

consta os nomes dos Pais.

4- Diante disso, solicitam o auxilio de Sua Excia o Provedora de

Justiça para que possam fazer novo registo para o averbamento

dos progenitores.

Page 42: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

42

DESPACHO

“Averbamento da Progenitora Mãe e se possível do Progenitor no Registo

na Conservatória e nos Bilhetes de Identidade.

Abordar o Ministro da Justiça ou Directamente o Director Nacional dos

Registos ou uma Conservatória. URGENTE”

Luanda, aos 16 de Maio de 2014

O Secretário da Audiência

____________________________

Esmael Silva

8. PROCESSO Nº: DATA DE ENTRADA:

ASSUNTO: Oportunidade de Trabalho

RECLAMANTE: Cládia Teresa Mateus António e Filipa Andrea de Almeida

Júnior Contactos: 927670699 / 912600228

ÓRGÃO INTERVENIENTE: Provedoria de Justiça

Data da Solicitação: 09/06/2014 DATA DA AUDIENCIA: 10/06/2014

ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA

Aos dez de Junho de dois mil e catorze, na sala de reuniões da

Provedoria de Justiça, pelas onze horas e trinta e cinco minutos,

atendendo a sua solicitação, foram recebidas em audiência por sua

Excelência o Provedor de Justiça, as cidadãs Cládia Teresa Mateus

António e Filipa Andrea de Almeida Júnior. O encontro foi

Page 43: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

43

secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação e

Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião, o cidadão expos o

seguinte:

1- Residem no Rangel em Luanda e pertecem a famílias de baixa

renda;

2- Encontram-se desempregadas;

3- Tendo assistido, pela televisão, a uma acção do Provedor de

Justiça nos arredores da cidade do Kilamba, resolveram contactar

para pedir uma oportunidade de emprego.

DESPACHO

“Espreitam uma oportunidade de trabalho. Deixaram os ´Curruculum

Vitae´. Importa consultar o mercado de trabalho e tentar ajudar a inserir-

se em qualquer actividade, empresa ou instituição pública ”

Luanda, aos 10 de Junho de 2014

O Secretário da Audiência

____________________________

Esmael Silva

9. PROCESSO Nº: 227 DATA DE ENTRADA: 28/04/2014

ASSUNTO: Demolição de Casas

RECLAMANTE: Comissão de Moradores do Bº. Bita Contactos: 927896335

ÓRGÃO INTERVENIENTE: SONIP / Administração da Cidade do Kilamba

Data da Solicitação: 15/05/2014 DATA DA AUDIENCIA: 16/05/2014

Page 44: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

44

ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA

Aos dezasseis de Maio de dois mil e catorze, na sala de reuniões da

Provedoria de Justiça, pelas onze horas e quinze minutos, atendendo a

sua solicitação, foram recebidos em audiência por sua Excelência o

Provedor de Justiça, os cidadãos João Augusto Miguel e Inocente

Quisito Mbonigaba, em nome e representação da Comissão de

Moradores do Bairro Bita Cambege. O encontro foi secretariado pelo

Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação e Imagem da

Provedoria de Justiça. Na ocasião, expuseram o seguinte:

1- São representantes dos moradores do Bairro Bita Cabenge,

proprietários do terreno onde hoje esta erguida a cidade do

Kilamba;

2- Para o início das obras da cidade, foram transladados, pelo

governo, para o local onde hoje é o bairro Bita Cambege;

3- Instalados, construíram as suas residências no local;

4- No dia 9 de Abril do ano em curso, nas primeiras horas da

manhã, elementos da Fiscalização da centralidade do Kilamba,

apoiados por polícias e militares, demoliram as casas, sem

qualquer contacto prévio. A acção foi dirigida pelo senhor

Joaquim Israel, Administrador da centralidade do Kilamba;

5- A referida acção foi tão violenta que um senhora gestante deu a

luz, em meio a confusão, debaixo de uma árvore, mas a criança

acabou por falecer devido ao ambiente hostil estabelecido no

local.

Page 45: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

45

DESPACHO

“O Provedor de Justiça fará uma visita de constatação na próxima terça

feira (20/05/2014). Para o efeito, o Dr. Manuel da Costa deve contactar a

Imprensa (TPA) para cobrir a visita”

Luanda, aos 16 de Maio de 2014

O Secretário da Audiência

____________________________

Esmael Silva

10. PROCESSO Nº: 094/2014 DATA DE ENTRADA:

ASSUNTO: Processo de Indemnização

RECLAMANTE: Ex-Trabalhadores da Sociedade Mineira de Luxinge

Contactos: 925202456 / 925354977

ÓRGÃO INTERVENIENTE: Endiama, E.P.

Data da Solicitação: 15/05/2014 DATA DA AUDIENCIA: 16/05/2014

ACTA DE AUDIÊNCIA COM O PROVEDOR DE JUSTIÇA

Aos dezoito de Agosto de dois mil e catorze, na sala de reuniões da

Provedoria de Justiça, pelas treze horas e quarenta minutos, atendendo

a sua solicitação, foram recebidas em audiência por sua Excelência o

Provedor de Justiça, os cidadãos Monteiro Fernando Muanza, Luiza

da Conceição Daniel e Sebastião Fernando, em representação dos Ex-

trabalhadores da Sociedade Mineira de Luxinge. O encontro foi

secretariado pelo Dr. Esmael Silva, Chefe de Secção de Comunicação e

Imagem da Provedoria de Justiça. Na ocasião, expuseram o seguinte:

1- Trabalharam na Sociedade Mineira de Luxinge desde 2009;

2- Estão a 4 anos sem salários e a empresa não declarou falência;

Page 46: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

46

3- No ano passado a empresa pagou 3 meses de salários;

4- Esse ano foram chamados no Hotel Diamante, ocasião em que a

Comissão Sindical pagou mais 6 meses de salários.

5- Discordam do processo de indemnização promovido pela empresa

e solicitam que o Sr. Carlos Sumbula, ao menos, responda o ofício

da Provedoria de Justiça, enviado no dia 23 de Julho de 2014.

OBSERVAÇÃO

“em 23 de Julho de 2014, foi remetido um ofício ao Sr. Carlos Sumbula,

PCA da Endiama, mas sem resposta. Os reclamantes interpuseram nova

exposição. ”

Luanda, aos 18 de Agosto de 2014

O Secretário da Audiência

____________________________ Esmael Silva

Page 47: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

47

1.8. Exemplos de Tratamento de Dados

Page 48: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

48

Page 49: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

49

Page 50: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

50

Page 51: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

51

Page 52: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

52

Page 53: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

53

Page 54: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

54

Page 55: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

55

Page 56: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

56

Page 57: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

57

Page 58: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

58

2 - OUTRAS ACTIVIDADES DO PROVEDOR DE JUSTIÇA E DA

PROVEDORA DE JUSTIÇA ADJUNTA

2.1. VISITAS EFECTUADAS E ACÇÕES INTERNAS

As acções desenvolvidas neste ponto, inscrevem-se no âmbito das

competências do Provedor de Justiça, constantes no artigo 18º. Da Lei

nº. 4/06, de 28 de Abril – Lei do Estatuo do Provedor de Justiça, onde se

pode divisar nas alíneas:

c) “Promover a divulgação do conteúdo de cada um dos direitos e

liberdades fundamentais, bem como da finalidade da instituição do

provedor de Justiça, dos meios de acção de que dispõe e de como a

ele se pode fazer apelo” e

e)“visitar e apreciar as condições humanas de internamento dos

reclusos, devendo, sempre que constatar situações desumanas que

periguem a vida destes, recomendar ao órgão visitado a supressão

imediata das referidas condições e informar do facto o órgão superior

de tutela”.

Para além das actividades levadas a cabo pelo Titular da Instituição,

igualmente, descrevem-se aquelas realizadas pelos seus colaboradores

mais directos, bem assim as de natureza meramente administrativa

como é o caso do Conselho da Provedoria.

Page 59: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

59

Provedor de Justiça em visita às províncias

Ao longo do ano de 2014, foram realizadas as seguintes actividades:

Visita Técnica à Província do Cuanza Sul

Com base na recomendação saída na reunião do Conselho de

Direcção da Provedoria de Justiça, realizada no dia 22 de Abril de 2014,

que orientava para a necessidade de uma equipa acercar-se junto do

Governo Provincial do Cuanza Sul, sobre todas as questões relativas a

construção das instalações para os Serviços Locais da Provedoria de

Justiça, tendo em conta a informação disponível de que aquele

Governo Provincial, havia previsto uma dotação financeira no PIP

referente ao ano de 2014, uma equipa da instituição, chefiada pelo

Secretário-geral, Dr. Plácido Van-Dúnem, deslocou-se à Cuanza Sul,

com esse propósito, no dia 30 de Abril de 2014.

Page 60: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

60

Audiência com o Vice Governador Provincial

Após os devidos procedimentos de instalação e o encontro de

concertação com o Dr. Morais António, Chefe dos Serviços Locais no

Cuanza Sul, a delegação da Provedoria de Justiça, foi recebida em

audiência às 10H15, pelo Governador Provincial em exercício, Eng.

António da Gama Lopes Teixeira, Vice-Governador para a Área Técnica

que, na ocasião endereçou votos de boas vindas.

Usando da palavra, o Dr. Plácido Van-Dunem, agradeceu a recepção

bem como o facto de as autoridades do Governo terem inscrito a

construção das instalações dos Serviços Locais da Provedoria de Justiça

no PIP.

Relativamente aos próximos passos, o Vice-Governador solicitou com a

máxima urgência, que a Provedoria de Justiça, faça chegar ao

Governo Provincial o projecto global, contendo, para além das

especificidades técnicas, quantidades e estimativas, devendo para

além do projecto físico, constar um CD do projecto executivo.

Foi fixado o prazo máximo de 15 dias para a entrega do projecto e

designado o Dr. Morais António, interlocutor da Provedoria de Justiça

junto do Governo.

Para uma boa prossecução dos objectivos definidos, as partes

comprometeram-se em engajar-se, respeitando os prazos e trabalhar

na base de cooperação;

Durante a estadia no Sumbe, a equipa visitou o espaço previsto para a

construção das instalações dos Serviços Locais, tendo ficado com boas

indicações sobre o mesmo.

Com base nas conclusões saídas da audiência, visando o cumprimento

dos prazos, foi orientado o Arquitecto Venceslau Gumbe, a trabalhar

num Projecto executivo completo, adaptado ao do Cunene, contendo

o mapa com as quantidades e estimativas, no prazo de 12 dias.

Page 61: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

61

Visita do Provedor de Justiça a Província do Huambo

Com o intuito de se inteirar sobre o andamento dos Serviços Locais da

Provedoria de Justiça e proceder diligências da sua transferência para

o Núcleo da Assembleia Nacional, bem assim, visitar e apreciar as

condições de habitabilidade dos reclusos, o Provedor de Justiça,

deslocou-se à Província do Huambo, no dia 15 de Maio, chefiando uma

delegação composta por técnicos Seniores da Instituição que dirige.

A delegaçãofoi recebida por Sua Excelência, o Vice-Governador para

os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Arquitecto Calunga Francisco

Quissanga, em representação de Sua Excelência o Governador da

Província.

Cumpridas as formalidades no aeroporto, o Vice-Governadordo

Huambo acompanhou o Provedor de Justiça até ao Palácio do

Governo da Província, onde manteve um encontro privado com Sua

Excelência o Governador, General Kundi Paihama.

Acto contínuo, o Provedor de Justiça, acompanhado pelo Vice-

Governador, Procurador Provincial e outras individualidades, visitou o

Estabelecimento Prisional de Cambiote, tendo sido recebido pelo

Subinspector Prisional, Augusto Dunn João, em representação do

Director Provincial do Estabelecimento Prisional.

Na área Administrativa do Estabelecimento Prisional, o Provedor de

Justiça passou em revista a situação processual e as condições de

habitabilidade dos reclusos, tendo registado a seguinte informação:

A existência de 1045 (Mil e Quarenta e Cinco) reclusos, dos quais

621 condenados e 424 detidos, destes cerca de 102 reclusos com

excesso de prisão preventiva.

A necessidade de mais Magistrados do Ministério Público a nível

da Província, visto que ocorrem sessões de julgamento em que o

Page 62: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

62

representante do Ministério Público é escolhido de entre os

presentes.

No interior penal do Estabelecimento, o Provedor de Justiça, manteve

contacto com toda população penal entre detidos e condenados de

ambos os géneros num só momento, no Pavilhão E.

Em contacto directo com os reclusos, como tem sido de praxe nos seus

encontros, o Provedor de Justiça, endereçou palavras encorajadoras,

aconselhou-os a pautarem por uma conduta exemplar, enquanto durar

o tempo de reclusão, sublinhando “que estão aí porque se encontram

em conflito com a lei, mas que não estão esquecidos pelo Estado”.

A população penal não deixou de manifestar a sua satisfação pela

visita e pela forma familiar com que o Provedor de Justiça interagiu com

os mesmos, tendo também endereçado uma mensagem ao Provedor

de Justiça, na qual, dentre as várias preocupações apresentadas

destacam-se as seguintes:

Alguns reclusos estarem detidos e não saber ao certo as

razões (acusação);

A chamada tardia por parte do Tribunal para o julgamento

(excesso de prisão preventiva);

Demora no processo de recurso (Tribunal Supremo).

Findo o contacto com os reclusos no interior penal, o Provedor de

Justiça, visitou também os sectores do posto médico e os serviços de

cozinha. Nestes sectores pode verificar que o estado de saúde e as

condições alimentícias são bons, pois os reclusos têm assistência médica

e medicamentosa e fazem as três refeições por dia. Estas e outras

variáveis foram consideradas satisfatórias por apresentarem o

indispensável para um dia a dia com dignidade para os reclusos.

Page 63: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

63

Numa avaliação geral, pode o Provedor de Justiça, constatar a

existência de condições de habitabilidade e salubridade e que a

convivência entre os reclusos é salutar; possuem as três refeições diárias,

têm assistência médica e medicamentosa e uma área académica que

corresponde ao ensino primário e secundário (1.º ciclo e do 2.º ciclo),

para a reinserção social do recluso, aquando da sua saída, em

condições de manter uma vida e convivência em conformidade com

os padrões tidos como normais.

Visita da Provedora de Justiça Adjunta à Província do Uíge

Visando a instalação dos serviços locais da Provedoria de Justiça, e

tendo em conta a necessidade de realização de uma sessão de

esclarecimentos sobre a Função, Mandato e utilidade do Provedor de

Justiça, deslocou-se à Província do Uíge, entre os dias 28 e 29 de Julho

uma delegação da Provedoria de Justiça, chefiada por Sua Excelência

Dr.ª Maria da Conceição de Almeida Sango, Provedora de Justiça-

Adjunta e integrada por técnicos seniores da instituição.

No dia 28 de Julho, no aeroporto local, a Delegação foi recebida por

uma comissão do Governo local, chefiada pelo Vice-Governador para

a esfera económica, nas vestes de Governador em exercício, o Dr.

Eduardo Samba. Seguidamente a delegação foi encaminhada para

uma unidade hoteleira local para efeitos de acomodação.

Visando dar início às actividades programadas, a delegação rumou

para o município do Negage, onde realizou visitas à instituições afectas e

correlatas à justiça, nomeadamente ao Palácio Municipal da Justiça e

a Comarca do Kindoki. Na primeira, constatou-se a falta de postos de

emissão do Bilhete de Identidade, e ainda um estado de degradação

da infraestrutura, que clama por reabilitação e apetrechamento, com

Page 64: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

64

vista o melhoramento das condições de trabalho dos funcionários e,

consequentemente, a melhoria dos serviços prestados à população.

Ainda naquele município, antes do regresso ao município capital, a

delegação visitou o Estabelecimento Prisional do Kindoki, recentemente

reabilitado e inaugurado, estando bem apetrechado e com excelentes

condições humanas para o internamento dos reclusos.

No dia 29 de Julho as actividades retomaram, tendo começado com

uma visita ao Palácio Provincial da Justiça, recentemente reabilitado e

apetrechado, onde a Delegação passou por todas as áreas funcionais

da Estrutura e foi informada do seu funcionamento. Naquela estrutura, a

delegação constatou a existência de poucos Magistrados Judiciais (3

municipais e 4 de Direito) e uma elevada demanda pelos serviços do

Tribunal Provincial, e, como consequência desta desproporcionalidade,

a existência de uma excessiva morosidade na tramitação dos processos

que dão entrada naquele Tribunal. Constatou também a existência de

poucos Magistrados do Ministério Público (12 Procuradores), tendo,

ainda, em conta a demanda pelos Serviços da Justiça.

Nesta visita foi ainda constatada a falta de postos de emissão do BI em

determinados municípios, o que motiva a que os cidadãos tenham de

se deslocar por longas distâncias para tratar tal documentação.

Seguidamente, a Delegação rumou para a Direcção Provincial de

Investigação Criminal, onde foi recebida pelo seu Director e foi informada

sobre o funcionamento daquele Serviço.

A Sessão de Esclarecimentos subordinada ao tema “O Papel, Mandato e

Função do Provedor de Justiça”, foi exitosamente realizada na Sala de

Conferências do Grande Hotel do Uíge, tendo suscitado, entre os

participantes, um debate. A montante, foi também solicitada a

Page 65: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

65

instalação dos serviços locais da Provedoria de Justiça, por se revestir de

grande importância para os cidadãos, tendo em conta o seu objecto.

À margem da conferência, realizou-se um encontro com os membros

do Governo, para efeitos de apresentação das reclamações dos

cidadãos com que a delegação se fazia acompanhar. Deste encontro,

ficou patente a necessidade de os membros do Governo analisarem as

reclamações, e em momento posterior deslocar-se uma equipa de

técnicos da Provedoria de Justiça, de modo a se discutir sobre as

reclamações e alcançar-se as melhores soluções para os casos.

Posteriormente, realizou-se uma visita à Comarca do Congo, principal

estabelecimento prisional da província, onde existe uma população

prisional de 719 reclusos, dos quais 356 detidos, sendo que alguns em

excesso de prisão preventiva. Neste estabelecimento, a comissão foi

recebida pela população prisional de forma calorosa, com a entoação

do hino nacional, ao que se seguiram as considerações tecidas pela

Digna Provedora de Justiça-Adjunta, sobre as responsabilidades de

cada um, enquanto cidadão, contribuir para o crescimento e

desenvolvimento do país.

Ainda naquele estabelecimento, constatou-se a existência de

determinados problemas, nomeadamente a morosidade na emissão de

mandados de soltura, nos casos em que o recluso tenha completado a

pena, morosidade na tramitação dos recursos interpostos das decisões

da primeira instância, sendo que muitas vezes, o recluso é condenado,

por exemplo, a 3 anos de prisão, recorre da decisão e fica 4 anos a

espera do veredicto.

Outrossim, foi constatada, por reclamação directa, a existência de

reclusos que não têm registo de nascimento, ou que, sequer, são

portadores de qualquer documento de identidade, o que dificulta o

Page 66: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

66

procedimento a quando do fim do cumprimento da pena, quer no

âmbito do processo de soltura, quer ainda no processo de integração

na sociedade. Foi ainda constatada a existência de reclusos em

excesso de prisão preventiva, como referido supra.

Tendo em conta o grau de execução do programa gizado, e os

objectivos alcançados com a visita à Província do Uíge, foi feita uma

avaliação positiva, convictos de que muito há ainda por fazer-se, para

a melhoria das condições da população, no que concerne à defesa

dos direitos liberdades e garantias dos cidadãos.

Resultantes da visita, foram formuladas as seguintes recomendações:

Necessidade de se reabilitar o palácio Municipal da Justiça de

Negage, visto encontrar-se em estado de degradação,

oferecendo, aos funcionários, condições trabalho não muito

dignas, o que, como consequência, se reflete nos serviços

prestados à população;

Necessidade de provimento de mais Juízes para a Província, de

modo a descongestionar o Tribunal, uma vez que, o número de

Juízes que nele laboram não é suficiente para fazer face à

demanda;

De modo a debelar-se o problema das deslocações de longas

distâncias para a realização do registo, obtenção do Bilhete de

Identidade e outros Serviços do Ministério da Justiça, numa

província onde ainda não existem as melhores vias de

comunicação, há necessidade de se instalar, em todas as sedes

municipais, os serviços do Ministérios da Justiça incumbidos de

praticar os actos e emitir os documentos em referência;

Necessidade de haver uma articulação entre os serviços de

registos e identificação do Ministério da Justiça e Serviços

Page 67: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

67

Prisionais do Ministério do Interior, de modo a se realizar

campanhas de registo e emissão do Bilhete de Identidade na

Comarca do Congo no Uíge.

Visita Técnica à Província do Uíge

A visita realizada à província do Uíge, nos dias 28 e 29 de Julho,

encabeçada pela Senhora Dr.ª Maria da Conceição de Almeida

Sango, Provedora de Justiça Adjunta e integrada por técnicos seniores

da Provedoria de Justiça, revelou, a ingente necessidade de

deslocação de uma equipa técnica, a fim de dar solução a algumas

reclamações apresentadas por cidadãos daquela província,

envolvendo alguns órgãos locais.

A missão que se realizou de 25 a 27 de Agosto, transcreve-se nas alíneas

d) e f) do artigo 18º. (competências) da Lei nº. 4/06 de 28 de Abril – LEI

DO ESTATUTO DO PROVEDOR DE JUSTIÇA, que consagra:

d) – Intervir, nos termos da lei aplicável, na tutela dos interesses

colectivos ou difusos, quando estiverem em causa, órgãos ou agentes

da administração pública;

f) – Instruir processos de mera averiguação das queixas de

cidadãos por actos praticados pelos agentes da administração pública.

No dia 25 de Agosto, a Equipa Técnica foi recebida na sede do

Governo, pelo Vice Governador Provincial para o sector técnico e infra-

estruturas, Arquitecto Afonso Luviluko, que, na ocasião, apresentou os

cumprimentos as boas vindas.

O Vice Governador foi informado sobre os objectivos da missão e

prometeu transmitir ao Governador as devidas informações, tendo

desejado êxitos a missão.

Page 68: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

68

No dia 26 de Agosto, a equipa foi recebida na sede do Governo pelo

Dr. Abel do Rosário, Director Adjunto de gabinete do Governador e pelo

Dr. Malaquias Mateus Gouveia, Assessor do Governador para os

assuntos locais. Durante o encontro, foram passadas em revista diversas

questões relacionadas com as matérias em abordagem e definiu-se de

seguida a agenda de trabalhos, tendo sido notificados os directores e

gestores das áreas objecto das reclamações dos cidadãos.

Na ocasião, a equipa técnica da Provedoria de Justiça, foi informada

sobre a ausência da província de alguns directores provinciais,

designadamente da Justiça e do Urbanismo e considerando que foram

identificados 3 (três) assuntos não levantados aquando da visita da

Senhora Provedora Adjunta, concluiu-se que os mesmos serão objecto

de tratamento em melhor oportunidade.

Outrossim, tendo-se registado um processo relacionado com o

município do Songo, que dista há 40 Km do município sede da

província, aventou-se a possibilidade de uma deslocação ao local,

frustrada apenas pela ausência da Administradora municipal e falta de

domínio do assunto pelo seu adjunto.

Passou-se de seguida a intervenção junto dos serviços:

Administração municipal do Uíge

Nestes serviços, a equipa foi recebida pelo Administrador

municipal, Sr. Altamiro Benjamim, que, indagado sobre o

único processo que envolve o seu pelouro, informou ter

estado ausente nos últimos 90 (noventa) dias por motivos de

saúde, e que só retomara os trabalhos há 8 (oito). Todavia,

informou, a respeito, ter tomado conhecimento do parecer

da área jurídica e que na ocasião solicitou que se anexasse

Page 69: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

69

o documento de base para melhor pronunciamento sobre

o assunto.

Concluiu-se que se deveria extrair cópias do processo e

aguardar pelo pronunciamento do administrador, tendo

sido colhido o seu contacto para efeitos de comunicação.

Sub Procuradoria da República - Uíge

Recebida pelo Sub Procurador Provincial, e indagado sobre

um caso referente a um litígio de terreno, este informou não

conhecer o caso pois, está apenas desde 2010 a frente da

Procuradoria provincial e o caso remontar há mais tempo.

Para o efeito, dado o tempo decorrido, apontou para a

necessidade de reconstituição dos factos ou ouvir

novamente o subscritor e ver os factos, sugestão acolhida

como sendo a melhor para a fase do processo.

Outrossim, tal como já havia feito aquando da visita da

Senhora Provedora Adjunta, solicitou a implantação com

urgência de uma representação local da Provedoria de

Justiça na província do Uíge, visando o auxílio específico

que se impõe na administração da justiça, tendo apontado

a educação jurídica, consciencialização da população, as

visitas às cadeias e a defesa dos cidadãos como exemplos.

Direcção Provincial da Educação

A questão abordada com o director Provincial, já aflorada

aquando da visita chefiada pela Senhora Provedora

Adjunta, tem a ver com o duplo vínculo.

Segundo o Director, desde o último encontro, há novos

factos em termos de documentação e o posicionamento

do ministro da educação sobre o assunto mantém-se. Trata-

Page 70: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

70

se de um assunto de âmbito nacional, tornando-se

pertinente um encontro ao nível superior com vários órgãos

visando consensos.

Na ocasião, o director forneceu documentos considerados

suportes dos actos praticados, para uma melhor avaliação

da matéria e busca de solução a nível superior – no caso

em apreço, uma intervenção do Provedor junto do ministro

da educação.

Direcção Provincial da Saúde

Neste sector, na ausência da directora, o Chefe de

Departamento de administração e finanças, Dr. Pedro

Coge Zua, que igualmente acompanhou a visita da

Senhora Provedora de Justiça Adjunta, foi confrontado com

um caso, relacionado com a reclamação do antigo

director da área, que reclama retroactivos dos anos de

2002/2003.

Sobre ao Assunto, o Dr. Pedro Zua, informou que o assunto

carece de consulta dos anteriores directores/gestores, não

havendo grande domínio do assunto e prometeu dar, do

facto, conhecimento a directora, na qualidade de gestora.

De igual modo, procedeu-se a recolha do contacto do Dr.

Zua para o devido acompanhamento do caso.

Page 71: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

71

Diligencias Junto aos Moradores do Zango 4

Na sequência de uma queixa apresentada por um grupo de moradores

do Zango 4 que acederam a Provedoria de Justiça no dia 14 de Agosto

de 2014, queixando-se da acção brutal e desumana do PCU – Posto

Comando Unificado, e em obediência ao Despacho Nº 076/2014 do

Provedor de Justiça, uma Comissão de técnicos da Provedoria de

Justiça, deslocou-se ao Zango 4, no dia 20 de Agosto, para avaliar e

averiguar a situação, tendo resultado o seguinte:

1. Foi mantido um encontro inicialmente com os oficiais responsáveis

pelo PCU - Posto Comando Unificado e posteriormente com os

representantes dos moradores ocupantes das casas da SONIP;

2. No primeiro encontro, os técnicos foram recebidos pelo

Superintendente Miguel Gama, Comandante do PCU, que

ladeado de mais 8 oficiais daquela unidade, dirigiu a reunião que

abordou o seguinte:

a) O Superintendente Gama, informou que o PCU é um órgão

criado pelo Presidente da República com o propósito de

combater a ocupação ilegal de terras e reservas fundiárias do

Estado, bem como inibir acções que desvirtuem os objectivos

dos Projectos Sociais do Executivo em todo o território

nacional.

b) Esta força-tarefa está composta por representantes das FAA –

Região Militar de Luanda, Polícia Nacional – Comando

Pronvincial de Luanda, Serviços de Fiscalização, afectos ao

Governo Provincial de Luanda, Investigação Criminal e

Serviços de Inteligência do Estado.

c)

Page 72: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

72

d) Com base na denúncia apresentada pela SONIP em Ofício

dirigido ao Comandante Provincial da Polícia de Luanda

(N/Ref.:013/VCE-AV/2014 de 20 de Meio de 2014), segundo o

qual o Projecto habitacional de 250 fogos, construído no

Zango 4 para realojamento de populações estava a ser alvo

de actos de vandalismo e ocupação ilegal, o Posto Comando

Unificado foi orientado, pelo Comando Provincial de Luanda,

na pessoa do Subcomissário Francisco Ribas da Silva, a

trabalhar com os responsáveis da SONIP para advertirem os

invasores a retirarem-se dos imóveis no prazo de dois dias e

deter os que não acatarem a ordem.

e) Feitas as diligências concluiu-se que 109 casas haviam sido

ocupadas e muitos ocupantes tinham mais de uma casa.

f) Notificados a deixarem as casas, muitos abandonaram as

casas tendo resultado em 20 desocupadas e 89 ocupadas

efectivamente.

g) A PCU percebeu que mais gente queria abandonar as casas

mas por influência de uma “rede de agitadores”, mantêm-se

nas casas. Perceberam igualmente que muitos dos ocupantes

não são pessoas carentes, pois possuem casa própria e

algumas mesmo no Zango.

h) O Posto Comando Unificado informou igualmente que muitos

dos invasores são militares que fazem parte de um grupo

organizado com o propósito de ocupar casas e terrenos em

vários locais da província de Luanda.

i) O PCU entende que se os ocupantes não forem desalojados, o

GPL não terá condições de implementar o processo de

realojamento de populações e a autoridade do Estado fica

Page 73: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

73

j) em cheque, uma vez que os criminosos passam a ser tratados

como vítimas.

k) O Superintendente Gama disponibilizou cópia do Dossier para

os técnicos da Provedoria de Justiça.

3. Depois da reunião com os oficiais do Posto Comando Unificado,

os técnicos da Provedoria de Justiça deixaram a unidade e

dirigiram-se ao local onde estão localizadas as casas ocupadas.

4. Inicialmente, fez-se uma breve entrevista com alguns moradores,

escolhidos aleatoriamente, tendo resultado o seguinte:

a) Senhora Anabela, ocupante da casa 67A2. Declarou não

possuir qualquer documento e que é inclina da senhora

identificada como Dona Sara, residente na Estalagem.

b) Ocupante da casa 67A1, recusou-se a identificar-se mas

informou ser inclina de uma senhora identificada como Rosa.

c) Ocupante da casa 66B2, informou não ter qualquer

documento e que a casa é de um tio que vive no Lubango.

Mostrou-se pronta a colaborar com as autoridades, mas que

não deixou a casa ainda porque os demais também não

saíram.

5. Na sequência visitou-se brevemente um ancião realojado pela

SONIP. Na breve conversa mantida com o mesmo, exibiu

documentos, mas confidenciou viver num clima de insegurança

na medida em que ao mesmo tempo que tem de colaborar com

os agentes da PCU, é visto pelos vizinhos como o elemento que

fornece informações às autoridades, situações que o expõe ao

extremo desconforto.

Page 74: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

74

6. Acto contínuo, os técnicos da Provedoria de Justiça dirigiram-se a

Residência ocupada e constituída em Comissão de Moradores.

7. No local, foram recebidos por uma centena de pessoas entre

homens, mulheres e crianças. Todavia, da reunião com os

técnicos da Provedoria de Justiça, participaram apenas os

membros da Comissão de Moradores ladeados por alguns

populares e três representantes do PCU.

8. No encontro, os moradores informaram o seguinte:

I. Reconhecem ser invasores das casas e que alguns ocuparam

mais de uma casa. Acto condenado pela Comissão de

Moradores;

II. Ocuparam as residências porque muitos deles foram retirados

de área intervencionadas pela SONIP, mas sem a justa e

prometida indemnização;

III. Reconhecem que muitos não preenchem esse requisito, pois

segundo a Comissão de Moradores, a origem dos ocupantes

é: Kilamba, Camama 2, Bita, Petrangol e Casas de Chapa nos

arredores do Zango.

IV. Algumas pessoas alegam possuírem fichas da SONIP e outros

dizem que foram burlados, por isso as suas fichas são falsas.

V. A Comissão de Moradores diz controlar 121 famílias no local.

VI. São alvo da acção violenta de agentes da PCU que já

chegaram a prender pessoas a noite. O presidente da

Comissão de Moradores já chegou a ser detido, tendo ficado

preso durante seis dias.

Page 75: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

75

VII. Acusam os agentes da PCU de agredirem pessoas e de agirem

em nome da Corporação em benefício de interesses

particulares, sendo inclusive, que muitos deles são proprietários

de casas no mesmo local.

VIII. Sentem-se constantemente intimidados pela PCU.

IX. Alegam não terem lugar para ir, na hipótese de serem

desalojados, pelo que clamam pela regularização da sua

situação.

Depois da reunião, os técnicos da Provedoria de Justiça solicitaram uma

lista dos ocupantes à Comissão de Moradores onde informasse o nome,

proveniência, número da casa e os dados da Ficha da SONIP. A lista

apresentada cinco dias depois faz referência a apenas 66 ocupantes,

uma vez que alguns têm mais de uma casa. Dos 66, apenas 3 dizem ter

Fichas da SONIP.

Entre as conclusões tiradas, podem alistar-se as seguintes:

- Há indícios de excessos na acção do PCU;

- Necessidade de moderar a acção do Comando;

- Necessidade de identificar os ocupantes com fichas da SONIP para

que sejam alvo de tratamento diferente. Identificar os aproveitadores.

- Reacção tardia a invasão por parte dos proprietários;

- Considerando a carência por habitação e a importância dos Projectos

Sociais, é necessários que as acções sejam preventivas para se evitar a

repressão.

“O delito não basta reprimi-lo, necessita preveni-lo”

Page 76: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

76

Visita Técnica à Província da Lunda Sul

No âmbito do processo de instalação dos Serviços Locais da Provedoria

de Justiça e considerando a necessidade de se retomar as diligências e

contactos anteriormente estabelecidos com o Governo Local,

deslocou-se a província da Lunda Sul, no dia 11 de Setembro de 2014,

uma equipa técnica de trabalho.

Para o cumprimento dos objectivos a que se propôs alcançar, a equipa

de trabalho agendou encontros com as autoridades locais e com o

candidato a Representante dos Serviços Locais da Provedoria de

Justiça.

A delegação foi recepcionada pelo Dr. João Nawege, Director

do Gabinete Jurídico do Governo Provincial da Lunda Sul, ladeado do

Dr. Victor Santos Candidato a Representante dos Serviços Locais da

Provedoria de Justiça na Lunda Sul para além de funcionários do

Governo provincial.

No Palácio do Governo, foi a delegação recebida em audiência

por Sua Excelência Sr. João Fucungo, Vice – Governador para o Sector

Económico e Governador em Exercício. Do encontro, participaram os

técnicos da Provedoria de Justiça, o Director do Gabinete Jurídico do

Governo Provincial e o candidato a Representante dos Serviços locais.

Na ocasião, o chefe da delegação da Provedoria de Justiça, Dr.

Makaya José, informou ao Governador em Exercício sobre as visitas

anteriores a província com o propósito de instalar os Serviços Locais,

mas que os esforços de então, esbarraram no constrangimento relativo

a ausência de um quadro formado na província, bem como, na falta

de espaço para a instalação e funcionamento dos Serviços Locais. O

responsável enfatizou, também, que em processos do género, a

Page 77: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

77

Provedoria de Justiça tem dado preferência a nomeação de

candidatos que residam na província considerando os vários aspectos

inerentes a esta condição, tendo na sequência informado ao anfitrião

das razões da visita de trabalho a Lunda Sul.

Em sua explanação, Sua Excelência Sr. João Fucungo, Vice –

Governador para o Sector Económico e Governador em Exercício, deu

as boas vindas aos visitantes e agradeceu a visita. Lamentou o facto de

se terem interrompido os contactos e esforços anteriores para a

instalação dos Serviços Locais da Provedoria de Justiça na província da

Lunda Sul e informou que o Governo local está disponível para

colaborar com a Provedoria de Justiça para a instalação dos referidos

serviços.Informou, igualmente, que apesar da ausência da

Governadora, é um assunto que já foi discutido, portanto, do seu

conhecimento. Salientou ainda que, enquanto não forem criadas outras

condições, os Serviços Locais da Provedoria de Justiça poderão

funcionar nas instalações da Delegação da Justiça, acrescentando que

o Governo da Província da Lunda Sul está empenhado e tudo fará para

que no menor tempo possível, ainda antes do fim de 2014, seja

instalada a representação local da Provedoria de Justiça, visto que já

existe um candidato e as condições relativas ao local de

funcionamento podem ser criadas em pouco tempo.

Na sexta-feira, 12 de Setembro, a Delegação da Provedoria de

Justiça manteve dois encontros em separado, com o Dr. Domingos Luís,

Delegado Provincial da Justiça e com o Dr. Cassongo Cruz, Deputado à

Assembleia Nacional pelo Ciclo Provincial. No primeiro encontro, o

Delegado Provincial da Justiça mostrou-se satisfeito com a iniciativa da

Provedoria de Justiça e garantiu existir disponibilidade de espaço para

o início imediato das actividades, na medida em que pode arranjar

uma ou duas salas para o arranque das actividades. Informou

Page 78: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

78

igualmente que existem duas razões que sustentam esta garantia: uma

tem a ver com a inauguração, em Novembro, do novo edifício da

Justiça, e por outro lado, com a transferência do Tribunal Provincial da

actual instalação para o edifício das Três As (AAA). O Dr. Domingos Luís,

Delegado Provincial sa Justiça, solicitou a Provedoria de Justiça um

Arquétipo das instalações dos Serviços Locais, para se trabalhar na

construção de instalações próprias na Província.

O encontro informal com o Dr. Cassongo Cruz, Deputado à

Assembleia Nacional pelo Ciclo Provincial, teve como foco da

abordagem o processo de instalação dos Serviços Locais da Provedoria

de Justiça.

Audiência de Cortesia com a Governadora da Província da Lunda Sul

Por volta das 9 horas do dia 13 de Setembro, a Governadora da

Província da Lunda Sul, Drª. Candida Maria Guilherme Narciso, recebeu,

em audiência de cortesia a Delegação da Provedoria de Justiça, tendo

agradecido e reiterado o empenho do Governo da Província da Lunda

Sul relativamente a instalação da representação local da Provedoria de

Justiça.

Nas conclusões e sugestões avançadas, a Equipa Técnica da

Provedoria de Justiça enaltece e reconhece o elevado grau de

sensibilidade do Governo Provincial da Lunda Sul relativamente a causa

da Provedoria de Justiça;

Propôs a nomeação do Candidato local para a assunção das

responsabilidades institucionais a nível da província;

Sugeriu que, sendo a Provedoria de Justiça uma emanação da

Assembleia Nacional e visando um maior acompanhamento da acção

da instituição, que para as futuras cerimonias de empossamento dos

Page 79: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

79

Chefes dos Serviços Locais da Provedoria de Justiça, sejam formalmente

convidados um ou dois Deputados do Ciclo provincial para

testemunhar e conferir maior dignidade ao acto, a começar pela

província da Lunda Sul;

Visita do Provedor de Justiça à Província da Lunda Norte

Com base nas disposições da Lei 4/06 de 28 de Abril – Estatuto do

Provedor de Justiça, deslocou-se a Província da Lunda Norte, nos dias

22, 23 e 24 de Setembro, uma delegação chefiada pelo Provedor de

Justiça de Angola, Dr. Paulo Tjipilica e integrada por Técnicos da

Provedoria de Justiça.

A delegação foi recepcionada por Sua Excia, Dr. Ernesto Muangala,

Governador da Província da Lunda, que endereçou cumprimentos de

boas-vindas ao Provedor e sua delegação.

De seguida, a delegação fez uma viagem de cerca de 120 kms,

por terra, até a cidade do Dundo, sede Administrativa provisória da

Província.

a) Sessões de esclarecimento com Magistrados e Técnicos da Justiça

Numa das salas de reuniões do Edifício do Governo Provincial da

Lunda Norte, realizou-se uma sessão de esclarecimento da qual

participaram

Magistrados e

entidades afectas a

administração da

Justiça na província.

A sessão contou,

ainda, com a

Page 80: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

80

participação do Exmo. Dr. Lino dos Santos, Vice-Governador para Área

Técnica.

Na sua intervenção, o Provedor de Justiça fez, inicialmente, uma

resenha histórica sobre o surgimento e designação da figura do

Provedor de Justiça, tendo de seguida dissertado sobre a Função,

Mandato e Utilidade do Provedor de Justiça, destacando alguns pontos

do Estatuto do Provedor de Justiça (Lei 4/06 de 28 de Abril), sublinhado,

igualmente, o imperativo constitucional previsto no artigo 192º (CRA), no

que concerne a cooperação que deve existir com os Órgão da

Administração Pública.

Nesse contexto, destacou-se o âmbito de Actuação do Provedor

de Justiça, a Natureza da Actividade, a Iniciativa e o Direito de Queixa.

Na ocasião, informou que o Código genético da instituição reside na

Acessibilidade, Gratuidade, Celeridade, Informalidade e Sigilosidade

dos serviços.

O Provedor destacou, igualmente, as vias de acesso aos serviços

da Provedoria de Justiça, tendo apresentado aos presentes os números

telefónicos da Instituição, bem como, os outros meios electrónicos como

site e e-mail.

b) Sessões de esclarecimento com membros do Governo

No mesmo dia, o Governador da Província da Lunda Norte reuniu

o seu pelouro, no salão nobre da casa protocolar do Governo da

provincial, para participar de uma palestra proferida pelo Dr. Paulo

Tjipilica, sobre a Função, Mandato e Utilidade do Provedor de Justiça,

cujo teor não difere do conteúdo proferido na sessão anterior.

c) Sessão de Esclarecimento com Autoridades Tradicionais e Público em Geral

No segundo dia de actividades, o Provedor de Justiça teve como

primeiro compromisso a realização da Sessão de Esclarecimento com

Autoridades Tradicionais e o Publico em geral.

Page 81: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

81

Nessa sessão que foi muito concorrida, destacou-se a presença do

Governador Provincial, membros do Governo local e Autoridades

Tradicionais.

Considerando a composição heterogenia da plateia, o Provedor

de Justiça, contou com o auxílio de uma tradutora para alcançar

aquelas pessoas com menor domínio do português.

Em sua intervenção, o Provedor de Justiça começou por

agradecer a Presença das Autoridades Tradicionais, tendo destacado a

sua importância juntos das nossas populações, porque, segundo disse, é

a Autoridade Tradicional que está junto do povo e leva as mais diversas

e importantes mensagens para a população. Na sequência, esclareceu

aos presentes que a figura do Provedor de Justiça já existia na nossa

tradição, sendo equiparado a figura conhecida na cultura Tchokwé

como “Ngadji”.

O Provedor de Justiça abordou sobre a Função, Mandato e

Utilidade do Provedor de Justiça, tendo esclarecido a diferença

funcional entre os Tribunais, a Procuradoria da República e a Provedoria

de Justiça. Esclareceu, igualmente, que o Representante do Provedor

de Justiça, não ficara restrito ao município sede, mas fará visitas a toda

província.

Após a apresentação, os presentes solicitaram esclarecimentos

sobre as suas dúvidas, que foram prontamente esclarecidas.

f) Visita ao Posto Fronteiriço do Chissanda

Depois da Sessão de esclarecimentos, o Provedor de Justiça

acompanhado do Governador da Província e membros do Governo

Local, visitou as instalações do Posto Fronteiriço do Chissanda, instalado

na fronteira entre Angola e a República Democrática do Congo, a

aproximadamente 10 km da cidade do Dundo.

Durante a visita o Provedor de Justiça constatou as condições de

trabalho e habitabilidade dos funcionários da guarda fronteiriça e foi

Page 82: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

82

informado da dinâmica das actividades desenvolvidas no local bem

como a forma como o cidadão é atendido no local. Destaca-se que

nessa região é comum encontrar cidadãos angolanos que possuem

parentes congoleses como resultado da histórica divisão artificial de

fronteiras.

g) Visita ao Projecto Agro-pecuário da Cacanda

No percurso para a Cadeia da Cacanda, o Provedor de Justiça

visitou o Projecto Agro-pecuário da Cacanda, periferia da cidade do

Dundo. No local, foi informado que o Projecto emprega actualmente

195 funcionários, dos quais 35 são mulheres. Os responsáveis do Projecto,

informaram, ainda, que o empreendimento possui 28 mil aves e 368

cabeças de gado bovino e produz diariamente 15 mil ovos.

Durante a visita, os responsáveis deram a conhecer que o

projecto foi destruído durante a guerra, e devido ao estado de

abandono a que estava voltado muitas pessoas eram de opinião que o

mesmo devia ser desativado. No entanto, o facto de Sua Excelência o

Presidente da República ter conhecido o projecto ainda como Ministro

do Planeamento, contribuiu positivamente para que orientasse a sua

reestruturação o que foi feito, funcionando já há dois anos de forma

auto sustentável, contribuindo com emprego e para a diversificação da

alimentação da população.

h) Visita ao Estabelecimento Prisional da Cacanda

No período da tarde, a delegação da Provedoria de Justiça,

numa comitiva em que se faziam acompanhar o Vice-Governador para

o Sector Técnico, o Delegado da Justiça, Juiz Presidente do Tribunal

Provincial e o Procurador Provincial deslocou-se ao Estabelecimento

Prisional da Cacanda, para aferir in loco as condições humanas de

internamento dos reclusos.

À chegada foram recebidos pelo Director do Estabelecimento

Prisional, que desejou boas vindas à comitiva, tendo de seguida

Page 83: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

83

encaminhado a mesma para o interior do estabelecimento, onde

informou que as obras da prisão foram concluídas em 2010 e o

estabelecimento inaugurado em 4 de Fevereiro de 2011, numa área de

114 hectares. Acto contínuo, o responsável apresentou a área em que

estão instalados os serviços administrativos e posteriormente fez a

apresentação do quadro geral da situação carcerária, tendo

informado que aquele estabelecimento prisional tem capacidade para

albergar 480 Presos mas que no momento controlava 488 reclusos, dos

quais 246 são condenados e 242 detidos, pelo que possuem 8 presos

acima da capacidade instalada.

Ouvidas que estavam as explicações relativas as questões

administrativas, o Provedor de Justiça dirigiu-se aos pavilhões para

manter contacto directo com os reclusos. Neste particular iniciou a sua

visita de constatação na área feminina onde conversou com as

reclusas às quais dirigiu palavras encorajadoras, tendo por fim fornecido

os contactos telefónicos da instituição.

No interior da cela masculina, O Provedor de Justiça, manteve

contacto directo com os presos e igualmente dirigiu palavras

encorajadoras aos reclusos.

Num cômputo geral, constatou-se que os reclusos estão em boas

condições humanas de internamento.

Visita do Provedor de Justiça à Província do Moxico

Visando a instalação dos serviços locais da Provedoria de Justiça, e

tendo em conta a necessidade de realização de uma sessão de

esclarecimento sobre a Função, Mandato e Utilidade do Provedor de

Justiça, esta entidade, chefiando uma delegação integrada por

Page 84: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

84

técnicos da instituição, trabalhou na Província do Moxico, nos dias 16 e

17 de Outubro de 2014.

A delegação foi recebida pelo Vice-Governador para os Serviços

Técnicos e Infra- estruturas, Manuel Lituai, nas vestes de Governador em

exercício.

Após breve visita ao monumento da Paz, teve lugar a palestra

subordinada ao tema: “O Papel, Mandato e Função do Provedor de

Justiça”, realizada na Sala de Conferências do Monumento da Paz do

Moxico, na qual participaram membros do Executivo Provincial,

Magistrados Judiciais e do Ministério Público, entidades eclesiásticos,

entre outros.

A montante, foi também solicitada a instalação dos Serviços Locais da

Provedoria de Justiça, por se revestir de grande importância para os

cidadãos, tendo em conta o seu objecto.

Igualmente o Provedor de Justiça forneceu alguns números de

contactos, meios para informações e reclamações.

Page 85: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

85

Posteriormente, a Delegação realizou uma visita ao Estabelecimento

Prisional da Província, tendo sido recebida pelo seu Director interino, Sr.

Lucas Teixeira, que tratou de apresentar as instalações e,

consequentemente, o quadro informativo das actividades realizadas na

instituição, que conta com um corpo de 99 efectivos, destes 27 do sexo

feminino, com um nível académico aceitável e no geral, 95% com

formação na matéria da Penitenciária.

Foram passadas em revista informações inerentes a situação penal no

estabelecimento, destacando-se a existência de 33 reclusos em gozo

de liberdade condicional e a ausência de reclusos com excesso de

prisão preventiva.

Nesse Estabelecimento, a Delegação foi recebida pela população

prisional de forma calorosa, com a entoação de cânticos religiosos, ao

que se seguiram as considerações tecidas pelo Provedor de Justiça,

sobre as responsabilidades de cada um, enquanto cidadão, de

contribuir para o crescimento e desenvolvimento do país, devendo, por

isso, ter um bom comportamento para uma melhor inserção na

sociedade.

No uso da palavra, os reclusos manifestaram as suas preocupações no

que concerne à morosidade na emissão de mandados de soltura, nos

casos em que o recluso tenha completado a pena; morosidade na

tramitação dos recursos interpostos das decisões da primeira instância,

sendo que muitas vezes, o recluso é condenado, por exemplo, a 3 anos

de prisão, recorre da decisão e fica 4 anos a espera do veredicto final.

Manifestou-se também a necessidade de ver realizado o sonho do

ensino médio dentro do Estabelecimento prisional.

Page 86: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

86

Os reclusos, durante a audiência, confirmaram que têm tido 3 refeições

por dia e que as condições humanas de habitabilidade são aceitáveis.

Portanto, tendo em conta o grau de execução do programa gizado, e

os objectivos alcançados com a visita à Província do Moxico, fez-se

uma avaliação positiva, porquanto, a Delegação da Provedoria de

Justiça teve uma boa recepção e acomodação calorosas, e mereceu

um acompanhamento constante e permanente do Sr. Vice-

Governador, e o Provedor de Justiça teve ensejo de interagir com

membros do Governo Provincial e Administradores Municipais.

Foi tomada boa nota da preocupação dos reclusos tendo em conta a

necessidade da institucionalização do ensino médio para dever o nível

académico e profissional, visando uma maior integração dos mesmos

na sociedade.

Page 87: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

87

Quadro Síntese das visitas efectuadas pelo Provedor de Justiça e/ ou seus colaboradores

no decorrer do ano de 2014, no território nacional.

Evento

Local e Data

Participantes (s)

Visita Técnica

Cuanza Sul

30 de Abril

- Dr. Plácido Van-Dúnem,

Secretário-geral;

- Dr. Makaya José;

- Dr. Paulo Garcia;

- Sr. Gaspar Correia.

Visita do Provedor de Justiça –

Instalação dos serviços Locais,

Condições dos reclusos, divulgação.

Huambo

15 de Maio

- Provedor de Justiça;

- Dr. Plácido Van-Dúnem;

-Dr. Makaya José;

- Dr.ª Teresa Serra Mota;

Dr. Pierre Ndangirwa;

Dr.ª Síria Aparício.

Acções de divulgação, visitas às

Cadeias e trabalho técnico com o

Governo provincial

Uige

28 – 29 Julho

- Dr.ª Maria da Conceição de

Almeida Sango, Provedora de

Justiça Adjunta;

- Dr. Domingos Henriques;

- Dr. Makaya José;

- Dr.ª Carla Marina Benguela

- Dr. Riveraldo Mabanza;

Diligência Técnica junto aos Moradores

Zango

20 de Agosto

- Drª Teresa Serra Mota;

- Dr. Kadafi da Costa;

- Dr. Esmael Diogo.

Visita Técnica

Uige

25 – 27 Agosto

- Dr. Domingos Henriques,

Director dos Serviços técnicos;

Page 88: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

88

- Dr. Makaya José;

- Dr. Kadhafi da Costa;

- Sr. Constantino da Costa

Visita Técnica

Lunda Sul

11 de Setembro

- Dr. Makaya José;

- Dr. Augusto Kianoca;

- Dr. Esmael Diogo da Silva.

Visita do Provedor de Justiça

Lunda Norte

22 – 24

Setembro

- Provedor de Justiça;

- Dr. Domingos Henrique;

- Dr. Augusto Kianoca;

- Dr.Esmael Diogo;

- Dr.Paulo Garcia;

- Eng.ª Jussara Cristelo;

- Sra Francisca Almeida;

- Sr. Raimundo Wondila.

Acções de divulgação e visitas às

Cadeias

Moxico

16 -17 de

Outubro

- Provedor de Justiça;

- Dr. Domingos Henriques;

- Dr. Augusto Kianoca;

- Dr.ª Carla Marina;

- Dr.ª Otília Caxito de Oliveira.

Page 89: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

89

ACÇÕES INTERNAS

No quadro das acções internas que tiveram lugar em 2015, destacam-

se as seguintes:

Protocolo de Parceria Institucional entre a Provedoria de Justiça e

o Ministério da Comunicação Social

O Ministério da Comunicação Social, órgão auxiliar ao Titular do Poder

Executivo, que tem por missão propor a formulação, condução,

execução e avaliação da política do Executivo no domínio da

comunicação social pública e privada, bem como assegurar a

comunicação institucional, conforme o nº 2 do artigo 108 da

Constituição, os artigos 18º e 32º do Decreto Legislativo Presidencial n.º

1/3, de 5 de Março e artigo 1º do Decreto Presidencial n.º 75/10, de 21

de Maio, que aprova o Estatuto Orgânico do Ministério da

Comunicação Social e a Provedoria de Justiça, instituição de direito

público, que tem por objectivo prestar apoio técnico e administrativo

necessários à realização das atribuições e tarefas do Provedor de

Justiça, que se prender com a defesa dos Direitos, liberdades e

garantias dos cidadãos, assegurando através de meios informais, a

justiça e a legalidade da Administração Pública, conforme o artigo 1º

da Lei nº 5/06 e o artigo 1º da Lei nº 4/06, ambas de 28 de Abril, bem

como o nº 1 do artigo 192º da Constituição, foi celebrado, no dia 7 de

Novembro de 2014, um protocolo de parceria institucional.

Esta parceria insere-se no âmbito do objecto legal e estatutário e da

dimensão sócio - política das duas instituições de que resultam áreas de

Page 90: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

90

intervenção conjunta, sem prejuízo da especificidade de cada uma das

referidas instituições;

O Ministério da Comunicação Social e a Provedoria de Justiça,

comprometem-se a promover campanhas, intensas e extensas, com

recurso aos media públicos e privados, em prol da cidadania e da

civilidade, para ajudar na mitigação da relação de crise entre as

pessoas e os bens públicos;

Para o efeito, as partes signatárias, acordam produzir spots publicitários

radiofónicos, televisivos e gráficos com breves teores, mas, de ampla

acutilância subjectiva, do ponto de vista educativo, para ajudar a

infundir o espírito de desenvolvimento sustentável nas pessoas;

Outrossim, acordam persuadir os responsáveis de grandes superfícies

comerciais no sentido da impressão dos referidos spots, de breves

teores, em sacos, embalagens ou invólucros de produtos que

comercializam;

As duas instituições prestam-se a trabalhar junto de canais de rádio e de

televisão, por um lado, visando a criação e/ou promoção de

programas de rádio e de televisão, com periodicidade a definir, de

educação cívica e jurídica, como instrumentos de disseminação e de

partilha de valores político - socialmente correctos;

Por outro lado, visando a sensibilização dos mesmos para o cuidado a

ter com os anúncios publicitários, a julgar pelos conteúdos inadequados

de que enfermam ou pela inoportunidade da sua difusão;

A parceria entre as instituições signatárias procurará, outrossim, apoiar e

fomentar iniciativas, públicas e privadas, direccionadas na

discriminação positiva relativamente a segmentos vulneráveis da nossa

sociedade: menores, idosos, pessoas com deficiência;

Page 91: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

91

Para coordenação e execução dos pontos do Protocolo, as duas

Instituições nomearão uma comissão constituída por igual número de

membros de cada uma das partes;

Foram signatários do Protocolo, pelo Ministério da Comunicação Social,

o Secretário de Estado Manuel da Conceição e pela Provedoria de

Justiça, a Provedora de Justiça Adjunta, Maria da Conceição de

Almeida Sango.

Page 92: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

92

Audiência da Senhora Provedora de Justiça Adjunta concedida à

Senhora Yanine Poc, Representante Regional Da África Austral do

Alto Comissariado das Nações Unidas para Os Direitos Humanos

Intermediado pelo Escritório do PNUD em Angola, na pessoa do DR. Jorge

Cardoso, a Senhora Provedora de Justiça Adjunta concedeu, por delegação

do Digno Senhor Provedor de Justiça, às 17 horas do dia 29 de Abril de 2014,

no seu Gabinete, uma audiência à Senhora Yanine Poc, Representante

Regional da África Austral do Alto Comissariado das Nações Unidas para os

Direitos Humanos (OHCRH) que começou por saudar o facto de Angola estar

a albergar, na sua capital, a 55ª Sessão da Comissão Africana dos Direitos

Humanos e dos Povos, tendo de seguida, formulado convites, com

formalização para momento posterior, no sentido do Provedor de Justiça, ou

quem este delegar, em representação do Estado Angolano, participar mais

dos eventos promovidos pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações

Unidas para os Direitos Humanos, a exemplo da Cerimónia de Lançamento do

Manual para as Instituições Nacionais de Direitos Humanos (INDH) no âmbito

da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, a ter

lugar de 26 a 27 de Junho de 2014, em Cape Town, África do Sul;

Outrossim, adiantou notas sobre a realização de evento similar, ainda este, em

data a indicar, desta a ocorrer em Gaberone, Botswana, e das Reuniões

Anuais do «Comité Internacional de Coordenação (ICC) das INDH´s», que se

realizam em Genebra, Suíça;

Por fim, incentivou a Provedoria de Justiça a proceder à sua acreditação junto

da ICC, inicialmente, com a qualidade de observador para que Angola se

inteire e se relacione com INDH´s e, assim, elucidar sobre os passos que o país

vem dando em matéria de promoção e defesa dos direitos humanos.

Ao que a Senhora Provedora de Justiça Adjunta, DRA. Maria da Conceição

de Almeida Sango, retorquiu com os devidos gestos de agradecimento às

palavras e solicitações gentis da visitante e, que tudo abordaram seria

remetido Digno Provedor de Justiça para pronunciamento vinculativo.

Page 93: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

93

O encontro findou com as palavras do Senhor Dr. Jorge Cardoso, em nome do

Escritório de Representação do PNUD em Angola, a se colocar na

disponibilidade se servir de veículo comunicacional entre o Escritório da África

Austral da OHCHR e a Provedoria de Justiça.

Visita dos Adidos de Defesa a Provedoria de Justiça

Os adidos de Defesa acreditados em Angola efectuaram, no dia 15 de

Julho uma visita à Provedoria de Justiça e foram recebidos pela

Provedora de Justiça Adjunta, Dr.ª. Maria da Conceição de Almeida

Sango, que na oportunidade referiu que entre os casos que dão

entrada na Provedoria, destacam-se os de açambarcamento e os

trespasses.

A visita dos adidos à Provedoria de Justiça foi realizada no âmbito da

aplicação do plano anual de actividade do Ministério da Defesa e das

Forças Armadas Angolanas. Os adidos de Defesa do Brasil, Itália, Cuba,

Zimbabwe e Nigéria percorreram as instalações da Provedoria e

tomaram conhecimento do seu funcionamento.

No final, o Presidente da Associação dos Adidos de Defesa, Gerson de

Moura, manifestou satisfação pela visita e pelos conhecimentos

proporcionados.

O Conselho da Provedoria de Justiça, como órgão de programação,

Acompanhamento e controlo das actividades da Provedoria de

Justiça, reuniu-se em cinco ocasiões no ano de 2014, nas seguintes

datas:

12 de Fevereiro;

28 de Março;

Page 94: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

94

22 de Abril;

10 de Julho;

24 de Novembro,

Nas datas referidas, o Conselho debruçou-se sobre aspectos

importantes relacionados com o funcionamento da instituição, bem

assim, para deliberar sobre questões correntes de natureza orçamental.

Page 95: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

95

2.2. SERVIÇOS LOCAIS

Os Serviços Locais da Provedoria de Justiça, têm vindo cada vez mais a

responder com o princípio de atendimento e defesa dos Direitos,

Liberdades e garantias à escala nacional, nos termos da Lei 5/06, de 28

de Abril, Lei Orgânica da Provedoria de Justiça, auxiliando a acção

social e executiva nas questões mais sensíveis que se prendem com os

direitos dos cidadãos.

Aqui apresenta-se um retrato das acções desenvolvidas nas províncias

onde já se encontram em funcionamento os referidos Serviços: Huambo,

Cunene, Cuanza Sul, Cabinda e Bengo.

Serviços Locais do Cuanza Sul

Ao longo dos 12 meses de actividades, os Serviços locais do

Cuanza Sul, destacaram-se no seguinte:

Atendimento geral aos cidadãos -------------------------------105

Esclarecimentos prestados ao cidadão -----------------------75

Conflitos resolvidos ---------------------------------------------------- 05

Reencaminhamento do cidadão aos

Órgãos competentes ------------------------------------------------- 03

Processos enviados à sede - Luanda ----------------------------19

Solicitação de esclarecimentos à órgãos

demandados ------------------------------------------------------------ 02

Palestras solicitadas por organismos e realizadas ---------- 03

Correspondência ------------------------------------------------------- 07

Queixa válidas ----------------------------------------------------------- 20

Meios materiais diversos recebidos ------------------------------10

Page 96: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

96

Visitas dos Serviços centrais à Província -------------------------1

Programas radiofónicos emitidos --------------------------------103

Atendimento aos cidadãos

- Sumbe------------------------------------------------------------------104 cidadãos

- Amboim Gabela -------------------------------------------------- 7 cidadãos

- Seles ------------------------------------------------------------------- 04 cidadãos

- Porto Amboim ----------------------------------------------------- 18 cidadãos

- Cela-Waku-Kungo ----------------------------------------------- 01 cidadão

- Luanda --------------------------------------------------------------- 05 cidadãos

- Huambo -------------------------------------------------------------- 01 cidadão

- Quibala ---------------------------------------------------------------- 01cidadão

- Benguela --------------------------------------------------------------01cidadão

- Conda ----------------------------------------------------------------- 01cidadão

- Cassongue ----------------------------------------------------------- 01cidadão

- Lobito ------------------------------------------------------------------ 01cidadão

- Lubango Huila ------------------------------------------------------ 01cidadão

Page 97: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

97

Serviços Locais de Cabinda

Durante o ano de 2014, os Serviços Locais de Cabinda desenvolveram

diversas actividades, de entre as quais se destacam as seguintes:

Palestras, Visitas e Encontros de Cortesias:

- Foram realizadas 11 (onze) palestras sobre o Papel da Provedoria de

Justiça no Estado democrático e de Direito, dirigidas aos:

Membros do Concelho de Direcção Alargada da Polícia

Nacional;

Efectivos da Polícia Nacional na PIR;

Polícia de Guarda Fronteira no Ntó;

Efectivos das FAA da Divisão do Dinge;

Funcionários do Porto de Cabinda;

Funcionários do Serviço Regional da Alfandega – Cabinda;

Líderes Juvenis.

- Durante o período, houve também uma palestra presidida pelo

Provedor de Justiça, dirigido aos Magistrados Judiciais e do Ministério

Público, Membros do Governo, Corpo Policial, e Autoridades

Tradicionais.

Todas as palestras tiveram como objectivos fundamentais a elevação

da consciência jurídica dos órgãos visados, prevenir situações de

ilegalidades, inércia, injustiças, elevar a qualidade dos Serviços Públicos,

promover o exercício da cidadania e sobretudo, consolidar o Estado

Democrático e de Direito. Esse foi o grupo alvo escolhido, também,

para se garantir a observância rigorosa dos direitos humanos a nível dos

efectivos policiais e das Forças Armadas Angolanas.

Page 98: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

98

- Com o mesmo propósito foram concedidas e realizadas entrevistas à

RNA (Rádio Cabinda), TPA- Cabinda, TV – Zimbo, Jornal de Angola,

Angop e à Rádio Comercial de Cabinda, sobre o funcionamento dos

Serviços Locais da Provedoria de Justiça.

Para elevar a cooperação institucional entre os Serviços Locais e a

Provedoria de Justiça, foram encetados contactos e tiveram lugar

encontros de cortesia com os responsáveis da Direcção Provincial de

Investigação Criminal, Direcção Provincial da Polícia de Investigação

das Actividades Económicas, Sub-Procurador-Geral da República,

Serviços de Migração e Estrangeiro, Comandante e Comando da

Região Militar, Conselho de Administração do Porto de Cabinda,

Direcção Regional de Alfandenga, da ENANA, Nova Direcção da

Região Militar e da Polícia de Guarda Fronteira, aos Lideres Juvenis e a

Direcção dos Serviços Prisionais. Na mesma senda, houve participação

em actividades oficiais programadas e ou Promovidas pelo Governo da

Provincial.

- Outro assunto de destaque realizado durante o ano findo foram quatro

(4) visitas efectuadas a Unidade Prisional do Yabi afecto ao Fórum

comum e ao estabelecimento prisional da Lândana, afecto ao fórum

militar.

Igualmente, houve participação em quatro (4) reuniões de

concertação dos órgãos que intervêm na Administração da Justiça em

Cabinda.

Situação do internamento dos Reclusos:

Sobre as condições sanitárias e de habitabilidade nos estabelecimentos

prisionais de Cabinda, durante o ano de 2014, temos a salientar o

seguinte:

Page 99: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

99

-Na Cadeia do Yabi, fórum comum, as condições continuam a ser

humanamente inaceitáveis devido a superlotação. Por falta de

espaços, os reclusos dormem nos corredores e nos pátios. Apesar disso

continuam a ser servidas 3 refeições diárias e os reclusos têm acesso a

água e energia eléctrica. Num estabelecimento prisional concebido

para 208, estão neste momento internados cerca de 700 reclusos. Sobre

esse aspecto, dizer que é doutrinalmente consensual que a

superlotação é entendida como tratamento degradante, violadora dos

direitos fundamentais. É esta a questão que se põe.

A situação é tensa na prisão. Para além da superlotação, há rincha

entre os reclusos. Os militares são molestados pelos civis. O clima

também é tenso entre os nacionais e estrangeiros, esses que são cerca

de metade nesse estabelecimento prisional de Cabinda.

Outro ponto preocupante tem a ver com a população penal feminina.

Regra geral, são obrigados a passarem o dia fora dos seu aposentos,

devido ao perigo de serem violadas pelos reclusos. Elas sentem-se

inseguras passar o dia na cela. Acima do muro que divide o pátio, há

um espaço livre que permite o acesso dos reclusos do sexo masculino

para a cela feminina.

Para desafogar, em Outubro, inaugurou-se no centro da cidade, a

chamada cadeia civil, espaço com capacidade para 250 reclusos.

Esta acolher apenas os reclusos com processos na fase judicial.

Desafogou em parte, mas não o suficiente, a cadeia do yabi.

Em breve será inaugurado no município do Cacongo o maior

estabelecimento prisional de Cabinda. Terá capacidade para acolher

860 reclusos com perspectiva de alargar para 1500.

- No domínio militar, na penitenciaria de Lândana em Cacongo, não há

superlotação, muito menos excesso de Prisão Preventiva. Os reclusos

Page 100: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

100

variam entre 120 e 150. As condições sanitárias e de habitabilidades são

razoáveis e os reclusos beneficiam de 3 refeições diárias.

No que respeita ao lazer, está a ser construído e já em estado

avançado, um pavilhão multiuso e uma oficina de artes e ofício.

Quando concluídos constituirão mais-valias para a população penal em

matéria de diversão e aprendizagem de profissões liberais.

Visita do Provedor de Justiça

Durante o ano em análise, mais precisamente no primeiro trimestre, o

Provedor de Justiça efectuou uma visita a Cabinda, durante a qual,

deslocou-se ao estabelecimento prisional do Yabi e conversou com os

reclusos, tendo mantido igualmente vários encontros de trabalho com

os responsáveis do núcleo da Assembleia Nacional e dos serviços

Locais.

Reclamação dos cidadãos - Processos:

- Em matéria de atendimento das reclamações dos cidadãos, foram

recepcionados, pré-instruídos e dados provimento a (19) dezanove

queixas de cidadãos e de empresas particulares que reclamam a má

prestação dos serviços públicos.

Page 101: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

101

Serviços Locais do Bengo

Ao longo do ano de 2014, foram realizadas as seguintes actividades:

Visitas:

No dia 14 de Março, foi realizada uma deslocação à comuna do

Kicabo, nas regiões de Kisambo kia Panzo, Kayambambi e Kaxila,

onde falau-se com as populações locais e as autoridades

tradicionais, sobre a existência do Provedor de Justiça e seu

objecto social, e sobre os seus direitos fundamentais.

Nestes encontros, foi assumido o compromisso de um trabalho

mais profundo no futuro, sobretudo na formação de activistas

comunitários para a divulgação dos direitos, liberdades, garantias

e deveres dos cidadãos.

A equipa dos serviços Locais foi recebida pela Administradora

Comunal Adjunta, na ausência do titular, tendo-se abordado

questões relacionadas com o objectivo da visita.

A digressão de dois dias de trabalho da delegação, teve

passagem na localidade de Banza Ebungo-Fuesse, aldeia central

da região de Kayambambi, onde vive o Dembo, a mais alta

autoridade tradicional regional, há cerca de 70 quilómetros da

sede da comuna, cumprindo desta forma, com os objectivos do

Projecto PROVJUSDANDE.

Visita à Kicabo, para uma Palestra com os funcionários Públicos

da Comuna, sobre a figura do Provedor da Justiça e o objectivo

da Provedoria de Justiça.

Visita de trabalho ao Hospital Geral da Barra do Dande, a fim de

se manter um encontro com os trabalhadores. Todavia, a

Direcção do Hospital solicitou que fosse adiada a visita para uma

Page 102: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

102

outra data e horário, o que, devido a razões de calendário, ainda

não aconteceu.

Questões administrativas e Queixas

A nível local, foram muitas as questões resolvidas, apresentando-se

como exemplo as que se seguem:

Situação de uma professora, que trabalhava sem salários desde

2011, na Escola do 1º Ciclo do Ensino Secundário, das Mabubas,

razão pela qual foi notificada o responsável a fim de esclarecer o

porquê da situação. Não tendo sido convincente o seu

esclarecimento, foi recomendado a solução imediata a favor da

queixosa.

Em presença de uma informação que dava conta de que alguns

dirigentes do Governo Provincial e Central, estão a utilizar

crianças dos 14 aos 16 anos, sob forma de deportação do Sul

para o Norte do país, como força de trabalho irremunerável, que

após 2 anos de labuta, dão-se-lhes algum dinheiro e bens como

motorizadas, para se reintegrarem livremente na sociedade, foi

marcada uma audiência com o Governador da Província, tendo

resultado numa recepção pela Vice Governadora para o Sector

Político e Social, com a qual muitos assuntos abordados para

além deste, incluindo a instalação condigna para os Serviços

Locais. Sobre as crianças como mão-de-obra barata, a Vice

Governadora remeteu a questão sob proposta, à consideração

do Governador, continuando-se a investigar as empresas que,

fora dos padrões da lei de menores, utilizam as crianças nas suas

actividades.

Na sequência de uma reclamação apresentada aos Serviços

Locais, foi convocado o Comandante da Unidade Militar das

Mabubas, para esclarecer o porquê da presença de tropas no

Page 103: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

103

Musseque Capari, ameaçando com o seu comportamento, a

favor de uma família que se diz ser de origem cabo-verdiana,

supostos donos do referido musseque. O encontro com esta

entidade militar durou 4 horas, demonstrando que há má fé nas

autoridades da província, no que concerne a gestão técnica e

administrativa do Capari. Todavia, o caso continua a ser seguido

ao abrigo da Lei 9/04, de 9 de Novembro - Lei de Terras, pois,

continuam a destruir as lavras das populações, fonte de sustento

das suas vidas e das famílias, alguns desde 1987, sob alegação de

loteamento, abertura de ruas ou seja, urbanização da área, sem

preveni-las. O caricato é que a empresa que assim está a

proceder, pertence a tal família cabo verdiana, protegida pelos

militares, que alega ter contrato com a Administração Municipal

para o efeito, resumindo-se num Poder Excessivo que a

Administração outorgou ao Senhor suposto dono e à sua

empresa. Isso põe em causa a justiça, os órgãos de administração

do Estado, o sentido de equidade, de urbanidade e de

probidade dos seus agentes.

Na sequência, houve um encontro com os representantes da

referida família para um esclarecimento mais profícuo da

situação.

Encontro com um oficial, dono de uma empresa de Segurança

que não paga o seu pessoal há mais de 7 messes, o que põe em

causa o bom nome da patente que ostenta e do órgão militar a

que pertence.

Encontro com o Comandante Provincial da Polícia Nacional, para

esclarecer sobre os 60 cidadãos civis, homens e mulheres, que

trabalhavam desde 2009 com a Polícia, fardados, armados e

credenciados, conforme as provas apresentadas, sem nunca

oficialmente terem sido membros deste organismo do Estado, sob

Page 104: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

104

promessa de serem enquadrados logo que houvesse uma

oportunidade. Passados 5 anos, a oportunidade surgiu e não foram

integrados. Deixaram-lhes de fora e enquadram outros.

Queixaram-se junto dos Serviços Locais e na sequência, solicitamos um

encontro com o Comandante que, na ocasião, respondeu que os

queixosos não deviam ser recebidos e que o mesmo reuniu com eles

nas Ingambas e perguntar-lhes, como se chamava o 1º Presidente de

Angola e, onde nasceu? Vendo que ninguém sabia responder, retirou

se, porque não pode meter na Polícia, pessoas que nem tão pouco

conhecem o nome do Primeiro Presidente do país e o local onde

nasceu”!

A questão que se coloca é armar civis depois da Paz, de 2009 à 2014,

seja a que pretexto for e não enquadrar as pessoas depois de tanto

tempo de trabalho na instituição (5 anos), confiando na promessa -

violação do artigo 76º, nº 1 e subsequentes, da Constituição. Outrossim,

o pretexto apresentado no encontro, não passa de um subterfúgio pois,

esses cidadãos, já não deveriam passar por testes de aptidão, porque já

trabalhavam com sob garantia durante 5 anos.

Page 105: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

105

Serviços Locais do Cunene

Os Serviços Locais da Provedoria de Justiça no Cunene,

conheceram um período de quase oito meses de interrupção quanto

ao seu pleno funcionamento, devido ao passamento físico do seu

anterior titular, o malogrado Dr. Dionísio Hifewa;

Com vista ao seu restabelecimento e dinamização efectiva por forma a

garantir a necessária aproximação aos cidadãos, após Empossamento

do novo chefe de Serviços, procurou-se primar pela celeridade

processual, e deste modo, proceder ao encaminhamento das queixas e

reclamações apresentadas nos Serviços durante o período em analise,

fazendo menção sobre os casos que conheceram o seu desfecho e

aqueles que ainda carecem da análise e apreciação do Provedor de

Justiça.

Queixas recebidas e com litígios localmente dirimidos:

Neste capítulo, há a apontar a existência de 6 (seis) casos como a

seguir se desenvolve:

Em Abril do ano em análise, acorreu aos Serviços Locais uma

cidadã de Profissão enfermeira , que apresentou uma queixa um

senhor oficial da Polícia Militar no Cunene, tendo como objecto

de acção ou causa o pedido de restituição de valores em

dinheiro avaliado em 200.000,00Kz, provenientes da nulidade de

um contrato de compra e venda de uma parcela de terreno cita

na cidade de Ondjiva, celebrado entre a aludida cidadã e um

outro oficial, inspector da Polícia da ordem pública.

O referido contrato foi nulo por padecer de um vício de forma

previsto nos artigos 220º e 875º, ambos do Código Civil. O caso em

Page 106: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

106

apreço já tinha sido apresentado anteriormente à polícia

judiciaria militar no Cunene pela mesma autora, contra o

inspector, tendo sido atendido naquela instituição pelo oficial da

Policia, o qual por sua autoria desencaminhou os valores em

causa em seu próprio benefício e em prejuízo da senhora, o qual

havia lhe sido depositado ou entregue pelo Inspector, autor do

celebrado contrato em alusão.

Depois de ouvidas as partes, os Serviços Locais concluíram e

recomendaram, que o Oficial da Polícia Militar restituísse os

valores desencaminhados, ao invés de pôr em causa a imagem e

o bom nome da instituição militar que dirige, tendo sido assim a

recomendação acatada, e no dia 02 de Maio de 2014, nos

Serviços Locais da Provedoria de Justiça no Cunene, perante

testemunhas, assistiu-se a restituição de 200.000.Kz pelo oficial, a

favor da senhora, autora da acção ou da queixa aos serviços,

tendo sido o caso ou litígio dirimido localmente e dado como

encerrado com satisfação da parte lesada vendo seu direito

ressarcido nos termos da Lei e do direito.

O segundo caso, com queixa apresentada igualmente em Abril,

por uma senhora, teve como objecto da acção baseado num

conflito de direito fundiário, por expropriação por utilidade

pública de uma parcela de terreno por parte da administração

Municipal de Ombadja na vila de Xangongo, para a construção

das residências da juventude e sem ter em conta o preceituado

na Constituição da República, (artigos 15º e 37º) isto é passar

pela pronta e justa indemnização.

Analisada a questão, foi citado e ouvido no dia 02 de Maio de

2014, o Administrador Municipal Adjunto de Ombadja, em

representação do Administrador, em que foi recomendado no

sentido de pautar-se pelos preceitos constitucionais que regulam

Page 107: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

107

o instituto da indemnização ao cidadão na expropriação por

utilidade pública como condição da eficácia da mesma ;

No dia 13 de Maio, em função das recomendações dos Serviços

Locais da Provedoria, a Administração de Ombadja celebrou um

acto de indemnização a favor da senhora e sua Família, tendo

recebido uma residência T3 e 3 lotes no mesmo espaço de

terreno expropriado pela Administração Municipal ou melhor,

onde se edificou as referidas casas da juventude e tendo deste

modo a mesma Família o seu direito ressarcido nos termos da

Constituição e da Lei em vigor, culminando assim com o desfecho

final da lide e dando-o como encerrado com satisfação da parte

lesada por ganhar uma nova residência de conformidade a sua

pretensão ora apresentada aos Serviços Locais.

Em Maio de 2014, foi recepcionada uma queixa apresentada por

uma professora, tendo como objecto de acção uma turbação ou

esbulho violento da sua fracção autónoma cita no Bairro

Caculuvale, cidade de Ondjiva onde vive há mais de 12 anos,

contra um Director Municipal dos Serviços do Kuanhama, quando

este pretendia revender a mesma fracção à uma Directora

Provincial do Kunene, tendo esta praticado um esbulho contra a

mesma fracção da senhora. Citado e ouvido no dia 17 de Julho

de 2014 a parte queixada, os Serviços da Provedoria Local, tendo

em consideração os institutos da posse titulada e a sua defesa

(art 1259º e nº1, art 1278 nº3 e artº1279) do código civil, em caso

de esbulho violento, recomendaram que a Administração

Municipal do Kwanhama, reconhecesse o direito de posse da

Senhora, previsto no artº1259 n.1, e que lhe fosse restituída a sua

fracção nos termos da lei e do direito, conforme prevê o art.º 1278

nº3 e 1279, ambos do código civil.

Page 108: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

108

Em função da situação em causa, no dia 18 de Julho, em

audiência com, Administrador Municipal do Cuanhama, concluiu-

se com a restituição da mesma fracção autónoma a favor da

senhora, sem exigência do Instituto da indemnização previsto no

nº1 do artº1284 do C.C, pelo prejuízo verificado, tendo sido desta

forma ressarcido o seu direito nestes termos.

Ainda em Abril, procedeu-se a recepção de uma reclamação

apresentada por um Micro empreendedor, proprietário de um

Salão de Beleza e residente na cidade de Ondjiva. A queixa teve

como objecto de acção ou pedido, intervenção dos Serviços,

sobre injustiça ou ilicitude que lhe fora praticado pela polícia

Económica local, na aplicação de uma multa sobre seu

estabelecimento, aproveitando-se da sua má interpretação e

inocência sobre o Alvará de Licença Comercial que lhe permitia

ao Exercício de actividade (Salão de Beleza).

Em função da questão, os Serviços, em colaboração com a

Direcção Provincial do Comércio, Hotelaria e Turismo, Balcão

Único do Empreendedor (BUE) e da polícia Económica,

encontrou-se um mecanismo aceitável de interpretação sobre o

Alvará em causa e atribuiu-se-lhe a documentação que lhe

permite actualmente ao exercício de actividade económica ou

Comercial, isto pelo BUE do Município do Cuanhama.

Em Setembro do ano em análise, apresentou queixa junto dos

Serviços Locais, um funcionário Público, pertencente ao Governo

Provincial do Cunene e residente na cidade de Ondjiva, contra

uma cidadã, igualmente, funcionária pública, com cargo de

chefia na mesma instituição, cuja causa consiste na sua

indemnização pelo facto de ter-lhe sido levantado um auto de

abandono de lugar, enquanto se encontrava doente e

Page 109: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

109

hospitalizado no Hospital Geral de Ondjiva, durante um longo

período de tempo, no ano de 2008.

Em função da queixa apresentada, foi citada a cidadã pelos

Serviço Locais em Outubro. Ouvidas as suas declarações,

constatou-se que o queixoso, já tinha sido reintegrado na função

pública e na mesma área funcional, através de concurso público,

por este ter dirigido um requerimento ao Governador Provincial do

Cunene, que mereceu o devido deferimento no dia 13/09/13,

possibilitando assim a sua reintegração na função pública.

No mês de Outubro de 2014, foi recebida em audiência nestes

uma cidadã, funcionária do Gabinete do Vice-Governador

Provincial do Cunene, que apresentou uma queixa contra o

Gerente de em estabelecimento Comercial, cita no centro da

cidade de Ondjiva. A queixa apresentada versa sobre um

contrato de arrendamento urbano para fins habitacionais com

um prazo certo, celebrado dia 24/04/2014, entre a cidadã, na

qualidade de senhoria e o gerente, na posição de inquilino, este

que veio mais tarde incorrer em mora por falta do cumprimento

da obrigação, conforme os pressupostos das cláusulas do referido

contrato.

A queixosa apresentou como pedido ou a causa de pedir o

pagamento das suas rendas em causa, chamando pela

intervenção dos Serviços, no sentido de intimar ao locatário(

Inquilino), afim de ser recomendado a cumprir com os princípios

da boa fé, da legalidade e com os pressupostos constantes dos

artigos 1038º alínea a) e 1039º nº1, ambos do código civil e

evitando desta maneira o preceituado no nº1 do artº1041 do

código civil.

Citado e ouvido dia 22/10/2014, a parte demandada, por sua vez

limitou-se a confessar os factos articulados pela autora da queixa,

Page 110: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

110

originando aos Serviços a criar uma tentativa de conciliação

entre as partes, por forma a evitar a resolução do contrato, a qual

teve lugar dia 24 de Outubro. Nestes termos, foi recomendada a

parte demandada que cumprisse com as suas obrigações antes

que caísse na situação de pagamento de uma indemnização

prevista no nº1 do artº1041 da código civil e tendo sido estipulado

que até o dia 7 de Novembro, o inquilino pudesse pagar as

rendas em atraso. No dia 6 de Novembro, em função da

recomendação, a parte em falta cumpriu com a obrigação

assumida, tendo pago as rendas em atraso a favor da cidadã

lesada, continuando assim o inquilino a residir no mesmo imóvel

em função do consenso assumido entre as partes em conflito.

Para além das queixas/ reclamações acabadas de descrever, existem

outras 3 (três), que pelo seu conteúdo e alcance, foram remetidas a

instância superior - Luanda para instrução e decisão do Provedor de

Justiça.

Divulgação

Realizou-se no dia 21 do mês de Novembro, na sala de reuniões do

Palácio do Governo da Província do Cunene, uma palestra

Subordinada ao tema: O papel do Provedor de Justiça, função, âmbito

de actuação, competências e garantias dos particulares, tendo como

prelector o Dr. Frederico Alukeinge, Chefe dos Serviços e como

Moderador, o Jusrista, João Feliz Sapy da Silva, funcionário da Direcção

Provincial de Registo Eleitoral do Cunene. A palestra contou com a

participação do Dr. José do Nascimento Veyelenge, Vice-Governador

para Política Social e Governador em Exercício, que dirigiu a sessão de

abertura, Eng. Cristino Mário Ndeintunga, Vice-Governador Provincial

para os Serviços técnicos e de infra-estruturas do Cunene, funcionários,

Page 111: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

111

assim como representantes da sociedade civil (Empresários, Igrejas e

Partidos Políticos).

Dos factos narrados, apresenta-se o quadro demonstrativo das queixas

e dos casos solucionados:

QUEIXAS

RECEPCIONADAS

QUEIXAS C/ CASOS

RESOLVIDOS

RECLAMAÇÕES

QUEIXAS

PENDENTES

QUEIXAS FORA

DO ÂMBITO

22 06 01 10 05

Serviços Locais do Huambo

Durante o ano de 2014, os Serviços Locais recepcionaram um conjunto

de queixas, no total de 54 ( cinquenta e quatro), distribuídos nos termos

que se seguem:

10 (Dez) queixas constituíram matéria cível de pensões de velhice

e sangue, que depois de uma análise casuística, foram remetidas

aos serviços locais do Instituto Nacional de segurança Social,

como órgão competente e visado. De referir que, só tiveram

ainda desfecho os que se prendiam com pensão de sangue. Já

os de pensão de velhice, correm seus trâmites junto daquela

instituição, pelo facto das instituições não serem locais.

7 (sete) Queixas de natureza criminal.

Estas queixas, porque são de natureza criminal, cujo conteúdo

extravasa os poderes do Provedor de Justiça, foram, nos termos

do artigo 29º da Lei n.º 4/06 de 28 de Abril, encaminhados para os

Page 112: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

112

Dignos Magistrados junto da Direcção Provincial da investigação

criminal para o tratamento devido.

20 (vinte) Queixas de fórum cível, ligados à prestação de

alimentos a menores de idade, bem como reclamações de

direitos fundiários.

As queixas de natureza alimentar, pela emergência que têm em

termos de resolução, foram encaminhadas ao Digno Procurador

da República, junto da sala de família do Tribunal Provincial do

Huambo, para instauração dos processos alimentares

competentes, estando em fase de desfecho provisório.

Foram também recepcionadas queixas ou reclamações de alimentos,

mas numa perspectiva de se alterar a decisão provisória, tomada no

processo que, pela natureza do acto recorrível, sendo uma sentença

judicial, foram remetidos ao Digno Procurador da República, na

qualidade de fiscal da legalidade.

As queixas de natureza fundiária, no total 9 (nove), tiveram desfecho

positivo dentro das administrações visadas.

Ainda dentro do período em análise, os Serviços Locais do Huambo,

prestaram alguma assessoria em matérias da lei de terras a algumas

autoridades tradicionais, como meio de se reduzir os níveis de atropelo

do procedimento em legalizarem as terras.

No mês de Setembro, aquando da vista do Secretário de Estado para os

Direitos Humanos, os Serviços Locais tiveram um papel activo,

acompanhando os trabalhos desenvolvidos nos serviços penitenciários

do Huambo e do Bailundo, com balanço positivo no que concerne as

condições humanas dos reclusos.

Page 113: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

113

Em parceria com o Fórum Universitário, os Serviços Locais co-realizou a

primeira conferência provincial sobre os Direitos Humanos, no dia 10 de

Dezembro de 2014, tendo como população alvo, os funcionários da

penitenciária e estudantes do ensino médio, das escolas sedeadas na

comuna da Calima.

Page 114: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

114

2.3.PARTICIPAÇÃO INTERNACIONAL

22ª Sessão Ordinária da Cimeira de Chefes de Estado da União

Africana

A convite da Presidente da Comissão da União Africana, DRA.

Gonsazana Dlamini Zuma, deslocou-se até ADIS-ABEBA – Etiópia, sede

da União Africana, de 25 a 31 de Janeiro, o Provedor de Justiça de

Angola, na sua qualidade de Presidente dos Provedores de Justiça de

África, chefiando uma delegação integrada por quadros da Provedoria

de Justiça.

A Conferência contou com as presenças de mais de 54 chefes de

Estado de África, de Ministros das Relações Exteriores e distintos

convidados provenientes de várias partes do mundo.

Viª Reunião do Comité Executivo dos Ombudsmen, Mediadores e

Provedores de Justiça Africanos

A convite da Provedora de Justiça da África do Sul e Secretária

Executiva da AOMA – (Associação dos Ombudsmen, Mediadores ou

Provedores de Justiça Africanos), o Provedor de Justiça de Angola, na

qualidade de Presidente da AOMA, participou e presidiu a Reunião

Ordinária do Comité Executivo e do Conselho de Administração da

AORC, de 25 a 28 de Fevereiro em Johannesburgo, África do Sul,

chefiando uma delegação integrada por Técnicos da Provedoria de

Justiça.

Page 115: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

115

O AORC - Centro de Investigação dos Provedores de Justiça Africanos,

foi criado pela AOMA, com o propósito de dotar os técnicos afectos às

distintas instituições do Provedor de Justiça a nível do continente, de

conhecimentos e ferramentas necessárias para o exercício da sua

Actividade, bem como servir de Centro de documentação e arquivos,

e prestar vários serviços e assistência aos membros da AOMA.

A Cimeira teve a duração de 4 (quarto) dias, e consubstanciou-se na

apreciação e análise dos trabalhos do Centro de Pesquisa dos

Provedores de Justiça de Africa – AORC, baseando-se,

fundamentalmente, nos critérios de avaliação a serem adaptados

durante as próximas sessões formação ministrados nas (4) línguas de

trabalho indicadas pela organização.

No dia 24 de Fevereiro, teve início na cidade de Johannesburg, África

do Sul a VIIIª Reunião do Conselho de Administração da AORC.

No seu discurso de abertura, a Ombudsman Sul-africana, que também

desempenha as funções de Presidente do Conselho de Administração

do Centro, fez uma breve apresentação do actual quadro de

funcionamento do Grémio, mormente as dificuldades encontradas para

a indicação de um candidato para ocupar o cargo de Director da

referida academia.

Convidado a intervir, o Provedor de Justiça de Angola e Presidente da

AOMA, agradeceu em nome dos Provedores de Justiça, a

hospitalidade e felicitou a direcçao da AORC pelo sucesso

conquistado, sobretudo, pela visibilidade que esta tem estado a

oferecer ao trabalho dos Ombudsmen africanos.

Por seu turno, a insígnia professora Dra.Managay Reddi, Reitora da

faculdade de Direito da universidade de Kwazulo-Natal, na sua

intervenção, destacou a contribuição do Departamento de Direito da

Page 116: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

116

referida Universidade no lançamento da obra literária sobre a génese

da AOMA, um trabalho que veio contribuir para a divulgação da

imagem da Organização.

De seguida, a Directora da AORC, ADV. Ishara Bodasing, passou em

revista, de forma substantiva e objectiva, a situação financeira do

centro de pesquisa e alguns projectos em carteira.

Reunião do Comité Executivo

Subordinado ao tema: O papel dos Ombudsmen Africanos na

Promoção da Boa Governação, o Provedor de Justiça de Angola e

Presidente da AOMA, DR. PAULO TJIPILICA no dealbar do certame,

agradeceu a anfitriã e a sua equipa, pelo nível organizativo do evento.

Observadas as regras protocolares, o Presidente dos Ombudsman

Africanos instou aos presentes para que fosse observado um minuto de

silêncio em memória daquele que se destacou, como um dos maiores

ícones africanos e líder Fundador do ANC, DR. Nelson Mandela.

Foram, de seguida constituídos quatro paínés.

A abertura da sessão plenária teve como orador o Presidente da

Comissão Administrativa de Justiça do Kenya, Adv. Otiende Amollo, que

sublinhou o papel dos Ombudsmen na promoção da Boa Governação,

na prevenção e mediação de conflitos, bem assim, na defesa da

promoção das liberdades e garantias dos cidadãos.

O orador indicou os parâmetros por que se regem a actividade dos

Ombudsmen, como seja:

Governação /liderança

Paz

Segurança

Page 117: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

117

A agenda da União Africana sobre a boa governação, desenvolvimento,

paz e o papel do Provedor de Justiça, foi apresentada pelo Dr.

MATOLOSA, em representação da Comissária para os Assunto

Políticos da União Africana, Dra. Ayisha Abuli . Defendeu, no plenário,

os mecanismos e planos estratégicos que foram adoptados pela

União Africana, para auxiliar a AOMA na qualidade de membros

observadores da organização.

Com base na evolução dos Gabinetes dos Provedores de Justiça e a

promoção da boa governação em África, o Professor Doutor Victor

Ayeni, Director dos Serviços Internacionais de Governação no Reino

Unido, de forma pedagógica, usou os princípios de Mo Ibhraim, que

defendem a boa governação, transparência e justiça em África,

para demonstrar aos países africanos o modelo utilizado pelo

Ocidente em determinar a boa governação em África.

A análise comparativa do sistema legal dos países membros da AOMA, foi

apresentada pela Professar Doutra Managay Reddi, Reitora da

Universidade do Kwazulo-Natal e o Prof. J. C. Mubangizi, que é, de

igual modo, adjunto do Director de Estudos de Gestão de Direito da

mesma Faculdade.

A actividade culminou com um jantar de gala oferecido pela

organização do evento, no salão de festas do Hotel Southern Sun, que

contou com a presença da Líder Nacional da Auditoria Geral da África

do Sul, e também, no decorrer da actividade, houve um painel de

debate entre os Provedores de Justiça que teve como tema principal a

Promoção, a Estabilidade Local e Desenvolvimento através da

Cooperação Internacional dos Provedores de Justiça e Mediadores de

África.

Page 118: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

118

O terceiro dia de trabalhos foi marcado pela apresentação do relatório

pelo Provedor de Justiça das Ilhas Maurícias, Adv. Hatteea. A estrutura e

padrões dos Ombudsmen no Caribe e América do Norte foram

elucidados pela Reformada Provedora de Justiça de Bermudas, Ms. A.

Brock e a Provedora de Justiça de Quebec, Ms. R. Saint-Germain, da

Associação dos Ombudsmen e Mediadores Francófonos.

No final dos trabalhos, foi adoptada uma Declaração que ficou

conhecida como Declaração de Oliver TAMBO.

Com um total de seis (6) páginas, a Declaração foi assinada pelo

Presidente e Secretária Executiva da Organização, respectivamente,

DR. Paulo, Tjipilica, de Angola e, Adv. Thulisile Madonsela, da África do

Sul.

Page 119: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

119

No documento, os Provedores de Justiça reconheceram o papel que os

Ombudsmen e as instituições de mediação desenvolvem para o reforço

e promoção da boa Governação a nível do continente;

Ainda no mesmo documento, os Provedores de Justiça Africanos foram

encorajados a adoptar o artigo 15 da Carta Africana sobre a

democracia, eleições e boa Governação, que obriga os Estados a:

Estabelecer instituições públicas fortes que promovam a

democracia e a ordem constitucional;

Assegurar a independência e autonomia destas instituições

garantidas constitucionalmente;

Assegurar que as instituições de Medicação sejam responsáveis

diante das instituições nacionais competentes e;

Assegurar que estas instituições tenham recursos necessários para

a execução das suas actividades de forma eficaz e eficiente.

No documento, os subscritores viram, de igual modo, a

necessidade de implementação do Protocolo de Cooperação

assinado, em Luanda, entre a AOMA e a União Africana, em

Junho de 2012.

Visita do Provedor de Justiça a Bujumbura – Burundi

A fim de tomar parte da Conferência Internacional sobre o Diálogo Inter

– Religioso para a Paz e a Prevenção de Conflitos e de Guerras, no

âmbito da Presidência Angolana da AOMA (Associação dos

Ombudsmen, Mediadores ou Provedores de Justiça de África),

ausentou-se do país o Senhor Provedor de Justiça, DR. Paulo Tjipilica, de

Page 120: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

120

21 a 27 de Março de 2014, rumando a Bujumbura – Burundi, a convite

do Excelentíssimo DR. Mohamed Rukara, Ombudsman do Burundi,

fazendo-se acompanhar de técnicos seniores da instituição que dirige.

No dia 25 de Março, as actividades, tiveram lugar no espaço Chaussé

D’Uvira, do Hotel Clube do Lago Tanganyika, na cidade de Bujumbura,

cabendo as palavras proemiais ao DR. Mohamed Rukara, Ombudsman

da República do Burundi e Vice – Presidente da AOMF (Associação dos

Ombudsmen ou Mediadores da Francofonia), enquanto anfitrião.

Neste que era um evento organizado pelo Escritório do Ombudsman da

República do Burundi, sob o alto patrocínio do Presidente da República

Burundi, o Senhor Pierre Nkurunzinza, co – organizado pelo Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), pelo Escritório de

Representação da União Europeia e pelo Departamento do Sector de

Segurança da Holanda.

Ao que se seguiram no uso da palavra, respectivamente, as entidades

seguintes: Representante da Confissão Religiosa Católica (Nunciatura

Apostólica) – Abade José Nahum; Representante da Confissão Religiosa

Protestante – Reverendo Thomas; Representante da Confissão Religiosa

Islâmica – Abdallah Omar Nassef; Representante dos Países Baixos –

Embaixador Jolke Oppewal; Representante do Sistema das Nações

Unidas, no Burundi; O Senhor Al Hadji Ali Hassan Mwinyi, antigo

Presidente da República Unida da Tanzânia, na qualidade de

Presidente de honra da Conferência.

O discurso de abertura do evento foi proferido por Sua Excelência

Senhor Pierre Nkurunzinza, Presidente da República do Burundi, que

desejou boa estada aos visitantes e êxitos nos trabalhos programados,

atendendo à pertinência na escolha do tema – guia da Conferência.

Page 121: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

121

Após intervalo, iniciarem as actividades propriamente ditas, por via de

painéis temáticas conduzidos por distintos oradores:

1º Painel – Busca e Salvaguarda da Paz e da Harmonia Social, onde

intervieram o abade José Nahum; o prelado DR. Khalan; o reverendo

DR. Johnson Mbillah; e a autoridade islâmica Mahmud Azab.

2º Painel – Diálogo Inter – Religioso, o Impossível? Experiências e Desafios

sobre a Tolerância e a Aceitação do Outro, em que tomaram a palavra

peritos religiosos da Etiópia; do Uganda; do Burundi (monsenhor Evariste

Ngoyagye, líder do Conselho Inter – Confessional do Burundi); e do

Ruanda.

No período vespertino:

3º Painel – Experiência do Clero sobre a Resolução de Conflitos Inter –

Religiosos, com as alocuções das autoridades religiosas da RDC e da

Tanzânia.

Concluídas as apresentações dos painéis temáticos, foram chamados

ao pódio todos os intervenientes, para, em debate com plateia,

reafirmarem as teses trazidas ao evento, que, no essencial, eram o

produto das experiências vivenciadas nos respectivos países.

Passou-se para o 2º momento do programa, a seguir aos painéis,

consistindo nas apresentações dos Ombudsmen, Mediadores ou

Provedores de Justiças convidados:

I – Professor Serigne Diop, Mediateur de la Republique do Senegal

Respigamos das suas palavras, plenas de sabedoria, o facto de dar

nota de realce ao Memorando de Entendimento firmado entre a União

Page 122: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

122

Africana (UA) e a AOMA, a 22 de Outubro de 2011, em Addis – Abeba

(Etiópia), que além de conferir à AOMA o estatuto de observador, junto

da União Africana, há o comprometimento daquela ajudar esta na

prevenção e resolução de conflitos no nosso continente, em

colaboração com o Painel de Sábios da União Africana. A concluir,

manifestou a sua satisfação pela esperança, que os povos de África

acalentam pela mera existência de Ombudsmen, Mediadores ou

Provedores de Justiça, pelo que, estes devem assumir uma postura mais

acutilante, como conselheiro do Estado – Administração, quer no

tocante à Boa Governação e ao Estado de Direito, quer como Agente

da Paz.

II – Madame Raymonde Saint Germain, Presidente da AOMF e Protectora do

Cidadão do Quebec

No essencial, fez um apelo a congregação de engajamento e de

vontade para as autoridades políticas africanas tenham a sabedoria

necessária, com a ajuda dos Ombudsmen, Mediadores ou Provedores

de Justiça, para se lograr a harmonia entre religiões e, assim, constituir-

se uma plataforma conjunta de resolver as diferenças.

III – DR. Paulo Tjipilica, Presidente da AOMA e Provedor de Justiça de Angola

Na sua alocução, fez uma radiografia – síntese da AOMA focalizado nos

aspectos que se seguem:

Fez uma introdução abreviada ao conceito de Ombudsman, à

AOMA e aos seus Órgãos;

Traçou um breve panorama dos instrumentos jurídicos que regem

o trabalho da AOMA na prossecução dos seus objectivos;

Passou em revista o papel dos Ombudsmen, Mediadores ou

Provedores de Justiça, a sua contribuição e o seu potencial para

melhorar o desempenho da mediação de conflitos em África;

Page 123: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

123

Por fim, indo ao encontro do tema – guia do evento, apresentou

um quadro sobre o papel que joga a AOMA na questão da

prevenção e resolução de conflitos no continente.

Neste particular, importa frisar que Presidente da AOMA, aproveitou o

ensejo para partilhar com os presentes, elementos que ilustram

devidamente o caminho a seguir, pontualizando que,

a este nível, a experiência tem demonstrado que, quando forem

cumpridos os padrões exigidos para a criação desta instituição, o

Ombudsman pode desempenhar um papel decisivo, pelas seguintes

razões:

A sua impartibilidade, o Provedor de Justiça é uma alternativa

confiável para ambas as partes,

devido à sua acessibilidade e à gratuitidade dos seus serviços;

O Provedor de Justiça também é mais fácil de usar do que o

sistema judicial tradicional ou, em casos extremos de escolha, do

que a violência;

Através das disposições da lei, o Provedor de Justiça também tem

a possibilidade de procurar, a favor da parte lesada, a solução

extra – jurisdicional, com base na tese de que, em termos

objectivos, «a equidade está para além da justiça». Com efeito,

tudo o que é legal ou jurídico, não é necessariamente sempre

justo;

No mundo da governança moderna, o Provedor de Justiça

representa o equilíbrio perfeito entre a mediação política e a

mediação jurídica, por meio de seu trabalho, tanto normativo

quanto informal;

Enfatizar que é absolutamente necessário garantir que a

personalidade do Provedor de Justiça e a reputação de seu

escritório são fundamentais para que, perante uma grande

Page 124: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

124

quantidade de trabalho, se consiga uma mediação bem-

sucedida;

Retomou as palavras de sabedoria do Presidente Blaise

Compaoré, quando diz que “já é um grande passo dado quando

as duas partes, em conflito, saber que existe alguém que pode

ouvir e entender as suas frustrações”.

Em suma, o Provedor de Justiça, pela sua natureza é o tipo de

instituição que se esforça para ouvir e compreender bem o

núcleo da origem do conflito, por meio de pesquisas e outras

formas de indagações, antes de emitir as suas recomendações

para uma solução jurídica, justo e aceitável para todas as partes

envolvidas.

IV – A Experiência do Ombudsman do Burundi

Para o efeito, o Escritório do Ombudsman anfitrião, colocou em

exibição um Documentário, contendo imagens de Actividades e

Realizações do DR. Mohamed Rukara, no atendimento e resolução de

contendas que os particulares em levam a seu conhecimento, sobre as

diversas matérias, cabíveis no respectivo âmbito estatutário. Bem como,

foram dadas a ver imagens de eventos internacionais, em que o

Ombudsman burundês se fez presente.

No segundo e último dia da Conferência Internacional, foram

chamados à dissertação convidados idos de países fora do continente

africano, designadamente:

1. DR. Mark J. Brinkmoeller, dos Estados Unidos da América, que

tratou do tema «Porquê tornar os dogmas religiosos em

ferramentas de divisão em vez de factores de união?». Como se

pode depreender, o tema suscitou vivo acompanhamento dos

circunstantes pela pertinência e apelo à reflexão.

Page 125: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

125

2. DR. Alwin Van Den Boorgaard, em representação da DSS dos

Países Baixos, abordou, de forma documentada, sobre «O

Conceito de “Reforma dos Serviços de Segurança” e

Consolidação da Paz e a Prevenção de Conflitos: Experiência do

Burundi». Dentre outros aspectos, realçou o facto de existir um

Memorando de Entendimento Países Baixos – Burundi, para o

desenvolvimento do sector de segurança neste último, pela

relevância estratégica de que se reveste o elemento segurança

nacional na prevenção e resolução de disputas.

3. Jean Pierre Guengant, PhD, Director de Pesquisa emérito da

Universidade de Paris, Panthéon – Sorbornne, IRD, e com ligação

ao FNUAP, com o interessantíssimo tema «Dividendos

Demográficos e Prevenção de Conflitos em África: A Importância

de Desenvolvimento Duradouro e Inclusivo».

Após intervalo, no reinício dos trabalhos registaram-se duas dinâmicas:

I – foi constituído um novo painel para permitir que dois

convidados fizessem abordagens, fruto de vivências específicas,

em torno da temática «Experiências das Minorias Face à

Tolerância e à Aceitação do Outro», nomeadamente, os Senhores

Umit Kokker (Turquia) e Marc Bertrand (Bélgica).

II – Organizou-se um Trabalho em Comissões, composta por

falantes de Inglês e a composta por falantes de Francês,

recolhidos em salões de apoio, ao Salão Principal, separados,

para reflectirem, respectivamente, sobre “Que recomendação

concreta deve ser dada para que as autoridades religiosas,

possam, nos seus países, contribuir para o reforço da prevenção

de conflitos inter – confessional” e “Que recomendação concreta

Page 126: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

126

deve ser dada aos Ombudsmen africanos para que, em acção

concertada com as demais entidades dos poderes públicos,

tenham um papel mais activo no incremento do diálogo inter –

religioso, bem como da prevenção/resolução de conflitos e de

guerras”.

À guisa de conclusão, pode afirmar-se que o DR. Paulo Tjipilica,

Presidente da AOMA e Provedor de Justiça de Angola, considera a

iniciativa burundesa deveras positiva, quanto mais não seja por o

evento ter criado azo para o conhecimento, a compreensão e a

absorção de aspectos que entroncam nas litigiosidades, que grassam o

nosso continente, motivados por diferenças de credo religioso.

Por conseguinte, devem quer a AOMA como as Instituições Nacionais

dos Ombudsmen, Mediadores ou Provedores de Justiça, encetar ou

juntar-se às iniciativas, com o concurso da União Africana, na

prevenção e resolução de litígios e de guerras, em cuja base estão

tendências para a prevalência de umas crenças religiosas sobre outras.

Missão Técnica à Adis-Abeba, Etiópia

No dia Dezasseis de Julho de Dois Mil e Catorze deslocou-se à República

Federativa da Etiópia Adis-Abeba, em missão de serviço uma

delegação de técnicos seniores da Provedoria de Justiça, no quadro

da presidência angolana da AOMA (Associação dos Ombudsmen,

Mediadores e Provedores de Justiça Africanos), chefiada por Sua

Excelência, o Secretário-geral, Dr. Plácido Jorge Van-Dúnem.

A referida viagem circunscreveu-se no âmbito do Acordo de

Cooperação entre a Associação dos Provedores de Justiça Africanos e

União Africana. Na base da visita estiveram dois grandes objectivos,

como sendo:

Page 127: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

127

1. Inteirar-se junto do Gabinete da Senhora Presidente da Comissão

da União Africana, DRA. NKOSAZANA DELAMIN ZUMA, das

condições para o acolhimento da IVª – Assembleia-geral dos

Provedores de Justiça Africanos, a ter lugar na sede da maior

organização africana, em Adis-Abeba;

2. Avaliar às condições e disposições técnica das cabines de

tradução, instaladas nas salas de reuniões da sede da União

Africana, bem assim, nos estúdios de televisão e Rádio da nossa

Congénere em Adis-Abeba, de modo a servir de réplica para

adaptação à nossa realidade.

No dia 17 de Junho, foram encetados contactos ao mais alto nível, a

saber, com a Consultora e representante de Sua Excelência o

Comissário para os Assuntos de Paz e Segurança, nomeadamente, na

pessoa da Dra. Yvelise Ngandu. No encontro, foi reafirmada a

disposição da U.A em acolher na sua sede, a IVª- Assembleia-geral dos

Provedores de Justiça Africanos, sob a sinalética, Reunião Bilateral entre

a União Africana e a AOMA.

Outrossim, ficamos a saber, daquela sumidade, que por imperativo de

agenda de Sua Excelência, a Presidente da Comissão da União

Africana, o aludido encontro já não terá lugar em Setembro, conforme

previsto, mas, em Outubro de 2014.

Augurando uma realização profícua da Conferência dos Ombudsmen

Africanos, a União Africana garante colocar à disposição uma sala com

capacidade para acomodar duzentos conferencistas, devidamente

equipada, incluindo a equipa de tradutores e material gastável.

A delegação angolana ficou encarregue, após consulta das mais altas

instâncias da AOMA, de se pronunciar sobre, o esboço da nota

Page 128: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

128

conceptual, a proposta da agenda de Actividades, a lista de

prelectores e os temas a abordar e, fundamentalmente a definição da

data para a realização do feito.

No mesmo período e na sequência dos trabalhos a delegação

angolana encontrou-se, no HOTEL SARO-MARIA, com o Director de

Relações Internacionais e Protocolo do Gabinete da representante da

AOMA, junto da União Africana, que é igualmente, Ombudsman Chefe

da Etiópia, DRA. FOZIYA AMIN.

Neste encontro foi-nos informado que as autoridades etíopes têm

cabimentado, um orçamento especial para apoiar as despesas

inerentes a realização da IVª Assembleia-geral dos Ombudsman

Africanos.

No período da tarde a delegação visitou às instalações da Provedoria

de Justiça naquele país, a fim de apresentar, em nome do presidente

da AOMA, as mais vivas e calorosas saudações.

A visita serviu ainda para elucidar os visitantes das condições técnicas

dos estúdios de Rádio e Televisão com o propósito supramencionado.

Como quem leva a água ao moinho, testemunhamos à transferência

dos serviços dos nossos confrades, para um novo edifício, que, segundo

os mesmos, irá conferir maior dignidade e conforto.

Em guisa de conclusão, podemos anuir que os objectivos da visita da

delegação - constatação e avaliação, no âmbito da OAMA, foram

atingidos com sucesso.

A fim de acompanhar o desenrolar do processo de preparação da

próxima reunião magna dos Provedores de Justiça Africanos, deverá ser

criada, tão breve quanto possível, uma equipa técnica, constituída por

Page 129: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

129

quadros da União Africana, da AOMA, do Secretariado Executivo

estabelecido em Pretória e de altos funcionários das autoridades Etíope.

Missão Técnica a Adis-Abeba, Etiópia

No dia 25 de Agosto de 2014, fez-se deslocar uma delegação técnica

da Provedoria de Justiça, afecto a área da AOMA, com destino a Addis

– Abeba, Etiópia, a fim de participar de um encontro com a delegação

da Etiópia e demais países a fim tratar de questões atinentes aos

preparativos da 4º Reunião da Assembleia – Geral da Associação dos

Provedores de Justiça Africanos-

A Reunião teve a Duração de 2 (dois) dias, consubstancida na

apreciação e análises dos trabalhos já elaborados durante a

preparação da 4ºReunião da Assembleia Geral, por cada membro

junto de cada delegação responsável.

Na ocasião, a comissão dos Assuntos Políticos da Etiópia realçou que os

preparativos estavam sob controlo e que já não havia nenhum

impedimento para proceder com as suas tarefas e obrigações nesta

importante Conferência, tendo confirmado algumas das suas

responsabilidades no círculo da preparação da reunião da 4.º

Assembleia Geral, designadamente:

Acomodação

Transportes (carros Vips, Autocarros)

Material Didáctico

A comissão dos Assuntos Políticos também salientou que o Fundo

Financeiro a que se propusera ainda não estava confirmado e caso

Page 130: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

130

não fosse possível cobrir com algumas despesas, que seria necessário o

auxílio por parte de outros países membros, consubstanciado num

contributo para a boa organização deste grande evento.

No Final dos trabalhos, foram adoptados algumas conclusões

importantes:

Necessidade de se estabelecer um contacto expansivo entre as 3

importantes delegações AOMA, UNIÃO AFRICANA E OS ASSUNTOS

POLÍTICOS;

Assegurar que cada instituição seja responsável com as suas

funções para execução das suas actividades de forma eficaz e

eficiente.

Visita do Provedor de Justiça a Lusaka – Zâmbia - VII Reunião

Ordinária do Comité Executivo da AOMA

De 9 a 12 de Setembro, o Provedor de Justiça, Dr. Paulo Tjipilica,

presidiu, em Lusaka – Zâmbia, a VII Reunião Ordinária do Comité

Executivo da AOMA, sob a chancelaria de Preparação da

Conferência Bilateral de Adis-Abeba AOMA/UA, no âmbito da

Presidência Angolana da AOMA (Associação dos Ombudsmen,

Mediadores ou Provedores de Justiça de África), a convite da

Excelentíssima Drª.. Coraline Sokoni, Ombudsman Chefe da Zâmbia.

O evento foi uma organização do Gabinete da Ombudmen Chefe da

Zâmbia, que é igualmente, coordenadora regional da África Austral,

sob o alto patrocínio do Presidente da República da Zâmbia, o Senhor

DR. MICHEL SATA.

Page 131: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

131

Na sua alocução, no dia 9 de Setembro, o Provedor de Justiça de

Angola e Presidente da AOMA agradeceu as autoridades zambianas

pela disponibilidade em acolher pela segunda vez, mais uma, das várias

reuniões dos Provedores de Justiça Africanos, tendo desejado rápidas

melhoras ao chefe do Executivo da Zâmbia e encorajado o Vice-

Presidente, na qualidade de presidente em exercício, a prosseguir com

os esforços tendentes à melhoria e bem-estar da vida dos cidadãos

A anfitriã e Ombudman Chefe da República da Zâmbia – Drª. Caroline

Sokoni, na sua intervenção, agradeceu a presença de todos quantos

acederam o convite, augurando votos de óptima estada e êxitos nos

trabalhos programados, atendendo à pertinência na escolha do seu

país para acolher o evento.

Em respeito aos pontos da agenda aprovados, a reunião apreciou os

relatórios apresentados pelo Presidente e Secretaria Executivas dos

Ombudsmen Africanos, relatórios que mereceram dos presente um vivos

encómio pela forma como as duas entidades tem assumido as suas

responsabilidades, em prol da dignificação da agremiação.

IVª Assembleia-Geral dos Ombudsmen Africanos na sede da União Africana

Uma apresentação sumária serviu para ilustrar aos presentes, o grau de

preparação e implementação dos preparativos à Primeira Reunião

Bilateral versus, IVª Assembleia-geral da AOMA, feita pelo Consultor do

Presidente da AOMA, Dr. Pierre Ndngirwa, na qualidade de membro da

equipa técnica de coordenação dos preparativos da Conferência.

Vários pontos foram identificados pelo apresentador como verdadeiros

desafios a serem vencidos durante o percurso até a realização do

evento.

Page 132: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

132

Conferência Bilateral entre a União Africana e a AOMA,

IV Assembleia Geral da AOMA

Adis abeba/ etiópia.

Entre os dias 4 e 7 de Novembro de 2014, em Addis Ababa, na

República Federal Democrática da Etiópia, realizou-se, sob os auspícios

da União Africana e do Instituto dos Ombudsmen da Etiópia, a primeira

conferência bilateral entre a União Africana e a AOMA, e

concomitantemente a IV Assembleia Geral da AOMA, com o tema “O

Reforço da Estabilidade Política, Desenvolvimento Socioeconómico por

Meio da Boa Governação e Justiça Administrativa – O Papel do

Ombudsman na Construção de uma Sociedade Democrática, Estável

e Próspera em África”.

A delegação angolana ao evento foi composta pelo Digníssimo

Provedor de Justiça de Angola e Presidente cessante da AOMA, DR.

PAULO TJIPILICA, que chefiou uma delegação composta por técnicos

seniores da instituição que dirige, para além de membros de instituições

angolanas, na qualidade de convidados, a saber: Deputados à 1ª, 5ª e

9ª Comissão da Assembleia Nacional, nomeadamente, os Drs. Albertina

Muxindu, Américo Cuononoca e Manuel Domingos, bem como, Sua

Excelência, o DR. Joaquim do Espírito Santo, Director para África e

Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores.

O dia 3 de Novembro, foi reservado para questões preliminares à

Conferencia, como sendo: o registo e acreditação dos diversos

participantes ao evento, entre chefes de delegação e respectivos

colaboradores.

Page 133: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

133

As actividades que corporizaram a primeira Conferencia Bilateral entre

AOMA e a União Africana tiveram início às 10h30 minutos do dia 4 de

Novembro, na sede da Instituição parceira, sala de sessões plenária do

Edifício antigo.

A Sessão de abertura foi presidida pelo Supremo Magistrado da Nação

Etíope, isto é, por Sua Excelência, DR. MULATU TESHOME, presidente da

República Federativa da Etiópia, testemunharam o acto várias

entidades do Governo Etíope, lideres das organizações Internacionais e

Membros do Corpo Diplomático.

O Chefe de Estado Etíope saudou os “Ombudsmen’’ presentes,

desejando-lhes boas vindas e êxitos nas discussões dos temas a abordar,

salientado por seu turno, a importância e o papel do serviço dos

Provedores de Justiça nos países membros da União Africana e no

continente.

Sublinhou ainda, o facto de a Conferência bilateral e a IV Assembleia

Geral terem lugar no seu país com um especial significado por Adis-

Page 134: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

134

Abeba ser também, a capital de África, esta afirmação recolheu uma

estrondosa ovação e salva de palmas.

Seguiram-se ainda no uso da palavra, respectivamente, os

representantes das Nações Unidas, o Presidente da Comissão dos

Direitos Humanos da Etiópia, o Presidente das Instituições Internacional

dos Ombudsmen, que é ao mesmo tempo o Provedor de Justiça da

Namíbia, DR. JOHN ROBERT WALTERS, bem assim, o Presidente de AOMA

e Provedor de Justiça de Angola, DR. PAULO TJIPILICA e por fim, a

Secretária Executiva da Associação dos Ombudsmen Africanos,

Advogada THULISILE MADONSELA, Provedora de Justiça da África do

Sul.

No uso da palavra, o DR. Paulo Tjipilica, Presidente da AOMA e Provedor

de Justiça de Angola, começou a sua intervenção com uma canção

de exaltação ao pan-africanismo intitulada ‘’MINHA ÁFRICA’’, ao que

se seguiram breves palavras de agradecimentos a todos quanto

estiveram envolvidos, na preparação do evento resultando num

verdadeiro êxito.

Page 135: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

135

Em seguida, apelou a liderança da União Africana no sentido de

sensibilizar os Governantes do continente a valorizar o papel dos

Ombudsmen, sobre tudo no concernente ao respeito das suas

recomendações, bem assim, promover a criação da figura do Provedor

de Justiça, ali aonde ainda não exista.

Às 11h55 minutos deu-se o retorno para a sala de trabalhos e, deste

modo, iniciarem as actividades propriamente ditas, por via de painéis

temáticos conduzido e dissertado por distintos oradores.

I Painel - Na análise e desenvolvimento dos trabalhos que compunham

a agenda, proferiram suas intervenções os prelectores convidados,

nomeadamente, os insignes Professores, VICTOR AYENE, proveniente de

Londres e ABRAHAM EKOKOU ESSEAOU, proveniente de Senegal-Dakar,

os quais dissecaram ao detalhe sobre o papel dos Provedores de

Justiça, enaltecendo a utilidade, sugerindo, por fim, que tudo seria

melhor, tudo seriam diferentes, se todos os países membros da União

Africana tivessem um ‘’Ombudsmen’’ devidamente prestigiado com

capacidade de intervenção na sociedade em prol dos Direitos dos

Cidadãos.

Após a pausa para o almoço, seguiu-se a sessão vespertina em que se

deu início ao ciclo de conferências, com o primeiro painel, subordinado

ao tema: “a boa governação, o desempenho dos Serviços Públicos e a

Estabilidade Sociopolítica”, em que o Prelector, DR. VICTOR AYENI,

sublinhou que, o Ombudsman é a primeira linha de avaliação da boa

governação e do desempenho dos serviços públicos, sendo em si, um

factor de estabilidade política.

Os debates foram animados pela Public Protector da África do Sul,

Advogada THULISILE MADONSELA e pela Ombudmen anfitriã, DRA.

FOZIYA AMIN.

Page 136: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

136

II Painel - Os Mecanismos de Paz e Segurança da União Africana, As

Contribuições dos ‘’Ombudsmen’’ e de outros Mecanismos Regionais

Internacionais, intervieram, como oradores, o Mediateur da República

do Burundi, DR. MOHAMED RUKARA, tendo como moradores, a Senhora

Mediateur da República do Madagáscar, Mme. MONIQUE

ESOAVELOMANDROSO.

Para o encerramento da sessão do dia, a responsabilidade recaiu à 1ª

Vice-presidente da AOMA e Provedora de Justiça do BURKINA FASO,

Mme. ALIMA DEBORA TRAORE, que sublinharam a forma sábia como

decorreram os trabalhos no primeiro dia.

No dia de trabalhos, 5 de Novembro, os trabalhos foram retomados

com a discussão do terceiro painel, subordinado ao tema: “Os

Mecanismos de Apoio Eleitoral da União Africana – O Papel do

Ombudsman no Fortalecimento de Processos Eleitorais Democráticos e

Transparentes”, e contou com as intervenções de JOSÉ IBRAÍMO ABUDO,

Provedor de Justiça de Moçambique, e OTIENDE AMOLLO, Ombudsman

do Quénia, que, em cujas intervenções, referiram que, nos Estados de

Direito, deve haver a certificação de que o Governo é legítimo, visto

que a legitimidade do Governo é a base da boa governação, e o

órgão especializado para tal certificação é o Órgão Eleitoral de cada

País, porém, não seria correcto referir que o ombudsman não tem um

papel na certificação da legitimidade do governo e da boa

governação, pois o Ombudsman é para o governo o que o auditor é

para as finanças.

Ademais, os intervenientes partilharam também as respectivas

experiências sobre a sua participação e análise de eleições nos

respectivos países.

Page 137: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

137

Deu-se, então, seguimento ao pograma, mediante a discussão do

quarto painel, que teve como tema: “A Conjugação Esforços para a

Ratificação, Recepção nos Ordenamentos Internos, Popularização e

Implementação dos Instrumentos Legais da União Africana pelos

Estados Membros”, cujos intervenientes foram o Professor Abraham

Okoko-Esseau, perito em políticas públicas, que, em cuja prelecção,

referiu que era necessário começar a abordagem, sobre o tema, da

base de cooperação entre o União Africana e a AOMA, que é

conformada pelo Memorando de Entendimento assinado por ambas

organizações em 2011, cujas prioridades estratégicas são a

democracia, a boa governação, a promoção e protecção dos direitos

humanos, transparência e justiça administrativas, observação eleitoral e

a paz e segurança, sendo estes os pontos essenciais, identificados pelas

partes, para a cooperação.

Para o Prelector, a cooperação naqueles diversos domínios de

actuação tem por base od diversos textos jurídicos da União Africana e

bem assim a respectiva doutrina, que conformam os chamados

“Valores partilhados da União Africana”. Há necessidade de acções

conjuntas, em relação a tais valores, visto que a união Africana é

depositária de vários instrumentos e a AOMA, sendo uma organização

de entidades locais deveria ter o papel de observar ou certificar a

implementação, a nível local, daqueles instrumentos. Há assim interesses

comuns entre as organizações, urgindo a necessidade de se conceber

um plano de acção conjunto para que defina tarefas para a

implementação do memorando de cooperação.

Em seguida, interveio Sua Excelência o DR. PAULO TJIPILICA, Digno

Provedor de Justiça de Angola, que, convidado a enxertar

contribuições em volta do tema, fez uma abordagem dos esforços feitos

e resultados alcançados, quanto à recepção dos instrumentos da União

Page 138: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

138

Africana no ordenamento jurídico angolano, por meio de ratificação,

quer ainda quanto a realização de acções conjuntas – AOMA e União

Africana – no sentido da concretização do Memorando de

entendimento entre ambas as organizações. Referiu-se, ainda, aos

esforços feitos no sentido do reconhecimento/acreditação da AOMA

diante da ONU.

Posteriormente, interveio a Dr.ª CAROLINE SOKONI, Insector – General da

Zâmbia, que, realçou a necessidade da compreensão do conceito “A

Conjugação Esforços para a Ratificação, Recepção nos Ordenamentos

Internos, Popularização e Implementação dos Instrumentos Legais da

União Africana pelos Estados Membros”, e reflectir sobre como tornar

realidade as acções compreendidas no referido conceito na prática

dos países membros. A seu ver, a União Africana pode fazer mais, por

meio da produção de documentos que reconheçam o papel do

Ombudsman, promovam a sua criação nos países membros onde ainda

não existe e que reforcem a sua figura naqueles países em que a figura

exista.

Já no período da tarde, os trabalhos foram retomados, tendo no início

deste período, estado presente a Excelentíssima Senhora Presidente da

Comissão da União Africana, Dr.ª DLAMINI NKOSASANA ZUMA, que, das

suas palavras, plenas de sabedoria, respigamos o facto de ter referido

que era para si uma honra acolher, no quartel general da União

Africana, a primeira Conferência Bilateral entre a AOMA e a União

Africana, depois da assinatura, por ambas as organizações, de um

Memorando de Entendimento.

Seguidamente, referiu que tendo em vista a estabilidade política, o

desenvolvimento sócio-económico, a boa governação, bem como a

transparência e justiça administrativas, faz todo sentido que o evento

ocorra sob os auspícios da União Africana, num contexto em que se

Page 139: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

139

discute a agenda para 2063, sobre o legado que a África actual

pretende deixar para as gerações vindouras.

À montante, referiu também que no âmbito das consultas sobre a visão

a ter nos referidos 50 anos, concluíram que, os africanos, em todos os

sectores da vida, demostram a aspiração em colocar nas suas

prioridades, a construção de um continente pacífico, integrativo e

próspero. Estas consultas demostram ainda que o continente está

apostado em crescer acima dos limites impostos pelos desafios actuais,

e valorizar os seus recursos, sendo o seu principal recurso o seu povo e

em segundo lugar os seus recursos naturais, ou seja, a actual geração

está disposta em trabalhar na construção de um futuro melhor para as

gerações vindouras.

Na sequência, acrescentou que os Ombudsman foram instituídos para

trazer equilíbrio e justiça nas relações entre os cidadãos e o Estado,

numa fase inicial, e, posteriormente, nas relações entre aqueles e e

qualquer instituição pública ou privada, na lógica da defesa dos grupos

e indivíduos menos favorecidos e dos direitos dos cidadãos. Prestam

também um papel de acentuada relevância na elucidação dos

cidadãos sobre os seus direitos e tornar, deste modo, a governação

transparente.

Para aquela entidade, a implementação da agenda 2063, sobre a

África que pretendemos, depende em larga escala dos serviços

públicos dos países, e o ombudsman são elementos de certificação de

que cada cidadão tem um papel a desempenhar no futuro do

continente. Portanto, os ombudsman são elementos cruciais na

construção desta sociedade que se quer inclusiva, transparente,

democrática e próspera.

Page 140: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

140

Porém, para alcançar tais desideratos é necessário que se invista em

áreas cruciais, tais como a agricultura e na agregação de valores aos

produtos daí obtidos. É também necessário apostar na industrialização

do continente, de modo a agregar valor às matérias-primas produzidas

no continente, apostar nas infraestruturas e nos transportes, e ainda no

fomento do turismo – realçou, no final do seu discurso.

Em seguida, entrou-se para o quinto painel, cujas discussões giraram em

torno do tema: “A Declaração de OR Tambo e o Estado das Instituições

de Ombudsman (Provedorias de Justiça) no Continente”, em que

intervieram a ADV. THULISILE MADONSELA, Secretária Executiva da

AOMA; DR. NGOLO COULIBALY, Mediateur de la Republique da Costa

do Marfim; PROF. VÍCTOR AYENI, perito; e ADV. NEILE ALINA MATSONA

FANANA, Ombudsman do Lesoto.

Neste painel, as abordagens giraram em torno das normas mínimas da

para instituições de Ombudsman eficientes, das quais se salientam aa

consagração constitucional, a independência e autonomia orgânica,

funcional e financeira, designação pelo Chefe de Estado ou pelo poder

legislativo, competências para investigar ou mediar casos que versem

sobre má administração, a garantia de condições de serviço aceitáveis

minimamente equiparáveis as de um Juiz do Tribunal Supremo,

acessibilidade, imparcialidade, responsabilização e prestação de

relatórios, etc.

Dava-se assim terminada a Primeira Conferência Bilateral entre a AOMA

e a União Africana, cujo encerramento foi marcado por um jantar de

gala para confraternização entre os participantes, numa das salas de

eventos do HOTEL HILTON.

O dia 6 de Novembro estava reservado para a Sessão de abertura da IV

Assembleia-geral da AOMA, que foi orientada pelo Presidente da

Page 141: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

141

Associação E Provedor de Justiça de Angola, DR. PAULO TJIPILICA,

acompanhado das seguintes entidades: M.ME ALIMA DEBORAH TRAORÉ,

Primeira Vice-Presidente; Adv. THULISILE MADONSELA, Secretária

Executiva; M.me FOZYIA AMIN, anfitriã e Ombudman Chefe da Etiópia;

DR. NGOLO COULIBALY, Coordenador da Região Oeste; M.ME CAROLINE

SOKONI, Coordenadora da Região Austral; e o ADV. JOHN WALTERS,

Presidente do Instituto Intrenacional dos Ombusman.

Após verificação do quórum, pela Coordenadora da Região Este, com

o prévio anúncio dos 21 (vinte e um) Países Membros presentes ao

certame, e, dentre os quais, aqueles com direito a voto, deu-se inicio

aos trabalho.

Na ocasião, foi também divulgada a lista de quotização de cada país

membro da AOMA.

A agenda do encontro foi submetida à apreciação, de que resultou na

aprovação por unanimidade.

O ponto seguinte era reservado à apresentação do relatório do

Presidente, que no uso da palavra falou sobre as várias actividades

desenvolvidas no âmbito dos quatro anos de mandato, com destaque

para os esforços empreendido para o reconhecimento da Associação

junto da União Africana e das Nações Unidas.

Seguiu-se a apresentação do relatório da Secretária Executiva, que

incorporava relatórios regionais. Após esta apresentação, tomaram a

palavra os Coordenadores regionais que expuseram os respectivos

relatórios.

Era então chegado o momento da aprovação das alterações à

Constituição da Associação, facto que aconteceu, porém com

emendas a introduzir. Para tal, foi nomeada, pelo Presidente, uma

Page 142: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

142

comissão Ad Hoc, constituída pelos ombudsman do QUÉNIA, NAMIBIA e

TCHAD, para trabalhar na introdução das emendas e conformação do

documento nos vários idiomas de trabalho da Associação.

Nas conclusões importa salientar a incidência do apelo a todos os

Países Membros da União Africana a implementarem a figura do

Ombudsman ou Provedor de Justiça, a concretização dos objectivos do

Memorando de Entendimento, entre a União Africana e AOMA de

modo especial, no que respeita à Mediação dos Conflitos, Observação

das Eleições bem assim, A Promoção da Boa Governação,

incentivando a Preservação e a Salvaguarda dos Direitos Humanos.

Findos os trabalhos, houve ocasião de se proceder às eleições sobre os

países que iriam assumir a Presidência, Vice-Presidência, Secretaria-

Geral e a Tesouraria.

Neste contexto, após disputa cerrada entre as duas candidaturas da

Etiópia e do Quénia, empatados por uma vez com 8 (oito) votos cada,

Page 143: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

143

passou-se à segunda volta, tendo vencido a Etiópia coma vantagem

de 2 (dois) votos.

Às candidaturas às vice-presidências, não tiveram oposição.

Assim, o novo elenco de direcção ficou alinhado da seguinte forma:

Presidência: Etiópia;

Primeiro Vice-Presidente: Costa do Marfim;

Segundo Vice-Presidente: Burundi;

Quênia vencido para o posto de Presidente,

Ficou com o cargo de Secretáriado Executivo-

Hoje na versão Secretário-Geral;

A Zâmbia com o cargo de Tesoureiro.

Culminou com o reconhecimento da Associação pela União Africana e

OUTORGA do Protocolo ou Memorando de Entendimento e Plano de

Acção.

Por último foram lidas as Conclusões e designado o País que acolherá A

V Assembleia Geral de AOMA, tendo-se prontificado a TÂNZANIA, em

DAR ES SALAM, que perfará 50 anos em 2016, da Institucionalização da

figura do Provedor de Justiça.

Page 144: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

144

Quadro Síntese da missão internacional do Provedor de Justiça e/ ou seus colaboradores

no decorrer do ano de 2014

Evento

Local e Data

Participantes (s)

22ª Sessão Ordinária da Cimeira de

Chefes de Estado da União Africana

Adis-Abeba/

Etiópia

25 – 31

Janeiro

- Provedor de Justiça, Dr. Paulo

Tjipilica;

- Dr. Manuel da Costa;

- Dr. Pierre Ndangirwa;

- Drª. Yvelise Bettencourt;

VI Reunião do Comité Executivo da

AOMA

Joanesburgo/

África do Sul

25 -28

Fevereiro

- Provedor de Justiça;

- Dr. Olacido Van-Dúnem;

- Dr. Manuel da Costa;

- Dr. Pierre Ndangirwa;

- Dr.ª. Yvelise Bettencourt;

- Dr.ª Albertina dos Santos.

Conferência Internacional Sobre o

diálogo inter – religioso para a paz e a

prevenção de conflitos e de guerras

Bujumbura -

Burundi

24 – 27 Março

- Provedor de Justiça;

- Dr.Frederico Batalha;

- Dr. Pierre Bertrand

Ndangirwa;

- Dr. Jerónimo Sachilombo

Missão Técnica no âmbito dos

preparativos da IV Assembleia da

AOMA

Adis- Abeba/

Etiopia

16 de Julho

- Dr. Manuel da Costa;

- Dr. Pierre Ndangirwa;

- Dr.ª Yvelize Bettencourt;

- Sra. Edna Paulino.

Missão Técnica no âmbito dos

preparativos da IV Assembleia da

Adis-Abeba/

Etiopia

25 de Agosto

- Plácido Van-Dúnem;

- Dr. Manuel da Costa;

- Dr.ª Yvelise Bettencourt;

Page 145: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

145

AOMA - Dr. Pierre Ndangirwa.

Reunião Ordinária do Conselho

Executivo

Lusaka/ Zambia

9 – 12 de

Setembro

- Provedor de Justiça

- Dr. Manuel da Costa;

- Dr. Pierre Ndangirwa;

- Drª. Yvelise Bettencourt;

- Eng.º. Heracles Gapar;

- Sr. Paulo Júnior

Conferência bilateral entre a União

Africana e a AOMA/,

Iv Assembleia geral da AOMA.

Adis-Abeba

Etiopia

4 a 7 de

Novembro

- Provedor de Justiça;

- Drª Cláudia Costa;

- Dr. Manuel da Costa;

- Dr. Pierre Ndangirwa;

- Dr.ª Yvelize Bettencourt;

- Dr. Riveraldo Mabanza.

Page 146: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

146

2.4. RECURSOS HUMANOS E ACÇÕES DE FORMAÇÃO

As acções levadas a cabo ou comparticipadas pelo Departamento dos

Recursos Humanos da Provedoria de Justiça, durante o ano de 2014, foram de

entre outras:

Desenvolvimento de Carreiras

Resultante dos últimos Concurso de Acesso e de Ingresso do ano de 2013, o

ano de 2014 cingiu-se na Administração e controlo dos efectivos que

resultaram destes actos Administrativos, mormente na sua legitimação,

através de apresentação oficial e da proposta de suas colocações em

áreas correspondentes, para além da Administração e controlo das

respectivas Categorias nas Carreiras.

Dos referidos concursos, registaram-se os seguintes resultados:

Do Concurso de Acesso:

(2) Técnicos Superiores de 1ª Classe,

(1) Técnico de 2ª Classe,

(1) Técnico Médio de 2ª Classe,

(1) Motorista de 1ª Classe,

(1) Auxiliar de Limpeza de 1.ª Classe.

Do Concurso de Ingresso:

(2) Assessores,

(15) Técnicos Superiores de 2ª Classe,

(2) Técnicos de 3ª Classe,

(2) Técnicos Médios de 3ª Classe,

(1) Tesoureiro de 2ª Classe,

(1) Escriturário Dactilografo,

(1) Telefonista de 2ª Classe,

(3) Encarregados de 2ª Classe,

(1) Motorista de 2ª Classe,

Page 147: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

147

(1) Auxiliar Administrativo de 2ª Classe,

(1) Auxiliar de Limpeza de 2ª Classe.

Relativamente a Reforma Administrativa em curso na Administração

Pública, foram inseridos nas regras especiais, conforme o que estabelece o

Decreto Presidencial n.º 163/014, de 18 de Junho, (8) Funcionários que resultam

da extinção das funções de Chefes de Secção, cujo dossier encontra-se sob

apreciação do MAPTSS. A propósito, foi igualmente remetido o processo de

nomeação de Director de Gabinete dos Recursos Humanos.

No decorrer do ano, foi constituído o júri para Avaliação de Desempenho,

cujo processo ficou concluído.

A formação como meio de aperfeiçoamento e desenvolvimento,

esteve presente nas acções levadas a cabo em 2013, visando a

capacitação técnica dos servidores da instituição, a actualização no

contacto com as tecnologias de informação, a simplificação e melhoria

da qualidade dos serviços na relação com os cidadãos. Para o efeito,

registaram-se as seguintes acções no domínio da formação:

Acções de Formação

Durante o ano de 2014, a nível nacional, foram realizadas apenas duas

acções de formação em que participaram quadros da Instituição, sendo

(5) na ENAD e (3) no Ministério das Finanças, perfazendo (8) Funcionários.

No exterior do país, registaram-se (7) acções de formação pela Luanda

Consulting Team –LCT/ Lisboa Portugal e Durban, África do Sul.

Page 148: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

148

Quadro síntese das acções de formação - 2014

NO ÂMBITO DO DECRETO PRESIDENCIAL N.º 163/014, 18 DE JUNHO QUE DECORREU NO

DIA 11 DE JUNHO DE 2014 - FORMAÇÃO NA ENAD

N.º

ORDEM

CURSO

BENEFICIÁRIOS

1

- Regra Especiais de

Enquadramento nas Carreiras e

de Reforma

- Director dos Serviços

Técnicos

2

- Regra Especiais de

Enquadramento nas Carreiras e

de Reforma

- Chefe de Departamento

dos Recursos Humanos

3

- Regra Especiais de

Enquadramento nas Carreiras e

de Reforma

- Chefe de Secção

4

- Regra Especiais de

Enquadramento nas Carreiras e

de Reforma

- Chefe de Secção

5

- Regra Especiais de

Enquadramento nas Carreiras e

de Reforma

- Técnico de 2.ª Classe

Page 149: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

149

FORMAÇÕES NO EXTERIOR

PAÍS

CURSO

BENEFICIÁRIOS

Lisboa/

Portugal

- Curso Avançado em Gestão

de Pessoal e de Recursos

Humanos

- Chefe de Secção

- 2 Técnicas Superior de 2ª

Classe

Lisboa/

Portugal

- Curso Avançado em Protocolo,

Secretariado Executivo e Gestão

de Atendimento.

- Secretária da Provedora

Adjunta;

- Auxiliar Administrativo;

Lisboa/

Portugal

- Curso Avançado em

Preparação e Análise de Grelha

de Avaliação de Proposta de

Contratação Pública

- Chefe de Departamento;

- Directora Adjunta de

Gabinete;

- Consultora do Provedor

de Justiça;

- Técnica Superior de 2ª

classe

Lisboa/

Portugal

- Curso Avançado em

Contabilidade Pública

- Técnico superior de 2ª

Classe

Lisboa/

Portugal

- Curso Avançado de Gestão de

Formação

-Chefe de Departamento

Lisboa/

Portugal

- Curso Avançado Para Contrato

Interno, Inspecção Auditoria na

- Técnico Superior de 2ª

Classe;

Page 150: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

150

Administração Pública. - Técnica do Protocolo

Lisboa/

Portugal

- Curso Avançado em Técnicas

de Elaboração de Pareceres e

informação Jurídicas

- Director dos Serviços

Técnicos;

- Consultora da Provedora

de Justiça Adjunta;

- Chefe de Secção;

2 Técnicas Superior de 2ª

Classe;

- Técnica de 3ª Classe

Lisboa/

Portugal

- Curso Avançados em Casos

Práticos de Programa de

Concursos, Cadernos de Encargo

e Avaliação de Proposta de

Contratação Pública Angolana

- Secretário-Geral

Lisboa/

Portugal

- Curso Avançado para Gestores

e Administradores de Autarquias

e Serviços e Empresas da

Administração Pública

- Director de Gabinete

Lisboa/

Portugal

- Curso Avançados em Casos

Práticos de Programa de

Concursos, Cadernos de Encargo

e Avaliação de Proposta de

Contratação Pública Angolana

- Chefe de Departamento;

- Chefe de Secção;

- 2 Técnicas Superior de 2ª

Classe

Durban-

Africa

do Sul

- As Formas de Actuação do

Provedor de Justiça

- Chefe de Secção;

- Técnica Superior de 2.ª

Classe;

- Secretária do Provedor de

Justiça;

Page 151: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

151

- Técnica do DRH;

- Técnica de Informática;

- Técnico Médio de 3ª Classe;

- Auxiliar Administrativo

- Tesoureiro de 2.ª Classe

- Escriturário Dactilografo

- Encarregada de 2.ª Classe

Page 152: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

152

3. GESTÃO FINANCEIRA

Nos termos da Lei nº. 5/06, de 28 de Abril, Lei Orgânica da Provedoria de

Justiça, a gestão e as receitas, provêm das dotações do Orçamento

Geral do Estado, enquanto que as suas despesas estão constituídas

pelos encargos decorrentes do seu funcionamento, despesas com o

pessoal, bem como as realizadas para aquisição de bens, manutenção

e conservação do património, equipamentos e serviços.

Em termos de prazos, a Provedoria de Justiça, vinha seguindo até aqui,

a base da legislação anterior do Tribunal de Contas e mais

recentemente, a Lei nº. 12/10, de 9 de Julho, Lei Orgânica e do

processo do Tribunal de Contas, que, no seu artigo 73º, (prazos), refere,

no número 1, que o “prazo para a apresentação das contas é de seis

meses, a contar do último dia do período a que dizem respeito”.

No quadro das boas relações existentes com a Assembleia Nacional,

mais concretamente das recomendações feitas relativamente aos

prazos, a Provedoria de Justiça, vem, com a presente remessa do

relatório em Março, demonstrar que existe boa vontade de

cooperação e reforço da mesma, visando os melhores resultados

possíveis ao serviço dos cidadãos e do Estado angolano.

O artigo 272 da Lei nº. 13/12, de 2 de Maio, Lei Orgânica que aprova o

Regimento da Assembleia Nacional, refere, no número 5 que “os

relatórios anuais de actividades das instituições referidas no nº. 1 do

presente artigo, devem ser remetidos à Assembleia Nacional até trinta e

um de Março do ano seguinte. É o que nos propomos honrar e cumprir

com a remessa do presente relatório no decorrer do mês de Março.

A Provedoria de Justiça, considera de bastante positivo o nível de

colaboração entre as duas instituições no domínio das matérias em

apreço. Tal situação permitirá que doravante, se ultrapassem todas as

Page 153: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

153

insuficiências através da concertação, cooperação e solidariedade

institucional e que estes meios de articulação, falem mais alto, até

porque a instituição Provedoria de Justiça é uma emanação da

Assembleia Nacional.

No ano em análise, pautou-se por uma gestão equilibrada do

orçamento, procurando-se sempre, a par dos encargos, abranger-se o

lado social do pessoal, recorrendo-se ao seguro de saúde, estímulos

próprios da época de fim de ano, para além de outros direitos

consagrados aos funcionários.

Os anexos, ilustrativos da gestão referente ao ano de 2014, contendo

referências desde o orçamento inicial, até aos encargos por naturezas

económicas, procuram espelhar, de um modo geral, a execução do

orçamento para o período em análise, com base nas indicações já

aludidas. (Vide anexos).

Page 154: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

154

AGRADECIMENTOS

Este espaço visa reconhecer a compreensão, cooperação e

solidariedade institucional demonstrada ao longo do ano de 2014 por

algumas instituições, acreditamos nós, que, sabendo da complexidade

da actividade de e missão do Provedor de Justiça, na Defesa dos

Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos que acorrem em busca

de Justiça, não deixaram de dar a sua contribuição para que este

mesmo cidadão, pudesse visualizar um foco de justiça.

Nestes termos, a Provedoria de Justiça agradece às seguintes

instituições:

- Presidência da República

- Vice Presidência da República

- Assembleia Nacional

- Tribunal Supremo

- Tribunal de Contas

- Ministério do Interior

- Ministério das Relações Exteriores

- Ministério da Comunicação Social

- Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social

- Ministério da Administração do Território

- Ministério da Justiça

- Procuradoria-geral da República

- Tribunal Provincial de Luanda

- Governo Provincial do Cunene

- Governo Provincial da Lunda Sul

- Governo Provincial do Uige

- Governo Provincial do Kwanza Sul

- Governo Provincial do Bengo

- Governo Provincial de Benguela

Page 155: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

155

- Governo Provincial do Bié

- Instituto Nacional da Criança – INAC

- Embaixada do Reino Unido em Angola

Page 156: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

156

CONCLUSÕES

Cada vez mais cidadãos recorrem à intervenção do Provedor de

Justiça para verem resolvidos os seus problemas, não só na sua

relação com as entidades ou órgãos da Administração Pública,

central ou local, mais também na relação com outros

particulares. Contudo, o objecto das reclamações é diferenciado,

conforme a natureza do litígio e da matéria em contenda. Neste

sentido, são vários os assuntos que motivam o cidadão a solicitar

o auxílio do Provedor de Justiça;

Uma percentagem considerável de reclamações dos cidadãos

tem a ver com as matérias relacionadas com a administração da

justiça e direitos fundamentais, os conflitos laborais e os conflitos

no âmbito dos direitos fundiários ou de terras;

Durante o ano em análise, o Provedor de Justiça, no exercício da

sua actividade de instrução de processos e resolução dos

conflitos cuja entidade visada é determinado órgão da

Administração Pública, foi interagindo com as diversas entidades

públicas, através de ofícios ou através de solicitações de

informações pelos técnicos juristas credenciados para o efeito, no

sentido de encontrar uma solução ou, pelo menos, um

esclarecimento do caso submetido à sua apreciação;

Foi possível identificar, a partir das exposições dos cidadãos

reclamantes, 57 órgãos visados, todos eles da Administração

Pública, com maior ou menor frequência;

Page 157: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

157

Enquanto alguns órgãos e dignam responder as solicitações do

Provedor de justiça, outros remetem-se pura e simplesmente ao

silêncio;

Necessidade urgente de alteração legislativa da actual Lei do

Estatuto do Provedor de Justiça e da Lei Orgânica da Provedoria

de Justiça, de modo a conforma-las com a Constituição da

República de Angola, visando uma maior flexibilidade e dinâmica

dos serviços a luz da experiência acumulada ao longo do tempo

de funcionamento da instituição. A respeito, e considerando que

a apresentação da proposta de alteração em apreço data de

2010, será justo reconhecer que já se impõem novos ajustes.

• A Provedoria de Justiça, como instituição de defesa dos Direitos,

Liberdades e Garantias dos cidadãos, vai continuar a apostar na

promoção da divulgação do conteúdo de cada um dos Direitos

e Liberdades fundamentais, da finalidade da instituição, dos

meios de acção de que dispõe e de como a ele se pode fazer

apelo – Artigo n.º 18º - Lei do Estatuto do Provedor de Justiça;

Durante a instrução do processo ou da questão em contenda,

algumas vezes chega-se à conclusão de que o órgão

referenciado pelo cidadão reclamante, na sua exposição,

corresponde efectivamente com o responsável da violação do

direito. Importa referir que o facto de determinado órgão ou

entidade figurar na lista ou elenco dos visados, não pode

significar que seja o incumpridor ou violador do direito invocado

pelo cidadão. Para todos os efeitos, dá-se lugar ao exercício do

Page 158: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

158

Direito ao contraditório sobre os factos que recaem sobre os

órgãos visados.

A existência e funcionamento dos Serviços Locais da Provedoria

de Justiça nas províncias, trazem enormes vantagens ao cidadão,

nomeadamente enquanto garantia da proximidade dos serviços

no seio das comunidades, evitando os constrangimentos de se ter

que deslocar para a capital do país a fim de apresentar as suas

reclamações. Assim, esses Serviços do Provedor de Justiça,

garantem a celeridade necessária para a resolução dos

problemas que afligem os cidadãos, inclusive permite uma rápida

intervenção junto dos órgãos visados.

Em 2014, foi empossado o novo Chefe dos Serviços Locais do

Cunene, Dr. Frederico Alukeinge, em consequência do

falecimento do Dr. Dionísio Hifewa, ocorrida em 2013. Os cidadãos

do Cunene, contam já com a contribuição deste servidor da

justiça, no âmbito da defesa dos Direitos, liberdades e Garantias

dos cidadãos.

A missão do Provedor de Justiça traduz-se, a par das acções

internas, nas relações bilaterais ou multilaterais com instituições

congéneres e outras organizações internacionais, sejam de

natureza similares ou outras no âmbito da promoção da paz, boa

governação, mediação de conflitos e observação dos processos

eleitorais.

• Dada a complexidade, confundibilidade e algum

desconhecimento da natureza da instituição Provedoria de

Page 159: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

159

Justiça, alguns órgãos ainda cooperam com alguma relutância

ou timidez, limitando-se outras a reservarem-se em silêncio;

Necessidade urgente de alteração legislativa da actual Lei do

Estatuto do Provedor de Justiça e da Lei Orgânica da Provedoria

de Justiça, de modo a conforma-las com a Constituição da

República de Angola, visando uma maior flexibilidade e dinâmica

dos serviços a luz da experiência acumulada ao longo do tempo

de funcionamento da instituição. A respeito, e considerando que

a apresentação da proposta de alteração em apreço data de

2010, será justo reconhecer que já se impõem novos ajustes.

GABINETE DO PROVEDOR DE JUSTIÇA, EM LUANDA, Março de 2015

O PROVEDOR DE JUSTIÇA,

PAULO TJIPILICA

Page 160: Relatório Anual à Assembleia Nacional 2014

PROVEDOR DE JUSTIÇA – Relatório Anual à Assembleia Nacional - 2014

160

ANEXO