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FAHESA – Faculdade de Ciências Humanas, Econômicas e da Saúde de AraguaínaITPAC – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos
Odontologia
Relatórios de Aulas Práticas de Microbiologia
Laís CardosoMainara DefavariLuciana Nogueira
Layza TostaJucimária Lima
Geraldo Pereira
Araguaína/TOJunho/2012
Laís CardosoMainara DefavariLuciana Nogueira
Layza TostaJucimária LimaGeraldo Pereira
Relatórios de Aulas Práticas de Microbiologia
Araguaína/TOJunho/2012
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO____________________________________________________4
2. NORMAS DE BIOSSEGURANÇA PARA AULAS PRÁTICAS EM MICROBIOLOGIA ___________________________________________________5
3. ABUNDÂNCIA E DIVERSIDADE MICROBIANA EM AMOSTRAS AMBIENTAIS_______________________________________________________10
4. ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS DA MICROBIOTA HUMANA ______________13
5. COLORAÇÃO DE GRAM___________________________________________19
6. TÉCNICA DE DILUIÇÃO SERIADA E CONTAGEM DE COLÔNIAS _________24
7. ANTIBIOGRAMA _________________________________________________26
8. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE FUNGOS____________________29
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS___________________________________34
Introdução
Este material apresenta a relação de trabalhos e pesquisas em prática
laboratorial de Microbiologia. Correlacionando com a literatura aquilo que foi
praticado em aula.
Desde biossegurança e métodos laboratoriais, a tipos de coloração para
observação microscópica, características morfológicas de fungos e bactérias,
culturas de microrganismos do ser humano, etc.
A pesquisa foi baseada na observação de resultados dos procedimentos
executados pelos alunos, logo, esses resultados podem ser falhos ou incoerentes,
devido à não padronização de métodos práticos ou erros na execução de
procedimentos. No entanto, à apresentação e prática de tais métodos acrescenta
conhecimento ao aluno.
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1. Normas de Biossegurança para aulas práticas em Microbiologia
O laboratório de Microbiologia é um ambiente de estudo e pesquisa onde há o
manuseio de diferentes tipos de microrganismos, sendo estes patogênicos ou não,o
que pode oferecer um grau de risco variável para àqueles que estão trabalhando
nesse ambiente,seja diretamente na pesquisa, ou auxiliando na organização e
higienização.Há relatos de casos de diferentes graus de contaminação a partir do
manuseio de microrganismos patogênicos em laboratório microbiológico, seja por
descuido em lavagem das mãos ou hábitos de levar objetos à boca, ou mesmo pela
falta de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) adequado e ocorrência então de
aspiração do patógeno, ou contato com a mucosa da conjuntiva se este tiver
disperso no ambiente.Deve-se ter cuidado com a assepsia, quando se trabalha com
microrganismos para evitar a própria contaminação com algum patógeno, a
contaminação do meio de cultura com microbiota normal,alterando seu resultado na
pesquisa,e o transporte de fômites (carregam microrganismos patógenos) de dentro
do laboratório para outros ambientes.
“A degermação das mãos ou manilúvio (L:mani + luviu) é um procedimento
simples,efetivo e barato que deve ser feito criteriosamente pelo profissional e seus
colaboradores. [...] A degermação das mãos pode incluir a lavagem e, já que é
impossível eliminar todos os microrganismos das mãos, a anti-sepsia imediata para
suprimir a microbiota residual enquanto se usa as luvas. [...] A pele normal é
colonizada por bactérias,tanto na superfície como nos poros profundos e nos ductos
sudoríparos e glândulas sebáceas.” ( JAIRO GUIMARAES JR.,2001 )
Os EPI’s são de extrema importância em ambiente de pesquisa e
manipulação de patógenos, não só como proteção para quem está ali presente,mas
também para não influenciar nos resultados que se deseja obter.O uso de
gorro,luvas,máscara,óculos,é considerado praxe.Assim como a presença de EPC
(Equipamento de Proteção Coletiva) no ambiente laboratorial, como pias,chuveiro,
lava-olhos e extintor de incêndio específico para materiais oxidantes, ou corrosivos.
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Características dos germicidas (anti-sépticos) tópicos usados no manilúvio
Produtos Iodóforos Triclosan Clorexidina
Modo de ação Oxidação Ruptura da
parede celular
Desnaturação de
Proteínas
Bactérias Gram +
Bactérias Gram –
M. tuberculosis
Fungos
Vírus
Rapidez de ação
Atividade residual
Excelente
Boa
Boa
Boa
Boa
Média
Média
Boa
Média
Média
Má
Desconhecida
Média
Excelente
Excelente
Boa
Má
Razoável
Boa
Média
Excelente
Afetado por
matéria orgânica
Mínima Mínima Mínima
Segurança e
toxicidade
Absorção pela
pele: toxicidade
Falta de dados Ototoxicidade e
ceratite
GUIMARAES JR.,Jayro.Biossegurança e controle de Infecção cruzada em Consultórios Odontológicos.São Paulo:Livraria Santos, 2001. 216p.
Chuveiro e Lava Olhos, para lavagem com água corrente da região
contaminada.
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No ambiente de um laboratório acadêmico, onde há o primeiro contato do
estudante com o laboratório da disciplina, é importante haver a apresentação dos
materiais que serão manuseados com freqüência nos meses seguintes,e atenção
para os protocolos que devem ser seguidos para obtenção de melhores
resultados,para não haver ocorrência de infecções,ou transporte de fômites do
ambiente laboratorial para outros lugares.Medidas estas como a lavagem de mãos
antes e após cada aula, o uso de EPI’s descartáveis, o manuseio de tubos e placas
sempre perto da chama do Bico de Baunsen, e evitar o uso de materiais pessoais
durante às práticas laboratoriais, restringindo-se apenas à caneta ou lápis,que
devem ser desinfetados com álcool após o término da aula.
Lavagem das mãos, e desinfecção com álcool
O Laboratório de Microbiologia ainda conta com todo o aparato de
armazenamento e esterilização de meios de cultura, vidrarias, e outros materiais
usados na prática e pesquisa.Como a Autoclave, que faz esterilização por meio de
calor úmido,causando desnaturação das proteínas que formam a parede do
microrganismo,e gerando perda de líquido intra-celular deste;a Estufa,que faz
esterilização por meio do calor seco,oxidando os microrganismos,e o forno de
Pasteur segue esse mesmo princípio,ambos sendo indicados apenas para materiais
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secos.Logo,os meios de cultura,por serem líquidos,não são indicados à esse tipo de
esterilização.Sendo indicados para a esterilização na autoclave a 121ºC,durante 15
a 20 min.Eles não podem ser esterilizados dentro das placas de Petri,pois haveria
ressecamento do meio ou desnaturação dos nutrientes,e o tornaria inviável.
À esquerda, desinfecção da alça de inoculação na chama do bico de Baunsen, e à
esquerda, medidas de segurança com a presença do extintor de incêndio.
Esses meios de cultura servem para promover crescimento controlado,
bacteriano ou fúngico, em ambiente laboratorial. Dependendo daquilo que objetiva
ser cultivado,varia-se o meio de cultura.Podendo ser sintético,ou natural.Consistindo
numa associação qualitativa e quantitativa de nutrientes específicos para promover
esse crescimento.
O Agar serve de nutriente às bactérias ali cultivadas.Há diversos tipos específicos,a
variação depende do que se deseja obter.Os diferentes tipos de Agar servem como
forma de favorecimento ao microrganismo que deseja-se cultivar,e inibição para os
outros que estiverem dispersos no mesmo meio de cultura.
O Agar está incluso nas categorias de Meios de Cultura para transporte de
conservação e Meios de Cultura para Crescimento e Isolamento. Alguns tipo de
Agar são:
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Ágar nutriente:usado frequentemente para conversação e manutenção de culturas
a temperatura ambiente;é usado para observação de esporos de bacilos Gram
positivos;é feito a base de proteínas.
Ágar chocolate: produzido a base de sangue de cavalo, podendo ser substituído
por sangue de coelho ou carneiro, que submetido à altas temperaturas para causar
lise nas hemácias,afim de estas liberarem hemina e hematina,compostos
fundamentais para que microrganismos exigentes cresçam.
Ágar Thayer-Martin Chocolate :contém antibióticos em sua forma,para inibir o
crescimento de bactérias específicas,quando as amostras forem coletadas de sítios
contaminados.
Ágar Salmonela-Shigella (SS) : possui componentes que inibem o crescimento de
microrganismos gram positivos,como sais de bile e citrato de sódio
Ágar Mac Conkey: inibe o crescimento de bacilos Gram positivos,em especial
estafilococos e enterococos.
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2. Abundância e diversidade de microbiota em amostras ambientais
A superfície inerte oferece sítio de colonização para diferentes tipos de
microrganismos, seja fungos ou bactérias, em locais como paredes de banheiro,
maçanetas de portas, esponjas de louça, celulares, etc. Ambientes que oferecem
condições para a reprodução desses microrganismos. Microrganismos estes, em
sua maioria, nocivos ao seres humanos.
O ambiente hospitalar, por outro lado, oferece uma maior facilidade na
transmissão de microrganismos patógenos, devido o fato de reunir pessoas doente e
imunossuprimidas no mesmo ambiente, e ter diversas superfície que podem servir
como meio de contaminação, como materiais pérfuro-cortantes e fontes de
ventilação de ar.
“Quase todos os micróbios podem causar infecção hospitalar, embora
infecções por protozoários sejam raras. O perfil das infecções hospitalares
modificou-se com o passar do tempo, refletindo os avanços na medicina e o
desenvolvimento de agentes antimicrobianos. Na era pré-antibiótica, a maioria das
infecções era causada por germes Gram-positivos, particularmente Streptococcus
pyogenes e Sthaplylococcus aureus. Com o advento da penicilina e outros
antibióticos de atividade inibitória para os estafilococos, organismos gram-negativos
como Escherichia coli e Pseudomona aeruginosa emergindo como patógenos
importantes. Mais recentemente, o desenvolvimento de antimicrobianos de amplo
espectro, mais potentes, e o aumento das técnicas médicas invasivas foi
acompanhado de um aumento na incidência: germes Gram-positivos resistentes a
antibióticos [...], germes Gram-negativos multirresistentes, [...], Candida.” (CEDRIC
MIMS,2005)
A infecção hospitalar, também chamada de nosocomial, pode ser dividida em
dois grupos: exógena e endógena. A exógena é causada por microrganismos de
origem externa, como pessoas, ambiente ou fômites. Devido o fluxo de pessoas
doentes, pessoas portadoras não-sintomáticas e o manuseio de equipamentos em
diversos pacientes. Na endógena, a causa são os próprios microrganismos da flora
normal do indivíduo. Microrganismos estes oportunistas, que causam infecção ao
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indivíduo aproveitando o seu quadro de imunossupressão.
Para controlar esse tipo de situação, medidas comuns devem ser tomadas,
como o uso de EPI’s pelos funcionários, esterilização adequada dos instrumentais,
desinfecção de superfícies comuns à todos, como maçanetas, cadeiras,etc. Trocas
de roupas de cama a cada paciente, desinfecção do chão com detergentes
bactericidas, assim como pás paredes e teto de ambientes cirúrgicos. E medidas de
bom senso, como não deixar circular pelo hospital visitantes que podem carregar
doenças sem apresentar sintomas; separar os pacientes por grau de contaminação
da doença que eles apresentam, etc.
Prática laboratorial
Foram coletadas amostras do ambiente, sendo estas de superfícies inertes e
do solo. Com o auxílio do swab e solução salina estéril amotras de maçanetas,
celulares, etc, foram coletadas e cultivadas em placa de Petri com Ágar nutriente,
que permite o crescimento apenas de bactéria. E, após diluída em solução, a
amostra de solo foi cultivada em placa de Petri contendo Ágar sabourad, meio de
cultura que permite o crescimento tanto de bactérias quanto de fungos. O resultado
foi observado após 3 dias.
Na placa de Solo observou-se o crescimento de colônias de fungos, que são
filamentosas e lembram algodão, e de bactérias, pequenos pontos brilhantes e
circulares.
Nas placas de superfícies observou-se o crescimento de bactérias, algumas
superfícies apresentaram número mais significativo, outras, nem tanto. O resultado
de ambos os cultivos podem ser observados nos gráficos.
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Placas de solo tiveram variação na quantidade de ufc’s
A quantidade de ufc’s foi expressivamente maior nas placas de maçaneta.
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3. Isolamento de bactérias da microbiota humana
A microbiota normal é aquela que habita a pele e as mucosas do homem.É
encontrada em pessoas sadias e exerce papéis importantes,como competição com
microrganismos patogênicos por sítios e nutrientes,e síntese de vitaminas.Alguns
órgãos são necessariamente estéreis,como cérebro,meninges,coração e fígado.A
placenta também é isenta de microrganismos,porém,algumas horas após o
nascimento,já podem ser encontrados microrganismos na cavidade bucal do bebê,
microrganismos estes oriundos do canal vaginal da mãe, se o parto tiver sido
normal, da amamentação, e do ar ambiente.
“A flora microbiana no interior e na superfície do corpo humano está num
estado contínuo de fluxo determinado por uma variedade de fatores,como idade,
dieta, estado hormonal, saúde e higiene pessoal.[...]A população microbiana
continua a mudar ao longo da vida do ser humano.Alterações na saúde podem
romper drasticamente o delicado equilíbrio que é mantido entre os organismos
heterogênicos que coexistem em nosso interior.’’
(PATRICK R. MURRAY,2010)
A microbiota humana normal é classificada em:
Residente:Microrganismos consideravelmente regulares em algum sítio.De
acordo com sua freqüência é subdividida em Indígenas (quando em relação
ao total de microrganismos,representa mais que 1%) e Suplementares (em
proporção menor que 1%).
Transitória:Microrganismos oriundos do ambiente,como do
ar,mãos,alimentos. Instalam-se apenas quando ocorre imunodepressão do
organismo hospedeiro.Podem ser patogênicos,ou não.
“É provável que os microrganismos que podem ser cultivados em laboratório
representa apenas uma fração na flora microbiana normal ou transitória.[...] O
número de espécies que compõem a flora microbiana provavelmente é muito maior
do que se conhece. Desta forma, a compreensão da flora normal está em transição.”
(JAWETZ, MELNICK E ALDEBERG,2009)
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OLHO
A conjuntiva é normalmente habitada por difteróides (Corynebacterium
xerosis)e estreptococos não-hemolíticos.O fluxo de lágrimas contêm lizosima
bacteriana,que controla a proliferação de bactérias.
TRATO RESPIRATÓRIO
O nariz é habitado por estreptococos,estafilococos,como S. aureus e S.
epidermidis, e corinebactérias.Na faringe encontra-se estreptococus não
hemolíticos, estafilocos, difteróides e pneumococos Mycoplasma e Prevotella.Estes
também podem ser encontrados nos brônquios.Geralmente os bronquíolos e os
alvéolos são estéreis.
BOCA
A cavidade bucal oferece sítios diversos aos microrganismos, como a
superfície dental, o sulco gengival, o dorso da língua e as amígdalas. Geralmente
encontra-se espécies de Actinomyces nas amígdalas e gengivas, e Streptococcus
mutans associados a cárie dental.
TRATO GASTROINTESTINAL
O esôfago é habitado por algumas microrganismos comuns a orofaringe, mas
acredita-se que a maioria presente nele sejam transitórias que não se
estabeleçam.O estômago tem pH ácido,logo as bactérias lá encontradas são ácido
tolerantes (Lactobacillus e Streptococcus).A população microbiana deste órgão pode
estar alterada em pacientes que estejam utilizando medicamento que reduzam o pH
gástrico.
“O número de bactérias da flora intestinal é 10 vezes maior que o número de
células que formam os nossos órgãos e tecidos, isto é, 1014 bactérias para 1013
células humanas.’’(LUIZ RACHID TRABULSI,2005)
O intestino humano é dividido em dois grandes sítios, o intestino delgado e o
intestino grosso,estes subdivididos em sítios menores.O intestino delgado é formado
por 3 porções:o duodeno, que é uma extensão do estômago,é habitado por
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diferentes bactérias, fungos e parasitas, em sua maioria anaeróbios, alguns
responsáveis por doenças gástricas, como Peptostreptococcus, Porphynomas e
Prevotella; jejuno,a maior porção, é colonizado em suas maioria por espécies
aeróbias de estreptococcos, estafilococos e lactobacilos; o íleo,que liga-se ao
intestino grosso, apresenta uma diversidade maior de microrganismos, pois passa a
incluir coliformes e bacteróides, fusobactérias e clostrídeos, que são bactérias
anaeróbias. “O baixo potencial de oxirredução no íleo explica a presença da flora
anaeróbia nessa região”. (LUIZ RACHID TRABULSI,2005).
O intestino grosso é o sítio do corpo humano mais habitado por
microrganismos. É dividido em colo ascendente, transverso e descendente. “No
intestino grosso, as bactérias anaeróbias superam as demais (facultativas e
aeróbias) por um fator de 102-104. Predominam os bacteróides,bifidobactérias e
fusobactérias. Os lactobacilos, estreptococos, clostrídeos e enterobactérias são
também bastante freqüentes. Calcula-se que a flora intestinal compreenda em torno
de 500 espécies pertencentes a 200 gêneros, mas desses somente em torno de 20
são representados de maneira significativa.” (LUIZ RACHID TRABULSI,2005). As
bactérias mais freqüentes incluem Bifidobacterium, Eucabacterium, Bacteroides,
Enterococcus, Clotridium, Pseudomonas, Streptococcus, Lactobacillus,
Fusobacterium, e Staphylococcus. A flora intestinal é importante na para a absorção
de nutrientes, síntese de vitamina K (que é um fator de coagulação sanguínea) e
conversão de ácidos biliares. A ingestão de antimicrobianos, no tratamento de
doenças, altera a oferta de bactérias, podendo causar diarréia antibiótico-induzida e
dificuldade na absorção e redistribuição de medicamentos, como no caso dos
contraceptivos orais, que podem perder o efeito se associado ao uso de antibióticos.
TRATO GENITAL
No sistema genital feminino,a uretra anterior e a vagina são normalmente
colonizadas por microrganismos.A flora de ambos é formada por uma variedade de
lactobacilos, estreptococos e estafilococos. As variações de pH controlam a
diversidade desses sítios. “Em pH ácido (+/- 5) há predominância de Lactobacillus e
em pH neutro predominam as outras bactérias. A variação de pH, por sua vez, está
relacionada com a quantidade de glicogênio na vagina. A fermentação deste
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polímero pelos lactobacilos abaixa o pH, criando um ambiente desfavorável ao
crescimento das bactérias que proliferam em pH neutro.” (LUIZ RACHID
TRABULSI,2005). A bexiga urinária pode ser colonizada transitoriamente por
bactérias da uretra,mas a ação bactericida de células uroepiteliais e o jato de urina
eliminam os microrganismos de lá.O útero, e demais órgãos relacionado ao sistema
genitourinário devem ser estéreis.O controle microbiano também ocorre pela ação
do muco cervical que contém lisozima,uma enzima com atividade antibacteriana.
A uretra masculina é normalmente colonizada pelos mesmos microrganismos
da uretra feminina.
PELE
“Em virtude de sua constante exposição e contato com o meio ambiente, a
pele mostra-se particularmente propensa a abrigar microrganismos transitórios.
Entretanto, existe uma flora residente constante e bem-definida, modificada em
diferentes áreas anatômicas por secreções, uso habitual de roupas ou proximidade
de mucosas (boca, nariz e área perineal).” (JAWETZ, MELNICK E ALDEBERG,
2009)
Os microrganismos mais comuns à pele são bacilos difteróides aeróbios e
anaeróbios (Corynebacterium, Propionibacterium) e estafilococos aeróbios e
anaeróbios não-hemolíticos,como o Staphylococcus epidermidis. Há presença,em
menor quantidade, de Enterococcus.
O pH baixo, os ácidos graxos e a presença de lisozima são condições que
resultam na eliminação de microrganismos não-residentes da pele. No entanto, nem
a lavagem e banho, nem a sudorese são capazes de alterar significativamente a
flora residente.
Prática Laboratorial
Com o objetivo de cultivar microrganismos na flora humana normal, que é
importante na competição com os patogênicos por sítios e nutrientes,foi realizada a
coleta de amostras de diferentes locais.O procedimento de coleta foi feito com o
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swab,em áreas como a boca e unha, umedecido em solução salina estéril,e feito
então um esfregaço em zigue-zague na Placa de Petri contendo Ágar nutriente. Os
microrganismos nas áreas coletadas são abundantes, e a presença deles é normal,
não estando relacionada com o estado de doença. As placas foram incubadas a 37º
por 24 horas e após 3 dias os resultados foram observados.
Macroscopicamente, as colônias tinham aparência diferentes, pois não eram
dos mesmos locais anatômicos e, portanto, apresentavam flora normal distinta. A
placa da boca apresentava colônias médias, de cor amarelada, circulares com
bordas lisas e elevação côncava. A da unha,no entanto, tinha colônias pequenas, de
cor branca, forma circular, elevação ondulada e estavam bem agrupadas.
Placa de Petri da aula: O sítio de cima é o da boca, pode ser observada a
coloração amarela das colônias, o sítio de baixo representa a unha, e a cor branca é
evidente. Conclui-se então que são microrganismos de espécies diferentes.
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Para a visualização microscópica das UFC’s da placa montada,foi realizada a
montagem de lâminas de esfregaço com coloração com o azul de metileno. E
levando a lâmina ao aquecimento rápido no Bico de Baunsen.
O azul de metileno é um sal, Cloreto de azul de metileno, consiste num cátion de
azul de metileno e num ânion de cloreto. Colore as células a partir da associação do
cátion com estas. Ele reage com as células à uma taxa lenta de 30-60 segundos.
Na visualização microscópica observou-se na lâmina de boca a presença
predominante de estafilococos,e também estreptococos e diplococos,na lâmina se
unha observou-se a presença de cocos livres e muitas tétrades.
Boca
Unha
4.Coloração de Gram
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4. Coloração de Gram
O método de Coloração de Gram tem como objetivo facilitar a diferenciação
das bactérias baseado na constituição de suas camadas,podendo ser Gram
Positivas ou Gram negativas.A coloração facilita ainda a observação da morfologia
das células,se estas são cocos ou bacilos,e seus arranjos em grupos. O método
tradicional da coloração foi desenvolvido por Hans Christian Gram,mas existem
inúmeras variações baseadas neste,como de Hucker, e de Kopeloff.Os princípios
são os mesmo,varia-se apenas os corantes,ou a sequência destes.
O princípio geral deste método é o de fixação,coloração e desidratação das
células,que dependendo da constituição de suas paredes,perde ou mantém a
coloração.Este será descrito adiante.
Quanto a estrutura e composição das células: “O principal componente
estrutural da parede celular é um peptidoglicano (mucopeptídeo ou mureína), um
polímero misto de açúcares hexoses (N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico)
e aminoácidos.Nas bactérias gram-positivas,o peptidoglicano forma uma camada
espessa (20-80 nm) externa à membrana celular e pode conter outras
macromoléculas.Nas espécies gram-negativas, a camada de peptidoglicano é fina
(5-10 nm) e recoberta por uma membrana externa ancorada às moléculas de
lipoproteínas na camada de peptideoglicano. As moléculas principais da membrana
externa são lipopolissacarídeos e lipoproteínas.Os polissacarídeos e os aminoácidos
carregados na camada de peptidoglicano a tornam altamente polar, promovendo a
bactéria com uma superfície hidrofílica espessa.Essa propriedade permite que os
organismos gram-positivos resistam à atividade da bile. Por outro lado, a camada é
digerida pela lisozima, uma enzima presente nas secreções do corpo, a qual
consequentemente apresenta propriedade bactericidas.A síntese do peptidoglicano
é interrompida pelos antibióticos penicilina e cefalosporinas.Nas bactérias gram-
negativas, a membrana externa e também hidrofílica, porém os componentes
lipídicos das moléculas constituintes lhe conferem também propriedades
hidrofóbicas. A entrada de moléculas hidrofílicas como açúcares e aminoácidos é
necessária para a nutrição e é conseguida pelos canais ou poros formados por
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proteínas chamadas ‘porinas’.O lipopolissacarídeo (LPS) na membrana confere
ambas as propriedades: antigênica (os antígenos ‘O’ das cadeias de carboidrato) e
tóxica (a ‘endotoxina’ do lipídeo A).Nas micobactérias gram-positivas, a camada
peptidoglicano apresenta uma base química diferente para a ligação cruzada à
camada de lipoproteínas, e o envelope esterno contém uma variedade de lipídios
complexos (ácidos micólicos). Isto cria uma camada serosa,à qual altera as
propriedades de coloração desses organismos (as chamadas bactérias ácido-
resistentes) e lhes dá considerável resistência ao ressecamento e utros fatores
ambientais. Os componentes da parede celular das micobactérias também
apresentam uma atividade adjuvante pronunciada (i.e promovem resposta
imunológica). No lado externo da parede celular,pode haver uma cápsula adicional
de polissacarídeos de alto peso molecular (ou aminoácidos no bacilo do antraz) que
confere uma superfície viscosa. A cápsula fornece proteção contra fagocitose pelas
células do hospedeiro e é um importante determinante de virulência.” (CEDRIC
MIMS,2005).
Gram-positiva
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Gram-negativa
O material para coloração foi obtido a partir de uma amostra de mucosa oral
colocado em um meio de A.N. cerca de 7 dias antes. Com o auxílio da alça de
rubro,esta já submetida à chama do bico de Bausen,coletamos uma pequena
quantidade de uma UFC da placa de Petri ,e ,sobre uma lâmina com uma gota de
álcool,espalhamos suavemente a amostra coletada.Em seguida,para fixar o material,
e evitar a remoção das bactérias no momento da coloração,por 3 vezes flambamos
a lâmina rapidamente.Deixar esfriar.
O esfregaço agora deve ser coberto por uma camada do principal corante,o
Cristal Violeta, e reservar por 1 minuto.Este corante entra no citoplasma das
células,sejam estas Gram+ ou Gram -, corando ambas.Despejar o excesso. Fazer
uma nova camada sobre a lâmina com Lugol,um fixador que irá reagir com o Cristal
Violeta,formando cristais grandes o bastante para não saírem da celular,formando
um complexo chamado de violeta-iodo,violeta-lugol ou iodo-pararosanilina.Lavar a
lâmina com água corrente.Em seguida,lavar a lâmina com álcool por 15 segundos.
“A aplicação de álcool desidrata a peptideoglicana das células gram-positivas para
torná-lo mais impermeável ao cristal violeta-iodo. O efeito nas células gram-
negativas é bem diferente: o álcool dissolve a membrana externa das células gram-
negativas,deixando também pequenos buracos na fina camada de
peptiodeoglicanos pelos quais o cristal violeta-iodo se espalha.Como as bactérias
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gram-negativas ficam incolores após a lavagem com álcool, a adição de safranina
(contracorante) torna as células cor-de-rosa.” (GERARD J. TORTORA,2005)
Ilustração do procedimento: lâmina e lamínula
A composição básica das soluções utilizadas na técnica estão descritas a seguir:
CRISTAL VIOLETA
Cristal violeta
Ácido fênico
Álcool absoluto
Água destilada
LUGOL
Iodo
Iodeto de potássio
Água destilada
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FUCSINA
Fucsina
Álcool etílico
Água destilada
Desenho das bactérias visualizadas por microscopia óptica na aula prática. A
visualização foi aumentada 400x,colocando sobre a lâmina o óleo de emersão.
Gram-positiva:
Gram-negativa:
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5. Técnica de diluição seriadas e contagem de colônias
Cada mililitro de uma suspensão de células bacterianas deve conter milhões
de células, porém, nem todas são viáveis. O nome dado ás células viáveis é
Unidade formadora de colônia (UFC). A técnica de diluição seriada tem como
objetivo facilitar o isolamento de microrganismo e principalmente permitir a
contagem dessas UFC’s a partir de uma proporção de diluição. O método baseia-se
no princípio de que cada uma dessas unidades formadas é oriunda de uma única
célula bacteriana viável.
A quantificação das unidades envolve alguns cuidados, como assepsia, para
não contaminar o preparo, e o meio de cultivo que deve ser pobre em carboidratos,
pois este pode estimular a produção de cápsula, gerando uma aderência das células
umas às outras, e assim dificultando a contagem. A diluição sofre outras diluições
em alíquotas, para assim encontrar um número menor e contável, baseado em uma
proporção.
Prática laboratorial
A partir de uma amostra em solução com concentração de 10-1 em 1ml fazer
sucessivas diluições em amostras salinas estéreis também na quantidade de 1ml,
até a proporção de 10-7. Escolher 3 proporções para o cultivo em placa.
As proporções escolhidas foram 10-3,10-5 e 10-7. As soluções foram cultivadas em
diferentes placas de Petri e o resultado foi observado após 3 dias.
A contagem de ufc’s foi possível nas três placas. A concentração de bactérias
seguiu decrescentemente as proporções: 10-3,10-7 e 10-5. Diferentes unidades foram
observadas: amarelas e brancas, com bordas circulares e uniformes, circulares e
irregulares, com superfícies convexas e onduladas.
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Representação de diluição.
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6. Antibiograma
O antibiograma é um teste laboratorial que consiste em verificar qual a
resistência de um determinado microrganismo a um agente bactericida, que
interrompe sua atividade, ou bacteriostático, que o mata. Assim é possível ter uma
especificidade sobre qual agente antimicrobiano utilizar em um tratamento. Logo, é
recomendado para grupos de bactérias que adquiram resistência facilmente. Além
disso, é um teste útil para teste com novos antibióticos e pesquisas epidemiológicas.
“O antibiograma é indicado para qualquer microrganismos estreitamente
relacionado ao processo infeccioso, cuja sensibilidade a drogas normalmente
empregadas na terapia não seja previsível. É o caso das enterobactérias, S. aureus,
bacilos Gram-negativos não fermentadores etc. Estas bactérias sofrem forte pressão
seletiva, já que pela ação das drogas há o extermínio das bactérias sensíveis e
crescimento das bactérias resistentes, que estavam misturadas na população
bacteriana.” (MARIANGELA CAGNONI RIBEIRO,2000)
Há inúmeros procedimentos para testar a eficácia de antimicrobianos, como
testes quantitativos, com um ponto final específico conhecido como Concentração
Inibitória Mínima (CIM) e testes qualitativos, como o método de difusão em disco,
onde as bactérias isoladas podem ser classificadas em resistente,intermediária ou
sensível. Mas pode ser resumida em duas principais: resistente e sensível. A
resistência encontrada em alguns tipos de bactérias pode ser explicada pela
composição das suas paredes.
“[Concentração Mínima Bactericida] É a mais baixa concentração do
antibiótico capaz de eliminar completamente o microrganismo. O procedimento é
semelhante ao realizado para a medida da CMI. A diluição do antibiótico que for
capaz de eliminar totalmente os microrganismo e impedir que o microrganismo
cresça no meio sem o antimicrobiano é considerada a concentração mínima
bactericida (CMB). A CMB é mais utilizada para pacientes imunossuprimidos ou em
pacientes acometidos por endocardites.”
(ALANE BEATRIZ VERMELHO,2006)
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Prática laboratorial
O método escolhido foi o de difusão em disco, e, ao invés de antimicrobianos,
três enxaguantes bucais foram escolhidos para ter sua eficácia testada. O método é
o de Kirby-Bauer, aceito como método-padrão para a realização de antibiogramas.
Em uma placa com Agar nutriente, espalhar uma solução com bactérias sobre
ela de maneira uniforme, e, com o auxílio de uma pinça, umedecer um par de
discos, um sobre o outro, nos líquidos a serem testados. Repetir isso em todos os
líquidos os enxaguantes a serem testados. Os escolhidos foram Oral B, Listerine,e
Perio Plark. Com a placa marcada com pincel, colocar os discos sobre a marca e
incubá-los.
O resultado observados após três dias foi a eficiência do Perio Plark, pois na
sua composição há clorexidina, um anti-séptico de amplo espectro no controle de
bactérias gram-positivas, gram-negativas e fungos, que não agride as mucosas. O
Listerine teve menor eficácia, mas ainda assim presente, devido o álcool na sua
composição, que também tem ação anti-séptica. E o Oral B não teve eficiência
expressa.
Halos de inibição (média)
Perio Plak Listerine Oral B
1,5 mm 0,5 mm 0,1mm
Perio Plak: Microrganismo sensível
Listerine: Microrganismo com sensibilidade intermediária baixa.
Oral B: Microrganismo resistente
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Houve variação em alguns resultados quanto o Oral B e Listerine, talvez
devido à erros no procedimento, porém, o Pério Plak foi eficiente em todos os casos.
Os resultados podem ser observados no gráfico
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7. Características morfológicas de fungos
Os fungos são seres eucariotos, anaeróbios ou aeróbios, quimio-
heterotróficos, necessitando de componentes orgânicos para energia e carbono,
multicelulares ou unicelulares, no caso das leveduras, e se reproduzem de forma
sexuada e assexuada.
“Os fungos normalmente crescem melhor em ambiente em que o pH é
próximo a 5, que é muito ácido para o crescimento da maioria das bactérias comuns.
Quase todos os fungos são aeróbicos. A maioria das levedura é anaeróbica
facultativa. A maioria do fungos é mais resistente à presão osmótica que as
bactérias; muitos consequentemente, podem crescer em concentrações
relativamente altas de açúcar ou sal. Os fungos podem crescer sobre substâncias
com baixo grau de umidade, geralmente tão baixo que impede o crescimento de
bactérias. Os fungos necessitam de menos nitrogênio para o crescimento
equivalente ao das bactérias. Os fungos são frequentemente capaz de metabolizar
carboidratos complexos, tais como lignina (um dos componentes da madeira), que
as bactérias não podem utilizar como nutriente.Essas características permitem que
os fungos se desenvolvam em substratos diversos como parede de banheiro, couro
de sapatos, e jornais velhos”. (GERARD J. TORTORA, 2005)
Na observação de características macroscópicas, aspectos importantes a
serem observados são: tamanho, que varia bastante, de acordo com a qualidade e
quantidade de substrato ofertado;bordas, podendo estar ter várias formas, sendo
bem delimitadas ou irregulares, lembrando franjas; textura, esta é talvez a mais
importante característica de uma colônia fúngica, essas colônias podem ser colônias
algodonosas (com aspecto de algodão), furfuráceas (lembram substância farinácea
espalhada numa superfície), penugentas (lembram fragmentos de penas de aves),
arenosas (com aspecto de areia), veludosas (assemelha-se a tecido aveludado),
glabrosas (aspecto de cera ou manteiga,sendo observada em leveduras,que se
assemelham à colônias bacterianas); quanto o relevo a colônia fúngica pode ser
cerebriforme (com ondulações que lembram um cérebro), rugosas (com ondulações
menos evidentes), apiculadas (saliência no ponto central lembra um cume), e
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crateriformes (lembram cratera devido à uma depressão central); e a pigmentação,
que pode estar presente só na superfície da colônia, no seu reverso, em ambos, e
ser ou não difusível ao meio.
“A caracterização de uma colônia, visando auxiliar a identificação de
determinada espécie fúngica, nada mais é do que um conjunto de características
subjetivas, de expressão fenotípica, encontradas em determinada espécie. As
alterações fenotípicas, por sua vez, nada mais são do que uma tentativa de
adaptação do fungo ao meio biótico e abiótico ao qual a colônia está submetida. Não
raro, as características clássicas deixam de se manifestar e apontam em direção a
uma outra espécie fúngica, não correlacionada aos achados”. (JOSÉ JÚLIO COSTA
SIDRIM,2004)
Os elementos gerais de um fungo, além da colônia, são micélios e o talo. O
micélio é um filamento semelhante a um tecido, formado por um conjunto de hifas,é
fácil de confundi-lo com a cultura no cultivo, tem função de elemento de sustentação
e absorção de nutrientes. As subdivisões dos micélios são feitas de acordo com sua
situação (se é aéreo ou profundo) ,sua septação (contínua ou septada), sua função
(vegetativo ou reprodutivo) e pela disposição das suas hifas (podem ser em anéis,
rizomorfas, haustórios,etc).E o talo é o corpo do fungo, pode ser unicelular ou
miceliano (filamentoso);ele é formado por células agrupadas ou separadas, sem
uma ligação muito rígida, sendo comum às leveduras.
Microscopicamente, as estruturas responsáveis pela diferenciação da
espécies de fungos filamentosos são conhecidas por nomes de estruturas de
frutificação e de ornamentação. Essas estruturas de frutificação são células
pertencentes às hifas que sofrem modificações, dependendo da condição biológica,
para originar dois tipos primários de células: as esporogênicas e as conidiogênicas.
O que as diferencia é o fato de que a primeira vai originar esporos, que ficam dentro
de uma bolsa conhecida como esporângio, enquanto na segunda não se observa
estrutura de envolvimento externo. Ambas as células tem função final de reprodução
assexuada, mas no caso dos conídios de fungos filamentosos, estes estão livres
para se destacar da hifa e dar origem a um novo fungo. Outras estrutura,
denominadas de ornamentação, que não se conhece sua função específica, também
auxiliam na diferenciação de espécie dos fungos.
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Procedimento Laboratorial
Com o auxílio de um palito, foram coletadas amostras dos gêneros
Penicillium, Aspergillus e Candida para serem observadas em microscopia ótica.
Durante a preparação das lâminas as amostras receberam a coloração do azul de
metileno para auxílio na observação. Procurar coletas amostras do centro da cultura,
pois estas já esporularam.
Penicillium macroscopicamente, com coloração esverdeada em verso, bordas
brancas, superfície rugosa e veludosa.
Microscopicamente, pode ser visualizada as hifas septadas com fiálides e conídios
nas extremidades, sem a presença de vesículas.
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Aspergillus: superfície cebriforme e algodonosa, com coloração no verso.
Microscopicamente, pode ser observada uma vesícula na extremidade de um
conidióforo, e essa vesícula cercada por conídios.
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Candida, com aparência de colônias de bactérias, sendo globosas, brilhantes
e com superfície côncava
Microscopicamente, são observados brotos, ou pseudohifas, brotos que não
se separaram.
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