relatório observatório problemas_motores

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Título Alunos com limitações no domínio motor Caracterização da situação educativa - um estudo aprofundado - 2002/2003 Coordenação Núcleo de Orientação Educativa e Educação Especial Filomena Pereira Organização e redacção Joaquim Colôa Colaboração Margarida Nunes da Ponte Concepção da base de dados Sandra Alves Maio de 2004

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Título

Alunos com limitações no domínio motor

Caracterização da situação educativa

- um estudo aprofundado -

2002/2003

Coordenação

Núcleo de Orientação Educativa e Educação Especial

Filomena Pereira

Organização e redacção

Joaquim Colôa

Colaboração

Margarida Nunes da Ponte

Concepção da base de dados

Sandra Alves

Maio de 2004

ii

Índice geral

Introdução ............................................................................................................................................ 2

Metodologia ......................................................................................................................................... 4

Caracterização e enquadramento da problemática do domínio motor ................................................. 5

CAPÍTULO I ......................................................................................................................................... 7

1. Caracterização dos estabelecimentos de educação e ensino ................................................... 7

CAPÍTULO II ...................................................................................................................................... 10

1. Caracterização da população .................................................................................................. 10

1.1. Sexo ................................................................................................................................... 10

1.2. Idade ................................................................................................................................... 11

1.3. Especificação da problemática ........................................................................................... 12

1.3.1. Especificação das problemáticas associadas ............................................................... 13

1.3.1.1. Sujeitos que apresentam mais do que uma problemática associada ......................... 14

1.3.1.2. Sujeitos que apresentam uma problemática associada .............................................. 16

2. Aspectos relacionados com as Autonomias ............................................................................... 18

2.1. Níveis de autonomia e tipo de problemática ....................................................................... 19

3. Aspectos de Comunicação ...................................................................................................... 22

3.1. Aspectos motivadores para estabelecer comunicação ....................................................... 22

3.2. Aspectos da comunicação receptiva .................................................................................. 23

3.3. Aspectos da comunicação expressiva ............................................................................... 25

CAPÍTULO III ..................................................................................................................................... 29

1. Aspectos da situação educativa .............................................................................................. 29

1.1. Aspectos relacionados com os níveis de educação e ensino ............................................. 29

1.2. Níveis de educação e ensino e idade ................................................................................. 31

2. Aspectos relacionados com a intervenção precoce ................................................................. 33

3. Aspectos relacionados com os apoios educativos ................................................................... 35

3.1. Tempo de apoio .................................................................................................................. 35

3.2. Periodicidade de apoio ....................................................................................................... 36

3.3. Aspectos da especialização dos docentes ......................................................................... 37

3.4. Local de apoio educativo .................................................................................................... 38

3.4.1. Local de apoio educativo e tipo de problemática .......................................................... 39

iii

3.4.2. Local do apoio educativo e apoio especializado ........................................................... 40

3.5. Aspectos das medidas do regime educativo especial ........................................................ 41

3.5.1. Medidas do regime educativo especial e tipo de problemática .................................... 45

3.5.2. Medidas do regime educativo especial e idade ............................................................. 46

3.5.3. Medidas do regime educativo especial e formação especializada dos docentes .......... 47

3.6. Outros tipo de apoios .......................................................................................................... 49

3.6.1. Terapia da fala .............................................................................................................. 49

3.6.2. Terapia Ocupacional ..................................................................................................... 51

3.6.3. Fisioterapia ................................................................................................................... 53

3.6.4. Apoio específico de Auxiliar de Educação .................................................................... 56

3.6.5. Outros apoios ................................................................................................................ 60

3.6.6. Outro tipo de apoios e problemática ............................................................................. 61

3.6.7. Outro tipo de apoios e idade ......................................................................................... 63

CAPÍTULO IV..................................................................................................................................... 67

1. Aspectos relacionados com as ajudas técnicas/tecnologias de apoio ..................................... 67

1.1. Caracterização das ajudas Técnicas/tecnologias de apoio ............................................... 68

1.1.1. Auxiliares de tratamento e treino ................................................................................... 69

1.1.2. Auxiliares para cuidados pessoais e de protecção ....................................................... 69

1.1.3. Auxiliares para mobilidade ............................................................................................ 70

1.1.4. Auxiliares para melhorar o ambiente ............................................................................. 71

1.1.5. Auxiliares para comunicação, informação e sinalização ............................................... 71

2. Ajudas técnicas/ tecnologias de apoio e tipo de problemática ................................................. 72

3. Ajudas técnicas/tecnologias de apoio, áreas de autonomia e níveis de independência .......... 73

4. Ajudas técnicas/tecnologias de apoio e comunicação ............................................................. 75

5. Ajudas técnicas/tecnologias de apoio e formação especializada dos docentes ...................... 76

6. Ajudas técnicas/tecnologias de apoio e medidas do regime educativo especial ..................... 78

7. Ajudas técnicas/tecnologias de apoio e idade ......................................................................... 80

CONCLUSÕES .................................................................................................................................. 83

RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................................... 87

Anexos ............................................................................................................................................... 90

iv

Índice das figuras

Figura 1 - Distribuição, a nível nacional, dos estabelecimentos de educação e ensino 7

Figura 2- Distribuição, por DRE, dos estabelecimentos de educação e ensino .................................................................. 8

Figura 3 – Média de sujeitos por DRE e por estabelecimentos de educação e ensino ....................................................... 8

Figura 4 – Percentagem de estabelecimentos por tipo de adaptação do ambiente ............................................................ 9

Figura 5 – Distribuição dos sujeitos por DRE .................................................................................................................... 10

Figura 6 –Distribuição dos sujeitos por sexo e DRE .......................................................................................................... 11

Figura 7 –Distribuição dos sujeitos por idade e DRE ......................................................................................................... 12

Figura 8 –Distribuição dos sujeitos por tipo de problemática e DRE ................................................................................. 12

Figura 9 –Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de problemática associada .............................................. 13

Figura 10 –Distribuição dos sujeitos por DRE tendo em conta o número de problemáticas associadas .......................... 14

Figura 11 –Distribuição sujeitos com mais do que um tipo de problemática associada por DRE ................................... 15

Figura 12 –Distribuição sujeitos com uma problemática associada por DRE .................................................................. 16

Figura 13 – Distribuição sujeitos por áreas e níveis de autonomia .................................................................................... 18

Figura 14 –Distribuição dos sujeitos por áreas e níveis de autonomia e DRE .................................................................. 18

Figura 15– Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por tipo de problemática, áreas e níveis de autonomia .............. 20

Figura 16 –Distribuição dos sujeitos por quantidade de aspectos motivadores para estabelecer comunicação e DRE ... 22

Figura 17 – Distribuição dos sujeitos por quantidade de formas de comunicação receptiva e DRE ................................. 24

Figura 18 – Distribuição dos sujeitos por quantidade de formas de comunicação expressiva e DRE .............................. 26

Figura 19 – distribuição dos sujeitos por níveis de educação e ensino e DRE ................................................................ 30

Figura 20 – Média, a nível nacional, de sujeitos por níveis de educação e ensino ........................................................... 30

Figura 21 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por níveis de educação e ensino e idade ................................... 32

Figura 22 – Distribuição dos sujeitos em intervenção precoce por contexto de apoio e DRE ........................................... 33

Figura 23 – Distribuição dos sujeitos em intervenção precoce por número de horas de apoio e DRE ............................ 34

Figura 24 – Distribuição dos sujeitos em intervenção precoce por número de vezes de apoio por semana e DRE ......... 35

Figura 25 – Distribuição dos sujeitos por número de vezes de apoio por semana e DRE ............................................... 37

Figura 26 – Distribuição dos sujeitos por especialização dos docentes e DRE ................................................................ 38

Figura 27 – Distribuição dos sujeitos por local de apoio educativo e DRE ........................................................................ 39

Figura 28 – Distribuição dos sujeitos por local de apoio educativo, tipo de problemática e DRE ..................................... 40

Figura 29 – Distribuição dos sujeitos por local de apoio educativo, especialização dos docentes e DRE ........................ 41

Figura 30 – Percentagem de sujeitos inscritos em medidas do regime educativo especial .............................................. 42

Figura 31 – Número de sujeitos inscritos em medidas do regime educativo especial e DRE ........................................... 42

Figura 32 – Distribuição dos sujeitos por tipo de medidas do regime educativo especial ................................................. 43

Figura 33 – Distribuição dos sujeitos por medidas especiais de educação e DRE ........................................................... 43

Figura 34 – Distribuição dos sujeitos por tipo de condições especiais de avaliação ......................................................... 44

Figura 35 –Número de sujeitos por DRE e condições especiais de avaliação .................................................................. 44

Figura 36 – Distribuição dos sujeitos por medidas do regime educativo especial e tipo de problemática......................... 45

v

Figura 37 – Distribuição dos sujeitos por medidas do regime educativo especial e idade ................................................ 46

Figura 38 – Distribuição dos sujeitos por medidas do regime educativo especial e especialização dos docentes .......... 47

Figura 39 – Distribuição dos sujeitos por número de horas de terapia da fala e DRE ...................................................... 49

Figura 40 – Distribuição dos sujeitos por número de vezes de terapia da fala por semana e DRE .................................. 50

Figura 41 – Distribuição dos sujeitos que recebem terapia da fala por problemática ........................................................ 51

Figura 42 – Distribuição dos sujeitos por número de horas de terapia ocupacional e DRE .............................................. 52

Figura 43 – Distribuição dos sujeitos por número de vezes de terapia ocupacional por semana e DRE .......................... 52

Figura 44 - distribuição dos sujeitos que recebem terapia ocupacional por problemática ................................................. 53

Figura 45 – Distribuição dos sujeitos por número de vezes de terapia por semana e DRE .............................................. 55

Figura 46 – distribuição dos sujeitos que recebem fisioterapia por problemática .............................................................. 56

Figura 47 – Distribuição dos sujeitos por número de vezes que recebem serviços específicos de auxiliar de educação

por semana e DRE .................................................................................................................................................... 58

Figura 48 – distribuição dos sujeitos que recebem serviços específicos de auxiliar de educação por problemática ........ 59

Figura 49 – Distribuição dos sujeitos que recebem serviços específicos de auxiliar de educação por áreas de autonomia

e níveis de independência ......................................................................................................................................... 59

Figura 50 – Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por outros apoios ........................................................................ 60

Figura 51 – Distribuição dos sujeitos por outros apoio e DRE ........................................................................................... 61

Figura 52 –Distribuição dos sujeitos por outro tipo de apoios, problemática e DRE ........................................................ 63

Figura 53 – Distribuição dos sujeitos por outro tipo de apoios e idade .............................................................................. 64

Figura 54 – Distribuição dos sujeitos por ajuda técnica/tecnologia de apoio e DRE ......................................................... 67

Figura 55 – Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de auxiliares de tratamento e treino .............................. 69

Figura 56 –Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de auxiliares para cuidados pessoais e de protecção .... 69

Figura 57 – Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de auxiliares para mobilidade ........................................ 70

Figura 58– Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de auxiliares para melhorar o ambiente ......................... 71

Figura 59 – Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de auxiliares para comunicação, informação e

sinalização ................................................................................................................................................................. 71

Figura 60 – Distribuição dos sujeitos , a nível nacional, por tipo de ajuda técnica/ tecnologias de apoio e problemática 72

Figura 61 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por auxiliares para mobilidade, níveis de independência e tipo de

problemática .............................................................................................................................................................. 73

Figura 62 –Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por auxiliares para melhorar o ambiente, níveis de independência

e tipo de problemática ............................................................................................................................................... 74

Figura 63 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por auxiliares para melhorar o ambiente, áreas de autonomia e

níveis de independência ............................................................................................................................................ 75

Figura 64 – distribuição, a nível nacional por auxiliares para comunicação, informação e sinalização, níveis de

independência e problemática .................................................................................................................................. 76

Figura 65 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por ajudas técnicas/tecnologias de apoio e especialização dos

docentes .................................................................................................................................................................... 77

vi

Figura 66 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por ajudas técnicas/ tecnologias de apoio e medidas do regime

educativo especial ..................................................................................................................................................... 79

Figura 67 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por ajudas técnicas/tecnologias e idade .................................... 80

vii

Índice dos quadros Quadro I – Distribuição dos sujeitos por tipo de motivação para estabelecer comunicação e DRE ................................. 23

Quadro II – Distribuição dos sujeitos por formas de comunicação receptiva não simbólicas e DRE ................................ 24

Quadro III – Distribuição dos sujeitos por formas de comunicação receptiva- simbólicas e DRE ..................................... 25

Quadro IV – Distribuição dos sujeitos por formas de comunicação expressiva não simbólicas e DRE ............................ 26

Quadro V – Distribuição dos sujeitos por formas de comunicação expressiva simbólicas e DRE .................................... 27

Quadro VI – Distribuição dos sujeitos por número de horas de apoio e DRE ................................................................... 36

Quadro VI – Distribuição dos sujeitos por número de horas de fisioterapia e DRE .......................................................... 54

Quadro VII – Distribuição dos sujeitos por número de horas que recebem apoio de auxiliar de educação ...................... 57

1

Agradecimentos

O nosso agradecimento às equipas de coordenação dos apoios educativos,

pela colaboração prestada na distribuição dos questionários e aos docentes de

apoio, pelo preenchimento dos mesmos. Também à estagiária Maria de Fátima

Caetano, do curso de licenciatura em Ciências da Educação da Universidade

Lusófona de Humanidades e Tecnologias, agradecemos a colaboração

prestada na informatização dos dados. Agradecemos, ainda, ao Centro de

Paralisia Cerebral pela por nos ter facilitado a colaboração da Dra. Margarida

Nunes da Ponte.

2

Introdução

A recolha de informação tem como objectivo essencial caracterizar

grupos, subgrupos, sujeitos individualmente e muitas vezes situações contextuais

de interacção que lhes são inerentes. Caracteriza-se para melhor planificar

intervenções a vários níveis.

Neste sentido, o Observatório dos Apoios Educativos surgiu há alguns anos,

de um modo geral, com o objectivo de sistematizar o levantamento de dados

relacionados, directa e indirectamente, com alunos com necessidades

educativas especiais. Os dados referentes aos alunos que frequentam o ensino

regular que apresentam problemas no domínio motor têm sido considerados, nos

referidos relatórios, respeitando esta lógica abrangente.

No entanto, a população com problemas motores é muito heterogénea e

necessita de recursos humanos e materiais específicos e muito diversificados.

Assim, considerou-se ser de proceder a uma caracterização mais pormenorizada

para, mais facilmente, se identificarem formas e prioridades de intervenção

especificas para esta população. A delimitação da recolha de dados a um

subgrupo específico, da população com necessidades educativas especiais,

permite-nos conhecer melhor o tipo de barreiras que se colocam à

aprendizagem e à participação, as formas como têm sido ultrapassadas,

equacionando-se respostas, integradas e articuladas, que melhor possam

operacionalizar a eliminação ou atenuação das referidas barreiras. Com este

estudo pretendeu-se:

- caracterizar, a partir dos resultados da primeira fase do Observatório dos

Apoios Educativos, os alunos identificados no domínio motor;

- caracterizar a intervenção educativa em crianças com problemas

motores nas primeiras idades;

- conhecer o diagnóstico que esteve na base da sua identificação e os

problemas considerados associados bem como as formas de

comunicação privilegiadas;

- caracterizar a situação do apoio educativo prestado à população em

estudo (número de horas, periodicidade e local de apoio);

3

- caracterizar o tipo de formação dos docentes responsáveis pelo apoio a

este tipo de população;

- identificar recursos humanos (auxiliares de educação, psicólogos,

terapeutas, outros) e materiais (ajudas técnicas/tecnologias de apoio)

disponibilizados;

- caracterizar, no âmbito do regime educativo especial definido no

Decreto-Lei n.º 319/91, as condições de acesso, organização,

implementação e avaliação curricular destes alunos;

- caracterizar os níveis de autonomia dos alunos nos domínios da

alimentação, higiene, mobilidade e manipulação.

O presente relatório divide-se em cinco capítulos. No primeiro apresentam-se

os dados relativos à caracterização dos estabelecimentos de educação e ensino

frequentados pelos sujeitos identificados no domínio motor bem como a sua

distribuição pelos mesmos. No segundo, caracteriza-se a população e no terceiro

a situação educativa, designadamente os aspectos relativos ao currículo, aos

apoios e à formação dos docentes de apoio. No quarto capítulo são

apresentados os dados relativos à utilização de ajudas técnicas/tecnologias de

apoio. No quinto, e último capítulo, são apresentadas as conclusões e

recomendações decorrentes da análise dos dados.

4

Metodologia

Os dados foram recolhidos através do Questionário designado

“observatório dos apoios educativos – domínio motor” (Anexo 1) elaborado pelo

Núcleo de Orientação Educativa e Educação Especial. Este é composto por

questões abertas e fechadas tendo sido distribuído acompanhado de um guião

para o seu preenchimento (Anexo 2).

A recolha dos dados foi feita através das equipas de coordenação dos

apoios educativos (ECAE) que distribuíram os questionários pelos docentes de

apoio.

O número de questionários enviados (n=3093) correspondeu ao universo

nacional continental dos sujeitos identificados pelas ECAE, em levantamento

geral de dados feito no inicio do ano lectivo de 2002/2003. Foram recebidos 3146

questionários tendo sido tratados 3083, uma vez que 53 foram enviados quando

os dados já se encontravam numa fase adiantada de análise. Os sujeitos

frequentam turmas/grupos indiferenciados em jardins de infância ou escolas (1º

CEB, 2º CEB, 3º CEB e ensino secundário) ou recebem apoio no domicilio, em

creche ou em ama.

Os dados recolhidos foram introduzidos numa base de dados construída

em Access, especialmente concebida para o efeito e, posteriormente, foram

tratados em Excel ambiente Windows.

Para o tratamento das questões fechadas recorreu-se a estatística

descritiva e para às questões abertas utilizou-se a análise de conteúdo. Na

análise e discussão dos dados tiveram-se, geralmente, em conta as dimensões

nacional e regional (âmbito geográfico das DRE).

5

Caracterização e enquadramento da problemática do domínio motor

Os indivíduos com problemas motores apresentam, normalmente, um

quadro complexo, especifico e bastante individualizado decorrente de

alterações nas funções motoras devido a limitações de funcionamento do

sistema ósseo-articular, muscular e/ou nervoso que de modo variável limita

algumas das actividades e interacções que os restantes indivíduos da sua idade

conseguem realizar.

Referenciando-se a Classificação Internacional da Funcionalidade,

Incapacidade e Saúde (OMS, 2001) podemos, em síntese, identificar os indivíduos

com problemática no domínio motor como aqueles que podem ou não ter

problemas associados e que podem apresentar limitações ao nível das funções e

estrutura do corpo: i) das articulações e da estrutura óssea (mobilidade das

articulações e estabilidade das suas funções); ii) muscular (força muscular, tónus

muscular e resistência muscular) e iii) do movimento (reflexos motores, reacções

motoras involuntárias, controlo do movimento voluntário, movimentos

involuntários, padrão de marcha e sensações relacionadas com os músculos e

do seu movimento).

Ao nível da actividade e participação podem apresentar dificuldades em:

i) mudar as posições básicas do corpo; ii) manter a posição do corpo; iii)

proceder a auto-transferências; iv) levantar e transportar objectos; v) mover

objectos com os membros inferiores; vi) realizar acções coordenadas de

motricidade fina; vii) utilizar em acções coordenadas a mão e o braço; viii) andar

e ix) deslocar-se excluindo a marcha.

Ainda, segundo a Classificação Internacional da Funcionalidade ,

Incapacidade e Saúde (OMS, 2001) a funcionalidade de um indivíduo num

domínio especifico resulta da interacção dinâmica entre as condições de saúde

e os factores contextuais (ambientais e pessoais). Assim, uma intervenção num

factor pode, potencialmente, modificar um ou vários outros factores. Estas

interacções são específicas e nem sempre ocorrem numa relação unívoca

previsível.

6

Embora esta problemática seja caracterizada, essencialmente, por

limitações ao nível motor, os indivíduos podem apresentar outras problemáticas

associadas, ao nível cognitivo, da atenção, das emoções e/ou da comunicação

(receptiva e/ou expressiva).

Neste sentido a intervenção requer uma acção sistematizada, uma

tomada de decisão colaborativa e interdisciplinar e uma conceptualização

ecológica que incorpora a multidimensionalidade das acções relativas às

condições do indivíduo, aos aspectos organizativos dos contextos e de

coordenação dos serviços de apoio, aos recursos específicos mobilizados, às

medidas educativas especificas e às condições de formação dos profissionais

que mais directamente interagem com os sujeitos.A intervenção deve também

dar uma atenção privilegiada, entre outras, às questões de acessibilidade, ao

nível da organização e (re)estruturação dos ambientes. Esta situação deve

entender-se tanto na questão dos ambientes ou serviços, como das próprias

ajudas técnicas/tecnologias de apoio utilizadas. Estas devem ser utilizadas no

sentido de permitirem um maior nível de autonomia nas actividades da vida

diária, e consequentemente uma maior qualidade de vida.

As ajudas técnicas/tecnologias de apoio podem evitar que apareça uma

determinada limitação (nível primário), que determinada limitação evolua para

uma incapacidade (nível secundário) ou prevenir a dependência e desenvolver

níveis de autonomia quando já existe incapacidade (nível terciário). A utilização

de alguns materiais específicos bem como as adaptações de espaços, mobiliário

e material escolar podem atenuar ou eliminar barreiras facilitando a interacção e

a participação dos alunos.

7

CAPÍTULO I

1. Caracterização dos estabelecimentos de educação e ensino

O primeiro aspecto analisado refere-se ao estabelecimento de educação e

ensino envolvido na educação e no apoio educativo dos sujeitos identificados

no domínio motor. Foram objectivos: i) conhecer o número de estabelecimentos

de educação e ensino, a nível nacional e por DRE, envolvidos na educação da

referida população, ii) Identificar a média de alunos por estabelecimento de

educação e ensino e iii) conhecer a percentagem de estabelecimentos de

educação e ensino com adaptações ao nível do ambiente físico.

Foram identificados um total de 2044 estabelecimentos de educação e ensino

envolvidos, a nível nacional, na educação dos alunos (n=3083) identificados com

limitações no domínio motor.

Figura 1 - Distribuição, a nível nacional, dos estabelecimentos de educação e ensino

A maioria dos estabelecimentos (Figura 1) pertence ao 1º CEB (n=770) e à

educação pré-escolar (n=574), seguindo-se as EB 2/3 (n=413) e o ensino

secundário (n=162). Com percentagens mais baixas surgem os agrupamentos

(n=77), as EBI (n=26) e os estabelecimentos do ensino secundário com 2º e 3º CEB

(n=22).

8

Em termos absolutos as DRE com mais estabelecimentos de educação e ensino

envolvidos são a DREN (n=883) e a DREL (n=632). Seguem-se a DREC (n=363), a

DREAlg (n=86) e a DREAL (n=80).

Figura 2- Distribuição, por DRE, dos estabelecimentos de educação e ensino

Dos 3083 sujeitos identificados no domínio motor (Figura 5) 92,9% (n=2865)

frequentam estabelecimentos de educação e ensino (n=2044) e 7% (n=218) têm

apoio em ama, creche ou domicilio. Calculada, a nível nacional, a média de

alunos por estabelecimento de educação e ensino verifica-se que esta

corresponde a 1,4 sujeitos por estabelecimento. Numa amplitude de 1 aluno

(n=1613) a 25 alunos (n=1) por estabelecimento, a moda é de 1 aluno por

estabelecimento.

Figura 3 – Média de sujeitos por DRE e por estabelecimentos de educação e ensino

9

Analisando os dados por DRE (Figura 3) verifica-se uma dispersão elevada. em

todas as DRE, sendo a média arredondada de 1 aluno por estabelecimento de

educação e ensino, valor igual ao da moda.

Dos 2044 estabelecimentos de educação e ensino envolvidos na educação de

alunos identificados no domínio motor, 42,3% (n=865) beneficiaram de

adaptações para melhorar o ambiente físico.

Figura 4 – Percentagem de estabelecimentos por tipo de adaptação do ambiente

A maioria das adaptações para melhoria do ambiente físico, mais

especificamente ao nível do próprio edifício, (Figura 4) corresponde a rampas,

corrimões e elevadores (n=674) e as restantes a adaptações nas casas de banho

(n=191).

SSíínntteessee

Em termos absolutos, a DREN e DREL são as DRE que contam com mais estabelecimentos

de educação e ensino na educação de alunos identificados no domínio motor (n=883 e n=632,

respectivamente);

Em todas as DRE a maioria corresponde a estabelecimentos do 1º CEB e de educação pré-

escolar;

Existe uma grande dispersão de alunos, em todas as DRE. A média arredondada corresponde

a 1 aluno por estabelecimento, sendo este valor igual ao da moda;

A nível nacional, em 2044 estabelecimentos de educação e ensino 42,3% recorreram a

adaptações físicas para melhoria do ambiente físico. A maioria destas adaptações

corresponde a rampas, corrimões e elevadores (78%).

10

CAPÍTULO II

1. Caracterização da população

O segundo aspecto analisado refere-se à caracterização da população. Foram

objectivos: i) identificar, a nível nacional e regional, a população com problemas

no domínio motor e com apoio educativo quanto ao número, sexo e idade, ii)

conhecer a sua situação motora e problemáticas associadas, iii) identificar as

suas áreas e níveis de autonomia e iv) as formas de comunicação receptiva e

expressiva bem como as situações motivadoras de comunicação

predominantes. Este estudo abrange um universo de 3083 sujeitos identificados

no domínio motor.

Figura 5 – Distribuição dos sujeitos por DRE

Deste universo, 43,7% (Figura 5) pertence à DREN, 33,9% à DREL, 15,6% à DREC,

3,4% à DREAlg e 3,2% à DREAL.

1.1. Sexo

Quanto à distribuição por sexo (figura 6), verifica-se que a maioria (57,1%)

pertence ao sexo masculino (n=1762) sendo de 1321 (42,8%) o número de sujeitos

do sexo feminino.

11

masculino 771 278 592 60 61

feminino 577 206 454 40 44

DREN DREC DREL DREAl DREAlg

Figura 6 –Distribuição dos sujeitos por sexo e DRE

Em todas as DRE (figura 6) a maioria dos sujeitos pertence também ao sexo

masculino.

1.2. Idade

Quanto à idade, dos 99,3% (n=3064) relativamente aos quais foi respondida esta

questão verifica-se que, em termos absolutos, a maioria situa-se no intervalo dos

<6 aos 15 anos, com um valor percentual de 56% (n=1728). A menor

percentagem (4,2%) corresponde aos sujeitos com idades superiores a 18 anos,

com (n=131).

As primeiras idades neste relatório (somatório dos valores obtidos nos intervalos

dos 0 aos 3 anos e dos <3 aos 6 anos) representa 28,7% (n=881) dos sujeitos.

Destes, o intervalo que apresenta maior número de sujeitos é o dos <3 aos 6

anos, com 66,2% (n=584). Valor que sugere uma baixa taxa de apoio antes da

frequência de um contexto formal de educação.

12

Figura 7 –Distribuição dos sujeitos por idade e DRE

Ao analisarmos os dados por DRE (Figura 7) verifica-se que, em todas elas, se

repete o padrão de distribuição da população observado a nível nacional.

1.3. Especificação da problemática

Quanto ao tipo de problemática, em termos absolutos, 49,1% (n=1516) dos

sujeitos apresenta paralisia cerebral, 35,4% (n=1093) outras (malformações

congénitas, traumatismos crânio encefálicos, lesões ostioarticulares, etc.), 7,7%

(n=239) spína bífida, 4,8% (n=149) distrofia muscular e 3% (n=95) síndromas

degenerativas.

Figura 8 –Distribuição dos sujeitos por tipo de problemática e DRE

13

O padrão observado a nível nacional repete-se em todas as DRE (Figura 8).

1.3.1. Especificação das problemáticas associadas

Para além da identificação, segundo pressupostos etiolóligos predominantes,

tentamos conhecer quais as problemáticas associadas.

Figura 9 –Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de problemática associada

Em termos absolutos, apenas 7% (n=216) dos sujeitos não apresenta

problemáticas associadas. Relativamente aos quais é referido existirem

problemáticas associadas (Figura 9), a maioria (20,6%) apresenta problemas

cognitivos (n=1762) e alterações ortopédicas (n=1674), seguindo-se os problemas

de atenção (n=1454), as perturbações da fala (=1256) e as perturbações da

linguagem (n=1093). A categoria outras problemáticas apresenta percentagens

mais baixas.

Dos sujeitos identificadas com problemáticas associadas, a maioria (83,1%)

apresenta, cumulativamente, mais do que um tipo de problemática associada,

(n=2562) situação verificada em todas as DRE (Figura 10).

14

Figura 10 –Distribuição dos sujeitos por DRE tendo em conta o número de problemáticas associadas

Da análise do número de sujeitos que apresentam problemáticas associadas, em

cada uma das DRE (Figura 10), verifica-se em todas o mesmo padrão observado

a nível nacional.

1.3.1.1. Sujeitos que apresentam mais do que uma problemática associada

Relativamente aos sujeitos que apresentam mais do que uma problemática

associada (n=2562) verifica-se, a nível nacional, que os problemas cognitivos, as

alterações ortopédicas e os problemas de atenção apresentam as percentagens

mais elevadas, correspondendo respectivamente a 66,6% (n=1707), 62% (n=1591)

e 55% (n=1411), seguindo-se as perturbações da fala com 47,6% (n=1221). As

outras categorias apresentam percentagens menos significativas.

15

Figura 11 –Distribuição sujeitos com mais do que um tipo de problemática associada por DRE

Da análise dos dados por DRE (figura 11) verifica-se que na DREN as alterações

ortopédicas (63,5%), os problemas cognitivos (59,9%) e os problemas de atenção

(54,5%) são as problemáticas associadas com percentagens mais elevadas.

Padrão registado também na DREC com percentagens de 62,2%, 62% e 58%,

respectivamente.

Na DREL os problemas cognitivos (25,6%), as alterações ortopédicas (19,3%) e os

problemas de atenção (17,1%) são as problemáticas associadas com

percentagens mais elevadas.

Na DREAL as alterações ortopédicas (58,5%) apresentam, também, a

percentagem mais elevada, seguindo-se os problemas de atenção (57,3%) e as

perturbações de linguagem (45,1%).

Na DREAlg são os problemas associados ao nível da atenção que apresentam a

percentagem mais elevada (68,1%), seguindo-se os problemas cognitivos (65,1%)

e as alterações ortopédicas (63,6%).

16

1.3.1.2. Sujeitos que apresentam uma problemática associada

No que diz respeito aos sujeitos identificados com uma problemática associada

(n=305) verifica-se, a nível nacional, que a maior parte apresenta alterações

ortopédicas e outras problemáticas, respectivamente com 24,9% (n=83) e 20,4%

(n=68). Seguem-se 16,5% (n=55) com problemas cognitivos, 12,9% (n=43) com

problemas de atenção e 10,5% (n=35) com perturbações da fala. As

percentagens mais baixas correspondem às perturbações de linguagem e aos

problemas sensoriais-auditivos, respectivamente com 6% (n=20) e 1,5% (n=5),

padrão que não se verifica quando observamos os dados por DRE.

Figura 12 –Distribuição sujeitos com uma problemática associada por DRE

Assim, em cada uma das DRE relativamente aos sujeitos a quem foi assinalada

uma problemática associada (Figura 12), a maior percentagem pertence à DREN

(37,5%) e à DREL (30,1%), com maior incidência nas categorias outras

problemáticas (21,5% e 22,5% respectivamente).

17

As alterações ortopédicas apresentam, na DREC e na DREAlg as percentagens

mais elevadas (70,2% e 71,4% respectivamente). Na DREAL esta categoria não é

assinalada, sendo as perturbações da fala a problemática com maior

percentagem (83,3%).

18

2. Aspectos relacionados com as Autonomias

Relativamente às questões sobre a autonomia verifica-se que dos 95,8% (n=2954)

relativamente a quem foi assinalada este item, em valores absolutos, a área da

mobilidade corresponde a 97,3% (n=2876) sujeitos, a da alimentação a 97%

(n=2868), a da higiene a 96,4% (n=2850) e a da manipulação a 96% (n=2838),

Figura 13 – Distribuição sujeitos por áreas e níveis de autonomia

Da análise dos dados referentes a cada área por níveis de autonomia (Figura 13)

verifica-se que a maioria dos sujeitos são considerados independentes na

alimentação (42,4%), 42,1% são dependentes na higiene, 36,7% são

independentes na alimentação e 42,3% são independentes na manipulação.

Figura 14 –Distribuição dos sujeitos por áreas e níveis de autonomia e DRE

19

À excepção da DREC onde, relativamente à autonomia na mobilidade, se

verifica que a maioria dos sujeitos são considerados dependentes (Figura 14),

correspondendo a 37% (n=170), o padrão de distribuição observado a nível

nacional, mantêm-se em todas as outras DRE

2.1. Níveis de autonomia e tipo de problemática

Relacionando os dados autonomia e tipo de problemática, exceptuando-se os

valores relativos à mobilidade, verifica-se que todos as outras áreas de

autonomia sugerem um padrão relativamente estável, o que significa que.

a) Os sujeitos com paralisia cerebral são mais independentes na alimentação

e mais dependentes na higiene e mobilidade, sendo maioritariamente

independentes com ajuda quanto à manipulação.

b) Os sujeitos com spína bífida são considerados maioritariamente

independentes na alimentação e na manipulação e dependentes na

higiene. No que diz respeito à mobilidade são considerados

maioritariamente independentes com ajuda.

c) Os sujeitos com distrofia muscular são considerados, maioritariamente,

independentes na alimentação e dependentes na higiene. Quanto à

mobilidade e manipulação a maioria são considerados independentes

com ajuda.

d) Os sujeitos com síndroma degenerativa são considerados,

maioritariamente, independentes na alimentação e dependentes na

higiene e mobilidade. Quanto à manipulação a maioria são considerados

independentes com ajuda.

e) A maioria dos sujeitos assinalados com outro tipo de problemática são

considerados independentes na alimentação, na mobilidade e na

manipulação e dependentes na higiene.

20

Figura 15– Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por tipo de problemática, áreas e níveis de

autonomia

Alimentação

A nível nacional verifica-se, relativamente a todas as problemáticas, que a

maioria dos sujeitos é independente relativamente à alimentação (Figura 15),

sendo os sujeitos com spína bífida (n=239) e distrofia muscular (n=149) os que

apresentam os valores percentuais mais elevados, 64% (n=153) e 48,9% (n=73)

respectivamente.

Higiene

Quanto à higiene e relativamente a todas as problemáticas, a maioria dos

sujeitos são considerados dependentes (Figura 15), sendo os sujeitos com spína

bífida (n=239) e distrofia muscular (n=149) os que apresentam as percentagens

mais elevadas, com 55,6% (n=133) e 53,6% (n=80) respectivamente.

21

Mobilidade

Relativamente à mobilidade observamos uma maior heterogeneidade de

situações (Figura 15). A maioria dos sujeitos com paralisia cerebral (n=1516) e

síndroma degenerativa (n=95) são considerados dependentes, com valores

percentuais de 37,7% (n=573) e 42,1% (n=40) respectivamente. Os valores

percentuais mais baixos referem-se aos sujeitos considerados independentes com

ajuda, com um valor percentual de 26,2% (n=398) e 24,2% (n=23),

respectivamente.

Quanto aos sujeitos com spína bífida (n=239) e distrofia muscular (n=149), a

maioria são considerados independentes com ajuda, com 39,7% (n=95) e 48,9%

(n=73), respectivamente. Os valores mais baixos dizem respeito aos sujeitos

considerados independentes, sendo a percentagem de 25,9% (n=62) e de 24,1%

(n=36), respectivamente.

No que diz respeito aos sujeitos assinalados com outro tipo de problemática

(n=1093), a maioria são considerados independentes correspondendo a 32,4%

(n=352). O valor percentual mais baixo (21,3%) é o dos sujeitos considerados

dependentes (n=231).

Manipulação

No que se refere à manipulação, a maioria dos sujeitos é considerada

independente com ajuda (Figura 15), constituindo excepção os sujeitos com

spína bífida e com outro tipo de problemáticas. Destes a maioria são

considerados independentes, 50,2% (n=120) e 34,6% (n=376), respectivamente.

22

3. Aspectos de Comunicação

Considerámos na análise dos dados os aspectos comunicacionais fundamentais

para melhor conhecermos as características da população em estudo.

Centrámos a análise nos aspectos que motivam os sujeitos a comunicar e nas

formas que estes mais utilizam para o fazer, nas vertentes expressiva e

compreensiva.

3.1. Aspectos motivadores para estabelecer comunicação

Quanto aos principais aspectos motivadores para estabelecer comunicação,

verifica-se que, dos 3083 sujeitos 7,7% (n=238) apresentam pelo menos um tipo de

motivação e 79% (n=2438) mais do que um.

Figura 16 –Distribuição dos sujeitos por quantidade de aspectos motivadores para estabelecer

comunicação e DRE

A análise dos dados de cada uma das DRE mostra (Figura 16) o padrão

observado a nível nacional.

Ainda, quanto aos aspectos que motivam os sujeitos a estabelecer comunicação

(Quadro I), a maioria refere-se à categoria fazer pedidos (65,8%), seguindo-se a

23

categoria dizer que sim/não (63,9%) e chamar a atenção dos outros (63,8%). A

categoria outras não foi assinalada relativamente a nenhum dos sujeitos. Este

padrão verifica-se na DREN e na DREAl.

Quadro I – Distribuição dos sujeitos por tipo de motivação para estabelecer comunicação e DRE

Comunica para:

DREN

DREC

DREL

DREAl

DREAlg

TOTAL

N.º %

Fazer pedidos 764 258 619 68 61 1770 65,8%

Dizer que sim/não 750 273 574 58 63 1778 63,9%

Chamar a atenção dos outros 750 273 574 57 63 1717 63,8%

Comentar situações 570 182 474 46 48 1320 49.1%

Expressar desejos 743 243 590 52 57 1685 62,6%

Na DREC (Quadro I) relativamente à maioria dos sujeitos é assinalada a categoria

dizer que sim/não e chamar a atenção dos outros (65,9%, igualmente), seguindo-

se o fazer pedidos (62,3%). Esta situação verifica-se também na DREAlg

correspondendo ambas as categorias dizer sim/não e chamar a atenção dos

outros, a 67,7% e a categoria fazer pedidos a 65,5%. Na DREL a maioria assinala a

categoria fazer pedidos (67%), seguindo-se a categoria expressar desejos com

um valor percentual de 63,9%.

3.2. Aspectos da comunicação receptiva

No que se refere à comunicação receptiva do total de 3083 sujeitos,

relativamente a 36% (n=1111) foi assinalada pelo menos uma forma de

comunicação. No entanto, quanto à maioria dos sujeitos foi assinalada mais do

que uma forma de comunicação, correspondendo a 61,3% (n=1891).

24

Figura 17 – Distribuição dos sujeitos por quantidade de formas de comunicação receptiva e DRE

Ao analisarem-se os dados por DRE observa-se (Figura 17) o mesmo padrão

registado a nível nacional.

Centrando-nos nos dados referentes às formas de comunicação não simbólica

verifica-se que, em termos absolutos, a maioria dos sujeitos (Quadro II)

compreende melhor as expressões faciais (31%).

Quadro II – Distribuição dos sujeitos por formas de comunicação receptiva não simbólicas e DRE

Comunicação Receptiva

DREN

DREC

DREL

DREAl

DREAlg

TOTAL

N. º %

Fo

rmas d

e c

om

un

icação

não

sim

lic

a

Vocalizações 285 123 186 22 23 639 21,2%

Gestos naturais ou

convencionais

278 122 234 34 25 693 23%

Movimentos corporais 255 109 208 20 19 611 20,3%

Contacto visual 321 155 286 37 36 835 27,8%

Expressões faciais 388 169 316 29 31 933 31%

Objectos reais 180 84 134 22 20 440 14,6%

Tocar 305 135 215 26 37 718 23,9%

No entanto, se tivermos em conta cada uma das DRE (Quadro II), relativamente

às formas de comunicação não simbólica, observa-se que existem excepções na

DREAL, onde relativamente à maioria foi assinalado o contacto visual (38,5%) e

25

na DREAlg a maioria assinala a categoria tocar (36,6%). Quanto à forma de

comunicação simbólica (Quadro III) a mais assinalada é a fala (68,7%).

Quadro III – Distribuição dos sujeitos por formas de comunicação receptiva- simbólicas e DRE

Comunicação Receptiva

DREN

DREC

DREL

DREAl

DREAlg

TOTAL

N. º %

Fo

rmas d

e c

om

un

icação

sim

lica

Fala 907 324 707 61 64 2063 68,7%

Língua Gestual 34 11 15 4 64 2,1%

Gestos complexos 38 21 44 5 4 112 3,7%

Símbolos gráficos 119 40 91 9 12 271 9%

Fotografia 132 69 101 15 10 327 10,8%

Desenho 117 49 82 15 14 277 9,2%

Imagens 208 81 146 19 23 477 15,8%

Objectos simbólicos 74 46 69 7 10 206 6,8%

Ainda, no que diz respeito às formas de comunicação simbólica (Quadro III)

observa-se, em todas as DRE, o mesmo padrão registado a nível nacional.

3.3. Aspectos da comunicação expressiva

Quanto à comunicação expressiva, do total de 3083 sujeitos foi assinalado pelo

menos uma categoria relativamente a 36,3% (n=1121). No entanto, a maioria

refere-se aos que recorrem a mais do que uma forma de expressão (Figura 18),

correspondendo a 60,6% (n=1869) do total de sujeitos.

26

Figura 18 – Distribuição dos sujeitos por quantidade de formas de comunicação expressiva e DRE

Analisando-se os dados por DRE verifica-se o mesmo padrão registado a nível

nacional (Figura 18).

Ao analisarmos, em termos absolutos, cada uma das formas de expressão

individualmente (Quadro IV), tendo em conta as formas de comunicação não

simbólicas e simbólicas verifica-se que, relativamente às formas de comunicação

não simbólicas, a mais referida é expressões faciais com 33,1%.

Quadro IV – Distribuição dos sujeitos por formas de comunicação expressiva não simbólicas e DRE

Comunicação expressiva

DREN

DREC

DREL

DREAl

DREAlg

TOTAL

N. º %

Fo

rmas d

e c

om

un

icação

não

sim

lic

a

Vocalizações 316 155 228 25 25 749 25%

Gestos naturais ou

convencionais

256 103 207 32 20 618 20,6%

Movimentos corporais 272 105 207 20 22 626 20,9%

Contacto visual 305 150 268 35 27 785 26,2%

Expressões faciais 418 180 329 33 30 990 33,1%

Objectos reais 95 48 65 14 13 235 7,8%

Tocar 282 125 236 31 30 704 23,5%

27

No entanto, se analisarmos os dados por DRE (Quadro IV), relativamente às

formas de comunicação não simbólica, verifica-se que, comparativamente aos

resultados a nível nacional, existem excepções. Estas dizem respeito à DREAL

onde a forma de comunicação mais referida é o contacto visual (36%) e à

DREAlg onde a categoria expressões faciais assume o mesmo valor percentual

que a categoria tocar (30,9%).Quanto à comunicação simbólica (Quadro V) a

mais referida é a fala (61,3%).

Quadro V – Distribuição dos sujeitos por formas de comunicação expressiva simbólicas e DRE

Comunicação expressiva

DREN

DREC

DREL

DREAl

DREAlg

TOTAL

N. º %

Fo

rmas d

e c

om

un

icação

sim

lica

Fala 795 280 638 59 61 1833 61,3%

Língua Gestual 23 10 13 3 49 1,6%

Gestos complexos 31 17 34 3 5 90 3%

Símbolos gráficos 73 29 61 3 4 170 5,6%

Fotografia 51 35 50 8 5 149 4,9%

Desenho 65 27 62 10 11 175 5,8%

Imagens 87 46 68 11 8 220 7,3%

Objectos simbólicos 50 26 35 4 6 121 4%

Quanto às formas de comunicação simbólica (Quadro V) observa-se, por DRE, o

mesmo padrão registado a nível nacional.

28

SSíínntteessee

Em termos percentuais, a DREN e a DREL são as que apresentam mais sujeitos identificados no

domínio motor (43,7% e 33,9% respectivamente);

A maioria é do sexo masculino (57,1%), padrão registado em todas as DRE;

Os dados indiciam uma baixa percentagem de sujeitos apoiados antes da frequência de um

contexto formal de educação. Os sujeitos apoiados dos 0 aos 3 anos representam apenas

28,7% dos sujeitos dos 0 aos 6 anos;

Em termos percentuais a maioria da população situa-se no intervalo de idades dos <6 aos 15

anos (56%);

A maior parte apresenta paralisia cerebral (49,1%,) constatando-se o mesmo em todas as DRE;

A maioria dos sujeitos apresenta mais do que uma problemática associada (83,1%), facto

verificado em todas as DRE;

Dos sujeitos que apresentam mais do que uma problemática associada os problemas cognitivos

(66,6%) e as alterações ortopédicas (62%) são as que apresentam percentagens mais elevadas,

situação que é observada também na DREN e DREC;

Quando é identificada só uma problemática associada, os valores mais elevados correspondem,

às alterações ortopédica (24,9%) e a outras problemáticas (20,4%), sendo as primeiras

observadas em maioria na DREC e DREAlg e as segundas na DREN e DREL;

Exceptuando-se a DREC na qual a maioria dos sujeitos são considerados, relativamente à

mobilidade, dependentes (37%), em todas as outras DRE, a maior parte, são considerados

independentes tanto no que diz respeito à mobilidade como à alimentação. A nível nacional os

valores correspondem a 42,4% e 36,7%, respectivamente;

Relativamente à higiene, a maioria dos sujeitos é considerada dependente, em todas as DRE,,

correspondendo a nível nacional a 42,1% dos 96,4% (n=2850) relativamente aos quais foi

assinalada esta categoria.

Quanto à manipulação a maior parte são considerados independentes com ajuda em todas as

DRE. Percentagem que a nível nacional corresponde a 42,3% dos 96% (n=2838) relativamente

aos quais foi assinalada esta categoria.

29

CAPÍTULO III

1. Aspectos da situação educativa

O terceiro aspecto analisado, diz respeito aos aspectos educativos, análise que,

tendo como referência as características dos sujeitos com problemas no domínio

motor se reporta, sobretudo, à organização das condições dos contextos de

educação e de ensino adequadas às necessidades dos referidos sujeitos.

Neste ponto do relatório estabelecemos como objectivos: i) conhecer a

distribuição da população pelos diversos níveis de educação e ensino, ii)

conhecer o número de sujeitos apoiados em intervenção precoce (domicílios,

amas e creches), iii) conhecer o número de docentes de apoio educativo,

especializados em educação especial e mais especificamente na área dos

problemas motores, iv) identificar os contextos onde mais frequentemente é

prestado o apoio educativo, v) conhecer se existe relação entre o contexto de

apoio e o tipo de problemática, bem como a formação especializada dos

docentes, vi) identificar as medidas do regime educativo especial mais

frequentemente utilizadas, vii) conhecer se existe relação entre a utilização das

medidas de regime educativo especial e o tipo de problemática, a idade e a

formação especializada dos docentes, vii) conhecer outro tipo de apoios

prestados bem como a sua frequência e viii) identificar se existe relação entre

este tipo de apoios e o tipo de problemática.

1.1. Aspectos relacionados com os níveis de educação e ensino

Dos 97,2% (n=2999) sujeitos relativamente aos quais foi respondida a questão

sobre o nível de educação e ensino verifica-se que, em valores percentuais,

34,5% (n=1035) frequenta o 1º CEB, seguindo-se o pré-escolar com 16,8% (n=506).

Os valores mais baixos correspondem ao ensino secundário, com uma

percentagem de 8,4% (n=252) e à intervenção precoce (sujeitos apoiados em

amas, creches ou domicílios), com uma percentagem de 7,2% (n=218).

30

Embora não significativo, parece-nos interessante referir a especificidade da

DREN que apresenta uma percentagem de 4,3% (n=130) dos sujeitos para os

quais não sendo assinalado nenhum nível de educação e ensino foi referido que

frequentam salas de apoio permanente (SAP). Esta percentagem, tendo-se por

referência o total de sujeitos apoiados na referida DRE, é de 9,6%.

DREN 72 195 482 172 201 91

DREC 45 95 146 77 58 52

DREL 83 185 339 129 158 91

DREAl 13 12 30 15 17 6

DREAlg 5 19 38 18 13 12

IP Pré-Escolar 1º CEB 2º CEB 3º CEB Secundário

Figura 19 – distribuição dos sujeitos por níveis de educação e ensino e DRE

No geral, verifica-se em todas as DRE o mesmo padrão (Figura 19), exceptuando-

se a DREAL na qual são apoiados mais sujeitos no âmbito da intervenção

precoce (13,9%) que no ensino secundário (6,4%). Verificam-se, ainda, algumas

diferenças relativamente ao 2º CEB e 3º CEB. Os valores percentuais do 2º CEB

são, em relação aos do 3º CEB, mais elevados na DREC (16,2%) e na DREAlg

(17,1%), verificando-se o contrário nas restantes DRE.

Figura 20 – Média, a nível nacional, de sujeitos por níveis de educação e ensino

31

Como o número de anos de escolaridade não é o mesmo (1º CEB 4 anos, 2º CEB

2 anos e 3º CEB 3 anos), em todos os ciclos de educação e ensino, analisamos a

média (Figura 20) de sujeitos que frequentam os referidos níveis de educação e

ensino. Assim, em média, por ano de escolaridade, a maior parte dos sujeitos

frequenta o 1º CEB, seguindo-se o 2º CEB, o 3º CEB, a educação pré-escolar e o

ensino secundário. Estes dados coincidem com o já verificado relativamente à

idade, ou seja, a maioria dos sujeitos apoiados situa-se no intervalo de idades <6

≤15 anos. Em todos os ciclos de educação e de ensino a moda é múltipla.

Da análise dos dados verifica-se que a maioria dos sujeitos com problemas no

domínio motor (69,7%) começa a ter apoio educativo com o começo da

escolaridade obrigatória e que uma grande percentagem não a acaba (42,4%).

Observa-se ainda que dos sujeitos que chegam ao 3º CEB uma significativa

percentagem (44,9%) não acede ao ensino secundário.

1.2. Níveis de educação e ensino e idade

Ao cruzar as variáveis idade e nível de educação e ensino verifica-se que a

maioria dos sujeitos frequenta o ensino básico (61,1%), correspondendo à soma

(n=1835) do número de sujeitos que frequenta o 1ºCEB, o 2º CEB e o 3º CEB. Este

indicador vem corroborar os dados relativos à idade, segundo os quais a maioria

dos alunos se situa no intervalo etário <6 a ≤ 15 (56%) anos. No entanto o

cruzamento destas variáveis também indicia que frequentam o ensino básico

17% (n=525) dos sujeitos cujas idades não correspondem a esses níveis de

escolaridade, o que sugere retenções sucessivas.

32

Figura 21 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por níveis de educação e ensino e idade

Do total de sujeitos (n=506) a frequentar a educação pré-escolar 8,3%% (n=42)

tiveram adiamento de matrícula (Figura 21). Nos restantes níveis de ensino as

retenções são de 24,9%% (n=258) no 1º CEB, 48,4% (n=199) no 2º CEB, 37,5%

(n=168) no 3º CEB e 37,3% (n=94) no ensino secundário.

33

2. Aspectos relacionados com a intervenção precoce

Decorrente da definição dos intervalos etários, foi identificado como intervenção

precoce o apoio a sujeitos no domicilio, em ama ou em creche. Assim, tendo em

conta o número total de sujeitos apoiados em cada uma das DRE verifica-se que

é na DREAL onde, percentualmente, existem mais sujeitos apoiados no âmbito da

intervenção precoce (13%), seguindo-se a DREC (9,2%), a DREL (7,9%) a DREN

(5,3%) e a DREAlg (4,7%).

Figura 22 – Distribuição dos sujeitos em intervenção precoce por contexto de apoio e DRE

Relativamente ao contexto de apoio (Figura 22), na DREN (54,1%) e na DREC

(75,5%), a maioria de sujeitos é apoiada em domicilio. Na DREL (51,8%), na DREAL

(69,2%) e na DREAlg (60%), a maioria é apoiada na creche. A menor

percentagem é apoiada em contexto de ama, tanto na DREN (7,7%) como na

DREC (2,2%) e DREL (7,2%), não se encontrando sujeitos apoiados neste contexto

nas DREAL e DREAlg.

Dos 218 sujeitos, a maior parte, 29,8% (n=65) tem 2 horas de apoio. Em média, a

nível nacional, cada sujeito tem 3,2 horas. Numa amplitude de 1 hora como

mínimo a 20 horas como máximo a moda corresponde a 2 horas. Quanto à

periodicidade 61,4% (n=134) tem apoio 2 vezes por semana. Em média, cada

34

sujeito tem 2 vezes apoio por semana, valor correspondente ao encontrado para

a moda (2 vezes por semana)

0

5

10

15

20

25

30

35

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

uma 8 5 6

duas 16 23 21 4 1

três 12 12 31 3

quatro 24 3 13 4 1

cinco 6 8 2

seis 2 2 2

sete 1

oito 1 2 1

nove 1

dez 1

doze 1

vinte 1

média 3,4 2,5 3,1 4,1 3

DREN DREC DREL DREAl DREAlg

Figura 23 – Distribuição dos sujeitos em intervenção precoce por número de horas de apoio e DRE

Analisando-se os dados por DRE verifica-se que em termos percentuais (Figura

23), na DREN a maior parte (33,3%) tem 4 horas, na DREC 51,1% tem 2 horas, na

DREL (37,3%) e na DREAlg (60%) a maior parte tem 3 horas, na DREAL observa-se a

mesma percentagem de sujeitos (30,7%) que têm 2 e 4 horas. Em valores médios

é na DREAL que se verifica o valor mais elevado (4,1 horas por sujeito), seguindo-

se a DREN (3,4 horas por sujeito), a DREL (3,1 horas por sujeito), a DREAlg (3 horas

por sujeito) e a DREC (2,5 horas por sujeito). A moda é de 4 horas na DREN, de 3

na DREL e na DREAlg e de 2 na DREC. Na DREAL observam-se 2 modas que

correspondem a 2 e 4 horas.

35

0

10

20

30

40

50

60

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

uma 11 17 12 1

duas 43 22 57 8 4

três 11 4 13 4 1

quatro 3 2

cinco 4 1

média 2,2 1,8 2 2,2 2,2

DREN DREC DREL DREAl DREAlg

Figura 24 – Distribuição dos sujeitos em intervenção precoce por número de vezes de apoio por

semana e DRE

Relativamente à periodicidade verifica-se em todas as DRE (Figura 25) o mesmo

padrão que a nível nacional. A moda é em todas as DRE de 2 vezes por semana.

3. Aspectos relacionados com os apoios educativos

3.1. Tempo de apoio

Relativamente ao total dos 3083 sujeitos foi assinalado o número de horas

relativamente a 83,8% (n=2584). Destes, 19,7% (n=502) têm 1 hora por semana. Em

valores médios, a nível nacional cada sujeito tem 5,4 horas por semana. A moda

é de 1 hora por semana.

36

Quadro VI – Distribuição dos sujeitos por número de horas de apoio e DRE

N.º de horas DREN DREC DREL DREAl DREAlg

uma 165 97 209 12 19

duas 117 47 144 7 12

três 121 56 148 7 15

quatro 131 46 112 13 13

cinco 126 27 62 8 6

seis 120 35 48 1 9

sete 62 10 19 5

oito 66 13 16 3 7

nove 29 12 5 2 1

dez 46 14 17 2 6

onze 10 2 4

doze 30 7 13 5

treze 7 2 4 4

quatorze 6 4 4 2

quinze 12 2 9 1

dezasseis 6 3 1 1

dezassete 2 1

dezoito 4

dezanove 1 1 19

vinte 79 8 59 9 2

Total de sujeitos por

DRE

1142

376

874

96

96

média em horas

6 4,6 4,6 9,6 4,5

Da análise dos dados por DRE verifica-se que, exceptuando-se a DREAL, na qual

a maior percentagem de sujeitos(13,5%) tem 4 horas por semana (Quadro IV), em

todas as outras observa-se o mesmo padrão que a nível nacional. A moda por

DRE é de 1 hora na DREN, DREC, DREL e DREAlg e de 4 horas na DREAL.

3.2. Periodicidade de apoio

Quanto à periodicidade ela foi assinalada relativamente a 83,3% (n=2570) dos

sujeitos, sendo que sobre 28% (n=722), é referido apoio 2 vezes por semana ao

mesmo sujeito. Em média cada sujeito tem apoio 2,9 vezes por semana. A moda

corresponde a 2 vezes por semana.

37

0

50

100

150

200

250

300

350

2

2,2

2,4

2,6

2,8

3

3,2

3,4

uma 205 74 196 6 20

duas 295 122 257 21 27

três 228 61 156 11 21

quatro 90 48 73 10 13

cinco 322 81 192 30 11

média 3 2,8 2,7 3,4 2,6

DREN DREC DREL DREAl DREAlg

Figura 25 – Distribuição dos sujeitos por número de vezes de apoio por semana e DRE

Ainda sobre a periodicidade (Figura 25) verifica-se que em termos percentuais é

na DREAL (38,4%) que existe uma maior periodicidade no apoio (cinco vezes por

semana). Em todas as outras DRE verifica-se o mesmo padrão que a nível

nacional. Em média os valores oscilam entre as 3,4 vezes por semana observadas

na DREAl e as 2,6 vezes por semana na DREAlg. A moda corresponde a 2 vezes

por semana na DREN, DREC, DREL e DREAlg e a 5 vezes por semana na DREAL.

3.3. Aspectos da especialização dos docentes

Dos 90,5% (n=2792) sujeitos relativamente aos quais foi assinalada a questão

apoio educativo especializado verifica-se que, em valores absolutos, a maioria

tem apoio prestado por docentes especializados em educação especial, com

um valor de 52,4% (n=1464). Destes, a maioria tem apoio prestado por docentes

com especialização na área motora, com um valor percentual de 56,6% (n=829),

enquanto 43,3% (n=635) tem apoio prestado por docentes especializados em

outras áreas da educação especial. Os sujeitos apoiados por docentes não

especializados corresponde a 47,5% (n=1238).

38

especialização em educação

especial

602 188 624 35 15

n/especialização em

educação especial

610 243 333 56 86

especialização na área

motora

416 115 277 13 8

DREN DREC DREL DREAl DREAlg

Figura 26 – Distribuição dos sujeitos por especialização dos docentes e DRE

Da análise dos dados por DRE (Figura 26) constata-se que o padrão verificado a

nível nacional não se mantém. Este só é observado em parte na DREL, onde a

maioria dos sujeitos tem apoio por docentes especializados em educação

especial mas não especializados na área motora. Em todas as outras DRE o apoio

é prestado maioritariamente por docentes não especializados. Valores

percentuais que na DREN são de 50,3%, na DREC de 56,3%, na DREAl de 61,5% e

na DREAlg de 85,1%.

Quanto ao apoio prestado por docentes especializados em educação especial

na área motora (Figura 23), tendo-se como referência o total de sujeitos

apoiados, em cada uma das DRE, por docentes especializados verifica-se maior

percentagem na DREN (69,1%), seguindo-se a DREC (61,1%), a DREAlg (53,3%), a

DREL (44,3%) e a DREAl (37,1%).

3.4. Local de apoio educativo

Excluindo-se os sujeitos que têm apoio no âmbito da intervenção precoce (ama,

creche e domicilio), com um valor de 7% (n=218), observa-se que a questão

sobre o local de apoio educativo foi respondida relativamente a 66,4% (n=2356)

dos sujeitos. Destes, verifica-se que 47,9% (n=1129) a maior parte tem apoio

39

exclusivamente dentro da sala de aula, 32,7% (=772) têm apoio exclusivamente

fora da sala de aula e 19,3% (n=455) têm apoio dentro e fora da sala de aula.

dentro da sala de aula 518 180 334 57 40

fora da sala de aula 318 128 294 11 21

dentro e fora da sala de aula 207 44 173 1 30

DREN DREC DREL DREAl DREAlg

Figura 27 – Distribuição dos sujeitos por local de apoio educativo e DRE

Da análise dos dados por DRE (Figura 27) verifica-se, em todas, o mesmo padrão

observado a nível nacional.

3.4.1. Local de apoio educativo e tipo de problemática

Tendo-se como foco de análise a relação entre o local de apoio educativo e o

tipo de problemática verifica-se que só relativamente à distrofia muscular não se

regista o padrão observado (apoio dentro da sala de aula) quanto às outras

problemáticas. A nível nacional, 50,3% dos sujeitos assinalados com este tipo de

problemática têm apoio exclusivamente fora da sala de aula (n=75).

40

0% 20% 40% 60% 80% 100%

paralisia cerebralspina bif ida

síndrome degenerativadistrofia muscular

outra prob.paralisia cerebral

spina bif idasíndroma degenerativa

distrofia muscularoutra prob.

paralisia cerebralspina bif ida

síndroma degenerativadistrofia muscular

outra prob.paralisia cerebral

spina bif idasíndroma degenerativa

distrofia muscularoutra prob.

paralisia cerebralspina bif ida

síndroma degenerativadistrofia muscular

outra prob.D

RE

ND

RE

CD

RE

LD

RE

Al

DR

EA

lg

dentro da sala de aula fora da sala de aula dentro e fora da sala de aula

Figura 28 – Distribuição dos sujeitos por local de apoio educativo, tipo de problemática e DRE

Ao analisarmos os dados por DRE (Figura 28) observam-se algumas excepções

relativamente ao notado a nível nacional. Assim, realça-se na DREL 43,2% dos

sujeitos identificados com síndroma degenerativa (n=16), 65,9% com distrofia

muscular (n=29) e 28,8% com outras problemáticas (n=124 têm apoio

exclusivamente fora da sala de aula. Verifica-se a mesma situação para os 51,1%

sujeitos identificados com distrofia muscular (n=22) na DREC, com uma e para os

31,9% sujeitos identificados com outras problemáticas (n=15) na DREAlg.

3.4.2. Local do apoio educativo e apoio especializado

Da análise dos dados a nível nacional verifica-se que do total de sujeitos

relativamente aos quais foi assinalado o local de apoio (n=2356), 38,3% (n=569)

recebem apoio por docentes especializados em educação especial dentro da

sala de aula. Destes 13,6% (n=321) são apoiados por docentes especializados na

área motora.

Assim, dos sujeitos apoiados por docentes especializados em outras áreas da

educação especial (n=526) 47,2% (n=248), têm o apoio dentro da sala de aula,

41

enquanto que do total de 703 sujeitos apoiados por docentes especializados na

área motora, 45,6% (n=321) têm também apoio dentro da sala de aula.

Tendo-se em conta que 49,6% (n=560) do total de docentes não especializados

(n=1127) também privilegiam o apoio dentro da sala de aula verifica-se que a

diferença percentual entre docentes especializados e não especializados que

privilegiam esta situação não é significativa.

86

42

25

37

18

5

109

122

63

13

1

3

1

1

261

178

88

88

86

29

143

79

53

34

7

1

34

20

26

171

98

94

55

24

10

82

93

57

10

3

3

3

0% 20% 40% 60% 80% 100%

dentro da sala de aula

fora da sala de aula

dentro e fora da sala de aula

dentro da sala de aula

fora da sala de aula

dentro e fora da sala de aula

dentro da sala de aula

fora da sala de aula

dentro e fora da sala de aula

dentro da sala de aula

fora da sala de aula

dentro e fora da sala de aula

dentro da sala de aula

fora da sala de aula

dentro e fora da sala de aula

DR

EN

DR

EC

DR

EL

DR

EA

lD

RE

Alg

especialização em ed. especial n/ especialização em ed. especial especialização na área motora

Figura 29 – Distribuição dos sujeitos por local de apoio educativo, especialização dos docentes e DRE

Da análise dos dados por DRE (Figura 29), verifica-se o mesmo padrão observado

a nível nacional.

3.5. Aspectos das medidas do regime educativo especial

Da análise dos dados verifica-se que relativamente à maioria da população

(n=2768) não se recorre às medidas do regime educativo especial previstas no

Decreto-Lei n.º 319/91 de 23 de Agosto.

42

10,2%

89,8%

regime educativo especial n/ se inscrevem

Figura 30 – Percentagem de sujeitos inscritos em medidas do regime educativo especial

A nível nacional, verifica-se que 89,8% (n=2768) dos sujeitos se inscreve nas

medidas “regime educativo especial” (Figura 30), enquanto que para 10,2%

(n=315) o processo de ensino e aprendizagem decorre sem recurso a qualquer

uma das medidas.

Figura 31 – Número de sujeitos inscritos em medidas do regime educativo especial e DRE

Na DREAL recorre-se às medidas do regime educativo especial relativamente a

95% dos sujeitos (Figura 31). Da análise dos dados por DRE verifica-se que esta

situação corresponde na DREAlg a 94,2%, na DREC a 91,3%, na DREN a 90,1% e

na DREL a 87,6%. Assim, verifica-se que não existe variabilidade significativa na

aplicação das medidas de regime educativo especial entre as diversas DRE.

43

As medidas do regime educativo especial que, a nível nacional, abrangem

maior número de sujeitos são adequação de turma (40%), condições especiais

de avaliação (35,4%) e ensino especial (currículo escolar próprio e currículo

alternativo) que abrange 33,1% dos sujeitos.

Figura 32 – Distribuição dos sujeitos por tipo de medidas do regime educativo especial

Assim, em termos percentuais verifica-se que as medidas a que mais recorrem os

docentes (Figura 32) são adequação de turma (44,5%) e condições especiais de

avaliação (39,5%), seguem-se as medidas adaptações curriculares (31,5%), apoio

pedagógico acrescido (26,3%), currículo escolar próprio (24,1%), currículo

alternativo (12,7%) e condições especiais de frequência (8,1%).

Figura 33 – Distribuição dos sujeitos por medidas especiais de educação e DRE

44

Exceptuando a DREAL e a DREAlg que apresentam como medida mais utilizada

as condições especiais de avaliação (Figura 33), verifica-se, em todas as outras

DRE o mesmo padrão observado a nível nacional.

Figura 34 – Distribuição dos sujeitos por tipo de condições especiais de avaliação

Dos 1094 sujeitos para os quais os docentes recorrem à medida condições

especiais de avaliação (Figura 34), a maioria recai no tipo e instrumento de

avaliação (66,1%), na forma e o meio de expressão do aluno (50%), na

periodicidade (34%) e no local de execução (21,8%).

Figura 35 –Número de sujeitos por DRE e condições especiais de avaliação

Ainda, no que diz respeito às condições especiais de avaliação (Figura 35), todas

as DRE apresentam o mesmo padrão verificado a nível nacional.

45

3.5.1. Medidas do regime educativo especial e tipo de problemática

As medidas especiais de educação são a nível nacional, em termos percentuais,

maioritariamente utilizadas pelos sujeitos identificados com paralisia cerebral e

com outro tipo de problemáticas. Relativamente aos sujeitos identificados com

síndroma degenerativa e distrofia muscular recorre-se menos às medidas do

regime educativo especial.

Figura 36 – Distribuição dos sujeitos por medidas do regime educativo especial e tipo de problemática

No entanto, se tivermos em conta o número total de sujeitos identificados em

cada uma das problemáticas, verifica-se que as medidas especiais de

educação são, em termos percentuais, mais utilizadas relativamente aos sujeitos

que apresentam síndroma degenerativa e distrofia muscular (Figura 36).

Exceptua-se a medida currículo alternativo que abrange, em termos percentuais,

mais sujeitos que apresentam paralisia cerebral (14,8%) e a medida currículo

escolar próprio que abrange na maior parte, para além dos sujeitos com distrofia

muscular (28,1%), os sujeitos com paralisia cerebral (25,7%) e spína bífida (23,8%).

Assim, aos sujeitos que apresentam paralisia cerebral é aplicada, em maior

percentagem, a medida que mais se afasta do currículo comum, uma vez que

implica adequar elementos curriculares como os conteúdos e os objectivos.

46

3.5.2. Medidas do regime educativo especial e idade

Em valores absolutos, considerando-se os diversos intervalos etários, para a

maioria (40%) de sujeitos recorre-se, sobretudo, à medida adequação de turma.

Tendo-se como foco de análise as variáveis níveis etários e medidas especiais de

educação verifica-se que estas são, em termos percentuais, na sua totalidade

utilizadas , na maior parte, pelos sujeitos que se situam no intervalo etário dos 6

aos ≤ 15 anos.

Figura 37 – Distribuição dos sujeitos por medidas do regime educativo especial e idade

Tendo-se por referência o número total de sujeitos que se situa em cada um dos

intervalos etários verifica-se que, em termos percentuais, para sujeitos dos 15 aos

≤ 18 anos e mais de 18 anos recorre-se sobretudo (Figura 37) às adaptações

curriculares (36,4% e 36,6%, respectivamente), às condições especiais de

frequência (10% e 16,7%, respectivamente), às condições especiais de avaliação

(59,2% e 61,8%, respectivamente) e ao apoio pedagógico acrescido (46,2% e

58% respectivamente).

Relativamente aos sujeitos que se situam no intervalo etário dos 6 aos ≤ 15 anos

recorre-se, sobretudo, às medidas currículo escolar próprio (28,2%) e adequação

47

de turma (48,1%). A medida currículo alternativo é utilizada, em termos

percentuais, na maior parte relativamente os sujeitos dos 15 aos ≤ 18 anos (20%).

3.5.3. Medidas do regime educativo especial e formação especializada dos

docentes

Tendo-se como referência o número de sujeitos apoiados por docentes

especializados em educação especial na área motora (n=829), em outras áreas

da educação especial (n=635) e não especializados (n=1328), verifica-se que, a

medida condições especiais de frequência e adequação de turma são

aplicadas maioritariamente aos sujeitos apoiados por docentes especializados

em educação especial (56,1%% e 50,9% respectivamente). Destes a maior parte

é apoiada por docentes especializados na área motora (30,9% e 27,5%

respectivamente).

Todas as outras medidas são, na maior parte, utilizadas relativamente aos sujeitos

apoiados por docentes não especializados, seguindo-se os apoiados por

docentes especializados em educação especial na área motora e os apoiados

por docentes especializados em outras áreas da educação especial.

nº de sujeitos por medida e docentes

esp. em educação especial na área

motora

171 340 267 70 114 174 216

nº de sujeitos por medida e docentes

esp. em educação especial

161 289 244 57 58 138 203

nº de sujeitos por medida e docentes

não especializados

396 605 583 99 182 357 453

n.º total de sujeitos por medida 728 1234 1094 226 354 669 872

apoio ped.

Acrescido

adeq. de

turma

cond. esp.

de avaliação

cond. esp.

de

frequência

curríc.

alternativo

curric.

escolar

próprio

adp.

Curriculares

Figura 38 – Distribuição dos sujeitos por medidas do regime educativo especial e especialização dos

docentes

48

Relativamente ao número total de sujeitos para os quais se recorre a cada uma

das medidas do regime educativo especial relacionando-os com a formação

dos docentes (Figura 38) verifica-se que dos sujeitos que recorrem à medida

adaptações curriculares, 51,9% são apoiados por docentes não especializados e

48% por docentes especializados em educação especial. Destes, 24,7% são

apoiados por docentes especializados em educação especial na área motora.

Quanto à medida currículo escolar próprio ela é utilizada por 53,3% dos sujeitos

apoiados por docentes não especializados e 46,6% por docentes especializados

em educação especial. Destes, 26% são apoiados por docentes especializados

na área motora

A medida currículo alternativo é utilizada por 51,4% dos sujeitos apoiados por

docentes não especializados e por 48,5% por docentes especializados em

educação especial. Destes 32,2% são apoiados por docentes especializados em

educação especial na área motora.

Quanto à medida condições especiais de frequência ela corresponde a 56,1%

dos sujeitos apoiados por docentes especializados em educação especial e a

43,8% dos docentes não especializados. Tendo em conta o número de sujeitos

apoiados por docentes especializados em educação especial verifica-se que

30,9% são especializados em educação especial na área motora.

Dos sujeitos que recorrem à medida condições especiais de avaliaçã,o 53,2% são

apoiados por docentes não especializados e 46,7% por docentes especializados

em educação especial. Destes, 24,4% são apoiados por docentes especializados

na área motora.

A medida adequação de turma abrange 50,9% dos sujeitos apoiados por

docentes especializados em educação especial e 49% dos apoiados por

docentes não especializados. Dos apoiados por docentes especializado,s 27,5%

têm apoio de docentes especializados na área motora.

49

A medida apoio pedagógico acrescido corresponde a 54,3% dos sujeitos

apoiados por docentes não especializados e a 45,6% dos sujeitos apoiados por

docentes especializados em educação especial. Destes, 23,4% são apoiados por

docentes especializados na área motora.

Assim, verifica-se que as medidas que, em termos percentuais, são mais

privilegiadas por docentes especializados relativamente aos não especializados

são as medidas que, de modo geral, dizem respeito a situações essencialmente

administrativas e organizativas (condições especiais de frequência e adequação

de turma). No que diz respeito aos docentes especializados todas as medidas do

regime educativo especial são utilizadas, em maior parte, pelos docentes

especializados em educação especial na área motora.

3.6. Outros tipo de apoios

3.6.1. Terapia da fala

Dos 3083 sujeitos, 15% (=463) recebem terapia da fala, dos quais 76,2% (n=353)

usufrui de 1 hora. A moda, a nível nacional, é de 1 hora.

Figura 39 – Distribuição dos sujeitos por número de horas de terapia da fala e DRE

50

Analisando-se os dados por DRE, observa-se que na DREN (Figura 39) a maior

percentagem de sujeitos recebe terapia da fala, (37,8%=204), seguindo-se a

DREAL (17%=17), a DREL (15,2%=160), a DREAlg, (14,2%=15) e a DREC (13,8%=67).

Em todas as DRE a maioria dos sujeitos tem 1 hora de terapia da fala (Figura 39.

Calculada a moda ela corresponde, em todas as DRE, a 1 hora.

Figura 40 – Distribuição dos sujeitos por número de vezes de terapia da fala por semana e DRE

Relativamente à periodicidade verifica-se (Figura 40) em todas as DRE que a

maioria dos sujeitos tem terapia da fala 1 vez por semana. Calculada a moda ela

corresponde, em todas as DRE, a 1 vez por semana.

Terapia da fala e problemáticas

A nível nacional dos 490 sujeitos que recebem terapia da fala, 63,8% apresenta

paralisia cerebral, 28,9% outras problemáticas, 2,8% distrofia muscular, 2,2% spína

bífida e 2% distrofia muscular.

51

1516

1084

14995

239142

141011

318

paralisia

cerebral

spina bifida síndrome

degenerativa

distrofia

muscular

outra prob.

total de sujeitos

sujeitos com terapia da fala

Figura 41 – Distribuição dos sujeitos que recebem terapia da fala por problemática

Tendo em conta o número total de sujeitos em cada uma das problemáticas e o

número de sujeitos, por problemática, que recebem terapia da fala (Figura 41)

verifica-se que 20,6% corresponde a sujeitos que apresentam paralisia cerebral,

13% outras problemáticas, 10,5% síndroma degenerativa, 9,3% distrofia muscular e

4,6% spína bífida.

3.6.2. Terapia Ocupacional

Do total de 3083 sujeitos, 16,3% (n=503), recebe terapia ocupacional dos quais

70,5% (n=355) durante 1 hora. Quanto à periodicidade, dos 98,2% (n=494) sujeitos

relativamente aos quais foi assinalado este item 90,4% (n=321), a maioria, tem

terapia ocupacional 1 vez por semana. A moda corresponde a 1 vez por

semana.

52

Figura 42 – Distribuição dos sujeitos por número de horas de terapia ocupacional e DRE

Analisando-se os dados por DRE verifica-se que é na DREN que mais sujeitos têm

terapia ocupacional (Figura 42) com 18,4% (n=249), seguindo-se a DREAlg com

17,1% (n=18), a DREL com 15,4% (n=162), a DREC com 13% (n=63) e a DREAl com

11% (n=11).

Em todas as DRE a maioria dos sujeitos tem 1 hora de apoio (Figura 42). A moda

é, em todas as DRE, de 1 hora.

Figura 43 – Distribuição dos sujeitos por número de vezes de terapia ocupacional por semana e DRE

53

Relativamente à periodicidade (Figura 43), tendo-se em conta cada uma das

DRE, verifica-se que à excepção da DREL onde a maioria dos sujeitos têm terapia

ocupacional 2 vezes por semana, todas as outras seguem o padrão nacional. A

moda é, em todas as DRE, de 1 vez por semana.

Terapia ocupacional e problemáticas

Do total de 503 sujeitos que recebem terapia ocupacional, a maior parte

corresponde aos sujeitos que apresentam paralisia cerebral (38,1%), seguindo-se

os que apresentam spína bífida (18%), outras problemáticas (17,2%), distrofia

muscular (15,1%) e síndroma degenerativa (11,3%).

1516

1084

14995

239

8776

5791

192

paralisia

cerebral

spina bifida síndrome

degenerativa

distrofia

muscular

outra prob.

total de sujeitossujeitos com terapia ocupacional

Figura 44 - distribuição dos sujeitos que recebem terapia ocupacional por problemática

Tendo como referência o total de sujeitos por problemática e o número destes

que recebe terapia ocupacional (Figura 44), verifica-se que 60% apresentam

síndroma degenerativa, 51% distrofia muscular, 38% spína bífida, 12,6% paralisia

cerebral e 8% outras problemáticas.

3.6.3. Fisioterapia

Dos 3083 sujeitos, 34,9% (n=1079) recebem fisioterapia. Destes 47,1% têm 1 hora. A

moda, a nível nacional, é de 1 hora. Quanto à periodicidade 36,4% (n=393) dos

54

sujeitos tem fisioterapia 1 vez por semana. A moda corresponde a 2 vezes por

semana.

Devido à grande amplitude e pouca dispersão dos valores optamos por

apresentar os dados relativos ao apoio na área da fisioterapia em quadro.

Quadro VI – Distribuição dos sujeitos por número de horas de fisioterapia e DRE

N.º de horas DREN DREC DREL DREAl DREAlg

uma 221 105 140 14 29

duas 121 60 120 13 8

três 64 17 26 4 1

quatro 30 4 10 2 4

cinco 30 8 9 1 1

seis 9 3 1

sete 1

oito 2 1 2

dez 1

doze 1 1

treze 2

quatorze 2

quinze 1 1

dezanove 1

vinte 1 2 1 1

vinte e três 1

vinte e quatro 1

trinta 1

quarenta 1

To

tal

su

jeit

os

N.º 483 198 318 35 45

% 35,8% 40,9% 30,4% 35% 42,8%

média em horas

2,3 2 2,2 2,4 2

É na DREAlg que se verifica maior percentagem (42,8%) de sujeitos apoiados na

área da fisioterapia (Quadro V), seguindo-se a DREC (40,9%), a DREN (35,8%), a

DREAL (35%) e a DREL (30,4%). Em todas as DRE, relativamente à dispersão,

verifica-se o mesmo padrão. Em todas as DRE a moda corresponde a 1 hora.

55

Figura 45 – Distribuição dos sujeitos por número de vezes de terapia por semana e DRE

Analisando-se os dados por DRE, relativamente à periodicidade (Figura 45) à

excepção da DREL, onde a maioria dos sujeitos recebe fisioterapia 2 vezes por

semana, o que corresponde a 53,1% (n=177), em todas as outras DRE verifica-se o

mesmo padrão que a nível nacional, ou seja, a maioria dos sujeitos tem

fisioterapia 1 vez por semana. Na DREN, na DREC e na DREAlg a moda

corresponde a 1 vez por semana, na DREL e DREAL a 2 vezes por semana.

Fisioterapia e problemáticas

Dos 1079 sujeitos que recebem fisioterapia, 58,5% apresentam paralisia cerebral,

21,3% outras problemáticas, 9% spína bífida, 6,7% distrofia muscular e 4,2%

síndroma degenerativa.

56

1516

1084

14995

239

46

230

7398

632

paralisia cerebral spina bifida síndrome

degenerativa

distrofia muscular outra prob.

total de sujeitos

sujeitos com fisioterapia

Figura 46 – distribuição dos sujeitos que recebem fisioterapia por problemática

Tendo em conta o total de sujeitos por tipo de problemática e o número destes

que recebem fisioterapia (Figura 46), verifica-se que os que apresentam distrofia

muscular correspondem a 48,9%, seguindo-se os que apresentam síndroma

degenerativa (48,4%), paralisia cerebral (41,6%), spína bífida (41%) e outras

problemáticas (21,2%).

3.6.4. Apoio específico de Auxiliar de Educação

Dos 3083 sujeitos, 17,9 (n=553) recebem apoio de uma auxiliar de educação.

Destes, 15,1% (n=84) tem 5 horas e 14,6% (=81) 20 horas. Em valores médios os

sujeitos têm 15 horas de apoio. A moda, a nível nacional, corresponde a 5 horas.

Relativamente à periodicidade 59,1% dos sujeitos recebem serviços específicos

de auxiliar de educação 5 vezes por semana. A moda corresponde a 5 vezes por

semana.

Como relativamente a estes dados se verifica alguma dispersão e bastante

amplitude optamos por apresentá-los em quadro.

57

Quadro VII – Distribuição dos sujeitos por número de horas que recebem apoio de auxiliar de

educação

N.º de horas DREN DREC DREL DREAl DREAlg

duas 3 2 3

três 7 1 5

quatro 22 22 11 3

cinco 62 5 17

seis 3 2 1

sete 9 2 1

oito 3 5 2 3

nove 1

dez 30 4 25 5

onze 1 2

doze 4

treze 3 1

quinze 12 2 9

dezassete 1 1

vinte 24 29 19 9

vinte e duas 1 1

vinte e três 17 1

vinte e cinco 38 7 27 2

vinte e seis 1 1

trinta 15 4 8 4

trinta e uma 1

trinta e duas 1

trinta e quatro 1

trinta e cinco 5 2 37

trinta e sete 2

trinta e oito 1

To

tal

su

jeit

os

N.º 265 90 170 11 17

% 19,6% 18,5% 16,2% 11% 16,1%

média em horas

12,5 13,9 19,1 20 15,8

É na DREN que existem mais sujeitos que recebem serviços específicos de auxiliar

de educação (Quadro VI), seguindo-se a DREC, a DREL, a DREAlg e com valor

percentual mais baixo a DREAL.

Quanto ao número de horas na DREN o valor máximo situa-se nas 5 horas, na

DREC e na DREAlg nas vinte horas, na DREL nas 35 e na DREAl nas 10 horas.

58

Figura 47 – Distribuição dos sujeitos por número de vezes que recebem serviços específicos de auxiliar

de educação por semana e DRE

Quanto à periodicidade (Figura 47) em todas as DRE verifica-se o mesmo padrão

que a nível nacional. a moda é também em todas as DRE de 5 vezes por

semana.

Apoio de auxiliar de educação e problemática

Dos 553 sujeitos relativamente aos quais foi assinalado que recebem serviços

específicos de auxiliar de educação, verifica-se que 51,2% apresenta paralisia

cerebral, 22,4% outras problemáticas, 11,7% spína bífida, 9,2% distrofia muscular e

5% síndroma degenerativa.

59

1516

1084

14995239

12451

2865

285

paralisia

cerebral

spina bifida síndrome

degenerativa

distrofia

muscular

outra prob.

total de sujeitos

sujeitos com apoio de auxiliar deeducação

Figura 48 – distribuição dos sujeitos que recebem serviços específicos de auxiliar de educação por

problemática

Do total de sujeitos em cada uma das problemáticas e desses, tendo-se em

conta o número de sujeitos que recebem serviços específicos de auxiliar de

educação (Figura 48) verifica-se que a maior percentagem corresponde aos

sujeitos que apresentam distrofia muscular (34,2%), seguindo-se os que

apresentam síndroma degenerativa (29,4%), spína bífida (27,1%), paralisia

cerebral (18,7%) e outras problemáticas (11,4%):

Apoio de auxiliar de educação e níveis de independência

187

277

89

221272

60

358

161

34

225205

123

ind

epe

nd.

ind

epe

nd.c

/

aju

da

dep

end

.

ind

epe

nd.

ind

epe

nd.c

/

aju

da

dep

end

.

ind

epe

nd.

ind

epe

nd.c

/

aju

da

dep

end

.

ind

epe

nd.

ind

epe

nd.c

/

aju

da

dep

end

.

alimentação higiene mobilidade manipulação

Figura 49 – Distribuição dos sujeitos que recebem serviços específicos de auxiliar de educação por

áreas de autonomia e níveis de independência

60

Dos 553 sujeitos que recebem serviços específicos de auxiliar de educação a

maior parte é considerada dependente (Figura 49) relativamente à alimentação

(40,6%) e à higiene (64,7%) e independente com ajuda relativamente à

mobilidade (49,1%) e à manipulação (50%).

3.6.5. Outros apoios

Figura 50 – Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por outros apoios

Dos 3083 sujeitos, 13,7% (n=425) têm outro tipo de apoios (Figura 50) para além

dos anteriormente referidos. Destes 43,1% (n=183) especificam o tipo de apoio

sendo a maior parte, em hidroterapia (43,1%), 16,5% (n=70) em hipoterapia e

15,5% (n=66) nas áreas da psicologia e pedopsiquiatria. Com valores mais baixos

observamos 7,3% (n=31) relativos à psicomotricidade, 4,7% (n=20) à actividade

motora adaptada, 3,5% (n=15) aos centros especializados em problemas motores

e 3,3% (n=14) às medicinas alternativas (ex. acumpultura). Todas as outras áreas

apresentam valores abaixo dos 2%.e 1,6% (n=7) não especificam de que tipo são

os apoios

61

Figura 51 – Distribuição dos sujeitos por outros apoio e DRE

A maior percentagem de sujeitos com outro tipo de apoios corresponde à DREAL

(Figura 51), com 27% (n=27), seguindo-se com 17,3% (n=182)a DREL, 12,3% (n=13)

a DREAlg, 11,8% (n=160) a DREN e com 8,8% (n=43) a DREC.

Na maioria das DRE a área que apresenta mais sujeitos com apoio é a da

hidroterapia, seguindo-se a hipoterapia. Exceptuam-se a DREN onde se verifica

ser a área da psicologia e pedopsiquiatria e a DREC onde observamos o apoio

em centros especializados em problemas motores (ex. Associação de Paralisia

Cerebral).

3.6.6. Outro tipo de apoios e problemática

Em valores absolutos verifica-se que os sujeitos com paralisia cerebral (n=1516),

têm em termos percentuais mais apoios, correspondendo na área da terapia da

fala a 20,9% (n=318), da terapia ocupacional a 12,6% (n=192), fisioterapia a 51,9%

(n=632) e outros apoios a 19,5% (n=296). Observamos uma excepção

relativamente aos serviços específicos de auxiliar de educação que corresponde

a 18,7% (n=285), sendo os valores mais altos relativos aos sujeitos com distrofia

muscular (34,2%=51), síndroma degenerativa (29,4%=28) e spína bífida (27,1%=65).

62

Relativamente à spína bífida observamos que de um total de 239 sujeitos, 41%

(n=98) têm fisioterapia, 38% (n=91) terapia ocupacional, 11,7% (n=28) outros

apoios e 4,6% (n=11) terapia da fala.

De um total de 95 sujeitos com síndroma degenerativa 60% (n=57) tem terapia

ocupacional, 48,4% (n=46) fisioterapia, 12,6% (n=12) outros apoios e 10,5% (n=10)

terapia da fala.

De um total de 149 sujeitos com distrofia muscular, 51% (n=76) tem terapia

ocupacional, 48,9% fisioterapia, 18,7% (n=28) outros apoios e 9,3% (n=14) terapia

da fala.

De um total de 1084 sujeitos com outras problemáticas, 21,2% (n=230) Tem

fisioterapia, 13% (n=142) terapia da fala, 13% (n=141) outros apoios e 8% (n=87)

terapia ocupacional.

Em valores médios verificamos que os sujeitos que mais beneficiam de apoios,

além do apoio educativo são os sujeitos com spína bífida (2 tipos de apoio por

sujeito), seguindo-se, igualmente, os sujeitos com paralisia cerebral e distrofia

muscular (1 tipo de apoio por sujeito) e com menos apoios por sujeito os

assinalados com outras problemáticas (0,7 tipos de apoio por sujeito) e com

síndroma degenerativa (0,4 tipos de apoio por sujeito).

63

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

paralisia cerebralspina bif ida

síndrome degenerativadistrofia muscular

outra prob.paralisia cerebral

spina bif idasíndroma degenerativa

distrofia muscularoutra prob.

paralisia cerebralspina bif ida

síndroma degenerativadistrofia muscular

outra prob.paralisia cerebral

spina bif idasíndroma degenerativa

distrofia muscularoutra prob.

paralisia cerebralspina bif ida

síndroma degenerativadistrofia muscular

outra prob.D

RE

ND

RE

CD

RE

LD

RE

Al

DR

EA

lg

terap. fala terap. ocup. fisiot. auxiliar educ. outros apoios

Figura 52 –Distribuição dos sujeitos por outro tipo de apoios, problemática e DRE

Relativamente a cada uma das DRE (Figura 52), em todas se verifica que são os

sujeitos com paralisia cerebral aqueles que, em termos percentuais, têm mais

apoios além do apoio educativo. Em valores médios verificamos que na DREN,

na DREC e na DREAlg, exceptuando os sujeitos com spína bífida e outras

problemáticas, todos os outros beneficiam pelo menos de um outro tipo de

apoio. Na DREL e na DREAl, exceptuando os sujeitos com outras problemáticas,

todos os outros beneficiam de pelo menos mais um tipo de apoio, além do apoio

educativo.

3.6.7. Outro tipo de apoios e idade

Em valores absolutos são os sujeitos dos <6 aos ≤ 15 anos e dos <3 aos ≤ 6 anos

que usufruem de mais apoios para além do apoio educativo.

64

Figura 53 – Distribuição dos sujeitos por outro tipo de apoios e idade

No entanto, se tivermos como referência o número total de sujeitos em cada um

dos intervalos etários, verifica-se que a terapia da fala, a terapia ocupacional e a

fisioterapia abrangem, maioritariamente (Figura 53), os sujeitos que se situam nos

intervalos de idade dos <3 aos ≤ 6 anos (30,3%, 32,1% e 46,7%, respectivamente) e

dos <6 aos ≤ 15 anos (23,9%, 23,2% e 56,2%, respectivamente). Esta tendência

parece-nos consentânea com o facto de ser nas primeiras idades que os sujeitos

mais necessitam de estimulações especificas e localizadas como forma de

ultrapassar ou minimizar determinadas limitações.

Assim, observa-se que os valores percentuais dos apoios decrescem

significativamente à medida que aumenta a idade, observando-se como

excepção a fisioterapia que abrange mais sujeitos dos <15 aos ≤ 18 anos (24,6%)

que dos <6 aos ≤ 15 anos (20,3%), uma situação que pode advir do

aparecimento de problemas motores na adolescência e idade adulta (causa

adquirida).

Quanto aos serviços específicos de auxiliar de educação ele é, maioritariamente,

usufruído pelos sujeitos dos <6 aos ≤15 anos (24,3%) o que tendo-se em conta os

ciclos de educação e ensino (figura 19 e 20) corresponde, sensivelmente, ao

período da escolaridade obrigatória.

65

Quanto aos outros tipos de apoio verifica-se que são beneficiários,

maioritariamente, sujeitos dos <6 aos ≤15 anos (18,1%) e com mais de 18 anos

(15,2%). Uma situação que se pode relacionar com a procura de outro tipo de

terapias, quando decresce o apoio das terapias ditas tradicionais.

66

SSíínntteessee

A maior parte dos sujeitos apoiados frequenta o 1º CEB (34,5%) e o pré-escolar (16,6%). No

entanto, em média são apoiados mais sujeitos no 1º CEB e no 2º CEB.

A maior parte dos sujeitos começa a ter apoio no inicio da escolaridade obrigatória (1º CEB).

Destes 42,4% não termina a referida escolaridade obrigatória e 44,9% não acede ao ensino

secundário.

Os sujeitos são, a maior parte das vezes, apoiados dentro da sala de aula (32,7%).

De entre os docentes especializados em educação especial, são os especializados na área motora

que mais optam por prestar apoio dentro da sala de aula.

As medidas de regime educativo especial mais aplicadas são adequação de turma (40%) e

condições especiais de avaliação (35,4%). Dos que recorrem a esta última medida do regime

educativo especial, a maior parte incide no tipo de instrumento de avaliação (38,4%) e na forma e

meio de expressão do aluno (29,1%). A medida ensino especial (currículo escolar próprio e

currículo alternativo), abrange 33,1% dos sujeitos.

Exceptuando-se a medida currículo alternativo que abrange, essencialmente, os sujeitos que

apresentam paralisia cerebral (14,8%), todas as outras são aplicadas maioritariamente aos sujeitos

que apresentam síndroma degenerativa e distrofia muscular.

Considerando a variável idade, em termos absolutos, as medidas especiais de educação são

aplicadas, sobretudo, aos sujeitos do 6 aos ≤ 15 anos. De forma geral, a passagem de medidas

menos restritivas para a aplicação de medidas mais restritivas é gradual.

Exceptuando-se a medida condições especiais de frequência e adequação de turma, todas as

outras são, maioritariamente, aplicadas por docentes não especializados. Dos docentes

especializados em educação especial são os especializados na área motora que, na maior parte

das vezes, recorrem a medidas do regime educativo especial.

Em valores absolutos 24,9% dos sujeitos tem terapia da fala, 16,3% terapia ocupacional, 34,9%

fisioterapia, 17,9% serviços de uma auxiliar de educação e 13,7% tem outro tipo de apoios

(hipoterapia, musicoterapia, hidroterapia, etc.).

Exeptuando-se os serviços específicos de uma auxiliar de educação que beneficia mais os sujeitos

com distrofia muscular, são os sujeitos que apresentam paralisia cerebral os que mais usufruem,

de outro tipo de apoios para alem do apoio educativo.

São os sujeitos dos 6 aos ≤ 15 anos e dos 3 aos ≤ 6 anos que mais usufruem de outro tipo de

apoios, além do apoio educativo.

67

CAPÍTULO IV

1. Aspectos relacionados com as ajudas técnicas/tecnologias de apoio

O quarto aspecto analisado refere-se à utilização de ajudas técnicas/tecnologias

de apoio: materiais específicos bem como adaptações físicas efectuadas no

meio ambiente. Nesta parte do relatório definimos os seguintes objectivos: i)

identificar o número de sujeitos que utilizam ajudas técnicas/tecnologias de

apoio e em que áreas; ii) conhecer o tipo de ajudas técnicas/ tecnologias de

apoio mais utilizadas e iii) identificar a relação existente entre a utilização de

ajudas técnicas/tecnologias de apoio e o tipo de problemática, níveis de

autonomia, formas de comunicação, formação especializada dos docentes e

idade dos sujeitos.

Assim, do total de 3083 sujeitos, 99,1% (n=3058) utilizam ajudas

técnicas/tecnologias de apoio. Destes, 82,6% (n=2527) utilizam ajudas

técnicas/tecnologias de apoio em mais do que uma área. Dos 3058 sujeitos que

utilizam ajudas técnicas/tecnologias de apoio, 35,8% (n=1097) utiliza auxiliares

para mobilidade, 31,3% (n=959) auxiliares para melhorar o ambiente (mobiliário e

adaptações arquitectónicas), 17,4% (n=534) auxiliares de tratamento e treino,

15,7% (n=482) auxiliares para comunicação, informação e sinalização e 8,6%

(n=264) auxiliares para cuidados pessoais e de protecção.

Figura 54 – Distribuição dos sujeitos por ajuda técnica/tecnologia de apoio e DRE

68

Analisando-se os dados por DRE (Figura 54) verifica-se que em todas, a maioria

dos sujeito utiliza ajudas técnicas/tecnologias de apoio. Na DREL, na DREN e na

DREC as percentagens são mais elevadas, com 99,8% (n=1044), 99,2% (n=1338) e

98,7% (n=478) respectivamente. Na DREAlg e na DREAL as percentagens são mais

baixas, com 97,1% (n=102) e 96% (n=96), respectivamente.

A maioria utiliza ajudas técnicas/tecnologias de apoio em mais do que uma

área. Os sujeitos que utilizam ajudas técnicas/tecnologias de apoio em somente

uma das áreas é de 18,1% (n=190) na DREL, 17,5% (n=235) na DREN, 14,8% (n=71)

na DREC, 16,6% (n=17) na DREAlg e 18% (n=18) na DREAL.

Quanto ao tipo de ajudas técnicas/tecnologias de apoio na DREC e na DREL o

padrão é o mesmo que a nível nacional. Na DREN e na DREAL a maior parte dos

sujeitos utilizam auxiliares de comunicação, informação e sinalização (13,9% e

22,9%, respectivamente). Na DREAlg a percentagem de sujeitos que utiliza

auxiliares para cuidados pessoais e de protecção (14,7%) é superior àquela que

utiliza auxiliares de comunicação, informação e sinalização (9,8%).

1.1. Caracterização das ajudas Técnicas/tecnologias de apoio

Para efeitos de facilidade de análise dos dados, o tipo de ajudas

técnicas/tecnologias de apoio foram agrupados tendo em conta alguma

relação entre elas.

69

1.1.1. Auxiliares de tratamento e treino

bandas, coletes,

cunhas,talas e colares

34,1%

posicionadores veticais

30,9%posicionadores de

cabeça, cadeiras e

poltronas

3,7%

aparelhos para os

membros inferiores e

calçado ortopédico

10,8%

aparelhos para os

membros superiores,

luvas e pulseiras

2,4%

aparelhos para

respiração

0,8%multiposicionadores,

planos inclinados, rolos

e almofadas

13,6%

bolas, colchões e sacos

de areia

3,7%

Figura 55 – Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de auxiliares de tratamento e treino

Quanto aos auxiliares de tratamento e treino (Figura 55) os mais referenciados

são as bandas, os coletes, as cunhas, as talas, os colares (n=168) e os

posicionadores verticais (n=152); seguem-se os multiposicionadores, os planos

inclinados, os rolos e as almofadas (n=67), os aparelhos para os membros

inferiores e calçado ortopédico (n=53), os posicionadores de cabeça, cadeiras e

poltronas e as bolas, colchões e sacos de areia (n=18) e menos referenciados os

aparelhos para membros superiores, luvas e pulseiras (n=12) e aparelhos

respiratórios (n=4).

1.1.2. Auxiliares para cuidados pessoais e de protecção

auxiliares para

act ividades

curriculares

2,5%

pro tecções para

partes do co rpo

7,4%

auxiliares para

vestuário

5,4%

cama art iculada

0,4%

auxiliares para

alimentação

8,3%

auxiliares para

banho e higiene

pesso al

28,1%

pro tecções para

zo nas de

mo biliário

47,9%

Figura 56 –Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de auxiliares para cuidados pessoais e de

protecção

70

Relativamente aos auxiliares para cuidados pessoais e de protecção (Figura 56),

a maioria inclui-se no grupo da protecção para zonas de mobiliário (n=116) e

auxiliares para banho e higiene pessoal (n=68), seguindo-se os auxiliares para

alimentação (n=20), os instrumentos de protecção de partes do corpo (n=18), os

auxiliares para vestuário (n=13) e os auxiliares para desenvolver actividades

curriculares (n=6). Sem significado estatístico observa-se 1 sujeito que utiliza uma

cama articulada (n=1).

1.1.3. Auxiliares para mobilidade

triciclos, tractorinos,

bicicletas e motas

2,7%

anadrilhos,

canadianas, pirâmides

e bengalas

20,8%

carrinhos de

transporte

8,1%

cadeiras de rodas

68,4%

Figura 57 – Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de auxiliares para mobilidade

Quanto aos auxiliares para mobilidade (Figura 57) a maioria utiliza cadeiras de

rodas (n=821), seguindo-se os andarilhos, as canadianas, as pirâmides e as

bengalas (n=250), os carrinhos de transporte (n=97) e com percentagem mais

baixa o grupo dos triciclos, tractorinos, bicicletas e motas (n=32).

71

1.1.4. Auxiliares para melhorar o ambiente

mobiliário

(cadeiras, mesas,

estrados,

tabuleiros e planos

inclinados)

37%

rampas, corrimões

e elevadores

49%

adaptações de

cada de banho

(sanitas, bancadas

de muda, barras de

suporte e

torneiras)

14%

Figura 58– Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de auxiliares para melhorar o ambiente

No que diz respeito aos auxiliares para melhorar o ambiente (Figura 58) a maioria

corresponde a rampas, corrimões e elevadores (n=674), seguindo-se as

adaptações de mobiliário como cadeiras, mesas, estrados, tabuleiros e planos

inclinados (n=505) e com percentagem mais baixa as adaptações de casa de

banho como sanitas, bancadas de muda, barras de suporte e torneiras (n=191).

1.1.5. Auxiliares para comunicação, informação e sinalização

video-conferência

0,3%calendários de actividades

5,5%

máquinas de escrever

3,3%

brinquedos e livros

adaptados

0,7%

software educativo

(jogos,...)

0,7%

software específico

(preditores de texto,

boardmaker,...)

5,4%

dispositivos de

comunicação (bigmacs,

relógios, alphatalkers,...)

5,0%

outros (plataforma de luzes

e sons,lupas TV,...)

0,8%

Interfaces de acesso

(ratos, teclados

adaptados,manípulos,

Kenix,...)

11,4%

sistemas gráficos de

comunicação (PIC, SPC e

MAKATON)

23,1%

computadores

43,9%

Figura 59 – Percentagem de sujeitos, a nível nacional, por tipo de auxiliares para comunicação,

informação e sinalização

72

Relativamente aos auxiliares para comunicação, informação e sinalização

(Figura 59), a maioria são computadores (n=270), seguem-se os sistemas gráficos

de comunicação (n=142), interfaces de acesso (n=70), os calendários de

actividades (n=34), o software específico (n=33), os dispositivos de comunicação

(n=31), as máquinas de escrever (n=20), outros (n=5). Com a mesma

percentagem observam-se os valores referentes ao software educativo (n=4) e os

brinquedos e livros adaptados (n=4) e com o valor mais baixo a video-

conferência (n=2).

2. Ajudas técnicas/ tecnologias de apoio e tipo de problemática

Do total das ajudas técnicas/tecnologias de apoio utilizadas (n=3336) a maioria é

utilizada por sujeitos que apresentam paralisia cerebral (59,1%) e outras

problemáticas (19,6%). Seguem-se os sujeitos identificados com spína bífida

(10,1%), com distrofia muscular (7,9%) e com síndroma degenerativa (4,1%).

Figura 60 – Distribuição dos sujeitos , a nível nacional, por tipo de ajuda técnica/ tecnologias de apoio e

problemática

Os auxiliares para a mobilidade e para melhorar as condições do ambiente

correspondem à maioria das ajudas técnicas/tecnologias de apoio utilizadas

pelos sujeitos em todos os tipos de problemáticas (Figura 60), seguem-se os

auxiliares de comunicação, informação e sinalização que são utilizados,

sobretudo, pelos sujeitos com paralisia cerebral (17,3%), síndroma degenerativa

(15,2%) e distrofia muscular (12,4%). Os sujeitos com spína bífida e outras

73

problemáticas utilizam mais os auxiliares de tratamento e treino, correspondendo

a 15,3% e 16,3%, respectivamente. Os auxiliares para cuidados pessoais e de

protecção são os menos utilizados por todos os sujeitos, tendo em conta cada

uma das problemáticas identificadas.

3. Ajudas técnicas/tecnologias de apoio, áreas de autonomia e níveis de

independência

Mobilidade

Os auxiliares para a mobilidade e para melhorar as condições do ambiente

corresponde, em absoluto, à maioria das ajudas técnicas/tecnologias de apoio

utilizadas pelos sujeitos. No entanto, tendo-se em conta os dados relativos ao

nível de autonomia verifica-se que é sobretudo na mobilidade que os sujeitos

identificados com paralisia cerebral e síndroma degenerativa são considerados

mais dependentes e que os sujeitos identificados com distrofia muscular e spína

bífida são considerados independentes com ajuda. Somente os sujeitos

identificados com outras problemáticas são considerados independentes na

mobilidade.

Figura 61 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por auxiliares para mobilidade, níveis de

independência e tipo de problemática

Ao compararmos as percentagens de sujeitos que utilizam auxiliares para a

mobilidade com os que as não utilizam (Figura 61), verifica-se que os primeiros

74

são na sua generalidade considerados mais dependentes ou independentes

com ajuda.

Figura 62 –Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por auxiliares para melhorar o ambiente, níveis

de independência e tipo de problemática

Analisando-se a variável ajudas técnicas/tecnologias de apoio para melhorar o

ambiente relativamente á autonomia na mobilidade verifica-se o mesmo que em

relação aos auxiliares de mobilidade ( Figura 62).

Deste modo, a utilização de ajudas técnicas/tecnologias de apoio para a

mobilidade (cadeiras de rodas, andarilhos, canadianas, etc.) e para a melhoria

do ambiente (rampas, elevadores etc.) parecem não percepcionadas como

proporcionando, directamente, maiores níveis de autonomia aos sujeitos com

problemática motora. Assim, os dados parecem indiciar-nos que a avaliação das

características de maior ou menor autonomia e independência dos sujeitos

focaliza-se, sobretudo, nas condições destes. Os dados sugerem-nos que as

ajudas técnicas/tecnologias de apoio não são percepcionadas como um

recurso que proporcione maior autonomia e independência.

Alimentação, higiene e manipulação

Relativamente à utilização de auxiliares para cuidados pessoais e de protecção

verifica-se que a maioria dos sujeitos, mesmo recorrendo a esse tipo de ajuda

75

técnica/tecnologia de apoio, continua a ser considerada dependente ou

independente com ajuda.

Figura 63 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por auxiliares para melhorar o ambiente, áreas

de autonomia e níveis de independência

Se considerarmos os sujeitos que utilizam auxiliares para cuidados pessoais e de

protecção e os que não utilizam (Figura 63) verifica-se, em termos percentuais,

que os primeiros são considerados na generalidade mais dependentes. Assim,

parece-nos existir a lógica, já referida anteriormente, relativamente à focalização

da avaliação nas condições do sujeito independentemente da utilização ou não

ajudas técnicas/tecnologias de apoio.

Dos sujeitos que utilizam ajudas técnicas/tecnologias de apoio para cuidados

pessoais e de protecção verifica-se que a maioria são considerados

dependentes relativamente à higiene (75%) e á alimentação (50,3%) e

independentes com ajuda relativamente à manipulação (42,5%).

4. Ajudas técnicas/tecnologias de apoio e comunicação

Dos grupos que maioritariamente (paralisia cerebral, síndroma degenerativa e

distrofia muscular) usufruem de auxiliares de comunicação, informação e

sinalização verifica-se que é expressiva a sua maior utilização pelos sujeitos que

utilizam essencialmente formas de expressão não simbólicas. Assim, os dados

parecem mostrar que os auxiliares de comunicação, informação e sinalização

76

são, sobretudo, utilizados como tecnologia de apoio alternativa à comunicação

oral.

Figura 64 – distribuição, a nível nacional por auxiliares para comunicação, informação e sinalização,

níveis de independência e problemática

Dos sujeitos que se expressam recorrendo, sobretudo, a formas de comunicação

não simbólica (Figura 64) verifica-se que os que mais utilizam auxiliares de

comunicação, informação e sinalização são os que para comunicar recorrem a

expressões faciais. Com 20,7% para os sujeitos identificados com paralisia

cerebral, 25% para os que apresentam síndroma degenerativa e 17,7% para os

que apresentam distrofia muscular.

Dos sujeitos que se expressam recorrendo, essencialmente, a formas de

comunicação simbólica (Figura 59) verifica-se que os que mais utilizam auxiliares

de comunicação, informação e sinalização são os que para comunicar

recorrem, sobretudo, à fala. Com 33,4% para os sujeitos identificados com

paralisia cerebral, 33,3% para os que apresentam síndroma degenerativa, 66,6%

para os que apresentam distrofia muscular. Desta forma, os dados sugerem-nos

que os auxiliares de comunicação, informação e sinalização são utilizados,

também, como aumentativos da comunicação oral.

5. Ajudas técnicas/tecnologias de apoio e formação especializada dos docentes

Cruzando a variável utilização de ajudas técnicas/tecnologias de apoio e

formação especializada dos docentes de apoio, verifica-se que a percentagem

77

de sujeitos que utiliza uma ou cumulativamente mais do que um tipo de ajuda

técnica/tecnologia de apoio é maior quando são apoiados por docentes

especializados em educação especial. Destes, são os sujeitos apoiados por

docentes especializados em educação especial na área motora que recorrem,

em valores percentuais, a maior número de ajudas técnicas/tecnologias de

apoio.

Assim, parece poder afirmar-se que o factor especialização dos docentes tem

implicações directas na utilização, pelos sujeitos com problemas no domínio

motor, de ajudas técnicas/tecnologias de apoio. Contudo tendo em conta a

análise dos dados, parece não existir o mesmo tipo de relação quando está em

causa a avaliação das questões de autonomia para que estas,

necessariamente, contribuem.

Figura 65 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por ajudas técnicas/tecnologias de apoio e

especialização dos docentes

Dos 829 sujeitos com apoio educativo prestado por docentes especializados em

educação especial, mais especificamente na área motora (Figura 65) e tendo-se

em conta o número de sujeitos por tipo de ajudas técnicas verifica-se que 28,2%

são auxiliares de tratamento e treino, 30,6% de cuidados pessoais e de

protecção, 34,4% de mobilidade, 32,9% de melhoria do ambiente tais como

mobiliário e adaptações arquitectónicas e 31,7% de comunicação, informação e

sinalização.

78

Dos 635 sujeitos com apoio educativo prestado por docentes especializados em

outras áreas da educação especial verifica-se que das ajudas

técnicas/tecnologias de apoio utilizadas, 23,5% são auxiliares de tratamento e

treino, 23,4% para cuidados pessoais e de protecção, 19,9% de mobilidade, 19,3%

de melhoria do ambiente tais como mobiliário e adaptações arquitectónicas e

20,9% de comunicação, informação e sinalização.

Assim, dos 1464 sujeitos com apoio por docentes especializados em educação

especial (na área motora e em outras áreas da educação especial), tendo-se

em conta o número de sujeitos por tipo de ajudas técnicas, verifica-se que 66,1%

(726) são auxiliares para mobilidade, 65,7% (n=317) para a comunicação,

informação e sinalização, 64,7% (n=346) para o tratamento e treino, 62,9% (n=604)

para melhoria do ambiente tais como mobiliário e adaptações arquitectónicas e

59,8% (n=158) para cuidados pessoais e de protecção.

Dos 1328 sujeitos com apoio educativo prestado por docentes não

especializados em educação especial verifica-se que das ajudas

técnicas/tecnologias utilizadas 41,1% são auxiliares de tratamento e treino, 36,3%

para cuidados pessoais e de protecção, 46,2% para mobilidade, 43,5% para

melhoria do ambiente tais como mobiliário e adaptações arquitectónicas e

44,8% para comunicação, informação e sinalização.

6. Ajudas técnicas/tecnologias de apoio e medidas do regime educativo

especial

Cruzando a variável ajudas técnicas/ tecnologias de apoio e a variável medidas

educativas especiais, verifica-se que a percentagem de sujeitos que beneficiam

da medida currículo escolar próprio e que utilizam ajudas técnicas/tecnologias

de apoio é maior que a dos que beneficiam da medida adaptações curriculares,

sendo o valor mais baixo dos que beneficiam da medida currículo alternativo.

79

Figura 66 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por ajudas técnicas/ tecnologias de apoio e

medidas do regime educativo especial

Dos 354 sujeitos que beneficiam da medida currículo escolar próprio (Figura 66)

74% utilizam auxiliares para a mobilidade, 66,6% para melhorar o ambiente tais

como mobiliário e adaptações arquitectónicas, 41,8% para comunicação,

informação e sinalização, 29,6% para tratamento e treino e 21,7% para cuidados

pessoais e de protecção.

Dos 872 sujeitos que beneficiam da medida adaptações curriculares, 38,3%

utilizam auxiliares para a mobilidade, 34,2% para melhorar o ambiente tais como

mobiliário e adaptações arquitectónicas, 18,2% para comunicação, informação

e sinalização, 13,1% para tratamento e treino e 8,8% para cuidados pessoais e de

protecção.

Dos 669 sujeitos que beneficiam da medida currículo alternativo, 24,3% utilizam

auxiliares para a mobilidade, 21,2% para melhorar o ambiente tais como

mobiliário e adaptações arquitectónicas, 10,6% para comunicação, informação

e sinalização, 9,5% para tratamento e treino e 6,7% para cuidados pessoais e de

protecção.

80

7. Ajudas técnicas/tecnologias de apoio e idade

Relacionando as variáveis tipo de ajudas técnicas/tecnologias de apoio e nível

etário verifica-se que, em termos absolutos, são os sujeitos com mais de 18 anos

que maioritariamente utilizam qualquer tipo de auxiliar, exceptuando os de

tratamento e treino que são mais utilizados pelos sujeitos dos <3 aos ≤6 anos.

Assim, na generalidade, parece poder afirmar-se que a utilização de ajudas

técnicas/tecnologias de apoio é, em termos etários, tardia.

Figura 67 – Distribuição dos sujeitos, a nível nacional, por ajudas técnicas/tecnologias e idade

Relativamente aos auxiliares de tratamento e treino (Figura 67), como referimos,

a maioria é utilizada pelos sujeitos com níveis etários dos < 3aos ≤6 anos (30,3%) e

dos 0 aos ≤3 anos (21,2%). Com percentagens mais baixas temos os níveis etários

dos <15 aos ≤18 anos e com mais de 18 anos, igualmente com 6,1%.

Quanto aos auxiliares para cuidados pessoais e de protecção, a maior

percentagem corresponde aos sujeitos com mais de 18 anos (9,9%) e dos <3 aos

≤6 anos (9,4%). As percentagens mais baixas correspondem aos níveis etários dos

0 aos ≤3 anos (6,7%) e dos <15 aos ≤18 anos (6,1%).

No que diz respeito aos auxiliares para mobilidade, a maioria corresponde aos

sujeitos com mais de 18 anos (48,8%) e aos níveis etários dos <3 aos ≤6 anos

(36,8%). As percentagens mais baixas correspondem aos níveis etários dos <6 aos

≤15 anos (35,7%) e dos 0 aos ≤3 anos (26,9%).

81

Relativamente aos auxiliares para melhoria do ambiente tais como mobiliário e

adaptações arquitectónicas, as percentagens mais elevadas correspondem aos

sujeitos com mais de 18 anos (39,6%) e com níveis etários entre os <15 e aos ≤18

anos (31,7%). As percentagens mais baixas correspondem aos níveis etários dos

<6 aos ≤15 anos (22,2%) e dos 0< aos ≤3 anos (20,5%).

Quanto aos auxiliares para comunicação, informação e sinalização, a maioria é

utilizada pelos sujeitos com mais de 18 anos (26,6%) e dos níveis etários dos 6 aos

≤15 anos (16,9%). As percentagens mais baixas correspondem aos <3 aos ≤6 anos

(14,5%) e 0 aos ≤3 anos (6,7%).

82

SSíínntteessee

A maioria dos sujeitos (82,6%) utiliza ajudas técnicas/tecnologias de apoio em mais do que

uma área. A maioria utiliza auxiliares para melhorar a mobilidade (35,8%) e o ambiente

(31,3%). Este padrão não se verifica em todas as DRE.

A maior parte dos auxiliares de tratamento e treino recai sobre bandas, coletes, cunhas, talas

e colares (34,1%), enquanto que a maioria dos auxiliares para cuidados pessoais e de

protecção recai sobre a protecção de zonas de mobiliário (47,9%), os auxiliares para

mobilidade sobre cadeiras de rodas (68,4%), os auxiliares para melhorar o ambiente sobre

rampas, corrimões e elevadores (49,2%) e os auxiliares para comunicação, informação e

sinalização sobre computadores ( 43,9%).

A maioria das ajudas técnicas/tecnologias de apoio é utilizada por sujeitos que apresentam

paralisia cerebral e outras problemáticas.

Os auxiliares para a mobilidade e para melhorar as condições do ambiente constituem à

maioria das ajudas técnicas/tecnologias de apoio utilizadas. No entanto, a maior parte dos

sujeitos que as utilizam continuam a ser considerados dependentes (paralisia cerebral e

síndroma degenerativa) e independentes com ajuda (distrofia muscular e spína bífida).

Somente os sujeitos que apresentam outro tipo de problemáticas são considerados,

maioritariamente, independentes na mobilidade.

São os sujeitos que utilizam formas de expressão não simbólicas que utilizam,

maioritariamente, auxiliares de comunicação, informação e sinalização.

Os sujeitos que mais utilizam ajudas técnicas/tecnologias de apoio para cuidados pessoais e

de protecção são os que, maioritariamente, são considerados dependentes ou independentes

com ajuda.

A maioria dos sujeitos que utiliza ajudas técnicas/tecnologias de apoio é apoiada por docentes

especializados em educação especial e destes os que mais utilizam ajudas

técnicas/tecnologias de apoio são apoiados por docentes especializados em educação

especial na área motora.

Os sujeitos que usufruem da medida currículo escolar próprio são os que utilizam

,maioritariamente, ajudas técnicas/tecnologias de apoio, seguindo-se os que usufruem

adaptações curriculares e currículo alternativo.

São os sujeitos com mais de 18 anos que, maioritariamente, utilizam ajudas

técnicas/tecnologias de apoio.

83

CONCLUSÕES

Este relatório focalizado nos alunos que apresentam limitações no domínio motor

possibilitou conhecer de forma mais aprofundada as suas características

específicas, bem como caracterizar os tipos de apoio que beneficiam. Parece

poder concluir-se:

1 - A maioria dos estabelecimentos de educação e ensino envolvidos na

educação destes alunos pertence ao 1º CEB (37,7%) e pré-escolar (28,1%).

2 - Existe uma grande dispersão de alunos por estabelecimentos de

educação e ensino (em média um aluno por estabelecimento) e uma

consequente dispersão de recursos humanos e materiais.

3 - Quase metade dos estabelecimentos de educação e ensino (42,3%)

foram sujeitos a adaptações para melhorar o ambiente, sendo a maioria (78%)

rampas, corrimões e elevadores.

4 - A maioria dos sujeitos é do sexo masculino (57,1%) e situa-se,

maioritariamente, entre os <6 e os 15 anos (56%).

5 - A maioria dos sujeitos frequenta o 1º CEB (34,5%) e o pré-escolar (16,8%).

Assim, a maioria dos sujeitos situa-se no período da escolaridade obrigatória

tanto no que diz respeito aos ciclos de ensino como à idade cronológica.

6 - A maior parte dos sujeitos (42,4%) não conclui a referida escolaridade

obrigatória, sendo notados alguns adiamentos de matrícula bem como a prática

de retenções sucessivas nos vários ciclos de ensino.

7- Existe um fraco investimento no apoio precoce uma vez que a maioria dos

sujeitos começa a ter apoio quando inicia a escolaridade obrigatória. Conclui-se,

ainda que

8 - Existe, a nível nacional, um baixo investimento na intervenção precoce. A

maioria dos sujeitos é apoiada em contexto de domicilio (51,8%).

9 - A maioria dos sujeitos apresenta paralisia cerebral (49,1%), sendo que

também a maioria apresenta outro tipo de problemáticas associadas. Destes, a

maioria apresenta problemas cognitivos (66,6%) podendo-se inferir que os sujeitos

podem, maioritariamente, ser considerados no domínio da multidificiência.

84

10 - A maioria dos sujeitos é considerada independente na alimentação e

dependente na higiene. No que diz respeito à manipulação, exceptuando-se os

sujeitos com spína bífida e outras problemáticas que são independentes, todos os

outros são, maioritariamente, independentes com ajuda. Quanto à mobilidade

conclui-se existir uma maior heterogeneidade de situações, Assim, a maioria dos

sujeitos que apresenta paralisia cerebral e síndroma degenerativa são

dependentes, os que apresentam spína bífida e distrofia muscular independentes

com ajuda e os que apresentam outro tipo de problemáticas independentes.

11- A maioria das ajudas técnicas/tecnologias de apoio utilizadas são na área

da mobilidade (35,8%) e para melhorar o ambiente (31,3%). Deste modo, infere-

se que, na generalidade, a sua utilização não é considerada como uma mais

valia no nível de independência dos sujeitos, não sendo encaradas como

facilitadoras na interacção entre as condições dos sujeitos e as condições do

meio ambiente.

12 - Quanto as aspectos motivadores para estabelecer comunicação a

maioria refere-se à necessidade de fazer pedidos (65,8%), de dizer que sim/não

(63,9%) e de chamar a atenção dos outros (63,8%).

13 - No que diz respeito à comunicação receptiva, a maioria dos sujeitos

compreende as mensagens através da comunicação simbólica como a fala

(68,7%), sendo de 31% os que compreendem melhor as mensagens através de

expressões faciais (comunicação não simbólica).

14 - Relativamente à comunicação expressiva a maioria dos sujeitos utiliza

quanto à comunicação simbólica a fala (61,3%) e à não simbólica as expressões

faciais (33,1%).

15 - Independentemente do referido anteriormente, as ajudas

técnicas/tecnologias de apoio de comunicação informação e sinalização são

utilizadas tanto como meio aumentativo como meio alternativo da

comunicação. No entanto, a utilização deste tipo de ajudas

técnicas/tecnologias de apoio é muito baixa, sobretudo, nos sujeitos

relativamente aqueles que mais parecem necessitar delas, ou seja, os que

utilizam essencialmente formas de comunicação não simbólica. Assim, infere-se

que grande parte dos sujeitos vivência barreiras na interacção diária com o seu

85

meio envolvente. Sabendo-se que os processos de comunicação são essenciais

para o acesso ao currículo parece poder concluir-se, que também existem

barreiras consideráveis no processo de ensino e aprendizagem.

16 - O apoio educativo é em termos absolutos, maioritariamente, prestado por

docentes especializados em educação especial (52,4%). Destes a maioria é

especializada na área motora (56,6%).

17 - A grande parte dos sujeitos (47,9%) tem apoio educativo exclusivamente

dentro da sala de aula.

18 - A periodicidade do apoio educativo é para a maioria dos sujeitos de uma

hora por semana. No entanto, da análise dos dados conclui-se existir uma grande

variabilidade no que diz respeito ao tempo de apoio.

19 - A maioria (89,9%) dos sujeitos não se inscreve-se nas medidas de regime

educativo especial preconizadas pelo Decreto-Lei 319/91. Dos que se inscrevem,

a mais vezes utilizada é adequação na organização de classes ou turmas (44,5%)

e condições especiais de avaliação (39,5%). Relativamente a esta, a maioria

reporta ao tipo de instrumento de avaliação (66,1%) e à forma e meio de

expressão do aluno (50%).

20 - Relativamente à medida ensino especial a maioria (65,3%) corresponde

aos sujeitos que beneficiam de currículo escolar próprio.

21 - Somente a medida condições especiais de frequência é aplicada aos

sujeitos, maioritariamente, por docentes especializados em educação especial

na área motora (30,9%). Todas as outras medidas são aplicadas em maioria por

docentes não especializados. Assim, parece-nos poder concluir-se que existe

uma maior contenção na aplicação das medidas do regime educativo especial

quando o docente é especializado. Estes também recorrem, essencialmente, a

medidas administrativas e relacionadas com os aspectos de organização.

22 - Além do apoio educativo a fisioterapia abrange mais sujeitos (34,9%),

seguindo-se a terapia da fala (24,9%), a auxiliar de educação (17,9%) e a terapia

ocupacional (16,3%). Recebe, ainda, outro tipo de apoios 16,3% dos sujeitos,

sendo que maior parte é na área da hidroterapia (16,5%) e hipoterapia (15,5%).

Exceptuando-se o apoio da auxiliar de educação todos os outros beneficiam,

maioritariamente, os sujeitos com paralisia cerebral.

86

23 - Os apoios anteriormente referenciados, à excepção da fisioterapia e

outros (hidroterapia, hipoterapia, etc.), decresce á medida que aumenta o nível

etário dos sujeitos. Assim, parece-nos poder concluir-se que o investimento em

determinado tipo de terapias em detrimento de outro, tem uma relação directa

com a idade. À imagem do que acontece com o inicio do apoio educativo,

também este tipo de apoios são pouco prestados nas idades mais precoces.

87

RECOMENDAÇÕES

Partindo-se da análise dos dados e das conclusões deste relatório, parece poder

definir-se um conjunto de recomendações que permitirão melhorar a qualidade

da resposta educativa aos alunos que apresentam limitações no domínio motor.

Assim, parece-nos importante.

Criar em estabelecimentos de educação e ensino de referência unidades

especializadas, para a educação de alunos com problemas neuromotores

graves, de modo a rentabilizar os recursos humanos e materiais existentes e

a afectar ao sistema.

Operacionalizar a cooperação inter-serviços (educação, saúde,

segurança social,...) com o fim de organizar respostas de intervenção

precoce que possibilitem a sinalização, a avaliação e o apoio antes do

período da escolaridade obrigatória.

Organizar (ECAE’s) mecanismos de supervisão e acompanhamento da

intervenção educativa, baseados em pressupostos axiológicos

convergentes e sinergéticos a nível nacional que salvaguardem a

aquisição, pelos sujeitos, de competências estabelecidas para cada ciclo

de educação e ensino. Deste modo, potencializar-se-ia o recurso a outras

medidas de regime educativo especial para além das de cariz

meramente administrativo bem como a adequação curricular aos seus

vários níveis.

Supervisionar (ECAE’s) o processo da transição entre ciclos e para a vida

adulta de modo a possibilitar processos de ensino aprendizagem contínuos

e de sucesso, de modo a atenuar e/ou eliminar a situação de retenções

sucessivas e facilitar a conclusão da escolaridade obrigatória e transição

para a vida adulta.

Definir (ECAE’s) a rede dos apoios educativos, no sentido de rentabilizar os

docentes especializados nesta área visando uma melhoria quantitativa

(periodicidade e tempo de apoio) e qualitativa dos processos de ensino e

88

aprendizagem, atitudes de inclusão e de práticas facilitadoras do acesso

ao currículo.

Identificar (ECAE’s) serviços que possibilitem a potencialização

(quantitativa e qualitativa) da diferenciação e especificidade de outro

tipo de apoios, nomeadamente os considerados menos tradicionais.

Sendo de realçar o papel dos centros de paralisia cerebral e outras

instituições ligadas à problemática do domínio motor.

Proceder (NOEEE) à elaboração de um plano de formação em serviço e

participação na sua respectiva implementação. Uma formação que,

além de conteúdos generalistas, foque as especifidades das limitações

que este tipo de população denota na interacção entre as suas

condições e as do meio ambiente, realçando-se a importância dos

aspectos de acesso ao currículo e da função transversal e facilitadora das

ajudas técnicas/tecnologias de apoio enquanto potencializadoras de

maiores níveis de autonomia e independência.

Elaborar (NOEEE) documentos orientadores: i) das práticas pedagógicas a

desenvolver com os alunos com problemas neuromotores e ii) da

utilização das ajudas técnicas/tecnologias de apoio, generalizando a sua

utilização (aspectos quantitativos) e realçando a vertente facilitadora na

aquisição de maiores níveis de independência e participação dos sujeitos

que as utilizam (aspectos qualitativos).

Tendo-se presente que este é o primeiro relatório, específico nesta área,

elaborado no âmbito do Observatório dos Apoio Educativos parece-nos de todo

o interesse que outros sejam elaborados no sentido de serem focadas em maior

profundidade questões como:

Qual a situação dos estabelecimentos que não foram sujeitos a qualquer

tipo de adaptação para melhorar o ambiente? Apresentam ou não

necessidades nessa área?

Quais as reais expectativas e necessidades de formação nesta área dos

docentes de apoio educativo?

89

Que perspectivas e que instrumentos de avaliação são utilizados? Como é

entendido o conceito de problemas no domínio motor? Como são

avaliados os aspectos de participação, autonomia e independência

tendo em conta a perspectiva de limitações decorrentes da interacção

entre condições do sujeito e condições do meio envolvente?

Quais as particularidades das adaptações curriculares, currículos escolares

próprios e currículos alternativos bem como as práticas facilitadoras de

acesso ao currículo normal?

90

Anexos