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1 RELATÓRIO SOBRE INVASÃO DE TERRENO DO CHILDFUND BRASIL EM FORTALEZA (CEARÁ) Fortaleza, 17 de outubro de 2015

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Relatório sobre a invasão de terreno do ChildFund Brasil em Fortaleza (CE)

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RELATÓRIO SOBRE INVASÃO DE TERRENO DO CHILDFUND BRASIL EM FORTALEZA (CEARÁ)

Fortaleza, 17 de outubro de 2015

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1. Introdução2. Atuação do ChildFund Brasil3. Dados Sobre a Região do Terreno Invadido4. Contextualização do Trabalho Social Desenvolvido na Área Invadida5. A Invasão dos Imóveis do Childfund Brasil6. O Olhar dos Parceiros e Negociadores7. Clipping Vogal

ÍNDICE PÁGINA

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1. INTRODUÇÃO

2. ATUAÇÃO DO CHILDFUND BRASIL

O presente relatório tem por objetivo resgatar histórias e depoimentos acerca da invasão de terreno de propriedade do ChildFund Brasil, no bairro Aerolândia, na cidade de Fortaleza, Estado do Ceará. Nesta localidade, há mais de três déca-das, o antigo Fundo Cristão para Crianças realizava atividades de assistência social para atender crianças e famílias carentes que viviam em seu entorno. O cerne do problema ampliou-se não somente pela invasão de imóveis, mas por atrapalhar as atividades de cunho social que eram desenvolvidas naquela região. Após o desen-rolar das negociações, conseguiu-se resolver o problema, onde o “amor abrandou a ira”. Daí a importância de registrar o que se passou para não se perder no tempo e se fazer história.

O ChildFund Brasil, atual-mente, está presente em mais de cinquenta países desenvolvendo ativida-des de cunho social com comunidades carentes. Seus projetos já benefi-ciaram cerca de 18,1 mi-lhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, mais de cinquenta organiza-ções sociais são parceiras do ChildFund Brasil, em 42 municípios brasileiros, en-volvendo hoje 178 mil pes-soas em seus projetos e atendendo mais de 56 mil pessoas entre crianças, adolescentes e jovens.

No Brasil, desde a década de 60, o ChildFund Brasil, através de execução e monitoramento de pro-gramas e projetos sociais, busca a mobilização de pessoas para o resgate de vidas em situação de ris-co, para que alcancem a cidadania plena em suas comunidades. Seus proje-tos são desenvolvidos envol-vendo as famílias em situa-

ção de risco, a sociedade e as comunidades para que sejam estabelecidos ambientes de cuidado e proteção a crianças e adolescentes. No pensa-mento do ChildFund Brasil, ao se mudar o futuro de uma criança, consegue--se mudar o mundo.

Em sua missão desenvol-vida em cidades como Fortaleza, a organização busca apoiar o desenvol-vimento de crianças em situação de privação, ex-clusão e vulnerabilidade social, tornando-as capa-zes de realizar melhorias em suas vidas e dando a elas oportunidade de se tornarem jovens, adultos, pais e líderes, que confe-rirão mudanças sustentá-veis e positivas às comuni-dades. Paralelo a isto, são mobilizadas pessoas e ins-tituições para que atuem na valorização, na prote-ção e na promoção dos direitos das crianças na sociedade.

O ChildFund Brasil não busca ser apenas uma ONG a mais na defesa de interesses de crian-ças e adolescentes. Com base em sua expertise, busca ser uma referência na gestão de excelência de programas e projetos socioambientais para a superação da pobreza infantil e na promoção dos direitos da criança e do adolescente. Para isto, procura o desenvol-vimento local sustentável, por meio da mobilização de recursos diversificados, compartilhando também conhecimentos e mode-los de gestão com outras organizações sociais, no Brasil e em outros países.

Como conta com apoio de doações de pessoas físicas que atuam como padrinhos das crianças e adolescentes acompa-nhados em seus progra-mas sociais, o ChildFund Brasil baseia suas ações financeiras e administrati-

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vas no valor da transparência. Solidez, transparência e integridade são os pilares que compõem a governança do ChildFund Brasil, que se preocupa em utilizar com eficiência todos os recursos que lhe são confiados pelos doadores. Este modo de atuação garante a atualização e divulgação periódica em seu site de relatórios, demonstrações contábeis e reconhecimentos sociais obtidos sob os mais diversos temas relacionados ao trabalho desenvolvido no Brasil e no mundo.

3. DADOS SOBRE A REGIÃO DO TERRENO INVADIDOHá tempos Fortaleza já não é mais uma simples Capital do Nordeste bra-sileiro. A cidade cresceu e se tornou uma das me-trópoles brasileiras com seus quase três milhões de habitantes, sendo hoje a quinta maior cidade do Brasil. Antes pacata, com o passar dos anos e sem grandes investimen-tos para fixar o homem no sertão, Fortaleza se viu como destino de um êxo-do rural que trouxe famí-lias do Interior cearense em busca de novas pers-pectivas de vida e de tra-balho. A cidade inchou em termos de população e cresceu desordena-damente ampliando os problemas sociais ligados

ao trabalho, educação, saúde e moradia. Sendo uma cidade com uma área territorial não muito grande, ao contrário de outros centros urbanos, Fortaleza se viu obrigada a conviver com áreas de extrema pobreza de for-ma descentralizada. Em outros núcleos urbanos, encontramos comunida-des carentes mais locali-zadas em suas periferias. Mas, na Capital cearen-se, é fácil encontrar estas comunidades até mesmo dentro de bairros nobres e mais centrais da cidade.

Uma destas comunidades carentes inseridas na área central de Fortaleza é a do grande Lagamar, que

reúne bairros como Pio XII, São João do Tauape, Conjunto Tancredo Ne-ves, Alto da Balança e a Aerolândia; este último onde foi registrada a in-vasão de um imóvel do ChildFund Brasil, que es-tava cedido ao trabalho social do CDI – Centro de Desenvolvimento Infantil.

Com base na tese de mestrado de Maria Passos Apoliano Gomes, apre-sentada no curso de so-ciologia da UFC – Univer-sidade Federal do Ceará, pôde-se compreender um pouco mais o cenário social que envolve o gran-de Lagamar e sua circun-vizinhança. “As cidades devem ser os espaços so-

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ciais que possibilitem aos que nelas habitam ´con-dições e oportunidades equitativas´ de acesso a bens públicos e serviços. Compreende-se, assim, que o direito à cidade diz respeito ao acesso de to-dos ao espaço urbano e à possibilidade de concreti-zação de outras garantias fundamentais, indepen-dentemente de classe so-cioeconômica, tais como os direitos à saúde, à edu-cação, à habitação e ao trabalho digno.” (In A Ci-dade em disputa: A tra-jetória de um movimento social. GOMES, Maria Pas-sos Apoliano).

O Lagamar é uma das áre-as populares mais antigas de Fortaleza. Pesquisas indicam que as primeiras casas no Lagamar foram construídas ainda na dé-cada de 30, tendo um adensamento populacio-nal maior a partir da dé-cada de 50 com a vinda de várias famílias para For-taleza por conta da seca no Interior do estado. Mui-tas famílias chegavam a pé ou de carona com ca-minhoneiros. Por ser uma

região mais afastada, na época, e que sofria ala-gamentos por conta dos riachos, não despertou interesse na classe média da cidade. Era um reduto de moradores de baixa renda, desde o princípio, em uma cidade que não possuía 280 mil habitan-tes. Deve-se lembrar que para os mais pobres não existe opção de escolher onde morar, mas apenas as oportunidades que sur-gem devido ao desinteres-se do espaço imobiliário.

Mas os anos passaram e a região do grande Laga-mar, com o crescimento da cidade, passou a se inserir em uma zona pri-vilegiada, em termos de localização, devido ao fá-cil acesso a importantes equipamentos públicos e privados, valorizando assim sua área em Fortaleza. Ao longo dos anos, a comuni-dade começou a se orga-nizar e exigir investimentos públicos na região para atender às demandas da população que crescia a cada ano. Neste vácuo do estado também surgi-ram importantes projetos

sociais na região, como o antigo Fundo Cristão para Crianças – hoje ChildFund Brasil, Fundação Marcos de Brüin, o Centro de De-senvolvimento Infantil – CDI e a Associação Comunitá-ria do Lagamar ACL, todas instituições de referência para a comunidade.

Na comunidade do gran-de Lagamar, além de exis-tirem ainda muitas famílias carentes e sem moradia, faz-se presente também a tensão entre gangues ri-vais disputando o domínio do tráfi co, grupos inimigos em permanente confl ito, no entorno do canal. Não diferente de outras realida-des brasileiras em comuni-dades carentes, no grande Lagamar, além do aden-samento populacional, a maioria da população é formada por mulheres. E é delas a maior parcela da luta comunitária da região em busca de melhorias como saúde, educação e moradia.

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LAGAMAR E BAIRROS ADJACENTES: DISTRIBUIÇÃO DA PO-PULAÇÃO POR SEXO

A MÁFIA DAS INVASÕES DE TERRENOS EM FORTALEZA

Lagamar

Homens

3.967 (47,4%)

5.365 (47,23%)

5.930 (46,28%)

12.498 (45,28%)

4.453 (52,9%)

5.995 (52,78%)

6.884 (53,72%)

15.100 (54,72%)

8.240

11.360

12.814

27.598

Mulheres Total

Aerolândia

Alto da Balança

São João do Tuape

Fonte: Lagamar - FUNDAÇÂO MARCOS DE BRÜIN, 2005a. Demais bairros - Censo de 2010, IBGE.

28 de maio de 2008, às 7h28min Eliomar de LimaPolítica

Paralelo a isto também encontramos os especuladores que invadem terrenos para construções, ganhar novas casas do governo e fazer negócios com elas, sob o manto de um anonimato que se apoia na realidade de quem realmente neces-sita de moradia. Este problema de invasão de terrenos e especulação imobiliária de moradias populares já é antigo e vem sendo denunciado pela imprensa local, como podemos ver abaixo, em nota da coluna do Jornalista Eliomar de Lima do Jornal O Povo, de 28 de maio de 2008.

“Costuma ser uma trama em benefício de alguns. Po-rém, para a opinião pública, a idéia passada é a de que a movimentação ajudará apenas necessitados de mo-radia na cidade. Nem sem-pre é bem assim. O POVO passa a contar a partir de hoje, em uma série de repor-tagens especiais, como são pensadas, articuladas, exe-cutadas e negociadas as invasões a terrenos públicos e particulares em Fortaleza. E também mostrará a insatis-fação que isso gera nos mo-vimentos sociais históricos e sérios, descaracterizando uma luta de décadas. Qual é a queixa dos gestores pú-blicos e o que fazem para controlar essas ocupações indevidas? O que diz o Mi-nistério Público? O esquema que contaremos, a partir de

hoje, é o de especuladores, numa rede organizada que geralmente se aproveita da necessidade alheia – o défi-cit habitacional da cidade chega a 350 mil pessoas, se-gundo a presidente da Fun-dação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), Olinda Marques. A meta deles é lotear os va-zios urbanos, quer tenham ou não proprietários, mas desde que lucrem algo com isso. Para isso, criam enti-dades, arrecadam mensa-lidades, sondam áreas vul-neráveis. E nos bastidores aproximam-se do tráfico, usam capangas e armas, dão ordens para muitos e quem puder que não deso-bedeça. Tudo em troca de um lote de terra. A valoriza-ção de um lote obtido numa apropriação indébita é ten-

tadora. Um ocupante che-ga a pagar R$ 50,00 por uma vaga num cadastro monta-do pelo “dono” ou “dona” da invasão (o organizador), para ter direito ao pedaço do chão. E apenas dois me-ses depois, se tudo continu-ar no lugar na disputa com autoridades ou os proprie-tários verdadeiros, o espaço já pode ser revendido a um terceiro por R$ 3 mil ou até R$ 5 mil. Sem nenhum docu-mento ou prova de posse.”

(In http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/a-mafia-das-inva-

soes-de-terrenos-em-fortaleza/)

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Em Fortaleza, no ano de 2013, o ChildFund Brasil deparou-se com a invasão de alguns de seus equipamentos físicos por famílias carentes. A preocupação maior da Fundação se deu mais pela interrupção dos projetos sociais do que pelo patri-mônio em si, pois estes constituem apenas meios para se atingir a atividade fim da instituição em defesa de crianças e adolescentes; e não no acúmulo de recursos ou bens imóveis. Segundo Joyce Mara, gerente administrativa e de recursos huma-nos do ChildFund Brasil, “não se trata apenas da invasão, mas da grande lacuna do projeto social na comunidade”.

4. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO SOCIAL DE-SENVOLVIDO NA ÁREA INVADIDANo ano de 1987, sob orien-tação do ChildFund Inter-nacional, o ChildFund Brasil iniciou a transferência da responsabilidade de ge-renciamento de seus pro-gramas para organizações sociais com personalidade jurídica. Para atender a esta nova diretriz, as comu-nidades, através de suas lideranças, juntamente com as famílias, foram esti-muladas a se formalizar em associações comunitárias. Anteriormente a esta fase, todo o trabalho de base era realizado e coordena-do pelas equipes do Child-Fund Brasil.

Na região metropolitana de Fortaleza, estas novas associações funcionavam

em quatro imóveis de pro-priedade do ChildFund Brasil, que foram denomi-nadas Centros de Desen-volvimento Infantil – CDIs. Na Capital, funcionavam nos bairros do Lagamar, Jardim Iracema e Álvaro Weyne. E também no bair-ro Jurema, em Caucaia, na grande Fortaleza. No caso especifico da região do grande Lagamar e en-torno, onde o ChildFund Brasil já atuava há mais de 30 anos, foi definido que o CDI iria atuar em função da existência de altos índices de desnutri-ção, mortalidade infantil e falta de creches, pois as associações comunitárias locais não possuíam estru-tura física para atender às

demandas existentes. As atividades do Centro de Desenvolvimento Infan-til da região do Lagamar focaram principalmente na saúde materna, nos cuidados odontológicos, na orientação nutricional para as famílias da comu-nidade, na distribuição de alimentos e nas refeições para as crianças. Foram beneficiadas diretamen-te 550 crianças, atingindo indiretamente cerca de 1.650 pessoas por ano. En-tretanto, os serviços reali-zados pelo CDI – Centro de Desenvolvimento Infantil, fo-ram encerrados em abril de 2013, que decidiu entregar o imóvel do ChildFund Brasil.

5. A INVASÃO DOS IMÓVEIS DO CHILDFUND BRASILAlguns aspectos contribuí-ram para provocar a inva-são de equipamentos do ChildFund Brasil no grande Lagamar. Com o advento de grandes eventos como a Copa do Mundo de Fu-tebol de 2014, foram previs-tos diversos projetos de mo-bilidade urbana na cidade

que atingiriam diretamen-te a comunidade daquela região, pois haveria neces-sidade de desapropriação de terrenos e imóveis. Com estas perspectivas, os imó-veis da CDI, na Rua Capi-tão Aragão, seriam afeta-dos pela nova intervenção urbana, podendo ser de-

sapropriados. Entretanto, com a mudança da ges-tão municipal em 2013 e a reestruturação econômica do projeto, o ChildFund Brasil foi informado que não mais haveria necessi-dade de desapropriação. Em maio do mesmo ano, a Prefeitura de Fortaleza

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manifestou interesse nos imóveis para a implantação de uma creche modelo. Neste mesmo mês, a diretoria encerra o contrato de comodato com o ChildFund Brasil de-volvendo os imóveis. De maio a julho, o ChildFund Brasil manteve os imóveis e, paralelo a isto, buscou acelerar as negociações com a Prefeitura de Fortaleza de modo que a Creche Modelo, a ser gerida pela Secretaria Municipal de Educação, fosse implemen-tada o quanto antes possível.

Embora se buscasse uma solução exequível para o benefício social das comunidades locais, os moradores informaram ao ChildFund Brasil que, no dia 9 de julho de 2013, seu imóvel da Rua General Murilo Borges No. 863, de área total de 7.311m², no bairro Aerolândia, tinha sido invadido. No mesmo bairro, no dia 17 de julho, o segundo imó-vel, localizado na Rua Capitão Aragão No. 866, de área total de 4.592m², também foi invadido, totalizando 174 famílias que ocuparam as duas estruturas existentes. De pron-to, a medida inicial tomada pelo ChildFund Brasil foi o registro de Boletim de Ocorrência dando conta da invasão, depredação do patrimônio da entidade e até ameaças de morte aos vigilantes que lá estavam para salvaguardar o patrimônio.

Logo no dia 18 de julho de 2013, foi identificada a construção de edificações no imó-vel ocupado em ritmo acelerado e com indício de ajuda de políticos e movimentos partidários que atuam no bairro. Como em casos semelhantes, foi iniciado um amplo processo de negociação com reuniões na HABITAFOR, órgão municipal que cuida da política de moradia da Prefeitura de Fortaleza. Foi proposta inicialmente a inclusão das famílias invasoras no cadastro do Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, e remoção destas para o bairro José Walter até os novos imóveis do Programa serem entregues. Mas as 174 famílias recusaram a proposta, optando por permanecer no terreno da ocupação. Diante de tal situação, O ChildFund Brasil viu-se obrigado a interpor Ação de Reintegração de Posse, em 19 de agosto de 2013, que teve manda-do de reintegração concedido já no dia 21 de agosto pela 19ª Vara Cívil da Comarca de Fortaleza. Mesmo de posse de uma decisão jurídica, o ChildFund Brasil fez questão de se manter ativo dentro de todo o processo de negociação, através de suas equi-pes e de apoiadores locais, para a obtenção de moradias às famílias invasoras de seu terreno.

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As negociações para solucionar os dois lados do problema, a desocupação do terreno e a garantia de moradia para os invasores, motivaram uma grande mo-bilização pela causa. A busca de soluções envolveu personagens do ChilFund Brasil, conselheiros da fundação, técnicos dos governos do Estado do Ceará e do Município de Fortaleza, Habitafor, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública do Ceará, empresários, lideranças comunitárias e as famílias envolvidas diretamente na ocupação do terreno.

O terreno onde funcionava o CDI - Centro de Desenvolvimento Infantil, foi doado ao antigo Fundo Cristão para Crianças ainda na década de 70, tendo sido regula-rizado na década de 90 pelo ChildFund Brasil. O CDI usava o imóvel do ChildFund Brasil através de comodato, realizando diretamente as ações sociais na região do grande Lagamar, mas, em abril de 2013, foi devolvido para o ChildFund Brasil. Em menos de 15 dias que faltavam para receber o imóvel, o ChildFund Brasil soube da invasão deste por pessoas da comunidade e de fora do bairro. Embora houvesse seguranças, não foi possível conter a ação dos populares. Ressalta-se que, antes da invasão, existia uma negociação com a Secretaria Municipal de Educação para ceder o terreno ao poder público para que ele pudesse assumir as ações sociais no local.

6.1 – Joyce Mara – Gerente de Administração e Recursos Humanos do ChildFund Brasil.

O caso da invasão do ter-reno do ChildFund Brasil foi acompanhado pelo Escri-tório Central da Fundação, localizado em Belo Horizon-te. De acordo com a ge-rente administrativa da fun-dação, Joyce Mara, após conhecimento da invasão, todos resolveram acompa-nhar de perto o caso. O pri-meiro passo foi contar com

o apoio dos conselheiros locais do ChildFund Brasil, que incluía nomes como a procuradora de Justiça, Maria do Socorro França; o pastor Othoniel Martins; o empresário Ednilton Soarez; entre outros. O conselho logo começou a se envol-ver no caso, mantendo di-álogos com as autoridades dos poderes municipal e

6. O OLHAR DOS PARCEIROS E NEGOCIADORES

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estadual, e ainda verifican-do a possibilidade de uma ação judicial.

Segundo Joyce Mara, após a interposição de medidas judiciais, buscou--se um entendimento com as lideranças locais para que o terreno fosse deso-cupado amigavelmente. Após várias rodadas de ne-gociações, a HABITAFOR e o governo do Estado acena-ram para a doação de 172 casas para as famílias do terreno. Mas o problema não terminou aí, pois quan-do o primeiro grupo saiu, surgiu outro grupo ame-açando invadir o terreno para tentar ganhar casas também. Diante dessa in-formação repassada pelos antigos moradores, a Chil-dFund Brasil voltou a man-ter entendimentos com a Secretaria Municipal de Educação para que ela assumisse logo o terreno em um novo comodato. Através de contato feito com o atual secretário de Educação de Fortaleza, através dos conselheiros Ednilton Soarez e Socorro França, foi realizada nova reunião neste ano de 2015, quando a Prefeitura de For-taleza reafirmou seu inte-resse em assumir o imóvel e construir novo equipamento social no local.

De acordo com a geren-te administrativa do Chil-dFund Brasil, o secretário de Educação do municí-pio garantiu que não seria preciso se preocupar, pois

embora no local estivesse instalada uma favela com construções, elas seriam re-movidas do local e que a quadra seria aproveitada para um anexo de uma escola municipal no local. Esta retirada dos morado-res da segunda invasão ocorreu, no dia 9 de julho deste ano, já sob a respon-sabilidade do poder públi-co. Segundo Joyce Mara, não existem interesses fi-nanceiros e patrimoniais no imóvel por parte do Child-Fund Brasil - no máximo, a desapropriação apenas do terreno.

“Nosso interesse agora não é se preocupar com o futuro, mas sim, registrar o que se passou, devido principalmente ao grande envolvimento dos nossos conselheiros, que foram muito ativos em todo o processo dedicando seu tempo à causa”, afirmou Joyce Mara. Além disso, destacou, que em nenhum momento, durante a inva-são, utilizou-se de violência para reaver o terreno, pois o ChildFund Brasil preo-cupou-se principalmente com as crianças que es-tavam na invasão e que poderiam vir a ser vítimas deste processo de retoma-da do imóvel. “O Conselho foi muito ativo, ajudando a resguardar a imagem do ChildFund Brasil em seus 50 anos de atividade. E nossos conselheiros ajudaram a intermediar nosso contato com as autoridades locais, algo que é difícil para a

maioria das ONGs”, disse Mara. Para ela, mereceu destaque também a atua-ção do advogado Alexan-dre Brennand, que, desde o início, acompanhou o caso com dedicação. “Ele não foi somente um advo-gado para a causa. Ele foi um grande parceiro que se doou na causa”, concluiu Joyce Mara.

6.2 – Joel Alcântara – Auxiliar Administrativo do ChildFund Brasil em Fortaleza

O auxiliar administrativo Joel Alcântara, que tra-balha no ChildFund Brasil, em Fortaleza, acompa-nhou de perto a situação da invasão nos terrenos da Aerolândia, uma vez que estava lá no dia a dia. Um dia, ao fazer uma visita e conversar com uma direto-ra sobre o prédio, este tinha acabado de ser invadido. Na ocasião, recebeu con-selho para sair do local, pois poderia ser perigoso devido às gangues infiltra-das na ocupação. Mas, mesmo assim, as pessoas da comunidade lhe liga-vam para informar o que acontecia no local. Se-gundo Joel, a equipe tinha medo de passar pelo local e ser agredida, pois alguns membros da comunida-

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6.3 – Alexandre Brenand – Ad-vogado do ChildFund Brasil no processo judicial

de achavam que o fundo poderia ser culpado pela invasão. “Foi avisado que nós não poderíamos pas-sar por lá, pois achavam que nós tínhamos culpa da invasão. Eles estavam mui-to revoltados”, disse Joel. Na verdade, não se sabe como foi dito aos morado-res da redondeza sobre a imagem do ChildFund Bra-sil para aquela comunida-de, onde atuou por mais de trinta anos com crian-ças e adolescentes na fai-xa 0 a 15 anos em longo prazo. O trabalho do Child-Fund Brasil é contínuo para gerar o desenvolvimento social sustentável.

Mesmo com o problema da invasão do terreno onde o CDI – Centro de Desenvolvimento Infantil, atuava, o ChildFund Brasil ainda realiza projetos so-ciais com outras organi-zações sociais do grande Lagamar. Foi constatado ainda pela equipe do Chil-dFund Brasil que algumas famílias que estavam na in-vasão já possuíam imóvel, o que caracterizou uma exploração imobiliária de espaços na região. Parale-lo a isto, os técnicos tiveram um diálogo com os líderes comunitários e com alguns que lideram o tráfico. “Al-guns deles tinham até filhos que eram atendidos pelo ChildFund Brasil”, declarou. O problema não se restringiu apenas à invasão do ter-reno, mas a existência de uma lacuna nos projetos sociais no bairro.

O ChildFund Brasil, diante da invasão de seu terreno, não procurou agir para re-avê-lo como o faria qual-quer outra instituição priva-da que valorizasse apenas o bem material. A preo-cupação, desde o início, foi manter o diálogo, sem uso de força policial, para garantir a reintegração da posse. Tudo foi pensado de modo que fosse resolvido da melhor maneira possí-vel. O primeiro passo foi o registro de um boletim de ocorrência, na polícia civil, paralelo às negociações. Juridicamente, o próximo passo foi a interposição de uma Ação Judicial de Rein-tegração de Posse, que foi recebida na 19ª. Vara Cívil da comarca de Fortaleza.O advogado Alexandre Brenand foi responsável por todo o acompanha-mento jurídico da ação ju-dicial. Para os gestores do ChildFund Brasil, Alexandre foi muito mais que um pro-curador na causa jurídica, foi um parceiro que vestiu a camisa da causa. Ele já tinha contato com um conselheiro do ChildFund Brasil com quem trabalha em um escritório de advo-cacia. Um dia, no seu tra-

balho, foi consultado pelo pastor Othoniel Martins, que também é advogado e conselheiro do ChildFund Brasil, sobre a invasão do terreno. Brenand começou a investigar o caso e, com base nas informações, causou-lhe estranheza pessoas humildes estarem na invasão, já levantando edificações, e que no local também estivessem trafi-cantes de drogas. Segundo Alexandre, após a invasão, a primeira cons-tatação foi que inicialmen-te não haveria possibili-dade de diálogo com os invasores. Após vinte dias de coleta de informações, foi dado ingresso uma ação judicial para reaver o terreno, que é do patri-mônio do ChildFund Brasil, obtido através de doação para trabalhos sociais na região. No dia 19 de agos-to de 2013, foi interposta a ação judicial de reintegra-ção de posse, cuja liminar foi deferida rapidamente, já no dia 21 de agosto do mesmo ano. Mesmo assim, o problema não estava re-solvido e continuava. Em-bora a liminar garantisse a reintegração de posse, começou a ocorrer dificul-dades com a polícia militar para o devido cumprimen-to da liminar, em apoio ao oficial de justiça. Alexan-dre Brenand foi peça fun-damental na negociação, em várias conversas com o comando da polícia militar, pois existia a justificativa, por parte das autoridades militares, de que faltava

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estrutura para o cumpri-mento do mandado, além de demandas anteriores já existentes no estado como um todo.

No mês de dezembro de 2013, Alexandre Brenand tinha sido informado de uma data para o dia 15, mas não foi realizada a reintegração. Passados os dias, o advogado foi co-municado de uma data provável para o fim de de-zembro. Diante da nova re-alidade de data, Brenand alertou os conselheiros do ChildFund Brasil sobre o in-conveniente de desalojar as famílias, no período de festas de Fim de Ano e Na-tal. “Nós tínhamos agora este problema que poderia afetar a imagem do Fundo Cristão. Mas os conselhei-ros entenderam a situação e suspenderam o cumpri-mento da decisão para ser cumprido em janeiro. Hou-ve concordância geral”, afirmou Brenand.

Entretanto, passadas as festas de final de ano e chegando janeiro, a de-sapropriação não ocorreu novamente. Surgiram no-vos fatos, como a exigên-cia da polícia militar de apoio de cem homens e vinte caminhões para re-alizar a mudança, o que iria gerar um custo alto para o Fundo. Alexandre Brenad chega a questio-nar o fato de o ChildFund Brasil ser vítima no caso e ainda ter que arcar com despesas para remover

as famílias. Em abril, surge um fato novo. Os invaso-res, através da Defensoria Pública, entraram com re-curso alegando que não tinham para onde ir, que não sabiam das intenções do ChildFund Brasil e que o terreno estava abando-nado há mais de um ano, o que não era verdade, e não foi acatado pelo juízo da 19ª. Vara Cívil, sendo mantida a reintegração de posse. O tempo pas-sou e nada de remoção dos ocupantes por conta da série de dificuldades. Dentre as dificuldades, também houve a demora dos oficiais de justiça em se interessar a cumprir o man-dado judicial.

Em setembro de 2014, foi marcada uma reunião, na Defensoria Pública do Es-tado, que reuniu represen-tantes do ChildFund Brasil através de seus conselhei-ros, Secretaria de Cidades, lideranças comunitárias e HABITAFOR. De acordo com Alexandre Brenand, “graças ao trabalho da conselheira Socorro França com o governo do Estado, a Secretaria das Cidades do Ceará nos causou sur-presa ao afirmar na reunião que utilizaria o cadastro dos ocupantes feito pela HABITAFOR para garantir um imóvel para cada famí-lia dentro do Programa Mi-nha Casa, Minha Vida do governo federal”. Antes, havia uma discussão acer-ca disso, mas até aquele momento nada de con-

creto. Mas os beneficiados deveriam atender os pré--requisitos do programa, como núcleo familiar for-mal e certa faixa de renda. De cerca de 170 famílias da invasão, foram benefi-ciadas 157. Ao ChildFund Brasil foi pedido apenas um prazo para a conclusão da obra para que as famílias fossem removidas e rece-bessem os novos imóveis, o que depois de várias datas marcadas só veio a acon-tecer em meados de 2015.Alexandre destacou ainda que, neste processo, ainda teve uma parte boa. Nem todas as famílias recebe-ram de imediato seus no-vos imóveis. Daí, os que fi-caram no terreno entraram em consenso de modo a resguardar o patrimônio e evitar assim novas inva-sões, cumprindo o acordo feito entre as partes. Por fim, quando o ChildFund Brasil retomou de vez o imóvel, vem se tentando no Judiciário homologar a extinção da ação, pois o acordo assinado entre as partes e o poder público, na Defensoria Pública, foi devidamente cumprido.

Como peça fundamental na ação judicial, o advo-gado Alexandre Brenand, disse que se envolveu mais na causa pelo amor a sua profissão e em respeito à garantia do direito do Chil-dFund Brasil. “Eu não me limitei a peticionar. Eu tive contato com o juiz, com o oficial de justiça. Participei em reuniões na HABITA-

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FOR. Me preocupei com a imagem do ChildFund Bra-sil, pelo o que representa. E também porque os con-selheiros tinham outras ati-vidades e não teriam tem-po. Cheguei até mesmo a me reunir com a polícia militar, até ao ponto de me desgastar, pois não enten-dia o não cumprimento do mandado judicial”, con-cluiu Brenand.

Gerson Pacheco, diretor nacional do ChildFund Bra-sil, destacou que este fato da invasão do terreno, em Fortaleza, foi muito relevan-te. E o que poderia ter sido uma grande tragédia trans-formou-se em uma grande vitória e conquista para a entidade, através do traba-lho relevante realizado pe-los conselheiros voluntários da entidade. Pessoas que hipotecam seus nomes e história, abraçando a causa do ChildFund Brasil ao arre-gaçar as mangas, como os conselheiros Ednilton Soarez, Socorro França, Othoniel Martins, e Airton Maia, este último já falecido.

De acordo com Gerson, o caso da invasão do terre-no foi muito mais que isso. Foi um conjunto de inte-

6.4 – Gerson Pacheco – Diretor Nacional do ChildFund Brasil

resses com três grupos de pessoas envolvidas a serem destacados. Primeiramente existiam pessoas humildes que estavam ali para ser ajudadas de alguma forma pelo ChildFund Brasil, com a perspectiva de receber mo-radias que necessitavam. O segundo grupo era forma-do por políticos que tinham interesse. Políticos interessa-dos em ganhos políticos, ou financeiros, apoiando com material para construção. E o terceiro grupo era o do crime, através da violência, e principalmente formado por traficantes interessados pela área para o tráfico. Este foi o primeiro mapa de informações dos envolvidos feito na área.

A grande lição de tudo, segundo Gerson Pache-co, foi o engajamento e o envolvimento de todos. O ChildFund Brasil posicionou--se inicialmente formando aliança apenas com aque-les que realmente precisa-vam de moradias para sa-ber em que podiam ajudar. A direção nacional tomou esta decisão preocupada muito mais com o futuro das crianças e adolescen-tes das famílias abrindo uma aliança de diálogo. “Foi uma aliança de altíssi-mo risco, pois tinha risco de morte. Tinham crianças en-volvidas. Mas tratamos com transparência total, o que levou ao entendimento da comunidade”, afirmou Ger-son. Para a direção nacio-nal o papel das mulheres da comunidade, nas nego-

ciações, foi fundamental. Constatou-se ainda que, no caso da invasão, o tráfico, um dos grupos envolvidos, perdeu para a sociedade e para a mobilização social.O negócio do ChildFund Brasil não é ter imóvel ou fazer especulação imobiliá-ria. O investimento naquele terreno foi feito há 40 anos porque a área necessitava de ações sociais. Após o ocorrido, foi constado mais um fator que levou à inva-são. Já existiam negocia-ções para um novo contra-to de comodato do terreno para utilização pela Prefei-tura de Fortaleza, faltando apenas alguns ajustes pelo departamento jurídico da Secretaria de Educação. Mas, de acordo com o di-retor Gerson Pacheco, o aparato petista ainda está dentro do serviço público e se mantém bem informado sobre tudo. E eles, dois dias antes da ocupação, fala-ram para comunidade que iriam perder aquele espaço.

A aliança com a comunida-de foi uma construção com base no diálogo, ao lon-go do tempo de dois anos. Para Gerson Pacheco, a marca ChildFund Brasil, jun-tamente com o trabalho voluntário da conselheira Socorro França, conseguiu ampliar a negociação e as conquistas. A parcela da comunidade ligada ao cri-me e que estava na ocupa-ção respeitou bastante a fi-gura da conselheira Socorro França, que foi diretamente ao local da invasão, sem te-

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mor. Mas o diálogo ficou res-trito aos formadores de opi-nião da comunidade, que estavam realmente necessi-tando, por serem famílias de bem, que chegaram a pro-teger o ChildFund Brasil. De acordo com Gerson Pache-co, a própria comunidade permaneceu durante dois dias, depois que o terreno foi desocupado, destruindo o que havia sido construído, para que ninguém mais in-vadisse o terreno. Para eles, era cumprir o que tinha sido acordado, pois eles tinham recebido suas novas casas. Além disso, outro fato a ser destacado foi que a ima-gem do ChildFund Brasil não foi maculada em todo o processo, até mesmo em matérias da imprensa. Foi feita uma aliança do bem que resultou em uma gran-de conquista para a comu-nidade, que a realidade era bem conhecida pela dire-toria do ChildFund Brasil. “O amor abranda a ira. No pri-meiro momento, se a gente reagisse, as lideranças esta-riam contra a gente. Quan-do a gente deu amor a eles ao falar que entendíamos a situação, tudo se acalmou”, disse Gerson. “O principal é que, no final, tudo se resol-veu e todos estão com suas casas, não aconteceu uma tragédia e a creche será construída pela Prefeitura”, reconhece.

Socorro França, procura-dora de Justiça e correge-

6.5 – Socorro França – Procura-dora de Justiça e Conselheira do ChildFund Brasil - Fortaleza

dora dos órgãos de Segu-rança Pública do Ceará, como conselheira do Chil-dFund Brasil, sentiu-se inco-modada com a ocupação do terreno na Aerolândia, pois ali era um grande la-boratório em diversas áre-as sociais para as crianças do Lagamar. Segunda ela, na época, realmente ha-via pessoas que precisa-vam de apoio, mas tam-bém existiam pessoas com nenhuma relação com a carência de casa própria. Havia o grupo de pessoas que buscava traficar dro-gas dentro da área ocupa-da e também o grupo de cunho político devido ao grande número de pesso-as na ocupação. O primei-ro passo dado por Socorro França foi se reunir com a responsável pelo HABITA-FOR, Eliana Gomes. A di-ficuldade de dados con-cretos sobre os números da necessidade real era difícil de ser obtidas, tendo inclu-sive a ação de assistentes sociais para coletar dados por diversas vezes.

Após uma série de reuni-ões com os envolvidos e lideranças comunitárias, surgiu a possibilidade de um acordo, prevendo que, se surgissem casas para os necessitados da área, o terreno seria desocu-pado. Foi organizado de forma tal o cadastro para que todos fossem benefi-ciados com uma unidade habitacional no Programa Minha Casa Minha Vida, na Cidade Jardim, próxi-

ma ao José Walter. Neste acordo, a conselheira So-corro França destacou o papel da Secretaria das Cidades, do governo do Estado, que priorizou a co-munidade que estava no terreno do ChildFund Brasil. Ela destacou ainda que fi-cou preocupada com a situação das famílias após receber as casas. Diante disso, buscou apoio no SE-NAC – Serviço Nacional de Aprendizagem do Comér-cio, para que fossem fei-tas capacitações para as famílias, o que está sendo acompanhado de perto. Sabe-se da necessidade de ajudar as famílias a per-manecerem no novo imó-vel, cujo valor unitário é de R$ 120 mil, evitando-se assim a revenda em con-tratos de gaveta. Socorro França agora busca uma parceria com as lideranças comunitárias no sentido de gerar uma consciência e orientação de como os moradores devem viver em condomínio, situação nova para a maioria deles.

Uma lição ficou para a conselheira Socorro Fran-ça, diante do caso da in-vasão do terreno, “A re-tomada do imóvel para o Fundo Cristão foi de uma simbologia muito forte. Por-que durante anos e anos, o Fundo Cristão serviu para aqueles moradores. Mui-tos dos meninos ali foram ajudados pelo Fundo Cris-tão”, disse Socorro. Ela ci-tou até o exemplo de um deputado cearense que

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foi ajudado pelo ChildFund Brasil. Se o Fundo Cristão não estivesse na região, a situação social no grande Lagamar poderia ser bem pior. “Daí a importância do apadrinhamento das crianças atendidas pelo projeto, que é belíssimo, e que possui uma boa orga-nização e transparência dirigidas, na esfera nacio-nal, por Gerson Pacheco”, declara.

Para Socorro França, mere-ce destaque ainda a pre-ocupação daqueles que realmente se sensibilizam com o sofrimento humano, com o humanismo. “Esta história nunca será esque-cida por estas pessoas be-neficiadas pelas ações do Fundo Cristão. É necessá-rio ter este olhar para es-tas pessoas. Todo mundo só tem um olhar. Não é o olhar da vaidade, do em-poderamento do projeto. É o olhar único e exclusiva-mente para ter um mundo melhor com o desenvolvi-mento humano”, concluiu Socorro França.

Outro personagem funda-mental para solução da invasão do terreno do Chil-dFund Brasil, em Fortaleza, foi o pastor Othoniel Martins, que também é advogado e acompanha e apoia o trabalho do antigo Fundo Cristão, desde o início de suas atividades em Fortale-za, ainda na época do go-

6.6 – Othoniel Martins – Pastor, Advogado, e Conselheiro do ChildFund Brasil - Fortaleza

verno César Cals. Foi Otho-niel Martins, após saber da invasão do terreno na Ae-rolândia, quem solicitou um estudo sobre o caso ao seu colega advogado Alexan-dre Brenand. Para Othoniel Martins, o tra-balho do ChildFund Brasil é sério e responsável. Um tra-balho bem consciente vol-tado para as famílias pobres onde o ponto central são as crianças, dando-lhes condi-ções para vencer na vida. Segundo ele, hoje existem pessoas que são formadas e que tiveram o apoio do Fun-do Cristão desde pequenos. Embora não tenha acom-panhado de perto a ocu-pação do terreno, o conse-lheiro destacou o trabalho social realizado na região para assistência às comuni-dades que vivem em fave-las da região, evitando que os jovens tivessem contato com as drogas.

A equipe do ChildFund Brasil trabalhou com responsabi-lidade e consciência para ajudar a comunidade do Lagamar, entretanto, se-gundo Othoniel, existiu, po-rém, um agravante devido à infiltração de políticos de esquerda, tentando macu-lar a imagem do ChildFund Brasil. Estes políticos alega-vam ser o fundo uma ação mal- intencionada dos nor-te-americanos. “A douto-ra Socorro França foi peça fundamental na parte hu-manitária e política, ao lado do Dr. Ednilton Soarez, na solução do problema, pois temos uma preocupação

muito grande com aquilo ali que foi feito para ajudar as comunidades”, disse Otho-niel, que também destacou o trabalho do advogado Alexandre Brenand.

6.7 – Ednilton Soarez – Empre-sário e Conselheiro do Child-Fund Brasil - Fortaleza

Ednilton Soarez, empresário do setor educacional e tam-bém conselheiro do Child-Fund Brasil há muitos anos, também participou do pro-cesso de pacificação da in-vasão do terreno da Funda-ção. Ele atuou através dos seus contatos de modo a en-curtar os trâmites de negocia-ção com autoridades públi-cas, como da Procuradoria, Secretarias de Educação. “O trabalho da Fundação é mui-to bem feito e, neste caso, a Doutora Socorro França foi peça fundamental, pois foi ela quem fez mesmo o traba-lho de negociação direta”, afirmou.

Para Ednilton, “o bom é que não houve problemas com a polícia e as famílias saíram feli-zes com a conquista da casa própria”.

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6.8 – Mirilene Santana – Asses-sora de Desenvolvimento Co-munitário do ChildFund Brasil - Fortaleza

6.9 – Antônio Gerlânio Silva – Pintor e Líder Comunitário

A resolução do caso da ocupação do terreno do ChildFund Brasil foi além do envolvimento de seus con-selheiros, diretores, advo-gados e representantes do poder público. O encontro de uma solução passou também pela própria co-munidade que se abriu ao diálogo em busca de saídas pacíficas. Um destes perso-nagens da comunidade foi o pintor de paredes e líder comunitário Gerlânio Silva, que se envolveu diretamente nas negociações realizada entre as parte durante diver-sas reuniões. Embora não tivesse na ocupação do ter-reno do ChildFund Brasil, ele que já possuía experiência com questões de moradia popular foi chamado por alguns dos ocupantes para orientá-los e participar das negociações.

Para Gerlânio Silva as ca-sas vieram em boa hora. A maioria dos invasores não tinham mais condições de pagar aluguel. No acordo foi previsto a entrega de 175 unidades habitacionais de cerca de 50m², com dois quartos, sala, cozinha e ba-nheiro. Apenas poucos não receberam por não esta-rem de acordo com os cri-térios da Caixa Econômica Federal.

Mas o líder comunitário Ger-lânio Silva faz um alerta para alguns problemas. Para ele, antes de levar as famí-lias para o local deveria ter

“O desfecho foi positivo em relação à solução da inva-são do terreno do ChildFund Brasil, em Fortaleza”, desta-ca Mirilene Santana, asses-sora de Desenvolvimento Comunitário do ChildFund Brasil, em Fortaleza. Segun-do ela, desde o princípio, buscou-se a conciliação com os representantes do movimento, uma vez que, embora se tenha resolvido após o prazo combinado, não foi necessário o uso de força policial.

Após a saída do primeiro grupo, a Prefeitura assumiu a responsabilidade do ter-reno para fazer uma creche no local e ampliação da escola, depois de realiza-das as obras de mobilidade urbana no entorno da Ave-nida Raul Barbosa. Segundo Mirilene Santana, o Child-Fund Brasil teve “muita paci-ência” na administração do conflito, que foi acompa-nhado de perto pelos seus técnicos. No final, ficou tran-quila a relação entre o Fun-do Cristão e a comunidade que ainda recebe atendi-mento social na região.

sido feito pelo Governo do Estado uma ação social de orientação às famílias. “O governo deu as casas, mas não deu a capacitação para as pessoas morarem em condôminio e isto está gerando dificuldades de convivência no local”, afir-mou Gerlânio. Outro proble-ma destacado foi a distân-cia das novas casas para o bairro do terreno invadido, onde alguns exerciam ati-vidades informais de traba-lho. Ele chega a afirmar que teme que cerca de 10% dos beneficiados não se adap-tem ao novo local, deixan-do de lado o benefício do imóvel conquistado. “Ainda dá tempo. É de grande va-lia que estas pessoas sejam orientadas, pois não sabem como sair desta situação”, sugeriu.

Segundo Gerlânio, o Child-Fund Brasil merece desta-que em todo o processo, pois mesmo sendo dono do terreno e possuindo uma li-minar para reintegração de posse, nunca quis expulsar as famílias que ali estavam; o diálogo foi a base de tudo. “A Dra. Socorro Fran-ça possuiu um grande valor na negociação, pois como conselheira do Fundo Cris-tão conseguiu apaziguar as partes. Ela foi uma peça chave para resolver o pro-blema dos moradores do terreno. Temos muito que agradecer a eles”, disse ele.

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Produção jornalística realizada pela Vogal Comunicação, em outubro de 2015.

- Redação: Fernando Dantas - Jornalistas responsáveis: Juliana Bomfim e Mônika Vieira - Revisão: Regina Helena Camelo

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 26/02/2014Veículo: Portal Diário do Nordeste/Verdes Mares Editoria/Coluna: Negócioslink do site: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/online/governo--entrega-primeira-etapa-de-residencial-para-512-familias-no-jose-walter-1.821285

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Governo entrega primeira etapa de residencial para 512 famílias no José WalterCondomínio terá 5.536 uni-dades e deve ficar total-mente pronto até 2015 16:07 • 26.02.2014 por Suzane Saldanha

Ao todo o complexo conta-rá com 5.536 unidades ha-bitacionais de 43 m² cada ( Suzane Saldanha )O governo do Estado entre-gou na manhã desta quar-ta-feira (26), a primeira eta-pa do Residencial Cidade Jardim, no bairro Conjunto José Walter, com 512 apar-tamentos destinados a famí-lias com renda de até R$ 1,6 mil. O empreendimento é o maior do Programa Minha Casa Minha Vida 2 no Nor-deste.Durante a entrega, o governador Cid Gomes destacou a criação das 5.536 unidades do empre-endimento e anunciou que mais 15 mil serão construídas no entorno do residencial em parceria com a Prefeitu-ra de Fortaleza. “É praticamente uma ci-dade porque só o primeiro conjunto Cidade Jardim são 5.536 unidades com uma média de quatro pes-soas por família, isso dá 22, 23 mil pessoas. Muito breve-mente, no mês de março, Roberto Cláudio e eu, esta-remos assinando mais 15 mil unidades no entorno. Vai ser a oportunidade da casa própria para muitas famílias de Fortaleza que vivem em áreas degradadas”. A primeira fase tem um investimento de R$ 32,1 milhões, entre recursos fe-

deral e estadual. O con-domínio tem investimento total de R$ 352 milhões, destinados à construção dos apartamentos com 43 m², distribuídos em 346 blocos, sendo 277 unida-des adaptadas para Por-tadores de Necessidades Especiais (PNE). Segundo a diretora técnica da Cons-trutora Fujita, empresa res-ponsável pela obra, Liana Fujita, o Residencial Cida-de Jardim ficará comple-tamente pronto até o meio de 2015. “A cada três me-ses a gente vai entregar entre 500 unidades e mil unidades. Ao todo, são 30 meses”, explica. A primeira etapa passou um ano para ser finalizada. Para impedir comercializa-ções indevidas é feito um cadastro feito pelo gover-no estadual, Caixa Econô-mica e governo federal, segundo o secretário da Cidades Carlos Ferentini. “Isso está certificado por um cadastro que foi feito lá atrás com bastante cuida-do para que não houvesse nenhuma comercialização indevida. A intenção é tra-zer uma unidade habita-cional para quem precisa”.Estrutura abriga diversos se-toresO projeto do residencial aponta a construção de 13 quadras poliesportivas, 03 pisas de Skate, 115 play-grounds, 42 salões para eventos e quatro campos de futebol.Também serão construídas três creches, uma Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) e uma

unidade de Pronto Atendi-mento 24 horas (UPA 24 ho-ras),- já em funcionamento.Inicialmente, o Cidade Jar-dim beneficiará as famílias que viviam em barracos na área. Uma das contempla-das na primeira etapa do residencial, Maria Aldeída de 53 anos, mora com a neta de 11 anos e relatou o alívio de ter recebido o apartamento e ter saído do barraco onde mora-va. “Eu fiquei acampando aqui dentro nos barracos quatro anos. Já passei para o apartamento, estamos felizes demais, tem o quar-tinho dela e o meu. É lindo demais”. Também serão beneficia-das famílias que construí-ram suas residências na fai-xa de domínio da REFFSA, onde está em construção o Ramal Parangaba-Mu-curipe do Veículo Leve so-bre Trilhos (VLT); e famílias cadastradas em progra-mas habitacionais do Esta-do, através da Secretaria das Cidades.A líder da comunidade 17 de Abril Denise Brito repre-sentou os novos habitantes do residencial durante a solenidade e comemorou a participação dos mo-radores na conclusão do empreendimento. “A gen-te fica feliz e muito emocio-nada em saber que a gen-te participou”.

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 26/02/2014Veículo: Jornal Diário do Nordeste Editoria/Coluna: Publicidade

CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 23/12/2014Veículo: Portal O PovoEditoria/Coluna: Cotidiano Link do site: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2014/12/23/noticiasjornalcoti-diano,3367133/400-familias-recebem-casas-no-bairro-jose-walter.shtml

CIDADE JARDIM 23/12/2014400 famílias recebem ca-sas no bairro José WalterAs casas populares inte-gram o segundo lote do residencial Cidade Jardim, no José Walter, que prevê a construção de 5.536 no total. Na ocasião, Prefei-tura também assinou con-trato que viabiliza obras de outras 1.760 unidades

Mais 400 casas populares do residencial Cidade Jar-dim foram entregues na manhã de ontem pelo Es-

tado. Ao todo, o conjunto habitacional prevê a cons-trução de 5.536 unidades em terreno próximo ao-Conjunto José Walter. Esse foi o segundo lote de casas concluídas. O primeiro foi entregue em fevereiro des-te ano, com 512 habita-ções. A obra integra o pro-grama Minha Casa Minha Vida, devendo beneficiar a população com renda de até R$ 1,6 mil. O custo total dos serviços é de R$ 352 milhões.

“Estamos entregando esse benefício e dando con-tinuidade a outros. Aqui mesmo nessa área temos mais de 4 mil casas para concluir. Não vamos aca-bar com o problema da habitação em Fortaleza, mas vamos bater recordes (na construção de casas populares)”, afirmou o go-vernador Cid Gomes (Pros).Durante a solenidade, sem citar a ex-prefeita Luizianne Lins (PT), Cid criticou a an-tiga gestão municipal. Se-gundo ele, a atual Prefei-

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tura conseguirá terminar o mandato com mais de 30 mil unidades construídas, enquanto a antiga gestão teve 6 mil habitações no Minha Casa Minha Vida entregues em oito anos. O atual déficit de habitação na Capital é de cerca de 90 mil casas.

Parte das unidades desta segunda etapa seguirão, conforme o governador, para famílias sem-teto que antes ocupavam a área. O primeiro lote também foi destinado para essas pes-soas. Na primeira entrega, em fevereiro, o secretário das Cidades, Carlo Ferren-tini, afirmou que desapro-priados pelas obras do Veí-culo Leve sobre Trilhos (VLT) também poderiam ser beneficiados “em outras oportunidades”. O deta-lhamento dessas pessoas, no entanto, não foi divul-gado.Outra açãoNo evento, o ministro das Cidades, Gilberto Maga-lhães Occhi, assinou con-tratos que viabilizam a construção do residencial Luiz Gonzaga, no bairro Ancuri. O empreendimen-to será dividido em duas etapas, sendo a primeira com 1.760 casas popula-res. O custo é de R$ 128,5 milhões. O conjunto é o primeiro construído na Capital pela modalidade Minha Casa Minha Vida Entidades. Nes-se novo modelo, organiza-ções não-governamentais

se habilitam para cons-trução de unidades ha-bitacionais, com o apoio técnico, operacional e financeiro do poder públi-co.Para as obras do residencial Luiz Gonzaga, três entida-des se uniram: Federação das Entidades de Bairros e Favelas de Fortaleza, Cea-rah Periferia e Associação Habitat para a Humanida-de. “Essa modalidade ga-rante apoio das instituições populares com a Prefeitu-ra. Dá maior autonomia às entidades para reivindicar ações quando tiver um terreno disponível”, exem-plificou o prefeito Roberto Cláudio. A expectativa é de que o empreendimen-to fique pronto até o fim de 2016.Saiba mais

Os apartamentos do resi-dencial Cidade Jardim, no Conjunto José Walter, têm 43,29 metros quadrados de área, divididos em dois quartos, sala, banheiro, co-zinha e área de serviço.O empreendimento pre-vê a construção de 20 sa-lões de festa, sete campos de futebol, nove quadras, cinco pistas de skate e 72 playgrounds.De acordo com o Governo do Estado, também serão construídas três creches, uma escola estadual de ensino médio e uma unida-de de Pronto Atendimento 24 horas (UPA).

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 27/06/2015Veículo: portal G1Editoria/Coluna: Cearálink do site: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/06/moradores-recebem-400-residencias--na-cidade-jardim-em-fortaleza.html

27/06/2015 14h21 - Atualizado em 27/06/2015 14h21Moradores recebem 400 re-sidências na Cidade Jardim, em FortalezaParte dos beneficiados é de famílias desapropriadas com obras do VLT.Outras 368 casas estão previstas para entrega em agosto, diz governo.Do G1 CE

Casas do Cidade Jardim são entregues neste sábado (Foto: Carlos Gibaja/Gover-no do Estado do Ceará)O Governo do Estado, por meio da Secretaria das Ci-dades, entregou neste sá-bado (27) 400 unidades ha-bitacionais no Residencial Cidade Jardim, no bairro José Walter, em Fortaleza. As unidades fazem parte do Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Fe-deral.Esta foi a entrega da segun-da etapa do módulo 2 do residencial, que possui 1.128 unidades, das quais 400 foram entregues em feve-reiro deste ano e 368 estão previstas para entrega no próximo mês de agosto. O residencial é composto de 5.536 unidades e tem como agente financeiro a Caixa Econômica Federal (CEF). No total, foram investidos R$ 347 milhões do Governo Fe-deral, com aporte de R$ 26

milhões do Governo do Estado.As 400 famílias beneficiadas já receberão os seus imóveis com “toda a infraestrutura de água e esgoto”, conforme detalha o secretário das Cidades, Ivo Gomes. As famílias beneficiadas nessa entrega são provenientes de ocupa-ções no Centro de Desenvolvimento Infantil (CDI-Aerolân-dial-Lagamar), de reassentamento de obras do VLT de Fortaleza e de entidades credenciadas no Ministério das Cidades.Destinado a famílias com renda mensal de até três salários mínimos, o Residencial Cidade Jardim beneficiará mais de 22 mil cearenses. Cerca de 1.200 famílias já estão morando no empreendimento. A expectativa é que, até o final do ano, mais 500 unidades habitacionais sejam entregues à população.

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 26/06/2015Veículo: portal Ceará AgoraEditoria/Coluna: _link do site: http://www.cearaagora.com.br/site/2015/06/governo-entrega-400-unidades-ha-bitacionais-no-residencial-cidade-jardim-neste-sabado/

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 27/06/2015Veículo: portal verdes mares Editoria/Coluna: Blog Roberto Moreiralink do site: http://blogs.diariodonordeste.com.br/robertomoreira/governador-rasga-elogios--ao-prefeito-roberto-claudio/

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 09/07/2015Veículo: Jornal O PovoEditoria/Coluna: Cotidianolink do site: http://tablet.opovo.com.br/app/opovo/canais/fortaleza/2015/07/09/5111015/de-salojadas-familias-protestam-em-frente-ao-paco-municipal.shtml

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 10/07/2015Veículo: Jornal O PovoEditoria/Coluna: Cotidianolink do site: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2015/07/10/noticiasjornalcoti-diano,3467610/familias-sao-desalojadas-e-protestam-por-moradia-na-aerolandia.shtml

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 10/07/2015Veículo: Jornal O Estado Editoria/Coluna: _link do site: http://www.oestadoce.com.br/noticia/mais-de-200-familias-sao-despejadas-na--aerolandia

COTIDIANOSexta-feira, 10 de Julho de 2015Mais de 200 famílias são despejadas na Aerolândia

Cerca de 200 famílias que ocupavam o já desativado Centro de Desenvolvimen-to Infantil (CDI), localizado na Rua Capitão Aragão, no bairro Aerolândia, fo-ram despejadas na manhã de ontem. Equipes do Pe-lotão Especial da Guarda Municipal e do Batalhão de Choque da Polícia Mi-litar (BPChoque) fizeram a desocupação do prédio, que foi seguida pela ação dos tratores, colocando a edificação abaixo. Agen-tes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públi-cos e Cidadania (AMC) bloquearam o trânsito no local, e os motoristas preci-saram realizar um desvio.Segundo o morador Jonas Farias, as famílias ainda es-tavam dormindo quando os tratores começaram a demolição do prédio pú-blico. “Eu estava dormindo quando escutei as pare-des caindo. Tive que pegar meu filho no colo e sair cor-rendo, porque, senão, nós tínhamos morrido”, falou indignado.As famílias alegam não terem recebido nenhu-ma ordem judicial sobre o despejo. De acordo com

eles, a decisão da demo-lição do edifício partiu do gabinete do prefeito Ro-berto Cláudio. “Algumas coisas conseguimos tirar a tempo e outras não. Fica-mos no meio da rua com nossa família e nossos ob-jetos pessoais. Essa demo-lição pegou todo mundo de surpresa”, disse a estu-dante Beatriz Brito, de 17 anos, acrescentando que a Prefeitura informou a eles de que, no espaço, será construído uma área de la-zer para crianças,após ser utilizado como canteiro de obras para a construção de rotatória e viaduto nas avenidas Raul Barbosa e Murilo Borges.Para protestar sobre a ação, as famílias reuniram--se durante a tarde em frente ao Paço Municipal, no Centro. “Viemos falar com o prefeito, pois esta-mos todos sem ter onde dormir. Isso é um absurdo, pois somos pais de família. Não somos ladrões. Estáva-mos sem casa, pois a pre-feitura prometeu 300, mas só deu 174. As outras 126 ficaram sem ter onde ficar. Ocupamos o prédio do CDI, pois ele servia apenas para os usuários de drogas, e não temos dinheiro para pagar aluguel”, reclamou Jonas Farias.

Habitafor As famílias envolvidas ale-gam que, apesar de ca-dastradas pela Secretaria de Desenvolvimento Ha-bitacional de Fortaleza (Habitafor) para compor o programa Minha Casa, Minha Vida, as residências nunca foram entregues. Al-guns moradores são rema-nescentes da comunidade Padre Cícero, localizada no cruzamento das aveni-das Raul Barbosa e Murilo Borges, e alegam que as indenizações pagas pela Prefeitura à época daque-la desapropriação não foram justas. “Minha mãe fez a inscrição em 2009 e até agora nada. Somos tratados como um nada. Entramos no prédio na se-mana passada, pois não queríamos morar debaixo da ponte, e a resposta que a Prefeitura nos dá é esta desocupação. Agora, no espaço onde moravam 300 famílias, tem só entu-lho”, disse Taiane Braz, de 21 anos. A reportagem tentou en-trar em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Fortaleza, mas até o fechamento da matéria as ligações não fo-ram atendidas.

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 19/07/2015Veículo: Site PSOL – João AlfredoEditoria/Coluna: _link do site: http://joaoalfredopsol.com.br/2015/10/camara-municipal-discute-situacao-da--comunidade-raio-de-luz-em-audiencia-publica/

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 21/10/2015Veículo: Jornal O Estado Editoria/Coluna: Capa/Gerallink do site: http://www.oestadoce.com.br/noticia/prefeitura-faz-demolicao-e-deixa-familias--sem-teto

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OTIDIANOQuarta-feira, 21 de Outubro de 2015Prefeitura faz demolição e deixa famílias sem teto

Há pouco mais de três me-ses, Jonas Farias acordou com tratores empurrando a parede do imóvel onde morava com a sua esposa e o seu filho. Era o prédio desativado onde funcio-nava o Centro de Desen-volvimento Infantil (CDI), localizado na Rua Capitão Aragão, no bairro Aerolân-dia, próximo ao cruzamen-to com a Avenida Raul Barbosa. “Eu estava dor-mindo, quando escutei as paredes caindo. Tive que pegar meu filho no colo e sair correndo, porque, se-não, nós tínhamos morri-do”, falou indignado.Naquele dia, 9 de julho, Jonas e mais 118 famílias foram despejados do cen-tro que se transformou em uma montanha de entulho após a ação dos tratores que colocou a edificação abaixo. No dia, equipes do Pelotão Especial da Guar-da Municipal e do Bata-lhão de Choque, da Polícia Militar (BPChoque) fizeram a desocupação do prédio e agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Ser-viços Públicos e Cidadania (AMC) bloquearam o trân-sito no local.RevoltaAs famílias alegam não terem recebido nenhu-ma ordem judicial sobre o despejo. “Algumas coisas conseguimos tirar a tem-po e outras não. Ficamos no meio da rua com nos-

sa família e nossos objetos pessoais. Essa demolição pegou todo mundo de surpresa. Não tenho para onde ir”, disse a estudante Beatriz Brito, 17 anos. Jonas Farias disse que a Prefeitura havia prometi-do 300 casas, mas só deu 174. As outras famílias fi-caram sem ter onde ficar. “Ocupamos o prédio do CDI, pois ele servia apenas para os usuários de drogas, e não temos dinheiro para pagar aluguel”, lamentou.“Minha mãe fez a inscrição em 2009 no Habitafor e até agora nada. Somos trata-dos como um nada. En-tramos para morar no CDI, pois não queríamos morar debaixo da ponte, e a res-posta que a Prefeitura nos deu foi a desocupação. Agora, no espaço onde moravam 300 famílias, tem só entulho”, falou Taiane Braz, de 21 anos.Nada feitoÀ época, a Prefeitura infor-mou que, no espaço, seria construído uma área de lazer para crianças, após ser utilizado como canteiro de obras para a constru-ção de rotatória e viaduto nas avenidas Raul Barbosa e Murilo Borges. No entan-to, até hoje nada foi feito. A montanha de entulhos resultante da demolição só serviu para acumular lixo e exalar mau cheiro. A dona de casa Eurinete Alexandre, 36anos, resi-de no bairro há 20 anos e disse que o terreno nunca esteve tão abandonado quanto agora. “Quando o

centro estava abandona-do, a situação ficou crítica, pois o pessoal usava para se esconder e usar droga. Depois que a população invadiu, melhorou, pois eles deixavam sempre a cal-çada limpa e nunca tinha confusão. Com a derruba-da do prédio, voltaram os problemas, pois o entulho só serve para o pessoal se esconder e jogar lixo. Está um verdadeiro aterro de lixo. O odor está insupor-tável”, reclamou Eurinete, que mora vizinho ao terre-no. O autônomo Belchior Firmino, 58 anos, também reclamou. “Está um perigo, pois o entulho está todo espalhado e já tomou a calçada. A gente tem que passar no meio da rua se arriscando a ser atropela-do”, afirmou.Do outro lado da avenida, centenas de famílias estão passando seus dias em um ginásio abandonado de uma Fundação que existia lá. Natalícia Mendonça, 33 anos, diz que foi a úni-ca opção que teve. “Não tem como morar embai-xo da ponte. Aqui, pelo menos, nos sentimos mais protegidos”. Contudo, Na-talícia disse que já recebeu um comunicado de de-sapropriação. “Disseram que vão chegar e vamos ter que sair a todo custo. Mas não podemos sair por-que a Prefeitura não nos dá uma casa para morar. Tenho uma filha pequena para cuidar ainda”, salien-tou.

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Sem respostaA reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Infraestrutura para saber sobre o projeto, mas informaram que não há projetos para o espaço de respon-sabilidade da Secretaria. A Prefeitura de Fortaleza, no entanto, afirmou que o centro existia, mas que funcionava de forma conveniada na gestão passada, já que perten-cia à Arquidiocese de Fortaleza.Audiência discute situação de moradoresA Câmara Municipal de Fortaleza realiza, na tarde de hoje, uma audiência pública para discutir a situação dos moradores da Comunidade Raio de Luz, na Aerolândia. Segundo o vereador João Alfredo, o encontro tem o objetivo de reunir Poder Públi-co, parlamentares e integrantes da ocupação para debater as políticas de moradia voltadas para aquela área. “A ideia é chamar atenção da responsabilidade da Pre-feitura de Fortaleza. Eles desapropriam com a promessa do aluguel social, mas não resolvem. A situação é de abandono total. Essas pessoas precisam ser ouvidas”, falou. De acordo com a presidente da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de For-taleza (Habitafor), Eliana Gomes, o terreno pertence ao Fundo Cristão e a Prefeitura está negociando a construção de uma escola de tempo integral no local. Para os moradores, a falta de resposta do Executivo em relação ao futuro da comunidade é preocupante. A audiência pública reunirá representantes da Habitafor, da Coordenadoria de Ar-ticulação Política da Prefeitura, do Núcleo de Habitação e Moradia da Defensoria Pública do Estado do Ceará, do Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Po-pular Frei Tito de Alencar, do Ministério Público e dos movimentos em luta por moradia em Fortaleza. CAMILA VASCONCELOSDa Redação

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 21/10/2015Veículo: Portal da CâmaraEditoria/Coluna: _link do site: http://wp.cmfor.ce.gov.br/cmfor/cmfor-debate-melhores-condicoes-de-moradia--para-a-comunidade-raio-de-luz/

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CMFor debate melhores condições de moradia para a Comunidade Raio de LuzÉrica Oliveira 21 outubro, 2015No Comments

Com o intuito de discutir a situação dos moradores da comunidade Raio de Luz, a Câmara Municipal de Fortaleza realizou na tarde desta quarta-feira, 21, uma audiência pública, atendendo o requerimen-to n°2412/2015 de autoria do vereador João Alfredo (PSOL). As 118 famílias da Comunidade Raio de Luz, localizada na rua Capitão Aragão, na Aerolândia, estão morando no prédio onde funcionava o Centro de Desenvolvimento Infan-til (CDI).Segundo o representan-te da comunidade Delmo Taumaturgo, havia aproxi-madamente 80 famílias em um outro prédio vizinho ao que eles habitam, que foi desocupado e demolido pela prefeitura de Fortale-za. Por isso, Delmo relatou que as famílias têm medo de serem despejadas a qualquer momento. “Nós estamos aqui hoje pedin-do uma orientação. Que-rendo saber em que pé vamos ficar.Nós merece-mos uma moradia digna para criar nossos filhos, po-dermos sair pra trabalhar e voltamos seguros”,solicitou.Representando a Secreta-ria Municipal do Desenvol-vimento Habitacional de Fortaleza – Habitafor, Ro-berto Cabral ressaltou que a prefeitura de Fortaleza

trabalha arduamente para que se coloque em prática a politica de Habitação. Durante a sua fala, Roberto informou aos presentes as determinações da secre-tária Eliana Gomes, para a resolução dos problemas da comunidade. “A Habi-tafor solicita que seja aber-to um processo na secreta-ria, por meio de um ofício, com a situação atual da comunidade e o que que-rem que sejam resolvidos. A secretária Eliana Gomes pede também, que uma comissão de dez pessoas possa se reunir com ela na Habitafor para discutir exa-tamente como vai e como pode se dar o tratamento com vocês”, esclareceu.Para o vereador Deodato Ramalho (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da CMFor, mes-mo que não haja de fato uma decisão de tirar as pessoas daquele prédio, seja do ponto de vista do Estado ou da Prefeitura ou até mesmo judicial, é importante que nesse mo-mento possa se fortalecer a luta para que tenham uma solução que contem-plem o direito de moradia de cada uma das famílias. “Esperamos que de fato seja verificado qual é a real situação e quais foram as promessas e os compro-missos que foram assumi-dos no âmbito da prefei-tura, para de fato alocar essas famílias e não sim-plesmente desocupar esse prédio sem que as famílias tenham uma destinação

previamente definidas”, pontuou.Como encaminhamen-to, o defensor público do Núcleo de Habitação, José Lino Fonteles, e o advogado Cláudio Silva do escritório Frei Tito, e os mandatos dos vereadores João Alfredo e do Deo-dato Ramalho, marcaram uma reunião na próxima sexta-feira, 23, a partir das 10:00 horas na Defensoria Pública, com uma comis-são da comunidade, para verificar os aspectos de na-tureza judicial. No dia 27 de outubro, as 09:00 horas, as mesmas entidades se en-contraram em uma visita a ocupação. Já no dia 06 de novembro, às 15:00 horas, a reunião será realizada na Habitafor com a secretária Eliana Gomes.“Então saímos daqui com esses encaminhamentos. Com o compromisso da prefeitura de resolver, com o compromisso da defen-soria e do Frei Tito de fazer o acompanhamento e a defesa da justiça. E nós aqui da comissão de direi-tos humanos, nós vamos acompanhar todos esses passos”, finalizou o verea-dor João Alfredo.

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 21/10/2015Veículo: Portal do Psol/Vereador João AlfredoEditoria/Coluna: _link do site: http://joaoalfredopsol.com.br/2015/10/comunidade-raio-de-luz-denuncia-violaco-es-de-direitos/

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CLIPPING VOGALCliente: ChildFund Data: 23/10/2015Veículo: Portal O PovoEditoria/Coluna: _link do site: http://www.opovo.com.br/app/fortaleza/2015/10/23/noticiafortaleza,3523452/moradores-reclamam-de-lixo-e-entulho-no-antigo-cdi-na-aerolandia.shtml

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DESCASO 23/10/2015 - 10h53Moradores reclamam de lixo e entulho no antigo CDI, na AerolândiaApós demolição do pré-dio, entulho não foi re-tirado e lixo depositado atraiu insetos e bichosEntulhos, restos de ani-mais mortos e muito lixo. O cenário, que retrata o abandono e a falta de educação de parte da população, algo cotidia-no na rua Capitão Ara-gão, na Aerolândia, em Fortaleza. O prédio do an-tigo Centro de Desenvol-vimento Infantil (CDI) foi demolido há alguns me-ses, porém, o entulho per-maneceu no local, obs-truindo, inclusive, parte da calçada e dificultando a vida dos pedestres. Como se não bastasse este pro-blema, moradores do bairro e de bairros vizinhos passaram a despejar lixo diariamente no lugar, o que acabou atraindo in-setos e bichos, além de deixar um mau cheiro que incomoda quem vive por perto.Rosângela Barros é uma das moradoras que se sentem incomodadas com a situação. Segundo ela, o risco de doenças é uma das preocupações que o lixo trouxe à popula-ção. “Nada foi feito no lo-cal até o momento. Estão colocando muito lixo, ca-chorro morto; está cheio de ratos e baratas. Virou um verdeiro lixão, para trazer doenças às pessoas que moram perto”, rela-

ta. Segundo a moradora, o local, que já tinha en-tulhos, agora recebe lixo inclusive de outros bairros, o que impossibilita a pas-sagem pela calçada. “O entulho q já tinha no mo-mento da demolição está aumentando com o lixo e com entulhos q pessoas q ate de outros bairros colo-cam no lugar, não temos mais calçada no local pois o entulho já ocupa uma das vias”, reclama.Outro que se reclama da situação é o chaveiro Al-dézio Pereira. Ele lembra que o lixo foi chegando aos poucos no local e, de repente, a situação ficou incontrolável. “No come-ço, só botavam pouco lixo. Mas depois foram le-vando sofás, resto de gali-nha, gordura e depositan-do animais mortos. Hoje, tem até dois barracos, de pessoas que invadiram o espaço”, conta. Para o chaveiro, a própria popu-lação contribui para que o lugar esteja naquela si-tuação. “São pessoas sem educação, sem senso de preservação. Pessoas que jogam lixo ali e não pen-sam nas consequências de como vai ficar o terre-no”, reclama. Para ele, a solução para o problema é bastante simples. “Bas-ta o proprietário do terre-no colocar uma cerca ou muro, pra evitar que jo-guem lixo lá. Isso também iria evitar que as pessoas invadissem o local”, suge-re.Regional VI alega que ter-

reno pertence à arquidio-cese de FortalezaProcurada pela reporta-gem, a assessoria de im-prensa da Secretaria Exe-cutiva Regional VI (SER VI) disse que a coleta do lixo passa no bairro Aerolân-dia às terças-feiras, quin-tas e sábados, recolhen-do o lixo do local. Com relação aos entulhos, a Regional VI disse que não pode realizar a limpeza porque o terreno é parti-cular, pertence à Arqui-diocese de Fortaleza, mas que estudará que medi-das poderá tomar para advertir a proprietária so-bre a situação.A reportagem também tentou entrar em contato com o administrador da Arquidiocese de Fortale-za, identificado apenas como senhor Santos, mas ele não se encontrava na sede da instituição no mo-mento. Redação O POVO Online