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RELATÓRIO ANUAL 2016 APOIO METEOROLÓGICO NA PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS RELATÓRIO ANUAL 2016 APOIO METEOROLÓGICO NA PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS RELATÓRIO ANUAL 2016 Departamento de Meteorologia e Geofísica Divisão de Previsão Meteorológica Vigilância e Serviços Espaciais Divisão de Clima e Alterações Climáticas Rua C - Aeroporto de Lisboa 1749-077 LISBOA Tel. +351 218 447 000 Fax. +351 218 402 370 E-mail: [email protected] Conteúdos Caracterização meteorológica e climatológica de maio a outubro de 2016. Comportamento dos Índices meteorológicos de perigo de incêndio florestal de maio a outubro de 2016. Relação dos Índices meteorológicos de perigo de incêndio florestal com a área ardida e as ocorrências de incêndios florestais. Índices de risco de incêndio, RCM, ICRIF: Análise de resultados de maio a outubro de 2016. Quantidade de carbono e de CO 2 equivalente libertado pelos Incêndios florestais.

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APOIO METEOROLÓGICO NA PREVENÇÃO

E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

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Departamento de Meteorologia e Geofísica

Divisão de Previsão Meteorológica

Vigilância e Serviços Espaciais

Divisão de Clima e Alterações Climáticas

Rua C - Aeroporto de Lisboa — 1749-077

LISBOA

Tel. +351 218 447 000

Fax. +351 218 402 370

E-mail: [email protected]

Conteúdos

Caracterização meteorológica e climatológica de maio a outubro de 2016.

Comportamento dos Índices meteorológicos de perigo de incêndio florestal de maio a outubro de 2016.

Relação dos Índices meteorológicos de perigo de incêndio florestal com a área ardida e as ocorrências de incêndios florestais.

Índices de risco de incêndio, RCM, ICRIF: Análise de resultados de maio a outubro de 2016.

Quantidade de carbono e de CO2 equivalente libertado pelos Incêndios florestais.

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Índice

RESUMO ........................................................................................................................... 5

1. CARACTERÍSTICAS METEOROLÓGICAS E CLIMATOLÓGICAS PREDOMINANTES DE MAIO A

OUTUBRO DE 2016 ........................................................................................................... 6

2. COMPORTAMENTO DOS ÍNDICES DE RISCO DE INCÊNDIO FLORESTAL NA ÉPOCA DE

INCÊNDIOS: ANÁLISE DE RESULTADOS .............................................................................. 9

2.1 Índice Meteorológico de Perigo de Incêndio Florestal, FWI, Sub-Índices, DC e DSR ..... 10

2.1.1 O Índice de Seca, DC ................................................................................................................. 10

2.1.2 A Taxa diária de severidade, DSR ............................................................................................. 12

2.1.3 Evolução diária de maio a outubro do índice meteorológico de perigo de incêndio, FWI ..... 13

2.2 Relação entre o Índice Meteorológico de Perigo de Incêndio, FWI, com o número de

incêndios e área ardida no Continente e nas regiões Norte, Centro e Sul. ........................ 14

2.3 Relação entre a Taxa de Severidade Diária, DSR, com o número de incêndios e a área

ardida no Continente e nas Regiões Norte, Centro e Sul. ................................................. 16

2.4 Índice de Risco Conjuntural e Meteorológico, RCM de Maio a Outubro ...................... 17

2.5 Índice Combinado de Risco de Incêndio Florestal, ICRIF de Maio a Outubro ............... 18

2.5.1 Evolução diária do risco de incêndio ICRIF e dos valores médios mensais de área de risco

elevado (Nº Pixeis ICRIF>25) ............................................................................................................. 19

2.5.2 Comparação entre os valores de área com ICRIF>25 (IOT25) e valores de CO2 equivalente

libertado pelos fogos florestais ......................................................................................................... 22

2.6.PERÍODOS DE SEVERIDADE METEOROLÓGICA DA ÉPOCA DE INCÊNDIOS DE 2016 ...... 24

2.6.1 Os índices de risco de incêndio nos períodos de severidade meteorológica da época de

incêndios de 2016 ............................................................................................................................. 26

3. QUANTIDADE DE CARBONO LIBERTADO NA ATMOSFERA POR INCÊNDIOS FLORESTAIS 30

ANEXO I - Estações meteorológicas utilizadas no cálculo operacional do FWI em 2016 e estações

comuns desde 1999 .......................................................................................................................... 36

ANEXO II - Taxa Diária de Severidade, DSR no Continente de 2003 a 2016. .................................... 40

ANEXO III – Relação entre o FWI e o DSR com a área ardida e as ocorrências de incêndio de maio a

outubro de 2016 nas Regiões ........................................................................................................... 42

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Índice de Figuras

Figura 1 – Evolução diária da temperatura máxima e mínima e média semanal nos meses de maio a outubro

no Continente e valores normais de 1971-2000. ..................................................................................... 7

Figura 2 – Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em Portugal Continental no início e fim da

época de incêndios de 2016. ................................................................................................................... 7

Figura 3 – Valores médios mensais da humidade relativa e intensidade do vento. .......................................... 8

Figura 4 – Valor médio do índice de seca. ....................................................................................................... 11

Figura 5 – Evolução dos valores acumulados mensais da taxa diária de severidade. ...................................... 12

Figura 6 – Evolução diária do índice FWI de maio a outubro de 2016. ............................................................ 13

Figura 7 - Evolução diária de maio a outubro do valor médio do FWI no Continente, do número de

ocorrências e de área o ardida. ............................................................................................................. 14

Figura 8 - Relação entre o FWI, área o ardida e o número de ocorrências no Continente. .............................. 15

Figura 9 - Relação entre o DSR, área o ardida e o número de ocorrências no Continente. .............................. 16

Figura 10 - Risco de Incêndio, RCM. ................................................................................................................ 17

Figura 11 – Evolução diária, de 1 de maio a 31 outubro de 2016, do risco IOT25. ........................................... 20

Figura 12 – Valores médios mensais de área de risco elevado, IOT25. ............................................................ 21

Figura 13 – Evolução dos valores diários, de junho a setembro de 2016, da área de risco elevado (ICRIF> 25) e

do número diário de ocorrências de incêndios em Portugal continental. .............................................. 22

Figura 14 - Evolução dos valores diários, de junho a outubro de 2016, do CO2 equivalente libertado para a

atmosfera pelos incêndios florestais e a área de risco elevado (ICRIF> 25) em Portugal continental. .... 23

Figura 15 – Valores médios diários da temperatura máxima, humidade relativa e intensidade do vento no

Continente nos períodos de maior severidade da época de 2016. ......................................................... 25

Figura 16 – O índice meteorológico de perigo de incêndio, FWI, nas regiões Norte, Centro e Sul, nos períodos

de maior severidade da época de 2016. ................................................................................................ 27

Figura 17 - O risco de incêndio, RCM, nas regiões Norte, Centro e Sul, nos períodos de maior severidade da

época de 2016. ...................................................................................................................................... 28

Figura 18 - O risco de incêndio, ICRIF (valores de ICRIF>25, %) no Continente nos períodos de maior

severidade da época de 2016. ............................................................................................................... 29

Figura 19 – Evolução diária da quantidade de CO2 equivalente libertado na atmosfera pelos incêndios

florestais e área ardida em Portugal continental de junho a outubro de 2016. ..................................... 30

Figura 20 – Quantidade mensal de Carbono libertado na atmosfera pelos dos incêndios florestais em

Portugal continental de junho a setembro, nos anos de 2011 a 2016. ................................................... 31

Figura 21 – Mapeamento das ocorrências de incêndios florestais em 2016. .................................................. 34

Figura AII.1 - Taxa de diária severidade nos anos de 2003 a 2016 ................................................................... 41

Figura AIII -1 – Relação entre o FWI a área ardida e as ocorrências de incêndio de 1 de maio a 31 de outubro.

.............................................................................................................................................................. 43

Figura AIII.2 – Relação entre o DSR a área ardida e as ocorrências de incêndio de 1 de maio a 31 de outubro.

.............................................................................................................................................................. 44

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Lista de Termos, Siglas e Abreviaturas

BUI – Índice do combustível disponível CONT- Continente DC - Índice de Seca DMC - Índice de Húmus DSR – Taxa diária de severidade FFMC – Índice dos combustíveis finos FRP – Potência radiativa do fogo (Fire Radiative Power) FWI – Índice meteorológico de perigo de incêndio florestal ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas IPMA - Instituto Português do Mar e Atmosfera ICRIF - O índice meteorológico combinado de risco de incêndio florestal ISI – Índice de propagação inicial do fogo IOT25 – ICRIF com limiar> 25 (ICRIF over threshold≥ 25) IOT35 – ICRIF com limiar> 35 (ICRIF over threshold≥ 35) LSA SAF -Land Surface Analysis Satellite Application Facility P – Percentil PDSI – Índice de seca meteorológica de Palmer (Palmer Drought Severity Index) RCM – Índice de risco conjuntural e meteorológico de incêndio florestal RMSE – Raiz quadrada do erro médio quadrático (Root mean square error) RN - Região Norte

RC - Região Centro

RS - Região Sul

Unidades Temperatura do ar: T, em °C

Humidade Relativa do ar: HR, em %

Precipitação: RR, em mm (1 mm = l/m2)

Intensidade do vento: ff, em km/h

Tempo, horas UTC: Inverno = igual à hora legal, Verão = -1h em relação à hora legal

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Análise Meteorológica e Climatológica

O inverno e primavera de 2016 foram muito chuvosos e o verão foi muito quente e

seco, com os meses de julho e agosto excecionalmente quentes.

A elevada frequência de corrente de leste em julho e agosto originou valores elevados

da temperatura, valores muito baixos da humidade relativa, cerca de 50% no interior,

e, temporariamente, valores elevados da intensidade do vento, em especial nas

terras altas.

Índice de seca, DC, e a taxa diária de severidade, DSR.

O valor médio do DC no Continente na época de incêndios de 2016 foi, apenas,

superior à média do período de referência (1999-2014) nos meses de agosto e

setembro.

O valor do DSR no Continente acumulado de 15 de maio a 15 de outubro foi o 5º

mais elevado desde 2003.

Relação do FWI e o DSR com o número de ocorrências e área ardida, de

maio a outubro de 2016.

A relação do FWI e do DSR, no Continente e nas regiões Norte e Centro, com o

número de ocorrências e o logaritmo da área ardida foi elevada, com um coeficiente

de determinação da ordem de 0.7.

Risco de incêndio florestal, RCM e ICRIF

O valor médio no Continente do risco de incêndio RCM (2.2) foi o quarto mais

elevado desde 2006.

O valor médio da percentagem de área dos concelhos com risco elevado do ICRIF

(ICRIF> 25) de julho a outubro foi superior ao valor médio do período de 1999-2014.

Na época de incêndios de 2016, destacaram-se dois períodos de grande

adversidade para o combate aos incêndios florestais: 5 a 15 de agosto e 3 a 8

de setembro. Nestes períodos, os índices, FWI, RCM e ICRIF apresentaram os

seus valores mais elevados da época. De 6 a 11 de agosto, o FWI esteve acima

do percentil 95 nas regiões Norte e Centro, excedendo o percentil 99 na região

Norte (7 de agosto). O RCM apresentou um risco médio de 3.76 nas regiões

Norte e 3.83 na Centro, correspondendo à classe generalizada de risco Muito

Elevado, e a percentagem de área com risco elevado do índice ICRIF, no

Continente, foi de 70%. (7 agosto) e 70.2% (6 de setembro).

Resumo

Quantidade de Carbono e de CO2 equivalente libertado pelos incêndios

Nos meses de junho a setembro de 2016 foram libertadas 3605686 toneladas de CO2

equivalente, em que o mês de agosto 2016 apresentou o valor mais alto desde 2011.

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1. Características Meteorológicas e Climatológicas Predominantes de Maio a Outubro de 2016

O inverno e a primavera de 2016, meses de janeiro a maio, foram classificados

climatologicamente como meses chuvosos ou extremamente chuvosos, exceto o mês de

março que foi normal. Quanto à temperatura média do ar, os meses de fevereiro, abril e

maio foram classificados como normais, enquanto o mês janeiro foi extremamente quente e

o mês de março foi muito frio.

O verão de 2016, meses junho a setembro, foi muito quente e seco. Os meses de julho e

agosto foram classificados como meses extremamente quentes e o mês de setembro como

muito quente.

Nos meses de julho e agosto, no território do Continente, predominou corrente de leste, em

especial nas regiões Norte e Centro, registando-se, frequentemente, vento de leste ou

nordeste, soprando temporariamente forte e com rajadas da ordem de 60 km/h ou 70 km/h

nas terras altas daquelas regiões.

Na Figura 1 apresenta-se a evolução diária da temperatura máxima e mínima e respetivas

médias mensais no período de maio a outubro, no Continente, e a comparação com os

valores normais de 1971-2000. Verifica-se que a partir da terceira semana de junho (dia 20)

e até à segunda semana de setembro (dia 12) os valores médios semanais da temperatura

máxima foram persistentemente superiores ao valor médio da temperatura máxima dos

respetivos meses. Também a temperatura mínima apresentou, frequentemente, valores da

média semanal superior ao valor normal, desde a terceira semana de junho e até à primeira

de setembro.

Quanto á precipitação, os meses de maio a setembro, variaram de muito seco a seco. O mês

de outubro, embora tenham ocorrido alguns episódios com valores significativos de

precipitação em 24 horas, foi classificado como um mês seco e quente, tendo-se iniciado

uma onda de calor no dia 26 de outubro.

Na Figura 2 apresenta-se índice meteorológico de seca PDSI1, nos meses de maio e outubro,

verificando-se que em maio, só uma pequena região no sueste algarvio estava em seca

fraca. No final de setembro (não mostrado) foi atingido o máximo de área territorial em

seca, com cerca de 60% do território em seca fraca e 5% em seca moderada. No mês de

outubro, verifica-se uma ligeira diminuição da seca, com inexistência de áreas em seca

moderada, mas ainda com 63% do território em seca fraca.

1PDSI - Palmer Drought Severity Index - Índice que se baseia no conceito do balanço da água tendo em conta

dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo; permite detetar a ocorrência de períodos de seca e classifica-os em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema). Boletins do Clima dos meses de maio a setembro de 2015, Divisão de Clima e Alterações Climática (DivCA), IPMA.

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Figura 1 – Evolução diária da temperatura máxima e mínima e média semanal nos meses de maio a outubro no Continente e valores normais de 1971-2000.

(a)

(b)

Figura 2 – Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em Portugal Continental no início e fim da época de incêndios de 2016. (a) 31 de maio de 2016, (b) 31 de outubro de 2016. [1, IPMA, Boletim Climatológico].

Na Figura 3, apresentam-se os valores médios mensais da humidade relativa do ar a 2

metros e do vento médio a 10 metros nas estações meteorológicas localizadas em regiões

climatologicamente diferenciadas do território (Interior, Litoral Oeste e Terras Altas acima

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de 500 metros) e o valor médio mensal das 81 estações que contribuem para o cálculo do

FWI.

A humidade relativa apresentou os valores médios mais altos no Continente nos meses de

maio e outubro, 75.2% e 75.8 %, respetivamente. Os valores médios mais baixos da

humidade relativa no Continente registaram-se em julho e agosto com 56.9 % e 55.7%,

respetivamente, tendo-se registado, valores inferiores a 50% (49,4% em julho e 48.0 % em

agosto) nas terras altas acima de 500 metros (Figura 3a).

O valor médio mensal do vento médio no Continente apresentou o valor mais elevado de

10.4 km/h nos meses de maio e junho, diminuindo de intensidade no Continente nos meses

seguintes, atingindo-se o valor mínimo de 7.5 km/h em outubro. Os maiores valores da

intensidade média do vento (da ordem de 11 km/h) foram registados no período de maio a

agosto e no Litoral Oeste e nas Terras Altas.

(a)

(b)

Figura 3 – Valores médios mensais da humidade relativa e intensidade do vento. (a) Humidade relativa média nos meses de maio a outubro no Continente (linha a vermelho), no Litoral Oeste (barra cinza), no Interior (barra a azul) e nas Terras Altas acima de 500 metros (barras azul forte), (b) Intensidade média do vento nos meses de maio a outubro no Continente (linha avermelho) e no Litoral Oeste (barra Azul), no Interior (barra a azul cinza) e nas Terras Altas acima de 500 metros (barras a rosa).

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2. Comportamento dos índices de Risco de Incêndio Florestal na Época de Incêndios: Análise de Resultados

Nos capítulos seguintes, faz-se a análise dos resultados dos produtos disponibilizados pelo

IPMA para a prevenção e combate aos incêndios florestais que melhor caracterizam a

severidade meteorológica de uma época de incêndios florestais.

Os valores do índice meteorológico do sistema canadiano de perigo de incêndio florestal

FWI, dos percentis, assim como dos sub-índices, analisados neste documento referem -se

aos valores calculados nas 68 estações em funcionamento desde 1999 e utilizadas no cálculo

do FWI.

No Anexo I, apresentam-se as tabelas com as estações meteorológicas utilizadas

operacionalmente no cálculo do FWI, em 2016, e a tabela das estações comuns utilizadas

desde 1999.

A análise dos resultados dos índices de risco constituintes do sistema canadiano de perigo de

incêndio florestal (sub-índices do FWI), do índice FWI, do índice de Risco conjuntural e

meteorológico, RCM, e do índice meteorológico combinado de risco de incêndio florestal,

ICRIF, far-se-á ao nível do território do Continente e das regiões Norte, Centro e Sul.

Na região Norte, incluíram-se os distritos de Viana do Castelo, Braga, Bragança, Vila Real e

Porto;

Na região Centro, incluíram-se os distritos de Viseu, Guarda, Aveiro, Coimbra, Castelo

Branco, Leiria, Santarém e Lisboa;

Na região Sul, incluíram-se os distritos de Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Faro.

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2.1 Índice Meteorológico de Perigo de Incêndio Florestal, FWI2, Sub-Índices, DC e DSR

2.1.1 O Índice de Seca, DC

A Figura 4a mostra o valor médio do índice de seca, DC3, no Continente, em outubro desde

2003 e a média de outubro do período de referência (1999 a 2014). O índice, DC, é um dos

componentes do FWI, e dá a indicação do teor de humidade nas camadas profundas (10 a 20

cm), estimando indiretamente a intensidade do fogo devido à secura dos combustíveis.

Em outubro de 2016, o valor médio do DC (498) no Continente foi inferior à média do

período de referência e o terceiro mais baixo, sendo superior ao do ano de 2011 e de 2015.

O valor do DC em outubro de 2005 continua a destacar-se como o valor de DC mais elevado.

Em geral, o valor do DC em outubro tem valores inferiores a setembro, devido à ocorrência

de valores significativos de precipitação na generalidade dos anos.

Na Figura 4b, apresentam-se os valores médios mensais do DC, desde maio a outubro de

2016, em comparação com média desses 6 meses do respetivo valor mensal do DC no

período de referência (1999-2014). Verifica-se que no ano de 2016, apenas os meses de

julho e agosto tiveram valores de DC superiores ao valor médio, e o mês de maio e junho,

devido a uma primavera muito chuvosa, apresentaram valores de DC extremamente baixos.

O aumento do DC nos meses de julho e agosto contribui para o agravamento das condições

para a deflagração e propagação dos incêndios florestais.

2 3 DC = Drought Code - Índice de seca, componente do índice meteorológico de risco de incêndio, FWI

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(a)

(b)

Figura 4 – Valor médio do índice de seca. (a) Valores médios de DC em outubro no Continente (CONT), (b) Valores médios do DC de maio a outubro no Continente.

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2.1.2 A Taxa diária de severidade, DSR

O comportamento do DSR4 é um indicador da severidade das condições meteorológicas ao

longo da época de incêndios.

Na Figura 5 apresentam-se os valores mínimos, máximos, médios da taxa diária de

severidade no Continente, nos meses de janeiro a outubro, para a série de anos de 2003 a

2015, e a evolução da média mensal do DSR no ano de 2016.

Verifica-se que no ano de 2016, o DSR teve valores muito baixos, mesmo inferior ao mínimo

da série, em maio. A partir de meados de julho e até meados de setembro, verificou-se um

aumento muito acentuado do DSR, mas ficando sempre abaixo da média da série de anos

considerada.

No Anexo II, apresenta-se o valor do DSR para os anos de 2003 a 2016 para os períodos de 1

de janeiro a 31 de outubro, de 1 maio a 31 de outubro e para a época oficial de incêndios de

15 de maio a 15 de outubro. Verifica-se que no ano de 2016 o valor do DSR foi apresentando

valores acumulados cada vez mais elevados, apresentando o 5º valor mais elevado desde

2003 (1º em 2005, 2º em 2013, 3º em 2012 e 4º em 2010), para o período de 15 de maio a

15 de outubro.

Figura 5 – Evolução dos valores acumulados mensais da taxa diária de severidade. Evolução mensal da taxa diária de severidade no Continente em 2016 e comparação de valores estatísticos do DSR acumulado mensal nos anos de 2003 a 2015.

4 DSR = Daily Severity Rating - Taxa Diária de Severidade, função do FWI, avalia a severidade da época de

incêndios

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2.1.3 Evolução diária de maio a outubro do índice meteorológico de perigo de incêndio,

FWI

Os valores médios diários do FWI no Continente nos meses de maio a outubro, Figura 6,

mostram valores médios do FWI superiores ao percentil 50 (percentis calculados para o

período de maio a outubro de 1999 a 2014) no período entre meados de junho e meados de

setembro, excedendo o percentil 90 de 6 a 13 de agosto e de 4 a 7 de setembro. Estes dois

períodos corresponderam às condições meteorológicas mais severas para a deflagração e

propagação dos incêndios da época de incêndios de 2016, tendo-se verificado nestes

períodos um número muito elevado de ocorrências e de área ardida no território

continental.

Figura 6 – Evolução diária do índice FWI de maio a outubro de 2016. Evolução diária do índice FWI médio no Continente e comparação com os percentis de maio a outubro.

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14|44

2.2 Relação entre o Índice Meteorológico de Perigo de Incêndio, FWI, com o número de incêndios e área ardida no Continente e nas regiões Norte, Centro e Sul.

A Figura 7 mostra a evolução diária do valor médio do FWI no Continente com a área ardida

e as ocorrências de incêndio florestal no período de maio a outubro de 2016.

Verifica-se que aos valores mais elevados da área ardida e ocorrências corresponderam, em

geral, aos valores mais elevados de FWI. Nos períodos de 6 a 13 de agosto e de 3 a 8 de

setembro, o valor médio do FWI no Continente foi de 46 e 40 respetivamente,

correspondendo aos períodos com os maiores valores de área ardida e de ocorrências na

época de incêndios de 2016.

Figura 7 - Evolução diária de maio a outubro do valor médio do FWI no Continente, do número de ocorrências e de área o ardida. [2, ICNF Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, 16 novembro 2016].

Na Figura 8 apresenta-se a relação entre o FWI, a área ardida e as ocorrências de incêndio no

Continente no período de 1 de maio a 31 de outubro de 2016.

Verificou-se que, no Continente, houve uma boa relação entre o FWI e o logaritmo da área

ardida, com o quadrado do coeficiente de determinação de 0,7, e o número de ocorrências,

com o coeficiente de determinação de 0,66.

Valores do FWI médio no Continente próximos de 40 corresponderam, em geral, a áreas

ardidas superiores a 500 ha e para FWI próximo de 50 a áreas ardidas superiores a 10000 ha.

O número de incêndios apresentou um crescimento excecional para valores de FWI superiores

a 40, atingindo-se mais de 300 ocorrências diárias para valores de FWI próximos de 50 ou

superiores.

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(a)

(b)

Figura 8 - Relação entre o FWI, área o ardida e o número de ocorrências no Continente. (a) FWI e área ardida, (b) FWI e ocorrências.

No Anexo III, na Figura1, apresenta-se a relação do FWI com a área ardida e as ocorrências,

nas regiões Norte, Centro e Sul.

Nas regiões Norte e Centro a relação entre o FWI as ocorrências e área ardida é semelhante

à do Continente, com valores do quadrado do coeficiente de determinação da ordem de 0.7.

Na região Sul, onde o número de incêndios e a área ardida é bastante inferior à das outras

regiões, apesar de valores tradicionalmente elevados de FWI, a relação entre o valor médio

diário do FWI na região a área ardida e as ocorrências foi fraca, verificando-se que só apenas

20% da área ardida e cerca de 50% das ocorrências são explicadas pelo valor do FWI.

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16|44

2.3 Relação entre a Taxa de Severidade Diária, DSR, com o número de

incêndios e a área ardida no Continente e nas Regiões Norte, Centro e Sul.

A Figura 9 mostra que houve uma boa relação entre o DSR e o logaritmo da área ardida e o

número de ocorrências, apresentando valores do coeficiente de determinação de 0.70, e

0.75, respetivamente.

(a)

(b)

Figura 9 - Relação entre o DSR, área o ardida e o número de ocorrências no Continente. (a) FWI e área ardida, (b) FWI e ocorrências.

Na Figura 2 do Anexo III, apresenta-se a relação entre o DSR a área ardida e as ocorrências,

para o mesmo período, nas regiões Norte, Centro e Sul.

Nas regiões Norte e Centro os valores dos coeficientes de determinação são muito

próximos dos valores verificados para o Continente, registando-se na região Norte, o maior

valor do coeficiente de determinação, de 0.78, entre o DSR e o número de ocorrências.

Na região Sul os coeficientes de determinação entre o DSR a área ardida e o número de

ocorrências são consideravelmente inferiores aos das outras regiões, mas um pouco

superiores aos verificados entre o FWI.

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2.4 Índice de Risco Conjuntural e Meteorológico, RCM5 de Maio a Outubro

Na Figura 10a, apresenta-se o comportamento da média do risco de incêndio, RCM, no

Continente e nas regiões Norte, Centro e Sul, de maio a outubro nos anos de 2006 a 2016.

O valor do RCM no Continente em 2016 (2.2) foi o quarto mais elevado desde 2006, sendo o

quinto na região Norte (2.0), o quarto na região Centro (2.3) e o terceiro na região Sul (2.1).

No período de maio a outubro de 2016, no Continente, o valor médio do risco de incêndio,

RCM, variou entre 1.1 em maio a 3.0 em agosto (Figura 10b). Na região Norte, de maio a

outubro de 2016, o valor médio do risco de incêndio, RCM, variou entre 1.0 em maio a 2.9

em julho e agosto, na região Centro variou de 1.1 em maio e 3.3 em agosto e na região Sul

entre 1.1 em maio a 2.9 em agosto.

(a)

(b)

Figura 10 - Risco de Incêndio, RCM. (a) RCM, risco de incêndio médio em Portugal continental e Regiões Norte, Centro e Sul de 2006 a 2016, (b) RCM, média mensal do risco de incêndio em Portugal continental e Regiões Norte, Centro e Sul de maio a outubro de 2016.

5 RCM= Risco Conjuntural Meteorológico – classes de risco de incêndio resultantes da integração do índice FWI para Portugal Continental com o risco conjuntural (risco estrutural atualizado com as áreas ardidas do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas). Para mais informações consultar www.ipma.pt

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2.5 Índice Combinado de Risco de Incêndio Florestal, ICRIF6 de Maio a Outubro

O índice combinado de risco de incêndio florestal (ICRIF), é diariamente calculado e

distribuído com uma resolução de 1.1 x 1.1 km, a mesma resolução das imagens NOAA

recebidas no IPMA.

O índice de risco ICRIF é o resultado da combinação do índice meteorológico de perigo de

incêndio, FWI, calculado diariamente, com um risco estrutural que tem como base o

CORINE. Este risco estrutural tem atualização anual, incorporando o impacto das áreas

ardidas e do risco associado ao estado de vegetação, estimado através do índice NDVI.

A carta de risco estrutural foi atualizada em abril de 2013, referente ao CORINE2006.

O total de pixeis em cada distrito é variável. De maio a setembro de 2016, em Portugal

Continental, os distritos foram agrupados em regiões conforme indicado na Tabela 1.

Tabela I – Número de pixeis por distrito

DISTRITO TOTAL Nº Pixeis REGIÃO

V. Castelo 3.299

NORTE

Braga 3.980

Porto 3.383

Bragança 9.700

V. Real 6.341

Aveiro 4.025

CENTRO

Coimbra 5.609

Leiria 4.889

Guarda 7.917

Viseu 7.203

C. Branco 9.295

Santarém 9.249

Lisboa 3.823

Setúbal 6.763

SUL

Évora 9.982

Beja 13.569

Portalegre 8.347

Faro 6.508

TOTAL 123.882 PORTUGAL CONTINENTAL

6 ICRIF = O índice meteorológico combinado de risco de incêndio florestal baseado em 3 sub-índices: índice

estrutural, associado ao tipo de coberto vegetal baseado no CORINE; índice ligado ao risco conjuntural calculado diariamente com base no FWI; Um sub-índice que representa um agravamento do risco ligado ao estado da vegetação, representada pelo valor do NDVI, calculado com base na melhor das imagens NOAA. www.ipma.pt

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2.5.1 Evolução diária do risco de incêndio ICRIF e dos valores médios mensais de área de

risco elevado (Nº Pixeis ICRIF>25)

A análise dos resultados do ICRIF é feita diariamente com base nos distritos ou concelhos,

recorrendo ao IOT (ICRIF over Threshold) estimado com base na percentagem do número de

pixeis com risco ICRIF superior a valores previamente selecionados. São em geral

selecionados três limiares, nomeadamente o limiar 25 (IOT25), o limiar 35, (IOT35) e o limiar

45 (IOT45), considerados, respetivamente, como risco elevado, muito elevado ou extremo

na região selecionada. O comportamento dos IOTs permite avaliar o risco numa região.

Os relatórios mensais foram realizados com os dados do FWI, que serve de base ao ICRIF,

observados diariamente num conjunto de 81 estações meteorológicas.

O risco de incêndio florestal foi quase nulo em maio (Figura 11), pelo que a análise de risco

de incêndio para o ano de 2016 será feita, essencialmente, nos meses de junho a outubro e

basear-se-á na evolução diária do risco elevado, IOT25. Esta análise pode ser estendida a

qualquer região do território, considerando como a totalidade do território o total dos pixeis

que cobrem o território do Continente (123 882 pixeis).

Neste relatório, os resultados de 2016 foram comparados com valores de referência, uma

estatística referente ao período de 1999 a 2014 entre 1 de junho e 31 de outubro. A

referência utilizada foi a do valor dos percentis 90, 95, 98 e o valor máximo, Figura 11.

Da análise de resultados pode concluir-se que entre 1 de maio e 31 de outubro de 2016:

Em geral, a evolução diária do risco IOT25 mostrou valores próximos do valor nulo em

maio, para todas as regiões, subindo o risco em junho, mas com valores diários inferiores

ao percentil 90 para o período 1999 a 2014, especialmente nas regiões Norte e Centro. Na

região do Sul os valores de risco IOT25 foram, também, inferiores ao percentil 90, com

exceção do início da última década onde atingiram o percentil 98;

A partir de metade do mês de julho os valores de risco IOT25 estiveram acima do percentil

90, atingindo o percentil 98 em alguns dias, em todas as regiões;

Observou-se, nas regiões Norte e Centro, que nos primeiros quinze dias de agosto e nos

primeiros dez dias de setembro, o risco de incêndio florestal IOT25 observado teve valores

elevados, ultrapassando, em alguns dias o percentil98 e atingindo o valor- máximo em

agosto. Na região Norte, em setembro, foi ultrapassado o valor máximo do IOT25 do

período 1999 a 2014 para setembro.

A partir da segunda década de setembro o valor de risco de incêndio desceu

significativamente em todo o país, voltando a subir nos últimos dias de setembro e

primeiros dias de outubro, não ultrapassando, no entanto, o percentil90.

Da análise da Figura 11 verifica-se também uma ótima concordância entre o IOT25 obtido

com dados observados das estações meteorológicas e dados obtidos com modelo AROME.

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20|44

(a)

(b)

(c)

Figura 11 – Evolução diária, de 1 de maio a 31 outubro de 2016, do risco IOT25. Evolução diária, de 1 de maio a 31 outubro de 2016, da percentagem de área de risco com valor de ICRIF superior a 25 (IOT25), valores mensais dos percentis 90, 95, 98 e valor máximo do IOT25 para o período 1999 a 2014 e valores do IOT25 do modelo AROME. (a) Região Norte, (b) Região Centro, (c) Região Sul.

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21|44

A Figura 12 mostra a média mensal da percentagem da área diária de risco, para o período

de junho a outubro do ano de 2016 e a média mensal para o período de 1999 a 2014.

(a)

(b)

(c)

Figura 12 – Valores médios mensais de área de risco elevado, IOT25. Valores médios mensais de área de risco elevado (ICRIF> 25) no período de 1999 a 2014 (verde), em 2016 (a verde caqui). (a) Região Norte, (b) Região Centro, (c) Região Sul.

Da análise da Figura 12, verifica-se:

Para todas as regiões, os valores médios de área de risco elevado dos meses de julho a

outubro foram superiores aos respetivos valores médios para o período 1999 a 2014.

Nas regiões Norte e Centro o valor médio de junho de 2016 foi inferior ao respetivo valor

médio do período 1999 a 2014, enquanto na região Sul o valor médio de junho de 2016

esteve ligeiramente acima do valor médio de junho para o período 1999 a 2014.

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22|44

2.5.2 Comparação entre os valores de área com ICRIF>25 (IOT25) e valores de CO2

equivalente libertado pelos fogos florestais

Foram analisados os valores de área de risco IOT25 (%) para todo território de Portugal

continental e o número de ocorrências de incêndios florestais (dados fornecidos pelo ICNF).

A Figura 13 mostra a evolução da percentagem de área com risco elevado e o número de

ocorrências de incêndio. Verifica-se que o número diário de ocorrências aumenta com o

aumento da percentagem de área de risco IOT25, apresentando um valor de correlação

entre as duas séries de 81%.

Figura 13 – Evolução dos valores diários, de junho a setembro de 2016, da área de risco elevado (ICRIF> 25) e do número diário de ocorrências de incêndios em Portugal continental. Ocorrências, fonte [2, ICNF Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas].

Durante todo o período de junho a outubro, a percentagem da área de risco foi comparada

com os valores de CO2 equivalente libertado pelos fogos florestais, estimado a partir do

produto FRP (Fire Radiative Power) do projeto LSASAF. Na Figura 14 apresenta-se os

resultados para Portugal continental

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23|44

Figura 14 - Evolução dos valores diários, de junho a outubro de 2016, do CO2 equivalente libertado para a atmosfera pelos incêndios florestais e a área de risco elevado (ICRIF> 25) em Portugal continental.

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24|44

2.6.Períodos de severidade meteorológica da época de incêndios de 2016

No verão de 2016, caracterizado como muito quente e seco, destacaram-se dois períodos,

de 5 a 15 de agosto e de 3 a 8 de setembro, com características meteorológicas muito

adversas para a deflagração e propagação de incêndios florestais.

A partir de meados de julho e até à primeira semana de setembro, o número de ocorrências

de incêndio situou-se, em geral, acima de 90 ocorrências diárias e valores significativos de

área ardida. No período de 5 a 15 de agosto o número médio de ocorrências diárias foi de

250 e a média da área ardida (mato e povoamento) foi superior a 3500 ha/dia. No período,

de 3 a 8 de setembro, a média diária de ocorrências foi de 184 e área ardida de cerca 1400

ha.

Na Figura 15 apresentam-se os valores da média diária temperatura máxima (T. Max), da

humidade relativa do ar (HR) e da intensidade do vento (int. vento), em 80 estações do

Continente.

Esta Figura comprova a extrema severidade das condições meteorológicas naqueles

períodos. Os valores médios da humidade relativa foram extremamente baixos, atingindo,

no dia 7 de agosto, um mínimo absoluto de 37 % e de 31% no interior das regiões Norte e

Centro. Este valor mínimo da humidade relativa esteve associado um valor

extraordinariamente elevado da média da temperatura máxima no Continente, 38.1 °C e

valores relativamente elevados da intensidade média do vento. O vento predominou de

nordeste e o valor médio da sua intensidade foi, em geral, acima dos 13 km/h. No dia 10 de

agosto registou-se o valor máximo da média da intensidade do vento no Continente, 18.2

km/h, atingindo o valor foi de 20.5 km/h, no dia 11 de agosto, no interior da região Centro.

O maior número de ocorrências e área ardida verificaram-se de 7 a 10 de agosto, com o

máximo absoluto no dia 7. Este máximo coincide com os valores mais baixos da humidade

relativa e máximo da temperatura máxima. Um outro máximo de ocorrências verifica-se no

dia 10 de agosto em que se registou um máximo da intensidade do vento

No período de 3 a 8 de setembro, os valores médios da humidade relativa no Continente são

em geral superiores aos do período de 5 a 15 de agosto, registando-se o valor mais baixo de

42.7% no dia 6. Os valores da intensidade do vento foram, em geral, inferiores a 12 km/h,

exceto no dia 8, em que se atingiu um máximo de 19.8 km/h. No entanto, neste dia, a

temperatura máxima registou um valor relativamente baixo (27.1 °C) e o valor médio da

humidade relativa foi de 66.4%. Os valores médios da temperatura máxima foram muito

próximos dos do período de agosto, atingindo-se no dia 6 de setembro o máximo absoluto

de 38.6°C.

No período de 3 a 8 de setembro, verifica-se um aumento de área ardida e do número de

ocorrência, mas com valores inferiores aos de agosto. No entanto, no dia 6, dia com o valor

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25|44

mais alto da média da temperatura máxima e do valor mais baixo da humidade relativa no

Continente regista-se o máximo de ocorrências e de área ardida neste período.

(a)

(b)

Figura 15 – Valores médios diários da temperatura máxima, humidade relativa e intensidade do vento no Continente nos períodos de maior severidade da época de 2016. (a) o número de incêndios, (b) a área ardida.

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26|44

2.6.1 Os índices de risco de incêndio nos períodos de severidade meteorológica da época

de incêndios de 2016

Os índices de risco de incêndio florestal disponibilizados diariamente pelo IPMA, o RCM e o

ICRIF, têm como base o índice meteorológico de perigo de incêndio FWI. Nas Figuras 16, 17 e

18 apresenta-se o comportamento destes índices nos períodos de 5 a 15 de agosto e de 3 a

8 de setembro.

A Figura 16 mostra que naqueles períodos os valores do FWI foram muito elevados, em

especial nas regiões do Norte e Centro.

No dia 7 de agosto, o valor médio do FWI no Continente foi superior ao percentil 95, do

período de referência de 15 de junho a 15 de setembro.

Na região Norte, nos dias 7 a 11 de agosto o valor médio do FWI na região foi superior ao

percentil 95, do período de referência de 15 de junho a 15 de setembro, exceto no dia 9 que

foi ligeiramente inferior, tendo ultrapassado o percentil 99 no dia 7.

Na região Centro, nos dias 7 a 10 de agosto o valor médio do FWI na região foi superior ao

percentil 95, do período de referência de 15 de junho a 15 de setembro.

Na região Sul, nos dias de 7 a 9 de agosto, o valor médio do FWI na região foi superior ao

percentil 75, daquele período de referência.

No período de 3 a 8 de setembro, os valores médios do FWI são inferiores aos do período de

5 a 15 de agosto, mas apresentando valores entre os percentis 75 e 90, para o período de

referência de 15 de junho a 15 de setembro.

No dia 6 de setembro, registou-se os valores médios mais altos do FWI em todas as regiões.

Na região Norte o valor médio do FWI foi igual ao percentil 95, na região Centro foi superior

ao percentil 95 ena região Sul foi um pouco inferior ao percentil 90.

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27|44

(a)

(b)

Figura 16 – O índice meteorológico de perigo de incêndio, FWI, nas regiões Norte, Centro e Sul, nos períodos de maior severidade da época de 2016. (a) o número de incêndios, (b) a área ardida

Estas condições meteorológicas refletidas no FWI foram acompanhadas por respostas

similares dos índices de risco RCM e ICRIF.

Nas regiões Norte e Centro, no período de 3 a 15 de agosto, o valor médio do risco RCM

situou-se sempre acima de 3 (classe de risco Muito Elevado) e nos dias 6 a 10 teve valores

entre 3.80 a 3.85 na região Norte e entre 3.77 a 3.91 na região Centro.

No período de 3 a 8 de setembro, os valores de risco foram um pouco inferiores mas, em

geral, superiores 3, atingindo no dia 6, um valor de 3.64 na região Norte e 3.71 na região

Centro. Os valores de RCM na região Sul, devido aos condicionantes estruturais e história de

incêndios, foram inferiores.

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(a)

(b)

Figura 17 - O risco de incêndio, RCM, nas regiões Norte, Centro e Sul, nos períodos de maior severidade da época de 2016. (a) O número de incêndios (b) a área ardida.

Os valores de risco elevado do índice de risco ICRIF (percentagem da área do Continente

com valores de ICRIF> 25) apresentaram valores muito elevados, entre 45.7 % da área do

Continente com risco elevado no dia 5 de agosto e 70.2% no dia 6 de setembro. No dia 7 de

agosto a percentagem área no Continente de risco elevado ICRIF foi de 70%.

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Figura 18 - O risco de incêndio, ICRIF (valores de ICRIF>25, %) no Continente nos períodos de maior severidade da época de 2016. (a) O número de incêndios, (b) a área ardida.

Da análise das Figuras 15, 16, 17 e 18 verifica-se que o número de ocorrências e a área

ardida estiveram em conformidade com a severidade das condições meteorológicas e os

valores dos índices de risco.

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3. Quantidade de Carbono libertado na atmosfera por incêndios florestais

A quantidade de CO2 equivalente libertado na atmosfera por ação dos incêndios florestais,

foi estimada, para o território de Portugal continental e para os distritos, com base no

produto FRP (Fire Radiation Power) da LSA SAF (Land Surface Analysis Satellite Application

Facility), com validação realizada para várias regiões da Europa e África. Para mais

informação consultar a página http://landsaf.meteo.pt. O CO2 equivalente libertado para a

atmosfera é estimado a partir do carbono libertado para a atmosfera (aproximadamente 4

vezes maior).

Na Figura 19 visualiza-se a comparação entre a área ardida, em ha (a vermelho) e a

quantidade de CO2 equivalente libertado pelos fogos florestais (a castanho) calculado com

base no FRP, mostrando um bom ajuste

Figura 19 – Evolução diária da quantidade de CO2 equivalente libertado na atmosfera pelos incêndios florestais e área ardida em Portugal continental de junho a outubro de 2016. Área Ardida, fonte [2, ICNF Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas].

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A Figura 20 mostra a comparação da quantidade de CO 2 equivalente libertado nos meses de

junho a setembro para os anos de 2011 (a azul), 2012 (a verde caqui), 2013 (a vermelho),

2014 (a verde-claro), 2015 (a castanho) e 2016 (a laranja).

Verifica-se que em agosto e setembro de 2016 a quantidade de CO2 equivalente libertado

pelos incêndios foi muito elevada, foi muito superior à do ano de 2013. Nos restantes meses,

o valor de CO2 equivalente libertado por incêndios florestais em 2016, foi relativamente

pequena.

Figura 20 – Quantidade mensal de Carbono libertado na atmosfera pelos dos incêndios florestais em Portugal continental de junho a setembro, nos anos de 2011 a 2016.

Nas Tabelas II.1 e II.2 encontram-se os valores estimados por distrito da quantidade mensal de CO 2 equivalente libertado pelos fogos florestais nos anos de 2011 a 2016, valores estimados para os 18 distritos de Portugal continental de junho a setembro, época mais gravosa de fogos florestais.

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Tabela II.1 - Quantidade mensal de carbono (t) libertado pelos fogos florestais para os

distritos de Portugal continental, nos meses de agosto e setembro nos anos 2011 a 2016

(valores provisórios)

Distrito

Junho Julho

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2011

2012

2013

2014

2015

2016

V.Castel 7837.4 0.0 0.0 29.6 75.1 0.0 2926,3 0,0 28,4 0,0 3131,6 4283,4

Braganç 2861.3 98.5 0.0 304.0 588.7 175.7 35738,8 30082,5 149241,7 6161,5 45004,7 14517,3

V. Real 807.7 31.2 0.0 13.1 1017.2 1005.8 1195.0 363.6 5652.1 256.5 1810.1 8219.9

Braga 823.9 0.0 110.1 17902.7 0.0 57.0 20595.9 410.3 1883.3 109.1 9379.3 8173.1

Porto 1120.6 0.0 0.0 234.2 1629.9 139.7 3698.4 394.5 760.7 0.0 723.5 4162.5

Viseu 231.7 180.4 0.0 131.4 25452.4 20.8 27148.3 23147.8 12434.5 1582.5 8972.5 3292.2

Guarda 580.9 172.2 0.0 95.4 13941.4 109.8 7579.2 12715.7 12716.9 8495.9 31787.4 31017.7

Aveiro 70.3 0.0 0.0 2485.8 0.0 9.5 208.4 856.6 31439.1 4499.5 27.2 6182.6

Coimba 459.1 136.2 0.0 408.4 1388.5 267.5 3037.3 11629.9 1475.9 90.0 2068.3 27.1

C.Branc 732.9 1860.9 25.3 652.2 30.8 50.6 36160.7 2160.6 7157.1 418.6 9581.8 28521.5

Leiria 0.0 243.7 0.0 0.0 2158.1 23.2 9.0 8870.4 570.9 0.0 4169.8 0.0

Santaré 0.0 1231.9 0.0 0.0 237.6 13.6 161.7 26400.2 2853.6 0.0 9237.6 14278.6

Portale 0.0 108.9 37.4 0.0 67.6 37.7 34.6 5778.1 2493.5 1471.3 145.3 2614.4

Évora 0.0 16.3 670.1 52.3 49.9 41.6 161.6 2107.7 1021.4 95.2 925.3 1722.6

Lisboa 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 14.6 126.1 1544.2 547.5 416.1 134.2 54.7

Setúbal 18.2 0.0 0.0 0.0 54.7 0.0 0.0 214.6 33.2 80.9 724.6 25.6

Beja 0.0 228.4 0.0 70.9 14966.1 365.5 55.9 491.7 13767.1 1628.9 939.8 214.5

Faro 20.0 0.0 0.0 380.3 0.0 0.0 0.0 318655.9 170.1 26.6 36.9 231.8

Total 15564 4309 844 22760 61658 23323 138837 445825 244247 25333 128800 127540

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Tabela II -2Quantidade mensal de carbono (t) libertado pelos fogos florestais para os

distritos de Portugal continental, nos meses de agosto e setembro nos anos 2011 a 2016

(valores provisórios)

Distrito

Agosto Setembro

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016

V.Castel 1618.3 0.0 49876.7 246.2 26657.0 394362.4 0.0 0.0 12140.0 138.1 70.1 103946.5

Braganç 41394.9 38063.8 98517.5 8250.1 13013.0 19182.2 993.3 7051.7 4380.7 10108.6 3561.9 76708.6

V. Real 25600.3 3530.9 292237.2 7615.6 10589.5 44989.1 4293.1 1738.4 6148.2 169.1 3209.5 210081.1

Braga 4755.4 598.5 132822.3 217.4 16419.0 155258.5 0.0 867.2 18228.4 0.0 963.3 48793.1

Porto 13183.0 865.5 111587.6 82.0 23799.8 360889.3 45.3 706.4 13230.1 233.6 7416.7 30851.3

Viseu 15599.9 7567.9 508917.5 16158.9 96278.0 479520.5 520.1 30934.8 25804.7 814.9 1704.8 19431.9

Guarda 8641.2 1689.6 129802.8 9014.3 62646.7 101277.2 3269.9 4545.2 1858.6 19188.4 9628.9 19505.8

Aveiro 2895.2 32.1 108718.8 667.1 2301.1 963281.8 6.5 7390.6 7842.3 131.0 256.6 10582.4

Coimbr 1275.0 23751.6 48863.1 23188.0 31495.1 63930.5 268.2 8606.4 3344.5 9360.7 612.7 45676.3

C.Branc 1633.7 848.5 25660.2 15013.1 12270.5 6608.6 26.1 1597.6 0.0 0.0 85.8 15606.5

Leiria 0.0 791.0 1777.8 48.2 6748.1 3668.9 107.1 26593.6 3462.6 20.7 1264.9 18561.9

Santaré 108.4 113.6 6547.6 20.5 677.4 38624.8 0.0 2506.1 33.6 48.7 118.7 857.0

Portale 0.0 0.0 6651.0 1885.6 0.0 6285.0 0.0 0.0 444.3 0.0 36.4 2354.0

Évora 454.1 146.7 416.8 948.9 0.0 0.0 0.0 4977.2 0.0 0.0 0.0 778.7

Lisboa 1428.2 0.0 11226.7 241.6 2440.1 1406.5 3.9 1071.5 17.0 0.0 841.6 0.0

Setúbal 20.5 0.0 0.0 138.9 23.9 2176.8 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0

Beja 240.2 205.9 0.0 168.5 110.6 19476.8 19.0 215.7 0.0 0.0 0.0 80.1

Faro 0.0 1264.2 0.0 18.6 10.1 24859.1 0.0 69.3 0.0 0.0 0.0 165210.1

Total 118848 79470 1533624 83924 305480 2685798 9553 98872 96935 40214 29772 769025

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RELATÓRIO ANUAL 2016

34|44

(a)

(b) (c)

(d)

(e) (f)

Figura 21 – Mapeamento das ocorrências de incêndios florestais em 2016. Produto baseado no produto FRP-Pixel da LSA SAF. (a) janeiro a outubro, (b) junho, (c) julho, (d) agosto, (e) setembro, (f) outubro

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ANEXOS

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ANEXO I - Estações meteorológicas utilizadas no cálculo

operacional do FWI em 2016 e estações comuns desde 1999

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Tabela 1- Estações meteorológicas utilizadas no cálculo do FWI de 2000 a 2014 (Valores Reprocessados, 68 Estações)

Estação Meteorológica

Nº Estação

Altitude (m) Distrito

Estação Meteorológica

Nº Estação

Altitude

(m) Distrito

MONCAO 605 80 V.Castelo C.CARVOEIRO 531 32 Leiria

LAM.MOURO 606 880 V.Castelo LEIRIA 718 45 Leiria

P.LIMA 615 40 V.Castelo C.BRANCO 570 386 C.Branco

V. CASTELO 551 48 V.Castelo PROENCA 806 379 C.Branco

BRAGA 622 65 Braga COVILHA 687 482 C.Branco

CABRIL 619 585 Braga PAMPILHOSA 686 890 C.Branco

PORTO/PR 545 69 Porto ZEBREIRA 803 374 C.Branco

MONTALEGRE 611 1005 Vila Real TOMAR 724 75 Santarém

CHAVES 616 360 Vila Real SANTAREMFB 734 73 Santarém

C.BASTO 630 350 Vila Real R.MAIOR 729 69 Santarém

V.REAL 567 561 Vila Real CORUCHE 744 25 Santarém

BRAGANCA 575 690 Bragança ALVEGA 812 51 Santarém

MIRANDELA 632 250 Bragança LAVRADIO 766 6 Santarém

MACEDO 633 702 Bragança LISBOA/GC 579 104 Lisboa

M.DOURO 635 693 Bragança T. VEDRAS 739 110 Lisboa

MOGADOURO 637 644 Bragança PORTALEGRE 571 597 Portalegre

C. ANSIÃES 644 715 Bragança ELVAS 835 208 Portalegre

MONCORVO 654 600 Bragança AVIS 824 150 Portalegre

AVEIRO/UNI 702 5 Aveiro SETUBAL 770 35 Setúbal

ANADIA 705 45 Aveiro ALCAC. SAL 776 29 Setúbal

AROUCA 669 270 Aveiro ALVALADE 783 61 Setúbal

NELAS 685 425 Viseu PORTEL 848 205 Setúbal

VISEU/CC 560 636 Viseu SINES/MC 541 103 Setúbal

M. BEIRA 663 715 Viseu EVORA/CC 558 246 Évora

GUARDA 683 1020 Guarda ESTREMOZ 837 366 Évora

P.DOURADAS 568 1380 Guarda BEJA 562 246 Beja

FC.RODRIGO 671 635 Guarda AMARELEJA 850(1) 180 Beja

TRANCOSO 666 850 Guarda ALCOUTIM 865 290 Beja

SABUGAL 800 858 Guarda MERTOLA.VF 863 190 Beja

COIMBRA/CE 548 170 Coimbra N. CORVO 864 225 Beja

LOUSA 697 195 Coimbra SAGRES 533 25 Faro

F. FOZ 713 4 Coimbra PORTIMÃO 878 24 Faro

ANSIAO 716 405 Leiria FARO 554 8 Faro

ALCOBAÇA 726 38 Leiria C.MARIM 867 5 Faro

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Tabela 2- Rede de estações meteorológicas utilizadas no cálculo do FWI em 2016. NUM CODIGO LOCAL DISTRITO LAT LON ALT (m)

551 1200551 V.CASTELO VCT 41.65 8.8 16

605 1210605 MONCAO VCT 42.07 8.38 80

606 1210606 LAM.MOURO VCT 42.03 8.18 880

615 1210615 P.LIMA VCT 41.77 8.6 40

622 1210622 BRAGA BGA 41.58 8.42 74

619 1210619 CABRIL BGA 41.72 8.02 585

545 1200545 PORTO/PR PTO 41.23 8.68 70

657 1210657 LUZIM PTO 41.15 8.25 250

567 1200567 V.REAL VRL 41.27 7.73 562

616 1210616 CHAVES VRL 41.72 7.47 360

611 1210611 MONTALEGRE VRL 41.82 7.78 1005

630 1210630 C.BASTO VRL 41.53 7.97 350

575 1200575 BRAGANCA BRG 41.8 6.73 691

612 1210612 VINHAIS BRG 41.84 7 773

632 1210632 MIRANDELA BRG 41.52 7.2 250

635 1210635 M.DOURO BRG 41.52 6.28 693

637 1210637 MOGADOURO BRG 41.33 6.73 644

633 1210633 MCAVALEIRO BRG 41.57 6.78 702

644 1210644 C.ANSIAES BRG 41.23 7.28 774

654 1210654 MONCORVO BRG 41.18 7.02 600

702 1210702 AVEIRO/UNI AVR 40.63 8.65 15

705 1210705 ANADIA AVR 40.43 8.43 45

669 1210668 AROUCA AVR 40.93 8.25 340

560 1200560 VISEU/CC VIS 40.71 7.9 644

663 1210663 MOIM.BEIRA VIS 40.98 7.6 715

655 1210655 PINHAO VIS 41.17 7.55 130

685 1210685 NELAS VIS 40.52 7.86 425

683 1210683 GUARDA GDA 40.53 7.27 1020

568 1200568 P.DOURADAS GDA 40.42 7.55 1380

671 1210671 FC.RODRIGO GDA 40.83 6.94 635

666 1210666 TRANCOSO GDA 40.78 7.37 850

690 1210690 ALD.SOUTO GDA 40.35 7.39 468

698 1210698 FUNDAO GDA 40.14 7.50 493

800 1210800 SABUGAL GDA 40.34 7.04 858

548 1200548 COIMBRA/CE CBR 40.15 8.47 171

697 1210697 LOUSA CBR 40.13 8.23 195

687 1210687 COVILHA CBO 40.26 7.48 482 570 1200570 C.BRANCO CBO 39.83 7.48 386

803 1210803 ZEBREIRA CBO 39.85 7.07 374

806 1210806 PROENCA CBO 39.73 7.87 379 686 1210686 PAMP.SERRA CBR 40.13 7.92 890

713 1210713 FIG.FOZ CBR 40.15 8.85 9

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RELATÓRIO ANUAL 2016

APOIO METEOROLÓGICO NA PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

RELATÓRIO ANUAL 2016

39|44

NUM CODIGO LOCAL DISTRITO LAT LON ALT(m)

718 1210718 LEIRIA/AER LRA 39.78 8.82 46

716 1210716 ANSIAO LRA 39.9 8.42 405

726 1200726 ALCOBACA LRA 39.55 8.97 38

579 1200579 LISBOA/GC LSB 38.77 9.13 104

739 1210739 DOIS PORTOS LSB 39.03 9.18 110

531/765 1210765 C Carvoeiro/C.RASO LSB 38.71 9.49 9

734 1210734 SANTAREMFB STM 39.2 8.74 73

729 1210729 R.MAIOR STM 39.35 8.93 69

744 1210744 CORUCHE STM 38.95 8.53 25

724 1210724 TOMAR STM 39.6 8.37 75

812 1210812 ALVEGA STM 39.47 8.05 51

571 1200571 PORTALEGRE PTG 39.28 7.42 597

835 1210835 ELVAS PTG 38.88 7.15 208

824 1210824 AVIS PTG 39.1 7.87 150

558 1200558 EVORA/CC EVR 38.53 7.88 245

837 1210837 ESTREMOZ EVR 38.87 7.52 366

826 1210826 MORA EVR 38.94 8.16 110

840 1210840 REGUENGOS EVR 38.48 7.47 249

847 1210847 V.ALENTEJO EVR 38.33 8.05 202

848 1210848 PORTEL EVR 38.32 7.86 205

770 1210770 SETUBAL STB 38.52 8.9 35

776 1210776 ALCAC.SAL STB 38.37 8.48 29

783 1210783 ALVALADE STB 37.95 8.4 61

541 1200541 SINES/MC STB 37.95 8.83 99

766 1210766 BARREIRO SET 38.67 9.05 6

767 1210767 PEGOES SET 38.65 8.64 64

562 1200562 BEJA BJA 38.02 7.87 246

788 1210788 ZAMBUJEIRA BJA 37.58 8.74 67

851 1210851 AMARELEJA BJA 38.2 7.23 180

863 1210863 MERTOLA.VF BJA 37.75 7.55 190

864 1210864 N.CORVO BJA 37.58 7.97 255

554 1200554 FARO FAR 37.02 7.97 8

867 1210867 C.MARIM FAR 37.22 7.45 5

789 1210789 ALJEZUR FAR 37.32 8.83 9

790 1210790 FOIA FAR 37.31 8.60 902

865 1210865 ALCOUTIM FAR 37.43 7.77 290

878 1210878 PORTIMAO FAR 37.12 8.57 14

872 1210872 LOULE FAR 37.13 8.07 74

533 1210533 SAGRES FAR 37.12 8.57 14

Estações adicionadas ao cálculo do FWI em 2016- sombreadas a verde

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RELATÓRIO ANUAL 2016

APOIO METEOROLÓGICO NA PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

RELATÓRIO ANUAL 2016

40|44

ANEXO II - Taxa Diária de Severidade, DSR no

Continente de 2003 a 2016.

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RELATÓRIO ANUAL 2016

APOIO METEOROLÓGICO NA PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

RELATÓRIO ANUAL 2016

41|44

(a)

(b)

(c)

Figura AII.1 - Taxa de diária severidade nos anos de 2003 a 2016 (a) 1 de janeiro a 31 de outubro, (b) de 1 de maio a 31 de outubro, (c) de 15 de maio a 15 de outubro

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RELATÓRIO ANUAL 2016

APOIO METEOROLÓGICO NA PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

RELATÓRIO ANUAL 2016

42|44

ANEXO III – Relação entre o FWI e o DSR com a área

ardida e as ocorrências de incêndio de maio a outubro

de 2016 nas Regiões

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RELATÓRIO ANUAL 2016

APOIO METEOROLÓGICO NA PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

RELATÓRIO ANUAL 2016

43|44

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

Figura AIII -1 – Relação entre o FWI a área ardida e as ocorrências de incêndio de 1 de maio a 31 de outubro. (a) e (b) Região Norte, (c) e (d) Região Centro , (e) e (f) Região Sul.

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RELATÓRIO ANUAL 2016

APOIO METEOROLÓGICO NA PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

RELATÓRIO ANUAL 2016

44|44

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

Figura AIII.2 – Relação entre o DSR a área ardida e as ocorrências de incêndio de 1 de maio a 31 de outubro.

(a) (a) e (b) Região Norte, (c) e (d) Região Centro , (e) e (f) Região Sul.