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Relatório de Aula Prática: Bacteriocinas Professora: Vera Lúcia Alunos: Pâmella Cristina Dias Ribeiro; Pedro Luiz Silva de Miranda 1. Introdu ção Muit as bact érias são capaz es de pr odu zir det er mi nad as subsncias com at ividade ant imicr obia na, denomi nada s gene ri camente de bact eri oci nas , que pode m ser def ini das como  peptídeos ou proteínas sintetizadas no ribossoma bacteriano e que apresentam atividade contra linhagens da mesma espécie e de espécies filogeneticamente relacionadas. A síntese de bacteriocinas é codi fic ada por gene s cont idos em pla smí dio, tr ans pos ons ou no cromos somo bac ter iano. As  ba cte rio cinas são produz ida s tanto por lin hagens de bac tér ias Gra m-negat iva s qua nto Gra m-  positivas. As pr imei ras bact er ioci nas descri ta s foram as coli ci nas , que consti tuem um ti po de  ba cte rio cina, produz ida s por cer tas li nhag ens de  Esche richi a coli , que apr ese nta m ati vidade antimicrobiana contra outras linhagens de  E. coli e outros membros da família Enterobacteriaceae. Do ponto de vista ecológico, as colicinas são moléculas anticompetidoras, que capacitam as  bactérias a responderem a mudanças ambientais e que, aparentemente, desempenham um papel nas interações competitivas entre membros de uma comunidade microbiana. Assume-se que as colicinas tenham maior significado nas interações competitivas intra do que interespecíficas. Um grande número de aplicações práticas das colicinas tem sido sugerido, como: controle de doe nças de pla nta s de ori gem bact eri ana e tra tament o de des ord ens int est ina is, dent re ela s as diarréias, constipação e doenças inflamatórias crônicas do intestino. Nos países do leste Europeu são usa dos doi s produt os far mac êuti cos cont endo E. col i produt oras de col ici nas (Mu taf lor ® e Symbioflor®). As bactérias láticas (LAB) despertam interesse devido ao seu potencial de utilização no  biocontrole em alimentos. Elas podem exercer atividade inibitória frente a outras bactérias devido à compet içã o dir eta por nut rie ntes e pel a pro duçã o de compos tos ant agonís tic os como áci dos orgânicos, diacetil, peróxido de hidrogênio e bacteriocinas. Até o momento, a nisina é a única  bacte rioci na permi tida para uso em cerca de 50 países, incluin do o Brasi l onde ela é aprova da para uso em todos os tipos de queijos, e também aplicada na superfície externa de salsichas de diferentes

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Relatório de Aula Prática: Bacteriocinas

Professora: Vera Lúcia

Alunos: Pâmella Cristina Dias Ribeiro; Pedro Luiz Silva de Miranda

1. Introdução

Muitas bactérias são capazes de produzir determinadas substâncias com atividade

antimicrobiana, denominadas genericamente de bacteriocinas, que podem ser definidas como

  peptídeos ou proteínas sintetizadas no ribossoma bacteriano e que apresentam atividade contra

linhagens da mesma espécie e de espécies filogeneticamente relacionadas. A síntese de bacteriocinas

é codificada por genes contidos em plasmídio, transposons ou no cromossomo bacteriano. As

  bacteriocinas são produzidas tanto por linhagens de bactérias Gram-negativas quanto Gram-

 positivas.

As primeiras bacteriocinas descritas foram as colicinas, que constituem um tipo de

  bacteriocina, produzidas por certas linhagens de   Escherichia coli, que apresentam atividade

antimicrobiana contra outras linhagens de E. coli e outros membros da família Enterobacteriaceae.

Do ponto de vista ecológico, as colicinas são moléculas anticompetidoras, que capacitam as

 bactérias a responderem a mudanças ambientais e que, aparentemente, desempenham um papel nas

interações competitivas entre membros de uma comunidade microbiana. Assume-se que as colicinas

tenham maior significado nas interações competitivas intra do que interespecíficas.

Um grande número de aplicações práticas das colicinas tem sido sugerido, como: controle de

doenças de plantas de origem bacteriana e tratamento de desordens intestinais, dentre elas as

diarréias, constipação e doenças inflamatórias crônicas do intestino. Nos países do leste Europeu são

usados dois produtos farmacêuticos contendo E. coli produtoras de colicinas (Mutaflor® e

Symbioflor®).

As bactérias láticas (LAB) despertam interesse devido ao seu potencial de utilização no

 biocontrole em alimentos. Elas podem exercer atividade inibitória frente a outras bactérias devido à

competição direta por nutrientes e pela produção de compostos antagonísticos como ácidos

orgânicos, diacetil, peróxido de hidrogênio e bacteriocinas. Até o momento, a nisina é a única

 bacteriocina permitida para uso em cerca de 50 países, incluindo o Brasil onde ela é aprovada para

uso em todos os tipos de queijos, e também aplicada na superfície externa de salsichas de diferentes

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tipos.

2. Material e Métodos

Os materiais utilizados para a realização do experimento em aula prática foram:

• Placas de Meio Man Rogosa e Sharpe sólido( MRS-Oxoid);

• Tubos com Agar nutriente 0,75%;

•Culturas de Bactérias láticas produtoras de substâncias antimicrobianas;

• Culturas de  bactérias indicadoras K12.

A execução do experimento se deu da seguinte maneira:

- Repicou-se as linhagens de bactérias láticas para caldo MRS e incubou-se a 37ºC por 24 horas em

anaerobiose.

- Fez-se três “spots” contendo 5 µ L na superfície do meio MRS sólido que foram posteriormente

incubados a 37ºC por 24 horas.

- Colocou-se 1,0 mL de clorofórmio na tampa da placa de Petri na posição invertida e deixou-se a

  placa fechada por 20 minutos, sempre com bastante cuidado, uma vez que o clorofórmio é

inflamável.

- Entreabriu-se a placa de Petri por 20 minutos, para permitir a evaporação do clorofórmio residual.

- Adicionou-se aos tubos contendo ágar nutriente 0,75% previamente fundido, 0,1 mL da cultura da

 bactéria indicadora e verter sobre a placa de MRS sólido contendo os “spots”. Incubou-se a 37ºC por 

24 horas em aerobiose.

- Fez-se as leituras.

Três linhagens de bactérias  E. coli provenientes de amostras de urina de pacientes humanos com

infecção urinária diagnosticada foram crescidas em caldo MRS, por 24h horas a 37ºC.

Posteriormente três spots foram feitos nas placas de Petri contendo meio MRS sólido e estas foram

incubadas por 24h a 37ºC.

Depois da incubação haviam três colônias bem formadas na placa. Posteriormente as colônias

foram mortas por formol. O formol mata as células bacterianas, mas as colicinas produzidas

continuam no meio.

Após estes procedimentos 5mL do agar nutriente 0,75% onde as  E. coli k12 haviam crescido

 previamente, foram colocados sobre as colônias mortas, até cobri-las. Então a placa foi novamente

incubada a 37ºC por 24h. Posteriormente foi feita a análise da placa.

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3. Resultados:

Após a incubação de 24h as placas foram retiradas e verificou-se a presença de halos de diferentes

tamanhos ao redor das colônias.

4. Discussão

Halos são evidências de que alguma substância liberada pelas colônias inibiu o crescimento da

 bactéria K12, que é suscetível às colicinas produzidas. As três colônias possuíam halos de tamanhos

diferentes, indicando que elas produzem uma substância inibitória em quantidades diferentes.

Diversas cepas de  E. coli são produtoras de colicinas, então é possível que a substância inibitória

também seja uma colicina.

5. Conclusões

A grande diversidade metabólica dos microorganismos permite que elas possam colonizar muitos

ecossistemas, boa parte deles inóspita para outros organismos. A produção de substâncias que

inibem o crescimento de outros microorganismos os torna fortes competidores. Este estudo

evidenciou a produção de substâncias antimicrobianas. Entretanto outros estudos são necessários

 para esclarecer a natureza das substâncias inibitórias produzidas por estas três cepas no experimento.

6. Referências Bibliográficas

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