relatório simulado de preparação para desastres · participação aos envolvidos e oferta de um...
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RELATÓRIO
SIMULADO DE PREPARAÇÃO PARA DESASTRES
Simulado de Preparação para Desastres 1
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Excelentíssima Senhora Dilma Vana Rousseff
MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL
Excelentíssimo Senhor Fernando Bezerra de Souza Coelho
SECRETÁRIO NACIONAL DE DEFESA CIVIL
Excelentíssimo Senhor Humberto de Azevedo Viana Filho
DEPARTAMENTO DE MINIMIZAÇÃO DE DESASTRES
Excelentíssimo Senhor Rafael Schadeck
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Magnífico Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina
Professor Álvaro Toubes Prata, Dr.
Diretor do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina
Professor Edson da Rosa, Dr.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES
Diretor Geral
Professor Antônio Edésio Jungles, Dr.
Diretor Técnico e de Ensino
Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr.
Diretor de Articulação Institucional
Professor Irapuan Paulino Leite, Msc.
EXECUÇÃO DO PROJETO
Coordenação do Projeto
Professor Antônio Edésio Jungles, Dr.
Corpo Técnico
Valter Almerindo dos Santos – CEPED UFSC
Simulado de Preparação para Desastres 2
Marcos de Oliveira, Cel BM – CEPED UFSC
Carlos Alberto de Araújo Gomes, Ten Cel PM – CEPED UFSC
Aldo Baptista Neto, Maj BM – CEPED UFSC
Deise Fidelis – CEPED UFSC
Janaina Rocha Furtado, Msc – CEPED UFSC
Juliana Frandalozo Alves dos Santos – CEPED UFSC
Sarah Marcela Chinchilla Cartagena – CEPED UFSC
Elaboração do Relatório Final
Valter Almerindo dos Santos – CEPED UFSC
Marcos de Oliveira, Cel BM – CEPED UFSC
Carlos Alberto de Araújo Gomes, Ten Cel PM – CEPED UFSC
Aldo Baptista Neto, Maj BM – CEPED UFSC
Deise Fidelis – CEPED UFSC
Janaina Rocha Furtado, Msc – CEPED UFSC
Pedro Paulo de Souza Santos – CEPED UFSC
Simulado de Preparação para Desastres 3
Sumário
1. RESUMO .................................................................................................................... 4
2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 4
3. ETAPAS METODOLÓGICAS ......................................................................................... 4
4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO .................................................................................. 5
5. REALIZAÇÃO .............................................................................................................. 5
6. DESCRIÇÃO DOS SIMULADOS REALIZADOS ............................................................... 6
7. AVALIAÇÃO DOS SIMULADOS DE PREPARAÇÃO PARA DESASTRES ............................ 12
7.1 Primeiro Eixo: Avaliação do Exercício Simulado ................................................... 12
7.2 Segundo Eixo: Avaliação Do Plano De Contingência Utilizado.............................. 27
8. GuIA DE ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE EXERCÍCIOS SIMULADOS DE
PREPARAÇÃO COMUNITÁRIA PARA DESASTRES ............................................................... 31
9. GUIA DE ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS DE CONTINGÊNCIA ......... 38
10. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 42
11. ANEXOS ................................................................................................................ 44
11.1 ANEXO I - Folder De Divulgação ..................................................................... 44
11.2 ANEXO II - Manual De Orientação Para Os Gestores ....................................... 45
Simulado de Preparação para Desastres 4
1. RESUMO
Em parceria com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério da Integração
Nacional, e com o apoio logístico e técnico das Coordenadorias Estaduais de Defesa
Civil de Alagoas, Bahia e Pernambuco e do Centro Universitário de Estudos e
Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina (CEPED UFSC)
as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil de Maceió (AL), Recife (PE) e Salvador
(BA) realizaram o Simulado de Preparação para Desastres (SPD).
O evento aconteceu nos dias 27 e 28 de maio, simultaneamente em cada
município.
2. OBJETIVOS
I. Sensibilizar a sociedade civil residente em área de risco sobre a importância
de medidas preventivas para a redução dos desastres;
II. Consolidar procedimentos e conteúdos para atuação da comunidade e órgãos
envolvidos, em tempo hábil e de forma adequada, no momento da situação
adversa;
III. Preparar campanha em âmbito nacional sobre a importância da capacitação
e mobilização social na prevenção.
3. ETAPAS METODOLÓGICAS
Etapa I – Identificação do Cenário:
Detectar as ameaças do cenário selecionado;
Identificar a comunidade residente na área de risco;
Fazer levantamento das informações dos participantes do curso;
Definir o sistema de alerta a ser utilizado no exercício do Simulado;
Estabelecer as formas de alarme e processo de evacuação da área.
Simulado de Preparação para Desastres 5
Etapa II – Produção e confecção dos produtos:
Carta convite aos participantes (média de 150 pessoas entre representantes
da comunidade e das residências locais);
Material informativo com instruções sobre o Simulado a ser distribuído aos
participantes;
Material de orientação para gestores e observadores;
Elaboração de certificados;
Elaboração de um plano de contingência para a comunidade residente na
área de risco e consolidação do relatório final.
Etapa III – Avaliação e consolidação do Simulado:
Desenvolvimento do relatório final;
Aprovação e consolidação do conteúdo.
4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Alagoas, Bahia e Pernambuco Maio Junho EtapaI- Identificação do Cenário (COMDECs, CEDECs)
Etapa II – Produção e confecção de produtos (SEDEC E CEPED UFSC)
Realização e avaliação dos simulados
Etapa III – Avaliação e Consolidação dos simulados (SEDEC E CEPED UFSC)
5. REALIZAÇÃO
Realização: Coordenadorias Municipais de Defesa Civil de Maceió (AL), Recife (PE) e
Salvador (BA).
Simulado de Preparação para Desastres 6
Apoio logístico e Coordenação: Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da
Integração Nacional e Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil de Alagoas, Bahia
e Pernambuco.
Apoio técnico e relatoria: Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre
Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina (CEPED UFSC).
As etapas I e II foram executadas simultaneamente. A etapa I foi desenvolvida pelas
respectivas Coordenadorias Municipais de Defesa Civil. A etapa II e III foi executada
pela Secretaria Nacional de Defesa Civil e pelo Centro Universitário de Estudos e
Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina (CEPED
UFSC).
6. DESCRIÇÃO DOS SIMULADOS REALIZADOS
Os exercícios simulados foram realizados em três comunidades nos Estados de Alagoas,
Bahia e Pernambuco.
Comunidade do Reginaldo, Maceió, Alagoas;
Comunidade Bosque Real, Salvador, Bahia;
Comunidade Córrego Sargento, Linha do Tiro Recife, Pernambuco.
6.1 Córrego Sargento, Linha do Tiro, Recife, PE
Avaliador: Marcos de Oliveira, Cel BM
Em Recife, o exercício simulado de preparação para desastres foi realizado pela
Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (CODECIR), na pessoa de sua Coordenadora
Municipal, Sra. Keila Ferreira (e-mail: [email protected]).
Inicialmente, os profissionais do CODECIR identificaram uma área no Córrego Sargento,
Linha do Tiro, Recife, PE, para a realização do exercício. Foram identificadas e mapeadas
para participarem da simulação cerca de 60 pessoas, em dois setores da área, a qual possui
24 pontos de risco já devidamente identificados.
O trabalho foi desenvolvido a partir de três mobilizações que serviram para sensibilizar os
moradores da importância da participação no simulado e também orientaram as
comunidades do entorno de que tudo se tratava apenas de uma simulação.
Simulado de Preparação para Desastres 7
Grupos do serviço de engenharia e assistência social e de saúde do CODECIR entregaram
convites de casa em casa e explicaram aos moradores selecionados a metodologia do
simulado.
No dia anterior ao simulado (27 de maio) as equipes do CODECIR retornaram ao Córrego
Sargento para distribuir os kits aos envolvidos (folder de orientação, camiseta e capa de
chuva).
Ainda no período vespertino de 27 de maio (sexta-feira) foi realizada, na Prefeitura do
Recife, uma reunião final de apronte do exercício, com a participação de representações de
todos os órgãos envolvidos, inclusive com a presença do Sr. Humberto Vianna, da Secretaria
Nacional de Defesa Civil.
Por volta das 17h00, do dia 27 de maio, a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco
(CODECIPE) e a Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (CODECIR) receberam um aviso
de alerta de chuvas fortes, através de fax, oriundo do Centro Nacional de Gerenciamento de
Riscos e Desastres (CENAD), da Secretaria Nacional de Defesa Civil (SEDEC), o que marcou
o início da operação simulada.
Os profissionais do CODECIR retransmitiram o aviso (simulado) de alerta de chuvas intensas
na região e risco de inundação e deslizamentos na área de risco através de mensagens via
celular (torpedo SMS). Foi a primeira vez que tal metodologia de comunicação de risco foi
utilizada pelo CODECIR.
No dia seguinte, os envolvidos reuniram-se a partir das 08h00, num ponto de encontro
próximo ao Córrego Sargento, na Avenida Norte, n° 5.600, na Praça do Trabalho. De lá,
deslocaram para a área de risco, a fim de iniciarem a simulação de abandono das casas e
deslocamento até uma área segura.
No local, o CODECIR atuou com dois grupos de trabalho, sendo um grupo de remoção (que
passava de casa em casa para informar sobre a necessidade da saída das casas) e um
grupo de informação (posicionado ao longo do caminho de escape para apoiar o
deslocamento até a área de reunião onde estava posicionado um ônibus que iria deslocar
os participantes até o local do abrigo).
Dentro do ônibus uma equipe de assistência social do CODECIR confirmava a presença dos
selecionados, de acordo com um cadastro prévio.
Foi providenciado, com apoio de equipes da Guarda Municipal, um serviço de segurança
patrimonial, para evitar qualquer problema nas residências selecionadas (essas equipes
Simulado de Preparação para Desastres 8
permaneceram realizando a segurança da área de risco durante todo o tempo do
simulado).
Às 10h00, do dia 28 de maio, as pessoas selecionadas já estavam no ônibus posicionado no
ponto de concentração e iniciaram seu deslocamento para o local do abrigo da CODECIR.
O abrigo escolhido ficava posicionado a cerca de 30 minutos do Córrego Sargento e era um
dos dois abrigos oficiais organizados pela Prefeitura do Recife.
Ao chegar ao abrigo, as pessoas foram acolhidas por equipes do Instituto de Assistência
Social (IASC) que realizaram o registro/cadastro das famílias com fichas de identificação de
perfil já padronizadas. Receberam também um kit de higiene e foram dispostas no abrigo
sem a assinatura de um contrato formal de convivência (situação que normalmente é
realizada em situações reais).
Em seguida, foi realizada uma palestra de orientação sobre como agir em situações de
emergência, como prevenir acidentes e como portar-se dentro dos abrigos.
A palavra foi utilizada por autoridades locais que agradeceram a participação de todos e
reforçaram a importância de exercícios dessa natureza, com destaque para a presença do
Secretário Nacional de Defesa Civil e do prefeito Municipal, Sr. João da Costa.
A finalização do exercício deu-se por volta das 12h00, com a distribuição de certificados de
participação aos envolvidos e oferta de um almoço (foi distribuída uma marmita preparada
na cozinha comunitária do abrigo).
Os participantes receberam também um kit de limpeza e gêneros alimentícios antes de
retornarem para suas casas.
6.2 Bosque Real, Salvador – BA
Avaliador: Aldo Baptista Neto, Maj. BM
Em Salvador, o exercício simulado de preparação para desastres foi realizado pela
Coordenadoria de Defesa Civil de Salvador (CODESAL), na pessoa de seu coordenador
municipal.
Inicialmente, os profissionais do CODESAL identificaram uma área no Bosque Real,
Salvador, BA, para a realização do exercício. Foram identificadas e mapeadas para
participarem da simulação cerca de 60 pessoas, em três setores da área.
Simulado de Preparação para Desastres 9
O trabalho foi desenvolvido a partir de algumas visitas no local para sensibilização e convite
aos moradores para participarem.
Grupos do NUDEC do bairro e profissionais da CODESAL entregaram convites de casa em
casa e explicaram aos moradores selecionados a metodologia do simulado.
No dia anterior ao simulado (27 de maio) as equipes do CODESAL retornaram ao local,
acompanhados de dois profissionais de engenharia e geologia (voluntários), fizeram
avaliação de risco nas residências e foi colado adesivo da CODESAL para identificar as
edificações participantes e que deveriam ser evacuadas para garantir a segurança dos
moradores.
Ainda no período vespertino de 27 de maio (sexta-feira) foi realizada na sede da CODESAL,
uma reunião final de apronte do exercício, com a apresentação aos membros avaliadores
da metodologia aplicada e dos órgãos participantes.
Por volta das 16h00, do dia 27 de Maio, a Coordenadoria de Defesa Civil de Salvador e
seus membros voluntários após receberem um aviso de alerta de chuvas fortes, através de
email, oriundo do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), da
Secretaria Nacional de Defesa Civil (SEDEC), se dirigiram para a localidade de Bosque Real,
para com carro de som comunicar a comunidade do aviso de chuvas intensas e para
realizar as vistorias nas residências de risco.
No dia seguinte, os envolvidos reuniram-se a partir das 07h00, na sede da CODESAL e se
deslocaram para a área de risco, a fim de iniciarem a simulação de abandono das casas e
deslocamento até uma área segura, e cronologicamente começaram a operação como
segue:
07h00: A equipe de Evacuação e de Apoio desloca-se para a área. É recebida pelos
representantes do NUDEC local, e inicia-se a montagem das estruturas de apoio e
sinalização. Três equipes percorrem os acessos com pontos críticos, identificados com o
adesivo da defesa Civil, e identificados pelo mapeamento de risco do dia anterior, e
informam a necessidade de evacuação dos imóveis. Os moradores são encaminhados para
o ponto de encontro com a ficha de Atendimento social, como nome e número de
moradores.
08h00: Os técnicos da CODESAL iniciam as ações relativas a avaliação dos imóveis,
ameaças e riscos, de acordo com as orientações descritas nos procedimentos. Orientação
para os moradores, comunicação com bombeiros e guarda municipal, para o auxilio da
Simulado de Preparação para Desastres 10
retirada de moradores, inclusive daqueles com necessidades especiais. Megafones foram
utilizados para alertar os moradores das áreas de risco, sobre áreas a serem evacuadas, uso
das rotas de fuga, pontos de encontro e embarque nos ônibus.
10h00: Varredura das áreas identificadas. Verificar que a área está totalmente evacuada.
Após a confirmação de abandono, a estrutura foi desmontada, e foram realizados os
agradecimentos às instituições participantes.
11h00: Recebimento dos moradores na escola Novo Marotinho, cerca de 1 km distante da
localidade original do exercício. Triagem dos moradores. Palestra de informação,
atendimento feito pelos coordenadores do abrigo, recreação para as crianças e almoço para
todos. Desmobilização da estrutura e retorno dos moradores para a localidade.
6.3 Vale do Reginaldo – Maceió - Alagoas
Avaliadora: Deise Fidelis, Geógrafa, instrutora de SCO.
Em Alagoas, o exercício simulado de preparação para desastres foi realizado pela
Coordenadoria de Defesa Civil de Maceió.
Inicialmente, os profissionais da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil
identificaram uma área no Bairro Poço, Vale do Reginaldo, AL, para a realização do
exercício. Foram identificadas e mapeadas para participarem da simulação cerca de
50 pessoas.
O trabalho foi desenvolvido a partir de visitas ao local para convidar e sensibilizar os
moradores para participarem do simulado, bem como para orientá-los quanto ao
seu papel durante todo o evento.
Na manhã do dia 27 de maio, sexta-feira, foi realizada uma reunião, no auditório
da Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU), que
definiu os últimos detalhes para o primeiro simulado de prevenção a desastre, com
a participação de representações de todos os órgãos envolvidos, inclusive com a
presença do Prefeito Cícero Almeida.
No final deste mesmo dia, a Coordenadoria de Defesa Civil de Maceió simulou o
recebimento de um aviso de alerta de chuvas fortes oriundo do Centro Nacional de
Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), da Secretaria Nacional de Defesa
Simulado de Preparação para Desastres 11
Civil (SEDEC), a partir daí foram acionados alarmes nas áreas de risco, informando
os líderes comunitários.
No dia seguinte, 28 de maio, os envolvidos reuniram-se, a partir das 08h00, no
ponto inicial do simulado, a fim de iniciarem a simulação de abandono das casas e
deslocamento até uma área segura, e cronologicamente começaram a operação
como segue:
08h45 - Os organizadores do simulado usam um megafone que estava acoplado a
um ”carrinho” de venda de frutas para dar início ao exercício.
09h00 - Início do simulado com o uso de um alerta sonoro (buzina de ar
comprimido), despertando a atenção dos moradores e informando-os da
necessidade de uma evacuação da área de risco. A comunidade após ouvir o alarme
sonoro, ciente de seu significado e ciente também da rota de fuga segue
rapidamente com a orientação de técnicos da Coordenadoria Municipal de Defesa
Civil até aos ônibus.
09h15 - Bombeiros resgatam uma vítima que caiu no canal do riacho Salgadinho,
que corta a região. Simultaneamente socorrem uma pessoa em uma das casas, com
parada cardíaca.
09h30 - Os ônibus seguem para o abrigo após terem ficado impedidos de passar,
por alguns minutos, por uma ambulância do SAMU que fechou o único acesso, isso
ocorreu devido a um desencontro quanto ao acionamento dessa agência.
09h40 - Verificação que a área está totalmente evacuada, em seguida ocorreu o
isolamento dos acessos a áreas de risco.
10h00 - Recebimento dos moradores no abrigo montado no Centro de Referência
de Assistência Social (CRAS) do Vale do Reginaldo, junto da Igreja da comunidade,
seguido do registro das famílias de acordo com o cadastro prévio.
10h15 – Servido um lanche a todos os participantes.
10h30 – Exibição de um filme curto sobre emergências, seguida de palestra de
sensibilização sobre a importância de preparação para situações críticas.
Simulado de Preparação para Desastres 12
11h15 – Entrega de certificado de participação do simulado, seguido de
agradecimentos feitos pelos representantes das agências participantes e pelos
líderes da comunidade.
12h00 – Entrega de um kit de gêneros alimentícios e, em seguida, a desmobilização
da comunidade.
7. AVALIAÇÃO DOS SIMULADOS DE PREPARAÇÃO PARA DESASTRES
A avaliação dos simulados foi realizada tanto pelo nível local, responsável pela organização
e execução do evento, como pelos avaliadores do Centro Universitário de Estudos e
Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina ( CEPED UFSC), sendo
que os resultados serão discutidos e consolidados em uma oficina de trabalho a ser
realizada em Brasília, no mês de junho de 2011.
Este relatório apresenta a avaliação técnica realizada pelos profissionais do Centro
Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, CEPED UFSC. O foco da avaliação foi
orientado por dois eixos principais: primeiro, a realização do exercício em si e, segundo, o
plano de contingência utilizado. Em cada eixo, abordaram-se os aspectos específicos de
cada município e, ao final, foi feita uma avaliação geral.
O objetivo da avaliação é subsidiar a construção de um guia de orientações para a
organização de simulados de preparação comunitária para desastres e um guia para
elaboração de planos de contingência, aplicáveis à ampliação dessas ações em nível
nacional.
7.1 Primeiro Eixo: Avaliação do Exercício Simulado
Quanto Ao Envolvimento Das Coordenadorias Municipais E Estaduais De Defesa Civil
Recife, PE –
Foi observado um ótimo entrosamento entre a Coordenadoria de Defesa Civil de
Pernambuco (CODECIPE), representada pelo Maj. Cássio e a Coordenadoria de Defesa Civil
Simulado de Preparação para Desastres 13
do Recife (CODECIR), representada pela Sra. Keila. Todo o planejamento e execução do SPD
foram desenvolvidos pelo CODECIR, com apoio e acompanhamento do CODECIPE.
Salvador, BA -
Em todas as etapas do planejamento, preparação e execução do simulado houve a
participação efetiva de diversos órgãos, governamentais e não governamentais, com ênfase
para o entrosamento entre a CODESAL, responsável pela coordenação do exercício, e a
Defesa Civil Estadual. Uma matriz de responsabilidade foi preparada definindo o papel de
cada instituição.
Maceió, AL –
O simulado foi diretamente coordenado pela Defesa Civil Municipal com o apoio
constante da Defesa Civil Estadual. A execução propriamente dita foi orientada pelo
assessor técnico da COMDEC, Sr. Paulo Noronha, que deu início aos trabalhos e
acompanhou todo o evento.
Quanto À Participação De Entidades Parceiras
Recife, PE –
Apesar do planejamento e execução do SPD ter sido desenvolvido pelo CODECIR, percebeu-
se que as diversas etapas do processo tiveram a participação de entidades parceiras, com
destaque para a Guarda Municipal de Recife, o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco,
o SAMU de Recife, várias Secretarias da Prefeitura do Recife (URB, CSURB, EMLURB, Dircon,
IASC, SCDUO), a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (CODECIPE), entre outros.
Salvador, BA -
Além da própria Coordenadoria de Defesa Civil de Salvador (CODESAL) e da
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil da Bahia, participaram do planejamento,
preparação e execução do Simulado no nível local, como órgãos do Sistema Municipal de
Defesa Civil (SMDC): Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal do Trabalho,
Assistência Social e Direitos do Cidadão, Corpo de Bombeiros da Bahia, Polícia Militar,
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência- Samu, Brigada São Salvador e Nudec de
Bosque Real. As atribuições e responsabilidades foram estabelecidas em reuniões de
Simulado de Preparação para Desastres 14
preparação e consolidadas em um planejamento único, que foi cumprido de forma
adequada tanto na preparação quanto na execução do exercício.
Maceió, AL -
Durante o evento houve participação de diversas entidades que trabalhavam
simultaneamente, porém sem uma comunicação clara entre elas. Cada agência executava
suas funções de forma isolada, com alguns tropeços, devido a uma ausência de um
documento concreto que estabelecesse as participações e forma que ocorreria o simulado.
Quanto À Mobilização Da Comunidade
Recife, PE –
A comunidade do Córrego Sargento, Linha do Tiro, Recife, PE, foi identificada pelos
profissionais do CODECIR por apresentar um perfil adequado ao interesse do exercício
simulado. Foram identificadas e mapeadas para participarem da simulação cerca de 60
pessoas, em dois setores da área, a qual possui 24 pontos de risco já devidamente
identificados. De acordo com as informações colhidas junto ao CODECIR, o trabalho de
sensibilização da comunidade foi desenvolvido a partir de 3 mobilizações que serviram para
convidar e explicar aos moradores sobre a importância da participação no simulado e
também para orientar as pessoas do entorno da comunidade escolhida de que tudo se
tratava apenas de uma simulação, para evitar qualquer problema. Grupos do serviço de
engenharia e assistência social e de saúde do CODECIR entregaram convites de casa em
casa e explicaram aos moradores selecionados a metodologia do simulado.
Salvador, BA –
Durante a preparação da atividade, a partir do Plano de Contingência para Chuvas, já
existente para Salvador, técnicos da CODESAL selecionaram a área de risco denominada
Bosque Real, no Bairro 7 de abril, para a realização do exercício. Nessa comunidade, foram
identificadas e mapeadas para participarem da simulação cerca de 60 pessoas, em três
setores da área.
O contato com os líderes comunitários da comunidade selecionada foi o primeiro passo
para a mobilização, utilizando como referência o NUDEC de Bosque Real que já existia e
possuía atuação efetiva na área selecionada. A partir de visitas domiciliares, ocorreu a
Simulado de Preparação para Desastres 15
sensibilização e convite aos moradores para participar, com a entrega de convites de casa
em casa esclarecendo os objetivos e a importância do simulado. Uma equipe com
experiência no campo de mobilização social foi formada, e utilizou recursos de comunicação
(faixas, cartazes, carro de som, panfletos, autofalante, megafone). O resultado foi muito
positivo, com a participação efetiva da comunidade para orientar a população.
Maceió, AL -
Observou-se um bom trabalho de identificação das lideranças, quando da mobilização dos
participantes. Porém, a preparação delas poderia ter sido mais intensa, para capacitá-las e
torná-las mais úteis no compartilhamento de mais algumas ações, enriquecendo mais ainda
o simulado.
Quanto à Sequência de Eventos
Recife, PE –
A sequência de atividades planejadas e desenvolvidas pelo CODECIR seguiu as
recomendações do Manual de Orientação para Gestores, a partir das seguintes tarefas
básicas:
Identificação de uma comunidade de risco para participação no simulado (até 16/05)
Entrega do convite para a comunidade selecionada (mobilização comunitária – até
20/05)
Distribuição de um kit de casa em casa para os participantes (folder de orientação,
camiseta e capa de chuva) e cadastramento das famílias participantes (até 26/05)
A Secretaria Nacional de Defesa Civil vai emitir um aviso simulado de alerta, através
da CENAD, para a Coordenadoria Estadual e Municipal de Defesa Civil, em função
de chuvas intensas na região e risco de inundação e deslizamentos na área de risco.
Depois, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil emitirá um alerta simulado de
risco para a comunidade selecionada, através de torpedo SMS via celular (em
27/05).
A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil emite para a comunidade selecionada
um alarme simulado (não real) de evacuação, através de visita de casa em casa
(09h00 do dia 28/05).
Simulado de Preparação para Desastres 16
Profissionais da Defesa Civil e autoridades locais auxiliam a comunidade no processo
de evacuação (saída das casas e deslocamento até o ponto de concentração – até às
10h00 do dia 28/05).
Profissionais da Defesa Civil e autoridades locais, utilizando ônibus, transportam as
pessoas do ponto de concentração até a área de abrigo (área segura).
Credenciamento das pessoas da comunidade na área de abrigo pelos profissionais
da Defesa Civil e autoridades locais.
Realização de uma palestra de orientação (até às 11h30 do dia 28/05).
Agradecimento e oferta de um almoço pelos organizadores e encerramento do
exercício simulado (12h do dia 28/05), seguido do retorno das pessoas à
comunidade.
As responsabilidades do SPD foram distribuídas entre os profissionais do CODECIR e
entidades parceiras e cumpridas a contento, sem a observação de falhas ou problemas de
alteração no planejamento original.
Salvador, BA -
Para a preparação do simulado foram desenvolvidas as seguintes atividades pela CODESAL:
Realização de reuniões com a participação de gestores e técnicos das organizações
que promoverão o simulado: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, Secretaria
Nacional de Defesa Civil e Defesa Civil de Salvador.
Realização de reuniões da Comissão Organizadora e técnicos da Defesa Civil de
Salvador, especialmente com os Setores de Ação Preventiva e de Ações Educativas e
Articulação Comunitária para a escolha da área de risco em que será desenvolvida a
atividade proposta.
Elaboração de diagnóstico físico e social da comunidade selecionada: Bosque Real -
Sete de Abril, que possui alto número de solicitações, com ameaças de deslizamento
de terra e alagamento, registrada no Sistema de Gestão de Defesa Civil.
Definição de abrangência territorial da ação, número de habitações e moradores
envolvidos. Mapeamento da área do simulado, com indicação de rota de fuga e
abrigamento para 200 (duzentas) pessoas.
Definição de responsabilidades institucionais de cada técnico/órgão nas atividades.
Realização de reuniões e encaminhamento de ofícios e e-mails para os órgãos
setoriais e de apoio a fim de informar sobre a atividade em questão e discutir as
Simulado de Preparação para Desastres 17
atribuições de cada um deles, antes, durante e após o simulado. Serão convocados
os seguintes órgãos: Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal do
Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão, Corpo de Bombeiros da Bahia,
Polícia Militar, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência- Samu, Brigada São
Salvador e Nudec de Bosque Real.
Contato com os líderes comunitários da comunidade selecionada.
Mobilização, visando garantir a participação dos moradores durante toda a
atividade, especialmente no momento em que a Defesa Civil realizará o processo de
evacuação da área em direção ao local seguro, de abrigamento.
Formação de uma equipe com experiência no campo de mobilização social, que
utilizou recursos de comunicação (faixas, cartazes, carro de som, panfletos,
autofalante, megafone) e implementará um Sistema de Alerta e Alarme para orientar
a população.
Mobilização da logística necessária à realização da atividade.
Informação prévia a cada participante sobre o modo e a forma como se dará a sua
participação, através de visitas domiciliares, distribuição de material de divulgação e
palestra às lideranças.
As responsabilidades do SPD foram distribuídas entre os profissionais da CODESAL e
entidades parceiras, e cumpridas a contento, sem a observação de falhas ou problemas de
alteração no planejamento original.
Maceió, AL -
Foram desenvolvidas as seguintes ações:
Realização de reuniões da Comissão Organizadora e técnica da Defesa Civil;
Mobilização da logística necessária à realização da atividade.
Identificação de uma comunidade de risco para participação no simulado;
Contato com os líderes comunitários da comunidade selecionada.
Mobilização comunitária por meio da entrega do convite para a comunidade
selecionada.
Distribuição, de casa em casa, de um kit para os participantes (folder de orientação,
camiseta e capa de chuva) e cadastramento prévio das famílias.
Simulado de Preparação para Desastres 18
Aviso simulado de alerta de chuvas intensas na região dado pela Secretaria Nacional
de Defesa Civil através do CENAD, para a Coordenadoria Estadual e Municipal de
Defesa Civil. Emissão de alerta simulado de risco para a comunidade.
No dia seguinte (28/06), a Defesa Civil do Município emitiu para a comunidade um
alarme simulado de evacuação através de buzina.
Transporte de ônibus da comunidade ao abrigo.
Socorro a duas vítimas (desastres secundários).
Cadastramento das pessoas abrigadas pelas assistentes sociais.
Realização de palestra de orientação.
Desmobilização da comunidade.
As responsabilidades do SPD foram distribuídas entre os profissionais da Defesa Civil e
entidades parceiras. Em geral, foram atendidas a contento. Houve, porém, contratempos
com relação à ordem das ocorrências devido à falta de treinamento específico entre as
agências e à ausência de um plano de operações para nortear os participantes.
Quanto Ao Comando De Operações
Recife, PE -
Não foi utilizado o modelo de gestão do SCO para coordenar as ações do simulado.
Salvador, BA –
Em Salvador, a CODESAL utilizou alguns instrumentos do SCO para a coordenação do
exercício, como a assunção formal do comando, a utilização de um Posto de Comando
Único, a implementação do Comando Unificado, a integração das comunicações, dos
recursos, das informações e dos contatos com a mídia, entre outros.
Na implementação do Posto de Comando, foi observado que um controle mais rigoroso do
acesso à instalação teria reduzido a interferência externa sobre os coordenadores,
principalmente da mídia e de convidados, permitindo uma atuação mais tranquila.
Simulado de Preparação para Desastres 19
Maceió, AL –
As ações foram comandadas por uma única agência, pela Defesa Civil do Município. As
demais agências seguiram suas atividades de forma isolada, ou seja, não havia uma forma
clara de comando e controle na situação critica. O estabelecimento de um comando
unificado organizaria as ações, com um maior controle dos objetivos, além de compartilhar
responsabilidades.
Quanto Ao Tempo E Forma De Deslocamento Das Pessoas
Recife, PE –
As pessoas selecionadas para participarem do SPD iniciaram o abandono das casas e
deslocamento até uma área segura (abrigo) dentro dos horários planejados pelo CODECIR.
A partir das 08h00, do dia 28 de maio de 2011, as equipes do CODECIR, divididas em dois
grupos de trabalho, iniciaram a evacuação; o grupo de remoção (que passava de casa em
casa para informar sobre a necessidade da saída das casas) e o grupo de informação
(posicionado ao longo do caminho de escape para apoiar o deslocamento até a área de
reunião, onde estava posicionado um ônibus que iria deslocar os participantes até o local
do abrigo). Tudo transcorreu com tranquilidade e não foi observada nenhuma
inconformidade. Destaca-se como ponto positivo, desta atividade, a disposição de equipes
da Guarda Municipal para a execução do serviço de segurança patrimonial das casas
desocupadas, durante todo o exercício, para evitar qualquer problema nas residências
selecionadas (essas equipes permaneceram realizando a segurança da área de risco
durante todo o tempo do simulado).
Salvador, BA -
O terreno do cenário escolhido para a realização do exercício simulado em Salvador, na
comunidade Bosque Real, era bastante desafiador pelas dificuldades de acesso às
residências em maior risco. Entretanto, a preparação prévia contribuiu para que o
abandono do local ocorresse de forma segura e ordenada, em tempo adequado ao risco
identificado e compatível com o planejamento realizado. Durante o alerta à comunidade e
abordagem às residências previamente identificadas houve a colaboração de diversos
órgãos e organizações, muitas voluntárias, o que reduziu o tempo de abandono e preservou
a segurança das pessoas durante o deslocamento a pé pelas rotas de fuga até os pontos de
Simulado de Preparação para Desastres 20
encontro. O deslocamento através de ônibus foi adequado, seguro e confortável,
organizado e conduzido de forma profissional e controlada. Detalhes, como a presença da
Guarda Municipal, para a guarda patrimonial das residências abandonadas, e do SAMU,
para atendimento a problemas de saúde durante o processo de abandono, foram muito
bem planejados e executados, assim como a retirada de um portador de necessidade
especial, cadeirante, por equipes do Corpo de Bombeiros.
Maceió, AL -
O deslocamento ocorreu de forma organizada e foi possível perceber que a comunidade
havia sido bem orientada. As pessoas seguiram a rota de fuga estabelecida e a sequência
das ações, de acordo com o planejado. Chegaram até o veículo (ônibus) que os transportou
até o abrigo, com um pequeno atraso, pois a única via de acesso, devido a um equívoco
quanto ao momento de mobilização do SAMU, acabou sendo interrompida, por alguns
minutos, por este.
Quanto Às Atividades Desenvolvidas Nos Abrigos
Recife, PE –
O abrigo escolhido ficava posicionado a cerca de 30 minutos do Córrego Sargento e era um
dos dois abrigos oficiais organizados pela Prefeitura do Recife. Ao chegar ao abrigo, as
pessoas foram acolhidas por equipes do Instituto de Assistência Social (IASC) que realizaram
o registro/cadastro das famílias com fichas de identificação de perfil já padronizadas. Essas
pessoas receberam também um kit de higiene e foram dispostas no abrigo sem a assinatura
de um contrato formal de convivência (situação que normalmente é realizada em situações
reais). As crianças foram deslocadas para uma área de recreação e permaneceram
brincando e participando de atividades recreativas durante as palestras, só retornando ao
convívio do grupo na hora do almoço. O abrigo era pequeno e foi escolhido porque estava
desocupado e em boas condições de abrigamento. O exercício simulou a forma como
normalmente são ativados os abrigos e como normalmente as pessoas deslocadas são
recepcionadas e abrigadas em situação real, inclusive com a participação dos atores que
realmente atuam nessas situações.
Simulado de Preparação para Desastres 21
Salvador, BA –
O abrigo foi instalado em um estabelecimento escolar do município, que foi
adequadamente preparado para receber e acolher a população removida. No pavimento
térreo foram disponibilizados serviços públicos e atividades educativas, com o envolvimento
de órgãos da Prefeitura Municipal de Salvador e, no pavimento superior, atividades lúdicas
e educativas para as crianças. Após as palestras, que ocorreram conforme planejadas, uma
refeição de excelente qualidade foi fornecida aos participantes que, ainda receberam
material educativo sobre a redução de riscos de desastres, antes de retornarem às suas
comunidades. Também no abrigo foi evidente a integração e articulação entre os órgãos e
instituições envolvidas.
Maceió, AL -
A comunidade foi recebida no abrigo, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)
Vale do Reginaldo, junto da Igreja da comunidade, por uma equipe de assistentes sociais,
que tinham em mãos um cadastro prévio, facilitando o atendimento a cada família que ali
chegava.
Um lanche foi oferecido à comunidade tão logo esta chegou ao abrigo e em seguida houve
a apresentação de um filme sobre salvamento, resgate, etc.
Uma palestra foi proferida pelo Coordenador Municipal de Defesa Civil, Coronel Antônio
Campos de Almeida, reforçando a importância desses eventos para a preparação da
comunidade para enfrentar situações críticas.
Após a palestra, algumas palavras foram dadas pelos lideres da comunidade e pelos
representantes das organizações ali presentes, agradecendo a execução do simulado e
ratificando a importância deste evento para a sociedade.
Quanto Ao Fechamento Das Atividades
Recife, PE –
Após o acolhimento das famílias no abrigo, foi realizada uma palestra orientando sobre
como agir em situações de emergência, como prevenir acidentes e como se portar dentro
dos abrigos. A palavra foi utilizada por autoridades locais que agradeceram a participação
de todos e reforçaram a importância de exercícios dessa natureza, com destaque para a
presença do Secretário Nacional de Defesa Civil e do Prefeito Municipal, Sr. João da Costa.
Simulado de Preparação para Desastres 22
A finalização do exercício deu-se por volta das 12h00, com a distribuição de certificados de
participação aos envolvidos e oferta de um almoço (foi distribuída uma marmita preparada
na cozinha comunitária do abrigo). Os participantes receberam também um kit de limpeza e
gêneros alimentícios antes de retornarem para suas casas.
Salvador, BA -
Após as palestras de orientação, o fechamento ocorreu de forma ordenada, e, após o
almoço oferecido aos participantes, foi dada a oportunidade para que a organização e as
lideranças comunitárias se manifestassem. Os serviços oferecidos no abrigo permaneceram
disponíveis no período da tarde, fazendo com que outras pessoas da comunidade também
tivessem acesso às informações relacionadas ao simulado. Antes de retornarem às suas
residências os participantes da comunidade receberam os certificados de participação e as
camisetas do evento.
Maceió, AL -
Houve a entrega do certificado de participação no simulado a apenas alguns representantes
da comunidade (voluntários das encenações de eventos secundários – parada cardíaca,
queda de nível, afogamento, etc.); deixando claro que os demais também o receberiam das
mãos dos lideres comunitários durante a semana que se seguiria, devido ao grande número
de participantes e o adiantado da hora.
Quanto À Avaliação Do Processo
Recife, PE-
De forma geral, o exercício simulado foi muito bom, com a participação de diferentes
entidades parceiras, bem coordenado e em conformidade com o que havia sido planejado,
de acordo com as orientações da SEDEC-MI.
Não foi percebida nenhuma resistência da comunidade durante a saída das casas, pois os
envolvidos estavam bem orientados e motivados para participar do exercício.
Destaca-se ainda a ótima cobertura da imprensa local que acompanhou todo o exercício.
Simulado de Preparação para Desastres 23
Todas as etapas da preparação do exercício foram bem planejadas e executadas pelas
equipes do CODECIR, com amplo apoio de outros órgãos correlatos (Guarda Municipal,
Corpo de Bombeiros, SAMU, Secretarias da prefeitura do Recife, Coordenadoria de Defesa
Civil de Pernambuco (CODECIPE)), etc.
O exercício foi executado de acordo com seu planejamento e no tempo previsto, sem
nenhuma alteração observada que pudesse comprometer a operação.
Vários representantes de outras organizações de defesa civil acompanharam o exercício na
qualidade de observadores (Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará).
Os envolvidos estavam todos identificados com as camisetas do SPD, da SEDEC.
Destaca-se ainda que o almoço oferecido aos envolvidos foi preparado na cozinha
comunitária do próprio abrigo e respeitou um cardápio apropriado aos participantes.
Ficou evidenciado que todos os envolvidos, especialmente os profissionais do CODECIR,
estavam muito empolgados e participaram de todo o exercício de forma muito atenciosa e
dedicada.
Registre-se finalmente que não houve participação da Polícia Militar de Pernambuco no
evento (por solicitação da própria comunidade).
Salvador, BA -
A avaliação do evento é extremamente positiva. As atividades de planejamento e
preparação ocorreram de forma consistente e ordenada, resultando em um documento
formal para o estabelecimento de atribuições e responsabilidades que foi efetivamente
seguido.
A implementação ocorreu conforme o planejamento, e pudemos observar que todos os
membros participaram de forma verdadeira, desejando o sucesso do evento e do processo.
Os vários órgãos e instituições envolvidos atuaram de forma coordenada e cooperativa, no
âmbito de suas competências, dando indicações de que o planejamento realizado foi
realista e factível.
O plano de contingência elaborado e utilizado mostrou-se adequado e exequível, quando
testado no simulado de campo.
A mídia deu ampla cobertura ao evento, abordando as questões relacionadas à importância
da prevenção e preparação para desastres, de forma educativa e positiva.
Simulado de Preparação para Desastres 24
Com o auxílio das lideranças previamente identificadas e as redes existentes para mobilizar
as pessoas residentes na área de risco, garantiu-se um mínimo de transtorno quando da
realização do exercício, respeitando a população envolvida.
Finalmente, houve consenso entre todos os atores envolvidos, no sentido de que o exercício
foi útil, adequado e relevante, devendo ser repetido nas demais comunidades localizadas
em áreas de risco.
Maceió, AL -
A avaliação ocorreu durante todo o processo, porém a falta de uma ferramenta para que no
final das ações fosse captada a opinião sobre o resultado do simulado, tanto para a
comunidade, quanto para as equipes das agências envolvidas, foi uma perda de informação
que deve ser pensada para as próximas ocasiões.
Avaliação Geral do Exercício Simulado – Primeiro Eixo
Articulação institucional
As Coordenadorias Municipais de Defesa Civil foram, desde o início, favoráveis à
realização do simulado de preparação da comunidade, proposto pela Secretaria
Nacional de Defesa Civil (SEDEC), demonstrando receptividade para com as
equipes mobilizadas pelo Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre
Desastres da universidade Federal de Santa Catarina (CEPED UFSC).
Em todas as fases do evento - planejamento, preparação e implementação –
foram estimuladas a ampla participação de órgãos e instituições do sistema de
defesa civil.
A articulação institucional contemplou a intersetorialidade e a
interdisciplinariedade que caracteriza as ações de defesa civil. Em cada simulado
participaram em torno de 12 agências governamentais e não governamentais,
nos três níveis de governo.
Simulado de Preparação para Desastres 25
Mobilização comunitária
A mobilização comunitária foi facilitada porque as áreas selecionadas eram
previamente conhecidas pelas Defesas Civis, onde atuam principalmente durante
as operações chuvas, realizadas anualmente durante a quadra chuvosa na
região.
Com base nessa inserção, lideranças comunitárias foram eficientemente
identificadas e envolvidas, facilitando a mobilização dos moradores durante a
preparação do exercício e sua execução.
Reunião de preparação e visitas de sensibilização, com apoio das lideranças
locais, fortaleceu a participação dos moradores selecionados para a evacuação
efetiva ao abrigo.
Alguns municípios elaboraram material audiovisual para orientação e utilizado
na reunião de preparação, apresentando mapas e guias de procedimentos
bastante claros à comunidade envolvida.
A remoção de representações significativas da comunidade sem necessariamente
envolver todos os moradores, reduziu o transtorno para a localidade, sem
prejuízo para a visibilidade e realismo do exercício.
Planejamento e preparação
Foram realizadas reuniões de planejamento e preparação com os órgãos e
instituições envolvidos, governamentais e não governamentais, incluindo visitas
de campo com os atores com maiores responsabilidades.
Reuniões setoriais foram realizadas com órgãos específicos para o
aprofundamento do planejamento e detalhamento das atividades de
preparação, garantindo a coordenação e articulação dos recursos.
A logística de apoio integrou recursos de vários órgãos, para garantir a
disponibilidade adequada ao planejamento realizado.
Em Salvador, o processo de planejamento e preparação foi formalizado em um
plano de ação, complementado por um quadro de responsabilidade passo a
passo, elaborado em conjunto pelas instituições envolvidas e definindo de forma
clara e objetiva as atribuições, responsabilidades e tarefas.
Em alguns municípios, o local para a realização do exercício foi selecionado pelo
histórico de ocorrências e não por um plano de contingência no qual estivessem
detalhadas as ações de evacuação e abrigagem.
Simulado de Preparação para Desastres 26
Execução do simulado
A execução do simulado foi coordenada pessoalmente pelos Coordenadores de
Defesa Civil.
A divisão de atribuições entre os diversos órgãos e instituições envolvidos,
inclusive privados, não governamentais e comunitários, não funcionou
adequadamente durante todos os simulados, mas houve uma boa integração
dos executores com os responsáveis pela coordenação.
Comando e controle do exercício
A coordenação do exercício no local da operação não foi formalmente assumida
em todos os municípios, estabelecendo um posto de comando e um comando
unificado formado.
A coordenação entre as ações de preparação na sede, de resposta na
comunidade e de abrigagem na escola foi efetiva, de forma que a estrutura de
apoio estava pronta no início do exercício, o transporte disponível ao final da
evacuação e o abrigo aberto e operando na chegada da comunidade.
A falta de controle no acesso ao posto de comando e as demandas excessivas da
mídia presente atrapalharam as atividades do coordenador do exercício em
alguns momentos, porém, sem prejuízo para a simulação.
Os observadores, avaliadores e staff do exercício não estavam identificados com
ostensividade (coletes, por exemplo), dificultando em determinados momentos
definir o papel dos envolvidos durante a observação.
A opção de não utilizar a camiseta do simulado durante o exercício, mas sim a
sua distribuição ao final do evento, dificultou a diferenciação dos envolvidos da
comunidade em relação aos demais moradores e curiosos, prejudicando o
controle em alguns momentos.
Tecnologia
Não foram empregadas tecnologias inovadoras.
Mídia
O contato com a mídia foi positivo e estruturado, com o auxílio de assessores de
imprensa e o uso do release fornecido pela SEDEC para a consolidação da
pauta.
O enfoque preventivo da atividade foi bem enfatizado e divulgado, pelas várias
mídias presentes, gerando a inserção do tema prevenção a desastres e
percepção do risco com grande ênfase em noticiários locais e regionais.
Simulado de Preparação para Desastres 27
O material de foto e vídeo produzido a partir do evento, a partir de clipagem
profissional, não foi coletado de forma sistemática.
Avaliação
A observação do simulado pelos especialistas da SEDEC e CEPED UFSC ocorreu
de forma desestruturada, baseada na observação de fatos e registro de
percepções, favorecendo uma avaliação ampla levando em consideração a
experiência de campo dos observadores.
O planejamento local não previa uma avaliação de reação, que geralmente
ocorre imediatamente após o exercício e antecede a análise crítica, normalmente
mais demorada e em data posterior. Isso tornou o feedback dos observadores
externos para os atores locais, informal e pouco objetivo, gerando frustração e
ansiedade pelo caráter de avaliação da presença dos especialistas.
A separação entre a avaliação do simulado (do planejamento, preparação e
execução do exercício) e da qualidade do plano de contingência não estava
evidente e clara, nem no papel dos observadores externos nem no produto da
avaliação em forma de relatório.
7.2 Segundo Eixo: Avaliação Do Plano De Contingência Utilizado
Quanto Ao Cenário Escolhido: Definição De Riscos (Ameaças X Vulnerabilidade) e
Definição De Área.
Recife, PE-
Foi escolhida uma área com risco de deslizamentos, onde há cerca de um ano, aconteceu
realmente um desastre que culminou com a morte de 5 pessoas. A área escolhida pela
Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (CODECIR) faz parte do Plano Integrado de
Contingência para Áreas de Risco da Prefeitura do Recife. Já foram identificados e
mapeados vários setores considerados áreas de risco no município.
Salvador, BA -
Perfeito, o local apresenta risco e vulnerabilidades reais.
Simulado de Preparação para Desastres 28
Maceió, AL –
O vale do Reginaldo é o reflexo da expansão desorganizada do Município de Maceió, com
diversas dificuldades com infraestrutura, desde acesso, esgoto, habitações precárias, etc. A
comunidade fica localizada à beira do riacho Salgadinho, sendo responsável por um
histórico de ocorrência de enchentes. Além desse histórico há ainda os de quedas de
barreiras. Aliado a esses fatores há ainda o período chuvoso, que ocorre todos os anos
entre os meses de maio e julho.
Quanto À Notificação Da Ameaça o Sistema De Alerta Utilizado
Recife, PE-
A Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (CODECIR) valeu-se da sugestão apresentada
pela Secretaria Nacional de Defesa Civil e utilizou um aviso simulado de alerta oriundo do
CENAD/SEDEC para a Coordenadoria Estadual e Municipal de Defesa Civil, que alertava
para chuvas intensas na região e risco de inundação e deslizamentos na área de risco.
A Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (CODECIR) emitiu um alerta simulado de risco
para a comunidade selecionada, através de torpedo SMS via celular, no dia anterior ao
exercício (em 27/05). No dia seguinte visitou cada uma das casas selecionadas e transmitiu
a necessidade da saída dos moradores de forma oral.
Salvador, BA -
Adequada. Resta dúvida se em caso real, a CODESAL conseguiria mobilizar vários carros de
som, pois possuem cerca de 400 áreas de risco na cidade.
Maceió, AL –
O exercício iniciou com a simulação de um alerta de fortes chuvas emitido pelo Centro
Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD) para a Defesa Civil Estadual,
para a Sala de Monitoramento Hidrológico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos
Recursos Hídricos (SEMARH), e para a Comissão Municipal Defesa Civil de Maceió. A Defesa
Civil Municipal informou sobre o alerta de chuvas aos líderes de comunidades que
dispararam o alarme na comunidade acionando o procedimento de evacuação da área de
risco.
Simulado de Preparação para Desastres 29
Quanto Às Rotas De Fuga Utilizadas
Recife, PE
Foram utilizadas como rota de fuga as ruas normalmente utilizadas pelos moradores do
Córrego Sargento, na Linha do Tiro, em Recife, PE. A CODECIR utilizou também equipes de
orientação distribuídas ao longo do caminho para facilitar a orientação dos moradores até a
chegada no local onde um ônibus aguardava para deslocar as pessoas até o abrigo da
Prefeitura Municipal.
Salvador, BA -
Adequadas para o evento, causou apenas congestionamento na saída de veículos, devido
ao grande fluxo de viaturas das organizações participantes. Possibilidade de utilizar áreas de
estacionamento afastadas das zonas de operação.
Maceió, AL –
Era uma rota deficiente, porém a única possibilidade existente, dado o cenário. Consistia
numa escadaria íngreme com diversos degraus, que mesmo em um dia ensolarado (como o
dia em questão), era perceptível o quanto eram úmidos e escorregadios.
Quanto Ao Abrigo Sugerido
Recife, PE
O abrigo escolhido ficava posicionado a cerca de 30 minutos do Córrego Sargento e era um
dos dois abrigos oficiais organizados pela Prefeitura do Recife. O local era adequado e
serviu ao simulado.
Salvador, BA -
Adequado, estrutura e serviços disponibilizados, porém afastado da área, inviabilizando a
ida a pé dos desabrigados.
Simulado de Preparação para Desastres 30
Maceió, AL –
Foi no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Vale do Reginaldo, junto da
Igreja da comunidade, com um bom espaço, porém para um curto período, pois as pessoas
só podem se acomodar sentadas. Disponível: Assentos, banheiro, água, sistema de
comunicação.
Avaliação Geral Dos Planos De Contingência – Segundo Eixo
Planejamento Prévio
Não havia Planos de Contingências prévios, específicos para as comunidades nas
quais foram realizados os exercícios simulados. Os Planos de Contingência utilizados
foram elaborados para execução da atividade.
Em alguns municípios, o local para a realização do exercício foi selecionado pelo
histórico de ocorrências e não por um plano de contingência no qual estivessem
detalhadas as ações de evacuação e abrigagem.
Preparação e Conhecimento Prévio do Plano
Como os planos foram elaborados para a execução do exercício, não havia um
histórico de preparação e divulgação dos planos e condutas a serem adotados em
caso de desastre pela comunidade e agências.
Notificação (alerta e alarme)
Alerta e alarme do nível nacional para a Defesa Civil Municipal foi efetivo para os
três exercícios simulados.
No alerta às comunidades, o uso de carros de som, de lideranças comunitárias para
repassar a informação, e a própria atuação de técnicos de Defesa Civil em visitas
domiciliares, também foram efetivos. Em atividades semelhantes, a combinação
destes diferentes meios de comunicação com a comunidade tende a ser a estratégia
mais adequada como alarme a desastres.
No alarme às comunidades, já no dia do simulado, apesar da disponibilidade e uso
de vários instrumentos, a atuação dos técnicos de Defesa Civil, visitando as famílias
previamente mapeadas, mostrou-se mais eficaz.
Simulado de Preparação para Desastres 31
Rotas de Fuga
As rotas de fuga utilizadas apresentaram diferentes entraves, porém eram as
melhores rotas disponíveis diante dos cenários propostos. Medidas prévias de
preparação das rotas poderiam minimizar os problemas encontrados como, por
exemplo, a sinalização prévia.
E, ainda, algumas das limitações encontradas nas rotas de fuga seriam sanadas com
a elaboração prévia de um Plano de Contingência específico para cada localidade.
Todas as rotas de fuga previam o uso de veículos para o deslocamento das pessoas
ao abrigo, o que torna o abandono da região dependente de uma logística que pode
não estar disponível em uma situação real.
Abrigos
De modo geral, os abrigos atenderam às necessidades do exercício.
Em um cenário ampliado, com maior número de pessoas a serem removidas, o que
era possível em todos os cenários utilizados para os exercícios, os abrigos não
atenderiam a demanda.
Importante considerar que, em caso de necessidade de permanência prolongada,
alguns abrigos utilizados não seriam adequados.
8. GUIA DE ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE EXERCÍCIOS SIMULADOS
DE PREPARAÇÃO COMUNITÁRIA PARA DESASTRES
As etapas apresentadas a seguir devem ser compreendidas como um conjunto de
orientações para organizar simulados de preparação para desastres, com foco em
comunidades. Apesar de ser apresentado em etapas e com passos, não se trata de um
roteiro fechado de ações, mas um guia de reflexão com algumas orientações práticas para
execução destas atividades
É importante salientar, ainda, que os exercícios simulados tem o objetivo de preparar as
comunidades para desastres, a partir do estabelecimento de um cenário de risco. Para que
sejam efetivos e preparem as comunidades para futuros eventos, é fundamental que não
sejam desenvolvidos como ações isoladas, mas integrados a um processo de gestão de
riscos e de capacitação comunitária.
Simulado de Preparação para Desastres 32
ETAPA I - PREPARAÇÃO
1) Levantamento prévio e caracterização dos riscos locais.
Ameaças e vulnerabilidades precisam ser compreendidas como fatores interdependentes
que se constituem mutuamente. A relação entre ameaças e vulnerabilidades implicará
na criação do cenário adequado para organizar o exercício simulado. É fundamental que
o simulado seja construído a partir de cenários de riscos reais e enfrente as
vulnerabilidades existentes na localidade foco.
2) Levantamento dos mecanismos de enfrentamento já existentes na comunidade
É importante, para que seja efetivo e integrado à realidade local, que o exercício
simulado seja construído partindo das estratégias já utilizadas pelas comunidades em
situações de emergência.
3) Levantamento de Recursos Humanos e Materiais
Consiste no delineamento das pessoas e instituições, governamentais e não
governamentais, que devem participar do exercício com funções e responsabilidades
específicas, e que podem alocar recursos humanos e materiais para o mesmo
(profissionais de carreira e voluntários, equipamentos, viaturas, helicóptero, macas, etc.).
É importante utilizar os recursos existentes na própria comunidade e integrar suas
lideranças em todas as etapas do projeto.
4) Elaboração do Plano de Contingência Local
O exercício simulado deve ser programado com base no plano de contingência local, o
qual deve ser elaborado a partir dos passos 1, 2 e 3 acima descritos. Como consta no
Guia de Orientações para Elaboração de Planos de Contingência abaixo, o documento
prevê: finalidade; situação e cenários; comitê de operações; estrutura de resposta;
administração e logística; atualização.
5) Envolvimento dos Múltiplos Órgãos, governamentais e não governamentais, no
processo de planejamento e preparação do exercício
Compreende reuniões de preparação e planejamento de ações das quais devem
participar as diferentes pessoas e instituições envolvidas. É importante agregar os
distintos órgãos de resposta, empresas e lideranças comunitárias (padres, líderes
Simulado de Preparação para Desastres 33
comunitários, agentes de saúde, bombeiros, polícia militar, agentes e técnicos de defesa
civil, etc.).
ETAPA II - PLANEJAMENTO1
1) Avaliação das necessidades e finalidade do exercício.
Com base no plano de contingência local, nas ameaças e vulnerabilidades prioritárias,
definir a área socioterritorial onde executar o simulado, definindo também os órgãos e
setores que necessitam do exercício.
2) Descrição da finalidade
Tendo estabelecida a finalidade do exercício, importante reunir os cinco componentes
em uma frase que sintetize a delimitação e oriente o restante do trabalho.
3) Definição de objetivos
Com base na finalidade, estabelecer objetivos claros, observáveis e mensuráveis.
4) Elaboração de narrativa (cenário)
A narrativa descreve um cenário que atende à finalidade e objetivos do exercício,
ajudando os participantes a abordar a situação de forma realística. Ao elaborar a
narrativa, podem-se levar em consideração os seguintes questionamentos:
- O que aconteceu?
- Como foi notificado?
- Quais alertas e alarmes foram emitidos?
- Há quanto tempo?
- Qual a sequência de eventos?
- Quais as ações de resposta que já foram implementadas?
- Quais os danos já identificados?
- Qual a tendência de evolução?
- Quais as condições climáticas relevantes para a situação?
- Quais outras condições podem influenciar na conduta de resposta à emergência?
1 Baseado no material “Capacitação de Facilitadores para Exercícios Comunitários de Preparação para Emergências, organizado por Carlos Alberto de Araújo Gomes Júnior (CEPED UFSC).
Simulado de Preparação para Desastres 34
5) Descrição dos problemas
Enfatizar os problemas sobre os quais se espera uma decisão ou conduta específica,
fornecendo mais informações sobre ele e suas condições.
6) Descrição das ações esperadas
Um dos objetivos do exercício é verificar se os participantes pensam ou agem de uma
determinada forma, prevista em planos e normas. Estas decisões e ações devem estar
identificadas e a situação proposta deve ser capaz de provocá-las.
7) Preparação de mensagens
As mensagens são descrições totais ou parciais da situação, na forma de comunicações
operacionais. Devem contribuir para o realismo da situação, tanto na linguagem como
no meio de transmissão, desencadeando as decisões e ações esperadas.
8) Definição das famílias que serão removidas
É importante definir as famílias que serão removidas de acordo com cenário de risco
definido, a partir do qual as casas seriam afetadas.
9) Construção de um documento formal de planejamento do evento, reunindo as
informações de logística, cenário e ações esperadas de resposta.
10) Elaboração de um plano de ações e passo a passo na programação do simulado,
indicando as pessoas, funções e horário de entrada e saída na sequência de eventos do
exercício. Definir, também, o comando das ações.
11) Produção de mapas e croquis
Os mapas e croquis devem indicar os setores que precisam ser evacuados, as rotas de
fuga e os pontos de encontro. Relacionar as instituições envolvidas na elaboração e
disseminação dos planos e orientações.
12) Definição das áreas de segurança
Definir as áreas seguras e abrigos de acordo com o plano de contingência local. Utilizar
espaços seguros reais, que de fato possam receber as pessoas em situação de
emergência.
13) Definição de Data e horário
Definir data e horário do simulado de acordo com a conveniência da comunidade,
visando a sua plena participação.
14) Definição da participação dos meios de comunicação na realização dos simulados
Simulado de Preparação para Desastres 35
É relevante a participação dos meios de comunicação no decorrer do exercício, uma vez
que o simulado pode favorecer a disseminação de informações e a promoção de
comunicação de risco, com foco na prevenção. Para isso, os meios de comunicação
devem ser informados sobre a realização do exercício, ser integrados na fase do
planejamento, particularmente na construção de pautas.
15) Definição dos observadores
Além dos meios de comunicação, é importante prever e definir a participação de
observadores, os quais podem atuar como avaliadores do processo simulado. Definir
onde vão se localizar e o que devem observar,a partir de um roteiro de análise de
análise que servirá também no planejamento do exercício e na sua avaliação.
16) Difusão do plano de ações do simulado
Garantir que todos os envolvidos tenham conhecimento e compreendam o plano de
ações elaborado.
ETAPA III - MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE
A mobilização da comunidade é etapa primordial do processo, uma vez que é o foco do
exercício de preparação para desastres. Assim sendo, deve-se cuidar para que o simulado
seja bem recebido pela comunidade e não desgaste a sua relação com os órgãos de
proteção civil. É relativamente fácil desenvolver um exercício simulado em comunidades com
as quais já se desenvolve um trabalho anterior de prevenção e capacitação. Em
comunidades nas quais não houve contato anterior, é importante desenvolver outras ações
antes de se planejar o exercício simulado, como capacitações e oficinas, entre outras
atividades.
1) Reconhecimento da realidade local
Qualquer estratégia de mobilização deve partir do reconhecimento dos aspectos
culturais locais, os quais compreendem o sistema de crenças e valores de cada
localidade. O plano de contingência e o plano de ações do simulado devem respeitar e,
sempre que possível, integrar estes aspectos. Fundamental certificar-se se a
comunidade conhece seus riscos a que está exposta, se compreende como são
produzidos e quais as vulnerabilidades relacionadas, e se tem interesse em participar
Simulado de Preparação para Desastres 36
dessa modalidade de exercícios. Outras modalidades de exercícios podem se adequar
melhor à realidade local.
2) Definição das pessoas da comunidade que devem participar do exercício
Os representantes comunitários devem participar de todas as etapas do exercício,
incluindo preparação e planejamento. A definição das famílias a serem removidas faz
parte da elaboração do plano de ações do simulado.
3) Definição das estratégias de comunicação e sensibilização da comunidade
Sempre que possível, deve-se respeitar as lideranças locais ou as redes locais existentes
quando iniciar os contatos com a comunidade. Essas pessoas podem, inclusive, ser o
primeiro meio de comunicação com as demais pessoas da localidade. Além disso, é
importante definir outros meios de comunicação efetivos, os quais podem ser: reuniões,
distribuição de informativos, carro de som, boca a boca, etc. Além dos meios de
comunicação, é fundamental definir a linguagem e a mensagem.
4) Divulgação ou debate do plano de contingência local
Os participantes devem conhecer o plano de contingência local, o qual deve ser
revisado com os mesmos para planejamento do exercício.
5) Divulgação e elaboração do plano de ações
Além do plano de contingência, é importante que os participantes conheçam o plano de
ações, participem de sua elaboração e identifiquem quais as suas ações no processo.
ETAPA IV – EXECUÇÃO
1) Notificação da ameaça – sistema de alerta
Notificar a ameaça e dar início ao exercício com o sinal de alerta.
2) Comando e controle do exercício
Utilizar a assunção formal do comando, instalação de um posto de comando e
integração das agências em um comando unificado. Separação da estrutura de
coordenação do simulado e da resposta ao incidente.
Simulado de Preparação para Desastres 37
3) Sinalização das áreas seguras
Sinalizar as áreas seguras, abrigos, indicando para onde as pessoas devem se dirigir.
4) Deslocamento das pessoas ao abrigo
O deslocamento ao abrigo é uma etapa crítica do plano de contingência, fundamental
para o sucesso do abandono de uma área de risco. Deve ser planejado caso a caso,
considerando o uso ou não de veículos para este deslocamento, em função da
segurança e acesso ao abrigo.
5) Organização do abrigo para a recepção da população removida
É importante que o abrigo esteja preparado para receber as pessoas e que, no decorrer
do período em que elas permaneçam ali, atividades sejam desenvolvidas com a
finalidade de entretê-las e, também, promover ações de prevenção a desastres.
6) Divulgação na mídia de forma estruturada e integrada
Pautar as informações à mídia durante a execução do exercício simulado, enfatizando o
caráter preventivo do evento.
ETAPA V – AVALIAÇÃO
1) Adoção de formulários padronizados para a coleta de informações observadas, tanto
quantitativas como qualitativas.
É importante estabelecer um método para avaliação dos simulados, de modo que se
possam comparar os exercícios entre diferentes comunidades, avaliar os avanços
alcançados com o exercício em uma mesma localidade, redefinir estratégias utilizadas,
reavaliar o plano de contingência local, subsidiar as ações executadas pelas agências
envolvidas, entre outros aspectos relevantes. A adoção de formulários padronizados para
coleta de informações, ou a elaboração de um guia de avaliação, podem ser alternativas
para este processo. Alguns indicadores sugeridos são: número e nomes das agências
envolvidas; número de pessoas removidas por exercício; número de simulados realizados
e cadastro com os nomes dos locais; número de profissionais envolvidos.
Outro aspecto relevante se refere à avaliação de reação da comunidade, logo após o
evento e em nível local, quanto a sua efetividade e qualidade de resposta.
2) Reunião de avaliação com os parceiros envolvidos, observadores e comunidade.
Simulado de Preparação para Desastres 38
Além dos formulários, é importante se reunir com todos os participantes, juntos ou
isoladamente, com o objetivo de avaliar o exercício e estabelecer feedbacks entre as
pessoas envolvidas.
9. GUIA DE ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS DE
CONTINGÊNCIA2
Plano de Contingência é o documento que registra o planejamento elaborado a partir do
estudo de um determinado cenário de risco de desastre. Os cenários de risco, ou seja, a
probabilidade de ocorrer um evento adverso, a estimativa de sua magnitude e a avaliação
dos prováveis danos e prejuízos, são elaboradas a partir da análise de risco.
Obtendo um Plano
Uma das atividades da COMDEC é a elaboração de planos baseados em cenários de risco,
ou seja, em uma estimativa de como um determinado evento, possível de ocorrer, vai afetar
as comunidades.
Estes planos são montados de acordo com uma projeção futura: o planejador imagina
várias coisas que podem ocorrer e determina previamente quais os recursos operacionais
necessários e como estes recursos vão agir.
Este plano, denominado “Plano de Contingência”, facilita muito a resposta inicial aos
desastres, pois, quando o evento ocorre, já foram reunidas e organizadas previamente as
informações básicas, a divisão de autoridade e combinada a responsabilidade entre os
órgãos, as estratégias, as táticas e alguns aspectos operativos. Se o plano tiver sido
adequadamente divulgado e treinado, todos conhecem o seu papel.
Este plano também pode ter vários formatos e componentes, dependendo de peculiaridades
locais ou escolha de metodologias. É interessante que seja construído coletivamente, em
parcerias com representantes das comunidades, a que estão inseridos.
Alguns componentes podem ser considerados essenciais, pois dão respostas que serão
importantes para que as pessoas envolvidas nas ações previstas no plano saibam o que se
espera delas. Os componentes do plano estão relacionados a:
2 Elaborado por Carlos Alberto Araújo Gomes, Ten Cel. BM, CEPED UFSC.
Simulado de Preparação para Desastres 39
Introdução
Refere-se à descrição da competência legal para a elaboração do plano (se for o caso),
relacionando os participantes do processo de planejamento, enumerando quem receberá
cópias do plano e orientando quanto ao seu uso e atualização.
Finalidade
Uma breve descrição dos resultados esperados com o plano, ou seja, para que o plano
serve.
Situação e cenários de risco
A descrição dos cenários de risco que foram identificados na avaliação de risco. Este tópico
ajuda a compreender o foco do planejamento, pois esclarece o cenário de risco, tal como foi
considerado pela equipe de planejamento.
Conceito de operação
Descrição de quando e como os vários recursos previstos serão ativados, desde o alerta
inicial e, ao longo de toda a evolução do desastre, explicando as suas responsabilidades.
Estrutura de resposta
Registro de como as agências e instituições, envolvidas na resposta aos desastres, serão
organizadas, na medida em que forem acionadas, definindo quem organizará as ações,
quais as responsabilidades de cada organização, quais as linhas de comunicação e de
autoridade.
Administração e logística
Descrição de quais os recursos materiais e financeiros que provavelmente serão necessários
ao longo da evolução do desastre, desde o alerta até o início da reconstrução, indicando de
Simulado de Preparação para Desastres 40
que maneira estes recursos serão mobilizados junto ao Governo, às organizações não
governamentais e às agências voluntárias.
Atualização
Estabelecer quem terá a responsabilidade pela atualização do plano e seus anexos, além de
determinar como este processo será conduzido por meio de treinamentos, exercícios, estudo
de caso e atualização da Análise de Riscos.
Este plano básico pode ser aumentado com anexos, que somam informações sobre os
recursos cadastrados, os estudos existentes a respeito daquele cenário de risco, a legislação
pertinente àquele tipo de desastre considerado, e outras julgadas convenientes.
Todavia, o plano não pode ficar tão complexo que dificulte a sua principal função, que é a
de esclarecer às pessoas dos órgãos envolvidos, quais são suas responsabilidades, objetivos
e tarefas, de uma maneira rápida e clara.
Planejando para alguns aspectos comuns
Olhando desta forma, a elaboração de planos de contingência parece muito complexa e
trabalhosa. Se considerarmos que uma comunidade não possui apenas um cenário de risco,
você pode imaginar uma grande dificuldade para realizar um novo planejamento para cada
tipo de evento, precisando reunir pessoas e informações, identificando procedimentos e
estabelecendo responsabilidades.
Porém, muitos desastres possíveis provocam algumas consequências comuns, para as quais
é preciso ter um bom planejamento que é aproveitado pelos vários planos de contingência
com pequenas variações.
Na maioria das operações será preciso acionar os órgãos de emergência, estabelecer a
comunicação entre todos, controlar o emprego de pessoas, materiais e recursos financeiros.
Ainda em muitos desastres, pessoas têm que ser abrigadas a sair de suas residências, seja
por causa da água, do vento ou do fogo. Estas pessoas têm que ser avaliadas, alimentadas
e atendidas, com pequenas variações, em enchentes, vendavais ou deslizamentos de terra.
Então, é possível ter um esquema de abrigos planejado, equipado e treinado, que integrará
os planos de contingência com pequenas modificações.
Simulado de Preparação para Desastres 41
Além de facilitar o planejamento, isto facilitará a execução, pois as pessoas e organizações
envolvidas terão que conhecer uma quantidade menor de procedimentos do que se as
tarefas fossem sempre diferenciadas de acordo com os desastres.
Alguns cuidados devem ser tomados no planejamento destas funções mais comuns, a fim de
garantir que elas atinjam os objetivos propostos:
1) Monitoramento, alerta e alarme: quando ativar o plano
Muitos planos deixam de ser colocados em prática porque não são ativados em um
desastre.
Por que isto acontece?
Simplesmente porque as pessoas encarregadas esquecem de fazer isto quando estão sob a
pressão de uma situação que evolui rapidamente.
Por isso, o plano deve prever quais são os indicadores que determinarão a sua ativação, isto
é, quais as informações que desencadearão o plano. Por exemplo, para chuvas, pode ser o
alerta meteorológico da Defesa Civil Nacional. Para enchentes, pode ser quando o rio
atinge uma determinada cota. Para estiagem, a precipitação de chuvas acumulada nos
últimos 30 dias, e para desastres com produtos perigosos, a comunicação de um acidente.
Além disso, é fundamental que as pessoas que recebem estas informações tenham um
procedimento pré-estabelecido, dizendo a quem devem comunicar, como devem fazer e
com que urgência. Você não vai querer que a sua comunidade sofra com uma tempestade
inesperada, enquanto um fax de alerta aguarda resposta na gaveta de uma mesa da
COMDEC.
2) Acionando os meios necessários
O acionamento dos meios necessários é outro passo importante. Um equívoco comum é
tentar gerenciar as ações de resposta ao desastre sozinho, até que a situação se torne
incontrolável. Por isso, o planejamento prévio deve determinar quando e como os recursos
serão acionados, e uma pessoa deve estar encarregada desta tarefa. Este é outro aspecto
comum aos eventos em geral, pois, embora a combinação e a ordem das organizações a
serem acionadas possam variar de uma situação para outra, normalmente as que auxiliam
são sempre as mesmas e a forma de avisá-las não muda.
Simulado de Preparação para Desastres 42
3) Relações com a mídia
A relação com a mídia também é um fator comum a todos os desastres, pois sempre há um
grande interesse da imprensa em divulgar fatos com repercussão para a comunidade.
Mesmo assim, na maioria dos desastres, sejam de grande ou pequeno porte, há uma
deficiência neste contato que provoca atritos e desinformação.
Consideramos o que já foi visto sobre a Defesa Civil. É preciso estar convencido de que ela
é uma articuladora de recursos, que busca agregar os esforços em uma direção comum: a
redução de desastres.
Então, é também necessário que este esforço unificado tenha uma linguagem única ao se
dirigir à comunidade por meio da imprensa, o que só pode acontecer se todos os envolvidos
concordarem em utilizar um único canal de informações, seja por meio de um porta-voz ou
de boletins escritos.
10. CONCLUSÕES
A realização de exercícios simulados simultâneos no Nordeste brasileiro tinha o escopo de
preparar as comunidades para enfrentar a quadra de chuvas que se iniciou em maio de
2011. Esta experiência precursora atendeu seus principais objetivos, sensibilizando a
sociedade civil residente naquelas áreas de risco sobre a importância de medidas
preventivas para a redução dos desastres.
Também foi importante para consolidar procedimentos e conteúdos com foco na
atuação da comunidade e órgãos envolvidos, em tempo hábil e de forma adequada,
no momento da situação adversa. A avaliação dos resultados possibilitou a
construção de um guia de orientações para preparação de comunidades para
enfrentar desastres e um guia para elaboração de planos de contingência locais.
Aspectos salientados na avaliação dos resultados indicaram que diversas agências e
profissionais foram envolvidos no processo, possibilitando a articulação entre
instituições e sociedade civil. As coordenadorias de defesa civil municipal
Simulado de Preparação para Desastres 43
participaram e desenvolveram eficazmente a coordenação das ações, viabilizando a
consecução de todas as etapas metodológicas previstas.
Observou-se a necessidade de se estimular a construção de planos de contingência locais,
uma vez que nem todos os municípios tinham um plano prévio para balizar a
operacionalização do simulado.
Contudo, a participação efetiva das comunidades indica a relevância destas ações para
construir comunidades mais seguras e estabelecer redes locais de proteção civil. Assim
sendo, é necessário estimular que ações como estas tenham continuidade e permanência,
tendo em vista que ações isoladas não garantem a preparação concreta das comunidades
para enfrentar as situações adversas.
Desta forma, com o objetivo de preparar estas mesmas comunidades e outras, e construir
uma cultura de redução de riscos no Brasil, sugere-se que exercícios simulados sejam
desenvolvidos articulados a outras atividades, incluindo programas de capacitação
comunitária.
Simulado de Preparação para Desastres 44
11. ANEXOS
11.1 ANEXO I - Folder De Divulgação
Salvador Recife
Maceió
Simulado de Preparação para Desastres 45
11.2 ANEXO II - Manual De Orientação Para Os Gestores
1. INTRODUÇÃO
Independentemente do sistema de alerta antecipado que concebemos, o
treinamento e a educação das populações é essencial para construir mecanismos de
enfrentamento aos desastres e aos riscos que estão expostas.
Um sistema de alerta antecipado deve ser implementado de acordo com a cultura
local, a tecnologia disponível, a linguagem e o nível de educação das populações
potencialmente afetadas. Por isso, é importante que as comunidades participem na
tomada de decisão acerca de qual sistema alerta e monitoramento utilizar, sendo,
também, capacitadas para o mesmo.
Sem investimentos na área de sensibilização das populações em relação aos riscos a
que estão sujeitas e nos trabalhos de comunicação desses riscos, falharemos, quer
estejamos a falar de chuvas fortes, enchentes, inundações ou mesmo outras
ameaças como secas, ventos fortes, incêndios florestais, epidemias, etc..
Assim, o público em geral, especialmente as populações mais vulneráveis, devem
ser envolvidas, antecipadamente, no desenvolvimento das medidas para a redução
dos riscos, pois, não basta limitarmos nossa ação a dizer às populações o que
devem fazer em caso de risco, devemos envolver efetivamente as populações nas
soluções antes da ocorrência dos desastres, o que requer que o acento tônico da
boa administração pública seja posto na boa governança, na transparência e no
diálogo em todos os níveis da sociedade civil, possibilitando uma gestão integrada
dos riscos de desastres.
Em parceria com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério da Integração
Nacional, e com o apoio logístico e técnico das Coordenadorias Estaduais de Defesa
Civil de Alagoas, Bahia e Pernambuco e do Centro Universitário de Estudos e
Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina (CEPED
UFSC), as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil de Maceió (AL), Recife (PE) e
Simulado de Preparação para Desastres 46
Salvador (BA) irão realizar um exercício Simulado de Preparação para Desastres
(SPD).
O evento está programado para ocorrer nos dias 27 e 28 de maio de 2011,
simultaneamente em cada um dos municípios, e o intuito é o de capacitar as
comunidades residentes em área de risco para atuarem preventivamente em
situações de desastre. Futuramente pretende-se consolidar procedimentos e
conteúdos para a criação de um sistema permanente de monitoramento, alerta e
alarme (sistema de alerta antecipado).
2. O QUE É UM SISTEMA DE ALERTA ANTECIPADO?
Um sistema de alerta antecipado centrado na comunidade consiste na transmissão
rápida de dados que ativem mecanismos de alarme em uma população previamente
treinada para reagir a um desastre.
3. QUAL O OBJETIVO DE UM SISTEMA DE ALERTA ANTECIPADO?
O objetivo dos sistemas de alerta antecipado centrados na população é capacitar as
pessoas e comunidades que enfrentam algum tipo de ameaça (tipo enchente ou
inundação), para que atuem com tempo suficiente e de modo adequado para
reduzir a possibilidade de que se produzam danos (humanos, materiais e
ambientais) e prejuízos (econômicos e sociais).
4. SITUAÇÃO
A ocorrência de chuvas fortes em regiões metropolitanas é frequente e tem
representado um problema cada vez maior devido à impermeabilização do solo e a
ocupação irregular, que provoca enchentes e inundações rápidas com danos e
prejuízos diversos.
Tal problemática é fortemente sentida na região nordeste brasileiro, que sofre com
precipitações concentradas no meio do ano, especialmente a partir de maio.
Simulado de Preparação para Desastres 47
Exatamente por isso, o Ministério da Integração Nacional (MI), através do
Departamento de Minimização de Desastres, da Secretaria Nacional de Defesa Civil
(SEDEC) estabeleceu uma parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), através do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres
(CEPED), para desenvolver um Projeto de desenvolvimento de um sistema de alerta
antecipado contra inundações, bem como, uma série de exercícios simulados de
evacuação comunitária nos Estados de Alagoas, Bahia e Pernambuco.
5. ESTRUTURAÇÃO DO PROJETO
A estruturação do projeto terá base em três requisitos fundamentais, a saber:
- O apoio nacional, estadual, municipal e local, de forma continuada e integral;
- A responsabilidade política para promoção de estratégias integradas de sistemas
de alerta antecipado (monitoramento, alerta e alarme) para ameaças decorrentes de
fenômenos hidrometeorológicos;
- A importância da dimensão humana e da ampla participação comunitária das
populações residentes em áreas de risco dentro do sistema de alerta antecipado.
Além disso, os treinamentos e a realização dos exercícios simulados de preparação
para desastres devem ser igualmente estruturados a partir de três componentes
distintos:
- A identificação técnica (avaliação) e monitoramento das ameaças;
- A preparação de um sistema de monitoramento de riscos e comunicação (alerta e
alarme); e
- A resposta ao alarme mediante a mobilização e evacuação das populações
residentes nas áreas de risco que precisam ser deslocadas para áreas seguras.
6. PROGRAMAÇÃO BÁSICA DO EXERCÍCIO SIMULADO
Simulado de Preparação para Desastres 48
Independentemente do local onde será realizado o simulado, a Coordenadoria Estadual
e Municipal de Defesa Civil deverão programar-se com base no seguinte modelo
passo a passo:
1) Identificação de uma comunidade de risco para participação no simulado (até
16/05)
2) Entrega do convite para a comunidade selecionada (mobilização comunitária –
até 20/05)
3) Distribuição de um kit de casa em casa para os participantes (folder de
orientação, camiseta e capa de chuva) e cadastramento das famílias participantes
(até 26/05)
4) A Secretaria Nacional de Defesa Civil vai emitir um aviso simulado de alerta para
a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil em função de chuvas intensas na região
e risco de inundação e deslizamentos na área de risco. Depois a Coordenadoria
Municipal de Defesa Civil emitirá um alerta simulado de risco para a comunidade
selecionada através de torpedo SMS via celular ou carro de som (em 27/05).
5) A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil emite para a comunidade selecionada
um alarme simulado (não real) de evacuação através de visita de casa em casa e
carro de som ou similar (09h do dia 28/05).
6) Profissionais da Defesa Civil e autoridades locais auxiliam a comunidade no
processo de evacuação (saída das casa e deslocamento até a ponto de concentração
– até às 10h do dia 28/05).
7) Profissionais da Defesa Civil e autoridades locais transportam as pessoas da
comunidade através, de ônibus, do ponto de concentração até a área de abrigo
(área segura).
8) Credenciamento das pessoas da comunidade na área de abrigo pelos
profissionais da Defesa Civil e autoridades locais.
9) Realização de uma palestra de orientação (até às 11h30 do dia 28/05).
Simulado de Preparação para Desastres 49
10) Agradecimento e oferta de um almoço pelos organizadores e encerramento do
exercício simulado (12h do dia 28/05), seguido do retorno das pessoas à
comunidade.
7. ELEMENTOS PRINCIPAIS
Um sistema completo e eficaz de alerta antecipado compreende quatro elementos
interrelacionados (conhecimento dos riscos; serviços de monitoramento, alerta e
alarme; difusão e comunicação; e capacidade de resposta), que vão desde o
conhecimento das ameaças e vulnerabilidades (avaliação de riscos) de uma
determinada área até a preparação e capacidade de resposta ao desastre
(evacuação bem sucedida).
a) CONHECIMENTO DOS RISCOS
Os riscos se devem a uma combinação de ameaças e vulnerabilidades em uma área
determinada. A avaliação de risco requer a coleta e análise sistemática de
informações e deve levar em conta a natureza dinâmica das ameaças e
vulnerabilidades produzidas por processos de urbanização, mudanças no uso da
terra em zonas rurais, degradação ambiental e mudanças climáticas. As avaliações e
os mapas de riscos ajudam a motivar a população, estabelecendo prioridades para
as necessidades dos sistemas de alerta antecipado e servem de guia para os
preparativos de prevenção e resposta aos desastres.
b) SERVIÇOS DE MONITORAMENTO, ALERTA E ALARME
Os serviços de monitoramento, alerta e alarme contra desastres são um componente
fundamental do sistema. É necessário contar com uma base científica sólida para
antecipar e prevenir ameaças e com um sistema confiável de previsão, alerta e
alarme que funcione 24 horas por dia. O monitoramento contínuo das ameaças é
essencial para o desenvolvimento de avisos de alerta e alarme precisos e
adequados. Os serviços de alerta e alarme para as várias ameaças devem ser
Simulado de Preparação para Desastres 50
coordenados, na medida do possível, aproveitando as redes de comunicação
formais (institucionais) e as redes de comunicação informais existentes na
comunidade.
c) DIFUSÃO E COMUNICAÇÃO
Os avisos de alerta e alarme devem chegar até as pessoas em perigo com
antecipação suficiente para permitir o preparo. A geração de respostas adequadas
que ajudem a salvar vidas e meios de subsistência às populações afetadas exigem
mensagens claras que forneçam informações simples e úteis, especialmente, sobre o
que fazer diante do desastre. Talvez o maior desafio, durante as primeiras horas
após um desastre, seja garantir que a informação passada à imprensa e à
população seja clara e reflita as necessidades prioritárias das pessoas e áreas
afetadas. Assim, aspectos da comunicação e a relação entre pessoas e organizações
públicas de resposta com os meios de comunicação acabam por se converter em
uma variável fundamental para a gestão eficiente e eficaz do desastre como um
todo. Por isso, é necessário que se definam antecipadamente os sistemas de
comunicação que serão utilizados e quem serão os porta-vozes autorizados. A
utilização de múltiplos canais de comunicação é essencial para garantir que o alerta
e alarme alcance tantas pessoas quanto possível.
d) CAPACIDADE DE RESPOSTA
É de suma importância que as comunidades compreendam os riscos que correm,
respeitem os serviços de alerta e alarme e saibam como agir diante de emergências
e desastres. A esse respeito, os programas de educação e preparação
desempenham um papel fundamental. No entanto, mesmo assim, é essencial que
hajam planos de contingência para orientar a resposta aos desastres, planos estes
que tenham sido construídos com ampla participação comunitária, objeto de prática
e submetidos à prova. As pessoas que vivem em áreas de risco devem aprender a
conviver com os riscos e estarem muito bem informadas sobre como agir diante de
Simulado de Preparação para Desastres 51
alertas antecipados sobre desastres, como adotar comportamentos seguros, quais as
melhores rotas de fuga e as melhores maneiras de evitar danos e prejuízos.
8. ATORES DO PROCESSO
O planejamento e implementação de um sistema eficaz de alerta antecipado requer
a contribuição e a coordenação de uma grande variedade de pessoas, grupos e
organizações. A seguir, você encontrará uma breve explicação sobre esses grupos,
suas funções e responsabilidades:
a) As comunidades: em particular, aquelas mais vulneráveis, que representam o
ponto fundamental dos sistemas de alerta antecipado para riscos e desastres. Faz-se
necessário que as comunidades participem ativamente de todos os aspectos do
planejamento e da implementação de tais sistemas, que conheçam as ameaças a
que estão expostas e que possam adotar medidas para reduzir ao mínimo a
possibilidade de sofrerem danos e prejuízos.
b) As autoridades locais: da mesma forma que as pessoas e as comunidades,
constituem o núcleo de um sistema eficaz de alerta antecipado para riscos e
desastres. Os governos estaduais e nacional devem apoiar as autoridades locais e
estas devem conhecer profundamente as ameaças a que estão expostas suas
comunidades e participar ativamente da criação e manutenção dos sistemas de
alerta antecipado. As autoridades locais devem conhecer também as informações e
recomendações básicas diante de um desastre e estar em condições de assessorar,
instruir e garantir a participação da população local a fim de ampliar a segurança
pública e reduzir a possibilidade de perdas e danos na comunidade.
c) Os governos nacionais: são os responsáveis pelas políticas públicas e
regulamentações que facilitam um sistema eficaz de alerta antecipado para riscos e
desastres. Também coordenam os sistemas de monitoramento, alerta e alarme que
preveem e emitem os alertas nacionais de ameaça. Os governos nacionais devem
atuar integrados com as estruturas internacionais, regionais e locais, para reforçar a
capacidade dos sistemas e encarregar-se de que os alertas e as respostas sejam
Simulado de Preparação para Desastres 52
dirigidos a todos, especialmente às populações mais vulneráveis. Outra função
importante do governo nacional é a de apoiar e prestar ajuda às comunidades e
governos locais para que esses possam desenvolver suas capacidades operativas de
resposta a desastres.
d) As organizações civis: auxiliam na conscientização entre as pessoas,
comunidades e organizações que participam do sistema de alerta antecipado.
Podem desempenhar um papel importante na promoção de sistemas de alerta
antecipado, de forma que os mesmos se mantenham na agenda dos governos e dos
encarregados pela formulação de políticas públicas.
e) O setor privado: geralmente atua em sistemas de alerta antecipado destinados
a suas próprias organizações, no entanto, possui um grande potencial ainda não
aproveitado em relação à administração de serviços especializados, conhecimentos
aplicados e oferta de donativos, bens e serviços.
f) A comunidade científica e acadêmica: também tem papel relevante quando
oferece apoio científico e técnico especializado para ajudar governos e comunidades
a desenvolver sistemas de alerta antecipado. Suas competências são fundamentais
na análise de riscos de ameaças naturais e na elaboração de serviços de tabulação
de dados, intercâmbio de informações, tradução de informações científicas em
mensagens compreensíveis e na difusão de alertas às pessoas em risco.
ANEXO “A” DO MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA OS GESTORES
MODELO DE AVALIAÇÃO BASEADO EM LISTA DE VERIFICAÇÃO
1. Primeiro elemento chave: Conhecimento dos riscos
Objetivo: Estabelecer um processo sistemático e uniformizado para coletar, avaliar e
compartilhar informações, mapas e tendências em relação a ameaças e
vulnerabilidades.
Simulado de Preparação para Desastres 53
a) Identificação de ameaças naturais
( ) Análise e avaliação das características das principais ameaças naturais -
intensidade, frequência e probabilidade - e seus dados históricos.
( ) Elaboração de mapas de ameaças para identificação das zonas geográficas e
comunidades que poderão ser afetadas por ameaças naturais.
( ) Elaboração de mapas integrados de ameaças para avaliar a interação de
diversas ameaças conjuntamente.
b) Análise da vulnerabilidade das comunidades
( ) Avaliação de vulnerabilidades nas comunidades para todas as ameaças naturais
relevantes identificadas.
( ) Consideração das fontes de dados históricos e de possíveis ameaças futuras nas
avaliações de vulnerabilidade.
( ) Documentação e elaboração de mapas de vulnerabilidade (por exemplo,
representação gráfica e localização das populações que vivem em encostas e áreas
de deslizamentos).
c) Avaliação de risco
( ) Avaliação da interação entre ameaças e vulnerabilidades para determinação do
risco que enfrenta cada região ou comunidade.
( ) Realização de consultas entre a comunidade e o setor privado para garantir que
as informações sobre riscos sejam amplas e confiáveis.
( ) Identificação e avaliação de atividades que possam vir a incremetar o risco.
( ) Integração dos resultados das avaliações de risco em planos locais de gestão de
risco e mensagens de alerta.
2. Segundo elemento chave: Serviços de monitoramento, alerta e alarme
Objetivo: Estabelecer um serviço eficaz de monitoramento, alerta e alarme de
ameaças a partir de uma sólida base científica e tecnológica.
Simulado de Preparação para Desastres 54
a) Estabelecimento de mecanismos institucionais para funcionamento do sistema
( ) Estabelecimento por lei de processos uniformes de funções e reponsabilidades
para todas as organizações que emitem alertas e alarmes.
( ) Criação de um plano para todas as ameaças a fim de obter uma maior eficiência
e eficácia entre os diversos sistemas de alerta antecipado.
( ) Criação de um sistema de monitoramento, alerta e alarme permanente, com
funcionamento 24 horas por dia.
( ) Estabelecimento das regras e dos colaboradores do sistema local de alerta
antecipado, incluindo as autoridades locais.
( ) Aprovação de protocolos para definir responsabilidades e os canais de
comunicação para os serviços técnicos de alerta.
( ) Realização de exercícios que avaliem o sistema de alerta antecipado ao menos
uma vez ao ano.
( ) Criação de um sistema para verificar se os alertas estão chegando até os seus
destinatários.
3. Terceiro elemento chave: Difusão e comunicação
Objetivo: Desenvolver um sistema de alerta antecipado para alertar as pessoas e as
comunidades de ameaças naturais iminentes e facilitar a difusão e troca de
informações entre os envolvidos.
a) Institucionalização de processos organizacionais e de tomada de decisão
( ) Estabelecimento de uma cadeia de difusão de alertas mediante políticas
governamentais (por exemplo, transmissão de mensagens de autoridades públicas
aos encarregados de serviços de emergência e às comunidades).
Simulado de Preparação para Desastres 55
( ) Habilitação de autoridades reconhecidas para a difusão de alertas (por exemplo,
autoridades meteorológicas para difundir mensagens de alerta sobre condições do
tempo e autoridades de saúde para difundir mensagens de alerta sobre saúde).
b) Instalação de sistemas e equipamentos de comunicação para transmissão de
alertas
( ) Identificação dos sistemas de comunicação e difusão de alertas nas distintas
comunidades (por exemplo, rádio e televisão para quem tem acesso a esses meios,
mensagens por torpedo – SMS para quem tem acesso a telefonia celular, sistemas
de sirenes, uso de bandeiras de alerta e transmissão de alertas por mensageiros de
casa em casa para comunidades distantes).
( ) Utilização simultânea de múltiplos meios de comunicação para difusão de
alertas.
c) Recebimento e compreenssão das mensagens
( ) Adaptação das mensagens às necessidades concretas das pessoas em risco.
( ) Inclusão de orientações específicas nas mensagens (por exemplo, necessidade
de evacuação da área e deslocamento para área segura de reunião, instruções para
proteger animais domésticos).
( ) Emissão de alertas específicos sobre o caráter da ameaça e suas possíveis
consequências.
( ) Estabelecimento de mecanismos para informar a comunidade que a ameaça já
passou.
( ) Condução de estudos para avaliar como as mensagens foram recebidas e
interpretadas pelas pessoas e incorporação de lições aprendidas para melhorar o
processo no futuro.
4. Quarto elemento chave: Capacidade de resposta
Simulado de Preparação para Desastres 56
Objetivo: Fortalecer a capacidade das comunidades para responder aos desastres
naturais mediante uma melhor educação sobre os riscos e a participação
comunitária na preparação para desastres.
a) Respeito aos alertas
( ) Desenvolver estratégias para que as mensagens de alerta e alarme sejam
recebidas com credibilidade e confiança por parte da comunidade (por exemplo,
usar fontes fidedignas – autoridades públicas, líderes comunitários, respeitadas
organizações comunitárias).
( ) Reduzir ao mínimo falsos alarmes e diferenciar alertas reais e situações
simuladas de treinamento, explicando a importância de cada um deles)
b) Elaboração de planos de preparação e resposta em caso de desastres
( ) Aprovação de planos de preparação (contingência) e resposta em caso de
desastres.
( ) Emprego de mapas de ameaças e de vulnerabilidades para a elaboração dos
planos de preparação e resposta de emergência.
( ) Realização de exercícios simulados para avaliação dos planos de preparação e
resposta de emergência na prática, bem como para comprovar a eficácia dos
processos de difusão de alertas antecipados.
( ) Avaliação da participação dos diversos atores (comunidade, autoridades locais,
organizações de resposta, etc.) na resposta das emergências, com vistas à melhoria
constante do processo.
( ) Incorporação de lições aprendidas nos planos de gestão de desastres.
c) Ampliação da conscientização e da educação pública
( ) Garantia da difusão permanente de informações simples sobre ameaças,
vulrerabilidades e riscos, e de como agir diante de desastres, tanto nas comunidades
vulneráveis, como também entre os envolvidos na formulação de políticas,
preparação e resposta a emergências.
Simulado de Preparação para Desastres 57
( ) Capacitação da comunidade para que reconheça sinais de ameaças
hidrometeorológicas e geofísicas, a fim de que possa agir de imediato diante de um
desastre iminente.
( ) Realização de campanhas de conscientização e de educação públicas
permanentes.