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DNP Documento Normativo Português DNP CEN/TR 12566-2 2011 TR Relatório Técnico Pequenas instalações de tratamento de águas residuais até 50 PTE Parte 2: Sistemas de infiltração no solo Petites installations de traitement des eaux usées jusqu’à 50 PTE Partie 2: Systèmes d’infiltration dans le sol Small wastewater treatment systems for up to 50 PT Part 2: Soil infiltration systems ICS 13.060.30 CORRESPONDÊNCIA Versão portuguesa do CEN/TR 12566-2:2005 ELABORAÇÃO CT 90 (LNEC) APROVAÇÃO Termo de aprovação n.º 10/2011, de 2011-11-17 EDIÇÃO Novembro de 2011 CÓDIGO DE PREÇO X015 IPQ reprodução proibida Rua António Gião, 2 2829-513 CAPARICA PORTUGAL Tel. + 351-212 948 100 Fax + 351-212 948 101 E-mail: [email protected] Internet: www.ipq.pt

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DNP Documento Normativo Português

DNP CEN/TR 12566-2 2011

TR Relatório Técnico

Pequenas instalações de tratamento de águas residuais até 50 PTE Parte 2: Sistemas de infiltração no solo Petites installations de traitement des eaux usées jusqu’à 50 PTE Partie 2: Systèmes d’infiltration dans le sol

Small wastewater treatment systems for up to 50 PT Part 2: Soil infiltration systems

ICS 13.060.30 CORRESPONDÊNCIA Versão portuguesa do CEN/TR 12566-2:2005 ELABORAÇÃO CT 90 (LNEC)

APROVAÇÃO Termo de aprovação n.º 10/2011, de 2011-11-17 EDIÇÃO Novembro de 2011 CÓDIGO DE PREÇO X015 IPQ reprodução proibida

Rua António Gião, 2 2829-513 CAPARICA PORTUGAL

Tel. + 351-212 948 100 Fax + 351-212 948 101 E-mail: [email protected] Internet: www.ipq.pt

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Sumário Página

1 Objectivo e campo de aplicação ........................................................................................................... 8

2 Referências normativas ......................................................................................................................... 8

3 Termos e definições ............................................................................................................................... 8

4 Símbolos e abreviaturas ........................................................................................................................ 11

5 Generalidades ........................................................................................................................................ 11

6 Parâmetros de projecto ......................................................................................................................... 11

7 Componentes .......................................................................................................................................... 15

8 Requisitos gerais para a instalação de fossas sépticas ........................................................................ 17

10 Requisitos específicos de construção .................................................................................................. 19

Anexo A (informativo) Consideração preliminar do local ..................................................................... 33

Anexo B (informativo) Estudos do solo ................................................................................................... 40

Anexo C (informativo) Selecção de areias adequadas ............................................................................ 51

Bibliografia ............................................................................................................................................... 56

Anexo Nacional NA (informativo) Correspondência entre as normas europeias referidas no presente documento e as normas nacionais............................................................................................ 57

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Preâmbulo O presente documento foi elaborado pelo Comité Técnico CEN/TC 165, “Wastewater engineering”, cujo secretariado é assegurado pela DIN.

Pode acontecer que alguns dos elementos do presente Relatório Técnico sejam objecto de direitos de propriedade. O CEN (e/ou o CENELEC) não deve ser responsabilizado pela identificação de alguns ou de todos esses direitos.

O presente documento é considerado como Recomendação Técnica e estabelece os requisitos gerais relativos às estações de tratamento de águas residuais domésticas compactas e/ ou montadas no local para uma população total equivalente (PTE) igual ou inferior a 50 (ver a secção 1).

A EN 12566, com o título geral “Pequenas instalações de tratamento de águas residuais até 50 PTE” consiste nas seguintes partes∗):

– Part 1: Prefabricated septic tanks (especifica os requisitos e os métodos de ensaio em laboratório aplicáveis às fossas sépticas prefabricadas. Não são especificados requisitos e ensaios relativos à eficiência do tratamento).

– Part 2: Soil infiltration systems (aplica-se aos sistemas de infiltração no solo construídos no local. Não são especificados requisitos relativos ao tratamento; Relatório Técnico).

– Part 3: Packaged and/or site assembled domestic wastewater treatment plants (especifica os requisitos e os métodos de ensaio em laboratório utilizados para avaliar as estações de tratamento compactas, as quais terão de tratar as águas residuais até um padrão predefinido).

– Part 4: Septic tanks built in situ from prefabricated kits – Execution standard (em preparação).

– Part 5: Filtration systems (including sand filters) (em preparação).

– Part 6: Test methods for the evaluation of the effectiveness of treatment on users site.

A aplicação das Partes da EN 12566 é indicada no seguinte esquema:

∗) À data de publicação do presente documento já se encontram publicadas:

EN 12566-1:2000 -Small wastewater treatment systems for up to 50 PT - Part 1: Prefabricated septic tanks.

EN 12566-1:2000/A1:2003 - Small wastewater treatment systems for up to 50 PT - Part 1: Prefabricated septic tanks.

EN 12566-3:2005+A1:2009 - Small wastewater treatment systems for up to 50 PT - Part 3: Packaged and/or site assembled domestic wastewater treatment plants.

EN 12566-4:2007 - Small wastewater treatment systems for up to 50 PT - Part 4: Septic tanks assembled in situ from prefabricated kits.

CEN/TR 12566-5:2008 - Small wastewater treatment systems up to 50 PT - Part 5: Pre-treated Effluent Filtration systems

E encontram-se em desenvolvimento:

FprEN 12566-6 - Small wastewater treatment systems for up to 50 PT - Part 6: Prefabricated treatment units for septic tank effluent.

prEN 12566-7 - Small wastewater treatment systems for up to 50 PT - Part 7: Prefabricated tertiary treatment units (nota nacional).

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Legenda: A águas residuais domésticas (afluente) 1 fossa séptica prefabricada (ver a EN 12566-1)

B águas residuais pré-tratadas 2 sistema de infiltração (no solo) (ver o CEN/TR 12566-2; em preparação)

C infiltração no solo 3 estação de tratamento de águas residuais (ver o prEN 12566-3)

D ponto de descarga das águas residuais tratadas (efluente)

4 fossa séptica construída no local (ver o prEN 12566-4)

5 sistemas de filtração (ver o prEN 12566-5)

NOTA: A regulamentação nacional poderá especificar diferentes arranjos entre os produtos descritos nas normas da série EN 12566.

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De acordo com o Regulamento Interno do CEN/CENELEC, os organismos nacionais de normalização dos seguintes países são obrigados a anunciar este Relatório Técnico: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.

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Introdução O presente documento fornece orientações para os sistemas de infiltração no solo, os quais podem ser utilizados, juntamente com pequenas instalações de tratamento de águas residuais que estejam conforme a EN 12566-1, o prEN 12566-3 ou o prEN 12566-4, em locais onde não existam disposições legais para sistemas de infiltração no solo.

Os preâmbulos nacionais deste documento poderão fornecer informações sobre medidas relativas à infiltração no solo no local de utilização (ver a secção 5).

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1 Objectivo e campo de aplicação O presente documento estabelece os requisitos recomendáveis para sistemas de infiltração no solo cujas dimensões variem desde a de uma única habitação até instalações para 50 PTE e que recebam águas residuais domésticas provenientes de fossas sépticas fabricadas de acordo com os requisitos indicados na EN 12556-1 e no prEN 12566-4.

O presente documento fornece os parâmetros de projecto, os pormenores de construção, e os requisitos relativos à instalação e aos diferentes componentes dos sistemas de infiltração no solo.

2 Referências normativas Os documentos a seguir referenciados são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências datadas, apenas se aplica a edição citada. Para referências não datadas aplica-se a última edição do documento referenciado (incluindo as emendas).

EN 1085 Wastewater treatment – Vocabulary

EN 12566-1∗) Small wastewater treatment systems for up to 50 PT – Part 1: Prefabricated septic tanks

prEN 12566-4∗∗) Small wastewater systems for up to 50 PT – Part 4: Septic tanks assembled in situ from prefabricated kits

EN 12056-2 Gravity drainage systems inside buildings – Part 2: Sanitary pipework, layout and calculation

EN ISO 10319*) Geotextiles – Wide-width tensile test (ISO 10319:1993)

3 Termos e definições Para os fins do presente relatório, aplicam-se os termos e as definições indicados na EN 1085, assim como os seguintes:

3.1 camada biológica Filme biológico que se desenvolve no fundo do sistema de infiltração ou na parte superior do material filtrante quando o efluente pré-tratado se infiltra no subsolo ou no material filtrante.

3.2 tubagem de ligação Tubagem não perfurada utilizada na ligação da fossa séptica à câmara de distribuição.

3.3 área de descarga Área total do local onde o efluente pré-tratado é descarregado no terreno através de um sistema de infiltração no solo.

3.4 câmara de distribuição Câmara que permite uma distribuição gravítica homogénea do efluente pré-tratado através das tubagens de distribuição. ∗) Ver Anexo Nacional NA (nota nacional).

∗∗) À data de publicação da presente versão portuguesa do CEN/TR 12566-2 já se encontra publicada a EN 12566-4:2007 (nota nacional).

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3.5 camada de distribuição Camada do sistema, composta por material de enchimento granular, na qual o efluente pré-tratado é descarregado através das tubagens de infiltração.

3.6 tubagem de distribuição Tubagem não perfurada utilizada para ligar a câmara de distribuição a uma única tubagem de infiltração.

3.6*) câmara de dosagem Pequeno reservatório que recebe o efluente pré-tratado e que contém um dispositivo doseador, tal como por exemplo uma bomba, um sifão hidráulico ou um depósito basculante, o qual descarrega automaticamente a quantidade desejada.

3.7 ligação de extremidade Conjunto de tubagens e peças de ligação perfuradas e não perfuradas que ligam as extremidades inferiores de todas as tubagens de infiltração paralelas, para permitir a circulação do ar entre as tubagens de infiltração. Os acessórios de ligação poderão incluir dispositivos de ventilação e de acesso.

3.8 material filtrante Material granular inerte, geralmente areia, colocado sob a camada de distribuição, que tem por objectivo proporcionar um determinado grau de filtração ao efluente pré-tratado.

3.9 geotêxtil Produto manufacturado permeável aos líquidos e ao ar, mas que retém as partículas sólidas e é resistente à decomposição.

3.10 material de enchimento granular Material inerte, da camada de distribuição, no qual são colocadas as tubagens de infiltração.

3.11 tela impermeável Membrana inerte, impermeável aos líquidos.

3.12 infiltração Percolação de efluente à volta do local de descarga.

3.13 leito de infiltração Escavação larga onde são colocadas, em paralelo, várias tubagens de infiltração envolvidas por material de enchimento.

3.14 tubagens de infiltração Tubagens perfuradas através dos quais o efluente pré-tratado é descarregado para a vala ou leito de infiltração.

*) A secção 3.6 encontra-se repetida na versão original (nota nacional).

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3.15 sistema de infiltração Série de tubagens de infiltração, colocada quer em valas individuais quer num único leito de maior dimensão, utilizada para descarregar o efluente de forma que este percole para a área de descarga.

3.16 vala de infiltração Vala em que é colocada uma única tubagem de infiltração envolvida por material de enchimento, separada das outras valas de infiltração por solo não remexido.

3.17 drenos Canais superficiais ou subsuperficiais para o transporte da água da chuva. São utilizados para remover a água do solo e desviar o escoamento natural das águas superficiais e subsuperficiais da área de infiltração.

3.18 taxa de infiltração aceitável a longo prazo LTAR Carga hidráulica de efluente pré-tratado que o sistema pode infiltrar durante o seu período de vida sem entupimento nem colmatação (l/m2/d).

3.19 malha Produto manufacturado permeável aos líquidos e ao ar, mas que retém as partículas sólidas grosseiras, e que é resistente à decomposição. O diâmetro dos orifícios é de aproximadamente 1 mm.

3.20 coeficiente de permeabilidade k Medida da capacidade de percolação do solo (m/d).

3.21 pré-filtro Dispositivo que permite evitar a colmatação do sistema de infiltração.

3.22 efluente pré-tratado Águas residuais que foram submetidas, pelo menos, a um tratamento primário.

3.23 subsolo Material não consolidado sob o solo superficial e acima do substrato rochoso.

3.24 solo superficial Camada superior de solo.

3.25 nível freático Nível abaixo do qual o solo está saturado de água.

3.26 cota do nível freático Nível da superfície das águas subterrâneas em relação ao nível do terreno ou a outro ponto de referência.

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4 Símbolos e abreviaturas k Coeficiente de permeabilidade de Darcy, determinado a partir de um ensaio de permeabilidade num

tubo de pequena dimensão (m/d)

kN Coeficiente de permeabilidade normalizado, determinado a partir de um ensaio de percolação com carga variável (m/d)

kC Coeficiente de permeabilidade constante, determinado a partir de um ensaio de percolação com carga constante (m/d)

5 Generalidades Os sistemas de infiltração fornecem um meio de tratamento quando são construídos de acordo com o presente documento ou com a regulamentação nacional adequada; a sua eficácia não é geralmente avaliada.

Os sistemas descritos destinam-se a ilustrar os princípios de construção mais relevantes e estão sujeitos a disposições nacionais. As disposições do local de utilização devem ser tidas em consideração. As autoridades regulamentadoras devem ser contactadas.

6 Parâmetros de projecto

6.1 Generalidades

Cada local deve ser avaliado por forma a assegurar a implementação de uma solução sustentável (ver o Anexo A e o Anexo B). A escolha do sistema de infiltração dependerá dos factores locais indicados pormenorizadamente em 6.2. A ordem preferencial dos diferentes sistemas é:

– a vala de infiltração (ver 10.2);

– o leito de infiltração pouco profundo (ver 10.3.1);

– o leito de infiltração vertical (ver 10.3.2);

– o aterro de infiltração (ver 10.3.3).

A descarga do efluente pré-tratado em subsolos inadequados poderá resultar na falha do sistema.

6.2 Factores locais

6.2.1 Condições climáticas

Aquando da concepção, da construção e da instalação do sistema de infiltração no solo, devem ser tidas em consideração as condições climáticas na zona, tais como extremos de temperatura, de precipitação e de neve.

6.2.2 Nível freático

O nível freático sazonal mais elevado na área de descarga deve ser determinado antes de se iniciar a construção.

Salvo indicação em contrário nas regulamentações ou orientações nacionais, acima do nível freático sazonal mais elevado que foi determinado deve existir uma camada de solo não saturado e/ou de material filtrante com, pelo menos, 1,0 m de espessura.

Quando este valor não se verificar, devem ser adoptadas disposições alternativas (por exemplo: elevação de área de descarga) para se atingir esse valor (ver 10.3.3).

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6.2.3 Local da instalação

6.2.3.1 Generalidades

Para se terem em consideração todas as características locais relevantes aquando da determinação da localização das áreas de descarga, deve ser efectuado um estudo pormenorizado do local. O Anexo A lista os factores locais que deverão ser avaliados como parte do estudo do local; todos ou alguns desses factores poderão estar definidos pelas autoridades nacionais.

Na ausência de regulamentações ou orientações nacionais, a área de descarga deve ser localizada de acordo com os critérios mínimos a seguir indicados:

– Nenhuma parte da área de descarga deve situar-se a menos de 4 m do ponto mais próximo de qualquer residência.

– Nenhuma parte da área de descarga deve situar-se a menos de 4 m do limite da estrada ou da vala mais próxima, nem a menos de 2 m do limite do lugar adjacente. As áreas de descarga nas proximidades de pequenos cursos de água devem situar-se a pelo menos 10 m do nível mais elevado. Os cursos de água de maior dimensão requerem estudos específicos.

– O desenvolvimento de qualquer tipo de árvore ou planta cujo sistema radicular seja extenso está limitado a uma distância mínima de 3 m do sistema de infiltração. Esta restrição também se aplica às culturas que requeiram a utilização de máquinas, mesmo que ligeiras, as quais poderiam danificar os materiais instalados a pouca profundidade.

– Não devem localizar-se dentro da área de descarga tubagens de abastecimento de água ou outros serviços enterrados que não façam parte do próprio sistema de infiltração.

– Não devem passar pela área de descarga estradas de acesso, ruas ou superfícies pavimentadas.

6.2.3.2 Protecção das águas subterrâneas

As águas subterrâneas, em particular as águas com utilização para consumo humano, devem ser protegidas.

O risco de poluição das águas subterrâneas é minimizado quando a área de descarga se encontra hidraulicamente a um nível inferior ao das fontes de águas subterrâneas.

NOTA: A direcção do escoamento das águas subterrâneas poderá estimar-se a partir de um ensaio com furo de prospecção (ver o Anexo B), assim como pela topografia, por poços ou a partir de conhecimentos locais.

As distâncias dependem sobretudo dos principais factores geológicos e hidrogeológicos, por exemplo o tipo e a profundidade do subsolo e a profundidade do nível freático, os quais podem ser avaliados no âmbito dos estudos pormenorizados do local.

Não é possível especificar com exactidão a distância mínima de segurança entre as áreas de descarga e um sistema de captação de água potável. Como orientação para os países onde não existam regulamentações ou orientações, poderá ser utilizada a distância mínima de 30 m. Contudo, as condições locais poderão requerer uma distância muito superior.

6.3 Dimensionamento

A camada biológica restringe a infiltração no subsolo. As propriedades da camada dependem da permeabilidade do solo, da taxa de carga (hidráulica e orgânica) e das condições relativas ao oxigénio.

As propriedades do solo, tais como a distribuição granulométrica (tipo de solo), a compactação relativa, as descontinuidades e a saturação (Quadro 1 e Anexo B), afectam a permeabilidade.

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Quadro 1 – Relações entre os valores de k e de LTAR

Tipo de solo k

m/d (m/s) kN

m/d kC

m/d LTAR (l/m2/d)

Seixo médio e grosseiro > 100 (> 1 × 10-3)

> 12 Não aplicável Infiltração directa não é autorizada

Misturas de seixo fino e areia grosseira

1 a 100 (1 × 10-5 a 1 × 10-3)

0,8 a 12 1,5 a 12 20 a 50

Areia fina ou siltosa ou terreno errático (“till”)

0,5 a 10 (6 × 10-6 a 1 × 10-4)

0,6 a 2 0,5 a 1,2 15 a 30

Silte ou silte arenoso 0,1 a 1 (1 × 10-7 a 1 × 10-5)

0,4 a 0,8 0,15 a 0,5 10 a 15

Franco-argilo-siltoso 0,01 a 0,1 (1 × 10-7 a 1 × 10-6)

0,1 a 0,4 0,15 10

Argila siltosa ou argila < 0,001 (< 1 × 10-8)

< 0,1 < 0,15 A infiltração directa não é possível

As Figuras 1 a 3 indicam os valores máximos recomendados para LTAR de acordo com o tipo de coeficiente k.

As regulamentações ou orientações nacionais poderão especificar qual o método de avaliação que deverá ser utilizado, assim como os critérios aceitáveis. A partir da LTAR determinada e da carga prevista, a área de um sistema de infiltração pode ser calculada de acordo com a expressão 1.

Figura 1 – Relação entre LTAR e k

Figura 2 – Relação entre LTAR e kN

k

kN

LTAR

LTAR

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Figura 3 – Relação entre LTAR e kC

LTARQA d= (1)

onde:

A área do sistema de infiltração (m²)

LTAR valor indicado no Quadro 1 ou nas Figuras 1 a 3 ou no Anexo B (B.3.1) (m3/m2/d)

Qd caudal diário total (m3/d)

O Anexo B descreve alguns métodos de determinação dos parâmetros do solo e fornece informações sobre a determinação de LTAR.

6.4 Parâmetros do afluente

O sistema de infiltração deve ser concebido de forma a receber o caudal diário total de pelo menos uma habitação.

Os sistemas de infiltração são previstos para receber apenas águas residuais domésticas (sem quaisquer outras águas, tais como águas pluviais) pré-tratadas numa fossa séptica. Os sistemas de tratamento de águas residuais comerciais (restaurantes, hotéis, etc.) requerem um tipo de concepção diferente.

Na ausência de regulamentações ou orientações nacionais ou de outros dados fiáveis, poderá ser utilizado o valor mínimo de 150 l por dia e por habitante para o cálculo da carga.

6.5 Selecção do sistema de infiltração

Utiliza-se o Quadro 2, começando por LTAR e prosseguindo sequencialmente com a consideração dos restantes parâmetros. Ver também os anexos informativos.

LTAR

kC

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Quadro 2 – Matriz de base para a selecção do sistema de infiltração

LTAR medida Nível freático Estabilidade do solo

Rocha fissurada

Inclinação Substituir o solo de origem

Tipo de sistema

Boa Baixo Boa Não — Não Vala de infiltração

Boa Baixo Má Não Ligeira Não Leito de infiltração

pouco profundo

Baixa Baixo — Sim Ligeira ou elevada

Sim Leito de infiltração vertical

Muito elevada ou muito baixa

Elevado ou inexistente

— Sim — Sim

Aterro de infiltração

7 Componentes

7.1 Generalidades

Na ausência de regulamentações ou orientações nacionais, aplicam-se os seguintes requisitos.

7.2 Tubagens

7.2.1 Generalidades

Todas as tubagens devem ser fabricadas de acordo com os requisitos da EN correspondente, se disponível, ou, na sua ausência, de acordo com as especificações em vigor no local de utilização.

7.2.2 Tubagem de distribuição

Os seguintes requisitos específicos devem ser satisfeitos:

– o diâmetro nominal da tubagem de distribuição localizada entre a fossa séptica e a câmara de distribuição deve ser pelo menos igual ao diâmetro do dispositivo de saída da fossa séptica;

– no caso das tubagens de distribuição a jusante da câmara de distribuição, o diâmetro interior (ID) mínimo deve ser de 80 mm para os sistemas gravíticos e de 32 mm para os sistemas sob pressão.

7.2.3 tubagem de infiltração

7.2.3.1 Generalidades

Não devem ser utilizadas tubagens de drenagem.

7.2.3.2 Diâmetro da tubagem de infiltração

O diâmetro interior mínimo das tubagens de infiltração deve ser de 80 mm para os sistemas gravíticos e de 32 mm para os sistemas sob pressão.

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7.2.3.3 Perfuração da tubagem de infiltração

As tubagens de infiltração devem apresentar orifícios ou fendas e uma superfície interior lisa.

As perfurações devem ser dimensionadas e espaçadas de forma a assegurar que o material de enchimento granular não possa entrar na tubagem de infiltração e que o efluente se possa escoar livremente através das perfurações sem risco de entupimento.

7.3 Material de enchimento granular

Os materiais de enchimento granulares utilizados na Europa variam muito; contudo, geralmente utiliza-se areia na classe de 2 mm a 8 mm ou seixo na classe de 8 mm a 32 mm.

O enchimento granular deve ser inerte, lavado e classificado.

7.4 Geotêxtil e malha

As tubagens de infiltração devem ser cobertas por um geotêxtil T adequado (Quadro 3), a fim de evitar a contaminação do material de enchimento granular, por exemplo por partículas finas de solo. Em rocha fissurada, deve ser utilizado um geotêxtil B mais poroso (Quadro 3) ou uma malha X para evitar que a areia seja arrastada para o terreno.

Os geotêxteis devem satisfazer a EN ISO 10319.

Quadro 3 – Propriedades do geotêxtil e da malha

Características Geotêxtil T Geotêxtil B Malha X a)

Resistência à tracção ≥ 12 kN/m ≥ 6 kN/m ≥ 6 kN/m

Permissividade ≥ 0,05 s-1 ≥ 0,03 s-1 ≥ 0,03 s-1

Porosidade de filtração ≤ 125 µm > 140 µm > 140 µm

Classe 1 1 -

a) A geomalha pode substituir o geotêxtil B.

7.5 Tela impermeável

Poderá ser utilizada tela impermeável nas paredes do sistema de infiltração para evitar o escoamento lateral.

Esta tela deve ser de PEHD com 200 µm de espessura no mínimo ou de um material alternativo com resistência equivalente que não possa ser furado nem rasgado.

7.6 Sistemas elevatórios do efluente

Os sistemas elevatórios do efluente poderão ser utilizados para transportar o efluente para sistemas de infiltração distantes, para elevar o efluente de fossas sépticas fundas e/ou para sistemas de infiltração sob pressão.

As bombas do efluente não devem ser instaladas directamente nas fossas sépticas, mas numa câmara elevatória separada que poderá ser integrada noutras estruturas existentes no local.

Deverão utilizar-se bombas adequadas às águas residuais, com uma passagem livre mínima de 10 mm.

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7.7 Sistema de dosagem

É recomendável a utilização de um sistema de dosagem, para garantir uma distribuição eficiente do efluente em todo o comprimento das tubagens de infiltração.

7.8 Câmaras

As câmaras devem ser estanques à água, ter a superfície interior lisa e estar equipadas com uma tampa amovível para facilitar a manutenção e a inspecção.

As câmaras de dosagem e de distribuição poderão ser combinadas numa única estrutura.

Para evitar retornos de escoamento, a entrada da câmara deve estar acima do nível de água de operação mais elevado na câmara de dosagem.

As saídas da câmara de distribuição devem poder ser reguladas de forma a garantir um caudal uniforme nas tubagens de distribuição, podendo também incluir saídas facultativas para áreas de infiltração alternativas.

8 Requisitos gerais para a instalação de fossas sépticas

8.1 Generalidades

A fossa séptica deve ser instalada de acordo com as regulamentações ou orientações nacionais e com as instruções dos produtores.

As tubagens de saída da fossa séptica devem ter uma inclinação mínima de 0,5 %. Deve prever-se a utilização de um separador de gorduras a montante da instalação.

Também deve ser prevista a utilização de um pré-filtro.

8.2 Ventilação

Em geral, um sistema de ventilação fornece uma saída de ar. A regulamentação nacional poderá especificar, quer um sistema de ventilação separado, quer o sistema de ventilação dos edifícios. No caso da utilização do sistema de ventilação dos edifícios, os requisitos são fornecidos na EN 12056-2.

Em determinadas condições, poderá ser requerida uma tubagem de ventilação independente.

O sistema de ventilação não deve ser equipado com uma válvula de admissão de ar.

9 Requisitos de construção

9.1 Generalidades

Os sistemas de infiltração requerem uma margem de 1 m, a qual faz parte da área de descarga. A escavação de valas ou de leitos deverá ser executada com especial precaução, a fim de evitar perturbação no solo circundante.

9.2 Instalação em locais inclinados

As tubagens de infiltração devem ser instaladas, em geral, paralelamente às curvas de nível do terreno (ver a Figura A.2).

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9.3 Drenos

Os drenos devem ser instalados quando é necessário prevenir a migração de águas superficiais ou subterrâneas para o sistema de infiltração.

9.4 Medidas gerais de precaução nos trabalhos de escavação

Não é recomendável proceder à escavação quando o terreno está molhado.

As valas e os leitos deverão ser cobertos quando o tempo está chuvoso e o aterro deverá ser executado tão brevemente quanto possível.

O processo de escavação não deve causar compactação da área de solo destinada à infiltração. Se necessário, as paredes e o fundo da escavação devem ser raspados. Nenhuma máquina deve atravessar a área após a conclusão dos trabalhos.

9.5 Instalação das câmaras

9.5.1 Generalidades

As ligações das câmaras devem ser estanques à água e adaptar-se ao assentamento do solo.

9.5.2 Câmara de distribuição

A câmara deverá ser colocada directamente sobre o material de enchimento granular, de maneira que fique nivelada e estável. No caso de um sistema gravítico, deve ser prevista uma inclinação mínima de 0,5 % entre a fossa séptica e a câmara de distribuição.

9.5.3 Ligações de extremidade

As ligações de extremidade, quando são utilizadas, devem ser instaladas de nível com o material de enchimento granular.

9.6 Inspecção das tubagens de infiltração

Antes da instalação, os orifícios nas tubagens de infiltração devem ser inspeccionados para verificar se têm a dimensão e a abertura correctas e se estão livres de detritos.

9.7 Acesso e inspecção

São necessários pontos de acesso nas câmaras de distribuição e nas câmaras de dosagem. São recomendados pontos de acesso ou de inspecção nas extremidades das tubagens de infiltração. As tampas devem ser visíveis e devem ser instaladas de maneira a evitar a entrada de água.

Os pontos de acesso e de inspecção também podem fornecer indicações sobre a extensão dos sistemas de infiltração.

Todas as tampas devem estar acessíveis para fins de manutenção e de inspecção do sistema.

9.8 Aterro

Para o aterro poderá ser utilizado solo que não tenha objectos de grandes dimensões, tais como pedras ou blocos. Esse solo deve ser assente em camadas sucessivas sobre o geotêxtil, tendo o cuidado de não provocar a deslocação das tubagens e das câmaras.

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Para o aterro sobre as ligações de extremidade deve ser utilizada areia ou solo.

A fim de possibilitar a adaptação a qualquer assentamento posterior do material utilizado no aterro, deverá prever-se uma tolerância aquando da execução do aterro.

9.9 Cobertura

A área sobre o sistema de infiltração não deve ser coberta, mesmo que só em parte, por uma superfície impermeável ao ar e à água.

As condições climáticas podem levar à necessidade de instalação de um isolamento contra a geada, o qual deve ser permeável.

9.10 Higiene e segurança

Devem ser satisfeitos os requisitos nacionais em matéria de higiene e segurança.

10 Requisitos específicos de construção

10.1 Generalidades

Além dos requisitos comuns referidos na secção 9, os seguintes requisitos devem também ser aplicados em circunstâncias particulares.

NOTA: É aconselhável que o sistema de infiltração seja construído o mais perto possível do nível do solo.

As tubagens de infiltração devem ser instaladas sobre o material de aterro com as perfurações para baixo.

10.2 Vala de infiltração

10.2.1 Generalidades

As Figuras 4 e 5 apresentam exemplos de valas de infiltração.

10.2.2 Escavação de valas para a câmara de distribuição e para as tubagens de distribuição

Deve-se assegurar que se dispõe do desnível adequado para a construção de um sistema de alimentação por gravidade. Se isso não for possível, deve utilizar-se um sistema elevatório.

A escavação deve permitir a disposição de uma camada de areia com 0,10 m de espessura abaixo da câmara de distribuição e das tubagens de distribuição.

As paredes e o fundo da vala devem estar livres de qualquer objecto volumoso. O fundo deve ser nivelado.

10.2.3 Escavação das valas de infiltração

10.2.3.1 Generalidades

O fundo da vala deve ser nivelado. No caso de locais com inclinação superior a 5 %, as valas de infiltração devem ser instaladas paralelamente às curvas de nível do terreno. O fundo das valas deverá ficar no mínimo a 0,60 m e no máximo a 1 m abaixo do nível do terreno.

Os factores que influenciam na profundidade das valas incluem:

– cobertura de geada;

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– protecção contra danos;

– profundidade da tubagem de saída da fossa séptica;

– coeficiente de permeabilidade do subsolo na profundidade de funcionamento;

– profundidade do nível freático e a profundidade do substrato rochoso.

A largura mínima do fundo da vala deve ser de 0,50 m.

O comprimento máximo de uma vala deve ser de 30 m, com um máximo de cinco valas para um sistema gravítico.

A distância mínima entre as paredes de valas adjacentes deve ser 1 m.

Instalação de tubagens de infiltração e de ligações de extremidade∗).

10.2.3.2 Instalação das tubagens de infiltração

a) Preparação da vala de infiltração

A vala deve ser ocupada com material de enchimento granular até ao nível previsto para a instalação das tubagens de infiltração. Esta camada deve estender-se por toda a superfície do fundo da vala.

Se necessário, a espessura da camada pode ser reduzida aumentando a largura da vala (ver o Quadro 4).

Quadro 4 – Espessura da camada de material de enchimento granular em relação à largura da vala

Largura da vala

(m)

Espessura da camada de material de enchimento granular sob a tubagem

(m)

0,50

0,70

1,00

1,50

0,30

0,20

0,15

0,15

b) Tubagens de infiltração

As tubagens devem ser instaladas ao centro com uma inclinação de (0,5 ± 0,5) % na direcção do escoamento.

Para a instalação segura das tubagens, o material de enchimento granular deve ser cuidadosamente espalhado à volta as tubagens de infiltração, ao longo de todo o comprimento da vala, até atingir pelo menos o topo da tubagem.

Deve dispor-se de uma camada de material (seixo com as mesmas características que as do material da camada de distribuição) até 10 cm de espessura imediatamente acima das tubagens de infiltração. Esta camada deve ser coberta com geotêxtil T de maneira que o material de enchimento granular da camada de distribuição fique separado do solo utilizado no aterro da vala. As várias mantas de geotêxtil T devem ser sobrepostas de 0,20 m, no mínimo, garantindo a cobertura de toda a superfície. A largura da cobertura completa de geotêxtil T deve ser superior à largura da vala (ver a Figura 6).

∗) Esta frase não foi eliminada na versão original por lapso e, como tal, deve ser ignorada (nota nacional).

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10.2.3.3 Instalação das tubagens de ligação de extremidade e dos dispositivos de ventilação

As valas paralelas do sistema poderão ser ligadas nas extremidades das valas de infiltração, utilizando tubagens não perfuradas ou perfuradas. A ligação entre estes elementos deverá ser nivelada e estável e deverá incluir ventilação.

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Legenda:

A perfil longitudinal B planta C secção transversal 1 subsolo 2 camada de distribuição 3 tubagem de infiltração 4 camada de areia 5 tubagem de ligação 6 câmara de distribuição 7 tubagem de distribuição

8 aterro 9 ligação de extremidade facultativa com ventilação e acesso 10 geotêxtil T D1 altura total: 0,6 m a 1,0 m D2 altura do aterro: ≥ 0,2 m

D3 diâmetro da tubagem de infiltração + 0 m a 0,1m de material de enchimento granular (idêntico à camada de distribuição)

D4 espessura da camada de distribuição sob a tubagem de infiltração: 0,15 m a 0,3 m (ver o Quadro 3)

D5 1 m, no mínimo W1 largura de terreno natural entre valas: ≥ 1 m W2 largura da camada de distribuição: 0,5 m a 1,5 m L1 comprimento da camada de distribuição: < 30 m Área = Σ (L1 × W2)

Figura 4 – Vala de infiltração, exemplo com 3 valas

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Legenda: a) cinco valas 3 tubagem de distribuição W1 largura do terreno natural entre valas: ≥ 1 m b) três valas 4 tubagem de infiltração W2 largura da camada de distribuição: 0,5 m a 1,5 m c) duas valas 5 camada de areia L1 comprimento da camada de distribuição: ≤ 30 m 1 tubagem de ligação 6 camada de distribuição Área = Σ (L1 × W2) 2 câmara de distribuição 7 ligação de extremidade com

ventilação e acesso

Figura 5 – Vala de infiltração, exemplos de disposição

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Manta única levantada nos bordos Duas mantas com uma sobreposição entre elas e com os bordos exteriores levantados

Legenda: 1 subsolo 2 camada de distribuição 3 tubagem de infiltração

4 aterro 5 geotêxtil T 6 terreno natural O1 sobreposição lateral, levantada: ≥ 0,2 m O2 sobreposição entre duas mantas: ≥ 0,2 m

Figura 6 – Cobertura de geotêxtil T, exemplos

10.3 Leitos de infiltração

10.3.1 Leito de infiltração pouco profundo

O leito de infiltração pouco profundo (ver a Figura 7) poderá substituir as valas de infiltração quando o solo tem consistência arenosa. Consiste numa única escavação com um fundo nivelado. Os procedimentos de instalação, os materiais e os equipamentos utilizados são semelhantes aos utilizados para as valas de infiltração.

A área do leito de infiltração corresponde à área das valas de infiltração. A profundidade do leito varia de acordo com os factores indicados em 10.2.3.1.

O comprimento máximo deve ser de 30 m e a largura máxima deve ser de 8 m. A distância entre as tubagens de infiltração deverá ser de 1 m ± 0,5 m, as quais deverão ter um espaçamento uniforme ao longo da largura do leito de infiltração.

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Legenda:

A secção transversal B planta 1 subsolo 2 camada de distribuição 3 tubagem de infiltração 4 geotêxtil t 5 aterro 6 tubo de distribuição 7 câmara de distribuição

8 tubagem de ligação 9 ligação de extremidade com

ventilação e acesso D1 altura total: 0,6 m a 1,0 m D2 altura do aterro: ≥ 0,2 m D3 diâmetro da tubagem de infiltração

+ 0 m a 0,1 m de material de enchimento granular (idêntico ao da camada de distribuição)

D4 espessura da camada de distribuição sob a tubagem de infiltração: 0,15 m a 0,3 m (ver o Quadro 3)

L1 comprimento da camada de distribuição: < 30 m W1 largura lateral: ≤ 1 m W2 distância constante entre as tubagens de infiltração: 0,5 m a 1,5 m W3 largura total da camada de distribuição: < 8 m O1 sobreposição lateral, levantada: ≥ 0,2 m O2 sobreposição entre duas mantas: ≥ 0,2 m Área = L1 × W3

Figura 7 – Leito de infiltração pouco profundo, exemplo com 3 tubagens de infiltração

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10.3.2 Leito de infiltração vertical

10.3.2.1 Aplicação

Um leito de infiltração vertical (ver a Figura 8) poderá ser utilizado em terreno fissurado ou quando o solo de origem é permeável mas não o suficiente para permitir a construção de um sistema de valas de infiltração. A substituição de uma parte do solo de origem com areia adequada (ver o Anexo C) facilita a utilização de um sistema de infiltração vertical. O leito de infiltração vertical também poderá ser utilizado em situações em que as características do solo poderão ser melhoradas pela substituição das camadas superiores.

10.3.2.2 Dimensões e escavação

O fundo do leito deve estar nivelado e situado no mínimo a 0,90 m abaixo do nível de assentamento da saída da câmara de distribuição.

O fundo da escavação deverá estar a 1,10 m no mínimo e a 1,60 m no máximo abaixo do nível do terreno.

O leito de infiltração deverá ter 5 m de largura. O comprimento deve ser de 4 m no mínimo e de 30 m no máximo.

Se as paredes verticais da vala de escavação estiverem fissuradas deverão ser cobertas com uma tela impermeável. A fim de satisfazer os requisitos relativos à superfície impermeável, indicados na secção 7, podem-se empregar várias telas sobrepostas.

Se o fundo da escavação estiver fissurado deve ser coberto com geotêxtil ou com malha B.

10.3.2.3 Construção do leito

A areia deve ser espalhada no fundo da escavação (no geotêxtil B, quando requerido) para formar uma camada com uma espessura recomendada de, no mínimo, 0,7 m.

A areia deve ser coberta por uma camada de material de enchimento granular com uma espessura mínima de 0,1 m.

As tubagens de infiltração são dispostas com igual espaçamento, com 1 m entre os centros.

Deve dispor-se de uma camada de material (seixo com as mesmas características que as do material da camada de distribuição) até 10 cm de espessura imediatamente acima das tubagens de infiltração. Esta camada deve ser coberta com geotêxtil T de maneira que o material de enchimento granular da camada de distribuição fique separado do solo utilizado no aterro da vala. As diversas mantas de geotêxtil T devem ser sobrepostas de 0,20 m, no mínimo, para garantir a cobertura de toda a superfície. A largura da cobertura completa de geotêxtil T deve ser superior à largura da vala.

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Legenda: A secção transversal B planta 1 subsolo 2 geotêxtil B ou malha,

quando requerido 3 tela impermeável,

quando requerido 4 areia 5 camada de distribuição 6 tubagem de infiltração 7 geotêxtil T 8 aterro

9 tubagem de distribuição 10 câmara de distribuição 11 tubagem de ligação 12 ligação de extremidade facultativa,

com ventilação e acesso 14 acesso vertical e ventilação

(facultativo) D1 altura total: 1,0 m a 1,6 m D2 altura do aterro: ≥ 0,2 m D3 diâmetro da tubagem de infiltração +

0 m a 0,1 m de material de enchimento granular (idêntico ao da camada de distribuição)

D4 espessura da camada de distribuição sob a tubagem de infiltração: 0,1 m a 0,3 m (ver o Quadro 3)

D5 altura de areia: ≥ 0,7 m L1 comprimento da camada de

distribuição: 4 m a 30 m W1 distância constante entre as tubagens

de infiltração: 1 m (ou 0,5 m a 1,5 m) W2 largura total do leito: 5 m (ou menos,

se requerido) O1 sobreposição lateral, levantada:

≥ 0,2 m O2 sobreposição entre duas mantas: ≥

0,2 m Área = L1 x W2

Figura 8 – Leito de infiltração vertical, exemplo com cinco tubagens de infiltração

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10.3.3 Aterro de infiltração

10.3.3.1 Aplicação

Os aterros de infiltração (ver as Figuras 9, 10 e 11) poderão ser utilizados quando o nível freático, o substrato rochoso ou a rocha fissurada estão muito perto da superfície do terreno. Poderão também ser adequados em locais com solos de reduzida permeabilidade.

10.3.3.2 Dimensões e escavação

A construção do aterro de infiltração é idêntica à do leito de infiltração vertical (ver 10.3.2). Contudo, enquanto o leito de infiltração vertical resulta de trabalhos de escavação, os aterros de infiltração são construídos sobre o terreno em áreas cuja vegetação foi eliminada. Devido à elevação do aterro, poderá ser necessário instalar uma bomba para elevar o efluente pré-tratado. Poderá ser utilizado um sistema de distribuição sob pressão, projectado com base em princípios hidráulicos estabelecidos (ver a Figura 9).

A largura do topo de um aterro de infiltração deverá ser de 5 m. O comprimento mínimo do topo de um aterro de infiltração deverá ser de 4 m. A base do aterro deve ser dimensionada de maneira a garantir estabilidade estrutural.

a) Aterros sobre rocha fissurada (ver a Figura 10)

No caso de rocha fissurada, as paredes laterais de uma escavação devem ser protegidas por uma tela impermeável. Quando a área requer a utilização de várias membranas, os bordos devem ser sobrepostos. O fundo da escavação em rocha fissurada deve ser coberto com geotêxtil B ou malha.

No fundo deve ser espalhada areia numa camada de, pelo menos, 0,7 m. As tubagens de infiltração devem ser assentes numa camada com, pelo menos, 0,1 m de material de enchimento granular.

As tubagens devem ser cobertas com material de enchimento granular. Deve dispor-se de uma camada de material (seixo com as mesmas características que as do material da camada de distribuição) até 10 cm de espessura imediatamente acima das tubagens de infiltração.

Esta camada deve ser coberta com geotêxtil T. As diversas mantas de geotêxtil T devem ser sobrepostas de 0,20 m, no mínimo, para garantir a cobertura de toda a superfície. A largura da cobertura completa de geotêxtil T deve ser superior à largura do aterro.

Todo o aterro deve ser coberto com o solo de superfície até uma espessura de, pelo menos, 0,2 m.

b) Aterros sobre solos de fraca permeabilidade (ver a Figura 11)

Estes aterros são construídos de maneira semelhante aos anteriores, mas a base cobre uma área superficial superior, de maneira que a carga hidráulica seja inferior à LTAR determinada. Estes aterros devem ser construídos em locais com uma profundidade de solo não saturado de, pelo menos, 0,3 m.

A base sobre a qual é construído o aterro deverá ser aplanada a fim de minimizar o assentamento e a desagregação do solo. A areia deve ser espalhada numa base rectangular, estendida ao longo das curvas de nível do terreno.

No máximo, poderão utilizar-se três tubagens de infiltração em paralelo. Para assegurar uma distribuição uniforme, deve utilizar-se uma câmara de dosagem.

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Legenda:

1 subsolo 2 geotêxtil B ou malha, se requerido 3 areia 4 camada de distribuição 5 tubagem de infiltração

6 geotêxtil T 7 aterro 8 câmara de distribuição 9a tubagem de ligação, sob pressão 9b tubagem de ligação, gravítico 10 câmara de elevação, com bomba

11 ligação de extremidade, com ventilação e acesso L1 comprimento da camada de distribuição: 4 m a 30 m O1 sobreposição lateral, levantada: ≥ 0,2 m O2 sobreposição entre duas mantas: ≥ 0,2 m

Figura 9 – Aterro de infiltração, corte longitudinal, exemplo com uma bomba

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Legenda:

A secção transversal B planta 1 subsolo 2 geotêxtil B ou malha 3 areia 4 camada de distribuição 5 tubagem de infiltração 6 geotêxtil T 7 aterro 8 tubagem de distribuição 9 câmara de distribuição

10 tubagem de ligação 11 ligação de extremidade, ventilação e

acesso D1 altura total: 1,0 m a 1,6 m D2 altura do aterro: ≥ 0,2 m D3 diâmetro da tubagem de infiltração + 0 a 0,1 m de material de enchimento

granular (idêntico ao da camada de distribuição)

D4 espessura da camada de distribuição sob a tubagem de infiltração: 0,1 m a 0,3 m (ver o Quadro 3)

D5 altura de areia: ≥ 0,7 m L1 comprimento da camada de distribuição: 4 m a 30 m W1 distância constante entre as tubagens de infiltração: 1 m (ou 0,5 m a 1,5 m) W2 largura total do leito: 5 m (ou menos, se requerido) O1 sobreposição lateral, levantada: > 0,2 m O2 sobreposição entre duas mantas:

≥ 0,2 m Área = L1 × W2

Figura 10 – Aterro de infiltração, exemplo sobre rocha fissurada e inclinada

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Legenda:

A secção transversal B planta 1 subsolo 2 base 3 areia 4 camada de distribuição 5 tubagem de infiltração 6 geotêxtil t 7 aterro 8 tubo de distribuição, sob pressão

9 câmara de dosagem (bomba) 10 tubo de ligação 11 ligação de extremidade, com ventilação e acesso L1 comprimento da camada de distribuição: 5 m a 30 m D1 altura total: ≥ 0,8 m D2 altura do aterro: ≥ 0,2 m D3 diâmetro da tubagem de infiltração 0 m a 0,1 m de material de enchimento granular (idêntico ao da camada de distribuição)

D4 espessura da camada de distribuição sob a tubagem de infiltração: 0,1 m a 0,3 m (ver o Quadro 3) D5 altura de areia: ≥ 0,3 m W1 distância constante entre as tubagens de infiltração: 1 m (ou 0,5 m a 1,5 m) W2 largura da camada de distribuição: 1 m a 3 m W3 largura da base: ≥ 1 m O1 sobreposição lateral, levantada: ≥ 0,2 m

NOTA: A carga hidráulica na base, definida por L1 × W3, deve ser inferior à LTAR determinada.

Figura 11 – Aterro de infiltração, exemplo sobre solo de fraca permeabilidade

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11 Manutenção

11.1 Requisitos gerais

A fossa séptica e o sistema de infiltração deverão ser inspeccionados anualmente.

O desempenho satisfatório do sistema de infiltração a longo prazo depende da operação correcta e da manutenção da fossa séptica, em particular da remoção de lamas.

Deve ter-se especial cuidado para evitar a compactação ou a perturbação da área acima e à volta do sistema de infiltração.

11.2 Câmaras e condutas

As câmaras devem manter-se livres de qualquer obstrução. Deve verificar-se a distribuição correcta das câmaras e, se necessário, ajustar as saídas. Os dispositivos eléctricos e mecânicos devem ser mantidos de acordo com as instruções do produtor.

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Anexo A

(informativo)

Consideração preliminar do local

A.1 Características do local que deverão ser tomadas em consideração – Pormenores das instalações:

1) Tipo de instalação

2) População máxima equivalente a ser servida

3) Método proposto de abastecimento de água às instalações

– Mapa do local, indicando:

4) Área total do local

5) Área disponível para a descarga do efluente

6) Edifícios existentes na imediação

7) Desenvolvimento proposto na imediação

8) Vias de acesso na imediação

9) Vias de acesso propostas na imediação

10) Limites do local

11) Topografia do local

12) Altitude do local relativamente ao nível do mar

13) Localização das origens de água subterrânea; poços, fontes, etc., que possam ser afectadas pelos sistemas de infiltração

14) Localização de serviços enterrados

15) Áreas de infiltração de descargas no solo na imediação

16) Cursos de água na imediação

17) Afloramentos rochosos

18) Pontos de descarga das águas residuais

– Pormenores relativos ao solo:

19) Coeficiente de permeabilidade do solo

20) Tipo de solo à superfície (textura, cor, porosidade, permeabilidade)

21) Tipo de subsolo (textura, cor, permeabilidade)

22) Presença de camada de solo impermeável (e.g. camada com cimento ferruginoso (“iron pans”))

23) Presença de uma camada de solo muito permeável (e.g. camadas de seixo)

24) Espessura da camada de geada no Inverno

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– Geologia do local:

25) Tipo de substrato rochoso

26) Permeabilidade do substrato rochoso

27) Profundidade do substrato rochoso

– Hidrogeologia do local:

28) Tipo de aquífero

29) Profundidade do nível freático sazonal mais elevado

30) Características hidrodinâmicas das águas subterrâneas

31) Profundidade das origens de águas subterrâneas, poços, etc.

32) Qualidade de referência das águas subterrâneas

– Generalidades:

33) Coordenadas cartográficas

34) Tipo de vegetação

A.2 As plantas como indicadores de drenagem Devido aos habitats que são requeridos por diferentes espécies vegetais, a presença de uma planta específica pode indicar as propriedades de drenagem de um local. Isto é particularmente relevante nos meses de Verão. A presença de plantas que indiquem uma boa drenagem não deverá ser considerada evidência conclusiva de que o local é adequado para um sistema de infiltração, mas como uma confirmação de que se deverão efectuar posteriores avaliações do solo.

Quando as plantas são utilizadas como indicadores de drenagem, a presença de um grupo de espécies diferentes que indiquem um tipo de drenagem específico dá informação mais segura do que a presença de uma única espécie. Também, em geral, quanto mais abundantes forem as espécies presentes, maior será o seu valor indicador.

As mudanças topográficas locais podem causar maiores mudanças no regime de humidade do solo. Para o estudo do local de infiltração é preferível dar-se atenção às plantas que ocupam o terreno actual. Por vezes, haverá situações em que drenos obstruídos ou ressurgências de água acima da inclinação do terreno criem condições para que o solo fique húmido. Os três quadros apresentados neste Anexo são:

– Quadro A.1: Plantas que indicam boas condições de drenagem durante todo o ano;

– Quadro A.2: Plantas que indicam más condições de drenagem durante todo o ano;

– Quadro A.3: Plantas que muitas vezes estão presentes num terreno que poderá estar húmido no Inverno mas seco no Verão.

NOTA: As plantas listadas nos quadros seguintes estão presentes em vários locais da Europa. Contudo, as variações locais do clima e da geologia, e outros factores, produzirão outras espécies em condições similares de drenagem. Cada país poderá modificar as listas de plantas para incluir outras espécies que indiquem condições de drenagem.

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Quadro A.1 – Plantas que indicam boas condições de drenagem durante todo o ano

Nome comum Designação em latim Descrição

Feto do monte Pteris Aquilina

Margarida Bellis perennis Altura de 3 cm a 4 cm Pequenas flores brancas e amarelas no centro. Floração durante todo o Verão

Tasneira Senecio jacobaea

Grandes flores amarelo vivo, com umbelas fechadas. Floração de Junho a Novembro

Cardo rasteiro Cirsium arvense Altura até 90 cm

Cachos de flores violetas/lilás. Floração de Junho a Setembro

Ranúnculo bulboso Ranunculus bulbosus Altura de 40 cm Caule felpudo sem estolhos. A base do caule é inchada em forma de bolbo Flores amarelo vivo de Março a Junho

Erva-coalheira Galium verum Planta rasteira Caules das flores dispostos com pequenas flores amarelas e sementes negras

Campainhas azuis Hyacinchoides non-scripta

Altura de 45 cm a 60 cm Encontram-se nas florestas. Flores azuis de Abril a Maio

Dente-de-leão Taraxacum officinale Da família das margaridas, com flores amarelas de Março a Outubro. Rosetas de flores em forma de dentes de serra traseiros e caules sem folha. Semente característica

Mil-folhas Achillea millefolium O nome da espécie descreve a folhagem fina e plumosa que se parece à dos fetos. As pequenas flores brancas ou rosa estão aglomeradas em umbelas, geralmente fixas a um único caule

Floração de Maio a Novembro

Altura de 15 cm a 90 cm

Cenoura brava Daucus carotus Altura de 15 cm O tubérculo distintivo forma-se no subsolo

Papoila Papaver rhoeas Flores vermelhas com um diâmetro de 50 a 100 mm e com o centro púrpuro-negro. Caules erectos e felpudos Altura de 0,6 m a 0,7 m Floração de Março a Julho

Cicuta Anthriscus sylvestris Planta da família das cenouras frequentemente encontrada à borda das estradas. Com caules furados e folhas em forma de pluma. Altura até 150 cm Flores com umbelas brancas surgem a partir do fim de Maio

Luzerna escura Medicago lupulina Caule muito ramificado, com grande número de pequenas flores amarelas de 4 a 5 mm. Floração de Maio até ao fim do Outono

Altura de 10 cm a 60 cm

(continua)

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Quadro A.1 – Plantas que indicam boas condições de drenagem durante todo o ano (conclusão)

Nome comum Designação em latim Descrição

Primavera Primula veris Altura de 10 cm a 15 cm

Flores com umbelas amarelas surgem entre Maio e Junho

Junco solto Juncus effusus Altura de 60 cm a 120 cm

Molhos densos de flores lisas e refulgentes

Flores castanhas, com vagens de sementes entre o amarelo e o castanho. Floração de Junho a Agosto

Quadro A2 – Plantas que indicam más condições de drenagem durante todo o ano

Nome comum Designação em latim Descrição

Erva ulmeira Filipendula ulmaria Altura de 60 cm a 100 cm Flores com fragrância e de cor creme. Floração no final do Verão

Pão-de-leite Lychnis flos-cuculi Altura de 30 cm a 45 cm Flores rosa vivo dispostas em forma de correias. Floração de Maio a Julho

Cardo palustre Cirsium palustre Altura de 100 cm a 200 cm Flores violetas. Floração de Junho a Setembro

Ranúnculo rasteiro Ranunculus reptans Rebentos rasteiros longos e felpudos que enraízam nos nós

Flores entre o amarelo e o dourado. Floração de Maio a Setembro

Salgueiros (árvores ou arbustos)

Salix Diferentes formas de arbustos e de árvores

Altura compreendida entre 60 cm e 30 m

Junco articulado Juncus articulatus Altura de 20 cm a 80 cm Erecto ou espalhado com folhas verdes e reluzentes Flores negro-castanhas e com vagens. Floração de Junho a Agosto

Salgueirinha Lythrum salicaria Altura de 45 cm a 60 cm Flores rosa magenta dispostas em espirais. Floração de Junho a Agosto

Tasneira-da-água Senecio aquaticus

Lírio amarelo dos pântanos

Iris pseudacorus Altura de 40 cm a 200 cm Desenvolve-se na margem dos ribeiros

Amieiro, por exemplo, amieiro comum

Alnus glutinosa As flores macho (amarelo-verde) e fêmea (vermelhas de pequena dimensão) surgem na Primavera antes das folhas, podendo encontrar-se na mesma árvore. As folhas verde-escuras (que podem atingir cerca de 10 cm de comprimento e 7,5 cm de largura) são dentadas e lisas em cima, com um tufo de pelos nas nervuras por baixo. Os frutos são cachos de cones lenhosos, acastanhados com tons de verde e permanecem na árvore durante o Inverno. As sementes são semelhantes a nozes com asas estreitas de cortiça. Altura até 30 m

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O Quadro A.3 indica plantas que muitas vezes estão presentes num terreno que poderá estar húmido no Inverno mas seco no Verão.

Quadro A.3 – Outras plantas que indicam solos com más condições de drenagem

Nome comum Designação em latim Descrição

Viburnum lantana

Juncus subulifolius (Rush)

Epilobium palustre

Carex (Sedge)

Carriço Carex panicea Altura de 10 cm a 40 cm Carriço rasteiro com flores castanhas/púrpura de Maio a Junho e sementes avermelhadas negras de Julho a Agosto

Mordida do diabo Succisa pratensis Altura de 45 cm Flores azuis lavanda. Floração no final do Verão

Junco curvado Juncus inflexus Altura de 60 cm Caules azul-verde de tufos densos Flores castanho-escuro de Junho a Outubro

Outras plantas que indicam solos que estão húmidos no Inverno e secos no Verão incluem:

Caltha palustris

Polygonum (Knotgrass)

Sambucus

Salix

Alnus glutinosa

Brunnera

Viburnum opulus

Ulex europaelus

Genista

Erica

Centaurea

Festuca spp.

Hypericum calycinum

Pulmonaria angustifolia

Thymus spp. (Tomilho comum)

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A.3 Exemplos de factores locais que influenciam na localização dos sistemas de infiltração

Legenda:

1 nível freático 2 água subterrânea 3 substrato rochoso 4 adequado 5 adequado/ideal 6 não adequado

Figura A.1 – Locais ondulados

A escolha facultativa do local de infiltração baseia-se na topografia e no nível freático.

Legenda:

1 lagoa

Figura A.2 – Locais inclinados

O local A é adequado para infiltração porque distribui a água infiltrada. O local B não é adequado para infiltração porque a água não se irá distribuir, podendo originar uma lagoa.

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Legenda:

1 local de infiltração

2 nível freático inicial

3 nível freático após infiltração

4 secção transversal crítica que origina ressurgência de água

5 água subterrânea

6 substrato rochoso

NOTA: As águas residuais infiltradas emergem da superfície do terreno devido à secção transversal crítica.

Figura A.3 – Locais inclinados com uma secção transversal crítica

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Anexo B

(informativo)

Estudos do solo

B.1 Generalidades A Figura B.1 apresenta um esquema para a determinação dos parâmetros do solo.

Figura B.1 – Organigrama para a determinação dos parâmetros do solo

(Estudo da qualidade do solo)

B.2 Estudo preliminar

B.2.1 Generalidades

Para os sistemas de infiltração de uma casa isolada, o solo na área de infiltração proposta deverá ser examinado em, pelo menos, três locais diferentes. No caso de instalações maiores, o número de sondagens deverá ser aumentado.

Estudo preliminar Inspecção local + furo de prospecção (teste táctil do solo)

Estudo de solos

Estudo secundário (determinação da permeabilidade ou análise granulométrica)

Análise granulométrica Ensaios de percolação

Tubo permeâmetro K

Furo de ensaio Distribuição granulométrica do solo

Carga variável

(KN)

Carga constante

(KC)

LTAR

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Deverá ser feito um estudo preliminar do local (ver o Anexo A) antes de se realizar um furo de prospecção e de se efectuarem análises granulométricas ou ensaios de percolação. A sequência dos estudos está indicada na Figura B.1.

B.2.2 Furo de prospecção

O furo de prospecção, escavado preferencialmente durante o nível freático máximo sazonal, permite:

– determinar o nível freático;

– determinar os perfis do solo com as descrições das texturas;

– realizar ensaios de percolação;

– colher amostras de solo para análise granulométrica, etc.

Legenda:

1 nível proposto para a base do sistema

2 nível freático mais elevado

Figura B.2 – Exemplo de furo de prospecção

A profundidade da sondagem deverá ser de, pelo menos, 1 m abaixo do nível proposto para a base do sistema. Se o nível freático estiver a menos de 1 m abaixo do nível proposto para a base do sistema, considera-se, ou a elevação da base, ou outra alternativa. As condições sazonais deverão ser tidas em consideração aquando da avaliação dos resultados.

B.2.3 Indicação das características do subsolo

Os ensaios expeditos ao subsolo ajudarão no reconhecimento dos tipos de solo.

Quando o subsolo está húmido, esfregar uma amostra entre as palmas das mãos. O Quadro B.1 descreve o resultado do ensaio para cada material constituinte do subsolo.

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Quadro B.1 – Características do subsolo para solo humedecido

Materiais do subsolo Resultado

1. Seixo limpo Não deixa resíduos nas mãos; friável

2. Seixo arenoso, areia Deixa alguns grãos nas mãos; friável

3. Silte Deixa uma fina camada suja; também pode ser detectado ao se esfregar entre os dedos

4. Argila Pegajosa nas mãos, tenaz. Se um sedimento húmido for rolado na palma da mão formará uma bola que pode ser estirada em forma de corda; quanto mais fina a corda se puder tornar, sem se fragmentar, maior será o teor de argila.

Quando o subsolo está seco, tomar uma amostra e esfregar entre as palmas das mãos. O Quadro B.2 descreve o resultado do ensaio para cada material constituinte do subsolo.

Quadro B.2 – Características do subsolo para solo seco

Materiais do subsolo Resultado

1. Seixo limpo Torrões (se formados, podem ser facilmente esmagados na mão)

2. Argila, argila siltosa Formar-se-ão torrões difíceis de esmagar

A relação geral entre os tipos de subsolo e os coeficientes de permeabilidade é indicada no Quadro 1.

Um subsolo bem drenado e bem arejado poderá assumir uma cor acastanhada, amarelada ou avermelhada. Um subsolo pouco drenado ou saturado tem geralmente a cor acinzentada ou azulada. Uma matização castanha ou cinzenta indica geralmente uma saturação periódica. As variações geológicas poderão resultar em cores diferentes.

B.2.4 Diagrama de classificação dos solos

A proporção de argila, de silte e de areia permitem classificar o solo, conforme indicado na Figura B.3. Esta informação poderá ser utilizada para a determinação da adequabilidade do local (ver o Quadro 1).

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Argila Solo franco

Areia fina Seixo arenoso Seixo Calhau

2 µ 20 µ 200 µ 2 mm 20 mm

Legenda:

1 argila 6 franco-arenoso X % argila

2 silte 7 franco Y % silte

3 areia 8 franco-argiloso Z % areia

4 argilo-arenoso 9 franco-argilo-siltoso

5 franco-argilo-arenoso 10 franco-siltoso

EXEMPLO: 50 % de argila, 30 % de areia, 20 % de silte.

Figura B.3 – Exemplo de diagrama de classificação dos solos

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B.3 Estudo secundário

B.3.1 Análise granulométrica (granulometria do solo)

Colher unicamente amostras identificadas de cada camada do solo, ao nível proposto para a base dos sistemas e abaixo. O volume de cada amostra deverá excluir pedras com dimensão superior a 32 mm e deverá ser de aproximadamente 0,5 l (cerca de 1 kg). As amostras deverão ser analisadas e os resultados deverão ser apresentados num diagrama de distribuição granulométrica do solo (ver a Figura B.4).

Legenda:

X tamanho das partículas (mm)

Y peso que passa no peneiro (%)

Figura B.4 – Diagrama da distribuição granulométrica do solo indicando os limites granulométricos aceitáveis (Suécia)

A LTAR poderá ser obtida a partir da Figura B.4. A Figura B.5 explica como utilizar o diagrama da distribuição granulométrica.

Quadro B.1 – Símbolos da Figura B.5

Solo Argila Silte Areia fina Areia grosseira Seixo

Símbolo C S Fs Cs G

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Legenda:

X tamanho das partículas (mm)

Y peso que passa no peneiro (%)

Figura B.5 – Exemplos da utilização das curvas da distribuição granulométrica do solo (Suécia)

B.3.2 Ensaios de percolação

B.3.2.1 Generalidades

A permeabilidade do solo (k ou kN ou kC) é influenciada por:

– o tipo de solo ou de distribuição granulométrica do solo (factor de variação: 105);

– descontinuidades no solo, tais como lentículas de argila, lentículas de areia, cavidades formadas a partir de raízes (factor de variação: 100);

– a compactação relativa do solo (factor de variação: 5);

– o grau de saturação de água (factor de variação: 3).

B0 = muito fino

A0 = muito grosso

AB0 = não adequado

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B.3.2.2 Determinação de k (ensaio com tubo permeâmetro)

B.3.2.2.1 Generalidades

Antes dos ensaios com permeâmetro, é necessário escavar um furo de ensaio (ver B.3.3) ou um furo de prospecção (ver B.2.2).

Deverão ser recolhidas pelo menos três amostras, horizontalmente e/ou verticalmente, a várias profundidades de cada furo de ensaio ou de prospecção.

B.3.2.2.2 Procedimento de amostragem

Os tubos de amostragem (com cerca de 40 mm de diâmetro e 150 mm de comprimento) são utilizados para colher o solo intacto dos furos de ensaio. As amostras são colhidas introduzindo os tubos de amostragem nas paredes ou no fundo do furo de ensaio a uma profundidade de pelo menos 1/3 do comprimento dos tubos. Cada tubo é em seguida extraído com cuidado, fechado e etiquetado. Poderão ser necessárias tampas e protecções para manter as amostras de solo no interior dos tubos.

B.3.2.2.3 Procedimento de ensaio

Utilizar o ensaio com o permeâmetro de carga variável e medir L, Hméd e ∆H, em mm, e T, em s (ver a Figura B.6).

Retirar as tampas e qualquer protecção. Antes da determinação da velocidade de percolação, pode ser necessário colocar um filtro grosso na base de um tubo que contenha solo solto. Medir o comprimento da amostra de solo (L). Colocar o tubo verticalmente num recipiente, com a amostra de solo perto do fundo. Encher o recipiente com água limpa até transbordar, e saturar a amostra com água limpa. Quando estiver saturado, encher o tubo com água limpa até uma carga média (Hméd) de cerca de 120 mm, e registar o tempo necessário (T) para que o nível de água desça 25 mm. Se o tempo (T) exceder 2 h, medir o abaixamento (∆H) e o tempo decorrido (T). Calcular o valor de k utilizando:

Legenda:

L comprimento da amostra de solo [mm] ∆H abaixamento medido quando o tempo (T) excede 2 h Hméd carga média (cerca de 120 mm) [mm] T tempo necessário para que ocorra ∆H [s] a = 86,4 (factor de conversão das unidades para m/d)

Figura B.6 – Ensaio com tubo permeâmetro

Hm

éd.

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Repetir as medições de 2 a 4 vezes se o tempo T medido for inferior a 60 s, e repetir pelo menos uma vez se T for inferior a 300 s.

NOTA: As amostras que contêm vazios poderão conduzir a resultados incorrectos.

Verificar o tipo de solo pelo exame das suas características físicas (ver B.2.3).

B.3.2.3 Determinação de kN (Ensaio de percolação – carga variável)

Escavar um furo de ensaio (ver B.3.3). Caso as paredes do furo sejam lisas, fazer ranhuras nas paredes. Retirar todo o solo solto (ver a Figura B.7). Saturar o solo com água, por exemplo mantendo o furo cheio de água durante 4 h a 24 h. Se a água desaparecer em menos de 10 min, o ensaio pode ser efectuado imediatamente.

O nível de água é ajustado a uma altura de 0,15 m a 0,30 m acima do fundo do furo. Registar o nível de água Hinício [m] no momento de iniciar a medição do tempo. Medir o tempo (T) necessário para que o nível de água desça 25 mm (∆H ) ou o abaixamento ao fim de 15 min, 30 min, 1 h, 2 h e talvez mesmo 4 h. Se toda a água for drenada ao fim de 30 min, medir o tempo necessário para que o nível de água desça 0,10 m.

Legenda:

1 vara de apoio

2 nível proposto para a base do sistema

3 régua

4 nível de água

5 profundidade do furo de ensaio: 0,3 m a 0,5 m

6 Hinício a T = 0

Figura B.7 – Furo do ensaio de percolação de carga variável

Calcular o factor de correcção CN

( ) ( )23início

23N H13,0C =

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onde:

0,13 factor de correcção empírico

Hinício nível de água no início, m

CN factor de correcção

HCH ∆⋅=∆ NN

onde:

∆H abaixamento do nível de água durante T [s]

86400NN ×∆= THk

B.3.2.4 Determinação de kC (Ensaio de percolação – carga constante)

B.3.2.4.1 Generalidades

Escavar um furo de ensaio (ver B.3.3).

B.3.2.4.2 Aparelhos e utensílios

O ensaio de percolação pode ser realizado numa instalação com o seguinte equipamento (ver a Figura B.8):

− um regulador de nível;

− um reservatório de água (cerca de 25 l);

− um tubo de medição graduado (p. ex. uma bureta);

− tubos flexíveis com sistemas de ligação rápida;

− uma haste que permita descer o regulador de nível até ao furo de ensaio.

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Legenda:

1 haste

2 água

3 reservatório de água

4 tubo de medição graduado

5 regulador de nível

Figura B.8 – Exemplo de instalação, ensaio de percolação – carga constante

B.3.2.4.3 Procedimento de ensaio

Os furos de ensaio podem ser escavados utilizando um trado manual.

Se o furo produzido pelo trado apresentar paredes lisas, fazer ranhuras nas paredes. O fundo do furo poderá ser revestido com uma fina camada de seixo.

É necessária uma fase preliminar de saturação do solo durante pelo menos quatro horas. No final desse período de saturação, o regulador de nível é ligado ao tubo de medição graduado. Medir o volume de água introduzido durante um determinado período.

A área da superfície do furo de ensaio até ao nível de carga constante determina-se por medição e cálculo. Podem sugerir-se as seguintes condições experimentais:

– diâmetro do furo: 150 mm;

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– nível de carga constante: 150 mm;

– duração do ensaio: 10 min;

– V: volume de água introduzido (cm3).

Geralmente, o valor de kC pode ser calculado por:

TA

Vk

⋅=C

onde:

V volume de água introduzido, cm³

A superfície de infiltração, m²

T duração do ensaio

Vk ⋅= αC

onde:

α = 8,15 × 10-3 (factor de conversão das unidades para m/d)

B.3.3 Furo de ensaio

Deve-se escavar um furo de ensaio em pelo menos 3 locais diferentes da área de infiltração proposta (ver a Figura B.9).

Para a colheita das amostras de solo e para a realização do ensaio de percolação é efectuado um furo de ensaio pouco profundo, de 0,3 m a 0,5 m de profundidade, na base do sistema de infiltração proposto ou abaixo. Os ensaios fornecerão valores de k que podem ser utilizados para determinar os valores de LTAR.

Legenda:

1 base do sistema de infiltração proposto

2 nível mais elevado do nível freático

Figura B.9 – Exemplo de furo de ensaio

Deverá ter-se o cuidado de evitar a realização dos ensaios durante condições climáticas extremas, tais como chuva intensa, forte geada ou seca.

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Anexo C

(informativo)

Selecção de areias adequadas

C.1 Granulometria da areia Poderão ser seleccionadas areias adequadas para utilização em sistemas de infiltração, a partir dos resultados da análise granulométrica. As Figuras C.1 e C.2 apresentam exemplos de distribuições granulométricas aceitáveis para a areia. A areia não deverá ter calcário.

Legenda:

1 argila UC: coeficiente de uniformidade definido como D60/D10

2 silte D10: tamanho real dos grãos

3 areia D50: tamanho médio dos grãos

4 seixo D60: limite superior do tamanho dos grãos, utilizado para o coeficiente de uniformidade

Figura C.1 – Distribuição granulométrica aceitável para a areia (França)

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Legenda:

X tamanho das partículas (mm)

Y peso que passa no peneiro (%)

Figura C.2 – Distribuição granulométrica aceitável para a areia (Suécia)

A areia muito grosseira poderá conduzir a uma granulometria e a uma saturação medíocres. Quando é possível especificar areia classificada, podem ser utilizadas as seguintes especificações:

tamanho real dos grãos: 0,25 mm < d10 < 0,4 mm;

partículas finas (< 80µm) inferiores a 2,5 % a 3 % em peso;

coeficiente de uniformidade UC: 3 a 6.

(Partículas finas = menos de 3 %)

O tamanho real dos grãos e o teor de partículas finas são factores mais importantes do que o coeficiente de uniformidade na escolha de areia adequada. Uma especificação muito estrita limitará a possibilidade da utilização de areias locais de baixo custo, enquanto uma especificação mais liberal conduzirá a falhas e a reparações onerosas.

Se a areia for lavada e satisfizer os requisitos indicados, os ensaios descritos em C.2 não são necessários.

C.2 Verificação das areias filtrantes

C.2.1 Generalidades

Quando a areia é entregue no local, a sua adequabilidade poderá ser verificada utilizando um dos seguintes ensaios.

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C.2.2 Ensaio num tubo pequeno

C.2.2.1 Generalidades

A areia a ensaiar é introduzida em tubos de amostragem (com cerca de 40 mm de diâmetro e 150 mm de comprimento) até uma altura de pelo menos 1/3 do comprimento do tubo. Para conter a areia, cada tubo é equipado com um filtro grosso na base.

C.2.2.2 Procedimento de ensaio

Utilizar o ensaio com permeâmetro de carga variável e medir L, Hméd e ∆H, em mm, e T, em s (ver a Figura B.8).

Colocar o tubo verticalmente num recipiente, com a amostra de areia perto do fundo. Comprimir com cuidado a amostra de areia no tubo. Medir o comprimento da amostra de areia (L). Encher o recipiente com água limpa até transbordar, e saturar a amostra com água limpa até uma carga média (Hméd) de cerca de 120 mm. Quando a amostra estiver saturada, encher o tubo com água limpa e registar o tempo necessário (T) para que o nível de água desça 25 mm em relação à parte superior do tubo. Repetir as medições pelo menos três vezes a fim de obter valores coerentes.

C.2.2.3 Resultados

Utilizar os valores de L e T da Figura C.3 para verificar se a areia é ou não adequada.

Legenda:

X L Y T 1 muito lento, inaceitável 2 aceitável 3 bom 4 muito rápido, inaceitável

Figura C.3 – Verificação da areia, ensaio num tubo pequeno

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Legenda:

1 água, 500 ml 3 tampão de poliamida

2 tubo de PVC, 100 mm 4 areia em ensaio

5 seixo fino, drenagem livre

Figura C.4 – Ensaio expedito de carga variável de areia

C.2.3 Ensaio de areia

C.2.3.1 Generalidades

Colocar um tubo com 300 mm de comprimento e cerca de 100 mm de diâmetro num leito de seixo fino e encher com a areia a ensaiar até uma altura de 200 mm como indicado na Figura C.4. É importante que a amostra a ensaiar seja representativa, ao invés de lama do fundo ou de uma amostra do topo lavada por água da chuva. A areia deverá ser húmida (a fim de evitar a necessidade de secagem da amostra em estufa que tornaria os ensaios no terreno pouco práticos), mas não molhada, e deverá bater-se levemente no tubo para assegurar que a amostra tenha assentado, mas a areia não deverá ser calcada dentro do tubo. Deverá ser colocada, sobre a superfície da areia, um tampão de poliamida, a fim de reduzir quaisquer perturbações quando a água é adicionada.

Despejar cuidadosamente, para dentro do tubo, dois litros de água limpa da torneira, cerca de meio litro de cada vez, a fim de saturar a areia. Assim que a última porção desta água tenha sido completamente escoada, despejar rapidamente, para dentro do tubo, 0,5 l de água da torneira, mas sem causar muita perturbação na superfície da areia; isso deverá ser feito em cerca de cinco segundos. O tempo para a água embeber é medido desde que se começa a despejar o 0,5 l.

Assim que se tenha completado o embebimento, adicionar outro 0,5 l de água e medir de novo o tempo. Este processo é repetido pelo menos cinco vezes, e calcular o tempo médio.

O tempo obtido com o dispositivo experimental apresentado na Figura C.4 é denominado tempo Tg.

C.2.3.2 Resultados usuais

Utilizar o Quadro C.5 para verificar se a areia é adequada.

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Quadro C.5 – Comparação de areias

Tg (s) Resultados usuais

< 15 Muito rápido, inaceitável

15 a 90 Bom

90 a 120 Aceitável

> 120 Muito lento, inaceitável

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Bibliografia

[1] EN 476 General requirements for components used in discharge pipes, drains and sewers for gravity systems

[2] EN 773 General requirements for components used in hydraulically pressurized discharge pipes, drains and sewers

[3] EN 877 Cast iron pipes and fittings, their joints and accessories for the evacuation of water from buildings – Requirements, test methods and quality assurance

[4] EN 1123 Pipes and fittings of longitudinally welded hot dip galvanised steel pipes with spigot and socket for waste water systems

[5] EN 1124 Pipes and fittings of longitudinally welded stainless steel pipes with spigot and socket for waste water systems

[6] EN 1401-1 Plastics piping systems for non-pressure underground drainage and sewerage – Unplasticized poly(vinyl chloride) (PVC-U) – Part 1: Specifications for pipes, fittings and the system

[7] EN 1852-1 Plastics piping systems for non-pressure underground drainage and sewerage – Polypropylene (PP) – Part 1: Specifications for pipes, fittings and the system

[8] EN ISO 10320 Geotextiles and geotextile-related products – Identification on site (ISO 10320:1999)

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Anexo NA (informativo)

Correspondência entre as normas europeias referidas no presente documento e as normas nacionais

Norma europeia Norma nacional Título

EN 12566-1 NP EN 12566-1:2008 Pequenas instalações de tratamento de águas residuais até 50 PTE – Parte 1: Fossas sépticas prefabricadas

EN ISO 10319 NP EN ISO 10319:2005 Geotêxteis. Ensaio de tracção em tiras largas (ISO 10319:1993)