relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

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GIAIA Grupo Independente para Avaliação de Impacto Ambiental RELATÓRIO-TÉCNICO DETERMINAÇÃO DE METAIS NA BACIA DO RIO DOCE (PERÍODO: DEZEMBRO-2015 A ABRIL-2016) MAIO 2016

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Page 1: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

GIAIA

Grupo Independente para Avaliação de Impacto Ambiental

RELATÓRIO-TÉCNICO

DETERMINAÇÃO DE METAIS NA BACIA DO RIO

DOCE (PERÍODO: DEZEMBRO-2015 A ABRIL-2016)

MAIO 2016

Page 2: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

PARTICIPANTES DA PRIMEIRA EXPEDIÇÃO (04 a 08 de dezembro de 2015)

Prof. Dr. André Cordeiro Alves dos Santos (UFSCar – Sorocaba)

Profa. Dra. Eliane Pintor de Arruda (UFSCar – Sorocaba)

Dra. Flávia Bottino (UFSCar – São Carlos)

Profa. Dra. Vívian da Silva Santos (UnB – Ceilândia)

Natália Carvalho Guimarães (UnB – Darcy Ribeiro)

Jennifer Oliveira Freira (UnB – Ceilândia)

Déborah Araújo Morais (UnB – Ceilândia)

PARTICIPANTES DA SEGUNDA EXPEDIÇÃO (29 de março a 08 de abril de 2016)

Prof. Dr. André Cordeiro Alves dos Santos (UFSCar – Sorocaba)

Dr. Dante Pavan

Dra. Flávia Bottino (UFSCar – São Carlos)

Dra. Luciana Carvalho Bezerra de Menezes (Instituto de Pesca)

Msc. Vinicius Moraes Rodrigues (UFSCar – Sorocaba)

Natália Carvalho Guimarães (UnB – Darcy Ribeiro)

Márcio Constantino Vicente (Instituto de Pesca)

Arthur Rodrigues (Museu Nacional/UFRJ)

EQUIPE RESPONSÁVEL PELA AMOSTRAGEM E QUANTIFICAÇÃO DOS METAIS

Laboratório Nanotecnologia Verde: Ambiente, Saúde e Sustentabilidade - FCE/UnB

Profa. Dra. Vívian da Silva Santos (UnB – Ceilândia) - coordenação

Natália Carvalho Guimarães (UnB – Darcy Ribeiro)

Déborah Araújo Morais (UnB – Ceilândia)

Mirella Giovana Oliveira da Silva (UnB – Ceilândia)

Prof. Dr. Juliano Alexandre Chacker (UnB – Ceilândia) - colaborador

Prof. Dr. Marcelo Henrique Sousa (UnB – Ceilândia) - colaborador

Page 3: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

MAPA DE PONTOS COLETADOS NA PRIMEIRA EXPEDIÇÃO (04 a 08 de dezembro de 2015)

Page 4: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

MAPA DE PONTOS COLETADOS NA SEGUNDA EXPEDIÇÃO (29 de março a 08 de abril de 2016)

Page 5: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

METODOLOGIA

Esquematização das coletas

Ponto de coleta antes da barragem de rejeito foi nomeado com a letra M (montante). Pontos após

a barragem de rejeitos, atingidos ou não pela lama foram nomeados com a letra J (jusante). Já os afluentes

ao longo do Rio Doce, não contaminados pelos rejeitos, foram nomeados com a letra C (controle).

Coleta e conservação das amostras para análise de metais

Para cada ponto de coleta, após as análises in situ realizadas pela sonda, amostrou-se cerca de 10

L de água. Desta amostragem, 50 mL foi aliquotados em tubo cônico de 50 mL, que foi preservado com

HNO3 subdestilado para determinação de metais totais. Uma segunda alíquota do mesmo ponto foi

filtrada com membrana de 0,45 μM e posteriormente acidificada com HNO3 para determinação de metais

dissolvidos.

Conservação:

Temperatura de transporte: 4ºC

Temperatura de Armazenamento até análise: -20ºC

Determinação dos metais

As amostras foram armazenadas em freezer até a análise. As análises foram realizadas utilizando

o ICP–OES (Espectrometria de emissão atômica com plasma indutivamente acoplado) e os metais

quantificados nas amostras foram: alumínio (Al) e ferro (Fe) totais e dissolvidos, antimônio (Sb) total,

arsênio (As) total, bário (Ba) total, cádmio (Cd) total, cálcio (Ca) total, chumbo (Pb) total, cobalto (Co)

total, crômio (Cr) total, estanho (Sn) total, lítio (Li) total, manganês (Mn) total, níquel (Ni) total, paládio

(Pd) total, prata (Ag) total e selênio (Se) total.

Argônio com pureza de 99,999% (White Martins – Praxair) foi utilizado para a geração do

plasma, como gás de nebulização e auxiliar. Ar comprimido foi utilizado como gás de corte do plasma

quando foi utilizada a vista axial. Nitrogênio grau analítico 99,999% (White Martins – Praxair) foi

utilizado como gás de purga do sistema óptico do espectrômetro.

Page 6: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Parâmetros instrumentais:

Modelo e Marca do Espectrômetro PerkinElmer Optima 8000

Potência do Plasma (W) 1400

Vazão do gás do plasma (L/min) 10

Vazão do gás auxiliar (L/min) 0,2

Vazão de nebulização (L/min) 0,7

Purga da óptica (nitrogênio) (mL/min) 5

Injetor Alumina (2mm d.i.)

Câmara de nebulização Scott (Ryton®); ciclônica

Processamento do sinal Área sob o pico

Tempo de integração Automático

Vazão de introdução da amostra (mL/min) 1,5

Replicatas 2

Linhas espectrais monitoradas Alumínio (Al), 396,153 nm; ferro (Fe), 238,204 nm; lítio (Li),

670,784 nm; manganês (Mn), 257,610; arsênio (As), 193,696;

cádmio (Cd), 228,802 nm; chumbo (Pb), 220,353 nm; selênio

(Se), 196,026 nm; níquel (Ni), 231,604 nm; bário (Ba), 233,527

nm; cobalto (Co), 228, 616 nm; crômio (Cr), 267,716 nm;

cálcio (Ca), 317,933 nm; prata (Ag), 328,068 nm; antimônio

(Sb), 206,836 nm; estanho (Sn), 189,927 nm; e paládio (Pd),

340,458 nm.

Análise dos resultados

Os resultados de quantificação de metais nas amostras de rio foram confrontados com a legislação

vigente CONAMA 357/2005 para água de rio Classe II. Já os resultados de amostras de água usadas

diretamente para consumo humano foram confrontados com os Critérios de Potabilidade da água do

Ministério da Saúde – Portaria 2914/2011.

Page 7: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

RESULTADOS

M2 – Rio Gualaxo do Norte - MG

Coordenadas: -20,276388837 -43,431151578

Descrição: ponto antes da barragem de rejeitos.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 05/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 30/03/2016.

Page 8: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

M2

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,030±0,001 <0,02

Alumínio total - 0,02 0,15±0,02 0,062±0,005

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,018±0,001 <0,002

Bário total 0,7 0,002 0,046±0,002 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,005±0,002 <0,001

Cálcio total - 0,02 1,89±0,01 6,91±0,026

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,005±0,003 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,046±0,001 <0,01

Ferro total - 0,01 0,47±0,10 0,32±0,01

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 0,410±0,001 0,235±0,003

Níquel total 0,025 0,01 0,02±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 0,16±0,04 <0,01

Interpretação dos Resultados

A qualidade da água do rio Gualaxo do Norte neste ponto melhorou significativamente de dezembro de

2015 para abril de 2016. Mesmo que este ponto não tenha sido impactado pela lama da barragem de Fundão, por

estar à montante do ocorrido. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se

em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II:

Arsênio: Cerca de 2 vezes acima do permitido

Cádmio: Cerca de 5X acima do permitido

Manganês: Cerca de 4X acima do permitido

Níquel: Limítrofe, ou seja, no limite permitido

Selênio: Cerca de 16X acima do permitido

Na segunda expedição uma significativa melhora na qualidade da água quanto à metais foi observada,

sendo que: arsênio, cádmio, níquel e selênio voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já para o

metal manganês a concentração diminuiu quase que pela metade, mas ainda está cerca de 2X acima do permitido.

Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 9: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J1 - Rio do Carmo em Monsenhor Horta - MG

Coordenadas: -20,346916667 -43,296027778

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos antes do encontro com o Rio Gualaxo do Norte.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 30/03/2016.

Page 10: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Elementos

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J1

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 0,020±0,001

Alumínio Total - 0,02 1,56±0,15 0,16±0,01

Antimônio Total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,04±0,02 0,022±0,003

Bário total 0,7 0,002 0,07±0,01 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,007±0,001 <0,001

Cálcio total - 0,02 5,97±0,01 8,05±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,007±0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,042±0,006 0,08±0,01

Ferro total - 0,01 3,12±0,89 0,67±0,03

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 1,94±0,02 0,819±0,005

Níquel total 0,025 0,01 0,02±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 0,14±0,07 <0,01

Interpretação dos Resultados

A qualidade da água no ponto J1 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016.

Mesmo que este ponto não tenha sido diretamente impactado pela lama da barragem de Fundão. Na primeira

expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado

pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II:

Arsênio: Cerca de 4X vezes acima do permitido

Cádmio: Cerca de 7X acima do permitido

Manganês: Cerca de 19X acima do permitido

Selênio: Cerca de 14X acima do permitido

Na segunda expedição uma significativa melhora na qualidade da água quanto à metais foi observada neste

ponto, sendo que: cádmio e selênio voltaram à estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês e

arsênio embora em menor concentração, continuaram alterados considerando a resolução supracitada. Possíveis

implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 11: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J2 – Rio Gualaxo do Norte em Paracatu de Baixo - MG

Coordenadas: -20,306446685 -43,226204463

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos.

Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 06/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 31/03/2016.

Page 12: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J2

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 <0,02

Alumínio total - 0,02 10,97±1,49 2,85±0,03

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,05±0,01 <0,002

Bário total 0,7 0,002 0,12±0,06 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 <0,001 <0,001

Cálcio total - 0,02 3,89±0,01 4,85±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 0,029±0,005 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 <0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 0,14±0,03 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,037±0,006 <0,01

Ferro total - 0,01 66,30±4,96 17,96±0,65

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 5,29±0,02 0,573±0,008

Níquel total 0,025 0,01 0,014±0,010 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J2 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este

foi o primeiro ponto coletado que recebeu diretamente a lama de rejeitos da barragem do Fundão no Rio Gualaxo

do Norte. Na primeira expedição, em dezembro de 2015, os seguintes metais encontravam-se em desconformidade

com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II.

Arsênio: Cerca de 5X vezes acima do preconizado

Chumbo: Cerca de 3X acima do permitido

Crômio: Cerca de 3X acima do permitido

Manganês: Cerca de 53X acima do permitido

Na segunda expedição uma significativa melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais.

Observou-se que: arsênio, chumbo e crômio voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês

embora em menor concentração (para Mn 10X menor e para U 5X menor) continuou alterado considerando a

resolução supracitada. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados

encontram-se no Anexo1.

Page 13: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J3 – Rio do Carmo depois do Rio Gualaxo do Norte em Barra Longa - MG

Coordenadas: -20,290860320 -43,054475473

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos.

Foto: Jennifer Oliveira Freira. Data: 06/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 31/03/2016.

Page 14: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J3

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,042±0,001 <0,02

Alumínio total - 0,02 4,58±0,39 0,79±0,15

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,110±0,001 <0,002

Bário total 0,7 0,002 0,04±0,01 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,005±0,001 <0,001

Cálcio total - 0,02 2,22±0,01 3,12±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,006±0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,038±0,009 <0,01

Ferro total - 0,01 15,83±0,04 >18,00

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 0,96±0,01 0,210±0,002

Níquel total 0,025 0,01 0,06±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 0,22±0,04 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J3 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este

ponto foi diretamente impactado pela lama da Barragem do Fundão. Na primeira expedição em dezembro de 2015

os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para

corpos d’água de Classe II.

Arsênio: Cerca de 11X vezes acima do permitido

Cádmio: Cerca de 5X acima do permitido

Manganês: Cerca de 10X acima do permitido

Níquel: Cerca de 2X acima do permitido

Selênio: Cerca de 22X acima do permitido

Na segunda expedição uma significativa melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais.

Observou-se que: arsênio, cádmio, níquel e selênio voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já

manganês embora em menor concentração continuou alterado considerando a resolução supracitada. Possíveis

implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 15: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

C1 – Rio Piranga - MG

Coordenadas: -20,37005555 -42,89536111

Descrição: afluente do Rio Doce, que não foi contaminado com rejeito.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 01/04/2016.

Page 16: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

C1

Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02

Alumínio total - 0,02 0,93±0,06

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,012±0,001

Bário total 0,7 0,002 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 <0,0002

Cálcio total - 0,02 2,42±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 <0,01

Ferro total - 0,01 1,82±0,02

Lítio total 2,5 0,04 0,016±0,001

Manganês total 0,1 0,002 0,024±0,001

Níquel total 0,025 0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

Este ponto de coleta foi adicionado na segunda expedição e considerado controle, pois é um afluente da

Bacia Hidrográfica do Rio Doce que em nenhum momento foi impactado pelo rompimento da barragem do Fundão

e próximo do ponto de coleta J4. A qualidade da água no ponto C1 atende aos padrões exigidos por resolução no

que se refere aos metais analisados, uma vez que nenhum deles foi encontrado acima do preconizado pelo

CONAMA 357.

Page 17: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J4 - Rio Doce na cidade de Rio Doce - MG

Coordenadas: -20,247805556 -42,886000000

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/12/2015.

Foto: Vinicius Moraes Rodrigues. Data: 01/04/2016.

Page 18: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J4

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 <0,02

Alumínio total - 0,02 6,53±2,69 1,67±0,01

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Bário total 0,7 0,002 0,07±0,01 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,003±0,001 <0,001

Cálcio total - 0,02 0,75±0,04 2,97±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 0,013±0,004 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,004±0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 0,04±0,01 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,103±0,001 0,015±0,002

Ferro total - 0,01 31,10±12,37 7,66±0,72

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 2,19±0,65 0,236±0,002

Níquel total 0,025 0,01 0,04±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J4 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este

ponto foi diretamente impactado pelo rompimento da Barragem do Fundão em 05 de novembro. Na primeira

expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado

pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II.

Cádmio: Cerca de 3X acima do permitido

Chumbo: Limítrofe, ou seja, no limite permitido

Manganês: Cerca de 22X acima do permitido

Níquel: Cerca de 2X acima do permitido

Na segunda expedição houve uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais.

Observou-se que: cádmio, chumbo e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já para

manganês embora em menor concentração (10X menor) continuou alterado considerando a resolução supracitada.

Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 19: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J5 – Rio Doce na BR 262 entre as cidades de Rio Doce e Ipatinga - MG

Coordenadas: -20,019819000 -42,744726000

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos e que faz extração de areia.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 07/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 01/04/2016.

Page 20: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J5

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 <0,02

Alumínio total - 0,02 5,66±2,69 1,67±0,01

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Bário total 0,7 0,002 0,06±0,01 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,004±0,001 <0,001

Cálcio total - 0,02 0,24±0,01 2,93±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 0,010±0,001 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,004±0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,071±0,007 <0,01

Ferro total - 0,01 23,96±14,40 13,49±0,15

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 1,20±0,48 0,348±0,005

Níquel total 0,025 0,01 0,06±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J5 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este

ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira

expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado

pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II.

Cádmio: Cerca de 4X acima do permitido

Chumbo: Limítrofe, ou seja, no limite permitido

Manganês: Cerca de 12X acima do permitido

Níquel: Cerca de 2X acima do permitido

Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observou-

se que cádmio, chumbo e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês embora

em menor concentração continuou alterado considerando a resolução supracitada. Possíveis implicações

toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 21: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

C2 - Rio Piracicaba em Ipatinga - MG

Coordenadas: -19,50922222 -42,541419444

Descrição: afluente do Rio Doce, que não foi contaminado com rejeito. Ponto antes do despejo da

Estação de Tratamento de Esgoto.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 02/04/2016.

Page 22: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

C2

Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02

Alumínio total - 0,02 0,68±0,06

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,02±0,01

Bário total 0,7 0,002 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 <0,0002

Cálcio total - 0,02 4,16±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 <0,01

Ferro total - 0,01 1,11±0,01

Lítio total 2,5 0,04 0,017±0,001

Manganês total 0,1 0,002 0,05±0,01

Níquel total 0,025 0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

Este ponto de coleta foi adicionado na segunda expedição e considerado controle, pois é um afluente da Bacia

Hidrográfica do Rio Doce que em nenhum momento foi impactado pelo rompimento da barragem do Fundão e é

próximo do ponto J10 (Rio Doce em Ipatinga – MG). A qualidade da água no ponto C2 é boa no que tange aos

metais avaliados, apenas o arsênio está no limite do preconizado pelo CONAMA 357, mas mesmo assim se

considera esta concentração em conformidade. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos

metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 23: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J10 – Rio Doce em Ipatinga - MG

Coordenadas: -19,476861111 -42,475972222

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos e que faz extração de areia.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 07/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 02/04/2016.

Page 24: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J10

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,026±0,018 0,26±0,01

Alumínio total - 0,02 15,77±3,79 2,28±1,18

Antimônio 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Bário total 0,7 0,002 0,09±0,01 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 <0,001 <0,001

Cálcio total - 0,02 0,28±0,02 4,24±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 <0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 0,16±0,01 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,079±0,005 0,65±0,11

Ferro total - 0,01 93,74±2,67 11,65±2,40

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 2,60±0,08 0,279±0,001

Níquel 0,025 0,01 0,04±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

O ponto J10 que corresponde ao Rio Doce na cidade de Ipatinga-MG merece especial atenção. Na primeira

expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado

pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II.

Manganês: Cerca de 26X acima do permitido

Níquel: Cerca de 2X acima do permitido

Na segunda expedição houve uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração dos metais

citados acima. A concentração de níquel abaixou para níveis não detectáveis e manganês diminui

consideravelmente. Entretanto, na segunda expedição os níveis de alumínio e ferro dissolvidos aumentaram a

níveis preocupantes, ambos em níveis cerca de 2X acima do permitido.

Isso comprova que, altos níveis de ferro e alumínio totais na água apesar de não serem de interesse para a

resolução CONAMA 357 são indicadores da necessidade de monitoramento periódico, uma vez que mudanças

físico-químicas, bem como despejo de outros contaminantes na água, dentre outros fatores, podem

inesperadamente modificar a solubilidade dos metais presentes neste corpo d’água. Possíveis implicações

toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 25: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

C3 - Rio Santo Antônio próximo à Ipatinga - MG

Coordenadas: -19,234347000 -42,320763000

Descrição: afluente do Rio Doce, que não foi contaminado com rejeito.

Fonte: Google Earth. Data: 02/05/2016.

Page 26: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

C3

Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 Não coletado

Alumínio total - 0,02 0,84±0,16

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,012±0,001

Bário total 0,7 0,002 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 <0,0002

Cálcio total - 0,02 3,18±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 Não coletado

Ferro total - 0,01 1,21±0,03

Lítio total 2,5 0,04 0,016±0,001

Manganês total 0,1 0,002 0,024±0,01

Níquel total 0,025 0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

Este ponto de coleta foi adicionado na segunda expedição e considerado controle, pois é um afluente da Bacia

Hidrográfica do Rio Doce que em nenhum momento foi impactado pelo rompimento da barragem do Fundão e

está localizado entre os pontos J10 e J11 (Rio Doce em Ipatinga – MG e Rio Doce em Naque - MG). A qualidade

da água no ponto C3 é boa no que tange aos metais avaliados, apenas o arsênio está no limite do preconizado pelo

CONAMA 357, mas mesmo assim se considera esta concentração em conformidade com esta resolução.

Page 27: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J11 – Rio Doce em Naque – MG

Coordenadas: -19,236833333 -42,308083333

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos.

Foto: Jennifer Oliveira Freire. Data: 07/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 02/04/2016.

Page 28: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J11

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 <0,02

Alumínio total - 0,02 8,60±1,42 2,27±1,26

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Bário total 0,7 0,002 0,07±0,01 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,004±0,002 <0,001

Cálcio total - 0,02 0,76±0,01 2,65±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,005±0,002 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,043±0,004 <0,01

Ferro total - 0,01 25,49±16,76 6,69±0,24

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 1,21±0,39 0,142±0,001

Níquel total 0,025 0,01 0,05±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J11 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este

ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira

expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado

pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II.

Cádmio: Cerca de 4X acima do permitido

Manganês: Cerca de 12X acima do permitido

Níquel: Cerca de 2X acima do permitido

Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observou-

se que cádmio e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês, embora em menor

concentração continuou alterado considerando a resolução supracitada. Este ponto se comportou de forma

semelhante ao ponto J5. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados

encontram-se no Anexo1.

Page 29: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J12 – Rio Doce em Governador Valadares – MG

Coordenadas: -18,883133424 -41,950998621

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos, na captação de água para abastecimento público.

Foto: Todd Southgate. Data: 08/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 03/04/2016.

Page 30: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J12

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,03±0,01 <0,02

Alumínio total - 0,02 6,05±2,36 2,16±0,29

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,040±0,001 <0,002

Bário total 0,7 0,002 0,09±0,06 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,003±0,001 <0,001

Cálcio total - 0,02 1,23±0,01 3,70±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 0,015±0,007 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,004±0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 0,04±0,01 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,141±0,007 <0,01

Ferro total - 0,01 15,86±5,89 6,36±0,83

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 1,26±0,47 0,104±0,001

Níquel total 0,025 0,01 0,05±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J12 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este

ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira

expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado

pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II.

Arsênio: Cerca de 4X acima do permitido

Cádmio: Cerca de 3X acima do permitido

Chumbo: Limítrofe, ou seja, pouco acima do limite.

Manganês: Cerca de 12X acima do permitido

Níquel: Cerca de 2X acima do permitido

Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observou-

se que: arsênio, cádmio, chumbo e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357. Já manganês,

embora em menor concentração continuou alterado considerando a resolução supracitada. Possíveis implicações

toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 31: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J13 – Rio Doce em Galileia – MG

Coordenadas: -19,006500000 -41,542527778

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos.

Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 08/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 03/04/2016.

Page 32: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J13

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,21±0,03 0,057±0,003

Alumínio total - 0,02 20,54±11,03 1,56±0,16

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,03±0,01 <0,002

Bário total 0,7 0,002 0,38±0,05 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,004±0,001 <0,001

Cálcio total - 0,02 1,98±0,01 3,24±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,004±0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 0,07±0,01 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,27±0,03 0,112±0,007

Ferro total - 0,01 26,37±0,75 3,99±0,18

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 1,06±0,35 0,081±0,001

Níquel total 0,025 0,01 0,06±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J13 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto

foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira expedição

em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução

CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II.

Alumínio dissolvido: Cerca de 2X acima do permitido

Arsênio: Cerca de 3X acima do permitido

Cádmio: Cerca de 4X acima do permitido

Crômio: Limítrofe, ou seja, pouco acima do limite.

Ferro dissolvido: Limítrofe, ou seja, pouco abaixo do limite.

Manganês: Cerca de 10X acima do permitido

Níquel: Cerca de 2X acima do permitido

Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de metais. Observou-se que:

alumínio, arsênio, cádmio, crômio, manganês e níquel voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357.

Page 33: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J14 – Rio Doce em Baixo Guandu – ES

Coordenadas: -19,507149641 -41,015188235

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos.

Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 08/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 03/04/2016.

Page 34: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J14

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 Não coletada <0,02

Alumínio total - 0,02 6,00±0,77 0,77±0,01

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,010±0,001 0,006±0,001

Bário total 0,7 0,002 0,06±0,01 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,007±0,001 <0,001

Cálcio total - 0,02 1,01±0,01 3,53±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,007±0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 0,005±0,001 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 Não coletada <0,01

Ferro total - 0,01 4,40±0,14 1,48±0,07

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 0,11±0,01 0,029±0,001

Níquel 0,025 0,01 0,04±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 0,14±0,08 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J14 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para abril de 2016. Este

ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira

expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado

pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II.

Arsênio: Limítrofe, ou seja, no limite permitido

Cádmio: Cerca de 7X acima do permitido

Manganês: Limítrofe, ou seja, no limite permitido

Níquel: Cerca de 2X acima do permitido

Selênio: Cerca de 14X acima do permitido

Na segunda expedição uma melhora significativa na qualidade da água no que tange a concentração de metais

foi observada, onde todos os metais quantificados voltaram a estar em conformidade com a CONAMA 357.

Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 35: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

C4 - Rio Guandu entre Baixo Guandu e Colatina – ES

Coordenadas: -19,561250000 -41,013805556

Descrição: afluente do Rio Doce, que não foi contaminado com rejeito.

Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 04/04/2016.

Page 36: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

C4

Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02

Alumínio total - 0,02 0,98±0,40

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,003±0,001

Bário total 0,7 0,002 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 <0,0002

Cálcio total - 0,02 4,73±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 <0,01

Ferro total - 0,01 1,93±0,07

Lítio total 2,5 0,04 0,016±0,010

Manganês total 0,1 0,002 0,03±0,01

Níquel total 0,025 0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

Este ponto de coleta foi adicionado na segunda expedição e considerado controle, pois é um afluente da Bacia

Hidrográfica do Rio Doce que em nenhum momento foi impactado pelo rompimento da barragem do Fundão, é o

Rio Guandu que está localizado entre Baixo Guandu e Colatina - ES. Todos os metais quantificados estão em

conformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357.

Page 37: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J15 – Rio Doce em Colatina – ES

Data da coleta: 05/04/2016

Coordenadas: -19,510638889 -40,554916667

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos.

Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 08/12/2015.

Foto: Vinicius Moraes Rodrigues. Data: 05/04/2016.

Page 38: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J15

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 <0,02 <0,02

Alumínio total - 0,02 3,19±1,08 0,81±0,12

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,014±0,001 0,004±0,001

Bário total 0,7 0,002 0,06±0,01 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,005±0,002 <0,001

Cálcio total - 0,02 1,17±0,01 4,43±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,006±0,002 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,058±0,01 <0,01

Ferro total - 0,01 3,77±0,84 1,28±0,04

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 0,10±0,02 0,015±0,001

Níquel total 0,025 0,01 0,07±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 0,05±0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J15 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para

abril de 2016. Este ponto foi diretamente impactado pela lama da Barragem do Fundão. Na

primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais encontravam-se em

desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para corpos d’água de Classe

II.

Arsênio: Limítrofe, pouco acima do permitido

Cádmio: Cerca de 5X acima do permitido

Manganês: Limítrofe, no limite do permitido

Níquel: Cerca de 3X acima do permitido

Selênio: Cerca de 5X acima do permitido

Na segunda expedição uma significativa melhora na qualidade da água no que tange a

concentração de metais, observando-se que todos os metais avaliados estavam em conformidade

com o preconizado pela resolução CONAMA 357. Possíveis implicações toxicológicas da

ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 39: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J16 - Rio Doce em Linhares – ES

Coordenadas: -19,480750000 -39,925611111

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos, na Faz. Maria Bonita.

Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 09/12/2015.

Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 05/04/2016.

Page 40: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J16

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 0,051±0,01 0,068±0,004

Alumínio total - 0,02 3,50±1,08 0,81±0,12

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,072±0,001 0,005±0,003

Bário total 0,7 0,002 0,08±0,01 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,005±0,001 <0,001

Cálcio total - 0,02 1,49±0,01 3,57±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,005±0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 0,050±0,001 0,15±0,03

Ferro total - 0,01 4,68±0,13 2,05±0,13

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 0,24±0,02 0,048±0,001

Níquel total 0,025 0,01 0,06±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 0,12±0,03 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J16 melhorou significativamente de dezembro de 2015 para

abril de 2016. Este ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da barragem do Fundão

ocorrido em 05 de novembro. Na primeira expedição em dezembro de 2015 os seguintes metais

encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução CONAMA 357 para

corpos d’água de Classe II.

Arsênio: Cerca de 7X acima do permitido

Cádmio: Cerca de 5X acima do permitido

Manganês: Cerca de 2X acima do permitido

Níquel: Cerca de 2X acima do permitido

Selênio: Cerca de 12X acima do permitido

Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de

metais. Observou-se que: arsênio, cádmio, manganês e níquel voltaram a estar em conformidade

com a CONAMA 357.

Page 41: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

J17 – Rio Doce em Regência – ES

Coordenadas: -19,644584993 -39,824053610

Descrição: ponto após a barragem de rejeitos.

Foto: Prof.º Dr. André Cordeiro Alves dos Santos. Data: 09/12/2015.

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/04/2016.

Page 42: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

J17

Expedição 1 Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 Não coletada <0,02

Alumínio total - 0,02 4,16±0,29 0,93±0,01

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,02±0,01 0,008±0,002

Bário total 0,7 0,002 0,07±0,01 <0,002

Cádmio total 0,001 0,0002 0,007±0,004 <0,001

Cálcio total - 0,02 3,20±0,02 4,53±0,02

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 0,007±0,004 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 Não coletada <0,01

Ferro total - 0,01 4,28±0,37 1,33±0,02

Lítio total 2,5 0,04 <0,04 <0,04

Manganês total 0,1 0,002 0,160±0,001 0,027±0,001

Níquel total 0,025 0,01 0,05±0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 0,03±0,01 <0,01

Interpretação dos Resultados:

A qualidade da água no ponto J17 (foz do Rio Doce) melhorou significativamente de

dezembro de 2015 para abril de 2016. Este ponto foi diretamente afetado pelo rompimento da

barragem do Fundão ocorrido em 05 de novembro. Na primeira expedição em dezembro de 2015

os seguintes metais encontravam-se em desconformidade com o preconizado pela resolução

CONAMA 357 para corpos d’água de Classe II.

Arsênio: Cerca de 7X acima do permitido

Cádmio: Cerca de 5X acima do permitido

Manganês: Cerca de 10X acima do permitido

Níquel: Cerca de 2X acima do permitido

Selênio: Cerca de 12X acima do permitido

Na segunda expedição uma melhora na qualidade da água no que tange a concentração de

metais. Observou-se que: arsênio, cádmio, manganês, níquel e selênio voltaram a estar em

conformidade com a CONAMA 357. Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso

dos metais mencionados encontram-se no Anexo1.

Page 43: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Como forma de amenizar a falta de água de qualidade para consumo, a população de

Regência – ES tem recorrido à água potável dos poços artesianos após a contaminação

do Rio Doce, de onde retiravam água para tratamento e posterior consumo.

No intuito de verificar a qualidade desta água quanto à concentração de metais,

amostraram-se dois poços em dois diferentes povoados pertencentes à Regência, um deles

bem próximo ao rio Doce (Entre Rios) e o outro mais distante (Areal).

Povoado Entre Rios - Sr. Nilton – Rio Doce

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/04/2016.

Page 44: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Metais

Valor permitido

CONAMA 357/2005

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

Nilton Rio

Expedição 2

Alumínio dissolvido 0,1 0,02 Não coletada

Alumínio total - 0,02 0,17±0,02

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,005±0,001

Bário total 0,7 0,002 0,04±0,01

Cádmio total 0,001 0,0002 <0,0002

Cálcio total - 0,02 9,84±0,06

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01

Cobalto total 0,05 0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004

Ferro dissolvido 0,3 0,01 Não coletada

Ferro total - 0,01 7,17±0,01

Lítio total 2,5 0,04 0,017±0,001

Manganês total 0,1 0,002 0,95±0,01

Níquel total 0,025 0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01

Prata total 0,01 0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01

Este ponto de coleta foi adicionado no intuito de avaliar a qualidade da água do rio Doce em

um ponto muito próximo ao poço artesiano utilizado para obtenção de água para consumo

humano. Pela proximidade a qualidade da água no rio (água superficial) poderia gerar alguma

influência sobre a qualidade da água do poço artesiano (água subterrânea). Assim, o metal

manganês ficarou acima do permitido pela CONAMA 357. Ferro e alumínio dissolvidos não

foram coletados neste ponto. Ressaltando que Mn está cerca de 9X acima do permitido. Possíveis

implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados encontram-se no

Anexo1.

Page 45: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Povoado Entre Rios – Sr. Nilton - Poço

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/04/2016.

Metais Portaria 2914/2011

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

Nilton poço

Expedição 2

Alumínio dissolvido - 0,02 <0,02

Alumínio total 0,2 0,02 0,66±0,03

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 <0,002

Bário total 0,7 0,002 <0,002

Cádmio total 0,005 0,0002 <0,0002

Cálcio total - 0,02 5,07±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01

Cobalto total - 0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 0,005±0,002

Ferro dissolvido - 0,01 31,11±0,27

Ferro total 0,3 0,01 34,13±0,02

Lítio total - 0,04 0,17±0,01

Manganês total 0,1 0,002 0,52±0,01

Níquel total 0,07 0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01

Prata total - 0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01

Page 46: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Interpretação resultados poço povoado entre rios – ES – Sr. Nilton

Como a água deste poço artesiano é diretamente usado para consumo humano, a fim de se

obter informações sobre a qualidade da água, faz-se necessário comparar os resultados com os

Critérios de Potabilidade da Água fornecido pelo Ministério da Saúde em sua Portaria 2914/2011.

Desta forma, foi possível verificar que vários metais estão em desconformidade com esta

portaria, tornando a água imprópria para consumo. Os metais que estão em desconformidade são:

Alumínio total: cerca de 3X acima do permitido;

Ferro total e dissolvido: cerca de 1140X acima do permitido;

Manganês total: Cerca de 5X acima do permitido;

Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso dos metais mencionados

encontram-se no Anexo1.

Page 47: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Areal - Sra. Helena – Poço

Foto: Natália Carvalho Guimarães. Data: 06/04/2016.

Metais Portaria 2914/2011

(mg/L)

Limite de detecção

do método

(mg/L)

Helena Poço

Expedição 2

Alumínio dissolvido - 0,02 0,15±0,01

Alumínio total 0,2 0,02 0,18±0,01

Antimônio total 0,005 0,001 <0,001

Arsênio total 0,01 0,002 0,02±0,01

Bário total 0,7 0,002 <0,002

Cádmio total 0,005 0,0002 <0,0002

Cálcio total - 0,02 3,39±0,01

Chumbo total 0,01 0,01 <0,01

Cobalto total - 0,001 <0,001

Crômio total 0,05 0,04 <0,04

Estanho total - 0,004 <0,004

Ferro dissolvido - 0,01 3,71±0,01

Ferro total 0,3 0,01 3,83±0,02

Lítio total - 0,04 0,017±0,001

Manganês total 0,1 0,002 0,026±0,001

Níquel total 0,07 0,01 <0,01

Paládio total - 0,01 <0,01

Prata total - 0,002 <0,002

Selênio total 0,01 0,01 <0,01

Page 48: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Interpretação resultados poço artesiano Areal – Sra. Helena

Como a água deste poço artesiano é diretamente usado para consumo humano, a fim de se

obter informações sobre a qualidade da água, faz-se necessário comparar os resultados com os

Critérios de Potabilidade da Água fornecido pelo Ministério da Saúde em sua Portaria 2914/2011.

Desta forma, foi possível verificar que vários metais estão em desconformidade com esta

portaria, tornando a água imprópria para consumo. Os metais que estão em desconformidade são:

Arsênio total: Limítrofe, ou seja, no limite permitido

Ferro total e dissolvido: cerca de 13X acima do permitido;

Possíveis implicações toxicológicas da ingestão do excesso de ferro encontra-se no

Anexo1.

Page 49: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

CONCLUSÕES GERAIS

De modo geral, a qualidade da água de toda a Bacia Hidrográfica do Rio Doce

melhorou ao se comparar os resultados obtidos na coleta de dezembro/2015 com os

resultados obtidos na coleta de abril/2016.

No entanto, inegavelmente, o rompimento da barragem do Fundão ocorrido no dia

05 de novembro de 2015 irá impactar este ecossistema ainda por longos períodos e é

impossível predizer por quanto tempo de forma exata e inequívoca.

Dentre os 18 metais quantificados, atenção especial deve ser dada aos seguintes

metais: alumínio e ferro dissolvidos, arsênio total, cádmio total, chumbo total, crômio

total, manganês total, níquel total e selênio total.

É incontestável que a lama da barragem do Fundão despejou sobre a calha do rio

Gualaxo do Norte e consequentemente no rio Doce uma elevada sobrecarga de metais

como ferro, alumínio e manganês; e possivelmente tenha contribuído de forma

significativa para o aumento da concentração de níquel, visto o aumento considerável da

concentração deste elemento em todos os pontos de coleta que receberam diretamente a

lama da barragem, ou seja, do ponto J2 à J17. E da mesma forma, pode ser observado que

a tendência é que estes metais se sedimentem tornando seus níveis novamente normais e

a água própria para captação e uso humano, até porque em muitos pontos este fenômeno

já foi observado, onde as concentrações dos metais supracitados aumentaram muito e

foram diminuindo com o passar do tempo até chegar a níveis não detectáveis no corpo

d’água.

Mesmo não tendo padrão de legislação comparativa, os metais Ferro (Fe) e

Alumínio (Al) totais estão em concentrações extremamente altas em todos os pontos de

coleta afetados pela lama de rejeito. Considerando primeira e segunda expedições GIAIA,

pode-se supor que parte do ferro e alumínio foram sedimentados para o fundo do rio, fato

que pode ser corroborado com a determinação de metais em amostras de sedimentos

(experimentos ainda não realizados). Entretanto estas mudanças de características dos

sedimentos do rio (alto teor de metais) irão impactar os organismos que interagem

diretamente com este (comunidade bentônica) e em médio ou longo prazo promover um

processo chamado de biomagnificação, ou seja, bioacúmulo destes metais ao longo da

cadeia trófica e este efeito cedo ou tarde chegará até o homem.

Paralelamente, estes metais sedimentados podem se ressuspender para o corpo

d’água ou até mesmo se redissolver sem aviso prévio, devido à diversos processos

Page 50: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

bióticos e abióticos que podem os remobilizar, constituindo-se em fontes de poluição

secundárias afetando a qualidade da água, deixando clara a necessidade de um

monitoramento mais rigoroso do que o habitual nesta região a fim de se acompanhar de

perto este processo.

Um exemplo prático verificado neste relatório foi o ponto de coleta J10 (rio Doce

na cidade de Ipatinga – MG) que embora as concentrações de ferro e alumínio total

tenham diminuído, seja por sedimentação e/ou pelo movimento natural das águas, foi

observado um aumento significativo na concentração de ferro e alumínio dissolvido

acima dos valores considerados limites estabelecidos pela CONAMA 357. Diversos

fatores podem ter contribuído para estes aumentos tais como mudanças (mesmo que

transitórias) de: pH, potencial de oxidação, força iônica e despejo de outros

contaminantes. Estes fatores podem aumentar a biodisponibilidade destes metais já

presentes no rio. Além disso não se pode descartar outras fontes poluidoras.

Com relação ao metaloide arsênio foi observado níveis elevados também em

afluentes controles e aparentemente pouco impactados com atividade mineradora,

demonstrando que sua ocorrência pode ser natural da geologia do solo da região, no

entanto seu aumento transitório em alguns pontos não descarta a possibilidade de que a

própria passagem da lama, pela promoção de mudanças nas características físico-

químicas do rio, tenha redissolvido e tornado o arsênio biodisponível. O mesmo pode ter

ocorrido com os elementos cádmio total, chumbo total, crômio total, níquel total que

tiveram suas concentrações aumentadas em pontos alternados ao longo de toda a bacia

hidrográfica.

Um fato preocupante e que merece maior investigação é o elevadíssimo teor de

ferro dissolvido, mais de 1000X acima do permitido, em águas subterrâneas utilizadas

para consumo humano. Este resultado pode indicar que uma parte significativa do ferro

presente no Rio Doce possa ter a capacidade de percolar o solo e chegar até camadas mais

profundas contaminando o lençol freático. No entanto as coletas neste relatório se

restringiram a 2 poços próximos à Regência-ES e para um panorama mais completo sobre

a qualidade das águas subterrâneas que circundam a bacia hidrográfica do rio Doce,

outros pontos de coletas devem ser estabelecidos.

Page 51: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Ressalva

Por mais que a qualidade da água esteja melhor considerando os metais aqui

avaliados; outros impactos secundários à elevação brusca, mesmo que transitória, de

metais no ambiente aquático devem ser considerados, tais como: contaminação de lençóis

freáticos (águas subterrâneas), promoção de resistência bacteriana, extermínio de

espécies aquáticas endêmicas, tanto da biota quanto da microbiota, dentre muitos outros

fatores já pontuados por vários especialistas e cuja investigações devem ser fortemente

encorajadas. Além de destruição de mata ciliar e consequente assoreamento do rio Doce

e afluentes.

Outro ponto importante é que não se deve subestimar o potencial de elementos

químicos que não são classificados como “metais pesados”, (por exemplo: ferro e

manganês) no que tange suas capacidades de desencadear efeitos indesejados no ambiente

ou na população humana, por mais que estes metais desempenhem atividades benéficas

no organismo quando em níveis adequados, em excesso podem causar diversos efeitos

tóxicos, principalmente em exposições crônicas.

Além disso, contaminantes orgânicos que eventualmente possam ter sido

utilizados durante a extração dos minerais, também podem impactar fortemente na

qualidade da água e não foram avaliados por este presente relatório.

Page 52: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Impacto da atividade mineradora na contaminação do ambiente por metais

É leviano afirmar que estes metais foram adicionados ao ambiente pela mineradora

Samarco ou qualquer outra mineradora, pois estes metais ocorrem naturalmente no solo desta

região devido à suas características geológicas. O que ocorre é que a atividade extrativista de

mineração os retira de seus depósitos naturais e inertes devido ao elevado valor econômico

agregado destes minerais.

Entretanto, o simples fato de extraí-los gera grande impacto ambiental pois, por mais

controlado que seja o processo de mineração adotado, quantidades destes metais de interesse

e outros coexistentes irão se distribuir no ambiente na forma de material particulado (poeira)

ou através da água o que intensifica o ciclo biogeoquímico destes metais nas proximidades

do local de extração, e cedo ou tarde, efeitos tóxicos de leves à moderados poderão ser

observados tanto na fauna e flora quanto na própria população humana. Não há nenhuma

forma química de metal que possa ser asseguradamente considerada totalmente inerte ao se

considerar anos ou décadas de sua presença em um ambiente, leito de rio ou solo com intensa

atividade biótica.

Desta forma, o que pode ser afirmado é que o próprio processo extrativista é uma

atividade poluidora do ambiente e desta forma boa parte do estado de Minas Gerais já é por

muito tempo impactada e espera-se que a concentração de vários metais esteja aumentada ao

se comparar à outras regiões brasileiras.

A exemplo deste impacto histórico, temos o metaloide arsênio que foi quantificado

em concentração acima do limite nos controles, que são afluentes muito próximos à calha

principal do rio Doce, mas que em nenhum momento teve contato com a lama da Samarco

ou fora impactada por esta, demonstrando que de fato a concentração aumentada possa ser

resultado de uma característica geológica própria do local, ou até mesmo da atividade

mineradora histórica da região sem ser possível apontar causadores pontuais.

Mesmo com todos os impactos, vale ressaltar que a atividade mineradora é essencial

para a economia do estado de Minas Gerais e que muitas famílias dependem diretamente

desta atividade para viver. E ainda estes minerais extraídos são utilizados na manufatura de

uma série de produtos essenciais para a vida humana moderna. Portanto, sem dúvidas há um

custo-benefício a ser contrabalanceado.

Entretanto, o que não pode ser aceito é uma atividade extrativista inconsequente e mal

planejada, que impacta mais que o necessário o ambiente e a qualidade de vida das pessoas e

principalmente, que possa culminar em incidentes catastróficos como no caso de 05 de

novembro de 2015.

Page 53: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Panorama geral dos principais dados obtidos

Page 54: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce
Page 55: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce
Page 56: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce
Page 57: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce
Page 58: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce
Page 59: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Limitações e possíveis fontes de viés analítico

Coleta e comparação com resultados prévios: Amostras coletadas em

dias diferentes podem resultar em resultados diferentes sem implicar

necessariamente em erro analítico ou de coleta/armazenamento de

amostras, devido ao caráter dinâmico do ambiente aquático variações

sazonais como seca, chuva, derrame de efluentes podem modificar a

solubilidade dos metais alterando suas concentrações no corpo d’agua. A

amostragem deve ser sempre considerada como um retrato da condição do

sistema no dia e hora da amostragem.

Discrepância com o resultado parcial: O ponto de coleta em Governador

Valadares, cujos resultados foram disponibilizados no relatório parcial,

não foi coletado durante a expedição e sim por outro pesquisador

colaborador do GIAIA também na cidade de Governador Valadares, mas

em região diferente da estipulada para o monitoramento via expedição

GIAIA. Esclarecimentos: Os pesquisadores responsáveis por estes

resultados (quantificação de metais) participaram das coletas de Bento

Rodrigues – MG até Naque – MG na primeira expedição, uma vez que o

retorno à Brasília teve que ser antecipado. As amostras de Governador

Valadares – MG em diante (até Regência – ES) continuaram sendo

devidamente coletadas, acondicionadas e conservadas e ao final foram

enviadas à Brasília via Correios. Estas amostras restantes chegaram à

Brasília – DF em data posterior à 11 de dezembro e para disponibilizar os

resultados parciais, os pesquisadores de Brasília julgaram por bem

divulgar juntamente aos resultados até Naque-MG o resultado da análise

da amostra de Governador Valadares que seguiu os mesmos

procedimentos de coleta das demais amostras. Durante a expedição outro

ponto mais próximo à estação de tratamento de Governador Valadares foi

fixado e este ponto foi mantido na expedição 2. Por isso há discrepância

de resultados. Segundo esclarecimento: foi detectado um problema

analítico com padrões de trabalho para selênio no laboratório, sendo assim,

os autores deste relatório pedem para que os dados para selênio do relatório

parcial sejam desconsiderados. O problema foi totalmente solucionado

Page 60: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

com a importação de novos padrões e os pesquisadores pedem desculpas

por eventuais transtornos. Este foi um dos motivos para atraso na

divulgação destes resultados finais.

Tipo de nebulização: Dado às características das amostras coletadas ao

longo do rio Doce, ou seja, alto teor de sólidos em suspensão, optou-se

pelo uso da câmara de Scott que melhora a precisão e exatidão e

consequentemente aumenta a confiabilidade dos resultados. Entretanto, o

uso da câmara de Scott tem a desvantagem de aumentar consideravelmente

os limites de detecção para alguns metais.

Interferências espectrais do ICP-OES: Ferro possui mais de 1000 linhas

espectrais entre 200 e 300 nm, mesmo considerando o avanço da

instrumentação analítica que minimiza consideravelmente tais efeitos, a

interferência da emissão do ferro, metal presente em alta concentração nas

amostras, não pode ser totalmente descartado. A linha de emissão do

cobalto (228,616 nm) pode interferir na linha de emissão do titânio

(228,618 nm) que no caso particular deste relatório não é preocupante pois

as concentrações tanto de cobalto quanto de titânio foram baixas ou não

detectáveis na maioria das amostras analisadas. A linha de emissão

utilizada para a quantificação do chumbo (220,353 nm) pode sofrer

sobreposição parcial em amostras que contenham mais de 1000 mg/L de

alumínio. Alta concentração nas amostras, de moléculas orgânicas

contendo silício (Si), nitrogênio (N), dentre outros, que não foram

avaliadas por estes pesquisadores, apesar de não ser de fato uma

interferência por ser automaticamente corrigido pelo espectrômetro,

podem elevar consideravelmente o limite de detecção do instrumento para

alguns metais.

Interferências não-espectrais do ICP-OES: Propriedades físicas da

matriz das amostras introduzidas no plasma como: viscosidade,

temperatura e tensão superficial são causas corriqueiras de interferências

não-espectrais. Na maioria dos casos de amostras de água de interesse

Page 61: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

ambiental, a simples diluição da amostra é suficiente para eliminar este

tipo de interferência.

Nota: Mesmo com todas as possíveis interferências e limitações, a técnica ICP-OES

juntamente à técnica ICP-MS são as técnicas analíticas consideradas padrão-ouro e

largamente utilizadas mundialmente para determinação de metais em níveis traços,

principalmente no que se refere a amostras de interesse ambiental.

Page 62: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

ANEXO 1

Possíveis sinais e sintomas de intoxicação aguda e crônica pelos metais analisados

Alumínio (Al)

Atualmente existem poucos indícios da toxicidade do alumínio, quando ingerido

por meio da água ou alimentos. Porém, em 1988, uma população de cerca de 20000

pessoas em Camelford, Inglaterra, foi exposta durante 5 dias a níveis aumentados,

contudo, desconhecidos, de alumínio, o qual foi distribuído acidentalmente à população

a partir de um sistema de abastecimento de água, que utilizava sulfato de alumínio para

tratamento da mesma. Os sintomas de intoxicação aguda apresentados por essa população

foram: náuseas, vômitos, diarreia, úlceras na boca, úlceras na pele, erupções cutâneas e

dor. (OMS, 2003)

Postula-se que a exposição ao alumínio é um fator de risco para o

desenvolvimento ou aceleração do início da doença de Alzheimer em seres humanos e

disfunção cognitiva em idosos, o que caracterizaria uma exposição crônica. Entretanto,

essas relações não foram comprovadas nos estudos epidemiológicos apresentados. (OMS,

1997)

Arsênio (As)

O arsênio é um dos componentes da crosta terrestre e, na sua forma inorgânica, é

altamente tóxico. A exposição aguda do arsênio caracteriza-se por sintomas imediatos,

que incluem vômitos, dor abdominal e diarreia. Estes são seguidos por dormência e

formigamento das extremidades, cãibras musculares e a morte em casos extremos. (OMS,

2010)

A exposição prolongada ao arsênico inorgânico, principalmente através de

consumo de água contaminada (tanto no preparo de alimentos, quanto na ingestão da

água) e utilização de alimentos irrigados com água rica em arsênio, pode levar a

intoxicação crônica por arsênio, manifestando-se como efeitos mais característicos lesões

de pele e câncer de pele. (OMS, 2010)

Segundo a OMS (2010), o valor máximo tolerável de arsênio na água potável é de

10 µg/L que é o mesmo que 0,01 mg/L, porém esse valor é provisório e questionável,

Page 63: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

levando em conta as incertezas científicas sobre a avaliação e o risco do arsênio causar

câncer.

Bário (Ba)

Em um único estudo sobre a absorção gastrointestinal do bário em humanos, Lisk

e colaboradores (1988) observaram que, quando um homem ingere 92g de Castanha do

Pará, 91% do bário presente (179,2 mg) foi absorvido (OMS, 2004). E, segundo Ipcs

(1990), quando ingerido, o bário é altamente absorvido, alojando-se preferencialmente

nos ossos e sendo excretado 20% pelas fezes e 7% pela urina dentro de 24 h (OMS, 2004).

De acordo com Stockinger (1981), em altas concentrações, bário causa aumento

na pressão arterial, diarreia, convulsões e paralisia após a estimulação do sistema nervoso

central. A depender da dose e da solubilidade do sal de bário, morte pode ocorrer em

algumas horas ou alguns dias. A dose oral de toxicidade aguda é entre 3 e 4g (Reeves,

1986) (OMS, 2004).

Contudo, em estudo epidemiológico mais sensível conduzidos até 2004, não

houve diferenças significativas na pressão arterial ou na prevalência de doença

cardiovascular entre uma população que consumia água potável contendo uma

concentração média de 7,3 bário mg/L quando comparado com outra população que

consumia água contendo uma concentração de 0,1 mg/L de bário (Brenniman & Levy,

1985) (OMS, 2004).

Cádmio (Cd)

Segundo Friberg e colaboradores (1986), as concentrações de cádmio em águas

naturais não poluídas são geralmente abaixo de 1 mg/L (OMS, 2011). Em pessoas

saudáveis, 3-7% do cádmio ingerido é absorvido. Já em pessoas com deficiência de ferro,

podem absorver de 15-20% (Krajnc et al., 1987) (OMS, 2011), tornando anêmicos uma

população de maior risco.

Em uma dose de 3mg, quando ingerido, o cádmio não causa nenhum efeito agudo

ao ser humano, porém, a ingestão de 350 a 3500mg de cádmio pode ser letal (Krajnc et

al., 1987) (OMS, 2011).

Segundo a OMS (2011), a exposição crônica ao cádmio afeta principalmente os

rins (local de armazenamento preferencial desse metal) e, afirma que uma ingestão diária

de 100mg de cádmio já poderia causar problemas renais (JECFA, 1989). O consumo por

idosos de 140 a 255µg de cádmio pode estar associado a perda de proteínas pela urina

Page 64: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

(proteinúria). Outras consequências da intoxicação crônica por cádmio são: perda de

glicose e fosfato pela urina, pedra nos rins e osteomalácia (enfraquecimento dos ossos)

(OMS, 2011).

Césio (Cs)

Existem poucas evidências dos efeitos em humanos da exposição oral ao césio. A

intoxicação aguda por esse metal pode causar diminuição do apetite, náuseas, diarreia, e

arritmia cardíaca (Bangh et al., 2001) (Harik et al., 2002) (Neulieb, 1984) (Saliba et al.,

2001) (ATSDR, 2004).

Chumbo (Pb)

Após a restrição da utilização do chumbo em combustíveis, a água passou a ser a

principal fonte de exposição ao metal (Levin, 1989). De modo geral, os materiais

utilizados no encanamento da água nas casas antigas têm chumbo em sua composição, e,

com isso, acabam contaminando a água potável, a depender de alguns fatores (pH,

temperatura, entre outros) (Schock, 1989/1990) (OMS, 2011) Segundo Cosgrove (1989).

E, a ingestão de 210-390 µg/L de chumbo por crianças, já é capaz de causar intoxicação

(OMS, 2011).

O chumbo é um metal que tende a se bioacumular, e os mais suscetíveis a

intoxicação são, principalmente, bebês, crianças de até 6 anos de idade, feto e mulheres

grávidas. Dentre as consequências a exposição ao chumbo, os efeitos sobre o sistema

nervoso central podem ser particularmente graves (OMS, 2011).

Segundo a OMS (2011), a intoxicação aguda por chumbo ocorre quando os níveis

do metal no sangue chegam a 100-120 µg/dL em adultos e 80-100 µg/dL em crianças,

causando apatia, agitação, irritabilidade, falta de atenção, dores de cabeça, tremores

musculares, cólicas abdominais, danos nos rins, alucinações, perda de memória e

encefalopatia. Ainda segundo a OMS (2011), os sinais de intoxicação crônica por chumbo

são: cansaço, insônia, irritabilidade, dores de cabeça, dor nas articulações e sintomas

gastrointestinais, os quais podem aparecer em adultos com níveis de chumbo no sangue

de 50-80 µg/dL. Além disso, o chumbo pode também causar anemia, por inibir a síntese

do grupamento heme (presente na hemoglobina) e por acelerar a destruição de hemácias

(OMS, 2011).

A IARC (International Agency for Research on Cancer) classifica o chumbo como

provavelmente carcinogênico para humanos. (OMS, 2011) (IARC, 2006)

Page 65: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Crômio (Cr)

A ingestão de 1-5 g de crômio resulta em efeitos agudos graves, como distúrbios

gastrointestinais, aumenta probabilidade da ocorrência de episódios hemorrágicos e

convulsões, chegando a óbito por choque cardiovascular (OMS, 2003).

Com relação a intoxicação crônica por crômio, a toxicidade deste metal varia de

acordo a forma química do metal que os indivíduos expostos. A exemplo, crômio (III) é

essencial para o funcionamento do organismo e desempenha um papel na regulação da

insulina. Já o crômio hexavalente foi classificado pela IARC (International Agency for

Research on Cancer) como carcinogênico para seres humanos. Com isso, devido à

escassez de métodos para quantificar a espécie química exata de crômio, estipulou-se o

valor de até 0,05mg/L de crômio na água para que não ocorram malefícios para o

organismo (OMS, 2003).

Cálcio (Ca)

Quando ingerido por via oral, a absorção do cálcio é muito bem regulada. Em

pessoas saudáveis, o cálcio absorvido em excesso é eliminado pela urina (OMS, 2009).

A ingestão aumentada de cálcio (mais que 2500mg/dia), em longo prazo, pode

causar pedras nos rins, sendo assim, caracterizada a intoxicação crônica (OMS, 2009).

Estanho (Sn)

Sinais da intoxicação crônica por estanho, devido à ingestão excessiva, incluem

redução do crescimento e anemia (Groot et al, 1973) (Fritsch et al, 1977) (OMS, 1996).

Além disso, pode afetar o metabolismo de outros metais como zinco, cálcio e cobre e

alterar suas concentrações nos tecidos (Yamaguchi et al, 1980) (Johnson et al, 1985)

(Radar et al, 1989) (OMS, 1996).

A intoxicação por estanho é geralmente associada com a ingestão de grandes

quantidades, por meio de alimentos acondicionados em latas confeccionadas com o metal.

Contudo, o estanho é mal absorvido por humanos (OMS, 1996).

Ferro (Fe)

Segundo o Departamento de Serviços Ambientais de New Hampshire (2013),

Estado Norte Americano, a Lei Norte Americana sobre a Água Potável de 1974 determina

que a concentração de ferro na água potável não pode passar de 0,30 mg/L.

Page 66: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

Intoxicação aguda com ferro ocorre por ingestão de grandes quantidades de sais

de ferro, o que pode resultar em gastrite grave, com vômitos, hemorragia e diarreia (OMS,

1995).

As consequências da intoxicação crônica do ferro são derivadas do estresse

oxidativo causado por esse metal, quando em excesso. Kell (2010) evidencia o papel do

ferro na progressão das doenças crônicas neurodegenerativas, como por exemplo o

Alzheimer (Farina et al., 2013).

Lítio (Li)

O lítio causa intoxicação, principalmente, em pacientes que o utilizam no

tratamento da mania. A intoxicação aguda pode causar náuseas, vômitos, apatia,

sonolência, tremor, ataxia e rigidez muscular, com coma, convulsões e morte em casos

graves (OMS, 1995).

Estudos epidemiológicos nos EUA mostraram correlações negativas entre lítio em

água potável e mortalidade, especialmente por doenças do coração (Voors, 1971), e

aumento nas taxas de admissão aos hospitais de doenças mentais (Dawson et al, 1972)

(OMS, 1996).

Magnésio (Mg)

A ingestão aumentada de magnésio pode causar diarreia em indivíduos saudáveis,

mas é muito preocupante em indivíduos com função renal alterada (insuficiência renal) e

dificuldade na excreção desse metal. Especialmente nesses indivíduos, a ingestão

aumentada do magnésio pode causar hipermagnesemia (OMS, 2009).

Não foram encontrados estudos sobre a relevância da intoxicação crônica por

magnésio.

Manganês (Mn)

Quando ingerido, o manganês apresenta uma toxicidade baixa e discutível, por

isso, existem poucos relatos de intoxicação por manganês via oral. Entretanto,

Wasserman e colaboradores (2006) observaram déficits intelectuais em crianças expostas

a elevados níveis iguais ou maiores que 0,5 mg/L de manganês na água potável em

Bangladesh. Além disso, outros estudos mostram que uma exposição oral por Mn

aumentada pode predispor o indivíduo à uma segunda fonte de exposição por Mn via

inalatória.

Page 67: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

De todo modo, a exposição crônica por manganês via inalação, em minas,

siderúrgicas e algumas indústrias químicas, ainda é a forma mais comum de intoxicação

por esse metal (OMS, 1996).

Existe relato de intoxicação crônica em mineradores chilenos, que se manifestou

sob a forma de alterações psiquiátricas graves. Com a progressão da doença, houve um

distúrbio neurológico incapacitante permanente do sistema extrapiramidal com lesões

morfológicas semelhantes aos da doença de Parkinson (OMS, 1996).

Segundo o Departamento de Serviços Ambientais de New Hampshire (2013),

Estado Norte Americano, a Lei Norte Americana sobre a Água Potável de 1974 determina

que a concentração de manganês na água potável não pode passar de 0,05 mg/L.

Níquel (Ni)

Sunderman e colaboradores (1989) relatam a ingestão acidental de água

contaminada com 1,63g/L de níquel por trinta e dois trabalhadores industriais. Vinte

trabalhadores tiveram intoxicação aguda, manifestada a partir de sintomas como: náuseas,

vômitos, diarreia, tonturas, cansaço, dor de cabeça e falta de ar. Estes sintomas persistiram

por 1-2 dias em sete casos. Após 2-5 dias da exposição, dois trabalhadores apresentaram

nefrotoxicidade ligeira e transitória. Alguns trabalhadores apresentaram

hiperbilirrubinemia leve desenvolvido no terceiro dia após a exposição, indicando a

destruição aumentada de hemácias, dos quais sete apresentaram níveis elevados de

reticulócitos no sangue (célula que dá origem às hemácias) no oitavo dia pós-exposição,

o que indica uma adaptação do corpo a destruição aumentada de hemácias (OMS, 2007).

De modo geral, a maioria das pessoas que entra em contato com o níquel

desenvolvem dermatite de contato, sendo esse o efeito mais comum na população (OMS,

2007).

A inalação é uma importante via de exposição crônica ao níquel e seus sais.

Segundo o International Committee on Nickel Carcinogenesis in Man (ICNCM, 1990),

que analisou 10 estudos epidemiológicos do tipo coorte, os quais investigaram a

exposição de trabalhadores ao níquel, concluiu que a exposição ocupacional a altas

concentrações provoca câncer de pulmão e de nariz. A IARC (International Agency for

Research on Cancer) (1990), concluiu que os compostos de níquel são carcinogênicos

para os seres humanos (Grupo 1), enquanto níquel metálico é possivelmente

carcinogênico para humanos (Grupo 2B). Até o momento, não existem provas de que a

ingestão crônica de níquel tenha um risco carcinogênico (OMS, 2007). Contudo, a OMS

Page 68: relatório-técnico determinação de metais na bacia do rio doce

(2007) estabeleceu a concentração limite de 0,07mg/L de níquel na água potável, afim de

proteger os indivíduos sensíveis a esse metal.

Selênio (Se)

A intoxicação crônica por selênio (selenose) é caracterizada principalmente pela

perda de cabelo e alterações na morfologia da unha. Pode-se observar ainda lesões na pele

(vermelhidão, bolhas) e anomalias do sistema nervoso (OMS, 1996). Alguns

pesquisadores indicam que os sintomas mais graves ocorrem com ingestões de 3 a 7 mg

ao dia, e os moderados, com cerca de 1,3 mg ao dia (COMINETTI; COZZOLINO, 2009).

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