relatório tratamento termico - vergalhão
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Analise metalográfica, química de vergalha CA50TRANSCRIPT
INSTITUTO FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
IFES
TRATAMENTO TÉRMICO
Vitória
2014
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INSTITUTO FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
IFES
TRATAMENTO TÉRMICO
Corpo de Prova - Vergalhão
SARANA DANIELLE TAVEIRA
Trabalho apresentado à disciplina de
Tratamento Térmico do curso de
Metalurgia do Instituto Federal do
Espírito Santo - IFES, como requisito
de avaliação do 4° Período. Professor
Antonio Carlos Guimarães de
Queiróz.
Vitória
2014
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1. Sumário
2. Objetivos ........................................................................................................ 4
3. Introdução ...................................................................................................... 5
4. Desenvolvimento ........................................................................................... 9
4.1 Verificações Elementares ................................................................. 9
4.2 Técnica Micrográfica ......................................................................... 9
4.3 Materiais e Métodos Utilizados ....................................................... 11
5. Resultados e Discussões ............................................................................. 12
6. Conclusão .................................................................................................... 14
7. Referencias .................................................................................................. 15
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2. Objetivo
Este relatório tem por objetivo principal a apresentação do tipo de
tratamento térmico do corpo de prova estudado, levando em consideração a
analise micrográfica e sua microestrutura, relacionadas diretamente ao tipo de
matérias primas usado e o acabamento final do c.p, como por exemplo,
forjamento ou laminação, exemplos de processos que podem ser usados para
a formação do produto final analisado que se trata de um Vergalhão,
possivelmente C50, e se for o caso, onde e o porquê do material ter falhado em
seu trabalho, no caso do vergalhão, como estrutura de resistência para
construção civil.
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3. Introdução
Como é visível o crescimento populacional, e a necessidade de
construção cada vez mais rápida de casas e prédios, há um aumento ainda
maior do uso vergalhões, a principal estrutura de reforço na construção civil. Na
indústria siderúrgica, mudanças tecnológicas têm ocorrido de maneira
sistemática. Recentemente, foi iniciada a produção incipiente de vergalhões
para concreto armado, com composições químicas modificadas e com menores
custos de fabricação, buscando a melhoria das propriedades mecânicas do
aço. As propriedades mecânicas do aço são definidas através do controle da
sua microestrutura e das fases que as constituem. Isto pode ser conseguido
através da escolha adequada da composição química e de tratamentos
termomecânicos. A microestrutura final depende da sua composição e da sua
história termomecânica. A história pode envolver somente o tratamento
térmico, somente o tratamento mecânico ou uma combinação de ambos
(ROTHE, 2005). Os tratamentos térmicos podem modificar as microestruturas
dos aços por processos tais como: recuperação, recristalização, crescimento
de grãos e transformação de fases. Diversas publicações como por exemplo,
Tempcore(1975), One Steel(2003), Gerdau(2006), Thermex (2006 – 2007) e
Belgo(2007), Nagasaka et. al.(1993), indicam a possibilidade da obtenção de
barras estruturais, com boas condições de resistência mecânica e de fácil
soldagem, através de processos de controle da temperatura, durante a
laminação, que resultam na produção de barras, com estruturas metalúrgicas
modificadas, pelo tratamento térmico, obtendo-se, desta forma, as
propriedades desejadas. Surge daí a necessidade de se obter um estudo mais
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detalhado do efeito no comportamento mecânico, decorrente da aplicação do
processo de laminação controlada, na produção de vergalhões para concreto
armado, através de projetos de pesquisa aplicada, em aços com baixo teor de
carbono, que atendam às especificações da indústria da construção civil, e
que, ao mesmo tempo, respondam às necessidades desse setor, fortemente
marcado pela questão do desperdício (excessivo descarte de pontas).
As barras destinadas a armaduras para concreto armado, dependendo
da sua categoria de resistência mecânica, podem ser produzidas por algum
dos seguintes processos:
Laminação a quente, com resfriamento ao ar, de barras de aço comum
ao carbono.
Laminação a quente, resfriamento ao ar e posterior torção para
aumentar a resistência.
Laminação a quente, com resfriamento ao ar, de barras de aço com teor
médio de carbono, com ou sem a adição de alguns elementos de liga.
Laminação a quente, com resfriamento controlado, a partir de aços com
baixos teores de carbono e manganês, com ou sem a adição de
elementos de liga, para a fabricação de produtos com maior resistência,
boa ductilidade e com mais fácil soldabilidade.
Esta última alternativa que emprega na realidade um tratamento térmico
com água, durante o processo de laminação, para a melhoria das propriedades
mecânicas dos vergalhões, vem se consolidando como um processo de
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fabricação na maioria das usinas siderúrgicas atuais. Com o sistema de
tratamento térmico provocado pelo resfriamento instalado logo após a saída do
último cilindro do trem acabador, a barra laminada em contato com a água
sofre brusco resfriamento e, nestas condições, ocorrem transformações de
fases. As barras a serem conformadas são aquecidas num forno de
reaquecimento e laminadas, através de uma sequencia de passes, em
conjuntos de laminadores, os quais progressivamente reduzem o lingote ao seu
tamanho e forma final da barra. A barra é sujeita a um tratamento térmico em
três etapas sucessivas, denominadas de têmpera, revenimento e resfriamento
ao ar.
O primeiro estágio, de têmpera, começa assim que a barra sai do trem
acabador, sendo então rapidamente resfriada por um sistema de
pulverizadores de água. Isto transforma a camada superficial da barra numa
estrutura endurecida chamada martensita, enquanto o núcleo permanece
austenítico. O segundo estágio, de autorevenimento, começa quando a barra
deixa a unidade de têmpera, com um gradiente de temperatura do núcleo
superior a da superfície, isto faz com que o calor flua do centro para a
superfície, resultando no revenimento da superfície, gerando uma estrutura
chamada “martensita revenida”, resistente e tenaz. O núcleo ainda permanece
austenítico neste estágio. O terceiro estágio, de resfriamento ao ar, acontece
no leito de resfriamento, onde o núcleo austenítico é transformado num núcleo
dúctil de ferrita-perlita. Então, a estrutura final consiste numa combinação de
uma camada externa de alta resistência, de martensita revenida, e um núcleo
dúctil de ferrita-perlita.
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Desta forma fica formada uma estrutura combinada, que resulta na
melhoria de resistência, ductilidade, tenacidade e algumas características de
soldabilidade, exigidas para o produto final. Este é o fundamento dos dois mais
tradicionais processos de resfriamento controlado adotados no mundo: o
Thermex e o Tempcore, cujos princípios fundamentais são mostrados na
Figura.
Figura 1. Curvas de variação de temperatura da barra para diferentes posições de raio
durante o processo de tratamento térmico superficial.
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4. Desenvolvimento
O corpo de prova analisado foi Vergalhão, CA50 usado em construção
civil, o que aparentemente não sofreu quebra nem falhas decorrente do seu
uso. O C.P aparenta grande dureza, característica apropriada para seu uso, já
que o vergalhão é usado como estrutura de reforço para a construção civil.
Corte feito em seção transversal do vergalhão.
4.1 Verificações Elementares
Ação da Lima e Esmerilhamento:
O corpo de prova foi analisado primeiramente verificando as centelhas
ao esmeril, quando se desbasta ao esmeril uma peça de aço, nota-se que as
partículas que se destacam da peça, se inflamam produzindo faíscas ou
centelhas. Estas emitem bruscamente ramificações, como se explodissem no
seu trajeto, formando estrelinhas. Em seguida verificou-se a dureza
propriamente dita do C.P, classificando primeiramente com 0,3%C a partir da
observação das fagulhas ao esmeril.
4.2 Técnica Micrográfica
A metalografia microscópica (ou micrografia dos metais) estuda os
produtos metalúrgicos, com o auxílio do microscópio, visando à determinação
de seus constituintes e de sua textura. Este estudo é feito em superfícies
previamente polidas e, em geral, atacadas por um reativo adequado. A técnica
de um ensaio micrográfico corrente pode ser dividida nas seguintes fases:
Escolha e localização da secção a ser estudada.
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Realização de uma superfície plana e polida no lugar escolhido.
Exame ao microscópio para a observação das ocorrências visíveis sem
ataque.
Ataque da superfície por um reagente químico adequado.
Exame ao microscópio para a observação da textura.
Realização de uma superfície plana e polida no lugar escolhido:
Na realização do polimento na micrografia, são acrescentados alguns
cuidados especiais, já que a peça é examinada ao microscópio. Após o corte, a
superfície que é feito a análise é limada ou esmerilhada cuidadosamente e
depois é lixada sobre folhas de lixas fixas sobre uma base com água corrente.
A sequencia de lixamento inicia‐se com uma lixa grossa e, consecutivamente,
com lixas mais finas. Por exemplo, utilizar-se lixas com grana de 80, 180, 220,
320, 600 e 1000 (quanto maior o número da grana, mais fina é a lixa).
Geralmente utilizam‐se as lixas d’água para metais, constituídas de partículas
abrasivas de alumina (Al2O3) ou carbeto de silício (SiC). O lixamento pode ser
realizado a seco ou, de preferência, com uma lâmina de água. Já o polimento
pode ser feito a mão onde a lixa é aplicada sobre um disco de movimento
giratório e o operador apenas comprime o corpo de prova suavemente contra a
lixa em movimento. Para se verificar se o polimento já está suficientemente
bom, examina-se a superfície ao microscópio, depois de lavá-la em água com o
auxilio de um chumaço de algodão e secá-la imediatamente passando na
superfície um pouco de algodão com álcool. Quando a superfície estiver
praticamente sem riscos perceptíveis com o aumento de 100 a 200 vezes,
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estará em condições de ser examinada ao microscópio para a observação de
trincas, distribuição de perlita e ferrita, ou outras ocorrências visíveis sem
ataque. Mas é apenas depois do ataque que se pode ter certeza de que o
polimento foi bem feito.
Ataque da superfície por um reagente químico adequado:
O ataque é feito agitando o corpo de prova com a superfície polida
mergulhada no reativo posto num Vidro de Relógio mergulhado por cinco
segundo em uma solução de Nital (ácido nítrico HNO3) evidenciando assim a
ferrita e perlita. Terminado o ataque lava-se imediatamente a superfície com
álcool, e em seguida a secagem da peça.
4.3 Materiais e Métodos Utilizados
Para analise do C.P foram utilizados diversas técnicas e materiais como
os descritos abaixo:
Lixamento: nesta etapa lixas de Carbeto de Silício (SiC) foram utilizadas,
por terem uma boa resistência ao desgaste e não formar ondulações quando
na utilização de água. As seguintes sequencias de lixas foram utilizadas: 80,
180, 220, 320, 600 e 1000. Durante o lixamento as amostras ao serem
trocadas de lixas foram lavadas em água corrente e mergulha no ultrassom por
alguns segundo, em seguida verifica-se na lupa se a lixa cobriu toda a seção
da peça, se sim, troca-se de lixa e repete o mesmo processo até chegar à lixa
de 1000.
Polimento: Politrizes rotativas foram utilizadas para realizar o polimento
e utilizou-se como abrasivo polidor a alumina (Al2O3), com granulometria de
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1µm e 0,3 µm. Durante este processo a peça sofreu movimentos circulares
com sentido contrário ao sentido de rotação do disco, a fim de evitar alguns
aspectos inconvenientes conhecidos como rabos de cometa, ficando as
amostras em um tempo necessário para eliminar completamente os riscos da
superfície.
Ataque Químico: tanto para os aços ao carbono (como o caso do C.P),
como para os ferros fundidos, o Nital, cuja composição corresponde a 98% de
ácido nítrico e 2% de álcool etílico, foi o utilizado. O ataque é feito por imersão
da amostra em um recipiente (relógio de vidro) com o reagente, durante um
período necessário de dez segundos para que ocorra a revelação da
microestrutura do material. Este tempo de contato deverá ser o suficiente para
que o aspecto brilhante desapareça, ou seja, que a amostra fique fosca, sem
que prevaleça o ataque excessivo (queima), o qual exigirá um novo polimento.
5. Resultados e Discussões
Para aço ao carbono, o agente químico usado no ataque foi o Nital
(HNO3), despejado no recipiente chamando vidro de relógio. Por 10 segundos
a peça foi mergulhada para que o ácido evidencie sua microestrutura,
constituída no centro por ferrita e perlita, com tamanho de grão 4.0, visualizado
a um aumento de 1000x no microscópio metalografico. Apresentaram-se
também um tratamento térmico superficial para complemento de boa
resistência mecânica, boa ductilidade e boa resistência à compressão, a peça
passou por tratamento térmico logo após a sua laminação, apresentando
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martensita de superfície. O processo de laminação conhecido Thermex é um
dos mais utilizados na produção de vergalhões, mediante o tratamento térmico
das barras, através de resfriamento com água, na laminação. No sistema
Thermex, são utilizados tubos, também denominados canhões, onde a água
troca calor com as barras, tendo seu fluxo no mesmo sentido de laminação.
Este sistema de troca térmica garante, por sua vez, que a barra tenha um
resfriamento homogêneo em sua superfície, para garantir suas propriedades
mecânicas ao final do processo.
Figura 2 e 3. Corte em seção transversal de
vergalhão com tratamento térmico superficial.
Visualização das regiões afetadas através da
transferência de calor.
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6. Conclusão
Conclua-se que a o estudo a metalografia/micrografia e tratamento
térmico do metal é essencial para a boa qualidade do trabalho em siderúrgicas,
construção civil, e em todo lugar no qual é aplicado à necessidade de se
conhecer melhor um aço para determinada aplicação, suas propriedades e
tratamentos específicos para estes. Como o corpo de prova estudado foi um
vergalhão usado na construção civil, a necessidade de uma rigorosa inspeção
e controle de produção desse material é de estrema importância já que se
aplica diretamente a estruturas que comportam esforços mecânicos, químico,
desgaste com o tempo, corrosão, e principalmente, fornecer proteção às
pessoas que a utilizam. . O C.P é de grande resistência para suportar sua
utilização, fazendo com que seja necessário um tratamento térmico específico
para ser de sucesso o seu uso. Um aço baixo carbono caracteriza-se pelo seu
núcleo de ferrita + perlita, mas nesse caso do Vergalhão, encontra-se também
bainita. A Bainita é um microconstituinte dos aços, formada a partir de um
condicionamento térmico de resfriamento da austenita, composta por cementita
e ferrita em forma de vagem. Apresentam valores de dureza, e resistência a
tração, em geral maiores que a perlita, pois suas partículas de ferrita e
cementita são menores. Sua principal Característica é a maior tenacidade,
quando comparada a martensita. Ideal característica para uso na construção
civil.
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7. Referencias
• Titulo: Metalografia dos Produtos Siderúrgicos Comuns
Autor: Hubertus Colpaert
Ano: Julho/1951
• Documentos/Artigos/Apresentações de Laminação da empresa
ArcelorMittal Tubarão e ArcelorMittal Cariacica
• Artigos sobre Laminação da 50° Seminário de Laminação da ABM