relatório: fontes poluidoras no município de caraúbas/rn
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS CARAÚBAS/RN
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Relatório: Fontes poluidoras no município de Caraúbas/RN
Disciplina: Saneamento Docente: Profª Cibele Gouveia Discentes: Daniel Douglas
Estevão Henrique Manoel Firmino Paulo Victor
1. Introdução
A poluição pode ser entendida como a contaminação do meio ambiente
de forma a degradar a sua composição natural, seja ela pela ocorrência de
fenômenos naturais ou de atividades humanas. A poluição pode ocorrer tanto
de forma direta, pela disposição de resíduos no solo, como de forma indireta
pela deposição de material particulado e poluentes químicos transportados pelo
ar.
São várias as fontes de poluição, dentre elas estão: Liberação de lixo
orgânico, industrial, gases poluentes, objetos materiais, elementos químicos,
material particulado, entre tantos outros que afetam a atmosfera, as águas e
também o solo.
Com a Revolução Industrial ficou aparente o problema da poluição, que
com o passar do tempo no processo de urbanização e industrialização, fez com
que à exploração e destruição de recursos naturais fossem maiores. De acordo
com que a urbanização crescia, também era notório o uso da exploração e
destruição do meio natural.
2. Objetivo
Verificar no município de Caraúbas/RN quais as fontes poluidoras que
afetam os recursos naturais e a população.
3. Objeto de estudo
Caraúbas fica localizada no estado do Rio Grande do Norte e situa-se
no médio oeste potiguar. Segundo o IBGE, a cidade conta com uma população
de 20.564 habitantes. O bioma característico desta região é a caatinga.
Fomos à busca de locais pela cidade em que fosse possível verificar
fontes poluidoras para serem analisadas as suas causas, consequências e
formas de tratamento.
3.1 Pedreira
O município conta com uma pedreira que fica as margens da RN-233
ligando ao município de Campo Grande/RN. Em fotos áreas tiradas pelo
drone, foi possível verificar a dimensão da exploração dos recursos naturais
daquela região.
Imagem 1 – Pedreira Potiguar
Foto: Autor
A pedreira pode ser classificada como fonte de poluição dispersivel, ela
fica aproximadamente a 1,4 km da comunidade. Segundo Bacci, Landim e
Eston (2006), a proximidade se deve em decorrência da influência do custo dos
transportes do produto final. Por outro lado, com o crescimento desordenado e
falta de planejamento urbano, facilitou-se a ocupação de regiões situadas nos
arredores da pedreira.
Foi relatado nas proximidades da pedreira o descontentamento da
população. Motivo pelo qual a cada explosão das dinamites se refletiam nas
estruturas de suas residências através da vibração das paredes, janelas e
objetos.
Além de danos por vibrações e ruídos, há outros efeitos ambientais
associados, como à retirada da vegetação, escavações, movimentação de terra
e modificação da paisagem local. Há também o uso de explosivos no desmonte
de rocha, gases, material particulado, afetando os meios como água, solo e ar,
além da população local.
Algumas medidas que podem ser incorporadas para amenizar os
danos causados pela pedreira:
Monitoramento e minimização das vibrações, já que estes impactos que
mais afetam a comunidade local;
Controle sobre o uso dos explosivos (evitando excessos);
Uso de equipamentos nas operações de modo a minimizar os impactos
ambientais. Por exemplo: Pela atmosfera na forma de ruído e poeiras.
3.2 Lixão
O lixão do município encontra-se na RN-117 que liga a cidade de
Mossoró/RN. Aproximadamente 1,9 km da entrada da cidade, o lixão é
abastecido todos os dias pelos caminhões que fazem a coleta.
Imagem 2 – Lixão municipal
Foto: Autor
Com o depósito de lixo no local, temos a degradação física do solo.
Não há um tratamento via aterro sanitário para o lixo. Assim, o local conta com
um solo bastante deteriorado e o que ocorre com o solo repercute nas águas
subterrâneas contaminadas pelas alterações de sua qualidade já que não há
coleta de chorume. Desta forma, a migração dos poluentes através do solo,
para as águas superficiais e subterrâneas, constitui uma ameaça para a
qualidade dos recursos hídricos utilizados em abastecimento público, industrial,
agrícola, comercial, lazer e serviços.
No local ainda foi visualizada a queima de lixo. Tipo de atividade esta
que influencia no processo de poluição do ar pela emissão de CO2. Quando o
lixo doméstico é depositado de forma inadequada, a poluição do solo pode
resultar ainda em: Aspecto estético desagradável; maus odores resultantes da
decomposição; proliferação de vetores transmissores de doenças e erosões.
Imagem 3 – Queima de lixo
Foto: Autor
Algumas medidas que podem ser incorporadas para amenizar os
danos causados pelo lixão:
Criação de um aterro sanitário;
Evitar moradias próximas ao local;
Evitar as queimadas;
Realizar a coleta seletiva.
3.3 Matadouro Público
O matadouro do município situa-se na RN-117 que liga a cidade de
Olho d’Água dos Borges/RN. Ele se encontra a menos de 1 km da cidade e
abastece o açougue municipal juntamente com os mercadinhos.
Imagem 4 – Matadouro Francisco Simião da Silva
Foto: Autor
O matadouro não conta com esgotamento sanitário adequado, desta
forma, o lançamento de esgoto e dejetos é jogado ao ar livre formando uma
espécie de córrego. Há uma carência de competência e consciência da
administração para este tipo de empreendimento.
Imagem 5 – Esgotamento sanitário e dejetos são jogados ao ar livre
Foto: Autor
Imagem 6 - Esgotamento sanitário e dejetos são jogados ao ar livre
Foto: Autor
As possíveis consequências de o esgoto ser jogado ao ar livre são:
Proliferação de vetores, contaminação do lençol freático, odor muito forte,
modificação da paisagem em função dos dejetos, redução da área de
vegetação, entre outros fatores.
Os esgotos a céu aberto podem e devem ser evitados. Algumas
medidas que podem ser incorporadas para amenizar os danos causados pelo
matadouro:
Fiscalização por parte do poder público;
Inserção de esgotamento sanitário;
Higienização nas operações;
3.4 Esgoto doméstico
As atividades domésticas constituem importantes fontes de poluição
das águas, em especial nas áreas de forte concentração urbana.
Carregadas com grandes quantidades de matéria orgânica, nutrientes e
microrganismos.
Foram vistos muitos casos de fontes pontuais de poluição para o
esgoto doméstico. São esgotos irregulares, onde os dejetos estavam sendo
liberados para a via pública.
Imagem 7 – Esgotamento irregular no bairro Leandro Bezerra
Foto: Autor
O acumulo do esgoto além de gerar problemas com o cheiro e estética,
há também a dificuldade de locomoção no terreno poluído por parte da
população. O curso da água faz com que o solo sofra erosão, assim
acidentando ainda mais o terreno. Com o acumulo da água há também o risco
de contaminação do lençol freático e a aparição dos vetores causadores de
doenças.
Imagem 8 – Esgotamento irregular no Centro de Caraúbas/RN
Foto: Autor
Não foi visto um sistema adequado de esgotamento sanitário próximo a
estes locais, o que favorece a pratica incorreta de dispor os dejetos humanos
ou resíduos industriais diretamente sobre o solo.
Imagem 9 – Esgotamento irregular no bairro Alto da Liberdade
Foto: Autor
Para se controlar a erosão causada pelos despejos domésticos, é
necessário, planejar o uso e a ocupação do solo, considerando as
características do solo, como declividade, drenagem e vegetação do local.
Algumas medidas que podem ser incorporadas para amenizar os
danos causados pelo esgoto irregular:
Investimento em infraestrutura;
Politicas públicas para o esgotamento.
4. Conclusão
Com a implantação de um sistema de gestão ambiental os ganhos são
bastante consideráveis para a população, empresas, órgãos e principalmente
para a natureza. Para minimizar os impactos adversos sugere-se conscientizar
todos os envolvidos, mostrando as vantagens de se viver num planeta
sustentável.
5. Referências Bibliográficas BACCI, Denise de La Corte; LANDIM, Paulo Milton Barbosa; ESTON, Sérgio Médici de. Aspectos e impactos ambientais de pedreira em área urbana. Rem: Revista Escola de Minas, [s.l.], v. 59, n. 1, p.1-10, mar. 2006. FapUNIFESP (SciELO). DOI: 10.1590/s0370-44672006000100007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-44672006000100007>. Acesso em: 16 nov. 2015.